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CÓPIA DIGITAL CONFERIDA COM O DOCUMENTO FÍSICO

revista.tce.pr.gov.br · 2019-12-16 · •, • Solicita-sepermuta. Pide-secanje. Man Binet um Austausch. Exchange is solicited. On demande J'échange. Si rechiede lo scambio. •

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Solicita-se permuta.Pide-se canje.Man Binet um Austausch.

Exchange is solicited.On demande J'échange.Si rechiede lo scambio.

NOTA: É permitida a reprodução. desde que citada afonte. Os conceitos emitidos em trabalhos as~inados sãode inteira. responsabilidade de seus ali/ores.

Revista do Tribunal de Contas - Estado do Paraná.N. 1(1970.).

Curitiba: Tribunal de Contas do Estado doParaná,J970.

Título antigo: Decisões do Tribunal Pleno e doConselho Superior (1970.73)Periodicidade irregular (1970.91)Quadrimenstral (1992-93)Trimestral (1994-)rSSNOIOJ-7J60Tribunal de Contas - Paraná - Periódicos. 2.Paraná.Tribunal de Contas - Periódic~s. r. Tribunal de Contasdo Estado do Paraná.

COU 336.126S5(816.2X05)

lSSN 0101- 7160

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ

CORPO DELIBERATIVO

ANGELA CASSIA COSTALDELLOProcuradora-Geral do Ministério Públicojunto ao TC/PR

NESTOR BAPTISTAPresidente

HENRIQUE NAIGEBORENVice-Presidente

FERNANDO A. MELLO GUIMARÃESCorregedor-Geral

ARTAGÃO DE MAnOS LEÃOConselheiro

CAIO MÁRCIO NOGUEIRA SOARESConselheiro

HEINZ GEORG HERWIGConselheiro

HERMAS BRANDÃOConselheiro

CORPOESPECIAL

Auditores

Roberto MacedoGuimarãesAuditor-Geral

Cláudio AugustoGanha

Eduardo de SousaLemos

Ivens ZschoerperUnhares

Jaime TadeuLechinski

Sérgio RicardoValadares Fonseca

Thiago BarbosaCordeiro

MINISTÉRIOPÚBLICOJUNTO AOTRIBUNALDE CONTAS

Procuradora-GeralAngela CassiaCostaldello

Procuradores

Célia RosanaMoro Kansou

Gabriel Guy Léger

Eliza Ana ZenedinKongo Langner

Elizeu de MoraesCorrea

Flávio de AzambujaBerti

Juliana SternadtReiner

Kátia ReginaPuchaski

Laerzio ChiesorinJunior

Michael RichardReiner

Valéria Borba

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I CORPO INSTRUTIVODIRETORIA-GERAL - DGAgiteu Carlos Bittencourt

DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO DO

MATERIAL E PATRIMÔNIO - DAMPJosé Alberto Relmann

DIRETORIA DE ANÁLISE DE

TRANSFERt:NCIAS - DATIvana Maria Plerin Furlatl

DIRETORIA DE CONTASESTADUAIS - DCESérgio de Jesus Vieira

DIRETORIA DE CONTASMUNICIPAIS - DCMLuclane Maria Gonçalves Franco

DIRETORIA ECONÔMICO­

FINANCEIRA - DEFCélia Cristina Arruda

DIRETORIA DE EXECUÇÔES - DEXLuiz Fernando Stumpl do Amaral

DIRETORIA JURIDICA - DIJURMaria Cristina Figueiredo Rocha

DIRETORIA DE PROTOCOLO - DP

Cleuza Bais Leal

DIRETORIA DE RECURSOS

HUMANOS - DRHGrácla Maria de Medeiros latauro

DIRETORIA DE TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO - DTIDJalma Riesemberg Junior

2' INSPETORIA DE CONTROLE

EXTERNOAngelo José Bizinell

3' INSPETORIA DE CONTROLE

EXTERNOMario de Jesus Slmloni

\4' INSPETORIA DE CONTROLE

IEXTERNODeslrée do Rocio Vldal

I

5' INSPETORIA DE CONTROLEEXTERNOPaulo Cesar Sdroiewskl

6' INSPETORIA DE CONTROLE

EXTERNOTatianna Cruz Bove

7' INSPETORIA DE CONTROLE

EXTERNOSolange Sá Fortes Ferreira Isler

COORDENADORIA DE APOIOADMINISTRATIVO - CAA

José Siebert

COORDENADORIA DEAUDITORIA - CADValter Luiz Demenech

COORDENADORIA DECOMUNICAÇÃO SOCIAL - CCSWagner Jorge Araújo Nogueira

COORDENADORIA DE ENGENHARIA E

AROUITETURA - CEAAdhemar zaparolli

COORDENADORIA DEJURISPRUDt:NCIA EBIBLIOTECA - CJBPedro Domingos Ribeiro

COORDENADORIA DEPLANEJAMENTO - COPLANClaudio Henrique de Castro

COMISSÃO PERMANENTE DE

LICITAÇÃO - CPLMario Gabriel Cholnskl

CORREGEDORIA-GERALCristina Teresa Iwersen

SECRETARIA DA l' CÃMARA

Vera Lúcia Amaro

SECRETARIA DA 2' CÃMARAClaúdla Maria Dervlche

REVISTA DO TRIBUNAL DECONTAS DO ESTADO DOPARANÁ N° 160

COORDENAÇÃO GERALPedro Ribeiro

REDAÇÃOPedro RibeiroCarollne Gasparln LlchtensztejnGrace Maria Mana MattosValmir José Denardln

EMENTAS - SUPERVISÃOLigia Maria Hauer Rüppel

EMENTASArthur Luiz Hatum Netoligia Maria Hauer Rüppel

REVISÃOArthur Luiz Hatum NetoCarollne Gasparin LichtenszteJnDoralice XavierLigia Maria Hauer RüppelMaria Augusta C. de Oliveira FrancoSlgmar Deeke Júnior

Publicação Oficial do Tribunal deContas do Estado do Paraná

(Coordenadoria de Jurisprudência eBiblioteca - CJB)Praça Nossa Senhora de Salete slnCentro Cívico - 80530-180Curitiba - ParanáFax (41) 3350-1605/3350-1665

Endereço na Intemet:www.tce.pr.gov.brE-mail: [email protected]

EDiÇÃO ESPECIAL 60 ANOS TC

REPORTAGENS ETEXTOS:Pedro Ribeiro, Valmir Oenardin,Carlos Marassl, Carollne lIchlenszlejn,Gabrlela Gattl.EOIÇÃO:Pedro Ribeiro e Valmir DenardlnPESOUISA:Grace Mazza e Maria AugustaOliveira FrancoPROJETO EEDiÇÃO GRÁFICA:Marco MedeirosCAPA:Milnlca KaranfOTOS:Júlio César Souza e Brenna AzevedoFOTOLITO E IMPRESSÃO:Total Editora Gráfica

Tiragem: 2.500 exemplaresDistribuição: gratuita

2 Revista do Tribunal de Contas· PR I nO 160 I fevereiro a Maio dll2007

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íNDICE

5 EditorialNosso papel fiscalizador

6 HistóriaAjudwnos a fazer

o Paraná

16 EntrevistaPreside11le Nestor Baptista

18 AtualidadeUm Paraná de COfllrastes

2 OPoder CentralOs Três Poderes no

Paraná

22 AgriculturaCampo retoma

crescimento

24a29 TecnologiaTudo passa pela

informatizaçâo

3OSaneamento básicoTarifa Social beneficia careflles

32 Saúde.. Força-tarefa"

fiscaliza setor

36 Meio ambienteComo frear o aquecime11l0

global

40EducaçãoEstado investe em

universidades

44 MunicípiosTCE atua em rodo o Estado

50 Estrutura internaConheça o Tribunal

por de11l ro

52 FiscalizaçãoAs linhas diretas com o

cidadão

56 ArtigoAs atribuições do

Ministério Público

59 Recursos humanosQualificação que

dá retomo

61 Lei OrgânicaCâmaras agilizam

julgamentos

62 PossesTCE ganha Conselheiro

e Auditor

65 MensagensAutoridades cumprimentam

Tribunal

76 Th.rismoO Paraná que encallla

o mundo

83 Jurisprudência

Revista do Tribunal de Contas· PA IIf 160 Ifeverelro aMaio de 2007 3

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EDITORIAL

60 OSTribunal de Contasdo Estado do Paraná

A trajetória do Tribunal de Contas do Paraná, nos últimos 60anos, se confunde com a própria história do Estado, numa formi­dável construção de trabalho, seriedade, ética e compromisso coma verdade.

No exercício de sua missão fiscalizadora, o Tribunal de Contasjamais se afastou de seu desiderato, cumprindo com exação, efici­ência e resultados seu papel na ordem constitucional, subordinadoaos elementos fundamentais do Estado Democrático de Direito.

Nesse contexto, firmou-se no cenário nacional e internacional,alargou seu horizonte controlador, foi ao interior, preveniu, fisca­lizou, consagrou o diálogo e defendeu os princípios da moralidadee legalidade, num ritmo compatível com uma sociedade vinculada àvelocidade e à cidadania.

De outro lado, é preciso reconhecer que sua respeitabilidadefoi construída pela tenacidade, visão futurista, medidas concretase interesse administrativo legítimo de gerações de homens e mu­lheres de talento e erudição, que, com ousadia e dedicação, lan­çaram as bases sólidas de um Tribunal de Contas forte, indepen­dente, respeitado, ausente de velhos paradigmas e legitimado pelacredibilidade.

Por essa razão, na passagem dos seus 60 anos, sinto-me privile­giado e orgulhoso por presidir o Tribunal de Contas do Paraná e depoder reafirmar o meu compromisso e o de todos os seus integran­tes ao esforço de encaminhamento do órgão para o seu devido lu­gar no concerto das instituições superiores de fiscalização.

Nestor BaptistaPresidente

Revista do Tribunal de Contas - PR I1f160 IFevereiro aMaio de 2007 5

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HISTÓRIA

Muitos séculos

Paraná Que o Tribunal de Contas ajudou aconstruir éum Estado urbanizado e industrializado, mas mantém otítulo de principal produtor agropecuário do País

Governar é abrir estradas: uma das principais trans

medida que possibilitou a ocupação do território, o

de do Litoral à região Centro-Sul. Todaa vasta área que engloba o None, oNoroeste, o Oeste e o Sudoeste expe­rimentava na época o início do proces­so de colonização.

Algumas das atuais maiore cidadesdo Estado ainda nem haviam sido ele­vadas à categoria de município. Eramos casos de Maringá, Cascavel, Para­navaí, Francisco Beltrão e Toledo(emancipadas em 1951) e Umuarama,tomada município em 1960. Além deCuritiba. as cidades mais importanteseram Paranaguá, Jacarezinho, Castro.Palmas, Ponta Grossa, Guarapuava eFoz do Iguaçu (mais por ser base defronteira do Exército do que por razõesturísticas). Londrina, emancipada em1934, começava a se destacar. sob apujança das lavouras de café.

Era um Paraná rural. com mais dedois terços de sua população vivendono campo. O ciclo econômico do café,no auge, consolidava o Estado comomaior produtor nacional desse que erao principal produto de exportação. Ariqueza verde saída das lavouras for­çava a demanda por infra-estrutura.O café foi o principal responsável pelaestruturação do PortO de Paranaguáe a abenura da Estrada do Cerne (PR­090, Curitiba-Londrilla), a primeira ro­dovia ligando o norle agrícola a Curi­tiba. A Rodovia do Café (BR-376.Curitiba-Paranavaí) s6 viria a ser inau­gurada em 1965.

Já no ano de instalação, o Tribunalde Contas viu crescer a demanda por

em 6 décadas

Para os historiadores, acostumadosa medir os fatos pela régua dos séculos,60 anos é um tempo extremamente cur­to. No Paraná. no entanto. esse períodofoi o suficiente para mudar completa­mente a fisionomia do Estado. Da eco­nomia à distribuição populacional, dainfra-estrutura à exploração fundiária.o Paraná que o Tribunal de Contas aju­dou a construir guarda pouca relaçãocom a realidade de seis décadas atrdS.

Em 1947, quando se preparava paracomemorar seu primeiro centenáriocomo unidade da Federação - até 1853seu rerrit6rio ronnara a Quinta Comar­ca da Província de São Paulo -, o Pa­rdná era um Estado agrário, com gran­des vazio demográficos, pouco muni­cípios e carente de infra-estrutura. Qua­e tudo estava por fazer, num período

cruelmente marcado pela SegundaGuerra Mundial, encerrada em 1945.

Havia por aqui um agravante queameaçava a unidade estadual. O presi­dente Getúlio Vargas e o interventorparanaense. Manoel Ribas, tentaram em1943. criar o Territ6rio Federal do Igua­çu, agregando as porções oeste do Pa­raná e de Santa Catarina. A iniciativas6 fracassou após a queda de Vargas eRiba~. O Territ6rio do Iguaçu foi extin­to, por emenda constitucional, em 1946.

Um ano depois, quando foi instala­do o Tribunal de Contas do Estado, du­rante o governo de Moysés Lupion, oParaná contava com apenas 63 muni­cípios. A maior pane deles concentra­da na porção do Estado que se eslen-

6 ReYlsta do Tribunal de Conlas· PR I ff 160 IFevereiro aMaio de 2007

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•rmações sofridas pelo Paraná nos últimos 60 anos foi aconstrução de rodovias,...

urglmento de cidades eo escoamento da sempre crescente produção agropecuária.

seus serviços. Somente em 1947 foramcriados 17 municípios. A maior partedeles na área de expansão da cafeicu.l­tura, como Arapongas, Cambé, Porecatue Campo Mourão. Novas ondas de cri­ação de municípios - processo só con­cluído em 1995 - dariam o atual fornla­lO político ao mapa paranaense, com 399municípios.

O Tribunal de Contas do Paraná.portanto. é parte do processo de desen­volvimento do Estado.

Urbanização - Dennison de Olivei­ra, professor de História do Paraná naUniversidade Federal do Paraná(UFPR), aponta duas data como fun­damentais na transfonnação do perfil doEstado nos últimos 60 anos: 1976, quan­do o valor da produção industrial ultra­passa o valor da produção agrícola, e adécada de 1980, em que a parcela dapopulação vivendo nas cidades final­mente supera a fatia que habita as áre­as rurais.

Esses dois processos. explica Olivei·ra, estão ligados ao mesmo fenômeno:a derrocada da cafeicultura. provocadapela "geada negra" de 1975, que ani­quilou as lavouras, e o "can aço" daterra após anos de cultivo ininterrupto.A cafeicultura era grande empregado­ra de mão-de-obra braçal. O fim dessemodelo gerou um processo de êxodorural até então inédito no Paraná. Partedo contingente de trabalhadores de em­pregado migra para áreas rurais deoutros Estados. principalmente do Cen­tro-Oeste.

A maioria, no entanto, vê como úni·ca opção mudar-se para a principaiscidades paranaenses, fenômeno queresultaria no bolsôcs de pobreza e fa­velas que hoje sufocam o centros ur·banos de médio e grande pone. Umexemplo claro desse processo é a Re­gião Metropolitana de Curitiba que, en·tre 1950 e 1980, teve sua populaçãoaumentada de 317 mil para 1,44 milhãode habitantes. Hoje, a Capital e os 25municípios que a cercam somam 3,26mi Ihôes de moradores. A taxa de cres­cimento populacional da região atinge

ReY\Sla do Tribunal de Contas· PR In" 160 IFevereiro a Maio de 2007 7

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como o maior produtor agropecuário doPaís, embora tenha um dos menores ter­rit6rios - apenas 201.203 quilômetrosquadrados.

A abundância de soja e milho pos­sibilitou ao Estado implantar um s6lidoparque industrial de produção de car­nes e alimentos de origem vegetal. Or-

espantosos 3,4% ao ano.Com O fim do ciclo econômico do

café, o Paraná buscou um novo perfilagrícola. A resposta foi dada pela soja,cultura que viria a substituir o café napauta de exportaçôes, mas responsável õi

por um grande problema social. Ao con- ~

trário de seu antecessor, a soja s6 é vi- ~~ável comercialmente em grandes áreas •~

e com o uso iOlen ivo de tecnologia, <

como maquinário, adubos e agrotóxicos ~

modernos. Nesse cenário. a possibilida- ~ Denniaon de Oliveira: dinheiro estatalde de permanência da população no induzJuodesenvolvimenlo.campo se reduziu ainda mais.

Os resultados negativos do avançoda soja foram um proces o ainda maisdrástico de esvaziamento do campo einchaço das cidades e o agravamentoda tensôes e conflitos fundiários, como surgimento dos movimentos de traba­lhadores rurais sem terra. O resultadopositivo foi a consolidação do Paraná

ganizado principalmente em torno decooperativas, es e complexo produti­vo é considerado modelo nacional eprincipal re pon ,vel pelas exporta­ções do E tudo, que somaram US 10bilhões em 2005 quase 10% do totalbra i1eiro).

a década de 1990. o governo esta­dual induziu um novo ciclo industrial,com a atração de montadoras e fábri­cas de autopeças para atender o seg­mento. Na "guerra fiscal" com outrosEstados, o Paraná pagou um alto preçopara abrigar multi nacionais como Re­nault e Volkswagen/Audi. Além dosatrati vos de boa infra-estrutrura. quali­dade de vida e mão-de-obra mais bara­ta que São Paulo. por exemplo, o Esta­do ofereceu benefícios fi cais, tributá­rios e doações de áreas. O resultadoforam R$ 23 bilhões de investimentosestrangeiros entre 1995 e 1999.

Redemocratização inspirou criação do TCEO ano de criação do Tribunal de Con­

tas do Estado do Paraná -1947 - mar­cou grandes transformações no mundo.e mai ainda no Brasil. Mudanças quecomeçaram em 1945. com o fim da Se­gunda Guerra Mundial. Ao lutar na guer­ra com os aliados contra o regime dita­torial nazi-facista, o Brasil colocou emconflito a existência de uma ditadura nopaís. O "Estado Novo" entrou em crisee teve seu fim em outubro de 1945, coma saída de Getúlio Vargas.

Segue-se um período de redemocra­tização, que culmina com a promulga­ção. em setembro, da Constituição de1946. durante o governo Eurico GasparDutra, que reduziu as atribuições doPoder Executivo e restabeleceu o equi­líbrio entre os três poderes. A novaConstituição legitima também o manda­do de segurança para proteger direitolíquido e certo não amparado por llObe­as corpus, e condiciona a propriedadeà sua função social, possibilitando suadesapropriação por interesse público.

É sob o efeito deste clima de rede­mocratização que todo o país respira-

va. que toma posse, em 12 de marçode 1947, o novo governador do Para­ná Moysés Lupion, eleito com 91.059votos. Seu governo notabilizou-se peloplanejamento, pela ocupação do terri­t6rio e pela integração geo-econôrni­ca. Lupion fundou a Bolsa de Valorese a Bolsa do Café, lançou a constru­ção da estrada de ferro Central doParaná, executou ambicio o progra­ma rodoviário e contribuiu para a fe­deralização da Universidade do Para­ná. Também ajudou na instalação doColégio Militar do Paraná e doou áreano Guabirotuba, em Curitiba, para quefosse edificada a Universidade Cat6­lica. Criou a Casa do Trabalhador, aCaixa de Habitação Popular, a Casado Estudante Universitário, e outrasentidades similares.

Criou o Tribunal de Contas do Para­ná, em 2 dejunho de 1947, inspirado naonda de redemocrlllização que conta­minava todo o País, após o fLm a ditadu­ra Vargas e do Estado Novo.

Nesta época, o Paraná tinha umapopulação de ccrca de 2 milhões de ha-

bitantes, dos quais apenas 25% viviamnas cidades e quase 50% eram analfa­betos. A Universidade do Paraná, aindanão federalizada. oferecia apenas eiscursos: Medicina. Engenharia Civil, Di­reito, Filosofia, Ciência e Letras, Odon­tologia e Farm cia. Em todo o Paranáhavia 376.070 alunos matriculados nasescola de primeiro e segundo graus, eapenas 2.600 no terceiro grau.

Hoje, 60 ano depois, o Paraná tem10,5 milhões de habitante. a maioriavivendo nas cidade, e uma taxa deanalfabetismo inferi r a 9%. As 112 ins­tituições de ensino uperior - duas fe­derais, 16 e taduais, quatro municipaise 90 privada -têm 208.382 alunos ma­triculados, em 978 cursos. Todos osanos, essa gigantesca estrutura do en­sino de ensino uperior oferece 97.738vagas que são disputadas em concur­sos vestibulares. Já a educação básicadispõe hoje no Paraná de 9.292 esta­belecimentos de ensino - 9 federais,2.082 estaduais, 5.137 municipais e2.064 privados, com 2.789.527 alunosmatriculados.

8 ReYlSta do Tribunal áe Contas - PR I rf 160 IFevereiro aMaio de 2007

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Revls1a do Tribunal de COntas· PR 1""60 IFever~ro, Maio de 2007 9

Nasce uma cidade: AAvenida Paraná, hoje principal via do centro de londrina, antes do asfalto.

Onde tudo começou: Paranaguã, no litoral, foi a primeira cidade paranaense, fundada em 1648.

Depois dasoja: atraidasporbenefíciosfiscais,montadorasde veículos,comosRenault1

lideraramnovo cicioIndustrial, nadécada de1990.

Poder estatalinduziucrescimento

Com 10,5 milhões de habitantes, oParaná de hoje enfrenta o vácuo deixa­do pela uce são de dois modelo degestão pública e suas falhas. Essa é aavaliação do professor Dennison deOliveira, autor de dois livros sobre O

assunto.Até a década de 1980, o poder es­

tatal - tanto federal quanlo estadual ­teve papel fundamental como indutordo desenvolvimento. Empresas públj­ca~, como Copel, Telepar, Banestado,Banco de Desenvolvimento (Badep),Companhia de Desenvolvimento (Co­depar) e Sanepar, ajudaram a levar in­fra-estrutura para todas as regiões doEstado.

Com a adoção do modelo neolibe­ral de gestão, a maior parte dessas es­talais foi privatizada, e o mercado nãoconseguiu absorver a função de pro­motor do crescimento.

"É importante um novo projeto dedesenvolvimento para o Estado, masnão vejo articulação enrre os Poderespara que i so aconteça", analisa Oli­veira. "Hoje o Paraná está marcadopor desequilíbrios regionais, com o es­vaziamento cada vez maior dos peque­nos municípios." Para ele. a políticaindu trial adotada na década de 1990foi nociva ao Estado. porque s6 arraiufábricas, em vez de desenvolver tec­nologia e conhecimento.

ESTADO URBANOPopulação paranaense vivendo nocampo (em %)

1940 75,51960 69,01970 63,81980 41,31990 26,72000 18,6

Fonte: IBGE

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HISTÓRIA

Da Grécia ao Século XXI,a evolução dostribunais de contas

Desde que o homem começou a eorganizar eln comunidades. seja em vi­las, aldeias ou cidades, ele percebeu aneces idade de dar poderes a certo.membros de seus grupos para que elesrepresentassem e administrassem osinteresses da coletividade.

Tão logo isso aconteceu, veio a ne­cessidade de controlar o recursos ge­ridos por esses representantes. Nasceaí. o primeiro esboço do Tribunal deConta.. Exi tem registro de irliciativade controle da adrrlini tração pública qucremontam à antiguidade.

No Egito. 3.200 anos antes de Cris­to. como na Pérsia e na Fenícia, a ar­recadação de tributos já era controla­da por escribas. O código de Manu.na índia. já trazia normas de adminis­tração financeira, de fiscalização e re­gulamentação da coleta das rendaspúblicas, 1.300 anos antes de Cristo.

a China de Confúcio. as rendas pú­blicas não podiam ser con iderada.bens de uso pri vati vo dos rei. , comOtambém estavam submetidas a umarigorosa fiscalização para não sofre­rem desvios. a Grécia. com os de­nominados legisperitos, surgiria ogerme dos atuais tribunais de contas.Especialmente em Atenas, as contasdo administradore públicos eramju.l­gadas por uma corte composta por dezlojistas, o l1ellenotollliai, escolhidopelo povo. com jurisdição sobre todosque atuavam em funções administra-

Embora iniciativas decontrole sobre agestão dodinheiro públicoremontem à antiguidade,o modelo atual, adotadono Paraná, surgiu com osEstados modernos

Livas. Arcontes', senadores, embaixa­dores, acerdotes e comandantes degalera prestavam contas do dinheirorecebido e gasto, justificando suas des­pesas. Gravava-se tudo em pedrapara registro perene das contas. Aris­tóteles, em "A Política", cita o tribu­nal que julga agentes devedores e quedecide sobre delitos públicos. EmRoma. o Senado, com O auxílio dosgestores, fi calizava a utilização dorecursos do Tesouro. Na França. porvolta de 1256, o fraudadores do Te­souro eram condenados à morte.

Atravé do tempo, foram sendo cri­ados mecanismos e instrumentos decontrole. na busca do equilíbrio da so­ciedade.

Mas é com Osurgimento dos esta­dos modernos que o controle das fi­nanças públicas passa a ser feito demaneira istemátic::.l e com os contor­nos dos atuais tribunais de conta. Issoem razão da instilUição de órgãos es­pecializados, como a C/ll1l1lbre de

COlllptes e a CO/lr des COlllpter. cri­adas por apoleão Bonapane comprivilégios da magistratura e a Cortedei COllli, na hália, criada em .1864para controlar e fiscalizar a FazendaPública.

Atualmente, todos os Estados demo­cráticos de direito do mundo, tanto par­lamentos como governos, comam comum órgão especializado para poderemfiscalizar adequadamente a atuação doPoder Público.

Os primeiros passos brasilei­ros - No Brasil. a idéia da criação deuma in tituição fiscalizadora já era de­fendida por alguns representantes da so­ciedade desde o Império. Durante o pri­meiro reinado. os senadores Viscondede Barbacena, Felisberto Caldeira Brante José lnácio Borges eram grandes de­fensores da criação de um órgão con­trolador. Contudo, em razão da firmeopo ição do Visconde de Baependi, nadaaconteceu.

o Segundo Reinado. buscava-se acriação de um "tribunal admini trativo".com a função de julgar as conta de to­dos os responsáveis pelo manuseio dodinheiro público. A proposta também foirejeitada.

Foram vários os defensores da insti­tuição Tribunal de Contas durante o im­pério. Merecem destaque Pimenta Bu­eno, José de Alencar, Gaspar da Silvei­ra Martins e Viscond de Ouro PrelO.

1Magistrado da Grécia antiga, primeiramente com poder de legislar e, depois de Sólon (cerca de 559 a.C.), mero executor de leis.

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. ~ocorpo funcionai em 1997. sob apresidência do conselheiro Artagão de Mattos Leão, nas comemorações do clnquentenárlo do Tribunal deContas: órgão possui pessoal preparado para suas atribuições de fiscalização sobre acorreta aplicação dos recursos públicos no Estado.

o primeiro Tribunal de Contasdo Brasil - Apesar de terem aconteci­do vários movimentos a favor da cria­ção de uma insrituição conlToladora decontas durante todo o periodo imperial,isso só aconteceu após a Proclamaçãoda República. Pela iniciativa do entãominislTo da Fazenda, o aclamado RuiBarbosa, é criado o Tribunal de Contasda União. em sete de novembro de1890. pelo Decreto n° 966-A.

Este decreto, entretanto, em razãoda inexistência de sua executoriedade,não institui a Corte no País, que só éefetivamente estabelecida com o De­creto n° 1.166, de 16 de dezembro de1892.

Sediado na Capital Federal, o Tribu­nal de Contas da União tinha seus mem­bros nomeados pelo presidente da Re­pública, com aprovação do Senado. Seuprimeiro presidente foi Manoel FranciscoCorreia, paranaense, de Paranaguá. Lr-

mão do Barão do Serro Azul, Correiafoi nomeado por ser considerado "o bo­mem mais honrado da República".

Adotou-se o sistema belga, com fis­calização prévia não absoluta. onde. pordeterminação do Executivo, com refe­rendo do Legislativo, a despesa poderiaser executada mesmo sem ser exami­nada pelo Tribunal. A instituição ficararesponsável pela fiscalização da recei­ta e despe,~a, sem prejuízo de analisartodos o demais ato que pudessem ori­ginar despesas ou mesmo que interes­sassem 1ls finanças da República, inclu­indo todos os responsáveis, independen­temente do ministério a que estivessemvinculados. Esse foi o sistema vigenteaté a Constituição de 1967.

Desde então, o órgão eslá pre enteem todas a constituições brasileiras,tendo suas competências alargadas ourestringidas de acordo com o momentopolítico do País.

o Tribunal de Contas brasilei­ro de hoje - Atualmente, o modelo deTribunal de Contas adotado no Brasil éúnico no mundo. Não corresponde aomodelo lTadicional de Tribunal de Con­tas, por assumir funções fiscalizadorastípica~ de controladoria, além de abran­ger funções de ouvidoria e órgão con­sultivo. Suas estruturas orgallizacionaise eus processos decisórios são um nlis­to dos processos e formas de decidir doLegislativo e do Judiciário.

A ele cabe a verificação da contabi­lidade de receitas e despesas, da exe­cução orçamentária, dos resultados ope­racionais e das variações patrimoniaisdo Estado, sob os aspectos da legalida­de, compatibilidade com o interesse pú­blico, econom.ia, eficiência, eficácia eefetividade.

Neste pouco mais de um século decriação, o Tribunal de Contas veio amopliando sua missão. Em 1988, com a

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Aorigem: o Provimento Número 1doTribunal, que foi criado pelo Decreto-Lei 627,assinado pelo governador Moysés Lupionem 2de Junho de 1947, em substituição aoConselho Administrativo do Estado.

-'-r-TReportagem sobre o TCE em jornal: a partirda década de 50, a Corte sofre mudanças nofuncionamento ejulgadores passam a serchamados de "ministros".

edição do texto constitucional atual, pas­sou não só a exercer o controle contá­bil, financeiro e orçamentário somentesob a ótica da legalidade, mas a fi cal i­zar aspectos operacionais e patrimoni­ais, inclusive no tocante à legitimidadee à economicidade das despesas reali­zadas.

Nunca os tribunais de contas brasi­leiros dispuseram de compelênciasconstitucionais tão amplas e incisivaspara o desempenho de sua missão. Otexto constitucional possui listagem ta­xativa de ua competência.

A criação e os primeiros pas­sos do Tribunal de Contas doEstado do Paraná· Em 2 de junhode 1947 nascia o Tribunal de Contas doEstado do Paraná. Criado através doDecreto-Lei estadual n° 627, foi institu­ído pelo então governador do Estado,Moysés Lupion (que seguiu a atribui­ção do artigo 6°, inciso V, do Decreto­Lei Federal n° 1202, de 8 de abril de1939) e substituiu o Conselho Adminis­trativo do Estado.

Instalado à Rua Ermelino de Leão,n° 5 I3, em imóvel ocupado hoje por umdos segmentos da Polícia Civil do Esta­do do Paraná, teve sua primeira com­posição formada por Corpo Deliberati­vo, composto por cinco juízes, CorpoInstrutivo - fonllado por Secretaria, Di­retoria de Fiscalização da Execução doOrçamento e Diretoria Revisora deContas - e uma Representação da Fa­zenda.

Seu primeiro regulamento, feito peloDecreto-Lei nO 673. de 9 de julho de1947, definiu a estrutura e competênciada Corte, estabelecendo, entre outrasatribu.ições, poderes para ordenar o se­qüestro de bens dos responsáveis ouseus fiadores e a prisão dos que procu­rassem fugir à responsabilidade.

Em 12 de agosto de 1947 é apro­vado o primeiro Regimento Interno daCasa, versando sobre sua constitui­ção e estabelecendo procedimentosde trabalho a serem adotado . Com74 artigos, foi assinado por todos osjuízes do Tribunal: Raul Vaz, Daniel

Borges dos Reis, Brasil PinheiroMachado, Raul Viana e Caio Grac­cho Machado Lima.

A eleição de seus primeiros dirigen­tes ocorreu em 14 dejulho de 1947,le­vando Raul Vaz à presidência (fato quese repetiria por mais l5 vezes em suacarreira) e Daniel Borges dos Reis àvice-presidência.

Nesses primeiros anos da Corte, agrande preocupação de seus membrosfoi a de provê-Ia e aparelhá-Ia para exer­cer seu papel fi calizador. Vêm destaépoca as primeira instruções essenci­ais para a fiel análise dos processo detomada de contas perante a FazendaEstadual e para a organização das atri­buições do Tribunal de Contas.

Décadas de 50 e 60 - anos deestruturação. Na décadas de 50 e60, o Tribunal pas a por alterações emsua organização e competência. Seusjuízes passam a ser denominados deministros e agora são sete efetivos,contando, ainda, com mais sete minis­tros substitutos. Os auditores passama ser sete. É instituído O Conselho Su­perior para o julgamento de matériasadministrativas da Casa. Em 68 é cri­ada a Corregedoria, sendo o ministroLeônidas Hey de Oliveira o primeirocorregedor.

O ano de 1969 é marcado pela apro­vação do segundo Regimento Interno,que vigorou até 2005. O documento foiassinado pelos então ministros João Fe­der, presidente, Leônidas Hey de Oli­veira, vice-presidente, Raul Viana, Jo éIsfer, Antônio Ferreira Rüppel, NacimBacilla Neto e Rafael latauro.

Anos 70 - nova sede e novasatribuições - A década de 70 foi umprenúncio das grande responsabilida­des que o Tribunal de Contas viria aassumir. Com a Emenda Constitucio­nal O1/69, a Corte passa a ler a atri­buição de fiscalizar os municípios doEstado. Logo, através do Provimento01/70, os procedimentos para as pres­tações de contas municipais são re­gulamentados.

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Em 19 de dezembro de 1972, ano emque a Corte completou seu 25° aniver­sário, o Tribunal de Contas do Paranápassa a exercer suas atividades em suanova sede, ao lado do Palácio Iguaçu.Em 29 de maio de 1971, a Con tituiçãoEstadual passa a intitular os então mi­nistros de conselheiros.

São criadas as Inspetorias de Con­trole Externo para auditoria e fiscaliza­ção orçamentária e financeira dos ór­gão da administração direta e indiretado Paraná e das entidades públicas compersonalidade jurídica de direito priva­do pertencentes, exclusiva ou majorita­riamente. ao Estado e municípios.

Década de 80 - um Tribunal deContas em expansão - Os anos 80foram ano de crescimento, treinamen­to e incremento das ações de envolvi­das pelo Tribunal de Contas. Em 1982 éiniciada a construção do prédio anexo àsede, inaugurada em 9 de março de1987. com o propósito de atender àscrescentes nece sidades físicas e ope­racionais da Corte.

É implementado programa de desen­volvimento funcional para aperfeiçoar

o Corpo Instrutivo nas áreas de DireitoPúblico e Constitucional. Contabilidadee Orçamento, Prestação de Contas eOrganização e Métodos - todos COIll

ênfase em auditoria, tema fundamentalpara o processo de crescimento que aCone atravessava.

O Tribunal de Contas também evolta cada vez mais à orientação dosmunicípios. passando a reaJjzar di versotreinamentos para técnicos das prefei­turas e câmaras municipais.

Em 1983 a Corte é responsável pelaorganização do Xli Congresso dos Tri­bunais de Contas do Brasil, realizado emFoz do Iguaçu, ob o comando do entãopresidente. conselheiro Cãndido Martinsde Oliveira.

Anos 90 - uma Corte em sin­tonia com o mundo - Nos anos 90,com o advento da Conslituição de 1988,que in titui O direito de denúncia, o Tri­bunal de Conta pas a a exercer seupapel social. incentivando a comunida­de a participar ativamente do controleda administração pública. Para tanto,estabelece as normas para a aplicabili­dade da denúncia e cria padrões para

tramitação e julgamento da mesma alra­vés do Provimento 01/91.

Em 1992 é criada a Coordenadoriade Auditoria de Operações de CréditoInternacionais - CAOCI (intimlada, am­ai mente. de Coordenadoria de Audito­ria - CAD).

A partir deste ano, a Cone tambémdá inicio ao processo de informatizaçãode seus setores face aos avanços tec­nológicos e à ampliação conStante deua delegações. Para que todo o Cor­

po Instrutivo esteja adequado à nova era,são intensificados os esforços para ca­pacitação e reciclagem de seus funcio­nário ,com a promoção de cursos e trei­namentos na área de inFormática. audi­toria financeira. economia do setor pú­blico, contabilidade geral e pública, or­ganização e controle de almoxarifado.entre outros.

Um fato muito importante marca oano de 1994. Pela primeira vez é pro­movido concurso para procurador juntoao Tribunal de Contas. A solenidade deposse conjunta de nove procuradores éfestiva e denota uma grande renovaçãopara a Casa.

No ano de 1995 é inaugurada a rede

A Associação dos Funcionários do Tribunal de Contas realizou ontem eleição para escolha da nova diretoria. Em renhida dispu.tar' Ch.pa Ideal, encabeçada por Terezinha Múller Chiesa, obtllYe 194 votos. contra 154 de 'Outra chapa, presidida por RoseM~ry Vianna. .

. Democracia Interna: a primeira votação realizada pela Associação Beneficente e Recreativa doTribunal de Contas do Paranã, entidade fundada em 1960 e que congrega os servidores da Casa.

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de infonnática. É o primeiro passo paraa integração entre todos o setore daCorte. A partir desse ponto, vários pro­gramas são desenvolvidos para interli­gar e agilizar o trabalhos.

No mesmo ano. o Tribunal de Con­tas recebe credenciamento do Bancolnteramericano de Desenvolvimento ­(BrD) para realizar auditoria em proje­tos e programas co-financiados pela en­tidade. Com a autorização. o TCE tor­na-se um dos primeiros organismos su­periores de fiscalização no continente arealizar auditorias em projetos co-finan­ciado pelo BID.

Objetivando aproximar os tribunaisde comas e as cortes fiscalizadoras dospaíse membros do Mercosul, o TCEpromove em 1995. sob a presidência doconselheiro Nestor Baptista, o I Encon­tro Internacional de Fiscalização doMercosul, na cidade de Foz do Iguaçu,com a presença de representame devários estados brasileiros e países sul­amencanos.

um mundo cada vez mais global i­zado, o Tribunal de Contas do Paranáimera-se e troca experiências com or­ganismos de controle de várias partesdo mundo, celebrando convênio de co­operação técnica com o Tribunal deContas da Espanba, Tribunal de Contas

de Portugal e Corte dei Conti (da Itá­lia), além dos tribunais de COntilS da Pro­víncia de Salta e da Província dei Cha­co. ambos na Argentina. Em 1996, filia­se à Organização Latinoamericana y deICaribe de Entidades Fiscalizadoras Su­periore' - OLACEFS e, em 1997. àEuropean Organization ofRegional AuditInstitutions - EURORAI.

Tribunal de Contas do Paranáno novo milênio - O Tribunal de Con­tas inicia o novo milênio diante de umnovo desafio: a Lei de Responsabilida­de Fiscal, de 4 de maio de 2000.

A LRF faz uma verdadeira revolu­ção na adminisu'ação pública, trazendonovos princípios de aplicabilidade, con­trole. programação e receita pública,além de prever punições fi.scais e pe­nais. A regra é não gastar mais do quese arrecada. No âmbito das prestaçõesde contas, traz novos aspectos pontuaisvoltados ao limites. procedimentos e pra­zos.

Como primeira medida. a Corte criauma comissão especial, comandadapelo então procurador e atual conselhei­ro Fernando Augusto Mello Guimarães,para estudos e rellexos da LRF nos es­tados e municípios. São avaliada' asprioridades nos que diz respeito aos tra-

balhos de orientação.Diante desse novo panorama, o TCE

lança, em 200 I, o Sistema de Infomla­ções Municipais - Lei de Responsabili­dade Fiscal para o envio, através da viamagnética. das inJormaçõe exigidaspela LRF. Com esse grande passo, onúmero de documentos enviados empapel diminui drasticamente e agiliza aanálise da. contas.

No mesmo ano. é lançada a IntranetTC, sistema web privativo do Tribunalde Contas pllra a publicação de infor­mações com conteúdo de interesse ex­clusivamente imemo. Também é feitolevantamemo das obras inacabadas noParaná, que revela, em seu relatório, aex; tência de cerca de I. 100 obras emconclusão.

Face a es as informações e à ne­cessidade crescente de padronizaçãodos dados enviados pelo município, afamília do Si tema de Informações Mu­nicipais aumema. com o lançamento doSIM - Prestaçào de Conta. Anual e doSIM - Acompanhamento Mensal, esteúltimo com os sub-módulos "Obras PÚ­blicas" e "Contabilidade".

Os novos istemas. seguindo o prin­cípio da auditoria sem papel, aperfeiço­am a fiscalização e revelam ao Tribunalde Contas lLm quudro exato da adminis­tração pública municipal paranaense.Suas infornlações exatas mostram comoo município está aplicando os recursos.

Estimulando a participação efetiva dasociedade na administração pública, aCorte institui, em 2002, com uma atitu­de pioneira no País, o Programa de Con­trole Social. Através desse mecanismo,a população denuncia o mau u o do di­nheiro público e exerce sua cidadania.Es e ano também é marcado pela no­meação da primeim procuradora-geraldo Tribunal de Contas. A posse de Ká­tia Regina Pucha. ki confirma a presen­ça cada vez mais forte da mulher naadministração pública.

O primeiro concurso para auditoresrealizado pelo Tribunal de Comas, em

Momento de descontração: representantedo TCE participa de concurso de belezaentre servidoras estaduais.

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oex-governador Paulo Pimentel é homenageado naa comemorações dos 47 anos do Tribunal.

das melhores cones de contas do pais.Presidido pelo conselheiro Nestor Bap­tista, é detentor das técnicas mais mo­dernas de controle, inspeção e auditoriae tem um corpo técnico qualificado epreparado para a grande responsabili­dade que tem em mãos.

Ciente das urgências do novo milê­nio. a Cone tem como prioridade paraesse ano controlar as ações ambientaisdo Estado. O acompanhamento das ati­vidades de planejamento. preservaçãoe recuperação ambientaJ e. sobretudo.a auditorias ambientai, fazem parte desua lista de trabalho.

A fiscalização rigorosa sobre o ter­ceiro setor também é uma de suas me­tas. A Cone quer pre ervar as boas ins­tituições e combater aquelas com des­vio de finalidade.

Sem esquecer de treinar o municí­pios na correta prestação de contas. oTribunal de Contas lançou. no início doano, o programa "Passo-a-Passo como Município". Sua proposta é orientaros representantes das prefeituras, deforma individualizada, a inserir correta­mente as informações solicitadas peloSIM - Acompanhamento Mensal.

Metas para 2007 - O Tribunal deContas inicia o ano de 2007, quandocompleta seu 6ff' aniversário, como uma

o7,

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e é criada a Inspetoria de Controle Ex­terno da Capital, que fisC<1Iiza. exclusi­vamente. o município de Curitiba. Osnovos procedimentos transformam aanálise dos processo dentro da Conee exigem adequações dos municípios.

o mesmo período a Cone cria suaOuvidoria, aproximando-se mais aindado cidadão paranaense. O novo setor éresponsável por receber denúncias. crí­ti as, queixas e sugestôcs sobre todosos gestores públicos do Paraná, inclusi­ve do próprio Tribunal.

Ao final desse mesmo ano, o Tribu­nal promove, em Foz do Iguaçu, o XlSlNAOP - Simpósio Nacional de Au­ditoria de Obras Públicas. O encontromobiliza profissionais de diversas áreasna bu ca de um caminho que leve aocombate da corrupção em obras públi­cas no País. Como resultado. é divulga­da a "Carta de Foz", que aponta o pro­jeto básico da obra e o concrole socialcomo principais ferramentas de concro­le dessas obras.

2003, também traz renovação ao CorpoEspecial da Casa. Atualmente, são qua­tro o auditores empossados pelo con­curso.

e ta esteira de inovações, é implan­tado o Analisador Eletrônico de Contas,que verifica todos os dados enviadospela prefeitura em tempo recorde eemite instrução técnica a respeito. Aprimeira análise das contas das prefei­turas referentes ao exercício adminis­trativo de 2003 é feita em 60 dias.

lmponante destacar a implantação,em 2004, de dois sistemas novo. Omódulo Atos de Pessoal, novo integran­te do SLM - Acompanhamento Mensal,mapeia toda a estrutura de cargos domunicípio, a ompanhando admissões,evolução das carreiras dos servidores,aposentadorias e, sobretudo, salários.inclusive de agentes político. Já o SEI(Sistema E tadual de Informações) temcomo meta exercer a fiscalização daadministraçãO direta do Estado com maisrapidez e eficiência, exigindo que os res­ponsáveis pelos órgãos estaduais infor­mem mensalmente as movimentaçõesfinanceiras.

No ano seguinte, o Tribunal de Con­tas dá mais transparência aos seus tra­balhos ao editar, em parceria com De­partamento de lmprensa Oficial, o jor­nal "Atos Oficiais". A publicação divul­ga, semanalmente, todo os ato do Tri­bunal de Contas. englobando ata dassessões do Tribunal Pleno, votos redigi­dos. editais de intimação. atos de alerta,decisões do Conselho Superior, atos nor­mativos emitidos pela Corregedoria-Ge­rai, despachos. atos normativos do Mi­nistério Público. ponarias baixadas pelaPresidência, entre outros.

O ano de 2005 é marcante para oTribunal de Contas. este ano, é apro­vada a nova a nova Lei Orgãnica daCasa e o novo Regimento Interno, esteinalterado desde 1969. A Cone ganhanovas atribuições e passa a julgar osproces os através de duas câmaras,cada uma composta por três conselhei­ros. O Tribunal Pleno fica responsávelpor re ponder às consultas e julgar de­núncias. As diretorias são renomeadas

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ENTREVISTA

"Somos modelo para ostribunais brasileiros')')

O advogado e jornalista Nestor Bap­tista conhece o Paraná como poucos.No exercício dessa segunda profissão.viveu a realidade na prática, quandoatuou nas coberturas política e esporti­va em alguns dos prinCipais veículos decomunicação do Estado. Depois. depu­tado estadual por três mandatos, ajudoua escrever a atual Constituição do Pa­raná, em vigor de~e 1989.

Nomeado conselheiro do Tribunalde Contas do Estado, em 1989, Bap­ti ta ampliou o contato com a rcalida­de paranaense. Foi corregedor-geralda instituição no biênio 90/91 e de2000 a 2002, presidente da Corte en­tre 1994 e 1995 e vice-presidente de2003 até o ano passado. Na presidên­cia, ao mesmo tempo em que busca­va estreitar o vínculo com os agentespúblicos de todo o Estado, desde osmenores municípios. voltou-se para oque havia de mais moderno no exteri­or em termos de gestão pública. fir­mando convênios com tribunais decontas europeus. Em janeiro, Baptis­ta assumiu novamente a presidênciado TCE, para um mandato de doisanos, conforme determina a nova LeiOrgânica do Tribunal. Na entrevistaa seguir, ele analisa o papel da insti­tuição e os avanços por ela obtidos.

Na sua avaliação, qual é a contri­buição dada pelo Tribunal de Con­tas à construção do Paraná nos últi­mos 60 anos?

Ao longo dessas seis décadas, o Tri­bunal de Contas do Paraná se transfor­mou numa das in tiruições mais prepa­radas e respeitadas do País, referênciae modelo nacional entre os órgãos decontrole externo da administração pú­blica. Tivemos contribuição fundamen-

Nestor Baptista destacapapel do TCE namodernização doParaná, especialmentecom a nova Lei Orgânicada instituição

lal na transformação do Paraná, de umestado agrário e subpovoado, em umadas mais ricas e importantes unidadesda federação brasileira. Conseguimosnos equipar de material técnico e hu­mano para fazer frente à grande deman­da provocada pela intensa urbanizaçãodo Estado nesses 60 anos, com a cria­ção de município e o crescimento damáquina estadual. Para se ter uma idéia,o Paraná passou de 63 municfpios, em1947. para os atuais 399.

Uma da principais conquistas quequero destacar nesse processo de mo­dernização foi o advento da nova LeiOrgânica do Tribunal, em vigor desdeo início do ano passado. A lei orgânicaanterior era de 1967 e estava totalmen­te superada pela Constituição de 1988,pela Lei de Licitações e a Lei de Res­ponsabilidade Fiscal. Esse novo instru­mento legal nos dá condições de exe­cutar nossa missão que é de orientare fiscalizar. com mais qualidade, rapi­dez e transparência. Hoje, temos con­dições de dar à sociedade paranaenseuma respo ta mais rápida sobre a ges­tão do dinheiro público. Na era da ve­locidade, isso é fundamental. porque osmaus administradores são punidos commais agi lidade e os bons recebem o me­recido reconhecimento do cidadão edas instituições.

Quais são as prioridades de suagestão?

O país e as inSlitllições experimen­Iam reconhecido processo de trans­formação. Coerente com es a cons­tatação, considero necessário dar agi­lidade às decisões do Tribunal, pois ademora acaba por incentivar a impu­nidade. A auditoria ambiental, pela pri­meira vez, será desenvolvida. comoforma de contribuir para o maior equa­cionamento desse importante etor.A ONG e [lS OSCIP , integrantesdo terceiro setor, serão auditadas parase avaliar o resultado de suas aç·õesna utilização de recursos públicos. Otreinamento dos agentes políticos e dostécnicos do tribunal constitllirá etapaimportante para o aperfeiçoamentodo serviços.

Como podem ser avaliadas, hoje,em termos de regularidade, as con­tas dos municípios paranaenses e doEstado do Paraná'! Elas estão avan­çando em transparência ou aindaexistem obstúculos a serem supe­rados?

A estruturação das contas públicas,no Brasil, é complexa e demanda umemaranhado de regras contábeis e jurí­dica. Por isso mesmo, as contas dosmunicípios -pela carência de profissio­nais especializados- apresentam maisirregularidades técnicas, sem que issorepresente, nece 'sariamente, desvios derecursos. Já as do E tado, pela disponi­bilidade de represenwtivo arsenal téc­nico, apresentam melhor qualidade. Dequalquer maneira. após o advento da Leide Re ponsabilidade Fiscal, houve ex­pres ivo avanço do padrão técnico, datransparência, da gestão fiscal respon­. áve.1 e, sobreludo. do planejamento,

16 Revísta do Tribunal de Contas· PR In" 160 IFevereIro aMaIo de 2007110. _

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NESTOR BAPTISTANascido em Ponta Grossa' 58 anos' Écasado com Marlalublana Baptista. Advogado,formado pela Universidade Federal do Paraná' Jornalista profissional, atuou nas áreasesportiva e poUllca, em rádio, TV e jornal' Deputado estadual por Irês legislaturas (1979-82,1983-86 e 1987-90) • Foi nomeado conselheiro do TCE em 1989.

dentro do pressuposlO básico. nuclear,de que ó é po. sível gastar o que forarrecadado.

Quais são as irregularidadesmais comuns encontradas pelo TCEem seu trabalho de fiscalização?

Historicamente. as irregularidadesfazem pane da gestão pública. tanto porinexperiência de pane dos responsáveisquanto por certa espertezas condená­veis. A irregularidades mais comunsestão relacionadas à formalização daslicitações. dos aditivos contratuais, não­cumprimento de aplicação percentualindicada pela Constituição em gastocom educação e aúde. contratações derecursos humano ilegais, desvio de ob­jeto de gastos, registrns contábeis atra­sados e ausência de controle interno dasatividades.

o caso de gestores púhlicosque cometem faltas graves e atémesmo crimes, o que faz o TCE?

O Tribunal de Contas do Paraná éextremamente rigoroso no controle dascontas públicas, do Estado e dos muni­cípios. Na realização desse controle. háa separação entre erros formais e do­cumentais. dos que envolvem crime dere ponsabilidade. estes de natureza gra-

ve. No primeiro caso. aponta-se a cor­reção da anomalias. No segundo, oTribunal desaprova as contas, exige adevolução dos recursos desviados ecomunica a falta ao Mini tério Público.para a ação indicada pela lei.

Já houve caso de prisão, no Pa­raná de administrador público quecometeu alguma falta grave comodesvio ou uso indevido de recur­so ? E, neste caso, ele foi obrigadoa devolver os recursos?

Ydrio administradores públicos, noParaná. já foram presos. afastados doscargo e responsabilizados por ações ile­gais ou desvio de recur os públicos.

esses casos, são obrigados a re ar­eir o erário e. por deci ão judicial, têmdecretada a indisponibilidade de eusbens e a sua inelegibilidade. As compli­cações são grandes e o gestor geral­mente sofre grave abalo moral e lemsua vida pública seriamente prejudica­da. Tanto o Tribunal de Contas, quantoo Ministério Público e o Poder Judiciá­rio. são extremamente rigorosos na san­ção a gestores que desviam recursospúblicos.

Dizem que os TCs fazem umafiscalização excessivamente formal.

Isto é: em clima de papéis, deixan­do de flagrar irregularidades in loco.Essa informação é verdadeira?

A fiscalização exercida pelo Tri­bunais de Conta abrange um aspeCIOformal, materializado lla Prestação deContas. e outro quando realiza audito­ria e inspeções in loco. O caso doTribunal de Conta do Paraná, sua açãona administração do Estado é conco­mitante realização do ato e feita per­manentemente por meio de Inspetori­as de Controle Externo, em todos ospoderes e órgãos governamentais. omunicípios, em face da existência demais de 1.215 unidades admini trativas.a cada ano são selecionado órgãos eentidades a serem auditada , por regi­ões, o que permite à corte ter exatadimensão do comportamento dos ges­tore . Além disso, a captação de todoso dados de gestão fiscal. através deprograma de informática, permite aoTribunal. a tempo. acompanhar todosos passos de arrecadação e realizaçãode despesas.

Os tribunais de contas têm sidoacusados também de tolerantes de­mais na aplicação da LRF.

Trata-se de afirmação injusta e 10­

talmente fora da realidade. Apó o ad­vento da Lei de Responsabilidade Fis­cal, todos os tribunai de contas alte­raram seu modelo fiscalizador. ocaso do Paraná, o TCE implantou doisavançados sistemas. denominadosSIM (Sistema de Informações Muni·cipais) e SEI (Si tema Estadual de in­formações). alimentados por dadosorigindrios dos municípios e do Esta­do. envolvendo todos os componentesde gestão fiscal relativos às panes or­çamentária. financeira. patrimonial.operacional e administraliva. Essesistemas. inclusive, implicaram emgrandes transformações na contabili­dade e no controle dos órgão pú­blicos. As informações são rigorosa­mente analisadas. os erros constata­dos devidamente apontados e é exigi­da a sua correção. Portanto, nada detolerãncia com as exigências da Leide Responsabilidade Fiscal.

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ATUALIDADE

Paraná moderno e ricocontrasta com bolsõessubdesenvolvidosEstado amarga o pior IDH da região Sul e, ao longo de décadas, não conseguiuamenizar as desigualdades regionais Que derrubam seus indicadores

18 Revista do Tribunal de Contas· PR Ino 160 IFevereiro aMaio de 2007

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É verdade que o estilo de vida pre­dominante da população rotula o povoque vive dentro daquelas fronteiras.Quem não conhece a fama dos cario­cas como povo alegre, ou dos paulistascom sua preocupação excessiva com otrabalho? A indolência baiana, as proe­zas e exageros dos gaúchos, a capaci­dade de negociar dos mineiros?

Os paranaenses são vistos pelosbra iJeiros como frios e sisudos, masreconhecidos como cultos. organiza­do , de hábito europeus. Esta ima­gem não nasceu por acaso. Foi culti­vada anos a fio. Curitiba, a capital dosparanaenses, era conhecida com "ci­dade universitária". O curitibanos"venderam" a imagem de um povoeducado, elegante, e Curitiba uma ci­dade moderna. inovadora, de excelentequalidade de vida.

A pergunta é: fazemos jus a estafama? Talvez sejamos mesmo sisudosdemais. MaJ modernos. educados. comexcelente qualidade de vida? Dependede como se olha. Temos o pior Índicede De envolvimento Humano (lDH)dentre os três EsUldo do Sul - o IDH éum índice criado pela Organização das

ações Unidas (ONU) para medir aqualidade de vida da população a paltirde indicadores como educação. longe­vidade e renda.

Mas, se olharmos por outro lado, oSul é, dentre as cinco regiões geoeco­nômicas brasileiras, a que tem o IDHmais alto (0,807). Tem também a e­gunda maior renda per capita brasilei­ra - R$ 10.703,60. perdendo apenaspara a Região Sudeste.

Mas, no Paraná. tudo é relativo. Oui do Estado foi colonizado por imigt'dII­

tes europeus - ucranianos, poloneses.holandeses, alemães e italianos, princi­palmente. Já o oeste e o sudoeste rece­beram migração de gaúchos, descen­dentes de europeus. enquanto toda aregião norte foi ocupada por paulistas emineiros, que trouxeram depois mão-de­obra do Nordeste. Um caldeirão cultu­ral extraordinário, que aos poucos vaise misturando, compondo um tipo comjeito paranaen e.

O fato é que essa característica ét­nica e as condições da economia lo­cal forjaram regiões completamentedíspares. É notório o vigor da econo­mia no Oe te ou no orte Novo doParaná, contrastando com a pobrezado Vale do Rio Ribeira e do Litoral,ou o modesto crescimento do chama­do Norte Velho de Jacarezinho. O re­sultlldo é um Estlldo dividido pelos in­dicadores. Mesmo cidades como Cu­ritiba. Londrina. MlIringá. Cianorte.Cascavel e Toledo exibem índices dedesenvol vimento humano abaixo deoutros Estados, até mesmo menos ri­cos que o Paran,\.

Poucos governantes atacaram defrente o problema das desigualdades re­gionais ao longo da história. Prova dis­so é que só recentemente, em 2005. osmunicípios de Adrianópolis e Tunas do

Paraná, no Vale do Ribeira. foram liga­dos por asfalto ao resto do E tado. pelaBR-476. O número de propriedades ru­rais sem eletricidade na região do AlIORibeira é digno de estatística do or­deste brasileiro.

No Litoral, cidades como Pomal doParaná, Morretes. Antonina e Guara­queçaba. apesar de turísticas. têm ín­dices de tratamento de esgoto próxi­mos de zero. A Ilha do Mel, paraísoIUrístico. até hoje não tem um eficientesistema de abastecimento com água docontinente. A coleta e o tratamento deesgoto praticamente não existem nafaixa litorânea.

Exemplos como os apresentadosnesta reportagem mostram o atual es­tágio de desenvolvimento e as de igual­dades regionais que ainda pennanecemno PaI·aná.

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20 RevIsta do Tribunal lie ConJas - PR In· 160 IFevereiro 3 MaiO de 2007

PODER CENTRAL

Poder Executivo - O Poder Exe­cutivo está organizado em uma estrutu­ra que tem à freme o governador e ovice-governador. Abaixo estão. na ad­ministração direta, 2 I secretaria deEstado, sete secretarias especiais, 21autarquias. sete universidades estadu­ais e 12 faculdades. Uma gigantescamáquina que consome mais de R$ 16bilhões anuai .

Também estão diretamente subordi­nados ao governador os chamado ór­gãos da admini tração indireta. São. aotodo, 13 empresas públicas e socieda­des de economia mista -Copel. Sane­par, Cohapar, Compagás, Ferroeste.Claspar, Tecpar, entre outras- e cincoentidades de serviço social autônomo ­Paraná Previdência. Paranacidade, Eco­paraná. Paranaeducação e Paraná Tec­nologia.

Apesar do grande número de se­cretaria . empresas e autarquias. amaior parte das despesas está concen­trada na secretarias de Educação,Saúde, Segurança, Administração eFinanças. Juntas. elas consomem R$12 bilhôes, quase três quartos do or­çamento do Estado.

rrês Poderes,um só EstadoEstrutura pública paranaense gere orçamentoanual superior a R$ 17 bilhões, paraatender necessidades de uma populaçãoque já supera os 10 milhões de habitantes

Quando foi insllllada a Província doParaná. em 19 de dezembro de 1853.zacarias de Gói e Vasconcelos. nome­ado primeiro presidente da nova unida­de federativa, logo deixou explícita suamaior preocupação como governante:como povoar um le'Titório de 200 milquilômetros quadrados que contava comapenas 60.626 habitantes? Passados 154anos, o Paraná é um Estado completa­mente povoado.

As duas cidades existentes em me­ado do século XIX -Curitiba e Para­naguá- multiplicaram-se. e hoje são399. A população passa dos 10,5 milhõesde habitantes.

O Paraná é hoje um Estado moder­no, organizado, com um orçamento anu­al de mais de RS 17 bilhões. Conheça aestrutura do poder estatal paranaense.ua divi ão e o tamanho de a máquina

que organiza e dá suporte a todas asatividades econômicas. além de suprirnecessidades básicas da população.como educação. saúde. saneamento eegurança.

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Poder Legislativo. O PoderLegislativo é representado pela As­sembléia Legislativa, que tem comoórgão de assessoramento o Tribunalde Contas do Estado. Na estrutura depoder, a A embléia é uma casa derepresentantes, na qual cada cidadãoestá simbolicamente pre ente, pormeio de seu deputado. A principal ta­refa da Assembléia é produzir leis queordenem a vida do Estado. Cabe-lhetambém as tarefas de centralizar asreivindicações dos cidadãos e de fis­calizar os atos do Poder Executivo.

A As embléia do Paraná tem umplenário composto por 54 deputadosestaduais, eleitos por voto direto e pro­porcionaI. Os parl.amentares estão reu­nidos em blocos partidários de diver­sas tendências que, por sua vez, seunem em dois grandes blocos - situa­ção e oposição. É esta correlação deforças que dá vida ao parlamento.apoiando ou reprovando os atos doExecutivo. legitimando ou questionan­do os governantes.

As sedes dos Três Poderes no Psraná:Palácio Iguaçu, que abriga o Executivo

(acima), Assembléia Legislativa eTribunal de Justiça (folos abaixo); todos

esses prédios estão concentrados noCentro Cívico, em Curnlba.

Poder Judiciário. Cabe ao Judi­ciário a distribuição da justiça. o Pa­raná é compo to por vários órgão . sen­do o mais importantes o Tribunal deJu tiça e O Ministério Público. O Tribu­nal de Justiça é integrado por 120 de­sembargadore . Sob sua coordenaçãotrabalham em lodo o Estado 3M juízesde entrância final, 143 juízes de entrân­cia intermediária, 85 juízes de entrânciainicial e 41 juízes substitutos.

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AGRICULTURA

, .~.LOnegoclo retoma

crescimento erecupera renda

22 Rt"I''Jlo C1'J T,lbUf1,l1 0-: CQnlas - PR fi 1fi!) I F'?".t'reIIO a M,il(j :le 2007

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Melhora no clima enos preços internacionais de milho esoja eaté anova demanda por combustíveis renováveispodem levar o Paraná auma nova safra recorde

opeso das dívidasA Federação da Agricultura do Paraná (Faep) alerta que o período é de

recuperação, porém não de euforia, pois a conta ainda não fecha. É certoque o dinheiro do agroneg6cio volta a circular no Estado, mas as dívidasacumuladas nos anos de crise ainda comprometem a renda do produtor.Somente no Paraná, o Banco do Brasil renegociou R$ 1,8 bilhão em com­promissos financeiros vencidos em 2005 e 2006. E as repactuações, comcarência até 20 lI, começam a vencer neste ano e somam-se à dívida decusteio da atual safra.

Em todo o País, as entidades do agroneg6cio calculam que a dívida total,com agentes financeiros, tradings e cooperativas ultrapasse R$ 20 bilhões.Mas o real tamanho do endividamento e a capacidade de pagamento do agri­cultor ainda é uma incógnita.

Após dois anos em queda, a produ­ção agrícola do Paraná retoma o cres­cimento e volta a aquecer a economiado estado, que tem 1/3 de seu ProdutoInterno Bruto (pm) escorado no desem­penho do agroneg6cio. Soja e milho de­vem produzir, juntos, mais de 25 milhõesde toneladas. As duas culturas, que noano passado não atingiram 20 milhõesde toneladas, respondem por 90% dasafra agrícola paranaense.

Técnicos da Organização das Co­operativas do Paraná (Ocepar) des­tacam, no entanto, que o resultado ob­tido em 2006 foi prejudicado pela es­tiagem que castigou o campo. Ou seja,houve um incremento positivo, mas éimportante salientar que o aumento sedeu em cima de uma base pequena.Ainda assim, os números mostram queo setor retoma uma linha ascendente.Em volume, a atual safra deve supe­rar ou então ficar muito próxima donúmero recorde verificado em 2003,quando o estado colheu 11,01 milhõesde toneladas de soja e J4,3 milhõesde toneladas de milho. Para este anosão estimadas 12 milhões de tonela­das de soja e de 13 a 14 milhões tone­ladas de milho.

Além do bom resultado no campo,proporcionado em grande parte pelocomportamento do clima, os preços in­ternacionais das principais commoditi­es agrícolas se mantém acima das mé­dias históricas, cenário que colaborapara a recomposição da renda do pro­dutor rural. Com isso, empresas de in­sumos, que nos últimos dois anos redu­ziram o quadro de pessoal por causa dacrise, voltam a contratar. Isso acontececom fábricas de máquinas e implemen­tas e agroindústrias, mas também sereflete no comércio. na prestação deserviço e até nas prefeituras dos peque­nos municípios que têm, muitas vezes, aagricultura como principal fonte de ar­recadação.

O clima foi detenninante, mas o viésde alta no segmento também se deve àdemanda por combustíveis renováveis,produzidos a partir de milho e soja. En­quanto no Brasil a soja está virando bi­odiesel, nos Estados Unidos o milho co­meça a ser utilizado em larga escala paraa produção de etanol (álcool combustí­vel). Ou seja, novas demandas, para finsespecíficos, que ajudam a sustentar pre­ço e dar vazão ao aumento na ofertamundial de grãos.

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TECNOLOGIA

Uma parceria entre o governo para­naense e o do Canadá para desenvolvi·mento, transferência de tecnologia eprodução de medicamentos de alta com­plexidade. que hoje são totalmente im­portado, vai atender à demanda doMinistério da Saúde. Com o convêniotirmado pelo lnstilUto de Tecnologia doParaná (Tecpar) - ligado à Secretariade E tado da Ciência. Tecnologia e En­sino Superior - com a empresa Prome­tic Life Sciences do Canadá, o Estadofica autorizado a fabricar biofármacoscomplexos na planta de produção deinsumos da instituição, na Cidade lndus­trial de Curitiba. visando atender aomercado nacional.

"Es a imeração é beoélica. não sópara o Paraná. mas para o Brasil, jáque o Ministério da Saúde vai econo­mizar cerca de R 90 milhões por anocom a importação de medicamentos",assegura o diretor-presidel1le do Te­cpar. Mariano de Matos Macedo. Parase ter uma idéia do que representa afabricação de medicamentos de altacomplexidade no paf·. o Ministério daSaúde gastou cerca de RS I bilhão nofornecimento de 14 medicamentos dedispensação obrigatória. ou seja, pro­dulOS que o SUS (Sistema Único deSaúde) é obrigado a ter em seu balcãop"ra fornecimento aos pacientes. Com

a importação de apenas um remédiopara atender 500 pacientes, o Ministé­rio gastou, em 2005, R$ 180 milhões."Quanto mais rara a doença, mais caroé o medicamento. Daí o interesse",observa Mariano.

É trabalho para três anos. entre as­sinalUra do contrato de parceria, refor­mas neces árias no prédio e treinamentode pessoal. O Governo do Estado deveinvestir cerca de R$ 30 milhôe nessaempreitada. "É um custo relativamelllepequeno se considerarmo o benefícioque es e laboratório trará", assinalaMacedo.

Estrutura própria - De acordocom Renato Rau. do Tecpar. o que cha­mou a atenção dos canadenses foi ofato de o Paraná já possuir estruturaprópria para a produção do medica­mento. faltando apenas algumas adap­tações. "Com isso teremos vantagens,como menor tempo na execução dasobras e aquisição de apenas algunsequipamentos necessários para a pro­dução em larga escala". observa. "0beneffcio é muito grande para o pafse principalmente porque colocaremosem funcionamento um laboratório queestava inoperante há mais de dezanos", re lime.

Renato Rau conta que havia preo-

cupação com a utilização do labora·tório, já que. ali. estavam equipamen.tos avaliados em mais de R$ 10 mi­lhões. sem uso. "Isso no angustiava.Agora. temos a oportunidade de res­gatar esse complexo. com a nova plan­ta", avalia. Enquanto o local é refor­mado. o pessoal que vai trabalhar nolaboratório passará por treinamentoespecífico, com técnicos pesquisado­res canadenses.

Fundo - A discussão para a instala­ção de um laboratório para de envolvi­mento de plataforma de alta tecnologiateve inicio numa viagem que o gover­nador Robel1o Requião fez ao Canadá,em 2004. ,.A intenção do governador éfazer um programa de governo com de­senvolvimento de tecnologia avançada.E e tamos bem próximos de conquistaresse destaque, que será bom não ó parao Paraná, que será pioneiro no pafs, mastambém para o M.i.nistério da Saúde".comemora a ecretária de Estado daCiência, Tecnologia e Ensino Superior,Lygia Pupallo. "Esse é um progranla degrande polte. e os recursos para viabili­zação dessa plataforma de biotecnolo­gia virão do Fundo de Ciência e Tecno·logia do Estado, que vai investir R$ 14milhões, e da contrapal1ida do Ministé­rio da Saúde". completa.

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Sede do Tecpar, na Cidade Industrial de Curitiba: reconhecida como centro de referência nacional,instituição investirá mais de R$ 30 milhões para retomar produção de medicamentos.

Referência nacion~ há 60 anoso Instituto de Tecnologia do Para­

ná (Tecpar) é uma empresa pública vin­culada à Secretaria de Estado da Ci­ência, Tecnologia c Ensino Superior. Éuma instituição de pesquisa, desenvol­vimento, produção e prestação de ser­viços.

Com 60 anos de existência, o Tecpartem uma trajetória de conquistas no Pa­raná e no Brasil. Originado do Labora­tório de Análises e Pesquisa, fundadoem 1940, e embrião do Instituto de Bio­logia e Pesquisas Tecnológicas (IBPT),o Instituto de Tecnologia do Paraná éhoje reconhecido como um centro dereferência nacional.

Atua na áreas de produção de imu­nobiológicos e antígenos, química fina cprestação de serviços atendendo às de­mandas da sociedade. Ocupa posiçãode destaque entre os principais forne­cedores de vacinas para o Governo Fe­deral. Uma completa estrutura de labo­ratórios e uma equipe de profissionaiscapacitados no Brasil e no exterior via­bilizam a produção de imunobiológicosde qualidade.

É o maior produtor nacional de vaci­na anti-rábica de uso veterinário, comprodução anual de mais de 30 núlhõcsde doses para serem distribuídas peloMinistério da Saúde e começa a produ­zir vacina com base em cultivo celular,cumprindo a meta de melhoria do pa­drão tecnológico.

Uma das áreas mais tradicionais doTecpar. a área técnica. presta cerca dedez rn iI serviços especi ai izados por ano,entre análises e ensaios, para diversossetores econômicos. É um importanteapoio a órgãos e empresas no registrode novos produtos, controle da qualida­de, in peção, pesqui a de contaminan­tes e realização de testes exigidos pelalegislação para importação e exporta­ção de produtos.

Dentre as atividades prestadas pelaárea técnica estão também a pe qui­sa e o desenvolvimento de projetos deInteligência Artificial, os programasde extensão, que têm por fInalidade oapoio às soluções de problemas tec­nológicos para empresas e comunida­de, visando à modernização e à iDO-

vação tecnológicas principalmente demicro, pequenas e média empresas,e uma unidade de certificação, queatesta se produtos, processos e/ouserviços estão em conformidade comnormas nacionais, estrangeiras ou in­ternacionais.

O Tecpar mantém ainda na sua es­trutura a Incubadora Tecnológica deCuritiba (lntec), a Agência Paranaensede Propriedade Industrial (APPD, o Ins­tituto de Biologia Molecular do Paraná(IBMP) e o Centro Brasileiro de Refe­rência em Biocombustíveis (Cerbio). Étambém um dos executores do Progra­ma Nacional de Produção e Uso do Bi­odiesel. além de participar do Progra­ma Paranaense de Bioenergia e Bio­combustfveis.

A sua sede é na Cidade Industrialde Curitiba, mas possui outras quatrounidades: Produção de Vacinas e Antí­genos e o Laboratório de Qufmica Fina,no bairro do Juvevê: um Biotério (Gran­ja Maria Luiza) em Araucária: um Bio­tério em Jacarezinho; e uma Unidadede Serviços em Maringá.

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26 Revista do Tribunal de Contas - PA In" 160 IFevereiro a Maio de 2007

Tecnologia de ponta apessoalespecialmentetreinado farão partedo centro deprodução.

Equipamentos modernos,avanados em R$ 10milhões, estavamparados e agora seriousados no novo projetodo Tecpar.

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Uma solução paranaensecontra a aranha marrom

Curitibalidera casos

A aranha marrom mede entre 3 e 4centímetros e uma da mai comunsentre as espécies de aranhas exi tentesno Brasil. Sua picada causa ulceraçõesna pele, com dor semelhante à de umaqueimadura, e pode levar à morte, porinsuficiência renal aguda. Ela possui há­bito noturnos e sua pica-da é imperceptível, o queatra a o tratamento.

Curitiba é a cidadebrasileira com a maior in­cidência de. se aracnídeo.

os últimos anos, tem re­gistradO uma média de 3mil casos. A última morteocorreu em J995. Suaproliferação e tá ligadaao desmatamento e à re­dução dos predadores na­turais, como lagarrixa.sapo e galinha. Além dooro desenvolvido pelo

CPPI, o tratamemo utili-za o soro antiaracnídico e •outros medicame11l0s.

Toda a produção brasileira de sorocontra a picada da aranha marrom saide um laboratório pertencente ao gover­no paranaense localizado em Piraquara(Região Metropolitana de Curitiba). OCentro de Produção e Pesquisa de Imu­nobiológicos (CPP!), ligado à Secreta­ria de E lado da Saúde. desenvolveu eobteve registro do produto na Agência

acional de Vigilância Sanitária (Anvi­sal e hoje produz 5 mil do es por ano,distribuída na rede pública de. aúde detodo o país.

A bu ca por um medicamentomais eficaz contra a aranha marrom(Loxosceles) se imen ificou a panirda década de 1990, com O aumentoda ocorrência de ataques desse ani­mai, especialmellle em Curitiba. Atéentão, somellle o Instituto Butantan,de São Paulo, produzia um soro ge­nérico. para a picada de todas as es­pécies de aranha e escorpiões. Onovo medicamento começou a serusado no Paraná em 1996 e, em 2003,pas ou a ser distribuído em todo oBrasil, por meio de um convênio como Mini tério da Saúde.

"A principal valllagem do nos osoro é de que ele garante uma prote­ção maior conlra as lesões renais pro­vocadas pelo veneno da aranha mar­rom, a principal causa de mone nessetipo de envenenamento", explica o ve­lerinário Rubens Gusso. diretor doCCPI. Para ler eficácia. o medica­mento deve ser aplicado até 48 horasapós a picada.

Além do soro contra a aranha mar­rom. o CPPI produz também oro paraa picada de cinco espécie de cobrasdo gênero Borlrrops, conhecidas comojararacas - cuja produção atinge 5 mildoses anuais -, o Antígeno de Monte­negro. usado no diagnóstico da leish­maniose (do qual lambém é o único pro­dutor nacional) e o esteritesle, um in­dicador biológico para o controle doprocesso de esterilização de materiaiscirúrgicos.

A obtenção dos dois tipo de soroutiliza cavalos. doados pela Polícia Mi­litar do Paraná. Os animais recebempequenas dose de veneno e desen­volvem anticorpo para proteger seusorganismos do ataque. Pane do san­gue dos cavalos é coletada, para a fa­bricação do soro, que utilizará O an­ticorpos. Algumas etapas da produçãodos oros são realizadas em animaide laboratório, como coelhos e camun­dongos.

O CPP! está completando 20 anosem 2007. O centro foi instalado em umaárea de 20 alqueires. que pertencia aoHospital São Roque. que atendia paci­ellles com hansenía e e foi desativadocom a mudança de terapêutica para essadoença. A partir deste ano, o centrodeverá receber inveslimemos do gover­no paranaense para ampliar sua capa­cidade de produção.

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TECNOLOGIA

Processo ganhou impulso a partir dos anos 90e hoje integra todas as divisões do Tribunal

No TCE,informática

Diretor Djalma Riesemberg Júnior:avançamos. mas ainda estamos no começo.

a informatização trouxe padronização daanálise, rapidez e agilidade", comentaRiesemberg Júnior. Segundo ele. o SIMfacilita a organização da contabilidadepara o município e o acesso de infor­mações ollfille, inibindo falhas na pres-

abilizando o Tenno de Cooperação Téc­nica com a Celepar (Companhia de In­formática do Paraná), para a incorpo­ração da tecnologia de software livrenas suas aplicações.

Lei Fiscal· No âmbito da presta­ção de contas, a informatização tevesua evolução a partir da Lei de Res­ponsabilidade Fiscal. em 200 I. Deacordo com os princípios da lei, foilançada a primeira ver ão do Sistemade Informaçõe Municipais - SIMLRF (Lei de Responsabilidade Fi cal).Houve, em seguida, a incorporaçãodo SIM AM (Acompanhamento Men­sal) e o SIM PCA (Pre tação de Con­tas Anual).

O SIM é um banco de dados cominformações mensai dos sistemasorçamentário e financeiro das ges­tões das finanças públicas dos muni­cípios. Compõe a prestação de con­tas anual e auxilia no planejamentoda realização das auditorias. além dedisponibilizar informações para ospúblicos externo, interno e serviçospela internet.

"Em termos de prestação de contas,

o diretor de Tecnologia da Informa­ção, Djalma Riesemberg Júnior, lembraque a informatização no Tribunal deContas do Estado começou a avançarno início dos anos 90. Hoje. comenta ele,o processo está presente desde a emis­são de protocolo de uma prestação decontas até a publicação da decisão co­legiada definida nos Atos Oficiais. Querdizer: tudo passa pela tecnologia da in­formação.

Cada unidade administrativa utilizaos recursos tecnológicos para emissãode pareceres e in truções técnicas, con­ulta ao acervo, jurisprudência e legis­

lação, acompanhamento processual edisponibiliza informações ao público ex­terno através da internet. "Estamos evo­luindo. Começamos, em 1993, com ape­nas um computador para serviços inler­nos - folha de pagamento, pauta e trâ­mite processual - e hoje a real idade ébem diferente."

Os microcomputadores foram che­gando e sendo ligados em rede, com i.n­vestimentos em hardware e ampliaçãoda capacidade de armazenamento dedados. Riesemberg Júnior conta queneste ano o Tribunal de Contas está vi-

avança e açoessão interligadas

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Novos equipamentos eestIIções de lr8belho fazem parte da Dlretorla de Tecnologia da Informação.

Prestação de Contas Onlineo As prestações de contas municipais e demais informações sãoencaminhadas pelos jurisdicionados através do SIM ao Tribunal de Contaspela internet.

o Cada município possui uma senha de acesso.

o Só há interferência da DTI no processo de prestação de contas se algumaentidade municipal estiver com problemas de envio ou recebimento deinformações.

o Uma vez de posse dos dados enviados pelas entidades municipais aanálise é automática.

o Levam-se em média 30 dias para a análise das contas das 399 prefeiturasdo Estado.

o Cerca de 10 documentos são requeridos pelo TC, em papel, para ser feitaa verificação e complementação da análise.

vo acerca da regularidade ou nãodestas contas", explica RiesembergJúnior.

Hoje e amanhã - Já o SIM-AMaborda as informações a respeito deconvênios, obras públicas, licitações econtratos de administração indireta, exe­cução orçamentária. financeira e patri­monial das entidades municipais a cadabimestre. Ao lado do SIM-PCA consti­tuem a base de dados para a análise dascontas anuais dos municípios.

Em conjunto com este sistema deprestação e análise de contas munici­pais foram lançados, com a mesma fi­losofia, outros dois: O SEI (Sistema Es­tadual de Informações) criado em 2003,que faz o acompanhamento total dasgestões orçamentária, contábil, financei­ra e patrimonial pública do Estado, bemcomo a prestação de contas anuais dogoverno paranaense.

"O SEI é uma ferramenta que captadados para compor os Relatórios Qua­drimestrais das Inspetorias de ControleExterno, mas ainda não é 100% eletrõ­nica", diz o diretor da TI.

No final de 2004, o SlNTE (SistemaIntegrado de Transferências Voluntári­as Estaduais) começou a dar os primei­ros passos. O projeto capta dados rela­tivos às transferências voluntárias rea­lizadas pelo Estado a entidades munici­pais com contas informatizadas. Ao con­trário da prestação de contas. este pro­cedimento é feito em papel.

Embora o Tribunal de Contas estejacomemorando 60 anos, Riesemberg Jú­nior já pensa na instituição no futuro: "Oque fomos até aqui diz muito do passa­do autoritário. policialesco e burocráti­co do Estado. O que somos hoje, de­monstra evolução, para alguns. inimagi­nável. O que poderemos ser está na mãode cada um dos seus membros e cola­boradores: transparência, efetividade econtrole social. São os valores que pre­tendemos desenvolver para uma socie­dade realmente melhnr. Que o Estado,do qual fazemos duplamente parte, façao que precisa, da melhor forma, no tem­po certo e de maneira justa."

nanceiro e os administradores têmprazo de envio até o dia 31 de marçode cada ano. "Através do SlM-PCAé efetuada a análise das prestaçõesdos prefeitos e demais gestores e, aofinal, é emitido um parecer conclusi-

tação de contas.O Sistema de Informações Muni­

cipais - Prestação de Contas Anualé responsável pelo recebimento e aná­lise das prestações de contas das en­tidades. Ocorre a cada exercício fi-

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SANEAMENTO BÁSICO

Estado subsidia fornecimento para famílias carentes;Tarifa Social da Sanepar já beneficia 1,46 milhão depessoas, ou 12% da população paranaense

Justiça social comágua mais barata

onde o e gota corria a céu abeno - edos rio.

"Ao eliminannos o lançamento decarga orgânica em rios e córregos es­tamos criando um ambiente melhor paratodos", enfatiza o presidente da com­panhia. Graças 11 eficiência do tratamen­to. o efluente - pane líquida do esgototratado - é lançado nos rios. sem apre­sentar riscos ambientais.

Nos municípios onde a empresa éresponsável pelo serviços, 99% da po­pulaçâo urbana é atendida com águatratada e 48,7% com esgoto sanitário.Dos 399 municípios do Estado. a Sane­par at ua em 344 fornecendo água em622 localidades. O serviço de coleta ede tratamento do esgoto está implanta­do em 147 cidades.

sidades essenciais". comenta Jacob.Em Curitiba, no período de 2003 a

2006, a empresa abriu mão de cercade R$ 23 milhões em faturamento."para cumprir sua responsabilidadesocial de dar acesso 11 água tratada aoscuritibanos de menor renda", ressaltaJacob.

Por meio da Tarifa Social, por exem­plo. 52.238 famiJias curitibanas passa­ram a ter acesso aos serviços de águae esgoto. pagando preço diferenciado.Em janeiro de 2003 apenas 4.279 famí­lias estavam cadastradas.

!D\'cslimenlos - Dados da empre­sa mo tram que no período de 2003 a2006, os investimento da Sanepar vãoalém de R$ I bilhão e 400 milhões. Ape­nas no ano pa sado. a cifra atingiu omontante de R$ 500 milhões.

As novas obras aumentaram em27% o total das ligações de e goto sa­nitário e em 12% as de água. A infra­estrutura instalada permite atender 8,4mi Ihões de paranaenses com água tra­tada e 4,3 milhões com coleta e trata­mento do esgoto doméstico.

"Os investimentos em saneamen­to têm contribuído para diminuir as do­enças de veiculação hídrica no Para­ná", afirma o presidente da compa­nhia. Stênio Jacob. Ele lembra que asobras nos sistemas de esgoto apre en­tam como valor agregado melhoriasdas condições ambientais das viaspúblicas - com fi eliminação de valas

No Paraná, a Companhia de Sa­neamento do Estado. Sanepar. optoupelo atendimento às famílias caren­tes. pelo qual já beneficiou mais de1.46 milhão de pessoas, ou cerca de362,5 mil famílias. Ampliada em ja­neiro de 2004, a Tarifa Social da Sa­nepar beneficia mais de 12% da po­pulação do Estado.

A Tari fa Social é o programa daempresa que garante o acesso à águatratada e de qualidade para as famíliascarentes do Estado. Com o cadastra­mento no programa, as famílias pagamsomente R$ 5,00 pela água e R$ 2,50pelos serviços de esgoto.

O presidente da companhia, StênioJacob, explica que a Tarifa Social daSanepar está levando à pessoas me­nos favorecidas muito mais do que água."Estamos garantindo mais saúde e qua­lidade de vida para todas as famaias doParaná que não tinham condições depagar por esse serviço".

"A tarifa diferenciada é um dosmaiores instrumentos de justiça socialpraticada pelo governo Requião", afir­ma Jacob. Ele sustenta que a econo­mia com o pagamento dos serviços deaneamento auxilia as pessoas que en­

frentavam situações difíceis e que ago­ra têm acesso a serviços de qualidadee que eliminam os riscos de comrairdoenças transmitidas pela água conta­minada. "O valor que deixa de ser pagoà empresa está sendo usado pelas fa­mílias pobres para supriJ' outras neces-

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Curitiba amplia sistema de captaçãoNa capital paranaense, 99,9% da

população conta com o serviço de águae 80,9% com serviço de esgotos sanitá­rios. De 2003 a 2006, a Sanepar inves­tiu no município de Curitiba R$ 297 mi­lhões. Para o período de 2007 a 2010, aprevisão é investir mais R$ 235 milhões.

"O governo do Estado e a Saneparestão investindo pesado no município deCuritiba. Estas obras têm reflexo diretona qualidade de vida das pessoas", en­fatiza o presidente da empresa.

O impacto positivo das obras exe­cutadas pela Sanepar pode ser aferidopela variação dos principais indicadores.O número de ligações de água. que era

de 378.453 em janeiro de 2003 pas oupara 4 I5.095 em dezembro de 2006.

Quanto às ligações de e gOlo, segun­do Jacob, "ocorreu um saltO expre sivono nível de atendimento, pois cerca de2 IOmil curitibanos passaram a ter aces­so ao serviço". O LOtai de Ligações, queera de 247.283. passou, no final de 2006,para 300.933. Com isso, o índice de co­leta, que no início de 2003 era de 74.6%,aumentou para 80,9%.

Entre os principais empreendimentosque beneticiam Curitiba, está a constru­ção da barragem Miringuava, que vai con­tribuir para ampliar as condições de abas­tecimento com água tratada. Outras obras

que se destacam é a construção da bar­ragem Piraquara n, que consumiu maisde R$ 18 milhões e vai armazenar maisde 20 milhões de ml de água os próxi­mos dois anos, serão investido R$ 83,2milhões na implantação de mais 486.8 I4metros de rede coletora de esgoto, cercade 27 mil novas ligações de e gOlO e, ain­da, o sistema de pós-tratamento nas esta­ções Santa Quiléria e AlUba Sul.

Segundo Stênio Jacob, a Sanepardesembolsou mais de R$ 14 milhões, derecursos próprios, apenas no pagamen­to de desapropriações a antigos propri­etários da área a ser alagada pela obraPiraquara lI.

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SAÚDE

Afiscalização do. .'

sIStema e omelhor remédioTribunal de Contas, Ministério Público econselhos estadual emunicipais farão umcompleto "raio x" dos programas, políticaseaté da aplicação de recursos na área osecretário estadual de Saúde, Cláudio Xavier: inve

o conselheiro Fernando AugustoMello Guimarães criou duas frentesde trabalho para atuar na área de saú­de do Estado. Uma equipe dará aten­ção às avaliações institucionais e ou­tra atuará especificamente nos progra­ma de governo visando o efetivo re­torno à sociedade. "Nosso trabalhocomeça pela estrutura organizacionalda Secretaria de Estado da Saúde paraidentificar se, realmente, está aten­dendo as necessidades de saúde à po­pulação paranaense", explica PauloCésar Sdroiewslci, da 5' Inspetoria deControle Externo.

As equipes vão avaliar. em doisano , 23 programas na área da saúdepara ver se eles estão, efetivamente,cumprindo com suas políticas públicade saúde. Além da esfera estadual, otrabalho contempla também os gover­nos federal e municipais, numa intera­ção e integração, bu cando informa­çõc desde a origem até a aplicaçãodo recursos públicos. "Vamos atuarjunto a hospitais e obras públicas naárea", disse Sdroiewski.

Segundo o chefe da inspetoria, cadaobra na área da saúde será avaliadadesde seu projeto, sua construção, re­fornla ou manutenção. "Queremos veros recursos aplicados, equipamentos,

recursos humanos e capacitação técni­ca", observou. Este trabalho, explicaSdroiewski, tem como parceiros o Mi­nistério Público estadual. os ConselhosEstadual e Municipais de Saúde e o pró­prio Ministério da Saúde.

A assessora jurídica, Simone Ma­nasses Guimarães, explica que o focodo trabalho está voltado ao desenvol­vimento de projetos para capacitaçãode conselheiros de saúde. "É precisoque os conselhos exerçam o controlena despesa e receitas da área de saú­de. A responsabilidade do Fundo deSaúde, que vai gerir os recursos dosetor, passa a ser do secretário - esta­dual ou municipal - da saúde e nãomais do prefeito", disse.

O secretário estadual da Saúde.médico Cláudio Xavier, sustenta queo governo cumpre a Lei de Respon­sabilidade Fiscal, que determina gas­tos de 12% no setor. Segundo ele. em2003 foram investidos R$ 311.7 mi­lhões, em 2004 passou para R$ 437,66milhões e em 2005 chegou a R$525.68 milhões.

Xavier revela que os recursos cana­lizados para a área de saúde envolvema soma de R$ 140 milhões na constru­ção. reforma ou ampliação de 24 110 pi­tais em todo o Estado.

Enquaaro O governo estadual anun­cia a construção de novos hospitais nosetor público, na iniciativa privada o pa­pei é inverso. Dejaneiro de 2006 a maiode 2007, pelo menos 50 empresas desaúde foram fechadas no Paraná, inclu­indo 17 hospitais. Somente na últimadécada, perto de 300 estabelecimentosfecharam as portas, provocando o de­saparecimento de mais de 10 mil leitosho pitalares. cerca de um quarto delesda área de psiquiatria.

Cenário sombrio - A informaçãofoi dada à Revista do Tribunal deContas pela Federação dos Hospitaisdo Estado do Paranú (Fehospar), queafirma que o cenário sombrio tem ori­gem principalmente no contido inves­timento do setor público em saúde, jáque a falta de regulamentação daEmenda Constitucional 29 deixa bre­chas para que a União, Estados emunicípios não apliquem os percentu­ais estabelecidos.

Com poucos recursos, explica a en­tidade empresarial, o que se observa éuma remuneração não compatível comos custos, considerando que a maioriados procedimentos não é reaju tadadevidamente desde a edição do PlanoReal. há quase 13 anos.

As perspeclivas são ainda mais pes-

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simistas considerando que a avalanchede hospitais fechados ou que se desli­gam do sistema público tende a conti­nuar. Levantamento recente feito pelaFehospar indica que há pelo menos ou­tros 50 hospitais com poucas chancesde sobrevivência, em diferentes regiõesdo Estado.

Entre os hospitais que tendem ao fe­chamento, vários são filantrópicos, semfins lucrativos, que vêm resistindo prin­cipalmente com a ajuda da comunida­de. A estimativa da entidade represen­tativa é de que o setor de saúde, quegera mais de 50 mil empregos diretosno Paraná, tenha uma dívida de R$ 2bilhões, principalmente com fornecedo­res, previdência e outros encargos pú­blicos.

História da assistência - Nosanos 70, em pleno ciclo desenvolvi­mentista do Estado com a mulliplica­ção de municípios, o processo de im­plantação dos hospitais seguiu o mes­mo entusiasmo. Muitos jovens médi­cos lançaram-se em iniciar suas ativi­dades em pequenos centros urbanos.Os tempos eram outros.

O sistema público era outro, tímido,ligado à Previdência Social, mas a pros­peridade agropecuária, mesmo como os

reveses na produção cafeeira, era acerteza de que a remuneração àquelesque prestavam serviços médico-hospi­talares era sempre muito compensado­ra e absorvia facilmente as ações be­neficentes.

A iniciativa privada continuou inves­tindo recursos em assistência mesmonos anos 80, apesar de, a esta altura.ter havido o desmembramento da Pre­vidência, ascensão do Ministério da Saú­de e com ele a famigerada GfH (Guiade Internação Hospitalar), mais tardesucedida pela AfH, mas que dividia opi­niões entre ser um "cheque em bran­co" e fator de est(mulo a fraudes, ouum "nlico" para os prestadores.

A Constituição Federal de 1988 veioconsagrar o acesso à saúde como umdireito de todo brasileiro. O que era Sudsvirou SUS, ma~ a~sistência não se fazpor leis ou decretos, mas com políticasde ação e fontes de financiamento, ex­plica a Fehospar.

A saúde virou moeda de troca políti­ca. Sentindo-se desprestigiada e já sema mesma eüciência econômica, a inici­ativa privada baixou a guarda. E come­çou a encolher de forma acentuada epreocupante.

Novo filão - A gana tributária do p0­

der público, contrastando com uma p0­

lítica cambaleante e pouco atraente emtermos de remuneração à rede conve­niada de serviços, acabou decretandouma verdadeira revolução na área desaúde. A iniciativa privada tratou de seconcentrar nos maiores centros, bus­cando principalmente o que aparentavaser o novo filão - a assistência supleti­va com a~ operadoras de saúde - e pre­feitos trataram de colher os dividendosdo que era para ser a municipalizaçãoda saúde, mas que virou a "prefeituri­zação" da saúde.

O que se seguiu foi um "pool" dehospitais municipais surgindo, na mes­ma proporção em que outros tantoseram fechados. O interesse de cons­truir um hospital, desconhecendo queo grande custo é a sua manutenção efuncionalidade, fez com que muitas

prefeituras menores chegassem a di­vidir, por determinado momento, umainstituição pública e outra privada,com ou sem fins lucrativos - caso dassantas casas.

Com o gestor municipal detendo ocontrole do teto financeiro, determi­nado pelo número de habitantes, o fe­nômeno que se seguiu foi de uma ava­lanche de hospitais particulares cer­rando as portas num primeiro momen­to. Depois, já nesta década, com aimposição dos percentuais mínimos eminvestimentos em saúde pelas trêsesferas do governo, o que se extraiufoi de que a atividade hospitalar tam­bém passou a ser um mau negóciopara prefeituras.

Na época áurea da saúde, a déca­da de 80, o Paraná chegou a ter pertode 700 unidades com leito hospitalar, aquase totalidade mantendo estreita re­lação com o sistema público. Cerca de20 anos depois, mesmo a populaçãotendo dobrado, o número de unidadesbaixou para 540 (incluindo J20 munici­pais ou estaduais), ainda assim cercade uma centena delas abominandoqualquer relação com o setor público.Não é para menos.

Dívida supera R$ I bi - A princi­pal entidade representativa do setor hos­pitalar do Paraná, a Fehospar, estimaque seja superior a R$ I bilhão a dívidados prestadores de serviços de saúde,principalmente com fornecedores, ban­cos e encargos. O endividamento alcan­ça, quase que totalmente, os estabele­cimentos que continuam ligados ao sis­tema público, que praticamente não re­ajusta os procedimentos desde a ediçãodo Plano Real, há quase 13 anos.

A gravidade da situação pode sermedida pela análise feita pelos própriosdiretores da entidade hospitalar, em re­cente visita feita aos empresários detodas as regiões do Estado: se a Previ­dência Social e a Receita Federal ado­tassem medidas rígidas para cobrançaimediata dos impostos a receber, pejomenos a metade estaria "nas mãos" doGoverno. Não que não queiram.

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34 RemIa do TrIbunal de Contas· PR Irf 160 Ifevereiro aMaio oe 2007

Muitos donos ou administradoresde ho pilais. obrelUdo os relaciona­dos à área psiquiátrica. s6 não fechamporque não têm os recurso neces 'á­rios para indenizar o funcionário.Ou, como preferem dizer. hoje, noParaná. a maioria dos hospitai está àvenda. Seja o governo e tadual ou osmunicipais. a "quisição das estruturasprontas é vista como uma alternativamuito mais viável para economizarrecursos públi os.

O governo eSladual vem investindoem mais de 20 novas unidade. algumasem regiões bem providas de serviços.mas observa que outra tantas em fun­cionamel1lo estão fechando ou parali­s"ndo 'erviços por falia de recursos oumão-de-obra.

O grande problema da saúde no Paíhoje decorre da falta de inve timentopúblicos. Até os anos 90, o istema pú­blico investia até 70% dos recursos.Hoje não gasta nem 50%. o que signifi­ca que a própria popul"ção. com inves­timentos diretos, em operadoras de saú­de ou empresas, estão custeando a mai­or pane. o que significa uma comradi­ção constitucional face à garal1lia deace so universal e igualit{lIio.

Orçamento de R$ 44 bi - O orça­mento d" União para este ano em saú­de estava or ado em R$ 44 bilhõe . masfoi colocado ob o risco de contingenci­amel1lo de R$ 5. bilhões.

A estratégia do governo federal emmudar o cálculo do PIB pode lhe cus­tar a obrigatoriedade de elevar de novoo inve timenLO em saúde. Algo quenão precisaria, e nem mesmo Estadose município.. se a Emenda Constitu­cional n.O 29, aprovada em setembrode 200 I, já tivesse 'ido finalmente re­gulamentada.

O projeto que determina o que sãoações de saúde continua em "banho­maria" no Congresso. Para deleite deEstados e municípios que, assim, podemcontinuar maquiando seus orçamentoscom aplicações em ações que não sãoreconhecidas como de saúde. O Para­ná encaixa-se neste perfil.

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MuilO mais do que ler sido o Estadoa liderar recenle mobilização para re­formular o projelO que tramita na Cã­mara, reduzindo de 12% para 10% osinvestimentos em saúde do total orça­mentário e ainda incluir gastos comosaneamento básico e meio ambiente, oParaná apresenta-se como um dos pio­res no ranking de aplicação em aúde.

iniciativas do Ministério Público ecom recepção no Tribunal de Contasindicam que o Estado estaria investindoa metade do percentual constitucionale. por i so, vem sendo cobmdo judicial­mente. Desde 2002, mais de R$ 1,2 bi­Ibão já deixaram de er aplicados emações efeti va de saúde, o que pode errecuperado no futuro ma que, segundoos pre tadores de erviços, jamai irárepamr os danos cau ados, quer em ter­mos de desassi tência. com pe soasmorrendo à espera de atendimento emcorredores de hospitais, ou pela própriaprecariedade da estrutura de serviços.

Investimento per capila • O im­passe da regulamentação faz com queo Brasil invista o equivalente a menosde U$ 150 per capita em saúde, a me­tade de nossos vizinhos Argentina eUruguai e, ainda. o Chile. O teto fi­nanceiro para o Paraná, para açõesde média e alta complexidade, que sãoos que mais recursos consomem noSUS, é de R$ 82, I per capita esteano. o que ignifica que em agoslO ousetembro, de acordo com fontes doConselbo Estadual de Saúde, devecomeçar a haver dificuldades pararepasse de recursos.

Em 2006. por conla do problema doteto extrapolado. o governo e tadual fi­cou devendo parà 2007 cerca de R$ 30milhões. sendo que R$ 9 milhões leriamsido pagos no novo exercício. Para apopulação. o problema se refletiu em di­ficuldades em acesso a serviços, o quevale principalmente para os 386 muni­cípios em regime de gestão-plena. querecebem os recursos via Estado (ooutros 13 são de gestão plena e rece­bem os recursos federais direto do Mi­nistério da Saúde).

Números•o Ministério da Saúde pagou no ano passado, de janeiro a dezembro,743.752 AIHs (Aulorização de Informação Ho pitalar)• O Paraná teve no ano passado 134.920.811 procedimentosambulatoriais. sendo 31.167.390 em Curiliba.• No ano passado, inteiro, foram pagos no Pamná com internações R$516.734.991,07• No Brasil todo, em 2006, o valor gaslo com internações foi R$6.982.469.091,84• O Paraná tem 15.286 pessoa jurídicas de saúde cadaslradas noMinistério da Saúde. incluindo con ultórios odontológicos. POSIOS desaúde etc. São 4.087 em Curitiba.• O leIo financeiro para média e alta complexidade no Paràllá é de R$860.138.844 . dezembro de 2006, con iderando população de 10.387.378habitantes, o que dá R$ 82.81 per capita.• O leIO nacional é de R$ 13.964.896.696, com média per capita de74,77 (186.770.562 habitantes).• Valor gasto com internações: R$ 6,581 bilhões

• úmero de consultas médicas por habitante: 2,45/ano• úmero de internações por habitante: 6,33/ano• Ga.to com atendimento ambulalOrial (2000): R$ 1,583 bilhão• Outros serviços pagos pelo SUS: Programa Saúde da Família,Programa de Atendimento por Ambulâncias. SAMU. Transplante deÓrgãos. Distribuição de Medicamentos Contra Aids e Programa devacinação:• O que é o SUS: Criado pela Constituição de 1988, o Sistema Único deSaúde (SUS) prevê o atendimento médico e hospitalar a toda apopulação e ainda cusleia as mais variadas ações de saúde. O sistemaé descentralizado, com governos estaduais e municipais tendoautonomia para administrar seus serviços. Os recursos são repassadospelo governo federal, de acordo com volume de atendimentos etamanho da população.

RfMSla!lo Tribunal de Contas ~ PR J rt' 160 IFevereiro aMaio de 2007 35

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36 Aev1sta do TnlJuI\31 de Contas - PA I0"60 J Fevereiro aMaio de 2007

MEIO AMBIENTE

Ainda dá

que científico". dispara.Em artigo publicado na revista

"Journal ofNon-Equilibrium Thermo­dynamics". Andresen -do Instituto

iels Bohr, da Universidade de Co­penhague- afirma que o conceito de"temperatura global" é uma impossi­bilidade temlodinãmica e matemática.

Furacões e tufões· O cientistarefere-se aos eSludos que afi rmamque, como conseqüência do aumentodas temperaturas, o planeta sofreráperdas de massas de gelo polar, au­mento dos níveis dos oceanos. aumen­to das chuvas em algumas regiões esecas em outras. além do aumento daintensidade de furacões e tufões.

A elevação do nível do oceanosem até I metro poderá acabar comtodas as cidades co teiras. adverteCheida. Estima-se, também, que 40%das espécies conhecidas tendem a de­saparecer. causando um enorme im­pacto na biodiversidade.

Como conseqüência ainda dessaelevação. haverá uma redução brutaldas safras agrícolas - alimentos - pelaaridez das regiõe semi-áridas e oNordeste brasileiro pode se transfor­mar em deserto. Por fim, o desapare-

tempo de salvara Terra?Especialistas apontam saídas para aeduçãodos danos causados pelo aquecimentoglobal eas previsões pessimistas de extinçãoda vida no planeta

A espécie humana tende a desa­parecer do planeta em um século. Oanúncio antecipado da catástrofe éfeito por mais de 600 cienti tas de 60países que, pela primeira vez. respon­sabilizam o próprio homem como o cul­pado pelo seu próprio fim. São fórmu­las e modelo matemáticos que cal­culam um aumento da temperatura daTerra - em 100 anos - entre dois aseis graus em média.

Luiz Eduardo Cheida, deputado es­tadual e presidente da Comissão deMeio Ambiente da Assembléia Legis­lativa do Paraná assina embaixo dasprevi õe científicas. ··Sim. pela pri­meira vez a ciência admite que alitu­des humanas contribuem pela altera­ção do clima na terra". Até hoje, lem­bra. legisladores. governante e a so­ciedade sempre fizeram "pouco caso"das agre sõe ambientais.

O aquecimelllo é causado pelos ga­ses de efeito estufa, principalmente odióx.ido de carbono, que contaminama atmosfera. Segundo o pesquisadoramericano Bjarne Andresen, "todo odebate sobre o aquecimento global éuma fantasia". O método utilizado paradelernlinar o aquecimento global esuas conseqüências "é mais pol ítico do

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cimento da espécie humana da faceda Terra.

Segundo pesquisadores do Institu­to Camegie e do Laboratório acio­nai Lawrence Li vermore, entre 1981e 2002, o aquecimenlo diminuiu a pro­dução de trigo, milho e cevada emcerca de 40 bilhões de loneladas aoano. Para os cientistas, esle e tudomostra que a redução é originada noaquecimento causado pela atividadehumana no planeta e que seus efeitossão imedialos.

Rasca Rodrigues, ecrelário deEstado do Meio Ambiente, não acre­dita na extinção da raça humana, masacredita que o aquecimento globalterá grande impacto no processo mi­gratório da população e comprome­lerá muitos países. Na sua avaliação,a migração por razões hídricas seráperversa, porque ninguém vive semágua e terá de buscar o produto ondeele estiver.

Refugiados do clima - O impac­to da elevação do nível do mar deve­rá projetar cenários desconfortáveis.Na melhor das hipóleses, I% da po­pulação do planeta sofrerá algum efei­to com o encolhimento das faixas lilO­rãneas. a pior, 2% da populaçãomundial terá de procurar outro lugarpara morar, o que poderá tornar tan­gível a figura dos refugiado do clima.alerta estudo feito pelo IPCC (PainelIntergovemamental de Mudanças Cli­máticas).

"O Planeta está despreparadopara enfrentar os problema de de­gradação do meio ambiente, especi­almente o desmatamento, que temtudo a ver com o clima. criado poruma de sua espécies: a humanidade",alerta Cheida.

Se o ser humano é o responsávelpor tudo isso, o que o ser humano temque fazer para que a estabilidade doclima volte ao normal? Pergunta aoespecialista, a Revista do Tribunalde Contas. "Temos de enfrentar o

problema com ações de forma coleti­va, pois o reequilíbrio do clima tem queser prioridade absoluta", responde oparlamentar.

O secretário do Meio Ambienlediz que é preci o, com urgência, com­baler as emissões atmosféricas paraevitar o aquecimento da camada deozônio. Dos 100% de emis ões. 85%estão nas queimadas de floresta,principalmente em áreas já desmata­das e "precisamos agir neste impac­to". alerta.

Camada de Ozônio - Em volta daTerra há uma frágil camada de um gáschamado ozônio (03), que protegeanimais, plantas e eres humanos dosmias ui Iravioleta emitidos pelo Sol. asuperfície terrestre, o ozônio conlri­bui para agravar a poluição do ar dascidades e a chuva ácida. Mas, nas al­turas da estratosfera (entre 25 e 30km acima da superfície), é um filtro afavor da vida. Sem ele. os raios u.ltra­violeta poderiam aniquilar todas asformas de vida no planeta. Na atmos­fera, a presença da radiação ultravio­leta desencadeia um processo naturalque leva à contínua formação e frag­mentação do ozônio.

Aquecimento global - O aqueci­mento global é resultado do lançamen·to excessivo de gases de efeito e tu­fa (GEEs). sobretudo o dióxido de car­bono (C02). na atmo fera. E e ga­ses formam uma espécie de cobertorcada dia mais espesso que torna o pla­neta cada vez mais quente e não per­mite a saída de radiação solar.

Efeito estufa - O efeito estufa éum fenômeno natural para manter oplaneta aquecido. Desla forma é pos­síve.l a vida na Terra. O problema éque, ao lançar muitos ga e de efeitoestufa (GEEs) na atmosfera. o pla­neIa se torna cada vez mais quente,podendo levar à extinção da vida naTerra.

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País viverá falta de águaNo meio ambiente, o ano de 2007

deverá ficar marcado na História comoo ano das previsões catastróficas. Amais recente bomba vem da Organiza­ção das Nações Unidas (ONU), quealena: em 20 anos faltará água em 60%do planeta e o Brasil estará neste de­seno. Com 12% das reservas de águadoce do mundo, o Brasil está sujeito aodesabastecimento. afirma o diretor daFAO no Brasil, José Tubino.

Dados do International HydrologicalProgramme, mostram que 97,5% detoda a água disponível no planeta é sal­gada. A água doce, que só representa2,5% do total, está em sua maior panenas calotas polares. O ser humano con­ta com apenas 0,3% de água disponívelem lagos, rios e lençóis subterrãneospouco profundos. Há 2 mil anos, a po­pulação mundial correspondia a 3%da população atual e a disponibilidadede água era a mesma.

Pasquale Steduto, diretor dos Recur­sos Hídricos da ONU, diz que poucomais de I bilhão de pessoas em todo omundo já não têm acesso a água limpasuficiente para suprir as suas necessi­dades básicas diárias. "Em 20 anos, doisterços da população enfrentarão totalescassez", sustenta o pesquisador.

A água só fica escassa por duas ra­zões. explica o deputado paranaense,Luiz Eduardo Cheida: quando ela sai da

superfície e fica inacessível, ou por es­tar poluída. Mas existem outras razões,a1enam especialistas. Apesar dos 12%de água doce disponível, o Brasil enfren­ta má distribuição e falta de conscienti­zação de preservação por pane de go­vernantes e da população.

Distribuição da água - "Pouco adi­anta a quantidade abundante de água,se não houver uma preocupação per­manente das autoridades e dos consu­midores com a sua qualidade", diz o re­presentante da FAO no Brasil, JoséTubino. Segundo ele, o Brasil sofre coma má distribuição geográfica dos recur­sos hídricos disponíveis.

José Machado, presidente daAgência Nacional de Águas (ANA)explica que a Amazônia abriga 74%da disponibilidade de água doce dopaís, mas vivem nela menos de 5%dos habitantes. As interferências dohomem nas demais regiões só agra­vam este quadro, alerta.

Machado disse, no encontro sobre"Um Pacto Nacional pela Conservaçãodas Água no Brasil", realizado emmarço, em Foz do Iguaçu, que "há águaem abundãncia em locais pouco habita­dos, enquanto os grandes centros urba­nos agridem o ecossistema, interferemno ciclo hídrico e provocam a falta deágua no solo".

Clóvis Borges, da SPVS: além de reporvegetação ciliar, governo deve conservarmata nativa.

VOLUME DE ÁGUA

A quantidade total de água naTerra é distribuída da seguintemaneira:

·97,5% de oceanos e mares;

• 2,5% de água doce;

• 68.9% (da quantidade geral deágua doce) formam as calotas deáguas polares, geleiras e neveseternas que cobrem os cumes dasmontanhas altas da Terra;

• 29.9% restantes da água doceconstituem as águas subterrãneas;

• 0,9% re ponde pela umidade dosolo e pela água dos pãntanos:

Represa quase seca naregião de Curltlba: alémda escassez provocadapelas secas e o aumentopopulacional, poluiçãodificulta captação deágua para o consumonas grandes cidades.

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Reflorestar margens de rios é poucoNo programa governamental de

plantio de 60 milhões de mudas de ár­vores nativas - Mata Ciliar - com in­vestimentos de US$ 32 milhões, sen­do US$ 24 do governo estadual e US$8 milhões do Banco Mundial - existeuma ação direta de fiscalização doTribunal de Contas do Estado do Pa­raná. As auditorias nos convêniosobservam metas asseguradas e com­posição das florestas.

O plantio de 60 milhões de mudasde árvores nativas e frutíferas para con­tribuir com a cobertura vegetal e flo­restal pode não representar muita coisapara críticos dos programas governa­mentais ao meio ambiente, mas trata­se de uma ação. Para o secretário deEstado do Meio Ambiente, Rasca Ro­drigues, "é um programa que atinge 2milhões de hectares de remanescentesflorestais" .

Esse programa de Mata Ciliar é con­siderado "o maior programa mundial decobertura florestal e a meta é chegarao plantio de 90 milhões de mudas nabeira de rios, córregos e mananciais deabastecimento público de água", obser­va Rodrigues. O diretor da Sociedadede Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS),Clóvis Borges, diz que "a restauraçãonão é ruim, mas deveria se investir naconservação da matas nativas",

A queda-de-braço entre o governoestadual e a SPVS em relação ao meioambiente tem lances estressantes dosdois lados mas. no fundo, converge parauma preocupação única: a preservaçãoambiental. "Não conseguimos sensibili­zar os políticos para a conservação dasáreas nativas", queixa-se Borges. "Es­tou há 25 anos vendendo geladeiras parapingüins", lamenta.

Luiz Eduardo Cheida, como ex-se­cretário estadual do meio ambiente, en­tra na discussão. "O Paraná é rico embiodiversidade, mas é tão menor quan­do invadem o habitat natura'''. Segun­do ele, o Estado do Paraná possui 20milhões de hectares, sendo que 60%são ocupados pela agricultura, pecuá­ria e reflorestamentos exóticos. ParaBorges, o Estado adota situações per­versas em termos de conservação dabiodiversidade.

Segundo o dirigente ambientalista."o pouco dinheiro que se investe na pre­servação está errado". Explica: "o mauuso do dinheiro desprofissionaliza omeio ambiente e deseduca a popula­ção". Na sua visão, a questão ambien­tal no Paraná está na última fila dasquestões sociais.

Rasca Rodrigues infornla que o Go­verno do Estado já investiu perto de R$200 milhões em programas de meio

ambiente nos últimos quatro anos. Osrecursos foram canalizados para a exe­cução de programas nas áreas de resí­duos sólidos, recomposição da cobertu­ra florestal, proteção à fauna e biodi­versidade, zoneamento ecológico doestado. gestão de bacias hidrográficase fiscalização ambiental.

O secretário estadual do Meio Am­biente revela que a Fundação SOSMata Atlântica divulgou levantamen­to, em dezembro de 2006, que apon­tou uma redução de 88% no índice dedesmatamento no bioma mata atlânti­ca do Paraná. "Dos oito estados ava­liados. o Paraná foi o segundo quemais trabalhou para reduzir o de ma­tamento nestes último cinco anos".diz Rasca Rodrigues.

A reserva de área naturais do Pa­raná é de 3%, endo que I% está noParque Nacional do Iguaçu e 2% naSerra do Mar. Segundo levantamento daSPVS. 10% do território estadual é na­tivo e em mau estado de conservaçâo.

Clóvis Borges tem. na ponta da lín­gua, cinco razões para a perda da biodi­versidade no Planeta: I) destruição deáreas naturais, 2) fragmentação de áreas(ilhamento), 3) contaminação biológica(introdução de espécies exóticas), 4)colheita seletiva. e 5) poluição do ar(mudança climática).

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EDUCAÇÃO

ensmo supenor

Paraná investe

Ensino fundamental: Estado tem 1,66 milhão de estu

Para o ensino uperior, a previsão éinvestir, em 2007, RS 1.1 bilhão, corres­pondendo a quase 9% do Imposto so­bre a Circulação de Mercadorias e Ser­viços (ICMS) que será arrecadado. Issotorna o Paraná, proporcionalmente, oEstado que mais gasta com educaçãode terceiro grau, superando inclusive opoderoso Eswdo de São Paulo.

Somados, educação básica e ensinosuperior, o Paraná atingirá a cifra de R$3,64 bilhões em despesas com educa­ção. ou mais de 30% da receila. A Leide Responsabilidade Fiscal exige que osEstado gastem 25%, no mínimo, de seuorçanlento. no item educação. Em 2006.a Assembléia Legislativa aprovouemenda à Constituição proposta pelopróprio governador Robeno Rcquião,elevando o gasto obrigatório em educa­ção de 25% para 30% da receila brutado Estado.

Nos últimos anos, o Paraná conquis­10U avanços na educação. O governo

Universidades estaduais consumirão em 20079% de todo o ICMS arrecadado. Avaliação dosistema aponta avanços nos últimos anos,como aumento para professores edistribuiçãogratuita de livros didáticos no ensino médio

o Paraná possui 9.292 e tabeleci­mentos voltados à educação básica. sen­do nove federais, 2.082 estaduais, 5.137muni ipais e 2.064 privados. Segundo aSecretaria Estadual da Educação, o to­lal de alunos matriculados é de2.789.527, dos quais 359.855 estão napré-escola. 1.659.903 no ensino funda­mentai (I' a 8' séries), 480.527 no ensi­no médio. 5.205 na educação especial,189.977 no EJA (Educação de Jovense Adultos) e 48.030 na educação pro­lis ional.

Só para a educação básica --<Juecompreende a educação infantil, o en­sino fundamental. o ensino médio, a edu­cação especial. a educação de jovens eadultos e a educação profissionalizantede nível médio- O orçamento de 2007do Governo do Paraná prevê gastos deR$ 2,54 bilhões, o que corresponde a25% da receita. Um aumemo de R$ 490milhões em relação aos gastos do anopassado.

9% do ICMSarrecadado no

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Maurício Requião,secretário estadual

de Educação.

"O resultado [do aumentode verbas para a educação]é que 52% dos aprovados

no vestibular 2007 daUFPR eram egressos de

escolas públicas"

.:Jdantes entre a 1- e a8- séries.

estadual aprovou o Plano de Cargos eSalários dos professores, com aumentomédio de 33% em ua remuneração.Também promoveu concursos públicospara contratar 36 mil novos professo­res. acabando com os celetistas. Hoje oEstado po sui um total de 63.987 pro­fessores, endo 57.687 estatutários e6.300 temporários.

O Paraná foi o primeiro Estado bra­sileiro a di tribuir livros didáticos gratui­tamente para os alunos do ensino mé­dio. Também ampliou significativamen­te o número de computadores nas es­cola~ estaduai ,todos ligados à Internetpor banda larga. O governo retomou osJogo' Colegiais e criou o Festival deArte da Rede [nfantil, chamado de Pro­jeto Fera, envolvendo milhares de alu­nos, professores e artistas.

Segundo o se­cretário de Educa­ção, Maurício Re­quião, os encargosmensais com a fo­lha de pagamentosaltaram, nos últi­mos quatro anos,de R$ 60 milhõespara R$ 110 mi­Ihõe . "O resultadode tudo isso é que52% dos aprova-dos no ve tibular 2007 da Universi­dade Federal do Paraná (UFPR)eram egressos de e colas públicas",lembra o secretário.

Segundo o governo, os investimen­tos na educação cre ceram de R$ 99.4milhões. em 2006. para R$ 223 milhõesneste ano. um aumento de 124%. Alémda manutenção corriqueira. os recursospermitirão construir 27 novos colégios,ampliação de 40 escolas e reparos emoutros 610 estabelecimentos, além daaquisição de mobiliário. Colégios Agrí­colas receberão R$ 50 milhões para re­fonna e ampliação dos prédios e aquisi­ção de material.

Universalização· "No Paraná, aeducação está muito acima da média

nacional", garante Ramiro Wahrhaftig,ex-secretário de Educação durante o pri­meiro governo Jaime Lerner (1995­1998).

Para ele, o Paraná é um do poucosEstados no Brasil onde a educação éorganizada, "embora não seja excepci­onal", ressalva. Isto porque o Estadotem tradição de investir muito em edu­cação.

Prova dis o é que no final dos ano90 apenas três Estado brasi leiros ti­nhanl o ensino médio universaJizado: SãoPaulo. Santa Catarina e Paraná. Esta­dos importantes como Rio de Janeiro,Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Mi­nas Gerais ainda não davam conta deabrigar na escola de segundo grau to­dos os adole centes. o Norte, Nordes­te, Centro-Oeste, e até na região Su­

deste, a mais rica doPaís, há Estados queaté hoje ainda nãoconseguir'cUIl a uni­versalização, diz oex-secretário.

Um dos cami·nhos para melhorara qualidade da edu­cação paranaensefoi estimular a par­ticipação da comu-nidade nas escolas.

multiplicando as A sociações de Pais eMestres (APMs). "A partir do final de98, todas as escolas tinham sua APMsparticipando e discutindo a fonnaçãodos aluno ", conta Wal1rhaftig.

Para ele, essas associações foramimportantes no desenvolvimento doPrograma de Apoio à Educação Fun­damentaI. financiado pelo Banco Mun­dial (BIRD). e do Programa de Ex­pansão do Ensino Médio, financiadopelo Banco Interamericano de Desen­volvimento (BIO). Estes programaspossibilitaram investimentos em infra­estrutura. laboratórios e equipamen­tos, capacitação de professores e de­senvolvimento institucional, num totalde US$ 250 milhões no oito anos dogoverno Lerner.

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No País, faltam vagas e oensino precisa melliorar

Até hoje, o Brasil não conseguiu uni­versalizar o acesso da população aoensino médio, o que significa que nãohá escolas para todos os brasileiros de15 a 17 anos que queiram cUl1õar o se­gundo grau. As univel1õidades públicasainda selecionam os alunos por meio dovestibular, disputado indistintamente porpobres e ricos. A única ressalva é raci­al, com o sistema de cotas que privile­gia afro--descendentes, criado pelo go­verno Lula.

Sem convencer a comunidade aca­dêmica das universidades federais so­bre a necessidade de rever a gratuida­de indisünta. o governo criou o Progra­ma Universidade para Todos (proUni),que compra vagas de univel1õidades pri­vadas e as oferece a alunos carentes,medida que o governo de Sanla Catari­na adola há muito tempo em universi­dades sem fins lucrativos, com grandesucesso e economia.

Além da falta de vagas, a quali­dade do ensino no Brasil é ruim. Da­dos do Exame Nacional do EnsinoMédio (Enem) mostram que muitosjovens terminam o ensino básico semo domínio da leilura compreensiva.Isto é: não sabem ler e compreendero que lêem. "A maioria dos alunofracassa na hora de ler e responderobjeti vameme às que tões de múlti­pla escolha. e não apresentam tam­bém boa argumentação na hora deredigir temas banais, como, porexemplo, o direito de votar", revelao professor Vicente Martins, da Uni­versidade de Sobral, no Ceará. "Nos­so ensino é uma fábrica de maus lei­lOres", acusa.

Sem saber ler e entender o que lê, oaluno eslá condenado a ser um cidadãode segunda classe. Ele perde a vontadede estudar e vai engrossar as estatísti­cas dos analfabetos funcionais.

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CURSO

Entidades sociais Alterações nas prestaçõesde contas de transferências

voluntárias são temas

b · de treinamentorece em tremarnento promovido pelo Te

Da esquerda para adireita: Mário Garib, técnico de Controle Contábil, Ivana Furiati,diretora de Análisa de Transferências e Agileu Carlos Sitlencourt, direlor-geral, todosdo Tribunal de Contas, durante o treinamento ocorrido em Curitiba.

tema informatizado. "O grande diferen­ciai desta primeira fase ê a diminuiçãoda quantidade de papéis. Muitas vezeum proces o tinha cerca de 200 volu­mes. Agora, a parte das prestações decontas realizada em papel é feita atra­vés do preenchimento de relatórios, tor­nando, já neste momento, mais ágil aanál ise das comas", revela.

Beltega explica que a imenção des­sa fase de transição é preparar as enti­dades para, no futuro, apresentarem to­das as prestações de contas por meioeletrônico. "Quando isso acontecer, osprocedimentos serão racionalizados.com foco nos resultados e nos progra­mas governamentais. Com toda essaagilidade, haverá mais tempo para asinspeções in loco", antecipou.

A diretora de Análise de Transfe­rências do Tribunal de Comas sugeriuao responsáveis pelas prestaçõe decontas de transferências voluntáriaa consulta freqüente ao sile do TCEpara o acompanhamento de qualquermudança.

--~""'M'N11'7\I. i) I. C"O:JI:I.~.--­

DO ESTADü Dü PARA fÁ

Preenchendo as planilhas - Fre­derico Beltega, programador analista daDiretoria de Análise de Transferências.foi o responsável pelas oriemações re­lativa ao preenchimento das planilhasenviadas por meio eletrônico. Segundoo programador. as prestações de con­U1S das transferências voluntárias estãoem fase de transição, com metade dasinformações enviadas por meio eletrô­nico e outra parte apresemada ainda empapel. Num segundo momento, loda aprestação de contas será feita pelo sis-

sos para execução de programas emparceria. "O TCE adota os procedimen­tos estipulados pelo Regimento Internonos casos de irregularidades na forma­lização e execução dessas transferên­cias", destacou.

Com relação à certidão liberatória.único documento que pennite a liberaçãode recursos, Garib esclarece que a enti­dade com prestação de contas irregular,ou não cUlllpridora das diligências e deci­sõe do TCE. não receberá o documento.

ova normatização - O técnico decontrole contáhil Mario Garib orientouo participantes obre os reflexos daResolução 03/06-TC nas prestações decontas de transferências volumárias. Eleexplicou que a fiscalização do Tribunalde Contas compreende o exame da for­malização, liberação e execução detransferências voluntárias, a qualquertítulo, inclusive transferência de recur-

Face à nova sistemática de presta­ção de contas das entidades públicas eprivadas, o Tribunal de Contas do Esta­do promoveu, durante todo o mês demarço, o treinamento "Procedimentosna execução e prestação de contas detransferências voluntárias à luz da Re­solução 03/06, Regimento Interno e LeiComplementar 113/05". Ao todo. o téc­nico do TCE e tiveram em II municí­pios paranaenses, orientando integran­tes de todas as associações de municí­pios do Paraná.

Durante o evento ocorrido em Curi­tiba, o diretor-geral do TCE. Agileu Car­los Bittencourt, afmnou que a Corte tevesuas atribuições aumentadas com o novoRegimento Interno e a nova Lei Orgâ­nica. "Podemos. agora, conceder limi­nar e suspender licitaçõe . Temo no­vas e grandes responsabilidades. Masa missão será encarada com lodo o e ­forço possível". anunciou.

a mesma oportunidade, a diretorade Análise de Transferências da Casa,Ivana Furiali. informou que sua direto­ria recebe prestações de contas dos 399municípios paranaenses e de cerca de5.000 entidades sociais. "Temos muitotrabalho a fazer. É necessário que mu­nicípios e entidades sociais cumpram suaparte", afimlou.

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Char BrustohnlSMCS

Da gigante Curitibaà pequena Nova Aliançado Ivaí, o TCE é um sóAtuação do Tribunal de Contas é elo entre os 399 municípiosparanaenses, da metrópole Curitiba a Nova Aliança do Ivaí,núcleo agropecuário com menos de 1,5 mil moradores

44 RevIsta do Tribunal de Contas - PR I n° 160 IFevereiro aMaio de 2007

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Em Nova Aliança, o preIello Schmltz tem um """""""oque representa menos de D,2"k do de Curitiba.

Quinhento e dezesseis quilôme­tros separam Curitiba de Nova Alian­ça do Jvaí. Mas a dislância entre osdois extremo populacionai do Para­ná pode ser medida por outros indica­dores.

Sétima maior metrópole brasileira,com quase 1,8 milhão de habilante ,Curitiba é internacionalmente reconhe­cida por sua e trutura urbana, de trans­portes, preservação de áreas verdes(51 metros quadrados por habitante) epor ter sido pioneira no Brasil na reci­clagem do lixo. O prefeito Beto Richa(PSDB) maneja urna máquina adminis­trativa fornlada por 30.5 mil servidoree administra em 2007 um orçamentode R$ 3,058 bilhõe .

Localizada no Noroesle do Esta­do. numa região conhecida como Are­nito Caiuá (devido à consútuiçào are­nosa do solo), Nova Aliança do Ivaíabriga menos de 1.500 moradores.Segundo a mais recente estimaúva doIn titulo Brasileiro de Geografia eEstatística (rEGE). em julho de 2006eram exatos 1.436 habitantes - me­nos que as 1.678 funcionárias de cre­ches contratadas pela prefeitura daCapital. a eleição de 2004, o verea­dor menos votado conseguiu se ele­ger com apena 42 voto .

Sem agência bancária, e cola deensino médio e até posto de gasolina,

ova Aliança do Ivaí é um municípiode economia rural, onde predominama pecuária de corte e a produção decana-de-açúcar. mandioca e laranja.Po sui apena duas indústria de pe­queno porte: um laticínio e uma con­fecção. Sua sede urbana é formadapor uma avenida - a Francisco Piresde Lemos -. cortada por exata oitoruas. Para comparação: Curitiba tem8 mil ruas.

Neste ano, o prefeito de Nova Ali­ança do Ivaí. Adir Schmitz (PP), tra­balha com um orçamento de R$ 5,285milhões (menos de 0.2% do de Curiti­ba). Maior empregadora do municípi.o,

a prefeitura tem pouco mais de 130funcionários.

À parte todas as diferenças. algu­mas emelhanças unem e ses doimunicípios. Além de estarem localiza­dos no mesmo Estado. Curitiba e NovaAliança do [vaí exibem. por exemplo.um PIB per capira (a soma de todaa riqueza gerada dividida pelo núme­ro de habitantes) maior que a médiaparanaense. Neste quesito, o municí­pio meno populoso do Paraná superaa capital. com R$ 11.180 contra R$11.065. segundo os últimos cálculosdisponíveis, de 2004. A média e tadu­aI. naquele ano, foi de R$ 10.725 porhabitante.

A atuação do Tribunal de Conta do

Estado é outro elo entre as duas reali­dades. A fiscalização exercida sobre aaplicação dos recursos públicos e tam­bém a orientação e o treinamento pro­movidos pela Corte de Conta atingem.da mesma fomla, os 399 municípios pa­ranaenses. independente do tan13nho decada um." ão importa se você traba­lha para um ente público grande ou pe­queno. O grau de exigência e as obri­gações perante o TCE são as mesmas".resume ívea A1ve de Lisboa, conta·dora da Cãmara Municipal de ovaAliança do Ivaí.

a próx imas página . a Revista doTribunal de Contas do Paraná deta·lha as relações do Tribunal com essesdois municípios do E lado.

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Curitiba aprova prestaçãode contas eletrônica

Pelo tamanho e a complexidade desuas contas. a Prefeitura de Curitiba foium parceiro fundamental do Tribunal deContas d E tado na consolidação doSistema de Informaçõe MunicipaislAcompanhamento Mensal (SlMIAM),que revolucionou o acompanhamento daexecução orçamentária nos entes pú­blicos. Um mutirão de técnicos e dire­tores dos dois órgão. a panir de 2005,possibilitou o funcionamento pleno domecani mo eletrônico.

"Os profissionais da Prefeitura e doTCE passaram madrugadas ajustandoo sistema, para possibilitar o 'diálogo'entre o SOP (Sistema de Gestão Públi­ca), que utilizamos, e o sistema de in­formática do tribunal. O objetivo eramelhorar o fluxo e a qualidade das in­formações repas ada ", lembra o se­cretário municipal de Finanças, LuizEduardo Sebastiani, que coordenou oprocesso na Prefeitura de Curitiba. '"Tí­nhamos a determinação pol ítica de fa­zer e encontramos as pon.~s abertas naDiretoria de Contas Municipai para queisso acontece se". Segundo a atual di­retora da DCM. Luciane Maria Gon­çalves Franco, a implantação do SIMIAM em Curitiba foi a base para que oprograma funcionasse plenamente nosoutros 398 municípios do Estado.

A dimen ões da estrutura públicana Capital ão realmente um te te defogo pam qualquer sistema. Com qua­se 1,8 milhão de habitantes. Curitiba remmais de 30,5 mil servidore na ativa eoutros 5.6 mil aposentados. O orçamen­to municipal de 2007 está estimado emR$ 3,058 bilhõe - dos quais R$ 337.5milhões deverão ser investidos emobras. Algumas categorias específicasde servidores formam contingentesmaiores que a população total de mui­tos municípios do interior. Dois exem­plos: a Prefeitura emprega 1.678 edu­cadores de creches e 1.054 médicos.

Uma significativa parcela desse ba­talhão está direcionada diretamente aoscompromis o da Prefeitura com o Tri­bunal de Contas. as área adminis­trativa e jurídica são 600 servidores en­volvidos no processo. além de um gran­de número de técnicos que atuam noInstituto Curitiba de Informática (ICI).uma organização ocial sem fin lucra­tivos que presta serviços ao Municípionesla área.

Educação e saúde - O economistaSebastiani. que fez carreira no In titutoPamnaense de Desenvolvimemo Econô­mico e Social (Ipardes), con idera 2005um marco da gestão financeira em Curi­tiba. Por dois motivos: foi o ano em quea Prefeitura promoveu a rniglllção dosseus dado para o SIM!AM e, com isso,a administração municipal conseguiucumprir o índices constitucionais de in­vestimento mínimo em educação (2591da receita corrente líquida) e aúde(15%l. "O sistema eletrônico nos apon­ta automatieamente os índices mínimosnessas duas áreas", afirma o secrelário.

A partir de ua integração ao SlMj

AM. a Prefeitura de Curitiba passou areceber do TCE as cenidões liberatóri­as, que permitem, entre outros procedi­mentos fundamentai' da administraçãopública. a obtenção de recursos e finan­ciamentos externos, para obras e pro­gral1la~. "Is o no deu maior tranqüili­dade. A partir de 2005, passamos a ob­ter a certidão liberatória por meios téc­nicos e administrativos". diz Sebastiani.

Para o secretário, o SIM!AM é hojeum sistema "culturalmente aceito. ma~em constante processo de construção".Hoje. a alimentação do sistema é feitapor todas as secretarias municipais, oba coordenação da Secretaria de Finan­ças. Na avaliação de Sebastíani. ele setornou um in5trumelllo auxiliar de con­trole externo das contas públicas.

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CURITiBAData de instalação: 29/03/1693

Área: 430.9 km2

População (2006): 1.788.559

Eleitores (2006): 1.217.263

Número de domicílios: 542.310

pm per capita (2004): R$ 11.065

Índice de urbanização: 100%

Número de servidores: 30.563

Orçamento da prefeitura

(2007): R$ 3,058 bilhões

Número de vereadores: 35

Controle. ,mtemoea

, .proxnnameta

A próxima meta da Prefeiturade Curitiba é a implantação de umsistema de controle interno da ges­tão orçamentária, uma exigênciaprevista na nova Lei Orgânica doTribunal de Contas do E lado. Se­gundo o secretário municipal de Fi­nanças, Luiz Eduardo Sebastiani,o modelo do novo organismo seráa Controladoria, já implantada naadministração municipal e vincu­lada à secretaria.

A Controladoria acompanha osprocessos licitatórios e zela peloequilíbrio econômico e financeirodos contratos. Também realiza ocontrole prévio dos pagamentos eanalisa alterações contratuais e li­citações em curso. "A Controla­doria tem atuação independente eserá o embrião do novo sistemade controle interno", informa Se­bastiani.

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oprefeito com as quatro servidoras da contabilidade: elogios do Tribunal de Contas do Estado em 2006.

Mulheres comandam contabilidadepública em Nova Aliança do Ivaí

A conlabilidade pública em NovaAliança do Iva( está na mào das mulhe­res. E funciona muito bem. O municípioestá no seleto grupo dos que recebe­ram em 2006 elogios do Tribunal deContas do E tado por cumprir integral­mente a agenda de compromisso .

a prefeitura, o trabalho é realizadopor quatro mulheres: a diretora do De­partamento de Finanças. RosângelaMaria Freire Costa, a tesoureira MariaTereza da Silva Schmitz, e as conlado­ras elcy Nogueira Rena e Mirian Es­trada. O prefeito, Adir Schmitz, acom­panha a execução orçamentária de per­to. da mesma forma que faz com a ges­tão dos demais setores.

"Num município pequeno como onos o, O' recursos são poucos. Por i o,tem que levar tudo 100% controlado",ensina o prefeito. que em 2007 trabalhacom um orçamento de R$ 5,285 milhões.Mais de 70% desses recursos são re­passados pelo governo federal, por meiodo Fundo de Participação dos Municí­pios (FPM). "Aqui ninguém faz com­pras acima de R$ 200 sem a minha au­torização", completa Sclullitz. Quando

recebeu a reporlagem da Revista doTribunal de Contas PR, O prefeito acu­mulava obre sua mesa 37 processosde licitação em curso.

O controle rigoroso dos gastos exer­cido pelo prefeito. um método que eletambém utiliza na gestão de suas trêsfazendas, onde cria gado e planta soja,facilita o trabalho da equipe contábil.Outra contribuição fundamental veio dotreinamentos promovidos pelo TCE tan­to em Curitiba como em Paranavaí eMaringá. as cidades-pólo próximas aNova Aliança.

O treinamentos ajudaram a equipea se atualizar para atender as obriga­çõe junto ao tribunal, como as adequa­ções ao Sistema de Informaçõe Muni­cipais/Acompanhamenlo Men ai (SIMIAM). que monitora a execução orça­mentária; a Pre tação de Contas Anu­al (PCA), e a prestação de contas detransferências de recursos do Estado eda União. A principal reivindicação daequipe é a padronização de um progra­ma de computador para a contabilida­de. que possa ser usado por todos osmunicípios paranaenses. AlUalmente, a

maioria paga aluguel desses soflwares.que são fornecidos por empresas priva­das e com d.iferenças entre si.

Na Câmara Municipal, a contadoraívea AI ves de Li boa se considera

uma "faz tudo". Além da contabilidadee das obrigações com o TCE. cuida dagestão de pessoal - os nove vereado­res e quatro funcionários - e da lici­tações. O orçamento da Casa em 2007é de R$ 375 mil. (vea considera quea implantação do IMlAM "melhorouem 100%" o trabalho do contador naadmini. tração pública. "A adaptação aoistema informatizado foi difícil. mas

hoje ele nos dá condições de acompa­nhar a execução orçamentária em tem­po real e o volume de papé; utilizadoscaiu drasticamente. Antes. as presta­ções de conta tinham que ser levadasa Curitiba em umo Kombi". compara.com exagero.

Em breve, Nova Aliança do Ivaf darámais um exemplo em gestão pública.Será um dos primeiros municípios para­naenses a implantar um sistema de con­trole interno. uma exigência da nova LeiOrgânica do TCE.

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Emprego: costureira trabalha na RH Confecçôes, que produz jeans para várias marcas.

Educação: alunos da Escola Municipal Professora Irma Bolelta, a única escola do municfpio.

Mesmo endo a menor cidade pa­ranaense, ova Aliança do (vaí en­frenta problemas típicos de cidadegrande. O prefeito, Adir Schmitz,aponta a falta de emprego e de mora­dia como os principais problemas queenfrenla. Um levaDlameDlo realizadoem 2006 constatou um déficit de maisde 100 casas. situação que está sen­do amenizada com a construção de 29unidades. com recursos da Cohapar eda Caixa Econômica Federal.

Boa parte dos moradores da cida­de é de bóias-frias. que atuam no cor­te de cana e ficam sem emprego du­rante pelo menos quatro meses doano. Para amenizar o problema, a pre­feilura está construindo, com recur­sos próprio, dois barracões. ele. oprefeito pretcnde instalar uma lavan­deria industrial e uma confecção deroupas, com a geração de até 100empregos.

O maior empregador privado domunicípio é a R.H Confecçõe . que fa­brica calças, saias e jaquetas jeanspara várias marcas. A empresa, quetem 62 funcionários e produz entre 15e 19 mil peças por mês. se instalouem ova Aliança há cinco ano , comapoio da prefeitura. Antes de se ins­talar no atual barracão, funcionou du­rante um ano e meio no salão da Igre­ja Católica.

Izabel de Oliveira Galvão. atualdona da empresa. reclama da falta dequalificação da mão-de-obra. "Eumesma tenho que treinar os novos fun­cionários", coDla. Metade das máqui­nas de costura é operada por homens.

Cidadepequena,grandesproblemas

índice de urbanização: 67.6%

Número de servidores: 134

Orçamento da prefeitura em2007: R$ 5,285 milhões

Número de vereadores: 9

OVA ALIANÇA DO rvAÍData de instalação: 11/11/1961

Área: 132,1 km2

População (2006): 1.436

Eleitores (2007): 1.139

Número de domicílios: 460

pm per capita (2004): R$ 11.180

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ESTRUTURA INTERNA

OTCEPORDE oConheça o funcionamento do TCE, órgãoque fiscaliza acorreta aplicação dos recursospúblicos nos Três Poderes em todo o Paraná

o Tribunal de Comas do Estado éo órgão responsável por fiscalizar acorreta aplicação do dinheiro públiconos poderes Executivo. Legislativo eJudiciário do Paraná. Só no Executi­vo, esse conjunto de emes públicos éformado por 18 secretarias de Esta­do. 399 prefeituras, 399 câmaras mu­nicipais. 136 entidades estaduais eoutras 450 municipais (fundo. funda­ções, autarquia, empresas públicas,sociedades de economia mista. con­. órcios imermunicipais. serviços au­tônomos de água e esgoto e emidadesprevidenciária. ).

Nas pre tações de contas que anali­sa anualmente. o TCE avalia a gestãoorçamentária, contábil, financeira, patri­monial e operacional de cada ente sobsua juri dição. O órgão tem hoje cercade 650 funcionários efeti vos e recebeanualmente 1.9% do Orçamento do Es­tado. O volume anual de recursos cujaaplicação é analisada pelo TCE superaos R· 20 bilhões.

Hoje um modelo nacional de con­trole externo entre as cones de contasde todo o País. o TCE-PR lem comometa de envolver e manter procedi­mentos de tiscalização que promovama aluação preventiva contra a utiliza­ção ilegal, antieconômica ou ineficazdos recursos públicos. Esse papel setornou ainda mais efeli vo a partir daimplantação da nova Lei Orgânica dotribunal.

Aprovada no final de 2005 pela As­sembléia Legislativa paranaense. a LeiComplementar I13/05 começou a vigo­rar em 2006. junto com o novo Regi­mento Interno do TCE. composto por540 arugos. E ses dois instrumentos ­que substituíram uma legislação ultra­passada. elaborada havia quase 40 anos- mudaram a estrutura administrativada Casa e pos ibilitaram que as deci­sões da Cone possam ser mais rápidase efetivas.

CORPO DELIBERATIVO

Conselheiro: O colegiado é for­mado por sete conselheiros. nomeadospelo governo do Estado, obedecendo aseguinte composição: quatro são esco­lhidos pela Assembléia Legislativa e trêspelo governo estadual. sendo um delesde Iivre e colha e dois. alternadamente,entre auditores e membros do MinistérioPúblico junto ao Tribunal de Contas. Acada dois ano.. são eleitos o presidente.o vice-presidente e o corregedor-geral.

Auditores: Em número de sete. sãoos sub. titutos legais dos conselheiros emsuas faltas ou impedimentos. e podempraticar todos os atos atribuídos àque­les. O provimento do cargo ocorre pormeio de concurso público.

Ministério Público junto ao Tri·bunal de Contas: Composto por I I pro­curadores, sob a coordenação do pro­cumdor-geral, tem como principal mis­são o cumprimento da lei em todas asdecisões tomadas pelo Tribunal. além dadefesa da ordem jurídica e do regimedemocrático. O MPjTC panicipa de 10­

das as sessões do Tribunal. O provimen­lO do cargo de procurador é feito pormeio de concurso público.

Presidência: Órgão respon ávelpela repre entação e direção do Tribu­nal e de seu erviços.

Corregedoria·Geral: É o órgãoresponsável pela inspeção e correiçãopennanel1le dos erviços do Tribunal etambém por instaurar processo adminis­trativo disciplinar Contra servidores da

Casa. Também é responsável pelo ser­viço de Ouvidoria.

JULGAMENTOS DE PROCESSOS

Câmaras: A nova Lei Orgânica im­plantou o sistema de câmaras. respon­áveis pela análise e julgamento das

contas das prefeituras e câmar.t.s muni­cipais. administração pública indireta. noâmbito estadual, e da direita e indiretados municípios. As câmaras também sãoresponsáveis pela análise e julgamentodas prestações de contas de transferên­cias voluntárias de entidades públicas eprivadas. As sessões da Primeira Câ­mara sâo realizadas às terças-feiras eàs da Segunda Câmara. às quanas-fei­raso

Tribunal Pleno: Órgão máximo doTribunal É responsável pelo julgamentodas contas do governador do Estado.Assembléia Legislativa, Judiciário, Mi­nistério Público e secrelarias de Esta­do. Também cabe ao Pleno respondera consultas e julgar denúncia, repre­sel1lações e recursos - ou seja, reveras decisões das cãmaras quando emgrau de recurso. Tem ainda a exclusivi­dade de usar instrumentos de jurispru­dência. como o prejulgado. a uniforrni­z<1ção de jurisprudência e a súmula. parafacilitar e padronizar uas decisões. Assessões. com a participação de lodos osconselheiros. ocorrem às quinta -feiras.

CORPO INSTRUTIVO

Diretoria Geral: Coordena as ati­vidades de nalureza operacional. técni­ca e administrmiva. Sua função essen-

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cial é a de secretariar o Pleno e dar cum­primento às suas decisões. mantendo oacompanhamento e controle sobre oandamento das medidas tomadas.

Diretoria de Contas Estaduais(DCE): Responde pela instrução nosproce sos de prestação de contas daentidades do Executivo Estadual, in­cluindo a contas do governador, dosPoderes Legislativo e Judiciário e doMinistério Público, através da conso­lidação dos trabalhos de fiscalizaçãorealizados pelas Inspetorias de Con­trole Externo.

Inspetorias de Controle E:deroo(ICE): São seis. coordenadas pelos con­selheiros. à exceção do presidente. Atu­am na fiscalização direta dos órgãos eentes e taduais, por sistema rotativo bi­enal e sorteio realizado pelo Pleno. Têmcomo principais atividade realizar au­ditorias e inspeções in loco. propor im­pugnação dos atos ou fatos administra­tivos irregulare e emitir relatórios qua­drimestrais à DCE obre os examesrealizados.

Diretoria de Execuções (DEX):Criada pela Lei Complementar 11312005,fiscaliza a arrecadação e receita doEstado, realiza a instrução do processode homologação das cotas do ICMS eelabora os cálculos sobre o recolhimen­to de valores contidos nas deci õcs dasCâmaras e do Pleno. Também é res­ponsável pela fiscalização da efetivaaplicação das sanções impostas peloTribunal.

Diretoria de Análise de Transfe­rências (DAT): Atua na instrução dosprocessos de prestação de contas detransferências voluntárias de recursose taduais e municipais, a entidades pú­blicas e privadas, por meio de convêni­os. subvenções sociais e auxOios.

Coordenadoria de Auditorias(CAD): Realiza as auditorias, de con­formidade e operacional, nos projetose programas e taduais e municipais

co-financiados por organismos inter­nacionais. Desenvolve também audi­torias especiais determinadas pelaDiretoria Geral. Unidade é certifica­da com a ISO 9001.

Diretoria de Contas Municipais(DCI'vO: Unidade responsável peloexame das conlas dos 399 municípiosparanaenses, incluindo o Executivo. aCâmara Municipal. os fundos, funda­ções, autarquias, empresas públicas, so­ciedades de economia mista e consór­cios inte.rmunicipais.

Diretoria .Jurídica (Dijur): Emiteparecer de natureza jurídica sobre osprocessos que serão submetidos às Câ­maras e ao Pleno para julgamento, sub­sidiando as decisões proferidas.

Coordenaria de Engenharia e Ar­quitetura (CEA): Subsidia e realizaauditorias em obras públicas. prestandoapoio a todas as unidades das áreas es­tadual e municipal. É responsável pelamanutenção do sistema de cadastra­mento e acompanhamento das obra noEstado. Responde. internamente, pelamanutenção e conservação do prédio doTribunal.

Coordenadoria de Planejamento(CopIan): Fornece subsídio à direçãoda Casa na formulação de suas direm­ze . elaborando os planos de ação anu­ai ,consolidando os relatórios de ativi­dades das unidades e acompanhando ostrabalho.

Diretoria Econômico-Financeira(DEF): Execula o processo contábil­financeiro-orçamentário, elaborando ocontrole interno. o acompanhamento dagestão fiscal e o planejamento da pro­posta e da execução orçamentária.

Diretoria de Recursos Humanos(DRH): Unidade responsável pelas in­formações. registros e contmles dosatos e fatos relacionados à vida funcio­nai dos servidores do Tribunal. Atua,também, nas áreas de treinamento e

capacitação para os públicos interno eexterno, e na coordenação do atendi­mento médico-odontológico, psicológicoe assistencial aos servidores.

Diretoria de Tecnologia da Infor­mação (DTO: Coordena e execula asatividades de análise e programação desistemas. segurança da informação e su­porte para aqui ição e manutenção deequipamentos de informática. Sub idiae real iza auditorias em sistemas, pres­tando apoio para todas as unidades dasáreas estadual e municipal.

Diretoria de Protocolo (DP):Tem como atribuições o recebimento,emis ão de protocolo e autuação de do­cumentos, a expedição e o arquivo ge­rai de documentos de interesse do Tri­bunal.

Diretoria de Administração doMaterial e Patrimônio (DAMP):Responde pelo uso, manutenção e e­gurança dos bens móveis e da instala­ção predial do Tribunal. e requi ita, es­critura e controla o materiais de con­sumo e permanente.

Coordenadoria de Apoio Admi­nistrativo (CAA): Responde pelaguarda, manutenção e controle de usodos veículos; limpeza, manutenção e vi­gilância do prédio do Tribunal.

Coordenadoria de Jurisprudên­cia e Biblioteca (CJB): Tem comoambuição o erviço de biblioteca e a or­ganização da jurisprudência das deci­sões do Tribunal. A divulgação dessasdecisões é feita por meio da Revistado Tribunal de Contas do Paraná.publicação oficial da Casa, editada pelaCBJ.

Coordenadoria de ComunicaçãoSocial (CCS): Sua atribuição principalé tomar públicas, por meio dos veículosde comunicação. as principais decisõestomadas pelo Tribunal. Também alua norelacionamento institucional do TCEcom a mídia.

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FISCALIZAÇÃO

População ajuda a definiras políticas públicasControle Social, criado pelo TCE, incentiva a participação dos cidadãos na gestãodos municípios, com mecanismos como o orçamento participativo e os plebiscitos

Em um regime democrático. ondeé evidente a participação da comuni­dade na gestão das políticas públicas.o que vem se destacando é a figura doControle Social. Para o Tribunal deContas do Estado do Paraná, o Con­trole Social é um instrumcnto de inte­ração popular na gestão dos municípi­os, com vié para orçamento part.ici­pativo. plebiscito e iniciativa popular nacontribuição para fiscalização do di­nheiro público.

A advogada Simone Manassés Gui­marães foi uma das precursoras doControle Social no Tribunal de Contas.onde saiu a campo mostrando para a

sociedade quais são seus d.ireitos, quaisos limites do administrador público e aimportância da participação efetiva dasdecisões onde o cidadão vive e traba­lha, num verdadeiro exercício da demo­cracia.

Foram dezenas de viagens ao inte­rior, com pale tras a gestores públicose comunidade em geral, conscientizan­do a população da participação da so­ciedade nas funçôe de planejamento,monitoramento, acompanhamento eavaliação de resultados das políticaspúblicas.

"O Tribunal de Contas. conscientede sua missão de salvaguardar os prin-

cípios de moralidade e legalidade dopoder público, tem como compromissoo trabalho para uma ação realizadora.competente, perseverante e que vá aoencontro dos interesses do cidadão:'Esta tem sido a tônica de suas palestrasem tomo do Controle Social.

Entre os principais enfoques sobre oControle Social, levados pelo Tribunalde Contas à comunidade paranaense ­capital e interior - estão as determina­çôes contidas na Lei de Re ponsabili­dade Fiscal em relação à participaçãopopular na gestão pública; o papel e osfeitos do Tribunal de Contas na munici­palidade, como parecer prévio na pres-

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ocidadão fiscaliza seu dinheiro

ww\V.conlroleServiçosocial.pr.gov.br

mando-se por base a Lei deResponsabilidade Fi cal (LeiComplementar 10 I12(00). quepromoveu uma re olução naadministração pública em todasas e feras.

O Portal do Controle Socialtambém oferece ao cidadão in­fomlações sobre a atuação dosconselhos municipais - I"e>-ponsá­vei pela definição. gestão e fis­calização de políticas públicas emáreas como saúde e educação. Épossível ainda encontrar no por­

tal um perfil de cada município parana­ense e um resumo da atuação do TCE.

Segundo o diretor de Tecnologiada Infomlação do Tribunal, DjalmaRie. emberg Júnior, as próximas me­tas são incluir no portal as infom13­ções de gestào orçamcntária do go­verno do Estado e a prestação decontas dos convênios. pelos quai ogoverno estadual ou os municípiosrepassam dinheiro para entidades.

menta eletrônica pernlite que o cidadãoacompanhe a aplicação do recursos.

Os dados dos municípios paranaen­ses são atualizados mensalmente, comas infonnaç.ões recebidas do Si. tema deInformações Municipais (SIM), pormeio do qual o TCE acompanha a ges­tão orçamentária dos entes que fiscal i­7.a. No ponal. o intcmaUla tem acesso adados obre gestão orçamentária. lici­tações. obnls em andamento e contra­tos realizados pelas prefeituras. câma­ras. fundos e empresas municipais. Osrelatórios de gastos são realizados to-

O direito à infonnação so­bre a fomla como os gesloregastam o dinheiro público é umdos pilares da democracia e estáprevisto na Con tituição Fede­ral, no artigo 37. Mas o cidadãosó conseguirá acompanhare fis­calizar a aplicação dos recursosse as informações estiveremacessíveis e organizadas de for­ma clara e didática. Esse é oprincípio do Portal do ControleSocial, mantido pelo Tribunal deContas do Estado, com o obje­tivo de dar instrumentos para que asociedade ajude a instituição a fazercom que os recursos sejam bem em­pregados.

Implantando em 2005, o portaltor­na disponíveis na internet informa­ções atualizada.. sobre os 399 muni­cípios paranaenses e oferece linkspara o Portal da Transparência (man­tido pela Controladoria Geral daUnião e com informações sobre ogoverno federal) e o Portal Gestãodo Dinheiro Público. (mantido pelogoverno paranaense). Essa ferra-

tação de contas. reg.istro dos atos depessoal. emissão de alertas e auditorianas obras públicas.

Interação· Foi fundamental ain­da a panicipação de Simone Manas­e Guimarães na missão de dar ciên­

cia do meios de informações à dis­posição dos munícipes: governo ele­trônico, publicação dos relatório. siteBrasil Transparente; conscientizarsobre a neces 'idade e importãncia doenvolvimento na gestão municipal,além de estimular a participação po­pular nas audiências públicas para aelaboração das leis orçamentárias ­orçamento panicipativo, onde e des­taca a interação entre o governo e apopulação.

" ão podemos fechar os olhos paraas dificuldades práticas que enfrenta­mo na aplicação efetiva do instituto damoralidade e ética pública. como prin­cípio superior de confonnação da con·duta estatal e dos agentes públicos". ob­serva Simone Guimarães. Segundo ela,o Tribunal de Contas do Estado do Pa­raná "se preocupa com o fato inegávelde, muitas vezes, a sociedade ficar mar­ginalizada sobre as tarefas e responsa­bilidade do órgãos de controle do po­der público, seja qual for a fase de suaexecução".

Não se nega, nos campos doutriná­rio e teórico. a importãncia da panici­pação da sociedade na fonnulação daspolíticas públicas e no necessário con­trole da sua execução, salienta a advo-

gada. "Muitas vezes nos esquecemosque qualquer conceito obre ética e mo­ralidade admini trativa parte. como to­dos os instituto democrático . da von­tade popular e da sua noção sobre es­ses valore . que confonna e efetiva ochamado 'interesse público'.

"É neste caminho que pretendemosapontar um novo rumo para o comro­le da administração pública: a efetivae concreta participação popular na atu­ação das cone de conta. poi a fi­nalidade deste instituição nada mais édo que tutelar a gerência, a adminis­tração dos interesses e nece sidadedesta mesma sociedade". sustenta Si­monc. que é diretora de Gabinete doconselheiro Fernando Augusto MelloGuimarães.

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FISCALIZAÇÃO

DEX toma efetivas asdecisões tomadas pelo TCETrabalho implantado pela nova Lei Orgânica dá maior rapidez àdevolução derecursos aos cofres públicos; processos de restituição já somam R$ 222 milhões

As atribuições da DEXUma das maiores inovações institu­

ídas pela nova Lei Orgânica do Tribu­nal de Contas do Paraná foi a criaçãoda Direloria de Execuções (DEX). Suaprincipal missão é toTnar efetivas asdecisões tomadas pelo Tribunal. É elaque acompanha. por exemplo, se as san­ções pecuniárias aplicadas pelo Pleno eas Cãmaras estão sendo cumpridas, naprática, pelos gestores públ icos parana­enses.

Em parceria com a Diretoria de Tec­nologia da Informação (DTI). a DEXdesenvolveu o Sistema Eletrõnico deRegistro e Controle de Sanções, quepermite a emissão automática de docu­mentos e o acompanhamento da in cri­ção em dívida ativa e a execução judi­cial das sanções. O resultado desse tra­balho é uma maior rapidez no retomode recursos aos cofres públicos. pormotivos como a re tituição de valoresdesviados ou usados irregularmente pe­los gestores. além de multas admini ­trativas. por dano ao erário e por infra­ção à Lei de Respon abilidade Fiscal.A pos,ibilidade de aplicação dessasmultas é outra inovação da Lei Orgâni­ca em vigor.

De de sua criação. em 15 de de­zembro de 2005, a DEX acompanha aexecução, junto aos município para­naenses e ao governo estadual. deaproximadamente R$ 222 milhões, fru­to de decisõe do TCE para as quaisnão cHbe mais recurso. A maior partedeste valor - R$ 22 Imilhões - é relati­va à restituição de valore.. "Nosso ob­jetivo é dar efetividade fts decisões do

• Manter o registro e o comrole indi­vidualizado das decisões do Pleno edas Câmaras sobre multas, re titui­ções de valores, declarações de ini­doneidade, inabilitaçào para o exer­cício de cargos em comissão. proibi­ção para a contratação com o PoderPúblico estadual e municipal e susta­çào de ato impugnado:• Elaborar os cálculos em acórdãosque estipulam multa ou restituição devalores:• Emitir cenidões de débito para ins­crição em dívida ativa pelo órgão cre­dor:• Acompanhar o parcelamento demultas:• Realizar intimações:• Regislmr baixas de responsabilidade;

Tribunal e tomá-lo uma referência na­cional na área de execuções". afirmao diretor da DEX, Luiz FernandoSrumpf do Amaral.

Várias medidas adotadas em 2007ajudam a alcançar esse objelivo. Juntocom procuradores estaduai e promo­tores de justiça. a DEX está realizandouma série de visitas técnicas e seminá­rios com servidores municipais e esta­duais encanegados da execução fiscaldos débitos encaminhados pelo TCE. AdirelOlia também promove visitas a Ór­gãos fazendários municipais, procurado-

• Informar processos de celtidão li­beratória:• Elaborar lista de agentes públicocom contas julgada. irregulares paraen aminhamento ao Tribunal Regio­nal Eleitoral:• Monitorar as execuções pecwliári­as e os processos encaminhados aoMinistério Público Estadual para aabertura de inquérito civil.

RESTITUIÇÃO DE RECURSOSValores em processode execução, em R$*Restituição de valores: 221.0 I milhõesMulta proporcional ao dano: 771.1 milMulta administrativa: 136.6 milMulta por infração fiscal: 29,9 mil* de 15/12105 a 11/04/07

rias regionais do Estado. vara da fa­zenda pública e comarcas para acom­panhar o andamento das execuções ju­diciais e a inscrição em dívida ativa.

No biênio 2007/2008. as principaismetas da DEX são a elaboração deum manual de orientação aos municí­pios para a inscrição e execução emdívida ativa dos valore. a serem res­tituídos e o desenvolvimento de umaferramenta eletrônica que possibilitea solicitação on line de inscrição emdívida ativa dos valores a serem de­volvidos ao te. ouro estadual.

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FISCALIZAÇÃO

• adireta com o cidadãoabre diálogo e tira dúvidasCorregedoria eDuvidoria ajudam TCE a obter retorno da população sobre aaplicaçãodo dinheiro público eavaliar sua própria atuação ea dos seus servidores

retira dela aquela idéia de que se trataapenas de um órgão punitivo. para oencaminhamento de processos discipli­nares internos.

Na avaliação de Guimarãe . Cor­regedoria e Ouvidoria estão em pro­cesso de estruturaç.ão. embora jáapresentem bons resultados. "Muitacoisa ainda precisa ser feita. mas jáposso afirmar que o Tribunal de Con­tas do Paraná está entre os mais mo­

dernos e atualizado no que se refereao relacionamento da instituição coma sociedade."

o Tribunal de Contas do Estado doParaná conta hoje com dois eficazesinstrumentos para ouvir o cidadão etambém avaliar a qualidade dos ser­viço que presta e a forma de atua­ção de seus servidores. Prevista nanova Lei Orgânica do Tribunal, a Ou­vidoria e a Corregedoria-Geral funci­onam plenamente. com ótimos resul­tados.

A Ouvidoria foi implantada em ou­tubro do ano passado, para receber de­núncias. reclamações e informaçõessobre a atuação dos entes públ ico queo TCE fiscaliza e também sobre suaprópria atuação. É um canal de comu­nicação direta, que pode ser acionadopor telefone. cana. pela internet ou pes­soalmente (veja os detalhes /la qua­dro uesta página).

Segundo o conselheiro FernandoAugusto Mello Guimarães. que coorde­na as dua estrutura, a aceitação daOuvidoria superou a expectativa. "Elae tomou um canal informal de comuni­

cação com o cidadão, na medida em quenão exige a abertura de um processono Tribunal. A demanda nos surpreen­deu, tanto em volume quanto na quali­dade das informações recebidas". ana­lisa Guimarães.

a avaliação do conselheiro. o fun­cionamento da Ouvidoria está contri­buindo para que o TCE monte um pla­nejamento estratégico mais focado nosproblemas apontados pelos cidadãos.Um levantamento concluído em mar­ço 'lpontoU. por exemplo, que a esferamunicipal é responsável por qua e 90%

COMO ENCA 1\ "AR DEMANDAS

• Atendimento pessoal. na sal.a da Ouvidoria. na

ede do TCE

• Telefone 0800 6450645

• Internet: www.tce.pr.gov.br

• Can..~

• Umas disponíveis na sede do TCE

da demanda do órgão. contra apenas6.5% da esfera estadual e 5.6% inter­nas do Tribunal.

Corregedoria - ACorregedoria doTCE. à qual a Ouvidoria está ligada. éanterior à Lei Orgânica. mas o novoinstrumento legal reforçou o. eu papel.Ela se transformou em um canal de dis­tribuição de informações obre as ati­vidades e processos do Tribunal parao próprio órgão, o Poder Legislati vo ea sociedade. Segundo Guimarães. aampliação do papel da Corregedoria

AOuvidoriadoTCENAT REZA DAS

DEMANDAS

Reclamações 73%

Dúvidas 13%

Infonl1ações 9%

Críticas 3%

Sugestõe 1%

Elogios 1%

PROCEDÊ ClA

DAS DEMANDA

Municípios 87,9%

Esfera estadual 6.5'*:

Interna 5.6%

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ARTIGO

A estrutura e as funçõesdo MP junto ao TCEAngela Cassia Costaldello

o Ministério Público tomou-se. nacontemporaneidade. uma instituição es­sencial para a hannonização dos inte­resses sociais. Embora integre a estru­lura estatal, ele não se volta prioritaria­mente à defesa dos interesses panicu­lares do Estado. Mais ampla, a ua fun­ção compreende a salvaguarda dos va­lores, direitos e interesses atinentes àsociedade civil. ainda que eventualmenteantagônico às chamadas "razões" deEstado.

Com a Constiluição da República de1988, o Ministério Público recebeu aconfonnação estrutural e funcional atu­al. sendo incumbido, de modo definitivo,da defesa da Ordem Jurídica, do Regi­me Democrático e dos Interesses Soci­ai.s e Individuais Indisponíveis, além deoutrdS importantes funções institucionaisdelineadas pelo art. 129 do texto mag­nO. Até 1988, para exemplificar. cabiaao Mini lério Público Federal uma du­pla ocupação, como fiscal da lei (CLlS­tos legis) e como advogado dos inte­res es da Fazenda Federal.

O elenco de atribuições e de funçõessocialmente relevantes conferido aoMinistério Público pela Constituição seanlpliou ainda mais com a institucionali­zação do Ministério Público jLlnlO aosTribllnais de Con/(/s' . A part'ir dessacircunstância, lomou-se possível susten­tar que ao Ministério Público junto aoTribunal de Contas foranl atribuídos fun­damento e slatLlS constitucional. aindaque com funções mais específicas e cir­cunscritas que as lípicas do MinistérioPúblico em geral.

No ESlado do Paraná, a Lei nO5.61511967 dispôs sobre a con tilui-

Olhos voltados paraum horizonte dedemocracia edeconcretização plenados direitos do cidadão

ção, competência e assuntos afin ati­nenles ao Tribunal de Contas Estadu­al. Neste instrumento normativo. jáhavia a previsão de membros do Par­qllet integrando a Corte de Contas' .De acordo com o artigo 12, o Minis­tério Público era representado pelaProcuradoria da Fazenda jlllllO aoTribunal, eomo órgão auxiliar da fis­calização orçamentária e financeira,representando a Fazenda Pública pe­rante o Tribunal. Naquela época. osprocuradores atuavam tal como o Mi­nistério Público Federal. isto é, tanlOcomo represenlantes da Fazenda,quanlo como fiscais da aplicação cor­reta da legislação.

Na década de 80, por meio de provi­mentos internos do TCElPR, a nomen­clatura Procllradoria da Fazenda jllll­10 ao Tribllnal de COl1/as foi substitu­ída pela tenninologia Procuradoria doEstado jUl1/o ao Tríbunal de COl1/as,a qual, novamente, já no final da déca­da de 90. acompanhando expressão debase constitucional, passou a receber adesignação de Millistérío Público jUlltaao Tribunal de COl1/as.

O desenho institucional deste Minis­tério Público é peculiar, como consta naementa do Acórdão da ADln 789, pro­ferido pelo Supremo Tribunal Federal,segundo o qual "0 Ministério Públicojunto ao TCU é instituição que não inte­gra o Minislério Público da União". Essa

decisão deu ensejo ao reconhecimenlodos Ministérios Públicos junto às Cor­tes de Contas estaduai , em sub titui­ção às antigas procuradorias do Estadojunto a esses tribunais especiais.

Pela dicção e sentido da Constitui­ção da República, o Ministério Ptíbli·co jLllllo ao TribLlnal de Contas é umainstiluição autônoma em face do Minis­tério Público comum, da União ou dosEstados, ou seja. possui uma configura­ção jurídico-institucional própria, de for­ma que o ingresso nos seus quadros sefaz por concurso público específico e asua organização, aparelhamento e dire­ção lhe são próprios.

Assim sendo, a sua estrutura deri­va das funções específicas des e Mi­nistério Público, que, no Estado do Pa­raná é integrado por onze procurado­res. sendo chefiado por procurador­geral escolhido pelo governador doEstado em lista lríplice formada entreseus membros. para mandato de doisanos. Dentre outras, competem aoMinistério Público junto ao Tribunal deContas, em sua missão de guarda dalei e fiscal de sua execução, a seguin­tes atribuições:

(i) promover a defesa da ordemjllrídica, do regime democrático edos interesses sociais e individuaisindisponíveis, requerendo as medi­das de illleresse da Jllstiça, da Ad­milJislração e do Erário; fii) com­parecer às sessões do TribLlnal edizer do direito, verbalmente 011 porescrito, em todas os processos su­jeitos à deliberaçcio do Tribllnal,sendo obrigatária a slla manifesta­çõo sobre preliminares e sobre omérito. nos processos de consu/la.incidentes. prestaçcio e tomada de

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COlllas, nos concernentes à fiscali­zação de atos e COl/lratos e de apre­ciação dos atos de admissão depessoal e de concessão de aposell­tadorias, reformas e pellsões, bemcomo "as denlÍncias e representa­ções: (iii) mani[es/(lr-se em recur­sos e pedidos de rescisüo de julga­do. bem como nos incidentes de uni­formização de jurisprudêllcia, ill-

cidell/e de illcollstilllciollalidade e110 formação de prejulgados e ell­telldimelltos sumulados; (iv) velarsupletivamellle pela execução dasdecisões do Tribunal. promovelidoas diligêllcias e atos lIecessáriosjUll/o às autoridades competellles,para que a Fazellda Pública rece­ba importâncias atinentes às lIIul­las, alcance. restituição de quanli-

as e Oll/ras imposições legais, ob­jeto de decisüo do Tribunal.

Eis, portanto. os papéis essenciaiscominados aos membro do Parquet deConta~, aos quais se acrescentam, paraalém das funções de custos legis, dedefesa dos princípios republicanos, dosprincípios regentes da AdministraçãoPública e de preservação dos interes­ses públicos, a promoção dos direitosfundamentais sociai .

Na atualidade, os Tribunais de Con­tas e, por conseguinte, os MinistériosPúblicos junto a eles, detêm papel im­prescindível para a concretização dosdireitos fundamentais sociais pela Ad­ministração Pública, uma vez que estesdireitos, para serem efetivados, depen­dem da alocação de grande quantidadede recursos e o controle da sua aplica­ção constitucionalmente adequada re­presenta atribuição característica des­tas instituições.

Vê-se, portanto, neste curto trecho,a ainda breve, mas já profícua traje­tória percorrida pelo Millistério PÚ­blico jUllto ao Tribunal de Comas.Vislumbra-se, igualmente, o longo ca­minho ainda a ser trilhado, com osolhos voltados para um horizonte dedemocracia e de concretização plenados direitos do cidadão.

No Estado do Paraná, a marchadeste Ministério Público em direção àrealização da sua missão institucionalencontra norte e orientação no per­curso histórico do próprio Tribunal deContas, que, neste ano, completa 60anos de atuação na preservação doordenamento jurídico, no qual a lega­lidade e a justiça caminham juntas,lado a lado. tal qual o Ministério PÚ­blico e o Tribunal de Contas.

Angela Cassia Costaldello éprocuradom-geral do Ministério Públicojunto ao Tribunal de Contas do Paraná.

,Ainstitucionalização do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas ocorreu pelo artigo 130da CF/88.'É de se notar que, desde oDecreto 2.409, de 23 de dezembro de 1896, em seu art. 81, estão pre5Cf~as as funções eocampo das atribuições dos integrantes do MinistérioPúblico que atuavam junto ao Conselho eTribunal de Contas da União, nos seguintes termos: "O Representante do Ministério Público éogUB!da da observância das leis fiscaisedos interesses da Fazenda perante oTribunal de Contas. Conquanto represente os interesses da PúblicaAdministTaçáo, náo é todavia delegado especialelimitado desta,antes tem personalidadeprópria eno interesse da lei, da justiça eda Fazenda Pública tem inteira liberdade de açáo".

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RECURSOS HUMANOS

A nova ordem jurídicadas licitações no ParanáSeminário orienta servidores sobre as novas leisestaduais para as micro epequenas empresas eparalicitações, contratos administrativos econvênios

visão legal para o tratamento diferenci­ado. Deve haver previsão expre sa de ­se tratamento, de suas prerrogati as eprocedimentos, nos in U1Jmento convo­cat6rios do cename.

Orientar o servidores da esfera es­tadual sobre as alterações ocorridas naslei que direcionarão os processos lici­latórios no Paraná. Este foi o objeti 1'0

do seminário" A nova ordem jurídica daslicitações do Estado do Paraná". pro­movido pelo Tribunal de Contas. no dia5 de março. Na abertura do evento, opresidente do TCE, conselheiro NestorBaptista. declarou que o seminário erao primeiro evento de sua gestão. Mas oprimeiro de muitos. "E.<te ano o Tribu­nal de Contas completa 60 anos. Seráum aniver ário comemorado eom mui­lOS treinamento ", antecipou.

A nova lei das microempresas eempresas de pequeno porte - O con­sultor jurídico da Casa. Edgar AntonioChiurauo Guimarães, mestre em Direi­to Administrativo, falou sobre a< mudan­ças ocorridas com a Lei Complementarn° 123, de 14 de dezembro de 2006. queinstitui tratamento diferenciado às mi­croempresas e empresas de pequenopone. Em sua opinião, a lei provocou.em apenas ete de seus artigos (do 42ao 49), verdadeiros estragos no proces­so licitatório. "As benes es conccdidasa estas categorias de empresa não res­peitaram os princípios da isonomia e daigualdade", acredita.

A seu ver. o primeiro aspecto polê­mico da lei é quanto ao seu conceilo demi.croempresa e empresa de pequenopone, que conf1ita com os definidos pelaLei 9.84 I/99 - conhecida como o esta-

lUto desse gmpo . com validademéOI/07/07. "A LC n° 123 define microem­presa aquela com receita bruta anualigualou inferior R$ 240.000,00 e em­presa de pequeno pone a de receila bm­la igualou inferior a R$ 2.400.000,00.Já a Lei 9.841/99 estabelece os parâ­metros de R$ 244.000,00 para micro­emprcsa e superior a R$ 244.000,00 einferior a R$ 1.200.000.00 para a depequeno pone. As opiniões dos juristasestão divididas sobre qual deve preva­lecer na hora da licitação", revela.

Outro ponto gerador de controvérsi­as. na opinião de Guimarães, diz respei­to à po sibilidade dessas empresas par­ticiparem de certames Iicitat6rios. mes­mo com irregularidades em sua habili­tação fi cal. tendo a prerrogativa desanear o defeito durante o processo.Para iluslrar a situação, citou comoexemplo uma licilação nde, de um lado.tem-se uma grande empresa oferecen­do preço de R$ 100.000.00, mas, porproblemas na habilitação fiscal, já eli­minada. De outro, uma microempresaofenando preço de R$ 120.000.00. tam­bém com problemas na habilitação fis­cal. mas com a possibilidade de saneá­lo prevista na lei. Pelo tratamento dife­renciado oferecido pela LC n° 123. amicroempresa. mesmo com seu preçomaior. será a contrat'lda. "Es as distor­ções farão com que a admini traçãopública pague mais em função desta LeiComplementar". critica Guimarães.

Em sua opinião. não basta haver pre-

Normas para licitações no Es·tado do Paraná - A Lei Estadual n°15.340. de 22 de dezembro de 2006,que fixa critérios para licitações. con­tratos administrativos e convênios noParaná. também foi enfocada noevento. A procuradora-geral junto 'lOTCE. Angela Cás i'l Costadello, falousobre as inovações trazidas pela novalei, explic'lndo que ela contempla asmudanças lecnol6gic'ls surgidas nosúltimos anos. como a modalidade pre­gão eletrõnico, com o e labelecimen­to de regras mais claras e padroniza­da para o seu uso.

Segundo Angela, a principal mu­dança inserida pela Lei Estadual é ainversão da fase para toda as 010­

d?lidades. Na prática, is o significaque, numa licitação. O primeiro crité­rio para definir as empre a c1assifi·cada no processo será o preço porelas apresentado (para venda do pro·duto ou oferta do serviço). e não osdocumentos para habilitação. '" soeconomiza tempo, já que s6 as em­presas classificadas passarão pela eta­pa de comprovação de habililação.Assim. deixa-se de "perder tempo"com a análi e de documenlos de em­pre as que, mais adiante, não apresen­tarão preço competitivo ". destaca.

Angela mencionou, ainda. outrosnovos pontos da lei. como regras pr6­prias para pregão eletrônico e " possi­bilidade de leilão público para a vendade bens m6veis e im6veis.

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RECURSOS HUMANOS

Investir em qualificaçãotem retomo garantidoTreinamento de servidores epúblico externo torna mais eficaz o trabalho doTribunal emelhora a qualidade da aplicação dos recursos públicos

o Tribunal de Contas do E ·tado doParaná está investindo cada vez maisna capacitação. tanto de seus funcioná­rios quanto dos profissionais que traba­lham para os entes público por ele fis­caliz.1dos. Os seminários. curso, trei­namentos e palestras promovido abran­gem desde as obrigações previstas nanova Lei Orgânica da Corte de Contasaté o aprofundamento sobre aspectosda legislaçâo.

Para o presidente do TCE. conse­lheiro Nestor Bapti ta. O investimemoem capacitaçâo contribuiu tanto paramelhorar a qualidade da aplicação dosrecursos públicos como para auxiliargestores e técnicos dos ente fiscali­zados a cumprir sua obrigaçõc como tribunal. "Boa parte da desaprova­ção nas prestações de contas é oca­sionado por erro formais. Com ostreinamentos. auxiliamos os ge ·toresbem intencionados e tornamos maisefetivo nosso papel fiscalizador". afir­ma Baptista.

Em 2006. o TCE promoveu 55eventos dirigido' a seus jurisdiciona­dos. que atraíram 8.654 profi sionais,de todos o municípios paranaenses.O en antros são promovidos em Cu­ritiba e nas principais cidades-pólo doInterior e têm como público-alvo ser­vidores municipais e estaduais dasáreas financeira. contábil e de infor­mática, além das comissões de licita­ção em órgãos estaduais, prefeiturae cãmaras municipais. No mesmoperíodo, foram realizados 19 cursosinterno, que beneficiaram 1.138 ser-

Presidente Nestor Baptista: Investimentosem capacitação com cursos e seminários.

vidores -como o tribunal tem 650 fun­cionários, isso significa que muitos pro­fi ionais participaram de vários trei­namento durante o ano. Um total deI 10 ervidores participou de eventosexternos de qualificação em 2006, mui­tos dele fora do Paraná.

Em 2007. o TCE já programou 48eventos. o primeiro trimestre. osprincipais focos dos treinamelllos fo­ram a Lei Estadual 15.340/06. que al­terou norma para as licitações noEstado; a implantação do Fundo deManutenção e Desenvolvimento daEducação Básica (Fundeb) pelo go­verno federal e a prestação de contasde convênios. a partir da Resolução03/06. Exigência da nova Lei Orgâni­ca do TCE, essa resolução estabele­ceu uma nova sistemática para a apre­sentação das contas de transferênci­as voluntárias e criou um plano anualde fiscalização dc entidades que re­cebem recursos públicos.

O seminário sobre esse tema reali­zado em Cascavel, em 21 de março, éum bom exemplo da aceitação dos pro­gramas de capacitação. O evento atraiumais de 600 participantes, de órgãospúblicos e empre'as privadas que, alémda orientação sobre os procedimentospara a prestação de contas de convêni­os, conheceram melhor a Lei Orgânicae o Regimento Interno do TCE.

Outra determinação da direção doTCE neste ano é a intensificação dasvisitas técnicas para orientar funcioná­rios das prefeituras a preencher corre­tamente as prestações de contas ele­trôn.icas bimestrais por meio do Siste­ma de Infonnaçõcs Municipais -Acom­panhamento Men ai (SIM-AM). Pelosistema, as prefeituras enviam o Rela­tório de Ge tão ao TCE e a ausência,o atra o ou incorreçõcs no relatóriospodem resultar em multa e até desapro­vação das contas anuais.

Para evitar a ocorrência de errosfomlais nesse processo, o TCE criouO programa "Pas o a Passo com oMunicípio". Técnicos do tribunal visi­tam os principai municípios do Esta­do. para esclarecer dúvidas obre osistema. O atendimento é personali­zado, com hora marcada. Segundo adiretora da DCM (Diretoria de Con­tas Municipais). Luciane Maria Gon­çalves Franco, o programa nasceu deforma e pontânea. Muitas vezes, ostécnicos do TCE. em visita às prefei­turas. eram convidados a explicar opreenchimento e o envio das informa­ções através do SIM-AM.

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OBRAS PÚBLICAS

Recurso externo,fiscalização in wco

TCE faz auditoriasem programas querecebem recursos

internacionais

o Tribunal de Contas do Paraná éum importante aliado na fiscalização so­bre a correta aplicação dos recursos en­viados ao Estado por organismos inter­nacionais. O TCE está credenciado peloBanco lnteramericano de Desenvolvi­mento (BIO) para a realização de audi­toria em programas. tanto do govemoestadual como dos municípios parana­enses, financiados com dinheiro vindodo exterior.

"A auditoria é uma exigência do or­ganismo financiador, para que ele pos­sa acompanhar o andamento do progra­ma e confirmar a boa aplicação do re­curso", explica Valter Demenech, co­ordenador de Auditoria do TCE. O'técnicos da Coordenaria de Auditorias(CAD) receberam treinamento do Ban­co Mundial para executar o trabalho.

Segundo Demenech. os órgãos pú­blicos que recebem financiamento in­ternacional podem optar entre a audi­toria realizada pelo TCE, que é gra­tuita, ou contratar uma empresa pri­vada para realizar o serviço. A cons­tatação de irregularidades pelas audi­torias resulta em questionamento dasdespesas e encaminhamento de rela­tório à Inspetoria respectiva (quandoo ente sob fiscalização é um órgãoestadual) ou à Diretoria de ContasMunicipais (DCM), para a tomada deprovidências.

Atualmente, a CAD é responsávelpela auditoria de seis programas, cincomantido pelo governo do Paraná e umpela Prefeitura de Curitiba. Os progra­mas estaduais fiscalizados são ParanáUrbano, Paraná 12 Meses, Programa

de Expansão, Melhoria e Inovação noEnsino Médio do Paraná (Proem), Pro­atlântica (de conservação da mata atlân­tica) e Paraná Biodiversidade. Essesprogramas recebem recursos do Ban­co Mundial (BID), Banco lnterameri­cano de Desenvolvimento (BIRO) e doKFW, urna cooperativa de bancos ale­mães para financiamentos na área am­biental.

A coordenadoria também audita oprograma de transporte urbano da ca­pital. financiado parcialmente pelo BID.De acordo com Demenech, outras pre­feituras paranaenses estão pleiteando fi­nanciamentos jUlHo ao BID. ACAD temuma equipe de 15 funcionários, forma­da por técnicos de controle contábil, eco­nômico e administrativo, assessor jurí­dico e técnicos de nível médio.

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TCELEI ORGÂNICA

• Acna camaras para~..............--.....".ar julgamentosCom as duas Câmaras eo novo Regimento Interno, o Tribunal de Contasdo Paraná dá mais transparência aos processos que tramitam na Casa

oPlenário do Tribunal de Contas do Paraná em sua alual composição.

Uma das maiores conquistas do Tri­bunal de Contas do Estado do Paranáem sua trajetória de 60 anos foi a apro­vação, em 2006, pela Assembléia Le­gislativa, da nova Lei Orgãnica, quedis­ciplina e rege o funcionamento e a es­trutura hierárquica administrativa daCorte de Conta. Com a nova lei, o Tri­bunal de Contas instituiu novo Regimen­tO Interno, que agiliza e dá transparên­cia aos processos que tramitam na casae efetividade às sua decisões.

Dentro de um contexto de moderni­zação do Tribunal de Contas e de suaadequação ao modelo con titucional,cuja missão é o julgamento das contasdos gestores da receita do Estado doParaná e de eu 399 municípios, a LeiOrgânica e o Regimento Interno revo­lucionam as ações que reservam suami são. Um dos pontos de de taque foia criação da Primeira e da Segunda Cã­mara.

A medida garante maior celeridadeao julgamento de processos, passandoo Tribunal de Contas do Paraná a tertrês essõe semanai de julgamento.Tudo com prazo tanto para a atuaçãodo relator dos processos e do Ministé­rio Público junto ao Tribunal. Apartir donovo Regimento Interno, passa a serfeito na Diretoria de Protocolo o sorteioeletrônico de relator, que passa efetiva­mente a presidir a instrução dos proces­os a ele distribuídos.

Sanções e multas - O RegimentoInterno, ao lado da Lei Orgãnica, pre­vê a forma de aplicação das sanções e

multas, sua instrumentalização e osmecanismos de controle. Destaca-setambém a disciplina das medidas cau­telares com o objetivo de prevenir da­nos ao erário e garantir a efetividadedo julgamento final. sob a orientaçãojá adotada pelo Tribunal de Contas daUnião. ratificada em decisões do Su­premo Tribunal Federal.

Todos os aIos praticados pelo rela­tor, inclusive quanto ao inteiro teor dasdecisões, erão publicados. como for­ma de transparência dos processos. Apartir de agora, a motivação das deci­sões, obrigatória em face de preceitoconstitucional, será pane integrante dosacórdãos e decisões monocráticas, quepassarão a ser publicados, na íntegra,no periódico Atos Oficiais do Tribu­nal de Contas do Estado do Paraná.

Foram criados, a partir da lei Or­gãnica e do Regimento Interno. inci­dentes de uniformização de juri pru­dência, prejulgados e súmulas, Es esinstrumentos têm como objetivo darcoerência e consistência aos enten­dimentos reiterados do Tribunal Ple­no e das Câmaras, publicando-os.com benefícios para todos os jurisdi­cionados, que passam a ter conheci­mento prévio da orientação do Tri­bunal de Contas, para direcionamen­toS de suas atividades no âmbito desua gestão.

Ainda como destaque, dentro dosavanços e modernização do Tribunal deConta~ do Paraná. a Lei Orgânica de­tennina que o mandato do presidente,vice-presidente e corregedor-geral, pas­sa a ser de dois anos.

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POSSE

Herrnas Brandão assume ecompleta colegiado do TCEEx-presidente da Assembléia Legislativa, o novo conselheiro diz que daráprioridade àorientação dos entes fiscalizados para evitar punições desnecessárias

o novo conselheiro acumula experiên­cia e saberá executar O direito". O au­d.itor Jaime Tadeu Lechinski destacou oconhecimemo que Brandão pos ui so­bre a realidade paranaen e. Para o con­selheiro Heinz Georg Herwig. sua mai­or qualidade é a vocação para o diálo­go. Já o vice-governador Orlando Pes­suti lembrou as lutas políticas que con­duz.iu ao lado de Brandão nas últimasdécadas, "Chegamos juntos à Assem­bléia. em 1983. O Hermas ajudou aconstruir um Paraná melhor:'

:ao.oex-deputado Brandão, durante a solenidade de posse: conhecimento administrativo.

Ao iniciar sua jornada no TCE. onovo conselheiro declarou que dará pri­oridade à orientação dos entes fi cali­zado pela Corte. "A boa orienlaçãopode evilar o mal que a punição apenaremedia". acred.ita.

A carreira polílica e o conhecimentoadministrativo de Brandão foram lem­brados por todos que discursaram du­rame a cerimônia de posse. A procLLra­dora-geral do Ministério Público junloao TCE. Angela Cássia Costaldello. atir­mou que "como advogado e legislador.

o COrpo Deliberativo do Tribunal deContas do Estado ficou completo coma posse, no dia 5 de março, do deputadoHermas Brandão no cargo de conse­lheiro da Casa.

Depois de prestar juramento. noqual se comprometeu a cumprir e fa­zer cumprir as leis e as constiluiçõesEstadual e Federal, Brandão, que pas­sa a integrar a Segunda Câmara de jul­gamento de processos do TCE, rece­beu as vestes talares de sua esposa,Ana Martins Brandão. na presença dasprincipais autoridades dos Três Pode­res do Estado entre elas: o vice-go­vernador Orlando Pessuli: o presiden­te da Assembléia Legislativa. NelsonJustus: o presidente do Tribunal de Ju ­tiça, Jo é Anlonio VidaICoelho: o sub­procurador-geral de Justiça do Esta­do, Luiz Eduardo Trigo Roncaglio: ovice-prefeito de Curitiba, Luciano Duc­ci; além de deputados estaduai , fede­rais. prefeitos e vereadores.

Para Brandão, sua nomeação parao cargo de con elheiro do TCE coroauma carreira de 45 anos como erven­tuário da Justiça e 30 como ocupantede cargo públicos (foi prefeito de An­dir:!. no Norte Pioneiro. e deputado es­tadual por seis mandato ). "Já cumpriminha missão como político e erventu­ário da Justiça. Agora encaro e se novodesafio. de servir a corte de contas maisbem preparada do País. com profissio­nais altamente capacitados'". afirmou.

Ele ocupa a vaga deixada pela mortedo conselheiro Quiél. e Cris6stomo daSilva. ocorrida em fevereiro de 2006.

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meu lIome a partir de agora.Porque aconselhar é colocar

a serviço do bem de todos aexperiêl/cia que awmulei.

Mais que punir - o que farei,quando necessário -, VOII

oriemar. Porque a boaoriemação pode evilllr o mal quea pUl/ição apel/as remedia.

O que se fa: neste Tribul/alreperclI/e em todo o Paraná. OsPoderes, estaduais e mlmicipais.estão sob o Crivo das leis queeste Tribul/al deve fazer cumpri!:

O dinheiro que é de todos, dosimpostos recolhidos dos cidadãose da produção. pede zelo ecorreção.

Apel/as isso justificaria a"ossa existência.

Mas, também por isso, cabelembrar que o bem maior que umhomem possui é o seu nome. Eaqui, qual/do jl/lgamos comas. oque está em julgamento sãoreputações.

Vou também me acol/selhar commel/S pares. de cuja experiência,para além da amizade. me servireicom humildade.

Aos que me conhecem. nãopreciso lembrar que a mil/haporta estará sempre aberta.

Porque é assim que gosto.Porque não sei trabalhar de

outro modo.Porque acredito que é

conversando que encaramos osdesafios.

Estou certo do quamo há porfaZe!:

Estou seguro da minhacapacidade em realizar.

O que assumo hoje, mais queo cargo. é II/I/a missão.

Comem comigo, hoje esempre.'

E vamos ao trabalho, com asbêl/çiios do Criador!

Muito obrigado!

serventuário da lustiça, função queme hOl/rou por mais de quatrodécadas.

Fui servenlllário do lustiçamuito antes do meu priJlleiromandato eletivo. como prefeito.Continuei sen'elltuário mesmodepois de el/cerrado meu últimomandato como deputado.

Ali. 1/0 cartório de Andirá. 1/0

função da qual me retirei poucosdias atrás, eu começara a sen'ir àociedade.

Tomei gosto pelo trabalho, meem'olvi com a comuI/idade, ajudeipessoas, deitei raízes. compreendi aforça que a ul/ião traz, descobriminha vocação, me encontre; commeu destino.

Prefeito. depullldo eSllldual,secretário de Esllldo. presideme daAssembléia Legislativa. em cadafUl/ção que exerci. procurei servir.

E servi.E é esse semimento. o de poder

servir ao bem maior da sociedade,que me 1rouxe até aqui.

Quera que todos saibam. paraque não reste dÚI'ida. do meuorgulho em assumir esta fUl/ção.

Fui eleito pelos meus pares,depullldos e deputadas eSlllduais,por unanimidade. Fui col/firmadopelo govemador Requião, a quemme ligam laços de respeito eproful/da cOl/sideração.

Vou hOl/rar a confiança de todosvocês como conselheiro do Tribunalde Comas do Paraná.

Somos sete, apel/as sete, o quedá a dimel/são da nossarespol/sabilidade. Mas somostambém muitos! Auditores. técl/icos,profissionais da.' mais variadascompelêncitls que mantêm elevadaa bal/deira da tral/sparêl/cia efazem a gral/deza desta Casa I/OSseus 60 OI/OS de existêl/cia.

Serei conselheiro. sim' E tomareiao pé da letra o tíllllo que amecede

"O sentimento de seIVirme trouxe até aqui"odiscurso de posse deHermas Brandão comoconselheiro do TCE

O caminho se faz aocaminhar.

Há exatos trillta (lIIOS, lia

minlra peq/lel/a AI/dirá, e/l davao primeiro passo na caminhadaque me traria até aqui.

E hoje, o que meus olhos memostram. nesta Casa que merecebe, siio companlreiros dessajornada, familiares, amigos.irmãos.

Minlra gratidão a cada /Im de• Ivoces.

Minlra gratidüo profllnda emeu reconhecimento a você, Ana,mil/ha esposa. nuie dos mellsfillro .... q/le faz do s/la vida /Imexercício permanente de doaçãoli família!

A I'ocês, me/lS fillros. I/ora egenros, e aos fillros dos meusfillros. o carinlro de um pai e avôcuja vida. de m/lilO traballro erenlÍncia pessoal, procllroll sersempre uma referêllcia!

Começo, neste dia, lima novaetapa em mil/ha jornada.

Sempre acreditei qlle otraballro dá semido para aexistência humana.

Somos o resllltado do q/lefazemos.

Tenlro muito org/llho dasminhas primeiras memórias deinfâl/cia. aos sete anos, qllandocomecei a ajudar meu pai no seuCanório em AI/dirá.

Naq/lelas lidas diárias, q/leocupavam meu tempo juntamentecom a escola, pude conviver commell pai. q/le perdi ail/da jovem,e com ele aprendi o valor daética do trabalho.

Anos mais tarde, presteiconcurso e me tornei

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POSSE

Oáudio Canha preenche asétima cadeira de auditorAdvogado curitibano, aprovado em concurso realizado em 2003, tomou posse em 15de março; ele ocupa vaga criada com aaposentadoria de Marins Alves de Camargo

Cláudio Augusto Canha é o novoauditor do Tribunal de Contas do E ta­do. Ele tomou posse no dia 15 de mar­ço, durame sessão plenária dirigida pelopresidente do Tribunal. o conselheiroNestor Baptista. Com a posse de Ca­nha e do Conselheiro Hermas Brandão,esta ocorrida em 5 de março, o corpodeliberativo do TCE chega completo noano em que a corte de comas comemo­ra seis décadas de fundação.

Em número de sete. os auditoressão os substitutos legais dos conse­lheiros em uas faltas ou impedimen­tos, por motivos de férias. licenças ouafastamemo legais. De acordo coma Lei Orgãnica do Tribunal, é funçãodo Auditor presidir a instrução dos pro­ce sos que lhe são distribuído, rela­tando-os em plenário, com propo ta de

Cláudio Canha, novo audnor doTribunalde Contas do Estado: aprovado emconcurso em 2003.

deci ão a ser votada. O provimentono cargo ocorre por meio de concur­so público.

Curitibano, Cláudio Canha formou­se em Direito pela Universidade Uni­plan, de Brasnia. Foi funcionário decarreira do Tribunal de Contas daUnião (TCU), sediado no Distrito Fe­deral. Ele havia sido aprovado emquinto lugar no último concurso paraauditor promo ido pelo TCE-PR, em2003. Canha ocupa a aga aberta coma aposellladoria do Auditor MarinsAlves de Camargo.

Com a posse de Canha e HermasBrandão. as sessões do TCE voltama ter '1"01'"111 completo. O que nãoocorria há algum tempo. O fato foidestacado pelo presidente durallle aolenidade.

opapel daAuditoria no Tribunal de ContasAuditoria é o instrumemo

de fiscalização utilizado peloTribunal de Contas para oexame objetivo e sisremáticodas operações financeirasadministrativas e operacionais.efetuado posteriormente à suaexecução com a finalidade deverificai; avaliar e elaborar umrelatório que cOll/enhacomell/ários, conclusões,

recomendações e. no caso deexame das demonstraçõesfinanceiras. a correspondenteopinião.

As auditorias são realizadascom a .finalidade de examinar alegalidade e legitimidade dosatos de gestão dos responsáveissujeitos a sua jurisdição quantoao aspecto contábil, financeiroorçamentário operacional e

parrimonial.É de sua responsabilidade

também avaliar o desempenhodos órgãos e emidadesjurisdicionados assim comodos sistemas, programas,projetos e atividadesgovemamemais, quanto aosaspectos de economicidade,eficiência e e.ficácia dos atospraticados.

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MENSAGENS

Autoridades destacamos 60 anos do TCE60ANOS DE EFICrnNCIA

Os 60 anos do Tribunal de Contas do Paraná precisam ser comemorados portodo. n6s. Os paranaenses devem ao TC seis décadas de vigilância com a coisapública O Tribunal é hoje um dos instrumentos mais eficientes de que dispõe asociedade para controlar a admini tração estatal. Com que pese o esforço enormedos detralore do Estado, que querem-no ver diminuído e apequenado diante dointeresses do mercado, ne ses últimos 60 anos a administração públ ica mudoumuito, tomou-se mais complexa, viu ampliada suas responsabilidades. E o nossoTC acompanhou es a evolução, aperfeiçoando as ferramentas de controle.

E cssa vigilância não se resume simplesmente em um exercício contábil, emcontas de somar e diminuir. Vai além. O TC se ocupa também em medir a eficiên­cia da ação do administrador público. Afinal. a boa gestão, os bons resultados deprogramas e ações também têm a ver com a ética, com a moralidade, com alegalidade. Aos Conselheiros, aos Auditores. ao conjunto dos funcionários do Tri­bunal de Contas, o cumprimento do Governo do Paraná pelos 60 anos. Às gera-ções sucessivas de profissionais competentes que. ao longo desta h.ist6ria implan- Roberto Requlão, govemadordo Paraná.laram e executaram mecanismo eficientes de vigilância da administração pública.os agradecimento do paranaen es. Meus votos ão para que o Tribunal de Con-tas seja sempre assim. como foi em 60 ano .

ORIENTARE FISCALIZAR

O Tribunal de Contas do Paraná chega à idade madura. completando 60 anosde existência. com amplo saldo de bons serviços prestados ao Estado e à comu­nidade. É, por isso mesmo, um fato que merece destaque dianle da importânciae do relevante papel da Corte de Contas no contexto da administração públicaestadual. Orientar e fiscalizar são larefas que lhe cabem. no sentido de zelarpelo bom uso do dinheiro público do Estado e do. 399 município paranaenses,em complemento ao Poder Legi lativo. Se essa já era sua missão precípua, aação fiscalizal6ria do Tribunal de Contas ganhou ainda maior amplilude com oadvento da Lei Complementar nO 101, de 4 de maio de 2000. a chamada Lei deResponsabilidade Fiscal.

No Paraná, essa espinhosa tarefa vem sendo cumprida com muito empenhopelo Tribunal de Contas. através de permanente atividade não apenas fiscalizado­ra. mas obretudo de orientação dos respon áveis pela administração pública. Esempre com o propósito de fazer com que os cerca de R$ 20 bilhões movimenta­dos por ano, no ESlado, tenham correta e legal aplicação.

Órgâo prestador de serviços por excelência. o Tribunal de Contas do Paranámerece, com certeza, o apoio e a confiança de lodos os 6rgãos e Poderes doEstado, dentre os quais se inclui nalUralmente o Tribunal de Justiça.

José Antonio VidaICoelho, presidente doTribunal de Justiça do Paraná.

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PLURALIDADE E AVANÇOS

Milton Rlquelme de Macedo,Procurador-Geral de Justiça.

O Tribunal <.Ie Contas do Estado doParaná é um perfeito "filtro das con­tas públicas do Estado e suas ações deresponsabilida<.le transmitem seguran­ça aos paranaen es". A afirmação édo Procurador-Geral do Mlinistério PÚ­blico do Paraná, Milton Riquelme deMacedo. que vê no órgão fiscalizadordo dinheiro público. um instrumento mo­derno e capaz, com respostas rápidasnas análises dos processos das presta­ções de contas.

Para o Procurador-Geral, o Tribu­nal de Contas do Estado do Paraná éum órgão fiscalizador de poma no Paíse um parceiro do Mini tério Público nafi calização d patrimônio público. "Édas verbas públicas que todas as áre­as de representatividade do estado sãoalimentadas". disse para de tacar quea Corte de Contas é um dos "órgãosque realmente funciona de forma ex­tremamente po itiva'·.

A manifesl<lção do Procurador-Ge­rai do Ministério Público e. tá relacio­nada ,\S comemorações dos 60 anos deatividades do Tribunal de Contas do Pa­raná. "Nossa parceria com o TC é sau­dável. onde possuímos convênios e par­ticipamos de todos os eventos pro­movidos pela orte", completou Ri­queime de Macedo.

MODERNO E CAPAZ

Nelson Justus, presidente daAssembléia Legislativa.

BetoRlcha, preleito de Curltiba.

As in tituições públicas e a população doParaná têm muito a comemorar neste 2 dejunho. dia em que o Tribunal de Contas do Es­tado completa 60 anos de fundação. NossaCorte de Contas experimenta um amplo pro­grama de moderni7..ação de suas metodologi­as de trabalho, todas elas destinadas a aper­feiçoar os istemas de informação e seu pro­cesso de gestão. naquilo que há de mais con­temporãneo no assunto. Para além des esavanço institucionais e administrativos ine­quívocos. é bastante significativa uma novaabordagem no exame das contas municipais.em que O conselheiros, auditores, procura­dore e técnicos do TCE. já há algum tempo,enfatizam o valor da orientação prévia a pre­feito. ecretários e demais admini tradoresdas prefeituras como forma de prevenção con­

tra evemuais equívocos na prestação das contas.Essa inovação, de acordo com o testemunho de observadores especialistas,

reduziu substancialmente a ocorrência de falhas involumárias, erros de prestaçãodivorciado de má fé, frulO apenas da desinl'onnação. E é implementada semprejuJzo dos criteriosos padrões de apreciação das contas da autoridade públicaempregado pelo TCE. Também é digna de registro a atll3l composição do Tribu­nal de Contas. marcada pela pluralidade de idéias e origens dos conselheiros. Sãohomens. todos eles. com ampla experiência na vida pública - COm fecundas passa­gen. pelo Executivo, o Legislativo e o Ministérip Público -, conhecedores de suascomplexidades e cientes da imensa responsabilidade que lhes recai sobre os om­bros. Vida longa ao Tribunal de Contas do Paraná.

ESPAÇO DE REFERÊNCIA

o Tribunal de Contas se transformouem um espaço de referência para a ad­mini tração pública paranaense ao longo

'dos seus 60 anos de história. O mérito édo conjumo de profissionais que, uma ge­ração depois da outra. construíram e sa

.imagem sólida. Trabalho árduo é o de fis­calizar as diver as instâncias do poderpúblico estadual. Mas dessa tarefa o Tri­bunal de Comas se desincumbe com anecc sária competência. Costumo dizerque o Paraná só avança quando as atitu­des das pes oas públicas que falam emnome das nossas instituições são resulta­do direto do interesse dos paranaenses.É por isso que hoje pambenizo o Tribunalde Contas e sua equipe. Que as atitudesde hoje façam as honras do amanhã.

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RIGOR NA MISSÃO DE FISCALIZAR

"Parabenizo o Tribunal de Concas doEstado do Paraná pelos 60 anos de exi ­tência, cumprindo com rigor sua nus ãode fiscalizar a aplicação dos recursoSpúblicos em nosso Estado. São seis dé­cadas de trabalho. que renderam ao Tri­b\lnal de Contas a credibilidade e o res­peito por parte da população paranaen­se quJ': confia na atuação do órgão.

Ressalto a imponância do Tribunal deContas como entidade complementar aoPoder Legislativo na função de fiscali­zar as contas públicas e envio meus cum­primentos aos seus funcionário, conse­lheiros e membros diretores pelos 60anos de prestação de serviços ao povoparanaense" .senador Flávio Arns.

Ética e Democracia formam um bi­nômio inseparável e a grande tarefa dossistemas de controle govemamental éverificar sua interligação nas entidadespúblicas. A sociedade cada vez maisexige uma conduta transparente e ho­nesta dos homens públicos e rigor nocumprimento da lei. A opinião pública,muito mais infomlada e atenta, exercecada vez mais a prerrogativa de fiscali­zar a ação dos administradores dos va­lores públicos. Aos Tribunais de Contascabe uma das principais missões dassociedades contemporâneas, a fiscaliza­ção e o julgamento dos administradorespúblicos.

É um papel que vem ganhando re- senador Osmar Dias.levo e reconhecimento. já que há umconsenso que a corrupção deve ser combatida não apenas porque é reprová­vel do ponto de vista ético mas também em função dos males econômicos esociais que produz. O Tribunal de Contas do Paraná tem o respeito dos para­naenses porque ao longo dos 60 anos de sua existência tem atuado na buscaconstante da moralidade no serviço público. Tornou-se referência e exemplode competência. Aprimorou-se, modernizou-se e é um órgão modelo no país,graças ao trabalho de seus conselheiros, auditores e funcionários. Que essetrabalho seja cada vez melhor.

o TCE TEM O RESPEITO DOS PARANAENSES

APRIMORAMENTOcoNTÍNUo

Mais do que por chegar aos 60 anosde existência, o Tribunal de Contas doEstado do Paraná merece cumprimen­tos por estar completando seis décadasde contínua busca pelo aprimoramentoe de permanente empenho no sentidoda modemização.

De Raul Vaz, seu primeiro presiden­te, nos idos de 1947, a Nestor Baptista.a quem cabe a honra de ocupar a presi­dência no ano do sexagésimo aniversá­rio da instituição. a marca que tem fica­do registrada. ao longo dessa história, éa da incansável marcha no rumo dasinovações e do avanço, sempre buscan­do a maior eficiência no cumprimentode sua missão. que é não apenas fisca­lizar a~ contas dos agentes públicos, mastambém orientá-los sobre os procedi­mentos que podem e devem adotar eaqueles a erem evitados.

Por essa busca permanente e pelosresultados positivos alcançado, mere­cem cumprimentos tanto seus dirigen­tes e integrante, alUais e passados.como também seus servidores. cuja co­laboração. com certeza. muitocontribuiu para que O Tribunal de Con­las do Estado do Paraná. hoje. sejaapontado como referência nacional demodemidade e eficiência.

senador Álvaro Dias.

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oNOSSOTCE

Conselheiros falam como das seis décadas

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HENRIQUE NAIGEBOREN

Por ocasiãodo seus 60anos de ativi­dades, o Tribu­nal de Contasdo Paraná, édetentor de res­pe ito e reco­nhecimento porseu compro­mi so com averdade das contas públicas. Ao longodo tempo. pelo trabalho contínuo de seusmembros e do corpo funcional, nuncase descuidou de atuar na preservaçãoda legalidade da gestão. indicar cami­nhos corretivos e. quando necessário,responsabilizar aqueles que se desviamdos princípios da moralidade. Subordi­nado à ética, transparência e à dissemi­nação de seu processo decisório, mo­dernizou sua estrutura, avançou na tec­nologia da informação e introduziu no­vos sistemas de controle.

O Tribunal visitou todas as regiõesdo Estado. para se aproximar dos admi­nistradores públicos, através da realiza­ção de inúmeros eminários, e capaci­tá-los com orientação preventiva visan­do coibir o desperdício e a falta de cri­tério na utilização de recursos. essesentido, definiu que tão imponante quan­to julgar - e julgar bem - é prevenir oerro. Por isso, tenho orgulho de inte­grar o Tribunal de Contas do Paraná efazer parte de sua história, no momentoem que completa seis décadas de bonsserviços prestados à sociedade e aoPoder Público.

CAIO SOARES

Um dosmais novos inte­gmmes do Co­legiado do Tri­bunal de Contasdo Estado doParaná. o Con­selheiro CaioSoares falou àRevista doTribunal deContas. mostrando humildade e vonta­de de aprender para ensinar. embora játenhil larga experiência como auditor.

"Como conselheiro que assumiu em2006, vindo da Auditoria, me sinto honra­do e gratiticado por panicipar das come­morações dos 60 anos do Tribunal deContas do Estado. Quando tomei posse.tinha consciência de que teria um grandedesafio pela frente na missão de fiscalizaros gestores do dinheiro público. Aos pou­cos fui me integrando aoexperienteecom­petente colegiado e hoje posso atirnlarqueestou contribuindo para que não haja des­vio de recursos nas prefeituras, câmaràSe órgãos governamentais".

Caio Soares destaca o crescimentodo Tribunal de Contas do Estado a par­tir da nova Lei Orgânica e do Regimen­to Interno. que ampliou os horizontes daCorte, agilizando a análises e respos­tas dos processos. "Agora, com o con­selheiro Nestor Baptista na presidência,tenho ab oluta certeza de que o no soTribunal dará um impulso ainda maiordentro da sua missão de fiscal do eráriopúblico e solidificará sua credibilidadejunto à sociedade paranaense", disse.

HERMAS BRANDÃO

HermasEurides Bran­dão, um dosmais destaca­dos políticosparanaenses, éo mais novo in­tegrante do co­legiado de Con­selheiros doTribunal deContas do Estado do Paraná. O ex-pre­sidente da Assembléia Legislativa doEstado assumiu dia 5 de março de 2007o cargo de Conselheiro e passa a inte­grar a Segunda Câmara de Julgamentode Processo .

"Minha nomeação ao Tribunal deContas do Estado do Paraná vem coro­ar uma carreira de 45 anos como ser­ventuário da Justiça e 30 anos comoocupante de cargo públicos. Já cumpriminha missão como político e serventu­ário e agora encaro esse novo desafio,de servir a Corte de Contas mais bempreparada do País", disse Brandão.

O novo conselheiro, que as ume jus­tamente no ano em que o Tribunal deContas comemora seu sexagésimo ani­versário. garantiu que dará prioridade àorientação do entes fiscalizados peloTribunal de Contas e que. na sua opi­nião, "a boa orientação pode evitar o malque a punição apenas remedia".

Brandão parabeniza os 60 anos doTribunal de Contas e diz ter certeza deque o presidente Nestor Baptista forta­lecerá ainda mais a instituição. que hojeé modelo no Paí .

68 Revlsra do Tribunal de Contas· PR In° 160 IFevereiro aMaio de 2007

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FERNA DO GUIMARÃES

"ãopo O

deixar de reco­nhecer a mi nhaimensa alegriapor estar come­morando.juntocom minha ins­tituição, maisum aniversário.com a expres-iva marca de

60 ano' de existência. E porque e taminha indisfarçável satisfação? Porqueestou podendo vivenciar o eguidoperíodos de mudanças que o Tribunaltem pas ado.

Bem me lembro quando aqui in­gre sei. ainda no cargo de assessor ju­rídico e, depois de um ano, no cargode procurador do Ministério Públicode Contas. Passaram-se 14 anos.Neste período, o Tribunal de Contaspassou a ter expressivo relevo em fun­ções fundamentais no controle da Ad­ministração Pública. não só pela con­solidação de sua posição constitucio­nal, mas também pelas várias leis na­cionais que atribuíram especial papelàs Corte de Contas, a exemplo da le­gislação educacional (LDB e Fundef)e fiscal (LRF). As demandas sociaispa saram a exigir uma maior atuaçãode resultados do Poder Público, con­duzindo os órgãos de controle a umaconstante busca de novo desenho parao controle externo da AdministraçãoPública.

Mas, recentemente. no sa atualLei Orgânica dignificou ainda mais aCorte de Contas elegendo não só me­canismos mais eficientes, mas abrin­do ainda mais os canais de comuni­cação com a sociedade, a exemploda criação da Ouvidoria. Por tudoisso. só tenho a agradecer ao Tribu­nal de Contas do Paraná por fazerparte da minha história."

Revtsta do TribuOil de Contas· PR I rf' 160 Ifevereiro a Maio de 2007 69

"A cada diaque enlro noTribunal deContas me sin­to renovado egratificado.Esta satisfaçãopessoal jásoma mais de15 anos e pare­ce que come­cei ontem. Vejo uma trajelória que vemdescortinando um horizonte na busca demecanismos para o cumprimento de uamissão fiscalizadora." Com essas pa­lavras. o conselheiro Artagão de Mat­tos Leão expressa seu sentimento de or­gulho em fazer parte do colegiado quecomanda os destino do homen emulheres que fiscalizam os trabalhos dosgestores do dinheiro público do Paraná.

Aos 60 anos de idade, ''Tribunal deContas do Estado do Paraná continuajovem e atualizado. Vem constantemen­te aprimorando e dinamizando suas fun­ções e exercendo atribuições preventi­va e coercitivas, quando necessário.dentro do bom senso e experiência deseus funcionários. diretores. procurado­res, auditores e conselheiros". observao conselheiro.

"Desfazendo fronteiras formais.clássicas e conservadoras. esta Cortede Contas assumiu claros compromis­sos com a verdade das finanças públi­cas. entronizando. de fomla objetiva eclara, novos padrões de auditoria, comsuporte necessário para adentrar emtoda forma organizacional dos gover­no ", lembra Maltos Leão.

.. e tes 60 ano . quero parabeni­zar todos os funcionários e dirigentesda Corte, em especial o nos o presi­dente. conselheiro estor Baptista.que ao longo de duas décadas vem sededicando de corpo e alma para quee ta instituição seja digna de respeitonão apenas no nosso Estado mas. tam­bém, fora dele".

ARTAGÃO DE MATTOS LEÃOBEINZ HERW1G

"Quandoassumi a ca­deira de con­selheiro do Tri­bunal de Con­tas do Estado.em 2000. ti­nha, comigo,um compro­mi o pessoal:queria apren­der, somar, crescer, servir e até ensi­nar. Entendia que somente cumprin­do essa etapas eu poderia, digna­mente, repre entar os anseio da co­munidade paranaense no compromis­so da gestão do dinheiro público. En­fim, posso afirmar que consegui atin­gir meus objetivos". Assim conta oinício de sua trajetória no Tribunal deContas o coo elheiro Heinz GeorgHerwig.

Os anos foram se passando e o en­genheiro civil, ex-deputado e ex-secre­tário de Estado dos Transporte. foi seconsolidando como integrante do cole­giado de conselheiros. culminando coma presidência da Corte de Contas noexercícios de 2005 e 2006. "Hoje esta­mos preparados para caminharmos jun­tos com o nosso presidente nas jorna­das futura , buscando novas soluçõesa cada dia", disse Herwig.

O conselheiro ressalta que o Tri­bunal de Contas é um aprendizadoconstante e oportunidade ímpar paracolabotar com o tão sonhado mundomelhor para todo . "Quero parabeni­zar a nossa Corte de Contas pelo 60anos de ali vidades e desejar muitasaúde e paz para que nosso presiden­te. con elheiro Ne tor Baptista. nosconduza rumo ao tão esperado desejoda sociedade paranaense que é a eli­minação completa do maus gestoresdo dinheiro público,"

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NOSSA CASA

Depoimentos deex-conselheiros do TCEPREOCUPAÇÃOCOMOSERvmoREOFffiCAL~ADO

33 ANOS DEDICADOS AO TCE

A preocupa­ção com o bem­estar dos servi­dores do Tribu­nal de Contas doParaná foi umadas principaismarcas deixadaspelo eX-conse­lheiro João Cân­dido Ferreira daCunJ.a Pereira.Médico, ele acre­dila que l:lmbém se baseou nessa preocu­pação - o pilar da profissão que escolheu ­no tratamento que dispensou aos entes pú­blicos que prestam contas à corte.

Após ter sido secretário estadual doTrabalho eAssistência Social. Cunha Perei-

João Féderdedicou 33 anosao Tribunal deContas do Para­ná. "Eu conside­ro minha passa­gem pelo Tribu­nal um dos acon­tecimentos maisi mportantes egralificantes daminha vida", de­dar. Féder_ quetem grande apreço não somente pelo TCEdo Paraná. mas por todos os outros em quefoi recebido, pai afora. Ele presidiu por 10anos o In tituto Rui Barbosa. entidade deestudo e pesquisa dos tribunai de contasbrasileiro . "Foi representando o órgão pa­ranaense que conheci o Brasil", recorda,

Féder acredita que a instituição é de ex­(fCma importância para a sociedade porque,por meio de sua fiscali7.ação. é que se podetcr o controle dos gaslOs públicos. "A soci-

ro foi nomeado conselheiro em 1986. Quan­do presidiu o Tribunal. em 1990 e 199 I, seudesafio foi oriemar as prefeituras. câmarase entidades para que nâo houvesse puni­ção sem necessidade. "Quando percorri oI.nterior. era visível a deficiência nos proce­dimento!) de prefeituras e câmara~. mascomo não se Linha disseminado a infonna­ção, isso era natumr. lembrJ. Pard mudar oquadro, em sua gestão fomrn realizados. nasprincipais cidades do Interior. dez seminãri·os e seis cursos sobre adl1lini~tr3ção muni­cipal, em convênio com a Associaçào dosMunicípios do Paraná.

No âmbito interno, Cunha Pereira aten­deu reivindicações dos servidores, como areeslruluração do quadro de pessoal. queresultou em significativa melhoria de venci­mentos para todas as calegorias. Em 1991.

edade paga impostos p'tIa que o Estadoadminisrre os bens públicos, mas o Estadotem que ser fiscalizado ne sa atribuição",deelara Féder. Nesses 60 anos, o ex-conSe­lheiro acredila que o Tribunal de Contas lemcOlllribuiçilo fundamemal para que o dinhei­ro público seja adminislTndo de maneira efi­caz. -'Assim, é respeitado aquele cidadãosério que paga seus impostos,"

João Feder presidiu o Tribunal de Con­las nos anos de 1969, 1980 e 1981. Exerceu ocargo de corregedor-geral em 1971. 1974 e1976. Durante sua permanência na Casa. mi­nistrou muitas palestras e participou de de­Lcnas de congressos. Um dos principaiseventos de que participou foi uma conferen­ciaem Berlim_naAJemanha,em maio de 1966.no qual proferiu palestra com o tema; "con­trole do dinheiro público". "Lembro-me sem­pre com llluiL3 emoção daquela ocasHío. por­que fui até outra nação trnnsmitir meus co·nhecimenlos," Desde que se aposemou doTCE, em 2000. Féderescreve diariamente umacoluna no jomal "0 Es",do do Paramí".

promoveu a construção da capela do Tribu­nal. inaugumda em 20 de dezembro. O pro­jeto foi execulíldo pela., arquilclm. Lu ianaMartins de Oliveira Silva Pinto e HelenaValente Samos. 'aquele ano também foiampliado o audilório do Tribunal.

Cunha Pereiro aponl:l avanços tm1.idospela nova Lei Orgânica e O no\ o RegimentoInlemo do TCE. principalmente eom acriaçãoda> duas Cão,ar"" de julgamento. Eleacredil:lque. COlll isso. o~ gabinetes de conselheiroslerão ainda mais tmbalho e o papel fiscali7.a­dor da Corte ser.! ampliado. "0Tribunallem opoder coerciti vo paJ1l liscaJizare pôr as coisa"nos eixos", afirma. "Os con~elhciros cum­prem um papel fundamental na solidifica­ção do órgão. demonstrando interclJse pelobem do Estado. Acredilo que o no so Tri­bunal está entre os melhore do Brasil:-

TCE: 60 ANO DEBONS SERVIÇOS

"O Tribunalde Coma, do Pa­raná é Ulll" gran­de Insliluição ecumpre papel re­levante na fisca­lização do PoderPúblico. Em mi­nha longa pas­sagem pelo ór­gão. pude con>­laLar sua indilo>­pensabilidade e aab olu", certeza de que tmbalha para o ri­goroso cumprimclllo da Lei e da preserva­ção da moralidade. Portamo. parabenizo aCorte pelos seus 60 anos de ali idade." Le­ônidas /-Iey de Oliveira, ex-presidente doTCE. Bacharel em Direil pela UnivcrsidadeFederal do Paraná, Leónidas de Oliveira foio responsável pela elaboração da Lei Org5­nica e Regimento Inlerno do Tribunal deConlUsem 1967.

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''CONSOLIDAMOS O TRIBUNAL COMO INSTITUIÇÃO"

Cândido Ma­DUel Martins deOliveira iniciousua trajetória noTribunal deCon­tas em 1981,coma experiência deter sido deputa­do estadual eprocurador doEstado por mais I

de uma década.Para ele, a marcamais expressiva dos 13 anos em que atuoucomo conselheiro foi a lUla para consolidaro Tribunal como instituição. "Havia certaindefinição com relação ao papel que o Tri-

buna! exercia", Na época. foram promovi·das reuniões com contadores. vereadores eprefeitos. "0 tribunal atravessava uma fasede prevenir anles de punir", recorda.

Com a rcdemocmtização do P,ús e o aper·fciçoamento das instituições, Martins deOliveira acredita que a Corte conquistou umalto pauunar de respeiLO perante a socieda­de. As mudanças introduzidas pela nova LeiOrgânica lerdO, na opinião do ex-conselhei­ro, grande repercussão n3 adrninislraç.ãopública nos próximos anos.

Em 1983. primciro ano em que assumiu apresidência da Casa. Martins de Oliveirapromoveu O 120 Congresso dos Tribunaisde Comas do Brasil. em Foz do Iguaçu. Oslemas do evenlo. realizado pela primeira vez

no Paraná e que contou com 500 panicipan­les, foram a fiscalização das administraçõescentralizadas e o aperfeiçoamemo dos tri­bunais da época. "Um evento daquela im­portãncia contribuiu para a formação que oTribunal tem hoje: uma instiluiçãodejuízo,moderna. ágil e informatizada."

Para O ex-conselheiro, O administradorpúblico lem que ler o bom senso de seu pró­prio controle. o interno, e sempre estar a parde tudo que acontece. "Eu não consigo ima­ginar um governante dizer que algo aconte­ceu sem conhecimento dele." Já o controleexterno é função dos órgãos de fiscalização."0 Tribunal de Contas é motivo de orgulhopara todos nós, Desde sua fundação. ele seafinna perante os tribunais de texto o país."

''TC SE MODERNIZOU E APRIlVIOROU ATENDIMENTO"

Ex-presiden­te do Tribunal deConta. do Esta­do do Paraná.João OUvir Ga·bardo, que -rezparte da hislóriada Corte, falacom entusiasmodas conquistasdo órgão ao lon­go dos anos. Oconselheiro pre­sidiu o TCEentre os anos 1986-1989 (eleito

e reeleilo). "0 Tribunal de Contas cumpriucom sua função constitucional no Paraná.Foram inúmeras as iniciativas para a suamodernização, favorecendo o cumprimen­to, fiel. do controle das contas do Executi­vo, Legislativo e Judiciário", disse, acres­centando que. exemplo disso, são os 60anos de trabalho dedicados à fiscalizaçãode conlas.

Segundo o ex-presidente, nessa cami­nhada, conselheiros. procuradores e o cor­po funcional têm se aprimorado ano a ano,participando periodicamente de cursos etreinamentos. que oferecem condições de

não só apreciar 3 legal idade das contas.mas também sugerir o melhor aproveita­mento dos recursos. ·'0 Tribunal de Con­tas tem se esforçado para isso. Tem se mo­dernizado", avalia. Entre as conquistas, dasua época. Olivir Gabardo cita a constru­ção do anexo, "necessária para desafogaro antigo prédio. dando fôlego para as ins­petorias e aos funcionários do Te". Tam­bém foi na sua gestão que se instituiu o"rodízio" de presidenles. ··0 conselhei­ros são poucos. e essa modalidade permiteque a todos seja dada oportunidade de pre­sidir o órgão", completa.

40 ANOS DE CASA E DEFENSOR DALRF

OoomeRafa­ellalauro está in­timamente asso­ciado ao Tribu­nal de Contas doEstado do Para­ná. Foram 40anos de trabalhoe dedicação.Paulista de SãoSimão, lataurodesembarcou'ainda jovem noParaná, fixando residência em Curitiba ondeestudou e se fonnou em Direito. Economia eAdministração de Empresas.

Iniciou sua fonnação profissional comojornalista, atividade que ainda traz na veia,principalmente quando faz uso do microfo­ne para discursos. "Minha paixão semprefoi o rádio e, até hoje, sou ligado à área es­portiva, onde comecei minha carreira", diz,

com entusiasmo. Entre os muitos tilulos ecursos que possui, larauro lembra o de So­ciologia Urbana. Moedas e Bancos e Pro­blemas Urbanos. concluído na Ohio SlaleUniversity, em Columbus Ohio (EUA), em1978, e no GAO - General Accounting om­ce, em Washinglon (EUA), em 1979, Audi­toria Integrada, na Fundação Canadense, emOtawa, Canadá. também em 1979, ControleTnll1sversal, em Berlim, Munique e Frank­furt~ na Alemanha. entre outros_

Foi também em sua gestão como presi­dente que efetivou o credenciamento doTribunal de Conlas junto ao Banco Mundi­al para auditoria dos projetos co-financia­dos pelo Bird. Rafael latauro tomou possecomo juiz substituto no Tribunal de Contasdo Pltr"dl1á em 19 de agosto de 1966 passoua minislro e então conselheiro e deixou aCorte de Comas 40 anos depois. cm 7 demarço de 2006. quando se aposentou. Pre­sidiu o Te paranaense por seis gestões. foi

cinco vezes vice-presidente e 12 vezes cor­regedor-gerJJ,

Portanto. uma história e uma vida dededicação ao controle público no Paraná.Foi latauro quem buscou a aproximação doTribunal de Contas com os munkípios. quan­do instituiu O programa. "Audilagem Esco­la" e foi. também. o responsável direto peloinício da infonn3tização O que resultou noSIM - Sistema de Informações Municipais.

Entre os grandes desafios de seus 40anos na Casa. Rafael latauro foi UI11 estudi­oso e o conselheiro-presidente que maisdifundiu a necessidade de os municípios seenquadrarem na Lei de ResponsabilidadeFiscal. Para isso. treinou rllilhares de agen­tes públicos. estaduais e federais. dentrodo princípio da boa administração do dinhei­ro público. Foi também em sua gestão comopresidente que latauro detem1inou o mape­amento das obras públicas inacabadas 110

Estado do Paraná.

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SEMINÁRIO

TCE aborda

Seminário promovido por todo o Estado do Paraná a

cessidade de aplicar recursos nas polí­ticas voltadas a esse segmento da po­pulação que ele intitula "sere huma­nos em formação". "A Constituição de1988, em seu artigo 227, deu priorida­de absoluta à vida. saúde, au memação.educação e convivência familiar e co­munitária da criança e do adolescente.Não podemos mais ficar perdendo ge­rações e gerações de crianças para aexclusão social e a marginalidade. Acriança precisa estar no orçamentopúblico". defendeu.

Para Solto Maior, essa prioridadeabsoluta significa preferência na for-

nenhuma pergunta sem resposta, já queo evento procurou englohar os princi­pais aspectos da vida administrativa deum município. "À vezes. a perguntamais simples é justamente aquela que oTCE tem mais dificuldade em respon­der. Isso porque fiscalizamos 399 muni­cípios paranaenses. cada um Com umarealidade diferente", avaliou.

Na opinião do presideme, é precisoconhecer as dificuldades enfrentadaspelo município. "O Tribunal de Contasé sensível a estas dificuldades e olida­riza-se com a incerteza enfrentadaspelo ge tor público paranaense. A pre­ocupação. mesmo que seja do menormunicípio do Estado, também é nossapreocupação", frisou.

Orçamento público e a crian­ça - A legalidade e a aplicação dos re­cursos públicos no atendimento à in­fância e à juventude foram o tema daexposição feita pelo procurador de jus­tiça Olympio de Sá SOltO Maior Neto,que criticou veementemente as admi­nistrações públicas que ignoram a ne-

•aspectos da vida

·strativa de. .' .um murnclplo

Com o objetivo de preparar os mu­nicípios para o preenchimento dos da­dos do SIM-Acompanhamento Mensalem 2007 e de discutir as últimas altera­ções na legislação que afetam a adnti­nisrração pública paranaense. o Tribu­nal de Contas do Estado promoveu, nosmeses de março e abril, seminários portodo O Paraná.

O treinamento abordou as altera­ções na Lei de Licitações para Estadodo Paraná, comentadas pelo consultorjurídico Edgar Chiurallo Guimarães ediscutiu a implantação do Fundo de Ma­nutenção e De envolvimcnto da Edu­cação Básica (Fundeb) descreveu aatuação do Ministério Público junto aoTribunal de Coma e detalhou os as­pectos operacionais do SIM - Sistemade Informações Municipais, tanto comrelação à análise dos dados inseridosem 2006, como às informações exigi­das em 2007.

Ao abrir o evento. realizado em Cu­ritiba, o presideme do Tribunal de Con­tas, conselheiro Nestor Baptista, pediuaos participantes que não deixassem

Alterações na Lei de Licitações para o Estado do Paraná,a implantação do Fundeb, aatuação do MinistérioPúblico junto ao Tribunal de Contas eo Sistema deInformações Municipais foram analisados no evento

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dou vários aspectos da vida administrativa de um município.

muIação das polílÍcas econômicas e so­ciais e, mais que isso, significa desti­nação privilegiada de recursos. "Ogrande diferencial entre os países de­senvolvidos e os de Terceiro Mundo sãoO investimentos nas crianças. O paí­ses de sucesso asseguraram e assegu­ram às suas crianças e adolescentes odireito à saúde, educação, profissiona­lização e à cultura. Os municípios pa­ranaenses precisam fazer o que lhes édevido". afirmou.

A imp0rl.'Incia de cumprir O esta­belecido pelo Fundeb também foi defen­dida pelo procurador. para quem o seu

descumprimento é um ato de crueldadecontra a criança. "Essa lei é capaz deconstruir uma sociedade democrática ejusta. São os inveslÍmentos na infânciae na juventude que nos trarão uma so­ciedade justa", enfatizou.

A atuação do Ministério Públi­co - A procuradora-geral junto ao Tri­bunal de Contas, Angela Cássia Cos­taldello, falou sobre a estrutura do Mi­nistério Público junto à Corte. Ela de ­creveu as atribuiçôes de um procura­dor, informando que ele atua em todasas sessões do TCE e tem como princi-

pai responsabilidade zelar pelo cumpri­mento do ordenamento jurídico. "Eleverifica se a instituição fiscalizada cum­pre os estabelecidos nas ConstituiçãoFederal. Constituição Estadual, Lei Or­gânica e legislação do município e, fi­nalmente, se respeita a Lei Orgânica eo Regimento Interno do Tribunal deContas", disse.

Para facilitar essa fiscalização, in­formou, a Procuradoria dividiu o Esta­do em dez regiões. cada uma delas comseu município-núcleo: Cascavel. Co­lombo, Curitiba, Guarapuava, Foz doIguaçu, Londrina, Ma.ringá, PontaGrossa, Toledo e Paranavaí. Essa clas­sificação, esclarece, não foi feita deacordo com as associações de municí­pios, mas sim segundo critério internoda Procuradoria, para facilitar a exe­cução dos trabalhos. "Cada um dosprocuradores é responsável pela fisca­lização dos processos de uma dessasregiões", revela.

Com relação ao procurador-geral,Angela relatou que é ele quem chefia oMinistério Público e atende ao TribunalPleno. "O procurador-geral delega atri­buições aos outros procuradores e aosintegrantes do serviço administrativo doMinistério Público junto ao Tribunal deContas, atuando, ainda, em uma rela­ção de coordenação com os demais se­tores da Casa", completa.

Inserindo dados no SIM/AM2007 - A inserção de dados no SlM ­Acompanhamento Mensal 2007 tam­bém foi analisada no seminário, que de­dicou um dia inteiro ao tema. Técnicosda Diretoria de Contas Municipais doTCE falaram sobre as infornlações or­çamentárias e financeiras que deveri­am ser cadastradas, além de enfocar asregras adOladas pelo Tribunal de Con­tas no recebimento e fechamento des­ses dados. "Reservamos, também. umespaço para o esclarecimento de dúvi­das, seguindo o programa "Passo a Pas­so com oMunicípio". instituído pelo TCEno início deste ano", comentou a direto­ra de Contas Municipais da Corte, Lu­ciane Maria Gonçal ves Franco.

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LAZER

Associação recreativa TCESalão de festas será apróxima benfeitoria entregue pela entidade Que reúne os servidores

Fundada em 16 de fevereiro de 1960,a Associação Beneficente e Recreati­va do Tribunal de Contas do Paraná(ABRTC) tem o objetivo de prover aosseus associados interação e entreteni-mento. Seu atual presidente é CláudioRoberto Lanzarini. a qualidade de en­tidade autônoma e representativa dosfuncionários do TCE. vem oferecendo.ao longo desse anos. uma série de van­tagens aos eus afiliados, por meio deconvênios para descontos em lojas, ser­viços e plano de saúde. Através da co­laboração e esforço de todos, construiusua primeira sede social em 1993, numaárea de 18.000 metros quadrados, pró­x.ima ao Parque Barreirinha. em Curiti­ba. A edificação contava com churras­queira, salão para 60 pessoas e estacio­namento. Atualmente, essa sede contacom 24.000 metros quadrados de áreae engloba um complexo com churras­queira totalmente equipada, salão deboliche, quiosque. campo de futebol,quadra poliesportiva e parquinho infan­ti\. Um . alão de festa com capacidadepara 500 pessoas, em fase de obras, seráua próxima benfeitoria. Aatual sede da ABRTC: 24.000 melros quadrados disponíveis aos associados.

Sindicato defende interesses de servidoresDe um anseio conjunto dos servidores por uma entidade que os representasse, nasceu, em 29 de outubro de 2003, o

Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (SindicontaslPR). Composto por Conselho Delibe­rativo, Diretoria Executiva e Conselho Fiscal, o Sindicontas foi constituído para fins de estudo, coordenação, defesa dosdireitos e representação legal da categoria profissional dos funcionários do TCE.

É ele quem retrata os interesses desses servidores perante as autoridades administrdtivas e judichlrias, e, se neces­sário, celebra convenções e acordos coletivos de trabalho. Através de assembléias gerais, nas quai são tomadas asdecisões, promove discussões sobre a estrutura e o aperfeiçoamento dos afiliados. Buscar a melhoria constante dascondições de trabalho é a sua missão. Para isso, desenvolve atividades voltadas para a conquista, implementação epreservação de direitos e deveres profissionais dos servidores, colaborando com órgãos técnicos e consultivos no e tudode soluções das questões que se relacionem com isso.

Em 2007, quando celebra seu quarto ano de existência, o Sindicontas tem como meta a aquisição de uma sedeprópria. A participação em reuniões da Federação Nacional das Entidades dos Servidores dos Tribunais de Contas doBrasil e a modefllização de seu site também fazem parte dos objetivos do sindicato para este ano.

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ARTIGO

oDireito éa artedo bom senso

oconceito de Direito éalgo que os estudiosos

estão sempre aformular

Claudio Henrique de Castro'

a época dos Romanos (149 a.C a305 d.C.), surgiu um conceito bastantesimples: O direito é a arte do bom en­so, "Jus esl ars boni elllequi" (Diges­to. I, I, I).

Mas, o que é "bom senso" ?Ora. o conceito de bom sen o pode

ter diversos contornos e definições, obom senso para uns não é bom sensopara outros e assim por diante.

Acontece que em di versos campodo Direito temos os chamados concei­tos indeterminados, isto é, aqueles quecarecem de determinação em abstrato,que omente no caso concreto poderãoser verificados.

As im também é como os conceitosde razoabil idade. proporcionalidade,moralidade administrativa. segurançajurídica e boa-fé. Não basta a fornlUla­ção teórica, é necessária uma investi­gaçào concreta dos conceitos com arealidade.

A percepção da realidade é a con­dição necessária para se encontrar oconceito. Mas daí surge outro desafio,pois cada qual percebe a realidade deacordo com seus valores. sua per 0­

nalidade. ua condição ocial. A reali­dade para uns é diferente da realidadede outros.

Neste contexto surge a sabedoria dojulgador, que irá determinar onde está ajusta medida, entre os contornos perfei­tos da regra jurídica e a aspereza darealidade social.

Recel1le pesquisa neuro-ciel1lífícacomprovou que a zona do cérebro hu­mano que emite julgamentos racionaisé a mesma que atua nos julgamentos

morai . Ora, disto se pode concluir queo raciocínio, em teoria apenas lógico, e láinnuenciado pelo julgamento de ordemmoral, isto é, dos valores.

Assim. não se pode conceber umadecisão puramente racional, ou melhor,no campo do Direito, puramel1le jurídi­ca. Atuam diverso fatores na arte dejulgar, dentre eles o mais re.levante: afonnaçào moral do ju.lgador, isto é, o seumundo particular sobre o ceno elou er­rado.

Outro dado é a incrível velocidadeeom que as sociedades estão mudando.Dai se alteram os conceitos sociais, oque era imoral em determinadas épo­cas, toma-se banal em outras.

É tempo de mudanças, das allera­ções das regras do Direito, é a denomi-

nada inOação legislativa, em síntese:muitos leis e pouco Direito.

Assi m. sejam lá as mudanças queocorram, penmlJ1ece ao Direito o comí­nuo aprendizado em busca da decisãojusta, equilibrada e imantada pelo bomsenso.

Em conclusão, a lécnicajurírtica nãopode ser substituída pelo bom senso, massem este não lhe sobra nada: Jus esllIrs boni el aequi.

•Assessor Jurídico no TCE-PRI mestre em

Direito das Relações Sociais (UFPR),

especialista em Direito Administrativo e

especializando-se em Direito Penal e

Criminologia. Membro do Insl~uto dos

Advogados do Paraná. Professor na

Universidade Tulutl do Paraná.

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.- - - ~ - -," .I,

No Paraná, ao olhos do mundo, es­tão as Cataratas do Iguaçu, a visão doespetáculo das águas em 275 quedas,com aproximadamente 100 merros dealtura que se estendem por três quilô­metros. Este é apenas um dos cartôespostais que o Estado do Paraná ofere­ce ao turista. Ao lado das Cataratas doIguaçu está o Parque Nacional do Igua­çu e, nas proximidades, nos deparamoscom a Usina Hidrelétrica de Itaipu, amaior do mundo.

O Paraná tem também Curitiba. ci­dade moderna e cosmopolita que exi­be um dos melhores índices de quali­dade de vida do Brasil. Num passeiopelo Litoral. com 98 quilômetros deextensão, o visitante encontra a histó-

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rica cidade de Paranaguá, os portos deParanaguá e Antonina e, mais ao Sul,a Ilha do Mel.

Para se chegar ao li toral paraoaen­se, os turistas têm, à disposição, o aces­so por trem, na centenária ferrovia Cu­ritibaIParanaguá, via Serra do Mar, oude automóvel, pela florida Estrada daGraciosa, ou ainda pela BR-277. NosCampos Gerais, as esculturas naturaisdo Parque Estadual de Vila Velha e O

Cânion do Guartelá são ícones do eco­turismo paranaense.

No Norte do Paraná, uma região jo­vem, destacam-se as cidades de Lon­drina e Maringá. Londrina, fundada poringleses, é a segunda maior cidade doEstado, com centro universitário e cul-

tural. É uma cidade bonita, agradável,com muito verde e com interessantescontrastes naturais - antigos sobradosdos tempos dos barões do café convi­vem com edifícios modernos e centrosbudistas.

Cel o Caron, secretário estadual doTurismo lembra, além das belezas dasCataratas do Iguaçu, o pôr-do-sol emGuaraqueçaba, santuário ecológico nolitoral norte, os casarões na cidade his­tórica da Lapa, a Ópera de Arame, lo­cai de eventos em Curitiba. a CatedralBasílica Menor de Nossa Senhora daGlória, símbolo de Maringá.

Para conhecer mais r01e;ros turís­ricos. acesse o sire www.pr.gov.br/ru­rismo.

~_ do Tribunal'" CO•.., - 1'111 ri' 1101-.'_ di 2007 n-- - ---''----------------------_..._..;';.;,'-----

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78 Aevista do Tribunal de Conlas' PA I0°160 IFevereiro li Malo de 2007

Conheça e viaje CuritibaAo contabilizar a presença de 2 mi­

lhões de turistas no ano de 2006, núme­ro que supera os visitantes de Foz doIguaçu, um dos ícones do turismo para­naense. Curitiba passa a ser uma dascapitais brasileiras que mais vem cres­cendo no setor turí tico. Para o secre­tário municipal de Turismo, Luiz CarlosCarvalho, o volume de visita tende acrescer e "Curitiba vai se transformarno segundo ou terceiro pólo de visita­ção nos próximos anos."

A exemplo de viagens internacio­nais. Curitiba também adota O "passa­porte" como cartão de entrada na ci­dade. Não para identiticar o cidadão.mas para oferecer ao visitante, descon­lOS no setor hoteleiro, gastronômico,bares e shoppings centers. "O passa­porte curitibano visa atrair turistas àcidade nos fins de semana e feriados,quando o visitante terá oportunidade deconhecer os 25 parques. museus, tea­tros, entre eles o consagrado Guaíra, aarquitetura do Largo da Ordem e agastronomia", enumera o secretáriomunicipal de Turismo.

O prefeito da capital paranaense,BelO Richa, diz que quem chega de foralogo descobre uma cidade limpa e or­ganizada, que encanta e desperta ad­miração. Transporte de massa e pre­servação ambiental são as áreas maisvisíveis de um planejamento urbano pi­oneiro, bem aplicado e até premiadomundialmente, destaca o prefeito. "Sãoiniciativas que fazem parte de uma in­fra-estrutura adequada para receber ovisitante, seja qual for O motivo de suaviagem."'

"Com o passaporte, o visitante de fimde semana terá acesso a uma progra­mação variada, podendo desfrutar dasmelhores opções que a cidade dispõe,além de contar com free pass para des­contos e serviços gratuitos", observa osecretário Carvalho. O passaporte é uminiciativa da Secretaria Municipal deTurismo e do Curitiba Convention &

Visitors Bureau.A dica para quem visita a cidade e

quer em um único passeio conhecer di­versos parques é a Linha Turismo. Umônibus especial circula por 25 pontosturísticos de Curitiba, oferecendo umpasseio de duas horas em um trajetode 40 quilômetro. O ponto de partidaé a Praça Tiradentes e a linha funcio­na de terça-feira a domingo, das 9h às17h30min. Os ônibus saem a cada 30minutos.

O que o visitante não pode deixarde conhecer é a noite curitibana. É ani­mada e a maioria dos ambienles pos­sui música. Mas não esqueça que apartir da I hora da madruga. os barese casas noturnas estão praticamentelotados e se formam fi las nos locaismais freqüentados. Para quem nãogosta do agito, das baladas, existembares de happy hour, música ao vivo,e uma agenda local com várias atra­ções culturais.

Conheça a cidade - Curitiba é acapital do Paraná, um do três Estadosque compõem a Região Sul do Bra.i!.Sua fundação oficial data de 29 de mar­ço de 1693, quando foi criada a Câma­ra. No século XVll. sua principal ativi­dade econômica era a mineração. alia­da à agricultura de sub istência.

O ciclo seguinte, que perdurou pelosséculos XVIU e xrx. foi o da atividadetropeiro. derivada da pecuária. Tropei­ros eram condutores de gado que cir­culavam entre Viamão, no Rio Grandedo Sul, e a Feira de Sorocaba, em SãoPaulo, conduzindo gado cujo destino fi­nal eram as Minas Gerais.

O longo caminho e as intempériesfaziam com que os tropeiros fizesseminvernadas. à espera do tim dos inver­nos rigorosos, em fazendas como as lo­calizadas nos "campos de Curitiba".

Aos tropeiros se devem costumescomo o fogo de chão para assar acarne e contar Hcausos", a fala es-

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Linha TurismoPassando por 25 pontos turísticos de Curitiba, o ônibus especiais da

Linha Turismo oferecem um passeio de 2:30h, em um trajeto de 44 quilô­metros. O ponto de partida pode ser a Praça Tiradentes.A Linha funcionade terça a domingo das 9h às 17:30h, os ônibus saem de 30 em 30 minu­tos. Pagando a tarifa de R$ 15,00, o usuário recebe uma cartela com 5tiqueles que lhe dá direito ao embarque e quatro reembarques. o que per­mite que a pessoa escolha o ponto turístico que quer conhecer melhor,podendo embarcar novamente na Linha Turismo para cumprir O restantedo trajeto. Os veículos são equipados com sistema de som para fornecerinformaçôes gravadas sobre os locais visitados em três idiomas - portu­guês, inglês e espanhol.

candida - o sotaque ieifE quellfE -.o chimarrão (erva-mate com águaquente, na cuia, porque os índios autilizavam na forma de tererê, comágua fria), o uso de ponchos de lã, aabertura de caminhos e a formaçãode povoados.

No final do século XIX, com o ci­cio da erva-mate e da madeira em ex­pansão, dois acontecimentos forammarcantes: a chegada em massa deimigrantes europeus e a construção daEstrada de Ferro Paranaguá-Curitiba,ligando o Litoral ao Primeiro Planaltoparanaense.

Os imigrantes - europeus e de ou­tros continentes -, ao longo do séculoXX, deram nova conotação ao cotidia­no de Curitiba. Seus modos de ser ede fazer se incorporaram de tal ma­neira à cidade que hoje são bem curiti­banas festas cívicas e religiosas de di­versas etnias, dança, música, culinária,expressôes e a memória dos antepas­sados. Esta é representada nos diver­sos memoriais da imigração, em espa­ços públicos como parques e bosquesmunicipais.

, No século XX, no cenário da cidadeplanejada, a indú tria se agregou comforça ao perfil econômico antes emba­sado nas ati vidades comerciais e do se­tor de :serviços. A cidade enfrentou, es­pecialmente nos anos 1970, a urbaniza­ção acelerada, em grande parte provo­cada pelas migrações do campo, oriun-

das da substituição da mão-de-obra agrí­cola pelas máquinas.

Curitiba enfrenta agora o desafiode grande metrópole, no qual a ques­tão urbana é repensada sob o enfo­que humanista de que a cidade é pri­mordialmente de quem nela vive. Seupovo, um admirável cadinho que reu­niu estrangeiros de todas as partes domundo e brasileiros de todos os re­cantos, ensina no dia-a-dia a art.e doencontro e da convivência. Curitibarenasce a cada dia com a esperançae o trabalho nas veias, como nas al­voradas de seu pioneiros.

DADOS PRINCIPAIS

Área 430,9 km'

População _ 1.788.559

Bairros 75

Relevo Levemente ondulado

Área verde por habitante 51 m'

Extensão Norte-Sul 35 km

Extensão Leste-Oeste 20 km

Altitude média 934,6 m

Latitude 25"25'48" Sul

Longitude 49"16' ]5" Oeste

Fuso horário Brasília

Clima Temperado

Pluviosidade 1.500 mm/ano

Temp. média no verão 21 "CTemp. média no inverno 13°C

Distância de São Paulo 400 km

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Ópera de ArameUma passarela elevada, sobre um

lago de 7.200 m', dá acesso a esse tea­tro construído em uma pedreira desati­vada, inaugurado em 1992. A Ópera é

uma das principais atrações da cidade.São 1.998 lugares, entre platéia e ca­marotes. e 400 m2 de palco. Projetado

pelo arquiteto Domingos Bongestab ,foitodo construido em aço e coberto compolicarbonato tran parente. Completa ocenário uma cascata de dez metros de

altura.Localização: Rua João Gava, sinO ­

PilarLinho.Horário de Funcionamento: Ter­

ça-feira a domingo, das 08:00 às 22:00.

Torre PanorâmicaSuporte dos serviços de telecomuni­

cações, tem J09.5 metros de altura, oque equivale a um edifício de 40 anda­res. Construída pela Telepar e inaugu­rada em dezembro de 1991, pernlite do

mirante uma visão de 360 grau da ci­dade. No térreo há uma exposição detelefones antigo e salas de projeção devídeos. As visitas são coordenadas pelaSecretaria Municipal de Turismo.

Localização: Professor Lycio G deCastro Velozzo, 191. Fone: 3339-7613.

Horário de Funcionamento: Ter­

ça-feira a domingo, das 10:00 às 19:00.

Rua 24 HorasCriada em 1992, é a primeira rua do

País projetada em espaço fechado. Seusrestaurantes. lanchonetes. bares e lojas(são 42) nunca fecham. Nos 120 me­tros de comprimento da Rua 24 horas ­com estrutura metálica em arcos e co­bertura de vidro - os turistas e curitiba­nos se divertem e fazem compras. Ogrande relógio na entrada mostra quenão existe hora para um bom bate-papo,regado a chope ou café.

Localização: Rua Coronel MennaBarreto Monelara s/n.o - Acesso pelas

ruas Visconde do Rio Branco e Viscon­de de Nácar.

Memorial ÁrabeHomenagem à colônia árabe, inte­

grada à cidade desde o início deste sé­culo, com expressiva contribuição aodesenvolvimento do comércio. Locali­zado na Praça Gibran Khalil Gibran, emfrente ao Passeio Público, o MemorialÁrabe abriga uma biblioteca pública,

com significativo acervo universal e es­pecífico da cultura árabe, e conexão com

a internet.Localização: Rua Luiz Leão esqui­

na com rua João Gualberto - Centro.

Teatro GuaíraCriado em 1912, o Teatro Guaíra foi

sucessor do primeiro teatTo oficial doParaná, o Theatro São Theodoro. cuja

construção data de 1884. A construçãodo prédio alUal do Teatro Guaíra foi ini­ciada em 1952, pelo então governadorBento Munhoz da Rocha Netto, comprojeto do engenheiro Rubens Meister.Foi construído em elapas e inaugurado,finalmente, em 1974.

Este importante espaço cultural, umconjunto arquitetônico majestoso com

12.500 metros quadrados, abriga trêssalas de espetáculos: O auditório BentoMunhozda Rocha com 2.173 lugares, o

auditório Salvador de Ferrante com 504e O auditório Glauco Flores de Sá Britocom 113 lugares.

Localização: Amint3S de Barros sinO - Centro.

Memorial JaponêsEm 1993, a Praça do Japão foi revi­

talizada e ganhou a Casa da Cultura, um

memorial de integração. Nesse pagodeé possível conhecer as minúcias das do­braduras de papel (origami), da arte 110­ral (ikebana) e dos poemas de três ver­

sos (bai-kais). O Buda no centro do lagomarca a irmandade entre Curitiba e Hi­meji, e transmite toda a paciência e anedos japoneses, no Brasil desde 1908.

Localização: Avenida Sete de Se­tembro esquina com Francisco Rocha ­Batel.

Memorial UcranianoÉ uma homenagem ao centenário da

chegada dos primeiros ucranianos a

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Curitiba. Implantado no Parque Tingüiem 1995, o memorial expõe uma répli­ca da mais antiga igreja ucraniana doBrasil, a de São Miguel da Serra do Ti­gre, em Mallet, interior do Paraná. Astelhas de pinho e a cúpula de bronzeabrigam hoje um museu. No palco aoar livre acontecem apresentações dedanças típicas desse país do leste euro­peu.

Localização: Entre as ruas JoséValle e Fredolin Wolf, no lado direito doRio Barigüi.

Teatro PaiolAntigo depósito de pólvora do Exér­

cito. de con.trução circular, erguido em1906. Anos depois de desativado, foitransformado pela Prefeitura em espa­ço de artes cênicas e musicais em 27de dezembro de 1971. Mantendo as ca­racterísticas da construção original, oprojeto do arquiteto Abrão Assad adap­tou ao antigo paiol um teatro em forma­to de arena, com 225 lugares. No espe­táculo inaugural. o palco reuniu Viníciusde Moraes, Toquinho. Marília Medalha

e o Trio Mocot6. O poeta batizou a casacom uma dose de uísque e para ela com­pôs a música "Paiol de P61 vora".

Localização: Largo Professor Gui­do Viaro sInO - Prado Velho.

Memorial da Imigração Polone­sa (Bo que do Papa)

Verdadeiro museu ao ar li vre, é com­posto de sete casas de troncos encai­xados. sem prego , transplantados dasantigas colônias de poloneses do entor­no de Curitiba. Fala das lutas e da fédo pioneiros da etnia. aqui estabeleci­da de de 1871. Inaugurado em 1980,logo após a visita do Papa João Paulo IJ

a Curitiba.Localização: Centro Cívico, com

acesso pela Rua Mateus Leme.

Mercado munkipalFundado em 2 de agosto de 1958,

até hoje o Mercado Municipal é o prin­cipal e mais tradicional endereço paracompras de Curitiba. Nas bancas dehortigranjeiros e nas lojas de delicates­sens, o consumidor encontra produtoscomo: bebidas, queijos e vinhos de di-

versas procedências, ervas medicinais,temperos e especiarias. iguarias, con­servas, pescados, embutidos. carnesex6ticas e com cortes especiais. Pode­se curtir momentos agradáveis nos res­taurantes étnicos na praça da alimenta­ção, ponto de encontro dos curitibanosde diversas gerações.

Horário de funcionamento: 2' das6h às 13h, 3' asáb. das 6h às 18h e dom.das 7h às 13h (restaurantes até às 15b).

Linhas de ônibus - circular centro,biarticulado Campo Comprido/Centená­rio, inter-hospitais. Cristo Rei e a linhaturismo. Telefone: (41) 3218-2602.

Bosque AlemãoLembra as tradições dos povos de

língua alemã, que fazem pane da hist6­ria da cidade desde 1833. Situado noJardim Schaffer, um dos pontos maisaltos de Curitiba, tem a Trilha de João eMaria, dos contos dos irmãos Grimm, aCasa Encantada, o Orat6rio Bach e aTorre dos Fil6sofos.

Localização: Jardim Schaffer (BomRetiro), entre as ruas Francisco Scba­ffer, Nicolo Paganini e Franz Schubert.

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Prej~

* As Súmulas e os Prejulgados do Tribunal de Contas do Estado do Paraná podem ser encontrados no sitewww.tce.pr.gov.br em "Publicações - Atos Normativos - Súmulas ou Prejulgados" ou "Consulta - Jurispru­dência - Pesquisa - Súmula ou Prejulgado".

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J1!B.lSffWIlÊNC ----.,

PREJULGADO N° 01

Enunciado: Prejulgado n° Olrrc. Interpretação do art.85 da LeI Com­plementar Estadual n° 113 de 15.12.05. Os membros do Tribunal Plenodecidiram por unanimidade, nos lermos do voto do RelatorJulgar pelaimpossibilidade de aplicação das sanções previstas no artigo 85 da LeiComplementar Estadual n0113 relativamente a fatos ocorridos antesde 15 de dezembro de 2005, em protocolados posteriores ou não à datade sua vigência.

Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno

Incidente: Prejulgado

Assunto: Interpretação do artigo 85. a Lei Complemenlar Estadual nO 113 de 15 de Dezembro de 2005 ­Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Impossibilidade da aplicação de sanções a fatosocorridos anteriormente a 15.12.2005.

Processo Originário: Protocol.o n0828 I I/O I

Autuação do Prejulgado: nos mesmos autos do Processo originário

Relator : Conselheiro Artagão de Mattos Leão

Decisão: Acórdão nO 270/06 - Tribunal Pleno

Sessão: 02/03/06

Publicação: AOTC n046 de 28/04/06

ACÓRDÃO N° 270/06 - Tribunal Pleno

PROCESSO N °INTERESSADOASSUNTO:RELATOR:

82811/01GENTIL PASKE DE FARIA

I ClDENTE PROCESSUAL - PREJULGADOCONSELHEIRO ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO

Trma-se de requerimento subscrito pelo Conselheiro Relator Fernando Augu lO Mello Guimarães. pormeio do qual solicita pronunciamento desla E. Cone de Contas sobre a correta interpretação do aJ1igo 85. daLei Complementar Estadual nOl13 de 15 de dezembro de 2005. nos seguintes termos I'erbi.l':

1. Podem ser aplicadas as sanções previstas no artigo 85 da Lei Complementar Estadual 113/2005 relativamente a fatos ocorridos antes de 15 de dezembro de 2005 (data de entrada em vigor domencionado diploma legal)?

2. Podem ser aplicadas as sanções previstas no artigo 85 da Lei Complementar Estadual 113/

86 Revista do Tribunal de Contas· PR l"~ 160 IFeve,eiro aMaio de 2007..._--------------------------------- ---

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~"'------------------2005 relativamente a fatos ocorridos antes de 15 de dezembro de 2005, mas que sejam trazidos aoconhecimento desta Corte em processos protocolizados após essa data?

Antes de adentrannos no mérito do pedido. e para entender o de linde da questão. faz·se necessário tecerainda que resumidamente. alguns comentários acerca da nova Lei Orgânica do Tribunal. Pois bem, a LeiComplementar Estadual nOl1312oo5 é um conjunto formado, ba~icamente, por três tipos de normas: a) as decaráter instrumental (definidora~ de competência e atribuições), as de caráter processual (definidoras de modosde procedimentos) e as de caráter penal (definidoras de sanção de qualquer natureza).

As primeiras têm ap'licação a partir de sua entrada em vigor. As egundas. só podem retroagir, desde queseja para beneficiar a pane interessada. em caso contrário. é de se admitir a ultratividade de Lei anterior.Quanto às últimas, de caráter sancionatório, é regra constitucional a sua irretroatividade.

Acerca do hipotético conflito de leis no tempo. isto é. na limitação da eficácia das nonnas nova~ (LeiComplementar Estadual nOl1312oo5 e do Regimento Interno) em conflito com as anteriores (Lei Estadual n065 15167), a doutrina pátria e a juri prudência têm trilhado os seguintes critérios de aplicabilidade dos princípios daretroatividade e irretroatividade, assim sintetizados:

a) A regra geral. no silêncio da lei, é o princípio constitucional da irretroatividade das lei (art.5°.inciso XXXVI da CF);b) Excepcionalmente, poderá haver retroatividade: b.l) se expressa. e não ofender direito adqui­rido, alo jurídico perfeito e coisa julgada (art.6'. do Decreto-Lei n04.65711942, da Lei de Introduçãoao Código Civil): b.2.) ou quando extinguirem ou reduzirem as penas (artS. XL, da CF): b.3)proteção do contribuinte contra voracidade do Fisco (art. 150, fII, da CF).

Salienta-se que a dúvida indagada. disposta no artigo 85, da LC nOl13/2oo5 diz respeito à aplicação desanção ou medidas, isto é, de uma restrição gravosa, a saber:

Art.85. O Tribunal de Contas. em todo e qualquer processo administrativo de sua competência em queconstatar irregularidades poderá, observado o devido processo legal. aplicar as seguintes sanções e medidas:

I- multa administrativa;n- multa por infração fiscal;m - multa proporcional ao dano e sem prejuízo do ressarcimento;IV - restituição de valores;V - impedimento para obtenção de certidão liberatória;VI - inabilitação para o exercício de cargo em comissão;Vil - proibição de contratação com o Poder Público estadual ou municipal;VIIJ - a sustação de ato impugnado, se não sanada a irregularidade no prazo de 30 (trinta) dias.

Por óbvio que a nova Lei Orgânica do Tribunal de Contas só terá aplicação imediata aos fatos ocorridosapós a sua vigência (15.12.2005), ou será retroativa. aos fatos a ela anteriores, desde que se mostre maisfavorável ao interessado. fenômeno este. denominado lIovalio legis ill melfilJs. A este propósito. no entido dapossibilidade de retroatividade da lei. em não havendo constatação da agressão. o Supremo Tribunal Federal jáacordou. conforme ementa a seguir mencionada:

ADI 605 MC I DF - DlSTRITO FEDERALMEDIDA CAUTELAR A AÇÃO DIRETA DEINCONSTITUCIONALIDADERelator (a): Min. CELSO DE MELLOJulgamento: 23/10/1991 Órgão Julgador: TRIBUNAL PLENOPublicação: DJ 05-03-1993 PP-02897 EME T VOL-O 1694-02 PP-00252O princípio da irretroatividade "somente" condiciona a atividade jurídica do Estado nas hipótesesexpressamente previstas pela Constituição. em ordem a inibir a ação do Poder Público eventual­mente configuradora de restrição gravosa (a) ao "status libertatis" da pessoa (cf, art. 5. XI), (b) ao"status subjectionais" do contribuinte em maléria tributaria (cf. art. 150, iii. "a") e (c) a "seguran­ça" jurídica no domínio da relações sociais (cf, art. 5., xxxvi). - na medida em que a retroprojeçãononnaliva da lei "não" gere e "nem" produza os gravames referidos, nada impede que o Estadoedite e prescreva atos normati vos com efeito retrouti vo. - as leis. em face do caráter prospecti vode que se revestem, devem, ··ordinariamente". dispor para o futuro. O sistema jurídico- constituci­onal brasileiro, contudo. "não" assentou. como postulado absoluto, incondicional e inderrogável, o

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princípio da irretroatividade - a questão da retroatividade das leis interpretativas.Sendo assim, VOTO pela impossibilidade de aplicação das sanções previstas no anigo 85 da LC nOl13

relativamente a fatos ocorridos antes de 15 de dezembro de 2005, em protocolados posteriores ou não à data desua vigência.

Inobstante o acima enunciado e considerando que o Provimento n°. 36/98. revogado pela Re olução n°.OI. de 24 de janeiro de 2006, que a nosso juízo, dOia máxima venia. foi medida precipitada e não devidamenterefletida. trazendo uma vacario quanto à possibilidade de aplicação de sanções ao atos e fato havidos em dataanterior a 15 de dezembro de 2005 pelo administrador público e demais responsáveis por dinheiro. bens e valoresda Adnúnistração Direta e Indireta, e, ainda pendentes de julgamento pelo Tribunal de Contas. entende-se comupedãneo no princípio da segurança das relações jurídica~ e pautado por um dever de cocrên ia no po iciona-

mento adotado por esta Cone de Contas desde 19 de maio de 1998, ser neces ária a retificação do ano 2° daResolução n°. OII2OO6-TC, no entido de ser retirada a menção ao Provimento n°. 36198-TC. Com isso oTribunal de Contas do Paraná continuará aplicando multas aos responsáveis. em caso de ilegalidade de despesasou irregularidade de seu atos em situações pretéritas ao advento da nova Lei Orgânica. ou publicação de errata,retirando a menção ao Provimento n° 36198.

VISTO, relatado e discutido, nestes autos de DENÚNCIA, protocolados sob n" 82811/01. oincidente processual - Prejulgado,

ACORDAM

OS MEMBROS DO TRlBUNAL PLENO,

I - Por unanimidade, nos temlO' do voto do Relator. Conselheiro ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO, julgarpela impossibilidade de aplicação das sanções previstas no anigo 85 da LC nO 113 relativamente a fatos ocorridosantes de 15 de dezembro de 2005, em protocolados posteriores ou não à data de sua vigência.

11 - Por maioria qualificada. contra o voto do relator, não aceitar a proposta de errata para relirar amenção ao Provimento n° 36/98-TC, do item 11 da Resolução n° 01/2006.

Paniciparam da Sessão os Conselheiro RAFAEL IATAURO. NESTOR BAPTISTA, ARTAGÃO DEMATTOS LEÃO e HENRIQUE NAlGEBOREN e o Auditore CAIO MARCIO OGUEIRA SOARES eSÉRGIO RICARDO VALADARES FONSECA.

Presente o Procurador Geral junto a este Tribunal. GABRrEL GUY LÉGER.

Sala das Sessões, 2 de março de 2006 - Sessão n° 9.

ARTAGÃO DE MATTOS LEÃORelator

HEINZ GEORG HERWIGPresidente

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PREJULGADO N° 02

Enunciado: Trata-se de PREJULGADO, sobre legalidade de contrata­ção de radiodifusão para a transmissão das sessões ordjnárias das Câ­maras Municipais. Designação de relatoria ocorrida na sessão plenárian" 21/06 de 25 de maio de 2006, nos termos do art. 41O/RI. Processode Consulta . Relator original Cons. Caio Márcio Nogueira Soares.Decisão vinculante aplicável a todas as ocorrências de consultas paraefeito de considerar regulares as despesas com contratações de Emis­soras de Radiodifusão, de Televisão a cabo ou de sites de internet, ououtros serviços de publicidade e de propaganda pelas Câmaras Muni­cipais dos Municípios Paranaenses, ante as condições estabelecidasno § 1° do art. 37 da CF, da Lei 8666193 e LC 10112000.

Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno

incidente: Prejulgado

Assunto: Emissora de Rádio - Sessões da Câmara - Transmissiio

Processo Originário: Protocolo n" 29980/06

Autuação do Prejulgado: nos mesmos autos do Processo originário

Relator: Conselheiro estor Baptista

Decisão: Acórdiio n° 1139/06 - Tribunal Pleno

Sessão: 27/07/06

Publicação: AOTC n"63 de 25/08/06

ACÓRDÃO N° 1139/06 - Tribunal Pleno

PROCESSO "INTERESSADOASSUNTORELATOR

29980/06CÂMARA MUNICIPAL DE MATELÂNDlAPREJULGADO ° 0212006CO SELHEIRO ESTOR BAPTISTA

Ementa: TraJa-se de PREJULGADO, sobre legalidade de cOl/tratação deradiodifusão para a tral/smissão das sessões ordil/árias das CãmarasMUI/icipais. Desigl/ação de relatoria ocorrida I/a sessão pieI/ária 1/·21/06 de 25 de maio de 2006, I/OS termos do art. 410/RI. Processo de COI/sul­ta - Relator origil/al CO/ls. CaiD Márcio Nogueira Soares. Decisão vil/CU-

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lallle aplicável a todas as ocorrências de consultas para efeito de conside­rar regulares as despesas com colllratações de Emissoras de Radiodifu­são, de Televisão a cabo ou de sites de internet, ou outros serviços depublicidade e de propaganda pelas Câmaras Municipais dos MunicípiosParanaeuses, ante as condições estabelecidas no § 1" do Arl. 37 da CF,da Lei 8666/93 e LC /01/2000.

RELATÓRIO

o Presidente da amara Municipal de Matelândia acima citado formulou consulta sobre a possibilidadede contratação de uma emis ora de nldio para a transmissão das sessões ordinárias da respeetiva Casa Legis­lativa.

O pareeer jurídieo anexado sustenta a legalidade da contratação na medida em que as transmissõesteriam a função de orientar. educar e informar a população sobre o que ocorre nos meandros da administraçãopública, nos moldes do que prevê o § I° do Artigo 37 da CF.

DAS MANIFESTAÇÕES CO STANTES DA DIRETORIA DE CONTAS MU ICIPAIS

A Diretoria de Contas Municipais - DCM optou por adotar a jurisprudência atual desta Corte. e, peloParecer nOl3/06 manifestou-se pela possibilidade de contratação da radiodifusão para os trabalhos da CâmaraMunicipal, corroborando o voto escrito do eminente Conselheiro Artagão de Manos Leão. que fundamentou aResolução n° 2118/2004.

DAS MANrFESTAÇÕES CONSTANTES DO MINISTÉ.RIO PÚBLICOJUNTO A ESTE TRIBUNAL

O Ministério Público junto ao Tribunal de Conta - MPjTC pelo Parecer nO 5597/06, da lavra da Df EJizaAna Zenedin Kondo Langner. ressalta que. inobstante ter sido destacado pela Coordenadoria de Jurisprudênciae Biblioteca decisões no sentido da pos ibilidade de contratação de emis ora de rádio para divulgação dostrabalhos daquela Casa Legislativa, existem inúmeras decisões desta Corte, em sentido contrário. conformesegue:

Relator: Auditor Joaquim Antônio Amazonas Penido MonteiroProtocolo: 21289197Origem: Município de GoioerêInteressado: Presidente da CâmaraDecisão: 3834/97 Resolução 15/04/97

"Collsl/l/lI. COIl/rataçiio pelo Legisla/ivo, de emissora de rádio para divlIlgllçiio dos a/os daCâmara. Impossibilidade, aillda {file os liames dos vereadores lliio sejam divulgados."

Relator: Auditor Marins Alves de Camargo NetoProtocolo: 93280/97Origem: Município de Campo Mourãolnteressado: Presidente da CâmaraDecisão: 5932197 Re olução 22/05/1997

"Consulta. Divulgação de a/os legislatil'os por parte da Câmara MUllicipal. Impossibilida­de por ferir o dispas/o 110 §1" do art. 37 da CF/88. ..

Relator: Auditor Roberto Macedo GuimarãesProtocolo: 202674/96Origem: Município de ItaipulândiaInteressado: Presidente da Câmara

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Decisão: 9724196 Resolução 06108196"Consulta. Impossibilidade de transmissões por emissoras de rádio e publicações em jor­nais dos atos do Legislativo Municipal. considerando o disposto 110 § I" do artigo 37 daCF/88. .•

Relator: Conselheiro João Cândido F. da Cunha PereiraProtocolo: 31074195Origem: Município de PalolinaInteressado: Presidente da CâmaraDecisão: 10949195 Resolução 30/11/95

'·Conslllta. Gastos com contratação de empresa de publicidade e propaganda. para a divlIl­gação dos trabalhos desenvolvidos pelo Legislativo, bem como transmissão das sessões erealização de um programa semanal lias emissoras de rádio locais com a participaçõo aovivo dos vereadores. Impossibilidade por afrOll/a ao parágrafo In do art. 37 da CF/88."

Relator: Conselheiro Cândido Martins de OliveiraProtocolo: 8171194Origem: Município de Mandaguatilnteressado: Presidente da CâmaraDecisão: 3688/94 Resolução 03/05/1994

"Conslllta. Contratação de órgão de publicidade, quais sejam jomais e emissoras de rádio,para a divulgação de trabalhos realizados pelo Poder Legislativo. Ilegalidade da realiza­ção do referido contrato. por caraclerizar-se como promoção pessoal dos envolvidos, por­tall/O, ferindo O disposto no OI'/. 37. § In da Carta Magna."

Advene, ainda, que existem neste Tribunal decisões tanto pela po sibilidade quanto pela impossibilidadeda contratação de emissora de rádio para divulgação dos trabalhos do Legislativo Municipal, bem ainda, que jámanife tou-se em consulta pela impossibilidade, por emender ferir o § 1° do artigo 37. da Carta Magna, quee tabelece o seguime:

"A publicidade dos atos. programas, obras. serviços e campanhas dos órgãos plÍblicosdeverá ter caráter educativo. itifortllOlivo 011 de orientação social. dela não podendo cons­tar nomes. símbolos ou imagens qlle caracterizem promoção pessoal de allloridades e servi­dores plÍblicos. ..

Quamo ao mérito, nos presentes autos, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas manifesta-sepela impossibilidade de contratação de empresa de radiodifusão pela Câmara Municipal, conforme posiciona­mento já expressado anteriormente pelo Douto Plenário. E, quanto à inexigibilidade de licitação, manifesta-sepela sua possibilidade desde que sejam cumpridos os requisitos legais do artigo 26, da Lei n08666/93, devendo oordenador da despesa juntar no processo de justificativa a prova inequívoca de que em toda a região não háoutra emissora capaz de transmitir o s,inal radiofônico.

RAZÕES DO PREJULGADO

Em atendimento à designação feita pelo presidente deste Colegiado. para a apresentação de proposta dePREJULGADO. ocorrida na sessão deste Plenário. sob n° 21. de 25 de maio do corrente ano, cuja necessidadefoi suscitada pelo Conselheiro Fernando Augu. to Mello Guimar;ies, em processo de relatoria do ConselheiroCaio Márcio Nogueira Soares. e considerando que a LC nO 113/2005 contempla a possibilidade de formular-sePREJULGADO como cláusula vinculante, o que também está previsto no atual Regimento Interno no Artigo410, passo aos comentário que seguem, haja vista que a matéria em questão traz divergências substanciais queatacam o andamento de muitos processos em trâmite, sendo necessária a equalização dos entendimentos sobrea matéria em questão.

ReVÍSta dO Tríbunal de contas· PR I n-160 I Fevereiro aMaio de 2007 ~ 91

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TENTATIVA ANTERIOR DE CONSOLIDAÇÃO DO ENTENDJ:ME TODESTE TRIBU AL SOBRE O ASSUNTO

Em votos ameriores este RELATOR propugnou para a prioridade dos imeresses nos ga\tos do' recursopúblicos e uma conotação ética que não gere nem comoções sociais de difícil controle e nem exposição indevidados edi que exercem qualquer modalidade de liderança interna nas Cãmar.ls, em prejuízo da b nomia entre ospares nas oponunidades de apresemação dos projeto de lei. e respectivas defesas de acordo com os imeresseda população. Lembrando sempre o preceito de que a publicidade não incorpore nomes. fmbolos ou imagenidentificadoras de promoção pessoal das autoridades ou dos servidores públicos.

A favor da possibilidade de contratação de Emi soras de Rádio para a divulgação da sessões das CâmarasMunicipai temos a RESOLUÇÃO 2118/04 de lavr.l do eminente Conselheiro ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO.

Contra a possibilidade de contratação de Emissora par.! a divulgação das Ses ões da! Câmaras Munici­pais temos urna série de decisões. quais sejam. Resoluções de nOs 24078/93. 530/95. 7394197. 14406198. 10674/98 4456198. que junto nos aUlo .

Acresceme-se. de tane. as Consultas trazidas pelo ilustre Conselheiro FERNANDO AUGUSTO DE1ELLO GUIMARÃES, na temativa de unificar O entendimento desta Cone de Contas sobre O assumo: VILA

ALTA (Protocolo 33570010O); TOLEDO (protocolo 231363/01): SANTA MARIA DO OESTE (Protocolo 7669/Ol): PIRAQUARA (protocolo 358363/01) e JAQUARIAIVA (Protocolo 498475) do que resultou a RESOLU­çÃO ° 2059/2003 na qual foram respondidas diversas indagações, entre as quais a matéria da Consulta quesuscitou este PREJULGADO, em cujas Resoluções foram fixadas algumas condicionantes às âmaras Munici­pais para processar suas despesas de serviços de Radiodifus.'io audiovisual para a publicidade de uas sessões.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de CONSULTA protocolado sob nO 29980/06, epara unificar entendimemo nos julgados obre a matéria. que fez suscitar este PREJULGADO

ACORDAM

OS MEMBROS DO TRffiUNAL PLENO. nos termos do voto do Relator, Con. elheiro CAIO MAR­CIO NOGUEIRA SOARES, por unanimidade em:

Responder a preseme Consulta, consoante orientação já expedida por e ta Cone atrUvé da Resoluçãon"211812004. protocolo nO 259524/03. que nos termos do Voto do Conselheiro ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO.opinou pela possibilidade de publicidade na radiodifu ão, englobando despesas com trUnsmissões de essões.divulgação e tran missão de audiências públicas. mensagens alusivas a evemos, serviços. campanhas. progra­mas e homenagen a personalidades, tendo como parâmetros a serem atendido o planejamemo orçamentário efinanceiro da emidade, como também expre sas e delimitadas objetivamente na Lei de Diretrizes Orçamentári­as (LDO) e na re pectiva Lei Orçamentária (LO). observando-se o princípios con titucionais plasmados nocapLlt do ano 37 da Magna Carta Federal. não podendo caracterizar promoção pes oal. confonne comandoinsculpido no § 1°. art. 37. da Constituição da República. acrescentando-se, destane. as nonn3S contidas na Leide Licitações - Lei Federal n° 8666193, na Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei de Imprensa.

Participaram da Se são os Conselheiros ESTOR BAPTISTA, HENRIQUE AIGEBORE. FER-ANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES e CAIO MARCIO OGUEIRA SOAR e os Auditores

J IME TADEU LECHINSKI e TH1AGO BARBOSA CORDEIRO.Preseme a Procuradora do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ELlZA ANA ZENED

KO DO LA 'G ER.

Sala das Sessões, 27 de julho de 2006 - Se ão n° 29.

NESTOR BAPTISTAConselheiro Relator

HEINZ GEORG HERWIGPresidente

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PREJULGADO N° 03

Enunciado: Prejulgado. Pedido de Rescisão. Concessão do efeito sus­pensivo, em caráter excepcional, obedecido o disposto no art. 407-Ado Regimento Interno, devendo ser aprovada com o voto favorável deno mínimo 3 (três) Conselheiros efetivos.

Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno

Incidente: Prejulgado

Assunto: Pedido de Rescisão - Efeito Suspensivo

Processo Originário: Protocolo n° 214858/06-Te.

Autuação do Prejulgado: Protocolo n° 311810/06

Relator: Conselheiro Henrique Naigeboren

Decisão: Acórdão nO 1115/06-TC. (Unânime)

Sessão: 03/08/06

Publicação: AOTC n063 de 25/08/06

ACÓRDÃO N° 11lS/06 - Tribunal Pleno

PROCESSO N°INTERESSADOASSUNTORELATOR

311810/06TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPREJULGADO N° 03CONSELHEIRO HENRIQUE NAIGEBOREN

Ementa: Prejulgado. Pedido de Rescisão. Concessão do efeito suspen­sivo, em caráter excepcional, obedecido o disposto no art. 407-A doRegimento Interno, devendo ser apro\'ada com o voto favorá\'el de nomínimo 3 (três) Conselheiros efetivos.

PREJULGADO

Trata-se de procedimento instaurado pelo Conselheiro Heinz Georg Herwig. Presidente da Corte deContas, em atenção ao contido no protocolo n° 214.858/06, que ligura como Relator o Conselheiro FernandoAugusto Mello Guimarães, visando ao estabelecimento de prejulgado com vista à uniformização da jurispru­dência da Corte sobre o tema de concessão de efeito suspensivo em Pedido de Rescisão, postulado combase no art. 77, da Lei Complementar n.o 113/05.

Revista do Tribunal de Contas· PR InO 160 IFevereiro 3 Maio de 2007 93

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~'--------------------"""Sorteado Relator, detenninei o encaminhamento dos aulOS ao MPjTC para pronunciamento na forma

preconizada no art. 66, m. do Regimento lntemo.Voltam-me os autos com longo e minudente parecer da lavra da Procuradora Ora Juliana Stemadt

ReineI'. digno de elogio pela profundidade e segurança com que abordou tema tão intrincado.Ao longo de 36 laudas a parecerista di corre sobre questões pellinentes ao objeto do prejulgado, para

concluir, com ba e na doutrina e jurisprudência pátrias, pela possibilidade de concessão. em caso excepci­onais, de liminar com efeito suspensivo em pedidos rescisórios, desde que atendidas plenamente as condiçõesindicadas no estudo referido.

Em linhas gerais concordo com a manifestação do "Parquet" junto ã Cone de Contas. sobretudo notocante à possibilidade de atribuição de efeito suspensivo para estancar os efeitos decorrentes da açãorescindenda. porém, divirjo. quanto ao "modus operandi", da concessão.

Bem se vê. desde logo, que o caráter pétreo da coisa julgada, não e pode mameI' imutável ante aceleridade das modificações da sociedade, nascendo daí a necessidade de temperar-se regra tão rígida. paraque não restem in iabilizadas as pretensões almejadas pelo instituto da ação rescisória.

Nesta senda. doutrina e jurisprudência foram aperfeiçoando o instituto até deixá-lo apto a produzir osefeitos buscados pela lei, surgindo daí a idéia de efetividade da tutela (art. 5.° LXXVIII. CF) e comoconseqüência desta o princípio do poder geral de cautela. de que são dotados também os Tribunais de Contasconsoante já decidiu o STF (MS. .°24.510-7).

Do exposto entendo, na esteira do MPjTC, que deve ser afastada do tema interpretação literal quevenha a afrontar o direito fundamental à tutela efetiva, restando. para mim. ceno. que a interpretaçãoconducente ã possibilidade de concessão de liminar com efeito suspensivo. em pedidos de reseisão. impõe-o ecomo conseqüência de interpretação teleológiea,

Porém. a sua concessão, por excepcional. deve atender tanlbém a situações excepcionais. ou seja, somentepoderá ser concedida desde que atendidas as eondições fixadas no prejulgado a ser estabelecido sobre o as unto.

Destas exigências prévias, algumas já estão encartadas na nova versão do Regimento interno.notadamente no anigo 407-A, pelo que me eximo de enumerá-Ias aqui, porém. devo acrescenlaT uma. que dizrespeito ã composição de quorum e aprovação do pedido de liminar em rescisórias. Retiro-me à necessidadede que o pedido de liminar, para ser concedido deve receber votoS favoráveis de, no mínimo, lrês Conselheirosefetivos, para que o próprio caráter de unifonnidade da jurisprudência não reste afet'ldo com eventuaisfonnações dispares de quorum, que venham gerar decisões contlitantes no seio da Cone de Contas.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de PREJULGADO protocolados ob nO 311810/06,

ACORDAM

OS MEMBROS DO TRIBUNAL PLENO. nos termos do voto do Relator, Conselheiro HENRIQUENAlGEBOREN, por unanimidade em:

I· Poderá ser concedida liminar com efeito suspensivo em Pedidos de Rescisória, desde que atendidasintegralmente as disposições do art, 407-A, do Regimento Interno:

11 . A decisão deverá ser proferida com voto favorável de no mínimo 3 (três) Conselheiros efetivos.Paniciparam da Sessão os Conselheiros NESTOR BAPTISTA. HENRIQUE NAIGEBOREN, FER­

NA DO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES e CAIO MARCIO NOG EIRA SOARES e os AuditoresJAIME TADEU LECHJNSKJ e THIAGO BARBOSA CORDEIRO.

Presente a Procuradora Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. ANGELA CASSIACOSTALDELLO.

Sala das Sessões. 3 de agosto de 2006 - Sessão n° 30.

HENRIQUE AIGEBORENConselheiro Relator

HEINZ CEORG HERWIGPresidente

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~"'--------------------PREJULGADO N° 04

Ementa: Prejulgado - Pressupostos de cabimento do Pedido Rescisó·rio no âmbito desta Corte de Contas - Inteligência do artigo 77 da LeiComplementar n°. 113 - Necessidade de apreciação restritiva na ad·missibilidade dos Ped.idos Rescisórios - Hipóteses taxativas de cabi·mento da rescisória na lei . A decisão deve estar maculada por vício deextrema gravidade - Natureza constitutiva negativa do Pedido Resci·sório • Limitada a legitimidade do Ministério Público junto ao Tribunalde Contas na pessoa do Procurador Geral - Prazo de 02 anos a partirdo trânsito em julgado da decisão rescindenda - Decisâo cujo transcur·so do biênio ocorreu antes da entrada da Lei Complementar nO. 113não pode ser objeto de Rescisória - Admissibilidade perante completainstrução do pedido incluindo comprovação do trânsito em julgado dadecisão rescindenda- Faculdade de emenda da inicial no prazo de 15dias a critério do relator - Relação estrita entre a arguição e a funda­mentação legal do pedido - Prevenção do primeiro relator que proferiudespacho quando se tratar de mais de um Pedido Rescisório sobre amesma decisão - Falsidade demonstrada em decisão judicial transitadaem julgado - Documento referente à fato anterior é elemento novo·Convalidação posterior a prestação de contas não é objeto de rescisão- Aceitação do erro de fato incluído no inciso lU do artigo 77 da LeiComplementar nO. 113 desde que perceptível no processo anterior in·dependente de produção de prova nova, decorrente da desatenção ouomissão do julgador quanto à prova - Guardado o nexo de causalidadeentre o erro e a decisão rescindenda - da decisão onde tenha havidoparticipação direta do conselheiro impedido na discussão e votação cabeRescisória - Violação de IHeral disposição comporta lei declarada in·constitucional pelos Tribunais superiores e/ou com decisão denegató.ria da aplicação pelo Tribunal de Contas - Não é possÍ\'el desconstituiro julgado quando o te:<to legal comporta interpretação controvertida ­Efeito suspensivo nos modes do Prejulgado n°. 03 - em regra o relatordo judiei"m reseilldells é o relator do judieium reseissQriulll exceto noscasos onde a rescisória entender pela nulidade da decisão onde retorna­se à fase processual anterior a eivada de nulidade - Edição de novo atosujeito a registro no tribunal não enseja pedido rescisório - A admissibi­lidade da rescisória é decisão monocrática sujeita a Recurso de Agravo.

Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno

Incidente: Prejulgado

Assunto: PressupostoS de cabimento do pedido rescisório no âmbito desta Cone

Autuação do Prejulgado: Protocolo n° 37996/07

Relator: Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães

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Decisão: Acórdão nO 277/07-TC. (Unânime)

Sessão: 15/03/07

Publicação: AOTC nO 94 de 13/04/07

ACÓRDÃO n° 277/07 - Pleno

PROCESSO N.oINTERESSADOASSUNTORELATOR

37996107TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPREJULGADOCONS. FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES

Ementa: Prejulgado - Pressupostos de cabimento do Pedido Rescisó­rio no âmbito desta Corte de Contas - Inteligência do artigo 77 da LeiComplementar n°. 113 - Necessidade de apreciação restritiva na ad­missibilidade dos Pedidos Rescisórios - Hjpóteses taxativas de cabi­mento da rescisória na lei - A decisão deve estar maculada por vício deextrema gra"idade - Natureza constitutiva negativa do Pedido Resci­sório - Limitada a legitimidade do Ministério Público junto ao Tribunalde Contas na pessoa do Procurador Geral - Prazo de 02 anos a partirdo trânsito em julgado da decisão rescindenda - Decisão cujo transcur­so do biênio ocorreu antes da entrada da Lei Complementar nO. 113não pode ser objeto de Rescisória - AdDJjssibilidade perante completainstrução do pedido incluindo comprovação do trânsito em julgado dadecisão rescindenda- Faculdade de emenda da inicial no prazo de 15dias a critério do relator - Relação estrita entre a arguição e a funda­mentação legal do pedido - Prevenção do primeiro relator que proferiudespacho quando se tratar de mais de um Pedido Rescisório sobre amesma decisão - Falsidade demonstrada em decisão judicial transitadaem julgado - Documento referente à fato anterior é elemento novo ­Convalidação posterior a prestação de contas não é objeto de rescisão- Aceitação do erro de fato incluído no inciso In do artigo 77 da LeiComplementar n°. 113 desde que perceptível no processo anterior in­dependente de produção de prova nova, decorrente da desatenção ouomissão do julgador quanto à prova - Guardado o nexo de causalidadeentre o erro e a decisão rescindenda - da decisão onde tenba havidoparticipação direta do conselheiro impeilido na discussão e votação cabeRescisória - Violação de literal disposição comporta lei declarada in­constitucional pelos Tribunais superiores e/ou com decisão denegató­ria da aplicação pelo Tribunal de Contas - Não é possÍ\'el desconstituiro julgado quando o texto legal comporta interpretação controvertida ­Efeito suspensivo nos modes do Prejulgado n°. 03 - em regra o relatordo judieium rescindellS é o relator do judieium rescissorillm exceto noscasos onde a rescisória entender pela nulidade da decisão onde retorna­se à fase processual anterior a eivada de nulidade - Edição de novo atosujeito a registro no tribunal não enseja pedido rescisório - A admissibi­lidade da rescisória é decisão monocrática sujeita a Recurso de Agravo.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos

RELATÓRIO

Versa o presente expediente acerca de prejulgado suscitado na sessão plenária de 07 de dezembro de2.006 acerca de questões relativas à admissibilidade de pedidos de rescisão (v. atas a folhas 03 e seguintes).

Na ocasião o presente Relator entregou um Estudo acerca da matéria aos demais julgadores, peça estajuntada aos autos pela Procuradora Geral do MPjTC.

Tendo como base o estudo mencionado, o Ministério Público de Contas exarou o Parecer 1.35112.007(folhas 12138), apresentando as seguintes conclusões em relação ao tema:

a) O rol do artigo 494. do Regimento Interno é taxativo. vale dizer, o Pedido de Rescisão só tem cabimentoquando tiver por causa de pedir a subsunção integral dos fatos às estritas hipóteses de cabimento previstas peloRJ',

b) A Rescisória não detém natureza jurídica recursal, nem pode funcionar como sucedâneo de recursonão interposto, isto é. a mera irresignação da parte com a eventual "injustiça" da decisão não é motivo para ocabimento do Pedido. Igualmente, por sua natureza autônoma, a Rescisória não segue a terminologia e o trâmiterecursal:

c) A parte. o terceiro juridicamente intere sado e o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas detêmlegitimidade para a propositura do Pedido de Rescisão. Em relação ao MPjTC. a legitimidade não é restrita aoProcurador-Geral, uma vez que tanto o Procurador-Geral, quanto o Procurador que tiver atuado nos autospoderão propor a Rescisória, pois inexistente qualquer restrição legal:

d) O prazo para a proposição da Rescisória é de dois (2) anos após o transito em julgado da decisão quese busca desfazer. Como a legislação aplicável à Rescisória se funda na regra do tempus regit actlllll. ela nãoretroage e, portanto, não pode ser proposta Rescisória em face de decisões transitadas em julgado anteriormen­te à edição da Lei Orgânica e do RI, exceto àquelas em que, após a edição dos novos instrumentos normativos.ainda possuiam prazo para propositura;

e) O pedido da Rescisória deve ser o desfazimento da decisão "transitada em julgado" e a sua causa depedir deve ser subsumida às seguintes hipóteses: (I) - a decisão se haja fundado em prova cuja falsidade foidemon trada em sede judicial: (li) - tenha ocorrido a superveniência de novos elementos de prova capazes dedesconstituir os anteriormente produzidos: (1L1) - erro de cálculo ou material; (IV) - tenha participado do julga­mento do feito Conselheiro ou Auditor alcançado por cau a de impedimento ou de suspeição; oU (V) - violarliteral di posição de lei; e

f) Em regra, o pedido Rescisório não possui efeito suspensivo, cuja exceção tem sua fonna delimitadapelo Prejulgado na 3, se presentes os pressupostos fonnais e materiais, pode ser concedida a liminar.

VOTO E FUNDAMENTAÇÃO

Preliminamlente. manifesto-me com relação às conclusões exaradas pela Procuradora Geral no tocantea parte discordante do estudo, qual seja. a legitimidade de todos OS membros do MPjTC proporem Pedidos deRescisão. Aduz a Procuradora que ..... e o Millistério Público junto ao Tribllnal de COII/as deTêm legitimi­dade para II propositura do Pedido de Rescisão. Em relação ao MPjTC. a legitimidade lIão é restrita aoProcurador-Geral, uma vez que tanTO o Procurador-Geral, quanto o Procurador que tiver atuado 1I0S

autos poderão propor a Rescisória. pois inexistente qualquer reSTrição legal".A Lei Complementar n°. I13/05 outorga legitimação ativa ao MPjTC em todos os casos de cabimento do

pedido de rescisão, neste ponto não há discordância, mas o que se quer discutir é se esta legitimidade ativa cabeao membro que oficiou no processo ou apenas ao Procurador Geral.

Em que pese defender a Procuradora Geral, que tal legitimidade recai sobre todos os membros do Par­queT por ausência de restrição legal, a interpretação que faço é que na falia de regramento específico na LeiComplementar, há que se socorrer do disposto na Lei Orgânica do Ministério Público do Paraná. que determinaque nos casos de propositura de ação de competência originária do Tribunal, a legitimação ativa é exclusivamen­te do Procurador Geral de Justiça.

Portanto, de acordo com a interpretação do art. 6 I da Lei Orgânica do Ministério Públ.ico Estadual, inciso

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~-----------------V combinado com o artigo 116 da Lei Orgânica desta Cone, conclui-se que a representação do parqllel espe­cializado cabe ao Chefe da Instituição para a propositura do Pedido Rescisório.

Como nos demais pontos abordados no estudo não houve controvérsias no Parecer Ministerial, passo aapontá-los de forma direta e resumida, uma vez que, o embasamento legal dos mesmos já Foram devidamenteexpostos no estudo realizado e entregue as demais mcmbros do Plenário.

I. Legitimidade para a propositura do Pedido Rescisório:a. A pane,b. O terceiro juridicamente interessado - aquele que não participou do processo originário.mas foi prejudicado do ponto de vista jurídico pela decisão proferida, ainda que indiretamen­te.c_ O Procurador Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas - considerando aRescisória ser de competência originária do Pleno e nos moldes da Lei Orgânica do Mini ­tério Público Estadual. Não sendo excluída a possibilidade de delegação efetuada pelo Pro­curador Geral.

11. Caberá Pedido Rescisório contra decisão definitiva, ou seja, somente quando a decisão tornar­se imutável e indiscutível pelo decurso do tempo.W. Haverá prevenção do Relator que despachar primeiro no processo quando apresentados maisde um pedido de rescisão da mesma decisão.IV. Nos moldes do Processo Civil, cabe à parte fazer prova do trânsito em julgado da decisâodefmitiva.V. Do trânsito em julgado da decisão definitiva o prazo para propositura do Pedido Resci ório é de02 anos, lembrando que a contagem é feita de acordo com o processo civil, ou seja. computa-se oprazo com a exclusão do dia do trânsito em julgado e inclusão do dia do vencimento.VI. Ressalte-se que as decisões, cujo transcurso do biênio após seu trânsito em julgado OCOITeuanteriormente à edição da Lei Complementar nO. 113, não serão objeto de pedido rescisório.VIl. É de responsabilidade da parte a correta instrução do pedido rescisório comendo todas aspeças necessárias para a apreciação do pedido, conforme a regulamentação contida no RegimentoInterno, sob pena do mesmo não ser admitido. Sendo expressamente vedado o de entranhamentode documentos constantes no processo que culminou na decisão rescindenda, solicitado por unida­des da Casa ou pelo Relator da mesma.VIlI. A causa de pedir deverá sempre estar atrelada a um dos incisos do artigo 77 da Lei Comple­memar nO. 113 reproduzido no artigo 494 do Regimento Interno.IX. Tetldo a decisão rescindenda mais de um fundamento é necessário que todos sejam atacados.'Excetuando-se neste ponto quando parte da decisão atinge terceiro interessado.X. O emba amento do Pedido Rescisório deve ser claro, ficando facultado ao Relator solicitar aemenda da inicial. no prazo de 15 dias, a 11m de esclarecer o pomo em que se Funda o Pedido deRescisão. O prazo de 15 dias para a emenda recebeu seis votos a um. o Conselheiro ARTAGÃODE MATTOS LEÃO votou pela concessão do prazo de 30 dias.XL Fundamentos do Pedido de Rescisão:

a. Decisão que se haja fundado em prova cuja falsidade foi demonstrada em sede judicial. Afalsidade pode ser material ou ideológica e obrigatoriamente a prova viciada deve ter tidoimportância para o deslinde do processo. Ou seja, caso a decisão subsista independentemen­te da prova ser Falsa ou não, não há que se cogitar a possibilidade de recebimento do pedidorescisório.b. Tenha ocorrido a superveniência de novos elementos de prova capazes de descon tituir osanteriormeme produzidos. ovo elemento de prova deve ser entendido como um documemodesconhecido pelo Tribunal no mamemo da decisão, mas eJÚstente à época dos fatos. Deveser demonstrado ao Tribunal que há uma situação existeme na época dos falos que por

, Isto se aplica principalmente para os processos de prestação de contas onde adesaprovação se deu por mais de um motivo, para ocorrer arescisão, todosos motivos da desaplOvação devem ser atacados.

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~------------------:algum motivo não veio ao conhecimelllo desta Corte antes de proferida a decisão.' Conva­lidação de ato posterior a prestação de contas não é objeto de rescisória e termo de fatoanterior é elemento novo. pois deveria ter sido emitido à época. Caso ajuizada a respectivaação executiva caberá a aplicação das regras de embargos à execução previstos no Códigode Proces o Civil, que contempla a hipótese acima mencionada. Outro ponto importanteaqui é definir que não se tTata de argumentação de novos elementos de prova, a alteraçãoposterior de posicionamento do Tribunal em questão análoga, isto posto tratar-se esta argu­mentação de embasamento para o Recurso de Revisão (artigo 486. inciso rv do RegimentoInterno). A alteração de posicionamento do Plenário não tem o condão de desconstituirelementos de prova allleriormente produzidos, visto que a interpretação que embasou adecisão considerou todos os fatos e documentos con tantes no processo que foram apreci­ados à luz da interpretação Plenária à época.c. Erro de cálcu lo ou material. Embora reconhecido neste ponto uma impropriedade naredação do dispositivo legal, uma vez que à luz do processo civil, erro de cálculo é umaespécie de erro material e que este por sua vez deve ser corrigido a qualquer tempo. sendode competência do relator da decisão onde ocorreu o erro; deve ser dada uma interpretaçãoao dispositivo legal da Casa. Inclino-me pela interpretação da possibilidade, mais consentã­nea com o verdadeiro significado de erro de fato, tal como emprestado da pacífica jurispru­dência e doutrina processual civil; não se desconhece a literalidade da Lei Complementar n°.I13/05, ao mencionar expressamente o erro de cálculo e o erro material como objeto darescisória. Todavia, devemos interpretar o real significado da expressão "erro de cálculo eerro material", ou seja, como erro de fato.d. Considerada, portanto a interpretação de que no inciso li do artigo 77 da Lei Comple­mentar nO. 113 e no inciso UI do artigo 494 do Regimento Interno desta Casa comportam arescisória embasada no erro de fato, taJ qual apresentado pelo processo civil, além dosrequisitos para a caracterização do mesmo (perceptível no processo anterior independentede nova produção de prova, decorrente da desatenção ou omissão do julgador quanto àprova e não do acerto ou desacerto do julgado em decorrência da apreciação da prova enexo de causalidade entre o erro de fato e a decisão) ex.ige-se ainda que a questão não tenhasido objeto de enfrentamento e discus ão na decisão rescindenda, conforme entendimentodoutrinário e jurisprudencial.3

e. Tenha participado no julgamento do feito Conselheiro ou Auditor alcançado por causa deimpedimento ou de suspeição. As causas de impedimento ou de suspeição estão claras nosartigos 128 e 133 da Lei Orgânica do Tribunal, bem como no art. 135 a 137 do CPC. Comoas decisões desta Corte são proferidas por órgão colegiado, ou seja, trata-se de acórdão,para que o mesmo possa ser rescindido com base nesta fundamentação é necessário que ovoto do Conselheiro impedido tenha influído na formação da maioria, caso tenha sido ojulgamento por maioria de votos. Portanto, imprescindível é a avaliação da prejudicialidadedo voto proferido. Portanto, no caso de decisão unânime sem participação na discussão doConselheiro impedido ou suspeito, não há que se falar em rescisão da mesma. Cabe, portan­to, neste ponto rescisão se houver a participação direta do Conselheiro impedido ou suspeitona discussão elou na votação da decisão.

• Neste ponto alerta·se expressamente sobre otão comum eCOflhecido Termo de Convalidação expedido pelos órgãos repassadores de recursos. Caso aconvaIidação tenha ocooido ãépoca da decisão do Tribunal, mas esta Corte nâo tenha tido COflhecimento dele, este cabe na expressão"novos elementos de",ova', porém seoTermo de Convaidação f{)j editadoposIetioonente adecisão do TribonaI, nâo cabe arescisória, mas sim oacerto entre oque teve as contasdesaprovadas edevllfã ressarcir ao e<ãrio com opróprio executivo que tardiamente oonvalidou oato.

•Esta observação cabe, considerando os inúmllfos pedidos rescisórios que ingressam nesta Corte, fundamentados no erro de fato, mas que na verdadebuscam reve< ainte<pretaçáo já COflsofKlada na decisão do ",acesso. Diversas são as intenções de VIlf rescindidas decisões ace<ca de Prestações de ContasMunicipais argumentando·se que adecisão não 'analisou bem os documentos trazidos', ora uma vez analisado odocumento tal qual foi apresentado, semnenhum erro de fato, ou seja, adecisão não admitiu fato inexistente nem tampouco oonsidllfou inexistente tato efetivamente ocooido, não há que se falar emrescisão da mesma.

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~"-------------------f. Violar literal disposição de lei. Lei aqui há que er considerada em selllido amplo. Nestefundamento devem ser consideradas duas situações:

I) A primeira diz respeito à decisão pautada em lei declarada incon titucional, Têmentendido a jurisprudência que quando a Suprema Corte declara a inconstitucionalida­de da lei aplicada pelo acórdão que pretendem ver rescindido é cabível a rescisória.Portanto. na mesma esteira, caso haja alteração de posicionamento do Tribunal deContas baseada em declaração de inconstitucionalidade de Tribunais Superiores, emforma de controle concentrado, caberá rescisória. Reafinne-se que apenas e tão so­mente quando a declaração de inconstitucionalidade ocorrer em ação própria onde sediscute a inconstitucionalidade da lei. No caso de decisão denegatória da aplicação delei ou ato normativo. nos moldes do alligo 78 da Lei Orgânica e do artigo 408 doRegimento Interno também cabe rescisória contra a decisão fundada nesta normati­va.2) A segunda é quando há alteração de entendimento da matéria no âmbito destaCorte. Considerando que, para a caracterização do presente fundamento, a afrontadeve ser tamanha que contrarie a lei em sua literalidade, portanto qUalldo o texto legalcomportar interpretação controvertida não é possível desconstituir o julgado. onde seaplica a Súmula nO. 343 do STF' .

XII. Efeitos da Rescisória. Asimples propositura do pedido rescisório não possui efeito suspensivo,portanto segue a execução da decisão que se pretende rescindir.XITI. Conforme o Prejulgado nO. 03 desta Corte poderá ser concedida liminar com efeito suspen i­vo em pedidos rescisórios desde que cumpridas integralmente as disposições do artigo 407-A doRegimento Interno. Portanto não cabe neste prejulgado rediscutir a matéria.xrv. Natureza do pedido rescisólio. Não se trata de espécie recursal. mas sim novo ação autôno­mo. Tem natureza constitutiva negativa, cuja finalidade é a eliminação de pronunciamento jurisdici­onal maculado por vício de extrema gravidade. Não se presta a apreciar justiça ou injustiça dadecisão. a boa ou a má interpretação dos fatos. o reexame da prova produzida.XV. Cabe pedido rescisório contra acórdãos que extinguem o processo com julgamento do mérito,acórdãos proferidos em sede recursal (revista. revisão ou agravo). sendo que aqui o que se quer édesconstituir a decisão proferida no recurso. Também contra decisões monocráticas.XVI. A condicionante da interposição do pedido de rescisão é o decurso do prazo recursal e não oexereício efetivo do direito de recorrer. ou seja. não há necessidade de que todas as instâncias ouvias recursais tenhalll sido esgotadas, porém não pode haver aberto nenhum prazo recursal.XVIJ. A propositura do pedido rescisório está limitada à busca pelo saneamento de dois vícios: i.Vício de juízo - erlVr in illdicondo e ii. Vício de atividade - envr in procedendo.XVW. As hipóteses de fundamentaçâo para o pedido de rescisào são taxativas, portanto a inter­pretação do artigo 494 do Regimento Interno há que ser restritiva. sob pena de admitir como pedidorescisório argumentação sem qualquer fundamento de direito material ou processual.XIX. Efeitos da rescisória:

a. Em regra o relator do pedido rescisório também é competente para julgamento da açàoque teve sua decisão rescindida. Nos tennos do CPC, o juiz que apreciar o pedido rescisório(jIlS rescindells), uma vez este procedente. ou seja, desconstituída a decisão desta Casa,também apreciará a ação cuja decisão foi rescindida (jus rescissorilllll) no próprio pedidorescisório.b. Todavia, quando a rescisória entender pela nulidade da decisão do Tribunal. mostra-senecessário o retorno dos autos ao Relator do aresto desconstituído para que examine oprocesso a partir da nulidade do mesmo. Isto porque na apreciação do processo anterior

•STF - Súmula 343 . Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposiçáo de lei, quando adecisão rescindenda se tiver baseado em texto legal deInterpretação controvertida nos Tribunais. (O. Proc. Civ.)

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caberá matéria que não foi discutida na rescisória. urna vez que are. cisória pautou-se tãosomente na ausência de contraditório.'

XX. Rescisórias em decisões de registro no Tribunal.a. Uma vez reconhecido o vício na decisão anterior que negou registro ao ato. a mesma érescindida (jlldicill/ll rescilldells) e na mesma decisão é detenninado o registro daquele ato(jlldiciu/II rescissorilllll).b. Quando for editado novo alO e este for alegado na rescisória. Não há que se falar emrescisória. pois não há mácula na decisão anterior do Tribunal. O novo alO segue tramitaçãoprópria para seu registro. pois e trata de ato ainda não analisado pelo Tribunal. Isto posto.porque uma vez negado registro a um alo. não quer dizer que após o mesmo estar de acordocom a legislação, não possa. a pretensão do interesse, ser registrada.

XX1. O juízo preliminar de admissibilidade no pedido resci ório é monocrático que deverá verificar:a. Legitimidade do proponente:b. Prazo de 02 anos do tránsito em julgado da decisão que se pretende rescindir;c. Existência de todos os documentos essenciais à instrução da rescisória. inclusive a com­provação do trânsito em julgado da decisão:d. a admissibilidade não se aprecia o mérito, em regra não há manifestação prévia daunidade lécnica instrutiva. cabendo ao Relator analisar a estrita relação entre o alegado e afundamentação legal apontada no pedido.

XXII. Havendo pedido de liminar, o mesmo deve ser apreciado confonne o Prejulgado nO. 03 destaCorte.

a. Análise do ''fiI1lIllS bOlli juris" e do "pericullllll ill /IIora", eguindo o arl. 407-A doRegimento Interno. O relator deverá convencer-se da existência de prova inequívoca dodireito alegado e fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. Analisar se aconcessão da liminar para suspender os efeitos da decisão que se pretende ver re cindidanão trará dano ou ônus irreversível ao interesse público ou a terceiros.b. Convencido do cabimento da liminar. o Relator encaminhará o proces o a unidade instru­tiva competente e após, ao MPjTC para manifestação acerca da concessão da liminar a qualposterionnente será levada à Plenário para a concessão ou não da liminar.c. Concedida a liminar o pedido de rescisão tramita para enfrentamento do mérito com aexecução suspensa da decisão.d. Não concedida a liminar e execução da decisão prossegue e o pedido de rescisão tramitaquanto ao mérito - unidade instrutiva - MPjTC - Relator para inclusão em Pauta.

Cabem ainda. algumas considerações acerca de alegações contidas em "Pedidos de Rescisão" que in­gressaram nesta Cone desde a edição da Lei Complementar nO. I 13 e que na verdade confonne os parâmelroacima descritos e concluídos em regra não possibilitam uma rescisão da decisão do Tribunal. mas nem por is odeixam de comportar outra ação nesta Cone. Vejamos:

I) Pedido de rescisão em deci ão proferida no recurso e na deci ão originária domesmo. Claro fica a tentativa recursal, uma vez que a decisão. a qual se pretende verrescindida. deve estar maculada por um vício taxativamente previsto no dispositivolegal, e ta a e falar de uma decisão e não em rever posicionamento adorado nojulgamentos.2) Ausência de oponunização de contraditório: cabe a nulidade de ofício no proces ooriginal. Mas também pedido re cisório com base na violação literal à disposição delei:3) Anexação de tenno de cumprimento dos objetivos do convênio, ou convalidaçãoreferente a faros po teriores à decisão de desaprovação da contas, mas antes da

'Esta discussão é imperiosa, no sentido de considerar aalegaçáo de nulidade processual por violaçáo do direito ao contraditório eâ ampla detesa, nasrescisórias. Écerio que as nulidades podem ser reconhecidas de ollcio erevistas aqualquer tempo, mas nem por isso, já que se trata de vicio também porviolação ao dispositivo legal, alastável pelo caminho da açáo rescisória.

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inscrição do débito em dívida ativa: cabe na fase de execução da decisão o reconhe­cimento da ocorrência de um fato superveniente extintivo da obrigação. uma vez quetais documentos demonstram o de interesse do órgão repassador em ver o valor de­volvido. Quem conduz a fase de execução é o relator do processo original. Ficandoclaro que a convalidação do ato deverá ser feita na forma da lei4) Alteração de posicionamento do TC acerca de matéria de interpretação controver­tida como já esclarecido acima se trata de Recurso de Revisão e não Pedido Rescisó­rio. Se a interpretação era controvenida à época em que foi proferida a decisão. nãocabe rescisória por ofensa a literal disposição de lei.

Por fim. apenas aJena-se novamente para a necessidade de apreciação restritiva na admissibilidade dosPedidos Re cisórios. seguindo as definições deste Prejulgado. uma vez que a experiência tem nos mostrado queem sua maioria. os Pedidos de Rescisão são na verdade tentativas de rediscussão da matéria já corretamenteapreciada pelo Pleno. depois de findo os prazos recursais. Admitir pedidos rescisórios sem o devido embasa­mento legal adstrito nas hipóteses taxativas da lei é admitir novo recurso. o que não reflete o propósito daresci ória. Toda a doutrina processual. assim como a jurisprudência dos Tribunais Superiores restringe a admis­sibilidade das rescisórias aos fundamentos descritos na lei de forma taxativa, haja vista a natureza da re cisóriaque bu.sca retirar do mundo jurídico decisão eivada de vício (prova falsa. erro. violação de lei. parcialidade dojulgador. elemento novo não apreciado) e não reapreciação da matéria.

ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do E tado do Paraná. na conformidade com o votodo Relator e das notas taquigráficas. por unanimidade. determinar as eguinte premi. sas para análise de pedi­dos de rescisão:

I - Quando a lei estabelece a legitimidade do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas para apropositura do Pedido Rescisório entende-se exclu ivamente o Procurador Geral, não sendo excluída a possibi­lidade de delegação.

11 - A decisão cujo transcurso do biênio após seu trânsito em julgado ocorreu anteriormente à edição daLei Complementar n°. 113 não será objeto de pedido rescisório.

III - Haverá prevenção do Relator que despachar primeiro no processo quando apresentados mais de umpedido de rescisão da mesma decisão.

IV - Cabe a pane fazer prova do trân ito em julgado da decisão definitiva.V - O autor é responsável pela correta instrução do pedido resci ório contendo todas as peças necessá­

rias para a apreciação do pedido. conforme a regulamentação contida no Regimento Interno. sob pena domesmo não ser admitido. Sendo expressamente vedado o desentranhamento de documentos constantes noprocesso que culminou na decisão rescindenda. solicitado por unidades da Casa ou pelo Relator da mesma.

Vl - A causa de pedir deverá estar estritamente fundamentada em um dos incisos do anigo 77 da LeiComplementar n°. 113 reproduzido no artigo 494 do Regimento Interno.

VII - Tendo a decisão rescindenda mais de um fundamento é neces ário que todos sejam atacados.Excetuando-se neste ponto quando pane da decisão atinge terceiro interessado.

VU1 - O embasamento do Pedido Rescisório deve ser claro. ficando facultado ao Relator solicitar aemenda da inicial, no prazo de 15 dias, a fim de esclarecer o ponto em que se funda o Pedido de Resci ão. OCon elheiro ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO votou pela concessão do prazo de 30 dias.

IX - Caso a decisão ubsista independentemente da prova ser falsa ou não. não há que se cogitar apo sibilidade de recebimento do pedido rescisório.

X - Por superveniência de novos elementos de prova capazes de desconstituir os anteriormente produzi­dos entende-se como um documento desconhecido pelo Tribunal no momento da decisão. mas ex istente à épocados fatos. E também por aquele que deveria ter sido produzido à época e não foi. mas reflete fato anterior.

XI - Convalidação por fato posterior a decisão da prestação de contas não é objeto de rescisória. Podcrávir a ser considerada na fase da execução judicial da dccisão se caracterizado o rcconhecimento da ocorrênciade um fato superveniente extintivo da obrigação.

XLI - A alteração de posicionamento do Plenário não tem o condão de desconstituir elementos de prova

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~""'--------------------anteriormente produzidos.

XITI - Erro de cálculo e erro material tal qual no processo civil deve ser corrigido a qualquer tempo, sendode competência do relator da decisão onde ocorreu o erro.

XIX - Considera-se que a interpretação do inciso m do artigo 77 da Lei Complementar nO. I 13 e do incisoIn do artigo 494 do Regimento Interno de ta Casa comportam a rescisória embasada no erro de fato, la! qualapresentado pelo processo civil.

XX - São requisito para a caracterização do erro de fato: perceptível no processo anterior independentede nova produção de prova. decorrente da desatenção ou omissão do julgador quanto à prova e não do aceno oudesacerto do julgado em decorrência da apreciação da prova e nexo de causalidade entre o erro de fato e adecisão. Exige-se ainda, que a questão não tenha sido objeto de enfrentamento e discussão na decisão rescin­denda.

XXI - Cabe rescisão da decisão onde tenha havido participação direta do Conselheiro impedido oususpeito na discussão e/ou na votação da decisão.

XXII - Admite-se rescisória no caso de haver alteração de pos.icionamento do Tribunal de Contas base­ada em declaração de inconstitucionalidade de Tribunais Superiores, em forma de controle concentrado.

XXIII - No caso de decisão denegatória da aplicação de lei ou ato normativo, nos moldes do artigo 78 daLei Complementar nO. 113 e do artigo 408 do Regimento Interno também cabe rescisória.

XXIV - Quando o texto legal comportar interpretação controvertida não é possível desconstituir o julga­do, onde se aplica a Súmula nO. 343 do ST? A alteração de posicionamento do TC nestes termos comportaRecurso de Revisão.

XXV - A simples propositura do pedido rescisório não possui efeito suspensivo, portanto segue a execu­ção da decisão que se pretende rescindir.

XXVI - Conforme o Prejulgado n°. 03 desta Corte poderá ser concedida liminar com efeito suspensivoem pedido rescisório desde que cumpridas integralmente as disposições do artigo 4ü7-A do Regimento Interno.

XXVI] - O Pedido Rescisório tem natureza constitutiva negativa. cuja finalidade é a eliminação depronunciamento jurisdicional maculado por vício de extrema gravidade. Não se presta a apreciar justiça ouinjustiça da decisão, a boa ou a má interpretação dos fatos. o reexame da prova produzida.

XXVIll- As hipóteses de fundamentação para o pedido de rescisão são taxativas, portanto a interpreta­ção do artigo 494 do Regimento Interno há que ser restritiva.

XXIX - Em regra o relator do pedido rescisório também é competente para julgamento da ação que levesua decisão rescindida. Nos termos do CPC, o juiz que apreciar o pedido rescisório (jIlS rescindells), uma vezeste procedente. ou seja, desconstituída a decisão desta Casa, também apreciará a ação cuja decisão foi rescin­dida (jIlS rescissorillm) no próprio pedido rescisório.

XXX - Quando a rescisória entender pela nulidade da deci ão do Tribunal. mostra-se neces ária o retor­no dos autos ao Relator do aresto desconstituído para que ex.amine o processo a partir da nulidade do mesmo.

XXXl- Na apreciação dos atos sujeitos ao registro no Tribunal, caso seja editado novo ato não há que sefalar em rescisória. pois não há mácula na decisão anterior do Tribunal. O novo ato segue tramitação própriapara seu registro, pois se trata de ato ainda não analisado pelo Tribunal.

xxxn - Na admissibilidade não se aprecia o mérito, em regra não há manifestação prévia da unidadetécnica instrutiva, cabendo ao Relator analisar a estrita relação entre o alegado e a fundamentação legal apon­tada no pedido.

XXXIll - Da ausência de oportunização de contraditório cabe a nulidade de ofício no processo original.Mas também pedido rescisório com base na violação literal à disposição de lei.

XXXIV - A admissibilidade da rescisórias restringe-se aos fundamentos descritos na lei de forma laXa­tiva. haja vista a natureza da rescisória que busca retirar do mundo jurídico decisão eivada de vício (prova fal a,erro, violação de lei, parcialidade do julgador, elemento novo não apreciado) e não reapreciação da matéria.

• STF - Súmula 343 •Não cabe ação rescisória por ofensa aI~eral disposição de lei, quando adecisão rescindenda se liver baseado em lexto legal deinterpretação controvertida nos Tribunais. (D. Proc. Civ.)

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Votaram. nos termo acima, os Conselheiros NESTOR BAPTISTA, HENRlQUE NAIGEBOREN.ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO. HEINZ GEORG HERWIG, FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMA­RÃES, CAIO MARCIO NOGUErRA SOARES e HERMAS E RIDES BRANDÃO.

Presente o Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Comas, LAERZIO HIESORl JU­IOR.

Curitiba. 15 de março de 2007.

FERNANDO A GUSTO MELLO GUIMARÃESCon. elheiro Relator

NESTOR BAPTISTAPresidente

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Súmulas

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SÚMULA N° 01

Enunciado: "Preferência pela utilização da Concessão de Direito RealUso, em substituição a maioria das alienações de terrenos públicos, emrazão de sua vantajosidade, visando fomentar à atividade econômica,observada prévia autorização legislativa e licitação na modalidade con­corrência, exceto nos casos previstos no art. I7, inciso I, alínea "r' daLe.i n°. 8.666193. Caso o bem não seja utilizado para os fins consignadosno contrato pelo concessionário, deverá reverter ao patrimônio públi.co."

Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno

Incidente: Súmula

Assunto: Doação de imóveis urbanos à particulares

Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Protocolo n° 5 I3170/06

Relator: Conselheiro Artagão de Mattos Leão

Decisão: Acórdão nO 1865/06 - Tribunal Pleno

Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária n° 44 de 07/12/06

Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n081 de 12101/07

ACÓRDÃO N° 1865/06 - Tribunal Pleno

PROCESSO °J TERESSADOASSUNTORELATOR

513170/06TRfBUNAL DE CO TAS DO ESTADO DO PARANÁPROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULACONSELHEIRO ARTAGÃO DE MArrOS LEÃO

RELATÓRIO

Por imernlédio do ofício nO. 2324/2006. da lavra de Sua Excelência o Senhor Presidente do Tribunal deContas do Paraná. Conselheiro Heinz Georg Herwig. foi solicitada à Coordenadoria de Jurisprudência e Biblio­teca a elaboração de projeto de enunciado de súmula a respeito da doação de imóveis urbanos à particula­res e sobre a ne.gativa de resposta à consulta em caso concreto.

O presente proce so cinge·se ao tema doação de imóveis urbanos à particulares.A solicitação exarada pela presidência da Casa lastreou-se nos arls. 166. XI e 199. ambos do Regimento

Interno da Corte de Contas do Paraná.De posse do presente processo a Coordenadoria em questão elcncou os precedentes havidos na Casa.

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adrede a matéria ora em análise, apresentando a seguinte proposta de enunciado:"Possibilidade da Concessão de Direito Real de Uso de imóveis públicos, com a

finalidade de fomento à atividade econômica, desde que haja prévia autorização legal e odevido procedimento Iicitatório. O imóvel reverterá à administração concedente se ocessionário ou seus sucessores não lhe derem o uso prometido ou se desviarem de suafinalidade contratual".

De posse da proposta, o senhor presidente exarou despacho de fls. 79 V., no qual detenninou que oprocesso fosse autuado como Projeto de Enunciado de Súmula. nos precisos termos do art. 200 do ato normativointerno acima já citado.

Encaminhado à Diretoria Jurídica, esta analisou a matéria, lançando o parecer nO. 1536l/06. no qualentendeu que o projeto de súmula apresentado se encontra em consonância com a legislação e, por conseqüên­cia em condições de ser apreciado pelo Tribunal Pleno.

O Ministério Público de Contas exarou o parecer nO. 19617/06, no qual ponderou que o projeto de súmulaapresenta os elementos processuais que lhe concedem fundamento de validade, ou seja, está presente o funda­mento legal; inúmeros precedentes da Corte de Contas e motivos de conveniência e oportunidade para suaemissão, em razão da manifestação do conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães, na sessão ordinária denúmero 35. de 14 de setembro de 2006, razão pela qual opinou pela legalidade do procedimento e apreciação doPlenário.

DO VOTO

Da proposta de enunciado de súmula ora apresentada, acredita-se que o seu ponto nuclear prende-se autilização de bens imóveis públicos pelos particulares.

Inicialmente, importante destacar que a natureza funcional do liame mantido entre a Administração Públi­ca e os bens públicos é que baliza sua utilização.

Marçal Justen Filho assevera que "Em princípio, os bens devem ser utilizados de acordo com as suascaracterísticas, em vista da satisfação da necessidades coletivas atribuídas ao Estado". E mais, "A regra é queos bens de uso comum do povo sejam utilizáveis por todos do povo, diversamente do que se passa com os bende uso e pecial. Quanto a esses, a regra é a utilização exclusiva pela Administração Pública. Por fim, os bensdominicais podem ser utilizados pela Administração inclusive para obtenção de resultado econômicos, o quesupõe a possibilidade de sua fruição pelos particulares". (Grifou-se).

Dessarte, com a possibilidade dos bens públicos dominicais serem passíveis de fru.ição por parte departiculare , e con iderando a caudalosa e reiterada manifestação do Tribunal Pleno da Corte de Contas doParaná, juntadas aos autos ora em comento, verifica-se que o instituto jurídico eleito e próprio de direito privadoa ser utilizado in caSII, objetivando a substituição da alienação do bem público é a concessão de direito realde uso.

Cumpre-se destacar que o art. 7° do Decreto-lei n°. 271/67 previu a possibilidade de instituição de "con­cessão de uso de terrenos públicos ou particulares. remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado.como direito real resolúvel, para fins específicos de urbanização, industrialização, edificação. cultivo da terra, ououtra utilização de interesse social". Por sua vez, o ano 8° autoriza a concessão de uso do espaço aéreo corres­pondente aos terrenos referidos no dispositivo anterior.

Segundo Marçal Juslen Filho'A peculiaridade reside, então, na configuração de um direito real. subordi­nado aos princípios do direito civil. O aspecto mais significativo se afigura na impossibilidade de resolução daoutorga em virtude de razões de conveniência administrativa (an. 8°, § 3°) e a possibilidade de sua transferênciaa terceiros (an. 8°, § 4°).

Nesse passo cabe-se trazer a lume o disposto no ano 17, § 2° da Lei n°. 8.666/93 que assim disciplina:"A Administração poderá conceder direito real de uso de bens imóveis. dispensada licitação. quando o uso

se destina a outro órgão ou entidade da Administração Pública".Portanto, a regra para se conceder direito real de uso sobre bem imóvel, é a observãncia de prévio

procedimento licitalório, na modalidade concorrência, excetuando-se o disposto no parágrafo anterior, comotambém nos casos de bens imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas

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habitacionais de interesse social, por órgãos ou entidades da Administração Pública especificamente criadospam esse fim, conforme bem determina o ano 17. inciso l. alínea "f' da Lei n°. 8.666193.

Do acima exposto, e considerando o mais que consta dos julgamentos já proferidos por esse Tribunal deContas. apresenta·se a seguinte proposta de enunciado de súmula, em substituição a apre entada peja Coorde­nadoria de Juri prudência e Biblioteca, a saber:

Preferência pela utilização da Concessão de Direito Real Uso, em substituição amaioria das alienações de terrenos públicos, em razão de sua vantajosidade, visandofomentar à atividade econõmica, observada prévia autorização legislath'a e licitação namodalidade concorrência, exceto nos casos previstos no art. 17, inciso I, alínea "r' daLei n". 8.666193. Caso o bem não seja utilizado para os fins consignados no contrato peloconcessionário, deverá reverter ao patrimônio público.

É a proposta que se submete aos integrantes do Tribunal Pleno.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de PROJETO DE E,protocolados sob n° 513170/06,

ACORDAM

ClADO DE SÚM LA

OS MEMBROS DO TRffiU AL PLENO, nos termos do voto do Relator. Conselheiro ARTAGÃO DEMATTOS LEÃO. por unanimidade em:

Aprovar a proposta de enunciado de súmula. em sub tituição a apresent,1da pela Coordenadoria de Juris­prudência e Biblioteca. a saber:

"Preferência pela utilização da Concessão de Direito Real Uso, em substituição a maioria dasalienações de terrenos públicos, em razão de sua vantajosidade, visando fomentar à atividade econô­mica, observada prévia autorização legislativa e licitação na modalidade concorrência, exceto noscasos previstos no art. 17, inciso 1, alínea "f" da Le.i n°. 8.666193. Caso O bem não seja utilizado paraos fins consignados no contrato pelo concessionário, deverá reverter ao patrimônio público."

Votaram, nos termos acima, os Conselheiro ESTaR BAPTISTA. ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO,HE RIQUE AJGEBOREN, FERNA DO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES e CAIO MARCIa NO­GUEIRA SOARES e o Auditor JAIME TADEU LECHINSKI.

Pre ente a Procurador.! Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. ANGELA CASSIACOSTALDELLO.

Sala das Sessões. 7 de dezembro de 2006 - Sessão nO 44.

ARTAGÃO DE MATTOS LEÃOConselheiro Relator

HEINZ GEORG HERWIGPresidente

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SÚMULA N° 02

Enunciado: "A ausência de estorno do creditamento realizado pela alí­quota maior do ICMS em operações que envolvam produtos compo­nentes da cesta básica não configura ofensa à Lei Estadual 11.580/1.996,sendo legítimo o aproveitamento do respectivo crédito."

Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno

Incidente: Súmula

Assunto: Legitimidade do creditarnento integral do ICMS pago nas aquisições de produtos da cesta básica,cujas saídas se deram com redução da base de cálculo.

Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Protocolo nO 563895/06

Relator: Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães

Decisão: Acórdão nO 27/07 - Tribunal Pleno

Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária nO 02 de 18/0 I/07

Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n083 de 26/0 I/07

ACÓRDÃO n° 27/07 - Pleno

PROCESSO N.oINTERESSADOASSUNTORELATOR

563895/06TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULACONS. FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES

EMENTA: PROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULA - Aquisiçãode Produtos da Cesta Básica. Benefício Fiscal. Diferença de Alíquota.Creditamento do ICMS. Estorno Proporcional não Obrigatório. exis­tência de decisão em incidente de Uniformização de Jurisprudência ­aprovação do enunciado.

Vistos, relatados e discutidos estes autos

RELATÓRIO

Versa o presente expediente acerca de projeto de enunciado de súmula. apresentado pela Coordenadoriade Jurisprudência e Biblioteca, com fundamento no artigo 155, § 2°, m, da Constituição Federal, na LeilPR9.870/1.99 I e no Decreto/PR 1.26212.003 e na esteira da decisão proferida no processo de uniformização de

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jurisprudência 30297812.006 (Acórdão 1.31012.006), nos seguintes termos:

"Nos julgamentos de recursos fiscais que se envolverem empresas que comercializem produtos dacesta básica, passam a desconstituir os autos de infraçcio lavrados sobre as operações nas quais ocontribuime deixou de Jazer o estorno proporcional ao crédito'"

A Diretoria de Contas Estaduais (lnfornlação 915/2.006 - folhas 22) "ratifico o el1lendimemo confor­me Acórdão 1310/06 - Tribunal Pleno, bem comO O proposta de enuuciado de súmula coustame nasautos" .

A Diretoria Jurídica (parecer 17.27512.006 - folhas 23/25) e o Ministério Público de Contas (Parecer22.4l8/2.oo6 - folhas 26/28) entendem que a redação do enunciado "mostra-se pertineme e retrata o emen­dimenlO reiterado dado por este Tribunal de Con/(ls".

VOTO E FUNDAME 'TAÇÃO

Com vênia à orientação esposada pelos órgãos instrutivos, entendo que o enunciado alvitrado pela Coor­denadoria de Ementário e Jurisprudência, ainda que de acordo com a orientação vigente nesta Corte. reclamamaior detalhamento em alguns aspectos, pelo que se propõe redação sensivelmente diferente:

"A ausência de estorno do credilamento realizado pela alíquota maior do ICMS em operações que envol­vam produto componentes da cesta básica não contigura ofensa à Lei Estadual J 1.580/1.996. endo legítimo oaproveitamento do respectivo crédito."

Uma vez que a questão trata de solução adotada reiteradamente por esta Corte, consoante inclusivedecisão em uniformização de jurisprudência, perfazendo o requisito para a emissão de súmula. nos termos acimaexpostos voto pela aprovação do respectivo enunciado.

ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, na conformidade com o votodo Relator e das notas taquigráficas. por unanimidade. aprovar o projeto de enunciado de súmula.

Votaram, nos termos acima, os Con elheiros HENRIQUE NAIGEBOREN, HElNZ GEORG HERW1G,FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES e CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARES e os AuditoresIVENS ZSCHOERPER UNHARES e JAIME TADEU LECHJNSKI.

Presente a Procuradora Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ANGELA CASSlACOSTALDELLO.

Curiliba. 18 de janeiro de 2007.

FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃESCon elheiro Relator

NESTOR BAPTISTAPresidente

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SÚMULA N° 03

Enunciado: "As consultas que versarem sobre caso concreto não se·rão admitidas por este Tribunal, salvo se tratarem de assunto de rele·vante interesse público, devidamente motivado, situação em que delasse poderá conhecer, desde que satisfeitos todos os requisitos para asua admissibilidade, constituindo-se a resposta em apreciação de tese,mas não de caso concreto. "

Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno

Incidente: Súmula

Assunto: Admissibilidade de consulta - negativa de conhecimento em caso concreto

Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Protocolo n° 513162/06

Relator: Auditor Thiago Barbosa Cordeiro

Decisão: Ac6rdão n° 287/07 - Tribunal Pleno

Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária nO 10 de 15103/07

Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n"94 de 13/04107

ACÓRDÃO N° 287107 - Tribunal Pleno

PROCESSO N °INTERESSADOASSUNTORELATOR

513162106TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULAAUDITOR THIAGO BARBOSA CORDEIRO

Ementa: Projeto de Enunciado de Súmula. Admissibilidade de consul·tas: negativa de conhecimento em caso concreto, salvo relevante inte·resse público, devidamente motivado, conforme art. 38 da Lei Com­plementar nO 113/05 e art. 311 do Regimento Interno.

RELATÓRIO

Trata-se de Projeto de Enunciado de Súmula, de iniciativa da Presidência deste Tribunal, referente ànegativa de resposta à consulta em caso concreto,

Atendendo aos ternlOS do ano 199 do Regimento Interno de te Tribunal de Contas, a Coordenadoria deJurisprudência e Biblioteca apresenta, às ns. 03 a 05, ua proposta, nestes termos:

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"As consultas serão respondidas se formuladas em tese, não sendo conhecidas quando versa·rem sobre caso concreto. Excepcionalmente, havendo relevante interesse público, devidamentemotivado, a consulta que versar sobre dúvida quanto à interpretação e aplicação da legislação, emcaso concreto, poderá ser conhecida, mas a resposta oferecida pelo Tribunal de Contas será sempreem lese."

Quanto às razões de conveniência e oportunidade exigidas pelo § 2° do art. 199 para a edição da Súmula.aduz a referida Coordenadoria que "obse'Talllos. através de nosso Trabalho de orga,lizaçtio da jurispfll'dê"cia no âmbito desta Corte de Contas. O grande número de processos que tramitam e têm como resu/­tado final IltiO serem cOllhecidos por Tratarem de caso concreto",

Como precedentes, aquela Unidade cita e anexa os textos de 23 julgamentos exarados em 2006. às fls. 09a 66.

A Diretoria Jurídica, por meio do Parecer n° 15425/06, fls. 71 a 73. de autoria da As essora JurídicaDaniele Carriel Stradiono. faz análise detalhada das formalidades e pré·requisitos do projeto. manife tando- epela conformidade do mesmo à legislação de regência. opinando pela sua submissão à deliberação do TribunalPleno. apó o prévio encaminhamento de cópias ao Conselheiro e Auditores para conhecimento prévio damatéria, confomle previsto no Regimento lntemo.

Já o Ministério Público de Contas. por meio do Parecer nO 19611/06. fls. 74 a 75. da lavra da i. Procura·dora·Geral Angela Cassia CostaldeUo, afirma que o projeto de Súmula em exame apresenta os elementosprocessuais que lhe dão suporte de validade: fundamento legal. inúmeros precedentes desla Corte e expo içãodos motivos de conveniência e oportunidade para sua emi ão.

Pondera que a negativa de resposta à consulta em caso concreto é "Iema ainda recorrente !lOS

procedimell1os que Iramitam nesta Casa e que sobre ele, hâ mui/o, e incomáveis vezes, lem decidido esteTribunal". Opina que, não obstante tal fato, "a lIecessidade de sUlIlulaç<io do assunlo é de imp0r/linciainqueSTionável e. portamo. louvável o Trabalho deflagrado pela Coordenadoria de Jurisprudência eBibliOTeca que, a par de cumprir sua compeTência legal (arTigo 166. inciso XI, do RI), agilizará sobrema­neira as fUllções dos demais Setores e norTeará a busca de orielltação pelos órgiios e elites fiscalizadospelo Tribunal de Comas do Estado do Paraná".

Finalmente. entende que a redaÇ<10 do enunciado ;, ser submetido ao Plenário mostra-se pertineme eretrata o emendimemo reiterado dado por este Tribunal de Contas à matéria.

Desta forma. opina pela legalidade do procedimento e apreciação do Plenário. uma vez pre emes ospressupostos fomlais e materiais do procedimento, alertando para o devido cumprimento do ano 20 I.

Dando atendimemo à previsão regimental do art. 191 deste Tribunal. foram enviadas por este Relatorcópias do projeto de súmula a todo os Conselheiros e Auditores deste Tribunal. para conhecimento da matéria.assim como para a Procuradora-Geral do Ministério Público de Contas, DI" Angela Cassia CoswldeJlo. a qual foia única a encaminhar uma sugestão para pequena alteração no texto,

PROPOSTA E FUNDAMENTAÇÃO

Conforme atestam a Diretoria JurídiC<1 e o Mini tério Público de Contas. foram satisfatoriamente cumpri·dos os requisitos legais e regimemais que di põem sobre a iniciativa. justificativa e tramitação de projetos desúmula por este Tribunal de Contas. tendo o procedimemo prévio à otação sido ultimado com 11 encaminhamen­to do projeto de súmula aos julgadores.

Quanto ao enunciado pretendido. entende-se que sua utilidade erá limitada. uma vez que. em tennos deconteúdo. pouco pode ser acrescentado aos requisitos de admissibilidade previstos na Lei Complementar n° I 1312005 (an. 38) e no Regimemo lmemo (an. 311).

De fato, não se trata de estabelecer diretriz ou elencar exaustivamente situaçõe capazes de suprir apriori o juízo - exercido monocrática e provisoriamente pelo relator - sobre a necessária abstração temática daconsulta e sobre a incidência eventual de "relevante imeresse público" que justificam seu conhecimento quandoalinente a caso concret'o.

Cuida·se, no caso, de transmitir c1arameme aos órgãos e entes fiscalizados o posicionamemo reiterado

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~--------------------:de te Tribunal no trato da matéria. de modo a induzir que as futuras indagações e dúvidas sejam fonnuladas emtennos abstratos. para que sejam conhecidas e respondidas. proporcionando ganhos para todas as parte' envol­vidas no processo. em especial para esta Casa. pela diminuição do manejo de protocolados inde idos.

Em relação ao texto, com a honrosa colabomção da Procuradora-Geral do Ministério Público de Con­tas. DI" Angela Cassia Costaldello, propomos pequena modificação na estrutura do Projeto de Súmula apresen­tado, na tentativa de tomar mais direto seu entendimento e apreensão, a fim de evitar eventuais equívocos deinterpretação:

"As consultas que versarem sobre caso concreto não serão admitidas por este Tribunal, salvose tratarem de assunto de relevante interesse público, devidamente motivado, situação em quedelas se poderá conhecer, desde que satisfeitos todos os requisitos para a sua admissibílídade, cons­tituindo-se a resposta em apreciação de tese, mas não de caso concreto. "

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de PROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULAprotocolados sob nO 513162/06,

ACORDAM

OS MEMBROS DO TRIBUNAL PLENO. nos tennos do voto do Relator. Auditor THIAGO BARBO­SA CORDEIRO por delegação do Conselheiro FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES, por unani­midade em:

Aprovar o Projeto de Enunciado de Súmula. e propor pequena modificação na estrutura do Projeto apre­sentado, na temativa de tomar mais direto seu entendimemo e apreensão. a fim de evitar eventuais equívocos deinterpretação:

"As consultas que versarem sobre ca o concreto não serão admitidas por este Tribunal, salvo se trataremde assumo de relevame imeresse público. devidamente motivado. situação em que delas se poderá conhecer.desde que satisfeitos todos os requi ilos para a sua admissibilidade. con tituindo-se a resposta em apreciação detese. mas não de caso concreto...

Votaram. nos tennos acima. os Conselheiros ESTOR BAPTISTA, HENRIQUE AlGEBORE .ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO, HEINZ GEORG HERWIG. FERNANDO AUG STO MELLO GUIMA­RÃES. CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARES e HERMAS EURIDES BRA DÃO.

Presente o Procurador do Ministério Público jumo ao Tribunal de Contas. LAERZIO CHIESORI JU­NIOR.

Sala das Ses 'ões, 15 de março de 2007 - Sessão nO JO.

THIAGO BARBOSA CORDEIRORelalor

NESTOR BAPTISTAPresidente

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J1lIl1S.eB.UIlÊ'-- ,

SÚMULA N° 04

Enunciado: "A comprovação da regularidade fIScal da empresa, na fasede babilitação em processo licitatório, não elide a necessidade de apre­sentação da Certidão Negativa de Débito específica da obra, emitidapelo INSS, para aprovação das contas em processos pendentes de jul­gamento, contratados a partir de 10 de janeiro de 2005. Os demais pro­cessos, anteriores à 10 de janeiro de 2005, em trâmite neste Tribunal,poderão ser aprovados com ressalva".

Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno

Incidente: Súmula

Assunto: Certidão Negativa de Débito Específica de Obra, fornecida pelo INSS para aprovação da prestaçãode contas em processos pendentes de julgamento, contratados a partir de 10 de janeiro de 2005.

Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Protocolo nO 588367/06

Relator: Conselheiro Artagão de Mattos Leão

Decisão: Acórdão n° 337/07 - Tribunal Pleno

Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária n° 12 de 29/03/07

Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n"95 de 20/04/07

ACÓRDÃO N° 337/07 - Tribunal Pleno

PROCESSO N °lNTERESSADOASSUNTORELATOR

588367/06TRmUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁPROJETO DE ENU ClADO DE SÚMULACONSELHEIRO ARTAGÃO DE MAITOS LEÃO

Ementa: Projeto de Enunciado de Súmula. Objeto: Certidão Negativa de Débito Específica de Obra,fornecida pelo lNSS para aprovação da prestação de contas em processos pendentes de julgamentO, contrata­dos a partir de I° de janeiro de 2005. Legalidade procedimental. Aprovação do Enunciado de SÚmuJa.

RELATÓRIO

Versa o presente expediente sobre Projeto de Enunciado de Súmula apresentado pela Coordenadoriade Jurisprudência e Biblioteca do Tribunal de Contas do Paraná, em decorrência do contido no Acórdão n°.1365/06 do Tribunal Pleno, no qual fui relator, que posicionou-se a respeito de Incidente de Uniformização deJurisprudência, tendo por suposto matéria con'elata, considerando que a Súmula decorre da Unifonnização.

114 Revista do Tribunal de Contas - PA In-l60 IFevereíro 3 Maio de 2001

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L

~""------------------Com efeito, a matéria tratada na referida Uniformização de Jurisprudência teve a seguinte ementa: Ne­

cessidade de apresentação da certidão negativa de débilO específica da obra pública emitida pelo INSS, comodocumento indispensável para a aprovação das contas. Fixando-se no acórdão retromencionado que os proces­sos anteriores a I° de janeiro de 2005. em trâmite na Corte de Contas, poderão ser aprovados com ressalva, casonão po suam a referida cel1idão.

Pois bem! A matéria seguiu as demarches procedimentais de estilo sofrendo, inicialmente, o crivo daDiretoria Jurídica que exarou o parecer n°. 316/07, no qual propôs pequena alteração a redação apresentadapara o Enunciado, qual seja:

"A certidão negativa de débilO específica para obra pública emitida pelo INSS é documento indispensávelpara a aprovação das contas nos processos pendentes de julgamento, contratados a partir de I° de janeiro de2005".

Em seqüência opinou que o projeto encontra-se em conformidade com a legislação adrede a matéria e,portanto. podendo ser submetida ao exame do Tribunal Pleno.

o Ministério Público de Contas analisou a matéria lançando o parecer n°. 801/07, no qual ponderou que amelhor redação para o Enunciado de Súmula, tendo em vista o discutido no Incidente de Uniformização deJurisprudência é a seguinte:

"A comprovação da regularidade fiscal da empresa, na fase de habilitação em processo licitatório, nãoelide a necessidade de apresentação da Certidão Negativa de Débito específica da obra, emitida pelo INSS,para aprovação das contas em processos pendente.s de julgamento, contratados a partir de I° de janeiro de 2005.Os demais processos, anteriores à I° de janeiro de 2005, em trâmite neste Tribunal, poderão ser aprovados comressalva".

Sendo assim, entendendo presentes os pressupostos formais e materiais deste procedimento opinou pelasua legalidade e apreciação do Plenârio.

VOTO

De todo o exposto claro se afigura que a proposta de redação de Enunciado de Súmula apresentadopela ilustre Procuradora-Geral é o que realmente se adequa ao discutido na sessão do Tribunal Pleno queoriginou na edição do Acórdão nO. 1365/06, uniformizando a jurisprudência a respeilO da matéria, ou seja,uma coisa é a Administração Pública licitante exigir dos proponentes para a sua habilitação prova deregularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS, demon ­trando situação regular no cumprimento dos encargos sociai instituídos por lei (art. 29, IV da Lei n°.8.666/93) e outra coisa é a necessidade de apresentação da Certidão Negativa de Débito específica daobra, emitida pelo INSS, para aprovação da contas em processos pendentes de julgamento, contratados apartir de 1° de janeiro de 2005.

Dessarte, encampa-se a proposta e Enunciado de Súmula apresentado pelo Ministério Público de Contas,razão pela qual VOTO pela sua aprovação.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de PROJETO DE ENUNCIADO DE SÚMULAprotocolados sob nO 588367/06,

ACORDAM

OS MEMBROS DO TRIBUNAL PLENO, nos termos do voto do Relator, Conselheiro ARTAGÃO DEMATTOS LEÃO, por unanimidade em:

Revista do Tribunal de Contas - PR InO 160 IFevereiro a Maio de 2007 115

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Aprovar a proposta e Enunciado de Súmula apresentado pelo Mini tério Público juOlo a eSle Tribunal.Votaram, nos termos acima. os Conselheiros NESTOR BAPTISTA, HENRIQUE NAIGEBOREN,

ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO, HEINZ GEORG HERW1G, CAlO MARCIO OGUEIRA SOARES eHERMAS EURIDES BRANDÃO e o Auditor THIAGO BARBOSA CORDEl.RO.

Presente a Procur.1dora Geral do Ministério Público juOlo ao Tribunal de Contas, ANGELA CASSIACOSTALDELLO.

Sala das Sessões, 29 de março de 2007 - Ses ão nO 12.

ARTAGÃO DE MATTOS LEÃOConselheiro Relator

NESTOR BAPTISTAPre idenle

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SÚMULA N° 05

Enunciado: 'São legais para fins de re.gistro as admissões de pessoal,estaduais e municipais, anteriores ao ano de 2.000, inclusive as relati­vas ao artigo 70 da Lci Estadual nO 10.219/92, em decorrência dos prin­cípios da segurança jurídica e da boa fé."

Órgão Colegiado de Origem: Tribunal Pleno

Incidente: Súmula

Assunto: Legalidade das admissões de pessoal relativa ao ano 70, da Lei 10.219/92 e das admissões depessoal. estaduais e municipais. anteriore a 2000.

Autuação do Projeto de Enunciado de Súmula: Prolocolo nO 563909/06

Relator: Conselheiro Caio Márcio Nogueira Soares

Decisão: Acórdão n° 359/07 - Tribunal Pleno

Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária n° 12 de 29/03/07

Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: n"95 de 20/04/07

ACÓRDÃO ° 359/07 - Tribunal Pleno

PROCESSO N °ORJGEMINTERESSADOASS NTORELATOR

563909/06TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARA ÁTRJBU AL DE CO TAS DO ESTADO DO PARA ÁPROJETO DE ENU CIAOO DE SÚMULACO SELHEIRO CAIO MARCia OGUElRA SOARES

Projeto de enunciado de súmula. Processo de uniformização de juris·prudência n° 36352-7/06-TC, Acórdão n° 1411/06-Pleno. Questões re­lacionadas a ausência de regislro de admissões de pessoal. Aprovaçãodo Projeto.

RELATÓRIO

Tratam os presente auto, de "Projeto de Enunciado de Súmula", elaborado pela Coordenadoria deJurisprudência e Biblioteca - CJB -, referente ao processo de Uniformização de Jurisprudência n° 36552-7/06­TC, aprovado pelo Acórdão n° 1411/06-Pleno, relativo a questões relacionadas a ausência de registro de admis­sões de pessoa I.

A Coordenadoria apresentou a eguime proposta de enunciado:Admissões de pessoal relati"as ao art. 70. da Lei 10,2/9192. são "álidas e legais.

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~I.....-_--------------Admissões de pessoal realizadas pela Administração Pública Estadual ou Municipal ( direta ou

indireta) ameriores ao ano de 2()()(), são "álidas e legais. para fins de registro, com fulcro nos princípiosda segurança jurídica e da boa fé.

A DirelOria Jurídica após hislOriar que os autos obedeceram o trâmite regimental e con iderar sobre oquontm especial para decisão da matéria, no que se refere a Proposta formulada, entende como pertinente asua complementação, que deverá constar da mesma que se tratam daquelas admissõe não registradas nestaCorte de Contas, mencionando que a análise se dará por ocasião do exame da aposentadoria ou pensão. Assim,O Enunciado teria a seguinte redação:

"Aposentadorias e Pensões de servidores cujas admissões de pessoal. realizadas pela Administra­ção PLÍblica Estadual ou Municipal (direta ou indireta). anteriores ao ano de 2000. nào foram registra­das nesta Corte de Comas. são válidas e legais para .fins de registro, com fulcro nos princípios dasegurança jurídica e da boa fé. .,

Destaca, finalmente. a Diretoria, que as admissões de pes oal cujo registro foi negado por e ·te Tribunal nãoestão contempladas no aludido di positivo, até por questão de coerência, uma vez que se o Tribunal entendeu pornegar registro a admi são não faria sentido avalizar po 'teriormente procedimento que entendeu incorreto.

O Ministério Público junto a e te Tribunal. como única ob ervação a ser feita. considera que a redação doenunciado apresenta-se demasiado longa e. portanto. inadequada a constituir ementa. Assim. propugna por umaterceira redação. no seguintes termos:

Sào legais para fins de registro as admissões de pessoal. estaduais e Illlmicipais. ameriores ao anode 2.000. inclusive as relativas ao artigo 70 da Lei Estadual n° /0.2/9192. em decorrência dos princípi­os da segurança jurídica e da boa fé,

Ao final. opina pela legalidade do procedimento e apreciação do Plenário.

VOTO

Diante do exposto. obedecida todas as fom13lidades legais e regimentais na tramitação dos presentesautos. voto pela aprovação do presente projeto de enunciado de súmula. com a redação apre entada pela nobreProcuradora Geral do Ministério Público de Contas. por explicar. de modo abreviado e apropriado, o conteúdo daUniformização de Jurisprudência em questão.

VISTOS, relamdos e discutidos estes autos de PROJETO DE Eprotocolados sob nO 563909/06,

ACORDAM

ClADO DE SÚMULA

OS MEMBROS DO TRJBU AL PLENO. nos tennos do voto do Relator, Conselheiro CAIO MAR­CIO NOGUEIRA SOARES. por unanimidade em:

Aprovar o presente Projeto de Enunciado de Súmula. com a redação apresentada pela nobre Procurado­ra Geral do Ministério Público junto a este Tribunal. por explicar. de modo abreviado e apropriado. o conteúdo daUnifonnização de Jurisprudência em questão.

Votaram. nos termos acima. os Conselheiros NESTOR BAPTISTA, HENRIQUE NAIGEBORE ,ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO. HEINZ GEORG HERWIG, CAIO MARCIO OGUEIRA SOARES eHERMAS EURJDES BRANDÃO e o Auditor THIAGO BARBOSA CORDEIRO.

Presente a Procuradora Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. A GELA CASSIACOSTALDELLO.

SaI.a das Sessões. 29 de março de 2007 - Sessão n° 12.

CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARESConselheiro Relator

NESTOR BAPTISTAPresidente

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íNDICE

Súmulas e Prejulgados do Tribunal de Contas do Estado do Paraná

Prejulgado nO OI 86

Prejulgado nO 02 89

Prejulgado n° 03 93

Prejulgado nO 04 95

Súmula nOOI 106

Súmula ,,°02 109

Súmula n003 III

Súmula nO 04 114

Súmula ,,0 05 117

120 ReVIsta do Tribunal de Contas - PR I n" 160 I fevereiro a Ma}O de 2007

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