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2018
1
SUMÁRIO
PRIMEIROS SOCORROS.................................................................................... 03
Avaliação do paciente........................................................................................... 03
Exame físico......................................................................................................... 04
Suporte básico de vida......................................................................................... 07
Parada cardiorrespiratória em adulto................................................................... 08
Obstrução de vias por corpo estranho.................................................................. 10
Desfibrilador externo automático – DEA............................................................... 12
Estado de choque................................................................................................. 13
Hemorragias.......................................................................................................... 14
Fraturas................................................................................................................. 17
Queimaduras......................................................................................................... 18
Emergências Clínicas........................................................................................... 20
Infarto.................................................................................................................... 20
Desmaio................................................................................................................ 22
Convulsão............................................................................................................. 22
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS........................................................ 23
Teoria do fogo....................................................................................................... 23
Tetraedro do fogo.................................................................................................. 23
Combustíveis........................................................................................................ 24
Comburente.......................................................................................................... 25
Agente ígneo........................................................................................................ 25
Reação em cadeia................................................................................................ 26
Pontos de temperatura......................................................................................... 26
Transmissão de calor............................................................................................ 27
Métodos de extinção de incêndios........................................................................ 30
Classificação dos incêndios.................................................................................. 31
Agentes extintores................................................................................................ 32
Extintores de incêndio........................................................................................... 32
Mangueiras de combate a incêndios.................................................................... 33
Hidrantes............................................................................................................... 34
Esguichos.............................................................................................................. 36
Sistema de detecção e alarme de incêndio.......................................................... 36
Abandono de área................................................................................................ 38
2
Este manual contém informações necessárias à atuação em primeiros socorros,
prevenção e extinção ao princípio de incêndio e abandono de área e foi dividido
em 02 capítulos. O que você vai aprender neste curso poderá salvar sua vida,
de seus colegas e familiares, portanto, muita atenção, todo o conteúdo é muito
importante.
O que é uma Brigada de Incêndio?
A Brigada de Incêndio é um grupo organizados de pessoas preferencialmente
voluntárias ou indicadas, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no
combate a princípio de incêndio, abandono e área e primeiros socorros dentro
de uma área preestabelecida.
A formação de uma Brigada de Incêndio deve atender a Lei 14.310, de 19 de
dezembro de 2001, e o Decreto 44.746, de 29 de fevereiro de 2008, alterado
pelo Decreto 46.595, de 10 de setembro de 2014.
O Curso de Formação de Brigada atende também a Instrução Técnica nº 12 do
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e a NBR 14.276, de 29
de dezembro de 2006.
Apesar dos aspectos legais, é importante ressaltar que o conteúdo do curso irá
capacitar os participantes para atuarem além do local de trabalho, incluindo o
ambiente social e principalmente o familiar.
A Equipe de Bombeiros Militares deseja a todos um ótimo curso.
3
PRIMEIROS SOCORROS
Primeiros socorros é o tratamento imediato e provisório dado a um paciente de
acidente ou enfermidade imprevista, normalmente se presta no local do acidente,
até que se possa colocar o paciente aos cuidados de um médico, com o objetivo
de estabilizar o paciente e evitar o agravamento de lesões.
Avaliação do paciente
A avaliação do paciente começa a caminho da ocorrência. A partir desse
momento você receberá informações subjetivas do ocorrido, das testemunhas
ou de seu próprio exame da cena da ocorrência. Estas informações ajudarão
você determinar o principal problema do paciente ou o mecanismo da lesão.
Ao chegar no local o socorrista deverá dimensionar a cena, verificando a
segurança da equipe, das testemunhas e do paciente. É muito importante
analisar o local e somente após garantir a segurança de todos o socorrista
deverá iniciar o atendimento.
A avaliação é o pilar fundamental para o melhor tratamento da vítima
politraumatizada ou de emergências clínicas, sendo a base para todas as
decisões de atendimento e transporte.
4
A primeira meta na avaliação é determinar a condição atual do doente. Para a
realização desta avaliação, o socorrista deverá aproximar da vítima e se
posicionar de maneira segura.
Verificar nível de consciência
Coloque as mãos sobre os ombros do paciente e tente se possível, chamá-lo
pelo nome. Diga que você é um brigadista e peça autorização para ajudá-lo. Se
não obtiver resposta, chame ajuda imediatamente e solicite um Desfibrilador
Externo Automático – DEA.
Verifique a respiração do paciente observando a elevação torácica por um
período de 5 a 10 segundos. Se o paciente apresentar boa respiração, inicie o
exame físico.
Exame Físico
Nesta etapa o socorrista deverá iniciar um exame da cabeça aos pés do
paciente, a procura de ferimentos, deformações, fraturas ou outra lesão que
poderá colocar a vida do paciente em risco, este exame deve seguir os seguintes
passos:
Fazer um exame palpável no couro cabeludo à procura de fraturas e ferimentos,
sem movimentar a cabeça;
Realizar um exame visível e palpável na face;
5
Apalpar a parte posterior do pescoço à procura de ferimentos e fraturas na
coluna cervical; em seguida verificar o alinhamento da traqueia;
Após este exame devemos imobilizar a coluna cervical utilizando um colar
sempre que possível;
Fazer um exame do tórax e verificar a presença de deformação e/ou ferimento
visível ou palpável;
Fazer a análise visual e palpável do abdômen;
6
Verificar a presença de ferimentos ou fraturas na bacia;
Fazer um exame visível na região genital, se encontrar presença de sangue
investigue;
Efetuar análise dos membros inferiores e perfusão capilar;
Analisar a clavícula e os membros superiores e perfusão capilar;
Para analisar a parte posterior do corpo, o socorrista deverá utilizar a técnica de
rolamento, ou levantamento.
Durante o exame físico devemos afrouxar as roupas do paciente para melhorar
a circulação. As lesões encontradas deverão ser tratadas à medida que o exame
7
é realizado. Ao término do exame físico o brigadista deverá observar o paciente
principalmente quanto ao padrão respiratório e o nível de consciência.
Realizar uma entrevista para coletar algumas informações importantes, são elas:
Sinais e sintomas;
Alergias;
Medicamentos que faz uso;
Problemas médicos anteriores;
Última alimentação oral;
Mecanismo da lesão.
Suporte Básico de Vida (SBV)
As doenças cardiovasculares são as maiores causas de mortalidade no mundo,
segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 17,5 milhões de
pessoas morrem todos os anos vítimas de doenças cardiovasculares.
Neste contexto percebe-se a importância da capacitação de socorristas para o
atendimento de vítimas com Parada Cardiorrespiratória (PCR).
A abordagem para o atendimento de vítimas com PCR atende as diretrizes
publicadas pela Amercian Heart Association (AHA) em 2015.
A parada cardiorrespiratória (PCR) pode ser definida como a cessação dos
batimentos cardíacos associada com a falta de movimentos respiratórios, é uma
ocorrência comum que necessita do SBV realizado por equipes que compõe o
sistema de Atendimento Pré-Hospitalar.
As vítimas em PCR são classificadas pela AHA da seguinte forma:
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Cadeia de sobrevivência Pré-Hospitalar
Procedimentos para o atendimento de um adulto com Parada
Cardiorrespiratória.
Observar a segurança do local;
Colocar as mãos sobre os ombros do paciente e tente se possível, chamá-lo pelo
nome. Dizer que você é um brigadista e pedir autorização para ajudá-lo. Se não
obtiver resposta, chamar ajuda imediatamente e solicitar um Desfibrilador
Externo Automático – DEA.
Verificar a respiração do paciente observando a elevação torácica por um
período de 5 a 10 segundos, se não respira, colocar a vítima em decúbito dorsal
sobre uma superfície plana e rígida;
Nascimento até
1 ano
1 ano até a
puberdadeA partir da
puberdade
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Expor o tórax do paciente e localizar o osso esterno,
Posicionar as mãos e iniciar as manobras de Reanimação Cardiopulmonar
(RCP).
Fazer de 100 a 120 compressões por minuto.
Comprimir a uma profundidade entre 5 cm e 6 cm.
Permitir o retorno total do tórax a cada compressão.
A RCP não poderá ser paralisada por mais de 10 segundos
Caso possua barreira de proteção (máscara), deverá ser feita 30 compressões
por 2 respirações de resgate de 1 segundo cada, provocando a elevação do
tórax. Se não houver segurança para fazer as ventilações, efetuar compressões
continuas no osso esterno (de 100 a 120 compressões por minuto).
Obs.: As compressões só poderão ser interrompidas quando o paciente
apresentar sinais de circulação, quando o socorro solicitado assumir a vítima ou
o socorrista estiver extenuado.
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Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho
A vítima apresenta o sinal universal de engasgo. Verifique se a obstrução é total
ou parcial. Pergunte se o paciente pode falar, tossir ou emitir algum som. Se não
emite nenhum som assuma a posição demonstrada a foto abaixo e proceda as
manobras em “J” até a desobstrução.
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Caso a vítima perca a consciência deverá ser colocada em decúbito dorsal e as
manobras de RCP deverão ser iniciadas, lembrando que deverá ser solicitado o
acionamento do socorro adequado e o DEA.
Em vítimas gestantes ou obesos o local da manobra será no osso esterno.
Em bebês com obstrução por líquidos, o socorrista deverá solicitar que um
familiar efetue uma sucção com a boca para tentar desobstruir, caso o lactente
continue obstruído, o brigadista deverá colocar o bebê em um dos braços com a
face voltada para baixo e efetuar 5 tapinhas entre as escápulas.
Caso a manobra não funcione, virar o bebê e efetuar 5 compressões torácicas.
Continuar os procedimentos até a desobstrução ou inconsciência.
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Em todos os casos, quando as manobras de desobstrução não funcionarem, e
o paciente perder a consciência, o socorrista deverá iniciar a RCP e solicitar o
acionamento de uma equipe especializada e um DEA.
Desfibrilador Externo Automático
Os desfibriladores são aparelhos projetados para proporcionar um choque
elétrico que interrompe a atividade elétrica anormal (“anarquia”) de um coração
doente; este choque despolariza temporariamente um coração que pulsa de
modo irregular, permitindo que uma atividade de contração mais adequada se
inicie.
Quando um DEA estiver disponível, o socorrista deverá colocar o equipamento
do lado do paciente e acionar o botão para ligar o aparelho.
Geralmente a próxima etapa será colocar os elétrodos no tórax do paciente.
Observar os desenhos que indicam o local para a colocação das pás,
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Seguir as instruções do DEA, afastar do paciente quando o desfibrilador for
analisar o ritmo cardíaco. Se for recomendado o choque, assegurar que ninguém
esteja encostado na vítima e somente depois apertar o botão de choque.
Após a aplicação do choque iniciar imediatamente as compressões torácicas.
Estado de Choque
É o colapso do sistema cardiovascular. Caracteriza-se por uma deficiência de
circulação e oxigenação inadequada dos tecidos do corpo.
Causas
Hemorragias graves, envenenamento por produtos químicos, choque elétrico,
ataque cardíaco, infecção grave, queimaduras graves.
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Reconhecimento
Pele pálida, úmida e fria;
Pulso fraco e rápido;
Queda de pressão;
Perfusão capilar lenta ou nula;
Respiração curta e rápida;
Lábios arroxeados;
Tremores de frio;
Tontura e desmaio;
Sede, temor e agitação;
Rosto e peito vermelhos, coçando, queimando e inchados (choque anafilático).
Tratamento
Posicionar o paciente deitado na posição de recuperação.
Afrouxar as vestes (melhora a circulação).
Manter a vítima aquecida (temperatura corpórea);
Hemorragias
É a perda repentina de sangue circulante.
Tratamento
Nunca tocar na ferida;
Não aplicar medicamento ou qualquer produto no ferimento;
Não retirar objetos empalados, fixados ou transfixados no corpo da vítima.
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Utilizar compressas, gases ou pano limpo, desde que não tenha característica
de absorção, para conter a hemorragia provocando a hemostasia;
Caso o pano encharque de sangue, colocar outro por sobre o primeiro;
Se a hemorragia persistir, o torniquete deverá ser utilizado em último caso,
somente se os passos anteriores não atingirem resultados satisfatórios, o
torniquete preferencialmente deverá ser feito com uso do esfigmomanômetro.
Ferimentos no crânio
Os ferimentos no crânio geralmente estão associados a lesões no encéfalo e
sempre deveremos considerar a possibilidade de TCE
Tratamento
Será semelhante aos ferimentos em partes moles do corpo;
Fazer curativo compressivo, utilizando bandagens, gases ou panos limpos, para
estancar a hemorragia;
Ferimento no pescoço
Este tipo de acidente é muito comum em épocas de férias escolares, em que a
utilização de cerol, uma mistura de cola com pó de vidro é bastante utilizada
pelas pessoas que brincam com pipas. É um tipo de acidente grave que pode
levar a pessoa à morte em questão de minutos.
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Tratamento
Manter o paciente calmo e observar o ferimento;
Em caso de sangramento com presença de bolhas existe a possibilidade de
embolia;
Fazer uma compressão direta com a mão enluvada, aplicar a pressão necessária
para estancar o sangramento, não pressionar ambos os lados ao mesmo tempo;
Utilizar curativo oclusivo com material não aspirável através do ferimento aberto.
A borda do curativo deve ultrapassar ao menos 5 cm da borda do ferimento;
Colocar uma bandagem sobre o curativo oclusivo;
Não permitir que a bandagem obstrua as vias aéreas nem a circulação do
pescoço.
Ferimento no tórax
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Tratamento
Fazer curativo oclusivo, preso em três pontos com papel alumínio ou plástico
estéril, criar um efeito de válvula, que permite a saída do ar que está no espaço
pleural e obstruir a entrada de ar para este espaço;
Fraturas
É a ruptura total ou parcial da estrutura óssea. Pode ser classificada em aberta,
fechada, completa ou incompleta. O brigadista deverá observar a presença dos
sinais e sintomas, como:
Deformação, angulação e encurtamento;
Edema e hematoma;
Diferença de temperatura no membro afetado;
Palidez ou cianose da extremidade;
Incapacidade funcional;
Crepitação óssea.
Tratamento
Imobilizar manualmente a articulação acima e abaixo do local fraturado;
Remover ou cortar as roupas do membro lesionado;
Retirar relógio e adornos da extremidade afetada;
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Tratar a hemorragia se presente e não fazer excessiva compressão;
Se houver edema, pode ser aplicado indiretamente gelo ou compressa fria no
local;
Imobilizar o membro medindo a tala que deve atingir uma articulação acima e
outra abaixo da lesão, manter o pé e a mão em posição funcional (neutra) e
executar o enfaixamento começando pela extremidade até a raiz do membro.
Em fraturas abertas não tentar colocar o osso no lugar, fazer um curativo para
estancar a hemorragia e depois imobilizar a fratura sem pressionar o osso
exposto.
Queimaduras
As queimaduras podem ser provocadas por acidentes com agentes térmicos,
elétricos, químicos ou radioativos, podendo destruir total ou parcialmente a pele.
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Classificação das queimaduras pela profundidade
1º Grau
Primeiro Grau (superficial): atingindo apenas a primeira camada da pele
(epiderme); caracteriza-se por ser uma queimadura dolorosa, mas que regride
em poucos dias. A pele fica avermelhada;
2º Grau
Segundo Grau (moderada): queimadura mais profunda (epiderme + derme),
causa bolhas (flictenas), eritemas e manchas e é muito dolorosa;
3º Grau
Terceiro Grau (profunda): pode atingir todas as camadas como tecido gorduroso,
músculos, nervos, vasos, ossos e órgãos; aparência esbranquiçada, com tecidos
negros e sem vida; não há dor porque as terminações nervosas responsáveis
pela sensibilidade à dor foram também queimadas; nas bordas poderá haver
queimaduras de primeiro e segundo grau.
Queimaduras consideradas graves:
Em mãos, pés, face, virilha, nádegas, genitália, coxas e queimaduras
circunferenciais do tronco ou dos membros;
Em vias aéreas (manifestadas por dificuldade respiratória, dor e pelos nasais
chamuscados);
De 2º e 3º graus em mais que 20% da área do corpo;
Queimaduras elétricas.
Tratamento
Remover as vestes que estejam queimadas.
Remover imediatamente adornos (anéis, pulseira, etc.) da área atingida;
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Furar bolhas;
Remover vestes aderidas à queimadura;
Passar sobre a queimadura quaisquer tipos de substâncias;
Utilizar gelo sobre a queimadura;
Dar líquidos para a vítima beber
Irrigar a área queimada por no mínimo 10 minutos com soro fisiológico ou água
limpa na temperatura ambiente, limitado a 10% da área corpórea, para eliminar
o calor e cessar a queimadura.
Cobrir o ferimento com papel alumínio ou plástico estéril.
Queimaduras nos olhos
Irrigar a lesão com soro fisiológico ou água limpa;
Cobrir os dois olhos com gaze seca estéril.
Queimaduras químicas
Ácidos, Álcalis (corrosivos), substâncias desconhecidas.
Irrigar a área afetada em água corrente no mínimo 15 minutos.
Emergências Clínicas
Infarto Agudo do Miocárdio
Também conhecido como ataque cardíaco, o infarto surge sempre que ocorre
uma obstrução da passagem de sangue em uma das artérias coronárias. As
Cuidado! Não pode
21
artérias coronárias são vasos sanguíneos que levam sangue rico em oxigênio
para o músculo cardíaco. Quando ocorre essa obstrução, se o fluxo de sangue
não for recuperado em poucas horas, uma parte do músculo cardíaco sofre um
espasmo.
OBS: “Toda vítima adulta com dor torácica deve-se desconfiar de doenças
cardíacas graves. ”
Sinais e sintomas
Dor no peito, em aperto, durante alguns minutos ou horas;
Dor ou sensação de peso no braço esquerdo;
Dor nas costas, no queixo ou na "boca do estômago";
Formigamento nos braços;
Falta de ar.
Conduta
Deixar a vítima em repouso;
Monitorar sinais vitais;
Afrouxar as vestes;
RCP se necessário;
Transportar na posição semi sentado.
Muitas vezes é difícil notar a diferença entre crise de angina e infarto, por
isso vai aqui umas dicas:
22
Desmaio
Perda temporária da consciência. Normalmente é uma falta de O² no cérebro.
Conduta
Não dar nada para a vítima cheirar, não passar nada nos pulsos da vítima;
Afastar a vítima do local agressor;
Cabeça mais baixa do que o resto do corpo (oxigenação do cérebro);
Monitorar sinais vitais.
Convulsão
É uma atividade muscular reflexa causando abalos de parte ou de todo o corpo,
decorrente do funcionamento anormal do sistema nervoso central.
Causas mais comum
Trauma de crânio encefálico (TCE), febre alta, infecção, meningite dentre outras.
Conduta
Proteger a vítima segurando sua cabeça evitando que ela se machuque;
Proteger a língua com um pedaço de pano para evitar risco de ser seccionada;
Colocar a vítima em posição de recuperação após a crise.
23
Combustível
Calor
Comburente
Reação em cadeia
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS
A Prevenção é o ato de evitar que ocorra o incêndio e o sucesso se dá quando
a organização e a educação em todos os setores de atividades atuam em
conjunto. O conhecimento das noções básicas de prevenção praticadas por
todos, é o único caminho para evitar acidentes. Quando, apesar da prevenção,
ocorre um princípio de incêndio, é importante que ele seja combatido de forma
eficiente e segura para que sejam minimizadas suas consequências.
A proteção contra incêndios é um tema pouco mais complexo do que se imagina,
muitas pessoas imaginam que ela é apenas composta pelos equipamentos
existentes em uma edificação, porém, esta é uma pequena parte de um sistema.
É muito importante que os ocupantes da edificação conheçam os equipamentos
e principalmente as ações a serem adotadas em ocorrências de incêndios.
Teoria do fogo
O fogo é o resultado de uma reação química denominada combustão, onde ocorre
a decomposição de uma substância sólida, líquida ou gasosa, em presença de um
gás comburente (oxigênio), liberando energia em forma de luz e calor.
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Mas lembre-se que o tetraedro é apenas uma figura didática que é usada para
facilitar a compreensão do fenômeno. O importante é não se esquecer que o fogo
é resultado de uma REACÃO QUÍMICA entre combustível e o oxigênio, com a
participação do calor. Será abordado cada um dos componentes do tetraedro do
fogo.
Combustíveis
Os combustíveis podem ser encontrados em três estados físicos, o combustível
sólido queima em sua superfície e em sua profundidade, ou seja, a queima
acontece por fora e por dentro do material. Quando todo o combustível for
consumido, restarão resíduos (cinzas).
No combustível líquido a combustão só acontece na superfície. Assim se
colocarmos fogo num copo contendo álcool ou outro líquido combustível qualquer,
o fogo irá consumindo o líquido, de cima para baixo, até que o combustível se
acabe. Dentro do copo não sobrará nenhum resíduo.
O Combustível gasoso que se encontrar suspenso no ar, em finíssimas
gotículas, na forma de névoa, também está sujeito a entrar em combustão ao
simples contato com uma fagulha e também de maneira explosiva.
25
Comburente
O oxigênio (O²) é o gás comburente que dá vida à chama. Com maior quantidade
de oxigênio a combustão também será maior, isto é, mais intensa e acelerando o
consumo do combustível e mais quente será a chama.
Para nosso estudo consideraremos apenas a seguinte composição do ar:
Calor (agente ígneo)
O calor é responsável pela produção de vapores inflamáveis nos corpos
combustíveis. A temperatura que vai provocar a produção dos vapores
inflamáveis varia de um combustível para outro.
O calor é o componente que serve para dar início ao fogo. Os combustíveis em
geral, precisam ser transformados em gases para queimar, e a quantidade de calor
necessário para vaporizá-los varia de um corpo para corpo. Assim, a gasolina
oxigenio 21%
outros gases 1%
nitrogênio 78%
26
vaporiza a temperatura bem baixa, enquanto que a madeira, o carvão, etc., exigem
mais calor, e assim sucessivamente.
Variando o calor, podemos vaporizar quase todos os combustíveis. Por outro
lado, a temperatura de vaporização do combustível não é suficiente para queimá-
los, pois, para isto, precisamos após a vaporização, continuar a aquecê-los até
determinada temperatura.
Reação em Cadeia
O fenômeno químico do fogo é uma reação que se processa em cadeia. Após a
partida inicial é mantida pelo calor produzido durante o processamento da reação.
Assim na combustão do Carbono (C) para a formação de Dióxido de Carbono
(CO2), temos a seguinte reação:
A cadeia de reação formada durante o fogo, propicia a formação de produtos
intermediários instáveis, principalmente radicais livres, prontos para combinarem
com outros elementos, dando origem a novos radicais, ou finalmente a corpos
estáveis. Consequentemente nas áreas de fogo, sempre temos radicais livres, a
quem cabe a responsabilidade de transferência de energia química em calorífica,
decompondo as moléculas ainda intactas e, desta maneira, provocando a
propagação do fogo, numa verdadeira reação.
Conhecido o "TETRAEDRO DO FOGO", concluímos que são 4 as condições para
que haja fogo. Portanto, basta retirar um dos lados do tetraedro do fogo e ele se
extinguirá. Portanto são 04 (quatro) os métodos de extinção de incêndios.
Pontos de Temperatura
Ponto de Fulgor
No Ponto de Fulgor o combustível já está produzindo vapores inflamáveis, mas a
quantidade é ainda insuficiente para sustentar a combustão. Ao aproximarmos
uma chama junto ao combustível ele queima-se momentaneamente, mas ao
retirarmos a chama inicial, o fogo se apaga por falta do vapor inflamável.
27
Ponto de Combustão
No Ponto de Combustão o combustível está produzindo vapores inflamáveis em
quantidade suficiente para sustentar a combustão. Ao aproximarmos uma chama
junto ao combustível ele queima-se continuamente, mesmo que retiremos a
chama inicial.
Ponto de Ignição
Neste ponto o combustível está produzindo vapores inflamáveis e esses vapores
estão tão aquecidos que, ao simples contato com o oxigênio do ar entram em
combustão, sem necessidade da chama inicial. (Ex: fósforo branco).
28
Outro conhecimento, indiscutivelmente importante para fazer prevenção ou
combate a incêndios, é conhecer as formas de transmissão de calor.
Radiação
É a transmissão de calor por meio de ondas eletromagnéticas. Todo corpo quente
emite radiações que vão atingir os corpos frios. O calor do sol é transmitido por
esse processo. São radiações de calor as que as pessoas sentem quando se
aproximam de um forno quente. Ondas caloríficas que se transmitem através do
espaço.
Condução
A propagação do calor é feita de molécula para molécula do corpo, por
movimento vibratório. A taxa de condução do calor vai depender basicamente da
condutividade térmica do material, bem como de sua superfície e espessura. É
importante destacar a necessidade da existência de um meio físico.
29
Convecção
É uma forma característica dos fluídos. Pelo aquecimento, as moléculas
expandem-se e tendem a elevar-se, criando correntes ascendentes a essas
moléculas e corrente descendente ás moléculas mais frias.
É um fenômeno bastante comum em edifícios, pois através de aberturas, como
janelas, poços de elevadores, vãos de escadas, podem ser atingidos andares
superiores. Este fenômeno pode ocorrer tanto no plano vertical como no plano
horizontal.
É o processo de transmissão de calor, que se faz através da circulação de um
meio transmissor, gás ou líquido. É o caso da transmissão do calor, através da
massa de ar ou gases quentes, que se deslocam do local do fogo, podendo
provocar incêndios em locais distantes do mesmo.
A proteção contra incêndios, decorrentes de calor transmitido por convecção é feita
de forma a não deixar acumular ar ou gases quentes em locais que possuam
combustíveis, principalmente os de baixos pontos de ignição.
Combate ao Incêndio
Compreende o emprego da técnica e tática corretas no momento que surgir o
incêndio. O fogo se extinguirá quando são retirados uns dos seus elementos.
30
Combustível
Calor
Comburente
Reação em cadeia
Métodos de Extinção de Incêndios
Resfriamento
Corte no fornecimento de calor.
É o método de extinção mais empregado. Consiste em roubar calor até que o
combustível fique abaixo do ponto de fulgor.
Abafamento
Corte do fornecimento de O2.
É um dos métodos mais difíceis: necessita de aparelhos e produtos específicos.
Retirada de Material
Corte do fornecimento do combustível.
É o método mais simples, exigindo força física, meios de fortuna.
Extinção Química
Ocorre quando se utiliza de agentes químicos especiais que interrompem a
reação em cadeia, ou seja, quando lançamos o agente extintor ao fogo suas
moléculas se dissociam pela ação do calor e se combinam com a mistura
inflamável interrompendo a combustão.
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Classificação dos Incêndios
Os incêndios são classificados de acordo com as características dos
combustíveis, conhecendo o material que está queimando o brigadista poderá
escolher o método mais adequado para a extinção do incêndio.
Classe A
Materiais Sólidos / fibrosos, madeira, tecido, algodão, estopa, etc. Queimam em
superfície e profundidade deixando resíduos.
O método mais adequando é o resfriamento
Classe B
Combustíveis líquidos, pastosos e/ou gases inflamáveis: gasolina, óleos, tintas,
graxas, parafina, GLP, acetileno e etc.
Queimam em superfície, nunca em profundidade, não deixam resíduos quando
queimados. O método mais adequado é o abafamento.
Obs: também os gases inflamáveis estão incluídos nesta classe, mas só se deve
apagá-los se for possível cortar o fornecimento de combustível.
Classe C
São incêndios em equipamentos elétricos quando energizados, o risco maior está
na presença da corrente elétrica. Desligar a energia elétrica e usar técnicas de
abafamento.
Classe D
Metais pirofóricos: Alumínio em pó Magnésio, Selênio, Antimônio, Lítio, Cádmio,
Potássio, Zinco, Titânio, Sódio e Zircônio, que exigem para sua extinção agentes
extintores especiais, que se fundem em contato com o metal combustível
formando uma capa que o isola do ar atmosférico interrompendo a combustão.
Técnicas de extinção mais adequada é extinção Química ou abafamento.
32
Agentes Extintores
Agente Extintor é todo material que aplicado ao fogo, interfere em sua reação
química, provocando uma descontinuidade de um ou mais lados do tetraedro do
fogo, alterando as condições para que haja fogo.
Os agentes extintores podem ser encontrados nos estados líquidos, gasosos ou
sólidos. Existe uma variedade muito grande de Agentes Extintores. No nosso
estudo, citaremos apenas os mais comuns.
São os que possivelmente teremos que utilizar em caso de incêndios:
Água;
Espuma mecânica;
Gás Carbônico (CO2);
Pó Químico Seco (PQS);
Outros agentes (areia, cobertor, tampa de vasilhame, etc).
Extintores de Incêndio
Os aparelhos extintores são vasilhames fabricados com dispositivo que
possibilitam a aplicação do Agente Extintor sobre os focos de incêndio.
Normalmente os Aparelhos Extintores recebem o nome do Agente Extintor que
neles contém. Os Aparelhos Extintores destinam-se ao combate imediato de
pequenos volumes. São de grande utilidade, pois podem combater a maioria dos
incêndios, cujo princípio são pequenos focos, desde que, manejados
adequadamente e no momento certo.
O êxito no emprego dos extintores depende dos seguintes fatores:
Distribuição adequada dos aparelhos pela área a proteger;
Manutenção adequada e eficiente;
Pessoa habilitada a utilizar aparelhos na extinção de incêndios.
33
Simbologia utilizada nos extintores
Modo de usar
Levar o extintor ao local do fogo;
Colocar-se à distância segura;
Retirar o pino de segurança;
Empunhar a mangueira e dirigir o jato à base do fogo (observar sempre a direção
do vento).
Mangueiras de Combate a Incêndios
Mangueira de incêndio é o nome dado ao conduto flexível utilizado para conduzir
a água sob pressão da fonte de suprimento ao lugar onde deva ser lançada.
As mangueiras de incêndio mais usadas são as de diâmetro 38 milímetros (1½¨),
63 milímetros (2½¨). O diâmetro refere-se à medida interna das mangueiras.
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As mangueiras de incêndio devem ser acondicionadas, visando os serviços de
brigadista, de duas maneiras:
As mangueiras novas devem ser retiradas das embalagens fornecidas pelo
fabricante e armazenadas em local arejado livre de mofo e umidade, protegido
da incidência de raios solares.
As mangueiras não devem ser arrastadas sobre pisos ásperos, bordas cortantes
de muros, etc., nem deve ficar em contato com o fogo, óleos, gasolina, ácidos
ou outras substâncias que possam danificá-las. As superfícies aquecidas
danificam as lonas das mangueiras de fibra sintética.
Ao serem recolhidas após o uso, devem sofrer severa inspeção visual, quanto
ao estado da lona e das uniões. As mangueiras deverão ser lavadas
cuidadosamente observando as instruções fornecidas pelo fabricante.
Hidrantes
Os hidrantes são dispositivos existentes em redes hidráulicas, que possibilitam
o fornecimento de água para emprego nos serviços de brigadistas.
Hidrantes internos são aqueles utilizados nas edificações, embutido em paredes
(ou encostados a elas), podendo ser disposto em abrigo especial, onde também
se acham os lances de mangueiras, esguichos e chaves de mangueiras.
ESPIRAL ADUCHADA
ESPIRAL
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Elementos que compõe o hidrante:
Reservatório, canalizações;
Registro, Junta de União (engate rápido ou rosca);
Caixa de mangueira;
Esguichos;
Chave de mangueira.
Hidrante de Recalque
Localizado no logradouro público, com a finalidade de abastecimento do sistema
de hidrantes da edificação.
Hidrante de Coluna
Destinado ao abastecimento de viaturas do Corpo de Bombeiros e pelo serviço
de abastecimento de água dos municípios.
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Esguichos
Esguicho agulheta é um esguicho com o corpo cilindro cônico, em cuja
extremidade de diâmetro maior é incorporado uma junta de união (engate rápido)
e na extremidade oposta, de menor diâmetro, podem ser adaptadas e
substituídas várias "bocas móveis" ou "requintes" de diversos diâmetros.
O esguicho Regulável é utilizado quando se deseja jato em forma de chuveiro,
jato em forma de neblina e jato compacto. A mudança de ângulo é obtida,
girando-se a parte anterior do esguicho, que se movimenta para frente e para
trás, na medida em que é girado.
Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio (SDAI)
Alarme manual é um equipamento que informa um princípio de incêndio quando
acionado por uma pessoa.
Alarme automático é um equipamento acionado automaticamente quando é
influenciado por determinados fenômenos físicos, químicos que acompanham o
incêndio.
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Detector de Fumaça: Sensível às variações da composição da atmosfera pela
percepção dos gases formados na combustão.
Chuveiros Automáticos - SPRINKLER
É um sistema de proteção através de chuveiros automáticos instalados ao longo
de tubulações dotados de dispositivos especiais que funcionam por elevação de
temperatura. Possui um bulbo de vidro no qual se encontra determinado volume
de fluído especial, controlado com precisão. O aumento da temperatura sobre
esse bulbo irá fazer com que o liquido se expanda e rompa a ampola, dando
assim, passagem à água que atua somente sobre as áreas afetadas. Esse
sistema é controlado por meio de uma válvula que, ao ser acionada, dará um
alarme mecânico local, remoto ou por indicação em painéis de comando.
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Abandono de área
O abandono de área deverá ser realizado sob orientação dos brigadistas após
determinação do Coordenador ou Chefe da Brigada ou quando for acionado o
alarme sonoro.
Obs.: Verificada a existência de risco de morte, os líderes de pavimento deverão
iniciar imediatamente o abandono do local, comunicando ao chefe da brigada.
O abandono de cada setor será feito simultaneamente, de forma ordenada,
através da escada de emergência mais próxima, cada brigadista será
responsável, em princípio, pelo seu setor, podendo atuar em outros setores
somente a comando dos responsáveis pela brigada.
O abandono da edificação se dará conforme itens abaixo:
Caso seja necessário abandonar a edificação, a central SDAI acionará o
alarme sonoro com procedimentos para o abandono da área;
Os Brigadistas deverão orientar a população quanto às rotas de fuga e
encaminhá-los aos pontos de encontro.
Antes do abandono definitivo do setor, os Brigadistas devem verificar se
não ficaram ocupantes retardatários e providenciar o fechamento de portas e
janelas sem, contudo, trancá-las;
Cada pessoa que tiver necessidades especiais deverá ser acompanhada,
por pelo menos um brigadista, devendo ser avaliada a necessidade de empenho
de mais brigadistas para apoio à mesma;
Os brigadistas deverão certificar-se de que toda população do setor
abandonou a edificação, informando ao seu líder de setor toda a situação;
É terminantemente proibido o uso dos elevadores durante o abandono,
sob quaisquer circunstâncias, devendo os brigadistas orientar a população a
descer pelas escadas de emergência, guiando-se pelo corrimão, até a saída no
nível térreo;
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As pessoas que foram retiradas da edificação deverão permanecer no
ponto de encontro até a liberação por parte dos responsáveis pela brigada;
Obs.: Cada chefe de setor deve manter a relação atualizada de todas as pessoas
com necessidades especiais que atuam no setor de sua responsabilidade para
quaisquer eventualidades.
Referências
AMERICAN HEART ASSOCIATION (USA). Guidelines 2015/ CPR & ECC. Destaques da American Heart Association 2015. Atualização das Diretrizes de RCP e ACE.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.048, de 05 nov.2002. Institui a política nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violências. Brasília, 2002.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS. Instrução Técnica Operacional nº 23-2ª edição. Belo Horizonte, 2016. NORMAN, E. McSwain.; SCOTT, Frame.; SALOMONE, Jeffrey P. PHTLS - Atendimento Pré Hospitalar ao Traumatizado. 7.ed. Editora Elsevier, 2012