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Lesões de estruturas ligamentares do joelho
Prof(a): Mariana Holanda
Disciplina: Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Reumatofuncional
DINÂMICA DO JOELHO
Articulação Fechada
◦ Fêmuro-patelar 30 a 60° de flexão
◦ Fêmuro tibial em extensão completa
Articulação Aberta
◦ Fêmuro tibial em 10 a 20° de flexão
DINÂMICA DO JOELHO
Extensão do joelho (cadeia aberta)
◦ Patela desliza superiormente em relação ao fêmur
◦ Tíbia desliza anteriormente em relação ao fêmur e faz
rotação externa
◦ Deslizamento póstero-anterior do côndilo medial
◦ Deslizamento ânterio-posterior do côndilo lateral
◦ Translação medial da tíbia (adução)
DINÂMICA DO JOELHO
Flexão do joelho (cadeia aberta)
◦ Patela desliza inferiormente em relação ao fêmur
◦ Tíbia desliza posteriormente em relação ao fêmur e faz
rotação interna
◦ Deslizamento ânterio-posterior do côndilo medial
◦ Deslizamento póstero-anterior do côndilo lateral
◦ Translação lateral da tíbia (abdução)
FUNÇÃO DOS LIGAMENTOS
Ligar as estruturas ósseas (primária)
Estabilizador
Limitar o movimento
Informar tensões de estiramento
◦ Há uma contração reflexa no aumento da tensão
ligamentar, promovendo contração mm.
TIPOS DE ESTABILIZADORES:
ESTÁTICOS:
◦ Não tem movimentação própria na articulação
◦ Ligamento, cápsula e menisco
DINÂMICOS:
◦ Tem movimentação própria
◦ Tendões
◦ Obs: Cirurgia repõe o estático;
fisioterapia reequilibra o dinâmico.
EQUILÍBRIO ESTÁTICO X DINÃMICO
ESTÁTICO DINÂMICO
LCA Isquios-tibiais (na inserção dos côndilos lateral e medial da tíbia)
LCP Quadríceps
LCL Trato íliotibial, fáscia lata, bíceps
LCM Sartótio, grácil, semitendinoso (pata de ganso)
CONCEITO de LESÃO
É uma torção das estruturas periarticulares (ligamento, tendão ou capsula articular)
A lesão ligamentar ocorre quando o limite fisiológico da articulação é ultrapassado, mas ainda há o contato entre as superfícies articulares;
LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL
LCM:
◦ O/I: Epicôndilo medial do fêmur à parte superior medial da tíbia (9 a 11cm)
◦ Fixa-se anteriormente ao retináculo medial da patela
◦ Suas fibras posteriores se misturam ao lig. poplíteo oblíquo e à cápsula póstero-medial
◦ É um estabilizador em valgo (50 de flexão = 57% da estabilidade; 250 de flexão = 78% da estabilidade)
◦ Fibras anteriores sempre tensas, fibras posteriores frouxas nas flexão
LCM:
Lesão de LCM (Tibial):
◦ Sofre maior estresse na inserção femoral (65%), na inserção tibial (25%) e na interlinha articular (10%), pois a inserção tibial é protegida pela pata de ganso
◦ Mecanismo de lesão: estresse em valgo, com tíbia fixa e rotação interna de fêmur, a 300 de flexão
LIGAMENTO COLATERAL LATERAL:
LCL:
◦ O/I: Epicôndilo lateral do fêmur à cabeça da fíbula (5 a 7cm)
◦ Tem função de estabilizador estático lateral, impede abertura lateral (varo), bloqueia rotação medial e impede deslocamento anterior da tíbia a 900 de flexão
LCL:
Lesão de LCL (Fibular):
◦ Sofre maior estresse na altura da interlinha articular e na inserção da cabeça da fíbula, pois a origem é protegida pela banda íleo-tibial
◦ Mecanismo de lesão: força em varo, associado a movimento rotacional e leve flexão
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR:
LCA:
◦ O/I: Região póstero-medial do côndilo lateral do femural à região ântero-medial da tíbia (38mm comprimento, 11mm largura)
◦ Possui duas bandas: banda ântero-medial (flexão) e póstero-lateral (extensão)
◦ É um estabilizador estático
◦ Controla o deslizamento anterior da tíbia, responsável por 80% da estabilização (trava o rolamento posterior em ± 60° flexão).
LCA:
Lesão de LCA:
◦ Em geral estão relacionadas a prática esportiva
◦ As lesões ocorrem com o deslocamento anterior excessivo ou rotação interna da tíbia
◦ O pcte descreve com clareza este mecanismo de lesão (entorse)
◦ Se há hemoartrose pós trauma indica 78% de associação com lesão de LCA
LCA:
Lesão de LCA:
◦ Uma vez comprometido, haverá movimento excessivo e deslocamento do joelho em um ou mais planos de movimento.
◦ Tal frouxidão cria um esforço de cisalhamento excessivo, resultando em erosão acelerada das superfícies articulares e meniscais e produção aumentada do fluido sinovial (sinovite)
◦ Pcte disposto a mudar suas atividades com tratamento conservador e um rigoroso programa de reabilitação, podem restaurar um nível de função satisfatório
◦ Porém estudos apontam melhores resultados no nível de retorno as atividades esportivas após cirurgia
LCA:
Lesão de LCA:
◦ Cirurgia de reconstrução (enxerto de ligamento patelar, tendão do semitendinoso, isquiostibiais, calcâneo ou fáscia lata)
LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR:
LCP:
◦ O/I: Região ântero-medial do côndilo medial femural à região póstero-lateral da tíbia (38mm comprimento e 13mm largura)
◦ Possui duas bandas: ântero-lateral (flexão) e póstero-medial (extensão)
◦ É um estabilizador estático
◦ Responsável por 95% da estabilização posterior do joelho
LCP:
Lesão de LCP:
◦ Ocorre de 3 a 20% das lesões de joelho, em 70% associadas a outras estruturas ligamentares
◦ Ocorre em traumas com hiperflexão (lesão do painel)
◦ Evoluem com frouxidão progressiva dos restritores secundários, levando a dor, derrame e instabilidade
◦ Lesões isoladas podem não ser identificadas e quando sintomáticas podem apresentar quadro clínico semelhante à osteoartrite
LCP:
Lesão de LCP:
◦ Pctes com lesão isolada com até 10mm de deslocamento posterior devem ser submetidos a tto conservador (ganho de ADM e fortalecimento de quadríceps)
◦ Reconstrução (enxerto de ligamento patelar, tendão de calcâneo ou isquiostibiais)
?? LESÕES DE JOELHO ??
Anatômica: Incongruência entre superfícies articulares
Biomecânica: Pequena amplitude de movimentos rotacionais
Funcional: Articulação de carga
QUADRO CLÍNICO
Fase aguda:
◦ Dor (específica ou não)
◦ Derrame articular (hidro ou hemoartrose)
◦ Diminuição da ADM (dor e derrame)
◦ Instabilidade articular (classificar pelos testes)
Fase crônica:
◦ Ø Dor
◦ Ø Derrame
◦ Instabilidade
TESTES
Teste de abdução (estresse em valgo) – LCM:
◦ Pcte em DD, relaxado, quadril em extensão, joelho a 30° é realizado do estresse em valgo.
TESTES
Teste de adução (estresse em varo) – LCL:
◦ Pcte em DD, relaxado, quadril em extensão, joelho a 30° é realizado do estresse em varo.
TESTES
Teste da gaveta anterior – LCA:
◦ Pcte em DD, joelho a 90°, realiza a anteriorização da tíbia.
TESTES
Teste de Lachman – LCA:
◦ Pcte em DD, joelho a 30°, terapeuta realiza movimento antagônico entra fêmur e tíbia. O teste é positivo quando o fêmur se desloca pra frente.
Obs: Apresenta 80% de precisão no diagnóstico de LCA com paciente consciente e 100%
com pcte anestesiado.
TESTES
Teste da gaveta posterior – LCP:
◦ Pcte em DD, joelho a 90°, realiza a posteriorização da tíbia.
CLASSIFICAÇÃO
Leve - 10 grau(+):
◦ Pouca ou nenhuma laceração de fibras
◦ Dor local
◦ Sensibilidade ao toque
◦ Edema discreto
◦ Endpoint
CLASSIFICAÇÃO
20 grau(++):
◦ Laceração parcial de fibras
◦ Sensibilidade moderada
◦ Edema/derrame moderado
◦ Perda da função mm.
◦ Equimose
◦ Frouxidão ao estresse , mas há endpoint
CLASSIFICAÇÃO
30 grau(+++):
◦ Rompimento do ligamento
◦ Dor significativa
◦ Aumento da sensibilidade
◦ Equimose em grande extensão
◦ Instabilidade mm ao estresse
◦ Ø endpoint
TRATAMENTO
Tto conservador (lesão leve e moderada):
◦ Imobilização (8 a 15 dias) para diminuir dor e edema e iniciar o processo regenerativo
Tto cirúrgico (lesão moderada e grave):
◦ Colateral: reforço com pregueamento
◦ LCA: reconstrução com tendão patelar ou semitendinoso
TRATAMENTO
Objetivos:
◦ Diminuir a sintomatologia inicial
Dor (acomodação / agressão tecidual)
Derrame residual (pós-imobilização ou pós-cirúrgico)
Liberação das aderências
TRATAMENTO
Objetivos:
◦ Recuperar a funcionalidade articular
Liberação das partes moles (mm, tendão, ligamento, fascia, capsula articular, retináculos)
Mobilidade articular (micromovimento / macromovimento)
TRATAMENTO
Objetivos:
◦ Reabilitação final
Musculação terapêutica
Propriocepção (treinamento sensório-motor):
◦ Recondicionar / reeducar os proprioceptores musculares, que são os responsáveis pelo posicionamento, direção e velocidade da articulação
REFERÊNCIAS:
HEBERT, S. et al. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FALOPPA, F.; ALBERTONI, W.M. Guia de Ortopedia e Traumatologia. São Paulo: Manole, 2008.
GROSS, J.; FETTO, J.; ROSEN, E. Exame musculoesquelético. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.