46
Portugal global Pense global pense Portugal Julho 2011 // www.portugalglobal.pt Destaque O mar como activo estratégico 6 Entrevista Tiago Pitta e Cunha 8 Canadá Potencial para as empresas portuguesas 24 Empresas Bestbed ® , Logicomer e Laborial 16

2011.07 Portugalglobal 35

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Potencial para as empresas portuguesas 24 O mar como Canadá Bestbed ® , Logicomer e Laborial 16 Entrevista Tiago Pitta e Cunha 8 Pense global pense Portugal Julho 2011 // www.portugalglobal.pt

Citation preview

Page 1: 2011.07 Portugalglobal 35

PortugalglobalPense global pense Portugal

Julh

o 2

011

// w

ww

.po

rtu

gal

glo

bal

.pt

Destaque O mar como activo estratégico 6

EntrevistaTiago Pitta e Cunha 8 Canadá Potencial para as empresas portuguesas 24

EmpresasBestbed®, Logicomer e Laborial 16

Page 2: 2011.07 Portugalglobal 35
Page 3: 2011.07 Portugalglobal 35

sumário

Julho 2011 // www.portugalglobal.pt

Destaque // 6Os novos desafios do mar e o seu potencial para a economia portuguesa são destaque nesta edição da Portugalglobal. Um estudo de Ernâni Lopes, da SAER, estima que o potencial da economia do mar poderá rondar os 20 mil milhões de euros se houver uma correcta utilização do potencial das actividades ligadas à área marítima portuguesa, o que permitirá duplicar o seu peso no PIB até 2025.

Em entrevista, Tiago Pitta e Cunha, consultor do Presidente da República para os assuntos do mar, fala-nos desta temática como sendo um desígnio estratégico para o país e da necessidade de haver uma política integrada para o mar.

Empresas // 16BESTBED®: Conforto inovador e amigo do ambiente.LOGICOMER: Recuperação de créditos em expansão internacional.LABORIAL: Inovação no projecto de laboratórios.

Mercados // 24Economia sólida e aberta ao exterior, o Canadá oferece inúmeras oportunidades às empresas portuguesas quer ao nível da exportação quer em termos de potencial para investimentos em sectores de aposta como são o caso das energias renováveis ou das tecnologias de informação. O relacionamento económico bilateral revela assim potencial para crescer, fortalecendo os laços que já unem os dois países.

Análise de risco por país – COSEC // 34Veja também a tabela classificativa de países.

Estatísticas // 38Investimento directo e exportações.

Feiras e eventos// 40

AICEP Rede Externa // 42

Bookmarks // 44

Page 4: 2011.07 Portugalglobal 35

EDITORIAL

// Julho 2011 // Portugalglobal4

As opiniões expressas nos artigos publicados são da res-

ponsabilidade dos seus autores e não necessariamente

da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.

A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal

não implica qualquer compromisso por parte desta

com os produtos/serviços visados.

Revista PortugalglobalAv. 5 de Outubro, 101

1050-051 LisboaTel.: +351 217 909 500Fax: +351 217 909 578

Propriedadeaicep Portugal Global

O’Porto Bessa Leite Complex

R. António Bessa Leite, 1430 – 2º

4150-074 Porto

Tel.: +351 226 055 300

Fax: +351 226 055 399

NIFiscal 506 320 120

Comissão Executiva

Basílio Horta (Presidente), Eurico Dias,

José Vital Morgado, Luis Florindo,

Teresa Ribeiro

Directora

Ana de Carvalho

[email protected]

Redacção

Cristina Cardoso

[email protected]

Vitor Quelhas

[email protected]

Colaboram neste número

Direcção de Informação da AICEP,

Direcção Internacional da COSEC,

Pedro Moitinho de Almeida, Raul Travado,

Tiago Pitta e Cunha.

Fotografia e ilustração

Exponor, ©Fotolia, ©Messe Frankfurt

Exhibition GmbH, Rodrigo Marques

Publicidade

Cristina Valente Almeida

[email protected]

Secretariado

Cristina Santos

[email protected]

Assinaturas

REGISTE-SE AQUI

Projecto gráfico

aicep Portugal Global

Paginação e programação

Rodrigo Marques

[email protected]

ERC: Registo nº 125362

A selecção de destaques e mercados que a Portugalglobal agenda para cada uma das suas edições, tem como finalidade não apenas, gerar informação pertinen-te e actualizada focada nos seus leitores, mas também potenciar uma reflexão, tanto no plano interno como externo, em torno de núcleos temáticos que de-safiem a capacidade empreendedora do tecido empresarial e a afirmação positiva do país na comunidade global.

É, portanto, nesta medida, que a nossa aposta editorial foi feita no Mar e nos seus quase inesgotáveis recursos, se considerados numa óptica de susten-tabilidade. Na realidade, tanto a Zona Económica Exclusiva (ZEE) como a futura jurisdição sobre as riquezas do solo e do subsolo da Plataforma Continental cons-tituem, em conjunto, uma oportunidade ímpar para o desenvolvimento do país, tanto do ponto de vista económico como social. Com geografia, história, tradição e saber, nomeadamente técnico-cientí-fico de ponta, ligados ao mar, Portugal encontra-se entre os países mais bem po-sicionados para explorar adequadamen-te os seus recursos marinhos.

A bem documentada entrevista de Tiago Pitta e Cunha, consultor do Presidente da República para os assuntos do Mar, re-alça não apenas o histórico das relações de Portugal com o Oceano, mas também o enorme potencial do mar português, elegendo-o como activo estratégico de desenvolvimento. Deixa claro, tal como o estudo de Êrnani Lopes (SAER), que um futuro de prosperidade sustentável pas-sa necessariamente, em Portugal, pelas águas que o banham, tanto em termos dos recursos da sua linha de costa como da ZEE e daquelas que se estendem ao

solo e subsolo da Plataforma Continen-tal. Assim, incontornável, o mar quer entrar novamente na agenda das prio-ridades nacionais, não só do ponto de vista do discurso e do empreendedoris-mo privado e público, como também da exploração integrada dos seus recursos, tendo como princípio a salvaguarda de um património que continue a gerar ri-queza e que chegue preservado às gera-ções futuras.

Na área dos Mercados, é realçada, na outra margem do Atlântico, a sólida relação de cooperação e amizade entre Portugal e o Canadá (onde reside uma expressiva comunidade portuguesa), relação que excede a esfera do comér-cio bilateral e se projecta no âmbito de parcerias internacionais, de que são exemplo organizações tão fundamen-tais como a ONU ou a OCDE. Por outro lado, muito embora o mercado canadia-no não tenha ficado imune à desacele-ração da economia global, continua a manter um bom ritmo de crescimento, marcado pela estabilidade e pelo exce-lente relacionamento económico com os seus parceiros tradicionais e com as mais pujantes economias emergentes (BRIC). Neste panorama internacional, o relacio-namento económico entre Portugal e o Canadá, embora modesto, oferece ain-da boas oportunidades para os investi-dores portugueses, designadamente ao abrigo de um Acordo Económico e Co-mercial entre a UE e o Canadá, de âmbi-to global, cuja conclusão se aguarda até ao final de 2012, e que será particular-mente favorável à actividade económica do relacionamento bilateral.

JOSÉ VITAL MORGADOAdministrador Executivo da AICEP

Um mar de oportunidades

Page 5: 2011.07 Portugalglobal 35

investimentoe criação de emprego

∫ 73% do crédito concedido pelo BES é a Empresas

∫ 3 em 4 PME Líder são Clientes do BES

∫ Quota de mercado de 19% nas Linhas de Crédito PME Investe

VAMOS PÔR OSPONTOS NOS “is”

Quem sabe, sabe e as empresas que vão mais longe é que sabem.

Empresas

internacionalização

∫ Líder de Mercado no Trade Finance com uma quota de mercado de 27% tendo sido eleito, pelo 5º ano consecutivo, como Best Trade Finance Bank em Portugal, pela Revista Global Finance

∫ Programa consolidado de Missões Empresariais desde 2006

∫ Único Banco com estrutura comercial especializada no apoio à internacionalização das empresas (Unidade Internacional Premium)

inovação

∫ 200 M€ de activos em fundos de venture capital, que investem em empresas inovadoras

∫ 2 M€ de prémios concedidos no âmbito do Concurso Nacional de Inovação BES

∫ Único Banco com estrutura comercial de especialistas dedicados ao apoio de empresas inovadoras

O BES é o banco líder no apoio às PME, centrando a sua intervenção no apoio ao Investimento, à Internacionalização e à Inovação das empresas nacionais. Para mais informações contacte o Banco Espírito Santo através do seu gestor ou consulte o site www.bes.pt/empresas

Page 6: 2011.07 Portugalglobal 35

DESTAQUE - ENTREVISTA

// Julho 11 // Portugalglobal6

OS NOVOS DESAFIOS DO MARCada vez mais o mar revela-se com um quase inesgotável manancial de recursos e de oportunidades de negócios para as grandes empresas (GE) e PME, seja em termos de áreas costeiras, seja no âmbito da Zona Económica Exclusiva (ZEE) ou da futura extensão da plataforma continental de Portugal, para além dos limites actuais das 200 milhas náuticas, que conferirá ao país o direito de explorar os respectivos riquezas em matéria de solo e subsolo marinhos. Não surpreende, pois, que, segundo o estudo de Ernâni Lopes, o potencial da economia do mar possa rondar um valor estimado em 20 mil milhões de euros, isto se houver uma correcta utilização do potencial das actividades ligadas à área marítima portuguesa, o que permitirá duplicar o seu peso no PIB até 2025.

Page 7: 2011.07 Portugalglobal 35

DESTAQUE

Portugalglobal // Julho 11 // 7

“Conhecimento e empreendedorismo podem e devem potenciar boas práticas empresariais de excelência e cooperação entre actores estratégicos públicos e privados, de modo a colocar o mar português no centro das políticas nacionais e da economia global, contribuindo para o esforço exportador e para o prestígio e reposicionamento do país na comunidade internacional.“

É tempo, é hoje voz unânime, de o país alavancar o seu desenvolvimento com políticas públicas e investimentos privados que olhem para o mar com uma activo estratégico sustentável re-lativamente ao qual Portugal não pode passar ao lado, correndo o risco de per-der uma oportunidade de se posicionar atempadamente na corrida europeia e global às potencialidades e aos recur-sos do mar, que hoje representam cerca de 6 por cento do PIB e que amanhã podem representar bastante mais.

Hoje o mar tornou-se uma fonte de re-cursos que depende da construção de uma economia marítima próspera ao serviço da qualidade de vida e do bem-estar social e respeitando o ambiente, garantindo a sua sustentabilidade. Nes-te novo panorama, o mar representa uma grande oportunidade para novas actividades económicas que, impul-sionadas pelos avanços tecnológicos recentes, começam a orientar o seu in-teresse e acção para o mar, obrigando a novas formas de gestão, numa lógi-ca de defesa e salvaguarda activa dos interesses nacionais, numa lógica de inovação, modernidade e internaciona-lização. Neste nova óptica, o mar repre-senta uma prioridade, que ao abranger um vasto leque de actividades de forma integrada, que se estende não apenas ao transporte marítimo e aos portos, à construção e à reparação navais, aos recursos alimentares e à energia, mas também ao turismo diversificado e sus-tentável, bem como a gestão da biodi-versidade, constitui um poderoso motor de desenvolvimento estratégico.

A posição geográfica de Portugal, a sua centralidade e o know-how acumula-do, tanto do ponto de vista da experi-ência histórica como do avanço científi-co, representam uma mais-valia para os actores públicos e privados investirem na economia do mar, seja acautelando e desenvolvendo políticas e estratégias coordenadas, seja desenvolvendo pro-jectos empreendedores que finalmente coloquem o mar na luz da ribalta e o posicionem como um dos pilares da cultura e do desenvolvimento social e económico do país.

Domínios de actividade, que se querem competitivos e que têm o mar como fonte de recursos vários, de produção industrial e de inovação em matéria de novas tecnologias, produção e co-mercialização, que se traduzam em exportação de bens e serviços, como sejam, entre outras, a actividade por-tuária e a logística; os recursos minerais e energéticos da plataforma continen-tal; a captura de energia renovável; as actividades de investigação e as biotec-nologias e os biocombustíveis; gestão e preservação dos recursos marinhos;

na de instituições interessadas na im-plementação da economia gerada pelo oceano português e que apostam em projectos de cooperação em matéria de acções de valorização e defesa do potencial estratégico bem como de projectos de desenvolvimento estrutu-rante da economia do mar.

Trata-se, pois, de converter não só o mar em aposta nacional, mas também como marca de água da identidade de um povo, que teve o mar como um ele-mento pioneiro da globalização, e que agora, no século XXI, depois de muitos sobressaltos e de desinteresse pelo mar nas últimas décadas como factor de riqueza e progresso nacionais, volta a depositar no mar e na sua economia a sua confiança, como desígnio estratégi-co capaz de gerar uma nova dinâmica empresarial e riqueza colectiva, a seme-lhança de outros países europeus que encontraram no mar um significativo contributo para a sua prosperidade.

É neste sentido que conhecimento e empreendedorismo podem e devem potenciar boas práticas empresariais de excelência e cooperação entre ac-tores estratégicos públicos e privados, de modo a colocar o mar português no centro das políticas nacionais e da economia global, contribuindo para o esforço exportador e para o prestígio e reposicionamento do país na comuni-dade internacional.

Ou, nas palavras de Êrnani Lopes, a quem se deve a coordenação do estu-do sobre o “hipercluster” da economia do mar que a Associação Comercial de Lisboa encomendou ao ex-ministro das Finanças: “Numa época de des-continuidades e de novas afirmações estratégicas, a exploração dos sectores de actividade económica relacionadas com o mar, aparece, assim, para Por-tugal, como uma relevante via de cria-ção de condições de sustentabilidade estrutural futura que, para além do potencial em termos de valor e poder, é, também, constituinte da sua identi-dade histórica”. Ou seja, o mar como desígnio nacional para o futuro.

as pescas no alto mar, a aquicultura e a indústria do pescado; a actividade marítimo-turística; a náutica de recreio desde os cruzeiros à desportiva e ao lazer; preservação do património marí-timo-cultural; o sol e mar reinventados e requalificados, enfim, actividades que hoje representam cerca de 6 por cento do PIB, alcancem, no médio prazo, por efeito directo e indirecto da economia do mar, uma taxa de crescimento de mais de 11 por cento do PIB, 12 por cento do emprego, 17 por cento dos impostos indirectos e 15 por cento das margens comerciais, fazem parte actu-almente da nova agenda estratégica.

Para o debate empresarial em torno de uma economia do mar, têm contribu-ído o Fórum Empresarial da Economia do Mar e a Associação Oceano XXI, que representam mais de uma cente-

Page 8: 2011.07 Portugalglobal 35

DESTAQUE - ENTREVISTA

// Julho 11 // Portugalglobal8

TIAGO PITTA E CUNHAConsultor do Presidente da República

O MAR COMO DESÍGNIO ESTRATÉGICO

Licenciado em Direito, não o assustam os fantasmas que ainda habitam, por força da inércia, o mar português. Para ele o mar é, pelo contrário, sinónimo de modernidade e de futuro, dado o seu potencial como activo estratégico para o desenvolvimento do país. Não tem medo das palavras e tem o seu favor a defesa entusiástica da causa do mar e o facto de ter feito uma carreira de reconhecido mérito nas Nações Unidas e na Comissão Europeia, onde representou Portugal nos assuntos marítimos, tendo desempenhado, entre outras funções, a de coordenador da Comissão Estratégia dos Oceanos. É actualmente consultor do Presidente da República para os assuntos do ambiente, da ciência e do mar.

Page 9: 2011.07 Portugalglobal 35

DESTAQUE - ENTREVISTA

Portugalglobal // Julho 11 // 9

Depois dos grandes impérios marítimos da Europa, estão actualmente os europeus a redescobrir o mar? A Europa não está propriamente a redescobrir o mar por-que ela tem sido ao longo do tempo a maior potência naval do mundo. Em termos económicos, é o continente em que existem mais empresas, mais emprego e mais riqueza ge-rados pelo mar, o que não é alheio à geografia europeia. Para os europeus foi sempre mais fácil viajar por mar do que por terra, sendo que a linha costeira da Europa é três vezes maior do que a de África. Foram estas características que fizeram a aptidão dos europeus para navegar e que construíram os grandes impérios navais europeus.

Como é que encara hoje a Europa a sua relação com o mar?Recentemente foi lançada em Bruxelas a política marítima europeia integrada, o que significa, por um lado, que pela primeira vez a Europa, no seu todo, começa a olhar para o mar, porque até aqui os países europeus relacionavam-se com o mar individualmente. E começa-se a olhar para o mar precisamente na perspectiva que Portugal tem vindo a defender, que é olhar para o mar como um todo.

Como surge o actual conceito de uma política integrada par o mar?Foi desenvolvido primeiro pela Austrália, em 1998, que utilizou o Ano Internacional dos Oceanos, que tinha sido uma proposta portuguesa no início da década de 90, para coincidir com a EXPO’98. Assim, foram os australianos que apresentaram a primeira estratégia para o mar, a qual se re-flectiu depois na Comissão Estratégica dos Oceanos criada em Lisboa no governo Barroso. A partir daqui, um conjunto de países, em que se destacam Portugal, França e Espanha, impulsionou a política integrada da UE para o mar, a qual foi desenvolvida também durante o primeiro mandato de Durão Barroso na Comissão Europeia.

bens de consumo nas ex-colónias. Por isso, podemos dizer que havia um cluster do mar significativo nesta época, desde a construção naval até à marinha mercante.

De que modo o 25 de Abril veio alterar esta situação?Houve um factor que tornou a questão do mar problemáti-ca para quem fez o 25 de Abril: o mar era utilizado na pro-paganda do Estado Novo para justificar a existência do país do “orgulhosamente sós” e em que era afirmada uma “au-to-suficiência” que foi sustentada por um culto exacerbado de personalidade heróicas que povoavam a história e os mitos da relação dos portugueses com o mar – a exaltação de D. Henrique e da Escola de Sagres, a saga dos Descobri-mentos, os feitos de Vasco da Gama, as moedas cunhadas com as caravelas. Seja como for, este culto da saga do mar português tinha um aspecto positivo, pois projectava uma imagem icónica no estrangeiro, o que é importante em ter-mos de marketing estrutural de um país: tornava-o distinto, diferenciável, e isso aportava valor e reconhecimento.

O mar, que era sinónimo de império para o Estado Novo, passou a representar, para o pós-25 de Abril, um desconfortável sinónimo de passadismo?Pode-se dizer que o país que emergiu do 25 de Abril perdeu apetência pelo mar, tendo-se tornado o mar algo de serô-dio, atávico, messiânico, sebastianista, não um factor posi-tivo mas como coisa nostálgica. Mas a esta questão política junta-se uma questão sociológica importante. O 25 de Abril não foi apenas uma revolução política, representou uma mudança social e uma rotura com os padrões de produção e consumo em Portugal. Neste processo, todo o sector pri-mário, agricultura e pescas, desapareceu paulatinamente. Passámos a ser cada vez mais uma economia de serviços, que repudiou profundamente o sector primário, criando-se a convicção de que Portugal é um país que por definição não é auto-suficiente e nunca poderá sê-lo. Quanto a si, esta convicção teve repercussões negativas no desenvolvimento do país. Em que termos? Afectou sobretudo a auto-estima do país e as metas que é necessário alcançar: empreendedorismo, desenvolvimento, bem-estar, qualidade de vida. Seguidamente, a partir dos anos 80, surgiu outro factor também ele político, que foi a ideologia da integração europeia, consensual pelo menos nos grandes partidos que nos têm governado, e que signifi-cou a substituição da geografia por esse projecto económico -ideológico da adesão europeia. O resultado foi que, hoje em dia, os portugueses não conhecem exactamente o país em que vivem. Entretanto, a euforia europeia está a desvanecer-se na desilusão desta crise económica e financeira e no endi-vidamento a que Portugal chegou.

Qual o balanço que podemos fazer actualmente?Quando cheguei a Portugal vindo das Nações Unidas, onde trabalhei entre 1998 e 2002 nas questões relativas aos oce-anos nas políticas públicas, para coordenar a Comissão Es-tratégica dos Oceanos, como uma primeira tentativa para pensar o mar como um todo, não existia em Portugal uma única tese de doutoramento sobre economia do mar. E até

“Durante estes anos todos, desde o 25 de Abril, temos utilizado o mar apenas quer como um adorno simbólico ou um pano de fundo da retórica do discurso político, quer como mero recurso de marketing para ilustrar exposições como a EXPO.”

Fica-se no entanto com a impressão de que se a Europa historicamente nunca abandonou o mar, o mesmo não se passou com Portugal. Durante as três últimas décadas os portugueses viveram pra-ticamente voltados de costas para o mar enquanto fonte de riqueza, chegando o mar a ter uma conotação de ser coisa do passado. Entre essas razões, há uma de ordem política, que tem que ver com o facto de o mar ter sido uma priorida-de do Estado Novo, dado que então o desígnio político era a manutenção da integridade territorial do império ultramarino e a sua ligação à Metrópole, o que permitia o escoamento de matérias-primas no sentido da metrópole e a introdução de

Page 10: 2011.07 Portugalglobal 35

DESTAQUE - ENTREVISTA

// Julho 11 // Portugalglobal10

há bem pouco tempo os portugueses não tinham uma per-cepção do mar como uma activo estratégico. Basta dizer que o estudo do Prof. Ernâni Lopes sobre o Hipercluster da Economia do Mar é de 2009. A própria EXPO’98, cujo tema foi os oceanos e o futuro, não nos deixou do mar qualquer visão política ou pensamento estratégico. Durante estes anos todos, desde o 25 de Abril, temos utilizado o mar ape-nas quer como um adorno simbólico ou um pano de fundo da retórica do discurso político, quer como mero recurso de marketing para ilustrar exposições como a EXPO. Só agora, muito recentemente nos começamos verdadeiramente a aperceber da importância do mar para o nosso futuro.

O que é que mudou a partir do estudo de Ernâni Lopes?Esse estudo tem contribuído muito para que se volte a olhar o mar como um activo económico, desde logo pelo prestígio que lhe trouxe Ernâni Lopes e surge na sequência de outros estudos. Antes dele, houve um factor de mudança funda-mental: o “Relatório da Comissão Estratégica dos Oceanos” – que foi elaborado durante o governo Barroso, por uma vasta equipa multidisciplinar, de que fui o coordenador e de que fazia parte o Prof. Ernâni Lopes. Pode-se dizer que até ao aparecimento deste relatório, em 2004, não existia em Portugal um conceito verdadeiramente estruturado de geo-política do mar e uma visão integrada e estratégica do mar. Este relatório deu origem, por sua vez, à actual Estratégia Na-cional para o Mar, que foi desenvolvida no primeiro governo Sócrates, tendo entrado em vigor em Janeiro de 2007.

Em que medida temos condições para implementar uma política integrada do mar?Temos acumulado um vasto conhecimento nas nossas uni-versidades ligado ao mar em matérias como a oceanogra-fia, biologia, geologia, entre outras, que os nossos decisores económicos, na sua maior parte e até agora, não souberam ir buscar e potenciar, transformando-as em inovação e pro-duto. Contudo, na área da ciência, Portugal fez nos últimos 15 anos enormes progressos. Portugal chegou, inclusiva-mente a ser o 8º país do mundo fazedor de estudo e artigos citados em revistas científicas internacionais sobre o mar.

No entanto tem-se a sensação que a economia do mar esbarra com enormes obstáculos…Temos ainda enormes barreiras na área da Administração, com uma proliferação de entidades reguladoras na área do domínio público marítimo, que se interpõe entre a iniciativa privada e o mar. As concessões do domínio público marí-timo continuam a ser um mar de dificuldades. Há outras dificuldades. Por exemplo os empresários do sector do tu-rismo costeiro não compreendem a sua ligação ao mar, pois preocupam-se quase exclusivamente com a sua actividade turística e hoteleira e menos com a preservação do recurso básico da sua indústria, que é o mar.

Daí a importância da introdução do mar no pensamento estratégico português quando se fala de desenvolvimento económico e social?Basta dizer que Portugal, no âmbito da União Europeia, é dos países costeiros que gera menos emprego na área da eco-

nomia do mar, com excepção do turismo costeiro. Em tudo o resto ficamos para trás. Por um lado, porque o Estado só tem criado entraves, pois não se preocupou em ver no mar um activo estratégico para o país, permitindo um acesso fácil à iniciativa privada. Por outro lado, a iniciativa privada nesta área é fraca. Em Portugal, com uma ou outra rara excepção, não há grupos económicos que invistam no mar.

Como é que está a defesa dos interesses de Portugal em matéria de Plataforma Continental?As Nações Unidas aprovaram, em 1982, a convenção do Direito do Mar, que entrou em vigor em 1994. É nesta con-venção que se estipula o direito do mar que nos rege em termos internacionais e nomeadamente as jurisdições dos Estados em matéria de zonas económicas exclusivas (ZEE). E

“É importante recuperarmos a questão do mar não apenas em função do potencial económico, mas também pela auto-estima e pela centralidade geográfica que esta questão confere a Portugal, factores que são fundamentais para o nosso desenvolvimento no seio da União Europeia.”

prevê-se também a possibilidade de alguns países costeiros poderem contar, para além da zona económica exclusiva de 200 milhas, que esta zona seja estendida, em termos de jurisdição do solo e subsolo marinho, não em termos da coluna de água e de superfície, à denominada plataforma continental. E é precisamente quanto à plataforma conti-nental que o país tem estado a trabalhar de forma eficiente nos últimos anos, o que tem contribuído para que Portugal compreenda melhor as potencialidades contidas no alarga-mento da sua jurisdição sobre o solo e o subsolo marinhos para além da ZEE. Refira-se que a nossa ZEE já é a maior dos países da União Europeia, o que faz com que tenhamos 20 vezes mais mar do que terra.

Considera que esta nova percepção da nossa dimensão marítima pode contribuir para um reposicionamento do país perante o mar? É importante recuperarmos a questão do mar não apenas em função do potencial económico, mas também pela auto-esti-ma e pela centralidade geográfica que esta questão confere a Portugal, factores que são fundamentais para o nosso desen-volvimento no seio da União Europeia. Daí a importância da economia do mar como alavanca de desenvolvimento, primei-ro porque nos traz dimensão (somos não só a maior ZEE da Europa como a 11ª maior do mundo), depois porque com o levantamento da Plataforma Continental, Portugal pode ficar entre os primeiros países em termos oceânicos.

O que falta para garantir a jurisdição sobre a Plataforma Marítima?A ZEE está garantida pela convenção das Nações Unidas, a

Page 11: 2011.07 Portugalglobal 35

DESTAQUE - ENTREVISTA

Portugalglobal // Julho 11 // 11

que Portugal aderiu em 1998. Quanto à Plataforma Con-tinental, é necessário que as Nações Unidas analisem o trabalho feito pela equipa que, em Portugal, é coordenada pelo Prof. Manuel Pinto de Abreu, para que a partir deste trabalho o país possa demonstrar que a sua pretensão é le-gítima. Entretanto devemos começar a formar uma signifi-cativa massa crítica intelectual para podermos depois iniciar a prospecção e a exploração da Plataforma Continental.

Perante este cenário, podemos dizer que Portugal já tem um cluster do mar em condições de dar resposta a este novo desafio?Um cluster é uma realidade factual, que existe ou não exis-te. Gosto de citar a propósito um trabalho do Prof. João

como a economia do mar em Portugal é ainda muito em-brionária, não existe uma forte relação e inter-relação entre os diversos sectores, como sejam os portos, construção na-val, transportes marítimos, embora a economia do mar re-presente actualmente um activo estratégico incontornável.

Tem-se falado nesse potencial económico e tem-se mesmo avançado números. É possível estimar neste momento o valor deste activo estratégico?Os negócios do mar vão desde o turismo de cruzeiro à cons-trução naval, passando pelo transporte marítimo e as biotec-nologias marinhas, entre outros. Como não existe um cluster, é difícil quantificar. É claro que existem actividades económicas relacionadas com o mar – portos, logística, estaleiros, turis-mo, biotecnologias, entre outras – mas não é realista tentar-se quantificar essa actividade enquanto potencial investimento.

E quanto às nossas pescas, que sempre foram uma peça importante da nossa economia do mar? Sem dúvida que as pescas têm um enorme impacto eco-nómico, cultural e social. Portugal é dos países da Europa com maior número de pescadores e que tem uma pesca de características bastante artesanais, baseado em muitas pequenas embarcações e tripulações. Por isso as pescas – e sobretudo a pesca artesanal – são um valor a proteger, por-que são um importante activo para o país.

Será que a resposta à crise actual, que é particularmente exigente, poderá contribuir para que Portugal tenha uma nova percepção do mar como activo estratégico?O país precisa de se reinventar nos próximos dois ou três anos. Neste sentido, penso que poderemos gastar menos o

“O país precisa de se reinventar nos próximos dois ou três anos. Neste sentido, penso que poderemos gastar menos o que é dos outros e explorar mais o que é nosso, entrando aqui os recursos naturais, em que o mar tem um papel fundamental.”

Confraria, reputado economista e professor da Universida-

de Católica, que indica que os agentes da economia do mar

em Portugal além de se encontrarem dispersos por inúme-

ros sectores, têm uma fraca ligação entre si, se comparados

com outros clusters. Ou seja, não existe entre esses agentes

a convicção de que pertencem a um cluster. Por outro lado,

Page 12: 2011.07 Portugalglobal 35

DESTAQUE - ENTREVISTA

// Julho 11 // Portugalglobal12

que é dos outros e explorar mais o que é nosso, entrando aqui os recursos naturais, em que o mar tem um papel fun-damental. É importante criarmos novas fontes de riqueza, novos sectores económicos para explorar.

Duas questões: a economia do mar é um negócio para grandes empresas ou também inclui as PME e, neste sentido, de que modo é importante para as nossas exportações?Os sectores da economia do mar são tão vastos e transversais que permitem que operem diferentes tipos de empresas em função dos sectores. Se estivermos a pensar numa exploração futura da Plataforma Continental, não é crível que em Por-tugal haja muitas empresas com capacidade para a explorar, para além de uma GALP em parceria com uma EDP, e empre-sas estrangeiras, portanto empresas de grande dimensão e com vastos recursos financeiros, porque a exploração do solo e do subsolo marinhos requer investimentos intensivos. Con-tudo há nichos para pequenas e médias empresas (PME) na Plataforma Continental, mas muito especializados.

Pode apontar actividades que podem ser desenvolvidas sob a forma de parcerias entre PME e grandes empresas (GE)?Uma delas é a aquacultura de pescado do mar, em água sal-gada (no mar ou em terra). Em Portugal come-se em média 60 kg de peixe por pessoa/ano, sendo a média europeia de 24 kg e a média mundial de 16 kg. É claro que pelo me-nos 50 por cento deste peixe é bacalhau, que é importado principalmente da Noruega. Entre bacalhau e outros pei-xes importamos dois terços a três quartos do pescado que consumimos, o que pesa na balança comercial de pescado, traduzindo-se num défice de mil milhões de euros anuais. Nós não pescamos, não capturamos, mais de 25 por cento do peixe que consumimos. Num momento em que o país precisa de reduzir as importações ou de compensar as im-portações com exportações, é fundamental virar-se para a aquicultura. Até ao investimento da Pesca Nova no nosso país, Portugal produzia num bom ano, entre 7 e 9 mil tone-ladas de peixe em aquicultura, enquanto outros países pro-

duzem bastante mais: República Checa (30 mil toneladas), Grécia (100 mil), a Espanha (cerca de 300 mil).

Porquê esta disparidade de números?No domínio da aquacultura há muito a fazer, mas tem de ha-ver políticas públicas que em vez de criarem barreiras à activi-dade empresarial no mar, facilitem e garantam a acessibilidade da iniciativa privada ao mar, em tempo útil e com custos com-portáveis. Neste caso, poder-se-ia pensar que na área da ali-mentação, bem como na do turismo marítimo as PME podem ter um papel importante a desempenhar. O mesmo é válido para a actividade marítimo-turística, que também sofre com a burocracia das regulações estatais. Ou seja, somos um país que ainda dificulta as relações das pequenas e médias empre-sas com o mar. Se nada for mudado, é impensável que as PME tenham condições para entrar na economia do mar.

“Temos acumulado um vasto conhecimento nas nossas universidades ligado ao mar em matérias como a oceanografia, biologia, geologia, entre outras, que os nossos decisores económicos, na sua maior parte e até agora, não souberam ir buscar e potenciar, transformando-as em inovação e produto.”

Existem outras áreas, com futuro, em que as PME podem desenvolver negócios no âmbito da economia do mar? As PME, com elevado I&D, poderão ter um papel importan-te nas áreas da economia verde e sustentável, como sejam a biotecnologia, gestão da biodiversidade, preservação eco-sistémica, eco-tecnologias sub-aquáticas, monitorização do mar, entre outras. Portugal está obrigado por uma nova di-rectiva europeia, a directiva do meio marinho, a assegurar que até 2020 vamos ter um bom estado ambiental do nos-so mar, o que inclui a ZEE. Para Portugal poder demonstrar este bom estado ambiental temos que ter indicadores, ca-

Page 13: 2011.07 Portugalglobal 35

DESTAQUE - ENTREVISTA

Portugalglobal // Julho 11 // 13

pacidade de medi-los e portanto de dispor de mecanismos de monitorização. Tudo isto são áreas de desenvolvimento e de negócio ligadas ao ambiente para empresas de eleva-do conhecimento e tecnologia. Clima, ambiente, biotecno-logia e biodiversidade constituem grandes oportunidades, nomeadamente para as PME.

Pode traçar uma breve panorâmica do potencial exportador das actividades do mar? Quanto às exportações é preciso que se diga que embora não exportemos significativamente o nosso pescado – ro-balo, sargo, salmonete, pregado, entre outros – oriundo da frota artesanal, este tem um elevado valor, mesmo no estran-geiro, relativamente ao qual é ainda preciso criar os circuitos para se chegar aos consumidores finais. Na área do turismo costeiro, aí sim, exportamos muitíssimo através dos serviços que prestamos aos turistas que nos visitam. Infelizmente isso está limitado ao produto do sol e praia, porque na área do turismo marítimo propriamente dito – desporto náutico (vela, surf, mergulho, e outros), náutica de recreio, marinas, maríti-mo-turísticas – nós temos evoluído muito lentamente.

Há, pois, muito que fazer nesta área de negócio do turismo costeiro? Nós não temos apenas que criar novos produtos, temos que requalificar aqueles que já temos, como é o caso do sol e praia, que tem perdido valor em Portugal, porque não pro-jectamos uma imagem verdadeiramente atractiva e com-petitiva, pois é mais fácil ao empresário português, salvo excepções, vender um turismo de massas, low-cost, o que é um erro estratégico, porque estamos a desvalorizar um recurso estratégico. A prazo ninguém vai ganhar com isso: não vão ganhar os que trabalham no sector, porque como é uma indústria maioritariamente low-cost as remunerações são muito baixas; não vão ganhar os accionistas dessas em-presas porque vão auferir dividendos relativamente baixos nessas áreas, porque os custos das infra-estruturas costeiras de turismo são elevados. É fundamental fazer um up-grade do sol e praia portugueses, investindo em mais qualidade e diversidade, para que o produto se transforme em sol-

praia-mar, porque o mar nem sequer entra na promoção do produto tal qual é hoje vendido.

E quanto aos portos, cujo papel pode vir a ser crucial nas exportações?Os portos portugueses constituem uma área de esperança, porque não obstante terem sido uma área relativamente subestimada pelos decisores políticos ao longo das últimas décadas, começam a dar sinais de crescimento e vitalidade. Os portos eram tradicionalmente assunto para ficar com um Secretário de Estado, mas pouco passavam daí, porque eram contextualizados como uma questão técnica e não como a questão de geopolítica nacional que são. Quando Portugal cresceu nos anos 90, os portos portugueses esta-vam estagnados e não cresciam. Hoje, se olharmos para os portos portugueses, vemos que a sua situação é diferente. Em 2010, os resultados de portos como Sines, Lisboa, Avei-ro ou Leixões foram muito positivos. Os portos cresceram como nunca, há uma maior profissionalização da gestão portuária e grandes progressos na administração dos portos e uma desburocratização funcional. Os portos portugueses, em termos de economia do mar, marcam pontos actual-mente, porque numa década compreenderam as razões do seu atraso e muito fizeram para recuperar desse atraso.

Como podemos avaliar o potencial do nosso mar em termos de produção de energia offshore?No futuro a nossa costa poderá servir eventualmente para a exportação de combustíveis fósseis, no caso dos recursos da plataforma continental serem adequadamente explora-dos, ou de produção de energia eólica através de turbinas

“As PME, com elevado I&D, poderão ter um papel importante nas áreas da economia verde e sustentável, como sejam a biotecnologia, gestão da biodiversidade, preservação eco-sistémica, eco-tecnologias sub-aquáticas, monitorização do mar, entre outras.”

flutuantes. Hoje, já é uma realidade a produção de energia eólica no mar. Alguns parques eólicos estão a ser instalados por exemplo no Mar do Norte, ao largo das costas da Di-namarca, Suécia, Holanda, Bélgica e Inglaterra, e a própria EDP, em parceria com empresas portuguesas e com uma empresa norte-americana, a Principle Power, tem já o seu próprio projecto de produção de energia eólica no mar.

É realista pensar-se que em 2020/2025 o impacto da economia do mar no PIB alcance os 10 ou 12 por cento?Há quem seja mais ambicioso e aponte para que em 2025/2030, em Portugal, a economia do mar, directa e in-directamente, alcance os 20 por cento do PIB. Não consigo fazer uma extrapolação para esses números, mas consigo conceber uma estimativa levando em conta os factores de partida. O intervalo entre a mais-valia do recurso, que é o

Page 14: 2011.07 Portugalglobal 35

DESTAQUE - ENTREVISTA

// Julho 11 // Portugalglobal14

BREVE BIOGRAFIA

Tiago Pitta e Cunha nasceu em Lisboa em 1967. É licenciado pela Faculda-de de Direito da Universidade Católi-ca Portuguesa (1990) e LL.M. (Legis Magister) em Direito Europeu e Inter-nacional pela London School of Eco-nomics (1994). Foi assessor do Presi-dente da Assembleia-geral das Nações Unidas de 1995 a 1996, delegado à Assembleia-geral das Nações Unidas em 1998 e Conselheiro na Missão Per-manente de Portugal junto das Nações Unidas de 1999 a 2002. Foi representante de Portugal na ONU para assuntos marítimos e coordenador dos Estados-Membros da UE durante as Presidenciais portuguesa e francesa

da União em 2000. Foi também repre-sentante de Portugal na Convenção do Direito do Mar nas Nações Unidas; na Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos e no Processo Consultivo In-formal das Nações Unidas sobre Ocea-nos e Direito do Mar. Foi ainda Coordenador da Comissão Estratégica dos Oceanos, encarregue de redigir uma política nacional para os oceanos (2003/2004). E membro do Gabinete do Comissário Europeu para os Assuntos Marítimos, responsável pela Política Marítima Integrada da UE (2004/2010). É consultor do Presidente da República para os assuntos do am-biente, da ciência e do mar.

mar, e o subaproveitamento que fazemos desse recurso, significa que o potencial de crescimento é muito elevado, quando comparado com outros países costeiros da Europa. No turismo, há muito a fazer; na plataforma continental, está ainda tudo por fazer; na aquicultura, é óbvio que te-mos de começar a produzir pescado; nos transportes marí-timos, torna-se claro que não podemos apostar apenas no transporte rodoviário, até porque seremos afectados pelas leis europeias que vão internalizar os custos externos do transporte rodoviário, i.e., as emissões de CO2, o desgas-te das infra-estruturas rodoviárias, a insustentabilidade do transporte rodoviário na Europa. A política de transportes europeia contribui para esse objectivo que é diminuir o peso do transporte rodoviário e aumentar o peso do transporte ferroviário e marítimo, e Portugal tem de aproveitar quanto ao transporte marítimo esta oportunidade.

Resumindo: em termos de economia do mar, Portugal tem competitividade ou potencial?Obviamente tem potencial, mas pelas razões que apontámos, não tem competitividade. Tem dimensão e potencial para explorar os recursos da plataforma continental, pois temos grandes empresas para explorarem o solo e o subsolo mari-nho; tem potencial para explorar os seus portos e transportes marítimos porque o país está no centro de importantes rotas marítimas e a globalização não está a abrandar, mas a au-mentar, e 90 por cento do comércio mundial é transportado por mar; temos potencial no sector da alimentação, do pes-cado e marisco; temos potencial para utilizar as macro-algas para produção de bio-combustíveis, pois temos águas ricas em nutrientes e muito sol para ajudar à fotossíntese; sector a sector, temos potencial, mas competitividade é outra coisa. Para haver competitividade na economia do mar, é preciso que Portugal seja um país atractivo, capaz de fixar empresas e fomentar o investimento, o que depende da qualidade dos

factores de produção do produto (infra-estruturas, know-how especializado (I&D) e educação de base dos recursos humanos (factores que no entanto Portugal tem vindo a desenvolver) e do preço dos factores de produção, que é onde existem ain-da dificuldades por causa dos custos de contexto (burocracia, falta de regimes fiscais que incentivem a aposta no mar, difi-culdades em torno dos processos de licenciamento, a comple-xidade da atribuição de concessões de domínio público ma-rítimo, a multiplicidade de reguladores do mar, entre outros), para que assim haja condições para desenvolver a economia do mar e é preciso que tenha uma massa crítica intelectual e de empresas competitivas. Sem termos um país atractivo tere-mos mais dificuldade em ter empresas competitivas na nossa economia do mar. É isto que falta mudar.

Page 15: 2011.07 Portugalglobal 35

210x297 Portugal Global_c 10/06/04 12:44 Page 1

Page 16: 2011.07 Portugalglobal 35

EMPRESAS

// Julho 11 // Portugalglobal16

A BESTBED, SA é uma empresa de capitais 100 por cento portugueses e que se assu-me como uma marca Premium posiciona-da no segmento médio e alto. E tal como o seu nome indica, se traduzido, conforto e inovação são as premissas que orien-tam esta empresa que produz colchões, sommiers, estrados e seus complementos (almofadas, edredões e protectores), com linhas adaptadas a diversas aplicações: criança, hotelaria, geriatria e saúde (a li-nha Kids Dreams, uma linha profissional de Hotelaria, a BESTBED® for Hotels, e ou-tra especializada em geriatria, a BESTBED® Health & Geriatric Care).

Segundo fonte da empresa, a durabili-dade e qualidade dos seus produtos é assegurada pelo grupo de Investigação e Desenvolvimento e pelo Grupo da Qua-lidade da empresa, que “seleccionam criteriosamente cada componente dos sistemas de descanso da BESTBED®”. Sublinha a mesma fonte que a BEST-BED® aposta no design, nas caracterís-ticas de elevada higienização e ergo-nomia dos seus produtos, e selecciona criteriosamente as matérias-primas dos seus sistemas de descanso, utilizando componentes isentos de CFC, testados dermatologicamente, ecológicos e certi-

ficados. Além do recurso a alta tecnolo-gia de produção, a BESTBED® apresenta modelos manufacturados, “garantindo assim acabamentos perfeitos e a melhor qualidade de produção”.

Em 2010, a BESTBED® integrou projectos de arquitectura e decoração, desenvol-veu parcerias com arquitectos e design-ers de interiores, empresas de contract e fabricantes de móveis. Equipou uni-dades hoteleiras e de saúde, bem como implementou a sua Rede de Distribuição no Retalho Nacional, sendo represen-tada por lojas de retalho especializado:

BESTBED® CONFORTO INOVADOR E AMIGO DO AMBIENTE

A BESTBED® produz e comercializa soluções ao nível do descanso e da saúde, de que se destacam os colchões, num conceito inovador quer a nível dos materiais utilizados, mais ecológicos, quer em termos de ‘design’. Já com presença em vários mercados, a BESTBED® quer consolidar essa posição e chegar a países como a Rússia e os Emirados Árabes Unidos.

Page 17: 2011.07 Portugalglobal 35

EMPRESAS

Portugalglobal // Julho 11 // 17

BESTBED, SAQuinta da Granja, Av. Cidade de ZuhaiLote 185, r/c Dtº, loja 16000-077 Castelo BrancoTel.: +351 272 182 454Fax: +351 272 182 485

www.bestbed.pt

“A estratégia de internacionalização da empresa assenta em dois factores de diferenciação: ao nível do produto e ao nível do serviço.”

“Os objectivos da empresa para o curto e médio prazos são alargar a actividade internacional e aumentar a quota no mercado nacional, alcançando a posição de challenger e conseguir estar entre os três maiores players deste subsector.”

lojas de descanso; puericultura; mobiliá-rio, saúde e bem-estar. Também no ano passado, a BESTBED® inaugurou a sua Concept Store BESTBED® e participou em diversos eventos e feiras, como a In-tercasa Concept e a Expodecor.

A marca BESTBED® desde sempre se assumiu como uma global brand, orientada tanto para o mercado nacio-nal como para os mercados internacio-nais. A internacionalização da empre-sa desenvolveu-se de forma natural, tendo sido alavancada após a partici-pação, em 2010, na feira Habitat em Valencia, Espanha.

A estratégia de internacionalização da empresa assenta em dois factores de diferenciação: ao nível do produto e ao nível do serviço. Em termos de produ-to, a BESTBED® aposta na inovação em estruturas, na certificação das maté-rias-primas, no design e em bordados ergonómicos, na higienização máxima dos produtos, na durabilidade quali-tativa, na sustentabilidade ambiental e imagem de marca. Em termos do serviço, a BESTBED® promove um rela-cionamento comercial próximo, de res-posta rápida, focado nas necessidades dos clientes.

também expandir a sua actividade para outros mercados internacionais, como os Estados Unidos da América e os países do Médio Oriente, aproveitando assim todas as oportunidades de negócio quer atra-vés da exportação directa, sendo que os produtos são distribuídos directamente no retalho especializado designadamen-

– a “Maison et Objet”, em Paris –, e também no “I Saloni - Salone Inter-nazionale del Mobile”, em Milão (em parceria com uma empresa de mobili-ário), prevendo-se outras participações em certames e eventos internacionais, nomeadamente em Espanha, França, Moçambique, Dubai e Rússia.

Os objectivos da empresa para o curto e médio prazos são alargar a actividade internacional e aumentar a quota no mercado nacional, alcançando a po-sição de challenger e conseguir estar entre os três maiores players deste sub-sector. A BESTBED® pretende ser reco-nhecida como o “top-of-mind” da ex-celência ao nível do conforto e saúde.

Ao nível da sociedade civil a BESTBED® irá continuar a cooperar com o meio envolvente, através dos programas que compõem a política de responsabilida-de social da empresa, designadamente com o BEST Sorriso, BEST Ambiente e BEST Compromisso. Além disso, acres-centa a mesma fonte, continuará a

“Estes factores são percebidos e con-firmados pelos nossos clientes a nível internacional e os nossos produtos têm tido, por esse motivo, níveis de acei-tação elevados, especialmente na alta decoração”, explica a mesma fonte.

A BESTBED® está já presente em mer-cados como Marrocos, Moçambique, Angola, Espanha, França, Itália, Luxem-burgo e Bélgica e está a desenvolver contactos para chegar a outros merca-dos, entre os quais a Rússia e Dubai.

O objectivo é consolidar a sua posição nos países onde actualmente opera e

te através da criação de parcerias com empresas portuguesas, rentabilizando as sinergias que daí decorrem, numa altura em que os investimentos na internaciona-lização são elevados.

Na sua estratégia de internacionaliza-ção, a BESTBED® aposta na criação de parcerias efectivas e pró-activas, de va-lor acrescentado, no percurso da inter-nacionalização, além de “aproveitar as sinergias que daí decorrem e que per-mitem aumentar a competitividade das empresas com o objectivo de que as mesmas obtenham posições mais van-tajosas na hora de competir no merca-do interno ou externo”, afirma a fonte da empresa.

Sublinha a mesma fonte que esta “deveria ser uma prática generalizada entre as empresas portuguesas, nome-adamente as micro e pequenas empre-sas, que são as que mais podem bene-ficiar das vantagens que uma parceria pode oferecer, já que lhes permite, sem necessidade de grandes investi-mentos, aumentar sua participação no mercado, melhorar seu conhecimento e tecnologia, ou inclusive penetrar em mercados internacionais”.

No seguimento desta estratégia, a BES-TBED® esteve presente, já no decorrer deste ano, numa das mais importan-tes feiras profissionais deste sector

apostar na Investigação e Desenvolvi-mento de novas soluções para o des-canso, nomeadamente na pesquisa contínua de novos materiais que sa-tisfaçam e superem as exigências dos consumidores de todos os mercados e prosseguir com a sua missão de sen-sibilização, porque “sem boas noites, não há bons dias”.

Page 18: 2011.07 Portugalglobal 35

EMPRESAS

// Julho 11 // Portugalglobal18

A fundação do grupo Logicomer remon-ta aos anos 80, reunindo o know-how e experiência na actividade com a presta-ção de serviços de apoio a diligências judiciais. Com cerca de 120 colaborado-res, tem apostado, ao longo dos anos, na “inovação e agilidade no mercado, caminhando para um elevado patamar de crescimento sustentado dos montan-tes em gestão, bem como do volume de negócios e resultados”, segundo afirma Luís Sousa, CEO da Logicomer.

A mesma fonte explica que a empresa oferece aos seus clientes “as melhores soluções preventivas e integradas de cobrança, norteada pelo conceito de ‘solução personalizada’, que pretende consolidar a sua imagem de organiza-ção inovadora e de referência no mer-cado Internacional da Recuperação de Crédito, capitalizando toda a experiên-

LOGICOMERRECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS EM EXPANSÃO INTERNACIONAL

cia do Grupo Logicomer nesta área”. A Logicomer presta um serviço global na

volve estes serviços a nível nacional e in-ternacional, essencialmente para bancos e sociedades financeiras.

Para já, a empresa está a internaciona-lizar-se em Espanha, Itália e Brasil, mas espera, até final deste ano, firmar mais duas parcerias estratégicas neste domí-nio para outros mercados. Consciente da importância e necessidade das empresas se internacionalizarem, sem descurar os riscos inerentes a este processo, a Logi-comer vem desenvolvendo, desde 2006, um conjunto de acções no sentido de estar presente nos diversos mercados, de forma sustentável, eficaz e eficiente. A sua estratégia e abordagem “têm sido desenhadas com o maior rigor e detalhe para actuar em novos mercados”, frisa Luís Sousa, acrescentando que a empresa “está aberta a investidores que poten-ciem a concretização desta estratégia”.

A Logicomer é a maior empresa do mercado de recuperação de créditos em Portugal e, no exterior, está já presente em Espanha, Itália e Brasil. Nos últimos anos, investiu dois milhões de euros na sua internacionalização e 10 por cento do seu volume de negócios é já proveniente da sua actividade internacional. Uma empresa que aposta na investigação e no desenvolvimento de novas tecnologias e soluções e que quer continuar a crescer nos mercados interno e externo.

“A Logicomer presta um serviço global na gestão e recuperação de créditos (...) e desenvolve estes serviços a nível nacional e internacional, essencialmente para bancos e sociedades financeiras.”

gestão e recuperação de créditos, atra-vés de contacto telefónico com ou sem operador, recuperação de crédito por in-terpelação pessoal e apoio a diligências judiciais, serviço one-stop-shop, e desen-

Page 19: 2011.07 Portugalglobal 35

EMPRESAS

Portugalglobal // Julho 11 // 19

A exportação dos serviços da Logico-mer passa pela criação de sucursais e/ou através de parceiros locais estraté-gicos, “garantindo um serviço com-petitivo e de qualidade”. Esta estra-tégia, que na empresa é denominada de “around the world”, assenta num conjunto de “aplicações inovadoras, desenvolvidas pelo núcleo de I&D in-terno, que permite efectuar acções de cobrança preventiva, reactiva, telemar-keting, sondagens e estatísticas”.

Refira-se que o contributo da activida-de internacional representa já cerca de 10 por cento do volume de negócios do Grupo que, para este ano, prevê que esse contributo atinja já os 20 por cento. “A nossa meta é alcançar rapi-damente os 50 por cento”, acrescenta o CEO da empresa.

As receitas da Logicomer registaram um crescimento composto anual de 26 por cento ao longo dos últimos cinco anos. No primeiro trimestre de 2011, recuperou a nível nacional e interna-cional cerca de 700 milhões de euros, o que mantém a trajectória de cres-cimento constante da empresa que, apesar da envolvente externa, conta chegar ao final do ano no patamar dos 3 mil milhões de euros.

A Logicomer tem também apostado forte na investigação e desenvolvimen-to de novas tecnologias e soluções:

35 por cento do investimento total da empresa é direccionado para esta área. Este investimento em I&D, sublinha o responsável da Logicomer, constitui um pilar essencial no mercado e con-fere à empresa um lugar de destaque face à concorrência.

“A Logicomer tem apostado forte na investigação e desenvolvimento (I&D) de novas tecnologias e soluções - 35 por cento do investimento total da empresa é direccionado para esta área -, constituindo este investimento um pilar essencial no mercado que confere à empresa um lugar de destaque face à concorrência.”

LOGICOMERGestão e Recuperação de Créditos S.A.

Rua D. Pedro V, 410 - 1.º4150-601 PortoTel.: +351 22 619 92 60Fax: +351 22 619 92 69

www.logicomer.pt

Os planos da LOGICOMER para o futu-ro passam por “salvaguardar o que tem hoje, potenciar as parcerias actuais, criar novas parcerias, melhorar os índices de eficácia e eficiência, promover a inter-nacionalização de forma continuada e sustentada”, revela Luís Sousa.

Igualmente, acrescenta, a empresa pre-tende, a curto prazo, expandir a sua pla-taforma tecnológica – o Collectscontact – para diversos mercados/segmentos em qualquer país. “O Collectscontact é um sistema inovador, criado e desenvolvi-do pela Logicomer, que consiste numa conjugação complexa das mais variadas, evoluídas e actualizadas aplicações infor-máticas, suportadas por um conjunto de equipamentos técnicos, que permite e facilita o contacto em simultâneo, numa escala ilimitada, multilingue, funciona-mento 24h por dia e em qualquer fuso horário, com ou sem intervenção huma-na”, explica a mesma fonte.

“Queremos desenvolver um meio de comunicação mais ágil e interactivo, que permita ao nosso cliente estar em contacto 24 horas por dia”, afirma.

A inovação e a incorporação na sua actividade de ferramentas que visam colocar a empresa na dianteira tecnoló-gica e torná-la o parceiro ideal dos seus clientes são factores que distinguem a Logicomer dos demais players do mer-cado e que já lhe valeram várias distin-ções. A empresa já recebeu o Prémio Excelência em TIC, Soluções de Mobi-lidade atribuído pela Deloitte, Diário Económico e PT; tem a Certificação da Qualidade de acordo com a norma NP EN ISO 9001:2008 para concepção, desenvolvimento e prestação de servi-ços de cobrança de valores e recupera-ção de bens; e foi distinguida com o Es-tatuto PME Líder, atribuído pelo IAPMEI e Turismo de Portugal, e com Estatuto PME Excelência do IAPMEI.

De destacar também a certificação do Sistema de Gestão da Qualidade imple-mentado de acordo com a Norma NP EN ISO 9001, que garante a qualida-de dos serviços prestados, responde às exigências e expectativas dos clientes e permite optimizar sistematicamente os seus processos, metodologias e métri-cas, entre outros aspectos.

Luís Sousa – CEO

Page 20: 2011.07 Portugalglobal 35

EMPRESAS

// Julho 11 // Portugalglobal20

LABORIALINOVAÇÃO NO PROJECTO DE LABORATÓRIOS

A especialização e a inovação levaram já a Laborial à liderança em Portugal no segmento do mobiliário técnico laboratorial e à sua entrada em mercados como Espanha, Angola e Marrocos. O objectivo é continuar a crescer e chegar a mais mercados.

Page 21: 2011.07 Portugalglobal 35

EMPRESAS

Portugalglobal // Julho 11 // 21

Fundada em Janeiro de 1998, a Labo-rial começou pelo fabrico, comerciali-zação e instalação de mobiliário técni-co laboratorial e hospitalar, mas desde logo procurou ser agente interveniente na concepção dos espaços laborato-riais, trabalhando sobre normas e legis-lação de âmbito nacional e internacio-nal que regulamentam os espaços, os materiais e a segurança das pessoas e das amostras. Esta forma de actuação, explica fonte da empresa, promoveu o seu reconhecimento pelos clientes não apenas como fabricantes de mobiliário técnico, mas também como elementos integradores de requisitos dos espaços laboratoriais, garantindo segurança aos utilizadores face a riscos químicos, biológicos ou radioactivos.

A empresa alargou a sua actividade à concepção e projecto deste tipo de espaços, que levou à criação de outra área de negócio: os projectos integra-dos para laboratórios e espaços espe-ciais para a saúde que integram as di-ferentes especialidades de projecto, ou seja, a arquitectura, climatização e ven-tilação, instalações electrotécnicas, flui-dos e segurança. A oferta da Laborial é complementada com a execução de obras chave-na-mão para estes espa-ços, dispondo para tal, e segundo a mesma fonte, de “uma equipa de ges-tão de obra qualificada e experiente e de um serviço pós-venda eficaz”.

Actualmente, a Laborial é líder no mer-cado português e conta com uma per-

centagem de negócios em mercados internacionais, especialmente Espanha, Marrocos e Angola. “Temos uma estra-tégia claramente definida para os merca-dos internacionais, procurando que estes tenham cada vez mais peso no volume de negócios da empresa, especialmen-te em quatro regiões do globo: Europa Ocidental, Magrebe, África Austral e América Latina”, adianta a fonte.

a aumentar o volume de vendas princi-palmente nas regiões já referidas.

Para tal, explica a mesma fonte, a La-borial tem desenvolvido a sua presen-ça nos mercados através de parceiros/agentes comerciais locais, responsáveis por toda a actividade comercial nesses países ou regiões, à excepção do mer-cado angolano onde foi criada uma subsidiária – a Laborial Angola Labora-tory Solutions.

A estratégia a curto prazo passa por consolidar a sua rede de parceiros nos mercados onde actua e noutros países da proximidade, havendo abertura re-lativamente à tipologia de parceiros: agentes locais interessados em comer-cializar os seus produtos; empresas também em processo de internaciona-lização que possam incluir as soluções da Laborial na sua oferta, levando-a a novos clientes/mercados; e empresas que queiram juntar os seus produtos ao portfólio Laborial, possibilitando a sua própria internacionalização.

Sublinhe-se que é objectivo da Labo-rial conseguir em 2011 um volume de exportações próximo dos 30 por cento das vendas totais.

Inovação certificadaA Laborial apostou desde sempre na ino-vação e na qualificação e formação dos seus colaboradores, que actualmente ascendem a 68 (eram 28 há cinco anos). A empresa está desenhada sobre alguns

“A Laborial estabeleceu uma estratégia de expansão internacional de forma a dar continuidade ao crescimento da empresa, actuando em vários países – Espanha, França, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Marrocos, Argélia e Venezuela – mas é seu objectivo continuar a expandir a marca e aumentar o volume de vendas na Europa Ocidental, Magrebe, África Austral e América Latina.”

Estratégia para os mercados externos

A Laborial estabeleceu uma estratégia

de expansão internacional de forma a

dar continuidade ao crescimento da

empresa. Neste momento actua em vá-

rios países – Espanha, França, Angola,

Moçambique, Cabo Verde, Marrocos,

Argélia e Venezuela – mas é seu objec-

tivo continuar a expandir a sua marca e

Page 22: 2011.07 Portugalglobal 35

EMPRESAS

// Julho 11 // Portugalglobal22

LaborialLaboratory Solutions

Via Francisco Sá Carneiro – Rua A, 91Zona Industrial Maia I, Sector VIII4475-132 Maia - PortugalTel.: +351 229 436 620Fax +351 229 436 629

www.laborial.com

“A Laborial é a única empresa portuguesa com um serviço de Projectos Integrados para Laboratórios, estando certificada segundo a norma NP EN ISO 9001:2008 para a gestão, concepção e construção deste tipo de projectos.”

pilares base tais como um modelo logís-tico competitivo e adaptável a mudan-ças de cariz técnico e económico, uma equipa qualificada de desenvolvimento de produto, uma equipa de concepção de projectos integrados para espaços laboratoriais bem preparada e organiza-da, e equipas de instalação experientes. Dispõe ainda de um sistema de gestão da qualidade certificado, bem como cer-tificação dos principais produtos segun-do as normas europeias (por exemplo, Hottes de química), acrescenta a mes-ma fonte. Está também em processo de certificação o sistema de gestão da in-vestigação desenvolvimento e inovação segundo a norma NP 4457:2007.

Refira-se, aliás, que a Laborial é a única empresa portuguesa com um serviço de Projectos Integrados para Laboratórios, estando certificada segundo a norma NP EN ISO 9001:2008 para a gestão, con-cepção e construção deste tipo de projec-tos. As suas áreas de actuação abrangem os laboratórios analíticos (águas e bebi-das, análises clínicas, vinhos e alimentar); para a indústria pesada (controlo de qua-

centros e institutos de investigação; hos-pitais e clínicas; biotecnologia e farmácias.

De acordo com a fonte, a empresa desenvolve “linhas de mobiliário ex-tremamente competitivas, que respon-dem simultaneamente em termos de solidez, robustez e segurança”, que são concebidas no seu centro de I&D da Maia onde “trabalha uma equipa

multidisciplinar, altamente qualificada, composta por engenheiros mecânicos, electrotécnicos, químicos, informáticos e designers industriais dedicada parti-cularmente ao desenvolvimento de no-vas soluções para os espaços laborato-riais e clínicos”. Esta equipa centraliza a estrutura de todo o processo de desen-volvimento, colaborando activamente com equipas em regime de outsourcing ligadas às escolas de Arquitectura e de Engenharia da Universidade do Porto.

A Laborial é associada do Health Clus-ter Portugal – Pólo de Competitividade da Saúde desde 2009 e, no ano passa-do, foi distinguida pelo IAPMEI como PME Líder.

lidade, investigação e desenvolvimento); de ensino (secundário e universitário), de ambiente (ETAR, ETA e tratamento de resíduos); para a indústria farmacêutica;

Page 23: 2011.07 Portugalglobal 35

www.bancopopular.pt

A expansão nos mercados externos é uma possibilidade para inúmeras empresas, que estão preparadas e têm as condições necessárias para expandir as suas fronteiras e os seus limites.Amplie os seus mercados e aumente as suas exportações, com o nosso apoio. Somos parte de um grupo Bancário de grande dimensão, com capa-cidade financeira e reconhecido prestígio internacional.Estamos preparados e queremos apoiar o Negócio Internacional, dispomos de mais de 2300 agências bancárias na península ibérica, assim como de um conjunto de parcerias bancárias, para facilitar os seus negócios.

Quer internacionalizar o seu negócio?Use a energia certa.

Page 24: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

// Julho 11 // Portugalglobal24

Economia sólida e aberta ao exterior, o Canadá oferece inúmeras oportunidades às empresas portuguesas quer ao nível da exportação quer em termos de potencial para investimentos em sectores de aposta como são o caso das energias renováveis ou das tecnologias de informação. O relacionamento económico entre Portugal e o Canadá é tradicionalmente modesto, mas são fortes as relações históricas e de amizade entre os dois países.

Raul Travado, director do Escritório da AICEP em Toronto, faz um breve retrato deste país de grande dimensão e com uma economia pujante, e identifica alguns dos sectores onde as empresas portuguesas poderão apostar.

CANADÁUM MERCADO SÓLIDO E DE OPORTUNIDADES

Page 25: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

Portugalglobal // Julho 11 // 25

“O Canadá é uma das nações mais prósperas e desenvolvidas do mundo, com uma economia forte, de grande dimensão, assente em recursos naturais, tecnologia e serviços. É ainda uma economia com elevado grau de abertura ao exterior, tanto em termos de comércio internacional como no que respeita a fluxos de investimento.”

O Canadá é segundo maior país do mundo e um dos principais parceiros na economia global. Com uma enor-me extensão geográfica, atravessado por seis fusos horários do Atlântico ao Pacífico, o país tem uma organização político-administrativa federal compos-ta por dez províncias e três territórios, e conta actualmente com uma popula-ção de 34,3 milhões de habitantes (es-timativas oficiais de Janeiro de 2011), que se concentra maioritariamente em centros urbanos, ao longo de uma fai-xa territorial de cerca de 160 quilóme-tros, junto à fronteira com os EUA.

No contexto norte-americano a eco-nomia canadiana é determinada pelo acordo NAFTA (com os EUA e México) e pela fortíssima interdependência com a economia americana. A nível interna-cional o Canadá é também país mem-bro das principais organizações de coo-peração económica, como o G7/G8, o G20, a APEC – Cooperação Económica Ásia Pacífico, a OCDE, a OMC, o Banco Mundial e outras.

O Canadá é uma das nações mais prós-peras e desenvolvidas do mundo, com uma economia forte, de grande dimen-são, assente em recursos naturais, tec-nologia e serviços. É ainda uma econo-mia com elevado grau de abertura ao exterior, tanto em termos de comércio internacional como no que respeita a fluxos de investimento.

À semelhança da maior parte dos paí-ses desenvolvidos, o sector dos serviços tem um peso fundamental na econo-mia, representando perto de 72 por cento do PIB, a indústria contribui com cerca de 26 por cento e a agricultura apenas com 2 por cento (num PIB que ascendeu a 1.574 mil milhões de dóla-res norte-americanos em 2010).

No entanto, ao contrário dos EUA e de muitas das economias avançadas, o sector primário tem um peso muito re-levante na criação de riqueza, nomea-damente ao nível da indústria florestal, das indústrias extractivas (minerais me-tálicos, não metálicos, carvão) e do sec-tor energético (petróleo e gás natural). Considerando ainda a imensa capacida-de hidroeléctrica do país e o grande in-vestimento nas fontes renováveis, pode

dizer-se que o Canadá é um dos líderes mundiais no sector energético, sendo um dos poucos países desenvolvidos ex-portadores “líquidos” de energia.

Em termos globais, o posicionamento do Canadá no contexto mundial tem um peso fundamental: 9a economia do mundo em termos de PIB (2010, FMI); 12o exportador e 11o importador de mer-cadorias (2009, OMC); 18o exportador e 12o importador de serviços (2009, OMC); 10o no índice de competitividade global

o governo canadiano gastou cerca de 60 mil milhões de dólares canadianos em medidas de estímulo à economia).

De facto, o Canadá foi entre os países desenvolvidos o que melhor resistiu ao colapso financeiro internacional, em função de condições de partida muito favoráveis (orçamentos excedentários, baixa inflação, baixas taxas de juro, baixo desemprego, BTC excedentária), suportadas por um sistema financeiro muito sólido (apenas cinco grandes bancos) e fortemente regulamentado, sem exposição significativa no mercado subprime e a “activos tóxicos”.

Depois de debelada a recessão (ainda que limitada) que o país atravessou durante 2008/2009, o Canadá é um dos países que estão a liderar a reto-ma mundial, registando globalmente a melhor performance do G8. A eco-nomia canadiana está em expansão desde o terceiro trimestre de 2009 e, actualmente, já recuperou largamente dos efeitos negativos provocados pela crise, e o emprego e a procura interna voltaram aos níveis anteriores à reces-são. Dos países do G8, apenas o Ca-nadá e a Alemanha conseguiram, até agora, tal recuperação.

O Ministro das Finanças Jim Flaherty apresentou no princípio de Junho o novo Orçamento do Governo Federal, a que se chamou “The Next Phase of Canada’s Economic Action Plan – A Low-Tax Plan for Jobs and Growth”. Este plano é suportado pelas actuais previsões dos principais analistas, que indicam que a economia canadiana está em franco crescimento e projec-tam confiança na retoma. O foco da politica económica vai ser a manuten-ção de um clima fiscal favorável, con-ducente à criação de emprego e ao incremento do investimento, à aposta na inovação, na educação e na forma-ção profissional, de modo a fortalecer as vantagens competitivas do tecido produtivo do país e conseguir voltar a orçamentos excedentários dentro de três a quatro anos. O Orçamento prevê uma redução do défice em 2012-2013 em cerca de dois terços relativamente aos valores de 2009-2010, e projecta saldos positivos já para 2015-2016.

(5,30 para 2010-2011, Fórum Econó-mico Mundial). O Canadá é também o principal parceiro comercial dos EUA, que apesar da crise continua a ser des-tacadamente a maior economia do mun-do. Perto de 75 por cento das exporta-ções canadianas dirigem-se ao mercado americano, e este, por sua vez, é origem de mais de 50 por cento das importações totais de bens que entram no Canadá.

O presente outlook para a economia canadiana é prudentemente optimista. Na sequência das eleições federais de Maio passado, o partido conservador do Primeiro-ministro Stephen Harper conseguiu finalmente, depois de duas minorias consecutivas, chegar a um go-verno de maioria, o que vai assim per-mitir uma governação estável durante os próximos quatro anos. O foco da política económica vai redireccionar-se mais para o equilíbrio das contas públi-cas e redução do défice, em detrimen-to das medidas de estímulo à procura e ao investimento implementadas em resposta à crise internacional (em que

Page 26: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

// Julho 11 // Portugalglobal26

Naturalmente, o crescimento da eco-nomia canadiana será influenciado pela forma como a envolvente internacional progredir, nomeadamente na Europa, no grupo BRIC e, em grande medida no vizinho do Sul e principal parceiro comer-cial, os EUA, e ainda pela forma como o Japão recuperar do recente terramo-to e desastre nuclear (alguma incerteza aqui). As expectativas são de moderado crescimento na maior parte destas zonas (mais acentuado ao nível dos países em desenvolvimento), favorecendo assim o panorama canadiano. Globalmente, o FMI projecta um crescimento global da economia de 4,4 por cento em 2011 e 4,5 por cento em 2012.

Internamente, as previsões (conserva-doras) do governo canadiano indicam um crescimento real do PIB de 2,9 por cento para 2011, 2,8 por cento em 2012 e 2,7 por cento em 2013. A taxa de desemprego, que agora se situa em torno dos 7,5 por cento, deverá baixar anualmente, até 6,5 por cento em 2015. A inflação, agora em 2,4 por cento, deverá reduzir ligeiramente e manter-se controlada em torno dos 2 por cento até 2015.

O Banco Central tem mantido a taxa de referência muito baixa, como medida de controlo da inflação e incentivo ao investimento e ao consumo. Presente-mente a “overnight rate” é 1,0 por cen-to mas espera-se que comece a aumen-tar gradualmente, podendo situar-se em torno dos 2,0 por cento no final do ano.

O dólar canadiano deverá manter-se em alta num horizonte temporal mais ou menos alargado, favorecendo assim o investimento em bens de equipamento e as importações em geral. Assim, o con-sumo privado deverá também continuar a crescer a um ritmo moderado, susten-tado pela criação de emprego, baixa in-flação e retoma do sector da habitação.

Economia aberta e de oportunidadesO Canadá tem pois uma grande econo-mia, pujante, aberta ao investimento, com um enorme volume de importa-ções, que se traduz num mercado de-senvolvido, de grande dimensão, com poder de compra, e portanto gerador de muitas oportunidades (também) para as empresas portuguesas.

O país é muito dependente de impor-tações, e como anteriormente mencio-nado também muito dependente dos fornecimentos dos EUA. Em 2010 as importações totais canadianas ascen-deram a 403 mil milhões de dólares canadianos (mais 10 por cento que em 2009), representando os EUA cerca de 50 por cento deste volume. Esta gran-de dependência do mercado america-no (ainda maior para as exportações) é estrategicamente limitadora, visto que coloca o Canadá numa situação de grande exposição aos riscos e choques da economia americana (do que aliás, a recente recessão foi exemplo).

Assim, para diminuir essa exposição e aumentar a participação das empresas canadianas neste mercado global em que hoje vivemos, e em que as barrei-ras ao comércio são cada vez mais di-luídas, o governo canadiano tem vindo a assinar acordos de comércio bilateral com vários países (Panamá, Colômbia, Chile, Peru, Costa Rica, Jordânia, espa-ço EFTA) e está a concluir negociações com a UE com vista à celebração do

ropeias, asiáticas e de muitos outros paí-ses procuram conquistar o seu espaço e as preferências do consumidor. Para isso têm de oferecer produtos inovadores, ou outros que de alguma forma apresen-tem vantagens relativamente aos que já se encontram no mercado (via preço, qualidade, design, serviço). Torna-se por isso fundamental que as empresas ex-portadoras interessadas em penetrar no Canadá comecem por fazer uma análise cuidada do potencial do mercado para os seus produtos, bem como das vanta-gens comparativas que estes oferecem. Só assim poderão delinear a estratégia mais correcta para conseguirem um po-sicionamento competitivo e alcançarem sucesso de longo prazo.

Para muitas empresas portuguesas apostadas em desenvolver negócios deste lado do Atlântico, o mercado ca-nadiano oferece não só uma oportuni-dade em si mesmo, como pode ainda ser visto como a porta de entrada no vasto mercado norte-americano, já que muitas empresas canadianas actuam também nos EUA. O Canadá, tendo apenas cerca de um décimo da popula-ção, poderá, em muitos casos, ser um mercado mais fácil de abordar.

A estrutura das importações canadia-nas é muito diversificada, mas algumas categorias de bens têm um peso mais fundamental: veículos, partes e equi-pamentos de transporte; maquinaria e equipamentos diversos; equipamentos eléctricos e electrónicos; combustíveis; plásticos; produtos farmacêuticos; bens de consumo duradouros.

As exportações portuguesas para o Canadá são relativamente modestas mas há seguramente potencial para crescerem. Em 2008 exportámos para o Canadá perto de 440 milhões de dó-lares canadianos, valor que em 2010 caiu para 311 milhões, em resultado da crise internacional e consequente quebra das importações canadianas de vários países. É, no entanto, de assina-lar o comportamento positivo de vários sectores, em que as nossas exporta-ções registaram crescimento: partes para motores, calçado, máquinas e equipamentos, produtos farmacêu-ticos, plásticos, produtos cerâmicos, têxteis sintéticos, artigos em ferro ou aço e produtos químicos.

“É fundamental que as empresas exportadoras interessadas em penetrar no Canadá comecem por fazer uma análise cuidada do potencial do mercado para os seus produtos, bem como das vantagens comparativas que estes oferecem.”

Acordo CETA – Comprehensive Eco-nomic Trade Agreement. Este acordo visa eliminar barreiras ao comércio de bens e serviços, fomentar fluxos de in-vestimento e facilitar o movimento de pessoas, dando assim um tremendo impulso às relações económicas entre a Europa e o Canadá, o qual se estima possa atingir cerca de 20 mil milhões de dólares canadianos nos próximos anos. As empresas portuguesas não podem ficar alheias às imensas oportu-nidades que este Acordo vai criar!

O mercado canadiano é um mercado avançado e muito competitivo, em que empresas canadianas, americanas, eu-

Page 27: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

Portugalglobal // Julho 11 // 27

Actualmente, um dos grandes secto-res de oportunidade é o das energias renováveis, área de grande aposta do governo canadiano. As empresas por-tuguesas podem posicionar-se como fornecedores de produtos, tecnolo-gias ou serviços, mas também como investidoras ou parceiras em projectos conjuntos. Tanto a nível federal como provincial existem vários programas de incentivos para a produção, comer-cialização e investimento em energias alternativas. As vertentes eólica e solar são as mais relevantes, mas há também bastante interesse na bioenergia, hi-droeléctrica e energia do mar.

Também na biotecnologia, sector em que o Canadá é um dos líderes a nível mundial e onde há forte investimento do governo canadiano e de entidades privadas, se podem configurar opor-tunidades de parcerias para empresas nacionais (bio-informática, medicina regenerativa, genómica, etc.). No sec-tor farmacêutico o Canadá é um dos países com maior crescimento, em que há fortíssimo investimento no sector e um enorme volume de importações e

exportações. O Canadá é ainda um dos líderes mundiais no desenvolvimento e comercialização de medicamentos genéricos, segmento que oferece ex-celentes oportunidades para parcerias com empresas nacionais.

O Canadá é também um dos principais concorrentes globais ao nível das tec-nologias de informação e comuni-cações, contando-se mais de 30.000 empresas nos diversos ramos da indús-tria. Áreas de interesse poderão ser o sector da saúde (e-health), o sector go-vernamental, tudo o que possa ser con-siderado green IT, new digital media, animação e jogos, desenvolvimento de software, redes wireless, redes broad-band e IT security.

Além destes, o Canadá tem uma indús-tria de moldes muito forte e interna-cionalmente competitiva, mas Portugal tem igualmente competências avança-das neste sector. Podem configurar-se oportunidades para as empresas nacio-nais, nomeadamente ao nível de parce-rias para a indústria automóvel cana-diana, que está em franca recuperação

(montagem e componentes), e para o enorme sector da embalagem (produ-tos alimentares, bens de consumo, etc). Ao nível dos materiais de construção existem seguramente boas oportunida-des para a cortiça, como alternativa ino-vadora, eco-friendly e actualmente tam-bém com design. Nos têxteis técnicos há igualmente possibilidades de cresci-mento num mercado altamente indus-trializado, quer ao nível de aplicações industriais, quer para confecção técnica/profissional e desportiva/outdoors.

Mesmo ao nível de sectores mais tradi-cionais, como os têxteis-lar, confec-ções e calçado, Portugal continua a ser reconhecido como um fabricante de artigos de qualidade, com know-how e design. Ao nível do trade sente-se al-guma saturação dos produtos “made in China”, e muitas cadeias retalhistas estão novamente a olhar para produ-tos europeus com renovado interesse, como forma de oferecerem colecções mais diferenciadas e procurarem um posicionamento mais sofisticado.

No tocante aos vinhos, Portugal conti-nua a ser um dos principais fornecedo-res do mercado canadiano. O consumo per capita está a aumentar e os con-sumidores procuram ser mais sofistica-dos, alargando o seu interesse a vinhos e castas de países menos conhecidos.

Estes são apenas alguns exemplos. Natu-ralmente, num mercado com a enorme dimensão e vitalidade do mercado ca-nadiano, configuram-se inúmeras opor-tunidades nos mais diversos sectores. Contudo, estas oportunidades estarão certamente mais próximas se as empre-sas vierem ao mercado, para o conhecer melhor e estabelecerem contactos in loco. Visitem-nos, o Escritório da AICEP em Toronto está cá para vos ajudar!

ESCRITÓRIO DA AICEP NO CANADÁ 60 Bloor Street West, Suite 400Toronto, Ontario M4W 3B8CANADATel.: +1 416 921 49 25Fax: +1 416 921 13 53

[email protected]

www.portugalglobal.pt

Page 28: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

// Julho 11 // Portugalglobal28

As relações entre Portugal e o Canadá não poderiam ser melhores. Os laços que nos unem são estáveis, consolida-dos por uma longa e rica história em comum que remonta ao tempo dos Descobrimentos e ao início da pesca do bacalhau ao largo da Terra Nova, no séc. XVI., notável pelo amplo leque de interesses comuns e pela intensidade dos valores que partilhamos.

A cooperação e a amizade entre os nossos países ultrapassam a esfera bila-teral. A excelência do nosso relaciona-mento é igualmente visível através da vitalidade da nossa parceria em diver-sos fora internacionais de que somos membros: a OTAN, a ONU, a OCDE e a OMC. De imediato, olhando para este conjunto de organismos internacionais, de que ambos fazemos parte, é eviden-te que as identidades nacionais de Por-tugal e do Canadá coincidem em dois elementos fundamentais: o transatlan-tismo e a promoção do livre comércio.

A diáspora portuguesa, com cerca de 500 mil portugueses e luso-descenden-tes, centralizada nas Províncias de On-tário, Quebeque e Colúmbia Britânica, constitui um outro aspeto de aproxi-mação e um importante canal de inter-câmbio cultural e económico.

No contexto atual de crise financeira mundial, o mercado canadiano desta-ca-se pela positiva, embora não tenha sido imune à desaceleração económi-ca que vitima as principais economias mundiais, o Canadá tem mantido um crescimento económico invejável nes-tes tempos difíceis (3,9 por cento1), sendo a economia, no seio do G8, que recebeu as melhores previsões de cres-cimento para os próximos cinco anos.

PORTUGAL – CANADÁSÓLIDA RELAÇÃO DE COOPERAÇÃO E AMIZADE>POR PEDRO MOITINHO DE ALMEIDA, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM OTAVA*

Esta vantagem comparativa tem sido profusamente publicitada na promoção externa encetada pelo Canadá, não só junto dos seus parceiros habituais, como também nos mercados emergentes da China, da Índia e América Latina.

Com efeito, o mercado canadiano oferece várias vantagens: alto nível de qualificação profissional (2º lugar no ranking da OCDE), estabilidade e cres-cimento numa conjuntura internacional desfavorável, uma carga fiscal leve em comparação com outras economias do G8, acesso ao mercado NAFTA (443 mi-lhões de consumidores e um PIB combi-nado de 15,4 biliões); localização estra-tégica, graças à sua costa do Pacifico, entre o mercado da América do Norte e as economias emergentes asiáticas (Asia-Pacific Gateway) e investigação científico-tecnológica de qualidade.

No entanto, existem igualmente algu-mas singularidades da realidade cana-diana que devem ser cuidadosamente pesadas para as empresas que aqui querem investir ou vender os seus pro-dutos. Embora geograficamente vasto e diversificado, o Canadá possui apenas 34 milhões de habitantes, o que em ter-mos económicos constitui um universo relativamente pequeno de potenciais consumidores. Acresce que as diferen-ças regulatórias entre Províncias criam barreiras não tarifárias de que resultam um mercado interno pouco integrado. Com efeito, o mercado canadiano exi-ge uma certa mestria no conhecimento de normas técnicas de produtos e das formalidades de exportação de bens, dado que os seus parâmetros variam entre Províncias, sendo este aspeto fre-quentemente invocado pelas empresas portuguesas como uma das principais dificuldades na sua atividade em terras canadianas. Para além disso, a existência de certas situações de monopólio, como é o caso das “Liquor Boards” provinciais, entidades que controlam a importação e comercialização de bebidas alcoólicas no Canadá, cria obstáculos à livre concor-rência e limita o alcance dos exportado-res ligados ao setor.

As relações comerciais entre o Canadá e Portugal apesar de uma dimensão modesta são diversas, incluindo tanto produtos tradicionais portugueses tais como vinho, cortiça, confeções, calça-do, têxteis, como também equipamen-tos e maquinaria, produtos farmacêuti-cos, telecomunicações, energias reno-váveis, aeronáutica e biotecnologia.

Falar das relações entre Portugal e o Canadá é também falar das relações União Europeia e Canadá. Nesta fren-

Page 29: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

Portugalglobal // Julho 11 // 29

te, as aspirações e ambições de am-bas as partes são elevadas, cientes do potencial e beneficio mútuo que uma parceria comercial aprofundada e pri-vilegiada poderá trazer para os dois lados. Assim, em Maio de 2009, por ocasião da Cimeira UE-Canadá realiza-da em Praga, foi anunciado o início das negociações de um Acordo Económico e Comercial de caráter global (Com-prehensive Economic and Trade Agree-ment ou CETA) entre a UE e o Canadá. Espera-se que até ao final de 2012 se possa concluir o Acordo.

A decisão de lançar as referidas nego-ciações teve na sua base as conclusões favoráveis de dois estudos conjuntos: Joint Study e Scoping Exercise. A pers-petiva de ganhos não poderia ser mais aliciante. A UE e o Canadá poderão acumular benefícios económicos subs-tanciais (11 mil milhões euros para a UE e 8 mil milhões euros para o Canadá). Em termos proporcionais, os ganhos para o Canadá são mais significativos, visto que representam 0,77 por cento do PIB, enquanto no caso da UE equi-vale a 0,08 por cento do PIB.

Concluiu-se ainda que a maioria dos ganhos (50 por cento para a UE e 45 por cento para o Canadá) decorrerá da liberalização do comércio de serviços. A eliminação total de tarifas poderá criar ganhos na ordem dos 25 por cen-to (UE) a 33 por cento (Canadá).

Para os interesses portugueses, este Acordo carrega consigo a grande vantagem de oferecer oportunidades variadas, num quadro flexível, sem vínculos excessivos, esperando-se que permita eliminar o maior número pos-sível de entraves ao acesso ao mercado interno canadiano.

Em resumo, trata-se de uma platafor-ma de lançamento sólida para os inves-tidores portugueses, europeus e cana-dianos, mediante a qual todos poderão fazer progredir as respetivas economias e edificar o futuro.

1 – Statistics Canada, valor relativo ao período de Janeiro a Março de 2011

*Este texto segue as regras do novo Acordo Ortográfico.

RELACIONAMENTO ECONÓMICO BILATERALO relacionamento económico entre Portugal e o Canadá é modesto mas revela potencial para crescer, destacando-se o facto de Portugal registar excedentes na balança comercial de bens e de serviços com aquele país da América do Norte, com excepção de 2010.

Page 30: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

// Julho 11 // Portugalglobal30

O Canadá tem um peso pouco sig-nificativo no comércio internacional português, mas as exportações portu-guesas para aquele mercado regista-ram uma taxa de crescimento médio de 6,7 por cento no período de 2006-2010, tendo os saldos da balança co-mercial sido favoráveis ao nosso país, à excepção do ano de 2010. No ano passado as importações portuguesas daquele país cresceram significativa-mente – de 115 mil euros em 2009 passaram para mais de 226 mil euros –, enquanto as exportações aumenta-ram a um ritmo inferior, passando de 137,5 mil euros em 2009 para 178,4 mil euros em 2010.

Já este ano, no primeiro trimestre, mantém-se a tendência de crescimen-to das exportações portuguesas para o Canadá (mais 4,8 por cento face a idên-tico período de 2010), ao passo que as importações voltam a diminuir (menos 36,6 por cento). Estes dados colocam o Canadá como o 23º cliente de Portugal (26º em 2010) e no 28º lugar (32º lugar em 2010) enquanto fornecedor.

do total em 2010), matérias têxteis (14,3 por cento), metais comuns (10,6 por cento) e combustíveis minerais (10,5 por cento). No seu conjunto, es-tes grupos de produtos totalizam 59,5 por cento dos bens vendidos por Portu-gal ao Canadá em 2010.

Com uma estrutura diversificada, as exportações portuguesas para aquele mercado contemplam ainda os produ-tos agrícolas, madeira e cortiça, plásti-cos e borracha, produtos químicos, cal-çado, máquinas e aparelhos, minerais e minérios, e vestuário, entre outros.

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS

2006 2007 2008 2009 2010 Var %a 06/10

2010 Jan/Mar

2011 Jan/Mar

Var %b 10/11

Exportações 153.887 145.587 188.534 137.555 178.424 6,7 55.302 57.979 4,8

Importações 91.548 114.952 225.124 114.920 226.352 42,4 97.996 62.150 -36,6

Saldo 62.339 30.635 -36.590 22.635 -47.928 -- -42.694 -4.171 --

Coef. Cobertura (%) 168,1% 126,7% 83,7% 119,7% 78,8% -- 56,4% 93,3% --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2006-2010; (b) Taxa de variação homóloga 2010-2011; 2006 a 2009: Resultados definitivos;

2010 e 2011: Resultados preliminares

Nas importações, mais concentradas, destacam-se os veículos e outro ma-terial de transporte (34,1 por cento do total em 2010), os produtos agrícolas (31,5 por cento), os combustíveis mi-nerais (10,6 por cento e as máquinas e aparelhos (8,7 por cento). Estes grupos de produtos representam cerca de 85 por cento do total de bens adquiridos por Portugal ao Canadá.

De acordo com o INE, em 2009 regis-taram-se 1.028 empresas portuguesas exportadoras para o Canadá (número ligeiramente inferior ao verificado nos anos anteriores), tendo as empresas im-

“Os principais grupos de produtos exportados por Portugal para o Canadá são os produtos alimentares (24,1 por cento do total em 2010), as matérias têxteis (14,3 por cento), os metais comuns (10,6 por cento) e os combustíveis minerais (10,5 por cento).”

Quanto aos principais produtos ex-portados por Portugal para o Canadá, surgem à cabeça os seguintes grupos: produtos alimentares (24,1 por cento

Page 31: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

Portugalglobal // Julho 11 // 31

BALANÇA COMERCIAL - COMÉRCIO DE SERVIÇOS

2006 2007 2008 2009 2010 Var %a 06/10

2010 Jan/Mar

2011 Jan/Mar

Var %b 10/11

Exportações 175.263 160.163 141.725 134.619 155.253 -2,5 n.d. 38.069 --

Importações 74.316 67.027 70.789 76.891 86.934 4,4 n.d. 17.137 --

Saldo 100.947 93.136 70.936 57.728 68.319 -- -- 20.932 --

Coef. Cobertura (%) 235,8% 239,0% 200,2% 175,1% 178,6% -- -- 222,1% --

Fonte: Banco de Portugal; Unidade: Milhares de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2006-2010; (b) Taxa de variação homóloga 2010-2011; n.d. - não disponível

portadoras deste país diminuído para 850 contra 1.371 em 2008 e 1.596 em 2005.

Nos serviços, a balança comercial entre Portugal e o Canadá no período de 2006-2010 apresenta um saldo sempre positivo para Portugal e um coeficiente de cober-tura que varia entre 239,0 por cento (em 2007) e 178,6 por cento (em 2010). As receitas mais importantes das exportações portuguesas de serviços para o Canadá referem-se à parcela Viagens e Turismo.

Investimento e turismoOs fluxos de investimento entre os dois países têm um peso bastante dife-

“Nos serviços, a balança comercial entre Portugal e o Canadá no período de 2006-2010 apresenta um saldo sempre positivo para Portugal e um coeficiente de cobertura que varia entre 239,0 por cento (em 2007) e 178,6 por cento (em 2010).”

rente, sendo os fluxos de IDE do Cana-dá para Portugal bastante mais repre-sentativos do que os do investimento directo de Portugal naquele mercado.

Em termos do IDE do Canadá em Por-tugal, os valores registados ao longo do período 2006-2010 apresentam oscilações de algum relevo, tendo este país ocupado o 13º lugar do respectivo ranking em 2010 e nos primeiros três meses deste ano. Na qualidade de país receptor de investimento directo portu-guês, o Canadá situou-se no 30º e no 25º lugar do ranking em 2010 e no 1º trimestre de 2011, respectivamente.

No turismo, é de referir que o Canadá se encontra desde 2007 na 13ª posição do ranking de países emissores de tu-ristas para Portugal.

Quanto aos principais indicadores, os dados disponíveis dão conta de um aumento das receitas dos tu-ristas canadianos em Portugal, em 2010, de 18,1 por cento (para 102,4 milhões de euros) face ao ano an-terior. Nos outros dois indicadores mais relevantes, e também no ano de 2010, é de sublinhar o aumen-to do número de hóspedes em 16,6 por cento (76 mil hóspedes) e de 7,7

por cento nas dormidas (224 mil) re-lativamente a 2009.

A reter igualmente neste sector um outro aspecto positivo e que poderá contribuir para o crescimento do inte-resse de turistas canadianos pelo nos-so país: o facto do operador Sunwing Vacations (um dos maiores no Canadá) ter incluído Portugal nos seus progra-mas de Verão para a Europa. Assim, além dos voos e programas da SATA e Air Transat, temos agora também os packages da Sunwing, com voos sema-nais para Lisboa e Porto.

Page 32: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

// Julho 11 // Portugalglobal32

ENDEREÇOS ÚTEIS

EMBAIXADA DO CANADÁ EM LISBOA (SECÇÃO COMERCIAL)Avenida da Liberdade, 196/200 – 3º1269-121 Lisboa – PortugalTel.: +351 213 164 600 Fax: +351 213 164 [email protected]/portugal/

EMBAIXADA DE PORTUGAL EM OTAVA 645, Island Park Drive Ottawa, Ontario K1Y 0B8 - Canada Tel.: +1 613 729 2270/2922Fax: +1 613 729 4236/[email protected] www.embportugal-ottawa.org/

CONSULADO-GERAL DE PORTUGAL EM TORONTO438 University AvenueSuite 1400, Box 41Toronto, Ontario M5G 2K8 – CanadaTel.: +1 416 217 09 66Fax: +1 416 217 [email protected]/web/toronto

CONSULADO-GERAL DE PORTUGAL EM MONTREAL2020 Rue de University, Suite 2425 Montreal, Québec H3A 2A5 – CanadaTel.: +1 514 499 03 59Fax: +1 514 499 03 [email protected]/web/montreal

CONSULADO-GERAL DE PORTUGAL EM VANCOUVERSuite 920-925 West Georgia Street Vancouver - B.C. V6C 3L2 - CanadaTel.: +1 604 688 65 14 / 806 0990Fax: +1 604 685 [email protected]/web/vancouver

FEDERAÇÃO DE EMPRESÁRIOS E PROFISSIONAIS LUSO-CANADIANOS 1136 College Street, Toronto, Ontario M6H1B6 - Canada Tel.: +1 416 537 88 74Fax: +1 416 537 97 06 [email protected]

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) acaba de inaugurar um Escritório de Represen-tação em Toronto, dando assim resposta a um desejo já manifestado pela vasta comunidade portuguesa residente no Canadá, e reforçando, simultaneamente, a presença internacional do Grupo.

Numa cidade cosmopolita como Toronto, com mais de cinco milhões de habitantes, a nova unidade da Caixa no estrangeiro está situada na 425 University Avenue, em frente ao Consulado Português.

Ana Ochôa, após seis anos de experi-ência no Escritório de Representação da Caixa na Bélgica, assume a direcção desta nova unidade, contando na sua equipa com mais dois colaboradores, com experiência comercial, ambos de nacionalidade portuguesa e bem inte-grados no meio local.

Segundo Ana Ochôa, é objectivo deste novo Escritório ir ao encontro das neces-sidades da comunidade portuguesa resi-dente no Canadá, através de uma sólida presença no mercado e do desenvolvi-mento de fortes relações com os clientes.

A vertente internacional do Grupo CGD passará ainda por desenvolver estreitos relacionamentos junto da

CAIXA EM TORONTO

população canadiana, promovendo e incentivando boas oportunidades de negócio para ambos os países.

O Grupo Caixa é um grupo financeiro universal com presença em diversos pontos do globo. Com a sua extensa e diversificada plataforma internacio-nal assente em presenças físicas em 23 países e actuando ainda num vasto leque de mercados, onde apoia a ac-tividade dos empresários portugueses, tem procurado desempenhar um papel de crescente importância na interna-cionalização da economia portuguesa, nomeadamente através do apoio às Pe-quenas e Médias Empresas que consti-tuem um pilar fundamental do sistema produtivo nacional.

A Caixa tem vindo a orientar-se para os mercados com maior potencial de negó-cio, bem como para aqueles com os quais o país mantém afinidades culturais e lin-guísticas ou onde existem importantes comunidades de origem portuguesa.

Neste domínio, tem sido dado especial re-levo aos mecanismos de apoio ao comér-cio externo, consubstanciados por estru-turas de curto, médio e longo prazo que contribuem, de forma marcante, para dinamizar o nosso sector exportador.

Page 33: 2011.07 Portugalglobal 35

MERCADOS

Portugalglobal // Julho 11 // 33

Área: 9.093.507 km2

População: 34,109 milhões de habitantes (estimativa Setembro 2010)

Densidade populacional: 3,8 hab./km2 (estimativa Setembro 2010)

Designação oficial: Canadá

Chefe do Estado: Rainha Elizabeth II do Reino Unido, representada pelo Governador-Geral, David Johnston, desde Outubro de 2010

Forma de Governo: Monarquia Constitucional

Primeiro-Ministro: Stephen M. Harper, Partido Conservador (próximas eleições em Outubro de 2015)

Data da actual Constituição: 1982 (última revisão em 2001)

Principais Partidos Políticos: Partido Conservador; Partido Liberal; Bloco Quebequense; Novo Partido Democrático

Capital: Otava (1,169 mil habitantes, incluindo a aglomeração Gatineau)

Outras cidades importantes: Toronto, Montreal, Vancouver, Calgary, Edmonton, Quebeque, Hamilton, Winnipeg

Religião: Cerca de 43% da população é católica romana, 23% protestante, 5% cristã ortodoxa e outras cristãs, 13% outras religiões e 16% sem religião (Census 2001)

Língua: O Canadá é oficialmente um país bilingue: inglês e francês. A maior parte da população fala inglês (67,6%). Na província do Quebeque o francês é a língua oficial (13,3%), embora grande parte da população urbana fale as duas línguas (17,4%) e outras não oficiais (1,7%)

Unidade monetária: Dólar canadiano (CAD) = 100 centavos

1 EUR = 1,36492 CAD (Oanda – média entre 01-Jan e 30-Set 2010)

1 USD = 1,14 CAD (EIU - média 2009)

Risco país: Risco político – AAA (AAA = risco menor; D = risco maior)

Risco de estrutura económica – AA (idem) (EIU – Outubro 2010)

Ranking em negócios: Índice 8,39 (10 = máximo)

Ranking geral: 4 (entre 82 países) (EIU – Outubro 2010)

Risco de crédito: 1 (1 = risco menor; 7 = risco maior) (COSEC)

Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp. + Imp. / PIB = 48,7% (2009)Imp. / PIB = 27,7% (2009)Imp. / Imp. Mundial = 2,6% (2009)

Fontes:

INE – Inst. Nacional de Estatística

The Economist Intelligence Unit (EIU) - Country Report October 2010; Viewswire 5th October 2010

Bank of Canada; Statistics Canada; Oanda; COSEC; UNCTAD; CIA – The World Factbook

CANADÁ EM FICHA

Otava

Canadá

DEPARTMENT OF FOREIGN AFFAIRS AND INTERNATIONAL TRADE CANADAInternational Trade Canada125 Sussex DriveOttawa, Ontario K1A 0G2 – CanadaTel.: +1 613 944 4000Fax: +1 613 [email protected]

CANADIAN ASSOCIATION OF IMPORTERS AND EXPORTERS160 Eglinton Avenue East, Suite 300Toronto, Ontario M4P 3B5 – CanadaTel.: +1 416 595 53 33Fax: +1 416 595 82 26 [email protected]

THE CANADIAN CHAMBER OF COMMERCE Delta Office Tower 360 Albert Street, Suite 420Ottawa, Ontario K1R 7X7 – Canada Tel.: +1 613 238 40 00Fax: +1 613 238 76 43 [email protected]

CANADIAN TOURISM COMMISSION Suite 1400, Four Bentall Centre 1055 Dunsmuir St./Box 49230 Vancouver, British Columbia V7X 1L2 – Canada Tel.: +1 604 638 83 00 [email protected]/

CANADIAN FOOD INSPECTION AGENCY1400 Merivale Road Ottawa, Ontario, K1A 0Y9 – CanadaTel.: +1 613 225 2342Fax: +1 613 228-6601www.inspection.gc.ca

BANK OF CANADA 234 Wellington Street Ottawa, Ontario K1A 0G9 – Canada Tel.: +1 613 782 1461Fax: +1 613 782 77 13 [email protected]

PORTUGAL CANADA CHAMBER OF COMMERCE AND INDUSTRYP.O. Box 145, Station MainEdmonton, Alberta T5J 2G9 - CanadaTe.: +1 780 476 9099Fax: +1 780 475 [email protected]

Page 34: 2011.07 Portugalglobal 35

// Julho 11 // Portugalglobal34

COSECNo âmbito de apólices individuais

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

África do Sul* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

AngolaC Caso a caso numa base restritiva.

M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Antilhas Holandesas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Caso a caso.

ArgéliaC Sector público: aberta sem res-

trições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Em princípio, exigência de garan-tia bancária ou garantia soberana.

Argentina T Caso a caso.

BareinC Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

BenimC Caso a caso, numa base muito

restritiva.M/L Caso a caso, numa base muito

restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária.

Brasil* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clien-tes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Bulgária C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas.

M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística).

Camarões T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura.

Chile C Aberta sem restrições.

M/L Clientes públicos: aberta sem condições restritivas. Clientes pri-vados: em princípio, aberta sem condições restritivas. Eventual exigência de garantia bancária numa base casuística.

China* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Chipre C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Colômbia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Costa do Marfim T Decisão casuística.

Costa Rica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

CroáciaC Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percen-tagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação.

Cuba T Fora de cobertura.

Egipto C Carta de crédito irrevogável

M/L Caso a caso.

Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

EslováquiaC Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).M/L Não definida.

Eslovénia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Estónia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

EtiópiaC Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso numa base muito restritiva.

Filipinas C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

GanaC Caso a caso numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

GeórgiaC Caso a caso numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva e com a exigência de contra garantias.

Guiné-Bissau T Fora de cobertura.

Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, desig-nadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restri-tiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo).

Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Hungria C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Iémen C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva.

Índia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Indonésia C Caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irre-vogável ou garantia bancária.

M/L Caso a caso, com eventual exi-gência de garantia bancária ou garantia soberana.

Irão C Carta de crédito irrevogável ou

garantia bancária.

M/L Garantia soberana.

Iraque T Fora de cobertura.

Israel C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Jordânia C Caso a caso.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Koweit C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Letónia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Líbano C Clientes públicos: caso a caso

numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.

M/L Clientes públicos: fora de cober-tura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva.

Líbia T Fora de cobertura.

Lituânia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária.

Macau C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malásia C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Malawi C Caso a caso, numa base restritiva.

M/L Clientes públicos: fora de co-bertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva.

Malta C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Marrocos* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Martinica C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

México* C Aberta sem restrições.

M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente.

Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva

(eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garan-tia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro).

M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva.

Page 35: 2011.07 Portugalglobal 35

Portugalglobal // Julho 11 // 35

Políticas de cobertura para mercados de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices globaisNa apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado, enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços.

As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se repetem com alguma frequência.

Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque e S. Tomé e Príncipe.

COSEC Companhia de Seguro de Créditos, S. A.Direcção Internacional

Avenida da República, 581069-057 LisboaTel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839

ANÁLISE DE RISCO - PAÍS

[email protected] www.cosec.pt

Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de ga-rantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva

(designadamente em termos de alargamento do prazo consti-tutivo de sinistro e exigência de garantia bancária).

M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contraparti-das do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro.

Oman C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

Panamá C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Paquistão Temporariamente fora de cobertura.

Paraguai C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

Peru C Aberta sem condições restritivas.

M/L Clientes soberanos: aberta sem condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária.

Polónia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Qatar C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão casuística).

Quénia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Caso a caso, numa base restritiva.

República Checa C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária (decisão ca-suística).

República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual

exigência de carta de crédito irrevo-gável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Ban-co Central) ou garantia bancária.

Roménia C Exigência de carta de crédito

irrevogável (decisão casuística).

M/L Exigência de garantia bancária ou garantia soberana (decisão casuística).

Rússia C Sector público: aberta sem restri-

ções. Sector privado: caso a caso.

M/L Sector público: aberta sem restri-ções, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia sobe-rana. Sector privado: caso a caso.

S. Tomé e Príncipe T Fora de cobertura.

Senegal C Em princípio, exigência de

garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro.

M/L Eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigên-cia de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autori-dade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito).

Sérvia C Caso a caso, numa base restritiva,

privilegiando-se operações de pequeno montante.

M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante.

Singapura C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Síria T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Suazilândia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Tailândia C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Taiwan C Aberta sem condições restritivas.

M/L Não definida.

Tanzânia T Caso a caso, numa base muito

restritiva.

Tunísia* C Aberta sem condições restritivas.

M/L Garantia bancária.

Turquia C Carta de crédito irrevogável.

M/L Garantia bancária ou garantia soberana.

Ucrânia C Clientes públicos: eventual

exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável.

M/L Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exi-gência de garantia bancária.

Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso.

Uganda C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

Uruguai C Carta de crédito irrevogável

(decisão casuística).

M/L Não definida.

Venezuela C Clientes públicos: aberta caso

a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência.

M/L Aberta caso a caso com exigência de garantia soberana.

Zâmbia C Caso a caso, numa base muito

restritiva.

M/L Fora de cobertura.

ZimbabweC Caso a caso, numa base muito

restritiva.M/L Fora de cobertura.

Advertência:

A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas.

Legenda:

C Curto Prazo

M/L Médio / Longo Prazo

T Todos os Prazos

* Mercado prioritário.

Page 36: 2011.07 Portugalglobal 35

// Julho 11 // Portugalglobal36

A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas-sificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres-

pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior.As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis.

Tabela classificativa de paísesPara efeitos de Seguro de Crédito à exportação

Grupo 1* Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

AlemanhaAndorraAustráliaÁustriaBélgicaCanadáCheca, Rep.ChipreCoreia do SulDinamarcaEslováquiaEslovéniaEspanhaEUAFinlândiaFrançaGréciaHolandaHong-KongHungriaIrlandaIslândiaIsraelItáliaJapãoLiechtensteinLuxemburgoMaltaMónacoNoruegaNova ZelândiaPortugalReino UnidoSão MarinoSingapuraSuéciaSuiçaTaiwanVaticano

Arábia SauditaBruneiChileChina •GibraltarKoweitMacauMalásiaOmanPolónia •QatarTrind. e Tobago

África do Sul •ArgéliaBahamasBarbadosBotswanaBrasil •Costa RicaDep/ter Austr.b

Dep/ter Din.c

Dep/ter Esp.d

Dep/ter EUAe

Dep/ter Fra.f

Dep/ter N. Z.g

Dep/ter RUh

EAUa

Ilhas MarshallÍndiaMarrocos •MauríciasMéxico •MicronésiaNamíbiaPalauPanamáPeruRússiaTailândiaTunísia •

ArubaBareinBulgáriaColômbia Egipto El SalvadorEstónia FidjiFilipinasIndonésiaLituâniaRoméniaTurquiaUruguai

Antilhas Holand.AzerbeijãoCazaquistãoCroáciaDominicana, Rep.GabãoGuatemalaJordâniaLesotoLetóniaMacedóniaMongóliaNigériaPapua–Nova GuinéParaguaiS. Vic. e Gren.Santa LúciaVietname

AlbâniaAngolaAnt. e BarbudaArméniaBangladeshBelizeBeninBolíviaButãoCabo VerdeCamarõesCambojaComores DjiboutiDominicaGanaGeórgiaHondurasIrãoJamaicaKiribatiMadagáscarMaliMoçambiqueMontenegroNauruQuéniaSamoa Oc.SenegalSérvia Sri LankaSuazilândiaTanzâniaTurquemenistãoTuvaluUgandaUzbequistãoVanuatuZâmbia

AfeganistãoArgentinaBielorussiaBósnia e HerzegovinaBurkina FasoBurundiCampucheaCent. Af, Rep.ChadeCongoCongo, Rep. Dem.Coreia do NorteC. do MarfimCuba • EquadorEritreiaEtiópiaGâmbiaGrenadaGuianaGuiné EquatorialGuiné, Rep. daGuiné-Bissau • HaitiIemenIraque •KosovoLaosLíbanoLibériaLíbiaMalawiMaldivasMauritâniaMoldávia MyanmarNepal NicaráguaNíger Paquistão

QuirguistãoRuandaS. Crist. e NevisS. Tomé e Príncipe •Salomão Seicheles Serra LeoaSíria Somália Sudão Suriname TadzequistãoTogo Tonga UcrâniaVenezuelaZimbabué

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A.* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção do Chipre, Hong-Kong e Taiwan.

• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura, excepto operações de relevante interesse nacional

a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândiad) Ceuta e Melilha e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico

f) Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna

g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Niveh) Anguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.

Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos

NOTAS

COSECTABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES

Page 37: 2011.07 Portugalglobal 35

O caminho para os Mercados Externos começa aqui...

portugalglobal.pt

A AICEP e as PME’sTestemunhos

Sobre nós Rede Externa Produtos e Serviços AICEP Gestores de Cliente Incentivos Financeiros Novos apoios a PME’s Actividade Promocional Livraria Digital Sobre Mercados Externos Sobre Portugal Estatísticas Contactos úteis Inov Contacto Inov Export Revista Portugalglobal Portugalnews

O portal da aicep Portugal Global é a sua porta de entrada no mundo da Internacionalização. O sucesso nos Mercados Externos passa por Saber, Agir, Promover e Vender. Em portugalglobal.pt explicamos como.

Movimente o seu rato e clique em cada janela.

investir em Portugalporquê? como?

conte connosco!

comprar a Portugalporquê? o quê e a quem?

as marcas.

internacionalizar

quer exportar?mais e melhor?internacionalizar-se?

808 214 [email protected]

Mais contactos

Page 38: 2011.07 Portugalglobal 35

ESTATÍSTICAS

// Julho 11 // Portugalglobal38

INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL 2008 2009 2010 Var. 10/09 2010

Jan./Abr.2011

Jan./Abr.Var. 11/10 Jan./Abr.

IDE bruto 35.287 32.018 35.099 9,6% 11.321 11.145 -1,5%

IDE desinvestimento 32.103 30.070 34.002 13,1% 9.565 10.238 7,0%

IDE líquido 3.185 1.948 1.097 -43,7% 1.755 908 -48,3%

IDE Intra UE 31.690 29.430 30.380 3,2% 8.874 9.795 10,4%

IDE Extra UE 3.597 2.588 4.719 82,3% 2.447 1.350 -44,8%

Unidade: Milhões de euros

IDE Intra UE 89,8% 91,9% 86,6% – 78,4% 87,9%

IDE Extra UE 10,2% 8,1% 13,4% – 21,6% 12,1%

% Total IDE bruto

INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR

IDPE bruto - Destinos 2011 Jan./Abr. % Total Var. 11/10 IDPE bruto - Sector 2011 Jan./Abr. % Total Var. 11/010

Países Baixos 85,3% 1178,3% Activ. Financeiras e de Seguros 90,9% 417,6%

Espanha 4,1% -22,1% Comércio 2,5% -15,7%

Brasil 2,7% -25,4% Construção 2,2% 68,1%

Angola 1,6% n.d. Ind. Transformadoras 1,3% -16,6%

Estados Unidos 1,2% 38,2% Activ. de Consultoria e Técnicas 1,3% -52,0%

>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE) E EXPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO e EXPORTAÇÕES

IDE bruto - Origens 2011 Jan./Abr. % Total Var. 11/10 IDE bruto - Sector 2011 Jan./Abr. % Total Var. 11/10

Espanha 19,5% 44,6% Comércio 45,1% 16,2%

França 18,6% 14,4% Ind. Transformadoras 25,7% 46,0%

Países Baixos 14,7% 63,3% Activ. Financeiras e de Seguros 11,7% -55,3%

Reino Unido 13,7% -14,4% Activ. de Informação e Comunicação 5,0% -17,9%

Alemanha 12,7% -22,7% Act. de Consultoria e Técnicas 2,1% -43,2%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 Mar. Var. 11/10

Stock IDE 67.169 78.333 71.833 79.626 82.504 83.141 0,8%

Stock IDPE 40.990 45.944 45.273 47.530 48.087 51.430 7,0%

Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal

INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR 2008 2009 2010 Var. 10/09 2010

Jan./Abr.2011

Jan./Abr.Var. 11/10 Jan./Abr.

IDPE bruto 11.376 7.770 5.774 -25,7% 1.694 5.900 248,2%

IDPE desinvestimento 9.505 7.182 12.273 70,9% 1.224 1.795 46,6%

IDPE líquido 1.872 588 -6.500 -1.205,9% 470 4.105 772,7%

IDPE Intra UE 8.380 5.500 3.932 -28,5% 1.117 5.445 387,3%

IDPE Extra UE 2.996 2.270 1.842 -18,9% 577 455 -21,2%

Unidade: Milhões de euros

IDPE Intra UE 73,7% 70,8% 68,1% – 66,0% 92,3%

IDPE Extra UE 26,3% 29,2% 31,9% – 34,0% 7,7%

% Total IDPE bruto

n.d. – não disponível

Page 39: 2011.07 Portugalglobal 35

ESTATÍSTICAS

Portugalglobal // Julho 11 // 39

EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS

COMÉRCIO INTERNACIONAL - BENS 2008 2009 2010 Var. 10/09 2010 Jan./Abr.

2011 Jan./Abr.

Var. 11/10 Jan./Abr.

Exportações bens 38.847 31.697 36.762 16,0% 11.622 13.594 17,0%

Exportações bens UE27 28.904 23.892 27.573 15,4% 8.791 10.311 17,3%

Exportações bens Extra UE27 9.943 7.804 9.189 17,7% 2.830 3.283 16,0%

Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE27 74,4% 75,4% 75,0% – 75,6% 75,8% –

Exportações bens Extra UE27 25,6% 24,6% 25,0% – 24,4% 24,2% –

Unidade: % do total

Exp. Bens - Clientes 2011 Jan./Abr. % Total Var. 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.

Espanha 25,8% 11,8% Espanha 370 3,2

Alemanha 13,8% 24,5% Alemanha 368 3,2

França 12,8% 21,4% França 307 2,6

Reino Unido 5,0% 5,8% Países Baixos 110 1,0

Angola 4,7% 9,7% Itália 100 0,9

Itália 4,0% 22,3% Argélia 66 0,6

Países Baixos 4,0% 25,4% Gibraltar -30 -0,3

Exp. Bens - Produtos 2011 Jan./Abr. % Total Var. 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.

Máquinas; Aparelhos 14,4% 9,2% Veículos, Out. Mat. Transporte 406 3,5

Veículos, Out. Mat. Transporte 13,4% 28,6% Químicos 246 2,1

Metais Comuns 8,5% 23,7% Metais Comuns 222 1,9

Plásticos, Borracha 7,0% 19,0% Máquinas; Aparelhos 164 1,4

Combustíveis Minerais 6,3% 1,3% Plásticos, Borracha 151 1,3

COMÉRCIO INTERNACIONAL - SERVIÇOS 2008 2009 2010 Var. 10/09 2010 Jan./Abr.

2011 Jan./Abr.

Var. 11/10 Jan./Abr.

Exportações totais de serviços 17.865 16.318 17.575 7,7% 4.883 5.346 9,5%

Exportações serviços UE27 13.324 11.997 12.692 5,8% 3.474 3.807 9,6%

Exportações serviços extra UE27 4.541 4.321 4.883 13,0% 1.409 1.539 9,2%

Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE27 74,6% 73,5% 72,2% – 71,1% 71,2%

Exportações serviços extra UE27 25,4% 26,5% 27,8% – 28,9% 28,8%

Unidade: % do totalFonte: Banco de Portugal

PREVISÕES 2011 : 2012 (tvh real %) 2010 2011 (1º Trim.) FMI CE OCDE

Memo PT/UE/BCE/FMI

BdP

INE Jun. 11 Mai. 11 Mai. 11 Mai. 11 Mar. 11

PIB 1,3 -0,6 -2,2 : -1,8 -2,2 : -1,8 -2,1 : -1,5 -2,0 : -2,0 -1,4 : 0,3

Exportações Bens e Serviços 8,8 8,5 6,2 : 6,0 6,2 : 5,9 6,4 : 7,4 – : – 6,0 : 6,5

Exp. Bens- Extra UE 11 Jan./Abr. % Total Var. 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p.

Angola 19,4% 9,7% Argélia 66 2,3

EUA 14,0% 3,1% Angola 57 2,0

Brasil 5,5% 39,9% Brasil 51 1,8

Argélia 4,2% 93,7% México 37 1,3

México 3,8% 41,9% Gibraltar -30 -1,1

Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuaisFonte: INE

Page 40: 2011.07 Portugalglobal 35

// Julho 11 // Portugalglobal40

FEIRAS e EVENTOS

CONCRETA NA EXPONOR EM OUTUBRO

A 25ª edição da CONCRETA - Feira Internacional de Construção e Obras Públicas tem lugar de 18 a 22 de Ou-tubro, na EXPONOR - Feira Internacio-nal do Porto. Uma das novidades deste evento bienal é a realização simultânea e integrada do ENDIEL - Encontro para o Desenvolvimento do Sector Eléctrico e Electrónico, numa organização da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Eléctrico e Electrónico (ANI-MEE) e da EXPONOR.Segundo fonte da organização, “as si-nergias entre os dois eventos são óbvias, mas, na senda do modelo organizativo dos últimos anos, a CONCRETA e os pro-fissionais do sector beneficiarão igual-mente de um rico e diversificado progra-ma de manifestações complementares à feira propriamente dita, que, no Centro de Congressos da EXPONOR, costuma movimentar cerca de dois milhares de especialistas e interessados por vários segmentos de actividade”.

SÍNTESE:

CONCRETA 2011 Data: 18 – 22 de Outubro de 2011Horário: das 10:00 às 20:00, todos os diasPerfil do visitante: profissional e público (no sábado)N.º de empresas expositoras na última edição: 432N.º de empresas estrangeiras expositoras há dois anos: 58 (13 por cento do total)Países representados na exposição pre-cedente: Espanha, Alemanha, Itália, Bélgica, Áustria, Brasil, China, França e TurquiaN.º total de visitas recebidas na 24.ª edição: 47.238Em exposição: Arquitectura de interio-res; cerâmica de pavimentos, revesti-mentos, sanitários e torneiras; rochas ornamentais, pedra e vidro; cozinha e banho; iluminação, electricidade, do-mótica, robótica, novas tecnologias e informática; cimentos, argamassas, pré-

PORTOJÓIA EM SETEMBRO NA EXPONOR

A PORTOJÓIA - Feira Internacional de Joalharia, Ourivesaria e Relojoaria (22ª edição) regressa à EXPONOR de 21 a 25 de Setembro próximo, numa mos-tra das colecções mais vistosas de uma indústria responsável em Portugal por um volume anual de transacções na or-dem dos 160 milhões de euros.Em destaque estará a 7.ª edição do Pré-mio PORTOJÓIA Design, que se abre às propostas originais de estudantes e for-mandos de design de jóias, de produto e de cursos de ourivesaria (que são os destinatários desta actividade), desta vez sob o mote do “Revivalismo”, reve-lou fonte da organização.Igualmente, e na senda do protocolo estabelecido entre a Associação Em-presarial de Portugal (AEP), a Associa-ção Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), a PORTOJÓIA voltará a subir à passarela de braço dado com o PORTUGALFASHION, aliando assim a beleza das vestes ao luxo das jóias.De 2000 a 2010, a Feira Internacional de Joalharia, Ourivesaria e Relojoaria recebeu um total de 142.023 visitas e mostrou as novidades de 2.560 empre-sas expositoras. Conta já com mais de duas décadas de presença no mercado a fomentar negócios e relações comer-ciais, apoiando as empresas e dando a conhecer as tendências do sector.

Mais informações em: www.exponor.pt

fabricação e construção industrializada; carpintaria em madeira, PVC e metáli-ca; madeiras e derivados; isolamento, impermeabilização e outros produtos para acabamentos; tintas e vernizes; restauro, requalificação e reabilitação; climatização, tubos e acessórios; máqui-nas, ferramentas e equipamentos para a construção e obras públicas; organis-mos oficiais e serviços; outros segmen-tos dos sectores envolvidos.

ENDIEL 2011Sectores em exposição: Máquinas eléc-tricas e industriais; aparelhagem e equi-pamentos; cablagens; sistemas de me-dida, controlo e automatismos; soluções electrónicas e de telecomunicações; componentes electrónicos; pilhas e acu-muladores; lâmpadas e material para iluminação; aparelhagem ligeira de ins-talação; electrónica de consumo; elec-trodomésticos; aparelhagem eléctrica e electrónica para indústria automóvel; engenharia de software e sistemas de informação; serviços de telecomunica-ções complementares e de valor acres-centado; segurança, higiene e saúde no trabalho; ambiente; formação.

Mais informações em: www.concreta.exponor.pt

Page 41: 2011.07 Portugalglobal 35

FEIRAS e EVENTOS

Portugalglobal // Julho 11 // 41

HEIMTEXIL RUSSIA 2011

A Heimtextil Rússia, feira internacional de têxteis-lar e revestimentos de chão e paredes, realiza a sua 13ª edição de 21 a 23 de Setembro de 2011, reunindo fa-bricantes locais e estrangeiros e os maio-res players da indústria em Moscovo. A feira apresenta novas ideias e soluções de design, tendências em têxteis para decoração de interiores, revestimentos de parede e estofos. Para além de ser uma fonte de inspiração, a Heimtextil Russia oferece várias oportunidades de negócios tanto para expositores como para visitantes. Nesta edição a feira contará ainda com o projecto ‘Luxury Area’, um novo pavilhão na Heimtextil Russia. Os expositores que representam o segmento de bens de luxo na Heimtextil Russia têm vindo sempre a aumentar, bem como a quota de mer-cado de produtos de luxo na Rússia, em particular em Moscovo. O pavilhão ‘Lu-xury Area’ apresentará as actuais tendên-cias de design para interiores e conceitos exclusivos nos têxteis-lar para a época de 2011/2012 e será certamente um dos destaques da Heimtextil Russia 2011.

Mais informações em:http://www.heimtextil.messefrankfurt.ru

RUSSIAN WINE FAIR 2011 VINHO NA UCRÂNIA

AMBIENTE – FEIRA INTERNACIONAL DE DINING, LIVING E GIVING

A empresa russa Asti Grou organiza em Moscovo (Rússia), no Centro de Expo-sições Crocus Expo, de 17 a 19 de No-vembro 2011, a feira internacional da indústria do vinho e bebidas espirituosas Drinks Industry/Russian Wine Fair’2011.A edição de 2010 decorreu numa área de 2.500 metros quadrados e contou com a participação de cerca de 200 empresas russas e de 12 países, entre os quais a Argentina, Chile, Bulgária, Roménia, Alemanha, EUA e Grécia. Foi visitada por cerca de 6.000 profissio-nais do sector, dos quais 34 por cento im-portadores e distribuidores, 21 por cento representantes do sector HORECA e 13 por cento agentes comerciais. No âmbito da feira são organizados master-classes, seminários temáticos, provas de vinhos e um Concurso de Vi-nhos e Bebidas Espirituosas.

Mais informações em:www.drinksindustry.ru/drinks/en

De 2 a 4 de Novembro de 2011 rea-lizam-se, no Centro de Exposições de Kiev (Ucrânia), os certames especializa-dos “WinExpo Ukraine” e “WineTech Ukraine”, numa organização que con-ta com o apoio das autoridades ucra-nianas. No âmbito dos certames serão realizadas conferências sobre o sector, provas de vinho e outras iniciativas liga-das ao evento.

Mais informações em:http://expodessa.od.ua/english/wine/about/all/

A Ambiente, feira internacional dedica-da aos sectores Dining, Living e Giving realiza-se em Frankfurt de 10 a 14 de Fevereiro de 2012. A feira, que conta com a participação de mais de 4.300 expositores internacionais, inclui nova-mente no seu programa a mostra es-pecial Talents que apoia 35 jovens de-signers internacionais. As candidaturas decorrem até 20 de Outubro de 2011.

Mais informações através do e-mail:[email protected]

ou no site:

http://ambiente.messefrankfurt.com

Page 42: 2011.07 Portugalglobal 35

// Julho 11 // Portugalglobal42

REDE EXTERNA DA AICEP

Centro de Negócios

Escritórios

Representações

ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo

CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA / Pequim

DINAMARCA / Copenhaga

ESPANHA / Madrid

S. Francisco

Toronto

Cidade do México

Nova Iorque

Copenhaga

Berlim

Haia

Bruxelas

Dublin

Londres

Paris

Milão

Vigo

Barcelona

Praia

Rabat

São Paulo

Santiago do ChileBuenos Aires

Argel

42

Madrid

Mérida

BRASIL / São Paulo

BÉLGICA / Bruxelas

ÁUSTRIA / Viena

ARGENTINA / Buenos Aires

ARGÉLIA / Argel

ANGOLA / Luanda

ALEMANHA / Berlim

CABO VERDE / Praia

CANADÁ / Toronto

CHILE / Santiago do Chile

CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA / Xangai

Caracas

Page 43: 2011.07 Portugalglobal 35

Portugalglobal // Julho 11 // 43

ESPANHA / Barcelona

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / Nova Iorque

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / S. Francisco

FINLÂNDIA / Helsínquia

FRANÇA / Paris

HOLANDA / Haia

HUNGRIA / Budapeste

ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli

INDONÉSIA / Jacarta

IRLANDA / Dublin

ITÁLIA / Milão

JAPÃO / Tóquio

MACAU / Macau

MARROCOS / Rabat

MÉXICO / Cidade do México

MOÇAMBIQUE / Maputo

POLÓNIA / Varsóvia

REINO UNIDO / Londres

REPÚBLICA CHECA / Praga

ROMÉNIA / Bucareste

RÚSSIA / Moscovo

SINGAPURA / Singapura

SUÉCIA / Estocolmo

SUÍÇA / Zurique

TUNÍSIA / Tunes

TURQUIA / Ancara

Luanda

Benguela

Maputo

Joanesburgo

Tunes

Helsínquia

Estocolmo

Zurique Moscovo

Varsóvia

Praga

Budapeste

Viena

Bucareste

AncaraPequim

Nova DeliXangai

Tóquio

Macau

Singapura

Jacarta

43

ESPANHA / Mérida

ESPANHA / Vigo

Atenas

GRÉCIA/ Atenas

VENEZUELA / Caracas

Tripoli

LÍBIA / Tripoli

Istambul

TURQUIA / Istambul

Kuala Lumpur

MALÁSIA/ Kuala Lumpur

Page 44: 2011.07 Portugalglobal 35

A crise do crédito hipotecário de alto risco (subprime) produziu em 2007-2008, toda uma sucessão de graves e dramáticos acontecimentos decorren-tes do rebentar da “bolha” do imo-biliário dos Estados Unidos (falências de bancos e companhias de seguros, acções de despejo de habitações e a sua venda em leilão, prisão de Bernard Madoff), abrindo assim o terreno para a grande crise global em que ainda es-tamos a viver. Inicialmente, lançou a devastação na vida de milhões de pes-soas e depois quase fez descarrilar a lo-comotiva da economia americana e de outras grandes economias, fatalmente arrastando as economias mais frágeis.A longo prazo, a solução da crise do crédito hipotecário de alto risco vai exi-gir dos decisores políticos e económi-cos a remodelação da estrutura finan-ceira, visando impedir a formação de “bolhas” e limitar os riscos.

BOOKMARKS

“Portugal tem com o mar uma rela-ção imemorial que imediatamente nos transporta para o passado. Essa reac-ção instintiva leva muitos portugueses a associar o mar a tudo, menos ao re-curso natural e ao activo económico que ele essencialmente é. Para todos os que pensam assim, o discurso do mar é necessariamente um discurso passadis-ta e saudosista. Nada pode estar mais longe da verdade.A realidade é que a importantíssima componente marítima da História de Portugal, quando conjugada com a ine-lutável geografia marítima do presente, bem como com a geografia que se pro-jecta no futuro, através da delimitação da plataforma continental portuguesa, é um valor manifestamente singular e algo que permanece, juntamente com a língua portuguesa, como um dos ac-tivos mais significativos que Portugal possui, inclusivamente em termos de

SUBPRIMEO CRÉDITO HIPOTECÁRIO DE ALTO RISCO

imagem de marca que projecta no con-junto da comunidade das nações.Como no caso da aposta no ‘cluster’ au-tomóvel dos anos noventa ou da aposta no ‘cluster’ da energia eólica terrestre na década passada, será necessário que o poder executivo atribua ao mar um carácter de prioridade nacional e que, inclusivamente, venha a aprovar-se um conjunto de medidas de fomento das ac-tividades ‘offshore’ ou da exploração do mar.” (Texto extraído da Introdução)Através deste ensaio, procura-se evi-denciar o potencial do mar para a nossa economia, dando um contributo para a visão estratégica que os portugueses devem ter quanto ao seu futuro.

Autor: Robert J. Shiller (Prefácio de João Cravinho)

Editor: Ed. Livre

Ano: 2011

Autores: Tiago Pitta e Cunha

Editor: Fundação Francisco Manuel dos Santos

Ano: 2011

PORTUGAL E O MAR

Neste seu livro, o Prof. Robert J. Shi-ler – que é autor do best-seller “Irra-tional Exuberance” e “The Subprime Solution”, (ambos publicados pela Universidade de Princeton), e Profes-sor de Economia na Universidade de Yale –, aponta as origens de tal crise e propõe medidas audaciosas para a resolver. Advoga mesmo uma resposta agressiva – isto é, uma reestruturação dos alicerces institucionais do sistema financeiro que não só restitua a con-fiança no sector imobiliário mas que também crie condições para haver prosperidade na economia americana e na economia mundial, tão profunda-mente interligadas.

// Julho 11 // Portugalglobal44