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1 ECONOMIA SOLIDÁRIA - “A ECONOMIA REAL DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” Marco Paulo Tavares Sousa Domingues Mestrando no ISCTE – Economia Social e Solidária em fase de conclusão da Tese “Comércio Solidário e Sustentável – Uma alternativa para o desenvolvimento” Director Técnico da Casa da Infância e Juventude de Castelo Branco Coordenador do Projecto Qual_IS Centro- REAPN – Qualificar a Intervenção Social Membro Fundador da Associação EcoGerminar – Associação de Desenvolvimento do Interior de promoção do Comércio Solidário, do Ecoturismo e de Luta à Desertificação Rural Rua Eng.º António Russinho n.º4 1.ºEsq 6000-068 Castelo Branco [email protected] RESUM0 Este artigo resulta da investigação a decorrer do Mestrado de Economia Social e Solidária, do ISCTE, com a designação de “Comércio Solidário e Sustentável”. Esta investigação é de base teórica-conceptual pretendendo a estruturação de indicadores de avaliação qualitativa das actividades económicas (produtos e serviços), desenvolvidas na economia social, nas actividades familiares ou nas empresas que visam o auto-emprego e/ou a criação de emprego. É esta visão, que neste artigo é trabalhada no âmbito de dois conceitos e modelos de desenvolvimento, o Desenvolvimento Sustentável e a Economia Solidária. Deste trabalho resulta a apresentação de propostas para um novo modelo de desenvolvimento que viabiliza um progresso humano no sentido da equidade, justiça e sustentabilidade global. PALAVRAS-CHAVE Economia Solidária, Economia Social, Desenvolvimento Sustentável 1. INTRODUÇÃO Vivemos uma crise de valores, uma crise económica, uma crise ambiental e uma crise social. Os últimos acontecimentos globais, tiveram reflexos em todo o mundo. Actualmente falamos de milhões em todas as suas dimensões. A crise dos “milhões”, é no número de desempregados, nas falências das empresas e nas perdas financeiras dos bancos, não falando dos milhões de seres vivos que diariamente não têm o que beber, o que comer e que sucumbem, incluindo vidas humanas. No entanto parece que desta crise emergem milhões dos Estados Desenvolvidos, para ajuda às suas multinacionais, aos seus bancos e aos seus interesses políticos. Vimos que a corrupção e a ganância desenvolveram o mundo de forma desigual e insustentável. É necessária uma mudança de paradigma urgente, de desenvolvimento sustentável, não numa lógica de marketing comercial, de aumento dos lucros privados, mas numa dimensão humana e ética. Provavelmente a recuperação da economia trará novamente os mesmos benefícios e privilégios a quem contribuiu para o actual estado do mundo. É necessário consolidar as boas práticas económicas que assentam em valores humanos, que preservam e contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas naturais, e que por outro lado, respondem aos problemas sociais através da criação de emprego e fonte de rendimento. Este artigo resulta da pesquisa e análise bibliográfica da investigação teórico-conceptual para o grau de mestre intitulada – “Comércio Solidário e Sustentável – Uma Alternativa para o Desenvolvimento”, no âmbito do Mestrado de Economia Social e Solidária do ISCTE – Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa. O que podemos fazer para alteramos a realidade do mundo, para apoiarmos os países em desenvolvimento na procura de soluções para os seus problemas? Será que faz sentido avaliar o desenvolvimento dos Estados, em função do seu crescimento anual do PIB? O que devemos individualmente

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ECONOMIA SOLIDÁRIA - “A ECONOMIA REAL DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL”

Marco Paulo Tavares Sousa Domingues Mestrando no ISCTE – Economia Social e Solidária em fase de conclusão da Tese “Comércio Solidário e Sustentável –

Uma alternativa para o desenvolvimento” Director Técnico da Casa da Infância e Juventude de Castelo Branco

Coordenador do Projecto Qual_IS Centro- REAPN – Qualificar a Intervenção Social Membro Fundador da Associação EcoGerminar – Associação de Desenvolvimento do Interior de promoção do

Comércio Solidário, do Ecoturismo e de Luta à Desertificação Rural Rua Eng.º António Russinho n.º4 1.ºEsq 6000-068 Castelo Branco

[email protected]

RESUM0

Este artigo resulta da investigação a decorrer do Mestrado de Economia Social e Solidária, do ISCTE, com a designação de “Comércio Solidário e Sustentável”. Esta investigação é de base teórica-conceptual pretendendo a estruturação de indicadores de avaliação qualitativa das actividades económicas (produtos e serviços), desenvolvidas na economia social, nas actividades familiares ou nas empresas que visam o auto-emprego e/ou a criação de emprego. É esta visão, que neste artigo é trabalhada no âmbito de dois conceitos e modelos de desenvolvimento, o Desenvolvimento Sustentável e a Economia Solidária. Deste trabalho resulta a apresentação de propostas para um novo modelo de desenvolvimento que viabiliza um progresso humano no sentido da equidade, justiça e sustentabilidade global.

PALAVRAS-CHAVE

Economia Solidária, Economia Social, Desenvolvimento Sustentável

1. INTRODUÇÃO

Vivemos uma crise de valores, uma crise económica, uma crise ambiental e uma crise social. Os últimos acontecimentos globais, tiveram reflexos em todo o mundo. Actualmente falamos de milhões em todas as suas dimensões. A crise dos “milhões”, é no número de desempregados, nas falências das empresas e nas perdas financeiras dos bancos, não falando dos milhões de seres vivos que diariamente não têm o que beber, o que comer e que sucumbem, incluindo vidas humanas. No entanto parece que desta crise emergem milhões dos Estados Desenvolvidos, para ajuda às suas multinacionais, aos seus bancos e aos seus interesses políticos. Vimos que a corrupção e a ganância desenvolveram o mundo de forma desigual e insustentável. É necessária uma mudança de paradigma urgente, de desenvolvimento sustentável, não numa lógica de marketing comercial, de aumento dos lucros privados, mas numa dimensão humana e ética. Provavelmente a recuperação da economia trará novamente os mesmos benefícios e privilégios a quem contribuiu para o actual estado do mundo. É necessário consolidar as boas práticas económicas que assentam em valores humanos, que preservam e contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas naturais, e que por outro lado, respondem aos problemas sociais através da criação de emprego e fonte de rendimento.

Este artigo resulta da pesquisa e análise bibliográfica da investigação teórico-conceptual para o grau de

mestre intitulada – “Comércio Solidário e Sustentável – Uma Alternativa para o Desenvolvimento”, no âmbito do Mestrado de Economia Social e Solidária do ISCTE – Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa.

O que podemos fazer para alteramos a realidade do mundo, para apoiarmos os países em

desenvolvimento na procura de soluções para os seus problemas? Será que faz sentido avaliar o desenvolvimento dos Estados, em função do seu crescimento anual do PIB? O que devemos individualmente

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e colectivamente fazer para promovermos o bem-estar de todos os seres vivos no mundo? São estas questões que se tenta aprofundar teoricamente e funcionalmente, de modo a poderem ser indagadas e desenvolvidas para a construção de um caminho alternativo, para um real desenvolvimento sustentável global.

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1. ECONOMIA SOLIDÁRIA - A EMERGÊNCIA DE UMA ALTERNATIVA

A economia solidária tem subjacente uma outra economia, onde todos os seres vivos tem as suas funções e os seus direitos. Esta economia é divergente da economia capitalista e do neoliberalismo dos mercados, centra a pessoa no desenvolvimento, sustentada pelos recursos limitados do planeta, sendo ele o berço da vida e a “fonte” da sua evolução, o planeta que deve ser respeitado, partilhado e cuidado. É assim uma economia de princípios e valores humanos, ecológicos e solidários.

O conceito de Economia Solidária encontra-se em sintonia com os princípios associados a outras práticas alternativas, como o comércio justo, os serviços de proximidade, as empresas de inserção, a responsabilidade das empresas, o marketing social, entre muitas outras. Mas é a sua abrangência e multiplicidade de experiências associadas a este conceito, que induz uma diversidade de novas práticas promotoras de novos valores, novas atitudes e novas formas de funcionamento económico perante o mercado, estabelecendo redes de intervenção colectiva e de cooperação entre os vários sectores (privado, público e social) da sociedade. Segundo Laville (2005, p.303), a economia solidária estabelece as bases e fundamentos para uma outra globalização, mais equilibrada e mais solidária com os outros e com a natureza.

Podemos definir numa primeira abordagem teórica a economia solidária segundo o já referenciado autor Laville (2005, p.303), como um conjunto de actividades económicas geridas democraticamente de resposta aos problemas sociais, onde os interesses humanos prevalecem sobre os interesses materiais e económicos. Já segundo França (2003, p.33), “a economia solidária é uma corrente de pensamento e de acção que visa recuperar o sentido social e ético da economia para enfrentar a desigualdade, a pobreza e a exclusão. Trata-se de um enfoque baseado na supremacia do indivíduo e da sua capacidade de realização, mas de um indivíduo capaz de apoiar e ser apoiado por outros e de reconhecer restrições à sua liberdade perante os direitos dos demais. Nesse sentido, pretende incidir sobre as relações sociais consubstanciadas nos intercâmbios económicos, garantindo que estejam de acordo com os direitos e obrigações de todos os envolvidos. A lógica da economia solidária é a procura da satisfação das necessidades e não apenas o acumular de lucros.” Esta definição de França, assume uma incompatibilidade clara com a economia capitalista e com o individualismo. Em primeiro assume uma posição politica de confronto à corrente hegemónica (capitalista e neoliberal), de modo a serem criadas condições para tornar o mundo mais equitativo. Centra-se na posição colectiva e recíproca das relações humanas, mas também com os restantes seres vivos, é por isso um conceito partilhado por obrigações e direitos. Acrescenta ainda o facto da economia solidária poder ser encarado como uma tecnologia social, um mecanismo de criação de empregos e de promoção do desenvolvimento sustentável em territórios com um elevado grau de vulnerabilidade à pobreza e exclusão social.

A economia solidária é um conceito em evolução que apresenta modelos e propostas sustentadas em experiências bem sucedidas e sustentáveis, por agir transversalmente nas diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável, a economia, o social, o ambiental, o territorial e o cultural. O termo "economia solidária" abrange elementos como a sustentabilidade, o meio ambiente, a diversidade cultural, o desenvolvimento local, a competitividade, a boa governância, a eficiência e uma outra mundialização (Boulianne, 2003; Demoustier, 2004, p.6 cited in Ramos). A economia solidária é uma fonte de experiências que se cruzam e se enriquecem mutuamente e se fortalecem em redes de cooperação económica criando uma alternativa forte e sustentável.

As origens da economia solidária estão associadas a diferentes expressões, nova economia social, terceiro sector, “non-profit sector” utilizada nos contextos Anglo-Saxónicas, terceiro sistema, economia popular no contexto Latino-Americano e de economia solidária, todas elas com o objectivo de responder a necessidades que emergiam nas sociedades. A economia solidária tem paralelismo com a economia social, distanciando-se desta como uma nova tendência que surge nas últimas 3 décadas. Surge enquanto resposta aos problemas sociais gerados pelo capitalismo e actualmente, pelo neoliberalismo dos mercados. É através

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da identificação de novos problemas, tais como, os problemas ambientais, a necessidade de um diálogo intercultural, a nova pobreza e exclusão social e a crescente desigualdade mundial que a designação de economia solidária assume maior importância nos últimos 30 anos, promovendo a procura de novas e inovadoras respostas sociais, de um novo diálogo entre a economia e a sociedade, entre a sociedade e o planeta.

A economia solidária apresenta diferentes versões, a versão Francófona, defendida essencialmente por autores de língua francesa, onde se destaca Laville e Gaiger, a versão Ibero-Americana com autores de língua portuguesa e castelhana, tais como Paul Singer e a versão da Macaronésia desenvolvida mais recentemente por Amaro e Madelino, com origens em Portugal, nos Açores.

A versão Francófona segundo os autores Laville e Gaiger (2009, p.162), defende e contrasta com o individualismo utilitarista predominante nas sociedades dos mercados, as suas origens se aproximam com os movimentos associativistas no séc. XIX, onde essencialmente os trabalhadores defendiam valores alternativos à produção capitalista. Estes movimentos lutavam por um mercado que absorvesse valores de solidariedade de modo a repartir e garantir um maior bem-estar aos trabalhadores, uma maior justiça. Esta versão recupera e apresenta uma lógica inovadora de continuidade com a economia social, onde os trabalhadores lutam por uma sociedade mais democrática e mais justa, através de práticas da auto-organização, tais como as cooperativas e associações. No entanto a economia solidária distanciou-se da dimensão filantrópica, caritativa e assistencialista que marcou e suportou a economia social do séc. XIX e em meados de XX, principalmente através das suas ligações com a religião. Segundo Laville e Gaiger (2009 p.162), são os princípios de cooperação, autonomia e gestão democrática que multiplicaram as acções colectivas e populares que responderam a necessidades individuais. Na Europa, os Estados promoveram a providência aos seus cidadãos, tal como o modelo social europeu assim o entendia, mas com o crescimento do neoliberalismo, os Estados ficaram fragilizados perante os interesses do mercado, fazendo emergir outras experiências com valor económico mediante a conjugação de três tipos de recursos (Laville e Gaiger 2009, p.166):

• Os provenientes da reciprocidade entre os seus elementos, as mais-valias (materiais e não materiais) geradas pelas acções solidárias e recíprocas;

• Os recursos públicos, assentes no princípio da redistribuição, no qual o Estado é o seu responsável, através da captação de recursos e na sua redistribuição através de subsídios, apoios;

• Os recursos do mercado, obtidos nas relações de troca.

É desta conjugação de recursos que surgem e multiplicam-se experiências plurais, híbridas entre a economia pública e privada, experiências colectivas que respondem a necessidades comuns que melhoram o bem-estar das partes envolvidas. É assim que a economia solidária multiplica-se em acções colectivas de proximidade, de cooperação, de reciprocidade, de produção ecológica com um objectivo comum, o ganho colectivo em detrimento do individual e material. Esta vertente económica é complementada com outras acções, as ideológicas e políticas defendidas através de movimentos cívicos e de um crescente interesse e participação dos cidadãos nas decisões que os envolvem. Estes movimentos surgem nas últimas décadas para defenderem uma maior justiça no mundo, através da defesa dos outros seres vivos (movimentos ecológicos), da defesa da cultura e da livre escolha (movimentos pela aceitação cultural e sexual), defesa da transparência e luta contra a corrupção (movimentos de renovação política), defesa da paz e na luta contra a fome e miséria, entre outros. São as visões alternativas e auto-organizadas em princípios de solidariedade que lutam pelo projecto económico e político no qual emerge e se consolida a economia solidária

A economia solidária é reforçada pela incapacidade do Estado e pela descrença, na resolução dos problemas locais e do mundo, catapultando para novas respostas cívicas a novas preocupações. A economia solidária é portanto a par da economia social uma alternativa à intervenção do Estado e reforçada em situações de crise, como a ecológica e actual crise financeira e social.

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1.1. A Experiência da Macaronésia, uma versão com origem nos Açores.

Esta versão nasce por um lado das características e experiências que se foram evidenciando na região da Macaronésia1 e por outro lado da reflexão que foi sendo desenvolvida principalmente por Amaro e Madelino (2004) no âmbito do Projecto “CORES”, do Programa INTERREG2, envolvendo várias instituições dos Açores, Madeira e Canárias. Este versão nasceu nos anos 80, nos Açores, para responder a problemas, nomeadamente a pobreza e a exclusão social, à falta de respostas para as pessoas portadoras de deficiência, aos repatriamentos de imigrantes, resultado de crimes cometidos nos países de imigração, como os EUA. Povoações como “Rabo de Peixe” e outras situações mediáticas promoveram um outro cenário não paradisíaco do arquipélago dos Açores. Por outro lado, com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia (CE) em 1986, permitiu uma maior visibilidade dos problemas sociais, mas também maiores oportunidades. É assim que a visão assistencialista e caritativa das respostas sociais da altura são substituídas com uma visão de capacitação das pessoas beneficiadas. É através do acesso aos fundos comunitários disponibilizados pela CE que surgem respostas formativas e de empowerment. Assim as entidades sociais que até intervinham aqui numa lógica caritativa, tiveram de reformular a sua lógica de intervenção. No entanto surge um outro problema, após esta fase de capacitação das pessoas, a resposta sequente, de inserção no mercado de trabalho, não surge por estas pessoas estarem associadas a um estigma muito forte e por outro lado à ausência de oportunidades locais. As entidades sociais que até aqui tiveram de investir na formação e na capacitação das pessoas, tiveram de criar outros mecanismos de intervenção de continuidade, entrando aqui na lógica da economia solidária. Assim várias associações e cooperativas tiveram de criar actividades económicas através de empresas sociais. A economia solidária surge como uma alternativa ao conceito de economia social nos Açores, por esta misturar as actividades económicas lucrativas com a outra vertente social, em que principalmente as entidades ligadas à igreja, não viam esta associação com “bons olhos”. Surgiu assim, sem rigor teórico o conceito e a versão da economia solidária nos Açores, sendo mais tarde disseminado pelas Canárias e Madeira, através do programa INTERREG que originou um projecto comum, com eventos e uma certificação de produtos associados a esta economia, sobre a marca CORES.

Deste modo para Amaro e Madelino (2004, p.12-13), a ideia de economia solidária reforça a ideia de actividade “solidária” “não no sentido social restrito, mas no sentido sistémico, de interdependência e integração com a Vida, e portanto com todas as dimensões em que esta se exprime(…)”. Assim estes autores, destacam na Economia Solidária em sete vertentes fundamentais:

• Uma actividade económica, (uma forma de produção e/ou distribuição de bens e serviços, de criação de empregos, de rendimentos e de satisfação de necessidades) mas numa visão mais ampla, ode os serviços contemplam a integração da vida em todas as suas dimensões;

• Promotora de coesão social da integração social e no combate a qualquer tipo de desequilíbrios ou injustiças sociais, assumindo um papel fundamental na integração das pessoas em situação de desfavorecimento social, sendo portanto um mecanismo de combate à pobreza e exclusão social;

• Respeitadora e valorizadora do meio ambiente, na preservação dos ecossistemas da biodiversidade e de todos os recursos locais;

• Respeitadora e valorizadora da diversidade cultural, como a preservação dos saberes das entidades e promotora do diálogo intercultural;

• Sustentada numa gestão eficiente e integrada, no sentido de serem geridas com boa governância, transparência e numa lógica integrada, de parceria e de avaliação permanente,

• Ser territorializada e promotora de desenvolvimento local, de mecanismos que valorizem as capacidades das comunidades locais e que assim satisfaçam as suas próprias necessidades

1 Macaronésia designa os vários grupos de ilhas no Atlântico Norte, perto da Europa e de África, e mais uma extensa faixa costeira do Noroeste da África, consiste: Açores,e Madeira, (Portugal); Canárias, (Espanha) e Cabo Verde. 2 Programas de Iniciativa Comunitária implementados pela Comissão Europeia destinado a favorecer um desenvolvimento harmonioso, equilibrado e sustentável do território europeu.

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• Assente numa lógica de investigação-acção, que lhe permita uma constante criatividade e adaptação a novos desafios.

Esta versão com origem nacional evoca o desenvolvimento local integrado, como mecanismo de económico de criação de emprego, de produção de bens e serviços, de criação de riqueza partilhada assente nos mesmos princípios da versão francófona e latino-americana, no entanto com a abrangência e preocupação dos processos de gestão eficientes e proactivos, criando condições de sustentabilidade local.

2. A SUSTENTABILIDADE COMO PRINCIPIO DE DESENVOLVIMENTO

O século XX foi protagonista temporal de uma exploração sem precedentes dos recursos naturais, com o intuito de fomentar o desenvolvimento económico, criando graves problemas ambientais, com reflexo em todo o mundo. O impacto da actividade humana, assumiu proporções que poderão originar o desaparecimento de países pela subida das águas do mar, de originar novas guerras pelo acesso à água potável, de destruição sazonal de territórios, pelas inundações e devastações de catástrofes naturais, deixará de haver alimentos motivados pela poluição dos ambientes marítimos e terrestres, da destruição das florestas e da ameaça à biodiversidade a consequente alteração das prioridades das sociedades, tal como as conhecemos hoje. Na actualidade somos ainda os predadores da natureza, as necessidades básicas são satisfeitas, no entanto estamos actualmente a condicionar o nosso processo de evolução, tal como até aqui o conhecíamos.

Os dados estatísticos são esmagadores, entre 1990 e 1999, foram afectadas 188 milhões de pessoas por desastres naturais, seis vezes mais do que os 31 milhões de pessoas afectadas pelos conflitos armados (Soromenho-Marques, 2005, p.65). Estes elucidam a realidade do planeta, estamos actualmente a lidar com os maiores êxodos humanos, estamos a reduzir a biodiversidade e a extinguir espécies animais e vegetais em poucos anos. Esta realidade exige uma resposta concertada e global, onde os países desenvolvidos, são agora os grandes responsáveis, “tornamos em cada dia que passa, as regiões que habitamos em lugares onde diminui a diversidade biológica e onde se enfraquece a capacidade de suporte para a nossa própria existência duradoura, sustentável como civilização humana” (Soromenho-Marques, 2005, p.13)

O desenvolvimento baseado em indicadores económicos, no consumo privado, nas exportações e importações e nos investimentos e custos do Estado, não deve ser valorizado em detrimento de indicadores qualitativos. A responsabilidade dos países em desenvolvimento, a exploração dos recursos, o tratamento desigual dado aos seus cidadãos e aos cidadãos do mundo, resultou em injustiças mundiais e naturais, colocámos a natureza como um valor material, um valor sem retorno, diluído no tempo e nos territórios de consumo. A humanidade está em perigo, diferenciado é verdade, o nosso perigo não é o mesmo dos povos africanos, onde a água e a desertificação dos solos, aumentou a fome e a doença. Fará sentido falar em crescimento económico ou em desenvolvimento sem sustentabilidade, que recursos ficarão para as populações vindouras, qual a responsabilidade de quem consome com um impacto social e ambiental negativo, quais as responsabilidades dos Estados que exploram, poluem e manipulam os bens comuns? Que espécies poderão aguentar a nossa acção, será este o desenvolvimento desejado?

Não poderemos mais crescer, sem avaliar, não poderemos crescer sem sustentar o impacto da nossa acção. È o principio da sustentabilidade que promove os valores do respeito por todos os seres, mesmo os espirituais, a cultura e tradições dos povos. O desenvolvimento padece de padrões de avaliação muito economicistas. A actual crise económica destaca a pobreza material e virtual em que os países desenvolvidos vivem. O confronto com a crise económica, com a crise de valores e com a crise ecológica viabiliza uma resposta de um desenvolvimento multidimensional, um desenvolvimento de equilíbrio, de sustentabilidade social e ambiental, de transparência e equidade entre territórios. Ouvimos o mundo, os sinais da natureza e a vontade de novas acções de responder e de sustentar o nosso futuro. A humanidade “desenvolvida economicamente” era até aqui, a única espécie que não respeitava as fronteiras naturais do ecossistema mundial.

É assim que o desenvolvimento é um valor qualitativo, não é apenas o PIB (produto interno bruto), dos Estados ou das regiões, o desenvolvimento é um princípio fundamental que engloba diferentes dimensões, a sociedade, a cultura, o ambiente e a economia. Já Stuart Mill, procurava novos indicadores,

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novas dimensões de avaliar qualitativamente o desenvolvimento e bem-estar, no entanto esses indicadores deverão ser actualmente globais, porque o que fazemos na nossa casa, tem impacto no outro lado do mundo.

Apenas o aperfeiçoamento das instituições internacionais, das políticas públicas e da responsabilidade ética das empresas e das pessoas, poderá desenvolver o mundo sustentávelmente. É necessário uma maior transparência dos Estados, onde “o horizonte do desenvolvimento sustentável aparece como a única esperança realista de mobilizarmos os diferentes segmentos da humanidade, na multiplicidade das suas crenças, culturas e etnias na luta por objectivos tangíveis, ecuménicos e unificadores” (Soromenho-Marques 2005, p.197), de contribuirmos para o futuro das gerações vindouras.

A noção de desenvolvimento sustentável e as estratégias vão da escala local à global, o desenvolvimento sustentável tem subjacente um valor de compromisso e solidariedade com as futuras gerações, de modo a assegurar a qualidade de vida humana e do planeta. Implica a integração equilibrada e sustentável das três dimensões essenciais: económica, social e ambiental. O desenvolvimento sustentável assume-se como um desenvolvimento integrado que engloba diferentes dimensões da vida, é um visão sistémica e holística da realidade, não apenas ligado à preservação dos recursos naturais. É então um imperativo da redefinição das sociedades e das políticas públicas e internacionais.

2.1. As Dimensões do Desenvolvimento Sustentável

Como já foi referido o desenvolvimento sustentável tem três dimensões fundamentais de igual importância. As estratégias de desenvolvimento sustentável, devem deste modo englobar a dimensão ambiental, social e económica. A dimensão ambiental, com a preservação do ambiente e dos recursos naturais, através de práticas de baixo impacto ambiental. A dimensão social, o desenvolvimento das sociedades equitativamente respondendo às necessidades sociais das pessoas e dos seus territórios. E por ultimo, mas não menos importante, a dimensão económica, respondendo à necessidade de desenvolvimento económico mas suportado pela sustentabilidade ambiental e pelas respostas às necessidades humanas e naturais.

As dimensões do desenvolvimento sustentável perspectivam as dimensões da vida, do desenvolvimento e da evolução natural. O equilíbrio e a harmonia entre ambas as dimensões é o reflexo da sustentabilidade, não como uma balança com igual “peso”, mas uma balança sem pesos, sem danos ambientais e sociais, assente em dois pratos, a justiça e a equidade. Quando se falava em desenvolvimento, este era sinónimo de crescimento económico, de aumento de consumo, de aumento da riqueza dos estados e dos cidadãos. Fará sentido continuar a falar de tal desenvolvimento, a resposta é “não”. Não é possível desenvolver sem cuidar, sem preservar, sem equilibrar e sustentar. É neste sentido que as dimensões do desenvolvimento sustentável, são dimensões de igual valor, em que o desenvolvimento de uma, não interfere na outra, em que as três em simultânea reflectem a responsabilidade da evolução humana, em sintonia com as necessidades futuras de um mundo socialmente mais justo e ambientalmente preservado. As dimensões do desenvolvimento sustentável, são três, embora vários autores defendam outras dimensões de igual importância, como a dimensão política e a dimensão cultural. A dimensão política é fundamental para o impulso da vontade social do desenvolvimento sustentável, ser um projecto sem termo, comum e partilhado, por todos os Estados, por todas as regiões geopolíticas do globo. É também assim, uma dimensão cultural e territorial um processo iniciado nas práticas territoriais e locais, assente nas tradições e na cultura dos territórios, é um processo de preservação do saber histórico e cultural, é uma 5ª dimensão (Fig.1) desejável das práticas locais para as práticas globais. O aplaudido diálogo intercultural, tem aqui também a sua dimensão, o passo para o conhecimento e compreensão comum, um passo para o evitável choque de civilizações em nome do desenvolvimento da humanidade.

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Fig.1 – Dimensões do Desenvolvimento Sustentável – 5ª Dimensão

2.2. Desafios para o Desenvolvimento sustentável

Os desafios ao desenvolvimento sustentável são de tamanha relevância que evoca a mudança de paradigmas em todas as suas dimensões, “crescimento económico não é sinónimo de desenvolvimento”, a “natureza não é um bem material”, “o antigo não é antiquado nem pode ser desvalorizado”, “os problemas sociais territoriais não são apenas problemas locais”. Os desafios do desenvolvimento sustentável são paralelos aos desafios da globalização. Para alguns será contraditório esta perspectiva, embora saibamos que o desenvolvimento sustentável depende da mobilização global, depende da mobilização humana e politica em todas as regiões do mundo.

No entanto parece que apenas a “pedagogia da catástrofe”, a coragem e sabedoria que retiramos da experiência de sofrimento associada aos problemas sem resposta do mundo contemporâneo (Soromenho-Marques 2005, p.168), tem tido alguns resultados. As catástrofes naturais mobilizaram o mundo em torno das preocupações ambientais, o mundo económico, apenas com a perspectiva de mais-valias, se mobiliza para o desenvolvimento sustentável. São ainda poucos os verdadeiros empreendedores sociais. Será sempre difícil ver o mundo de outra maneira sem os líderes naturais emergirem. Será difícil explicar que determinada espécie de peixe está em extinção, quando todos os dias é vendido no hiper-mercado, será difícil viver a experiencia da pobreza, fome e miséria da realidade de muitos países, enquanto comemos e desperdiçamos comida durante as refeições. Os países desenvolvidos são os responsáveis por uma boa parte dos problemas mundiais, são eles que devem criar as condições de desenvolvimento sustentável à escala global, ouvindo e planeando com os países em desenvolvimento. Não são eles os poluidores, os consumidores materiais, os exterminadores responsáveis, mas é para eles que socialmente devemos agir, promovendo um consumo justo e consciente do impacto na vida humana e natural.

O desenvolvimento sustentável parte das pequenas acções individuais e locais, é necessário uma maior soberania alimentar, um maior cultivo de alimentos para consumo local, este é um desafio no qual Robertson considera uma caminho da humanidade para “uma experiencia mais saudável e menos geradora de tensões à medida que se vão tornando mais profundamente implicados nas suas comunidades locais e mais estreitamente ligados ao mundo natural” (2007, p. 10).

A conjugação das diferentes dimensões à escala global exige a sabedoria de partilharmos diferenças e valores universais. É necessário o princípio de que os “recursos naturais pertencem a todos, a sua utilização desordenada e competitiva na perseguição do interesse egoísta de cada um traz a ruína de todos” (Magalhães, 2007, p. 42). A exigência ambiental exige o diálogo intercultural com a económica de modo a termos um impacto social global, é necessário responder a este desafio concertadamente, ouvindo e escutando a natureza.

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Os movimentos e acções pela economia solidária são cada vez mais visíveis e entraram no mercado global, embora exista já um diálogo (ou aproveitamento) com a economia neoliberal através da aposta a responsabilidade social das empresas, a economia solidária é realmente encarada como um outro modelo de desenvolvimento, não só económico mas também humano, onde o marketing social, as finanças éticas (ex: microcrédito), as empresas de inserção social, o comércio justo e o consumo responsável, e também as novas tecnologias livres como os softwares livres e wikis (promotores do acesso gratuito à tecnologia e conhecimento, ex: wikipédia), fazem parte do seu desenvolvimento.

3. PROPOSTAS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Actualmente são notórias as iniciativas solidárias enquanto resposta à crise global, é notória a vontade de responder aos problemas actuais. Os movimentos colectivos de cidadãos têm cada vez mais emergido para responder a problemas comuns, unem-se na distribuição de roupas e alimentos, unem-se na pela conservação dos seus depósitos bancários, pela manutenção dos seus postos de trabalho, enfim, um pouco por todas as suas necessidades comuns. No entanto os milhões de euros gastos para a sustentabilidade de bancos, de multinacionais, de interesses privados, em nome do interesse comum e pela manutenção dos empregos, não pode ser a resposta para o desenvolvimento sustentável. A manutenção de fortunas e interesses privados deve ser inevitavelmente abolida. São necessárias mudanças de paradigma urgentes, para que esta crise não crie ainda mais riqueza aos “mesmos” e injustiça no desenvolvimento e na luta pela equidade humana. São necessárias mudanças urgentes, não para a bandeira aclamada do desenvolvimento sustentável utilizada em estratégias de marketing nos bancos, nas gasolineiras, pelas multinacionais ou pelos discursos políticos.

É deste modo que a Economia Solidária apresenta um caminho alternativo e sustentável, um caminho onde a pessoa não é um número, e a natureza não é um bem privado. Neste sentido sugerem-se algumas iniciativas de cariz nacional e local, para um real desenvolvimento sustentável:

• Constituição de um Banco Social para o Desenvolvimento – um banco de dimensão nacional de interesse comum, privilegiando o crédito (onde se inclui o microcrédito) para actividades empreendedoras, para financiamento de actividades geradoras de emprego e para o financiamento da economia social;

• Criação de Produtos de Comércio Justo numa Lógica Nacional – valorização de produtos oriundos da economia social, economia familiar (empresas familiares), produção biológica e produção tradicional. Definição de percentagem de compras publicas destes produtos;

• Plataforma Alimentar – Criação de uma plataforma/cooperativa de produtos alimentares de pequenos e médios produtores (incluindo economia social e economia familiar), de abastecimento urbano, com o objectivo de devolver e sustentar o trabalho agrícola e combater a desertificação enquanto fonte de rendimento e de emprego e de preservação da biodiversidade;

• Promoção de Novas Actividades Económicas na Economia Social – Recuperação das empresas de inserção, criação de empresas sociais de serviços de proximidade, de serviços ao sector privado e publico.

• Certificação e Valorização das Actividades Económicas (produtos e serviços) de economia solidária (economia social e privada). Entidades que criam riqueza sustentável (preservam o ambiente, apoiam o emprego, não criam riqueza (entendida como objectivo primordial) privada, que contribuem para o desenvolvimento local, devem ser valorizadas e apoiadas pelo Estado.

É necessário um novo modelo (Fig.2) de desenvolvimento, através de um financiamento credível e justo, novas fontes de financiamento e de poupança para novas actividades económicas produtos e serviços de resposta à procura do mercado, mas também às necessidades humanas e do planeta. De um banco que procura o desenvolvimento com transparência e boa governância. São estes produtos e serviços que devem ser certificados pelo seu contributo para um desenvolvimento sustentável, de modo a serem valorizadas pelo

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Estado e cidadãos. É assim, que neste modelo caberá a todos individualmente e colectivamente, fazerem parte de um desenvolvimento desejável e sustentável, onde a riqueza gerada é humana e universal em detrimento da material e individual.

Fig.2 – Novo Modelo de Desenvolvimento

A economia social não deve ficar refém do Estado, mas sim o Estado da capacidade de resposta da economia social, para encontrar soluções para os problemas sociais. O Estado deve assim apoiar incondicionalmente a economia social. A procura de novas respostas, competitivas com o sector privado através do apoio do Estado, da inovação social, do empreendedorismo social e dos serviços de proximidade, deverá ser também uma missão da economia social, uma nova missão, daí uma nova designação, a Economia Solidária para um real desenvolvimento sustentável.

CONCLUSÃO

À crise actual necessitamos de respostas integradas e concertadas. Devemos agir em todos os domínios, no político, no económico, no social, no ambiental e no territorial. É assim com respostas locais e renovações estruturais económicas que poderemos agir sustentávelmente. Com este modelo a base de desenvolvimento económico é transparente e promotora da criação de emprego, viabilizando uma ética na gestão e na comunicação, privilegiando o ganho sustentável em detrimento do individual. No entanto é também promotora de novas actividades, de novos serviços e de tecnologias sociais que promovam identidade social,

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a função produtiva individual na comunidade. São produtos e serviços sustentáveis que exigem novas práticas de gestão e de governação, assentes na capacitação de todos e na contribuição para a comunidade onde se inserem. Para a valorização destas actividades, é necessária uma certificação da comercialização sustentável, dos seus valores e princípios para o desenvolvimento da dimensão local à global. A sustentação depende destas actividades depende dos seus consumidores. É assim que se apela ao consumo consciente e responsável dos cidadãos e dos Estados. A base desta proposta de modelo de desenvolvimento sustentável, é então a base económica daquilo que poderemos chamar de Economia Solidária.

As limitações deste modelo são inúmeras, desde a vontade política à supremacia económica de interesses privados. Algumas das ideias, os mais reticentes dirão que são utópicas. No entanto estas actividades existem um pouco por todo o mundo e em momentos de crise, a solidariedade e os movimentos colectivos são uma resposta, é assim que acreditamos que “agora”, é a altura de tornar as utopias em realidades.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu “mentor”, Professor Doutor Rogério Roque Amaro, pela capacidade de me fazer acreditar na possibilidade de um outro desenvolvimento. Agradeço ao meu Pai, José Sousa Domingues, pela simplicidade em que me ensinou a valorizar o mundo natural.

REFERENCIAS

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Boulianne, 2003 e Demoustier, 2004, cited in Ramos, M. C. P. - 2º CONGRESSO NACIONAL DOS ECONOMISTAS : Economia solidária, Estado-providência e promoção do emprego, p.6

Filho, Genauto C., 2007.Teoria e Prática em Economia Solidária: Problemática, desafios e vocação. Civitas – Revista de Ciencias Sociais, Porto Alegre n.º1 pp.155-174

Johnson, Pierre W., 2004. Comercio Justo e Solidário. São Paulo, Instituto Polis, pp 22-23

Laville, Jean-Louis e Gaiger, Luiz Inácio, 2009.Economia Solidária in Dicionário Internacional da Outra Economia. Coimbra: Ces, pp-162-166

Laville, Jean-Louis e Cattani, António David, 2005. “Dictionnaire de L’Autre Économie”, Paris : Desclée de Brouwer, p.303

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Robertson, James, 2007. Transformar a Economia: Desafio para o Terceiro Milénio. 10.º Ed Águas Santas. Edições Sempre em Pé, pp 10-15

Soromenho-Marques, Viriato, 2005. Metamorfoses – entre o colapso e o desenvolvimento sustentável. Edição n.º 104528/8636, Publicações Europa-América, LDA. Mem Martins, pp 13-197