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2011 05 maio

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A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerên-

cia de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com

distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados

são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

Conselho editorial

Bartolomeu Braz Pereira;

Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo;

Francila Calica editor: Francila Calica (01996/GO)

reportagem: Alessandra Goiaz (GO 01772 JP)

Karine Rodrigues (01585/GO) Fotografia:

Jana Tomazelli revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: Sandro Cardeal e Meire Almeida

(62) 3096-2200 | (62) 3096-2226 | (62) 3096-2220

[email protected]

diretoria FaeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. diretores-secretários: Bartolomeu Braz

Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. diretores-tesoureiros:

Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:

Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel

Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de

Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues

da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini

Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro

da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano,

Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados repre-

sentantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro

Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

Conselho adMinistratiVo senar

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon

Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Welton José Luiz de

Oliveira, Luiz Becker Karst, Sônia Maria Domingos Fernandes.

Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Carlos Eduardo da Silva Lima, Glauce Mônica

Vilela Souza.

superintendente: Marcelo Martins

FaeG - senar

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

site: www.faeg.com.br

e-mail: [email protected]

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

site: www.senargo.org.br

e-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

Com a aprovação pela Câmara dos Deputados, o texto do

novo Código Florestal ficou a dois passos de ser sancio-

nado. Primeiro passará pela aprovação do Senado Federal

e em seguida irá para as mãos da presidente da República, Dilma

Rousseff. Assim como ocorreu na Câmara, esperamos vencer tam-

bém estas etapas. Sabemos que não será fácil e que a argumentação

e o esclarecimento à sociedade precisa ser aprimorado.

Com uma nova legislação ambiental, a principal mudança será a

consolidação das áreas produtivas que afetam positivamente a eco-

nomia de nosso Estado. Os produtores anseiam por regularidade e

em nenhum momento há o interesse em destruir o nosso meio am-

biente. Muito pelo contrário, como podem destruir o espaço que é o

meio de sua sobrevivência? Porém, é preciso produzir. Produzir para

abastecer o mundo com alimentos, combustíveis ecologicamente

corretos e com a vida. Queremos produzir em busca do aperfeiçoa-

mento ainda maior da agricultura mais sustentável do planeta.

Esperamos obter resultados do Senado e da Presidência que confir-

mem os avanços para a sociedade e setor produtivo. Esperamos também

obter resultados que conduzam a preservação do meio ambiente aliada

à produção. Enfim contamos com o bom senso de todas as partes.

José Mário schreiner

Presidente do Sistema

FAEG/SENAR

Palavra do Presidente

Alex

andr

e Ce

rque

ira

a dois passos da sanção

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painel central

Prosa RuralPresidente da Agrodefesa, Antenor No-

gueira, fala sobre projetos empregados e

desafios a frente da agência

Mercado de ProdutoOs altos preços internacionais do milho têm

tornado o Brasil competitivo nas exportações e

reduz oferta interna

Cartão do Produtor

Missão ChinaEmpresas chinesas financiarão plantio de soja

em Goiás

Ação Sindical

Cana-de-açucarProdução de etanol, açucar e cana na safra

2011/2012 tem 3,3% de aumento se compa-

rado à safra anterior

Delícias do CampoCarne recheada à moda da vovó

Sistema em açãoFaeg doa 17 mil vacinas e contribui para a

campanha contra febre aftosa

Curso e Treinamento

Campo abertoGrandes expectativas de negócios com a

China

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TransgênicosBrasil se destaca na produção de plantas geneti-

camente modificadas

OrgânicosPlantação orgânica cresce em Goiás e certifi-

cação garante qualidade e transparência ao

consumidor

Caso de sucessoEm Alexânia, artesãs são reeconhecidas pelo

trabalho com fibra de bananeira

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JUNHO 2011

MAIO 2011

d s t Q Q s s

Como Participar:

Aos interessados em partici-

par dos eventos, recomenda-

mos confirmar as informações

com os organizadores

30/05 a 05/06 35ª exposição agro-

pecuária, 20º ranking nacional do

nelore e 8ª ranqueada nacional do

tabapuã. São Luiz dos Montes Belos.

01 a 05 exposição agropecuária.

Cidade de Goiás.

01 a 12 23ª exposição agropecuária.

Bela Vista.

03 a 12 37ª expo Morrinhos.

Morrinhos.

03 a 12 17ª exposição agropecuária.

Santa Helena.

07 a 09 Congresso internacional da

Carne. Mato Grosso do Sul.

07 a 10 Programa Per “empreen-

dedor sindical” 2011 – 2ª etapa. Cur-

so excelência em liderança. Goiânia,

às 8 horas.

31 a 03 de julho Programa Per “em-

preendedor sindical” 2011 – 2ª eta-

pa. Curso excelência em liderança.

Goiânia, às 8 horas.

13 a 29 66ª exposição agropecuá-

ria do estado de Goiás - Parque de

Exposições Pedro Ludovico Teixeira,

Goiânia.

16 e 17 Capacitação dos Professo-

res novatos do Programa agrinho.

Centro Pastoral Dom Fernando, Goi-

ânia, das 8 às 18 horas.

17 a 20 Programa Per “empreende-

dor sindical” 2011 – 2ª etapa. Curso

excelência em liderança. Goiânia,

das 8 às 18 horas.

17 Fórum nacional Permanente da

Pecuária de Corte da Cna. Sede da

CNA, Brasília, às 10 horas.

17 abertura da Primeira reunião

Global sobre Pecuária sustentável.

Auditório da CNA, Brasília, às 17 horas.

19 apresentação do Projeto Balde

Cheio. Sede do Sindicato Rural de

Ipameri, às 19 horas.

21 Campo saúde. Palminópolis, às 8

horas.

Maio Junho

agenda rural

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Fique sabendoDu

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Maz

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Os trabalhos de capacitação dos fiscais

estaduais e agentes de fiscalização da

Agrodefesa foram encerrados duran-

te um churrasco realizado na sede do

Sistema Faeg/Senar. Cerca de 294 pro-

fissionais participaram da cerimônia

de encerramento do curso, cuja aber-

tura foi feita pelo presidente do Siste-

ma Faeg/Senar, José Mário Schreiner.

Ele lembrou os novos profissionais que

o Sistema estará sempre aberto para o

que eles precisarem. “A agropecuária

é o negócio de Goiás e vocês são peças

fundamentais para o desenvolvimento

da atividade”, acrescentou. Participa-

ram também do evento o secretário da

Agricultura, Antônio Flávio Camilo de

Lima; o superintendente do Ministério

da Agricultura em Goiás, Helvécio Ma-

galhães; o secretário de Meio Ambiente

e Recursos Hídricos, Leonardo Vilela; os

presidentes da Agrodefesa, Antenor No-

gueira; da Emater, Luiz Humberto Guima-

rães; dentre outras autoridades do setor.

armazém

Os produtores brasileiros de girassol contam com duas no-

vas opções para a safra 2011/2012. Estão no mercado se-

mentes das cultivares BRS 321 e BRS 324, desenvolvidas

pela Embrapa Soja, em Londrina (PR) e comercializadas

pelo Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de

Tecnologia, em Dourados (MS). Atualmente, a maioria das

sementes de girassol disponíveis no Brasil é produzida

por empresas estrangeiras. Os lançamentos da Embrapa

foram desenvolvidos e adaptados especialmente às con-

dições de clima e de solo brasileiros. O girassol apresenta

ampla adaptabilidade às condições do Brasil, com maior

tolerância à seca, ao frio e ao calor do que a maioria das

espécies cultivadas no País. As novas cultivares são indi-

cadas para os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São

Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do

Sul, Rondônia, Sergipe e Bahia.

leite – Boas Práticas de

transporte (BPt)

edição: sindileite

O Sindicato das Indústrias

de Laticínios no Estado de

Goiás (Sindileite) lançou

em abril o manual Leite

– Boas Práticas de Trans-

porte (BPT). O objetivo do

projeto, feito em parceria

com o Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural (Senar),

em Goiás, é melhorar o sis-

tema de transporte de leite

das fazendas até os laticí-

nios. A publicação oferece

informações sobre qualida-

de do leite, rastreabilidade

e roteirização. Além disso,

o manual também apresen-

ta questões técnicas para o

motorista, como requisitos

para um transportador de

leite, comportamento e res-

ponsabilidade ambiental;

direção defensiva; respon-

sabilidades da empresa de

transporte; equipamentos; e

procedimentos para a coleta

do leite. Mais informações

sobre o manual ou como

adquiri-lo, entrar em conta-

to no Sindileite pelo telefo-

ne (62) 3212-1135 ou pelo

e-mail [email protected].

Pesquisa

registro

FisCais enCerraM CaPaCitação no sisteMa FaeG/senar

noVas CultiVares de Girassol CheGaM ao MerCado

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ção

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los C

osta

Andr

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artin

s

erramosAo contrário do publicado na edição nº 189, de março de 2011, da Campo, na coluna Ação Sindical, o presi-

dente reeleito do Sindicato Rural de Goianésia é Wilson Portilho da Cunha. João Balbino Neto ocupa o car-

go de vice-presidente, Sônia Maria Barbosa Cezar será secretária e Márcio Antônio Borges será o tesoureiro.

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Um trabalho de fiscali-zação eficaz é crucial, até para que possamos, em um futuro próximo, ter um selo de qualida-de do produto goiano”

“prosa rural

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Em janeiro deste ano, o pecuarista Antenor Nogueira assumiu, a convite do governador de Estado, Marconi Perillo, a presidência da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Desde

que tomou posse, Antenor Nogueira, tem implementado novos proje-tos e colocado em prática ações que vão ao encontro das necessidades do agropecuarista goiano. Em entrevista exclusiva para a CAMPO, o presidente apresenta os seus projetos, o que já foi implementado em cinco meses à frente do órgão e como a Agrodefesa pode evoluir em sua atuação junto ao produtor rural.

Defesa animal e vegetalKarine rodrigues / [email protected]

João

Far

ia

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Campo: Como será trabalhada a ima-gem da Agrodefesa na sua gestão? antenor: Eu acredito que o trabalho em conjunto com as entidades de clas-se fará toda a diferença na melhoria da imagem da Agrodefesa junto à socie-dade. A Faeg, a SGPA, as associações de produtores e outras entidades vol-tadas para o setor agropecuário vão contribuir. Estou aqui para proteger o agropecuarista, mas não serei coni-vente com o produtor relapso, assim como nenhuma outra entidade é. Eu quero o apoio dos Sindicatos Rurais. Outra meta é a diminuição da vacina-ção em Goiás. Isso é primordial e vou trabalhar em conjunto com Ministério da Agricultura para chegar a esse pon-to. Eu quero ser proativo e acredito que essa é uma forma de promover o órgão o qual presido. Quero me reunir com os laticínios, com os representan-tes do segmento vegetal – vendedores de sementes, adubo, defensivos, mu-das e plantas, no intuito de fazer uma grande parceira em Goiás, mostrando a eles quais são as regras nacionais e internacionais de sanidade, cuja obe-diência é essencial para se chegar ao selo de qualidade. Quero fazer par-cerias e pedir o cumprimento dessas regras, e logicamente vamos negociar prazos para a adaptação. Após esses prazos, eles terão que cumprir as re-gras e nós vamos realizar a função primordial da Agrodefesa que é zelar pela proteção da sanidade animal e vegetal no Estado.

Campo: Há alguma novidade sobre o sistema de rastreabilidade de animais no Brasil? antenor: Há um trabalho feito pela CNA de construção de um banco de dados nacional. As informações des-se banco são importantíssimas para que se tenha o conhecimento exato da população bovina, equina, suína e aves que há nos Estados e municípios. Quem alimenta esse banco de dados em Goiás é a Agrodefesa.

8 | CAMPO maio/2011

prosa rural

Campo: O senhor é um técnico expe-riente na área de pecuária de corte, com trabalho reconhecido em todo o País. Quais são os trabalhos reali-zados pelo senhor na área de defesa sanitária e como se sentiu ao assumir a presidência da Agrodefesa? antenor: Assim que fui sondado para assumir a presidência da Agrode-fesa, eu tive que pensar, estabelecer o que eu poderia fazer ou não e avaliar se eu teria condições de enfrentar uma trabalho desse, que não é fácil. Eu te-nho cultivado experiências na área de sanidade. Eu tenho trabalhos realiza-dos junto a organismos internacionais, como a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), onde sou prati-camente um membro convidado das reuniões feitas pelo órgão. Sou um cara estudioso no assunto e acompa-nho permanentemente as mudanças na área de defesa sanitária. Devido à minha interferência, o Código Interna-cional Zoosanitário de Animais Terres-tres foi todo traduzido para o portu-guês. Por meio do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Conselho Nacional de Pecuária de Corte, de São Paulo, contratamos uma equipe para traduzir o código e todas as modificações produzidas pela OIE, para serem emitidas aos países de língua portuguesa. No Brasil, o código foi entregue ao Ministério da Agricultura e a todas as agências es-taduais de defesa sanitária.

Campo: Como está estruturada a Agrodefesa atualmente?antenor: Com a minha entrada, algu-mas mudanças foram feitas. Forma-mos uma nova diretoria, que incluiu a

de fiscalização, considerada uma das funções primordiais da Agrodefesa. Um trabalho de fiscalização eficaz é crucial para a agência, até para que a gente possa, em um futuro próximo, ter um selo de qualidade do produto goiano. Para que o que é produzido no Estado chegue às gôndolas dos mer-cados, seja em Goiânia ou em qual-quer outro lugar do País e do mundo, com a marca da qualidade do que é feito em Goiás. Nós temos condições de ir atrás desse reconhecimento e nós vamos conseguir.

Campo: Como foi estes primeiros meses à frente da agência? Os proje-tos iniciais já foram implantados? Há novas demandas? antenor: Atualmente, a Agrodefe-sa – escritórios locais e regionais - já está 100% informatizada. Além dis-so, estamos desenvolvendo o cartão magnético com um chip onde o pro-dutor possa emitir a Guia de Trans-porte Animal (GTA) eletronicamente, sem ter que se deslocar ao escritório local. Vamos emitir esses cartões com a ajuda da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Uma emer-gência para nós é ter uma nova sede, onde se concentrem todos os depar-tamentos do órgão. Hoje, estamos em um prédio, o setor de fiscalização em outro lugar e o setor transporte está há três quarteirões daqui. É im-possível administrar desse jeito. Nós já estivemos com o governador, que destinou uma área para a nova sede. Esta, por sua vez, está em processo de aprovação pela Procuradoria do Estado e, por meio de uma parceria público-privada com Fundepec, será construída uma nova sede.

Eu acredito que o trabalho em conjunto com as entidades de classe fará toda a diferença na melhoria da imagem da Agro-defesa junto à sociedade.”

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mercado e Produto

A atual dinâmica mundial do mercado do milho tem imposto ao mercado brasileiro uma siste-mática bem diferente ao dos últimos anos. Este

cenário tem mantido o preço do milho em patamares ele-vados, mesmo diante de uma forte pressão da colheita.

O Brasil deve confirmar uma produção de milho 1ª safra de 34,38 milhões de toneladas, 1% maior do que foi produzido na safra passada, segundo dados da Conab. Ainda de acordo com a companhia, a área plantada com milho 2ª safra é de 5,7 milhões de hectares, o que pode refletir numa produção de 21,62 milhões de toneladas.

Em relação aos preços, o uso interno do grão, as exportações recordes da safra passada e a retomada dos preços internacionais trouxeram fortes altas. O ano de 2011 iniciou com valores médios do milho em torno de R$ 23/saca. Em fevereiro, ocorreu forte alta no valor da saca elevando o preço ao nível recorde no ano de R$ 28. Com o início da colheita em março, os preços voltaram a recuar, alcançando o valor de R$ 25/saca, mantendo--se firmes até a primeira quinzena de abril e sofrendo acentuado recuo a partir deste período.

Esta queda está estreitamente ligada à redução do valor exportado neste período, trazendo um excedente nas regiões produtoras. No mês de abril, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as exportações de milho totalizaram 117 mil to-neladas, 42% a menos que no ano passado.

A queda nas exportações tem origem no recuo das cotações do milho na bolsa de Chicago. A forte valoriza-ção do dólar frente outras moedas e a queda do petróleo no mercado internacional causaram forte impacto no preço do milho em Chicago. As cotações, que antes pos-suíam fundamentos capazes de elevar seu valor acima de US$ 8/bushel, encontram dificuldades de se mante-rem acima do US$ 7/bushel. Esta baixa externa implica

em modificações no ambiente de comercialização tanto no milho 1ª como 2ª safra aqui no Brasil.

Além deste fator internacional, o desenvolvimento do milho 2ª safra causa forte apreensão aos agentes eco-nômicos envolvidos com a comercialização do milho. O atraso no plantio e a tendência de pouca precipitação nos próximos meses podem causar forte redução na produção do cereal no inverno. De modo geral, já é es-perada uma redução na expectativa de produção, porém a intensidade neste recuou é a dúvida no momento.

Em caso de uma safra de inverno normal no Brasil, o importante para a formação do preço no mercado do milho é o fluxo de exportações, principalmente no culti-vo da 2ª safra. Quando ocorrer um bom fluxo de expor-tações, uma menor pressão de oferta é registrada, po-rém, uma exportação discreta (como ocorreu em abril) implica em pressões internas maiores nas cotações.

Sendo assim, em curto prazo, é importante avaliar-mos o fluxo de exportação e o bom desenvolvimento do milho 2ª safra. Neste sentido, a perspectiva depende muito de um panorama internacional favorável e de um bom volume de chuvas. Com as condições de desvalori-zação da moeda americana e com o aumento no valor do petróleo, os preços podem se manter firmes neste curto prazo. Porém, com a confirmação de perdas acentuadas no milho safrinha, elevações de preço devem ocorrer.

Já para o milho 2ª safra, as condições de preços são fortemente dependentes das cotações internacionais. Os últimos anos têm mostrado que o único balizamento de preço para o segundo semestre é a exportação. Neste sentido, o produtor que busca uma melhor rentabilida-de na comercialização de sua 2ª safra deve acompanhar as questões internacionais. Negócios antecipados vêm ocorrendo e o importante é sempre diversificar a comer-cialização buscando maximizar os lucros.

Milho: Mais competitividade

Os altos preços internacionais,

principalmente após setembro

de 2010, têm tornado o Brasil

competitivo nas exportações do

cereal, reduzindo a disponibilida-

de interna

Leonardo Machado é assessor técnico para a área de cereais, fibras e oleaginosas da Faeg

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10 | CAMPO maio/2011

A coluna Cartão Produtor deste mês oferece uma série de parceiros preocupados com a saúde e com o bem-estar dos beneficiários. As op-ções vão de academias de ginásticas, clínicas de fisioterapias e esporte a profissionais na área de nutrição de fonoaudiologia.

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Rural mais próximo.

Cartão Produtor

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maio/2011 CAMPO | 11www.senargo.org.br

A expansão do plantio de soja nas regiões Nor-te e Nordeste de Goiás, com o objetivo de produzir de 6 a 7 milhões de toneladas de

soja em cinco anos em uma área de 2,5 milhões de hectares, é o que Goiás vai oferecer aos grupos chineses interessados em investir no Estado.

Um acordo comercial entre Goiás e a província chinesa de Hebei está praticamente fechado. As con-versas entre as partes foram iniciadas há mais de um ano e no início de abril, uma comitiva chinesa esteve em Goiás para assinar um termo de cooperação en-tre os dois Estados. Porém, o documento foi assinado pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima, em visita feita ao país asiático no final do mesmo mês.

O valor total do projeto está estimado em R$ 10,2 bilhões. Tudo terá início em um projeto piloto cujos resultados vão se proliferar nas áreas onde estão pre-vistas a instalação do plano. A meta dos agricultores goianos é produzir o equivalente a toda produção atu-al do Estado, que é de 6 milhões de toneladas.

O chefe da Assessoria para Assuntos Internacio-nais do Governo de Goiás, Elie Chidiac, que também foi à China, disse que o governo já avaliou todos os la-dos da vinda dos chineses. Ele esclareceu que o merca-do goiano segue a política de livre comércio, de com-petitividade assegurando a concorrência legal entre todos os jogadores ou todas as empresas que vierem a

se instalar no Estado. Os chineses necessitam do ali-mento. No atual momento, eles atravessam um período de risco inflacionário muito grande na economia local.

Os números comprovam que a maior contribui-ção no índice inflacionário da China foi a alimen-tação, que chegou a 12%. “Eles entendem que tem dinheiro, que é o maior mercado consumidor do mundo e sabem que podem estar dentro do grupo de grandes empresas competitivas internacional-mente a explorar, em especial, o setor de alimentos, e especificamente o de soja. A visão do governo é beneficiar a maioria nesse aspecto,” ressalta Chi-diac. A expectativa, tanto do governo quanto da iniciativa privada, é que a participação de uma em-presa concorrente de grande porte vai beneficiar o produtor, que poderá ser melhor remunerado.

O presidente da Federação da Agricultura e Pe-cuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, diz que a negociação com a China é mais um passo para o desenvolvimento da agricultura goiana. Ele relata que o setor tem uma consolidação, que é tra-balhada há anos na pecuária e na agricultura, e o projeto com a China ocorre em um momento em que há possibilidade real de incremento de área e de plantio. “Nós temos tecnologia, clima, solo e uma infraestrutura razoável, mas que precisa ser melhorada. Eu vejo neste plano uma oportunidade de fomentar toda a cadeia produtiva”.

Membro da

comitiva chi-

nesa observa

qualidade

da lavoura

goiana

Negócio com a ChinaPara garantir a segurança alimentar da população, empresas chinesas

vão financiar plantio de soja nas regiões Norte e Nordeste de GoiásKarine Rodrigues | [email protected]

Sérg

io L

uiz

Missão china

Page 12: 2011 05 maio

12 | CAMPO maio/2011

missÃo CHina

José Mário explica que a Faeg pode contribuir com o projeto por meio da capilaridade dos seus 125 Sindicatos Rurais de levar a informação aos produ-tores. Seja para aqueles que querem arrendar área ou para aqueles que buscam novas alternativas de estar fazendo essa troca de informações.

Mercado chinês O economista, doutor e escritor de dois livros

sobre a China, Idaulo José Cunha, explica que as re-servas cambiais do país chinês somam US$ 3 trilhões de dólares, as quais respaldam a vigorosa política de investimento externo. “A China está executando ambicioso plano de investimentos no exterior, em todos os continentes, asiático, africano e da Améri-ca do Sul”, diz. Segundo ele, a parceria com a China deve ser encarada na esfera comercial, de forma que as duas partes tenham benefícios equivalentes. A indicação é para que o governo estadual inclua nas negociações com os chineses projetos de infraestru-tura nas áreas que abrigarão os investimentos em plantio, processamento e armazenamento de soja. Uma das diretrizes chinesas é a de distribuir os in-vestimentos em diferentes regiões e países e outra básica é a da potencialidade da área selecionada. Goiás, por exemplo, ainda oferece terras com eleva-do potencial de produtividade.

A China é a segunda economia mundial e em 2016 superará o PIB americano, em termos de pa-ridade de poder de compra da moeda. Pelo crité-rio mais rígido de medição do PIB – o de preços correntes em dólares – a ultrapassagem da China se dará em 2026, quando conquistará plenamente a posição de maior economia do mundo. De acordo com Idaulo Cunha, não só vale a pena negociar com os chineses, como também é um imperativo iniciar de imediato relacionamento com a futura maior eco-nomia do planeta.

O presidente do Conselho Regional de Econo-mia de Santa Catarina e especialista na área de co-

mércio bilateral com a China, Paulo de Tarso Gui-lhon, explica que no aspecto econômico, a China pretende desonerar os custos de transação da soja. A instalação em Goiás faz parte de uma tentativa de hegemonia internacional. A instalação no país estrangeiro desonera os custos de transação na medida em que elimina os intermediários e pode beneficiar também o comércio interno. Ele aponta como aspecto negativo um fato que não se deve es-quecer: “Embora, para Goiás seja interessante ab-sorver investimentos chineses, o risco que se corre pela magnitude das transações com a China é de perda da soberania de decisão de nossos destinos”.

Projeto para Goiás O secretário da Agricultura, Antônio Flávio Ca-

milo de Lima, destaca que o cronograma de traba-lho já está pronto, assim como o relatório do grupo de trabalho, que passará por análise e será enca-minhado para o secretário de Assuntos Internacio-nais, que enviará os resultados à China e fará um convite para a vinda dos chineses a Goiás.

Antonio Flávio acredita que o país asiático vai possivelmente ter interesse em comprar um pouco da soja que Goiás já tem disponível para vender, independente do incremento de área. “Naturalmen-te, se eles abrirem condições de novos contratos, começa a gerar estímulo para a ampliação da área. Então, imagino que, como eles têm a necessidade emergente de comprar essa soja, é possível que se inicie o plantio na próxima safra de verão. Eu diria que é muito provável, vai depender da negociação e do interesse das empresas chinesas com a iniciativa privada”, acrescenta.

De acordo com o analista de mercado da Faeg e representante no grupo de trabalho da China, Pedro Arantes, todo o conceito do projeto se vale do aproveitamento de pastagens degradadas que necessitam de renovação. Além disso, na região a partir do município de Jaraguá, no sentido norte há cerca de oito milhões de hectares que estão com baixa lotação de animais. “Faz parte do objetivo do projeto fazer a integração entre pecuária e agricul-tura atendendo as modernas técnicas de gestão e respeitando as normas ambientais”, destaca.

Arantes explica que as regiões onde o projeto será concentrado precisam de dinamização econô-mica. O último censo realizado em 2006 mostra que há um processo de esvaziamento nos municí-pios onde a atividade econômica é fraca. Esse fa-tor explica o interesse extremo dos produtores em participar do projeto China/Goiás. O analista da Faeg relata que foram feitas reuniões em cinco ci-dades pólos – Padre Bernardo, Porangatu, Jaraguá,

Chineses em

visita à Fazen-

da Capão, em

Cristalina

Missão china

www.sistemafaeg.com.br

Sérg

io L

uiz

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São Miguel do Araguaia e Uruaçu. Dos 130 produtores en-trevistados, todos concordaram em participar do projeto. “Enquanto nós começamos nossas discussões agora, do lado chinês as discussões sobre a inserção em outros pa-íses é feita há anos”, diz Arantes. Por isso já foram reali-zadas várias visitas políticas, empresariais e técnicas de chineses no Brasil e o contrário também.

No caso goiano, a província de Hebei vai bancar o projeto por meio de empresas estatais ou privadas. Uma das metas é que a partir do momento em que a produção estiver consolidada, serão criadas indústrias para beneficiar a soja plantada. Já foi enfatizado e será ratificado no contrato que o pagamento do financia-mento seja em prazo longo e compatível com a capaci-dade de pagamento dos produtores.

Toda estrutura será erguida até o porto de Itaqui. A viabilidade econômica do projeto é factível, porém, a parte operacional precisa ser toda construída. Será necessário financiar a limpeza das áreas a serem plan-tadas, preparação e correção do solo, a compra de má-quinas e implementos e erguer armazéns dentro das propriedades. “Os chineses já tomaram a decisão de começar o projeto o mais rápido possível. E nós não es-tamos fazendo o negócio da China e sim negócios com a China”, enfatiza Pedro Arantes.

Visita dos chineses em Goiás Esta é a terceira vez que uma missão chinesa visita

Goiás. O grupo visitou o município de Cristalina, no dia 1º de abril e foram à Fazenda Capão, onde conheceram a inte-gração entre produção de alimentos a partir da matéria-pri-ma milho e a elaboração de ração para o gado confinado.

Os chineses ficaram impressionados com o ritmo e organização da produção. O inspetor Li Da Bei disse que dessa vez teve uma visão completa do que é Goiás e do seu potencial para investimentos. O projeto goiano prevê o plantio e produção de soja por produtores brasileiros e não haverá venda de terras para as empresas chinesas produzi-rem. O interesse chinês pela soja goiana se deu pelo fato de Goiás ser um grande exportador para a China e pela boa comunicação entre o Estado e a província de Hebei.

De acordo com o levantamento da Superintendência de Comércio e Serviços da Secretaria de Indústria e Comér-cio de Goiás, os dados consolidados de 2010 apontam que 17,4% das exportações goianas têm a China como destino por três anos seguidos. Trata-se do principal comprador de produtos brasileiros. Em segundo lugar está a Holanda com 11,7%, seguida pela Índia com 7,69%. O carro-chefe das ex-portações no ano passado foi o complexo soja com partici-pação de 33% no total e rendimento de US$ 1,3 bilhão FOB. Seguido pelo complexo carne, minério e açúcar.

maio/2011 CAMPO | 13www.senargo.org.br

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14 | CAMPO maio/2011

açÃo sindiCal

o nosso sisteMa eM ação

O Sindicato Rural de Inaciolândia em parceira com a Acaer e com o Sistema Faeg/Senar realizou no dia 7 de maio, o

evento Nosso Sistema em Ação. Com uma programação extensa, o dia de trabalho teve como principais atividades,

o caminhão do Programa Útero é Vida e o ônibus da Fundação Banco de Olhos, além da prestação de outros serviços

como aferir pressão, teste de diabetes, corte de cabelo, apresentação das crianças do Agrinho e feira das artesãs

locais. Também houve plantio de árvores dentro do programa Carbono Zero e palestras educativas. No dia 8 de maio

foi a vez de Almerindonópolis receber o evento.Si

ndic

ato

Rura

l de

Indi

ara

ação do aGrinho

Mais de 70 professores da rede estadual e

municipal de ensino de Doverlândia parti-

ciparam no dia 9 de maio do Encontro do

Agrinho. A abertura do evento contou com

a participação do presidente do Sindicato

Rural do município, Bruno Heuser Higino,

que falou sobre a importância do progra-

ma e a responsabilidade dos professores

na conscientização ambiental dos alunos e,

consequentemente, da comunidade.

doverlândia

indiara

EXEMPLO A SER SEGUIDOO produtor rural de Indiara, Aldo Maciel de Oliveira, plantou arroz juntamente com mudas de plantas nativas do

Cerrado, com o objetivo de reflorestar uma área próxima à represa. A colheita do grão ocorreu à moda antiga,

isto é, houve a necessidade de mão de obra braçal, para que as árvores ganhassem mais espaço para crescer.

(Colaborou: Léia Nogueira)

inaciolândia e almerindonópolis

Sindicato Rural de Doverlândia

www.sistemafaeg.com.br

Page 15: 2011 05 maio

maio/2011 CAMPO | 15www.senargo.org.br

atendiMento esPeCia-

lizado Gratuito

No mês de abril, o programa Campo

Saúde realizou 8.325 mil atendimen-

tos médicos, odontológicos e de cida-

dania. Os produtores e trabalhadores

rurais, familiares e comunidade em

geral dos municípios de Cezarina,

Palmeiras de Goiás, Guapó e Abadiâ-

nia foram consultados gratuitamente

por profissionais nas áreas de pedia-

tria, ginecologia, clínica geral, der-

matologia, oftalmologia e ortopedia,

além de atendimentos odontológicos,

aferição de pressão, teste de glice-

mia e expedição de documentos pes-

soais. Realizado pelo Sistema Faeg/

Senar e Sindicatos Rurais dos res-

pectivos municípios, o evento contou

também com o apoio das prefeituras

municipais e demais parceiros.

rio Verde

Campo saúde

Jana

Tom

azel

li

Jana

Tom

azel

li

Caiapônia

ENCONTRO DO PER

O Sindicato Rural de Caiapônia

mobilizou mais uma turma de pro-

dutores para participar do Pro-

grama Empreendedor Rural (PER).

Esta é a terceira turma montada

na região. A reunião de mobiliza-

ção ocorreu no dia 29 de abril, no

auditório da prefeitura, com a par-

ticipação da diretoria do Sindicato

Rural, Sebrae e do Sistema Faeg/

Senar. A data do primeiro encon-

tro será agendada. (Colaborou: Ro-

sângela Cares Domingues)

leilão esPeCial

O Sindicato Rural de Rio Verde realizou no dia 26 de abril o 7º Leilão Espe-cial da entidade. O evento contou com 5.400 mil animais de cria, recria e engorda e foi gerado em média R$ 2,8 milhões em negociação.

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16 | CAMPO maio/2011 www.faeg.com.br

transgênicos

João

Far

ia

No início de maio, o Serviço Internacional para Aqui-sição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), em conjunto com o Conselho de Informações sobre

Biotecnologia (CIB), divulgou o resultado de um levanta-mento que aponta novamente o Brasil como segundo maior produtor de alimentos geneticamente modificados do mun-do, em 2010. Esse dado mostra o empenho dos pesquisa-dores e técnicos brasileiros no desenvolvimento de varie-dades de plantas resistentes a diversos tipos de infestações de pragas, doenças e outros. Tudo isso parece muito longe da realidade do cidadão que vai à feira ou ao supermercado

para comprar frutas, verduras, arroz, feijão, óleo de soja e qualquer outro tipo de alimento. Porém, essa realidade de alta tecnologia está muito próxima do brasileiro.Exemplo de quem produz a partir de sementes transgênicas não faltam. O produtor de Itaberaí, Paulo Araújo, produz soja a partir de sementes geneticamente modificadas desde 2006. Ele, que é filho de produtor rural, disse que o uso de transgêni-cos é a grande solução para a produção, e que a decisão de utilizá-los não tem volta, pois as vantagens de manejo são inúmeras. Na última safra, ele plantou 170 hectares de soja e plantará milho com sementes geneticamente modificadas.

www.sistemafaeg.com.br

Produção recordeBrasil se mantém na segunda posição mundial no culti-vo de plantas geneticamente modificadas Karine Rodrigues | [email protected]

Page 17: 2011 05 maio

O produtor explica que mesmo em tempo chuvo-so, como ocorreu na última safra de verão, ele teve que fazer apenas duas aplicações de herbicida gli-fosato na área, uma antes de plantar e a outra de-pois da semeadura. “Mesmo a semente sendo um pouco mais cara, compensa pela economia com o óleo diesel das máquinas, mão de obra e menor ex-posição humana ao produto químico”, diz. Quem compra sementes transgênicas paga o valor dos grãos acrescido do royalty, que pode ser pago no ato da compra ou com 2% da produção.

ComparaçãoAlém disso, o erro é mais difícil de ocorrer, a não ser

que haja problemas climáticos, mas o manejo e a aduba-ção são as mesmas da soja convencional. A média de pro-dutividade também sobe. Enquanto o normal é produzir de 55 a 60 sacas por hectare, com a semente modificada, a média é superior a 60 sacas por hectare.

Paulo Araújo relata que o resultado final é ótimo: plantas saudáveis, sem interferência de plantas daninhas na lavoura. Segundo o produtor, no município em que ele vive, em Itaberaí, quase 100% da semente usada é geneticamente modificada.

Recomendações O mais recomendado pelos engenheiros agrônomos

para a soja convencional são de duas a três aplicações de herbicida. Ao utilizar a semente de soja transgêni-

1. Produtor

Paulo Araújo

em sua plan-

tação de soja

geneticamente

modificada

2. As facilida-

des no manejo

levaram Carlos

Medeiros a

plantar soja

transgênica;

3. Soja se desta-

ca na produção

de transgênico

no Brasil

www.senargo.org.br18 | CAMPO abril/2011

João

Far

ia

Mar

cus V

inic

ius

maio/2011 CAMPO | 17www.senargo.org.br

investimento em pesquisa

Em Goiás, o trabalho de melhoramento de sementes é re-alizado principalmente por entidades governamentais como a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro), Embra-pa e empresas que tradicionalmente já estão nesse mercado.

A Seagro, por exemplo, trabalha há cerca de 10 anos no desenvolvimento de sementes transgênicas nas áreas experi-mentais de Luís Alves, Senador Canedo, Rio Verde, Anápolis e Porangatu. Em cada unidade o foco é diferente.

Em Senador Canedo, há uma parceria para o desenvolvi-mento de transgênicos com a empresa multinacional Monsan-

to nos eventos Roundup Ready (RR). Mas também está em fase de acordo o contrato para trabalhar com o evento Advanced da multinacional Basf. Ambos conferem resistência da soja à herbicidas. Ou seja, a planta resultada destas sementes geneti-camente modificadas contém nos genes a informação capaz de tornar mais resistente as aplicações de herbicidas.

As demais plantas, que podem aparecer na mesma área em que a soja é cultivada, morrem com a aplicação de herbicida e a soja permanece viva. Nas plantas geneticamente modificadas com re-sistência ao herbicida são necessárias menos aplicações do defen-sivo, o que torna o custo de produção mais barato. Também são grandes os benefícios ambientais, pois há menos resíduos.

redução no uso dos herbicidasO engenheiro agrônomo e produtor rural, Carlos Medeiros, utiliza

sementes transgênicas há três anos e disse que optou por esse tipo de semente pela facilidade no manejo e aumento na produtividade. Ele alerta que, com o uso da semente geneticamente modificada, a janela para a aplicação do herbicida é maior e quando ele é feito, a erva daninha é erradicada em qualquer época. “Ao utilizar a semente tradicional, as perdas ocorrem em dobro, pois a umidade interfere mais na planta e as ervas daninhas na disputa de espaço”, explicou.

Medeiros diz não acreditar na volta do uso intensivo da semente convencional, pois a grande preocupação do mundo nos próximos 20 anos é alimentar o mundo. “Isso só será possível com o uso dos trans-gênicos”, destaca. Quanto ao milho, o grão produzido com semente transgênica é de 5% a 10% mais produtivo que o convencional. O agrônomo diz que a preocupação no momento é não provocar resis-tência aos herbicidas mais utilizados.

ca, o produtor provavelmente terá que fazer no máximo duas aplicações de herbicida. O agrônomo especialista em melhoramento genético de plantas e pesquisador de algodão e soja, Adriano Borges Oliveira, afirma que não há nenhum tipo de restrição para o consumo humano de alimentos provenientes de sementes GM. As sementes foram aprovadas pela CTNbio, que já fez análises de re-síduos para ver se há alguma resistência.

Hoje a produtividade da soja transgênica está equipa-rada a soja tradicional e não há competição com as ervas daninhas. Porém, outro problema tem surgido. São as er-vas daninhas resistentes ao glifosato – as mais comuns são a erva quente e a trapoeraba. Por esta razão, estudos são feitos para encontrar formas de reduzir a infestação

Page 18: 2011 05 maio

transgênicos

dessas plantas, para que o produtor não aumente o custo de produção. Outra recomendação é para os produtores que plantam soja transgênica e soja con-vencional no mesmo espaço. Neste caso, o ideal é que seja utilizado um herbicida diferente do glifosato na soja comum para preservar a produção genetica-mente modificada.

segundo lugar na produção de transgênicoEm um levantamento feito pelo Serviço Internacional para Aqui-

sição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) apontou o Brasil como o segundo maior produtor de transgênico no mundo. O País plantou em 2010, 25,4 milhões de hectares com culturas genetica-mente modificadas ou transgênicas. Número que corresponde a um crescimento de 19% em relação a 2009 (equivalente a 4 milhões de hectares). Trata-se do maior índice de crescimento entre os países produtores de transgênicos, especialmente em razão da rápida ado-ção do milho. A área plantada no Brasil em 2010 corresponde a 17% de toda área plantada no mundo, que foi de 148 milhões de hectares.

A biotecnologia na agricultura é adotada nos principais Estados produtores brasileiros, entre eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins. Dos 25,4 milhões de hec-tares de culturas transgênicas no Brasil, aproximadamente 75% são de soja, com 17,8 milhões de hectares. Em segundo lugar o milho com 55% e 7,3 milhões de hectares e 2% de algodão com 0,25 milhão de hectares.

Segundo o relatório, com a capacidade de levar à produção até 100 milhões de hectares de área plantada, o Brasil continuará sendo a mola propulsora na adoção global de plantações biotecnológicas e

está investindo em infraestrutura para apoiar esse crescimento.

De acordo com o ISAAA, as avaliações de impac-

to mundial das culturas transgênicas indicam

que, no período de 1996 a 2008, os ganhos econômi-

cos de US$ 51,9 bilhões foram gerados em razão dos

custos reduzidos de produção (50%) e dos ganhos de

rendimento (50%) de 167 milhões de toneladas. Te-

riam sido exigidos 62,6 milhões de hectares adicionais

para produzir a mesma quantidade, não tivessem sido

empregadas as culturas geneticamente modificadas.

Durante o mesmo período, a redução de de-

fensivos foi avaliada em 268 milhões de quilos de

ingredientes ativos, uma economia de 6,9%. Só em

2008, a redução da emissão de CO2 na atmosfera

com os transgênicos é estimada em 14,4 bilhões

de quilos de CO2, equivalente à remoção de sete

milhões de carros das ruas.

A recomendação de Borges é para que o produtor não utilize as transgênicas em 100% da área que for cultivar. O ideal é deixar no mínimo 20% de soja con-vencional. Neste ano, ainda será firmado um convênio entre a Seagro e a Monsanto para o desenvolvimento de sementes, cuja futura planta será resistente a la-gartas e herbicidas. Atualmente, a secretaria trabalha com soja e a perspectiva é de trabalhar com algodão. Nesse caso, será usada a semente do RR Flex, que torna a futura planta resistente a lagarta e ao herbici-da mais usado nas lavouras, o Bollgart2.

impactos econômicos e ambientais

Page 19: 2011 05 maio

maio/2011 CAMPO | 19www.senargo.org.br

esPeCialCÓdiGo Florestal

Após 45 anos, as regras para regularizar a

atividade agrícola e a preservação ambiental

brasileira integraram a pauta do legislativo. O

resultado foi a aprovação do projeto do novo

Código Florestal Brasileiro na

Câmara dos Deputados

Fernando Dantas - Especial para a Campo | [email protected]

Mais um passo para a legalização no campo

Page 20: 2011 05 maio

Especial

Com 410 votos a favor, o projeto de atualização do

Código Florestal Brasileiro, proposto pelo deputado

federal Aldo Rebelo (PC do B/SP), foi aprovado na

Câmara dos Deputados, em sessão realizada no dia

24 de maio, em Brasília. De 474 parlamentares presentes,

63 votaram contra e houve uma abstenção. Na ocasião foi

aprovada também a emenda 164, por 273 votos a 182, que

dá aos Estados, por meio do Programa de Regularização

Ambiental (PRA), o poder de estabelecer outras atividades

que possam justificar a regularização de áreas desmatadas.

A emenda, que dividiu a base governista e tem sido ponto

de desavença, permite o uso das áreas de preservação per-

manente (APPs) já ocupadas com atividades agrossilvipas-

toris, ecoturismo e turismo rural. O desmatamento deve ter

ocorrido até 22 de julho de 2008.

A aprovação do texto na Câmara representa a primeira

etapa de um projeto que está sendo discutido há 12 anos,

com debates acirrados e intensos nos dois últimos anos, e

mais de 120 audiências. O próximo passo é a apreciação

e votação no Senado Federal. Se aprovado, seguirá para

sanção da presidente da República, Dilma Rousseff. Já em

caso de mudança, o projeto terá que retornar para a Câ-

mara dos Deputados para nova apreciação.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e

Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, a principal

mudança, especialmente em Goiás, será em relação à consol-

idação das áreas produtivas. De acordo com ele, haverá no

Estado uma divisão em três grupos, sendo que no primeiro

caso estão os produtores que abriram suas áreas antes de

1989, quando a legislação ainda não previa a exigência da

averbação da Reserva Legal de 20% para Goiás. A medida

liberará esses produtores de fazer o reflorestamento.

Já aqueles que desmataram no período de 1989 a julho

de 2008, quando passou a vigorar a exigência de Reserva

Legal, estão em um segundo grupo e poderão continuar

com as atividades consolidadas, porém precisam recompor

ou compensar área desmatada, desde que seja no mesmo

bioma. Especialistas garantem que esse ponto é controver-

so e corre o risco de ser alterado no Senado. O motivo é que

o governo defende que a definição das áreas consolidadas,

desse grupo de produtores, seja feito por decreto presiden-

cial e não pelos próprios Estados, através do PRA.

Na última situação estão os produtores que desmata-

ram após julho de 2008 e não se enquadram no projeto de

Lei do novo Código Florestal. Eles estão sujeitos a todas

as medidas punitivas como multas, embargo e a própria

Kátia Abreu e Ronaldo Caiado demonstram otimismo antes da vo-tação na Câmara

Jana

Tom

azel

li

Page 21: 2011 05 maio

Código Florestal

obrigação de retirada da atividade produtiva das áreas

não permitidas pela lei. Além disso, esses produtores do

terceiro grupo estão obrigados a recompor as áreas que

foram desmatadas para plantio agrícola.

Os proprietários agrícolas que tiverem multas, mas que

decidirem regularizar seu imóvel recuperando as APPs e

a Reserva Legal, terão a multa suspensa. De acordo com

o projeto aprovado, para obter a suspensão, o produtor

deverá procurar o Órgão Ambiental e aderir ao Programa

de Regularização Ambiental (PRA). Os interessados terão

um ano para aderir, porém o prazo começara a contar a

partir da criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que

deverá ocorrer em até 90 dias da publicação da futura lei.

Todos os imóveis rurais deverão se cadastrar.

Outros pontos do novo Código

O texto aprovado na Câmara prevê algumas mudanças

no projeto, mas existem outros pontos que continuam os

mesmos da versão original proposta pelo deputado Aldo

Rebelo. É o caso das faixas de proteção nas margens dos

rios que vão continuar exatamente como a lei vigente

atual – 30 a 500 metros dependendo da largura do rio -,

mas passam a ser medidas a partir do leito regular e não

do leito maior nos períodos de cheia. A exceção é para

os rios estreitos com até dez metros de largura. O novo

texto permite, para aquelas margens de rio totalmente

desmatadas, a recomposição de 15 metros. O que isso

quer dizer? Que rios de até 10 metros de largura, onde

a APP está preservada, continua valendo o limite de 30

metros. Para rios totalmente sem mata ciliar o produtor

ainda está obrigado a recompor 15 metros.

Nas APPs de topo de morros, montes e serras com

altura mínima de 100 metros e inclinação superior a 25º,

o novo Código permite a manutenção de culturas de es-

pécies lenhosas – uva, maçã e café, por exemplo – ou

de atividades silviculturais, assim como a infraestrutura

física associada a elas. É válido também para os locais

com altitude superior a 1,8 mil metros.

O novo código prevê ainda que os pequenos produ-

tores não têm a obrigação de recompor a Reserva Legal

em propriedades de até quatro módulos fiscais, de 40 a

100 hectares, dependendo da região. Já para quem tiver

Reserva Legal em excesso poderá emitir a Cota de Reser-

va Ambiental (CRA). A cota será um título que represen-

tará o mesmo tamanho da área que deveria ser recom-

posta. A emissão da cota será feita pelo órgão ambiental

a pedido do dono da terra preservada com vegetação

Deputados votam a favor do novo Código Florestal

Dióg

enis

Sant

os

Page 22: 2011 05 maio

nativa ou recomposta em área excedente à reserva legal

devida em sua propriedade.

O título poderá ser cedido ou vendido a outro propri-

etário que tenha déficit de Reserva Legal. O proprietário

da terra que pedir a emissão do CRA será responsável

pela preservação, podendo fazer um plano de mane-

jo florestal sustentável para explorar a área. O CRA só

poderá ser cancelada a pedido do proprietário que pediu

a emissão ou por decisão do órgão ambiental no caso de

degradação da vegetação nativa vinculada ao título.

Com a palavra...

“O novo código oferece maior segurança jurídica

ao meio rural e maior tranquilidade aos produtores,

além disso, irá proporcionar ao Brasil um crescimento

econômico sem prejuízos à natureza”, defende o presi-

dente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás

(Faeg), José Mário Schreiner. De acordo com ele, se o có-

digo não for sancionado pela presidente, Goiás será o

Estado mais prejudicado do Centro-Oeste. “Serão quase 4

milhões de hectares que deixarão de produzir, o que rep-

resenta 20% da produção agrícola estadual”, ressalta.

Para o deputado Federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), isso

não pode ocorrer, já que a aprovação do texto e emenda

164 traz legalidade ao setor da agropecuária brasileira.

“O produtor quer normas e regras claras, quer segurança

jurídica. Nós não podemos ficar nas instruções normativas

do Ibama e do Conama. Hoje o sentimento é de quem quer

legalizar e trazer segurança a um setor que é reconhecido

internacionalmente, que é o setor primário”, informa.

A presidente da Confederação da Agricultura e

Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, enfatiza que, em

nenhum ponto, o novo código ou a emenda que trata da

PRA pelos Estados, incentiva o desmatamento. Segundo

ela, em 2005, o ex-presidente da República, Luiz Inácio

Lula da Silva, fez o compromisso em Copenhague, na Di-

namarca, de reduzir o desmatamento em 80% até 2020.

“Nós estamos em 2011 e cumprimos a meta em 77%. Por-

tanto, essa é a prova concreta e demonstra o zelo e o

cuidado dos órgãos de regulação dos Estados. O Ibama

apenas fiscaliza. Mas quem dá a licença de desmatamento

são os órgãos ambientais estaduais. E a realidade mostra

que conseguimos cumprir a meta quase 10 anos antes

do estipulado”, acrescenta. Kátia diz que o questiona-

mento das ONGs e União sobre passar para os estados a

definição do que pode ser cultivado nas APPS é medo de

Especial

Relator do projeto, Aldo Rebelo, comemora resultado da votação

Leom

ardo

Pra

do

Page 23: 2011 05 maio

perder o poder político. “Porque por meio do poder políti-

co as ONGs conseguem o poder financeiro”, confessa.

De acordo com o ex-ministro da Agricultura, Reinhold

Stephanes, o novo texto cria maior estabilidade no campo,

pois acaba com o grande problema que o setor agrícola

enfrenta em relação a uma legislação complexa, difícil,

elaborado fora da realidade brasileira. “O atual código não

deixa produzir e nem preservar. Acho que a nova propos-

ta traz um equilíbrio e uma segurança jurídica ao campo.

O texto é equilibrado, é bom. Uma comissão percorreu o

Brasil, houve um debate bastante amplo”, afirma.

Apesar da aprovação de vários deputados, repre-

sentantes do setor agrícola e demais autoridades, exis-

tem deputados que aprovam o projeto com restrições.

É o caso do deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-

SP). Ele quer que seja acrescentado ao projeto punição

adicional para quem reincidir em agressões ao meio am-

biente. Além disso, o deputado defende que é preciso a

manifestação popular nesse caso. Por isso, segundo ele, o

Partido Socialismo e Liberdade deve entrar com proposta

de referendo popular para que a sociedade contribua na

aprovação ou não do novo Código Florestal Brasileiro.

Governo quer alterar 11 pontos no SenadoO governo quer alternar no Senado 11 pontos da refor-

ma do Código Florestal, aprovada pela Câmara. Fazem

parte da lista a anistia aos produtores, o ressarcimento dos

serviços agrícolas e a participação dos Estados na regulari-

zação ambiental. O Palácio do Planalto também quer am-

pliar os benefícios para a agricultura familiar. A proposta

de alterações no texto elaborado pelos deputados foi apre-

sentada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,

à bancada do PT. No encontro, a ministra disse que pelo

menos cinco desses pontos são estratégicos para garantir

um novo código sem prejuízos para o meio ambiente.

O projeto do novo Código Florestal foi entregue ao

Senado no dia 1º de junho e o senador Jorge Viana (PT/AC)

foi escolhido para ser relator da matéria na Comissão de

Meio Ambiente. Os relatores das Comissões de Agricultura

e Constituição e Justiça, ainda não foram definidos.

Código Florestal

José Mário Schreiner cumprimenta o deputado Odacir Zonta (PP/SC), junto a Uvalter Leite, Katia Abreu e Valdir Colatto (PMDB/SC)

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24 | CAMPO maio/2011

saFras

crescimento e desaFio

Início da safra marca período de expansão. Faeg orienta usinas e produtores a formarem parcerias

para fornecimento de cana-de-açúcarFernando dantas - especial para a Campo | [email protected]

www.sistemafaeg.com.br

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maio/2011 CAMPO | 26www.senargo.org.br

Produção de etanol na marca de 3 bilhões de li-tros, açúcar com 1,8 milhão de toneladas e ca-na-de-açúcar chegando a 48 milhões de tonela-

das. Essa é a projeção para a safra 2011/2012 de cana em Goiás. Os números representam apenas 3,3% de aumento se comparados à safra passada. Apesar de ser um crescimento pequeno, o Estado quer, com essa perspectiva, se firmar como segundo lugar na cogeração de energia, quarto em produção de açúcar e segundo maior produtor de etanol no Brasil – atrás apenas de São Paulo.

Para chegar a esse resultado, foi aberta oficialmen-te em Goiás, no início de maio, a safra 2011/2012, com solenidade realizada na Usina Boa Vista, em Quirinó-polis (GO), município localizado na região Sudoeste do Estado. A unidade, que pertence à Nova Fronteira Bioenergia, joint venture formada entre o Grupo São Martinho e a Petrobras Biocombustível, recebeu a

presença de produtores, empresários, representantes de sindicatos e associações ligadas ao setor agrícola e sucroalcooleiro, além de autoridades, como o go-vernador do Estado de Goiás, Marconi Perillo, que iniciou, na unidade, a colheita de cana para moagem.

Até o dia do lançamento oficial da safra, Goiás já registrava o início da colheita e moagem em 22 usi-nas, do total de 33 unidades em operação no Estado. Outra usina está em fase de construção em território goiano. “Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais foram os Estados que registraram aumento de produ-ção na última safra e deverão crescer na 2011/2012”, garantiu o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado (Sifaeg), André Luiz Rocha. Segundo ele, mesmo o aumento sendo baixo, se comparado ao registrado no período de 2000 a 2008, que era de 10,4% por ano, o crescimento está acima da média nacional.

Colheita de cana

inicia em Goiás

com projeções

positivas na pro-

dução de etanol e

açúcar

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26 | CAMPO maio/2011

saFrasÉ por causa desse cenário que se desenha para o setor

que o produtor Valdenir Oliveira, da Fazenda Matinha, pró-xima ao município de Quirinópolis, está otimista para a safra 2011/2012. Do total de 190 hectares da fazenda, 135 hectares, ou 70% da área da propriedade, são destinados à produção de cana-de-açúcar. São colhidas 90 toneladas por hectare na propriedade de Valdenir. Ele, que há 16 anos atua no setor sucroalcooleiro e é fornecedor de cana para a Usina Boa Vista, acredita que a perspectiva de aumento da oferta de cana e, por consequência, acréscimo na produção de etanol, resultarão em preços melhores aos arrendatários e fornecedores de matéria-prima.

Apesar de confiante com o setor, Valdenir sabe que é preciso ter cautela, principalmente em relação à monocultu-ra. Ele disse que o ideal é que o produtor desenvolva outras atividades rurais na propriedade. “É preciso diversificar. Eu, por exemplo, trabalho com cana, leite, cria, recria e engorda de vacas. Caso uma atividade tenha rendimento abaixo do esperado, a outra pode compensar”, relatou o produtor.

Produtor fornecedorA Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faeg) tem

buscado orientar o agricultor a diversificar sua produção. Se-gundo o diretor-secretário da entidade, Bartolomeu Braz Perei-ra, mesmo com expectativas positivas, até de preços acima da média e aumento da demanda por etanol, principalmente com a crescente venda de veículos flex, o produtor deve procurar investir em outras culturas. “O setor sucroenergético passou por uma crise nos últimos anos e está se fortalecendo. Para não ter problemas no futuro, a orientação é que o agricultor diversifique sua atividade, intercalando a cana com outras cul-turas, como soja, milho e demais atividades rurais”, ressaltou.

A Entidade defende que as usinas devem se conscientizar quanto à necessidade e importância para o setor produtivo goiano de promover a harmonia entre as culturas agrícolas dentro da propriedade. “É importante esclarecer que as usinas devem deixar de oferecer apenas propostas de arrendamento das terras e perceber que com o produtor como fornecedor de cana-de-açúcar pode ser muito mais rentável para a usi-na devido à experiência do homem do campo em conseguir melhores produtividades”, explica o presidente da Federação, José Mário Schreiner.

Ele comenta que a Faeg tem buscado, junto às entidades li-gadas ao setor sucroenergético goiano, medidas de incentivar que os usineiros insiram os fornecedores de cana no processo de cultivo da matéria-prima. Segundo ele, apenas 8,8% das terras com cana de açúcar não são em sistema de arrendamen-to. O presidente acredita que essa hegemonia é prejudicial para os dois lados da cadeia. “Já fizemos uma série de ativida-des na Faeg para estimular que os produtores também sintam essa importância de não ficarem excluídos do processo e não ficarem reféns apenas de uma fonte de renda”, alerta.

A entidade tem trabalhado na tentativa de estimular essa aproximação. “As usinas devem enxergar o produtor rural como um parceiro no cultivo da cana. Temos que procurar in-cansavelmente para que essa integração possa se efetivar de uma maneira consistente e, acima de tudo, rentável para am-bos”. Ele afirma que o sistema de concentração não é o ideal nem o mais rentável tanto para o produtor como para a usina.

O presidente diz que esse diálogo já foi iniciado e as usinas devem oferecer alternativas para os produtores na hora de fe-char seus contratos. “Queremos que a cultura da cana cumpra seu papel econômico e social que é de chegar em uma região para somar e promover uma melhor distribuição de renda para a população, diversificação de culturas para os produtores lo-cais, melhorar a arrecadação municipal e gerar mais empregos e não excluir produtores de suas atividades agrícolas”, comple-ta José Mário.

O assessor técnico da Faeg, Alexandro Alves, também con-corda com a diversificação. De acordo com ele, quando há cres-cimento no preço, a tendência do agricultor é migrar para deter-minada cultura em expansão. “Porém, é preciso entender que o mercado é volátil e podem ocorrer intempéries. Então, buscar o equilíbrio representa minimizar problemas econômicos futu-ros”, declarou. Ele afirma ainda que é necessário uma política de inserção também do produtor independente na cadeia da cana.

Entre os possíveis problemas no cultivo da cana levanta-dos pelo assessor técnico da Faeg está o excesso de chuvas em alguns anos, como ocorreu no início deste ciclo da cana. O Grupo USJ, por exemplo, que possui duas unidades, sendo uma em Goiás, Usina S. Francisco, em Quirinópolis, começou

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maio/2011 CAMPO | 27www.senargo.org.br

1. O produtor

Valdenir Oliveira

destina 70% da

área da proprieda-

de à produção de

cana-de-açúcar

2. Usina Boa Vista,

em Quirinópolis.

Goiás possui 33

indústrias em

operação

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lia colheita e moagem no início de abril. A previsão era para março, mas as chuvas intensas impediram o trabalho. “A chuva trouxe transtornos para o início da colheita, pois impossibilitou a operação”, disse o diretor de Operações do Grupo USJ, Paulo Gehlen.

ExpectativaA Usina Boa Vista tem previsão de moagem em

torno de 2,5 milhões de toneladas e produção de etanol na marca de 210 milhões de litros na safra 2011/2012. O crescimento é de 20% se comparado à safra passada, quando a unidade registrou um total de 2 milhões de toneladas de cana moída. A Jalles Machado faz parte das 22 usinas que iniciaram as atividades antes do lançamento oficial da safra. Até outubro, a empresa pretende moer 2,6 milhões de toneladas de cana.

O Grupo Naoum, que possui a Usina Santa Helena de Açúcar e Álcool S/A, no município de Santa Helena

de Goiás, deve moer 1,7 milhão de toneladas de cana--de-açúcar na unidade em Goiás. Os números para a safra 2011/2012, mesmo tímidos, são positivos. Essa é a expectativa dos produtores, governo e sindicatos representativos. Porém é preciso ressaltar que alguns desafios precisam ser vencidos ou amenizados para a safra que se inicia e as que virão nos próximos anos.

Talvez o principal fator que possa impedir o cres-cimento do setor em anos posteriores é a oferta de cana e a falta de estoque do produto. De acordo com o diretor de etanol da Petrobras Biocombustível, Ri-cardo Castello Branco, as usinas estão se esforçando para atender a demanda por etanol no mercado, mas existe o risco da procura ser maior que a oferta. “O produtor está fazendo sua parte, aumentando a pro-dução. Porém, o consumo está cada vez mais cres-cente. Só para se ter uma ideia, o mercado de veículos flex cresceu 10% no último ano, demandando mais etanol nos postos de combustíveis”, assegurou.

Antes mesmo do lançamento nacional da

safra 2011/2012, realizado em 14 de abril, na

Usina Santa Luzia, da ETH Bioenergia, locali-

zada em Nova Alvorada do Sul (MS), 90 usinas

de processamento de cana-de-açúcar da região

Centro-Sul do País tinham antecipado os traba-

lhos e iniciado a moagem.

Segundo levantamento da União da Indústria

de Cana-de-Açúcar (Unica), além das 90 usinas

que começaram as atividades antes da abertura da

safra, outras 195 iniciaram a moagem na segunda

quinzena de abril e mais 50 começaram as ativida-

des na primeira metade de maio, totalizando 335

unidades ativas até meados de maio.

Na região Centro-Sul, a projeção é de moagem

de 568,50 milhões de toneladas, ou seja, cresci-

mento de 2,11% em relação ao total processado na

última safra, que foi de 556,74 milhões de tonela-

das. A expectativa é da Unica, em parceria com o

Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), sindicatos e

associações de produtores de etanol e açúcar dos

Estados que integram a região Centro-Sul.

Usinas no Centro-Sul já estão em processamento

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saFras

Área plantada

com cana-de-

-açúcar em

Quirinópolis

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3 bilhões de litros de etanol

1,8 milhão de toneladas de açúcar

48 milhões de toneladas de cana

safra 2011/2012

2,8 bilhões de litros de etanol

1,78 milhão de toneladas de açúcar

46,6 milhões de toneladas de cana

safra 2010/2011

Investimento nas estradasConsiderado um dos principais gargalos do se-

tor agrícola, as estradas que cortam o Estado vão ganhar atenção especial nos próximos quatro anos, garantiu o governador Marconi Perillo. Durante o evento de lançamento da safra, Perillo falou sobre o projeto do governo estadual chamado Rodovida, que terá o objetivo de reconstruir parte da malha viária de Goiás. Segundo ele, serão de 2 mil a 3 mil quilômetros de estradas reconstruídas em 2011, sendo que a meta é chegar a 5 mil quilômetros até o fim de 2012. “Esse projeto trará maior segu-rança aos motoristas que trafegam pelas rodovias

e garantirá competitividade no mercado, além de gerar riquezas para diversos setores no Estado”, enfatizou o governador.

Questionado se haverá a redução do ICMS do com-bustível, após o aumento no início do ano, Marconi Perillo ressaltou que é preciso escolher por estradas melhores ou redução do imposto. “É demagogia falar que vamos reduzir o ICMS e melhorar as estradas. Parte dos recursos do imposto será destinada para reconstrução da malha viária”, disse. De acordo com números citados pelo governador, cerca de R$ 1,5 bi-lhão serão investidos na recuperação e manutenção das rodovias goianas nos próximos quatro anos.

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Há cerca de 15 anos, consumir produtos orgânicos em Goiânia não era tarefa fácil. Haviam pouquíssimas feiras, em que pou-cos produtores insistiam em vender um produto diferenciado.

Hoje, a produção cresceu, o número de produtores aumentou e o pro-duto orgânico ganhou destaque nacional. Prova disso foi a aprovação de um conjunto de leis específicas que regulamentam a produção dos orgânicos no País. A última determinação da norma concedeu o prazo até 31 de dezembro de 2010 para que os produtores de todo o País se adaptassem às regras de produção orgânica. A regularização se baseia em normas específicas do Ministério da Agricultura para produção e comercialização de orgânicos, incluindo armazenamento, rotulagem, transporte, certificação e fiscalização.

orgânicos

saudávelaté no nome Certificação garante qualidade e transparência nos

processos de produção de alimentos orgânicos

Karine rodrigues | [email protected]

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30 | CAMPO maio/2011

orgânicos

Ao contrário do senso comum, os produtores de orgânicos apoiam a legislação e afirmam que era necessário haver um conjun-to de leis que os distinguisse dos produtores de alimentos conven-cionais. Para quem já trabalhava com orgânicos e conhecia a lei, não houve dificuldades. Conforme dados do Ministério da Agricultura, até o final de dezembro de 2010, próximo de 1,5 mil produtores de orgânicos estavam de acordo com as novas regras definidas pela lei. Atualmente, cerca de 9,5 mil estão cadastrados, a expectativa é de que até o final deste ano 15 mil organicultores estejam no registrados no ministério, aptos a produzir e a comercializar os produtos com o selo do Mapa.

A legislação brasileira estabelece três instrumentos para ga-rantir a qualidade dos alimentos: a certificação, os sistemas par-ticipativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação. Os agricultores que buscarem a certificação e estive-rem de acordo com as normas poderão usar o selo oficial nos seus produtos. O selo é fornecido por certificadoras cadastradas no Ministério da Agricultura que são responsáveis pela fiscalização dos produtos.

O selo também poderá ser concedido pelos sistemas participa-tivos de garantia, associações de produtores que fazem o proces-so de auditoria, fiscalização e certificação. Já os produtores que

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Carlo

s Cos

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www.sistemafaeg.com.br

Como tudo

começou O estudo para criação

da lei dos orgânicos come-çou em 1998. Naquela épo-ca se reuniram setor priva-do, governo e organizações de produtores. Em 2003, o então presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva sancionou

a Lei 10.831, que reconhece a produção de orgânicos no Brasil. Em 2007, o decre-to 6.323 regulamentou a Lei 10.831 e estabeleceu outras medidas relativas à qualidade dos produtos e processos.

Em 2008 foi publica a Instrução Normativa (IN) nº 54, que regulamentava sobre a estrutura, com-

posição e atribuições das comissões de produção or-gânica. Também em 2008 foi aprovada a IN nº 64, que aprovou o regulamen-to técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção Animal e Vegetal. Em 2009, a IN Conjunta nº 19, apro-vou as normas técnicas para obtenção de produtos oriundos de extrativismo

sustentável orgânico.No mesmo ano também

foram publicadas mais três instruções normativas e três decretos que definiam pontos, como processa-mento, armazenamento e transporte, mecanismos de controle e qualidade da produção orgânica, registro fitossanitário e a institui-ção do selo único e oficial

do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformida-de e estabeleceu requisitos para a sua utilização nos produtos orgânicos.

Caso goiano

Segundo o diretor de comunicação da Associa-ção para o Desenvolvimen-

CoMParação nutriCional entre Produtos orGâniCos e ConVenCionaisCálcioProdutos Magnésio Potássio sódio Manganês Ferro Cobre

Alface

Tomate

Espinafre

Feijões

Médias

diferenças X

Orgânico

Convencional

Orgânico

Convencional

Orgânico

Convencional

Orgânico

Convencional

Orgânico

Convencional

40,5

15,5

71,0

16,0

23,0

4,5

96,0

47,5

57,6

20,9

2,8

60,0

14,8

49,3

13,3

23,0

4,5

203,9

40,9

84,1

19,9

4,2

99,7

29,1

176,5

53,7

148,3

58,6

257,0

84,0

170,4

56,4

3,0

8,6

0,0

12,2

0,0

6,5

0,0

69,5

0,8

24,2

0,2

121,0

60,0

2,0

169,0

1,0

68,0

1,0

117,5

0,0

103,5

1,0

103,5

227,0

10,0

516,0

9,0

1.938,0

1,0

1.585,0

19,0

1.066,5

9,8

109,4

69,0

3,0

60,0

3,0

53,0

0,0

32,0

5,0

53,5

2,8

19,5

Fonte: Rutgers University (Miliequivalentes de minerais por 100 gramas) - Boletim Vida Sana, 2202, pág.10 e 12 - Alimentos Orgânicos por Jairo Restrepa, Riviera, Cali-colômbia.

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maio/2011 CAMPO | 31www.senargo.org.br

1. Adib com

folhagem produ-

zida a partir de

cultivo orgânico;

2. : Produtor

e empresário,

Pietro mostra os

produtos vendi-

dos em sua loja;

3. Na proprieda-

de, Pietro produz

mais de 40 tipos

de produtos

orgânicos.

vendem por conta própria seus produtos de origem da agricultura orgânica receberão, ao se cadastrar no site do ministério, uma declaração que os autoriza a realizar as vendas em feiras e entregas em domicílio.

O produtor que ainda não se cadastrou no sistema deve se adequar às novas regras e vincular-se a alguma entidade certificadora. Aqueles que fazem venda direta devem se cadastrar no site do Ministério da Agricultura. Os interessados também podem procurar as superin-tendências federais do Mapa para as orientações sobre o processo de regularização. Três certificadoras estão atendendo aos interessados.

Demanda A demanda brasileira e externa de orgânicos cresce a

cada ano. Segundo informações divulgadas pelo Mapa, as vendas de produtos orgânicos alcançaram R$ 350 milhões em 2010. O valor é 40% superior às vendas de 2009. “Esse crescimento representa a difusão do setor. Cada vez mais pessoas buscam informações sobre pro-dutos orgânicos e, consequentemente, consomem mais esse tipo de alimento”, destaca o coordenador do Agro-ecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias. “As novas regras para a cadeia produtiva de orgânicos, que passaram a ser obrigatórias a partir de 1º de janeiro deste ano, fomentam ainda mais o crescimento do setor”, diz.

Segundo levantamento do Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2010 foram exportados US$ 108 milhões provenientes da venda de orgânicos, valor 30% superior ao de 2009. Os produ-tos mais exportados são os do complexo soja (grão, farelo e óleo), açúcar, café, cacau e frutas (abacaxi, mamão e manga). Os principais países consumidores são Holanda, Suécia, Estados Unidos, França, Reino Unido, Bélgica e Canadá.

Porém, Adib observa que faltam consumidores que entendam os custos embutidos na produção do alimen-to orgânico, que a produção deve ser mais cuidadosa e que envolvem custos ambientais e redução de con-taminação. “Os produtos orgânicos preservam mais os nutrientes e o sabor sem agentes contaminantes, cuidando para que o produtor continue na zona rural produzindo e favorecendo as próximas gerações”, des-taca. Algumas novidades surgem como oportunidade para o setor de orgânicos na indústria de cosméticos, têxteis e sementes como áreas promissoras.

Para aumentar a produção é preciso tecnologia. Os produtores afirmam que o cultivo de orgânicos é recente e que as pesquisas começaram por volta de uma década. A expectativa é de que dentro de 5 a 10 anos o produtor aumente a produção e expanda a área de plantio.

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to da Agricultura Orgânica de Goiás (Adao) e produtor, Adib Francisco Pereira, a produção de orgânicos em Goiás passa por etapas, mas agora, o foco é a cer-tificação dos produtores. Adib explica que o mo-mento é muito interessan-te, pois até pouco tempo a agricultura orgânica não era legalizada. “Então qual-

quer um poderia vender produtos alegando que era natural, orgânico, ecológico sem veneno. A partir da Lei 10.831, que foi regulamen-tada em 2007 e entrou em vigor em janeiro de 2011, ao falar que um produto é orgânico, o produtor tem que comprovar a afirmação com o selo do Mapa e assim validar que aquele produto

é orgânico”, relata. O pro-dutor explica que produzir orgânico é uma filosofia em que se preza a preservação da energia do alimento.

Adib diz acreditar que a partir desse momento a pro-dução será impulsionada. Pois, se criou um parâmetro legal que diferencia o orgâ-nico do convencional, e ele crê que ficará mais fácil con-

seguir crédito, fazer convê-nios e estabelecer parcerias. Entretanto, ele não quantifi-ca a produção goiana e diz que no momento ela é bai-xa, pois os produtores estão mais preocupados com a or-ganização de documentos e estrutura para se certificar.

O diretor da Adao conta que ao chegar a um grande supermercado, o consumi-

dor ainda pode ver produ-tos sem o selo, porque as embalagens produzidas até o ano passado ainda são aceitas neste ano. Porém, acredita-se que no máximo até o próximo semestre já haverá no mercado pro-dutos com o selo nacional emitido pelo Mapa. ”Isso vai tornar a área ainda mais profissional”, explica.

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Conhecimento europeu

O suíço, Pietro Quadri veio para o Brasil 1994 e logo de cara já começou a cultivar produtos orgânicos, pois ele já tinha a expe-riência de cultivo no país natal. O aprendi-zado sobre o cultivo de orgânicos começou quando ele lecionava na Suíça e foi convida-do a participar de um curso da associação de jardineiros. Após a chegada no Brasil, co-nheceu a esposa Sinândia Custódio e juntos começaram o cultivo de orgânicos no muni-cípio de Brazabrantes. Ele conta que já che-gou fazendo adubação verde para despoluir a terra e corrigir a acidez.

Na propriedade de cinco alqueires, ele cultiva mais de 40 tipos de hortifruti. Além de produtor, Pietro montou a primeira loja de produtos essencialmente orgânicos de Goiânia, a Seivas e Aromas. Junto com a mulher, eles tocam o negócio que foi aberto há oito meses. Ele relata que já trabalhava em feiras, mas queria ter seu próprio negó-cio. Hoje ele afirma que valeu a pena investir no projeto. A loja comercializa mais de 200 itens, sendo que alguns vêm do Rio Grande do Sul, como vinhos, sucos, maçãs, abóbo-ra, tudo orgânico.

Pietro afirma que a produção goiana de orgânicos é muito fraca e por este motivo ele parou de fazer feira para abastecer a loja, que também se abastece com a pro-dução de outros produtores goianos e de outros Estados.

Para Pietro, a legislação dos orgânicos não veio para atrapalhar e sim para proteger os produtores que são sérios. “É fácil produ-

28 | CAMPO maio/2011 www.faeg.com.br

orgânicos

Certificaçãodos produtores Os 15 produtores associados à

Adao, já estão com a carta de liberação para certificação do orgânico. Mas Adib explica que o processo de certificação é lento. “Estamos há três anos no pro-cesso de certificação com a certificado-ra IBD, cuja sede fica em Botucatu/SP”. Ele explica que outro entrave ao pro-cesso de certificação é que as certifica-doras também precisam se credenciar no Mapa e no Inmetro. “Essa questão criou uma dificuldade, pois muita gente vendia orgânico e agora não pode ven-der no supermercado, porque a certifi-cadora com a qual o produtor trabalha ainda não está credenciada. É um mo-mento de transição e acreditamos que isso será resolvido assim que diminuí-rem as exigências burocráticas”, relata.

Os produtores da Adao também ini-ciaram o processo de criação de uma cooperativa há dois anos, porque a associação não pode comercializar a produção. A cooperativa vai se chamar Goiás Orgânico, e atualmente é traba-lhado o plano de negócios, fase que envolve o planejamento da preparação para o plantio até a comercialização. O produtor explica que há como prever o quanto é produzido, porque os pro-dutores vendem de forma pulverizada. Ele adianta que tudo será contabilizado quando a cooperativa começar a fun-cionar. É de conhecimento da Adao que alguns associados possuem produção em maior escala de tomates, arroz, fei-jão gergelim. Além dos produtores da Adao, os cooperados da Cooperativa Agropecuária de Produtores Rurais de Silvânia (Coopersil) também estão em processo de certificação.

zir convencionalmente e dizer que é orgâ-nico, há pessoas que fazem isso”, ressalta. O produtor garante que o produto orgânico possui de 50% a 80% mais vitaminas que os convencionais.

Ele explica também que os produtos con-siderados naturais não têm controle de qua-lidade tão rigoroso quanto os orgânicos. O produtor afirma que para produzir orgânico é preciso ter mão de obra especializada e há demora para se produzir. Apesar de ser cer-tificado desde 2002, ele registra tudo que sai, mas diz que não sabe quanto produz. Somente argumenta que todos os dias faz a colheita de alguns produtos da propriedade.

Uma das poucas reclamações do produ-tor é a falta de apoio do setor público para estimular a produção, pois muitos querem produzir, mas não tem condições. Pietro disse que estava em fase de finalização de uma parceira com a UFG, que proporcionará aos estudantes de agronomia a oportunida-de de pesquisar e aprender sobre o cultivo de orgânicos na propriedade do suíço.

Na propriedade,

Pietro produz

mais de 40 tipos

de produtos

orgânicos

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maio/2011 CAMPO | 33www.senargo.org.br

delícias do camPo

Carne recheada à moda da vovóinGredientes:

1,5 kg de carne bovina (peça)

½ kg de carne moída (de 2ª) passada

duas vezes na máquina para moer

200 gr. de linguiça de porco (caipira)

50 gr. de bacon cortadas em tiras pequenas

1 dente de alho picado

1 cebola média picada

1 pimenta bode picada

Oléo

Sal a gosto

Modo de Fazer:recheio

Retirar o miolo da carne (peça) com a faca bem

afiada. Cozinhar a linguiça usando fio de água e

depois fritá-la no próprio óleo que se fez na panela

e, em seguida, retirar o excesso do óleo da panela

e a linguiça. Na mesma panela, colocar o bacon e

fritá-lo, em seguida a cebola, o alho, a pimenta, o

sal e refogá-los. Colocar a carne moída e o miolo

que retirou da carne bem picadinha, misture bem e

refogar. Colocar a linguiça picada e misturar.

Montagem do bolo

Coloque o recheio na carne (peça) e costure com

a linha e agulha grossa. Coloque na panela de

pressão e leve ao fogo por, em média, 40 minu-

tos. Em seguida, retire a pressão, abra a panela e

deixe ferver sem a tampa. Coloque óleo até cobrir

a carne. Quando secar a água, a carne vai continuar

fritando e, com cuidado, vire até chegar ao ponto

de estar bem frita.

Receita elabora-

da por Adriano

Maciel, instrutor

de Cozinha Rural

do Senar

Adria

no M

acie

l

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sistema eM açÃo

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Teve início, no dia 29 de abril, a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa em Goiás. O lançamento foi reali-zado na Fazenda Senzala, no cidade de Goiás, onde a Federação

da Agricultura e Pecuária do Estado (Faeg) fez a entrega de 17 mil doses de vacinas à Secretaria de Agricultura e Pecuária de Goiás (Seagro) e à Agência de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Todos os anos, a Faeg adquire doses de vacinas contra aftosa e as remete, por meio da Agro-defesa, a comunidades carentes e a entidades e instituições de assistên-cia social e de pesquisa.

A Agrodefesa fica responsável por realizar a entrega e garantir que os animais sejam vacinados. As doses doadas pela Faeg, nesta etapa, serão distribuídas as comunidades Kalunga dos municípios de Monte Alegre de Goiás, Teresina de Goiás e Cavalcante. Também receberão as doses a Vila São Cottolengo, a Superintendência do Sistema de Execução Pe-nal (Susepe), as Estações Experimentais de Pesquisa e de Zootecnia da Emater, em Anápolis e Senador Canedo e a Universidade Federal de Goiás (UFG). A campanha segue até 31 de maio de 2011.

Faeg realiza doação de 17 mil vacinas contra febre aftosa à AgrodefesaFrancila calica | [email protected]

VaCiNaS DoaDaS

Animais são

vacinados contra

febre aftosa

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32 | CAMPO abril/2011 www.faeg.com.br36 | CAMPO maio/2011

De acordo com o governador do Estado, Marconi Perillo, que esteve presente na solenidade, a campa-nha de vacinação de maio será um divisor de águas para a defesa agropecuária goiana. Ele explicou que um antigo pleito dos produtores rurais poderá ser concretizado, pois esta campanha pode ser a úl-tima em que os produtores terão de vacinar todos os animais duas vezes ao ano. Segundo parecer do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a partir da campanha de novembro deste ano, a vacinação dupla será apenas para bovinos e bubalinos até 24 meses. Os que, na época, estiverem acima desta idade receberão a dose apenas uma vez por ano. Segundo o Superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Goiás, Helvécio Magalhães Ribeiro, a condição estabeleci-da para que a realização de uma única vacinação em animais adultos passe a valer a partir de novembro, é de que a campanha deste mês de maio atinja 100% do rebanho.

Participação do pecuaristaO presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira expli-

ca que o Estado tem alcançado índices vacinais expres-sivos e que o desempenho dessa campanha dependerá muito da participação do produtor. “O vírus da doença

não escolhe animal, por menor que seja o rebanho o ris-co é o mesmo”, alertou sobre a necessidade de vacina-ção de todos os animais. Goiás recebeu 23,5 milhões de doses da vacina; 21 milhões delas serão para o rebanho goiano e o restante irá para os estados de Mato Grosso, Tocantins e Pará - para animais de pecuaristas goianos que também possuem propriedades nessas localidades. Nogueira ressaltou ainda o fato de que o corpo funcio-nal da Agrodefesa agora está reforçado com a chegada dos novos concursados. Isso fará com que a ação da en-tidade sobre os proprietários que descumprirem o perío-do vacinal seja ainda mais efetiva.

Para o secretário de Agricultura do Estado, Antônio Flávio Camilo de Lima, a campanha será exitosa. “As entidades de classe do setor estão todas envolvidas e o produtor goiano entende a importância de garantir o padrão sanitário”. Ele explica que esse será o primeiro passo para que Goiás, no futuro, venha a ser classificado como zona livre de aftosa sem vacinação. “É um cami-nho a ser seguido e precisamos dar o primeiro passo”, disse. Posição defendida também pelo representante da Faeg no evento, o diretor-financeiro da entidade, Eurí-pedes Bassamurfo. Ele ressaltou que a sanidade do re-banho impacta diretamente na área comercial. Para ele, rebanhos sanitariamente qualificados têm maior facili-dade de abertura de mercados.

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CuidadosApós o dia 31 de maio, os produtores terão cinco dias

para entregar aos escritórios locais da Agrodefesa a de-claração preenchida do rebanho vacinado. Propriedades que deixarem de vacinar seus animais serão multadas em R$ 7 por cabeça e submetidas à vacinação assistida por técnicos da Agência de Defesa. Para garantir a eficiência da vacina, alguns cuidados devem ser tomados durante os trabalhos de vacinação. O gerente de sanidade animal da Agrodefesa, Willian Vilela explica que as doses da anti--aftosa não podem ser acondicionadas em geladeiras co-muns. Ele recomenda que ao sair da revenda, o produtor deve mantê-las em caixas de isopor se atentando somente para a reposição do gelo na caixa.

O aplicador também deve ir para dentro da caixa en-quanto o rebanho é manejado para o brete, isso garante que a temperatura das doses que estão na seringa do apli-cador se mantenha entre 2° e 8° Celsius, como o reco-mendado. A agulha do aplicador também deve ser trocada a cada lote de seringa, isso reduz a reação dos animais à vacina. Vilela esclarece que esse ano, 1.200 proprieda-des terão, obrigatoriamente, vacinação assistida. São pro-priedades com alta movimentação de animais ou que não cumpriram o prazo vacinal da última campanha.

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1. Esq. p/ dir.

Eurípedes

Bassamurfo, An-

tenor Nogueira,

Antônio Flávio e

Helvécio Maga-

lhães

2. Bovino pronto

para a vaci-

nação. Meta é

vacina 100% dos

animais

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caso de sucessoAd

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teriais, novas técnicas e visitar feiras. Não aguento ficar parada e essa inquietude me faz produzir novi-dades constantemente”, diz.

Segredo do sucessoAbadia diz que ainda tem muito que melhorar,

mas acrescenta que depois de ter feito o curso sua renda aumentou em mais de 50%. Ela argumenta que a matéria prima para produzir as peças sai quase de graça, porque a fibra da bananeira é quase sempre jogada fora. O trabalho que as artesãs tem é de reco-lher, desidratar e tingir. “O que fazemos é um traba-lho de reciclagem e até a tinta que usamos é natural como anilina, folha de abacate e urucum”, destaca. Na Casa Cor 2011, ela vai expor as imagens de santos.

Ivanilde diz que o segredo do sucesso dos produ-tos é a persistência. “Se um produto não tem saída, temos que mudar e criar outro. Dar atenção a qualida-de e acabamento das peças é fundamental”, afirma. Apesar de ser servidora pública, Ivanilde diz que o artesanato é a prioridade dela no momento e afir-ma que sua renda cresceu mais de 50% desde o ano passado. Ivanilde vai levar para a Casa Cor 2011, pre-silhas de cabelo – no formato de tic tac – decorado.

Ambas as artesãs fazem parte de uma associação de artesãos de Alexânia. A união entre os profissio-nais do artesanato promove a divisão de conheci-mento entre eles. “Quando se isola não cresce”, diz Ivanilde. As artesãs também vão participar da Feira de Troca do município de Olhos d’Água, que ocorre na primeira semana de junho.

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Oexímio acabamento dos objetos, aliada a criatividade das artesãs Ivanilde Reis do Nascimento e Maria Abadia Coelho de Mo-

raes fazem com que as peças por elas produzidas não fiquem nas prateleiras e ganhe espaço até na Casa Cor Goiás 2011. Esse é o resultado do aprimoramen-to técnico que ambas fizeram no curso de artesanato com fibra de bananeira, ministrado pelo Senar Goiás em novembro do ano passado, em Alexânia, municí-pio onde as artesãs vivem e trabalham.

Ivanilde conta que já trabalhava com artesanato, mas utilizava outro tipo de fibra na composição das peças. Depois que fez o curso do Senar, ela passou a utilizar a fibra para fazer as embalagens das peças que ela produzia. Assim o produto final se trans-formou em um conjunto. A primeira série produzida por Ivanilde foi uma linha de pano de pratos feitos com patchwork e as caixas que os abrigavam. “Tudo que eu fiz vendi e hoje só produzo por encomenda”, ressalta ela.

Maria Abadia além de artesã é empresária e tem uma loja de presentes, onde comercializa as peças que produz. Ela também explica que já produzia pe-ças de artesanato com vários materiais, mas que o conhecimento que adquiriu com o curso do Senar enriqueceu o trabalho dela. O destaque do trabalho da Maria Abadia são as imagens de santos cuja base é feita com fibra de bananeira desidratada, apenas os adereços são de outros materiais. Ela também faz peças de decoração como vasos e cachepôs com base de jornal e recoberto com fibra. O preço médio de um vaso de 30 centímetros é de R$ 15.

Além da venda na loja, Abadia não descansa. Ela participa de exposições, vende as peças em casa e, onde encontra oportunidade, apresenta o próprio trabalho. ”Acredito que o empreendedorismo tem que partir de nós. Gosto de pesquisar novos ma-

Artesãs de Alexânia produzem peças a partir da fibra de bananeira, que ganharam notoriedade e serão ex-postas em feira de arquitetura e decoraçãoKarine Rodrigues | [email protected]

Fibra para decoração

Como participar

Os interessados em treinamentos e cursos do Senar Goiás no município de Alexânia devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (62) 3336-2248.

Ivanilde e

Abadia mos-

tram traba-

lhos feitos

com fibra de

bananeira. Em

destaque, pe-

ças religiosas

e decorativas

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cursos e treinamentos

eM aBril, o senar ProMoVeu

271 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

40

Na área de

agricultura

Em ativida-

de de apoio

agrossilvipas-

toril

86

Na área de

silvicultura

14

Na área de

agroindústria

1

Na área de

aquicultura

10

Na área de

pecuária

88

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

32

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Com o objetivo de oferecer novas oportunidades ao produtor, trabalhador e família rural, o Serviço Nacional de Aprendi-zagem Rural (Senar), em Goiás, lançou cursos e treinamen-

tos que atendam à demanda do setor rural. Na área de artesanato, pode-se destacar o treinamento em Técnicas de Pintura, que visa agregar valor às peças produzidas com bambu, fibra de bananeira (papel e tramas), dentre outros. Outra novidade é o curso Bordados e Flores de Tecidos. Com a utilização de tecidos sintéticos, como organza cristal e acetinados, o curso aproveita retalhos na confec-ção de lindos bordados e flores que podem tanto ser aplicados na customização de roupas quanto em novas peças de cama, mesa e banho e acessórios em geral.

Assim como ocorreu com o artesanato, na área de alimenta-ção também há novidades. O treinamento Panificação Rural é um exemplo. Árduo trabalho de pesquisa resgata receitas de padei-ros e confeiteiros goianos para serem ensinados às famílias rurais, que poderão produzir deliciosos pães, bolos, salgados e tortas. Já o treinamento em Processamento Caseiro do Milho trabalha com técnicas de transformação do cereal nas mais diversas receitas e subprodutos possíveis de utilizar os dourados grãos cultivados em quintais, bem como em grandes plantações no interior do Estado.

novos cursos à disposição do setor ruralFátima araújo | [email protected]

77 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

Fátima araújo é pe-

dagoga, supervisora

da Promoção Social

e coordenadora

Pedagógica do Senar,

em Goiás

33

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

6

Saúde e

Alimentação

4

Prevenção

de acidentes

6

Artesanato

28

PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

2.432

Cristi

ano

Ferr

eira

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42 | CAMPO maio/2011

camPo aberto

AChina está em evidência em Goiás. Tudo em vir-tude da possibilidade de

altos investimentos no Estado que podem mudar a realidade de duas regiões que estão entre as mais fra-cas economicamente. As opiniões sobre o projeto que será executado com o dinheiro asiático se dividem.

Há aqueles muito preocupa-dos com os impactos ambientais, que criticam o projeto por desco-nhecimento da forma como ele é discutido. Esses apregoam que será o fim do pouco que resta do bioma Cerrado em Goiás. Afir-mam que o Estado está cedendo às pressões chinesas, ávidas por alimentos, sem se preocupar com o futuro do meio ambiente. Sem buscar tirar melhor proveito da oportunidade para implantar um projeto integrado, com agregação de valor à exploração dos recur-sos naturais disponíveis.

São simpáticos à ideia, empre-sários, líderes regionais e a popula-ção das regiões a serem beneficia-das com a implantação do projeto. Tais regiões que, por falta de inves-timentos em todos os setores da economia, apresentam altos níveis de estagnação e perdem população para áreas mais dinâmicas do Esta-do com maior desenvolvimento so-cioeconômico. Tanto na parte Nor-te quanto na Nordeste de Goiás, a

economia tem como base a criação de bovinos em pastagem extensiva, que embora implantada está bas-tante degradada, sub-utilizada e comprometendo o meio ambiente.

Entre estas discussões temos a realidade do projeto, que não é “um negócio da china”, mas um negócio com a China. As conversas cercadas de muita cautela ocorrem há mais de um ano. Negociar com chinês exige paciência e muita pre-caução. O país asiático cresce em ritmo muito acelerado, mas eles não se aventuram e não entram em projetos de risco.

Por outro lado eles também têm suas fragilidades socioeco-nômicas, de onde podemos apro-veitar oportunidades. Certamente, o ponto mais frágil da economia chinesa é a produção de alimen-tos. Ao contrário dos asiáticos, os brasileiros são mais competentes e competitivos, não só pela dispo-sição dos recursos naturais, mas principalmente, pela junção de alta tecnologia com equilíbrio ambien-tal na produção. Exemplo disso é o plantio direto, a irrigação com a contenção das águas da chuva e a rotação de cultura com duas safras. Fazer uma boa negociação é fun-damental se quisermos alavancar o desenvolvimento de Goiás.

O chinês precisa de alimentos, tem capital disponível, mas não

tem terra e tecnologia para produ-ção em grande escala. Em nenhum momento foi proposto ou discu-tido a venda de terras, mas sim o financiamento ao produtor rural, com investimentos em preparação e correção do solo, sem desmata-mentos, na compra de máquinas, implementos e armazenagem, e, também do custeio anual de plan-tio das lavouras. O custo desse plantio está estimado em R$ 3.500 por hectare, porém um projeto mí-nimo, com viabilidade econômica para exportação é de cerca de 100 mil hectares. Mas o objetivo é de médio e longo prazo, com duração de cinco a sete anos, deve atingir até 2,4 milhões de hectares, que correspondem a cerca de 30% das pastagens da região.

A meta inicial é produzir soja em rotação com pastagem, mas já é discutida outras atividades como irrigação e criação de peixe nos la-gos da região. Em um segundo mo-mento, quando já houver produção suficiente, prevê-se a construção de indústria de processamento de parte da soja, pois uma esmaga-dora de soja vai exigir no mínimo 300 mil hectares para o plantio. A preservação e recuperação das re-servas florestais estão sendo dis-cutidas, como origens dos recursos financeiros, como serão emprega-dos e em quais áreas.

Negócios com a China

para alavancar

desenvolvimento de Goiás

Pedro Arantes

é economista e

analista de merca-

do da Federação

da Agricultura e

Pecuária de Goiás

(Faeg).

Pedro arantes | [email protected]

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ar S

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Bienal deAgricultura