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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFBV – WYDEN CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – CPPA MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO REDESENHO DE PROCESSOS DE SERVIÇOS, NA EXPERIÊNCIA DE COMPRA DO CONSUMIDOR EM VAREJO E SUA RECOMENDAÇÃO, UTILIZANDO TÉCNICAS DE ANÁLISE DE VÍDEO. NABYAEL REGINALDO DE BARROS ORIENTADOR: PROF. DR. MARCUS AUGUSTO VASCONCELOS ARAÚJO Recife 2019

2019.09.15 - Dissertação NABYAEL BARROS · $%675$&7 ,q wkh uhwdlo vwruh wkh dgrswlrq ri qhz whfkqrorjlhv kdv ehhq xvhg wr dwwudfw fxvwrphuv dqg dovr wr fuhdwh surfhvvhv dqg

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFBV – WYDEN

CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – CPPA

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO REDESENHO DE PROCESSOS DE

SERVIÇOS, NA EXPERIÊNCIA DE COMPRA DO CONSUMIDOR EM VAREJO E

SUA RECOMENDAÇÃO, UTILIZANDO TÉCNICAS DE ANÁLISE DE VÍDEO.

NABYAEL REGINALDO DE BARROS

ORIENTADOR: PROF. DR. MARCUS AUGUSTO VASCONCELOS ARAÚJO

Recife

2019

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NABYAEL REGINALDO DE BARROS

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO REDESENHO DE PROCESSOS DE SERVIÇOS,

NA EXPERIÊNCIA DE COMPRA DO CONSUMIDOR EM VAREJO E SUA

RECOMENDAÇÃO, UTILIZANDO TÉCNICAS DE ANÁLISE DE VÍDEO.

Dissertação apresentada como requisito complementar

para obtenção do grau de Mestre em Gestão Empresarial

do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em

Administração – CPPA, do Centro Universitário

UniFBV – Wyden, sob orientação do Prof. Dr. Marcus

Augusto Vasconcelos Araújo.

Recife

2019

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Catalogação na fonte - Biblioteca do Centro Universitário UniFBV | Wyden, Recife/PE

B277a Barros, Nabyael Reginaldo de. Avaliação da influência do redesenho de processos de serviços,

na experiência de compra do consumidor em varejo e sua recomendação, utilizando técnicas de análise de vídeo. / Nabyael Reginaldo de Barros – Recife : UniFBV | Wyden, 2019. 122 f. : il.

Orientador(a): Marcus Augusto Vasconcelos Araújo.

Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Centro Universitário UniFBV | Wyden.

1. Varejo. 2. Experiência do consumidor. 3. Service

design. 4. Bigdata. 5. Vídeo Analítico. 6. Intenção de recomendação. I. Título.

DISS 658[19.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca.

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Dedico

Aos meus pais Maria José e Reginaldo (in memoriam),

À minha esposa Juliana,

Aos meus filhos Gabriel e Maria Luiza,

E a toda minha família e amigos.

Sem vocês, a construção deste trabalho não seria possível!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, quem criou e mantém todas as coisas, fonte de toda sabedoria.

Aos familiares em especial minha mãe Maria José e meu pai Reginaldo (in memoriam) que

sempre me ensinaram o caminho do amor e da superação. Meu pai, meu grande herói, pode

ainda em vida me ver iniciar o mestrado, mas foi chamado para alegrar o céu. Sei que estava

no outro plano orando e torcendo por mim durante toda essa trajetória.

À minha esposa Juliana Souto que sempre esteve ao meu lado suportando minhas angústias e

aborrecimentos (e não foram poucas vezes!). Você é minha parceira de todas as horas.

Ao meu filho Gabriel que já adolescente sempre me incentivou e apoiou durante essa jornada,

debatendo informações comigo e corrigindo erros gramaticais deste trabalho. E minha filha

Maria Luiza, que mesmo criança, cada vez que entrava no meu escritório não era um incomodo,

mas sim aquela fonte de energia extra que faltava para passar a noite estudando.

Ao meu Professor e Orientador, Marcus Augusto V. Araújo, pela oportunidade de realizar este

trabalho ao lado de pessoas que transpiram conhecimento, por todo apoio e tempo dedicado.

Aos demais professores deste Mestrado, em especial à paciente Hajnalka Halasz, à sempre

motivadora Maria Auxiliadora Diniz e a Amanda Aires pelo entusiasmo com a minha

dissertação.

Finalmente e não menos importante, agradeço aos amigos de turma que fiz durante essa

caminhada, em especial Heverton, Filipe e Aldenora.

A todos, a minha eterna gratidão!

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“Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam

orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes.

É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente

a cabeça para o céu, enquanto que as cheias as baixam

para a terra, sua mãe.”

Leonardo da Vinci

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RESUMO

No ambiente de loja física em varejo, a adoção de novas tecnologias tem sido utilizada para a

atração de clientes e também na criação de processos e melhor experiência do consumidor,

visando a uma maior probabilidade de recomendação da loja por parte do cliente. Através da

utilização do modelo Multilevel Service Design (MSD) buscou-se redesenhar os processos de

serviços em um ambiente de loja física com a finalidade de compreender a necessidade do

cliente e repensar como gerar uma melhor experiência de consumo. Durante a utilização do

modelo MSD foram aplicados técnicas de análise de vídeo na geração de dados do ambiente de

loja varejista, suportando os gestores na tomada de decisão para busca de melhorias no ambiente

interno, atendimento e prover melhores promoções e sortimentos de produtos na loja. Buscou-

se nesta pesquisa associar as dimensões da experiência do consumidor com a intenção de

recomendação dos clientes de duas lojas varejistas da mesma rede, sendo uma loja sem

mudança de layout (não houve tratamento tecnológico) e outra com mudança de layout (houve

tratamento tecnológico). Através de uma pesquisa de campo, clientes das duas lojas foram

entrevistados e os resultados tabelados adequadamente para análises e testes estatísticos, com

a finalidade de prever a probabilidade de recomendação das lojas pelos respondentes, bem como

comparação dos grupos com dados independentes. O resultado final da pesquisa apresentou que

há relações significativas na influência do redesenho de processos de serviços na experiência

de compra do consumidor em varejo e sua intenção de recomendação. Através do modelo de

previsão do uso de tecnologia ou não das lojas, pode-se ver a importância da dimensão ambiente

interno, pois consegue destacar que a probabilidade do cliente que compra gostar do ambiente

interno ser da loja com mudança de layout é duas vezes maior. Em termos gerais, pode-se

concluir que a realização do redesenho de processos de serviços utilizando o modelo MSD com

aplicação de técnicas de análise de vídeo gera importantes insights que podem apoiar os

gestores das empresas varejistas na tomada de decisão para melhoria da experiência de compra

do consumidor e por consequência aumentar a probabilidade de recomendação da loja por parte

do cliente.

Palavras-chave: Varejo, Experiência do Consumidor, Service Design, Bigdata, Vídeo

Analíticos, Intenção de Recomendação.

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ABSTRACT

In the retail store, the adoption of new technologies has been used to attract customers and also

to create processes and a better customer experience aiming at a higher probability of

recommendation of the store by the customer. Using a Multilevel Service Design (MSD) model,

it did the redesign service processes in a physical store to understand customer needs and

rethink how to generate a better consumer experience. During the use of the MSD model, video

analysis techniques were applied in the retail store to generate data, supporting the managers in

the decision making to search for improvements in the internal environment, attendance and to

provide better promotions and assortments of products in the store. This research sought to

associate the dimensions of the consumer experience with the intention of recommendation of

two retail stores of the same chain, one store without change of layout (no technological

treatment) and another with change of layout (technological treatment). Through a field survey,

customers from both stores were interviewed and the results properly tabulated for statistical

analysis and testing to predict the likelihood of store recommendation by respondents, as well

as to compare groups with independent data. The final result of the research showed that there

are significant relationships in the influence of service process redesign on the retail consumer

shopping experience and their intention to recommend. Through the forecasting model of

whether or not to use technology in stores, one can see the importance of the internal

environment dimension, because it can highlight that the probability of the customer who likes

to like the internal environment of the store with a change of layout is twice as high. In general

terms, it can be concluded that performing service process redesign using the MSD model with

the application of video analysis techniques generates important insights that can support retail

business managers in decision making to improve the shopping experience, consequently

increase the likelihood of customer recommendation of the store.

Keywords: Retail, Customer Experience, Service Design, Bigdata, Video Analytics, Intention

of Recommendation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Arquitetura de um sistema de Business Intelligence ............................................. 30

Figura 2 – Caracterização feita na IBM para os 3 V's de Big Data ........................................ 32

Figura 3 – Gráfico das análises de vídeo mais implementadas no varejo ............................... 34

Figura 4 – Vídeo analítico de contagem de pessoas .............................................................. 35

Figura 5 – Dimensões da experiência de compra no ambiente de loja ................................. 40

Figura 6 – Modelo estrutural proposto por Costa et al. (2008) .............................................. 41

Figura 7 – Expertises baseadas no design de serviço ............................................................ 54

Figura 8 – Visão geral do modelo de design de serviços ....................................................... 55

Figura 9 – Modelo geral de Multilevel Service Design .......................................................... 57

Figura 10 – Modelo teórico proposto .................................................................................... 59

Figura 11 – Exemplo de delineamento de pesquisa ............................................................... 60

Figura 12 – Modelo de delineamento por amostras distintas ................................................. 62

Figura 13 – Desenho metodológico da pesquisa .................................................................. 64

Figura 14 – Vídeo analítico de fluxo de pessoas no ambiente da loja com mudança de layout ............................................................................................................................................ 66

Figura 15 – Vídeo analítico de heat map no ambiente da loja com mudança de layout .......... 67

Figura 16 – Dashboard de analíticos utilizados na loja com mudança de layout ................... 67

Figura 17 - Análise descritiva do construto recomendação com visão dicotomizada. ............ 78

Figuras 18 a 21 - Análise descritiva das dimensões da experiência do consumidor com visão dicotomizada. ....................................................................................................................... 79

Figura 22 – Análise comparativa de frequência entre as lojas com e sem mudança de layout 83

Figura 23 – Análise comparativa entre as lojas acerca da resposta na Recomendação. .......... 85

Figuras 24 e 25 – Análise comparativa entre as lojas acerca da resposta na recomendação e na categorização da resposta das dimensões ambiente interno e atendimento. ........................... 86

Figuras 26 e 27 – Análise comparativa entre as lojas acerca da resposta na recomendação e na categorização da resposta das dimensões valor de compra e sortimento e variedade. ............ 87

Figura 28 – Dispersão natural das lojas em geral .................................................................. 88

Figura 29 – Gráfico de dispersão (scatter plot) do PCA acerca do perfil dos clientes, coloridos por sua loja, sendo a loja com mudança de layout (em vermelho) e a loja sem mudança de layout (em azul). ............................................................................................................................. 88

Figura 30 – Gráfico de dispersão (scatter plot) do PCA acerca da recomendação, sendo a loja com mudança de layout (em vermelho) e a loja sem mudança de layout (em azul). .............. 89

Figura 31 – Gráfico de cargas fatoriais do PCA, apresentando influência das dimensões da experiência do consumidor na recomendação, e a influência das características sócio demográficas. ....................................................................................................................... 90

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Principais contribuições da literatura sobre analíticos de vídeo aplicado em varejo ............................................................................................................................................ 36

Quadro 2 – Principais contribuições da literatura sobre experiência do consumidor no ambiente de loja em varejo. ................................................................................................................. 42

Quadro 3 – Principais contribuições da literatura sobre as dimensões do ambiente de loja. ... 47

Quadro 4 – Resumo das hipóteses do estudo ........................................................................ 59

Quadro 5 – Etapas do MSD ................................................................................................. 65

Quadro 6 – Mensuração dos Construtos ............................................................................... 70

Quadro 7 – Resumo da confirmação das hipóteses. ............................................................ 105

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Análise descritiva da amostra .............................................................................. 77

Tabela 2 – Análise descritiva dos construtos (em Likert) ...................................................... 78

Tabela 3 – Análise descritiva das amostras de cada loja ....................................................... 81

Tabela 4 – Análise descritiva das amostras de cada loja ....................................................... 82

Tabela 5 – Análise descritiva das dimensões do construto da experiência de compra, estratificados por loja (em LIKERT). ........................................................................................................... 84

Tabela 6 – Análise frequencial dos construtos (dicotômicos) da experiência de compra estratificados por loja. ................................................................................................................................ 84

Tabela 7 – Análise de confiabilidade através do Alfa de Cronbach das dimensões do Construto. ............................................................................................................................................ 91

Tabela 8 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, através das dimensões do Construto e variáveis sócio demográficas em todos os clientes. .... 93

Tabela 9 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, através das dimensões do Construto e variáveis sócio demográficas para clientes da loja sem mudança de layout. .............................................................................................................. 94

Tabela 10 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, através das dimensões do Construto e variáveis sócio demográficas para clientes da loja com mudança de layout. .............................................................................................................. 95

Tabela 11 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, após reclassificação das dimensões do Construto e variáveis sócio demográficas para clientes da loja com mudança de layout. ........................................................................................... 95

Tabela 12 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, após reclassificação das dimensões do construto e variáveis sócio demográficas para o modelo com todos os clientes. .......................................................................................................... 96

Tabela 13 – Resumo dos resultados das regressões logísticas, com suas significâncias e razão de chances (odds ratio). ....................................................................................................... 97

Tabela 14 – Estatística do teste de Mann-Whitney ............................................................... 98

Tabela 15 – Classificações do Teste de Mann-Whitney ........................................................ 98

Tabela 16 – Estatística do teste de Mann-Whitney entre as dimensões da experiência do consumidor e a recomendação – Loja com mudança de layout ............................................. 99

Tabela 17 – Estatística do teste de Mann-Whitney entre as dimensões da experiência do consumidor e a intenção de recomendação – Loja sem mudança de layout ........................... 99

Tabela 18 – Classificação do Teste de Mann-Whitney entre as dimensões da experiência do consumidor e a recomendação - Loja com mudança de layout ............................................ 100

Tabela 19 – Classificação do Teste de Mann-Whitney entre as dimensões da experiência do consumidor e a intenção de recomendação - Loja sem mudança de layout .......................... 100

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA - Business Analytics BI - Business Intelligence BI&A - Business Intelligence and Analytics CVC - Customer Value Constellation DEPEC - Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco DBMS - Data Base Management System DM - Data Marts DW - Data Warehouse ETL - Extraction, Transformation and Loading IoT - Internet of things KPI - Key Performance Indicator MSD - Multilevel Service Design MSI - Marketing Science Institute NPS - Net Promoter Score NRF - National retail federation ODS - Operational Data Store OLAP - On-line analytical processing PCA - Principal Component Analysis PIB - Produto interno bruto PWC – PricewaterhouseCoopers RFID - Radio-frequency identification SEB - Service Experience Blueprint SBVC - Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo SIMCA - Soft Independent Modeling of Class Analogy SPSS - Statistical Package for the Social Sciences SSA - Service System Architecture SSN - Service System Navigation TI - Tecnologia da Informação

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 17

1.1 Objetivos........................................................................................................................ 21

1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 21

1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 21

1.2 Justificativas .................................................................................................................. 22

1.2.1 Justificativas teóricas ................................................................................................... 22

1.2.2 Justificativas práticas ................................................................................................... 23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 25

2.1 Varejo e tendências tecnológicas .................................................................................... 25

2.2 Business Intelligence ...................................................................................................... 28

2.2.1 Business analytics ....................................................................................................... 31

2.2.2 Business Intelligence e Analytics no varejo .................................................................. 32

2.2.3 Vídeos analíticos para varejo ....................................................................................... 33

2.3 Experiência do consumidor ............................................................................................ 36

2.3.1 Experiência do consumidor no ambiente de varejo ...................................................... 38

2.3.2 Dimensões do ambiente de loja varejista ..................................................................... 43

2.3.2.1 Ambiente interno ...................................................................................................... 43

2.3.2.2 Atendimento ............................................................................................................. 44

2.3.2.3 Valor de compra ....................................................................................................... 45

2.3.2.4 Sortimento e variedade ............................................................................................. 46

2.4 Recomendação de clientes com ênfase no Net Promoter Score (NPS) ............................ 48

2.4.1 Relação entre a experiência de compra no ambiente de varejo e a intenção de recomendar

............................................................................................................................................ 51

2.5 Design de serviço ........................................................................................................... 53

2.5.1 Multilevel Service Design (MSD) e sua relação com a experiência do consumidor ...... 56

Modelo teórico e Hipóteses ............................................................................................ 58

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................................... 60

3.1 Delineamento da pesquisa .............................................................................................. 60

3.2 População e amostra ....................................................................................................... 68

3.3 Variáveis Pesquisadas .................................................................................................... 69

3.4 Instrumento de coleta de dados ....................................................................................... 71

Métodos de Análise de dados ......................................................................................... 71

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3.5.1 Observações atípicas ................................................................................................... 72

3.5.2 Análise de Componentes Principais – PCA ................................................................. 72

3.5.3 Análise de Regressão Logística ................................................................................... 73

3.5.4 Teste de Mann-Whitney (U) ........................................................................................ 74

4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...................................... 76

4.1 Caracterização da amostra .............................................................................................. 76

4.2 Análise comparativa e de associação (χ2) das lojas. ........................................................ 80

4.3 Análise fatorial e de Componentes Principais – PCA ...................................................... 87

4.4 Confiabilidade do instrumento ....................................................................................... 90

4.5 Teste de hipóteses da pesquisa utilizando regressão logística e teste de Mann-Whitney ... 91

4.5.1 Regressão Logística do Modelo com todos os clientes para prever o grupo “Promotor” de

Recomendação ..................................................................................................................... 92

4.5.2 Regressão Logística do Modelo com os clientes da Loja sem mudança de layout para

prever o grupo “Promotor” de Recomendação ...................................................................... 93

4.5.3 Regressão Logística do Modelo com os clientes da Loja com mudança de layout para

prever o grupo “Promotor” de Recomendação ...................................................................... 94

4.5.4 Regressão Logística do Modelo com todos os clientes para prever a loja pertencente (com

ou sem tecnologia) tem maior probabilidade de Recomendação ........................................... 96

4.5.5 Resumo dos modelos logísticos gerados ...................................................................... 97

4.5.6 Teste de Mann-Whitney: Comparação da média da variável das dimensões da experiência

do consumidor nos dois grupos estudados ............................................................................ 97

4.5.7 Teste de Mann-Whitney: Comparação da média da variável da probabilidade de

recomendação nos dois grupos estudados ............................................................................. 99

4.6 Análise das Hipóteses................................................................................................... 101

4.6.1 Análise Da Hipótese H1 – Ambiente Interno e a intenção de recomendação .............. 101

4.6.2 Análise da Hipótese H2 – Atendimento e a intenção de recomendação ...................... 102

4.6.3 Análise da Hipótese H3 – Valor de compra e a intenção de recomendação ................ 102

4.6.4 Análise da Hipótese H4 – Sortimento e variedade e a intenção de recomendação ...... 103

4.7 Achados importantes das análises ................................................................................. 104

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 105

5.1 Limitações do trabalho ................................................................................................. 108

5.2 Sugestões para pesquisas futuras .................................................................................. 108

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 110

APÊNDICE A ................................................................................................................... 123

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17

1 INTRODUÇÃO

O varejo vive um processo de transformações profundas nos últimos anos, causadas

simultaneamente por mudanças no comportamento do consumidor e tecnologias que

reescrevem a história do segmento (NRF, 2018). As inovações tecnológicas crescem com

grande velocidade no varejo, principalmente através de tecnologias que aumentam a

interatividade e que facilitam por um lado o processo e experiência do consumidor, e por outro,

viabilizam a coleta de dados e informações de mercado em tempo real por parte dos varejistas

(PANTANO, 2014; WALTER et al., 2012).

A cada ano, surgem ferramentas tecnológicas que evidenciam a jornada rumo a novos modelos

de negócio para o setor. São soluções que trazem mais produtividade, capacidade de

customização de ofertas e maior assertividade nas estratégias, proporcionando um nível de

inteligência para o varejo (NRF, 2018), corroborando assim com os estudos de Pantano (2014).

Sob a ótica operacional, o uso de tecnologias da informação e de soluções para coleta de dados

(ex. etiquetas eletrônicas, gôndolas informatizadas, sistemas de rádio frequência – RFID, entre

outros) já não são novidade, porém o uso desses dados para auxílio na tomada de decisão e

geração de conhecimento tem potencial para alterar o cenário varejista (PANTANO, 2016).

Cada uma das ferramentas tecnológicas aponta um caminho, mas nenhuma dessas tendências,

isoladamente, é capaz de desenhar o mapa para o futuro do varejo. É a combinação de todas

elas que está reescrevendo as regras do jogo. Por isso, para enfrentar esse novo cenário, não

basta automatizar alguns processos nem adotar uma ou outra tecnologia de forma isolada, por

mais eficiente que ela seja. Isso significa que, para acompanhar o comportamento do novo

consumidor, 100% imerso na cultura digital, o varejista deverá possuir soluções digitais

perfeitamente integradas, capazes de oferecer a esse consumidor a experiência que ele deseja

(NRF, 2018).

As tendências de administração do varejo estão voltadas à focalização, customização,

diferenciação, inovação e, principalmente, para o relacionamento de valorização com o cliente

garantindo uma maior experiência deste durante a compra. Isso demanda o uso intensivo e cada

vez maior de tecnologias para oferecer ao cliente mais do que ele espera, surpreendendo-o e

encantando-o, visando com isto a sua fidelização (MATTAR, 2011).

O setor de varejo tem papel econômico-social de grande importância no Brasil. Conforme o

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (DEPEC, 2018), o comércio no segmento

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18

de varejo representa 13% do PIB (Produto interno bruto) nacional e responde por 40% do

comércio geral.

No ambiente de loja física a adoção de novas tecnologias tem sido utilizada para a atração de

consumidores e também na criação de processos e atendimento mais eficientes visando a uma

maior satisfação e recomendação do cliente. Por meio da integração de tecnologias “self-

service”, como por exemplo self-scanning e self-checkout, onde o consumidor pode checar o

preço dos produtos e também finalizar a sua compra sem a interação com o caixa tradicional,

os processos no varejo têm se tornado mais eficientes, e contribuído para a redução de filas e

reclamações dos clientes, melhorando a experiência de compra (MOORHOUSE et al., 2017).

As experiências do cliente são, também, estudadas pelo seu impacto positivo na intenção de

comportamento do cliente, onde a recomendação se encontra inserida (CHUNG et al., 2016).

A recomendação surge como uma resposta do consumidor, estudada como parte da sua intenção

de comportamento. Os autores concluíram que quando o valor de compra, tempo e esforço

despendido é considerado bem empregado, existe um impacto na intenção de recomendar a

outros a experiência.

Alguns autores como Pantano (2014) e Hristov e Reynolds (2015) descrevem os varejistas

como adotantes de tecnologias, e não desenvolvedores de novas tecnologias, fato que ocorre

em outras indústrias. A adoção das tecnologias ocorre em muitos casos como meio de aumentar

a compreensão de mercados e tendências futuras, em vez de prover uma experiência de compra

mais valiosa para o cliente. Ao introduzir uma nova tecnologia, o varejista sempre questiona

até que ponto seria usada pelo consumidor ou o gestor obteria dados relevantes para prever

tendências e apoiar o desempenho organizacional da loja. Apesar disso, pesquisas com

consumidores indicam a sua crescente procura por inovação no ponto de venda (COX et al.,

2016).

Avanços tecnológicos e mudanças no comportamento do consumidor, impulsionados pelos

novos dispositivos e pela mídia, continuam a transformá-lo. As mudanças ocorrem de maneira

mais intensa devido à disseminação da internet, mídias sociais e aparelhos móveis (tablets e

smartphones), permitindo aos consumidores acesso mais fácil a informações e melhor escolha

de compra. Clientes mais jovens terão maiores expectativas de usar canais de compras on-

line influenciados pelas mídias sociais (COX et al., 2016). Varejistas têm desenvolvido

aplicativos para melhorar a experiência de compra desses usuários para além da loja física

(GREWAL et al., 2017). Muitos consumidores tem acesso a uma variedade de ferramentas de

mídia através de aparelhos móveis, que lhes dão acesso imediato a todo conteúdo disponível na

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internet, podendo usar aplicativos para pesquisar melhores preços e até mesmo descobrir o que

e onde os seus amigos estão comprando. Por isso a inovação colaborativa com clientes é cada

vez mais importante para o desenvolvimento de novos produtos e serviços nas empresas

(MOORHOUSE, et al., 2017).

No entanto, o crescente envelhecimento da população levará à demanda por mais conveniência

e disponibilidade local dos produtos, o que implica que a demanda por loja física de varejo

continua (COX et al., 2016). Porém, tal demanda pode ter características experienciais, num

novo modelo, em que o ponto de venda aumenta o envolvimento do cliente, permitindo-lhe

interagir com produtos e obter informação sobre a melhor maneira de usá-los e adquiri-los

(GREWAL et al., 2017).

Jesus e Macieira (2014) afirmam que o redesenho de processos têm por finalidade compreender

as necessidades de seus clientes e repensar o modo como o trabalho é distribuído ao longo de

suas unidades para gerar melhores produtos e serviços. Os autores veem a tecnologia da

informação como componente fundamental na reestruturação estratégica dos processos de

serviços e não apenas como uma forma de automatização e mecanização de procedimentos.

Nessa visão, a abordagem de design de serviços busca entender o cliente, a organização e o

mercado, desenvolver ideias e traduzi-las em soluções considerando todo o ciclo de vida do

serviço e oferecendo oportunidade de melhoria contínua (COSTA JUNIOR, 2012). Segundo

Askoy (2013) as duas medidas mais estudadas em relação ao comportamento do cliente são a

satisfação e a probabilidade de recomendação. Do ponto de vista do cliente, porém, as

expectativas em relação à qualidade e satisfação do serviço aumentaram, tornando a experiência

de criação de valor uma prioridade para organizações de todos os setores. Um foco na satisfação

do cliente e na qualidade do serviço não é mais suficiente nos mercados cada vez mais exigentes

de hoje. Em vez disso, a inovação de serviços é o novo ingresso, com o design de serviços

emergindo como uma tendência, que as organizações precisam dominar para inovar com

sucesso (COSTA JUNIOR, 2012).

A pesquisa em design de serviços reconhece a importância da experiência ao projetar um novo

serviço (MAGER, 2009). O design de serviços é um campo multidisciplinar que envolve

diversos departamentos das empresas como marketing, recursos humanos, operações, estrutura

organizacional e disciplinas tecnológicas (OSTROM et al., 2015). Seguindo essa abordagem

holística, o design de serviços orquestra elementos de serviço, como o ambiente físico, pessoas

(clientes e funcionários) e o processo de entrega de serviços para ajudar os clientes a obter as

experiências desejadas. Considerando a importância crescente do service design, este é

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posicionado como um antecedente da qualidade de serviço, especialmente devido a sua função

crucial na criação de experiências de clientes baseadas na compreensão e interpretação dos

encontros e interações com os provedores de serviços em um determinado ambiente

(PATRÍCIO et al., 2011; PINHO et al., 2014).

O uso de dados é importante na pesquisa e na prática de serviços, como forma de criar valor

para o cliente e promover o serviço (OSTROM et al., 2015). Os dados gerados pelos clientes,

são úteis para entender os padrões de comportamento destes e, portanto, adequados na obtenção

de leituras melhoradas do sentimento do mercado com relação ao produto ou serviço (BOYD;

CRAWFORD, 2012). A análise de dados do consumidor pode determinar por que os clientes

tomam certas decisões e se comportam de uma determinada maneira (HUANG; RUST, 2013).

Em suma, esses dados são os recursos que podem ajudar as organizações a entender melhor os

seus clientes.

Com base em uma melhor compreensão dos clientes, o uso dos dados do consumidor contribui

ainda mais para o avanço do serviço: os dados podem trazer múltiplas oportunidades para as

empresas, como diversificação de valor, geração de novas receitas, aumento da fidelidade,

probabilidade de recomendação da empresa por parte do cliente, além de identificação de novos

mercados (SAARIJÄRVI et al., 2013), produção de conteúdo informacional, concepção de

serviço (LIM et al., 2015) e servitização para fabricantes (OPRESNIK; TAISCH, 2015). Além

disso, o uso de dados de clientes pode promover um relacionamento mutuamente benéfico entre

uma empresa e seus consumidores (KUMAR et al., 2013).

Uma solução que pode ser considerada para apoiar a tomada de decisão gerencial e estratégica

das empresas bem como apoio na melhora da experiência do consumidor é o business

intelligence (BI). Segundo Barbieri (2011) o conceito de BI, de forma geral, pode ser

compreendido como a utilização de variadas fontes de informações para definir estratégias de

competitividade nos negócios da empresa. O termo BI também está associado a analytics,

formando assim a nova sigla BI&A, de Business Intelligence and Analytics (GARTNER, 2018).

Ao analisar o futuro do varejo, Grewal et al. (2017) mencionam a coleta e o uso do BI&A como

uma das prioridades para o setor gerar maior engajamento, satisfação, e probabilidade de

recomendação dos clientes. No entanto, é necessário desenvolver a capacidade de extrair e

explorar essas informações por meio da interpretação avançada de dados (EREVELLES et al.,

2016).

O objetivo de investir em BI&A é transformar um ambiente que é reativo em dados para um

que é proativo. O BI&A tem como propósito automatizar e integrar o maior número possível

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de etapas e funções no ambiente organizacional (BIERE, 2011). Outro objetivo é fornecer dados

para análises que são tão independente da ferramenta quanto possível. De acordo com Petrini

(2009) as empresas precisam ser mais rápidas, mais ágeis e mais inteligentes para ter melhor

resultado no mercado de que fazem parte. Dentre as técnicas de BI&A utilizadas, a inteligência

de análise de vídeo por meio de câmeras de segurança pode ser adequada para melhoria da

experiência do consumidor bem como apoio nas decisões estratégicas das organizações.

Segundo Hakeem et al. (2012), algoritmos existentes para extração e processamento de

informações utilizando vídeo, como cena, análise multicâmera, inferência de eventos de vídeo,

podem gerar interfaces intuitivas para uma experiência eficiente do cliente.

No contexto de mudanças no segmento de varejo, seja com tendências tecnológicas, bem como

a necessidade de criar uma melhor experiência de compra do consumidor, e considerando os

fatores mencionados anteriormente, tem-se a seguinte pergunta de pesquisa: Qual a influência

do redesenho de processos de serviços, utilizando técnicas de análise de vídeo, na experiência

de compra do consumidor em varejo e sua recomendação?

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Analisar a influência do redesenho de processos de serviços, utilizando técnicas de análise de

vídeo, na experiência de compra do consumidor em varejo e sua recomendação.

1.1.2 Objetivos específicos

a) Analisar a intenção de recomendação através das dimensões da experiência do consumidor

na loja com mudança de layout por meio do redesenho de processos de serviços;

b) Analisar a intenção de recomendação através das dimensões da experiência do consumidor

na loja sem mudança de layout;

c) Analisar comparativamente as dimensões da experiência do consumidor e a intenção de

recomendar entre a loja sem mudança de layout e a loja com mudança de layout por meio do

redesenho de processos de serviços;

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1.2 Justificativas

1.2.1 Justificativas teóricas

O aumento da competição no setor de varejo, principalmente com IoT (Internet das coisas), a

possibilidade de interação com clientes em múltiplos canais, mudança no comportamento do

consumidor e o surgimento de novas tecnologias, levam as organizações a repensarem suas

estratégias de negócios e o relacionamento com clientes. O varejo é um dos setores da economia

mais dinâmicos, pois exige foco constante nas necessidades do mercado. Lusch e Vargo (2016)

descreveram que o papel do consumidor no processo de compra transforma-se de uma postura

passiva para uma atitude ativa, de coautoria na criação do valor de consumo. Nesta nova

perspectiva, os autores destacam que não são os produtos ou ofertas o foco central da ação de

marketing, mas sim a experiência de consumo como um todo.

Diversos estudos buscaram identificar os atributos varejistas mais relevantes na influência da

experiência e intenção de compra dos consumidores (KACEN; HESS; CHIANG, 2013;

BALLANTINE; PARSONS; COMESKEY, 2015; LEE; YUN, 2015). A experiência de compra

no varejo pode ser aprimorada, incentivando a interação com o cliente e o envolvimento em um

ambiente multissensorial (SPENA et al., 2012). Os varejistas usam tecnologia imersiva, para

estimular as faculdades visuais, auditivas, olfativas e táteis dos consumidores e criar assim um

ambiente favorável para uma melhor experiências de compra (SOLOMON, 2016). Diante das

exigências do mercado, em termos de agilidade, resposta rápida ao cliente, melhoria no nível

de serviço oferecido, entre outros, as empresas têm buscado a inclusão de novas tecnologias em

busca de aperfeiçoar suas operações e obter vantagens competitivas (PINTO et al., 2012).

Pode-se compreender que a análise do ponto de venda, e a experiência que o cliente tem com

esse local, são ações que contribuem para atender a demanda das atividades varejistas, sejam

elas decisões de marketing ou a interação entre fornecedor e consumidor. Esta experiência deve

ser compreendida a partir da junção de um conjunto de componentes que influenciam o

comportamento do consumidor (TERBLANCHE; BOSHOFF, 2006). Clientes que tenham

vivenciado uma experiência de qualidade e que estejam satisfeitos tendem a encorajar os

familiares e amigos a ter a experiência do mesmo serviço (HANZAEE; REZAEYEH, 2013).

Segundo o Marketing Science Institute (2018) os clientes enfrentam uma série de novos

dispositivos para interagir com as empresas, alterando fundamentalmente a sua experiência de

compra. Estudos sobre a jornada do cliente, incluindo a experiência deste e como a tecnologia

influencia sua tomada de decisão, estudos dos canais de distribuição do varejo omnichannel e

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a análise de dados para impulsionar o crescimento varejista são aspectos a serem abordados nos

próximos anos (MSI, 2018).

As lojas varejistas enfrentam as mesmas características de competição mercadológica que as

indústrias fabricantes dos produtos que comercializam. De acordo com esse cenário, os

consumidores tendem a perceber os pontos de venda não apenas como estabelecimentos nos

quais adquirem produtos e marcas, mas como ambientes que oferecem uma experiência de

compra diferenciada (RATHOD; BHATT, 2014).

Verhoef et al. (2015) corrobora com Erevelles et al. (2016), concluindo que a análise do

comportamento do consumidor com possibilidade de criação de uma experiência de compra

superior vem ganhando atenção crescente dos varejistas, contudo, tem havido uma carência de

pesquisa acadêmica sobre o tema. Reforçando a importância da pesquisa, além do pequeno

número de casos de sucesso no Brasil, as estratégias no varejo ainda são pouco exploradas pela

academia, segundo Dias (2014).

Para Almeida (2014) a justificativa da importância de um estudo é uma descrição da

contribuição do mesmo, seja para a melhoria da organização estudada, para o crescimento do

pesquisador ou para a comunidade acadêmica. Logo, a importância desta pesquisa está na ajuda

que a mesma proporciona com o apoio da tecnologia, pois compreende o estudo da experiência

de compra e indicação de recomendação dos consumidores, além de auxiliar as empresas a

direcionar os seus esforços de forma a atendê-los de maneira melhor e também apoio no

desempenho organizacional.

1.2.2 Justificativas práticas

Este estudo pode ser considerado uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos

para aplicação prática e dirigidos para problemas específicos (PRODANOV; FREITAS, 2013).

Complementando Verhoef et al. (2015), Connell et al. (2013) afirmam que o ambiente de

varejo, com desafios comerciais e técnicos exclusivos, também é considerado um campo de

teste prático para novas abordagens de visão computacional. Por essas razões, a análise de vídeo

em varejo e seus vários aplicativos tornaram-se de grande interesse tanto para os varejistas

quanto para a comunidade científica.

Segundo a SBVC (2017) empresas de vanguarda no cenário de varejo brasileiro estão

investindo em tecnologia para aperfeiçoar sua distribuição, reduzir custos, coletar dados do

ponto de venda e melhorar a experiência de compra do consumidor. Conforme a NRF (2018) a

experiência do consumidor estará no centro dos negócios do varejo pelos próximos anos e para

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atender esta expectativa as empresas precisam avaliar que tipo de experiência de compra seu

público deseja, tendo a partir disto, um ponto de partida para definição de uma estratégia e

quais tecnologias serão necessárias para atender a experiência de compra.

Apesar de alguns autores terem buscado compreender a diferença entre a análise de marketing

tradicional e a análise do Big Data (Big Data Analysis) (Xu et al., 2016), a aplicação das suas

dimensões no varejo (BRADLOW et al., 2017) e a transformação da análise do comportamento

do consumidor (EREVELLES et al., 2016), o fenômeno é recente e ainda exige um esforço para

desenvolver ferramentas que auxiliem os gestores.

Do ponto de vista prático a importância deste estudo está direcionando ao redesign de serviços

como apoio a melhoria da experiência de compra do consumidor em varejo. Nessa perspectiva,

a pesquisa proverá aos gestores em varejo avanço no entendimento do comportamento do

consumidor, aumentando a experiência do cliente em loja e gerando uma maior satisfação deste,

além da melhoria do desempenho organizacional em varejo. Dessa forma com a utilização de

vídeo analíticos é possível extrair informações úteis para a área de marketing e operações,

como: tempo de espera em fila, movimentação na loja, áreas com maior movimentação (NRF,

2018).

Entende-se que o estudo do design de serviços para melhoria da experiência do consumidor e a

utilização de BI para suportar este desenvolvimento e também prover uma melhoria na

satisfação e intenção de recomendação do cliente em varejo é tema relevante a ser estudado.

Espera-se que os resultados das análises deste estudo possam contribuir para a gestão das

organizações de varejo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta seção se inicia com uma abordagem sobre o varejo e as tendências tecnológicas que estão

impactando no novo perfil do consumidor. Na sequência será abordado o conceito de Business

Intelligence e Analytics, como forma de preparação para as discursões sobre BI&A no varejo e

após o desenvolvimento mais específico de como a utilização de analytics baseado em câmeras

de monitoramento podem apoiar as empresas de varejo na melhoria da experiência de compra

do consumidor. Continuando, será conceituado o tema experiência do consumidor, seguido das

explanações de como ocorre essa experiência no ambiente de loja em varejo e algumas

dimensões que podem ajudar na melhoria da experiência. Segue, relacionando as dimensões da

experiência no ambiente de loja com a intenção de recomendação dos consumidores.

Finalizando com um estudo sobre service design, que compreende a experiência de um serviço,

bem como, o projeto do processo e de prestação do serviço. Nesta seção será apresentado como

o redesenho de processos, utilizando a tecnologia de análise de vídeo pode melhorar a

experiência de compra do consumidor.

2.1 Varejo e tendências tecnológicas

Por natureza, o varejo é um dos setores mais importantes da economia brasileira e mundial. O

surgimento da internet e os constantes avanços na tecnologia da informação e comunicação,

contribuíram para um contínuo desenvolvimento deste setor. As mudanças contínuas no

comportamento dos consumidores, cada vez mais informados e por consequência mais

exigentes, fazem com que as organizações tenham que se adequar e revisar constantemente o

posicionamento de produtos, marcas e canais de distribuição (MATTAR, 2011).

O varejo consiste em todas as atividades que englobam o processo de venda de produtos e

serviços para atender a uma determinada necessidade do consumidor final. Os estabelecimentos

varejistas podem ser classificados de diversas formas, sendo lojas de departamentos, lojas

independentes, loja em cadeia, cooperativas, lojas especializadas, supermercados e varejo não

lojista (PARENTE; BARKI, 2014)

O varejo consiste nas atividades de comércio envolvidas na venda de qualquer produto ou

prestação de qualquer serviço a consumidores finais para utilização ou consumo pessoal,

familiar e residencial (MATTAR, 2011), corroborando com estudos de Parente e Barki (2014).

Assim, um grande potencial de ganho competitivo para o varejo está em criar situações e

estímulos diversos que incrementem os benefícios percebidos pelo consumidor durante o ato

da compra. Ao longo das últimas décadas o varejo brasileiro vem passando por intenso ritmo

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de transformações, como por exemplo, o aumento dos shoppings centers, refletindo tanto a

busca do consumidor por praticidade como comodidade, quanto à ampliação da exigência nas

decisões de compra. À medida que as empresas varejistas se expandem, passam a usar com

maior frequência tecnologias de informação para melhoria da gestão e melhor conhecimento

do comportamento do consumidor (PARENTE, 2009).

O maior objetivo de um varejista é manter a competitividade do seu negócio, fato que só é

possível de ser atingido se houver um relacionamento significativo com os clientes, que, por

sua vez, ocorrerá apenas em um ambiente no qual a atratividade dos atributos da loja tenha sido

estabelecida em relação à atitude do consumidor. Assim, a fidelidade à loja pode se traduzir na

intenção de visitar e/ou comprar no mesmo estabelecimento. Dentro desse aspecto, o

consumidor apresenta uma atitude favorável a recomendação e alta satisfação em relação ao

varejista (RATHOD; BHATT, 2014; RANI, 2012).

Uma das consequências decorrentes do contexto de mudanças no setor varejista é o varejo

omnichannel. O varejo omnichannel é o conceito de integração completa de todos os canais e

se desenvolveu como uma extensão do varejo multicanal (FRAZER; STIEHLER, 2014).

Juaneda-Ayensa et al. (2016) definem que o avanço da internet e o surgimento de novas

tecnologias na última década transformaram o panorama de varejo. Diferentes canais estão

surgindo, fazendo com que os consumidores mudem seus hábitos e comportamento de compras.

Uma estratégia de varejo omnichannel é uma forma de varejo que, ao permitir uma interação

real, permite que os clientes façam compras nos diversos canais em qualquer lugar e a qualquer

momento, proporcionando-lhes uma experiência de compra única e completa.

Recentes estudos indicam uma grande influência das tecnologias da informação no varejo

omnichannel como abordado por Piotrowicz e Cuthbertson (2014), onde os autores destacam o

uso dos dispositivos móveis e das redes sociais de maneira que a crescente importância das

soluções tecnológicas em lojas on-line criam novas oportunidades e desafios para os varejistas.

À medida que tem-se uma linha mais tênue entre os canais físicos e on-line, uma nova

abordagem para a integração desses dois canais está surgindo, o omnichannel, que pretende

oferecer uma experiência "perfeita" ao cliente, independentemente do canal.

Estratégias de multicanal trazem, no entanto, desafios para os varejistas, incluindo necessidade

de integração de dados, conhecimento do comportamento dos clientes, novas métricas de

avaliação do desempenho e alocação de recursos na gestão de diferentes canais (MSI, 2018).

Contudo, com a ajuda da tecnologia, as empresas de varejo podem gerenciar as informações

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sobre os consumidores para ganhar eficiência e proporcionar um novo conjunto de experiências

para o usuário (PWC, 2016).

O impacto das novas tecnologias no hábito de consumo brasileiro, em especial para as lojas

físicas, é bem grande. No Brasil, assim como na maior parte do mundo, os consumidores

querem ter a liberdade de transitar por diferentes canais de compra, mas ainda querem continuar

a ver, sentir, tocar e testar os produtos, bem como sentir a atmosfera/ambiente da loja

(LOURENÇO, 2016). A configuração da loja do futuro ainda não está bem clara, mas percebe-

se a tendência do varejo físico se transformar em um tipo de ‘hub’ que integrará todas as

tecnologias e canais de vendas (PIOTROWICZ; CUTHBERTSON, 2014).

Escolher estratégias mais eficientes em um mercado tão competitivo como o varejista conduz

a um sucesso de longo prazo. As pesquisas na área de marketing ajudam a orientar tais ações,

já que nem todos os métodos usados produzem os efeitos esperados (LOURENÇO, 2016),

sendo comumente definida a percepção de preço baixo como o principal atributo que leva o

consumidor à intenção de compra e recompra. Estudos da área, contudo, demonstram que outros

atributos, como imagem da loja, localização, disponibilidade de produtos e sortimento de

marcas, entre outros, influenciam tipos diferentes de consumidores em contextos diversos,

sendo, em muitos casos, decisivos na percepção do consumidor, intenção e comportamento de

compra (JOHNSON et al., 2015; RATHOD; BHATT, 2014). No tocante às lojas varejistas, é

crescente a oferta de experiências de compras na busca de fidelizar o cliente, ou seja, obter a

fidelidade do consumidor para que este estabeleça tanto a intenção de voltar a comprar no local

como a probabilidade de recomendação por parte do consumidor para parentes e amigos.

Segundo Parente e Barki (2014, p. 69), “entender o comportamento do consumidor é deduzir o

porquê e como as pessoas compram e, assim, poder atendê-las da melhor forma possível”.

Identificar as necessidades dos consumidores, entender o processo decisório e o comportamento

de compra dos mesmos, serve como base para o desenvolvimento de estratégias de marketing

bem-sucedidas no varejo. Conforme os autores, várias redes varejistas tem investido em um

ambiente de compra diferenciado haja visto que, devido as mudanças no comportamento do

consumidor, o varejo tem se transformado em local de entretenimento, portanto, estas redes

buscam se diferenciar na experiência de compra que oferecem ao cliente.

A satisfação, a confiança e valor percebido são fundamentais para se estabelecer um

relacionamento duradouro com o cliente, gerando assim um maior comprometimento por parte

deste consumidor, bem como a probabilidade de recomendação (BARBOSA et al., 2015).

Ainda conforme os autores, estes construtos são influenciados, também, por características do

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fornecedor como reputação percebida, a prestação de serviço e a segurança no processo de

compra.

Conquistar e manter clientes é via de regra uma das principais determinações de uma empresa.

O fator satisfação pode aumentar o número de clientes e a fidelidade dos mesmos, porém não é

suficiente (PARENTE; BARKI, 2014). Para os autores, à medida que as empresas aperfeiçoam

a qualidade de seus serviços, os clientes vão se acostumando com tal serviço, aumentando,

assim, seu grau de exigência quanto aos produtos e serviços prestados, logo, à proporção que

as expectativas dos clientes se elevam, as empresas precisam superar a concorrência para

manter a preferência do cliente.

O tópico a seguir apresenta informações sobre Business Intelligence e Analytics, na sequência,

a relação entre analíticos de vídeo e a experiência de consumo no ambiente de loja em varejo.

2.2 Business Intelligence

Estabelecer uma estratégia de omnichannel aumenta a complexidade do gerenciamento das

operações e da cadeia de suprimentos do varejista. O fato de que esse tipo de estratégia é

altamente dependente do investimento em tecnologias integrativas é uma razão pela qual alguns

varejistas hesitam em sua implementação (HERHAUSEN et al., 2015). Isso também requer o

envolvimento de uma equipe de tecnologia da informação qualificado para atuar na

reengenharia dos processos de negócios (FRAZER; STIEHLER, 2014), ou seja, no redesenho

de processos de serviços. Além disso, a implementação de novos sistemas não requer apenas

habilidades, mas também um grande investimento financeiro que os gestores das organizações

precisam considerar (HERHAUSEN et al., 2015).

Business intelligence (BI) é um termo usado para descrever uma ampla categoria de aplicativos,

tecnologias, arquiteturas e processos para coletar, armazenar, acessar e analisar dados

operacionais para fornecer aos usuários informações competitivas em tempo real, a fim de

possibilitar melhores insights operacionais e estratégicos (NEGASH, 2004; WATSON, 2009).

Malhotra (2000) descreve que o BI facilita as conexões na organização, trazendo informações

em tempo real para repositórios centralizados e suportando análises que podem ser exploradas

em todos os níveis dentro e fora da empresa. O BI descreve o resultado da análise aprofundada

de dados detalhados de negócios, incluindo tecnologias de banco de dados e aplicativos, bem

como práticas de análise (ILIEVA et al., 2015).

Segundo Gartner (2018), BI é um termo abrangente que inclui aplicações, infraestruturas e

ferramentas que permitem a extração e a análise de informação para melhorar e otimizar

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decisões e performance, conduzindo as empresas para um melhor desempenho organizacional.

Já Forrester (2015), define BI como sendo um conjunto de metodologias, processos e

tecnologias que influenciam o retorno dos processos de gestão de informação para análises,

relatórios, melhoria de performance na gestão e entrega de informação.

A ferramenta de BI é o resultado da coleta de dados que serão organizados e transformados em

informações que serão analisadas e contextualizadas para transformarem-se em inteligência

que, por sua vez, possibilitará a geração de vantagem competitiva para a organização

(DUMONT et al., 2006). Segundo Chaudhuri et al. (2011), Business Intelligence é uma coleção

de tecnologias para apoio à tomada de decisões que visa permitir aos gestores de determinada

empresa, que tomem decisões melhores e mais rápidas com base no histórico de dados

armazenados nesta.

A evolução tecnológica permitiu que melhores bancos de dados relacionais, computadores mais

acessíveis e interfaces gráficas intuitivas contribuíssem para o surgimento de produtos

direcionados para os analistas de negócios. Este resultado foi motivado basicamente pelo

aumento da complexidade dos negócios, fruto do novo cenário competitivo gerando benefícios

das soluções de BI (SCHOLZ et al., 2010; MELÉNDEZ, 2012), dentre eles:

Economia de tempo e precisão na geração de relatórios;

Economia de pessoal e redução de custos;

Conhecimento empresarial: Processos mais eficientes; melhora na gestão estratégica das

organizações (desempenho organizacional); aumento da satisfação dos clientes através da

melhoria da qualidade de produtos e/ou serviços prestados; tomada de decisão eficaz;

análise preditiva;

Verifica-se na literatura que as arquiteturas tradicionais de BI contemplam ferramentas e

processos tais como, o processo ETL (Extraction, Transformation and Loading); repositórios

de dados como Data Warehouse (DW) e Data Marts (DM); ferramentas de análises, como

ferramentas OLAP (On-line Analytical Processing); e uma camada de metadados para

orquestrar todos os componentes e processos (INMON, 2005). Além da dificuldade de gerir a

grande quantidade de dados que diariamente é produzida nas organizações, a necessidade por

informações estratégicas exige cada vez mais o uso de tecnologias analíticas, tais como os

componentes das arquiteturas de BI supracitados. Desta forma, as soluções de BI desempenham

um papel fundamental e indispensável para os processos analíticos.

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Conforme cada definição encontrada na literatura, essas arquiteturas podem ser consideradas

como refinarias de dados. Segundo Chaudhuri et al. (2011), a arquitetura de um sistema de

Business Intelligence é semelhante à mostrada na figura 1, onde é descrito de forma resumida

o processo realizado desde a coleta dos dados até as aplicações de interface de usuário.

Figura 1 – Arquitetura de um sistema de Business Intelligence

Fonte: Chaudhuri et al. (2011)

No que diz respeito às fontes de dados, tem-se que normalmente os dados de uma empresa tem

origem em diferentes departamentos, estão em vários formatos e com qualidades variáveis.

Então, problemas como integração e padronização dos dados são alguns dos principais desafios

em se utilizar técnicas de análise de dados. Em relação à movimentação dos dados, tem-se

uma das tarefas mais importantes, pois como a quantidade de dados sempre aumenta é

fundamental mecanismos de manipulação destes dados. O Data Warehouse é um banco de

dados que serve como um repositório de uma empresa ou organização, construído para fins de

relatório e análise de negócio (GONÇALVES, 2012).

Conforme Chaudhuri et al. (2011), os servidores de Data Warehouse são complementados pelos

servidores de nível intermediário. Para realizar suas funções, diversas tecnologias são

utilizadas, dentre elas o OLAP, que apresenta as visões multidimensionais dos dados para

aplicativos ou usuários e permitem a realização de serviços comuns em BI. Já os mecanismos

de mineração de dados permitem a realização de análises mais detalhadas nos dados que vão

além do conjunto Data Warehouse e OLAP. Por último, tem-se as aplicações front-end que são

aquelas com as quais os usuários finais interagem diretamente. Pode-se citar como exemplo:

mecanismo corporativo de buscas, planilhas, dashboards, indicadores de vendas e desempenho,

dentre outros.

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2.2.1 Business analytics

Atualmente, o termo BI está associado também a Analytics, privilegiando a capacidade de

análise de dados das plataformas de Business Intelligence, formando a nova sigla BI&A, de

Business Intelligence and Analytics (GARTNER, 2018). O termo Business Analytics (BA) vem

ganhando cada vez mais espaço na literatura e na indústria, e está sendo por vezes, considerado

algo diferente do BI, e por vezes como sendo sinônimo de BI. Gartner (2018), afirma que o BA

é um conjunto de soluções usadas para construir modelos de análise e simulações para criar

cenários, compreender realidades e prever condições futuras.

Nesta visão que diferencia os termos, entende-se que a diferença maior está no fato de BI estar

associado fundamentalmente à visualização dos dados e monitoração de indicadores de

performance (KPI), enquanto BA parte desse ponto e vai mais além, permitindo ao gestor a

análise e interpretação desses dados, ou seja, pressupõe um acompanhamento quantitativo e

qualitativo da informação produzida por esse analytics (GERT; THORLUND, 2017).

Zeng et al. (2006) considera que BA é sinônimo de BI, quando destaca o uso de análises

estatísticas e preditivas em sua definição de BI. Chen et al., 2012, reforça esse entendimento

quando defende que os dois conceitos podem ser considerados sinônimos e que devem até ser

usados como um único termo, considerando o business intelligence indissociável da sua

componente analítica. Os autores utilizam o termo Business Intelligence and Analytics (BI&A)

para unificar o conceito.

As organizações estão enfrentando cada vez mais o desafio de gerenciar "big data". Big data é

caracterizado por maior volume, velocidade e variedade (os três V's) de dados que podem ser

manipulados por ferramentas tradicionais de gerenciamento de banco de dados (ZIKOPOULOS

et al. 2012). Tal visão é ilustrada na Figura 2.

Para a maior parte dos estudos, as três principais dimensões do Big Data são o volume, a

velocidade e a variedade (BRADLOW et al., 2017; McAFEE; BRYNJOLFSSON, 2012).

Contudo, alguns autores ainda acrescentam outras duas características que diferenciam o Big

Data de uma quantidade grande de dados: a veracidade e o valor (EREVELLES et al., 2016;

WEDEL; KANNAN, 2016).

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Figura 2 – Caracterização feita na IBM para os 3 V's de Big Data

Fonte: ZIKOPOULOS (2012)

Os termos "analytics" e "big data" tornaram-se sinônimo de BI em alguns círculos de

fornecedores e, para outras, eles incorporam BI tradicional, mas adicionam elementos como

análise preditiva, mineração de dados, ferramentas e abordagens de pesquisa e gerenciamento

de operações (GOUL. et al., 2015). Para os objetivos dessa dissertação, será usado mais

comumente o termo "Business Intelligence and Analytics" (BI&A) para representar a

interpretação mais ampla do campo.

2.2.2 Business Intelligence e Analytics no varejo

O Google e o Facebook possuem juntos cerca de 3,7 bilhões de usuários no mundo todo e

processam, diariamente, dezenas de petabytes de informações (WEDEL; KANNAN, 2016), o

equivalente a 20 milhões de armários de arquivos em texto (McAFEE; BRYNJOLFSSON,

2012). No varejo, o volume das informações está diretamente relacionado às novas fontes e às

novas ferramentas de coleta de dados (WAMBA et al., 2015). Por meio da internet, é possível

visualizar, em tempo real, o comportamento dos consumidores nos sites, os produtos mais

buscados no Google, os posts, fotos e vídeos publicados em redes sociais e comentários em

blogs e sites (BRADLOW et al., 2017).

No ambiente de loja em varejo, que será foco deste estudo, as novas tecnologias permitem

identificar todo o percurso do cliente, desde o momento da entrada no estabelecimento

(BRADLOW et al., 2017), e personalizar descontos, ofertas de produtos e formas de

atendimento (GREWAL et al., 2017; WEDEL; KANNAN, 2016). Desta forma, o volume de

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informações advindos dos mais diversos canais, tanto on-line quanto off-line, permite ao

varejista conhecer cada um de seus clientes de maneira profunda e detalhada (LAM et al., 2017).

O BI&A também é caracterizado pela “implacável rapidez” com que os dados são

constantemente gerados (EREVELLES et al., 2016). Em alguns contextos, a velocidade é ainda

mais importante que o volume, criando um novo diferencial competitivo (McAFEE;

BRYNJOLFSSON, 2012). Essa rapidez na entrega das informações permite ao varejista

mensurar a dinâmica dos clientes em tempo real e possibilita a personalização do atendimento

(WEDEL; KANNAN, 2016). No ambiente off-line, os sistemas de BI&A permitem o acesso a

cada minuto das ações de cada cliente e a personalização de preços e promoções com base no

comportamento de compra do consumidor.

Esse acompanhamento permite enviar ofertas e promoções com base na localização e na

atenção do cliente naquele exato momento (BRADLOW et al., 2017). Conjuntamente,

softwares que analisam as imagens das câmeras de segurança da loja permitem identificar o

estado emocional do cliente por meio das expressões faciais (LAM et al., 2017). Os diversos

canais on-line, onde a maior parte das empresas já atuam, também permite ao varejista entregar

promoções e conteúdo de maneira personalizada em sites e nas redes sociais (WEDEL;

KANNAN, 2016). Essa disponibilidade de informações sobre cada consumidor permite às

empresas interagir de maneira mais próxima e, ainda, iniciar um relacionamento com novos

clientes (BRADLOW et al., 2017).

2.2.3 Vídeos analíticos para varejo

Sistemas de vídeo monitoramento por meio de câmeras têm sido usado há muito tempo nas

lojas de varejo para a detecção de furto. Tais sistemas provaram ter uma variedade de usos para

justificar o investimento, como segurança pública, rastreamento de estoque e detecção de fraude

de funcionários. Historicamente, as câmeras têm sido conduzidas pela equipe de prevenção de

perdas para rastrear suspeitos de roubo de lojas. Além disso, as câmeras que não estão sendo

ativamente controladas podem ser gravadas para fornecer um registro de atividades em áreas

importantes, como entradas e exibições de itens de alto valor (CONNELL, 2013).

O desenvolvimento de algoritmos inteligentes de processamento de vídeo está trazendo, desde

então, novas possibilidades de aplicações para as soluções de vídeo monitoramento dentro das

lojas, tanto no domínio tradicional de prevenção de perdas quanto nas áreas de operações e

marketing (FERREIRA, 2014). Usando a mesma infraestrutura de vídeo monitoramento da loja

varejista, a análise de vídeo agora pode responder perguntas como saber a quantidade de

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pessoas que visitaram uma loja em um determinado período de tempo. Esse tipo de inteligência

comercial fornece aos varejistas informações valiosas que permitem otimizar o marketing e

melhorar a experiência de compra do cliente, aumentando assim a lucratividade das empresas

(CONNELL, 2013).

Um conjunto de ferramentas para análise de varejo com base em algoritmos de rastreamento de

vídeo fornecem funções para auxiliar na vigilância diária contra a prevenção de perdas e para a

investigação de fraude de caixa usando logs de transação do ponto de venda indexado ao vídeo.

Também fornece ferramentas para a estimativa do tráfego do cliente dentro e fora da loja, dentro

de departamentos e para medir a eficácia de uma determinada exposição de produtos dentro da

loja, com base no comportamento do fluxo do cliente no ambiente da loja, recurso esse também

chamado de área quente ou heatmap (LIU et al., 2015).

Segundo Connell et al. (2013), devido aos avanços em visão computacional, aprendizado de

máquina e análise de dados, as soluções de BI&A podem fornecer aos varejistas uma

inteligência comercial muito mais perspicaz. Assim, ele promete um valor comercial maior,

muito além do domínio tradicional de segurança, autenticação e prevenção de perdas. Os

exemplos destacados por Connell et al. (2013) incluem análise do tráfego da loja, dados da fila,

comportamentos dos compradores entre outros, analíticos estes a serem aplicados neste estudo.

De acordo com o autor, o gráfico a seguir informa os vídeos analíticos mais utilizados no varejo

para melhor experiência do consumidor.

Figura 3 – Gráfico das análises de vídeo mais implementadas no varejo

Fonte: Connell et al. (2013)

Contagem de pessoas: A contagem de pessoas fornece o número de visitantes em uma loja a

qualquer momento ou durante algum período de tempo. Quando combinada com dados de

27%

13%

13%10%

37%

contagem de pessoas

área quente(heat map)

tempo de permanência

contagem de fila

outros

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vendas, ela pode ser usada para calcular a taxa de conversão da loja, ou seja, a porcentagem de

visitantes convertidos em compradores efetivos. As estatísticas de tráfego também podem ser

usadas pelos gerentes de loja para fazer merchandising ou melhorar decisões de planejamento

da empresa (CONNELL et al., 2013; AXIS, 2018). A contagem de pessoas foi classificada

como a aplicação número 1 usada pelos varejistas (veja a Figura 4).

Figura 4 – Vídeo analítico de contagem de pessoas

Fonte: AXIS (2018)

A análise área quente (heat map) e de tempo de permanência envolve saber onde os clientes

vão e onde eles permanecem dentro de uma loja e geralmente é tão importante quanto contá-

los. A análise de trajetórias com base no rastreamento de pessoas pode identificar pontos com

a maior atividade de tráfego e revelar onde os clientes passam seu tempo na loja. Esses dados

estatísticos permitem que os gerentes de loja otimizem o layout da loja para melhor

posicionamento do produto. Além disso, esses dados podem ser usados para avaliar ou melhorar

a eficácia das exibições de venda ou publicidade (CONNELL et al., 2013; AXIS, 2018).

A análise de fila fornece estatísticas sobre a duração e a flutuação das filas em uma loja no

decorrer de um dia de funcionamento. Estatísticas da média do tempo de espera nas filas podem

ajudar o varejista a determinar quantos funcionários devem trabalhar em dias e horários

específicos, o que leva a um melhor planejamento e a uma alocação mais eficiente da equipe.

Também é possível definir limites de filas para solicitar a abertura de um novo caixa quando o

número de pessoas em uma fila exceder esse limite (FERREIRA, 2014; AXIS, 2018).

Hoje, a análise de vídeo em varejo foi além do domínio tradicional de segurança e prevenção

de perdas, fornecendo aos varejistas inteligência comercial perspicaz, como estatísticas de

tráfego da loja, dados de filas e informações demográficas com gênero e faixa etária provendo

informação sobre o consumidor no interior da loja (WU et al., 2015). Tais informações

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permitem uma experiência aprimorada e satisfação do cliente, maior probabilidade de

recomendação para amigos por parte do cliente, desempenho otimizado da loja, custos

operacionais reduzidos e, por fim, maior lucratividade. Destacam-se, no quadro a seguir,

pesquisas recentes e suas contribuições sobre a utilização de vídeo analíticos para melhoria da

experiência do consumidor.

Quadro 1 – Principais contribuições da literatura sobre analíticos de vídeo aplicado em varejo

PESQUISADOR ANO CONTRIBUIÇÃO SOBRE A DEFINIÇÃO

Connell 2013

Usando a mesma infraestrutura de vídeo monitoramento da loja varejista, a análise de vídeo pode realizar a contagem de pessoas que visitaram uma loja. Esse tipo de inteligência comercial fornece aos varejistas informações valiosas que permitem otimizar o marketing e melhorar a experiência de compra do cliente.

Ferreira 2014

O desenvolvimento de algoritmos inteligentes de processamento de vídeo está trazendo novas possibilidades de aplicações, tanto no domínio tradicional de prevenção de perdas quanto nas áreas de operações e marketing.

Liu et al. 2015

A análise de vídeo também fornece ferramentas para a estimativa do tráfego do cliente dentro e fora da loja, dentro de departamentos e para medir a eficácia de uma determinada exposição de produtos dentro da loja, com base no fluxo do cliente no ambiente da loja.

Wu et al 2015

As informações extraídas da análise de vídeo, permitem uma experiência aprimorada e satisfação do cliente, maior probabilidade de recomendação para amigos por parte do cliente, desempenho otimizado da loja, custos operacionais reduzidos.

Wedel e Kannan 2016

O uso de tecnologia permite ao varejista mensurar a dinâmica dos clientes em tempo real e possibilita a personalização do atendimento. Os sistemas de BI&A permitem o acesso minuto a minuto das ações de cada cliente e a personalização de preços e promoções com base no comportamento de compra do consumidor.

Bradlow et al. 2017

As novas tecnologias permitem identificar todo o percurso do cliente no ambiente de loja. A disponibilidade de informações sobre cada consumidor permite às empresas interagir de maneira mais próxima e, ainda, iniciar um relacionamento com novos clientes.

Grewal et al. 2017 As novas tecnologias permitem personalizar descontos, ofertas de produtos e melhor forma de atendimento nas lojas de varejo.

Fonte: Elaborado pelo autor

Na próxima seção será conceituado o termo experiência do consumidor e analisado as

dimensões no ambiente de loja em varejo.

2.3 Experiência do consumidor

O tema experiência de consumo não é algo novo na literatura de marketing, sendo abordado

sob diferentes aspectos nos últimos anos. Holbrook e Hirschman (1982) mencionaram a

importância da “visão experiencial” do consumo, caracterizada por um fluxo de fantasias,

sentimentos e diversão associados ao processo de consumo. Essa visão desafiava e ampliava a

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perspectiva cognitiva do consumo, predominante no estudo do comportamento do consumidor.

Desde então, o chamado marketing experiencial vem recebendo crescente atenção tanto no

meio empresarial quanto no campo acadêmico em diversos contextos, dentre eles, em lojas

varejistas (GILMORE; PINE II, 2002). Brakus e Zarantonello (2015) sugerem que toda troca

de serviço leva a uma experiência do cliente, independentemente de sua natureza e forma. Esta

perspectiva expansiva considera a experiência do cliente holística na natureza, incorporando as

respostas cognitivas, emocionais, sensoriais, sociais e espirituais do cliente a todas as interações

com uma empresa (BOLTON et al., 2014; VERHOEF et al., 2015).

Múltiplas definições de experiência do cliente existem na literatura. Verhoef et al. (2015)

definem explicitamente a experiência do cliente em um contexto de varejo como um construto

multidimensional e afirmam especificamente que o construto da experiência do cliente é de

natureza holística e envolve as respostas cognitivas, afetivas, emocionais, sociais e físicas do

cliente ao varejista.

No estudo de Martínez, Blázquez e Pino (2017) foram analisados os efeitos dos atributos

varejistas mais valorizados por consumidores na experiência de compra. Os resultados de duas

amostras diferentes (compostas por 422 e 495 respondentes, respectivamente) convergiram para

a importância da conveniência e dos serviços estimados pela avaliação da atmosfera da loja,

horário de funcionamento, serviços adicionais, proximidade entre a loja e a residência do

respondente, variedade dos produtos, preços praticados e pelas promoções realizadas pelos

varejistas. Contudo, pelo método de análise dos dados, que utilizou medidas agregadas, não foi

possível identificar o peso relativo de cada atributo na satisfação e indicação de recomendação

do consumidor.

De Keyser et al. (2015) descrevem a experiência do cliente como sendo composta por elementos

cognitivos, emocionais, físicos, sensoriais, espirituais e sociais que marcam a interação direta

ou indireta do cliente com a tecnologia. Em essência, os dados brutos contidos em todas as

interações diretas ou indiretas do consumidor que então se juntam como uma experiência geral.

Da mesma forma, considerando a tecnologia como uma experiência, McCarthy e Wright (2007)

identificam o que chamam as quatro linhas da experiência, ideias que ajudam a pensar mais

claramente sobre a tecnologia como experiência: o sensual, o emocional, o composicional e o

espacial-temporal.

Na década atual, o principal movimento na gestão de clientes tem sido o envolvimento de

clientes e marcas. Várias definições foram apresentadas para o envolvimento do cliente,

concentrando-se em atitudes, comportamentos e extração de valor. No geral, o envolvimento

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do cliente tenta distinguir as atitudes e os comportamentos do cliente que vão além da compra.

Concentrando-se em uma perspectiva atitudinal, Brodie et al. (2011), definem o envolvimento

do cliente como sendo um estado psicológico que ocorre em virtude de experiências interativas

e cocriativas de consumidores com um agente (por exemplo, uma marca). Essa abordagem

sugere que o engajamento é um estado motivacional que leva os clientes a participar das

empresas.

Com base nisso, Vivek et al. (2012) fornecem uma revisão extensiva da literatura de

engajamento e afirmam o engajamento do cliente como a intensidade da participação deste

indivíduo e sua conexão com as ofertas de uma organização ou atividades organizacionais. Essa

visão é consistente com a de Van Doorn et al. (2013), que se concentram na natureza não

transacional do engajamento do cliente, apresentando o conceito de engajamento do

consumidor, definido como comportamento do cliente.

Essa abordagem foi ampliada, especialmente porque a revolução das mídias digitais e sociais

fortaleceu a importância do comportamento de engajamento do cliente, à medida que os clientes

se tornam coprodutores ativos de valor para empresas (BECKERS et al., 2014; BOLTON, 2016;

VAN DOORN et al., 2013). Tais desenvolvimentos permitiram que os clientes se envolvessem

mais com as empresas, seja positiva ou negativamente. Dimensão comportamental do

engajamento do consumidor “além da compra” inclui manifestações, como cocriação,

influência social através da recomendação boca-a-boca e referências de clientes (HOYER et al.,

2010; LIBAI et al., 2010).

2.3.1 Experiência do consumidor no ambiente de varejo

O maior enfoque em experiências no setor de varejo procura criar experiências emocionalmente

envolventes para os consumidores na loja (BACKSTROM; JOHANSSON, 2006). Contudo,

mesmo os estudos das experiências sendo amplamente difundidos, Backstrom e Johansson

(2006) observam que “na prática, bem como, em teoria, o conhecimento sobre como induzir as

experiências é mais raro”. Os autores referem que a literatura enfatiza a importância do estudo

dos elementos que intervêm na experiência do consumidor para os varejistas, mas estes, muitas

vezes, são carentes de definições de conceitos centrais claros e de suporte empírico relevante.

O próprio conceito de experiências mostra-se indefinido e raramente é analisado com enfoque

nas características únicas que marcam o ambiente de loja em varejo (BACKSTROM;

JOHANSSON, 2006).

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A loja é o espaço onde ocorre a demonstração, por parte do cliente, do comportamento de

compra. A partir de então se dá o início de um processo de avaliação e formação de atitudes

para com o varejista (PARENTE, 2009). No ponto de venda se reúnem várias das atividades

varejistas, sejam elas as decisões de marketing ou a interação entre provedor e consumidor.

Segundo Solomon (2016) muitos comerciantes já se deram conta que não basta mais somente

oferecer produtos que satisfaçam as necessidades dos consumidores, é preciso oferecer

experiências marcantes. Para que isso seja possível, as empresas buscam promover o

entretenimento dentro das lojas e promover ambientes em que os indivíduos se sintam bem e

saiam de sua realidade cotidiana.

Do mesmo modo que ocorre no momento de escolher qual produto ou serviço adquirir, ao

decidir entre o varejo em ambiente de loja física e o varejo virtual, o consumidor também é

influenciado por suas representações mentais, formadas a partir de informações mercadológicas

definidas pelas empresas varejistas, que englobam variáveis como sortimento, precificação,

localização, atendimento, ambiente de loja e comunicação (PARENTE; BARKI, 2014).

No varejo de loja física a atmosfera da loja é importante e constituída, entre outros elementos,

pelas cores, sons e movimentos que podem ativar reações internas no indivíduo, tornando-se

elemento estratégico para diferenciar uma loja daquelas concorrentes e chamar a atenção do

consumidor (SOLOMON, 2016). Além do ambiente de loja, Gouvêa (2013) argumenta que os

clientes formam imagens dos ambientes de lojas físicas com base em atributos que, para eles,

são essenciais, o que inclui, além da atmosfera ou ambiente de loja, o nível de atendimento

prestado, a conveniência proporcionada durante as compras e a eficiência das operações. De

acordo com Rudiené (2015) outros elementos impactam a imagem que as pessoas formam de

determinada loja física, tais como o sortimento de produtos disponíveis na loja, o nível de

preços, os investimentos em publicidade e as ações de comunicação.

No entendimento de Terblanche e Boshoff (2006), a experiência do consumidor no ponto de

venda ganha importância para as empresas que objetivam influenciar positivamente o consumo

e aumentar as vendas. Partindo desse pressuposto, esses autores desenvolveram um estudo

sistemático de um conjunto de fatores relevantes na análise da experiência vivenciada pelos

clientes no ponto de venda (in-store experience), o que englobou elementos físicos (materiais)

ou não físicos (sensoriais) de uma loja, que podem ser controlados para influenciar o

comportamento de seus ocupantes, sejam eles consumidores ou funcionários. Os elementos

centrais no contexto de varejo segundo esses autores são: o ambiente de loja; o valor na compra;

o sortimento e a variedade de produtos; e o atendimento.

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Terblanche e Boshoff (2006) propuseram um modelo considerando que os elementos que

fazem parte do contexto do ponto de venda são de várias naturezas, conforme Figura 5. Costa

et al. (2008) replicaram o citado estudo no Brasil, incluindo a dimensão confiança, e verificaram

algumas dificuldades conceituais e operacionais nas dimensões analisadas.

Figura 5 – Dimensões da experiência de compra no ambiente de loja

Fonte: Adaptado de TERBLANCHE; BOSHOFF, 2006.

Terblanche e Boshoff (2006) alegaram que a lealdade é precedida de uma grande variedade de

experiências e percepções, sendo a experiência de compra uma das quais normalmente é medida

de forma falha por não considerar sua multidimensionalidade, ou ainda, por apenas estudarem-

se alguns de seus fatores. Os autores propuseram que se medisse a experiência dentro da loja

através de cinco dimensões: interação pessoal, valor de compra, ambiente interno, sortimento e

política de reclamações (TERBLANCHE; BOSHOFF, 2006).

Em seu modelo, mostrado na Figura 5, os autores consideraram que estes fatores da experiência

de compra no ambiente de loja em varejo influenciariam positivamente a satisfação dos clientes,

e esta influenciaria a sua lealdade. Foram encontradas relações positivas entre todas as

dimensões do ambiente de loja, satisfação e a lealdade tanto atitudinal quanto comportamental,

com exceção do “ambiente de loja” no modelo comportamental e das “políticas de reclamação”

no modelo atitudinal, que foram considerados como fatores higiênicos, ou seja, sua ausência

pode não influenciar a satisfação, mas sua ausência causa insatisfação (TERBLANCHE;

BOSHOFF, 2006).

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A pesquisa realizada por Terblanche e Boshoff (2006) teve algumas limitações, como o fato

de ter sido aplicada com clientes de apenas uma loja varejista e por meio de questionários

enviados por correspondência. Contudo, Costa et al. (2008) buscando aprofundar e testar a

pesquisa, replicaram-na em outro contexto (lojas de calçados), pesquisando diversos pontos

varejistas e abordando os consumidores logo após a sua saída do ponto de venda.

O modelo proposto por Costa et al. (2008), conforme Figura 6, traz algumas adaptações do

modelo original, não tendo sido medida a lealdade comportamental, por ser de difícil acesso os

dados do histórico de compra dos clientes. Também não foi incluída a dimensão de política de

reclamação, visto a possibilidade de uma grande parte dos clientes não ter passado por essa

experiência. Como forma de sofisticar o modelo, incluiu-se a dimensão confiança para atuar

como influenciador da lealdade além de mediador entre este e a satisfação (COSTA et al.,

2008). De acordo com os estudos de Costa et al. (2008), as dimensões valor de compra e

sortimento não possuem influência direta na satisfação.

Figura 6 – Modelo estrutural proposto por Costa et al. (2008)

Fonte: Adaptado de COSTA et al., 2008.

O ambiente de loja segundo Terblanche e Boshoff (2006), abrange o layout da loja, a

facilidade de movimentação e a ambientação da loja.

O valor na compra refere-se fundamentalmente ao preço/promoção e à percepção de

diferença dos benefícios ganhos pelo preço pago no produto, ou seja a relação custo-

benefício (KAURA, 2013).

O sortimento e a variedade de produtos referem-se ao mix de produtos apresentados na loja,

envolvendo variedade de categorias e de marcas (BAUER et al., 2012).

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42

O atendimento representa a interação entre os colaboradores e os consumidores

(TERBLANCHE;BOSHOFF, 2006).

Baseado na pesquisa de Terblanche e Boshoff (2006), cujo modelo foi apresentado na Figura

5, será considerado para esta pesquisa as dimensões ambiente interno, sortimento e interação

pessoal (atendimento), pois são dimensões possíveis de serem aprimoradas com o uso de

técnicas de video analytics, conforme estudos de (CONNELL et al., 2013; FERREIRA, 2014),

podendo assim aumentar a satisfação do cliente com o uso de tecnologias de BI&A. Também

será analisada a dimensão valor de compra, pois segundo os estudos de Terblanche e Boshoff

(2006) é uma dimensão de avaliação da experiência de compra do consumidor. Os construtos

relacionais de satisfação, confiança e lealdade, são tratados como saídas no modelo (COSTA et

al. 2008). Destacam-se, no quadro a seguir, diversas pesquisas e suas contribuições sobre a

experiência do consumidor no ambiente de loja em varejo.

Quadro 2 – Principais contribuições da literatura sobre experiência do consumidor no ambiente de loja em varejo.

PESQUISADOR ANO CONTRIBUIÇÃO

Terblanche e Boshoff

2006 A experiência do consumidor no ponto de venda ganha importância para as empresas que objetivam influenciar positivamente o consumo e aumentar as vendas.

Costa et al. 2008 Estudos sobre experiência do consumidor no ambiente de loja incluindo dimensões atendimento, valor, ambiente e sortimento.

Parente 2009 No ponto de venda que se reúnem várias das atividades varejistas, sejam elas as decisões de marketing ou a interação entre provedor e consumidor.

Gouvêa 2013 Os clientes formam imagens dos ambientes de lojas físicas com base em atributos que, para eles, são essenciais, o que inclui dentre eles, ambiente de loja, atendimento e conveniência.

Parente e Barki 2014

O consumidor também é influenciado por suas representações mentais, formadas a partir de informações mercadológicas definidas pelas empresas varejistas, que englobam variáveis como sortimento, precificação, localização, atendimento, ambiente de loja e comunicação.

Verhoef et al. 2015 A experiência do cliente em um contexto de varejo é de natureza holística e envolve as respostas cognitivas, afetivas, emocionais, sociais e físicas do cliente ao varejista.

Solomon 2016 As empresas buscam promover o entretenimento dentro das lojas e promover ambientes em que os indivíduos se sintam bem e saiam de sua realidade cotidiana.

Martínez, Blázquez e Pino

2017

Atributos varejistas mais valorizados por consumidores na experiência de compra. Os resultados convergiram para a importância da conveniência e dos serviços estimados pela avaliação da atmosfera da loja, horário de funcionamento, serviços adicionais, proximidade entre a loja e a residência do respondente, variedade dos produtos, preços praticados e pelas promoções realizadas pelos varejistas.

Fonte: Elaborado pelo autor

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43

2.3.2 Dimensões do ambiente de loja varejista

Consumidores leais a varejistas são motivados por atributos oferecidos, tais como preços

atrativos e promoções, qualidade de produtos e atendimento, variedade de marcas, layout,

localização que facilita o acesso, entre outros (GOSWAMI, 2012). As experiências de compra

do consumidor englobam pontos de contato que envolvem a interação entre o cliente e o

varejista, e podem ser consideradas como um dos antecedentes da satisfação do cliente e

indicadores de recomendação no ambiente de loja em varejo (Grewal, 2017).

Prahalad e Ramaswamy (2003) afirmam que o ambiente de loja pode ser pensando como uma

rede resultante da combinação robusta de capacidades da empresa (incluindo as capacidades

tecnológicas e sociais) e canais de interação do consumidor (incluindo dispositivos e

funcionários). Isso porque as experiências desejadas pelos clientes não têm como ser

determinadas a priori, devendo o lojista buscar envolver ativamente os consumidores,

ampliando as possibilidades de interação da empresa com eles.

Neste item apresentam-se as dimensões do ambiente de loja física em varejo anteriormente

conceituados nos estudos de Terblanche e Boshoff (2006) e Costa et al (2008) e que serão

avaliados neste estudo como atributos da experiência do consumidor em varejo.

2.3.2.1 Ambiente interno

De acordo com Westbrook (1981), as sensações desenvolvidas pelos clientes no ambiente de

loja de uma empresa varejista são extremamente importantes para que os consumidores tenham

boas experiências de compra neste ambiente. Nesta mesma linha de pensamento, autores

defendem que o ambiente da loja, incluindo design, atributos sensoriais (iluminação, cor, aroma

e música) e atributos sociais, é um critério muito utilizado pelos clientes para avaliar a qualidade

e a experiência de compra nos varejistas (BAKER; GREWAL; PARASURAMAN, 1994;

BACKSTROM; JOHANSSON, 2006; VERHOEF et al., 2009).

Solomon (2016) cita dois importantes fatores que estão relacionados com o ambiente de

compra: imagem e atmosfera da loja. A imagem que um consumidor forma de uma marca tem

a ver com a percepção que ele tem acerca da mesma. Existem lojas com personalidades

marcantes, outras nem tanto. Questões como design, localização, adequação dos produtos,

conhecimento e qualidade da equipe de vendas impactam na formação dessa imagem.

Zeithaml, Bitner e Gremler (2014) abordaram em seus estudos mais especificamente o layout

de loja e a funcionalidade dos ambientes de serviço, além da estrutura física do ponto de venda

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em varejo. De acordo com as autoras, layout é a forma como os móveis são distribuídos e a

funcionalidade refere-se a maneira como essa distribuição facilita a experiência de consumo.

Através da organização e disposição geral da estrutura física do ambiente de uma empresa,

pode-se proporcionar conforto aos clientes, bem como influenciar a percepção deste

consumidor sobre o posicionamento de mercado da empresa (PARENTE, 2009). Rayburn e

Voss (2013) destacam a importância do ambiente de loja durante a experiência de compra dos

consumidores, que pode ser analisada a partir das dimensões: organização (limpeza e ordem),

estilo (layout, design interior e decoração) e modernidade (percepção de contemporaneidade do

ambiente). Solomon (2016) afirma que o ambiente da loja influencia fortemente a tomada de

decisão de compra do consumidor. O ideal é criar um ambiente em varejo que se consiga

explorar o máximo de pontos de contato da marca com o cliente e assim, inseri-lo em um

ambiente em que sua probabilidade de reagir de maneira positiva aos estímulos seja maior.

2.3.2.2 Atendimento

As interações entre clientes e funcionários de uma empresa varejista são elementos essenciais

para que os consumidores possam ter boas experiências de compra em sua visita numa loja

WESTBROOK (1981). Segundo Parente e Barki (2014), o atendimento ou encontro de serviço

engloba todas as atividades que apresentam um relacionamento pessoal entre o varejista e o

cliente no ponto de venda. Ainda de acordo com o autor, quando o atendimento é desempenhado

de forma adequada, o varejista consegue desenvolver relações de longo prazo, e manter a

fidelidade do cliente.

Por sua vez, Fatima e Razzaque (2014) argumentam que a avaliação da qualidade de uma

experiência de compra deve seguir elementos atrelados à qualidade relacional, que inclui a

atenção criada a cada consumidor de forma individual, a existência de funcionários que

entendem as necessidades e do contato de maneira agradável entre funcionários e clientes da

loja. Costa et al. (2008) disponibilizaram indicadores de que o atendimento se mostra como um

componente relevante na formação da confiança e da lealdade de clientes varejistas no setor de

calçados a partir da mediação da satisfação; Bonfim et al. (2008) também apresentaram

indicadores no contexto varejista de livrarias, reafirmando empiricamente que bom atendimento

leva a lealdade dos clientes e por consequência maior probabilidade da intenção de

recomendação.

Por fim, Kaura (2013), analisou os antecedentes da satisfação do consumidor apoiado na

qualidade da interação entre empresa e clientes e destacou a importância do comportamento

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dos colaboradores das empresas, que deve ser baseada na disposição em ajudar.

Comportamento este, que transmite confiança e atenção individualizada para o cliente.

2.3.2.3 Valor de compra

Segundo Kaura (2013) e Grewal (2017), os consumidores preferem varejistas percebidos como

aqueles que possuem os preços mais justos. No entanto, além do preço dos produtos vendidos,

as promoções e programas de fidelidade também influenciam a qualidade da experiência de

compra vivenciada no ambiente de loja em varejo (VERHOEF et al., 2009);

A análise preditiva em termos de otimização de preços aumenta a lucratividade das lojas de

varejo. Tal análise faz parte da inteligência de negócios como apoio a tomada de decisão das

empresas (BRADLOW et al., 2017). A questão do preço desempenha um papel dominante em

relação à satisfação do consumidor, já que o valor é resultado da percepção do consumidor

sobre a relação entre os benefícios obtidos pelo preço pago (CRONIN; BRADY; HULT, 2000;

JOHNSON et al., 2015).

O Preço exerce influência sobre a decisão do consumidor quando este avalia alternativas para

tomada de decisão. A promoção influencia todos os estágios do processo de compra, as

informações vinculadas podem reforçar uma decisão de compra, podem estimular desejo por

novos produtos, podendo assim criar satisfação e lealdade como predecessores da

recomendação, através da interação positiva com a empresa (CHURCHILL; PETER, 2012).

Dentre várias abordagens para se entender o significado de valor para o cliente, a mais

encontrada é a relação de custo-benefício (BYRAMJEE et al., 2010). As definições

apresentadas na literatura indicam usualmente uma relação de troca entre o que é dado e o que

é recebido, porém nem sempre os autores deixam clara uma visão holística sobre a construção

de valor (ARORA; SINGER, 2006; CHURCHILL; PETER, 2012). Por outro lado, Zeithaml

(1988) propõe que valor não é obtido simplesmente pela compra de um produto e sim pela

experiência completa de compra. Assim, a construção de valor para o cliente no ambiente de

varejo é fruto de fatores objetivos e subjetivos provenientes da jornada de compra.

Entendendo o valor de compra como uma resposta interna do consumidor ao ambiente de

varejo, os autores têm dividido esses valores em utilitários e hedônicos (BABIN, DARDEN e

GRIFFIN, 1994). Os valores de compra utilitários emergem quando a tarefa de compra é

completada com sucesso e eficiência (BABIN e BABIN, 2001). Nesse sentido, eles são

provenientes de resultados relativamente tangíveis da experiência de compra, como uma

aquisição eficiente de um produto (BABIN e ATTAWAY, 2000). Portanto, os valores

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utilitários são primariamente funcionais e racionais, e representam o quanto o “trabalho de

compra” é bem-feito (BABIN, GONZALES e WATTS, 2007). Já os valores de compra

hedônicos são resultado de uma gratificação pessoal imediata derivada do entretenimento e de

benefícios emocionais e sociais resultantes das atividades de compra (BABIN e BABIN, 2001),

entre os quais a recreação, a imersão e a alegria na experiência de compra (BABIN e

ATTAWAY, 2000), sendo primariamente afetivos (BABIN, GONZALES e WATTS, 2007).

Aproveitando as situações em que os consumidores estão agindo por impulso, os profissionais

de marketing devem organizar o ambiente de loja com o objetivo de incentivar compras, por

exemplo, colocando preços mais baixos em determinados itens (SOLOMON, 2016).

2.3.2.4 Sortimento e variedade

O sortimento refere-se ao mix de produtos dispostos na loja, envolvendo variedade

de categorias e de marcas (GREENLEY; SHIPLEY, 1988), De acordo com Terblanche e

Boshoff (2006), o sortimento está relacionado diretamente com o número de produtos

ofertados no ponto de venda e suas categorias.

O sortimento influencia a escolha do consumidor por determinada loja do segmento varejista,

assim como a satisfação pós-compra experimentada (GREWAL; LEVY; KUMAR, 2009). Por

sua vez, Carpenter e Moore (2006) citam que a qualidade dos produtos vendidos pelas lojas de

varejo é um ponto que requer atenção, na medida em que o consumidor busca empresas cujos

produtos vendidos apresentem maior qualidade. Para Verhoef et al. (2009) os consumidores

preferem varejistas que disponibilizam uma ampla variedade de produtos.

De acordo com Bauer et al. (2012), o planejamento do sortimento é uma das mais desafiantes

tarefas para os varejistas devido as preferências dos consumidores por variedade, novidade e

flexibilidade que cada vez mais buscam por conveniência, novas experiências tanto no ambiente

off-line quanto no virtual. As escolhas sobre o sortimento e variedade de produtos são decisivas

para atender a satisfação do cliente no ponto de venda e, em contrapartida, atingir as metas de

vendas, garantindo a lucratividade do negócio. Porém, essa análise não parece simples, pois

hoje os consumidores têm acesso em tempo real às informações e novos produtos por diversos

canais de venda (DIAS et al., 2014). Destacam-se, no quadro a seguir, diversas pesquisas e suas

contribuições sobre as dimensões do ambiente de loja em varejo e a experiência do consumidor.

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Quadro 3 – Principais contribuições da literatura sobre as dimensões do ambiente de loja.

DIMENSÕES PESQUISADOR ANO CONTRIBUIÇÃO SOBRE A DEFINIÇÃO

Ambiente interno

Westbrook 1981

As sensações desenvolvidas pelos clientes no ambiente de loja de uma empresa varejista são extremamente importantes para que os consumidores tenham boas experiências de compra.

Backstrom e Joahansson

2006 O ambiente da loja é um critério muito utilizado pelos clientes para avaliar a qualidade e a experiência de compra nas lojas de varejo.

Rayburn e Voss 2013 A importância do ambiente de loja durante a experiência de compra dos consumidores.

Zeithaml, Bitner e Gremler

2014 Foi abordado nos estudos o layout de loja e a funcionalidade dos ambientes de serviço, e como esses fatores melhoram a experiência do consumidor.

Solomon 2016

A imagem e a atmosfera da loja são importantes fatores relacionados com o ambiente de compra em varejo. Assim, o ambiente da loja influencia fortemente a tomada de decisão de compra do consumidor.

Atendimento

Westbrook 1981 As interações entre clientes e funcionários são elementos essenciais para que os consumidores possam ter boas experiências de compra nas lojas varejistas.

Costa et al. 2008

A partir de estudos, foram disponibilizados indicadores de que o atendimento se mostra como um componente relevante na formação da confiança e da lealdade de clientes varejistas.

Fatima e Razzaque

2014

A experiência de compra está atrelada a atenção criada a cada consumidor de forma individual, a existência de funcionários que entendem as necessidades e do contato de maneira agradável entre funcionários e clientes.

Parente e Barki 2014 Quando o atendimento ao cliente é desempenhado de forma adequada, o varejista consegue desenvolver relações de longo prazo e manter a fidelidade do cliente.

Valor de compra

Zeithaml 1988 O valor não é obtido simplesmente pela compra de um produto e sim pela experiência completa de compra.

Babin, Darden e Griffin

1994 o valor de compra é uma resposta interna do consumidor ao ambiente de varejo.

Johnson 2015 Valor é resultado da percepção do consumidor sobre a relação entre os benefícios obtidos pelo preço pago.

Grewal 2017

Os consumidores preferem varejistas percebidos como aqueles que possuem os preços mais justos. Porém, além do preço dos produtos, as promoções também influenciam a qualidade da experiência de compra.

Sortimento e variedade

Terblanche e Boshoff

2006 o sortimento está relacionado diretamente com o número de produtos ofertados no ponto de venda e suas categorias.

Grewal, Levy e Kumar

2009 O sortimento influencia a escolha do consumidor por uma determinada loja de varejo, bem como sua experiência de compra.

Bauer et al. 2012 As escolhas sobre o sortimento de produtos são decisivas para atender a satisfação do cliente no ponto de venda de varejo.

Fonte: Elaborado pelo autor

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48

Na próxima seção será abordado a intenção de recomendação e como ela se relaciona com a

experiência do consumidor no ambiente de varejo.

2.4 Recomendação de clientes com ênfase no Net Promoter Score (NPS)

Dentro da literatura de marketing, a recomendação tem sido considerada como um canal de

comunicação repleto de credibilidade e que possui potencial superior a qualquer outro meio,

podendo ainda servir de indicador antecedente para o sucesso de produtos e serviços.

Entretanto, a recomendação está vinculada as características do relacionamento existente entre

a empresa e seus clientes (GODES; MAYZLIN, 2004). Para garantir a recomendação, as

empresas tomam diferentes iniciativas no sentido de construir relacionamentos mais robustos

com seus clientes (PALMATIER et al., 2006).

A recomendação do produto, serviço ou marca é estudado como parte da intenção de

comportamento do cliente, sendo que, quando a intenção é positiva, a recomendação é

favorável, tal como quando a intenção é negativa, o cliente tende a tecer comentários negativos

a familiares e amigos (HANZAEE; REZAEYEH, 2013).

A recomendação, também conhecida como boca a boca, é abordada por vários autores, entre

eles Eisingerich e Bell (2007), Klaus e Nguyen (2013). O boca a boca positivo é um modo de

comunicação interpessoal com mais eficácia, passando mais que informações comerciais

(MARTIN; LUEG, 2013). Proença e Rodrigues (2011) afirmam existir uma relação direta entre

uma percepção de qualidade superior do serviço e recomendação positiva a clientes. Assim,

quando os clientes disfrutam de uma experiência positiva num serviço, estes recomendam o

serviço aos seus conhecidos/familiares, descrevendo a sua interação com a empresa (KLAUS;

MAKLAN, 2012).

A necessidade de mensuração não só do boca a boca, como também do desempenho

experiencial de cada cliente, torna-se ainda mais relevante no modelo corporativo atual.

Indicadores devem permitir ainda diferenciar os clientes, considerando o impacto conjunto do

boca a boca e de seu desempenho individual, e consequentemente identificar oportunidades de

ações direcionadas para melhoria da experiência do consumidor (KUMAR; REINARTZ,

2016).

Apresentado ao mundo como ferramenta de mensuração da satisfação do cliente, no artigo da

Harward Business Review, de 2003, de título “The One Number You Need to Grow”, o Net

Promoter Score (NPS) tornou-se uma métrica amplamente adotada por diversas empresas de

variados segmentos (REICHHELD; MARKEY, 2011) ao redor do mundo. Considerado pelo

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teórico como o melhor indicador para avaliar o crescimento de uma empresa (REICHHELD,

2003), o NPS foi alvo de contestações quanto a sua efetiva superioridade como indicador de

crescimento (KEININGHAM et al., 2008) e de intenção de compra (ZAKI et al., 2016).

O NPS é um indicador que tem como objetivo realizar a mensuração do grau de fidelidade dos

consumidores de qualquer tipo de empresa. É usado por diversas organizações em todo o mundo

para medir a fidelidade dos seus consumidores, acompanhando o crescimento e a evolução dos

seus negócios a partir da análise dos resultados obtidos (DUARTE, 2012). A compreensão da

experiência do cliente no ponto de venda faz-se relevante para as organizações varejistas que

têm como foco gerar valor e impactar positivamente a satisfação, a lealdade e a possibilidade

de recomendação de seus consumidores (COSTA et al., 2008).

No livro “The Ultimate Question” (REICHHELD, 2003), são apresentados três tipos de

abordagens aplicadas à avaliação dos consumidores através da metodologia NPS. A primeira

delas é denominada Benchmark Competitivo, onde se busca uma percepção do consumidor não

só sobre a empresa, mas também sobre os principais participantes do mercado. A segunda

abordagem é denominada Relacionamento, onde o principal objetivo é capturar, através de uma

amostra de clientes, qual a percepção da qualidade do relacionamento entre os clientes e a

empresa. Já a terceira abordagem, denominada Experiência, onde o consumidor é avaliado após

determinados eventos de experiência. Essa última abordagem tem como objetivo avaliar as

experiências dos consumidores e direcionar para as organizações ações para melhoria dessas

experiências de compra.

O monitoramento do NPS permite uma melhor visão da experiência do cliente a partir de dois

aspectos: NPS Top-Down e NPS Bottom-Up. O primeiro representa compreensão da opinião

do cliente de maneira ampla e cíclica com o objetivo de avaliar, a partir de experiências

recorrentes da interação entre consumidor e empresa, a visão dele com relação, por exemplo,

ao envolvimento com a marca. O segundo tem como foco o monitoramento de etapas

operacionais, onde a empresa obtém o feedback do cliente em relação a alguma etapa do

processo de compra, a exemplo do NPS da Apple. Após a compra de um produto no e-

commerce, é feita uma pesquisa, antes mesmo do cliente receber o produto, considerando desta

maneira, uma etapa inicial da experiência do cliente (DUARTE, 2012).

Após a publicação da metodologia NPS e a sua subsequente aplicação em diversas empresas,

Van Doorn et al. (2013) buscaram replicar os estudos que relacionam métricas como NPS e

Satisfação, com desempenho organizacional envolvendo variáveis financeiras, tais como

receita de vendas, margem bruta e fluxo de caixa livre da operação. Os resultados encontrados

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revelaram que todas as métricas apresentaram uma performance igualmente boa na previsão de

margem bruta e receitas de vendas correntes e igualmente ruim na previsão de crescimento de

vendas e margens, ressaltando também que o NPS não se apresentou inferior ou superior às

demais métricas de satisfação avaliadas (VAN DOORN et al., 2013).

No seu artigo, Reichheld (2011) ressalta que “um alto NPS por si só não é o real objetivo,

porque um alto NPS por si só não garante sucesso”. Dessa forma, o autor coloca a necessidade

de avaliar outros atributos das empresas além daquele que é escopo do NPS, ou seja, a qualidade

do relacionamento dos clientes com a empresa. Zaki et al. (2016), defende que metodologias

de BI&A garantem uma melhor avaliação da satisfação de compra do consumidor que uma

análise com base unicamente no NPS. Dessa forma os autores convergem com o resultado

encontrado por Keiningham et al. (2008), convergindo assim para uma análise com múltiplos

indicadores para que se possa avaliar de melhor forma a satisfação, a lealdade e a experiência

de compra do consumidor.

De acordo com Reichheld (1993), a estrutura conceitual do NPS está baseada numa pesquisa

cuja questão é definida como “Qual a chance de você recomendar essa empresa para um amigo

ou parente?”. A resposta deve ser dada numa escala de 11 pontos, onde 0 expressa uma baixa

probabilidade de recomendação e 10 expressa uma alta probabilidade de recomendação. Com

base nas respostas dos clientes, as notas são agrupadas em 3 subgrupos, sendo: Detratores, com

notas que vão de 0 a 6. Os detratores são os clientes que não tiveram uma boa experiência de

compra com a empresa e que provavelmente não voltariam a fazer negócio com ela; Neutros,

com notas entre 7 e 8; Promotores, com notas entre 9 e 10. Os promotores tiveram uma boa

experiência com a empresa, são leais e oferecem feedback para melhoria contínua da empresa.

A partir desses subgrupos o indicador é calculado subtraindo do percentual de Promotores o

percentual de Detratores (REICHHELD, 1993).

Segundo Riechheld (2011), o principal objetivo das estratégias corporativas é construir maior

vantagem competitiva e market share. Com efeito, a implementação da metodologia NPS apoia

os gestores na consecução de estratégias direcionadas ao aumento do número de promotores e

consequente redução no número de detratores, o que auxilia as empresas a, com o tempo,

crescer mais rapidamente e de forma mais rentável que seus principais concorrentes

(REICHHELD, 2011).

% NPS = % CLIENTES PROMOTORES - % CLIENTES DETRATORES

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51

2.4.1 Relação entre a experiência de compra no ambiente de varejo e a intenção de

recomendar

Para adquirir clientes e aumentar seus negócios as empresas têm adotado iniciativas de

marketing que induzam a aquisição de produtos e serviços. As recomendações exercem

influência sobre a avaliação de produtos e serviços, além de impactar o processo de decisão de

compra dos consumidores (NADEEM; RASHID; NIAZI, 2011). Diversos estudos analisam o

impacto dos atributos da loja e dos produtos nas sensações, nos sentimentos e emoções para

valorizar a experiência de compra, levando ao maior envolvimento do cliente e a sua decorrente

fidelização (CARVALHEIRO, 2010; NEWSOM et al, 2008). Além disso, Leiva (2016) indica

que uma experiência de compra positiva gera satisfação e recomendação espontânea, também

conhecida como boca a boca.

Durante a experiência de compra, a loja também procura transmitir a imagem da marca e seu

significado, em consonância com sua estratégia de branding (CARPENTER et al., 2005). Para

isto, os atributos de loja são importantes para transmitir e desenvolver seu posicionamento, bem

como sua identidade (CARPENTER et al., 2005).

Com este objetivo, as marcas varejistas de bens de consumo, utilizam a loja conceito a fim de

se diferenciar e elevar o seu prestígio, uma vez que os canais tradicionais podem ter dificuldade

em expressar o conceito da marca (FIONDA; MOORE, 2009). A loja conceito, portanto, é

projetada e gerida para criar atmosfera e experiência de compra que venham a transmitir,

integralmente, o posicionamento desejado pela marca. Nesse sentido, investigar e comparar os

atributos da loja conceito com os demais canais, comparando-os aos pressupostos teóricos, além

do interesse acadêmico, pode ser de grande valia para os profissionais de marketing e gestores

das marcas.

O estudo de Pereira (2018), propôs estudar a experiência do consumidor no varejo bancário e a

intenção de recomendar. Os achados destacam que a experiência do consumidor em serviços

financeiros acontece a cada encontro entre o cliente e a organização, seja nos canais físicos ou

através da internet, ajudando tanto na retenção como na recomendação.

Gilovich, Kumar e Jampol (2015), em seu estudo, sugerem que compras experienciais em

varejo proporcionam indicação de recomendação como antecedente da satisfação. Elas são

responsáveis pela formação de uma parte maior da identidade de uma pessoa e, por serem as

compras experienciais avaliadas mais em seus próprios termos, elas evocam menos

comparações sociais do que as compras de materiais.

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52

MCkinsey & Co. (2017), contribuíram com a literatura apontando que a percepção dos clientes

quanto às interações que compreendem a etapa de experiência pós compra, como resolução de

problemas, impactam diretamente na continuidade e qualidade do relacionamento entre cliente

e empresa. Um exemplo desse impacto foi apresentado através dos resultados da pesquisa de

McKinsey & Co., de 2017, aplicada a clientes de instituições financeiras americanas. Com

efeito, a metodologia NPS, amplamente adotada por diversas empresas de diferentes

segmentos, se apresenta como uma ferramenta importante para avaliar a qualidade das

interações entre clientes e as organizações.

Mpinganjira (2015) observou em seus estudos que, em geral o cliente usa sua experiência

passada de serviços em um ambiente de loja em varejo para decidir sobre a oportunidade de se

envolver em comportamento de repetição, tais como revisitar, bem como na probabilidade de

recomendação da loja para parentes e amigos.

De acordo com Gunnebo (2017) a loja Giorgio Armani já utiliza no Brasil sistema de contador

de fluxo, que consegue estimar quantidade de pessoas e áreas de maior interessa na loja. O

sistema realiza a coleta dados de tráfego dos consumidores e os transforma em indicadores que

evidenciam principalmente a ineficiência do estabelecimento, cuja causa pode estar desde

ruptura de produto, falta de equipe ou até mesmo ponto físico desalinhado com o perfil de

consumo ao redor da sua localização.

Os estudos de Frederico, E. et al. (2014), teve como objetivo estudar os determinantes da

satisfação e do boca a boca para a marca Havaianas e ainda comparar os resultados obtidos na

loja conceito com os das lojas franqueadas da marca. A pesquisa exploratória e a entrevista com

o gestor da loja conceito possibilitaram identificar atributos importantes a serem desenvolvidos

no estudo, assim como melhor entendimento sobre a marca, seu posicionamento e as diferenças

entre os dois tipos de loja. No estudo, os itens que compõem os atributos da marca estão

associados ao design, estilo e conteúdo de moda. Apesar do fator atributos da loja conter itens

associados à atmosfera/ambiente, o item com maior carga fatorial é o atendimento, seguido da

localização, sendo considerados aspectos funcionais da experiência de compra. Os fatores

determinantes do valor foram classificados em dois grupos, o primeiro contendo atributos do

produto e da marca e o segundo contendo atributos da loja.

Na próxima seção será abordado o design de serviço como meio para criar o redesenho dos

processos no varejo utilizando tecnologia para mudar a experiência do consumidor.

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53

2.5 Design de serviço

Segundo Mozota (2011), o Design é uma atividade de solução de problemas, criativa, sistêmica,

coordenadora, cultural e artística. Competências que, aliadas às da gestão nos níveis estratégico,

tático e operacional da organização podem ajudá-la a alcançar seus objetivos, principalmente a

diferenciação no mercado competitivo, o valor do produto e/ou serviço percebido pelo cliente,

a percepção da qualidade pelo cliente, inovação e coerência entre a imagem da empresa e sua

missão, visão e objetivos. Best (2012) corrobora afirmando que o Design, por natureza, se

utiliza de uma abordagem holística, integrativa e centrada nas pessoas que podem auxiliar a

mudar o enfoque do modus operandi das organizações.

Design de serviço (Service design) foi definido como a atividade de planejar e organizar

pessoas, infraestrutura, comunicação e componentes materiais de um serviço, a fim de melhorar

sua qualidade e a interação entre o provedor de serviços e os clientes (MAGER, 2009). No

entanto, devido à sua crescente popularidade e aplicabilidade na pesquisa de serviços, uma nova

compreensão do design de serviços adota uma perspectiva mais ampla, que enfatiza o

envolvimento e compreensão dos usuários e seu contexto, incluindo provedores de serviços e

práticas sociais, e traduz esse entendimento na concepção de sistemas de serviços (PATRÍCIO

et al., 2011). Com foco na experiência do cliente (ZOMERDIJK; VOSS, 2010) afirmam que o

design de serviços pode ajudar os provedores em seus esforços para se tornarem mais centrados

no cliente. Dado o crescente destaque do design de serviços, nesta nota destaca-se:

design de serviço se refere a conceitos bem estabelecidos dentro do domínio da pesquisa de

serviços;

design de serviço implica ênfase na cocriação de valor;

o design de serviço pode melhorar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal dos

consumidores.

Stickdorn e Schneider (2012) corroboram com Patrício et al. (2011) e afirmam que o design de

serviços é centrado no usuário (projetado de acordo com a visão do usuário), cocriativo (os

stakeholders devem ser incluídos no projeto), possui uma sequência (deve ser visualizado como

uma sequência de fatos correlacionados), possui uma abordagem holística (todo o sistema que

envolve o serviço deve ser considerado) e pode possuir evidências (fazer o usuário lembrar da

experiência de compra e/ou serviço por mais tempo).

O processo de design de serviço é multidisciplinar e relaciona diversas áreas com

conhecimentos diferentes. Ferramentas, métodos e processos existentes nessas áreas

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contribuem com a pesquisa em design de serviço. Nessa visão, a abordagem de service design

compreende a experiência de um serviço, bem como, o projeto do processo e de prestação do

serviço, afirma Moritz (2005). A Figura a seguir apresenta uma visão geral de alguns campos

de conhecimento relacionados ao design de serviço.

Figura 7 – Expertises baseadas no design de serviço

Fonte: Adaptado de Moritz (2005, p.49)

Segundo Moritz (2005) o marketing e o design sempre mediam entre a organização e o cliente.

O marketing funciona principalmente a partir de uma perspectiva organizacional. Design, por

outro lado, funciona principalmente a partir de uma perspectiva do cliente. O serviço integra

gerenciamento, marketing, pesquisa e design. Costa Junior (2012) comenta que algumas áreas

de estudo, como o design de sistemas sustentáveis e sistemas produto e serviço, também seriam

importantes constar nessa lista. Dentre as disciplinas citadas, vale destacar o design de

experiência pela sua relação com a prototipagem de serviços.

Pinheiro (2014) considera o design de serviços como uma prática transdisciplinar e Pinheiro e

Alt (2011) entendem que serviços são ecossistemas complexos repleto de estruturas tangíveis e

intangíveis, e que um gestor deve visualizá-los de um ponto de vista abrangente e holístico para

poder compreendê-los. Para os autores o conhecimento profundo do comportamento das

DESIGN DE

SERVIÇO

Marketing

Pesquisa

Design

Gest

ãoCliente

Empr

esa

Bran

ding

Pesquisa de Mercado

Desig

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Inte

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Gestão de Processo

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pessoas não seria possível sem uma visualização sistêmica de seu contexto já que muitos fatores

presentes nele influenciam as atitudes de compra e de uso de produtos e serviços.

Moritz (2005) coloca que o design de serviços é um processo desenvolvido por meio de quatro

D’s: descobrir, definir, desenvolver e entregar (deliver). O autor ressalta que é necessário

compreender o cliente, a organização e o mercado, desenvolvendo ideias e traduzindo-as em

soluções viáveis que possam ser facilmente implementadas. Como resultado de sua pesquisa

com diversos especialistas na área, Moritz (2005) propôs um modelo para ajudar a entender o

design de serviços (Figura 8).

Figura 8 – Visão geral do modelo de design de serviços

Fonte: Adaptado de Moritz (2005, p. 152-153)

Na figura 8, os conceitos em laranja representam o design de serviços e os benefícios que ele

pode gerar para organizações e clientes. Já os conceitos em cinza representam organizações e

clientes, considerando seus recursos, suas limitações e o contexto no qual estão inseridos. Por

meio do modelo de Moritz (2005) é possível perceber que o design de serviços atua como

mediador entre organizações e clientes.

De acordo com Secomandi (2015), o design de serviços busca projetar experiências intangíveis

que alcançam as pessoas por meio de diferentes interfaces de serviço (arquitetura, ambientação,

pontos de venda, entre outros). Ainda, segundo autor, essas interfaces de serviço não

compreendem somente elementos físicos, mas também as experiências que acontecem nos

contatos humanos durante a entrega dos serviços e que, apesar de não poderem ser “projetadas”

como os aspectos materiais, devem ser considerados no design de serviços, fazendo com que

os designers confrontem novos desafios e oportunidades a serem reconsideradas em suas

próprias abordagens projetivas.

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Pinheiro e Alt (2011) ainda complementam que o design de serviços carrega consigo um

conjunto de áreas de conhecimento, métodos e práticas que permitem que equipes

multidisciplinares trabalhem no desenvolvimento das mais diversas ofertas de serviços

adaptadas ao consumidor. Tal afirmação justifica a necessidade das empresas terem um gestor

capaz de planejar, organizar e administrar todos esses fatores envolvidos.

Após a elaboração dos planos de ação, são definidos os projetos e, dentro desses, os redesenhos

de processos de serviços. Segundo Picchiai (2013), projeto contempla um conjunto de estudos

específicos tendo em vista resultados preestabelecidos para criar um serviço único; e processos

são operações sequenciais em busca de um fim especifico. Em nível tático, Best (2012) afirma

que trata-se do “processo de Design”, ou seja, “onde os projetos de Design e as pautas de Design

são desenvolvidos”.

O design de serviço vem contribuir com a criação, detalhamento, testes e acompanhamento da

melhor configuração possível de um serviço dentro do contexto de um projeto. Para tanto, é

necessário entender as condições físicas, ambientais e as individualidades dos consumidores

que interferem na experiência dos serviços e o que realmente pode ser projetado em um

determinado serviço (BLOMKVIST, 2011). Um conceito central relacionado com o que pode

ser concebido de um serviço são as propriedades do ambiente físico que afetam as experiências

do cliente. O ambiente físico pode influenciar a cognição, comportamento e experiências, tendo

em vista, as condições ambientais, características dos indivíduos que provem o serviço, layout

espacial e funcionalidade, símbolos e artefatos (MAGER, 2004).

2.5.1 Multilevel Service Design (MSD) e sua relação com a experiência do consumidor

O método de Design de Serviço Multinível (MSD) sintetizou contribuições do design de

interação, ciência de serviços, gerenciamento e engenharia para construir uma abordagem

interdisciplinar ao design de serviços. O método MSD permite o design integrado de ofertas de

serviços em três níveis hierárquicos com um forte foco na experiência do cliente, ou seja,

projetar o conceito de serviço da empresa, projetar o sistema de serviço da empresa e projetar

cada encontro de serviço. Esses diferentes níveis devem ser integrados, pois é necessário fazer

saltos recorrentes entre projetar em detalhes e projetar holisticamente (PATRÍCIO et al., 2011).

Com essa perspectiva multinível, o método MSD oferece uma visão holística, do nível do

conceito de serviço, ao nível do sistema de serviço multi-interface e a cada encontro de serviço.

Ao integrar os conceitos e ferramentas de design e gerenciamento, o MSD permite uma melhor

integração de duas perspectivas para o design de serviços. Primeiro, mesclando o mapa das

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partes interessadas e a constelação de valor do cliente, do inglês Customer Value Constellation

(CVC). O MSD permite mapear a rede de valor a partir da qual o cliente também cria valor,

mas também analisando novos conceitos de serviço e como eles refletem o posicionamento

estratégico da empresa (PATRÍCIO et al., 2011).

Em segundo lugar, desenvolvendo a Arquitetura e Navegação do Sistema de Serviços, o MSD

permite mapear e analisar as jornadas potenciais dos clientes e mostra como os processos e

tecnologias precisam ser projetados para suportar a experiência do cliente (STICKDORN;

SCHNEIDER, 2010). O método MSD une as contribuições de diferentes campos e projeta a

oferta de serviços por meio dos diferentes níveis de experiência do cliente (Figura 9). Este

método reconhece que as organizações não podem projetar experiências do cliente, mas os

sistemas de serviços podem ser projetados para a experiência do cliente (PATRÍCIO et al.

2011).

Figura 9 – Modelo geral de Multilevel Service Design

Fonte: Adaptado de Patrício et al. (2011).

Segundo Patrício et al. (2011), o processo MSD compreende quatro etapas:

Etapa 1: um estudo aprofundado da experiência do cliente é realizado em três níveis: a

experiência da constelação de valor (value constellation experience), a experiência de

serviço (service experience) e a experiência de encontro do serviço (service encounter

experience).

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Etapa 2: com base no estudo da experiência do cliente, o modelo de Customer Value

Constellation (CVC) permite projetar o conceito de serviço. O CVC representa o conjunto

de ofertas de serviços e respectivas inter-relações que permitem aos clientes cocriar sua

experiência de valor para uma determinada atividade juntamente com a empresa.

Etapa 3: o sistema de serviços da empresa é projetado por meio do Service System

Architecture (SSA) e do Service System Navigation (SSN). O SSA define a estrutura do

sistema de serviços, fornecendo uma visão integrada dos processos de oferta e suporte

multi-interface em toda a experiência de serviço. O SSN mapeia os caminhos alternativos

que os clientes podem seguir em diferentes encontros de serviço na experiência de serviço.

Etapa 4: o método MSD usa o plano de experiência Service Experience Blueprint (SEB)

(PATRÍCIO et al. 2008) para projetar cada encontro de serviço concreto.

Patrício e Fisk (2011) entendem o Multilevel Service Design como uma nuvem de serviços

diferentes, para o qual o cliente deve passar, a fim de alcançar uma determinada proposta de

valor. De acordo com Patrício et al. (2011), para empresas, uma abordagem MSD possibilita

um novo tipo de desempenho corporativo, bem como uma ótima proposta de valor para o

cliente. Para isso, as organizações devem levar em conta não apenas os serviços restantes que

o cliente pode utilizar em seu caminho de experiência, mas também um layout de serviço

integrado dentro dessas organizações (PATRÍCIO et al., 2011).

A seguir, hipóteses e o modelo conceitual proposto.

Modelo teórico e Hipóteses

Visando um melhor entendimento em torno das hipóteses da pesquisa, a Figura 10 apresenta o

modelo teórico proposto, pois trata-se de uma compilação dos modelos apresentados na

literatura.

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Figura 10 – Modelo teórico proposto

Fonte: Elaborado pelo autor.

Visando melhor compreensão em torno das hipóteses da pesquisa, o Quadro 4 apresenta uma

lista das hipóteses a serem testadas no estudo, reunindo os construtos experiência de compra e

intenção de recomendação, comparando tanto a loja que recebeu o redesenho de processos de

serviços com aplicação de técnicas de video analytics como a loja que não sofreu nenhum tipo

de tratamento.

Quadro 4 – Resumo das hipóteses do estudo

Hipótese

H1 A mudança de layout influencia positivamente a avaliação entre ambiente interno e a intenção de recomendação dos consumidores nas lojas.

H2 A mudança de layout influencia positivamente a avaliação entre o atendimento e a intenção de recomendação dos consumidores nas lojas.

H3 A mudança de layout influencia positivamente a avaliação entre o valor de compra e a intenção de recomendação dos consumidores nas lojas.

H4 A mudança de layout influencia positivamente a avaliação entre sortimento/variedade e a intenção de recomendação dos consumidores nas lojas.

Fonte: Elaborado pelo autor

No capítulo seguinte os procedimentos metodológicos da pesquisa serão apresentados. Constará

o contexto da pesquisa e como a mesma será delineada. Serão vistos ainda, a população e

amostra, as variáveis pesquisadas e como se dará a coleta de dados, além dos métodos e análises.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Após revista a literatura acerca de design de serviço, experiência do consumidor, vídeo

analíticos e intenção de recomendação, continua-se com à descrição da forma com que serão

atingidos os objetivos propostos na introdução deste estudo. Iniciando pelo delineamento da

pesquisa, unidade de análise, população alvo, instrumentos de coleta de dados e a análise dos

dados.

3.1 Delineamento da pesquisa

Entende-se por delineamento de uma pesquisa o conjunto composto pelo plano de trabalho do

pesquisador e a forma como este escolhe as suas amostras e analisa os seus dados. A escolha

por um delineamento de pesquisa implica na quantidade de amostras, na formação e

aleatoriedade de grupos e em eventuais restrições na pesquisa (SMITH, 2000).

Campbell e Stanley (1979) possuem designações para diferentes delineamentos de pesquisa. Os

autores utilizam a letra O para representar uma observação realizada na amostra e a letra X para

representar um tratamento realizado. Um subíndice na letra O indica uma observação particular

de uma série de observações realizadas. Quando na frente de uma sequência de observações for

utilizada a letra A, significa que as amostras foram selecionadas de forma aleatória. Cada

sequência disposta em uma diferente linha representa uma mesma amostra, indicando uma linha

de tempo.

Dessa forma, a sequência representada pela Figura 11 define um delineamento onde se observou

um grupo de indivíduos uma vez (O1), submeteu-se então o grupo a um determinado tratamento

X e observou-se o mesmo grupo uma segunda vez (O2). Esse grupo de indivíduos é chamado

grupo experimental. A segunda linha do delineamento significa que se observou um segundo

grupo uma vez (O3), não se aplicou nenhum tratamento e então se observou o grupo de

indivíduos novamente (O4). A esse grupo é dado o nome de grupo de controle. A letra A indica

que os dois grupos foram formados aleatoriamente.

Figura 11 – Exemplo de delineamento de pesquisa

Fonte: Adaptado de Campbell e Stanley (1979)

A O1 X O2

A O3 O4

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Diferentes tipos de delineamentos podem ser adotados em uma pesquisa. Campbell e Stanley

(1979) dividem os delineamentos de pesquisa de acordo com o tipo de estudo em três classes

distintas: delineamentos não-experimentais, delineamentos experimentais e delineamentos

quase-experimentais. O primeiro caracteriza-se por não possuir grupo de controle. Em outras

palavras, nos estudos não-experimentais apenas um grupo é estudado, sem que sejam feitas

comparações com um grupo equivalente que não tenha recebido a manipulação. Os estudos

experimentais pressupõem o uso da atribuição aleatória dos sujeitos aos tratamentos. Estes

estudos reduzem a possibilidade de existirem explicações alternativas para os resultados

encontrados, uma vez que vieses de atribuição dos sujeitos às condições experimentais são

eliminados pela aleatoriedade, algo que não ocorre em estudos nos demais delineamentos.

Diferentemente dos estudos experimentais, o delineamento quase-experimental não envolve a

distribuição aleatória dos sujeitos aos tratamentos. Eles geralmente são utilizados quando o

pesquisador não possui controle sobre o processo de aleatoriedade, ou quando os estudos são

realizados no campo. Além disso, os estudos quase-experimentais pressupõem que o

pesquisador não possua controle pleno sobre a exposição dos sujeitos às manipulações da

variável independente (CAMPBELL; STANLEY, 1979).

A presente pesquisa trata de um estudo exploratório de abordagem quase-experimental, cuja

investigação é fundamentada na mensuração da experiência do consumidor mediante a inclusão

de aspectos tecnológicos para mudanças em ambiente de loja física em varejo. A utilização do

quase-experimento se dá devido ao fato do pesquisador não possuir pleno controle da aplicação

dos estímulos experimentais (CAMPBELL; STANLEY, 1963).

Os quase-experimentos se caracterizam como experimentos que carecem de designação

aleatória das observações aos tratamentos (as variáveis de interesse), mas que possuem

propósitos e atributos semelhantes a experimentos randomizados (SHADISH; COOK;

CAMPBELL, 2002). Embora o quase-experimento faça análise de relações causais, requer que

o pesquisador tenha consciência dos limites de seu estudo. Para Campbell e Stanley (1979) o

pesquisador ao interpretar os resultados, deve considerar a possibilidade de variáveis não

controladas tornarem-se responsáveis pelos resultados do estudo.

O quase-experimento é aceito e amplamente aplicado na área de administração (MAYER;

DAVIS, 1999; TAYLOR et al., 1995), e vem sendo utilizado também para pesquisas em

marketing (SMITH, 2006; REISER, 2005; EVANS et al., 2000). Os estudos quase-

experimentais são assim chamados por não contemplarem todas as características de um

experimento verdadeiro, pois um controle experimental completo nem sempre é possível,

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principalmente no que se refere à randomização e aplicação da intervenção (LEVY; ELLIS,

2011).

São vários os delineamentos quase-experimentais descritos na literatura (CAMPBELL;

STANLEY, 1979; MARCZYK; DeMATTEO; FESTINGER, 2005), e dentre eles o que mais

se adequou a presente pesquisa é o delineamento de amostras distintas. Neste delineamento o

pesquisador escolhe aleatoriamente dois grupos que participarão da pesquisa, e não os sujeitos

dos grupos. Inicialmente é observado um dos grupos e decide-se pela aplicação ou não do

tratamento para esse grupo. O tratamento é então aplicado ao outro grupo, que é observado em

seguida (CAMPBELL; STANLEY, 1979). A Figura 12 ilustra o delineamento por amostras

distintas que será usado neste estudo.

Figura 12 – Modelo de delineamento por amostras distintas

Fonte: CAMPBELL E STANLEY, 1979.

O delineamento quase-experimental por amostras distintas, não é dos projetos mais fortes, pois

as diversas ameaças à validade interna do experimento não são trabalhadas adequadamente. O

histórico pode confundir os resultados da pesquisa, mas pode ser superado ao repetir o estudo

outras vezes e em outros contextos. Em contrapartida, este delineamento é considerado superior

aos experimentos verdadeiros em relação à sua validade externa. Sua maior força resulta do

fato de ser um experimento de campo no qual as amostras são comumente retiradas de uma

população para a qual o pesquisador pretende generalizar os resultados (COOPER;

SCHINDLER, 2016).

Segundo Campbell e Stanley (1979) as principais vantagens do delineamento quase-

experimental por amostras distintas está no fato de investigar mudanças ao longo do tempo e

permitir a comparação com outro grupo não submetido ao tratamento. Segundo Cooper e

Schindler (2016) no delineamento quase-experimental por amostras distintas os dois grupos

idealmente devem ser o mais parecido possível, podendo usar por exemplo diferentes membros

de um clube ou clientes de lojas similares. Dentre as desvantagens encontram-se o fato desse

tipo de quase-experimento não observar mudanças ocorridas no mesmo grupo e não permitir o

controle sobre algumas variáveis estranhas (CAMPBELL; STANLEY, 1979).

A O1 (X)

A X O2

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No que se refere à abordagem de pesquisa, o presente trabalho utilizou um estudo quantitativo.

A pesquisa quantitativa busca a quantificação de dados da pesquisa e, geralmente, emprega

análises estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de

correlação, análise de regressão, etc.) para compilar as informações (MALHOTRA et al., 2012).

O método utilizado para obtenção de informações na população pesquisada foi o método de

levantamento de Campo (survey), que se baseia no interrogatório direto dos participantes a

partir de questionários estruturados a fim de explicar informações específicas (MALHOTRA,

2012).

Para a pesquisa, as amostras foram selecionadas de duas lojas do mesmo varejista em estudo,

sendo de duas cidades próximas e bem similares, seguindo assim a recomendação de Cooper e

Schindler, (2016). No grupo 1, denominado “loja com mudança de layout”, foi realizado

durante um período de 9 meses a adequação da loja utilizando as técnicas de Multilevel Service

Design com tratamento técnico de análise de vídeo conforme estudos desta dissertação. O

tratamento foi realizado mediante a utilização do redesenho de processos de serviços utilizando

tecnologias de BI&A com vídeo analíticos para geração de informações acerca do

comportamento do consumidor. A partir deste, a loja pôde promover alterações de layout e criar

promoções direcionadas, melhorar o atendimento e o sortimento de produtos, para proporcionar

uma melhor experiência de compra dos clientes.

Após isso, foi realizado em maio de 2019, por um período de 7 dias, a coleta de dados da loja

com mudança de layout sobre a experiência de compra do consumidor e sua relação com a

intenção de recomendação. Também em maio, de maneira simultânea, foi realizada a coleta de

dados no grupo 2, denominado “loja sem mudança de layout”, onde não houve qualquer

intervenção por meio de processos de design de serviços com aplicação tecnológica utilizando

vídeos analíticos.

Em relação à lógica e resultado, o presente estudo caracteriza-se como dedutiva e aplicada,

visto que uma estrutura conceitual e teórica foi constituída para posteriormente ser testada

(COLLINS; HUSSEY, 2005).

Os desenhos de quase-experimento demandam a utilização de modelos estatísticos que

permitam a estimativa dos efeitos do programa ajustado para efeitos de variáveis que podem

influenciar a reposta (CAMPBELL; STANLEY, 1963). O agrupamento teórico dos itens nos

fatores, conforme descrito pela teoria, foi inicialmente submetido a uma análise confirmatória.

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Porém, com o objetivo de otimizar a utilização do instrumento, outra organização dos itens foi

obtida a partir da análise exploratória dos dados para identificação de um melhor agrupamento

das variáveis (HAIR et al., 2009). Os dois agrupamentos foram utilizados na análise de

regressão logística e teste de Mann-Whitney, em seguida, os resultados foram comparados e

analisados. A seguir, a Figura 13 ilustra através de um fluxograma o desenho metodológico da

pesquisa.

Figura 13 – Desenho metodológico da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor

Para o redesenho de processos de serviços na loja com mudança de layout, foi utilizado o

modelo Multilevel Service Design (MSD) para adequação da loja, conforme Quadro 5. Durante

o periodo de implantação do MSD foi necessário a formação de uma equipe multidisciplinar no

varejista em estudo, que incluiu o gerente da área de negócios e representantes de marketing,

sistemas de informação e operações da empresa. O modelo MSD ajuda a equipe analisar e

discutir a solução existente, revelando problemas na experiência do cliente e áreas potenciais

para a inovação de serviços. Esses modelos também são usados para gerar e selecionar possíveis

conceitos e soluções de design de serviços, comparando e avaliando diferentes alternativas

(PATRÍCIO et al., 2011). Foi aplicado nesta pesquisa o conceito de redesenho de serviço

existente com foco na experiência de serviço multi-interface sem alterar o conceito de serviço.

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Quadro 5 – Etapas do MSD

Etapas MSD Aplicação em varejo

Etapa 1: Estudar os três níveis de experiência do cliente;

Estudar os níveis de gestão de experiência do consumidor no grupo 1 (loja com mudança de layout);

Etapa 2: Projetar o conceito de serviço Definir o conceito de serviço para ambiente de loja em varejo;

Compreender o valor da experiência do consumidor na loja.

Fazer o mapa da experiência do consumidor para aplicação no varejista em estudo;

Projetar o conceito de serviço a partir do entendimento do valor da experiência do cliente na loja.

Projetar um conceito de serviço para criar valor na experiência do cliente no varejista em estudo.

Etapa 3: Projetar o sistema de serviço.

Projetar no grupo 1 (loja com mudança de layout) o redesenho de serviço de varejo para o novo serviço utilizando técnicas de BI&A com ênfase em utilização de video analytics;

Compreender a experiência do serviço; Fazer o mapeamento da experiência do serviço no varejista em estudo;

Projetar o Service System Architecture (SSA);

Projetar o SSA para o varejista em estudo com a utilização dos resultados gerados pelas análises de vídeo;

Projetar o Service System Navigation (SSN).

projetar o SSN para o varejista em estudo com a utilização dos resultados gerados pelas análises de vídeo;

Etapa 4: Projetar o encontro de serviço; Projetar o encontro de serviço no varejista;

Compreender a experiência do encontro de serviço;

Mapear a experiência do consumidor para cada encontro de serviço do novo serviço desenvolvido após o tratamento tecnológico;

Projetar o encontro de serviço com o service experience blueprint

Projetar o encontro de serviço com o grupo 1 (loja com mudança de layout) do varejista em estudo.

Fonte: Elaborado pelo autor

Etapa 1: Os níveis de experiência do cliente para esta pesquisa foram utilizados de acordo com

as dimensões da experiência do cliente conforme base dos estudos de Terblanche e Boshoff

(2006) e Costa et. al (2008), são eles: ambiente interno, valor de compra, atendimento e

sortimento/variedade. Foi realizado o entendimento das necessidades de melhorias de serviços

na loja denominada loja com mudança de layout.

Etapa 2: Foi projetado o conceito de serviço avaliando as interações entre a organização e o

consumidor. Assim foram identificados os processos necessários para o redesenho do serviço

no ambiente desta loja do varejista em estudo. Nessa etapa foi identificado além da necessidade

do tratamento tecnológico, o envolvimento de uma equipe multidisciplinar para análise da

solução desenvolvida, assim como nos estudos de Patrício et al., 2011.

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Etapa 3: Após compreensão das etapas de serviço foi realizado o tratamento tecnológico na loja

por meio da implantação de um sistema de análise de vídeo com câmeras de segurança já

existentes para que a organização conseguisse extrair dashboards (relatórios) e a partir destas

informações a equipe multidisciplinar pudesse alterar e/ou adequar as dimensões da experiência

no ambiente de loja mencionadas na etapa 1, para assim melhorar a experiência de compra do

consumidor na referida loja. As informações do sistema de análise de vídeo, bem como as

soluções de BI&A foram abordadas na literatura deste estudo de acordo com os autores:

CONNELL et al. (2013) que aborda o estudo da análise de fila, contagem de pessoas, área

quente; LIU et al. (2015) que afirma acerca do comportamento e fluxo de cliente dentro da loja.

As figuras a seguir ilustram os dashboards extraídos da loja com mudança de layout, que

serviram como suporte a tomada de decisão da equipe multidisciplinar, sendo possível gerar o

redesenho do serviço realizando mudanças no ambiente da loja, com o intuito de melhorar a

experiência do consumidor. Foi utilizado o software Genetec retail sense para geração dos

analíticos através das imagens das câmeras de segurança instaladas na loja com mudança de

layout (GENETEC, 2019). A Figura 14 apresenta o vídeo analítico de contagem de pessoas que

gerou relatórios de entrada e saída dos clientes na referida loja em estudo, bem como a criação

de fluxo de pessoas na loja para melhor gestão da variedade de produtos e geração de promoções

na loja (CONNELL et al., 2013).

Figura 14 – Vídeo analítico de fluxo de pessoas no ambiente da loja com mudança de layout

Fonte: Elaborado pelo autor através do software Genetec retail sense.

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A Figura 15 representa a utilização de heat map na loja com mudança de layout do varejista

tema deste estudo. Com este analítico foi possível analisar o rastreamento dos consumidores e

saber assim, em quais áreas ou até mesmo gôndolas os clientes passam a maior parte do tempo.

Com esse dado foi possível a otimização do layout da loja, influenciando no atendimento,

marketing e promoções (CONNELL et al., 2013).

Figura 15 – Vídeo analítico de heat map no ambiente da loja com mudança de layout

Fonte: Elaborado pelo autor através do software Genetec retail sense.

A próxima figura apresenta um dashboard com um resumo de alguns analíticos de vídeo que

foram utilizados na loja com mudança de layout do varejista em estudo, dentre eles: contagem

de pessoas com percentual de taxa de conversão de vendas, heat map e gerenciamento de fila.

Este último gerou estatísticas do tempo médio de espera entre filas para que o varejista pudesse

otimizar os funcionários na loja, melhorando assim a qualidade do atendimento e experiência

do consumidor (FERREIRA, 2014; CONNELL et al., 2013).

Figura 16 – Dashboard de analíticos utilizados na loja com mudança de layout

Fonte: Elaborado pelo autor através do software Genetec retail sense.

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Etapa 4: Após a implantação do tratamento tecnológico com as técnicas de vídeo analíticos na

referida loja e envolvimento da equipe multidisciplinar para adequação da loja e avaliação das

dimensões do ambiente de loja em varejo, foram realizadas algumas interações para o encontro

de serviços entre a loja e o consumidor. Tal encontro de serviço serviu para realizar as

adequações necessárias para tomada de decisão e melhoria da experiência do consumidor.

3.2 População e amostra

População, conforme apresenta Almeida (2014, p. 20) são “aqueles a quem se refere o estudo”.

Nesta etapa foram coletadas informações acerca do universo estudado. Logo, o presente estudo

teve como população os consumidores de uma rede de varejo no formato de loja de

departamento instalada em diversas cidades no estado de Santa Catarina. O Varejista foco da

pesquisa, possui lojas físicas distribuídas nas 5 regiões do Brasil e em 17 estados da federação.

Duas lojas similares no estado de Santa Catarina e equidistantes 15 quilômetros foram

escolhidas para a presente pesquisa.

A amostra é uma parte de um universo ou população com as mesmas características. Quando o

levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado, tem-se um

censo (GIL, 2010). Oliveira (2001) define amostragem não probabilística como “aquela em

que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende ao menos em parte

do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo”, e amostra por conveniência como

“A seleção de membros da população mais acessíveis”. Devido ao fato dos participantes da

pesquisa não terem sido escolhidos de forma aleatória, a amostra utilizada no estudo foi definida

como não probabilística e por conveniência.

O tamanho da amostra a ser estudada é um assunto que gera discussões por depender do tipo

de análise estatística do estudo, existindo ainda, alguns autores que discordam sobre o número

de respondentes a ser utilizado dentro de uma mesma análise estatística (FIGUEIREDO

DAMÁSIO, 2012). A questão do tamanho amostral em análise, segundo Hair Jr et al. (2009)

não se relaciona com quaisquer problemas de interferência estatística. A amostra deve ser

grande o bastante para adequadamente representar todos os grupos relevantes da população a

ser estudada.

O tamanho mínimo da amostra segundo Hair Jr. et al. (2009) depende do número de variáveis

preditoras consideradas na análise, incluindo as que podem ser excluídas. No caso da técnica

de regressão logística, sugere-se uma proporção de 20 observações para cada variável, o que

pode ser bastante difícil em alguns estudos. Neste caso, o número mínimo seria de 5 observações

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por variável. Para o número de variáveis propostas nesta pesquisa, 19 variáveis, sugerem-se pelo

menos 380 casos, sendo 20 para cada variável pesquisada (HAIR et al., 2009). Sendo assim, a

amostra desta pesquisa com o N > 380 casos foi utilizada.

3.3 Variáveis Pesquisadas

Após as etapas do design de serviços com aplicação das técnicas de video analytics foram

avaliadas a experiência de compra do consumidor através das dimensões ambiente interno,

atendimento, sortimento/variedade e valor de compra, baseado nos estudos de Terblanche e

Boshoff (2006) e Costa et. al (2008). Foi realizado o levantamento dos dados através de survey

com os consumidores da loja com mudança de layout após o período de 9 meses de redesenho

de serviços utilizando a técnica MSD. Também foi feito o levantamento de dados através de

survey com os consumidores da loja sem mudança de layout, onde não houve nenhuma

aplicação de método MSD. O Questionário referência com as variáveis da pesquisa foram

retiradas dos estudos de Costa et. al (2008), conforme Apêndice A.

Também foi avaliado a intenção de recomendação do consumidor através da métrica do Net

Promoter Score (NPS), que foi defendido por Reichheld (2003). O novo modelo de gestão, que

coloca no centro do processo decisório a lealdade do cliente com experiências vivenciadas ao

longo do seu processo de consumo, traz consigo desafios inerentes ao processo de

transformação das estruturas das empresas e dos seus gestores. Como forma de garantir a

efetividade da gestão focada na satisfação do cliente é importante que métricas de avaliação

sejam assignadas para os responsáveis por cada episódio da jornada de consumo (BAIN; CO,

2017). Dessa maneira, o NPS surge como uma métrica que tem sido adotada por diversas

empresas nos mais diversos setores da economia.

No Quadro 6 são apresentadas as variáveis que foram pesquisadas através do levantamento,

mediante aplicação de questionário. Também são apresentados os trabalhos utilizados como

referência para definição dos construtos e as medidas utilizadas.

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Quadro 6 – Mensuração dos Construtos

Construto Dimensões Escala Questões Descrição Itens da escala Discriminação dos itens

Experiência de compra do consumidor

Ambiente interno

Terblanche e Boshoff (2006); Costa et al

(2008).

1;2;3;4

18 questões para avaliação da

experiência de compra do cliente

Tipo Likert 7 pontos

“Discordar totalmente” (1,2,3); “Concordar

totalmente” (5, 6, 7); Neutro (4).

Atendimento 5;6;7;8;9

Valor de compra

10;11;12;13;14

Sortimento e variedade

15;16;17;18

Recomendação -------- Reichheld (2003) 19 Item único, sobre

intenção de recomendar

Tipo likert de 11 pontos

“nada provável” “extremamente provável”

Fonte: Elaborado pelo autor

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3.4 Instrumento de coleta de dados

O instrumento de coleta de dados foi norteado com a utilização de questões para o levantamento

de informações a fim de caracterizar o perfil dos entrevistados, 18 questões do tipo Likert de 7

pontos serviram para medir as variáveis das dimensões da experiência de compra no ambiente

de loja em varejo; nesta etapa também foi inserida uma questão sobre a intenção de

recomendação perfazendo assim um total de 19 questões. Em sequência foram utilizadas

questões para capturar informações pessoais e dados socioeconômicos dos respondentes.

O questionário foi realizado em duas lojas semelhantes do varejista em estudo. Na loja com

mudança de layout, o questionário foi aplicado após a utilização do método MSD de design de

serviços com aplicação de técnicas de vídeo analíticos para mudança da experiência do

consumidor, conforme Quadro 5. No mesmo período foi aplicado o questionário na loja sem

mudança de layout, onde não foi realizado nenhum tratamento. Foi realizado assim, um

comparativo entre os dados das duas lojas.

Os dados foram obtidos através do Método de Levantamento de Campo (survey), que teve como

base o interrogatório direto dos respondentes a partir de questionários estruturados, com o

intuito de esclarecer informações pontuais (MALHOTRA, 2012). Para Malhotra, Birks e Wills

(2012), a coleta de dados é o momento em que o pesquisador entra em contato com os

envolvidos na pesquisa para que se possa entregar o questionário e realizar a pesquisa. O

questionário foi administrado presencialmente pelo próprio pesquisador, através da versão

virtual disponibilizado na ferramenta Google Forms, solicitando a resposta dos clientes logo

após a realização das compras no ambiente de varejo.

Métodos de Análise de dados

A consolidação e o tratamento de dados foram realizados inicialmente no Microsoft EXCEL®

com o intuito de realizar retificações casuais do banco de dados. Após a limpeza do banco,

houve a exportação dos dados para o programa Statistical Package for the Social Sciences (IBM

SPSS®), na versão 20 e o programa Soft Independent Modeling of Class Analogy (SIMCA®)

versão14.1. Estas ferramentas oferecem extensos conjuntos de recursos, dentre eles, o suporte

facilitador para gerenciamento de dados, seleção e execução de análises. Segundo Hair Jr. et al.

(2009), as técnicas multivariadas possibilitam que o pesquisador tenha um grande poder

analítico, mas também exige maior responsabilidade, de forma a garantir que a estrutura

estatística e teórica na qual se baseiam também esteja bem sustentada. O autor argumenta que

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são necessários que sejam examinados os dados antes da aplicação de qualquer técnica

multivariada.

3.5.1 Observações atípicas

Hair Jr. et al. (2009) afirma que observações atípicas (outliers) possuem combinações únicas

de características identificáveis, podendo gerar distorções de variâncias e das covariâncias entre

os indicadores ou variáveis.

De acordo com Kline (2011), as observações atípicas podem ser: (1) uni-variadas: apresentam

escores extremos em uma variável; (2) bivariadas: podem ser avaliadas conjuntamente com um

diagrama de dispersão; e (3) multivariadas: apresentam escores extremos em mais de uma

variável.

Por fim, Hair Jr. et al. (2009) alegam que as observações atípicas só devem ser eliminadas

quando apresentarem valores fora da normalidade e não apresentarem as observações da

população estudada.

3.5.2 Análise de Componentes Principais – PCA

Após a análise descritiva, foi realizada uma Análise de Componentes Principais (Principal

Component Analysis - PCA) através de uma Análise Exploratória de Fatores a fim de encontrar

agrupamentos (clusters) de perfis ou se alguma variável socioeconômica influencia a formação

de subgrupos além daqueles já concebidos e a inexistência de multicolinearidade entre as

variáveis de estudo (pré-requisito para a regressão logística). Por fim, a análise proporcionou a

identificação de perfis muito discrepantes (outliers) entre os entrevistados (pré-requisito para a

regressão logística) para evitar modelos ineficientes de regressão.

A análise por componentes principais (PCA) é um dos métodos mais comuns empregados na

análise de informações (FERREIRA, 2002), sendo principalmente utilizada pela sua capacidade

de compressão dos dados em função da existência de correlação entre diversas variáveis

medidas.

O PCA é usado principalmente como uma ferramenta na análise exploratória de dados e na

criação de modelos preditivos. A análise pode ser desenvolvida por decomposição de autovalor

de uma matriz de covariância de dados (ou correlação) ou decomposição de valor singular de

uma matriz de dados, geralmente após centralizar a mediana de dados para cada atributo. Os

resultados de um PCA são geralmente discutidos em termos de escores de componentes, às

vezes chamados de escores de fatores ou Score Ploting. Nesse caso, os valores das variáveis

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são correlacionados a um ponto de dados específico e Score Loadings, que se refere ao peso

pelo qual cada variável original padronizada deve ser multiplicada para obter a pontuação do

componente (ABDI; WILLIAMS, 2000).

O PCA é a mais simples das análises multivariadas baseadas em auto vetores verdadeiros. Em

outras palavras, o instrumento é capaz de revelar a estrutura interna dos dados da melhor

maneira, conseguindo explicar suas variações. Se um conjunto de dados multivariados é

visualizado como um conjunto de coordenadas em um espaço de dados de alta dimensão (1

eixo por variável), o PCA pode fornecer, ao usuário, uma imagem com quantidades limitadas

de dimensões, apresentando menor perda de dados possível e utilizando-se apenas dos

primeiros componentes principais (ABDI; WILLIAMS, 2000).

Nesta pesquisa, o PCA teve como objetivo correlacionar as variáveis pesquisadas em um

conjunto de valores de variáveis lineares não correlacionadas, de forma a facilitar as

interpretações das diversas variáveis em gráficos lineares bidimensionais.

3.5.3 Análise de Regressão Logística

Por fim, o itens que compõem cada uma das escalas foram submetidos a uma análise de

confiabilidade através do índice de Alfa de Cronbach (MALHOTRA, 2012). Este coeficiente

tem uma grande utilização e aceitação no meio acadêmico, fazendo com que tenha alta adoção

como ferramenta para estimação da confiabilidade (DA HORA; MONTEIRO; ARICA, 2010).

Malhotra (2012) afirma que o coeficiente de Alfa de Cronbach pode variar entre 0 e 1, sendo

que os valores abaixo de 0,6 são considerados de confiabilidade não satisfatória. Após a

validação através do Alfa de Cronbach as variáveis serão utilizadas em um modelo de

Regressão Logística para achar sua associação com a chance de pertencer ao grupo “promotor”.

O entendimento de Morales Vallejo et al. (2003) sobre a validade de construto enfatizam a

existência de dois tipos de estratégias complementares para provar as hipóteses instituídas

referentes ao construto estudado: a validade convergente e a validade divergente. A validade

divergente, normalmente denominada validade discriminante, consiste no grau em que uma

medida não se correlaciona com outras medidas das quais se supõe que deve divergir

(SÁNCHEZ, 1999). E na validade convergente se estudará relações esperadas e plausíveis com

outras medidas relacionadas a dois tipos de variáveis: (a) variáveis medidas por outros

instrumentos que intencionalmente medem o mesmo construto e (b) relações com instrumentos

que medem outros aspectos com o qual se espera que exista uma relação positiva ou negativa.

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A análise de Regressão Logística foi uma das técnicas estatística utilizada nesse estudo por sua

particularidade em aceitar uma medida binária para a variável dependente (HAIR et al., 2009).

A análise de Regressão Logística foi utilizada para que se pudesse identificar a força das

relações entre as variáveis pesquisadas, possibilitando a identificação de cada variável

independente em relação às variáveis dependentes existentes no estudo. A Regressão Logística

permite, ainda, a análise de dados quando estes não apresentam características paramétricas das

variáveis (HAIR Jr. et al., 2009; HOSMER; LEMESHOW; STURDIVANT, 2013).

Segundo Hair et al. (2009) a regressão logística independe da suposição de normalidade das

variáveis, fazendo com que seja uma técnica de grande aplicabilidade. Esta técnica apresenta

testes estatísticos diretos, tratamentos similares para incorporar variáveis métricas e não

métricas, e efeitos não lineares, possibilitando uma ampla gama de diagnósticos.

A utilização de variáveis dependentes e independentes binárias, permite uma melhor

visualização do efeito da presença de uma variável independente em relação a uma variável

dependente (TABACHNICK; FIDELL, 2013). Dessa forma, as escalas do tipo Likert de 7 e 11

pontos foram transformadas em escalas binárias, tendo as respostas valores de 0 ou 1. O ponto

de corte de cada uma das escalas se deu através da utilização da mediana. Valores iguais ou

inferiores à mediana foram codificados como 0. Valores superiores à mediana foram

codificados como 1 (VAN DOORN et al., 2013).

Para que o modelo final pudesse ser avaliado, foi utilizado o teste ajuste do modelo Estatística

Hosmer-Lemeshow. Este verifica se o modelo gera valores não significativos de X2. Para um

modelo logístico, os valores desta estatística devem ser superiores a 0,05 (TABACHNICK;

FIDELL, 2013; HOSMER; LEMESHOW; STURDIVANT, 2013).

3.5.4 Teste de Mann-Whitney (U)

Os resultados também foram avaliados estatisticamente pelo teste não paramétrico de Mann-

Whitney, com o intuito de verificar possíveis diferenças entre os grupos estudados (Experiência

de compra e intenção de recomendação dos consumidores da loja sem mudança de layout X

Experiência de compra e intenção de recomendação dos consumidores da loja com mudança de

layout). O teste de Mann-Whitney é uma das principais formas para comparar grupos com

dados independentes (SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, M. P. B., 2013).

O teste de Mann-Whitney foi desenvolvido primeiramente por F. Wilcoxon em 1945, para

comparar tendências centrais de duas amostras independentes de tamanhos iguais. Em 1947,

H.B. Mann e D.R. Whitney generalizaram a técnica para amostras de tamanhos diferentes. O

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teste de Mann-Whitney é indicado para comparação de dois grupos não pareados para se

verificar se pertencem ou não à mesma população e cujos requisitos para aplicação do teste t de

Student não foram cumpridos (MANN; WHITNEY, 1947).

No campo das ciências do comportamento, o Mann‐Whitney U é um dos testes estatísticos não

paramétricos mais usados, sendo adequado para comparar as funções de distribuição de uma

variável, pelo menos ordinal, medida em duas amostras diferentes. Na verdade, verifica-se se

há evidências para acreditar que valores de um grupo A são superiores aos valores do grupo B.

O teste U pode ser considerado a versão não paramétrica do teste t, para amostras independentes

(KASUYA, 2001).

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4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente capítulo trata das análises dos dados coletados a partir da pesquisa survey.

Inicialmente será feita a caracterização da amostra. Em seguida serão apresentados os

resultados da validação do instrumento de coleta de dado. Por fim serão apresentadas as

estatísticas descritivas e efetuados testes estatísticos a fim de confirmar ou não as hipóteses

propostas no estudo.

4.1 Caracterização da amostra

A pesquisa foi desenvolvida por meio de questionário estruturado, aplicado durante 7 dias no

mês de maio de 2019. Foram aplicados 449 questionários, coletados por abordagem pessoal,

sendo 227 destes obtidos na loja sem mudança de layout e 222 na loja com mudança de layout,

onde o redesenho dos processos de serviços com a utilização de técnicas de vídeo analíticos foi

aplicado. Após a análise PCA, foram encontrados alguns outliers na amostra alterando para um

total de 431 respondentes, sendo 216 obtidos na loja sem mudança de layout e 215 na loja com

mudança de layout. Estes dados foram verificados, as respostas tabuladas em Excel® e

ratificadas com os originais para se proceder as análises pretendidas.

Dos 431 questionários válidos, foram realizadas as análises frequenciais descritivas de cada

variável de estudo. Acerca de seus dados sócio demográficos mostrados na Tabela 1, foi

percebido que a amostra detém quantidades proporcionais de ambos os gêneros, tendo o

feminino (52,3%) sendo a moda, assim como as características de estado civil casado (57,9%),

faixa etária acima de 40 anos (28,3%).

Em relação a ter emprego ou não, 88,4% dos respondentes informaram possuir emprego no

momento da pesquisa. Quando questionado com relação a frequência de compra nas lojas foi

verificado as visitas mensais sendo as mais frequentes com 43%, visitas semanais com 26,3%,

frequência de compra semestral com 23,2%, e as visitas diárias e anuais somando 7,6% da

amostra. No quesito renda familiar, do total dos respondentes, 21,4% informaram que possuem

renda menor que R$3.000, 33,9% mencionaram que possuem renda familiar entre R$3.001 a

R$6.000, 33% responderam que possuem renda familiar entre R$6.001 e R$9.000 e 11,8%

responderam que possuem renda acima de R$9.000. No item escolaridade, foi verificado que

81,3% dos respondentes possuem escolaridade em nível superior ou pós-graduação e 18,7%

possuem nível médio.

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Tabela 1 – Análise descritiva da amostra

Variável Categorias Frequência Porcentagem Porcentagem acumulativa Gênero Masculino 206 47,7 47,7 Feminino 225 52,3 100,0 Est.Civil Solteiro 110 25,6 25,6 União Estável 21 4,9 30,5 Casado 250 57,9 88,4 Divorciado 48 11,1 99,6 Viúvo 2 0,4 100,0 Idade < 25 anos 52 12,0 12,0 25 a 30 anos 66 15,4 27,4 30 a 35 anos 92 21,4 48,8 35 a 40 anos 99 22,9 71,7 > 40 anos 122 28,3 100,0 Emprego Não 50 11,6 11,6 Sim 381 88,4 100,0 Renda familiar < R$ 3.000 92 21,4 21,4 R$ 3.001 a R$ 6.000 146 33,9 55,2 R$ 6.001 a R$ 9.000 142 33,0 88,2 > R$ 9.000 51 11,8 100,0 Formação Médio 81 18,7 18,7 Superior 231 53,5 72,2 Pós Graduação 119 27,8 100,0 Frequência de compra Diariamente 28 6,5 6,5 Semanalmente 113 26,3 32,7 Mensalmente 185 43,0 75,7 Semestralmente 100 23,2 98,9 Anualmente 5 1,1 100,0

Fonte: Elaborado pelo autor

Para as variáveis que compõem as dimensões do construto experiência do consumidor, todas as

perguntas de cada dimensão foram utilizadas para criar uma variável nova cujo valor seria a

mediana destas respostas em Likert, gerando a variável de cada dimensão do construto de

estudo (Ambiente Interno - AI.m, Atendimento - AT.m, Valor de compra - VC.m, Sortimento

e variedade – SV.m) e de recomendação (REC.m). Para a transformação destas em variáveis

dicotômicas, foi retirada a mediana interna de cada dimensão do construto, e utilizando ela

como ponto de corte, as variáveis foram classificadas em valores maiores que este ponto como

“positivos” (valor 1) e valores abaixo ou iguais a ele, como “negativo” (valor 0).

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Tabela 2 – Análise descritiva dos construtos (em Likert)

AI.m AT.m VC.m

SV.m

REC N Valid 431 431 431 431 431

Missing 0 0 0 0 0 Mean 5,288 5,30 5,30 5,094 7,69 Median 6,00 6,00 6,00 6,00 8,00 Mode 6,0 6,0 6,0 6,0 9,0 Std. Deviation 1,478 1,460 1,360 1,477 2,244 Minimum 1,0 1,0 2,0 1,0 1,0 Maximum 7,0 7,0 7,0 7,0 10,0

Fonte: Elaborado pelo autor

Após a transformação da tabela em dados dicotômicos, uma nova análise descritiva foi realizada

no modelo geral (lojas com e sem mudança de layout), permitindo ter uma visão dicotomizada

das dimensões dos construtos de estudo (Figura 17). Após a determinação do grupo “promotor”

de recomendação, sendo aqueles que responderam acima da mediana, somando 57% da

amostra, pode-se comparar aos 43% dos entrevistados que não recomendam seu local de

compra.

Figura 17 - Análise descritiva do construto recomendação com visão dicotomizada.

Fonte: Elaborado pelo autor

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Verificou-se também após a transformação da tabela (no modelo geral) em dados dicotômicos,

a quantidade de respondentes que dizem sim ou não às dimensões do construto experiência de

compra, são elas: Ambiente Interno – AI.c; Atendimento - AT.c; Valor de compra - VC.c,

Sortimento e variedade – SV.c. Essa análise é apresentada nas Figuras 18 a 21.

Figuras 18 a 21 - Análise descritiva das dimensões da experiência do consumidor com visão dicotomizada.

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80

Fonte: Elaborado pelo autor

4.2 Análise comparativa e de associação (χ2) das lojas.

As duas lojas tiveram suas características sociais demográficas avaliadas separadamente a fim

de reconhecer se haveria perfis muito diferentes entre elas. Nas tabelas 3 e 4 apresentam-se os

dados, após dicotomia, da recomendação e das dimensões da experiência de compra na loja

com e sem mudança de layout. Observou-se que a loja sem mudança de layout possui 58% de

respondentes detratores, além de baixa porcentagem de consumidores que gostam das

dimensões do construto experiência do consumidor. Já a loja com mudança de layout possui

uma maior porcentagem de clientes promotores quando comparado com a loja sem mudança

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81

de layout, totalizando 55%. Verificou-se também que a tecnologia influencia de melhor maneira

as dimensões da experiência do cliente, observando maiores índices percentuais de

respondentes que gostam das dimensões ambiente interno, atendimento, valor de compra e

sortimento/variedade.

Tabela 3 – Análise descritiva das amostras de cada loja

Variáveis USO DE TECNOLOGIA (MUDANÇA

DE LAYOUT)

Não % Sim %

Recomendação Não 126 58% 96 45%

Sim 90 42% 119 55%

Ambiente interno Não 135 62% 86 40%

Sim 81 38% 129 60%

Atendimento Não 176 81% 147 68%

Sim 40 19% 68 32%

Valor de compra Não 178 82% 164 76%

Sim 38 18% 51 24%

Sortimento e variedade

Não 134 62% 109 51%

Sim 82 38% 106 49%

Fonte: Elaborado pelo autor

Na Tabela 4 ambas as lojas, apresentaram quantidade proporcional de gênero, maioria de

respondentes casados/união estável (63%). A maioria dos respondentes possuem acima de 30

anos totalizando 73% em ambas as lojas. A loja sem mudança de layout possui 87% de pessoas

empregadas e a loja com mudança de layout possui 91% de respondentes empregados. No item

formação acadêmica verificou-se que a maioria dos respondentes possuem nível superior ou

pós graduação, sendo: 52% com ensino superior e 28% com pós graduação na loja sem

mudança de layout; 53% com ensino superior e 28% com pós graduação na loja com mudança

de layout.

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82

Tabela 4 – Análise descritiva das amostras de cada loja

Variáveis USO DE TECNOLOGIA

Não % Sim %

Gênero Masculino 103 48% 102 47%

Feminino 113 52% 113 53%

Est.Civil

Solteiro 61 28% 49 23%

União Estável 10 5% 11 5%

Casado 125 58% 125 58%

Divorciado 20 9% 28 13%

Viúvo 0 0% 2 1%

Idade

< 25 anos 26 12% 26 12%

25 a 30 anos 33 15% 32 15%

30 a 35 anos 50 24% 42 20%

35 a 40 anos 48 22% 53 25%

> 40 anos 59 27% 62 28%

Emprego Não 29 13% 20 9%

Sim 187 87% 195 91%

Renda

< R$ 3.000 48 22% 44 20%

R$ 3.001 a R$ 6.000 78 36% 67 31%

R$ 6.001 a R$ 9.000 69 32% 74 34%

> R$ 9.000 21 10% 30 15%

Formação

Fundamental 0 0% 0 0%

Médio 40 20% 40 19%

Superior 116 52% 115 53%

Pós Graduação 60 28% 60 28%

Frequência de compra

Diariamente 9 4% 19 9%

Semanalmente 46 21% 67 31%

Mensalmente 96 44% 89 41%

Semestralmente 63 30% 40 19%

Anualmente 2 1% 0 0%

Fonte: Elaborado pelo autor

Os dados sócio demográficos dos clientes de ambas as lojas detém proporções estatisticamente

similares entre as lojas, com exceção da frequência de compra na loja com mudança de layout,

que houve a intervenção por meio do redesenho de processos de serviços com aplicação de

técnicas de vídeo analíticos, que é estatisticamente maior [χ2(4)=12,634, p=0,013] em clientes

mais assíduos (Figura 22).

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83

Figura 22 – Análise comparativa de frequência entre as lojas com e sem mudança de layout

Fonte: Elaborado pelo autor

Acerca das variáveis do estudo, estas apresentaram diferenças significativas, pelo teste de Qui-

quadrado de Pearson, no padrão de recomendação (REC.c [χ2(1)=8,256, p=0,004]) e nas

dimensões de Ambiente Interno (AI.c [(χ2(1)=21,790, p<0,001]) e Atendimento (AT.c

[(χ2(1)=11,616, p=0,001]) do construto experiência de compra do consumidor. A proporção

entre os respondentes das lojas com e sem mudança de layout (Figuras 17 a 21) se mostraram

heterogêneos nas dimensões Atendimento, Valor de compra e Sortimento/variedade,

demonstrando assim que uma análise com todos os visitantes das lojas em conjunto poderia

gerar uma diluição da efetividade preditora dos coeficientes nos modelos de regressão propostos

nesta pesquisa. Nas tabelas a seguir observou-se a distribuição das respostas das dimensões do

construto experiência do consumidor e do construto recomendação em escala Likert (Tabela 5),

bem como as suas respectivas distribuições após transformadas em dicotômicas (Tabela 6).

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84

Tabela 5 – Análise descritiva das dimensões do construto da experiência de compra, estratificados por loja (em LIKERT).

CONSTRUTOS (Dimensões)

Mudança de Layout

N Moda Mediana Média Desvio Padrão

Intervalo da Média

(pelo Desvio Padrão)

Margem Menor

Margem Maior

Ambiente Interno COM 215 7 6 5,678 1,305 4,373 6,983 SEM 216 6 5,5 4,907 1,541 3,366 6,448

Atendimento COM 215 7 6 5,63 1,318 4,312 6,948 SEM 216 5 5 4,97 1,522 3,448 6,492

Valor de Compra COM 215 6 6 5,35 1,389 3,961 6,739 SEM 216 6 5 5,25 1,332 3,918 6,582

Sortimento e Variedade

COM 215 6 5,5 5,365 1,315 4,050 6,680

SEM 216 6 5 4,828 1,578 3,250 6,406

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 6 – Análise frequencial dos construtos (dicotômicos) da experiência de compra estratificados por loja.

DIMENSÕES

LOJA

SEM MUDANÇA DE

LAYOUT COM MUDANÇA DE

LAYOUT Recomendação Recomendação Total Detrator Promotor Detrator Promotor Total n=216 58% 42% 45% 55% n=215

AMBIENTE INTERNO Não 62% 76% 24% 69% 31% 40% Sim 38% 29% 71% 29% 71% 60%

ATENDIMENTO Não 81% 66% 34% 58% 42% 68% Sim 19% 24% 76% 17% 83% 32%

VALOR DE COMPRA Não 82% 65% 35% 53% 47% 76% Sim 18% 23% 77% 14% 86% 24%

SORTIMENTO E VARIEDADE

Não 62% 81% 19% 70% 30% 51% Sim 38% 22% 78% 18% 82% 49%

Fonte: Elaborado pelo autor

Recorde-se que para mensurar o construto referente à experiência do consumidor no ambiente

de loja em varejo foram utilizados 18 itens, numa escala de tipo Likert de 7 pontos, sendo que

1 correspondeu a “Discordo Totalmente” e 7 a “Concordo Totalmente”. Em consonância aos

estudos de Terblanche e Boshoff (2006) e Costa et. al (2008), os itens foram distribuídos nas

quatro dimensões da experiência de compra (Ambiente interno – I1 a I4; Atendimento – A1 a

A5; Valor de compra – V1 a V5; Sortimento e variedade – S1 a S4), conforme apêndice A.

Observando as tabelas 5 e 6, foi possível determinar quais as dimensões referente à experiência

de compra do consumidor no ambiente de loja em varejo tem maior percentual de promotores,

nas lojas com e sem mudança de layout. De uma maneira geral observou-se que a loja com

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85

mudança de layout possui um percentual de clientes promotores para recomendação de 55%

contra 42% da loja sem mudança de layout (Tabela 6). Na loja com mudança de layout

observou-se que as dimensões da experiência de compra (Ambiente interno, Atendimento,

Sortimento e variedade) possuem maiores médias do que as dimensões na loja sem mudança de

layout. Já a dimensão Valor de compra possui média global de 5,35 na loja com mudança de

layout e 5,25 na loja sem mudança de layout, podendo ser considerado estatisticamente médias

iguais entre as lojas, criando assim probabilidade de significância de recomendação positiva em

ambas as lojas nesta dimensão.

A avaliação das dimensões da experiência do consumidor realizada na loja sem mudança de

layout evidenciou valores médios globais inferiores, quando confrontados com os resultados da

loja com mudança de layout (Tabela 5). Na loja sem mudança de layout, o atributo com menor

média global foi “Sortimento e variedade” (4,828), seguido pelo atributo “Ambiente interno”

(4,907), “Atendimento” (4,97) e “ Valor de compra” (5,25).

A menor variabilidade nas respostas é observada na dimensão “Ambiente interno” da loja com

mudança de layout, que possui desvio padrão 1,305 (Tabela 5). Quando comparado ao desvio

padrão das demais dimensões do construto experiência de compra, a dimensão apresenta um

nível de consistência de resposta superior. A Figura de 23 apresenta de forma gráfica a resposta

de intenção de recomendação por parte do consumidor no ambiente de loja em varejo.

Figura 23 – Análise comparativa entre as lojas acerca da resposta na Recomendação.

Fonte: Elaborado pelo autor

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86

As Figuras 24 a 27 apresentam de forma gráfica a categorização das dimensões do construto

recomendação. Observou-se uma maior quantidade de respondentes que dizem sim para

recomendação na loja com mudança de layout. Nas Figuras a seguir os construtos estão

simbolizados por: Ambiente Interno – AI.c; Atendimento - AT.c; Valor de compra - VC.c,

Sortimento e variedade – SV.c e de recomendação (REC.c).

Figuras 24 e 25 – Análise comparativa entre as lojas acerca da resposta na recomendação e na categorização da resposta das dimensões ambiente interno e atendimento.

Fonte: Elaborado pelo autor

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87

Figuras 26 e 27 – Análise comparativa entre as lojas acerca da resposta na recomendação e na categorização da resposta das dimensões valor de compra e sortimento e variedade.

Fonte: Elaborado pelo autor

4.3 Análise fatorial e de Componentes Principais – PCA

Ao realizar o PCA, cada ponto do gráfico de escores (Score plot) representa um entrevistado

em relação à mediana das variáveis representada ao centro. Para evidenciar que ambas as lojas

detém clientes comparáveis, primeiro foi realizada um PCA, uma análise não supervisionada

onde não se dá informações de classificação dos sujeitos de estudo, apenas seus perfis fatoriais,

para observar se seus perfis não são diferentes entre si, sendo comprovado pelo agrupamento

de sua grande maioria dentro da Elipse de Hotelling (p<0,05) (ABDI; WILLIAMS, 2000). No

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gráfico de escores (Figura 28) esta amostra demonstra uma dispersão natural com apenas alguns

casos de ambas as lojas demonstrando perfis mais excêntricos que os demais.

Figura 28 – Dispersão natural das lojas em geral

Fonte: Elaborado pelo autor através do Umetrics SIMCA® 14.1.

Neste mesmo gráfico de escores, colorido pelo uso sim (1) ou não (0) da tecnologia nas lojas,

pode-se identificar quais lojas os clientes visitam (Figura 29). Há uma concentração clara de

usuários da loja sem mudança de layout (0) à direita com uma pulverização de usuários ao

quadrante esquerdo, além de uma pulverização de usuários representativos da Loja com

mudança de layout (1) bem dispersos entre ambos os quadrantes. Observou-se também alguns

outliers fora da Elipse de Hotelling.

Figura 29 – Gráfico de dispersão (scatter plot) do PCA acerca do perfil dos clientes, coloridos por sua loja, sendo a loja com mudança de layout (em vermelho) e a loja sem mudança de

layout (em azul).

Fonte: Elaborado pelo autor através do Umetrics SIMCA® 14.1.

Ao fazer os ajustes na amostra com a retirada dos outliers e ao colorir o gráfico analisando

agora a intenção de recomendação (Figura 30), verificou-se que o quadrante direito concentra

t[2]

t[2]

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89

claramente os “detratores” (azul) de recomendação, mostrando assim uma alta associação entre

esta característica e à loja sem mudança de layout, mesmo sob a análise não supervisionada.

Consequentemente o lado esquerdo, agora, é representado pela concentração de “promotores”

(vermelho) de recomendação, mostrando associação entre esta característica e a loja com

mudança de layout.

Figura 30 – Gráfico de dispersão (scatter plot) do PCA acerca da recomendação, sendo a loja com mudança de layout (em vermelho) e a loja sem mudança de layout (em azul).

Fonte: Elaborado pelo autor através do Umetrics SIMCA® 14.1.

Ao relacionar estes ao gráfico de cargas fatoriais (Figura 31), pode-se ver a importância que as

variáveis de estudo têm nesta classificação, onde esta influência é demonstrada pela distância

vetorial deste ponto ao centro do gráfico, sendo proporcional à sua influência na determinação

dos escores naquele quadrante. Ao observar o que leva os clientes ao quadrante esquerdo então,

verificou-se que a força vetorial da recomendação [REC.c(1)] é mais pronunciada (0,26) e a

utilização de tecnologia [TEC.c(1)], também para o mesmo sentido (esquerda) e quase a mesma

direção, mas com menor força (0,08). Vale a pena citar as influências das características sócio

demográficas na segunda componente, para cima e para baixo, que influenciam muito da

dispersão. Observou-se na Figura 31 por exemplo, que na loja com mudança de layout, o

Gênero (1= “masculino”) tem maior probabilidade de recomendação.

t[2]

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90

Figura 31 – Gráfico de cargas fatoriais do PCA, apresentando influência das dimensões da experiência do consumidor na recomendação, e a influência das características sócio

demográficas.

Fonte: Elaborado pelo autor através do Umetrics SIMCA® 14.1.

Com estas informações, pode-se realizar as regressões logísticas e testes de Mann-Whitney de

cada modelo para a recomendação em cada loja e avaliar comparativamente se a utilização da

tecnologia nas lojas demonstra algum efeito nos coeficientes das dimensões do construto.

As análises mostram que os construtos são definitivamente os componentes primários de

separação entre os “promotores” e “detratores” e que as lojas tem clientes com percepções

comparáveis.

4.4 Confiabilidade do instrumento

De acordo com Da Hora, Monteiro e Arica (2010) o coeficiente alfa de Cronbach tem grande

utilização e aceitação no meio acadêmico como ferramenta para estimação da confiabilidade

do questionário. Hair Jr. et al. (2009) e Malhotra (2012) afirmam que valores de alfa de

Cronbach acima de 0,6 são considerados satisfatórios. Adicionalmente, Hair Jr. et al. (2009)

sugerem que alfas acima de 0,7 demonstram boa consistência interna da escala.

A confiabilidade do instrumento de pesquisa foi incialmente avaliada através do coeficiente

Alfa de Cronbach de cada construto, corroborando a validação destes, onde apresenta uma

correlação média entre as perguntas através do cálculo da variância de cada questão individual,

bem como da variância da soma de cada um dos entrevistados (Tabela 7). A confiabilidade do

modelo com os construtos foi avaliada e apresentou um Alfa de Cronbach médio de 0,816 com

os seus 4 itens, indicando uma alta consistência interna em cada um.

p[2]

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Tabela 7 – Análise de confiabilidade através do Alfa de Cronbach das dimensões do Construto.

Construto Cronbach's Alpha

N of Items

AMBIENTE INTERNO 0,823 4

ATENDIMENTO 0,807 5

VALOR DE COMPRA 0,802 5

SORTIMENTO E VARIEDADE

0,832 4

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

4.5 Teste de hipóteses da pesquisa utilizando regressão logística e teste de Mann-Whitney

Depois de comprovar nas análises multivariadas as associações das variáveis dos construtos

com a Recomendação, foi possível agora avaliar a razão de chances (odds ratio) que estas

características aumentam ou diminuem para a realização da Recomendação. Hair et al. (2009)

afirma que a razão de chances (odds ratio) é uma relação direta do quanto uma característica

independente aumenta o risco da variável dependente ser de um grupo referência, sendo

aconselhado também por não requerer normalidade nas variáveis independentes estudadas

(HAIR et al., 2009).

Ao ser realizada a regressão logística é recomendável observar os seguintes parâmetros de

qualidade do modelo gerado: O pseudo R2 de Nagelkerke tem uma interpretação semelhante

ao da regressão linear (com valores de 0 a 1) e evidencia a quantidade de informação utilizada

para aquele modelo. Após a criação do modelo de regressão, o coeficiente de cada variável é

avaliado pelo teste de Wald para saber se são estatisticamente diferentes de zero e, assim,

importantes para o modelo. Por fim, o teste de Hosmer e Lemeshow permite ver se as categorias

previstas pelo modelo criado são condizentes com as categorias observadas, portanto é

necessário que o qui-quadrado (χ2) não dê significante, para mostrar que as previsões não são

diferentes dos observados. Hair Jr. et al. (2009) indicam a utilização de valores acima de 0,05

para a estatística de Hosmer e Lemeshow.

Adicionalmente, os resultados foram avaliados ainda por meio do teste não paramétrico de

Mann-Whitney, com o intuito de verificar possíveis diferenças entre ambos os grupos

estudados: Avaliar as dimensões da experiência de compra e a probabilidade de recomendação

dos clientes das lojas com e sem mudança de layout. O teste de Mann-Whitney foi utilizado

para comparar as tendências centrais das amostras das duas lojas, verificando assim, se os

valores do grupo da loja com mudança de layout são superiores aos valores do grupo da loja

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sem mudança de layout. O teste de Mann-Whitney também foi utilizado como uma validação

das regressões logísticas realizadas, tendo obtido melhores resultados para a confirmação das

hipóteses da Pesquisa.

4.5.1 Regressão Logística do Modelo com todos os clientes para prever o grupo

“Promotor” de Recomendação

A regressão logística foi realizada, utilizando somente as variáveis reclassificadas das

dimensões dos construtos e as características sócio demográficas, para prever a Recomendação

no modelo geral incluindo os respondentes de ambas as lojas. O modelo passou pelo teste de

Hosmer e Lemeshow (χ2Hosmer e Lemeshow (8)=10,672; p=0,0155), se mostrando adequado (HAIR

et al., 2009), e obtendo melhora significativa de acertos em relação ao modelo sem preditores

[χ2(3)=218,089 p<0,001 ; R2

Nagelkerke = 0,530] após 7 iterações, sendo possível identificar

corretamente 80,4% dos casos.

O modelo finaliza demonstrando na tabela 8 que são significantes e aumentam a razão de

chances, representada pelo valor de Exp(B), a classificação “positivo” nas dimensões

Sortimento e Variedade (SV.c) em 7,719 vezes [IC95% = 4,5 – 13,2], Ambiente Interno (AI.c)

em 3,527 vezes [IC95% = 2,1 – 5,9] e Valor de Compra (VC.c) em 3,574 vezes [IC95% = 1,7 –

7,4]. Ou seja, na análise de regressão logística com todos os clientes (loja com e sem mudança

de layout) destaca-se o Odds Ratio de 7,719, indicando que quando há maior sortimento e

variedade de produtos nas lojas, as chances de se recomendar aumentam 7,719 vezes.

Também foi observado que a variável sócio demográfica Renda (3 = “R$ 6.001,00 a R$

9.000,00”) foi significativa, porém diminuindo as chances de recomendação. Para uma melhor

interpretação desta informação, rodou-se outra regressão com o preditor contrário (“não

recomendar”), obtendo-se que a partir desta classificação aumenta as chances de Não

Recomendar em 2,6vezes [IC95% = 1,0 – 6,8].

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93

Tabela 8 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, através das dimensões do Construto e variáveis sócio demográficas

em todos os clientes.

B S.E. Wald df Sig. Exp(B) 95% C.I. para

EXP(B)

Inferior Superior

Passo 7a

AI.c(1) 1,261 0,27 21,834 1 0 3,527 2,079 5,985

VC.c(1) 1,274 0,375 11,554 1 0,001 3,574 1,715 7,45

SV.c(1) 2,044 0,273 56,1 1 0 7,719 4,522 13,177

Renda(3) -0,985 0,48 4,209 1 0,04 0,373 0,146 0,957

(2,678b) 1,045 6,861

Constante 39,78 30057,3 0 1 0,999 18*10^16

a. Variável(is) inserida(s) no passo 1: AI.c, AT.c, VC.c, SV.c, TECNO.c, Gênero, Est.Civil, Idade, Emprego, Renda, Formação, Frequência. b. Reanálise prevendo a categoria contrária para melhor interpretação.

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

4.5.2 Regressão Logística do Modelo com os clientes da Loja sem mudança de layout para

prever o grupo “Promotor” de Recomendação

A regressão logística foi realizada, utilizando somente as variáveis reclassificadas dos

construtos e as sócio demográficas, para prever a recomendação na loja sem mudança de layout.

O modelo passou pelo teste de Hosmer e Lemeshow (χ2Hosmer e Lemeshow (8)=4,595; p=0,800), se

mostrando adequado (HAIR et al., 2009), e obtendo melhora significativa de acertos em relação

ao modelo sem preditores [χ2(3)=117,091 p<0,001 ; R2

Nagelkerke = 0,563] após 7 iterações, sendo

possível identificar corretamente 83,3% dos casos.

O modelo finaliza demonstrando na tabela 9 que são significantes e aumentam a razão de

chances, representada pelo valor de Exp(B), a classificação “positivo” nas dimensões

Sortimento e Variedade (SV.c) em 11,235 vezes [IC95% = 5,07 – 24,88], Ambiente Interno

(AI.c) em 5,74 vezes [IC95% = 2,6 – 12,7]. Na análise de regressão logística com os clientes da

loja sem mudança de layout destaca-se o Odds Ratio de 11,235, indicando que quando há maior

sortimento e variedade de produtos nas lojas, as chances do cliente recomendar a loja aumentam

11,235 vezes.

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94

Tabela 9 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, através das dimensões do Construto e variáveis sócio demográficas para

clientes da loja sem mudança de layout.

B S.E. Wald df Sig. Exp(B) 95% C.I. para

EXP(B)

Inferior Superior Passo 7a SV.c(1) 2,419 0,406 35,541 1 0 11,235 5,072 24,885

AI.c(1) 1,749 0,405 18,624 1 0 5,747 2,597 12,716 Constante -3,617 0,82 19,449 1 0 0,027

a. Variável(is) inserida(s) no passo 1: AI.c, AT.c, VC.c, SV.c, Gênero, Est.Civil, Idade, Emprego, Renda, Formação.

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

4.5.3 Regressão Logística do Modelo com os clientes da Loja com mudança de layout para

prever o grupo “Promotor” de Recomendação

A regressão logística foi realizada, utilizando somente as variáveis reclassificadas das

dimensões dos construtos e as sócio demográficas, para prever a recomendação na loja com

mudança de layout. O modelo passou pelo teste de Hosmer e Lemeshow (χ2Hosmer e Lemeshow

(7)=6,876; p=0,442), se mostrando adequado (HAIR et al., 2009), e obtendo melhora

significativa de acertos em relação ao modelo sem preditores [χ2(3)=43,774 p<0,001 ; R2

Nagelkerke

= 0,129] após 9 iterações, sendo possível identificar corretamente 78,8% dos casos.

O modelo finaliza demonstrando na tabela 10 que são significantes e aumentam a razão de

chances, representada pelo valor de Exp(B), a classificação “positivo” na dimensão Ambiente

interno (AI.c) em 2,237 vezes [IC95% = 1,45 – 3,36]. Ou seja, na análise de regressão logística

com os clientes da loja com mudança de layout tem-se o Odds Ratio de 2,237 indicando que

quando há melhoria no layout da loja os clientes percebem como positivo o ambiente interno e

as chances de se recomendar a loja aumentam em 2,237 vezes. Foi observado que a variável

sócio demográfica emprego (1=“com emprego”) foi significativa e aumenta em 2,155 vezes as

chances do cliente recomendar a loja com mudança de layout. Também foi verificado que a

variável sócio demográfica Formação (1=“ensino médio”) foi significativa, porém diminuindo

as chances de recomendação. Para uma melhor interpretação desta informação, rodou-se outra

regressão com o preditor contrário (“não recomendar”), obtendo-se que a classificação aumenta

as chances de Não Recomendar em 2,225 vezes [IC95% = 1,133 – 4,371].

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95

Tabela 10 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, através das dimensões do Construto e variáveis sócio demográficas para

clientes da loja com mudança de layout.

B S.E. Wald df Sig. Exp(B)

95% C.I. para EXP(B)

Inferior Superior

Passo 9a

AI.c(1) 0,805 0,208 15,04 1 0 2,237 1,489 3,36

Emprego(1) 0,768 0,369 4,331 1 0,037 2,155 1,046 4,441

Formação(1) -0,8 0,345 5,389 1 0,02 0,449 0,229 0,883

(2,225b) 1,133 4,371

Constante 20,647 17798,85 0 1 0,999 93*10^7

a. Variável(is) inserida(s) no passo 1: AI.c, AT.c, VC.c, SV.c, Gênero, Est.Civil, Idade, Emprego, Renda, Formação, Frequência, REC.c. b. Reanálise prevendo a categoria contrária para melhor interpretação.

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

A regressão logística foi realizada novamente, utilizando somente as variáveis reclassificadas

das dimensões construtos e as sócio demográficas, para prever a recomendação. O modelo

passou pelo teste de Hosmer e Lemeshow (χ2Hosmer e Lemeshow (6)=6,646; p=0,355), se mostrando

adequado (HAIR et al., 2009), e obtendo melhora significativa de acertos em relação ao modelo

sem preditores [χ2(8)=89,947 p<0,001; R2

Nagelkerke = 0,457] após 6 iterações, sendo possível

identificar corretamente 77,2% dos casos.

O modelo finaliza demonstrando na tabela 11 que são significantes e aumentam a razão de

chances, representada pelo valor de Exp(B), a classificação “positivo” nas dimensões

Sortimento e Variedade (SV.c) em 8,5 vezes [IC95% = 3,95 – 18,31] e Valor de Compra (VC.c)

em 3,36 vezes [IC95% = 1,26 – 8,92]. Também foi observado que a variável sócio demográfica

de Gênero (1=“Masculino”) também foi significativa, aumentando as chances em 2,36 vezes

[IC95% = 1,16 – 4,8] do cliente recomendar a loja.

Tabela 11 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, após reclassificação das dimensões do Construto e variáveis sócio

demográficas para clientes da loja com mudança de layout.

B S.E. Wald df Sig. Exp(B) 95% C.I. para

EXP(B)

Inferior Superior Passo 6a

SV.c(1) 2,14 0,391 29,914 1 0 8,503 3,949 18,311

VC.c(1) 1,21 0,499 5,874 1 0,015 3,353 1,26 8,918 Gênero(1) 0,859 0,363 5,595 1 0,018 2,36 1,159 4,807

Constante 18,387 26166,87 0 1 0,999 96*10^6

a. Variável(is) inserida(s) no passo 1: AI.c, AT.c, VC.c, SV.c, Gênero, Est.Civil, Idade, Emprego, Renda, Formação.

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

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96

4.5.4 Regressão Logística do Modelo com todos os clientes para prever a loja pertencente

(com ou sem tecnologia) tem maior probabilidade de Recomendação

A regressão foi realizada, utilizando somente as variáveis reclassificadas dos construtos e as

sócio demográficas, para prever dentre o total de respondentes (loja com e sem tecnologia),

qual das lojas tem a maior probabilidade de Recomendação. O modelo passou pelo teste de

Hosmer e Lemeshow (χ2Hosmer e Lemeshow (6)=1,258; p=0,974), se mostrando adequado (HAIR et

al., 2009), e obtendo melhora significativa de acertos em relação ao modelo sem preditores

[χ2(3)=36,842 p<0,001 ; R2

Nagelkerke = 0,105] após 11 iterações, sendo possível identificar

corretamente 61,5% dos casos.

O modelo finaliza demonstrando na tabela 12 que são significantes e aumentam a razão de

chances, representada pelo valor de Exp(B), a classificação “positivo” na dimensão Ambiente

Interno (AI.c) em 2 vezes [IC95% = 1,4 – 3,2] na capacidade de prever de qual loja é derivada

este cliente. Ou seja, na análise de regressão logística com os clientes de ambas as lojas, o

cliente que vê como positivo a dimensão ambiente interno, tem 2 vezes mais chance de

pertencer a loja com mudança de layout.

Tabela 12 – Análise de Regressão Logística para prever o Grupo “Promotor” de recomendação, após reclassificação das dimensões do construto e variáveis sócio

demográficas para o modelo com todos os clientes.

B S.E. Wald df Sig. Exp(B) 95% C.I. para

EXP(B)

Inferior Superior

Passo 11a

AI.c(1) 0,78 0,199 15,332 1 0 2,182 1,476 3,223

Constante 20,423 17972,17 0 1 0,999 7,41E+08

a. Variável(is) inserida(s) no passo 1: AI.c, AT.c, VC.c, SV.c, REC.c, Gênero, Est.Civil, Idade, Emprego, Renda, Formação, Frequência.

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

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97

4.5.5 Resumo dos modelos logísticos gerados

As regressões logísticas se mostraram adequadas e o resumo de suas interpretações pode ser

vista na tabela resumo, abaixo. Verificou-se que a dimensão ambiente interno possui

significância para os três modelos: modelo geral com todos os respondentes, modelo da loja

sem mudança de layout e modelo da loja com mudança de layout. O modelo da loja sem

mudança de layout também apresentou significância para a dimensão sortimento e variedade.

Para o modelo da loja com mudança de layout, onde foi realizado o redesenho de processos de

serviços utilizando técnicas de análise de video, apresentou significância para as dimensões

ambiente interno, valor de compra e sortimento e variedade

Tabela 13 – Resumo dos resultados das regressões logísticas, com suas significâncias e razão de chances (odds ratio).

DIMENSÃO DO CONSTRUTO

MODELO

GERAL

MODELO

SEM MUDANÇA

DE LAYOUT

MODELO

COM MUDANÇA

DE LAYOUT

Importância para

os Modelos

AMBIENTE INTERNO

OR: 3,527 OR: 5,747 OR: 2,237 Significante para todos os modelos.

ATENDIMENTO Sem Significância para todos os

modelos.

VALOR DE COMPRA

OR: 3,574 OR: 3,353 Significante para o modelo geral e com

mudança de layout.

SORTIMENTO E VARIEDADE

OR: 7,719 OR: 11,235 OR: 8,503 Significante para todos os modelos.

*ACHADOS IMPORTANTES

Renda (3) OR: 0,373 (2,678)b

Gênero (1) OR: 2,360

O Gênero Masculino é significante no modelo com tecnologia. Renda ($6.000

a $9.000) é significante no modelo geral, porém para prever a categoria

contrária (“não recomendar”).

(*) Variáveis sócio demográficas. a. Valor de previsão da categoria contrária (“não recomendar”) para melhor interpretação.

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.5.6 Teste de Mann-Whitney: Comparação da média da variável das dimensões da

experiência do consumidor nos dois grupos estudados

O teste de Mann-Whitney teve como objetivo comparar as dimensões da experiência de compra

do consumidor das lojas com e sem mudança de layout. O teste de Mann-Whitney mostrou que

ocorre melhoria da experiência do consumidor na loja com intervenção tecnológica, ou seja,

loja com mudança de layout, uma vez que a significância foi de 0,00, p<0,001. As estatísticas

do teste estão disponíveis na tabela 14.

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98

Tabela 14 – Estatística do teste de Mann-Whitney

Ambiente

Interno Atendimento

Valor de compra

Sortimento e variedade

U de Mann-Whitney 17629 18982 23803 20525,5

Wilcoxon W 43507 44860 49681 46403,5 Z -5,565 -4,641 -1,045 -3,431 Significância Sig. (bilateral)

0 0 0 0

a. Variável de Agrupamento: TECNO.c

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

Nota-se ainda que a média e a soma das classificações das dimensões do construto Experiência

de compra do consumidor nos dois grupos analisados se apresentam significativas. Dentre os

consumidores da loja sem mudança de layout a média das classificações foi de 191,66 para a

dimensão ambiente interno, 197,62 para dimensão atendimento, 218,86 para valor de compra e

204,42 para a dimensão sortimento e variedade; A soma das classificações na loja sem mudança

de layout teve maior valor na dimensão valor de compra com a soma das classificações de

49681,00.

Por outro lado, na loja com mudança de layout, a média das classificações foi superior em todas

as dimensões, sendo: Ambiente interno (259,09); Atendimento (253,00); Valor de compra

(231,28); Sortimento e variedade (246,04). A soma das classificações na loja com mudança de

layout foi superior à loja sem mudança de layout em todas as dimensões, tendo como maior

valor a dimensão Ambiente interno com 57518,00. O detalhamento das classificações

encontradas, está disposto na tabela 15.

Tabela 15 – Classificações do Teste de Mann-Whitney

Experiência do consumidor(Dimensões)

Loja com mudança de Layout

Média das classificações

Soma das Classificações

Ambiente Interno Não 191,66 43507 Sim 259,09 57518

Atendimento Não 197,62 44860 Sim 253,00 56165

Valor de compra Não 218,86 49681 Sim 231,28 51344

Sortimento e variedade Não 204,42 46403,5 Sim 246,04 54621,5

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

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99

4.5.7 Teste de Mann-Whitney: Comparação da média da variável da probabilidade de

recomendação nos dois grupos estudados

O teste de Mann-Whitney teve como objetivo comparar as dimensões da experiência de compra

e a probabilidade de recomendação dos clientes das lojas com e sem mudança de layout. O teste

de Mann Whitney mostrou que a experiência do consumidor tem efeito na intenção de

recomendação da loja por parte do cliente, uma vez que a significância foi de 0,00, p<0,001.

As estatísticas do teste estão disponíveis nas tabela 16 e 17 para as lojas com e sem mudança

de layout respectivamente.

Tabela 16 – Estatística do teste de Mann-Whitney entre as dimensões da experiência do consumidor e a recomendação – Loja com mudança de layout

Ambiente

interno Atendimento

Valor de compra

Sortimento e variedade

U de Mann-Whitney 2429,500 2304,500 2304,500 1828,500

Wilcoxon W 7379,500 7254,500 7254,500 6778,500

Z -7,733 -7,977 -7,977 -8,989

Significância Sig. (bilateral)

0,000 0,000 0,000 0,000

a. Variável de Agrupamento: REC.c

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

Tabela 17 – Estatística do teste de Mann-Whitney entre as dimensões da experiência do consumidor e a intenção de recomendação – Loja sem mudança de layout

Ambiente

interno Atendimento

Valor de compra

Sortimento e variedade

U de Mann-Whitney 1828,500 1828,500 1688,500 1927,500

Wilcoxon W 10606,500 10606,500 10466,500 10705,500

Z -9,117 -9,117 -9,399 -8,917 Significância Sig. (bilateral)

0,000 0,000 0,000 0,000

a. Variável de Agrupamento: REC.n

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

Nota-se ainda que a soma das classificações das dimensões do construto Experiência de compra

e a intenção de recomendar nos dois grupos analisados apresentam-se significativas. Dentre os

consumidores da loja sem mudança de layout a soma das classificações (Ambiente interno:

10606,50; Atendimento: 10606,50; Valor de compra: 10446,50; Sortimento e variedade:

10705,50) apresentam-se maiores para “não recomendar” quando comparado com a soma das

classificações da loja com mudança de layout (Ambiente interno: 7379,50; Atendimento:

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100

7254,50; Valor de compra: 7254,50; Sortimento e variedade: 6778,50), apresentando assim que

a loja sem mudança de layout tem maior pretensão de não recomendar.

Por outro lado, na loja com mudança de layout, a soma das classificações da Experiência de

compra e a intenção de recomendar foi superior a loja sem mudança de layout em todas as

dimensões, sendo: Ambiente interno (17373,50); Atendimento (17498,50); Valor de compra

(17498,50); Sortimento e variedade (1794,50). Apresentando assim que a Loja com mudança

de layout gera uma melhor experiência de compra e uma maior probabilidade de recomendação

da loja por parte do consumidor. O detalhamento das classificações encontradas, está disposto

nas tabelas 18 e 19:

Tabela 18 – Classificação do Teste de Mann-Whitney entre as dimensões da experiência do consumidor e a recomendação - Loja com mudança de layout

Experiência de compra(Dimensões)

Recomendação Soma das classificações

Ambiente Interno Não 7379,50 Sim 17373,50

Atendimento Não 7254,50 Sim 17498,50

Valor de compra Não 7254,50 Sim 17498,50

Sortimento e variedade Não 6778,50 Sim 17974,50

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

Tabela 19 – Classificação do Teste de Mann-Whitney entre as dimensões da experiência do consumidor e a intenção de recomendação - Loja sem mudança de layout

Experiência de compra(Dimensões)

Recomendação Soma das classificações

Ambiente Interno Não 10606,50 Sim 15271,50

Atendimento Não 10606,50 Sim 15271,50

Valor de compra Não 10466,50 Sim 15411,50

Sortimento e variedade Não 10705,50 Sim 15172,50

Fonte: Elaborado pelo autor através do IBM SPSS® v20.

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101

4.6 Análise das Hipóteses

4.6.1 Análise Da Hipótese H1 – Ambiente Interno e a intenção de recomendação

Foi evidenciado nas regressões logísticas conforme resumo na tabela 13, a dimensão Ambiente

interno [H1] como significante para todos os modelos (Geral, loja com mudança de layout e

loja sem mudança de layout), confirmando o estudo de Solomon (2016), Terblanche e Boshoff

(2006) e Costa et al. (2008). De acordo com o teste de Mann-Whitney gerado nas tabelas 18 e

19, observou-se que a dimensão Ambiente interno possui maior “soma das classificações” na

loja com mudança de layout, evidenciando assim que o redesenho de design de serviços com

utilização de técnicas de análise de vídeo cria uma maior experiência do consumidor em varejo

e aumenta a probabilidade de recomendação.

Gouvêa (2013) argumenta que os clientes formam imagens dos ambientes de lojas físicas com

base em atributos que, para eles são essenciais, o que inclui, além da atmosfera ou ambiente de

loja, o nível de atendimento prestado, a conveniência proporcionada durante as compras e a

eficiência de operações. Isso demonstra um real efeito associativo das percepções dos clientes

à recomendação, ao se expressar com maior valor na loja com mudança de layout. Para Solomon

(2016) um dos fatores importantes na experiência do consumidor está relacionado com o

ambiente interno da loja. A hipótese [H1] corrobora com os estudos de Zeithaml, Bitner e

Gremler (2014), que abordaram em seus estudos o ambiente interno da loja, representado pelo

layout e funcionalidades do ambiente, como importante para a experiência de consumo, bem

como na sua tomada de decisão.

Através do modelo de previsão do uso de tecnologia ou não das lojas (Tabela 12), pode-se

claramente ver a importância desta dimensão pois consegue destacar que a probabilidade do

cliente que compra gostar do ambiente interno ser da loja com mudança de layout é 2 vezes

maior, comprovando que redesenho dos processos de serviço utilizando o modelo service

design com técnicas de video analytics, é essencial na disposição agradável ao cliente, criando

assim uma maior experiência de compra no ambiente de loja em varejo.

As relações encontradas no presente estudo, suporta a hipótese “H1: A mudança de layout

influencia positivamente a avaliação entre ambiente interno e a intenção de recomendação dos

consumidores nas lojas”.

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102

4.6.2 Análise da Hipótese H2 – Atendimento e a intenção de recomendação

A dimensão atendimento [H2], foi uma dimensão que mostrou maior significância no modelo

da loja com mudança de layout através do teste de Mann-Whitney. Ficou evidente através das

tabelas 18 e 19 que o maior valor da “soma das classificações” da dimensão atendimento é na

loja com mudança de layout, confirmando assim que a utilização do service design com técnicas

de vídeo analítico para melhoria do ambiente de compra do consumidor, demonstrou

significância para a dimensão atendimento, confirmando os modelos de Fatima e Razzaque

(2014) e Costa et al. (2008). Fatima e Razzaque (2014) argumentam que a avaliação da

qualidade de uma experiência de compra deve seguir elementos atrelados à atenção criada a

cada consumidor de forma individual e do contato de maneira agradável entre funcionários e

clientes da loja.

Nos estudos de Frederico, E. et al. (2014) sobre os determinantes da satisfação e do boca a boca

para a marca Havaianas observou-se que a dimensão atendimento possui uma maior carga

fatorial que influencia na experiência de compra do consumidor e sua recomendação,

corroborando com as informações da hipótese [H2], a qual aponta que a mudança de layout

influencia positivamente a avaliação entre o atendimento e a intenção de recomendação dos

consumidores nas lojas. Segundo Parente e Barki (2014), quando o atendimento é desempenhado

de forma adequada, o varejista consegue desenvolver relações de longo prazo, e manter a

fidelidade do cliente.

As relações encontradas no presente estudo, suporta a hipótese “H2: A mudança de layout

influencia positivamente a avaliação entre o atendimento e a intenção de recomendação dos

consumidores nas lojas”.

4.6.3 Análise da Hipótese H3 – Valor de compra e a intenção de recomendação

A dimensão valor de compra [H3] se mostra significante para o modelo geral e para o modelo

da loja com mudança de Layout, quando feita a regressão logística (conforme resumo na tabela

13). Através da confirmação feita com o teste de Mann-Whitney gerado na tabelas 18 e 19,

ficou evidente que a mudança de layout influenciou positivamente a dimensão valor de compra,

já que este apresentou maior “soma das classificações” quando comparado com a Loja sem

mudança de layout, corroborando assim com os estudos dos autores Terblanche e Boshoff

(2006) e Johnson et al (2015). Este, afirma que o preço desempenha um papel dominante na

relação da experiência do consumidor, e o valor de compra é o resultado da percepção do

consumidor sobre a relação entre os benefícios obtidos pelo preço pago. Esta dimensão também

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103

aponta um real efeito associativo das percepções dos clientes à recomendação, ao se expressar

em ambos os modelos. Também pode se afirmar que é uma característica que realça a diferença

comparativa entre as lojas e o uso ou não da tecnologia.

Já nos estudos de Costa et al. (2008) está dimensão não demonstrou significância. Segundo

Chung et al. (2016) a recomendação surge como uma resposta do consumidor, estudada como

parte da sua intenção de comportamento. Os autores concluíram que a dimensão valor de

compra, quando bem despendido existe um impacto na intenção de recomendar a outros a

experiência, corroborando assim com a importância dessa dimensão do construto experiência

de compra. A hipótese [H3] também corrobora com os estudos de Churchill e Peter, 2012, que

avaliou o valor de compra e as informações vinculadas a promoção, podem reforçar uma

decisão de compra do consumidor, podendo assim criar uma maior probabilidade de

recomendação da loja para amigos e parentes.

As relações encontradas no presente estudo, suporta a hipótese “H3: A mudança de layout

influencia positivamente a avaliação entre o valor de compra e a intenção de recomendação

dos consumidores nas lojas”.

4.6.4 Análise da Hipótese H4 – Sortimento e variedade e a intenção de recomendação

Foi visto que a dimensão sortimento e variedade [H4] de cada loja é uma dimensão de grande

importância para recomendação da loja, tenha ela o uso da tecnologia ou não, como

comprovado na regressão logística realizada nos três modelos, conforme resumo na tabela 13.

Na confirmação do teste de Mann-Whitney gerado nas tabelas 18 e 19, ficou evidente que a

maior “soma das classificações” entre a dimensão e a intenção de recomendar foi na Loja com

mudança de layout. A dimensão sortimento e variedade possui a menor “soma das

classificações” (loja com mudança de layout = 6778,50) para a intenção de não recomendar, fato

que aponta que a menor parte dos consumidores dizem não recomendam a loja.

Assim, esta dimensão demonstrou significância com a intenção de recomendar, corroborando

com os estudos de Rudiené (2015), que afirma que dentre os elementos que impactam a

experiência de compra na loja física, o sortimento de produtos disponíveis na loja e o nível de

preços são de grande influência. Para Verhoef et al. (2009) os clientes preferem varejistas que

disponibilizam uma ampla variedade de produtos.

Segundo Bauer et al. (2012), o planejamento do sortimento e variedade de produtos é uma das

mais desafiantes tarefas para os varejistas devido as preferências dos consumidores por

variedade, novidade e flexibilidade que cada vez mais buscam por conveniência e novas

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experiências no ambiente de loja em varejo. Estudos de Johnson et al., 2015, demonstraram

que atributos, como de produtos e sortimento de marcas, influenciam os consumidores na

tomada de decisão.

As relações encontradas no presente estudo, suporta a hipótese “H4: A mudança de layout

influencia positivamente a avaliação entre sortimento/variedade e a intenção de recomendação

dos consumidores nas lojas”.

4.7 Achados importantes das análises

É importante salientar que outros achados, igualmente importantes, se apresentaram com este

estudo. Destes, no modelo geral se destaca a influência significante da categoria renda ($6.000

a $9.000), que diminui as chances de recomendação. Para melhor interpretação, outra regressão

logística foi realizada com o parâmetro contrário de previsão (“não recomendar”) e para esta

nova categoria de previsão, a renda aumenta em 2,5 vezes a chance de não recomendar a loja.

Outra característica sócio demográfica que também tem influência nos modelos estudados foi

o gênero no modelo da loja com mudança de layout. Neste modelo clientes do gênero masculino

detêm uma chance 2 vezes maior de recomendar a loja com mudança de layout.

Outro achado importante que deve-se apontar é a evidenciação da importância da dimensão

ambiente interno como capaz de prever o cliente ser da loja com mudança de layout (Tabela

12). Isso aponta que o redesign dos processos e os insights gerados pela análise de vídeo,

somados à ação da gestão varejista de remodelar a disposição da loja em prol de um design

mais efetivo é percebido e característico na loja que utilizou a tecnologia, como demonstrado

no modelo de regressão produzido.

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105

5 CONCLUSÃO

Esta dissertação de mestrado teve como objetivo compreender como o redesenho de processos

de serviços utilizando técnicas de design de serviços com utilização de tecnologia de vídeo

analíticos pode melhorar a experiência de compra do consumidor em varejo, bem como a

probabilidade de recomendação da loja. Para tal foi realizado a aplicação de técnicas Multilevel

Service Design em uma loja para melhoria do ambiente de loja, considerando as dimensões do

construto experiência de compra do consumidor, sendo realizada assim uma comparação entre

a loja com mudança de layout e a loja sem mudança de layout. O modelo de avaliação se

mostrou adequado e coeso para as análises da amostra utilizando principalmente o teste não

paramétrico de Mann-Whitney. A relação de suas dimensões com a intenção de recomendar

são bem claras e foi possível evidenciar que a inclusão das variáveis sócio demográficas

(avaliadas através das regressões logísticas), além de dar uma robustez aos resultados obtidos,

são importantes características dando origem a novas e importantes relações igualmente

relevantes para a gestão das instituições. As hipóteses, condensadas no Quadro 7, permitem

definir as seguintes conclusões:

Quadro 7 – Resumo da confirmação das hipóteses.

Hipótese

H1 A mudança de layout influencia positivamente a avaliação entre ambiente interno e a intenção de recomendação dos consumidores nas lojas.

Suportada

H2 A mudança de layout influencia positivamente a avaliação entre o atendimento e a intenção de recomendação dos consumidores nas lojas.

Suportada

H3 A mudança de layout influencia positivamente a avaliação entre o valor de compra e a intenção de recomendação dos consumidores nas lojas.

Suportada

H4 A mudança de layout influencia positivamente a avaliação entre sortimento/variedade e a intenção de recomendação dos consumidores nas lojas.

Suportada

Fonte: Elaborado pelo autor.

De acordo com o teste de Mann-Whitney, na loja com mudança de layout, a soma das

classificações da experiência de compra e a intenção de recomendar foi superior a loja sem

mudança de layout em todas as dimensões. Assim, apresenta-se que a loja que sofreu

intervenção tecnológica com aplicação de técnicas de service design gera uma melhor

experiência de compra e uma maior probabilidade de recomendação da loja por parte do

consumidor.

Visando alcançar o objetivo geral, de analisar a influência do redesenho de processos de

serviços na experiência de compra do consumidor em varejo e sua recomendação, o primeiro

objetivo especifico buscou analisar a intenção de recomendação através das dimensões da

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experiência do consumidor na loja com mudança de layout por meio do redesenho de processos

de serviço. Para isto foi realizado o teste de Mann-Whitney que apresentou significância e teve

a soma das classificações da experiência de compra e a intenção de recomendar de valor

superior a loja sem mudança de layout, sendo: Ambiente interno (17373,50); Atendimento

(17498,50); Valor de compra (17498,50); Sortimento e variedade (1794,50).

O segundo objetivo especifico buscou analisar a intenção de recomendação através das

dimensões da experiência do consumidor na loja sem mudança de layout. O teste de Mann-

Whitney apresentou significância, porém a soma das classificações da experiência de compra e

a intenção de recomendar teve valor menor do que a loja com mudança de layout.

O terceiro e último objetivo especifico teve como intuito analisar comparativamente as

dimensões da experiência do consumidor e a intenção de recomendar entre a loja sem mudança

de layout e a loja com mudança de layout por meio do redesenho de processos de serviços.

Primeiramente, as estatísticas descritivas apontaram de maneira geral que os consumidores da

loja com mudança de layout tem maior intenção de recomendar quando comparado com os

consumidores da loja sem mudança de layout. Na Análise de Componentes Principais (PCA),

a Figura 30 apresenta dados onde mostra maior concentração de “promotores” de recomendação

na loja com mudança de layout. Tendo como objetivo fazer uma análise mais profunda, foi

realizada a comparação entre os dois grupos utilizando o teste de Mann-Whitney. O teste

apresentou significância para os dois grupos, porém de acordo com a tabela 14 as “médias das

classificações” e a “soma da classificações” foram maior em todas as dimensões (construto

experiência do consumidor) na loja com mudança de layout. E ao comparar as dimensões da

experiência do consumidor e intenção de recomendar, as “somas das classificações” da loja

com mudança de layout se apresentou superior as da loja sem mudança de layout, conforme

tabelas 18 e 19.

Um achado deveras importante neste estudo foi evidenciado na importância da dimensão

ambiente interno ser capaz de prever o cliente com maior disposição para recomendação ser da

loja com mudança de layout. Confirmando assim que o redesenho de processos de serviços com

técnicas de vídeo analíticos geram importantes dados, que somado as ações da gestão varejista

de remodelar a disposição da loja em prol de um design mais efetivo é percebido e característico

na loja que utilizou a tecnologia, como demonstrado no modelo de regressão logística produzido

(Tabela 12).

Como contribuição acadêmica este estudo demonstrou, a partir de modelos estatísticos, que o

redesenho de processos de serviços com utilização de técnicas de análise de vídeo tem

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influência positiva na melhoria da experiência do consumidor em varejo e sua intenção em

recomendar a loja. No varejo, coletar e trabalhar dados com eficiência e relevância é importante

para entender melhor a experiência do consumidor no ambiente de loja em varejo. Com essas

informações bem tratadas, é possível que a gestão em varejo decida sobre uma estratégia que

possibilite uma experiência única para o consumidor.

Quando estratégias empresariais passam a ser guiadas pela necessidade dos seus clientes, ocorre

uma maior satisfação do público e uma possível melhoria no desempenho organizacional da

loja. Por isso reinventar é preciso, pensando a longo prazo e aumentando a relevância da marca

para o cliente, com isso é possível gerar uma experiência diferenciada ao consumidor e

conseguir sua fidelidade.

Em termos gerais, pode-se concluir que a realização do redesenho de processos de serviços

utilizando técnicas de Multilevel Service Design com aplicação de vídeo analíticos gera

importantes insights que podem apoiar os gestores das empresas varejistas na tomada de decisão

para melhoria da experiência de compra do consumidor e por consequência aumentar a

probabilidade de recomendação da loja por parte do cliente. As dimensões ambiente interno e

atendimento além de interferência tecnológica de mudança de ambiente através do service

design também pode ter uma interferência dos colaboradores da loja em varejo, devido a

interações que ocorrem entre cliente e funcionário, fato que em alguns casos pode ocasionar a

redução de não recomendação para estas dimensões. Segundo Ostrom et al. (2015) o design de

serviços envolve diversos departamentos da empresa e orquestra elementos como ambiente

físico e interações entre clientes e funcionários para melhoria nas experiências do consumidor.

O presente estudo apresenta resultados cujo domínio pode conduzir a algumas implicações e

insights para os gestores das empresas varejistas. Com o processo de transformações no varejo

e a mudança no comportamento do consumidor, as inovações tecnológicas como a utilização

de vídeos analíticos e Business Intelligence e Analytics são tendências para o futuro do varejo,

conforme estudos de Pantano (2014) e NRF (2018). Esses estudos também aumentam a

interatividade do cliente com a loja podendo criar uma melhor experiência de compra do

consumidor.

A importância da aplicação do redesenho de serviços para melhoria de processos internos para

poder assim conseguir uma melhoria na experiência do consumidor; utilização mais adequada

de técnicas de Business Intelligence e Analytics (no caso deste estudo com aplicação de técnicas

de vídeo analíticos) para extração de insights e apoio na tomada de decisão dos gestores. Assim,

este estudo busca compreender quais atributos da experiência do consumidor se destacam na

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relação com a intenção de recomendar uma loja de varejo, como também entender que

consequências poderão surgir desta, demonstrando assim um carácter inovador e um

instrumento significativo para a gestão de varejistas.

5.1 Limitações do trabalho

Este estudo apresenta algumas limitações, nomeadamente ao nível da amostra que foi não-

probabilística e por conveniência, o que limita a possibilidade de extrapolação para a totalidade

de consumidores de lojas de varejo. A utilização da metodologia de quase-experimento

permitiu a pesquisa ser realizada em duas lojas semelhantes tendo dois modelos: a loja sem

mudança de layout e a loja com mudança de layout (onde ocorreu durante alguns meses a

aplicação de Multilevel Service Design (MSD) com aplicação de técnicas de vídeo analíticos).

Conseguir realizar o quase-experimento em apenas uma loja poderia aumentar o poder

estatístico nas comparações realizadas. Uma outra sugestão é realizar a pesquisa em períodos

diferentes (outros cortes) durante o processo de MSD uma vez que o comportamento do cliente

poderá sofrer algum tipo de influência em virtude dos encontros com os funcionários da loja e

o contexto no qual o consumidor se encontra.

A escala de Likert utilizada neste estudo também pode ser considerada uma limitação, no

sentido em que, apesar de ser a escala mais utilizada neste gênero de pesquisas quantitativas,

pois facilita a tarefa de processamento e levantamento de dados, pode conduzir os respondentes

a assinalarem respostas que não são as mais sinceras, não manifestando, desta forma, uma

opinião exata.

Apesar das limitações identificadas, e de outras que podem ser apontadas, considera-se que o

estudo realizado permitiu conhecer melhor o comportamento dos consumidores após a

intervenção tecnológica no ambiente de loja em varejo.

5.2 Sugestões para pesquisas futuras

Futuras investigações poderiam utilizar amostras mais amplas abrangendo maior amplitude de

frequência de visita do consumidor na loja. Realizar a pesquisa “sem tecnologia” e “com

tecnologia” em apenas uma loja poderia aumentar o poder estatístico nas comparações

realizadas.

Os sistemas de análise de vídeo estão em constante evolução e melhorias de assertividade, como

o avanço dos estudos de inteligência artificial, sugere-se assim a inserção de outras análises de

vídeo em pesquisas futuras, como: demografia para identificação de gênero e faixa etária,

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podendo criar assim uma relação entre o cliente e promoções através de mensagens de áudio ou

displays com mensagens espalhados nas lojas; reconhecimento facial para poder criar banco de

dados com potencial de gerar promoções direcionadas para cada cliente da loja, além de poder

identificar o humor do cliente. Verificou-se também nas análises deste estudo que quando os

consumidores desfrutam de uma experiência positiva na loja, eles ficam mais dispostos a

recomendar o serviço da loja aos seus amigos e familiares, descrevendo assim a sua interação

com a empresa.

Por fim, este estudo constituiu apenas um contributo para o conhecimento da atitude dos

consumidores face as intervenções tecnológicas na loja em varejo. Dada a importância do tema

considera-se que muito há ainda que percorrer no campo da investigação nesta área sendo,

portanto, um campo fértil de trabalho para outros investigadores.

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APÊNDICE A

1. Quanto a sua avaliação sobre a loja, temos a seguir um conjunto de afirmações. Pedimos que

seja apontado o quanto você concorda ou discorda de cada uma delas. Na escala, 1 indica

DISCORDÂNCIA TOTAL, 7 indica CONCORDÂNCIA TOTAL.

I1

Ambiente interno

Esta loja tem uma decoração agradável? 1 2 3 4 5 6 7

I2 A organização dos produtos facilita que eu encontre o que procuro?

1 2 3 4 5 6 7

I3 A loja é adequadamente sinalizada(setores, locais de produtos, promoções)?

1 2 3 4 5 6 7

I4 A loja tem uma boa organização dos produtos. ? 1 2 3 4 5 6 7

2. Quanto a sua avaliação sobre a loja, temos a seguir um conjunto de afirmações. Pedimos que

seja apontado o quanto você concorda ou discorda de cada uma delas. Na escala, 1 indica

DISCORDÂNCIA TOTAL, 7 indica CONCORDÂNCIA TOTAL.

A1

Atendimento

Os vendedores desta loja me dão atenção pessoal?

1 2 3 4 5 6 7

A2 Os vendedores desta loja sempre têm disponibilidade para me atender?

1 2 3 4 5 6 7

A3 Os vendedores desta loja me fornecem um serviço rápido?

1 2 3 4 5 6 7

A4 Os vendedores desta loja são corteses e educados?

1 2 3 4 5 6 7

A5 Os vendedores desta loja estão sempre dispostos a me ajudar?

1 2 3 4 5 6 7

3. Quanto a sua avaliação sobre a loja, temos a seguir um conjunto de afirmações. Pedimos que

seja apontado o quanto você concorda ou discorda de cada uma delas. Na escala, 1 indica

DISCORDÂNCIA TOTAL, 7 indica CONCORDÂNCIA TOTAL.

V1

Valor de compra

Preço nesta loja valem à pena? 1 2 3 4 5 6 7 V2 Os produtos atendem às minhas expectativas? 1 2 3 4 5 6 7 V3 Os produtos desta loja são de boa qualidade? 1 2 3 4 5 6 7

V4 Os preços dos produtos representam um bom valor?

1 2 3 4 5 6 7

V5 Os produtos desta loja não costumam apresentar defeitos e falhas?

1 2 3 4 5 6 7

QUESTIONÁRIO

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4. Quanto a sua avaliação sobre a loja, temos a seguir um conjunto de afirmações. Pedimos que

seja apontado o quanto você concorda ou discorda de cada uma delas. Na escala, 1 indica

DISCORDÂNCIA TOTAL, 7 indica CONCORDÂNCIA TOTAL.

S1

Sortimento

A loja oferece produtos de boas marcas? 1 2 3 4 5 6 7

S2 A loja possui uma variedade de produtos adequada?

1 2 3 4 5 6 7

S3 A loja oferece diversas opções de produtos? 1 2 3 4 5 6 7 S4 A loja possui diferentes linhas de produtos? 1 2 3 4 5 6 7

5. Quanto a sua avaliação sobre a loja, temos a seguir um conjunto de afirmações. Pedimos que

seja apontado o quanto você concorda ou discorda de cada uma delas. Na escala, onde 0

expressa uma baixa probabilidade de recomendação e 10 expressa uma alta probabilidade de

recomendação.

R1 Recomendação Qual a chance de você recomendar essa empresa para um amigo ou parente?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

6. Gênero

( ) Masculino ( ) Feminino

7. Estado Civil

( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado

( ) Viúvo ( ) União estável

8. Qual a sua idade?

( ) até 25 anos

( ) acima de 25 e até 30 anos

( ) acima de 30 e até 35 anos

( ) acima de 35 e até 40 anos

( ) acima de 40 e até 45 anos

( ) acima de 45 e até 50 anos

( ) acima de 50 e até 55 anos

Page 125: 2019.09.15 - Dissertação NABYAEL BARROS · $%675$&7 ,q wkh uhwdlo vwruh wkh dgrswlrq ri qhz whfkqrorjlhv kdv ehhq xvhg wr dwwudfw fxvwrphuv dqg dovr wr fuhdwh surfhvvhv dqg

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9. Você trabalha?

( ) Sim ( ) Não

10. Qual a sua renda mensal familiar?

( ) até R$ 3.000,00

( ) de R$ 3.001,00 a R$ 6.000,00

( ) de R$ 6.001,00 a R$ 9.000,00

( ) acima de R$ 9.000,00

11. Qual o seu grau de formação?

( ) Pós-graduação, completo ou incompleto

( ) Ensino superior, completo ou incompleto

( ) Ensino médio, completo ou incompleto

( ) Ensino fundamental, completo ou incompleto

12. Qual a sua frequência de compra na referida loja?

( ) diariamente

( ) semanalmente

( ) mensalmente

( ) semestralmente

( ) anualmente