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1 Direito da Actividade Comercial 1 2 Os slides que se seguem, são meros elementos de apoio ao estudo dos alunos, não esgotando o programa leccionado nas aulas teóricas, nem constituindo qualquer limite à matéria susceptível de ser questionada nas provas escritas e/ou orais.

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Direito da Actividade Comercial

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Os slides que se seguem, são meros elementos de apoio ao estudo dos alunos, não esgotando o programa leccionado nas aulas teóricas, nem

constituindo qualquer limite à matéria susceptível de ser questionada nas

provas escritas e/ou orais.

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¡  concorrência §  é o esforço para conquistar aquilo que, ao mesmo tempo, outro

também se esforça para conquistar [Samuel Johnson]

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¡  concorrência §  emanação directa da liberdade de iniciativa económica ▪  desenvolve a competição entre empresas pela conquista da

clientela e mercados ▪  dinamiza as actividades comerciais

§  os preços, os salários, os métodos de produção, os produtos e as respectivas quantidades, a dimensão e organização das empresas, a distribuição dos recursos e dos rendimentos dos indivíduos resultam todos dos processos de concorrência

¡  concorrência perfeita §  situação que se verifica sempre que nenhum produtor pode influenciar

as condições [preço] de mercado

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¡  concorrência à corolários §  liberdade de concorrência entre empresas à arts. 81º/f) e 99º/a) CRP §  proibição de práticas restritivas da concorrência ▪  proibição e combate a determinadas condutas impeditivas do livre

funcionamento do mercado em concorrência ▪  regime geral de defesa da concorrência à L 18/2003 ▪  práticas individuais restritivas da concorrência à DL 370/93

§  respeito pelos princípios e regras éticas que devem nortear as actividades económicas ▪  propriedade industrial ▪  repressão da concorrência desleal

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¡  direitos de propriedade intelectual §  direitos de autor ▪  criações de carácter literário, científico e artístico ▪  tratados pelo direito civil

§  direitos de propriedade industrial ▪  criações de carácter intimamente ligado à realidade comercial ▪  tratados pelo direito comercial

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¡  direitos de propriedade industrial §  a defesa da lealdade de concorrência é obtida por via preventiva ▪  através da criação, concessão e protecção de direitos privativos

sobre determinados elementos de carácter imaterial integrantes do estabelecimento comercial

§  princípio da tipicidade ▪  só existem os tipos previstos em lei

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¡  direitos de propriedade industrial §  princípio da tipicidade ▪  criações novas ▪  concepções relativas à composição, processo de fabrico ou

forma dos produtos ­  patentes ­  modelos de utilidade

▪  sinais distintivos ▪  sinais nominativos e/ou emblemáticos que distinguem produtos,

estabelecimentos ou empresas dos seus congéneres ­  marcas ­  nomes e insígnias de estabelecimento ­  logótipos ­  denominações de origem ­  indicações geográficas

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¡  direitos de propriedade industrial §  patente ▪  protecção conferida a invenções que solucionem problemas

técnicos por meio de um novo produto, novo mecanismo ou novos processos de obtenção de produtos, substância ou composições já conhecidos

§  modelo de utilidade ▪  modalidade de protecção de invenções, através de um

procedimento administrativo menos exigente do que o das patentes ▪  constitui um direito mais fraco, de menor duração, e não pode incidir

sobre matéria biológica e substâncias ou processos químicos ou farmacêuticos

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¡  direitos de propriedade industrial §  marca ▪  sinal com carácter distintivo que permite diferenciar os produtos ou

serviços de uma entidade de outros, semelhantes ou afins, oferecidos por outras entidades

▪  pode ser um sinal nominativo, figurativo ou misto

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¡  direitos de propriedade industrial §  nome e insígnia de estabelecimento ▪  sinal distintivo que identifica o espaço físico onde um empresário

exerce a sua actividade ▪  o nome de estabelecimento é exclusivamente nominativo ▪  a insígnia pode ser figurativa ou mista

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¡  direitos de propriedade industrial §  logótipo ▪  sinal distintivo de comércio, que serve para assinalar qualquer

entidade que preste serviços ou ofereça produtos ▪  é uma composição constituída por letras associadas ou não a

desenhos, de modo a que apresente uma configuração particular como elemento distintivo

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¡  natureza jurídica §  direitos de propriedade, com a especificidade de incidirem sobre bens

imateriais §  direitos subjectivos, válidos erga omnes (arts. 1303º C.Civ e 11º CPI)

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¡  âmbito (art. 1º) §  função de garantia da lealdade da concorrência, pela atribuição de

direitos privativos sobre os diversos processos técnicos de produção e desenvolvimento da riqueza ▪  destina-se a todas as actividades económicas

¡  princípio da territorialidade (art. 4º) §  os direitos concedidos ou registados em Portugal abrangem todo o

território nacional

¡  processo de concessão ou registo §  compete ao INPI

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¡  atribuição de direitos (arts. 9º a 30º) §  concessão ▪  patentes ▪  modelos de utilidade

§  registo ▪  modelos e desenhos industriais ▪  marcas ▪  nomes e insígnias de estabelecimento ▪  logótipos

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¡  livre transmissibilidade (art. 31º/1) §  total ou parcialmente §  a título gratuito ou oneroso

¡  licença de exploração (art. 32º/1) §  total ou parcialmente §  por todo o tempo da sua duração ou inferior §  a título gratuito ou oneroso §  em determinada zona ou em todo o âmbito do território nacional

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¡  extinção das patentes, modelos de utilidade e registos §  nulidade (art. 33º/1) ▪  objecto insusceptível de protecção ▪  preterição de procedimentos ou formalidades imprescindíveis para

a concessão do direito ▪  violação de regras de ordem pública

§  anulação (art. 34º) ▪  quando o direito não pertencer ao titular ▪  preterição de direitos de propriedade industrial

§  caducidade (art. 37º) ▪  decurso do prazo de duração do direito ▪  falta de pagamento das taxas

§  renúncia (art. 38º) ▪  declaração expressa ao INPI

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¡  invenções (arts. 51º a 152º) §  resultado de uma actuação criativa do espírito humano, consistente

em ▪  um novo produto, ou ▪  um novo processo ou meio técnico para obtenção de produtos

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¡  modalidades de protecção das invenções §  patentes (arts. 51º a 116º) ▪  podem ser objecto de patente as invenções novas, implicando

actividade inventiva, se forem susceptíveis de aplicação industrial, mesmo quando incidam sobre um produto composto de matéria biológica, ou que contenha matéria biológica, ou sobre um processo que permita produzir, tratar ou utilizar matéria biológica

§  modelos de utilidade (arts. 117º a 152º) ▪  podem ser protegidas como modelos de utilidade as invenções

novas, implicando actividade inventiva, se forem susceptíveis de aplicação industrial

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¡  requisitos de protecção por meio de patente §  novidade (arts. 55º e 56º) ▪  é nova uma invenção quando não está compreendida no estado da

técnica à constituído por tudo o que, dentro ou fora do país, é acessível ao público antes da data do pedido de patente

§  actividade inventiva (art. 55º/2) ▪  só existe se, para um perito na especialidade, a inovação não

resultar de uma maneira evidente do estado da técnica §  utilidade industrial (art. 55º/3) ▪  se o seu objecto puder ser fabricado ou utilizado em qualquer

género de indústria ou na agricultura §  duração à 20 anos (art. 99º) §  criações que não podem ser patenteadas à arts. 52º e 53º

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¡  requisitos de protecção por meio modelos de utilidade §  novidade (art. 120º/1/4 à art. 56º) ▪  é nova uma invenção quando não está compreendida no estado da

técnica §  actividade inventiva (art. 120º/2) ▪  se, para um perito na especialidade, a inovação não resultar de

uma maneira evidente do estado da técnica ▪  se apresentar uma vantagem prática, ou técnica, para o fabrico ou

utilização do produto ou do processo em causa §  utilidade industrial (art. 120º/3) ▪  se o seu objecto puder ser fabricado ou utilizado em qualquer

género de indústria ou na agricultura §  duração à 6 anos, prorrogável até 10 anos (art. 142º) §  criações que não podem ser protegidas à art. 119º

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¡  noção §  sinal utilizado por um empresário para distinguir os produtos sobre os

quais incide a sua actividade económica ▪  marcas de produtos (corpóreos) ▪  marcas de serviços (incorpóreos)

¡  função §  identificar os produtos ou serviços, distinguindo-os dos demais seus

congéneres, de modo a favorecer e proteger a empresa no jogo da concorrência ▪  mecanismo de publicidade

§  não funciona como garantia de qualidade dos produtos ou serviços

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¡  modalidades §  marcas de produtos e de serviços (arts. 222º segs.) ▪  produtores ▪  comerciantes ▪  prestadores de serviços

§  marcas colectivas (arts. 228º segs.) ▪  de associação à usadas pelos associadas ▪  de certificação (apostas nos produtos que revistam certas

características) à não são verdadeiras marcas

¡  uso (art. 225º) §  o uso da marca é facultativo §  excepcionalmente, é obrigatório ▪  objectos de metais preciosos ▪  cartas de jogar

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¡  constituição (art. 222º) §  nominativas ▪  apenas elementos verbais escritos

§  figurativas ▪  apenas elementos de natureza desenhística ou emblemática

§  mistas ▪  reúnem ambas as características

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¡  constituição (art. 222º) §  plásticas ou tridimensionais ▪  forma do produto ou da respectiva embalagem

§  sonoras (art. 238/1/a) ▪  sons susceptíveis de representação gráfica

§  slogans ▪  frases publicitárias, independentemente da sua protecção pelos

Direitos de Autor VÁ PELOS SEUS DEDOS

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¡  princípio da liberdade de constituição §  restrições decorrentes dos princípios sobre formação das marcas à a

violação gera recusa de registo (arts. 238º e 239º) ou nulidade do registo concedido (art. 33º) ▪  princípio da independência do produto (art. 223º/1/b)) ▪  a marca não pode ser elemento constitutivo do produto

▪  princípio da eficácia distintiva (arts. 222º/1 e 223º/1) ▪  a marca deve ser capaz de distinguir o produto de outros

semelhantes à proibição de adopção de: ­  sinais descritivos dos produtos (art. 223º/1/c)) ­  sinais francos, ou usuais na linguagem corrente (art. 223º/1,d)) ­  sinais fracos, ou destituídos de expressividade (art. 223º/1/e))

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¡  princípio da liberdade de constituição §  princípio da verdade (arts. 238/4/d) e 239º/2/a)) §  princípio da licitude (art. 238º/4/5/6) ▪  funciona de forma residual

§  princípio da novidade ou da exclusividade (art. 239º/1/a)) ▪  a marca não pode constituir reprodução ou imitação, no todo ou em

parte, de marca anteriormente registada ▪  para o mesmo produto ou serviço ▪  para produto ou serviço similar ou semelhante ▪  que possa induzir em erro ou confusão o consumidor

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¡  novidade ou exclusividade da marca §  a marca não deve constituir reprodução ou imitação, no todo ou em

parte, de marca anteriormente registada por outrem, para o mesmo produto ou serviço, ou produto ou serviço similar ou semelhante, que possa induzir em erro ou confusão o consumidor (arts. 239º/1/a), e 245º)

§  a usurpação de marca pode ser: ▪  reprodução ou contrafacção à cópia integral de marca ▪  imitação à confundibilidade entre marcas ▪  não é nova a marca que puder ser confundida com outra já

existente no mercado ▪  a confundibilidade só releva se ambas as marcas se destinarem

a produtos ou serviços idênticos ou manifestamente afins

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¡  critérios de determinação de imitação de marca §  critério subjectivo (art. 245º/1/c)) ▪  risco de confusão pelo consumidor médio dos produtos ou serviços

em questão ▪  prevalece a semelhança de conjunto sobre a diversidade de

pormenores §  comparação entre a marca a constituir e a memória que se possa ter

da marca já constituída ▪  se dois sinais são comparados um perante o outro, são as

diferenças que ressaltam; quando dois sinais são vistos sucessivamente, é a memória do primeiro que existe quando o segundo aparece, pelo que nesse momento apenas as semelhanças ressaltam

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¡  critérios para averiguar a existência de imitação §  critério objectivo (art. 245º/3) ▪  uso da mesma designação de fantasia ▪  pressunção inilidível de imitação

▪  nestes casos é desnecessária a verificação do critério subjectivo

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¡  registo da marca §  efeito constitutivo (arts. 224º e 233º) ▪  desvio (art. 227º) ▪  prioridade para o utilizador de marca durante 6 meses à o uso

da marca de facto confere um direito de prioridade para o seu registo ­  decorre da repressão da concorrência desleal (art. 317º)

▪  excepções ▪ marcas notórias (art. 241º) ­  uma marca notória ainda não registada pode vir a prevalecer

sobre uma marca a registar ▪ marcas de prestígio (art. 242º) ­  aplicável mesmo no caso de produtos ou serviços sem

identidade ou afinidade

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¡  direitos do titular de marca registada §  uso exclusivo por 10 anos, renováveis (art. 255º) §  oponibilidade ao uso por terceiros (art. 258º) §  livre transmissibilidade (art. 31º/1)

¡  extinção §  declaração de nulidade do registo (arts. 33º e 265º) §  anulação do registo (arts. 34º e 266º) §  caducidade do registo (arts. 37º e 269º)

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¡  noção (art. 317º) §  acto de concorrência, susceptível de produzir a captação de clientela

de outra empresa que produza ou comercialize bens idênticos ou afins ▪  violador de normas ou usos honestos de qualquer ramo de

actividade económica ▪  independentemente da produção de efeitos danosos

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¡  categorias de actos §  actos de confusão (art. 317º/a)) ▪  reprodução, susceptível de criar confusão, de produtos de um

concorrente §  actos de descrédito (art. 317º/b)) ▪  falsas afirmações visando desacreditar os produtos de um

concorrente à publicidade comparativa §  actos de apropriação (art. 317º/c) a f)) ▪  concorrência parasitária

§  actos de desorganização (art. 318º) ▪  ataques à empresa concorrente, através de desvio de

trabalhadores, divulgação de segredos, etc. §  responsabilidade contra-ordenacional e civil (art. 331º)