2013 - 1 Semestre - Sinteses de Aulas -3 Material

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DA JORNADA DE TRABALHO:

DO CONTRATO DE TERCEIRIZAO: BREVES COMENTRIOS SOBRE A TERCEIRIZAAO DE CURTA E DE LONGA DURAO TRANSCRIES DA LEI 6.019/74 E DA SMULA 331 DO TST H duas modalidades de contratao terceirizada: a de curta durao e a de longa durao.

O contrato terceirizado de curta durao regido pela Lei 6.019 de 1974. Todavia no h legislao alguma no Brasil que discipline o trabalho terceirizado de longa durao. Da do Tribunal Superior do Trabalho ter editado a Smula 331, que mais abaixo ser comentada. SOBRE O CONTRATO TERCEIRIZADO DE CURTA DURAO- LEI 6.019/74:

A referida lei permite a contratao terceirizada pelo prazo de trs meses, prorrogveis por mais trs desde que haja autorizao do Ministrio do Trabalho, em duas nicas hipteses: 1. quando a empresa necessita substituir transitoriamente pessoal permanente ou 2. diante de acrscimo extraordinrio de servio.

Assim, se uma empresa tiver necessidade de contratar um ou mais empregados, COM URGNCIA, para a substituio provisria do titular ou dos titulares, ela pode se socorrer de uma empresa terceirizadora ou fornecedora de mo de obra. O trabalhador ser contratado por esta ltima, mas prestar servios primeira.

A lei faz algumas exigncias para a validade do contrato entre as duas empresas. Ele deve ser formalizado por escrito e conter o motivo da contratao ( substituio transitria de pessoal permanente ou acrscimo extraordinrio do servio). Deve estabelece, tambm as modalidades de remunerao da prestao de servio. Por outro lado, o ajuste entre o empregado e a empresa terceirizadora ou fornecedora da ao de obra, tambm deve ser feito por escrito, contendo os direitos que a lei confere ao empregado

Cabe destacar que o empregado terceirizado tem basicamente os mesmos direitos que um empregado contratado por prazo determinado. Basta conferir na lei, abaixo transcrita, os itens especficos que ela estabelece no artigo 12.

Vale destacar as regras estabelecidas no pargrafo nico do artigo n. 11, que considera nula a clusula de reserva que a empresa terceirizadora possa fazer com o empregado para obstar que ele, aps o trmino do contrato terceirizado, seja impedido de firmar contrato de emprego diretamente com a empresa tomadora ou cliente. No artigo 16 da lei estende responsabilidade SOLIDRIA empresa tomadora no caso de falncia da fornecedora da mo de obra. A responsabilidade no se limita aos crditos de natureza trabalhista, mas, tambm, previdencirias.

Cabe destacar que o trabalho, inclusive o terceirizado de curta durao proibido aos estrangeiros que tenham visto provisrio de permanncia no Pas e que a empresa de trabalho temporrio, diferentemente do que faz uma agncia de colocao, no pode cobrar qualquer importncia pela contratao do empregado e seu encaminhamento para a prestao dos servios na empresa cliente ou tomadora.

Segue a transcrio da Lei 6.019/74 para a leitura e conhecimento de suas regras:

LEI No 6.019, DE 3 DE JANEIRO DE 1974.Dispe sobre o Trabalho Temporrio nas Empresas Urbanas, e d outras Providncias

O PRESIDENTE DA REPBLICA:Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1 - institudo o regime de trabalho temporrio, nas condies estabelecidas na presente Lei.Art. 2 - Trabalho temporrio aquele prestado por pessoa fsica a uma empresa, para atender necessidade transitria de substituio de seu pessoal regular e permanente ou acrscimo extraordinrio de servios.Art. 3 - reconhecida a atividade da empresa de trabalho temporrio que passa a integrar o plano bsico do enquadramento sindical a que se refere o art. 577, da Consolidao da Leis do Trabalho.Art. 4 - Compreende-se como empresa de trabalho temporrio a pessoa fsica ou jurdica urbana, cuja atividade consiste em colocar disposio de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos.Art. 5 - O funcionamento da empresa de trabalho temporrio depender de registro no Departamento Nacional de Mo-de-Obra do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social.Art. 6 - O pedido de registro para funcionar dever ser instrudo com os seguintes documentos:a) prova de constituio da firma e de nacionalidade brasileira de seus scios, com o competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede;b) prova de possuir capital social de no mnimo quinhentas vezes o valor do maior salrio mnimo vigente no Pas;c) prova de entrega da relao de trabalhadores a que se refere o art. 360, da Consolidao as Leis do Trabalho, bem como apresentao do Certificado de Regularidade de Situao, fornecido pelo Instituto Nacional de Previdncia Social;d) prova de recolhimento da Contribuio Sindical;e) prova da propriedade do imvel-sede ou recibo referente ao ltimo ms, relativo ao contrato de locao;f) prova de inscrio no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministrio da Fazenda.Pargrafo nico. No caso de mudana de sede ou de abertura de filiais, agncias ou escritrios dispensada a apresentao dos documentos de que trata este artigo, exigindo-se, no entanto, o encaminhamento prvio ao Departamento Nacional de Mo-de-Obra de comunicao por escrito, com justificativa e endereo da nova sede ou das unidades operacionais da empresa.Art. 7 - A empresa de trabalho temporrio que estiver funcionando na data da vigncia desta Lei ter o prazo de noventa dias para o atendimento das exigncias contidas no artigo anterior.Pargrafo nico. A empresa infratora do presente artigo poder ter o seu funcionamento suspenso, por ato do Diretor Geral do Departamento Nacional de Mo-de-Obra, cabendo recurso ao Ministro de Estado, no prazo de dez dias, a contar da publicao do ato no Dirio Oficial da Unio.Art. 8 - A empresa de trabalho temporrio obrigada a fornecer ao Departamento Nacional de Mo-de-Obra, quando solicitada, os elementos de informao julgados necessrios ao estudo do mercado de trabalho.Art. 9 - O contrato entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora de servio ou cliente dever ser obrigatoriamente escrito e dele dever constar expressamente o motivo justificador da demanda de trabalho temporrio, assim como as modalidades de remunerao da prestao de servio.Art. 10 - O contrato entre a empresa de trabalho temporrio e a empresa tomadora ou cliente, com relao a um mesmo empregado, no poder exceder de trs meses, salvo autorizao conferida pelo rgo local do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social, segundo instrues a serem baixadas pelo Departamento Nacional de Mo-de-Obra.Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporrio e cada um dos assalariados colocados disposio de uma empresa tomadora ou cliente ser, obrigatoriamente, escrito e dele devero constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei.Pargrafo nico. Ser nula de pleno direito qualquer clusula de reserva, proibindo a contratao do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado sua disposio pela empresa de trabalho temporrio.Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporrio os seguintes direitos:a) remunerao equivalente percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados base horria, garantida, em qualquer hiptese, a percepo do salrio mnimo regional;b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinrias no excedentes de duas, com acrscimo de 20% (vinte por cento);c) frias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei n 5.107, de 13 de setembro de 1966;d) repouso semanal remunerado;e) adicional por trabalho noturno;f) indenizao por dispensa sem justa causa ou trmino normal do contrato, correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;g) seguro contra acidente do trabalho;h) proteo previdenciria nos termos do disposto na Lei Orgnica da Previdncia Social, com as alteraes introduzidas pela Lei n 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5, item III, letra "c" do Decreto n 72.771, de 6 de setembro de 1973). 1 - Registrar-se- na Carteira de Trabalho e Previdncia Social do trabalhador sua condio de temporrio. 2 - A empresa tomadora ou cliente obrigada a comunicar empresa de trabalho temporrio a ocorrncia de todo acidente cuja vtima seja um assalariado posto sua disposio, considerando-se local de trabalho, para efeito da legislao especfica, tanto aquele onde se efetua a prestao do trabalho, quanto a sede da empresa de trabalho temporrio.Art. 13 - Constituem justa causa para resciso do contrato do trabalhador temporrio os atos e circunstncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidao das Leis do Trabalho, ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporrio ou entre aquele e a empresa cliente onde estiver prestando servio.Art. 14 - As empresas de trabalho temporrio so obrigadas a fornecer s empresas tomadoras ou clientes, a seu pedido, comprovante da regularidade de sua situao com o Instituto Nacional de Previdncia Social.Art. 15 - A Fiscalizao do Trabalho poder exigir da empresa tomadora ou cliente a apresentao do contrato firmado com a empresa de trabalho temporrio, e, desta ltima o contrato firmado com o trabalhador, bem como a comprovao do respectivo recolhimento das contribuies previdencirias.Art. 16 - No caso de falncia da empresa de trabalho temporrio, a empresa tomadora ou cliente solidariamente responsvel pelo recolhimento das contribuies previdencirias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referncia ao mesmo perodo, pela remunerao e indenizao previstas nesta Lei.Art. 17 - defeso s empresas de prestao de servio temporrio a contratao de estrangeiros com visto provisrio de permanncia no Pas.Art. 18 - vedado empresa do trabalho temporrio cobrar do trabalhador qualquer importncia, mesmo a ttulo de mediao, podendo apenas efetuar os descontos previstos em Lei.Pargrafo nico. A infrao deste artigo importa no cancelamento do registro para funcionamento da empresa de trabalho temporrio, sem prejuzo das sanes administrativas e penais cabveis.Art. 19 - Competir Justia do Trabalho dirimir os litgios entre as empresas de servio temporrio e seus trabalhadores.Art. 20 - Esta Lei entrar em vigor sessenta dias aps sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.Braslia, 3 de janeiro de 1974; 153 da Independncia e 86 da Repblica.Emlio G. MdiciSOBRE O CONTRATO TERCEIRIZADO DE LONGA DURAO:

No existindo lei que discipline a matria, o Tribunal Superior do Trabalho vem editando smulas para expor a sua posio diante das milhares de aes trabalhistas que envolvem este tipo de contratao..

Inicialmente o TST foi extremamente restritivo e considerava ilcita qualquer contratao de empregados atravs de interpostas empresas.

Assim, quem pretendesse contratar empregados deveria faz-lo diretamente, salvo nos casos expressamente previstos em lei. Neste sentido a Smula 256 j candelada e que dizia o seguinte:

Smula 256 ( cancelada) :

salvo em caso de trabalho temporrio e de servio de vigilncia previstos na lei 6.019/74 e 7102/83, ilegal a contratao de trabalhadores por empresa interposta, formando-se o vnculo diretamente com o tomador dos servios

O TST somente admitia trabalho atravs de terceiros ( de interpostas empresas) em DUAS NICAS HIPTESES: 1. no caso de contratao emergencial para substituir transitoriamente pessoal permanente ou diante de acrscimo extraordinrio de servio ou, 2 no caso de contratao de empresa especializada em vigilncia armada.

Alguns anos depois, mostrando uma ntida tendncia de flexibilizao, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Smula 331 e passou a admitir tambm a validade do contrato terceirizado em outras hipteses mais, conforme se v do texto abaixo transcrito:

Smula 331: CONTRATO DE PRESTAO DE SERVIOS. LEGALIDADE (nova redao do item IV e inseridos os itens V e VI redao) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

I - A contratao de trabalhadores por empresa interposta ilegal, formando-se o vnculo diretamente com o tomador dos servios, salvo no caso de trabalho temporrio (Lei n 6.019, de 03.01.1974).

II - A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, no gera vnculo de emprego com os rgos da Administrao Pblica direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).

III - No forma vnculo de emprego com o tomador a contratao de servios de vigilncia (Lei n 7.102, de 20.06.1983) e de conservao e limpeza, bem como a de servios especializados ligados atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinao direta.

IV - O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiria do tomador dos servios quanto quelas obrigaes, desde que haja participado da relao processual e conste tambm do ttulo executivo judicial.

V - Os entes integrantes da Administrao Pblica direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condies do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigaes da Lei n. 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora de servio como empregadora. A aludida responsabilidade no decorre de mero inadimplemento das obrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI A responsabilidade subsidiria do tomador de servios abrange todas as verbas decorrentes da condenao referentes ao perodo da prestao laboral.

No inciso I, a Smula confirma a regra geral de que a contratao de empregados, atravs de terceiros, ilegal. No Brasil, quem precisar de um empregado deve contrata-lo diretamente. Esta , repita-se, a regra geral.

Abre, todavia, a primeira exceo, legalmente prevista na Lei 6.019/74, que permite a contratao terceirizada, pelo prazo de 3 meses, para 1) substituio transitria de pessoal permanente ou 2) para atender ao aumento extraordinrio do servio.

No item II do enunciado n. 331, o TST, com fulcro no artigo 37, inciso II , da Constituio Federal, afastou a possibilidade de se criar vnculo de emprego com a administrao pblica ou empresas pblicas mediante terceirizao ilegal. E fez isto para evitar fraude, para evitar que o vnculo de emprego se estabelea com a entidade pblica, sem observncia do concurso obrigatrio para a investidura em cargo ou emprego pblico.

Apesar de no ser transferido o vnculo de emprego ao tomador de servio, a entidade pblica que contratar empregado terceirizado ilcito est exposta ao risco de responder subsidiariamente pelos direitos trabalhistas do empregado, se a empresa terceirizadora for inadimplente, conforme ser analisado no item V, recentemente introduzido pelo TST na Smula 331. No item III, o TST manteve o entendimento anterior no sentido de ser vlida a contratao terceirizada em servio de vigilncia regido pela lei 7.102/83 ( vigilncia armada que presta servio em empresas de crdito, transportes de valores, etc...).

A partir da amplia as hipteses da terceirizao admitindo a validade de tal contrato na atividade meio do empregador e quando no houver pessoalidade e subordinao direta.

Entende que a empresa pode focar as suas atenes s atividades especficas para as quais ela foi constituda, deixando as atividades perifricas para terceiros fazerem. Assim, por exemplo, possvel a uma empresa que produz refrigerante terceirizar a sua portaria ou o seu refeitrio. Todavia, os trabalhadores devem ser contratados direta e exclusivamente pela empresa terceirizadora e devem receber desta as ordens de trabalho. Se a tomadora do servio efetuar a escolha do empregado haver pessoalidade. Se o submeter a controle e obedincia de suas determinaes haver subordinao direta.

( OBSERVAO IMPORTANTE: a subordinao direta pode acontecer no trabalho terceirizado de curta durao, quando o empregado contratado para substituir temporariamente pessoal permanente ou quando ocorre aumento extraordinrio do servio )

No item IV, o TST reconhece a responsabilidade subsidiria da empresa tomadora do servio, que a beneficiria do trabalho prestado pelo laborista, diante da inadimplncia da tomadora. Ela responde por culpa in eligento ou in vigilando.

Conforme foi dito acima, foram introduzidos pelo TST, em maio de 2011, mais dois itens na Smula 331, os itens V e VI.

No item V estabelece a responsabilidade subsidiria dos entes da administrao pblica direta e indireta que devem responder subsidiariamente, nas mesmas condies do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigaes da Lei n. 8.666/93, especialmente na fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora de servio como empregadora. A aludida responsabilidade no decorre de mero inadimplemento das obrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

A referida lei estabelece normas gerais sobre licitaes e contratos administrativos pertinentes a obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. No artigo 27 e seguintes ela estabelece as condies para que uma empresa participe do processo licitatrio, demonstrando ter regularidade fiscal, qualificao tcnica e econmica.

Ementa

RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA. ENTE PBLICO. CULPA IN VIGILANDO .

1 - O Pleno do STF, ao declarar a constitucionalidade do art. 71 da Lei n 8.666/93, somente vedou a transferncia consequente e automtica, fundada no mero inadimplemento, da responsabilidade da empresa prestadora de servios para o ente pblico tomador de servios, ressalvando que - isso no impedir que a Justia do Trabalho recorra a outros princpios constitucionais e, invocando fatos da causa, reconhea a responsabilidade da Administrao, no pela mera inadimplncia, mas por outros fatos- .

2 - Em consonncia com a jurisprudncia do STF, o Pleno do TST deu nova redao Smula n 331 do TST: -IV - O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiria do tomador dos servios quanto quelas obrigaes, desde que haja participado da relao processual e conste tambm do ttulo executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administrao Pblica direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condies do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigaes da Lei n. 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora de servio como empregadora. A aludida responsabilidade no decorre de mero inadimplemento das obrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada- .

3 - No caso dos autos, o TRT reconheceu a responsabilidade subsidiria do reclamado, com base na culpa in vigilando , consignando que - o tomador dos servios falhou em seu dever de fiscalizao, na medida em que esta no foi suficiente para elidir a sonegao de direitos bsicos ao trabalhador desprotegido-. Vale ressaltar que o prprio reclamado, nas suas razes recursais, deixa evidente a falta de fiscalizao, ao entender que a fiscalizao prevista na Lei n 8.666/93 refere-se somente efetiva prestao do servio contratado pela empresa, concluindo que -No pode a administrao pblica fazer ingerncia na contabilidade das empresas contratadas para saber de seus dbitos para com os empregados e outros credores-. Nesse contexto, cabe o reconhecimento da responsabilidade subsidiria. Processo:RR 1527005620095040018 152700-56.2009.5.04.0018- Relator(a): Ktia Magalhes Arruda- Julgamento: 06/02/2013 -rgo Julgador: 6 Turma- Publicao: DEJT 15/02/2013

No inciso VI o TST estabeleceu que A responsabilidade subsidiria do tomador de servios abrange todas as verbas decorrentes da condenao referentes ao perodo da prestao laboral. Isto significa dizer que a tomadora dos servios responder no s pelos dbitos salariais, mas, tambm, por indenizatrios e previdencirios.

Observao importante:

Para que a tomadora do servio ( empresa privada ou no ) seja declarada subsidiariamente responsvel, necessrio que ela figure no plo passivo da ao proposta pelo empregado .

Portanto, a ao deve ser intentada contra as duas, a terceirizadora e a tomadora do servio . No figurando na ao a sentena no poder estender os seus efeitos empresa cliente ou tomadora do servio e, assim, o empregado no poder exercer o seu crdito contra o patrimnio dela, mas apenas da terceirizadora.

A ao tambm no pode ser movida somente contra a tomadora do servio quando se pretende desta a responsabilidade subsidiria.

Deve ser interposta contra as duas pois, com a declarao da responsabilidade subsidiria, a execuo ser dirigida inicialmente contra a devedora principal, a terceirizadora. somente se for constatada a inexistncia de bens que a execuo vai abarcar os bens da devedora subsidiria ( secundria ).

A ao pode ser movida exclusivamente contra a tomadora do servio quando se pretende a declarao da nulidade do contrato terceirizado e a transferncia do vnculo de emprego para ela, no caso, por exemplo, de contrato terceirizado de longa durao em que tenha ocorrido trabalho na atividade fim, ou pessoalidade na contratao, ou, ainda, subordinao direta.

DA JORNADA DE TRABALHO: COMENTRIOS E LEGISLAO A Constituio Federal vigente trouxe, em seu artigo 7 , algumas modificaes quanto a jornada de trabalho e horas suplementares.

Manteve a jornada normal em 8 (oito) horas mas reduziu para 44 ( quarenta e quatro) as horas semanais (inciso XIII);

Art. 7 . Inc. XIII - "Durao do trabalho no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrio e a reduo da jornada mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho".

Art. 58 - A durao normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, no exceder de 8 (oito) horas dirias, desde que no seja fixado expressamente outro limite.

A jornada normal de trabalho, para a generalidade dos empregados, de 8 ( oito ) horas, por dia e de 44 horas semanais, totalizando 220 horas por ms, conforme consta da Constituio Federal, em seu artigo 7, inciso n. XIII e da CLT, artigo 58.

A jornada normalmente distribuda de segunda a sexta feira , trabalhando o empregado 8 horas, por dia, e mais 4 horas ao sbado, totalizando as 44 horas semanais ou, 7 horas e vinte minutos, de segunda a Sbado, ou, ainda, 8:48 de segunda Sexta ( sistema de compensao do Sbado ). H empresas que exigem trabalho de segunda a sbado adotando a jornada de 7:20 horas por dia.

Nada obsta que o empregador que necessite do trabalho prolongado em um determinado dia da semana ( sbado, por exemplo) e faa com o empregado um contrato de compensao estabelecendo 10 horas de trabalho aos sbados, distribuindo as outras 34 horas pelos demais dias da semana, de forma tal a no ultrapassar o limite das 44 horas.

Algumas categorias profissionais, disciplinadas por lei, tm jornadas inferiores.

A Consolidao das leis do Trabalho regulamenta algumas dessas profisses e fixa jornada reduzida de 6 horas para diversas categorias, como a dos bancrios ( art. 224 ), dos empregados em servios de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, de radiotelegrafia e radiotelefonia ( art. 227 ); para os operadores cinamatogrficos ( art. 234 , sendo 5 horas normais durante o funcionamento cinematogrfico e 1 hora extra para limpeza e lubrificao dos aparelhos ) . para o jornalista a CLT estabelece jornada de 5 horas ( art. 303 ) podendo ser elevada para 7 horas atravs de acordo individual que estipule aumento de salrio ( art. 304 ). Para os professores a Consolidao restringe o trabalho, no mesmo estabelecimento, a 4 aulas consecutivas ou 6 intercaladas.

Algumas leis ordinrias disciplinam as atividades de outros profissionais e fixam jornadas diversas e inferiores a 8 horas por dia, como , por exemplo,

LEIS_

ADVOGADO - LEI 8.906/94

Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exerccio da profisso, no poder exceder a durao diria de quatro horas contnuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou conveno coletiva ou em caso de dedicao exclusiva"

CABINEIRO DE ELEVADOR- L. 3270/57

MDICOS E DENTISTAS LEI 3.999/61

TCNICOS EM RADIOLOGIA L. 7.394/85

As horas trabalhadas mais do que as previstas em lei, em normas sindicais ou em acordos individuais e devem ser pagas como horas extraordinrias,= ou compensadas em descanso, conforme ser explicitado nos tpicos subseqentes

DOS TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO:

A Constituio Federal de 2008, no inciso XIV, do artigo 7, restringiu a jornada de trabalho do empregado que trabalha em sistema de turno ininterrupto de revezamento, conforme se v da norma abaixo transcrita:

Art. 7 So direitos dos trabalhadores....

jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva

Encarta-se na hiptese somente a empresa que mantm atividades ininterruptas por 24 horas e que efetua o revezamento semanal de seus empregados, de forma tal que o trabalhador presta servios em turnos diferentes, variando semanalmente os seus horrios de alimentao e de sono.

A reduo da jornada justifica-se em virtude do trabalhador sofrer alteraes em seu ritmo biolgico em termos de alimentao e sono. Justifica-se, tambm, pelo fato de que o sistema de revezamento cria bices ao empregado em sua vida social, familiar, etc, retirando do mesmo at mesmo a possibilidade de freqncia escola em face da rotatividade de seu horrio.

No considerado trabalho em turno ininterrupto de revezamento aquele em que o trabalhador presta servios a uma empresa que mantm atividade durante 24 horas, mas que presta servio em horrio nico, entrando e saindo sempre nas mesas horas.

A caracterizao do turno ininterrupto depende do labor continuado e sucessivo abrangendo o turno do dia e o da noite. Inexistindo isto, h interrupo do turno e a jornada normal de seis horas. Sobre a matria o Tribunal Superior do Trabalho editou a OJ 360, abaixo transcrita:

ORIENTAO JURISPRUDENCIAL DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO SEO DE DISSDIOS INDIVIDUAIS (Subseo I)OJ 360. Faz jus jornada especial prevista no art. 7, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternncia de H sentenas que conferem aos empregados submetidos a sistemas de revezamentos quinzenais ou mensais igual direito jornada de seis horas. Eis uma deciso do TST nesse sentido:

Ementa

RECURSO DE REVISTA. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. CARACTERIZAO. TRABALHO EM DOIS TURNOS. DIURNO E NOTURNO. REVEZAMENTO QUINZENAL OU MENSAL. NO CONHECIMENTO.A

mens legisdo inciso XIV do artigo 7 da Constituio Federal, ao estabelecer jornada reduzida para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, foi preservar a sade do trabalhador, tendo em vista o desgaste proporcionado pela referida alternncia de jornadas entre os turnos diurno e noturno. Para fazer jus jornada reduzida no necessrio que o trabalhador preste servios em trs jornadas, mas que o trabalho se realize ora de dia, ora de noite, independentemente de o revezamento ter periodicidade semanal, quinzenal ou mensal. Deciso em consonncia com a Orientao Jurisprudencial 360 da C. SDI. Recurso de revista no conhecido -Processo:RR 1060004520025040122 106000-45.2002.5.04.0122-Relator(a):Aloysio Corra da Veiga-Julgamento:09/04/2008 -rgo Julgador:6 Turma,Publicao: DJ 11/04/2008.

Atravs de acordo ou conveno coletiva o empregado submetido a jornada de turno ininterrupto pode ter elastecida a sua jornada de 6 horas, cabendo norma coletiva explicitar as vantagens que o trabalhador deve obter em virtude da prestao de jornada superior.

O ajuste efetuado em termos de pagamento no pode prever para as duas horas subseqentes ( a 7a e a 8 ) remunerao inferior ao valor de cada hora, acrescido de 50% ( cinqenta por cento ).

O Tribunal Superior do Trabalho, ao editar a Smula n. 360 procurou uniformizar a jurisprudncia no sentido de que o trabalho interrompido para os descansos legais no descaracterizam o sistema de turno ininterrupto de revezamento.

Estabelece a mencionada Smula que:

Smula 360 -

A interrupo do trabalho destinado ao repouso ou alimentao, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, no descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 horas previsto no artigo 7, inciso XIV, da Constituio.

A jornada de 6 horas pode ser dilatada por mais duas, dependendo da negociao sindical que dever prever as vantagens que o empregado deve ter por trabalhar mais e diariamente a 7 e 8 hora. A vantagem estabelecida pela via da negociao sindical compensa o pagamento das referidas horas e, assim, o empregado no tem o direito de receb-las como horas extraordinrias.

Neste termos a Smula 423 do TST

TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAO DE JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAO COLETIVA. VALIDADE.

(converso da Orientao Jurisprudencial n 169 da SBDI-1) Res. 139/2006 DJ 10, 11 e 13.10.2006)-

Estabelecida jornada superior a seis Quando o empregado trabalha em sistema de revezamento, sem que tenha sido feita a negociao coletiva de trabalho estabelecendo vantagem para o trabalho excedente da 6 hora, o empregado tem o direito de receber a 7 e a 8 como extras, com o adicional respectivo, conforme consta da Orientao Jurisprudencial n. 275 da 1 T. de Dissdio Individual:

OJ 275. Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o empregado horista submetido a Havendo negociao coletiva, o empregado no tem o direito de receber a 7 e 8 horas como extras. Ele vai receber por essas horas as vantagens negociadas pelo rgo sindical de sua categoria, conforme Smula 423, recentemente aprovada pelo TST :

Smula N 423 do TST

TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAO DE JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAO COLETIVA. VALIDADE.

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociao coletiva, os empregados submetidos

a turnos ininterruptos de revezamento no tem direito ao pagamento da 7 e 8 horas como extras.

DO CONTRATO DE TRABALHO EM TEMPO PARCIAL

Art. 58-A - Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja durao no exceda a vinte e cinco horas semanais. (Acrescentado pela MP n. 2.164-41 , de 24-08-2001, DOU 27-08-2001)

1 - O salrio a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial ser proporcional sua jornada, em relao aos empregados que cumprem, nas mesmas funes, tempo integral. (Acrescentado pela MP n. 2.164-41 , de 24-08-2001, DOU 27-08-2001)

2 - Para os atuais empregados, a adoo do regime de tempo parcial ser feita mediante opo manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociao coletiva. (NR). (Acrescentado pela MP n. 2.164-41 , de 24-08-2001, DOU 27-08-2001)

ART. 59 - 4 - Os empregados sob o regime de tempo parcial no podero prestar horas extras. (NR). (Acrescentado pela MP n. 2.164-41 , de 24-08-2001, DOU 27-08-2001)

Sempre foi admitido e considerado vlido o contrato de emprego prevendo trabalho em jornada inferior a 8 horas por dia ou a jornada semanal de 44 horas .

A Organizao Internacional do Trabalho, desde 1944 aprovou a Conveno 175, complementada pela Recomendao n. 182, sobre o trabalho em tempo parcial.

Sob o pretexto de possibilitar o emprego as pessoas que tm outras obrigaes, como estudantes, mulheres com filhos e encargos domiciliares, etc..., foi proposta a adoo do contrato a tempo parcial atravs da Medida Provisria 1709/98. Referida MP foi reeditada 41 vezes e resultou na insero do artigo 58 A, na CLT, disciplinando o mencionado contrato.

O limite mximo estabelecido de 25 horas, por semana, no sendo permitida a realizao de horas suplementares, conforme consta do pargrafo 4, do artigo 59, da CLT.

O empregado admitido no referido sistema deve receber salrio proporcional sua jornada , em relao aos empregados da empresa que cumprem as mesmas funes e que trabalham em regime integral.

Como jamais houve qualquer restrio quanto possibilidade de se admitir empregados em sistema de jornada reduzida, tenho para mim que o principal objetivo do governo, ao editar a Medida Provisria e a transform-la em lei encontra-se no pargrafo 2, do artigo 58 A, que estabelece a possibilidade dos empregados admitidos em tempo integral ajustar a reduo de sua jornada de trabalho e, por via de conseqncia, reduzir proporcionalmente os seus salrios. A alterao contratual que reduz a jornada do empregado para os limites e critrios estabelecidos no artigo 58 A, da CLT, depende de acordo ou conveno coletiva, dependendo de manifestao do empregado perante a empresa, na forma prevista no pacto sindical.

Como se ver com mais detalhes, o empregado submetido ao contrato de trabalho a tempo parcial tem perodo de frias proporcional ao nmero de horas trabalhadas por semana e o tempo mximo das mesmas no ultrapassa de 18 dias, para quem trabalha o mximo de 25 horas, por semana.

DOS 5 MINUTOS ANTERIORES E POSTERIORES:

Esta regra foi introduzida tambm, atravs da Medida Provisria 2.164/01 o pargrafo primeiro ao artigo 58 da CLT, nos termos seguintes:

1 - No sero descontadas nem computadas como jornada extraordinria as variaes de horrio no registro de ponto no excedentes de cinco minutos, observado o limite mximo de dez minutos dirios. (Acrescentado pela Lei n. 10.243 , de 19-06-01, DOU 20-06-01)

O legislador colheu a jurisprudncia dominante no sentido de no se considerar como tempo de trabalho os cinco minutos anteriores e os posteriores da jornada contratual, face ao tempo que o empregado despende para assinalar o carto de ponto.

Obs. Importante: Quando o empregado assinala no carto de ponto tempo superior a 10 minutos, a totalidade dos minutos dever ser considerada extraordinria. Assim, por exemplo, se o empregado ingressou 7 minutos antes e saiu da empresa 5 minutos aps o horrio normal, totalizando 12 minutos, a empresa dever considerar como extras todos esses minutos e no apenas os excedentes de dez. isto que estabelece a Smula 336 do TST:

Smula N 366 do TSTCARTO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. No sero descontadas nem computadas como jornada extraordinria as variaes de horrio do registro de ponto no excedentes de DAS HORAS IN ITINERE

A CLT, na seo que trata do trabalho em minas de subsolo, art. 294, estabelece que o tempo despendido pelo empregado, da boca da mina ao local de trabalho e vice-versa, deve ser computado como tempo de trabalho.

Art. 294 - "O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local de trabalho e vice-versa ser computado para efeito de pagamento de salrio"

O Tribunal superior do Trabalho, por aplicao analgica, editou a Smula 90, que estendia a mesma regra a alguns empregados que, 1- conduzidos por veculo do empregador, 2- para trabalhar em local de difcil acesso ou no servido de linha regular de transporte pblico, tivessem o tempo de percurso inseridos no tempo da jornada de trabalho.

SMULA N. 90:

" O tempo despendido pelo empregado, em conduo fornecida pelo empregador, at o local de trabalho de difcil acesso ou no servido de linha regular de transporte pblico, e para o seu retorno, computado na jornada de trabalho".

A MP 2164/01, adotou o contedo da referida Smula, inserindo no artigo 58 da CLT, um pargrafo segundo, com a seguinte redao:

2 - O tempo despendido pelo empregado at o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, no ser computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difcil acesso ou no servido por transporte pblico, o empregador fornecer a conduo. (Acrescentado pela Lei n. 10.243 , de 19-06-01, DOU 20-06-01)

A regra geral, portanto, a de que incumbe ao empregado chegar ao local da prestao de servio e que o incio da contagem do tempo de trabalho coincide com o momento em que ele comea a prestao do servio ou quando o mesmo se coloca disposio do empregador, aguardando as suas ordens.

Esta regra sofre exceo quando o local do trabalho for de difcil acesso, no servido por transporte pblico que permita ao empregado chegar e sair do local nos horrios de incio e trmino da jornada, servindo-se de conduo fornecida pelo empregador.

O Tribunal Superior do Trabalho, em 2005, agregou Smula 90, outras mais que havia editado sob nmeros 320, 324 e 325. Ela agora tem o seguinte contedo:

TST Enunciado n 90 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978 - Nova redao - RA 80/1978, DJ 10.11.1978 - Incorporadas as Smulas ns 324 e 325 e as Orientaes Jurisprudenciais ns 50 e 236 da SBDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

Conduo Fornecida pelo Empregador - Jornada de Trabalho

I - O tempo despendido pelo empregado, em conduo fornecida pelo empregador, at o local de trabalho de difcil acesso ou no servido por transporte regular pblico, e para o seu retorno, computvel na jornada de trabalho

II - A incompatibilidade entre os horrios de incio e trmino da jornada do empregado e os do transporte pblico regular circunstncia que tambm gera o direito s horas "in itinere". (ex-OJ n 50 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995)

III - A mera insuficincia de transporte pblico no enseja o pagamento de horas "in itinere". (ex-Smula n 324 - Res. 16/1993, DJ 21.12.1993)

IV - Se houver transporte pblico regular em parte do trajeto percorrido em conduo da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho no alcanado pelo transporte pblico. (ex-Smula n 325 - Res. 17/1993, DJ 21.12.1993)

V - Considerando que as horas "in itinere" so computveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal considerado como extraordinrio e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJ n 236 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001).

A 320 estabelece que:

O fato do empregador cobrar parcialmente ou no, importncia pelo transporte fornecido, para local de difcil acesso, ou no servido de transporte regular, no afasta percepo do pagamento das horas in itinere.

Segundo o entendimento do TST, a cobrana integral ou parcial pelo transporte, no retira da jornada do empregado o tempo gasto no percurso.

DAS ATIVIDADES EXCLUDAS:

Algumas categorias esto excludas do regime da CLT no que pertine jornada extraordinria. O artigo 62 da CLT identifica duas delas: os trabalhadores que prestam servios externos e os que exercem cargos de confiana.

DO TRABALHO EXTERNO:

Art. 62 - No so abrangidos pelo regime previsto neste captulo: (Alterado pela Lei n. 8.966 , de 27-12-94, DOU 28-12-94)

I - os empregados que exercem atividade externa incompatvel com a fixao de horrio de trabalho, devendo tal condio ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdncia Social e no registro de empregados; (Alterado pela Lei n. 8.966 , de 27-12-94, DOU 28-12-94)

O empregado que realiza servios fora dos limites territoriais da empresa, cujo tempo de trabalho o empregador no consegue controlar, direta ou indiretamente, est fora do mbito da legislao relativa s horas extras.

No basta que o empregado trabalhe longe dos olhares fiscalizadores do empregador. tambm necessrio que a sua atividade seja incompatvel com a fixao de horrio em face da impossibilidade de controle por parte do empregador.

Nestas condies, no se pode dizer que o empregado que de manh comparece empresa e a ela retorna no encerramento de seu trabalho esteja includo na exceo do artigo 62, uma vez que a empresa tem condies de aferir, pela produo do empregado, o tempo despendido por ele no cumprimento de suas atividades. Assim, o cobrador, por exemplo, que sai da empresa com uma relao de visitas e regressa com os resultados obtidos em seus contatos, permite ao empregador aferir o tempo gasto por ele, na medida em que possvel mensurar os minutos despendidos no trajeto e, tambm, o tempo mdio consumido para o contato em cada local de cobrana.

A excluso criada pelo legislador no inciso I, do artigo 62 da CLT refere-se queles casos em que no h como conferir e apurar o tempo que o empregado destina s atividades do empregador e o que despende na realizao de atividades outras de seu interesse particular ou familiar. Russomano menciona a hiptese em que o empregado o rbitro de suas atividades, como ocorre, por exemplo, com os viajantes e tambm os empregados que tm pouco contato com a empresa e que esto isentos do comparecimento dirio, tornando impossvel a fixao de horrio em face da inexistncia de controle.

Os motoristas de estrada esto igualmente excludos. H decises no sentido de que a existncia do tacgrafo no veculo permite o controle da jornada e decises em sentido contrrio, entendendo que o aparelho serve apenas para a empresa constatar se houve ou no excesso de velocidade.

Cabe ainda observar que a lei exige um outro requisito, que alguns entendem ser absolutamente essencial uma vez que consta do texto legal : a necessidade de constar da carteira de trabalho do empregado e do livro de registro a condio de trabalho externo incompatvel com o estabelecimento de horrio.

Preleciona, todavia, Mozart Victor Russomano que a exigncia de anotao dessa circunstncia na carteira de trabalho do empregado no deve ser considerada essencial . Parece constituir, apenas formalidade ad probationem tantum e, por conseguinte, suprvel por outro qualquer meio de prova admitido em direito ( In Comentrios Consolidao das Leis do Trabalho, Forense, 10 edio, pg. 107 ).

Releva esclarecer que h inmeros julgados condenando as empresas a pagarem horas extras aos empregados que realizam servios externos e sem controle quando o empregador deixa de fazer as anotaes nos documentos mencionados pela lei.

Embora no haja aporte em lei especfica, encontra-se inmeras decises da Justia do Trabalho que deixa de outorgar direito de horas extras aos empregados que trabalham sozinhos, sem a fiscalizao do empregador. Isto ocorre freqentemente em pequenas ou mdias propriedades rurais, que tenham apenas um empregado, cujos empregadores residem em locais distantes de suas propriedades, frequentando-as com pouca regularidade, no tendo, assim, possibilidade de exercer o controle da jornada

2- DOS EXERCENTES DE CARGO DE CONFIANA:

II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gesto, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste Art., os diretores e chefes de departamento ou filial. (Alterado pela Lei n. 8.966 , de 27-12-94, DOU 28-12-94)

Pargrafo nico - O regime previsto neste captulo ser aplicvel aos empregados mencionados no inciso II deste Art., quando o salrio do cargo de confiana, compreendendo a gratificao de funo, se houver, for inferior ao valor do respectivo salrio efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento). (Acrescentado pela Lei n. 8.966 , de 27-12-94, DOU 28-12-94)

A legislao anterior exclua do captulo das horas suplementares os exercentes da cargo de confiana. Para a caracterizao do cargo de confiana o artigo 62, letra b, da CLT estabelecia trs requisitos: 1- mandato na forma legal ( procurao ), 2- encargos de gesto ( poderes de mando e de representao do empregador e, 3- padro salarial mais elevado.

A lei atual suprimiu o requisito do mandato, at porque a jurisprudncia vinha consagrando o entendimento de que no havia necessidade de instrumento, de procurao formalizada por escrito. Bastava que o empregado exercesse encargos de gesto para subentender que o empregador outorgou-lhes os poderes .

A lei atual no reproduziu o texto antigo quanto ao salrio diferenciado, limitando-se a estabelecer, em redao pouco lcida, que o captulo que trata das horas suplementares ser aplicado ao empregado gestor quando o salrio do cargo de confiana compreendendo a gratificao de funo, se houver, for inferior ao salrio efetivo acrescido de 40% ( quarenta por cento ).

Exerce, pois, cargo de confiana, o empregado que, segundo Mrio De La Cueva, executa funes cujo exerccio possa colocar em risco o prprio empreendimento e a prpria existncia da empresa, seus interesses fundamentais, sua segurana e a ordem essencial ao desenvolvimento de sua atividade ( Mario de La Cueva, in Derecho Mexicano del Trabajo, 1949, p. 495) .

Jos Augusto Rodrigues Pinto, professor da Universidade Federal da Bahia, d uma dimenso exata figura do empregado exercente de cargo de confiana. Diz ele que os altos empregados ...constituem parcela dos que, na hierarquia da empresa, esto mais prximos do empregador. To prximos que dele recebem delegao de poderes privativos, dos quais o de maior expresso o disciplinar. Assim, passam a ser, para os colocados nos nveis inferiores dessa hierarquia e para os estranhos ao contrato, a projeo do prprio empregador. Afirma que tais empregados recebem autorizao para praticar, ...perante terceiros atos geradores de obrigaes para o empregador em face da delegao de poderes .

Conclui dizendo que ...em relao a tais empregados, a subordinao perde quase totalmente a aparncia, embora se mantenha subjacente ( in Curso de Dir. Individual do Trabalho, LTr, 3 Edio, p. 120/121).

O cargo de confiana de que trata o artigo 62 aquele em que o empregado coloca-se no lugar do empregador, administrando os seus negcios, no todo ou em parte, detendo poderes de admitir e demitir empregados, executando atividades negociais e administrativas, deliberando sobre planejamentos, estratgias e objetivos econmicos, vinculando o empregador que assume a responsabilidade e os riscos gerados por aqueles empregados que se situam no topo da hierarquia da empresa.

Conforme foi dito anteriormente, o artigo 62 da CLT, letra b, estabelecia como um dos requisitos essenciais para a configurao do cargo de confiana o salrio diferenciado.

A lei no fixava parmetros. O pargrafo nico do artigo 62 atual fixa patamar apenas no caso do empregado que recebe gratificao de funo, estabelecendo que, se houver pagamento da referida gratificao, esta no poder ser inferior a 40% do salrio efetivo do empregado.

No so todos os empregados de confiana que recebem gratificao de funo. Quando a empresa no adota tal critrio, como ocorre, via de regra, com os administradores rurais, o salrio deve ser diferenciado em relao aos demais, no percentual mnimo de 40% ( quarenta por cento ).

O enfoque que Srgio Pinto Martins d questo interessante e merece ser destacado. Afirma o ilustre magistrado que: Se o trabalhador receber gratificao de funo inferior ao valor do salrio efetivo acrescido de 40%, pode-se entender que, mesmo tendo cargo de gerente, ter direito a horas extras. Entretanto, no se pode dizer que esse fator ser preponderante, pois a prpria lei menciona a expresso se houver , denotando facultatividade de tal pagamento, indicando que, mesmo inexistindo gratificao de funo, o empregado no estar sujeito a horas extras, desde que tenha encargo de gesto. Logo, o critrio da gratificao de funo ser meramente exemplificativo ou indicativo da condio de gerente, mas no ser essencial, bastando para tanto que o salrio do gerente tenha padro bem mais elevado do que o do seu subordinado imediatamente inferior ou que seja superior a 40% deste.

Embora privado de receber horas extraordinrias, o empregado de confiana de que trata o artigo 62, tem o direito aos descansos remunerados, que devem ser usufrudos em domingos e feriados, nos termos da lei 605/49.

Releva pontuar que, se for atribuda ao gerente a obrigao de assinalar os seus horrios de entrada e sada do trabalho, em sistema de controle manual, mecnico ou eletrnico, submetendo-se, assim, fiscalizao patronal, haver direito s horas extraordinrias, uma vez que o controle do horrio restritivo da liberdade que deve possuir aquele que substitui ao empregador .

H quem diferencie o gerente administrativo do gerente tcnico, entendendo que este ltimo est excludo da regra contida no inciso II, do artigo 62 da CLT.

Valentin Carrion afirma que o legislador no diferenciou o gerente administrativo do industrial ou tcnico. Diz que a remunerao diferenciada de ambos dispensa-os igualmente da contagem do relgio e arremata afirmando que ... seria paradoxal acreditar que o responsvel pela produo, com centenas de empregados sob o seu comando, dependesse de jornada normal, s porque sua funo tenha outra denominao, ou porque no exera atos de comrcio com terceiros

A divergncia doutrinria reflete-se tambm no judicirio, podendo ser encontradas decises que excluem o gerente tcnico do direito de receber pela jornada suplementar e tambm decises que conferem a ele o direito de receber as horas extras realizadas.

DAS HORAS EXTRAS: (legislao e comentrios)Art. 59 - A durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

1 - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho dever constar, obrigatoriamente, a importncia da remunerao da hora suplementar, que ser, pelo menos, 20% (vinte por cento) superior da hora normal.

Obs.: o adicional de 20% no prevalece mais diante do estabelecido no art. 7, inciso XVI , da Constituio Federal, que dispe o seguinte:

Art. 7 inciso XVI- "Remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento do normal"

A jornada de trabalho est sujeita a prorrogao em duas hipteses: por interesse do empregador em virtude de situaes normais e previsveis e, em segundo lugar, em decorrncia de situaes anmalas e excepcionais.

No primeiro caso, inexiste compulsoriedade de trabalho. Cabe ao empregado concordar ou no com a prorrogao da jornada.

Trabalhar alm da jornada normal decorre da manifestao da vontade . A lei exige o cumprimento de trs requisitos:

1- Que haja acordo escrito entre as partes. Nada obsta que a aceitao do trabalho suplementar conste do contrato formalizado entre as partes no ato da admisso do trabalhador, desde que inexista vcio de consentimento.

2. Que a jornada extraordinrio no ultrapasse o limite de duas horas, por dia.

3- Que o empregador pague ao empregado um acrscimo, no mnimo, de 50% ( cinqenta por cento ) sobre o valor da hora normal. Assim, a ttulo de horas extras, o laborista recebe a hora acrescida do adicional respectivo, que pode ser superior a 50%, caso haja acordo individual ou coletivo que preveja percentual mais elevado.

Geralmente a empresa colhe a concordncia do empregado no ato da admisso, constando de clusula contratual firmada entre as partes que o empregado aceita e se compromete a cumprir horas extras quando a empresa solicitado pela mesma.

Sobre compensao semanal, o Tribunal Superior do Trabalho fixou entendimentos na Smula 85, importantssimos. Ei-la:

Smula N 85 do TSTN 85 COMPENSAO DE JORNADA (incorporadas as Orientaes Jurisprudenciais ns 182,220 e 223 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I. A compensao de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito,acordo coletivo ou conveno coletiva. (ex-Smula n 85 - primeira parte - alteradapela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003). (comentrio: o empregador no pode instituir um sistema de compensao, sem que haja acordo escrito diretamente com o empregado ou atravs da participao sindical. Assim, por exemplo, a adoo da jornada de 8horas e 48 minutos, por dia, para compensar o no trabalho aos sbados, deve ser feita atravs ajuste formal com o empregado ou com o rgo sindical de sua categoria profissional) II. O acordo individual para compensao de ( comentrio: O acordo feito diretamente e por escrito com o empregado, somente no ter validade se houver uma norma coletiva (acordo ou conveno coletiva) exigindo a participao sindical para a validade do acordo de compensao). III. O mero no-atendimento das exigncias legais para a compensao de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tcito, no implica a repetio do pagamento das IV. A prestao de V. As disposies contidas nesta smula no se aplicam ao regime compensatrio na modalidade banco de horas, que somente pode ser institudo por negociao coletiva. ( inciso adicionado smula em maio de 2011)

DO BANCO DE HORAS-

( DO NO PAGAMENTO DO ADICIONAL - AS HORAS EXTRAS COMPENSADAS EM DESCASO )

2 - Poder ser dispensado o acrscimo de salrio se, por fora de acordo ou conveno coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuio em outro dia, de maneira que no exceda, no perodo mximo de um ano, soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite mximo de dez horas dirias. (Alterado pela Lei n. 9.601 , de 21-01-98 , DOU 22-01-98 e pela MP n. 2.164-41 , de 24-08-2001, DOU 27-08-2001)

3 - Na hiptese de resciso do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensao integral da jornada extraordinria, na forma do pargrafo anterior, far o trabalhador jus ao pagamento das horas extras no compensadas, calculadas sobre o valor da remunerao na data da resciso. (Acrescentado pela Lei n. 9.601 , de 21-01-98 , DOU 22-01-98)

A legislao anterior permitia que ao empregador no pagar o adicional de horas extras quando estabelecia com o empregado o contrato de compensao de horas ( horas extras compensadas com horas de descanso ). Todavia, a lei impunha que. Era o que constava do pargrafo segundo, do artigo 59, da CLT.

Referido pargrafo sofreu alterao provocada pela lei 9.061/98, que estendeu o prazo da compensao para quatro meses, condicionando a adoo do banco de horas ao acordo ou conveno coletiva.

Segundo a nova redao dada ao referido pargrafo, o banco de horas pode ser introduzido mediante trs condies: 1 o acordo ou conveno coletiva; 2 - limite mximo de 2 horas, por dia e, 3 o prazo mximo de 4 meses para que a empresa devolva em descanso as horas extras trabalhadas.

Observao importante:

Conforme consta acima, o Tribunal Superior do Trabalho, em recente deciso, incluiu mais um inciso na Smula 85 ( inciso V) e estabeleceu a obrigatoriedade do referido sistema de compensao (banco de horas) ser adotado somente com a concordncia sindical, atravs de acordo ou conveno coletiva de trabalho. Veja a transcrio abaixo do referido inciso:

Smula 85

.....

V As disposies contidas nesta smula no se aplicam ao regime compensatrio na modalidade banco de horas, que somente pode ser institudo por negociao coletiva.

O prazo de quatro meses, inicialmente estabelecido por lei, foi dilatado para um ano atravs de Medida Provisria n. 1.709/98. O acordo ou a conveno deve estabelecer o prazo em que o empregador deve efetuar a compensao das horas suplementares.

O empregado que esta submetido ao banco de horas, poder receber as horas extras em dinheiro mediante a ocorrncia das seguintes situaes: 1- inexistncia de acordo ou conveno coletiva; 2- ativar-se em jornada extraordinria superior a duas horas; 3- descumprir o empregador o prazo estabelecido no acordo ou conveno para efetuar a compensao e, 4- na hiptese de rompimento do contrato, estando o empregado com crdito de horas extras no compensadas.

O novo sistema de compensao atende aos interesses das empresas que mantm atividades sazonais, necessitando apenas de maior volume de horas de trabalho em certa poca do ano . Atravs da adoo do banco de horas as empresas podem utilizar a mo-de-obra, por mais horas, nos perodos em que necessita intensificar a sua produo, concedendo a folga compensatria no perodo de maior retrao produtiva.

HORAS EXTRAS EM ATIVIDADES INSALUBRES:

O trabalho insalubre o realizado pelo empregado em ambiente inspito, lidando com produtos qumicos, fsicos ou biolgicos, deletrios sua sade. A prorrogao da jornada normal de trabalho somente pode ser ajustada entre empregado e empregador se houver licena do Ministrio do Trabalho, obtida mediante prvio exame do local e verificao dos mtodos e critrios do trabalho. A vistoria deve ser feita pelas autoridades do referido ministrio, competentes em matria de higiene do trabalho. O Ministrio poder realizar a percia atravs de autoridades sanitrias federais, estaduais ou municipais, conforme dispe o artigo 60 da CLT.

Eis, na ntegra o artigo 60 da CLT:

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no captulo "Da Segurana e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser includas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogaes s podero ser acordadas mediante licena prvia das autoridades competentes em matria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procedero aos necessrios exames locais e verificao dos mtodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermdio de autoridades sanitrias federais, estaduais e municipais, com quem entraro em entendimento para tal fim. (Redao dada pela Lei n 6.514, de 22.12.1977)OBSERVAO IMPORTANTE:

A Smula 349 do TST estabelecia anteriormente que havendo acordo ou conveno coletiva de trabalho, a compensao de jornada em atividade insalubre podia ser feito sem a necessidade de inspeo prvia do local de trabalho. Contudo, diante do cancelamento da referida smula, para que haja qualquer acrscimo na jornada de trabalho em ambiente insalubre, ainda que em sistema de compensao, necessria a inspeo por parte de rgo tcnico federal, estadual ou municipal.

DAS HORAS EXTRAS COMPULSRIAS:

Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poder a durao do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de fora maior, seja para atender realizao ou concluso de servios inadiveis ou cuja inexecuo possa acarretar prejuzo manifesto.

1 - O excesso, nos casos deste Art., poder ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e dever ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, autoridade competente em matria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalizao sem prejuzo dessa comunicao.

2 - Nos casos de excesso de horrio por motivo de fora maior, a remunerao da hora excedente no ser inferior da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste Art., a remunerao ser, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior da hora normal, e o trabalho no poder exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei no fixe expressamente outro limite.

Ver o Art. 7, inciso XVI , da Constituio Federal, que dispe ser a remunerao do servio extraordinrio 50%, no mnimo, superior da hora normal.

Em situao excepcionais, o empregador pode prorrogar a jornada de trabalho de seus empregados, independentemente da existncia de pacto autorizativo. A recusa do trabalhador pode gerar penalidade disciplinar, ensejando at mesmo o despedimento, por justa causa, dependendo das circunstncias em se derem os fatos.

O artigo 61 estabelece que diante de NECESSIDADE IMPERIOSA o empregador pode compelir o empregado a trabalhar alm do limite da jornada normal e aponta quais as situaes encartadas como de necessidade imperiosa. So elas: a fora maior, a realizao de servio inadivel ou a terminao de servio igualmente inadivel, cuja inexecuo possa acarretar prejuzo manifesto

Constata-se, pois, que as hiptese previstas na lei decorrem de situaes emergenciais.

A- A fora maior est definida no artigo 501 da CLT e resulta de atos humanos ou de fatos da natureza que, no previstos e no queridos pelo empregador, geram substancial afetao econmica a ele.

Para a caracterizao da fora maior necessrio que o empregador no tenha concorrido para o evento, de forma direta ou indireta.

Assim, se uma empresa afetada pela exploso de uma caldeira ou de bomba ou ainda se ela inundada por uma tromba de gua ou por um abalo ssmico, etc..., o empregador pode exigir horas extras de seus empregados.

A lei no prev limite de horas para o empregado adulto do sexo masculino. Para o menor e para a mulher o limite de 12 horas.

A CLT no prev, tambm, pagamento de adicional pelo trabalho extraordinrio prestado pelo empregado adulto do sexo masculino, limitando-se a faz-lo para a mulher e para o menor. Todavia, diante do inciso XVI, do artigo 7, da Constituio que estabelece remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento do normal, no h mais excees. Havendo trabalho extraordinrio haver pagamento de horas extras, salvo em caso de compensao ajustada atravs de acordo ou conveno coletiva.

O Juiz Francisco Antonio de Oliveira, em sua Consolidao das Leis do Trabalho Comentada permanece com o texto original da CLT, entendendo que em sendo o excesso originrio de fora maior, a remunerao da hora excedente no ser inferior da hora normal ( ob. cit. Editora Ver. Dos Tribunais, 2a edio, p.100 ).

H que se considerar que a Constituio no abriu excees, salvo em caso de compensao de horrio, admitida plenamente no inciso XIII, do mencionado artigo 7, da lex fundamentalis.

B- As demais hipteses do artigo 61 tambm devem decorrer de situaes igualmente anormais, quando a empresa se v diante da necessidade de realizar o servio ou de conclu-lo, para evitar prejuzo manifesto. o caso do sistema de refrigerao de uma empresa que sofreu uma pane exigindo imediata realizao do servio ou concluso do mesmo.

Carrion preleciona que servios inadiveis so decorrentes dos percalos da produo que aparecem: ameaa de chuva sobre a colheita, concretagem de uma laje, iminente sada do navio que dever transportar a mercadoria, afluncia inabitual da clientela por circunstncias anormais .

No caso de trabalho extraordinrio decorrente da necessidade de realizar ou concluir servio inadivel, a jornada limitada a 12 horas, recebendo os empregados o adicional de 50% ( cinqenta por cento ). Nestas duas hipteses o empregador no poder servir-se do trabalho do menor. Pode em caso de fora maior, se o trabalho do menor for imprescindvel ao funcionamento do estabelecimento ( art. 413, inciso II ).

O menor no pode fazer horas extras, salvo em caso de compensao ( banco de horas ) ou de fora maior. Trabalhando para dois empregadores, a soma da jornada no pode ultrapassar de oito horas ( art. 414 ).

A mulher e o menor devem usufruir um intervalo mnimo de 15 minutos antes de iniciarem a jornada suplementar, conforme consta dos artigos 384 e pargrafo nico do artigo 413 da CLT).

DA RECUPERAO DE TEMPO PERDIDO:

ART. 61 - 3 - Sempre que ocorrer interrupo do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de fora maior, que determinem a impossibilidade de sua realizao, a durao do trabalho poder ser prorrogada pelo tempo necessrio at o mximo de 2 (duas) horas, durante o nmero de dias indispensveis recuperao do tempo perdido, desde que no exceda de 10 (dez) horas dirias, em perodo no superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperao prvia autorizao da autoridade competente.

Quando a empresa paralisar temporariamente as suas atividades em decorrncia de causas acidentais ou fora maior, poder recuperar o tempo perdido e submeter o empregado ao trabalho suplementar, pela quantidade mx

ima de 2 horas por dia e pelo prazo de 45 dias por ano. A recuperao do tempo perdido depende de autorizao prvia do Ministrio do Trabalho, conforme estabelece o pargrafo 3, do artigo 61.

Tratando-se de horas suplementares, o empregado tem o direito de receber tais horas, com o adicional de 50% ( cinqenta por cento ), embora o pargrafo seja silente quanto a tal recebimento. O direito ao pagamento da hora, acrescida pelo adicional est no inciso XVI, do artigo 7 da Constituio Federal, como foi dito anteriormente. Tenho para mim que a empresa somente no estar obrigada a pagar horas extras se houve acordo de compensao no sistema banco de horas.

PRINCIPAIS SMULAS SOBRE JORNADA DE TRABALHO:

N 24 Servio extraordinrio

Insere-se no clculo da indenizao por antiguidade o salrio relativo a servio extraordinrio, desde que habitualmente prestado.

N 55 Financeiras

As empresas de crdito, financiamento ou investimento, tambm denominadas financeiras, equiparam-se aos estabelecimentos bancrios para os efeitos do art. 224 da CLT.

No. -60 - Adicional noturno. integrao no salrio e prorrogao em horrio diurno I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salrio do empregado para todos os efeitos. (ex-Smula n 60 - RA 105/1974, DJ 24.10.1974)

II - Cumprida integralmente a jornada no perodo noturno e prorrogada esta, de-vido tambm o adicional quanto s horas prorrogadas. Exegese do art. 73, 5, da CLT. (ex-OJ n 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)

N 63 Fundo de garantia

A contribuio para o Fundo de Garantia do Tempo de Servio incide sobre a remunerao mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.N 85 Compensao de horrio

I. A compensao de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou conveno coletiva. (ex-Smula n II. O acordo individual para compensao de horas vlido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrrio. (ex-OJ n 182 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)

III. O mero no-atendimento das exigncias legais para a compensao de jornada,inclusive quando encetada mediante acordo tcito, no implica a repetio do pagamento das horas excedentes jornada normal diria, se no dilatada a jornada mxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (ex-Smula n IV. A prestao de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensao de jornada. Nesta hiptese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal devero ser pagas como horas extraordinrias e, quanto quelas destinadas compensao, dever ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinrio. (ex-OJ n 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

V As disposies contidas nesta smula no se aplicam ao regime compensatrio na modalidade banco de horas, que somente pode ser institudo por negociao coletiva. ( este inciso foi incorporado em maio de 2011)

Smula N

HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIO (incorporadas as Smulas ns 324 e 325 e as Orientaes Jurisprudenciais ns 50 e 236 da SBDI-1)- Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005I - O tempo despendido pelo empregado, em conduo fornecida pelo empregador, at o local de trabalho de difcil acesso, ou no servido por transporte pblico regular, e para o seu retorno computvel na jornada de trabalho.(ex-Smula n II - A incompatibilidade entre os horrios de incio e trmino da jornada do empregado e os do transporte pblico regular circunstncia que tambm gera o ireito s horas "in itinere". (ex-OJ n 50 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995)

III - A mera insuficincia de transporte pblico no enseja o pagamento de horas "in itinere". (ex-Smula n 324 Res. 16/1993, DJ 21.12.1993)

IV - Se houver transporte pblico regular em parte do trajeto percorrido em conduo da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho no alcanado pelo transporte pblico. (ex-Smula n 325 Res. 17/1993, DJ 21.12.1993)

V - Considerando que as horas "in itinere" so computveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal considerado como extraordinrio e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.

(ex-OJ n 236 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

N 91 Salrio complessivo

Nula a clusula contratual que fixa determinada importncia ou percentagem para atender englobadamente vrios direitos legais ou contratuais do trabalhador.

N 96 Martimo

A permanncia do tripulante a bordo do navio, no perodo de repouso, alm da jornada, no importa em presuno de que esteja disposio do empregador, ou em regime de prorrogao de horrio, circunstncias que devem resultar provadas, dada a natureza do servio.

Smula N 102 do TST:

I - A configurao, ou no, do exerccio da funo de confiana a que se refereo art. 224, 2, da CLT, dependente da prova das reais atribuies do empregado, insuscetvel de exame mediante recurso de revista ou de embargos.(ex-Smula n 204 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

II - O III - Ao IV - O V - O advogado empregado de banco, pelo simples exerccio da advocacia, no exerce cargo de confiana, no se enquadrando, portanto, na hiptese do 2 do art. 224 da CLT. (ex-OJ n 222 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

VI - O caixa VII - O N 109 Gratificao de funo - Com alterao dada pela RA 97/1980DJ 19.09.1980

O bancrio no enquadrado no 2 do art. 224 da CLT, que receba gratificao de funo, no pode ter o salrio relativo a horas extraordinrias compensado com o valor daquela vantagem. Smula N 113 do TST- O sbado do

N 115 Horas extras. Gratificaes semestrais

O valor das horas extras habituais integra a remunerao do trabalhador para clculo das gratificaes semestrais. (RA 117/1980 DJ 03-11-1980)

Smula N 117 do TST

No se beneficiam do regime legal relativo aos Smula N 119 do TST

JORNADA DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de ttulos e valores mobilirios no tm direito jornada especial dos

N 124 Bancrio. Salrio-hora. Divisor Para o clculo do salrio-hora do bancrio mensalista, o divisor a ser adotado o de 180.

N 172 Repouso remunerado. Horas extras. Clculo Computam-se no clculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas. Ex-prejulgado n 52. (RA 102/1982 DJ 11-10-1982 e DJ 15-10-1982)

N 178 Telefonista. Art. 227, e pargrafos, da CLT. Aplicabilidade

aplicvel telefonista de mesa de empresa que no explora o servio de telefonia o disposto no art. 227, e seus pargrafos, da CLT. Ex-prejulgado n 59. (RA 102/1982 DJ 11-10-1982 e DJ 15-10-1982).

Observao importante: O Tribunal Superior do Trabalho, em maio de 2011, cancelou a OJ n. 273 que estabelecia jornada de 8 horas para quem prestava servios em Telemarketing. Com a supresso, entende-se que a jornda deve ser de 6 horas. As horas excedentes sero consideradas como horas extras.

Smula N 199 do TST

(incorporadas as Orientaes Jurisprudenciais ns 48 e 63 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - A contratao do servio suplementar, quando da admisso do trabalhador no configuram pr-contratao, se pactuadas aps a admisso do II - Em se tratando de horas extras pr-contratadas, opera-se a prescrio total se a ao no for ajuizada no prazo de cinco anos, a partir da data em que foram suprimidas. (ex-OJ n 63 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994)

Smula N 226 do TST

A gratificao por tempo de servio integra o clculo das horas extras.

N 229 Sobreaviso. Eletricitrio. (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003Por aplicao analgica do art. 244, 2, da CLT, as horas de sobreaviso dos eletricitrios so remuneradas base de 1/3 sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.

Smula N 239 do TST

(primeira parte - ex-Smula n 239 - Res. 15/1985, DJ 09.12.1985;

segunda parte - ex-OJs ns 64 e 126 da SBDI-1 - inseridas, respectivamente, em 13.09.1994 e 20.04.1998)

N 247 Quebra de caixa. Natureza jurdica

A parcela paga aos bancrios sob a denominao "quebra de caixa" possui natureza salarial, integrando o salrio do prestador de servios, para todos os efeitos legais.

Smula N 257 do TST

VIGILANTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O vigilante, contratado diretamente por banco ou por intermdio de empresas especializadas, no N 264 Hora suplementar. Clculo

A remunerao do servio suplementar composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, conveno coletiva ou sentena normativa.

Smula N 287 do TST

JORNADA DE TRABALHO. GERENTE - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de agncia regida pelo art. 224, 2, da CLT. Quanto ao gerente-geral de agncia bancria, presume-se o exerccio de encargo de gesto, aplicando-se-lhe o art. 62 da CLT.

N 291 HORAS EXTRAS. SUPRESSO. INDENIZAO.

A supresso total ou parcial, pelo empregador, de servio suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito indenizao correspondente ao valor de 1 (um) ms das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou frao igual ou superior a seis meses de prestao de servio acima da jornada normal. O clculo observar a mdia das horas suplementares nos 12 (doze) meses anteriores mudana, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supresso. ( Nova redao dada em maio de 2011 ).

N 338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. NUS DA PROVA (incor-poradas as Orientaes Jurisprudenciais ns 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - nus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, 2, da CLT. A no-apresentao in-justificada dos controles de frequncia gera presuno relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrrio. (ex-Smula n 338 alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

II - A presuno de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em ins-trumento normativo, pode ser elidida por prova em contrrio. (ex-OJ n 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) Smula A-101 III - Os cartes de ponto que demonstram horrios de entrada e sada uniformes so invlidos como meio de prova, invertendo-se o nus da prova, relativo s ho-ras extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele no se desincumbir. (ex-OJ n 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)

N 340 COMISSIONISTA. HORAS EXTRAS (nova redao) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O empregado, sujeito a controle de horrio, remunerado base de comisses, tem direito ao adicional de, no mnimo, 50% (cinqenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comisses recebidas no ms, considerando-se como divisor o nmero de horas efetivamente trabalhadas

N 347 Horas extras habituais. Apurao. Mdia fsica-

O clculo do valor das horas extras habituais, para efeito de reflexos em verbas trabalhistas, observar o nmero das horas efetivamente prestadas e sobre ele aplica-se o valor do salrio-hora da poca do pagamento daquelas verbas.

N 354 Gorjetas. Natureza jurdica. Repercusses - Reviso do Enunciado n 290

"As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de servio ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remunerao do empregado, no servindo de base de clculo para as parcelas de aviso-prvio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado".

N 360 Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intrajornada e semanal.

"A interrupo do trabalho destinada a repouso e alimentao, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, no descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 horas previsto no art. 7, inciso XIV, da Constituio da Repblica de 1988".

Smula n 370 do TST:MDICO E ENGENHEIRO. JORNADA DE TRABALHO. LEIS NS 3.999/1961 E 4.950-A/1966 (converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 39 e 53 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

Tendo em vista que as Leis n 3.999/1961 e 4.950-A/1966 no estipulam a jornada reduzida, mas apenas estabelecem o salrio mnimo da categoria para uma jornada de 4 horas para os mdicos e de 6 horas para os engenheiros, no h que se falar em horas extras, salvo as excedentes oitava, desde que seja respeitado o salrio mnimo/horrio das categorias. (ex-OJs ns 39 e 53 da SBDI-1 inseridas, respectivamente, em 07.11.1994 e 29.04.1994)

Smula N 376 do TST

HORAS EXTRAS. LIMITAO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS

(converso das Orientaes Jurisprudenciais ns 89 e 117 da SBDI-1)- - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - A limitao legal da jornada suplementar a duas horas dirias

no exime o empregador de pagar todas as horas trabalhadas.

(ex-OJ n 117 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997)

II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o clculo dos haveres trabalhistas, independentemente da limitao prevista no "caput" do art. 59 da CLT. (ex-OJ n 89 da SBDI-1 - inserida em 28.04.1997)

Smula N 423 do TST

TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAO DE JORNADA DE TRABALHO- MEDIANTE NEGOCIAO COLETIVA. VALIDADE. (converso da Orientao Jurisprudencial n 169 da SBDI-1)- - Res. 139/2006 DJ 10, 11 e 13.10.2006)

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociao coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento no tem direito ao pagamento da 7 e 8 horas como extras.

Smula n 428 do TST-SOBREAVISO APLICAO ANALGICA DO ART. 244, 2 DA CLT (redao alterada na sesso do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - O uso de instrumentos telemticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si s, no caracteriza o regime de sobreaviso.

II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, distncia e submetido a controle patronal por instrumentos telemticos ou informatizados, permanecer em regime de planto ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o servio durante o perodo de descanso.

SEO IV

DO TRABALHO NOTURNO ( LEGISLAO CLT) Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno ter remunerao superior a do diurno e, para esse efeito, sua remunerao ter um acrscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.(Redao dada pelo Decreto-lei n 9.666, de 1946) 1 A hora do trabalho noturno ser computada como de 52 minutos e 30 segundos. (Redao dada pelo Decreto-lei n 9.666, de 1946) 2 Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. (Redao dada pelo Decreto-lei n 9.666, de 1946) 3 O acrscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que no mantm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, ser feito, tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relao s empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumento ser calculado sobre o salrio mnimo geral vigente na regio, no sendo devido quando exceder desse limite, j acrescido da percentagem. (Redao dada pelo Decreto-lei n 9.666, de 1946) 4 Nos horrios mistos, assim entendidos os que abrangem perodos diurnos e noturnos, aplica-se s horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus pargrafos. (Redao dada pelo Decreto-lei n 9.666, de 1946) 5 s prorrogaes do trabalho noturno aplica-se o disposto neste captulo. (Includo pelo Decreto-lei n 9.666, de 1946)TRABALHO NOTURNO - COMENTRIOS:

considerado noturno, para o empregado urbano, o trabalho realizado entre 22:00 horas de um dia s 5:00 horas do dia subsequente. Tem durao de 52 minutos e 30 segundos. Assim, o empregado que trabalhar das 22:00 s 23:45 ter realizado, na lei, duas horas. A remunerao do trabalho noturno deve ser superior do diurno, conforme estabelece o inciso IX, do artigo 7 da Constituio Federal.

O artigo 73 da CLT estabelece que o trabalho noturno deve ser pago com acrscimo mnimo de 20% sobre o trabalho diurno. Nada obsta que por via de negociao individual ou coletiva, o percentual seja maior.

O artigo 73 da CLT conserva a redao original. O texto foi aprovado em 1942 e entrou em vigor em 1993. Naquela poca, o empregado submetido ao revezamento semanal ou quinzenal no recebia adicional noturno algum. Somente tinha direito o empregado que trabalhasse noite, sem se submeter ao revezamento.

A Constituio Federal de 1946 determinou que a remunerao do trabalho noturno fosse superior ao diurno e esta regra foi mantida pelas constituies subsequentes. Assim, o artigo encontra-se parcialmente derrogado.

Para o trabalhador rural, a lei 5889/73 estabelece horrios diversificados. O empregado que trabalha na pecuria tem o seu horrio noturno compreendido entre as 20:00 horas de um dia s 4:00 horas do dia seguinte. O que trabalha na agricultura o horrio noturno tem incio s 2l:00 horas e trmino s 5:00 horas do dia seguinte.

Para o trabalhador rural a hora noturna no reduzida. A jornada noturna contm oito horas no relgio, quer para os que trabalham com animais, quer para os que trabalham na terra. Todavia, o trabalhador rural tem uma vantagem sobre o urbano. O adicional mnimo, previsto em lei, de 25% ( vinte e cinco por cento ) e no 20% como o estabelecido para o trabalhador da cidade.

O empregado urbano ou rural, que realizar jornada mista (parte em horrio diurno e parte em horrio noturno), deve receber o adicional somente sobre as horas trabalhadas em horrio considerado pela lei como noturno.

Quando o empregado trabalhar em horrio noturno e fizer horas extras o pagamento destas dever ser feito com o acrscimo do adicional noturno ainda que elas sejam realizadas aps s 5:00 horas da manh em horrio considerado diurno.

PROIBIO DO TRABALHO NOTURNO PARA O MENOR:

A Constituio Federal probe o trabalho noturno do menor de 18 anos, conforme se v do artigo 7o, inciso XXXIII e do artigo 404 da CLT.

A HORA EXTRA NOTURNA:

A hora extra noturna deve tomar por base o salrio base, acrescido de todas as verbas de natureza salarial (se o empregado as receber), do adicional noturno e mais o adicional de horas extras.

Suponhamos que o empregado receba R$ 10,00 a ttulo de hora normal, acrescenta-se mais 20% do adicional noturno, que eleva a importncia para R$ 12,00 e mais 50% da hora extra, totalizando R$ 18,00. Multiplica-se esse valor pela quantidade de horas extras feitas no ms.PRINCIPAIS SMULAS DO TST :

SMULA 60 - ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAO NO SALRIO E PRORROGAO EM HORRIO DIURNO (incorporada a Orientao Jurisprudencial n 6 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salrio do empregado para todos os efeitos. (ex-Smula n 60 - RA 105/1974, DJ 24.10.1974).

II - Cumprida integralmente a jornada no perodo noturno e prorrogada esta, devido tambm o adicional quanto s horas prorrogadas. Exegese do art. 73, 5, da CLT. (ex-OJ n 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)

B. Smula n 112 do TST

TRABALHO NOTURNO. PETRLEO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O trabalho noturno dos empregados nas atividades de explorao, perfurao, produo e refinao do petrleo, industrializao do xisto, indstria petroqumica e transporte de petrleo e seus derivados, por meio de dutos, regulado pela Lei n 5.811, de 11.10.1972, no se lhe aplicando a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, 1, da CLT.

C. Smula n 265 do TST

ADICIONAL NOTURNO. ALTERAO DE TURNO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE DE SUPRESSO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A transferncia para o perodo diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno.

D. Smula n 354 do TST

GORJETAS. NATUREZA JURDICA. REPERCUSSES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de servio ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remunerao do empregado, no servindo de base de clculo para as parcelas de aviso-prvio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

ORIENTAO JURISPRUDENCIAL: 60. PORTURIOS. HORA NOTURNA. HORAS EXTRAS. (LEI N 4.860/65, ARTS. 4 E 7, 5) (nova redao em decorrncia da incorporao da Orientao Jurisprudencial n 61 da SBDI-1) - DJ 20.04.2005I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre dezenove horas e sete horas do dia seguinte, de sessenta minutos.II - Para o clculo das horas extras prestadas pelos trabalhadores porturios, observar-se- somente o salrio bsico percebido, excludos os adicionais de risco e produtividade. (ex-OJ n 61 da SDI-1 - inserida em 14.03.1994)

97. HORAS EXTRAS. ADICIONAL NOTURNO. BASE DE CLCULO (inserida em 30.05.1997).

O adicional noturno integra a base de clculo das horas extras prestadas no perodo noturno.

259. ADICIONAL NOTURNO. BASE DE CLCULO. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAO (inserida em 27.09.2002)O adicional de periculosidade deve compor a base de clculo do adicional noturno, j que tambm neste horrio o trabalhador permanece sob as condies de risco.

388. JORNADA 12X36. JORNADA MISTA QUE COMPREENDA A TOTALIDADE DO PERODO NOTURNO. ADICIONAL NOTURNO. DEVIDO.(DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)

O empregado submetido jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que compreenda a totalidade do perodo noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo s horas trabalhadas aps as 5 horas da manh.

395. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORA NOTURNA REDUZIDA. INCIDNCIA.(DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)

O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento no retira o direito hora noturna reduzida, no havendo incompatibilidade entre as disposies contidas nos arts. 73, 1, da CLT e 7, XIV, da Constituio Federal.

SEO V

DO QUADRO DE HORRIO ( LEGISLAO CLT ) Art. 74 - O horrio do trabalho constar de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, e afixado em lugar bem visvel. Esse quadro ser discriminativo no caso de no ser o horrio nico para todos os empregados de uma mesma seo ou turma.

1 - O horrio de trabalho ser anotado em registro de empregados com a indicao de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados.

2 - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores ser obrigatria a anotao da hora de entrada e de sada, em registro manual, mecnico ou eletrnico, conforme instrues a serem expedidas pelo Ministrio do Trabalho, devendo haver pr-assinalao do perodo de repouso. (Redao dada pela Lei n 7.855, de 24.10.1989) 3 - Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horrio dos empregados constar, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder, sem prejuzo do que dispe o 1 deste artigo.

DOS PERODOS DE DESCANSO ( LEGISLAO -CLT ) Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haver um perodo mnimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Art. 67 - Ser assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de convenincia pblica ou necessidade imperiosa do servio, dever coincidir com o domingo, no todo ou em parte.

Pargrafo nico - Nos servios que exijam trabalho aos domingos, com exceo quanto aos elencos teatrais, ser estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito fiscalizao.

Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do art. 67, ser sempre subordinado permisso prvia da autoridade competente em matria de trabalho.

Pargrafo nico -