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ISSN 1982-7644
Sistema Permanente de Avaliação
da Educação Básica do Ceará
SPAECE2012
REVISTA CONTEXTUAL
SEÇÃO 1
Perfis
SEÇÃO 2
Organização e trabalho do gestor
SEÇÃO 3
Reflexões sobre Práticas escolares
SEÇÃO 4
Resultados de Desempenho por Grupo de Comparação
SEÇÃO 5
Considerações Finais
ISSN 1982-7644
Revista Contextual2012
SPAECESistema Permanente de Avaliação
da Educação Básica do Ceará
PS CE E
gOvERNADORCID FERREIRA GOMES
vICE-gOvERNADOR DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
SECRETáRIA DA EDUCAÇÃOMARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO
SECRETáRIO ADJUNTO DA EDUCAÇÃOMAURÍCIO HOLANDA MAIA
SECRETáRIO ExECUTIvOANTÔNIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR
COORDENADORA DO gABINETECRISTIANE CARVALHO HOLANDA
COORDENADORA DE AvALIAÇÃO E ACOMPANhAMENTO DA EDUCAÇÃOBETÂNIA MARIA GOMES RAQUEL
CÉLULA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ACADÊMICO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
ORIENTADORA CARMILVA SOUZA FLÔRES
ASSESSORA TéCNICAMARIA IACI CAVALCANTE PEQUENO
ASSISTENTES TéCNICASFRANCISCA ELIANE DIAS DE CARVALHOROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA
EqUIPE TéCNICAELIZABETH DOS SANTOS CARNEIROESTEFÂNIA MARIA ALMEIDA MARTINSGEANNY DE HOLANDA OLIVEIRALUZIA DE QUEIROZ HIPPOLYTOMARIA ASSUNÇÃO OLIVEIRA MONTEIROMIRNA GURGEL CARLOS DA SILVATERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA
INTRODUÇÃO
O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) é uma iniciativa do
governo do estado do Ceará intermediada pela Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) desde 1992.
O SPAECE tem como objetivos fornecer informações para a formulação, reformulação e monitoramento
de políticas educacionais no estado, e disponibilizar, para toda a comunidade escolar, um panorama do
desempenho acadêmico dos alunos do Ensino Fundamental da rede pública e Ensino Médio na Rede
Estadual de ensino.
Juntamente com os testes de proficiência de diversas áreas de conhecimento, que mensuram
o desempenho acadêmico dos alunos, são aplicados questionários contextuais que auxiliam na
compreensão das condições socioeconômicas e de estudo dos alunos e na investigação do perfil de
professores e gestores escolares.
O conjunto de informações, abaixo, sintetiza os principais dados sociodemográficos de alunos, gestores
e professores envolvidos na avaliação do SPAECE 2012, gerando um perfil dos atores escolares e a
caracterização das escolas segundo seus aspectos administrativos e contextuais mais proeminentes.
Tais aspectos permitiram a criação de grupos de referência para as escolas participantes da avaliação,
reunindo, em seu interior as escolas mais semelhantes em termos de características objetivas para
sua gestão.
As considerações sobre as informações contextuais de alunos, professores e gestores são
complementares aos resultados de desempenho dos alunos, oferecendo um cenário de condições
associadas às variações de desempenho. Essas informações são importantes para conhecer melhor
o sistema público de ensino e auxiliar em políticas educacionais no estado do Ceará, aumentando sua
compreensão e efetividade.
O presente trabalho está organizado da seguinte maneira: descrição do perfil dos alunos avaliados
pelo SPAECE 2012, dividido em dois momentos. Em primeiro lugar, apresentamos as características
sociodemográficas dos alunos do sistema de ensino regular (5º e 9º anos do Ensino Fundamental; 1ª, 2ª
e 3ª séries do Ensino Médio); em segundo lugar, o perfil dos alunos da Educação de Jovens e Adultos
(EJA 2º segmento do Ensino Fundamental e 1º e 2º períodos do Ensino Médio). Essa divisão é necessária,
uma vez que as diferenças nos modelos ofertados têm a intenção de atender a públicos distintos.
Em seguida, apresentamos uma seção com o perfil dos professores, dividindo-os entre sua inserção
na Rede Estadual e na Municipal de ensino. Depois, contemplamos as características dos gestores
do sistema, descrevendo também questões relacionadas à organização de seu tempo e às formas de
trabalho na administração escolar.
Logo em seguida, o tópico dedicado aos grupos de referência apresenta os dados da gestão escolar e
justifica os fatores considerados para a formação de grupos de escolas com características administrativas
semelhantes entre si. Uma síntese de informações mostra quais são os aspectos que dominam a
formação dos grupos, e um tópico final apresenta as diferenças de desempenho dos alunos segundo o
pertencimento destes às escolas agrupadas em cada uma das categorias. Essa seção é importante uma
vez que o desempenho dos alunos não foi uma das características consideradas para a formação dos
grupos. O foco na gestão escolar predomina a fim de criar um ambiente de instituições, que podem ser
comparadas entre si por suas características mais gerais.
Desse modo, a Revista Contextual do SPAECE 2012 empreende uma contribuição substantiva para
aprimorar os conhecimentos a respeito do sistema público de ensino no estado do Ceará. Esperamos
que as informações, aqui presentes, sirvam para atingir com excelência às finalidades desse programa
que se caracteriza como uma política bem sucedida para a melhoria da educação no estado do Ceará.
5. CONSIDERAçõES FINAIS
PágINA 66
4. RESULTADOS DE DESEMPENhO POR gRUPO DE COMPARAçãO PágINA 63
3. REFLExõES SOBRE PRáTICAS ESCOLARES PágINA 56
PERFIS
PERFIL DOS ALUNOS
No estado do Ceará, 531.144 alunos do sistema público de educação responderam
aos questionários socioeconômicos. Esses alunos estão divididos, basicamente,
entre Ensino Regular e Educação de Jovens e Adultos, em suas diversas série/anos e
períodos/segmentos. Apesar de participarem da avaliação em testes de proficiência,
os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental não respondem aos questionários
socioeconômicos devido a sua idade. Por isso, as informações abaixo não contaram
com a presença desses alunos.
Gráfico 1: Distribuição percentual dos alunos por etapa/série/ano e modalidade de ensino
0,4%
0,7%
0,4%
15,4%
18,2%
20,8%
20,2%
23,9%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
5º ano do EF
9º ano do EF
1ª série do EM
2ª Série do EM
3ª Série do EM
EJA 2º Segmento
EJA 1º Período
EJA 2º Período
1
12 SPAECE 2012
Tabela 1: Distribuição dos Alunos do Ensino Regular
Tabela 2: Distribuição dos Alunos da Educação de Jovens e Adultos
ETAPA/SéRIE/ANO FREqUêNCIA %
3ª série do EM 81.845 15,6%
2ª série do EM 96.544 18,5%
1ª série do EM 110.358 21,1%
9º ano do EF 107.453 20,5%
5º ano do EF 126.939 24,3%
TOTAL 523.139 100%
ETAPA/SéRIE/ANO FREqUêNCIA %
EJA 2º Período 2.174 27,2%
EJA 1º Período 3.550 44,3%
EJA 2º Segmento 2.281 28,5%
TOTAL 8.005 100%
Devido à pequena proporção de alunos no grupo da EJA, dividimos a apresentação do
perfil de alunos em dois: na primeira parte, apresentaremos a distribuição dos alunos
do ensino regular, segundo suas respectivas etapas. E na segunda, a distribuição dos
alunos da Educação de Jovens e Adultos, também subdivididos em suas respectivas
etapas/séries/anos.
O Perfil dos Alunos do Sistema de Ensino Regular
Gráfico 2: Cor ou raça autodeclarada pelos alunos
26,2 20,6 19,4 19,5 18,8
44,4 56,1 61,1 60,6 64,8
18,9 14,3 10,8 11,4 9,85,4 5,9 5,5 5,5 4,43,1 3,2
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
5º ano do EF 9º ano do EF
Branco(a). Pardo(a).
1ª série do EM 2ª Série do EM 3ª Série do EM
Negro(a). Amarelo(a). Indígena.
Revista Contextual 13
Os alunos do sistema público regular do estado do Ceará são predominantemente
pardos, em todas as etapas, sendo a menor proporção deste grupo no 5º ano do
Ensino Fundamental, 44,4%, e a maior na 3ª série do Ensino Médio, 64,8%.
Gráfico 3: Sexo dos alunos
52,3 49,2 48,0 46,0 43,4
47,7 50,8 52,0 54,0 56,6
0%
20%
40%
60%
80%
100%
5º ano do EF 9º ano do EF 1ª série do EM 2ª Série do EM 3ª Série do EM
Masculino. Feminino.
Em relação ao sexo, a proporção entre alunos femininos e masculinos varia conforme
a etapa em questão: no 5º ano do Ensino Fundamental, 47,7% dos alunos são do sexo
feminino; na 3ª série do Ensino Médio, essa mesma proporção é de 56,6%.
Gráfico 4: Repetência dos alunos
64,5
63,3
61,0
62,8
67,1
20,2
23,9
24,8
25,7
23,3
9,3
9,5
10,9
9,1
7,4
6,0
3,3
3,3
2,4
2,2
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
5º ano do EF
9º ano do EF
1ª série do EM
2ª Série do EM
3ª Série do EM
Nenhuma vez. Uma vez. Duas vezes. Três vezes ou mais.
14 SPAECE 2012
De um modo geral, a proporção de alunos que já repetiu de ano pelo menos uma vez
é da ordem de 30% a 40%, sendo a maior proporção de alunos repetentes encontrada
dentre os alunos da 1ª série do Ensino Médio. Em 2012, constatamos no grupo de
alunos do 5º ano do Ensino Fundamental a maior proporção de repetentes de três
vezes ou mais: 6%.
Gráfico 5: Repetência dos alunos do ensino regular segundo sexo e etapa
59,6
70,2
58,1
68,5
55,2
66,5
57,6
67,3
62,4
70,7
22,3
17,8
25,5
22,3
26,5
23,2
27,4
24,2
25,2
21,9
11,0
7,3
12,0
7,2
13,9
8,1
11,5
7,0
9,4
5,9
7,1
4,7
4,5
2,1
4,4
2,2
3,4
1,6
3,1
0%
1,6
20% 40% 60% 80% 100%
Masculino.
Feminino.
Masculino.
Feminino.
Masculino.
Feminino.
Masculino.
Feminino.
Masculino.
Feminino.
5º a
nodo
EF
9º a
nodo
EF
1ª sé
riedo
EM
2ª S
érie
do E
Mdo
EM
3ª S
érie
Nenhuma vez. Uma vez. Duas vezes. Três vezes ou mais.
Quando comparamos os percentuais de repetência segundo o sexo dos alunos
podemos observar que a proporção de alunos do sexo feminino é tendencialmente
menor na repetência, e maior na não repetência, para todas as etapas consideradas.
Revista Contextual 15
Gráfico 6: Escolaridade da mãe ou responsável pelo aluno
15,9
16,1
17,5
17,7
18,9
23,9
28,2
29,7
31,3
33,9
13,6
15,1
15,2
15,0
14,9
9,2
14,7
16,7
17,3
17,3
5,0
4,1
5,2
5,0
4,9
32,4
21,8
15,9
13,6
0%
10,1
20% 40% 60% 80% 100%
5º ano do EF
9º ano do EF
1ª série do EM
2ª Série do EM
3ª Série do EM
Nunca estudou ou não completou a 4ª série/5° ano do EnsinoFundamental (antigo primário).
Não sei.
Completou a Faculdade.
Completou o Ensino Médio, masnão completou a Faculdade.
Completou a 4ª série/5° ano, masnão completou a 8ª série/9°anodo Ensino Fundamental(antigoginásio).Completou a 8ª série/9°ano, masnão completou o Ensino Médio(antigo 2º grau).
A escolaridade da mãe ou responsável pelo aluno encontra uma maior frequência na
opção “completou até a 4ª série/ano /5º ano do Ensino Fundamental”, para todas as
etapas. De um modo geral, apenas cerca de 5% dos alunos responderam que sua mãe
ou responsável teria completado uma faculdade.
Gráfico 7: Escolaridade do pai ou responsável pelo aluno*
19,0
21,6
22,8
24,7
21,8
24,9
27,1
30,5
11,1
12,0
12,1
12,3
11,4
12,9
13,3
12,9
3,0
3,6
3,3
2,8
33,6
25,0
21,5
0%
16,8
20% 40% 60% 80% 100%
9º ano do EF
1ª série do EM
2ª Série do EM
3ª Série do EM
Nunca estudou ou não
Não sei.
Completou a Faculdade.
Completou o Ensino Médio, masnão completou a Faculdade.
completou a 4ª série/5° ano doEnsino Fundamental (antigoprimário).Completou a 4ª série/5° ano,mas não completou a 8ªsérie/9°ano do EnsinoFundamental(antigo ginásio).Completou a 8ª série/9°ano,mas não completou o EnsinoMédio (antigo 2º grau).
*Observação: para os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, essa pergunta não foi realizada.
16 SPAECE 2012
Ao considerar a escolaridade do pai ou responsável observamos um cenário não muito
diferente. Apesar de uma maior proporção de alunos declararem que seus pais nunca
estudaram ou não chegaram a completar a 4ª série/5º ano do Ensino Fundamental, a
segunda opção com maior quantidade de respondentes identifica que a escolaridade
do pai está próxima de ter completado a 4ª série/5º ano, mas não ter completado a 8ª
série/9º ano do Ensino Fundamental. A proporção do pai ou responsável com ensino
superior completo também seria menor que a da mãe; e a proporção dos alunos que
não sabem essa informação também é maior.
Índice socioeconômico dos alunos
O índice socioeconômico (ISE) dos alunos foi construído utilizando modelos
matemáticos da Teoria de Resposta ao Item (TRI), aplicados às respostas dos alunos
a um conjunto de perguntas do questionário sobre a presença e a quantidade de
recursos domiciliares e do entorno do domicílio. Todos eles dizem respeito ao poder
de consumo econômico da família dos alunos, e alguns estão associados também
ao consumo de bens culturais intimamente relacionados ao desenvolvimento de
competências escolares.
Os itens do questionário socioeconômico dos alunos que compõem o ISE são:
» Até que série/ano sua mãe ou a responsável por você estudou?
» Até que série/ano seu pai ou a responsável por você estudou?
» Sua rua tem asfalto/calçamento? (Sim ou não)
» Sua residência tem energia elétrica? (Sim ou não)
» Sua residência tem água na torneira? (Sim ou não)
» Sua rua tem coleta de lixo? (Sim ou não)
» Tem alguém que mora com você que recebe bolsa família? (Sim ou não)
» Quantos dos seguintes itens existem no local onde você mora: Banheiro.
(Nenhum; 1; 2; 3 ou mais)
» Quantos dos seguintes itens existem no local onde você mora: Aparelhos de
Rádio. (Nenhum; 1; 2; 3 ou mais)
» Quantos dos seguintes itens existem no local onde você mora: geladeira.
(Nenhum; 1; 2; 3 ou mais)
Revista Contextual 17
» Quantos dos seguintes itens existem no local onde você mora: Aparelhos de
Televisão. (Nenhum; 1; 2; 3 ou mais)
» Quantos dos seguintes itens existem no local onde você mora: Máquina de lavar
roupa. (Nenhum; 1; 2; 3 ou mais)
» Quantos dos seguintes itens existem no local onde você mora: Aparelho de DVD.
(Nenhum; 1; 2; 3 ou mais)
» Quantos dos seguintes itens existem no local onde você mora: Automóvel (carro
ou moto). (Nenhum; 1; 2; 3 ou mais)
» Seus pais ou responsáveis por você costumam comprar: Jornal de Notícias
(exemplos: Diário do Nordeste, O Povo, O Estado)? (Sim sempre; sim, às vezes;
não, nunca)
» Seus pais ou responsáveis por você costumam comprar: Revistas de Informação
geral (exemplos: Veja, Época, Super Interessante)? (Sim sempre; sim, às vezes;
não, nunca)
» Seus pais ou responsáveis por você costumam comprar: Livros? (Sim sempre;
sim, às vezes; não, nunca)
» Sem considerar livros escolares, jornais e revistas, quantos livros existem no
local onde você mora?
O ISE é criado considerando a variação de todos os alunos avaliados que responderam
ao questionário socioeconômico. Como não existe uma escala fixa para os padrões de
consumo das famílias dos alunos, o ISE é uma medida que varia a cada edição de
avaliação. Não é possível comparar os seus resultados entre diferentes anos. Trata-se
de uma medida válida apenas para os alunos avaliados naquele ano. O ISE também
não possui um valor intuitivamente fácil. Sua pontuação carece de um significado em
termos de bens de consumo cultural ou econômico.
Após o cálculo desse índice, convertemos seus valores em uma escala que varia entre
1 e 10 pontos, para facilitar sua interpretação. O resultado pode ser observado na
tabela 3.
Tabela 3: Índice socioeconômico dos alunos do Ensino Regular
18 SPAECE 2012
ETAPA/SéRIE/ANO N MÍNIMO MáxIMO MéDIA DESvIO-PADRÃO
5º ano do EF 121.588 1,0 9,7 5,5 1,2
9º ano do EF 103.830 1,0 10,0 5,4 1,2
1ª série do EM 105.881 1,0 9,9 5,5 1,2
2ª série do EM 93.194 1,0 10,0 5,4 1,2
3ª série do EM 79.393 1,0 10,0 5,3 1,2
Devido à observação da distribuição do ISE e às suas características, decidimos por
uma divisão três categorias desse índice, de modo a evidenciar as diferenças entre
os extremos das condições socioeconômicas: enquanto a grande maioria se encontra
nas condições medianas, essa divisão ressalta aqueles menos favorecidos e aqueles
mais favorecidos.
Categorizamos a medida contínua do ISE segundo os seguintes critérios: até 3 pontos
na escala, criamos o intervalo considerado “baixo”; entre 3 e 7 pontos, definimos
o intervalo chamado “médio”; e acima de 7 pontos criamos o intervalo “alto” da
distribuição. Note-se que esse recorte apenas pretende identificar aqueles alunos que
estariam nos extremos da distribuição em um recorte arbitrário, ainda que não exista
um significado claro para o que esses extremos representam. Não podemos esquecer
que os alunos avaliados são apenas do sistema público estadual e municipal do estado
do Ceará. Dessa forma, sabemos que aí existe um viés importante: alunos do sistema
particular ou federal, geralmente aqueles cujas famílias têm as melhores condições
socioeconômicas, não fazem parte da nossa medida. Dessa forma, quando dizemos
que os alunos estão na categoria mais alta do índice isso não significa que são “os
mais ricos” do estado.
Revista Contextual 19
Gráfico 8: Índice socioeconômico dos alunos em categorias
1,6
2,0
1,8
1,6
1,8
88,1
88,3
87,4
88,5
89,7
10,4
9,8
10,8
9,9
8,5
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
5º ano do EF
9º ano do EF
1ª série do EM
2ª Série do EM
3ª Série do EM
Baixo Médio Alto
Aspectos favoráveis ao desempenho dos alunos
As atividades desempenhadas pelos alunos fora do horário das aulas e da permanência
dentro da escola também podem estar associadas à vida escolar e ao desempenho
expresso nas avaliações em larga escala. Por isso, é importante para um melhor
conhecimento sobre o sistema de ensino, saber dos alunos com que estes ocupam a
maior parte de seu tempo quando não estão na escola.
Gráfico 9: Atividades dos alunos que ocupam a maior parte de seu tempo quando não estão na escola
19,227,4 25,5 24,0 21,7
32,424,6 23,5 21,7 21,0
7,6 4,53,4
2,6 2,0
22,1 25,125,0
25,425,0
12,0 9,89,7
9,39,3
6,7 8,6 13,0 16,9
0%
21,0
20%
40%
60%
80%
100%
EF5º ano do
EF9º ano do
EM1ª série do
EM2ª Série do
EM3ª Série do
Trabalhar fora de casa.
Ajudar meus pais no trabalho.
Ajudar a cuidar da casa.
Cuidar do(s) meu(s) irmão(s).
Estudar e fazer as minhastarefas de casa.
Outras atividades.
20 SPAECE 2012
O gráfico 9 mostra a distribuição percentual dos alunos de diferentes etapas de ensino
segundo a atividade em que estes gastam a maior parte de seu tempo quando estão
fora da escola. Encontramos os maiores percentuais de resposta nas opções “estudar
e fazer as minhas tarefas de casa” e “ajudar a cuidar da casa”. Os alunos do 5º ano
do Ensino Fundamental são aqueles com maior proporção na resposta de estudos e
tarefas de casa.
Além das atividades extraclasse, as iniciativas dos professores em sala de aula também
são fundamentais para o desempenho dos alunos. Os gráficos 10 e 11 ilustram a opinião
dos alunos sobre uma das iniciativas mais associadas à vida escolar: a frequência com
que os professores de Língua Portuguesa e Matemática passam tarefas para casa.
Gráfico 10: Frequência com que os professores de Língua Portuguesa passam tarefas para casa
60,4
70,2
71,8
72,1
68,8
7,4
3,5
4,1
3,4
3,8
6,3
6,8
7,1
7,1
7,9
22,6
17,3
15,2
15,3
17,0
3,4
2,1
1,9
2,1
2,6
0 20 40 60 80
5º ano do EF
9º ano do EF
1ª série do EM
2ª Série do EM
3ª Série do EM
Ele(a) nunca passa tarefas decasa.
Ele(a) raramente passa tarefasde casa.
Ele(a) passa tarefas de casa sóquando tem matéria nova.
Ele(a) passa tarefas de casa sóem épocas de prova.
Ele(a) passa tarefas de casa empraticamente todas as aulas.
Revista Contextual 21
Gráfico 11: Frequência com que os professores de Matemática passam tarefas para casa
60,2
69,2
69,9
71,8
69,7
7,5
3,7
4,6
3,8
4,0
7,2
8,3
8,6
8,4
8,7
22,3
16,6
14,7
13,9
14,7
2,8
2,3
2,2
2,1
2,9
0 20 40 60 80
5º ano do EF
9º ano do EF
1ª série do EM
2ª Série do EM
3ª Série do EM
Ele(a) nunca passa tarefas decasa.
Ele(a) raramente passa tarefasde casa.
Ele(a) passa tarefas de casa sóquando tem matéria nova.
Ele(a) passa tarefas de casa sóem épocas de prova.
Ele(a) passa tarefas de casa empraticamente todas as aulas.
A grande maioria dos alunos das diferentes etapas considera que o professor de
Língua Portuguesa passa atividades para casa em praticamente todas as aulas. A
menor proporção de resposta para essa opção foi entre os alunos do 5º ano do Ensino
Fundamental, 60,4%; a maior foi entre os alunos da 2ª série do Ensino Médio, 72,1%. A
segunda opção mais frequente, para todas as etapas, foi a de raramente passar tarefa
de casa, que oscilou entre 15 e 22% dos alunos, aproximadamente. As demais opções
não ultrapassaram 10% dos alunos.
Em relação à frequência com que os professores de Matemática passam tarefas para
casa, a situação não foi diferente: a maioria dos alunos de todas as etapas indicou que
o citado professor passa tarefas de casa praticamente todos os dias. A segunda opção
mais observada pelos alunos (raramente) varia perto dos valores de 15% a 22%.
22 SPAECE 2012
Gráfico 12: Frequência com que os professores corrigem coletivamente tarefas para casa
3,3 2,1 1,8 1,94,0 4,1 4,8 4,6 5,0
20,2 16,5 19,9 20,6 22,9
72,4 77,2 73,2 73,0 70,1
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
5º ano do EF2,2
9º ano do EF 1ª série do EM 2ª Série do EM 3ª Série do EM
Nunca Raramente Ás vezes Sempre
A pergunta que verifica a correção das tarefas para casa não distingue entre a
disciplina que o professor leciona. O gráfico 12 mostra que, na opinião de cerca de
70% dos alunos, independentemente da etapa/série/ano de ensino, os professores
sempre corrigem as tarefas de casa. As opções “raramente” ou “nunca” somadas, não
ultrapassam 10% em nenhum dos casos.
Gráfico 13: Alunos que participam de atividades de reforço na escola atual – 9º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio
16,3
19,1
13,6
11,0
40,3
27,8
27,5
26,9
11,8
13,9
16,4
19,0
31,6
39,2
42,5
43,1
0% 20% 40% 60% 80% 100%
9º ano do EF
1ª série do EM
2ª Série do EM
3ª Série do EM
Sim. Não, porque não preciso.
Não, porque a escola não oferece. Não, por outros motivos.
Revista Contextual 23
Podemos considerar pequena a proporção de alunos que participam de atividades
de reforço na escola (gráfico 13). O grupo de alunos que apresenta maior participação
nesse tipo de atividade pertence à 1ª série do Ensino Médio, 19,1%; em seguida
observamos os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, com 16,3%. São também
estes alunos quem mais reportam o fato de que não fazem tal atividade porque a
escola não a oferece, 40,3%.
Gráfico 14: Alunos que participam de atividades de reforço na escola atual – 5º ano do Ensino Fundamental
10,75,66,6
41,2
35,8
0%
20%
40%
60%
80%
100%Sim.
Não, porque não preciso.
Você participa de algum tipo de atividade de reforçoescolar nesta escola?
Não, porque a escola nãooferece.
Não, porque não posso ir nohorário que a escola oferece oreforço.
Não, por outros motivos.
Para os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental (gráfico 14), essa mesma questão
apresentou uma opção a mais de resposta, como podemos observar no gráfico abaixo.
Os alunos dessa etapa informam, em grande parte, 41,2%, que o principal motivo para
não fazer uma atividade de reforço é por não precisarem. Ainda assim, observamos
que a presença, nesse tipo de atividade, dos alunos do 5º ano, é bem maior do que a
observada para os das demais etapas: 35,8%.
Aspectos sobre a vida adulta para os alunos
Alguns itens do questionário socioeconômico dos alunos constaram apenas no
instrumento aplicado a partir do 9º ano do Ensino Fundamental por se tratar de
experiências e temas associados à vida adulta. Passamos a descrever suas distribuições
na presente seção através dos gráficos a seguir.
24 SPAECE 2012
Gráfico 15: Alunos que possuem filhos
96,493,8 93,9 92,7
2,2 3,5 4,0 5,0
0,71,6 1,40,7 1,1
0 0,91,3 0,8
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
EM EM2ª Série do9º ano do EF 1ª série do
EM3ª Série do
Não, não tenho filhos.
Sim, tenho 1 filho.
Sim, tenho dois filhos.
Sim, tenho três ou mais filhos.
Os alunos do ensino regular praticamente estão fora da condição de possuir filhos, e
mesmo dentre os alunos das etapas/série/anos mais avançadas, a proporção daqueles
que informam não ter filhos é sempre superior a 90% (gráfico 15). Não observamos
variação considerável a esse respeito.
Gráfico 16: Alunos que têm algum emprego ou trabalho
10,9 14,0 18,7 23,65,67,4
7,28,4
83,5 78,6 74,1 68,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
EM EM2ª Série do9º ano do EF 1ª série do
EM3ª Série do
Não.
Sim, mas não remunerado (sempagamento ou salário).
Sim, remunerado (compagamento ou salário).
A grande maioria dos alunos não tem um emprego ou trabalho (gráfico 16). A proporção
dos alunos que possuem alguma atividade de trabalho aumenta sistematicamente
quando observamos as etapas/série/anos mais avançadas; e a tendência é que essa
atividade seja remunerada, quando ocorre.
Revista Contextual 25
Gráfico 17: Horas diárias de trabalho dos alunos
37,2 42,5 46,954,5
62,8 57,5 53,145,5
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
9º ano do EF 1ª série do EM 2ª Série do EM
Não.
3ª Série do EM
Sim.
Quando os alunos são interpelados sobre as horas diárias de trabalho, encontramos
como a carga horária mais citada menos de 4 horas por dia (gráfico 17), quando os
alunos informam trabalhar. Constatamos, na resposta a essa questão, uma proporção
diferente de alunos que informam não trabalhar, quando comparamos essa variável à
mostrada anteriormente.
Gráfico 18: Alunos que atualmente procuram por emprego
37,2 42,5 46,954,5
62,8 57,5 53,145,5
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
9º ano do EF 1ª série do EM 2ª Série do EM
Não.
3ª Série do EM
Sim.
26 SPAECE 2012
Atualmente, 37,2% dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental procuram emprego
(gráfico 18); esse percentual sobe para 42,5% dentre os alunos da 1ª série do Ensino
Médio; 46,9% dentre os alunos da 2ª série do Ensino Médio; e 54,5% dentre os alunos
da 3ª série do Ensino Médio.
Gráfico 19: O que o aluno pretende fazer quando terminar o Ensino Médio
11,5
11,0
9,7
7,7
29,6
27,2
22,5
16,4
6,6
8,1
7,5
7,4
26,0
21,2
20,5
20,6
26,3
32,6
39,8
0%
47,8
20% 40% 60% 80% 100%
9º ano do EF
1ª série do EM
2ª Série do EM
3ª Série do EMTenho outros planos.
Ainda não sei.
Trabalhar apenas.
Fazer um cursoprofissionalizante/técnico.
Ingressar no Ensino Superior.
Quanto às expectativas dos alunos sobre o que fazer após encerrar os estudos no
Ensino Médio, a opção com maior número de respondentes sinaliza como meta
o ingresso no Ensino Superior (gráfico 19). Apenas os alunos do 9º ano do Ensino
Fundamental indicam, com 29,6% das respostas em “ainda não sei”, estar em dúvida
quanto ao futuro. Naturalmente, o percentual nessa opção reduz com o avançar nas
etapas. Um curso profissionalizante também é uma opção para 20,6% dos alunos da 3ª
série do Ensino Médio, 20,5% dos alunos da 2ª série do mesmo nível e 21,2% daqueles
na 1ª série do Ensino Médio.
O Perfil dos Alunos da Educação de Jovens e Adultos
Os alunos da Educação de Jovens e Adultos são subdivididos em três grupos: 2º
segmento, alunos concluintes dos anos finais do Ensino Fundamental, e alunos do 1º
e do 2º períodos do Ensino Médio. Essa divisão acompanhará todas as informações
a seguir.
Revista Contextual 27
Gráfico 20: Sexo dos alunos
52,341,8 40,4
47,758,2 59,6
0%
20%
40%
60%
80%
100%
EJA 2º Segmento EJA 2º PeríodoEJA 1º Período
Masculino. Feminino.
Para os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do estado do Ceará observamos
um cenário muito semelhante ao verificado para aqueles no sistema regular de ensino,
pelo menos no que diz respeito às características de sexo e cor/raça autodeclarada. O
percentual de alunos do sexo feminino é menor nas etapas iniciais e maior nas etapas
finais. Na EJA do 2º segmento, encontramos 47,7% de alunos do sexo feminino; 58,2%
na EJA do 1º período; e 59,6% na EJA do 2º período. A opção com mais respondentes
indica que os alunos se autodeclaram pardos, e essa tendência é maior nas etapas
finais (gráficos 20 e 21).
Gráfico 21: Cor ou raça autodeclarada pelos alunos
20,6 23,7 21,6
49,157,7 60,2
16,310,5 11,06,1
4,3 4,87,9 3,8 2,4
0%
20%
40%
60%
80%
100%
EJA 2º Segmento EJA 1º Período EJA 2º Período
Branco(a). Pardo(a). Negro(a). Amarelo(a). Indígena.
28 SPAECE 2012
Gráfico 22: Repetência dos alunos
19,6
33,5
36,8
29,0
29,8
29,9
30,6
23,6
21,3
20,8
13,0
12,0
0% 20% 40% 60% 80% 100%
EJA 2º Segmento
EJA 1º Período
EJA 2º Período
Nenhuma vez. Uma vez. Duas vezes. Três vezes ou mais.
Quanto ao quesito repetência (gráfico 22), os alunos da EJA 2º período apresentam
um percentual de 63,2% dentre aqueles que já repetiram o ano pelo menos uma vez;
esse mesmo aspecto é da ordem de 66,5% para os alunos da EJA 1º período, e cerca
de 80,4% para os alunos da EJA 2º segmento.
Gráfico 23: Repetência dos alunos segundo etapa e sexo
15,5
24,0
24,8
40,0
31,9
40,5
25,5
33,0
28,2
31,0
24,9
33,0
34,5
26,4
29,2
19,5
26,9
17,3
24,5
16,6
17,8
9,5
16,2
9,2
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Masculino.
Feminino.
Masculino.
Feminino.
Masculino.
Feminino.
Nenhuma vez. Uma vez. Duas vezes.
EJA
2º S
egm
ento
EJA
1º P
erío
doEJ
A 2º
Per
íodo
Três vezes ou mais.
Revista Contextual 29
Ao focar nossa atenção sobre a repetência segundo sexo dos alunos (gráfico 23),
o mesmo cenário observado no ensino regular aparece: as mulheres tendem a ter
proporções menores do que os homens nas maiores ocorrências de repetência, e
maiores proporções do que os homens na opção “nenhuma vez”, em todas as
etapas consideradas.
Gráfico 24: Escolaridade da mãe ou responsável pelo aluno
24,9
34,7
36,3
28,4
31,2
33,2
17,4
13,3
10,3
12,5
8,3
8,7
2,5
2,6
2,5
14,3
9,8
8,9
0% 20% 40% 60% 80% 100%
EJA 2º Segmento
EJA 1º Período
EJA 2º Período
Nunca estudou ou não completou a4ª série/5° ano do EnsinoFundamental (antigo primário).
Completou a 4ª série/5° ano, masnão completou a 8ª série/9°ano doEnsino Fundamental(antigo ginásio).
Completou a 8ª série/9°ano, masnão completou o Ensino Médio(antigo 2º grau).
Não sei.
Completou a Faculdade.
Completou o Ensino Médio, masnão completou a Faculdade.
A opção com maior número de alunos respondentes da EJA 2º período (36,3%) declara
que a mãe ou responsável nunca estudou ou não completou a 4ª série/5º ano do
Ensino Fundamental, assim como os alunos da EJA 1º período (34,7%). Para os alunos
da EJA 2º segmento, 28,4% optou pela opção que se refere à escolaridade da mãe a
partir da 4ª série/5º ano do Ensino Fundamental, mas que não completou a 8ª série/9º
ano do Ensino Fundamental.
30 SPAECE 2012
Gráfico 25: Escolaridade do pai ou responsável pelo aluno
26,6
40,5
42,8
23,3
25,0
28,1
14,6
9,3
7,5
9,6
7,0
5,6
3,1
2,3
2,4
22,8
16,1
13,6
0% 20% 40% 60% 80% 100%
EJA 2º Segmento
EJA 1º Período
EJA 2º Período
Nunca estudou ou não completou a4ª série/5° ano do EnsinoFundamental (antigo primário).
Completou a 4ª série/5° ano, masnão completou a 8ª série/9°ano doEnsino Fundamental(antigo ginásio).
Completou a 8ª série/9°ano, masnão completou o Ensino Médio(antigo 2º grau).
Não sei.
Completou a Faculdade.
Completou o Ensino Médio, mas nãocompletou a Faculdade.
No caso do pai ou responsável pelo aluno, a opção com maior número de respondentes
foi “nunca estudou ou não completou a 4ª série/5º ano do Ensino Fundamental”.
Índice socioeconômico dos alunos da Educação de Jovens e Adultos
Explicitamos anteriormente os procedimentos e as variáveis utilizadas na construção
do ISE dos alunos. Os mesmos são válidos para o ISE dos alunos da Educação de
Jovens e adultos.
O ISE é criado considerando a variação de todos os alunos avaliados que responderam
ao questionário socioeconômico. Como não existe uma escala fixa para os padrões de
consumo das famílias dos alunos, o ISE é uma medida que varia a cada edição de
avaliação. Não é possível comparar os seus resultados entre diferentes anos. Trata-se
de uma medida válida apenas para os alunos avaliados naquele ano. O ISE também
não possui um valor intuitivamente fácil. Sua pontuação carece de um significado em
termos de bens de consumo cultural ou econômico.
Revista Contextual 31
Após o cálculo desse índice, convertemos seus valores em uma escala que varia entre
1 e 10 pontos, para facilitar sua interpretação. O resultado pode ser observado na
tabela 4.
Tabela 4: Índice socioeconômico dos alunos da Educação de Jovens e Adultos
ETAPA/SéRIE/ANO N MÍNIMO MáxIMO MéDIA DESvIO-PADRÃO
EJA 2º Segmento 2.040 1,4 9,3 5,4 1,1
EJA 1º Período 3.287 1,6 9,3 5,2 1,1
EJA 2º Período 2.091 1,4 9,0 5,1 1,1
Devido à observação da distribuição do ISE e às suas características, aqui apresentadas,
decidimos por uma divisão três categorias desse índice, de modo a evidenciar as
diferenças entre os extremos das condições socioeconômicas: enquanto a grande
maioria se encontra nas condições medianas, essa divisão ressalta aqueles menos
favorecidos e aqueles mais favorecidos.
Categorizamos a medida contínua do ISE segundo os seguintes critérios: até 3 pontos
na escala, criamos o intervalo considerado “baixo”; entre 3 e 7 pontos criamos o intervalo
chamado “médio”; e acima de 7 pontos criamos o intervalo “alto” da distribuição. Não
podemos nos esquecer de que os alunos avaliados pertencem exclusivamente ao
sistema público estadual do estado do Ceará. Seu viés mais evidente é a exclusão do
sistema particular e federal, em que geralmente encontramos famílias com melhores
condições socioeconômicas, e que não participam da construção da nossa medida.
Logo, os alunos na categoria mais alta do índice não são necessariamente “os mais
ricos” do estado. São apenas aqueles que se encontram em melhores condições
perante os demais igualmente avaliados no presente ano.
Gráfico 26: Índice socioeconômico dos alunos em categorias
2,4
2,3
2,5
89,9
93,0
93,4
7,8
4,8
4,1
0% 20% 40% 60% 80% 100%
EJA 2º Segmento
EJA 1º PeríodoBaixo
EJA 2º Período
Médio
Alto
32 SPAECE 2012
Em comparação aos alunos do ensino regular, os alunos da Educação de Jovens e
Adultos apresentam uma proporção menor na categoria considerada arbitrariamente
como alta, e concentração um pouco maior na categoria considerada baixa.
Aspectos favoráveis ao desempenho dos alunos
Assim como as atividades extraclasse podem favorecer ou concorrer com os hábitos
escolares que promovem a melhora do desempenho dos alunos no ensino regular,
conhecer como os alunos da EJA desenvolvem atividades fora da sala de aula é
importante para entender melhor as suas características. O esforço dessa seção é
simétrico ao apresentado anteriormente: descrever atividades e práticas dos alunos
da Educação de Jovens e Adultos fora da escola.
Gráfico 27: Atividades dos alunos que ocupam a maior parte de seu tempo quando não estão na escola
20,9 14,7 13,7
12,612,6 11,6
5,32,6 2,1
20,4
19,8 20,6
8,2
6,8 6,5
32,743,5 45,5
0%
20%
40%
60%
80%
100%Trabalhar fora de casa.
EJA 2º Segmento EJA 1º Período EJA 2º Período
Ajudar meus pais no trabalho.
Ajudar a cuidar da casa.
Cuidar do(s) meu(s) irmão(s).
Estudar e fazer as minhastarefas de casa.
Outras atividades.
O gráfico 27 mostra a distribuição percentual dos alunos de diferentes etapas de ensino
segundo a atividade em que estes gastam a maior parte de seu tempo quando estão
fora da escola. O trabalho fora de casa aparece como a atividade mais respondida
pelos alunos da EJA, em todas as suas etapas. Infelizmente, os estudos e tarefas para
casa não são muito visados.
As iniciativas dos professores em sala de aula também são fundamentais para o
desempenho dos alunos da EJA. Os gráficos 28 e 29 mostram a opinião dos alunos
sobre a frequência com que os professores de Língua Portuguesa e Matemática
passam tarefas para casa.
Revista Contextual 33
Gráfico 28: Frequência com que os professores de Língua Portuguesa passam tarefas para casa
54,0
58,4
60,6
10,0
9,2
8,5
9,2
7,4
6,8
19,6
19,2
18,2
7,2
5,8
5,9
0 20 40 60 80
EJA 2º Segmento
EJA 1º Período
EJA 2º Período Ele(a) nunca passa tarefas decasa.
Ele(a) raramente passa tarefasde casa.
Ele(a) passa tarefas de casa sóquando tem matéria nova.
Ele(a) passa tarefas de casa sóem épocas de prova.
Ele(a) passa tarefas de casa empraticamente todas as aulas.
Gráfico 29: Frequência com que os professores de Matemática passam tarefas para casa
53,6
57,4
61,9
10,2
9,8
7,9
10,1
7,7
7,5
18,3
19,0
17,8
7,8
6,1
4,8
0 20 40 60 80
EJA 2º Segmento
EJA 1º Período
EJA 2º Período Ele(a) nunca passa tarefas decasa.
Ele(a) raramente passa tarefasde casa.
Ele(a) passa tarefas de casa sóquando tem matéria nova.
Ele(a) passa tarefas de casa sóem épocas de prova.
Ele(a) passa tarefas de casa empraticamente todas as aulas.
A maioria dos alunos considera que o professor de Língua Portuguesa passa atividades
para casa em praticamente todas as aulas. A menor proporção de resposta para essa
opção foi entre os alunos da EJA 2º segmento, 54%; a maior foi entre os alunos da EJA
2º período, 60,6%. A segunda opção mais frequente, para todas as etapas, foi a de
raramente passar tarefa de casa, próxima a 20%. As demais opções não ultrapassaram
10% dos alunos. O cenário é o mesmo na opinião dos alunos da EJA a respeito dos
professores de Matemática.
34 SPAECE 2012
Gráfico 30: Frequência com que os professores corrigem coletivamente tarefas para casa
6,8 4,6 3,98,7 6,5 7,0
20,216,0 16,5
64,372,9 72,6
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
EJA 2º Segmento EJA 1º Período EJA 2º Período
Nunca Raramente Ás vezes Sempre
A grande maioria dos alunos considera que os professores corrigem as atividades
para casa sempre (gráfico 30). Apenas 6,8% dos alunos da EJA 2º segmento, 4,6%
dos da EJA 1º período e 3,9% dos da EJA 2º período consideram que os professores,
independentemente da disciplina que lecionam, nunca corrigem coletivamente as
tarefas de casa.
Gráfico 31: Alunos que participam de atividades de reforço na escola atual
14,3
14,6
14,5
25,7
20,3
22,1
19,4
22,1
22,5
40,6
43,0
40,9
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
EJA 2º Segmento
EJA 1º Período
Sim.
EJA 2º Período
Não, porque não preciso.
Não, porque a escola não oferece. Não, por outros motivos.
Apenas cerca de 14% dos alunos da EJA participam de atividades de reforço na escola
em que estudam em 2012 (gráfico 31). Dentre os alunos da EJA 2º segmento, 25,7%
Revista Contextual 35
afirma que não participam de tais atividades porque não precisam, e dentre os da EJA
2º período, 22,5% informam que não participam porque sua escola não oferece tais
atividades. No entanto, a opção com maior número de respondentes da EJA informa
que os alunos não participam de atividades de reforço escolar por outros motivos.
Aspectos sobre a vida adulta para os alunos
Os itens do questionário socioeconômico dos alunos destinados às experiências e
temas associados à vida adulta se adéquam perfeitamente ao contexto da Educação
de Jovens e Adultos. Passamos a descrever suas distribuições na presente seção
através dos gráficos a seguir.
Gráfico 32: Alunos que possuem filhos
71,6
42,7 39,4
12,5
25,4 26,5
8,8
18,8 19,1
7,113,1 15,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
EJA 2º Segmento EJA 1º Período EJA 2º Período
Não, não tenho filhos.
Sim, tenho 1 filho.
Sim, tenho dois filhos.
Sim, tenho três ou mais filhos.
Os alunos da Educação de Jovens e Adultos apresentam proporções bem diferentes
das observadas para os alunos do Ensino Regular. Para aqueles na EJA 2º segmento,
71,6% afirmam não ter filhos; mas essa proporção é bem menor na EJA 1º período,
42,7%; e ainda menor na EJA 2º período, 39,4%. Em outras palavras, quase 30% dos
alunos da EJA 2º segmento possuem algum filho, cerca de 57% na EJA 1º período e
60% na EJA 2º período.
36 SPAECE 2012
Gráfico 33: Alunos que têm algum emprego ou trabalho
32,9 39,7 40,5
14,8
19,2 19,3
52,341,1 40,2
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Não.
EJA 2º Segmento EJA 1º Período EJA 2º Período
Sim, mas não remunerado (sempagamento ou salário).
Sim, remunerado (compagamento ou salário).
Os percentuais dos alunos da EJA a respeito de emprego ou trabalho indicam um
maior envolvimento com o mercado de trabalho (gráfico 33). A proporção dos alunos
que possuem alguma atividade de trabalho aumenta sistematicamente quando
observamos as etapas/série/anos mais avançadas; e a tendência é que essa atividade
seja remunerada. Somando-se as atividades remuneradas e não remuneradas, é fácil
observar que os alunos da EJA estão predominantemente vinculados a algum tipo de
trabalho, o que frequentemente concorre com os estudos.
Gráfico 34: Horas diárias de trabalho dos alunos
45,7
32,2
30,3
11,8
11,8
9,9
13,0
12,1
12,8
11,2
15,8
16,5
18,4
28,1
30,5
0 10 20 30 40 50
EJA 2º Segmento
EJA 1º Período
EJA 2º PeríodoTrabalho 8 horas ou mais pordia.
Trabalho entre 6 e 8 horas pordia.
Trabalho entre 4 e 6 horas pordia.
Trabalho menos que 4 horaspor dia.
Eu não trabalho.
Revista Contextual 37
A atividade de trabalho regular, que implica em 8 horas ou mais de trabalho por dia, é
a mais comum dentre os alunos da EJA que informam estar trabalhando (gráfico 34).
Para os alunos da EJA 2º segmento, 18,4% trabalham 8 horas ou mais por dia; 28,1%
dos alunos da EJA 1º período desempenham a mesma carga horária; dentre os da EJA
2º período são 30,5% nessa jornada.
Gráfico 35: Alunos que atualmente procuram por emprego
58,1 52,1 53,3
41,9 47,9 46,7
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
EJA 2º Segmento EJA 1º Período
Não.
EJA 2º Período
Sim.
Ainda que os alunos da EJA 2º segmento sejam aqueles que mais informam não estarem
trabalhando, isso não significa um afastamento completo do mundo do trabalho. São
estes alunos que apresentam a maior proporção daqueles que procuram atualmente
por emprego, 58,1% (gráfico 35). Nessa mesma atividade de procura encontram-se
52,1% dos alunos da EJA 1º período, e 53,3% dos da EJA 2º período.
Gráfico 36: O que o aluno pretende fazer quando terminar o Ensino Médio
13,4
8,4
8,8
26,3
27,9
24,4
11,5
9,9
12,1
27,6
29,2
33,7
21,2
24,6
21,1
0% 20% 40% 60% 80% 100%
EJA 2º Segmento
EJA 1º Período
EJA 2º Período Tenho outros planos.
Ainda não sei.
Trabalhar apenas.
Fazer um cursoprofissionalizante/técnico.
Ingressar no Ensino Superior.
38 SPAECE 2012
O objetivo de 33,7% dos alunos da EJA 2º período é fazer um curso profissionalizante
ou técnico assim que concluir o Ensino Médio; para esse mesmo objetivo estariam
voltados 29,2% dos alunos da EJA 1º período e 27,6% dos da EJA 2º segmento.
Encontramos maiores proporções de alunos em dúvida do que certos de ingressar no
Ensino Superior.
Perfil dos Professores
Um total de 23.174 docentes respondeu ao questionário socioeconômico proposto
nesta edição do SPAECE. Desse total, 24,2% são professores do 2º ano do Ensino
Fundamental regular; 23,4% lecionam para o 5º ano do Ensino Fundamental regular;
outros 24,4% atuam no 9º ano do Ensino Fundamental regular. Do total de respondentes,
temos 25,8% Ensino Médio regular, enquanto que a Educação de Jovens e Adultos
conta com 2,1%. Essa distribuição pode ser verificada na tabela a seguir. Os professores
do Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos pertencem, em sua totalidade, à
Rede Estadual de ensino. Já no Ensino Fundamental, os docentes do 2º e 5º anos da
Rede Estadual somam cerca de 1%, enquanto que para o 9º ano, não chegam a 10%.
Em outras palavras, enquanto o Ensino Fundamental pertence que quase totalmente à
Rede Municipal, o Ensino Médio Regular e a EJA pertencem à Rede Estadual. Devido
a essas concentrações, as subdivisões em função da rede foram descartadas. As
considerações a seguir dizem respeito apenas à divisão entre os anos para os quais
os professores lecionam.
Tabela 5: Distribuição do total de professores respondentes segundo etapa/série/ano em que lecionam
FREqUêNCIA PERCENTUAL
2º ano EF regular 5.618 24,2%
5º ano EF regular 5.430 23,4%
9º ano EF regular 5.664 24,4%
EM Regular 5.978 25,8%
EJA 484 2,1%
Total 23.174 100%
Os professores da rede pública do estado do Ceará são predominantemente do sexo
feminino. No 2º ano do Ensino Fundamental encontramos uma predominância total de
professoras, visto que 94,2% são do sexo feminino. Para os professores do 5º ano do
Ensino Fundamental essa proporção também é grande 84,2% dos professores são do
sexo feminino. Para o 9º ano do Ensino Fundamental, a proporção para essa categoria
é de 62,5%. O maior percentual de professores do sexo masculino é encontrado entre
Revista Contextual 39
os professores do Ensino Médio, 47,4%, seguido pelo percentual dos professores da
Educação de Jovens e Adultos, 41,9%. Ainda assim, a presença feminina é majoritária.
Gráfico 37: Sexo dos professores
94,284,2
62,552,6 58,1
5,815,8
37,547,4 41,9
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2º ano EF 5º ano EF EM EJA9º ano EF
Feminino. Masculino.
A maioria dos professores se identifica com a cor/raça parda, segundo as categorias
normalmente adotadas pelo IBgE, independentemente da etapa/série/ano avaliada:
67,7% dos professores do 2º ano do Ensino Fundamental; 65,8% dos professores do
5º ano do Ensino Fundamental; 62,3% dos do 9º ano; 58,3% dos docentes do Ensino
Médio, e 54,3% dos professores da EJA optaram pela categoria “Pardo (a)”.
Gráfico 38: Cor/raça autodeclarada pelo professor
24,1
26,2
29,4
32,7
31,2
67,7
65,8
62,3
58,3
54,3
4,3
4,6
4,6
6,2
4,4
2,5
2,1
2,5
2,3
2,7
1,4
1,3
1,2
0,4
0%
7,3
20% 40% 60% 80% 100%
2º ano EF
5º ano EF
EM
EJA
9º ano EF
Branco(a). Pardo(a). Preto(a). Amarelo(a). Indígena.
40 SPAECE 2012
Gráfico 39: Tempo total de experiência na carreira docente
2,3
2,6
3,1
4,4
3,1
17,2
14,9
20,6
26,4
25,3
18,5
17,1
20,9
23,7
21,6
27,0
27,4
28,5
23,7
25,9
17,6
20,5
16,2
12,0
13,3
17,5
17,5
10,8
9,7
0%
10,8
20% 40% 60% 80% 100%
2º ano EF
5º ano EF
EM
EJA
9º ano EF
Há menos de 1 ano. Entre 1 e 5 anos. Entre 6 e 10 anos.
Entre 11 e 15 anos. Entre 16 e 20 anos. Há mais de 21 anos.
Segundo as respostas obtidas com o questionário socioeconômico dos docentes,
notamos que os professores da EJA têm nas opções “Entre 11 e 15 anos” (25,9%) e
“Entre 1 e 5 anos” (25,3%) o maior número de respondentes. Já para os professores do
Ensino Médio, a opção “Entre 1 e 5 anos” é a que tem o maior número de respondentes,
26,4%, seguida das opções “Entre 6 e 10 anos” e “Entre 11 e 15 anos”, ambas com
23,7% do total desse grupo. A opção com maior número de respondentes no 9º ano do
Ensino Fundamental é “Entre 11 e 15 anos”, 28,5%; o mesmo vale para os professores
do 5º e do 2º anos do Ensino Fundamental, com 27,4% e 27%, respectivamente. Esses
dois grupos de professores são os que apresentam a maior proporção de pessoas que
responderam “há mais de 21 anos”, ambos 17,5%.
Gráfico 40: Tempo de docência na escola atual
13,3
16,1
18,8
27,3
36,0
40,7
36,6
41,0
45,6
46,7
19,6
20,2
18,4
16,0
11,0
14,2
14,5
13,2
8,1
4,2
6,5
7,1
5,5
2,0
1,5
5,6
5,5
3,1
0,9
0%
0,6
20% 40% 60% 80% 100%
2º ano EF
5º ano EF
EM
EJA
9º ano EF
Há menos de 1 ano. Entre 1 e 5 anos. Entre 6 e 10 anos.
Entre 11 e 15 anos. Entre 16 e 20 anos. Há mais de 21 anos.
Revista Contextual 41
Já para o tempo em que os professores lecionam na escola atual (gráfico 40), as
concentrações das maiores proporções se deslocam para a categoria “Entre 1 e 5
anos”, para todas as etapas/séries/anos girando em torno de 35% a 45%. A maior
proporção de professores que optou pela categoria “há menos de 1 ano” se encontra
no grupo da EJA: 36%.
A respeito da renda bruta dos professores, somando todos os seus rendimentos,
o grupo de professores que apresenta a maior proporção na categoria de até
R$622,00 foi o do 2º ano do Ensino Fundamental, seguido do 5º e do 9º anos do
Ensino Fundamental, com as proporções de 10,4% e 6,3%, respectivamente. Somando
os respondentes nas categorias de R$ 623,00 a R$ 1.244,00 e de R$ 1245,00 a R$
1.866,00, encontramos cerca de 50% dos docentes, independentemente da etapa/
série/ano em que o professor ou a professora leciona.
Tabela 6: Renda bruta, somados todos os rendimentos
CATEgORIA DE RENDA2º ANO EF 5º ANO EF 9º ANO EF EM EJA
% N % N % N % N % N
Até R$ 622,00. 13,8 766 10,4 562 6,3 354 1,8 109 3,5 17
De R$ 623,00 a R$ 1.244,00 36,7 2.042 31,3 1.687 27,7 1.560 19,0 1.122 29,5 142
De R$ 1245,00 a R$ 1.866,00. 26,4 1.468 29,6 1.600 32,8 1.850 37,6 2.226 28,9 139
De R$ 1.867,00 a R$ 2.488,00. 15,9 886 18,4 993 20,9 1.178 17,3 1.025 23,1 111
De R$ 2.489,00 a R$ 3.110,00. 5,0 277 6,8 367 7,5 425 13,1 777 10,2 49
De R$ 3.111,00 a R$ 3.732,00. 1,5 84 2,2 117 2,3 131 6,0 354 2,7 13
De R$ 3.733,00 a R$ 4.354,00. 0,6 34 1,0 54 1,4 79 2,7 161 1,2 6
Mais de R$ 4.355,00. 0,2 11 0,3 17 1,1 60 2,5 146 0,8 4
Total 100 5.568 100 5.397 100 5.637 100 5.920 100 481
Considerando o total dos docentes do 2º ano do Ensino Fundamental, 67,5%
encontram-se trabalhando em um cargo efetivo, na escola atual em que lecionam.
Também se encontram em cargo efetivo na escola atual 70,4% dos professores do
5º ano do Ensino Fundamental e 65,6% dos do 9º ano do Ensino Fundamental. Para
os professores do Ensino Médio esse cargo inclui 37,5%, e para os docentes da EJA,
apenas 13,1%.
42 SPAECE 2012
Gráfico 41: Situação trabalhista na escola atual
67,5 70,4 65,6
37,5
13,1
26,6 25,1 29,3
42,6
59,0
6,0 4,5 5,119,9
27,9
0%
20%
40%
60%
80%
100%
EM EJA2º ano EF 5º ano EF 9º ano EF
Contrato temporário de maisde um ano.
Efetivo.
Contrato temporário de até umano.
Gráfico 42: Opção que melhor descreve o nível máximo de escolaridade até a graduação
14,5 10,8 5,01,7
4,2
36,7 36,2
11,2 3,211,8
36,6 39,9
71,682,7 68,4
12,1 13,2 12,1 12,4 15,6
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2º ano EF 5º ano EF EM EJA9º ano EF
Ensino Médio. Educação Superior – Pedagogia.
Educação Superior – Licenciatura. Educação Superior – Outros.
Quanto ao nível máximo de formação até a graduação, os professores que lecionam
para o 9º ano do Ensino Fundamental, para o Ensino Médio e para a EJA apresentam
como categoria com maior número de respondentes a opção “Educação Superior –
Revista Contextual 43
Licenciatura”, 71,6%, 82,7% e 68,4%, respectivamente. Os professores que lecionam
para o 2º e 5º anos do Ensino Fundamental se dividem entre essa categoria, com
36,7% e 36,2%, respectivamente, e a opção “Educação Superior – Pedagogia”, 36,6%
e 39,9%. Todas essas informações podem ser conferidas no gráfico 42.
Tabela 7: Opção que corresponde à mais alta titulação de pós-graduação
MAIS ALTA TITULAÇÃODE PóS-gRADUAÇÃO
2º ANO EF 5º ANO EF 9º ANO EF EM EJA
% N % N % N % N % N
Especialização(mín. de 360 horas)
60,3 2.994 62,3 3.067 66,1 3.542 64,5 3.750 68,7 318
Mestrado. 0,7 37 1,0 47 1,1 61 2,1 121 1,1 5
Doutorado. 0,3 16 0,3 14 0,3 14 0,4 23 0,4 2
Pós-Doutorado. 0,8 39 0,8 37 0,6 33 0,5 31 0,6 3
Nenhum. 37,9 1.881 35,7 1.755 31,9 1.706 32,5 1.893 29,2 135
Total 100 4.967 100 4.920 100 5.356 100 5.818 100 463
Entre 30 e 40% dos docentes não possui nenhum tipo de pós-graduação; no entanto,
a maioria deles optou pela opção especialização (mínimo de 360 horas): 60,3% dos
professores que lecionam para o 2º ano, 62,3% dos que lecionam para o 5º ano e 66,1%
dos que lecionam para o 9º ano do Ensino Fundamental. Do total dos professores
do Ensino Médio, 64,5% também optaram por essa categoria, e na EJA esse grupo
corresponde a 68,7% do total.
Tabela 8: Nível máximo de escolaridade do professor segundo CREDE
ESPECIALIzAÇÃO(MÍN. 360 hORAS)
MESTRADO DOUTORADOPóS-
DOUTORADONENhUM TOTAL
Acaraú503 13 6 9 299 830
60,6% 1,6% 0,7% 1,1% 36,0% 100%
Baturité517 9 3 4 253 786
65,8% 1,1% 0,4% 0,5% 32,2% 100%
Brejo santo627 3 1 5 230 866
72,4% 0,3% 0,1% 0,6% 26,6% 100%
44 SPAECE 2012
ESPECIALIzAÇÃO(MÍN. 360 hORAS)
MESTRADO DOUTORADOPóS-
DOUTORADONENhUM TOTAL
Camocim371 2 6 4 256 639
58,1% 0,3% 0,9% 0,6% 40,1% 100%
Canindé547 6 4 8 290 855
64,0% 0,7% 0,5% 0,9% 33,9% 100%
Crateus662 10 4 15 362 1.053
62,9% 0,9% 0,4% 1,4% 34,4% 100%
Crato585 13 3 5 298 904
64,7% 1,4% 0,3% 0,6% 33,0% 100%
Fortaleza2.209 108 15 8 1.030 3.370
65,5% 3,2% 0,4% 0,2% 30,6% 100%
horizonte468 10 1 2 290 771
60,7% 1,3% 0,1% 0,3% 37,6% 100%
Icó392 4 2 7 244 649
60,4% 0,6% 0,3% 1,1% 37,6% 100%
Iguatu422 4 1 4 274 705
59,9% 0,6% 0,1% 0,6% 38,9% 100%
Itapipoca1.210 10 2 17 633 1.872
64,6% 0,5% 0,1% 0,9% 33,8% 100%
Jaguaribe221 1 2 1 172 397
55,7% 0,3% 0,5% 0,3% 43,3% 100%
Juazeiro do norte781 8 5 5 210 1.009
77,4% 0,8% 0,5% 0,5% 20,8% 100%
Maracanaú1.345 37 7 18 763 2.170
62,0% 1,7% 0,3% 0,8% 35,2% 100%
quixadá540 10 2 8 380 940
57,4% 1,1% 0,2% 0,9% 40,4% 100%
Russas683 9 1 5 382 1.080
63,2% 0,8% 0,1% 0,5% 35,4% 100%
Senador pompeu385 3 3 7 180 578
66,6% 0,5% 0,5% 1,2% 31,1% 100%
Sobral1.026 21 5 12 636 1.700
60,4% 1,2% 0,3% 0,7% 37,4% 100%
Tauá266 2 1 4 279 552
48,2% 0,4% 0,2% 0,7% 50,5% 100%
Tianguá841 8 3 9 418 1.279
65,8% 0,6% 0,2% 0,7% 32,7% 100%
Total14.601 291 77 157 7.879 23.005
63,5% 1,3% 0,3% 0,7% 34,2% 100%
Revista Contextual 45
Perfil dos gestores
Dentre os gestores da rede pública do estado do Ceará cujas escolas participaram
da avaliação do SPAECE 2012, na Rede Estadual encontramos 54,9%; e na Rede
Municipal, 79% do sexo feminino. Em sua maioria, esses gestores se autodeclaram
pardos (57,9% na Rede Estadual e 67,8% na Rede Municipal). A Rede Estadual apresenta
uma proporção considerável de gestores que se autodeclararam indígenas: 4,5%.
Em termos absolutos, são 30 gestores, todos eles lotados em escolas de categoria
também indígena.
Gráfico 43: Cor/raça autodeclarada pelo gestor
31,6
57,9
4,11,8
4,5
Estadual
Branco(a).
Pardo(a).
Preto(a).
Amarelo(a).
Indígena.
25,8
67,8
0,53,6 2,3
Municipal
Branco(a).
Pardo(a).
Preto(a).
Amarelo(a).
Indígena.
46 SPAECE 2012
Gráfico 44: Sexo dos gestores
54,9
45,1 Feminino.
Masculino.
Estadual
79,0
21,0
Municipal
Feminino.
Masculino.
Em sua maioria, os gestores das escolas avaliadas em 2012 pelo SPAECE apresentam
formação superior como nível máximo até a graduação (gráfico 45): para a Rede
Estadual, 18,6% dos gestores informam ter ensino superior em pedagogia, 60,1% em
licenciatura, apenas 0,8% em normal superior e 19,3% têm ensino superior em outras
áreas; para a Rede Municipal, 25,8% dos gestores afirmam ter formação superior na
área de pedagogia, 49,3% em licenciatura, 1,8% em normal superior, e 17,8% informam
ter formação superior em outra área. Apenas 1,2% dos professores da Rede Estadual e
5,2% dos professores da Rede Municipal dizem ter formação máxima de nível médio.
Revista Contextual 47
Gráfico 45: Opção que melhor descreve o nível máximo de escolaridade até a graduação
1,2
18,6
0,8
60,1
19,3
5,2
25,8
1,8
49,3
17,8
0 10 20 30 40 50 60 70
Ensino Superior – outros.
Ensino Superior – Licenciatura.
Ensino Superior – Normal Superior.
Ensino Superior – Pedagogia.
Ensino Médio.
Municipal Estadual
Gráfico 46: Opção que corresponde a sua mais alta titulação de pós-graduação
89,0
7,0
0,3
0,6
3,0
80,2
1,6
0,2
1,0
17,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Nenhum.
Pós-Doutorado.
Doutorado.
Mestrado.
Especialização (mínimo de 360 horas).
Municipal Estadual
A respeito da pós-graduação (gráfico 46), os gestores da Rede Estadual possuem
uma grande concentração de respostas na opção de especialização de no mínimo
360 horas, 89%. Também chama a atenção a proporção de 7% de gestores com
formação de mestrado, nessa mesma rede. Os gestores da Rede Municipal esboçam
concentração semelhante na opção de especialização de 360 horas, 80,2%. Outra
proporção que nos chama atenção é a de 17% dos gestores da Rede Municipal que
informa não possuir pós-graduação.
48 SPAECE 2012
Gráfico 47: Tipo de seleção dos gestores no município da escola
87,7
5,9 6,513,2
44,1 42,8
0
20
40
60
80
100
Concurso/seleção pública eeleição.
Indicação com base em Outro tipo de indicação.critérios técnicos.
Estadual Municipal
Os gestores da Rede Estadual foram selecionados para seus cargos,
predominantemente, através de um misto de concurso/seleção pública e eleição,
87,7% do total (gráfico 47). Já os gestores do sistema municipal se dividem em dois
grandes grupos: 44,1% deles foram selecionados por indicações que tiveram bases
em critérios técnicos, e 42,8% deles foram selecionados por outro tipo de indicação;
apenas 13,2% dos gestores da Rede Municipal foram selecionados para seus cargos
através do misto concurso e eleição.
Gráfico 48: Tempo total de experiência na carreira docente
0,5
0,5
11,6
23,1
64,4
2,2
2,3
17,9
20,7
57,0
0 20 40 60 80
trabalhei como professor.
Menos de 1 ano.
Não tenho experiência como professor / nunca
Entre 1 e 5 anos.
Entre 6 e 10 anos.
Mais de 10 anos.
Municipal Estadual
Dentre os gestores que participaram dessa edição da avaliação, a maioria em ambas as
redes tem mais de 10 anos de experiência como docente: 57% dos da Rede Municipal
e 64,4% dos da Rede Estadual (gráfico 48). É residual a quantidade de gestores que
não possuem nenhuma experiência docente (2,2% na Rede Municipal e 0,5% na Rede
Estadual).
Revista Contextual 49
Gráfico 49: Tempo total de experiência como gestor
3,3
46,9
27,8
15,8
5,11,1
7,9
42,9
31,9
11,4
4,1 1,90
10
20
30
40
50
Há menos de 1ano. anos.
Entre 1 e 5anos.
Entre 6 e 10anos.
Entre 11 e 15anos.
Entre 16 e 20anos.
Há mais de 21
Estadual Municipal
A experiência total como gestor de escola (gráfico 49) se concentra principalmente no
intervalo de 1 e 5 anos, tanto para os gestores da Rede Estadual (46,9%) quanto para
os gestores da Rede Municipal (42,9%). Dos docentes da Rede Estadual, 27,8% têm
entre 6 e 10 anos de experiência total como gestores, assim como 31,9% dos da Rede
Municipal. A concentração a respeito do tempo de gestão na escola atual (gráfico 50)
recai sobre as mesmas categorias, mas as proporções mudam: 64,5% dos gestores
da Rede Estadual e 53,5% dos gestores da Rede Municipal têm entre 1 e 5 anos de
experiência na gestão da escola em que se encontram atualmente.
Gráfico 50: Tempo como gestor na escola atual
8,5
64,5
19,8
5,41,6 0,1
11,7
53,5
24,6
6,82,3 1,1
0
10
20
30
40
50
60
70
Há menos de 1ano. anos.
Entre 1 e 5anos.
Entre 6 e 10anos.
Entre 11 e 15anos.
Entre 16 e 20anos.
Há mais de 21
Estadual Municipal
50 SPAECE 2012
Gráfico 51: Renda bruta, somados todos os rendimentos
1,9
4,9
5,4
12,1
43,3
29,5
2,7
18,3
31,5
29,4
12,0
4,6
3,5
0,7
0 10 20 30 40 50
Mais de R$ 6.221,00
De R$ 4.355,00 a R$ 6.220,00.
De R$ 3.111,00 a R$ 4.354,00.
De R$ 2.489,00 a R$ 3.110,00.
De R$ 1.867,00 a R$ 2.488,00.
De R$ 1.245,00 a R$ 1.866,00.
De R$ 622,00 a R$ 1.244,00.
Municipal Estadual
A distribuição dos rendimentos brutos dos gestores é consideravelmente diferente,
quando comparamos sua inserção nas diferentes redes de ensino (gráfico 51). Para
os gestores da Rede Estadual a maior concentração está na categoria que descreve
rendimentos que vão se R$ 3.111,00 a R$ 4.354,00 – 43,3% do total. E a segunda maior
concentração desses mesmos gestores se encontra na categoria logo acima, que vai
de R$ 4.355,00 a R$ 6.220,00 – 29,5%. Para os gestores da Rede Municipal, a maior
concentração (31,5%) se encontra na faixa salarial que vai de R$ 1.245,00 a R$ 1.866,00;
a segunda maior (29,4%) está logo acima: de R$ 1.867,00 a R$ 2.488,00.
Revista Contextual 51
2
ORgANIzAÇÃO E TRABALhO DO gESTOR
Uma das dimensões da noção de eficácia escolar diz respeito à forma como os
diferentes gestores administram sua escola e seu próprio tempo de trabalho. O gráfico
52 descreve de maneira geral a percepção dos próprios gestores sobre a aplicação do
seu tempo. Em ambas as redes, as duas atividades mais citadas pelos gestores foram a
gestão pedagógica da escola com 48,9% das respostas dos gestores da Rede Estadual
e 46,8% das respostas dos gestores da Rede Municipal, e gestão administrativa ou
financeira da escola, com 42,8% das respostas dos gestores da Rede Estadual e
38,7% das respostas dos gestores da Rede Municipal. Atividades determinadas pela
Secretaria Estadual de Educação do Ceará foi a resposta escolhida para 1,8% dos
gestores da Rede Estadual e para 11% dos gestores da Rede Municipal.
Gráfico 52: Atividade com que o gestor afirma gastar a maior parte de seu tempo
0,6
2,9
1,8
3,0
48,9
42,8
1,7
1,5
11,0
0,7
46,4
38,7
0 10 20 30 40 50 60
Outras atividades.
Educação.
Atendimento à comunidade.
Atividades determinadas pela CREDE.
Atividades determinadas pela Secretaria de
A gestão pedagógica da escola.
A gestão administrativa ou financeira da escola.
Municipal Estadual
52 SPAECE 2012
Gráfico 53: Organização das turmas da escola em 2012
31,723,1
18,3
15,8
14,118,7
7,49,8
28,5 32,7
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Estadual Municipal
Homogêneas quanto à idade.
Homogêneas quanto aorendimento escolar.
Heterogêneas quanto à idade.
Heterogêneas quanto aorendimento escolar.
Outros critérios.
A homogeneidade de idade foi o critério de organização das turmas para 28,5% das
escolas da Rede Estadual e para 32,7% na Rede Municipal (gráfico 53). Para 7,4%
das escolas da Rede Estadual e 9,8% da Rede Municipal, o critério de organização
foi o de homogeneidade do rendimento escolar. heterogeneidade quanto à idade
e ao rendimento foi o critério para 14,1% e 18,3% das escolas da Rede Estadual,
respectivamente; e para 18,7% e 15,8% das escolas da Rede Municipal, respectivamente.
Outros critérios foram usados em 31,7% das escolas da Rede Estadual e para 23,1% das
escolas da Rede Municipal.
Revista Contextual 53
Gráfico 54: Critério mais importante para a distribuição dos professores nas turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental em 2012
4,5
3,0
9,5
5,7
5,0
0,2
72,2
12,7
14,6
23,9
29,3
9,4
0,5
9,5
0 20 40 60 80
preferência pelas turmas.
aprendizagem mais rápida.Escolha dos professores segundo sua própria
Professores experientes em turmas de
Professores experientes em turmas deaprendizagem mais lenta.
Manutenção do professor na mesma turmado(s) ano(s) anterior(es).
Revezamento dos professores entre as turmas.
Sorteio das turmas entre os professores.
Municipal Estadual
Não se aplica (minha escola não trabalha comessa etapa).
Os gestores foram interrogados quanto ao critério de distribuição dos professores nas
turmas para o ano de 2012, tanto nos anos iniciais (gráfico 54) e finais (gráfico 55)
do Ensino Fundamental quanto para as turmas do Ensino Médio (gráfico 56). Para os
anos iniciais do Ensino Fundamental, em 2012, a opção que recebeu mais respostas
como o principal critério foi, para as escolas da Rede Estadual que trabalham com essa
etapa, o de professores experientes em turmas de aprendizagem mais lenta. No caso
das escolas da Rede Municipal, a maior frequência para o principal critério foi o de
manutenção dos professores na mesma turma dos anos anteriores.
Gráfico 55: Critério mais importante para a distribuição dos professores nas turmas dos anos finais do Ensino Fundamental em 2012
5,5
3,8
12,4
14,2
10,6
0,0
53,5
8,3
10,8
12,0
22,5
20,3
0,3
25,8
0 10 20 30 40 50 60
preferência pelas turmas.
aprendizagem mais rápida.Escolha dos professores segundo sua própria
Professores experientes em turmas de
Professores experientes em turmas deaprendizagem mais lenta.
Manutenção do professor na mesma turmado(s) ano(s) anterior(es).
Revezamento dos professores entre as turmas.
Sorteio das turmas entre os professores.
Municipal Estadual
Não se aplica (minha escola não trabalha comessa etapa).
54 SPAECE 2012
Para os anos finais do Ensino Fundamental, tanto a Rede Estadual como a Rede
Municipal apresentam como opção mais frequente a manutenção do professor na
mesma turma dos anos anteriores. Para as turmas do Ensino Médio, ocorre o mesmo
na Rede Estadual, enquanto na Rede Municipal, a opção com maior frequência é a
de professores experientes em turmas de aprendizagem mais lenta. Apesar da
identificação dos critérios com maior frequência, os valores de frequência entre eles
ficaram bastante próximos, mostrando que as escolas fazem uso bastante variado dos
critérios apresentados.
Gráfico 56: Critério mais importante para a distribuição dos professores nas turmas do Ensino Médio em 2012
11,5
5,1
22,0
25,3
24,7
0,2
11,2
1,8
3,2
3,8
2,8
2,5
0,4
85,4
0 20 40 60 80 100
Escolha dos professores segundo sua própriapreferência pelas turmas.
Professores experientes em turmas deaprendizagem mais rápida.
Professores experientes em turmas deaprendizagem mais lenta.
Manutenção do professor na mesma turmado(s) ano(s) anterior(es).
Revezamento dos professores entre as turmas.
Sorteio das turmas entre os professores.
Municipal Estadual
Não se aplica (minha escola não trabalha comessa etapa).
Revista Contextual 55
REFLExõES SOBRE PRáTICAS ESCOLARES
grupos de Referência para a gestão Escolar
Com base em informações obtidas através de questionários de alunos, professores
e gestores, além de estatísticas do Censo Escolar, as escolas da Rede Estadual
avaliadas pelo SPAECE 2012 foram agrupadas em função de algumas características
comuns. Os grupos de comparação criados por esta análise são uma tentativa de
estabelecer referências para a gestão escolar onde, a partir de informações coletadas
pela avaliação, possamos auxiliar a atuação de gestores na promoção de ambientes
favoráveis ao ensino e aprendizado dentro de suas respectivas instituições.
Ao direcionar comparações entre escolas a partir de uma seleção de alguns elementos,
tanto internos quanto externos à escola, esta análise possibilita que gestores, e demais
indivíduos envolvidos, reflitam sobre sua realidade e especificidades de seu contexto
através do contraste com outras escolas que lidam com desafios e problemas similares.
Dessa forma, avançamos para além da simples hierarquização de escolas de acordo
com o desempenho de seus alunos, e da crítica de práticas escolares já decorridas,
para produzir análises e informações que contribuam para a formulação de futuras
ações e novas práticas que resultem em avanços para a qualidade e equidade do
ensino ofertado.
Por que o foco na gestão escolar?
A importância da gestão e o papel dos gestores, em especial o diretor, são reconhecidos
não só pela Constituição, mas também pela literatura e pesquisa educacional. Apesar
da ênfase que geralmente é dada ao professor e suas práticas em sala de aula, não
há nenhum estudo hoje sobre qualidade do ensino ofertado que não inclua variáveis
3
56 SPAECE 2012
sobre a gestão escolar. Contudo, a gestão da escola vai muito além da administração
do seu espaço e recursos e, a despeito de sua importância, há poucos estudos no
Brasil sobre sua real função e fatores que influenciam a qualidade desta gestão.
Para poder gerir uma escola, tanto o diretor, quanto o vice-diretor e coordenadores
precisam aliar diferentes tipos de competências. Conhecimentos e habilidades em
gestão são necessários, mas a capacidade de promover um bom relacionamento
interpessoal com a comunidade interna e de ganhar a confiança e atrair a comunidade
externa também são importantes para uma boa gestão escolar. Ligada a uma liderança
positiva, portanto, está a noção de que o gestor deve ter uma visão sistêmica da escola,
sendo capaz de integrar as várias partes e atividades que envolvem o gerenciamento
de uma unidade escolar.
Não há um claro consenso sobre que fatores afetam a gestão, e nem evidências
suficientes para dimensionar seu impacto. Além disso, cabe ressaltar que, apesar
da influência de diferentes fatores sobre a gestão escolar, esta influência não é,
necessariamente, uma relação causal. O tamanho da escola certamente impacta a sua
gestão administrativa e financeira, mas isso não significa que escolas maiores sempre
terão uma gestão pior. No entanto, tendo em vista a complexidade da gestão escolar,
desde as diferentes formas de gestão existentes até as especificidades locais – como
o perfil do público atendido e expectativas da comunidade –, o exercício analítico
proposto aqui é bastante útil.
Fatores considerados para a composição dos grupos:
Considerando pressupostos teóricos e limitações para coleta de informações sobre a
rede de ensino, as escolas avaliadas pelo SPAECE 2012 foram agrupadas de acordo
com as seguintes características:
Revista Contextual 57
Tabela 9: Fatores analisados para a identificação de Grupos de Referência para a Gestão
FATORES DESCRIÇÃO ESCALA
Infraestrutura Básica
A infraestrutura das escolas foi analisada em relação à presença de elementos considerados mínimos e necessários para o bom funcionamento de uma
unidade escolar: abastecimento público de água, energia elétrica, e esgoto sanitário, existência de cozinha sanitário dentro do prédio da escola, aparelho
Tv em cores, e aparelho de DvD. Apenas escolas com todos os elementos presentes foram analisadas como tendo uma estrutura básica.
0 - escolas sem infraestrutura
básica e;1 – escolas com
infraestrutura básica.
Clima escolar
Ao total, foram analisados 7 indicadores que reúnem respostas de diretores, professores e alunos sobre suas percepções acerca de sua escola. Estas
percepções são utilizadas como indícios de condições e hábitos escolares exercidas cotidianamente e o clima da escola, tendo em vista critérios de
uma escola eficaz e de uma gestão escolar democrática e autônoma. Estes indicadores refletem em grande parte ações internas à escola que são
importantes para a superação de obstáculos e desafios proporcionados pelo contexto da escola.
Escala de 1 a 10
grau de complexidade da
escola
Este fator leva em consideração as diferentes modalidades de ensino ofertadas pela rede, conferindo uma pontuação para as escolas de acordo com a quantidade de modalidades e etapas ofertadas. Foram consideradas diferentes modalidades e segmentos de ensino, como EJA, Ensino Médio Regular, Profissional e/ou Integral, Ensino Fundamental série/anos iniciais e finais, Educação especial, atividades complementares de contra-turno, etc.
Escala de 1 a 10
Taxa de abandono dos
alunos
Também foi levado em consideração às taxas de abandono das escolas, aferidas pelo Censo Escolar, como um indicativo do perfil dos alunos e
de atitudes/comportamentos da família de alunos em relação à escola e a educação de seus filhos. Apesar de também ser influenciada pela política da escola, grandes diferenças entre taxas de abandono também são indicativos da percepção da comunidade sobre a escola e a importância do que ela tem
a oferecer.
Percentual de 0% a 100%
Tamanho da escola
O tamanho da escola foi aferido pelo total de alunos matriculados na instituição. Como o tamanho das escolas varia muito entre si, este foi um importante fator a ser considerado. O tamanho da escola não é,
necessariamente, um fator determinante para o sucesso ou não da gestão escolar, mas diferentes tamanhos de escola certamente proporcionaram
desafios diferentes às escolas.
valores absolutos de matrículas.
Índice socioeconômico
dos alunos
Este indicador fornece uma medida comparativa para as condições de vida dos alunos avaliados, considerando não só aspectos econômicos,
mas também alguns aspectos sociais e culturais. Dessa forma, apesar da medida oferecida não fazer alusão a classes sociais ou captar faixas salariais específicas, ela fornece uma rica medida de controle para fatores externos
classicamente associados ao desempenho escolar e que, obviamente, também propõem diferentes desafios à gestão escolar.
Escala de 1 a 10
Cada grupo de referência criado a partir das considerações destes fatores possui,
obviamente, um perfil diferente. Logo, a influência dos fatores analisados na organização
dos grupos também variou entre si. Enquanto que um grupo, por exemplo, foi definido
pela ausência de condições básicas de infraestrutura, outro foi identificado a partir
do tamanho e complexidade de suas escolas. A quantidade de grupos de referência
criados por esta análise varia em função do arranjo de fatores entre as escolas avaliadas
– quanto mais complexa e diversificada for a rede de ensino, maior o número potencial
de grupos a serem criados. Entretanto, podemos influenciar essa quantidade, de tal
58 SPAECE 2012
modo a não permitir que sejam menos que três grupos (dado que sabemos que as
escolas são demasiadamente complexas para se dividirem em simplesmente “dois
lados”) ou mais que seis grupos (número que excederia a parcimônia e a utilidade
analítica).
Cabe ressaltar que sempre há a possibilidade de uma escola ser alocada em um
grupo na qual ela de fato não é compatível, um risco que quase toda análise corre.
No entanto, o método proposto é bastante seguro e fornece informações sobre
características da escola que são importantes para a realização de considerações a
respeito da gestão escolar. Apesar das unidades escolares dentro de cada grupo de
comparação não serem idênticas entre si, a identificação de diferentes perfis de escola,
e seus aspectos mais marcantes, são um importante subsídio para a formulação de
futuras políticas públicas e implementação de novas ações dentro da escola. Além
de possibilitar políticas mais específicas ao contexto de cada escola, é uma forma de
buscar soluções para problemas que podem ser comuns entre escolas de diferentes
municípios e regiões.
Os grupos de Referência elaborados para o SPAECE 2012
• grupo 1: Escolas sem infraestrutura básica, pequeno porte e baixa taxa de abandono
O 1° grupo de referência reúne 1.458 (26,2%) escolas do sistema público (estadual e
municipal) do Ceará, de um total de 5.562 analisadas. As escolas presentes neste
grupo se diferenciam principalmente em função da ausência de infraestrutura básica.
Nenhuma escola desse grupo aparece com condições de infraestrutura suficiente.
Em segundo lugar, sua característica mais marcante é um número total de matrículas
reduzido em relação às demais escolas avaliadas: em média, aproximadamente 150
alunos por escola. Outro traço diferencial desse grupo em relação aos demais seria
uma média reduzida para a taxa de abandono em relação aos demais grupos: 1,8%.
Em relação à média do ISE dos alunos, o grupo 1 possui a menor dentre os demais:
5,1 pontos na escala de 1 a 10. O índice de clima escolar para o grupo 1, por sua vez,
apresenta a maior média dentre os grupos: 6,4 pontos.
Revista Contextual 59
O grau de complexidade foi o indicador com menor eficiência para distinguir entre
os grupos. O grupo 1 apresenta uma média de 4,3 pontos, não muito diferente dos
demais. Com tais características, o grupo 1 aparece como um grupo com condições
ambíguas, em que temos uma infraestrutura desfavorável, taxa de matrícula reduzida,
baixa taxa de abandono, baixo ISE dos alunos e melhor indicador de clima escolar.
Tabela 10: Informações sobre o grupo de referência e a influência de fatores na sua definição
FATORES ANALISADOSINFLUêNCIA DO FATOR PARA
IDENTIFICAR O gRUPOMéDIA
MAIOR CONCENTRAÇÃO DE
ESCOLAS ENTRE OS vALORES
Tamanho da escola 2 154,9 2,9 a 307,0
Índice socioeconômico dos alunos 4 5,1 4,1 a 6,1
Taxa de abandono dos alunos 3 1,8 0,0 a 4,4
grau de complexidade 6 4,3 2,5 a 6,1
Clima escolar 5 6,4 5,3 a 7,4
Infraestrutura Básica 1 0,0 0,0 a 0,0
• grupo 2: Escolas maior porte, maior ISE médio, maior taxa de abandono e pior clima escolar
O 2° grupo de referência engloba 769 (13,8%) escolas da rede pública cuja principal
característica de diferenciação dos demais grupos é uma maior média na taxa de
matrículas: 1.031,3 alunos por escola. Em segundo lugar, esse grupo é marcado por
uma alta média do ISE agregado nas escolas: 6,4 pontos para esse índice. Também
em relação à média da taxa de abandono o grupo 2 se distancia dos grupos um e três.
Com uma média de 9,4%, as escolas do grupo 2 parecem enfrentar essa dificuldade
com seu público. O índice de Clima escolar para as escolas do grupo 2 apresenta uma
média de 4,6 pontos, a mais baixa para os três grupos formados em nossa análise.
Com relação ao índice de grau de complexidade administrativa das escolas, a média
do grupo 2 é de 4,6 pontos. Este índice tem um pequeno poder de discriminação entre
os grupos.
Por fim, o indicador de infraestrutura do grupo 2 nos informa uma condição mista:
28,9% das escolas não possuem a infraestrutura suficiente, e 71,1% delas possui
tais condições.
60 SPAECE 2012
Tabela 11: Informações sobre o grupo de referência e a influência de fatores na sua definição
FATORES ANALISADOSINFLUêNCIA DO FATOR PARA
IDENTIFICAR O gRUPOMéDIA
MAIOR CONCENTRAÇÃO DEESCOLAS ENTRE OS
vALORES
Tamanho da escola 1 1031,3 642,6 a 1420,0
Índice socioeconômico dos alunos 2 6,4 5,8 a 7,0
Taxa de abandono dos alunos 3 9,4 1,8 a 17,1
grau de complexidade 5 4,6 2,4 a 6,8
Clima escolar 4 5,9 5,2 a 6,5
Infraestrutura Básica 6 0,7 0,3 a 1,2
• grupo 3: Escolas com infraestrutura suficiente, baixa taxa de abandono e pequeno porte
O 3° grupo de referência inclui 2.498 (44,9%) escolas da rede pública. Destacadamente,
esse grupo de escolas se diferencia pela reduzida média em sua taxa de abandono
dos alunos: 2,1%, muito semelhante em relação ao grupo 1. Também possuem uma taxa
de matrícula menor, quando comparada ao grupo 2 e semelhante ao grupo 1: 322,4
alunos por escola, em média. No entanto, as escolas nesse grupo possuem, todas elas,
as condições suficientes de infraestrutura básica exigidas em nosso indicador.
O ISE dos alunos dessas escolas é intermediário em relação aos demais grupos: 5,7
pontos. A média para o índice de clima escolar também é muito semelhante a do
grupo 1: 6,3 pontos para as escolas dentro desse grupo. Conforme apresentado para
os demais grupos, o índice de complexidade administrativa possui uma média que
pouco diferencia entre as escolas: 4,3 pontos. Podemos considerar que as condições
do grupo 3 são as mais favoráveis até aqui apresentadas.
Revista Contextual 61
Tabela 12: Informações sobre o grupo de referência e a influência de fatores na sua definição
FATORES ANALISADOSINFLUêNCIA DO FATOR PARA
IDENTIFICAR O gRUPOMéDIA
MAIOR CONCENTRAÇÃO DEESCOLAS ENTRE OS
vALORES
Tamanho da escola 2 322,4 121,0 a 523,8
Índice socioeconômico dos alunos 3 5,7 4,9 a 6,5
Taxa de abandono dos alunos 1 2,1 0,0 a 4,5
grau de complexidade 5 4,3 2,3 a 6,3
Clima escolar 4 6,3 5,5 a 7,1
Infraestrutura Básica 6 1,0 1,0 a 1,0
Escolas sem grupo de referência
É necessário ressaltar que há um grupo de 837 escolas, 15% do total analisado,
cujas informações foram insuficientes para localizá-las em termos dos grupos de
comparação. Isso aconteceu principalmente em função da ausência de informações
contextuais para a elaboração dos índices de Clima escolar. A desatenção e /ou o
descaso com o devido preenchimento dos questionários socioeconômicos de
alunos, gestores e professores pode prejudicar a qualidade das informações que sua
escola tem disponível para a avaliação. Incentive todos os envolvidos a responder
adequadamente aos instrumentos da avaliação.
Tabela 13: Informações sobre as escolas sem um grupo de referência
FATORES ANALISADOSINFLUêNCIA DO FATOR PARA
IDENTIFICAR O gRUPOMéDIA
MAIOR CONCENTRAÇÃO DEESCOLAS ENTRE OS
vALORES
Tamanho da escola - 195,8 5,0 a 565,4
Índice socioeconômico dos alunos - 5,4 4,3 a 6,5
Taxa de abandono dos alunos - 1,4 0,0 a 4,4
grau de complexidade - 4,1 2,3 a 5,9
Clima escolar - 6,7 5,9 a 7,5
Infraestrutura Básica - 0,4 0,0 a 0,8
62 SPAECE 2012
RESULTADOS DE DESEMPENhO POR gRUPO DE COMPARAÇÃO
Quando observamos os resultados de desempenho médio dos alunos segundo os
três grupos de referência, o padrão mais esperado se verifica: existe uma tendência
para que a média de proficiência dos alunos nas escolas do grupo 3, com condições
mais favoráveis, seja maior em relação aos demais. No entanto, a média para o
grupo 1, com as condições menos favoráveis, se assemelha bastante à do grupo 3.
Como o desempenho dos alunos não foi considerado para a construção dos grupos,
esse resultado nos parece desafiante, mas são diversos os fatores que podem
estar associados ao desempenho. Considerando que os aspectos elencados são
muito abrangentes, é normal que a associação entre o desempenho e os grupos de
referência criados não seja forte. A grande vantagem dos grupos é criar um ambiente
comum entre diversas instituições de ensino, e permitir que visualizemos os desafios
mais abrangentes para a administração escolar, comparando entre si escolas que
são semelhantes.
O desempenho dos alunos aferidos pelos testes do SPAECE 2012 não foi um dos
fatores considerados para a elaboração dos grupos de referência. Contudo, como
a gestão escolar é importante componente para avanços na qualidade do ensino
ofertado, espera-se que avanços conquistados nesta área se traduzam em resultados
de desempenho cada vez melhores e mais equitativos. Dessa forma, a constatação
do desempenho dos grupos de referência também se torna uma importante
informação para o gestor, fornecendo subsídios para um de suas principais funções: a
gestão pedagógica.
4
Revista Contextual 63
Gráfico 57: Proficiência média em Língua Portuguesa dos Grupos de Referência por Etapa/série/ano
198,8
231,2
257,7
266,6
257,7
196,5
228,5
208,3
200,5
243,4
244,8
253,3
248,3
204,5
227,1
217,5
201,0
234,5
260,7
270,2
261,4
194,7
223,7
219,2
0 50 100 150 200 250 300
5º ano EF
9º ano EF
1ª série EM
2ª série EM
3ª série EM
2º segmento
1º período
2º período
EJA
Ensin
o Re
gula
r
Grupo 3 Grupo 2 Grupo 1
64 SPAECE 2012
Gráfico 58: Proficiência média em Matemática dos Grupos de Referência por Etapa/série/ano
207,8
240,1
265,4
274,7
272,3
226,9
229,7
231,4
207,8
246,1
243,8
252,8
256,0
213,9
222,9
226,6
211,1
241,5
267,1
276,8
273,3
215,8
223,2
229,5
0 50 100 150 200 250 300
5º ano EF
9º ano EF
1ª série EM
2ª série EM
3ª série EM
2º segmento
1º período
2º período
EJA
3
Ensin
o Re
gula
r
Grupo 2Grupo 1Grupo
Revista Contextual 65
CONSIDERAÇõES FINAIS
O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) constitui-
se como uma política bem sucedida, contínua e efetiva na avaliação do desempenho
dos alunos do sistema público de ensino no referido estado. O esforço da Revista
Contextual do SPAECE 2012 foi o de contribuir para a sistematicidade desse programa
através da descrição pormenorizada dos aspectos mais destacados das características
socioeconômicas de alunos, gestores e professores avaliados nesta edição. Esse
esforço envolve, principalmente, um convite à reflexão sobre os fatores internos e
externos às escolas, todos eles capazes de influenciar nos resultados do sistema.
Trata-se de uma contribuição substantiva para aprimorar os conhecimentos sobre
o perfil dos atores envolvidos com o Ensino Fundamental e Ensino Médio da Rede
Estadual e Municipal no estado do Ceará. Esperamos que essas informações sejam
úteis à toda a comunidade escolar e à sociedade em geral na busca por melhorias
efetivas do sistema educacional público.
5
66 SPAECE 2012
REITOR DA UNIvERSIDADE FEDERAL DE JUIz DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO
COORDENAÇÃO gERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TéCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO
COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESqUISATUFI MACHADO SOARES
COORDENAÇÃO DE ANáLISES E PUBLICAÇõESWAGNER SILVEIRA REZENDE
COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AvALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO
COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA
COORDENAÇÃO DE OPERAÇõES DE AvALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE
COORDENAÇÃO DE DESIgN DA COMUNICAÇÃOJULIANA DIAS SOUZA DAMASCENO
RESPONSávEL PELO PROJETO gRáFICOEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA
CEARá. Secretaria Estadual de Educação do Ceará.
SPAECE – 2012 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 4 ( jan./dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 – Anual.
CANDIAN, Juliana Frizzoni; DULCI, João Assis; MELO, Manuel Fernando Palácios da Cunha e; OLIVEIRA, Lina Kátia Mesquita de; PAULA, Túlio Silva de; REzENDE, Wagner Silveira; RIBEIRO, Luiz Vicente Fonseca
Conteúdo: Revista Contextual.
ISSN 1892-7644
CDU 373.3+373.5:371.26(05)