29/09/2015 Imagens mostram PMs mexendo em cena de homicdio na
Providncia, Rio
Cinco PMs que participaram da ao foram presos
administrativamente.Policial pe arma na mo de jovem baleado e faz
dois disparos; veja vdeo.
Lvia TorresDo G1 RioMoradores do Morro da Providncia, na Zona
Porturia do Rio, flagraram nesta tera-feira (29) policiais
militares alterando a cena do homicdio de Eduardo Felipe Santos
Victor, de 17 anos, em um beco da comunidade.
Nas imagens (veja no vdeo acima), PMs aparecem mexendo na cena
do crime e um deles coloca uma arma na mo do jovem baleado e faz
dois disparos para o lado, aparentemente simulando um confronto.
Antes, um outro policial j havia faz um disparo com sua prpria
arma, para o alto.
O moradores que gravaram o vdeo narram a cena e dizem que
ouviram o jovem ainda teria gritado de dor. "Eu ouvi o moleque
falando: 'Ai, ai, ai, para, ai, ai, ai, para'", diz uma testemunha.
"Eu levantei no primeiro tiro. Ele botou queima-roupa. Olha l o
garoto cheio de sangue", narra.
Outra testemunha contou ao RJTV que, aps a morte, os PMs ainda
insultaram moradores que se aproximaram. "Chamou o morador de lixo.
Quem mora no morro lixo. Ento, isso est errado", disse.
Os cinco policiais que teriam participado na ao foram presos
administrativamente e vo prestar depoimento. Segundo o porta-voz
das UPPs, major Ivan Blaz, eles podem ser expulsos da corporao.
"As imagens so de uma flagrncia chocante, saltam aos olhos. E o
bem maior a credibilidade do processo. Uma medida imediata tem que
ser tomada (...) Hoje houve confronto na Providncia entre
traficantes e PMs. Houve a morte em decorrncia de interveno
policial. O comandante da UPP recebeu o vdeo pela associao de
moradores, o que mostra a confiana da comunidade", disse Blaz.
Inicialmente, o caso foi registrado como auto de resistncia. Com
o vdeo nas mos, no entanto, a Polcia Civil foi favela para
encontrar o policial que fez o registro e deu incio investigao. As
armas dos PMs foram apreendidas. A morte tambm ser investigada,
pela Diviso de Homicdios.
No incio da noite, equipes da DH e policiais militares voltaram
ao Morro da Providncia para realizao de percia.
Em nota, o secretrio de Estado de Segurana, Jos Mariano
Beltrame, informou que "repudia atos como esse" e determinou "rigor
nas investigaes com punio exemplar dos responsveis".
O comando da Polcia Militar disse que avalia como "gravssima a
atitude dos policiais e no compactua com nenhum tipo de desvio de
conduta". "A Corregedoria Interna da Polcia Militar determinou a
abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar para
analisar a permanncia dos policiais na corporao. A apurao ficar a
cargo da 8 Delegacia de Polcia Judiciria Militar (DPJM)", diz o
texto.
Em sua defesa, os PMs disseram que foram encontrados um rdio
transmissor, uma pistola 9 mm e munies com o jovem.
Uma testemunha disse, em entrevista ao RJTV, que Eduardo tinha
ligao com o trfico e estava armado, mastentou se render e no
reagiu.
"Eu estava dormindo. Acordei assustada com os tiros. Muito tiro.
Fui, olhei da janela. De repente eu deparei com o menino. Ele
estava armado, mas ele se rendeu", contou.
Imagem mostra PMs mexendo na cena do crime na Providncia (Foto:
Reproduo)Segundo moradores que flagraram a ao, os policiais
estariam forjando uma reao de Eduardo, que teria sido morto por
eles momentos antes.
No Instituto Mdico Legal (IML), familiares disseram aoG1apenas
que tm certeza que o adolescente foi confundido com um traficante,
mas no quiseram dar mais declaraes.
ProtestoMoradores fizeram uma manifestaona regio da Pedra Lisa,
em um dos acessos que do na parte de trs da Central do Brasil.
Segundo a Coordenadoria de Polcia Pacificadora, os policiais da
prpria UPP Providncia contiveram o protesto e a situao se acalmou
sem feridos. O policiamento foi intensificado.
noite, na porta da delegacia, muitos moradores da Previdncia
xingavam policiais de "assassinos". O Batalho de Choque da PM foi
chamada para evitar protestos violentos.
Policiais reunidos na 4 DP (Praa da Repblica) (Foto: Lvia
Torres/ G1)
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