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2013.2 IMUNOLOGIA Profª: Jamilie Sena

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2013.2

IMUNOLOGIA

Profª: Jamilie Sena

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INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA

Imunologia é uma ciência recente. Historicamente, o primeiro exemplo claro de manipulação do sistema imune

sob condições controladas, foi o da vacinação bem-sucedida contra a varíola. Sua origem é atribuída, por alguns

autores, a Edward Jenner, que, em 1796, verificou proteção induzida pelo cowpox (vírus da varíola bovina) contra

a varíola humana, nomeando tal processo da vacinação. No entanto, é sabido que, na antiguidade, os chineses já

inalavam o pó das crostas secas das pústulas de varíola ou as inseriam em pequenos cortes na pele, em busca de

proteção.

Fig. 1 Edward

Jenner

Em 1789 Jenner observou que as vacas tinham nas tetas feridas iguais às provocadas pela varíola no corpo de

humanos. Os animais tinham uma versão mais leve da doença, a varíola bovina, ou bexiga vacum. Em 1796,

resolveu pôr à prova a sabedoria popular que dizia que quem lidava com gado não contraía varíola. Ao observar

que as mulheres responsáveis pela ordenha quando expostas ao vírus bovino tinham uma versão mais suave da

doença, então ele conduziu sua primeira experiência com James Phipps, um menino de oito anos. Jenner inoculou

com o pus extraído de feridas de vacas contaminadas recolhendo o líquido que saía destas feridas e o passou em

cima de arranhões que ele provocou no braço do garoto. O menino teve um pouco de febre e algumas lesões

leves, tendo uma recuperação rápida. A partir daí, o cientista pegou o líquido da ferida de outro paciente com

varíola e novamente expôs o garoto ao material. Semanas depois, ao entrar em contato com o vírus da varíola, o

pequeno passou incólume à doença. Estava descoberta assim a propriedade de imunização.

No ano seguinte, ele relatou seu experimento à Royal Society - a Academia de Ciências do Reino Unido -, mas as

provas que ele apresentou foram consideradas insuficientes. Ele realizou então novas inoculações em outras

crianças, inclusive em seu próprio filho. Em 1798, seu trabalho foi reconhecido e publicado. No entanto, seus

críticos procuravam ridicularizá-lo, denunciando como repulsivo o processo de infectar gente com material

colhido de animais doentes. Mas as vantagens da vacinação, porém, logo se tornaram tão evidentes tornando

imune à varíola humana, uma das doenças epidêmicas mais mortais da humanidade.

A varíola só seria erradicada na década de 1980, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Edward Jenner

foi capaz de descobrir a vacina para essa doença que tanto matava naquela época.

As vacinas foram sendo criadas para quase todo o tipo de doença, e está sendo uma das melhores coisas já

criadas pelo homem, pois tem salvado a vida de muita gente.

A

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Fig. 1.2 Jenner injetando o material de uma pústula de varíola no braço de um menino de 8 anos.

Quando Jenner introduziu a vacinação, ele nada sabia sobre os agentes infecciosos que causam as doenças. No

século XIX, Robert Koch provou que as doenças infecciosas eram causadas por microorganismos patogênicos,

cada qual responsável por uma determinada enfermidade ou patologia. Atualmente, existem quatro grandes

categorias de microorganismos causadores de doença ou patógenos: os vírus, as bactérias, os fungos e os

parasitas.

Fig. 1.3 LuisPauter

As descobertas de Koch e outros pesquisadores do século XIX possibilitaram odesenvolvimento da imunologia,

estendendo a vacinação para outras doenças. Por volta de 1880, Louis Pasteur projetou com sucesso uma vacina

contra a cólera aviária e desenvolveu uma vacina anti-rábica também bem sucedida na inoculação de uma criança

mordida porum cão raivoso. Tantos triunfos práticos resultaram na busca pelos mecanismos de

proteçãoimunológica.

Pasteur, embora bem sucedido no desenvolvimento de vacinas, possuía muito poucoconhecimento sobre os

mecanismos envolvidos no processo de imunização. Ele sugeriu queorganismos na vacina eram capazes de

remover nutrientes essenciais do corpo e, assim,evitar o crescimento e proliferação dos agentes causadores de

doença. Aproximadamentedez anos mais tarde, em 1890, Emil vonBehring e ShibasaburoKitasato demonstraram

quea proteção induzida pelos processos de vacinação não se devia a remoção de nutrientes, masestavam

associadas ao surgimento de fatores de proteção no soro dos indivíduos vacinados.

Estas substâncias foram denominadas de anticorpos, as quais se ligavam especificamente e eram capazes de

neutralizar os agentes infecciosos. Emil vonBehring recebeu, em 1901, oprimeiro prêmio Nobel em medicina pelo

seu trabalho sobre a produção de anticorpos. A primeira grande controvérsia em imunologia surgiu quando Elie

Metchnikoff demonstrouem 1882, primeiro em animais invertebrados e depois nos mamíferos, que algumas

célulaseram capazes de “comer” microorganismos. Estas células foram denominadas de fagócitos, e ele propôs

que elas compunham o principal mecanismo de defesa contra estesmicroorganismos. Ele sugeriu que os

anticorpos apresentavam pouca importância nosistema imunológico. O conflito quanto à relevância dos fagócitos

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e anticorpos foiresolvido em 1904 quando Almroth Wright e Joseph Denys demonstraram que osanticorpos eram

capazes de se ligar a bactérias e promover a sua destruição pelos fagócitos.

O sistema imune é o conjunto de células, tecidos, órgãos e moléculas que os humanos e outros seres vivos usam

para a eliminação de agentes ou moléculas estranhas, inclusive o câncer, com a finalidade de se manter a

homeostasia do organismo. Os mecanismos fisiológicos do sistema imune consistem numa resposta coordenada

dessas células e moléculas diante dos organismos infecciosos e dos demais ativadores, o que leva ao

aparecimento de respostas específicas e seletivas, inclusive com memória imunitária, que também pode ser

criada artificialmente, através das vacinas. Na ausência de um sistema imune funcional, infecções leves podem

sobrepujar o hospedeiro e levá-lo à morte. Porém, mesmo com um sistema imune funcional, o homem, por

exemplo, pode adquirir uma doença infecciosa ou um câncer, pois a resposta imune específica, diante de um

agente agressor, leva tempo para se desenvolver e, além disso, tanto organismos estranhos, como células

neoplásicas, desenvolvem mecanismos de evasão para fugir da resposta imune.

ÓRGÃOS, TECIDOS E CÉLULAS ENVOLVIDOS NA RESPOSTA IMUNITÁRIA

Células que participam do sistema imunitário: As respostas imunes são mediadas por uma variedade de

células e por moléculas que estas células expressam. Os leucócitos são as células que desempenham as

principais ações, mas outras células, que se encontram nos tecidos, também participam da resposta

imunitária, enviando sinais e recebendo estímulos dos leucócitos.

As células que participam do sistema imunitário se originam na medula óssea, onde muitas evoluem para a

fase adulta. A partir da medula, e por meio de vasos sanguíneos, elas migram junto com todos os

elementos celulares do sangue. Inclusive as hemácias, que transportam o oxigênio, e as plaquetas que

participam da coagulação, uma vez que estes elementos se originam das células-tronco progenitoras da

medula. As células que derivam do progenitor mieloide e do progenitor linfoide são as que mais interessam

para o entendimento das ações do sistema imunitário, de modo que, neste texto, não serão considerados

os megacariócitos e os eritrócitos.

O progenitor mieloide é o precursor dos granulócitos, fagócitosmononucleares (macrófagos), células

dendríticas e mastócitos do sistema imune.

Os macrófagos são as células fagocitárias mais relevantes. Estas células sãoa forma diferenciada dos

monócitos sanguíneos, que se encontram estrategicamentedistribuída em vários tecidos para dar origem

ao sistema fagocitário mononuclear. Os microgliócitos são os macrófagos do cérebro, as células de Kupffer

são os macrófagos do fígado, os macrófagos alveolares fazem parte do tecido pulmonar, entre outros

macrófagos residentes em diferentes tecidos. As funções dos macrófagos se caracterizam pela

neutralização, ingestão e destruição de partículas, incluindo os biopatógenos, além de processar e

apresentar antígenos para os linfócitos T. Neste contexto, são as células dendríticasas mais especializadas

na captura e na apresentação de antígenos para os linfócitos T. As células dendríticas imaturas migram do

sangue para residirem nos tecidos e realizam tanto a fagocitose quanto a micropinocitose. Após o encontro

com um patógeno, maturam rapidamente e migram para os nódulos linfáticos, onde encontram o

ambiente adequado para a apresentação de antígenos.

Os granulócitos recebem essa denominação por possuírem grânulos em

seu citoplasma que se coram densamente por corantes hematológicos tradicionais.

São também chamados de leucócitos polimorfonucleares, devido às formasde seus núcleos. Existem três

tipos de granulócitos, sendo eles os neutrófilos, os eosinófilos e os basófilos; todos com um tempo de vida

relativamente curto e produzido em grande número durante as respostas inflamatórias.

Os neutrófilos, assim como os macrófagos e as células dendríticas, sãorepresentantes do grupo de células

fagocitárias do sistema imunitário, mas, diferentemente destas células, não apresentam antígenos para os

linfócitos T. Os neutrófilos são os elementos celulares mais numerosos e importantes da resposta inata. Os

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eosinófilos parecem ser importantes, principalmente na respostadiante de infecções parasitárias ou

processos alérgicos, já que seu número aumenta no curso destas reações. A função dos basófilos

provavelmente é similar e complementar à dos eosinófilos e mastócitos. Os mastócitos, cujo precursor

parece ser comum aos basófilos, devido a semelhanças funcionais, também se diferenciam ao chegar aos

tecidos onde residem. Eles se localizam principalmente à margem dos vasos sanguíneos e liberam

mediadores que agem nas paredes vasculares quando ativados.

O progenitor linfoide comum dá origem aos linfócitos. Os linfócitos sãoas células que reconhecem,

especificamente, os antígenos. Sua morfologia típica consiste em uma pequena célula redonda com núcleo

esférico. Apesar da aparência uniforme à microscopia ótica, vários tipos de linfócitos podem ser

distinguidos com base nas suas propriedades funcionais e proteínas específicas que expressam.

A distinção mais fundamental consiste na classificação destas células em duaslinhagens principais,

conhecidas como linfócitos B e linfócitos T. Os linfócitos B, também chamados de células B (de bursa ou

bolsa deFabricius, nas aves, e derivadas da medula óssea, nos mamíferos), quando ativados, proliferam e se

diferenciam em células plasmáticas ou plasmócitos,que são as células efetoras da linhagem B, cuja função

principal é a secreção de anticorpos. Os linfócitos T, ou células T (derivados do timo), se apresentam em

duas classes principais. Uma se diferencia, quando ativada, em células T CD8+ ou citotóxicas, que matam as

células infectadas, ao passo que a outra classe de células T, chamadas de células T CD4+ ou auxiliares,

atuam na ativação de outras células, como os linfócitos B e os macrófagos, além de coordenar a resposta

imunitária.

O receptor de antígeno da célula B (BCR) é uma forma de anticorpo ligada à membrana que a célula B passa

a produzir, após sua ativação e diferenciação em célula plasmática. Os anticorpos são moléculas agrupadas

em uma classe de substâncias denominadas imunoglobulinas, e o receptor de antígeno do linfócito B é

também conhecido como imunoglobulina de membrana.

A imunidade humoral é a principal função das células B e dos plasmócitos, e consiste em secretar

anticorpos no sangue e em outros líquidos orgânicos, resultando efeitos protetores, mediados por líquidos

teciduais. O receptor de antígeno da célula T (TCR) constitui uma classe heterogênea de proteínas de

membrana que, embora estejam relacionadas evolutivamente com as imunoglobulinas, são diferentes

delas, já que estão adaptadas para detectar antígenos derivados de proteínas estranhas ou patógenos que

entram nas células hospedeiras. Todavia, em contraste com as imunoglobulinas, os TCRs nunca são

secretados, de modo que a célula T precisa migrar até as áreas de lesão para exercer seus efeitos

protetores, por meio de contato direto com a célula alvo ou para influenciar as atividades de outras células

do sistema imunitário. Juntamente com os macrófagos, as células T desenvolvem uma categoria de

resposta imune denominada imunidade mediada por células.

A maioria dos linfócitos virgens possui uma sobrevida muito curta,sendo programada para morrer em

poucos dias após ter saído da medula óssea ou do timo. No entanto, se uma dessas células receber sinais

indicando a presença de um imunógeno (antígeno que estimula uma resposta imuneespecífica), ela poderá

responder por meio de um fenômeno conhecido como ativação, durante o qual pode sofrer vários ciclos de

divisão celular.

Algumas das células-filhas retomam ao estado de repouso, tornando-se célulasde memória, que podem

sobreviver por vários anos. Estes linfócitos dememória representam uma grande proporção das células do

sistema imunitário. A outra progênie do linfócito virgem ativado diferencia-se em células efetoras, que

sobrevivem apenas alguns dias, mas que, durante este período, executam atividade que resultam em

defesa.

Outra classe de células linfoides, chamada de células matadoras naturaisou células natural killer (NK), é

desprovida de receptores antígenoespecíficos, sendo parte do sistema imune inato. Essas células circulam

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no sangue como grandes linfócitos, com diferentes grânulos citotóxicos, e sãocapazes de reconhecer e

matar algumas células anormais, tais como células tumorais e células infectadas por vírus. E parecem ser

importantes na defesa contra biopatógenos intracelulares na imunidade inata.

CELULAS:

Linfócitos: são mais comuns no sistema linfático. Os três tipos principais são:

Linfócitos B: Células B produzem anticorpos que se ligam ao patógeno para sua posterior

destruição. Células B também são responsáveis pelo sistema de memória ("guardam resposta

contra um novo ataque do mesmo agente patógeno").

Linfócitos T Auxiliares ou (CD4+): coordena a resposta imune.

Linfócitos T citotóxicos (ou CD8+): Destroem as células infectadas.

Natural killers (ou NK): capazes de matar o vírus

Morfologia: Geralmente os linfócitos entre os leucócitos do sangue são as menores células. Os

linfócitos possuem núcleo esférico, preenchendo quase toda a célula, deixando o citoplasma com pequena

área. O núcleo é bem maciço.

Fig. 1.4 Linfócitos

Linfócitos T e linfócitos B são indiferenciados pela microscopia, sendo portanto, diferenciáveis pelas

técnicas imunocitoquímicas para detecção de receptores específicos de membrana.

Neutrófilos: estão envolvidos na defesa contra infecção bacteriana e outros pequenos processos

inflamatórios. Também são chamados Micrófagos e são o tipo mais abundante no sangue humano. São

leucócitos polimorfonucleados, têm um tempo de vida médio de 6h no sangue e 1-3 dias nos tecidos e são

os primeiros a chegar às áreas de inflamação, tendo uma grande capacidade de fagocitose.

Morfologia: Seu núcleo é polilobulado geralmente apresenta três lóbulos ligados por um fino filamento

nuclear. Seu citoplasma é abundante e possui grânulos finos dispersos. Os seus grânulos são divididos em

primários e secundárias.

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Os primários aparecem no estágio promielócito. Os secundários (específicos) encontrados no estágio

mielocitico e predominantes no neutrófilo maduro.

Eosinófilos: são responsáveis pelo combate às infecções no corpo por parte de parasitas. É classificado

comogranulócito por ter grânulos citoplasmáticos que podem ser visualizados através de microscopia de

luz, seus grânulos são acidófilos (têm afinidade por corantes ácidos) e são corados pelo corante eosina.

Morfologia: Seu núcleo contém dois lóbulos ligados por um fino filamento nuclear.

Seu citoplasma é tomado por grânulos vermelhos-alaranjados.

Macrófagos: Resulta da diferenciação dos Monócitos. Possuem grande capacidade fagocítica. Estão

ausentes no sangue. Intervêm na defesa do organismo contra infecções. Também são ativos no processo

de involução fisiológica de alguns órgãos.

Morfologia: Têm núcleo presente.

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ÓRGÃOS

Timo: é um órgão linfoepitelial e consiste em células epiteliais organizadas nas áreas corticais

(parte externa) e medulares (central) que são infiltradas com células linfóides. O córtex é densamente

povoado por linfócitos de várias dimensões. Está localizado no mediastino anterior. É vital contra a

autoimunidade. É o órgão linfático mais desenvolvido no período pré-natal. Ele involui desde o nascimento

até a puberdade. A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T que vieram da medula óssea

Morfologia: É um órgão dividido em dois lobos, o direito e o esquerdo, revestido por uma cápsula

fibrosa, que vai penetrando pelo parênquima tímico e formando os septos conjuntivos que divide os lobos

em inúmeros lóbulos. Cada lóbulo possui uma zona cortical e uma medular. Tanto a zona cortical quanto a

medular apresentam células de estrutura epitelial misturadas com um grande número de linfócitos T (mais

presentes na zona cortical).

Fig. 1.4Zona cortical; Medular.

Bursa de Fabricius: órgão linfóide, onde são formados os linfócitos B, responsáveis pela produção de

anticorpos. É umdivertículo oval em forma de saco na zona dorsal da parede do proctodeu, uma parte

da cloaca das aves. Os mamíferos não possuem bursa de Fabricius.

Morfologia: Este tecido está dividido em lóbulos poliédricos (folículos) por septos de tecido conjuntivo.

Cada folículo apresenta córtex e medula. Uma camada de células epiteliais indiferenciadas ocupa a periferia

da medula, que é separada do córtex por uma camada capilar.

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Linfonodos: Atuam na defesa do organismo humano e produzem anticorpos. Quando o corpo é

invadido pormicroorganismos, os linfócitos dos linfonodos, próximos ao local da invasão, começam a se

multiplicar ativamente para dar combate aos invasores. Eles “filtram” a linfa que chega até eles, e

removem bactérias, vírus, restos celulares, etc

Morfologia: Os linfonodos são órgãos encapsulados constituídos por tecido linfóide e, em geral,

apresentam o formato de um rim.

O parênquima do linfonodo é dividido em: Região cortical: Nessa região, os linfócitos agrupam-se em

formações arredondadas (folículos ou nódulos). As células predominantes na região cortical são os

linfócitos B. Região medular: Nessa região, os linfócitos agrupam-se em cordões linfáticos, entre os quais se

formam os seios medulares. Região paracortical: Situada entre as duas regiões já citadas, sem limites

morfológicos precisos. Nela, há um predomínio de linfócitos T.

Baço: É o maior dos órgãos linfáticos e faz parte do Sistema Retículo-Endotelial, participando dos processos

dehematopoiese. Função: Formação de linfócitos, destruição de eritrócitos desgastados (hemocaterese),

defesa do organismo contra invasores e armazenamento de sangue. O baço é o único órgão linfóide

interposto na circulação sanguínea, por isso atua como um “filtro” para o sangue.

Morfologia: O baço é um órgão compacto, intensamente corado de violeta (hematoxilina) devido à

presença de uma infinidade de linfócitos. O baço tem dois compartimentos:

Fig. 1.5Polpa

Branca Esplênica e a Polpa Vermelha Esplênica. A polpa branca esplênica é constituída por cordões

irregulares de tecido linfóide denso que se continua com os nódulos ou folículos linfáticos. A polpa

vermelha esplênica é constituída por cordões esplênicos, separados por sinusóides.

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CONCLUSÃO

As células do sistema imune são altamente organizadas como um exército. Cada tipo de célula age de

acordo com sua função. Algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, ou

mensagens de supressão (inibição), outras apresentam o “inimigo” ao exército do sistema imune, outras só

atacam para matar, outras constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou neutralizam

substâncias liberadas pelos inimigos”.

ANOTAÇÕES

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TIPOS DE IMUNIDADE

A imunidade nada mais é do que a capacidade de resistir a organismos ou toxinas que tendem a lesar os

tecidos e órgãos do ser humano. A imunidade divide-se em: Imunidade inata, que abrange: a fagocitose de

agentes invasores por leucócitos e células do sistema de macrófagos teciduais; a destruição de

microrganismos deglutidos pelas secreções ácidas do estômago e pelas enzimas digestivas; a resistência da

pele à invasão por microorganismos; a presença no sangue de certos compostos químicos que se fixam aos

microorganismos estranhos ou às toxinas, destruindo-os (lisozima, polipeptídios básicos, linfócitos

citotóxicos naturais, etc.).

Outra parte da imunidade é a Imunidade adquirida que faz parte do sistema imune especial formador de

anticorpos e linfócitos ativados que atacam e destroem os microorganismos ou toxinas específicas.

IMUNIDADE ADQUIRIDA

A imunidade adquirida quase sempre pode conferir grau extremo de proteção. Por exemplo, a toxina

tetânica, pode ter sua ação anulada em doses até 100.000 vezes a quantidade que seria letal sem

imunidade.

O organismo possui dois tipos básicos e estreitamente ligados de imunidade adquirida: imunidade

humoral ou imunidade das células B, onde o organismo forma anticorpos circulantes, que são moléculas de

globulina capazes de atacar o agente invasor. O outro tipo é a imunidade celular ou imunidade das células

T, onde ocorre a formação de um grande número de linfócitos ativados, produzidos especificamente para

atacar o agente invasor.

IMUNIDADE HUMORAL

É uma subdivisão da imunidade adquirida onde a resposta imunológica é realizada por moléculas existentes

nosangue, denominadas de anticorpos, produzidos pelos linfócitos B, diferente da imunidade mediada por

células, que são realizadas pelos linfócitos T.

É importante no combate a organismos extracelulares e pode ainda haver participação de

mastócitos/basófilos, com eliminação de grânulos contendo substâncias com atividade microbicida.

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Tipos de Imunidade humoral:

Ativa natural: adquirida através de doença clínica ou subclínica

Ativa artificial: adquirida por meio de vacinas

Passiva natural: passagem de IgG por meio da placenta (congênita)

Passiva artificial: passagem de anticorpos prontos (Ex. soro antitetânico)

ANTÍGENOS

A imunidade adquirida não ocorre até que haja uma primeira invasão. Cada toxina ou tipo de

microrganismo contém quase sempre um ou mias compostos químicos específicos na sua estrutura que

difere de todos os outros compostos. Em geral trata-se de proteínas ou polissacarídeos, sendo eles que

desencadeiam a imunidade adquirida. Essas substâncias são conhecidas como antígenos.

FUNÇÃO DOS LINFÓCITOS NA IMUNIDADE ADQUIRIDA

A imunidade adquirida é o produto do sistema linfóide do organismo. Os linfócitos são essenciais para a

vida humana. Os indivíduos com deficiência genética ou que tiveram seus linfócitos destruídos por

irradiação ou substâncias químicas, não podem desenvolver qualquer imunidade adquirida.

Os linfócitos localizam-se predominantemente nos linfonodos, mas também são encontrados em tecidos

especiais, como o baço, áreas submucosas do tubo gastrointestinal e medula óssea. O tecido linfóide possui

distribuição muito propícia no organismo para interceptar os microrganismos invasores ou as toxinas antes

que possam disseminar-se extensamente.

Ambos os tipos de linfócitos originam-se no embrião a partir de células-tronco hemopoéticas pluripotentes

que se diferenciam e se tornam compromissadas para formar linfócitos. Eles ainda sofrem maior

diferenciação da seguinte maneira:

Os linfócitos destinados eventualmente a formar linfócitos ativados migram a princípio para o timo

(linfócitos T). São responsáveis pela imunidade celular.

A outra parte dos linfócitos, destinada a produzir anticorpos, é pré-processada pela medula óssea

(linfócitos B). São responsáveis pela imunidade humoral.

O PAPEL DO PRÉ-PROCESSAMENTO

Felizmente, o mecanismo imune normalmente “reconhece” os tecidos da própria pessoa como totalmente

distintos dos tecidos dos invasores, de modo que seu sistema de imunidade forma poucos anticorpos e

células ativadas contra seus próprios antígenos. Esse fenômeno é conhecido como autotolerância aos

próprios tecidos do corpo. A maior parte do mecanismo de tolerância ocorre durante o processamento dos

linfócitos T no timo e linfócitos B na medula óssea.

Existe também outro tipo de autotolerância que é formado pelas células T supressoras. Elas atuam quando

ocorre uma reação auto-imune contra os próprios tecidos do organismo servindo numa espécie de

feedback negativo a esta reação. Este processo ainda não foi totalmente elucidado.

Falhas no mecanismo de tolerância causam as chamadas doenças auto-imunes. Geralmente, o processo de

perda de parte da tolerância imune aos próprios tecidos ocorre com o avanço da idade. Exemplos mais

clássicos de doenças auto-imunes estão o lúpus e o reumatismo.

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VACINAÇÃO

A vacinação é um processo que provoca imunidade adquirida contra doenças específicas. A vacinação pode

ser basicamente de três maneiras: utilizando microrganismos mortos, que não são mais capazes de causar

doença, mas que ainda possuem seus antígenos químicos (utilizados basicamente em doenças bacterianas).

O segundo tipo de vacinação utiliza-se de toxinas previamente tratadas com substâncias químicas, de modo

que sua natureza tóxica tenha sido destruída, com preservação dos antígenos para causar imunidade

(utilizados contra botulismo e demais doenças tóxicas). O terceiro tipo de vacinação utiliza-se de

microrganismos vivos previamente “atenuados”. Esses microrganismos cresceram em meios de cultura

especiais ou passaram por uma série de animais até sofrerem mutações suficientes para não causar mais a

doença, mas ainda possuírem antígenos específicos (utilizados basicamente em doenças causadas por

vírus).

IMUNIDADE PASSIVA

Toda imunidade adquirida discutida até o momento foi a imunidade ativa, ou seja, o próprio

indivíduo desenvolveu anticorpos e linfócitos ativados em resposta à invasão por antígeno estranho.

Contudo, pode-se obter imunidade temporária em um indivíduo sem injetar qualquer tipo de antígeno.

Para isso, administram-se anticorpos, células T ativadas ou ambos, obtidos de outra pessoa ou de algum

animal que tenha sido ativamente imunizado contra o antígeno. Os anticorpos permanecerão entre duas e

três semanas e, durante esse tempo, a pessoa ficará protegida contra a doença invasora. Esta transfusão de

anticorpos é chamada imunidade passiva.

IMUNOGLOBULINA

Anticorpos (Ac), imunoglobulinas (Ig), são glicoproteínassintetizadas e excretadas por células plasmáticas

derivadas dos linfócitos B, os plasmócitos, presentes no plasma, tecidos e secreções que atacam proteínas

estranhas aocorpo, chamadas de antígenos, realizando assim a defesa do organismo (imunidade humoral).

Depois que o sistema imunológico entra em contato com um antígeno (proveniente de bactérias, fungos,

etc.), são produzidos anticorpos específicos contra ele.

Há cinco classes de imunoglobulina com função de anticorpo: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Os diferentes tipos se

diferenciam pela suas propriedades biológicas, localizações funcionais e habilidade para lidar com

diferentes antígenos.

As principais ações dos anticorpos são a neutralização de toxinas, opsonização (recobrimento)

de antígenos, destruição celular e fagocitose auxiliada pelo sistema complemento.

IgM é a primeira imunoglobulina a ser expressa na membrana do linfócito B durante seu

desenvolvimento. Na membrana das células B, a IgM está na forma monomérica. O primeiro

anticorpo produzido numa resposta imune primária é sempre IgMpentamérica.

IgD perfaz menos de 1% do total de imunoglobulinas plasmáticas e a função biológica precisa

dessa classe de imunoglobulina é ainda incerta. A IgD é co-expressa com a IgM na superfície de

quase todas as células B maduras.

IgG é a imunoglobulina mais abundante no soro e está distribuída uniformemente entre os

espaços intra e extravasculares. É o anticorpo mais importante da resposta imune secundária. Em

humanos, as moléculas de IgG de todas as subclasses atravessam a barreira placentária e conferem

um alto grau de imunidade passiva ao feto e ao recém-nascido.

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IgA é a imunoglobulina predominante nas secreções mucosserosas como saliva, colostro, leite e

secreções traqueobronquiais e geniturinárias.

IgE é encontrada nas membranas superficiais dos mastócitos e basófilos em todos os indivíduos.

Essa classe de imunoglobulina sensibiliza as células nas superfícies das mucosas conjuntiva, nasal e

brônquica. A IgE pode, ainda ter papel importante na imunidade contra os helmintos, embora nos

países desenvolvidos esteja mais comumente associada a reações alérgicas como asma e febre do

feno.

Sistema completo

O nome complemento foi originado a partir da atividade complementar deproteínas na ação

bactericida de alguns Acs. O sistema complemento é um complexoproteico existente no plasma, sob a

forma inativa, constituído por substânciastermolábeis e/ou termoestáveis; e que tem como função a

eliminação de um agenteestranho pela ativação de mecanismos inespecíficos, que se constitui de:

Fagocitose - quando algumas proteínas ativadas do complemento unem-se

bactérias, opsonizando-as para ingestão pelos fagócitos portadores de

raceptores do complemento;

Reação inflamatória - quando os pequenos fragmentos de proteínas

promovem eventos vasculares e recrutam fagócitos ao local da atividade

inflamatória.

Lise - quando uma vez desencadeada a cascata, os componentes terminaisdo complemento lesam

certas bactérias, vírus e células com a formação deporos na membrana celular.

Além dessas três funções, o sistema complemento também é responsávelpela depuração imune,

que consiste na remoção de complexos imunes da circulaçãono baço e no fígado. Este sistema, com cerca

de 30 proteínas ou mais, interage porativação enzimática. O complemento pode agir sozinho ou com Ac e

são conhecidas3 vias, a clássica, a alternativa e a via das lectinas. A via clássica é ativada porcomplexos

imunes, enquanto as vias alternativa e das lectinas são ativadas pormicrorganismos. Todas as vias de

ativação convergem para uma etapa final de reação

em cadeia denominada sequência comum

ENSAIOS IMUNOENZIMÁTICOS – ELISA

Os estudos preliminares que tornaram passíveis de execução os métodosimunoenzimáticos foram

realizados, simultaneamente, em 1966, por Nakane e Pierce, nos Estados Unidos, e por Avrameas e Uriel,

na França, com autilização da peroxidase (horseradishperoxidase - HRP) para a confecção de conjugados

proteicos, tendo como precursor o processo de marcação deproteínas com corantes fluorescentes, criado

por Coons, em 1941.

Em 1971, dois grupos de pesquisadores, um holandês, formado porVan Weemen e Schurs, e um sueco,

formado por Engvall e Perlmann, idealizarame introduziram, pioneiramente, o método imunoenzimático

para detecçãoe quantificação de antígenos ou anticorpos específicos. Estes grupos observaramque

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proteínas poderiam ser imobilizadas em uma superfície sólida depoliestireno e a reação imune, ser

revelada pela formação de produtos coloridosda reação enzima-substrato, na presença de um componente

doador deelétrons, denominado cromógeno.

O método ELISA, quando efetuado em ótimas condições (enzimasaltamente ativas, antígenos puros,

substratos de alta qualidade, anticorpo econjugado), apresenta sensibilidade semelhante ao

radioimunoensaio, com avantagem de não ser necessário utilizar material radioativo. Entretanto,

essemétodo apresenta algumas desvantagens, pois alguns substratos usados nessas reações são

teratogênicos e a presença de enzimas endógenas interferem nosresultados quando se usa células inteiras

como antígenos.

A reação é desenvolvida frequentemente em placas plásticas demicrodiluição (suporte), contendo séries de

orifícios, onde são depositados osimunorreagentes, antígenos ou anticorpos, dependendo do objetivo do

método.

O processo de revestimento da placa com o imunorreagente adequadodenomina-se sensibilização. Para

sensibilizar a placa deve-se tratar oimunorreagentecom solução alcalina, deixando-o com carga efetiva

negativa, eassim promover, passivamente, a adsorção à placa por interações eletrostáticas (forças

coulômbicas), as quais ocorrem em virtude das cargas positivas dopoliestireno ou polivinil

(polyvinylchloride - PVC) utilizado para confeccioná-las. Além das placas de microdiluição de 96 cavidades,

também são utilizadosoutros suportes, entre os quais, esferas de sefarose, esferas de poliestireno oude

PVC, ou tubos de poliestireno ou PVC, que possibilitam a adsorçãoadequada da maioria dos

imunorreagentes.

As etapas de lavagem das placas de microdiluição interpõem-se às demaisetapas de execução do método e

servem para retirar excessos de imunorreagentesnão ligados. Podem ser usados procedimentos manuais

ou automáticos, que vãodesde o uso de jorradeiras contendo a solução de lavagem, ou de pente

multicanaladaptado a um sistema de vácuo (lavadora semiautomática), até a utilização delavadoras de

placas automáticas, que reduzem o tempo de realização do teste eproporcionam maior uniformidade ao

processo.

O revestimento da superfície interna da placa de ELISA, pelo menosno plano teórico, não é absoluto e,

portanto, algumas regiões permanecemlivres de ligação. espaços devem ser ocupados com qualquer

moléculaalheia ao sistema reacional, no sentido de reduzir, ou mesmo evitar, a ligaçãoinespecífica, não

imune, de componentes da amostra, geradores de reaçõesindesejáveis que possibilitam falsas

interpretações. A cobertura destes espaçosvazios é chamada de bloqueio. Entre as proteínas mais

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empregadas nesta etapadestacam-se a soro albumina bovina (BSA), a ovalbumina e a caseína, além deum

complexo proteico, como o soro de cobaia.

Dependendo do material a ser pesquisado, pode-se conjugar antígenoscom enzimas (Ag-E) e anticorpos ou

anti anticorpos com enzimas (Ac-E).

Enzimas são macromoléculas de natureza proteica, com função biológicade alto poder catalítico de

reações químicas e elevada especificidade aosubstrato correspondente. As mais usadas nestes testes são a

fosfatasealcalina e a peroxidase.

Para revelar a presença da enzima no complexo formado, utiliza-se umasolução reveladora, que consiste

em um tampão adequado, onde se adicionamo substrato correspondente à enzima conjugada e um

componente doador deelétrons (cromógeno). A enzima conjugada quebra o substrato e seus

produtosatuam no cromógeno, alterando a coloração do sistema .

Esquema do ensaio imunoenzimático ELISA indireto,para pesquisade anticorpos específicos

A leitura da reação em condições de trabalho de campo pode ser feitade forma visual, simplesmente pela

observação da alteração da coloração. Emcondição laboratorial utiliza-se espectrofotômetro apropriado

para leitura dosorifícios das placas, que transforma a intensidade de cor em números. Quantomaior a

leitura, maior será a concentração de enzima conjugada e,consequentemente, maior será a concentração

da substância pesquisada emtécnicas não competitivas.

O método ELISA pode ser classificado de acordo com sua atividadede amplificação, ou seja, por métodos

diretos não competitivos, ou baseados em sua atividade moduladora, que são métodos competitivos.

O ELISA direto é mais usado em imuno-histoquímica. Seu fundamentoconsiste na utilização de anticorpos

primários marcados com enzima, que se combinam especificamente aos antígenos presentes em cortes

histológicos. Aaplicação da solução reveladora destaca o material pesquisado.

O ELISA indireto é empregado para a pesquisa de anticorpos, ondeamostras de soro ou plasma são

colocadas para reagir com antígenos imobilizadosem uma fase sólida (placas de ELISA). Posteriormente, são

revelados comauxílio de conjugado enzimático específico levando a formação de um produtocorado ao agir

sobre substratos cromogênicos. Para pesquisa de antígenospresentes em material biológico, a amostra é

posta para reagir com anticorposespecíficos imobilizados na fase sólida.

O ELISA competitivo consiste na pesquisa de antígeno, onde oanticorpo é mobilizado na fase sólida e o

antígeno correspondente compete com uma quantidade padronizada e marcado para sítios de combinação

disponível. Nesse caso, a redução da reação indica maior quantidade de antígenona solução. Para pesquisar

anticorpos, o antígeno é imobilizado e poderá seligar ao anticorpo da amostra ou ao já conhecido e

marcado (conjugadoenzimático), para, assim, decrescer a intensidade de coloração da reação. Emambos os

métodos competitivos (Figura 30), dois procedimentos podem serseguidos: a competição simultânea, cujo

antígeno ou anticorpo marcado éadicionado junto com a amostra; ou a saturação sequencial, onde o

antígenoou anticorpo é adicionado primeiro, seguido de uma incubação com oimunorreagente marcado.

WESTERN BLOT – WB

A técnica de Western Blotting, também chamada de immunoblottingou imunoeletrotransferência, é uma

ferramenta de grande utilidade para acaracterização de antígenos, ou para pesquisa de anticorpos

específicos paraum determinado componente antigênico.

A técnica de WB baseia-se numa combinação de três métodos muitoaplicados em biologia molecular: a

separação de macromoléculas através deeletroforese em gel de poliacrilamida, na presença de duodecil-

sulfato desódio (SDS-PAGE); sua transferência eletrolítica para membranas (geralmentede nitrocelulose); e

o ensaio de revelação, utilizando anticorpos ou proteínaA, marcados por enzimas, radionuclídeos,

fluorocrômos, metais coloidais oucomplexobiotinina-avidina-peroxidase.

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Assim, as proteínas de um dado antígeno são separadas, transferidaseletroliticamente para membranas de

nitrocelulose e postas a reagir com anticorposmarcados. No final, a reação antígeno-anticorpo é revelada

por meio deimunocomplexos formados com proteínas definidas, e facilmente identificadaspelos seus pesos

moleculares característicos.

A origem do nome Western Blotting partiu de uma brincadeira acadêmicabaseada no nome Southern, do

autor de um método de eletrotransferênciade fragmentos de ácidos nucleicos (DNA), que recebeu o nome

de SouthernBlot. Pouco tempo mais tarde, Alwine e cols conseguiram fazer uma adequação na técnica de

Southern Blotting, que se consistiu na eletrotransferência deácido ribonucleico (RNA), o qual, por sua vez,

foi analisado através desondas de DNA. Assim, seguindo o princípio da brincadeira inicial,

resolveusechamar a nova técnica de NorthernBlotting. Pouco mais tarde, em 1979,Towbin, Staehelin e

Gordon desenvolveram o método de eletrotransferênciade proteínas. Para seguir a já então tradicional

forma de referir-se ao métodoresolveu-se batizar a nova técnica de Western Blotting.

A razão para transferirem-se proteínas, a partir de um gel de poliacrilamidapara uma membrana sintética,

está na possibilidade de manuseio contínuo do material para análise, além de se poder trabalhar com

vários reveladores aomesmo tempo, ou com sondas de elevado peso molecular, uma vez que

apoliacrilamida não é um material muito adequado para que moléculas de grandetamanho sejam

difundidas.

As membranas mais utilizadas para o blotting são derivadas danitrocelulose. Apesar disso, elas são frágeis e

apresentam uma baixa capacidadede ligação às macromoléculas eletrotransferidas. As membranas de

nylonsão muito mais resistentes e ligam-se muito fortemente às proteínas. Suacapacidade de ligação é seis

vezes maior que a das membranas de nitrocelulose.

Sua limitação está relacionada a não impregnação por corantes, comumenteempregados na revelação de

proteínas (azul de Comanssie e negro de amido), e à grande quantidade de reações inespecíficas,

requerendo, assim,um bloqueio muito bem feito antes de se desenvolver o ensaioimunoenzimático para a

revelação do Western Blotting.

Outro aspecto muitoimportante é a porosidade da membrana. Recomenda-se a utilização demembranas

com 0,45mm para o uso genérico e com diâmetros bastantemenores 0,2mm para estruturas proteicas, com

pesos moleculares inferioresa 20 kDa. As melhores membranas, embora sendo bastante caras, são asde

difluoreto de polivinilideno (PVDF). Elas combinam a excelente capacidade ligante e a resistência mecânica

à manipulação necessária para a elaboração das fitas, contendo proteínas eletrotransferidas.

Teste imunocromatográfico

O dispositivo de imunocromatografia é composto de uma membranaporosa de celulose modificada e

membranas absorventes acessórias de fibra devidro, contendo os elementos de reação, ajustadas em um

invólucro plásticoapropriado com uma janela para se acrescentar a amostra de teste e outra paraleitura do

resultado da reação. O princípio de funcionamento do testeimunocromatográfico baseia-se na reação

específica antígeno-anticorpo e seconstitui por uma fase sólida (membrana porosa), onde estão

imobilizadoselementos de captura, e por uma fase móvel, onde estão suspensos o conjugado(que pode ser

a proteína A, ligada ao ouro coloidal ou outros conjugadosdisponíveis) e a molécula alvo da amostra.

A fase móvel migra sobre a fase sólida por efeito de capilaridade,conduzindo o complexo formado entre a

molécula alvo e o conjugado, que,por sua vez, será retido na linha de captura da fase sólida, formando

umcomplexo macromolecular colorido visível ao olho humano. Caso a amostranão contenha a molécula

alvo, esta linha de reação não se formará. Umasegunda linha de reação, denominada linha de controle, se

forma pela capturado conjugado livre, que permite a confirmação da migração da fase móvel

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Imuno-histoquímica

A imuno-histoquímica (IHQ) reúne a interação antígeno anticorpo invitro, técnicas histológicas e reações

químicas, em um método que permitedetectar diferentes estruturas de tecidos, revelados por diversos

tipos de processosde visualização. É utilizada no diagnóstico anatomopatológico de váriasdoenças

degenerativas ou parasitárias, bem como na identificação de estruturas normais em estudos de histologia

básica. As técnicas de IHQ permitem alocalização de proteínas nas células de uma seção de tecido, fixados

em formolou incluído em blocos de parafina. Existe, atualmente, a disponibilidade de umnúmero crescente

de anticorpos para uso em IHQ, o que vem possibilitadouma maior precisão diagnóstica.

Existem dois tipos de técnicas de imuno-histoquímica:

Técnica direta- Os anticorpos primários são ligados a um marcadorapropriado, e o corte de tecido,

que contém antígenos específicos,é incubado com o anticorpo durante algum tempo. Após a

interaçãoentre os anticorpos e as proteínas, os anticorpos que não se ligaram são removidos por

lavagem. Dependendo do marcador utilizado, aleitura da reação será realizada pela microscopia

adequada; paramarcadores fluorescentes, por exemplo, o corte é observado pormicroscopia de

imunofluorescência, enquanto para outros marcadores,utiliza-se a microscopia ótica convencional.

Técnica indireta- Nesta técnica, se utiliza o anticorpo primárioespecífico para uma determinada

proteína e para o anticorpo secundário, uma anti-imunoglobulina marcada que reconhece

oanticorpo primário. O corte de tecido é incubado com o anticorpoespecífico para determinada

proteína. Depois de lavado, é incubadocom o imunoconjugado, que se vai ligar ao anticorpo

primário.

Em seguida, há a observação por microscopia adequada, dependendodo marcador utilizado.A técnica de

IHQ pode também estar associada a um processoenzimático de coloração, como ao complexo avidina-

biotina-enzimacromógeno. O complexo é formado pela ligação de umamolécula de estreptavidina com

várias de biotina associadas a uma enzima(peroxidase ou fosfatase alcalina), que tem como função a

conversão deum cromógeno incolor em um produto final colorido. O cromógeno maisutilizado é o DAB

(diaminobenzidina), que confere cor marrom-ferruginosaao precipitado permanente.

O anticorpo marcado com a peroxidase pode se ligar a sítios teciduaisinespecíficos, prejudicando a

resultado do exame. A utilização de proteínas inertes alheias ao sistema reacional, tais como soro fetal

bovino, soro albuminabovina ou caseína, ao competirem com os sítios de ligação inespecíficos, reduzem a

reação inespecífica. A peroxidase endógena, encontrada em diferentestecidos, também pode mascarar

uma reação e deve ser inibida pelaincubação prévia do corte com peróxido de hidrogênio. A fosfatase

alcalinaestá amplamente distribuída nos tecidos humanos e é encontrada em altasconcentrações na

mucosa intestinal e nos túbulos proximais dos rins, entreoutros tecidos. A biotina endógena, assim como as

outras proteínas utilizadasna IHQ, também é encontrada em tecidos, particularmente no fígado, pulmão,

baço, tecido adiposo, glândula mamária, rim e cérebro. A atividade dabiotina pode ser suprimida pelo uso

de tampões alcalinos, pela pré-incubaçãocom avidina ou com leite desnatado.

A avidina é uma glicoproteína básica com PM de aproximadamente68 mil, obtida a partir da clara do ovo de

várias espécies de aves. A moléculade avidina é quadrivalente e simétrica, onde cada lado da molécula

contém umpar de receptores para a biotina. A estreptavidina, obtida a partir do Streptomycesavidinii,

possui ponto isoelétrico próximo ao neutro e mantém as propriedadesde ligação da avidina sem apresentar

prejuízos ao resultado final. O sistemaavidina-biotina permite a amplificação de sinal, pois muitas

moléculas de biotina podem se ligar a um anticorpo. E a adição da avidina marcada com

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corantesfluorescentes, ou com enzimas, resultam em uma amplificação da reação, facilitandoa visualização

do corte corado.

Preparação do tecido

Tipicamente, amostras podem ser tomadas, tanto de um tecido biológico quanto de uma cultura de células.

As amostras são resfriadas ou aquecidas rapidamente. Elas são homogenizadas por sonicação (quebra das

células por ondas sonoras de alta freqüência) ou por força mecânica. O resultante é a mistura homogênea

dos componentes da célula, e pode ser usado da forma que está ou sujeita a centrifugação em uma série de

passos para se isolar as frações do material citosóico (material do interior da célula externo ao seu núcleo)

e nuclear. Na amostra preparada é então quantificada, para que uma quantidade consistente de proteína

possa ser retirada de cada amostra diferente.

As amostras são fervidas de um a cinco minutos em uma solução tampão, contendo corante, um composto

sulfuroso e um detergente conhecido como dodecil sulfato de sódio (SDS). A ebulição e o detergente

desnaturam a proteína, desenovelando-a completamente. O SDS então cerca a proteína, deixando-a

coberta por uma carga negativa, e o enxofre impede a formação de pontes de dissulfeto na proteína.

Eletroforese em gel

As proteínas da amostra são separadas de acordo com o peso molecular usando-se a eletroforese em

gel. Géis têm várias formulações dependendo do laboratório, peso molecular das proteínas de interesse e

tampões disponíveis, os géis de poliacrilamida são os mais comuns. Desde que as proteínas caminham

apenas em uma direção ao longo do gel, as amostras são carregadas lado-a-lado em "valas" feitas no gel. As

proteínas são então separadas por massa em "bandas" dentro de cada canaleta. Uma canaleta é reservada

para um "marcador", ou ladder, uma mistura disponível comercialmente de proteínas de pesos

moleculares conhecidos.

Também é possível usar um gel 2-D que separa as proteínas de uma única amostra em duas dimensões e as

proteínas são separadas na primeira dimensão de acordo com o ponto isoelétrico (pH no qual elas têm uma

carga total igual a zero), e na segunda de acordo com seus pesos moleculares.

Transferência

A fim de fazer as proteínas acessíveis à detecção do anticorpo, elas são movidas do gel para uma

membrana de nitrocelulose ou de PVDF. A membrana é colocada face-a-face com o gel, e uma corrente

elétrica é aplicada entre grandes placas de cada lado, então as proteínas carregadas se movem do gel para

a membrana enquanto mantém a mesma disposição que continham no gel. Como resultado desse processo

de "borramento" (blotting em Inglês), as proteínas são expostas a uma fina camada para detecção (veja

abaixo). Ambas as variedades de membranas são escolhidas por suas propriedades de ligar proteínas não

especificamente (isto é, liga todas as proteínas igualmente bem). A ligação das proteínas à membrana é

baseada tanto em interações hidrofóbicas quanto em interações de cargas entre a membrana e as

proteínas. As membranas de nitrocelulose são mais baratas que as de PVDF, porém são mais frágeis e não

suportam bem a repetidas amostragens.

Bloqueio

Desde que a membrana foi escolhida por sua habilidade de ligar proteínas, passos precisam ser feitos para

impedir as interações não específicas entre a membrana e o anticorpo usado para a detecção da proteína

alvo. O bloqueio da ligação não específica é alcançado pondo-se a membrana em uma solução diluída de

uma proteína - tipicamente albumina de soro bovino (BSA) ou leite seco desnatado, com uma pequena

quantidade de detergente como Tween 20 ou carbono coloidal.

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Detecção

Durante o processo de detecção testa-se a membrana com anticorpos da proteína de interesse, e se liga

eles com uma enzimareveladora, a qual leva a uma mudança de cor ou sinal fotométrico. Por uma

variedade de razões, isto tradicionalmente toma lugar em processo de dois passos, embora existam

métodos de detecção de um passo disponíveis para certas aplicações.

Método de dois passos

Anticorpo primário:

Anticorpos são gerados quando uma espécie hospedeira ou uma cultura de células imunes são

expostos à proteína de interesse (ou a uma parte dela). Normalmente uma parte da resposta imune é

colhida e usada como ferramenta de detecção específica e sensível que se liga à proteína diretamente - por

isso anticorpo primário.

Depois de bloqueada a membrana, uma solução diluída do anticorpo primário (geralmente entre 0,5 e

5 microgramas/mL) é encubada com a membrana sobre leve agitação. Tipicamente, a solução é composta

de uma solução salina tamponada, e às vezes com BSA ou leite em pó. A solução de anticorpos e a

membrana podem ser seladas e incubadas juntas de 30 minutos a uma noite. Também podem ser

incubadas em diferentes temperaturas, com temperaturas mais altas sendo associadas com mais ligações,

tanto específicas à proteína alvo (o sinal) e não específicas (o ruído).

Anticorpo secundário

Depois de se enxaguar a membrana para remover o anticorpo primário não ligado, ela é exposta a

outro anticorpo, direcionado a porções espécies-específicas do anticorpo primário. Este é conhecido como

anticorpo secundário. Ele geralmente é ligado a biotina ou a uma enzima reveladora como por

exemplo fosfatase alcalina. Esse passo confere a vantagem de que vários anticorpos secundários se ligarão

a um anticorpo primário, providenciando um sinal intensificado.

Mais comumente, uma peroxidase - ligada secundariamente é usada em conjunção com um

agentequimioluminescente, e a reação produz fluorescência proporcionalmente à quantidade de proteína.

Um filme fotográfico é colocado contra a membrana, e exposta à luz da reação é criada a imagem dos

anticorpos ligados ao blot.

Com os procedimentos ELISPOT e ELISA, a enzima pode ser provida com uma molécula substrato

que será convertida pela enzima a um produto colorido de reação que será visível na membrana (veja a

figura acima com as bandas azuis).

Uma terceira alternativa é usar um marcador radioativo acoplada ao anticorpo secundário, por

exemplo marcando uma proteína capaz de se ligar ao anticorpo como a proteína A de Staphylococcus com

um isótopo radioativo de iodo. Desde que outros métodos são mais seguros, mais rápidos e mais baratos;

isto caiu em desuso.

Método de um passo

Historicamente, o processo de sondagem era feito em dois passos por causa da relativa facilidade em se

produzir anticorpos primários e secundários em diferentes processos. Isso dá aos pesquisadores e

corporações grandes vantagens em termos de flexibilidade, e adiciona um passo de amplificação ao

processo de detecção. Dado ao advento da análise em larga escala de proteínas e menores limites de

detecção, contudo, tem havido o interesse de se desenvolver sistemas de sondagem em um passo os quais

permitam o processo ocorrer mais rapidamente e com um menor material consumido. Isso requer um

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anticorpo sonda que reconheça tanto a proteína de interesse e que tenha uma marcação detectável

(sondas que estão freqüentemente disponíveis para seqüências proteicas conhecidas). A sonda primária é

incubada com a membrana de uma forma similar àquela do anticorpo primário do processo de dois passos,

e então está pronta para a detecção direta depois de uma série de passos de lavagem.

Depois das sondas não ligadas serem lavadas, o Western blot está pronto para a detecção das sondas

marcadas e ligadas à proteína de interesse. Em termos práticos, nem todos os Westerns blots revelam

proteínas em apenas uma banda da membrana. Aproximações de tamanho são tomadas pela comparação

das bandas coloridas àquelas do marcador ou ladder carregado durante a eletroforese. O processo é

repetido para uma proteína estrutural, como actina ou tubulina, que não devem mudar entre amostras. A

quantidade de proteína alvo é indexada à proteína estrutural para o controle entre grupos. Essa prática

garante a correção do total de proteína na membrana no caso de erros ou transferência incompleta.

Detecção colorimétrica

O ingenuo da detecção colorimétrica depende da incubação do Western blot com um substrato que reage

com a enzima reveladora (com a peroxidase) que é ligada ao anticorpo secundário. Isso converte o corante

solúvel em uma forma insolúvel de uma cor diferente que precipita próximo à enzima e então colore a

membrana de nitrocelulose. O desenvolvimento da mancha é então parado lavando-se o corante solúvel.

Os níveis de proteína são avaliados por densitometria (o quão intensa a mancha é) ou espectrofotometria.

Quimioluminescência

Os métodos de detecção quimioluminescentes dependem da incubação do Western blot com um substrato

que fluoresce quando exposto à enzima reveladora no anticorpo secundário. A luz é então detectada por

um filme fotográfico ou mais recentemente por câmeras CCD as quais capturam uma imagem digital do

Western blot. A imagem é analisada por densitometria, a qual avalia a quantidade de proteína colorida e

quantifica os resultados em termos de intensidade óptica. Novos softwares permitem uma análise mais

além da informação como a análise do peso molecular se padrões apropriados forem usados. A detecção

de quimioluminescência ampliada é considerada entre os métodos mais sensíveis para análise em blot.

Detecção radioativa

Marcadores radioativos não requerem substratos enzimáticos, mas em vez disso permitem a colocação de

filmes médicos de raios-Xdiretamente contra o Western blot, o qual exposto à sonda cria regiões escuras as

quais correspondem às bandas da proteína de interesse (veja a imagem à direita). A importância dos

métodos de detecção radioativa está declinando, porque são muito caros, apresentam riscos à saúde e à

segurança e a detecção quimioluminescente prevê uma alternativa mais útil.

Detecção fluorescente

A sonda marcada fluorescentemente é excitada por luz e a emissão da excitação é então detectada por um

fotosensor como uma câmera CCD equipada com filtros de emissão apropriados os quais capturam uma

imagem digital do Western blot e permitem uma análise mais além dos dados como a análise do peso

molecular e uma análise quantitativa do Western blot. Fluorescência é considerada entre os métodos mais

sensíveis para análise em blot.

Uma diferença marcante entre membranas de nitrocelulose e de PVDF diz relação à habilidade de cada

uma de suportar a revelação dos anticorpos e de reusar a membrana para sondas subseqüentes de

anticorpos. Enquanto existem protocolos bem estabelecidos disponíveis para a revelação de membranas de

nitrocelulose, a mais dura PVDF permite uma revelação mais fácil, e mais reuso antes do ruído de fundo

limitar os experimentos. Outra diferença é que, diferente da de nitrocelulose, a de PVDF precisa sem

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embebida emmetanol 100% ou isopropanol antes do uso. As membranas de PVDF também tendem a ser

mais densas e muito mais resistentes ao dano decorrido da manipulação normal.

O teste confirmatório de HIV emprega um Western blot para detectar o anticorpo anti-HIV na

amostra de soro humano. Proteínas de células conhecidas infectadas com o HIV são separadas

e "blotadas" em uma membrana como acima. Então, no soro a ser testado é aplicado o

anticorpo primário no passo de incubação; o anticorpo livre é lavado, e um anticorpo anti-

humano secundário é ligado, e uma enzima reveladora é adicionada. As bandas impregnadas

então indicam os anticorpos do soro dos pacientes marcados com o anticorpo anti-humano.

Um Western blot também é um teste definitivo para a doença da vaca louca.

Algumas formas do teste da Doença de Lyme empregam o Western blot.

GLOSSÁRIO DE IMUNOLOGIA

ADCC Citotoxicidade celular dependente de anticorpo. Lise de células-alvo

através da ação de anticorpos e neutrófilos, macrófagos ou células nulas.

Adjuvante Material que facilita a resposta imune normal.

Afinidade

Medida da força de ligação entre um sítio de combinação de anticorpo e

um determinante anti gênico. É calculado através da lei de ação das

massas e é expressa em litros de mol.

Aglutinação Ajuntamento de antígenos particulados tais como bactérias ou

eritrócitos pela ação de anticorpos.

Alérgeno Antígeno que estimula a produção de anticorpos reagínicos.

Alergia

Termo que atualmente engloba qualquer conseqüência adversa,

imunologicamente mediada, devido a exposição a antígenos, mas que

deveria ser restrita à descrição da hipersensibilidade imediata (Tipo I).

Aloenxerto Enxerto entre animais alogênicos. (O termo homoenxerto foi

anteriormente empregado neste sentido).

Alogênico Genéticamente diferente porém da mesma espécie.

Alotipo Determinantes antigênicos geneticamente controlados encontrados em

moléculas de proteínas dealguns indivíduos de uma espécie.

Anafilaxia

Forma de hipersensibilidade imediata (Tipo I) mediada pôr anticorpos

reagínicos e resultante da liberação aguda de agentes

farmacologicamente ativos por mastócitos ou basófilos. Pode ser lo cal

ou sistêmica.

Anergia Ausênsia de imunidade mediada por células (usualmente uma resposta

de hipersensibilidade tardia) em um animal que foi sensibilizado.

Animal gnotobiótico Animal que é estéril ou contaminado com uma população conhecida de

bactérias.

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Anticorpo

Imunoglobulinas formadas em resposta à introdução de material dentro

do corpo que é por ele reconhecido como estranho. Sua propriedade

característica é combinar-se com o material indutor (antígeno) em

condições fisiológicas.

Anticorpo bloqueador

Anticorpo não citotóxico, não fixador de complemento que, através do

revestimento de células, pode protegê-las contra a destruição mediada

por células.

Anticorpo reagínico Anticorpo que media a hipersensibilidade tipo I , isto é , IgE e algumas

subclasses de IgG.

Anticorpos citofílicos Imunoglobulinas que são capazes de se ligar a receptores celulares

devido a um sítio específico em sus região Fc.

Anticorpos homocitrópicos

Termo que inclui anticorpos citofílicos e todos os anticorpos que se ligam

especificamente a células na mesma espécie, como aquelas em que eles

são produzidos. Por convencão, o uso desse termo é restrito àqueles

anticorpos que se ligam a mastócitos ou basófilos e ediam a

hipersensibilidade tipo I, isto é, anticorpos reagínicos.

Anticorpos incompletos

A nticorposque , embora possam se ligar a partículas antígênicas, são

incapazes de agregá-las e provocar sua aglutinacão. É preferível o termo

anticorpos não aglutinantes. Estes podem ser detectados através de um

teste de antiglobulina.

Antígeno Material que pode provocar uma resposta imune.

Antígeno de

histocompatibilidade

Antígenos encontrados na superfície de células nucleadas característicos

de um indivíduo que provocam rejeição de aloenxerto e regulam as

repostas imunes.

Antígenos heterófilos

Determinantes antigênicos amplamente distribuídos e encontrados na

natureza, por exemplo, em bactérias, plantas e várias espécies de

animais.

Atopia

Termo usado para descrever a tendência herdada para desenvolver

hipersensibilidade imediata (Tipo I) encontrada em alguns seres

humanos e cães.

Auto-anticorpo Anticorpo dirigido contra determinantes antigênicos dos constituintes do

próprio animal.

Avidez

Termo confuso usado por alguns para descrever uma propriedade do

anticorpo que determina a velocidade com que ele reage com o

antígeno, mas usado por outros para se referir á força de combinação de

um antígeno.

Bacterina Preparação de bactérias mortas usada para imunização.

Blastogênese Produção de células em divisão.

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"Capping" Agregação de moléculas de membranas celulares a uma região restrita

da superfície de uma célula.

Carregador Molécula imunogênica à qual está ligado um hapteno.

Célula efetora Célula que realiza uma função especifica.

Célula matadora natural (NK) Célula linfóide mal definida encontrada em animais normais e capaz de

destruir células infectadas por tumores ou vírus.

Células K (killer) Linfócitos não-T e não-B que podem destruir células-alvo através da

citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC).

Células nulas Linfócitos aos quais faltam marcadores de superfície de células T ou B.

Clone População de células ou organismos idênticos provenientes de uma

única célula ou organismo precursor.

Complemento

Sistema de proteínas, razoavelmente complexo, ligado a enzima e auto

agregador que é ativado por vários fatores, em particular pela interacão

antígeno-anticorpo, e que resulta numa ampla variedade de

conseqüências biológicas tais como lise de menbrana celular e

opsonização.

Conglutinina

Constituinte do soro bovino, não relacionado com as imunoglobulinas,

que se combina com o terceiro componente fixo do complemento. Se

este C3 fixo é ligado a uma partícula como um eritrócito, então a

conglutinina fará o eritrócito se agregar, caracterizando uma reação

conhecida como conglutinação.

Doença auto-imune Doença causada por resposta imune dirigida contra os próprios tecidos

do animal.

Endotoxina Componente lipopolissacarídico da parede celular de bactérias gram-

negativas que possui atividade inespecífica.

Exotoxina

Proteínas solúveis secretadas por bactérias vivas ou liberadas pelo

citoplasma de organismos mortos e que têm um efeito tóxico específico.

São usualmente produzidas por organismos gram-positivos.

Facilitação Prolongamento da sobrevida de um aloenxerto ou a facilitação do

crescimento tumoral permitido pelos anticorpos bloqueadores.

Fagocitose

É o ato de comer realizado pelas células. O termo compreende vários

processos, inclusive quimiotaxia, aderência ingestão e digestão ede

partículas.

Fator reumatóide

Auto-anticorpo dirigido contra imunoglobulina normal. É encontrado em

muitas doenças auto-imunes, especialmente na artrite reumatóide e no

lúpus eritematoso sistêmico.

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Floculação Forma de reação de precipitação observada quando se usa soro eqüino

como fonte de anticorpo que dá o precipitado é relativamente restrita.

Gamaglobulina

O grupo de proteínas plasmáticas que tem a mais lenta mobilidade

eletroforética. É dentro deste grupo que os anticorpos (imunoglobulinas)

são encontrados.

Globulinas Proteínas precipitadas pela adição de um volume igual de solução

saturada de sulfato de amônio ao soro.

Hapteno

Molécula não protéica que pode se ligar a sítios específicos de

combinação de anticorpos mas não pode, pôr si só, iniciar uma resposta

imune.

Hemadsorção Agregação de eritrócitos à superfície de células animais, em meio de

cultura, após infecção por vírus.

Hemaglutinação Agregação de eritrócitos pôr anticorpo ou vírus.

Hemaglutinação viral É o agregamento de células vermelhas que ocorre em presença de certos

vírus como resultado na ligação de vírus e estas células.

Hibridoma Linhagem celular cultivada e formada pela fusão de células de mieloma

com células B produtoras de anticorpo.

Hipersensibilidade imediata

Hipersensibilidade mediada pôr anticorpos reagínicos em que a

administração de antígeno produz uma resposta detectável dentro de

segundos ou minutos.

Hipersensibilidade tardia.

Reação da pele a um antígeno injetado, mediada pôr células. Assim

denominada porque a reação não atinge a intensidade máxima até 24 a

48 horas após a administração do antígeno Um exemplo disso é a reação

de tuberculina.

Idiotipo

Variabilidade antigênica de uma população de moléculas de proteína

dentro de um animal. Esse tipo de variação é observado nas

imunoglobulinas e está associado a diferentes seqüências de

aminoácidos nos sítios de combinação de anticorpos.

Imunização

Em sentido escrito é a administração de antígeno a um animal com a

intenção de produzir imunidade protetora. Entretanto, atualmente vem

sendo comumente usada para descrever o procedimento para induzir

uma resposta imune.

Imunoconglutininas

Auto-anticorpos dirigidos contra o terceiro ou quarto componentes fixos

do complemento. Quando estes componentes do complemento são

fixados a partículas, a presença de conglutininas pode provocar sua

agregação. Isto é chamado anticonglutinação.

Imunógeno Substância que é capaz de suscitar uma resposta imune.

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Imunoglobulinas Classe de proteínas que possuem atividade de anticorpo.

Inibição da hemaglutinação Inibição da hemaglutinação viral mediada pôr anticorpo especifico contra

o vírus.

Interferons Grupo de proteínas de baixo peso molecular capaz de interferir na

replicação viral e de regular a atividade imune.

Isotipo

Variabilidade antigênica entre proteínas relacionadas, encontradas em

todos animais da mesma espécie. Pôr exemplo, as diferenças antígenicas

entre subclasses de imunoglobulinas são isotípicas.

Lectinas

Proteínas, usualmente de origem vegetal, que se ligam a

monossacarídeos específicos. A maioria das lectinas usadas em

imunologia estimula a proliferação de linfócitos quando se liga a

açucares de menbrana celular.

Linfocinas

Glicoproteínas obtidas de linfócitos, as quais controlam as atividades de

outras células. Deste modo elas servem para regular muitos aspectos das

respostas imunitárias..

Microrganismo patogênico Microrganismo que tem a capacidade de provocar doença

em animais susceptíveis.

Mieloma Tumor de plasmócitos.

Mitógeno Substancia que estimula a proliferação celular.

Monocinas São produtos protéicos de fagócitos mononucleares que influenciam as

atividades de outras populações celulares.

Opsonina Substância que se liga a partículas e facilita sua fagocitose.

Pinocitose Literalmente é o ato de beber realizado pelas células.

Prinofílico.

Corado em rosa pela pironina. A pironina tem afinidade pôr RNA e assim

detecta ribossomos no citoplasma celular. Uma vez que os ribossomos

estão associados com a síntese protéica, uma célula com citoplasma

pirinofílico é uma célula sintetizadora de proteínas

Precipitação

O agregamento de moléculas de antígenos solúveis pelos anticorpos para

produzir um precipitado visível. Este contém tanto antígenos como

anticorpos.

Premunição

Forma de imunidade observada nas infecções pôr protozoários e alguns

helmintos que depende da presença contínua do parasita. A

superinfecção é evitada enquanto os parasitas persistem no hospedeiro

mas a imunidade desaparece rapidamente após a eliminação do parasita.

Proteínas de Bence Jones Proteínas encontradas na urina de indivíduos com mieloma. Precipitam-

se na urina ao aquecê-la até cerca de 60ºC e redissolvem-se em

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temperaturas maiores. Estas proteínas são usualmente cadeias leves de

imunoglobulinas.

Prozona

Ausência da reação imunológica detectável em um sistema de teste na

presençã de baixas diluiçôes de anti-soro de alto título. Isto pode ser

devido a um largo excesso de anticorpo ou à inibição da aglutinação pelo

complemento ou anticorpo não aglutinante.

Quimera Animal que foi populado com sucesso, naturalmente ou artificialmente,

pôr células alogênicas.

Quimiotaxia Movimento de células ou organismos sob a influência de um estímulo quimico

externo. Este pode ser positivo ou negativo.

Reação anafilactóide Sindrome de choque aparentemente semelhante à anafilaxia mas que

não é imunológicamente mediada.

Reação de Arthus Reação inflamátória local mediada pôr complexo antígeno-anticorpo

(hiperssensibilidade Tipo III) na pele.

ReaçõesShwartzman

Reações tóxicas e endotoxinas bacterianas em que ocorre coagulação

intravascular local ou sistémica. A reação é precipitada pela ativaçâo da

via alternativa do complemento.

Resposta anaminéstica

Resposta imune secundária. Otermo é geralmente aplicado a uma

resposta secundária que ocorre após um tempo considerável depois da

primeira exposição ao antígeno.

Singênico Geneticamente idêntico.

Soro Fluido amarelo claro que surge quando o sangue se coagula e o coágulo

se contrai.

Sorotipo Suptipo dentro de um grupo de organismos que pode ser identificado

somente por técnicas sorológicas.

Teste de antiglobulina

Teste que emprega um anticorpo dirigido contra imunoglobulinas para

aglutinar partículas carregadoras de anticorpos não aglutinantes em sua

superfície. Também chamado teste de Coombs, segundo o veterinário

que o desenvolveu.

Teste de Coombs Veja teste de antiglobulina.

Teste de hemaglutinação

passiva Teste de hemaglutinação provocada pôr anticorpo dirigido

contra um antígeno artificialmente ligado à superfície de eritrócitos.

Pode também ser chamado de hemaglutinação indireta.

Título

Medida do número de unidades de anticorpo pôr unidade de volume do

soro. É usualmente expresso como a recíproca da diluição do soro no

último tubo em uma série de diluições crescentes que mostram o efeito

desejado.

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Tolerância Falha do sistema imune em responder a um antígeno específico.

Toxóide

É a modificação de uma toxina de modo que sus toxicidade é destruída

mas não sua imunogenicidade. Usualmente isto é conseguido tratando a

toxina com formaldeído.

Vacina autógena

Vacina preparada a partir de organismos causadores de doença num

indivíduo ou população e subsequentemente usada nesse mesmo

indivíduo ou população para estimular a imunidade, tendo em vista

auxiliar sua recuperação. Isto pode ser últil quando a imunidade é

altamente linhagem específica.

Vacina mista

Vacina contendo uma mistura de diferentes antígenos usada com a

intenção de promover imunidade contra vários microrgarnismos ou

toxinas através de uma única injecção. Pôr exemplo, as vacinas contra

cinomose canina, hepatite infecciosa e leptospirose podem ser

satisfatoriamente combinadas em vacina mista.

Vacinação A administração de antígeno (vacina) em u animal com intenção de

estimular uma resposta imune protetora.

Virulência Este termo é usado para quantificar a potência da produção de doença

pôr um microrganismo patogênico particular.

Xenoenxerto Enxerto entre indivíduos xenogênicos, isto é, indivíduos de espécies

diferentes.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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FORTE, W. N. Imunonolgia básica e aplicada. Editora Artmed. 2004.