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O narrador começa comentando que as pessoas acabam escrevendo nos slides do PowerPoint, exatamente o elas pretendem falar. Para exemplificar de maneira melhor ainda, ele acaba lendo o texto de um slide! No texto ele ainda comenta que com isso, os apresentadores acabam perdendo a atenção da audiência, antes mesmo de terminar de ler o texto. Você não pode ler o que está escrito, pois assim o espectador lê duas vezes. Procure alternar com tópicos e leitura.

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Este texto foi retirado do Youtube. Trata das apresentações de

trabalho com PowerPoint ou similares.

O narrador começa comentando que as pessoas acabam escrevendo nos slides do PowerPoint, exatamente o elas pretendem falar. Para exemplificar de maneira melhor ainda, ele acaba lendo o texto de um slide! No texto ele ainda comenta que com isso, os apresentadores acabam perdendo a atenção da audiência, antes mesmo de terminar de ler o texto. Você não pode ler o que está escrito, pois assim o espectador lê duas vezes. Procure alternar com tópicos e leitura.

O segundo erro – são erros ortográficos. Realmente, além de literalmente ler o texto, encarar uma apresentação com erros pode literalmente jogar a credibilidade do palestrante no chão. Atenção no português. Programas simples em um PC resolvem isso automaticamente.

Agora chegou a vez dos esquemas de cores. Quem aqui não assistiu uma apresentação com

aquele fundo brilhante e letras vermelhas? O apresentador deste vídeo, ainda mostra algumas consequências desse esquema de cores na plateia como vomito, dores de cabeça e falta de atenção. Já pensou isso na sua plateia?

Na parte dos dados, ele comenta sobre o excesso de informações nas apresentações. Inclusive com a exibição de gráficos e outras referências visuais. Quanto mais informações são adicionadas na apresentação, mais difícil fica de ler e interpretar os slides. Para piorar a situação, ele mostra um gráfico

extremamente complexo, com sombras e rótulos. Não preciso dizer que fica uma grande confusão visual. Procure saber se realmente aquela informação é importante para seu público e não abuse de cores e gráficos só porque eles estão ali à disposição. Evite também a adição de animações que distraem a audiência. O apresentador associa as fontes usadas na apresentação com a personalidade do apresentador. Só uma dica; não use Times New Roman, use a criatividade sem exageros. Aqui vai mais uma dica para as pessoas que gostam ou precisam melhorar as suas apresentações. O visual dos slides no PowerPoint ajuda a impressionar a plateia, mas se o texto dos slides não estiver bem preparado, não tem imagem de fundo que faça milagre. A escolha correta das frases e dos textos para a sua apresentação pode salvar o que poderia ser um completo desastre.

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O texto para uma apresentação deve ter um sentido claro e servir como apoio para a sua

apresentação. Com isso em mente, esqueça os textos copiados de documentos. Eles servem para

detalhar um processo ou situação para as pessoas que estão lendo um documento. Elas esperam

um texto mais formal, para esse tipo de documento.

Uma apresentação deveria ser uma coisa mais descontraída, sem a formalidade de um documento. Claro que existem exceções, mas na maioria dos casos as apresentações precisam cativar a plateia. Então o que fazer? Lembre que para um processo mais eficiente, precisamos transformar a apresentação em uma conversação em que a plateia esteja interagindo. Caso contrário, estaremos em uma situação semelhante, a uma conversa em que uma pessoa apenas fala e a outra escuta. Ninguém gosta desse tipo de conversa, ainda mais quando você é obrigado a ficar de 30 a 60 minutos preso a ela.

Para transformar a sua apresentação em uma conversa coletiva, escolha textos curtos para os seus slides e sempre reserve um slide para fazer uma pergunta para a plateia. Sempre faça uma pergunta, seja para reflexão ou para resposta imediata. Isso vai fazer com que as pessoas se sintam parte da apresentação.

Seja natural Aprenda e aplique todas as regras da comunicação, mas jamais perca sua naturalidade. Fale nas reuniões da empresa, nos contatos sociais e de negócios preservando seu estilo e respeitando suas características. Tenha em mente que, se você cometer erros técnicos de comunicação, mas conseguir se expressar de maneira natural e espontânea, as pessoas ainda poderão confiar na sua mensagem. Se, entretanto, você aplicar todas as técnicas, mas se apresentar com artificialismo, os ouvintes duvidarão das suas intenções e se mostrarão resistentes ao que disser a eles. Observe como se comporta quando está falando com as pessoas mais íntimas, amigos, colegas de trabalho e familiares e procure se apresentar em outros ambientes mantendo essa mesma forma de ser. É evidente que você deverá buscar cada vez mais o seu aprimoramento e se dedicar para assimilar e aplicar todas as boas técnicas da comunicação, mas sem jamais perder sua naturalidade. Saiba também que ser natural não significa continuar cometendo erros, pois eles precisam ser corrigidos com estudo, prática e dedicação, para que sua mensagem possa atingir os objetivos que

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você pretende, seja persuadir, informar, seja entreter as pessoas. Falando com naturalidade você se sentirá muito mais confiante, e essa segurança permitirá que explore melhor sua inteligência, presença de espírito e capacidade de associar ideias e informações, o que tornará sua comunicação mais eficiente. A seguir alguns tópicos que vão auxiliar no decorrer de sua carreira como palestrante ou simplesmente na apresentação em seu trabalho ou estudos.

Objetivo desta apostila A finalidade desta apostila da Escola de Rádio é transmitir técnicas que facilitem a venda de produtos, ideias e projetos para clientes externos e internos. Oferecemos o preparo necessário para a apresentação de um produto ou projeto. Preste bem atenção e reflita a cada tópico. A quem se destina O curso/apostila é dirigido a profissionais das mais diversas áreas (comercial, técnica, administrativa, de treinamento, de gestão de pessoas ou financeira), que trabalham em empresas ou como autônomos e necessitam apresentar e negociar produtos e/ou projetos. Duas coisas podem motivá-lo a falar em público. A primeira é a necessidade. A segunda é a vontade, e esta é a melhor maneira para se executar um trabalho. O desejo pessoal. O sonho em ser um grande e eficaz palestrante. Já assistiu políticos em suas performances? A presença de palco, a fluência, as palavras usadas, o tom empregado na voz são realmente fantásticos. Já reparou como um bom orador faz um discurso? A convicção que ele passa ao expectador? É capaz de fazê-lo acreditar até mesmo em coisas absurdas. Eles conseguem o objetivo com muita facilidade. É o poder da “boa palavra” que você vai começar a trabalhar a partir de agora. O primeiro motivo citado para se interessar em falar em público é a necessidade. Este caminho é mais sinuoso, mas tão desafiador ou até mais que o segundo. Você provavelmente foi solicitado por alguém ou alguma circunstância o obriga a isto. As duas situações (necessidade ou vontade) lhe trarão realização pessoal ao final dos trabalhos. Cada qual com a sua dificuldade, porém com grande satisfação no desenvolvimento. E uma vez no palco, pode acreditar, é difícil querer descer.

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Você Você é a peça principal de todo trabalho. O domínio do público, do assunto, o controle das possíveis falhas, enfim, toda apresentação depende de você e da sua capacidade de administrá-la. Por isto, é preciso muito mais que saber o trabalho de cor e salteado, é preciso entendê-lo. Algumas características pessoais básicas são necessárias para se executar um bom trabalho: É preciso uma boa pronúncia das palavras e um vocabulário correto. As concordâncias verbal e nominal devem ser naturais. Ou seja, é preciso falar corretamente. Nada de “agente vamos fazer tudo que for possível”. Este tipo de falha não pode ocorrer em hipótese alguma. Se no dia a dia você não tem um bom português, falar em público será um pouco mais complicado. Sua espontaneidade pode deixar algo assim escapar. Articule as palavras, fale com clareza, firmeza, sem os “né, então, ahn, ehn, viu? Entendeu?, ééé” ... Para corrigir esta falha grave sua apresentação e ouça com atenção. Você vai melhorar bastante e ter autoconfiança. Quando for convidado a falar ou a pegar o microfone rapidamente, isto até pode ser perdoado, mas quando se dispõe a participar de um evento, é bom que seja acima da média para não virar motivo de comentário. Uma pessoa da voz fina pode fazer uma palestra? Pode! Mas não fica bem. Não causa impacto. Vai precisar de um assunto ou argumento muito forte para suprir esta deficiência. Nada discriminatório, mas é assim que funciona. É assim que a plateia reage. Um orador deve ter uma boa voz. Caso seja muito fina ou com outra característica que chame mais a atenção que o conteúdo, sua palestra estará comprometida. Quando falo em assunto e argumento, falo no motivo da palestra. É fácil exemplificar: um cientista falando de sua tese ou explicando determinado assunto. Não queremos “ele pessoa física”. Queremos “ele conteúdo”. Buscamos a grande descoberta a ser apresentada. É uma situação diferente, mas também não menos importante quanto ao aspecto do bem falado português. Como se dissesse: ninguém vai ver uma apresentação só pelo palestrante, mas também pelo conteúdo! Então, partindo do princípio que temos este pré-requisito, vamos aprofundar mais um pouco. Após definir o texto (veremos mais à frente) treine bastante a pronúncia. Leia-o em voz alta. É preciso que fique bem familiarizado com o assunto e com a apresentação. A roupa tem que ser de acordo. Nem seria preciso comentar sobre o traje a ser usado, mas como a moda costuma influenciar a cabeça e a razão das pessoas, sempre é bom lembrar que: Se você vai participar de um congresso use terno e gravata; se vai participar de um evento na empresa, o uniforme já é o suficiente. Se for um evento com pouca formalidade, um esporte fino vai cair muito bem. O importante é o bom senso. Também vale lembrar: nada de tons berrantes.

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Não seja lembrado pela roupa. Postura também é fundamental. Seja elegante e receptivo. Você é o motivo de todos estarem naquele local. Receba-os com sorriso no rosto. Converse olhando nos olhos. Pegue na mão das pessoas. Trate-os pelo nome. Não exagere. Lembre-se: eles é que virão cumprimentá-lo e não o contrário. É importante saber também que não existe medo de falar em público, mas vários medos interagindo – de errar, de ser o centro das atenções, de ser questionado e vários outros específicos de cada apresentador. Já foi dito que o medo de falar em público talvez seja o maior medo do ser humano.

É importante aprender a identificar quais são os medos a fim de tentar minimizá-los, tornando mais eficaz a sua comunicação em público. A entonação é da mesma forma importante, podendo fazer com que a mesma frase tenha várias interpretações e respostas diferentes. Exemplo:

O amigo vai hoje, à cavalo, na cidade com seu filho? Não, não vou. O amigo vai hoje, à cavalo, na cidade com seu filho? Não, vou amanhã. O amigo vai hoje, à cavalo, na cidade com seu filho? Não, vou à pé. O amigo vai hoje, à cavalo, na cidade com seu filho? Não, vou ao campo. O amigo vai hoje, à cavalo, na cidade com seu filho? Não, vou sozinho.

Plateia É preciso saber qual o público do evento. Pesquise o grau de escolaridade, cultura, empresa que trabalha etc. Se o local for pequeno, será grande a chance de ser interrompido por um expectador. Fale com propriedade. Nada de invenções ou histórias mirabolantes. Isto causará desconfiança por parte da plateia e alguém pode querer mostrar que sabe mais que você. Se for falar para amigos da empresa, já terá um grande ponto a favor. O calafrio com certeza será bem menor e estará familiarizado com as pessoas e como se comportam em apresentações.

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Assunto Este é o segundo ponto crucial para o sucesso da sua palestra. Seja qual for o motivo que o levou a falar em público, provavelmente não será para defender uma ideia qualquer. É preciso conhecer bem o assunto que irá tratar ou então se aprofunde bastante nas pesquisas. Principalmente se houver chance de interferência por parte dos expectadores. Dê exemplos do que está falando. Mostre fatos reais. Ilustre o trabalho. Isto dará lógica entre o texto e a realidade. Faça um “brain-storm” sobre o tema. Colha o máximo de informação e depois filtre as ideias. Procure não decorar o texto, ordene os tópicos de modo que tenham uma sequência lógica. Todos devem acompanhar o raciocínio e entender o que está sendo mostrado. O vocabulário tem que ser de acordo com o nível da plateia. É importante que as palavras sejam condizentes com o assunto e o nível dos expectadores. Seria inútil o emprego de palavras bonitas, difíceis ou técnicas e de pouco uso no dia a dia para um público que não tem um bom nível de cultura. A compreensão não será boa. Para este público utilize um linguajar popular. Já com uma plateia que exige melhor nível, deve se empregar um vocabulário mais rico. Porém com cuidado para não fugir do seu. Qualquer tropeço pode transparecer a falta de naturalidade e a intenção pura e simples de impressionar. Será um desastre. Se não está acostumando com o público, programe um roteiro pequeno. Não queira logo no início falar por duas horas ou mais. Sendo permitido, procure textos, músicas, pessoas importantes e frases que tenham relação com o tema do trabalho. Agregue o máximo de itens para não ficar monótono. Quando não puder mostrar, faça referência a eles. Force as pessoas a pensarem. Terá um grande ganho com este recurso. Faça um programa que caiba dentro do tempo estipulado. Nunca fuja do combinado. Duas horas não são nem 01h45 nem 02h15. Estes deslizes causam atropelos em tudo mais que estiver programado para o dia de todos os envolvidos.

Recursos Agora vamos entrar na parte dos trunfos. As cartas na manga. Um bom assunto e um bom orador

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são suficientes para que tudo corra bem. Mas, como podemos melhorar ainda mais nossa apresentação ou utilizar os recursos tecnológicos, inclusive para disfarçar nossa insegurança, porque não usá-los? Temos desde o flip-shart, aquele cavalete com uma folha enorme de papel até os modernos projetores em HD. Todos são válidos. O importante é saber utilizá-los e com coerência. Monte um roteiro referente aos tópicos que pretende abordar. Servirão inclusive de balizadores para sua sequência. Funcionam como um tipo de cola. Esqueceu, pede o próximo slide e tudo está resolvido. (é bom lembrar que estes recursos são para auxiliar e ilustrar a sua apresentação. São meros coadjuvantes. Não inverta os papeis). Apresentações Como falamos no princípio, é preciso muito mais que saber o trabalho de cor e salteado. Isto porque decorar não é o caminho. Você precisa entender e saber explicar o trabalho. Este é o segredo. Ele deve estar na sua cabeça não como um formulário ou uma sequência, mas sim como uma história. Um fato que você vai narrar. Divida o trabalho em tópicos, assuntos. Não os decore. Entenda-os e explique-os. Se tentar decorar, ao primeiro erro o trabalho vai todo por água abaixo. Estude-os, pedaço por pedaço. Leia o em voz alta. Fique bem familiarizado com o texto e com as palavras. Tente falar e escutar o que está sendo dito. Afine seus ouvidos. Grave em vídeo uma prévia da apresentação e promova você mesmo as correções necessárias. Vá para frente do espelho. Veja como se sai. Treine bastante a apresentação. Apresente para a família ou amigos. Isto lhe dará familiaridade com a presença da plateia e pode ainda estudar e corrigir possíveis falhas na postura, voz, comentários, etc. Gesticule. Movimente-se no palco. Nada brusco, mas dê vida ao orador. Uma boa combinação de expressões corporais (postura, gesticulações, cabeça erguida, olhar para a plateia) o fará parecer com os melhores oradores.

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Importante Chegue cedo ao local do evento. Teste os equipamentos e recursos que serão usados. Se for utilizar arquivos, vídeos ou outro objeto, tenha sempre um segundo como reserva (back up). Durante a apresentação, caso erre, recomece. Não precisa pedir desculpa, pelo menos não no momento. Diga apenas: "ou melhor dizendo...” Não comente no início a sua falta de preparo para apresentações em público. Não fale seus defeitos para justificar possíveis falhas. Isto vai despertar a plateia e eles provavelmente ficarão procurando estas falhas. Separe pelo menos dois pontos fortes para o trabalho. Um para o começo e outro mais forte para o final. Você precisa de uma primeira boa impressão e de um bom encerramento. Tenha sempre em mente: Quanto mais suar com antecipação, menos deverá suar quando estiver frente ao público. No mais, mantenha a calma! Se você chegou até o palco, é porque sabe bem o que está fazendo! Como ensaiar um improviso? Não há como decorar o improviso. Temos que ter calma para improvisar. O que nos ajuda é colocar no papel os tópicos que iremos falar. Assim fica mais fácil uma sequência de pensamentos. Lembre-se que você sabe do assunto, só falta ter calma e organização de ideias para explicá-lo. As falhas de articulação ocorrem com frequência no improviso, pois o palestrante está voltado para a organização das ideias e não se lembra da “tal” dicção. O emocional chega primeiro que o mecânico. Olhar pra quem? A todos e a ninguém. É olhar e não vê. Se você conseguir isso, vai ter calma suficiente para manter a plateia amistosa. Pode haver alguém com o olhar entediado. Não deixe que isso perturbe sua concentração. Existem pessoas que estão ali para atrapalhar. É mais fácil falar para públicos maiores que menores, pois cobram com olhares e gestos. Como iniciar a palestra? Agradecendo a presença e dando um panorama geral de como será a palestra. Você levará até 5 minutos para perceber com que tipo de plateia está falando. A palavra chave é calma. Tendo calma você mantém a respiração equilibrada, a ordem dos tópicos e a entonação necessária para falar com ou sem microfone.

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Não podemos confundir volume de voz com tom de voz. Como mudar de assunto Palestra não é debate. Com isso em mente podemos evitar algo desastroso. O palestrante é uma pessoa que fala sobre o que conhece. Teoricamente quem não concordar deve se retirar. Não se retraia. Ouça atentamente, não se mostre aborrecido, mantenha-se firme em seus propósitos e conclusões e reflita na hora se o conflito é relevante, caso contrário peça para o interessado marcar uma hora e tratar do assunto depois (caso seja um assunto específico). Nervosismo Com o tempo e a prática isso vai desaparecendo, mas a respiração é muito importante. Relaxe bastante e antes de entrar em cena, faça exercícios de respiração com boas tomadas de ar pelo nariz e soltando levemente pela boca. Gafes Não confie em tudo que pensar. Ao chegar ao local onde fará sua apresentação anote os nomes dos palestrantes ou nomes importantes, qual a pronúncia correta do nome de cada um. Não se esqueça da posição que cada um ocupa na sociedade ou empresa. Fique atento para as alterações e substituições. Na hora de cumprimentar, se não tiver cem por cento de certeza de que se lembrará de todos os nomes com facilidade, faça uma relação e use o papel sem constrangimento. Ninguém o criticará por usar um recurso de apoio, mas não o perdoarão se cometer um engano na precedência hierárquica, ou deixar de mencionar alguma pessoa. Roupa Já falamos sobre isso, mas é bom lembrar: Ao escolher a roupa analise como as pessoas que atuam na mesma atividade que a sua se vestem. Um diretor de banco, normalmente, se veste de terno e gravata se for homem, e com tailleur ou vestido mais formal se for mulher; um publicitário, por sua vez, embora também possa usar as roupas que acabei de mencionar, geralmente se traja de forma mais descontraída. Ao se vestir de acordo o perfil das pessoas que exercem a mesma profissão que a sua, além de você se sentir à vontade, estará se valendo de sinais que identificam suas funções e correspondendo às possíveis expectativas dos ouvintes. Expressões em outra língua Tenha atenção para não cometer erros de pronúncia quando usar palavras estrangeiras. Pode ser uma boa intenção, mas também pode complicar se não for bem usado. Prenda a atenção

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Como falamos anteriormente, cuidado com os "né", e "tá". Além de horríveis, demonstram insegurança. Conheça o interlocutor. Se o grupo estiver familiarizado com o tema, não simplifique as informações. Mostre quanto você está “antenado” com as tecnologias e vá direto ao computador ou tablet. E se pifar? Pode parecer fora de moda com tanta tecnologia hoje, mas leve umas cartolinas com as principais informações da palestra. "Você vai mostrar que está sempre pronto para enfrentar o pior". Postura Cuidado com a postura. Não fale com as mãos nas costas, mantenha o paletó abotoado e olhe para todas as pessoas da plateia alternadamente. Há dois erros que as pessoas costumam cometer numa apresentação: falta de gestos ou excesso de gestos. Use-os, mas com moderação. As piadas Evite as piadas. O risco de ninguém achar graça é grande e aí vai ser difícil segurar a apresentação numa boa. Deixe a piada para o final, se for o caso. Não se limite apenas às palavras. Use todos os recursos de que puder dispor, como a expressão corporal, a inflexão da voz e, principalmente, a pausa. Evite sempre a vulgaridade. Mesmo que as pessoas possam rir, resista. A médio e longo prazos, sua imagem irá se deteriorando e você perderá credibilidade. História boa é história nova. Só narre um fato antigo ou conhecido se puder dar a ele uma roupagem tão nova que o faça parecer inédito. Procure só usar o humor que esteja diretamente ligado ao assunto que aborda, a não ser que seu objetivo seja o de reconquistar a atenção do ouvinte, pois, neste caso, excepcionalmente, não precisará estar relacionado ao tema. Faça com que o humor pareça estar sempre nascendo no momento da sua apresentação, fruto da sua presença de espírito. Assim, terá mais graça e valorizará ainda mais a sua imagem. Prefira fazer humor a partir da circunstância da apresentação, usando fatos ou pessoas do próprio ambiente. História longa é o maior veneno para o humor. Quanto mais breve puder ser, melhor. Treine essa qualidade no dia-a-dia, fazendo tiradas bem-humoradas, rápidas, brevíssimas. Cuidado para não parecer pretensioso. Ao usar o humor, não demonstre estar se vangloriando do seu feito. Ria como se estivesse surpreso com a própria graça. Não exagere! Já se dizia: “graça por graça, uma vez só basta” - portanto, nada de querer bancar o engraçadinho o tempo todo. Lembre-se de que tem uma mensagem para transmitir e que o humor o está ajudando nesta tarefa. A não ser que o objetivo seja só o de entreter as pessoas. Esteja pronto para a desgraça. Nem sempre o humor dá resultado. Assim, esteja preparado com um plano B. Se não der certo, faça uma auto gozação dizendo, por exemplo, que “essa foi muito ruim, que não teve mesmo muita graça”. Quase sempre funciona.

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Agora, passo a passo, um conjunto de regras que irão ajudá-lo a falar em público com segurança:

NATURALIDADE. A MELHOR COMUNICAÇÃO Se você cometer alguns erros técnicos durante uma apresentação em público, mas comportar-se de maneira natural e espontânea tenha certeza de que os ouvintes ainda poderão acreditar nas suas palavras e aceitar bem a mensagem. Entretanto, se usar técnicas de comunicação, mas apresentar-se de forma artificial, a plateia poderá duvidar das suas intenções. A técnica será útil quando preservar suas características e respeitar seu estilo de comunicação. Apresentando-se com naturalidade, irá se sentir seguro confiante e suas apresentações serão mais eficientes. NÃO CONFIE NA MEMÓRIA Algumas pessoas memorizam suas apresentações palavra por palavra imaginando que assim se sentirão mais confiantes. A experiência demonstra que, de maneira geral, o resultado acaba sendo muito diferente. Se você se esquecer de uma palavra importante na ligação de duas ideias, talvez se sinta desestabilizado e inseguro para continuar. O pior é que ao decorar uma apresentação você poderá não se preparar psicologicamente para falar de improviso e ao não encontrar a informação de que necessita, ficará sem saber como contornar o problema. Use um roteiro com as principais etapas da exposição, e frases que contenham ideias completas. Assim, diante da plateia, leia a frase e a seguir comente a informação, ampliando, criticando, comparando, discutindo, até que essa parte da mensagem se esgote. Depois, leia a próxima frase e faça outros comentários apropriados à nova informação, estabeleça outras comparações, introduza observações diferentes até concluir essa etapa do raciocínio. Aja assim até encerrar a apresentação. Uma grande vantagem desse recurso é que você se sentirá seguro por ter um roteiro com toda a sequência da apresentação, ao mesmo tempo em que terá a liberdade para desenvolver o raciocínio diante do público.

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Se a sua apresentação for mais simples poderá recorrer a um cartão de notas, uma cartolina mais ou menos do tamanho da palma da mão, que deverá conter as palavras-chave, números, datas, cifras, e todas as informações que possam mostrar a sequência das ideias. Com esse recurso você bate os olhos nas palavras que estão no cartão e vai se certificando que a sequência planejada está sendo seguida. Psicologicamente é fantástico. USE A LINGUAGEM CORRETA. Uma escorregadela na gramática aqui, outra ali, talvez não chegue a prejudicar sua apresentação. Afinal, quem nunca comete erros gramaticais que atire a primeira pedra. Entretanto, alguns erros grosseiros poderão prejudicar a sua imagem e a da instituição que estiver representando. Tenho relacionado alguns erros comuns cometidos até por aqueles que ocupam posições hierárquicas importantes e sinto que as plateias que os ouvem duvidam da formação e da competência de quem os comete. Os mais graves são: "fazem tantos anos", "menas", "a nível de", "somos em seis", "meia tola", entre outros. Mesmo que você tenha uma boa formação intelectual, sempre valerá a pena fazer uma revisão gramatical, principalmente quanto à conjugação verbal e às concordâncias. TENHA COMEÇO, MEIO E FIM. Guarde essa regrinha simples e muito útil para organizar uma apresentação: Anuncie o que vai falar, fale e conte sobre o que falou. Depois de cumprimentar os ouvintes e conquistá-los com elogios sinceros, ou mostrando os benefícios da mensagem, conte qual o tema que irá abordar. Ao anunciar qual o assunto que irá desenvolver, a plateia acompanhará seu raciocínio com mais facilidade, porque saberá aonde deseja chegar. Em seguida, transmita a mensagem, sempre facilitando o entendimento dos ouvintes. Se, por exemplo, deseja apresentar a solução para um problema, diga antes qual é o problema. Se pretender falar de uma informação atual, esclareça inicialmente como tudo ocorreu até que a informação nova surgisse. Use toda argumentação disponível: pesquisas, estatísticas, exemplos, comparações, estudos técnicos e científicos, etc. Se, eventualmente, perceber que os ouvintes apresentam algum tipo de resistência, defenda os argumentos refutando essas objeções. Finalmente, depois de expor os argumentos e defendê-los das resistências dos ouvintes, diga qual foi o assunto abordado, para que a plateia possa guardar melhor a mensagem principal. ATENÇÃO NA POSTURA Evite apoiar-se apenas sobre uma das pernas e procure não deixá-las muito abertas ou fechadas. É importante que se movimente diante dos ouvintes para que realimentem a atenção, mas esteja certo de que o movimento tem algum objetivo, como por exemplo, destacar uma informação,

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reconquistar parcela do auditório que está desatenta, etc. Caso contrário é preferível que fique parado. Cuidado com a falta de gestos, mas seja mais cauteloso ainda com o excesso de gesticulação. Procure falar olhando para todas as pessoas da plateia, girando o tronco e a cabeça com calma, ora para a esquerda, ora para a direita, para valorizar e prestigiar a presença dos ouvintes, saber como se comportam diante da exposição e dar maleabilidade ao corpo, proporcionando, assim, uma postura mais natural. O semblante é um dos aspectos mais importantes da expressão corporal, por isso dê atenção especial a ele. Verifique se ele está expressivo e coerente com o sentimento transmitido pelas palavras. Por exemplo, não demonstre tristeza quando falar em alegria. Evite falar com as mãos nos bolsos, com os braços cruzados ou nas costas. Também não é recomendável ficar esfregando as mãos, principalmente no início, para não passar a ideia de que está inseguro ou hesitante. SEJA BEM-HUMORADO Nenhum estudo comprovou que o bom-humor consegue convencer ou persuadir os ouvintes. Se isso ocorresse os humoristas seriam sempre irresistíveis. Entretanto, é óbvio que um orador bem-humorado consegue manter a atenção dos ouvintes com mais facilidade. Se o assunto permitir e o ambiente for favorável, use sua presença de espírito para tornar a apresentação mais leve, descontraída e interessante. Cuidado, entretanto, para não exagerar, pois o orador que fica o tempo todo fazendo gracinhas pode perder a credibilidade. PREPARE-SE PARA FALAR Assim como você não iria para a guerra municiado apenas com balas suficientes para acertar o número exato de inimigos entrincheirados, também para falar não deverá se abastecer com conteúdo que atenda apenas ao tempo determinado para a apresentação. Saiba o máximo que puder sobre a matéria que irá expor, isto é, se tiver de falar 15 minutos, saiba o suficiente para discorrer pelo menos 30 minutos. Não se contente apenas em se preparar sobre o conteúdo, treine também a forma de exposição. Faça exercícios falando sozinho na frente do espelho, ou se tiver condições, diante de uma câmera de vídeo. Atenção para essa dica - embora esse treinamento sugerido dê fluência e ritmo à apresentação, de maneira geral, não dá naturalidade. Para que a fala atinja bom nível de espontaneidade fale com pessoas. Reúna um grupo de amigos, familiares ou colegas de trabalho, ou de classe, e converse bastante sobre o assunto que irá expor. Acredite, se conseguir falar de maneira semelhante na frente da plateia será um sucesso.

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RECURSOS AUDIOVISUAIS Esse estudo é impressionante, preste atenção: se apresentar a mensagem apenas verbalmente, depois de três dias os ouvintes irão se lembrar de 10% do que falou. Se, entretanto, expuser o assunto verbalmente, mas com auxílio de um recurso visual, depois do mesmo período, as pessoas se lembrarão de 65% do que foi transmitido. Mais uma vez, tome cuidado com os excessos. Um bom visual deverá atender a três grandes objetivos: destacar as informações importantes, facilitar o acompanhamento do raciocínio e fazer com que os ouvintes se lembrem das informações por tempo mais prolongado. Portanto, não use o visual como "colinha", só porque é bonito, para impressionar, ou porque todo mundo usa. Observe sempre se o seu uso é mesmo necessário. Faça visuais com letras de um tamanho que todos possam ler. Projete apenas a essência da mensagem em poucas palavras. Apresente números em forma de gráficos. Use cores contrastantes, mas sem excesso. Evite excesso de aparelhos – notebook, tablet, etc. Quanto mais aparelhos e mais botões maiores as chances de aparecerem problemas. FALE COM EMOÇÃO Fale sempre com energia, entusiasmo, emoção. Se nós não demonstrarmos interesse e envolvimento pelo assunto que estamos abordando, como é que poderemos pretender que os ouvintes se interessem pela mensagem? A emoção do orador tem influência determinante no processo de conquista dos ouvintes. DOMINANDO A ARTE Saber falar em público não é um dom, é uma arte. Isso significa que qualquer pessoa tem condições de aprender. Em alguns casos, é indicado procurar um bom treinamento, para ter a oportunidade de conhecer técnicas que propiciem uma comunicação mais clara, espontânea e bem organizada. O MUNDO MÁGICO DA CLAREZA 1. Prepare-se. Não confie no improviso. 2. Fale de forma descomplicada. 3. Seja breve, objetivo. 4. Certifique-se de que a mensagem foi compreendida.

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COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL: SIM, ELA EXISTE. O corpo fala mais do que você imagina. Fique sempre atento à sua postura. Procure não se sentar de maneira desleixada, não fique se escorando nas paredes nem passe o tempo todo olhando para as pontas dos próprios pés. Comunicação não verbal são palavras “ouvidas com os olhos”. LEITURA A melhor maneira de ampliar o vocabulário e evitar os erros de linguagem é a prática da leitura. Quem tem o hábito de ler, com certeza fala e escreve melhor. Leia mais. HUMOR Salvo exceções, procure usar o bom humor, a emoção e a presença de espírito para dar mais brilho e dinâmica às suas apresentações. Já citamos aqui. O QUE FOI MESMO QUE VOCÊ NÃO DISSE? Organize suas ideias. Apresentar ideias ou falas desorganizadas só confunde o ouvinte e cria mal-entendidos. ORGANIZANDO

1. Sobre qual assunto vou falar? 2. Para que tipo de ouvinte? 3. Com qual objetivo? 4. Qual será a abordagem utilizada? 5. Conclusão: o que eu quero do meu ouvinte?

FINALIZANDO Quando terminar uma apresentação, evite dizer “por hoje é só” ou “era isso que eu queria dizer”. Procure fazer um breve resumo do assunto apresentado e concluir com uma frase como: “Muito obrigado pela atenção e uma boa noite a todos”. SATISFAÇÃO GARANTIDA Ao responder a uma pergunta do auditório, certifique-se de que ela foi efetivamente respondida. PROVOCAÇÃO

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Para saber se a sua mensagem foi plenamente compreendida, provoque feedback: peça para seu interlocutor repeti-la com suas próprias palavras. O resultado dará a medida exata daquilo que foi de fato compreendido. Assim será possível corrigir possíveis falhas na comunicação. UM OLHO NA PLATÉIA, OUTRO NO RELÓGIO. Ultrapassar o tempo estipulado de um discurso deixará os seus ouvintes ansiosos, inquietos e desatentos. Além disso, mostra desorganização pessoal e desrespeito com a programação. MULETAS Durante apresentações e reuniões, evite apoiar-se – (manusear desnecessariamente) em canetas, pincéis e apontadores. Utilize esses recursos de forma econômica e discreta. (O objetivo aqui é falar do apoio emocional, por isso o uso do termo apoiar-se) FAÇA UM AMIGO: O MICROFONE NÃO MORDE. Se possível, procure ter um primeiro contato com o equipamento e seus ajustes antes da sua apresentação. O microfone deve ser encarado com naturalidade. Ele é uma ferramenta que está ali para auxiliá-lo em suas apresentações. MANIPULANDO O MICROFONE 1. Evite segurar o microfone caso ele já esteja em um pedestal. 2. Procure ajustá-lo em direção ao seu queixo. 3. Não encoste a boca no microfone ao falar. 4. Evite testar o microfone dando tapinhas nele. É muito melhor falar alguma coisa para que o operador possa ajustar a qualidade e o volume do som. Estale os dedos para verificar se está ligado. 5. Não fique com a mão apoiada no microfone.

Em discursos, palestras e seminários existem três elementos que se equalizam.

1 - o orador com sua bagagem de conhecimentos, experiências e personalidade; 2 - a explanação com o seu conteúdo pertinente e ainda... 3 - o auditório com quem o orador partilha seus argumentos. O elemento integrador em um espaço de comunicação é quem fala. O orador é, portanto, um dos principais fatores determinantes do sucesso. Objetivando capacitar o orador, tecemos considerações sobre: pré-requisitos, aspectos físicos, voz e medo.

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Os requisitos Existe uma grande diferença entre estarmos sozinhos e estarmos diante de um grupo de pessoas que nos aguardam como orientadores de um conjunto de ideias sobre uma determinada área do conhecimento humano. É imprescindível que tenhamos: Como deve ser minha aparência Dificilmente mudamos a primeira impressão que fazemos de alguém. Portanto, é altamente recomendado:

- Manifestar equilíbrio através da aparência física; - Estar trajado adequadamente, inclusive observar os ditames da moda; - Procurar usar ornamentos adequados e sem exageros.

Meus movimentos no palco Expressamos muito mais fisicamente do que verbalmente. O orador ainda não começou a falar e já temos uma ideia do andamento do discurso. É indispensável:

- Postar-se com elegância e descontração; - Expressão fisionômica de harmonia, serenidade e satisfação; - Movimentar-se com naturalidade, transmitindo autoconfiança; - Expressar pleno domínio das circunstâncias; - Pôr-se no comando: expectativa para expressar a grandiosidade de suas ideias ao auditório; - Maturidade/autenticidade: evitar artificialismos e jamais imitar terceiros.

Produto A apurada integração entre expressão verbal e a não verbal dá o tom que movimenta suavemente as chaves internas da razão e da emoção dos ouvintes. Caracterizam a presença congruente: - Identidade constante: não pode parecer ser, precisa ser e manter, durante todo o contato, uma postura coerente; - Sinergia entre ideias e ações: através da expressão física e mental estabelecer a liga entre: assunto, orador e ouvintes - facilita a intelecção e estimula a ação; - Sensibilidade: permite desenvolver o visual, a audição - propiciando em poucos momentos a integração das forças atuantes.

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Flexibilidade A dinâmica da comunicação supõe autoconhecimento, autoconfiança e acentuado gosto pelo saber. Ao tornar pública a maneira como pensa e sente, o comunicador não pode pretender ser um senhor de todo pensamento, mas estimular o pensar, o sentir e jamais pretender padronizar como se deve conceber a realidade:

- estimular a reflexão sobre o assunto em análise; - admitir a diversidade: identificar, desde os momentos de pesquisa, todas as linhas de raciocínio, os ângulos, as conclusões possíveis e favorecer o diálogo entre elas; - reconhecer-se em formação: transmitir consciência do intenso dinamismo do saber que caracteriza o final do século, da constante revisão dos enfoques, das concepções e das conclusões sobre os mais diversos temas.

Como vai meu português O exercício da comunicação verbal supõe a sedimentação das regras básicas da língua em que se expressa - consequência natural do estudo da gramática e do elevado padrão de leitura. O uso correto dos verbos, advérbios, preposições, pronomes, etc., potencializa as vantagens competitivas do comunicador. Evitar, a todo o custo, o preciosismo, a erudição exagerada mesmo em meio acadêmico. A probabilidade de ser enfadonho e de dificultar o entendimento das ideias é proporcional a adequação da linguagem ao nível cultural dos ouvintes. A estrutura gramatical empresta ao discurso, dentre outras qualidades:

- clareza: a fluência e amplitude do vocabulário permite a correta construção dos pensamentos viabilizando a expressão precisa das ideias; - adequação: o auditório é sempre a razão última de qualquer discurso; a receptividade dos ouvintes está sempre na razão direta da capacidade do orador em adaptar o vocabulário e nível de raciocínio.

Vou sair bem na foto Observações pertinentes ao domínio do púlpito. Trata-se da convergência entre o que o orador expressa verbalmente e o que expressa fisicamente através da postura, dos movimentos, dos gestos e do olhar. Faremos também menção e análise dos cacoetes físicos Postura Expressa quem somos e revela o grau de desenvoltura: - em pé ou sentado: sempre com naturalidade; - estando em pé: apoiado sobre as duas pernas;

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- manter-se sempre de frente para o auditório; - nem arcado para frente (medo, insegurança), nem arcado para trás (arrogância) - cabeça naturalmente alinhada; - braços - quando não gesticulam, devem estar caídos ao lado do corpo; naturalmente apoiados sobre as pernas ou sobre a mesa, quando falar sentado; - expressão corporal forte - fazer uso também da linguagem não verbal ao expressar as ideias; - ao expressar-se em pé - não apoiar-se em cadeiras, mesas, quadro-negro, aparelho de som, mas ser o seu próprio eixo. Meus Movimentos Propiciam maiores dinâmicas e poder de concentração dos ouvintes:

- postura física correta revela autoconfiança e segurança; - não devem ser lineares, pois cansa o auditório devido ao movimento de cabeça dos ouvintes; - não podem ser circulares, pois estaríamos dando as costas ao auditório; - não podem ser uniformes, movimentos repetitivos provocam monotonia, cansaço e sono; - o melhor movimento é o que propicia dinamicidade em pequeno espaço: trata-se do movimento triangular realizado sempre de forma diferente; - não movimentar-se demasiadamente depressa ou demasiadamente devagar; - deve transmitir convicção pessoal em relação às ideias que expressa; - a exploração do corpo através da expressão física auxilia muito a comunicação, pois revela nosso pensar e nosso ser.

Os Gestos Enquanto as palavras transmitem as ideias, os gestos expressam os sentimentos. O discurso eloquente supõe uma perfeita congruência entre a comunicação verbal e a não verbal, entre as ideias e as emoções, entre os conceitos (abstrações) e os exemplos (fatos concretos). Não se restringem aos movimentos das mãos, mas refere-se a tudo o que manifestamos exteriormente - passo atrás, à frente, sorriso, testa franzida, olhar com todas as nuances, posição dos ombros, posição do corpo para frente ou para trás. Gesticular é expandir o aparelho fonador. Gestos são importantes - o que melhor caracteriza a expressão física é a autenticidade: qualquer gesto nasce do interior do orador e se manifesta em sua fisionomia, mãos, pés e todo o corpo; - sempre adaptado aos mais diversos assuntos e auditórios; - surgem como complemento do aparelho fonador e orientam os ouvintes; - necessitam ser naturais, originais e jamais imitados; - devem acontecer segundos antes ou concomitante à expressão verbal, nunca deverão vir após, pois assim cairão no vazio; - não podem ser exagerados, espalhafatosos, mas comedidos;

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- devem ser flexíveis e variados: verticais baixo, médio e alto; horizontais baixo, médio e alto; e em diagonal; - explorar expressão fisionômica: a expressão fisionômica é a mais autêntica manifestação do nosso estado interno, o comunicador deve treinar a expressão da fisionomia.

Olhar e não vê É o que torna possível uma conversa e uma comunicação de massa eficaz. Já falamos sobre isso, mas é bom lembrar. Olhar para o auditório com firmeza, mas sem altivez, nem superioridade ostensiva. Como distribuir o olhar quando falamos com uma pessoa, com um grupo de pessoas ou com um grande público?

- criar contato com os ouvintes: comunicar-se com o olhar; - direcionar e distribuir o olhar por regiões do auditório, em um primeiro momento; - num segundo momento, atingir cada pessoa com seu olhar: todos os participantes devem e gostam de ser percebidos; - o olhar deve ser na região entre os olhos e levemente acima do nariz: ao olhar nesta região atingiremos o interlocutor frontalmente.

Por que olhar para os ouvintes? - para possibilitar o feedback (auto avaliação - retorno); - conseguir adaptar o máximo possível às ideias ao auditório a que se fala; - possibilitar identificar resistências ou ideias não bem compreendidas e saná-las prontamente. Falar em público não é um monólogo, mas um diálogo com uma multidão (também não é um debate). O auditório se comunica tempo integral com o orador. Este por sua vez, precisa decodificar as mensagens e ir adaptando o seu discurso e viabilizando um interesse intenso e uma profunda intelecção. Cacoetes físicos São jeitos e trejeitos executados pelo orador enquanto explana suas ideias. Prejudica a plasticidade da comunicação e não foca na atenção dos ouvintes em detrimento do entendimento e assimilação do assunto.

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Por que existem: - por mero hábito; - para desviar a atenção dos ouvintes sobre a sua pessoa; - por nervosismo: objetiva aliviar tensões. Alguns cacoetes mais comuns

- colocar e tirar os óculos ou recolocá-los no lugar; - coçar a nuca, as faces, a barba, o queixo, a cabeça ou nariz; - ajeitar o paletó que vai apertando na medida em que se movimenta e gesticula; - puxar a calça para cima; - apoio das mãos nos bolsos ou na cintura; - alinhar o cabelo repetidamente.

Como fazer para acabar com eles

- ter consciência do problema e da necessidade de superá-los; - identificar o que o motiva a fazê-lo; - canalizar a tensão nos gestos, movimentos e tom de voz; - evitar conscientemente executá-los.

Em oratória não devemos buscar fórmulas, mas princípios adaptáveis à nossa estrutura pessoal. Deverão ser praticados conscientemente até constituir-se em hábitos e, portanto, perfeitamente integrados à nossa maneira de ser. Nossa Voz É um dos instrumentos mais poderosos que o ser humano possui. Saber utilizar bem a voz significa, muitas vezes, o sucesso em muitos dos nossos empreendimentos. Portanto, um capítulo de fundamental importância num curso de oratória é a dicção que permite uma melhora significativa na impostação da voz. A comunicação verbal oral acontece em quatro níveis: a palavra, a colocação da palavra na frase, a inflexão/entonação e o feedback. A dicção é a ciência que propicia a excelência na comunicação verbal oral. O que caracteriza a dicção? Que predicados tornam a voz expressiva? Que relação existe entre aparelho fonador, a correta respiração e a dicção?

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Califasia ou Dicção A expressividade verbal supõe habilidade em colocar a voz. Impostar corretamente a voz torna o orador distinto, provoca disposição e estimula a receptividade dos ouvintes. Caracteriza a boa dicção: - articulação perfeita das letras que compõem as palavras - fonação: uso correto dos órgãos fonadores permitindo a produção perfeita do som, tanto das vogais como das consoantes; - pronúncia correta das palavras: dizer as palavras do início ao fim - comumente ouvimos: "tá bem" ao invés de está bem; "ocê qué?" substituindo você quer?;" preu" no lugar de para eu; "finalmen" substituindo finalmente; troca do l pelo r : "pranta" (planta); troca do b pelo v: "badio" (vadio); - expressividade: modulação da voz variando altura, volume, intensidade, e a velocidade; acentuação adequada ao dizer e musicalidade da voz; - agradabilidade: correta formação das frases evitando cacófatos: uma mão (mamão) e a devida intercalação de sílabas tônicas e átonas evitando aspereza nos sons ao dizer. Entonação / volume e afins A voz é a mais autêntica expressão do nosso estado interno. A entonação cria ritmo tornando a exposição dinâmica e atrativa. - flexibilidade/sonoridade: harmonização do timbre (personalidade da voz), da intensidade (grau de força), do volume (quantidade), da altura (aguda/grave) e da velocidade (ritmo); - docilidade: trata-se da qualidade que causa empatia, expressão de segurança pessoal e de conhecimento vasto do assunto; - vibração/envolvimento: integração perfeita entre orador, assunto e ouvintes; as palavras, as ideias são expressas através da personalidade do orador para o auditório. Aparelho Fonador O que denominamos aparelho fonador e articulatório trata-se de uma adaptação ao longo da evolução humana, dos órgãos relacionados à respiração e à digestão. A atuação sinérgica desses órgãos torna possível a expressão verbal oral - a voz humana. De dentro pra fora - produtores: traqueia, pulmões, diafragma; - vibrador: cordas vocais (laringe);

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- ressoadores: câmaras nasais e paranasais, boca, faringe; - articuladores: lábios, língua, dentes, palato duro/mole e mandíbula. Respiração Os pulmões são a base de sustentação da voz. Respirar de forma inadequada prejudica a qualidade da comunicação. Quais são as características da respiração correta quando se fala em público? - respiração diafragmática ou completa: permite o pleno uso dos pulmões, dando maior poder de sustentação à voz; - não falar com pulmões vazios ou quase vazios: a falta de oxigenação adequada do cérebro causa tontura e a ausência de ar nos pulmões limita o poder de lançamento da voz; - quando respirar? Em intervalos pequenos que existem entre a expressão de uma ideia e o início da próxima. É importante respirar de maneira quase imperceptível. Exercitando a Impostação da Voz O parto da voz requer respiração diafragmática, flexibilidade nos articuladores, sinergia entre os órgãos ressoadores, vibradores e produtores (fonação), pronúncia correta das palavras (gramática), entonação fluente e cuidado em torná-las agradáveis. Musculação da face Exercícios que propiciam maior descontração, agilidade e precisão dos órgãos articuladores dos sons:

- abrir e fechar os lábios com a boca fechada; - soprar língua- de- sogra, encher bexigas, - colocar uma caneta nos dentes incisivos e ler textos. - com a boca fechada girar a língua tocando na parte externa das gengivas; - abrir a boca, tirar a língua para fora e, girar para a esquerda para a direita. - abrir e fechar a boca repetidas vezes; - movimentar a mandíbula da esquerda para a direita e da direita para a esquerda.

Cacófatos e os vícios de linguagem - cacófatos: inadequadas construções das frases permitindo encontros vocálicos que possibilitam a formação de palavras ou fonemas impróprios para o momento que se fala, por serem desagradáveis ou obscenos. - prefiro não pensar nunca nisso (caniço); - meus olhos por ti são (tição);

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- minha vida é amar ela (amarela); - o problema é a prática dela (cadela). - vícios de linguagem: refere-se a expressões verbais que denigrem a estética do discurso do orador - cacoetes verbais: consiste na repetição exagerada de uma palavra ou fonema que venha a truncar a fluência da comunicação. Por que acontecem? - por mero hábito adquirido ao longo da vida; - necessidade de ver o auditório confirmar ou retrucar ideias; - busca de apoio no auditório; - conquista de tempo para pensar o que vai dizer depois. Quais são os mais comuns? - né, tá, ééé, ooo, uuu... - então, daí, bem, bom, assim... Aperfeiçoar a personalidade da voz traz resultados comprovadamente compensadores, no mínimo, amplia os diferenciais que torna o profissional mais competitivo.

No decorrer de nossos cursos ouvimos algumas perguntas interessantes sobre oratória / locução. Colocamos todas juntas para que você também possa tirar suas dúvidas. Segue: O que ajuda a voz? Uma boa condição de saúde geral é importante. Um treinamento fonoaudiólogo mínimo para a atividade ajuda a desenvolver a competência vocal. Perceber desvios vocais e procurar minimizar o desgaste é um dos primeiros passos para preservar o bem-estar vocal. Dosar o tempo de fala, o tom (fino ou grosso), o volume da voz (fraco ou forte), intervalos de repouso de fala, hidratação e competição com outros ruídos são algumas estratégias a serem utilizadas no dia-a-dia. O mais difícil é compreender a dose certa de cada um desses aspectos.

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O que prejudica a voz? Falar demais quando se está doente, cansado, após uma noite mal dormida, com gripes ou resfriados, em ambientes inóspitos e quando se está muito estressado, são alguns inimigos da voz. Evidentemente, o fumo e o álcool são reconhecidamente prejudiciais à saúde como um todo e de modo particular constituem o maior risco vocal. Como saber se eu tenho problema de voz? Se sua voz modificou-se nos últimos tempos, se você faz força para falar, se ao final do dia sua voz está fraca, rouca e/ou cansada, se você está falando menos, se sente algum incômodo ao falar ou se os outros perguntam o que está acontecendo com a sua voz, é possível que você esteja com algum problema que mereça ser investigado com a devida atenção. Como saber se eu falo alto demais? Geralmente as pessoas que falam alto demais não percebem o volume de sua voz, mas recebem comentários negativos sobre isso. Algumas famílias têm o hábito de falar alto, principalmente as mais extrovertidas. Outras vezes, um ambiente de trabalho ruidoso exige que o volume de voz seja alto e acaba-se perdendo a consciência real da voz utilizada, desenvolvendo-se o hábito de falar alto. Tente gravar sua voz e fazer vários níveis de volume. Escolha o mais confortável. Quais as principais dicas para manter minha voz saudável? As principais dicas são: desenvolva uma escuta diferenciada, prestando atenção em sua voz e na voz dos outros, procure reduzir a força com que você fala, melhore suas condições físicas, respeite seus horários de alimentação e descanso e veja se há possibilidades de introduzir melhorias em seu ambiente físico de trabalho. Lembre-se de que manter o corpo hidratado, tomando goles de água durante as atividades é um recurso fácil, simples e bastante efetivo para reduzir o atrito entre as pregas vocais. Para aliviar uma voz cansada, fale mais devagar, articule bem as palavras, abra a boca ao falar e module sua voz, pois tais mecanismos contribuem para que você tenha um menor desgaste vocal. Como posso me comunicar melhor? Seja objetivo, use frases curtas e diretas, para evitar longos períodos de fala, geralmente acompanhados de pausas e hesitações, que distraem o ouvinte. É importante certificar-se de que todos estão prestando atenção e compreendendo a mensagem. Torne sua comunicação interessante, use uma voz modulada e uma boa dicção. Mova-se com naturalidade e use gestos que acrescentem informação ou destaquem ideias e palavras. Contudo, tome cuidado para não exagerar nos movimentos, nos gestos e na voz.

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O que cansa mais: ler ou falar de improviso? Geralmente ler em voz alta cansa mais, pois são poucas as pessoas treinadas nessa tarefa especial, que exige o emprego de recursos específicos de expressividade. Além disso, manter uma plateia atenta durante uma leitura é difícil, tanto pelo fato da maioria dos textos não serem adaptados para a leitura, como pela tendência que temos de reduzir a modulação de voz nessa tarefa. Falar de improviso é mais dinâmico. Por que o pigarro prejudica minha voz? Porque ao pigarrear você causa um forte atrito entre as pregas vocais, o que pode favorecer o aparecimento de lesões nos tecidos da laringe. Se sentir que está com muita secreção (catarro ou muco), procure engoli-la ou pigarreie suavemente. Manter o corpo hidratado ajuda a diluir as secreções viscosas. Eu posso mudar a minha voz? A voz é o resultado da somatória de aspectos anatômicos, emocionais e culturais. Desta forma, ao longo da vida, desenvolvemos uma voz que tem como base fatores orgânicos (menos flexíveis) associados a fatores emocionais, culturais e profissionais (bastante variáveis). Na verdade, usamos diversos tipos de voz de acordo com o interlocutor, a situação e o ambiente de comunicação. Podemos aprender a variar a voz de modo mais consciente e adequado às necessidades a que somos submetidos. Se você não gosta de sua voz por algum motivo estético, por considerá-la muito nasal, monótona, grossa ou fina, forte ou fraca demais, procure um especialista para analisar as possibilidades de modificar os ajustes envolvidos em seu padrão de voz. Todos podem melhorar a voz. Como meu corpo interfere na voz? Podemos dizer que todo o corpo contribui na produção da voz. Se o corpo está tenso, há grande chance da voz também ficar mais tensa; Por outro lado, movimentos e gestos mais soltos ou livres favorecem uma boa voz. Se o corpo está doente, muitas vezes a voz sinaliza esse fato. Se estamos cansados e sem energia, a voz pode revelar tais aspectos, ficando mais baixa e fraca. Assim, de modo geral, existe um paralelismo entre o que acontece com o corpo e a voz, com grande dependência entre eles. É normal ter dor quando falo demais? Falar não deve produzir dor. Contudo, em algumas situações, quando se fala por um longo tempo ou em condições adversas (muito ruído de fundo ou muita gente) pode-se sentir o pescoço, a região da garganta e a boca doloridos, o que deve passar em um ou dois dias. Caso esses sintomas persistirem, busque auxílio. Uma voz produzida corretamente não gera desconforto e nem dor.

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O que fazer quando estou gripado? O melhor seria evitar falar em excesso, pois quando gripado os tecidos da laringe ficam mais suscetíveis à irritação. Projetar a voz durante gripes e resfriados requer mais esforço e energia, sendo difícil controlar a qualidade da emissão. Se este for o caso, fale mais baixo e mais lentamente, hidratando-se e pedindo a compreensão especial da plateia. Veja se é possível utilizar algum recurso didático que permita poupar a voz, como um vídeo. O ar condicionado pode prejudicar a voz? Sim, algumas pessoas são muito sensíveis e rapidamente sentem a garganta ressecada e a voz alterada nesses ambientes. Um aspecto importante é a limpeza da máquina e dos filtros do aparelho. O ar condicionado esfria o ambiente e retira a umidade do ar, o que é o motivo principal da sensação de secura. Se você trabalha em ambientes climatizados, aumente a ingestão de água, tomando alguns goles ao longo do dia. É melhor tempo quente ou frio? Calor demais ou frio demais podem causar desconforto corporal e vocal. No excesso de calor ficamos mais lentos, com menos energia e a produção da fala pode ser mais difícil; já no frio em excesso podemos ficar mais tensos e reduzir a ingestão de líquidos, prejudicando a hidratação adequada do corpo. Ambientes aquecidos ou refrigerados podem levar a um choque térmico e algumas pessoas são sensíveis a tais mudanças. Mais uma vez, use roupas adequadas e prepare-se quando possível, para as mudanças de temperatura. É melhor tempo seco ou úmido? Tempo úmido ajuda a produção da voz, enquanto que o clima seco demais favorece a instalação de alergias e outros problemas respiratórios. Lembre-se de aumentar a ingestão de água quando o ar estiver muito seco. Como a poluição da cidade atrapalha a voz? Os agentes poluentes podem provocar ressecamento no sistema respiratório e crises alérgicas (rinite, faringite, laringite ou bronquite), prejudicando a voz. Fumaça em excesso, quer seja de escapamento de automóveis, quer seja fumaça artística (de shows, teatros e casas noturnas) também pode produzir alterações vocais em pessoas mais sensíveis. Falar ou cantar no carro cansa? Se a conversa for longa ou se você cantar excessivamente pode se cansar, pois além do esforço vocal, ocorre a competição sonora com o barulho do motor e do trânsito na cidade. Nessa

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situação seu monitoramento auditivo (o controle da voz pela audição) fica prejudicado e você tem menos condições de manter uma boa voz. Cantar é bom ou ruim? Cantar é muito bom, desde que feito no tom adequado e sem esforço. Se você gosta de cantar, busque aulas de canto para aprender os recursos mínimos necessários para essa atividade. Cantar pode ser uma ótima estratégia de redução de estresse, de aprender a controlar os diversos parâmetros vocais e de entreter seus amigos. Contudo, cantar não é tratamento, não é reabilitação vocal e pode ser um esforço adicional se você já falou o dia todo. RESUMO 1) Antes de iniciar sua apresentação, respire bem e procure deixar o corpo relaxado; 2) Pesquise, estude, enfim, prepare-se bem e com antecedência. 3) Cumprimente a plateia; 4) Transmita confiança aos seus ouvintes. 5) Não decore sua apresentação. Fale de forma espontânea; 6) Exponha o assunto de maneira clara e objetiva, sem repetições; 7) Ao elaborar sua apresentação, observe inicialmente o público que o assistirá. 8) Evite gírias, expressões vulgares, cacoetes e piadas; 9) Não use termos que denotem intimidade com o público, tais como: meu coração, minha querida, dentre outros; 10) Não perca a oportunidade de falar. A prática e o exercício é que lhe proporcionarão confiança.

Boa Sorte!