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Novo empréstimo de 1100 milhões garante voto da Madeira no OEGoverno de Passos altera Lei das Finanças Regionais para garantir novo empréstimo à Madeira. Os 1100 milhões garantem o voto favorável no OE dos quatro deputados sociais-democratas eleitos pela região Portugal, 12
Pais culpam Segurança Social por quebra de 97 mil benefi ciários. Suspensão pode ser temporária p9
Portas anunciou em Bruxelas que Portugal está preparado para votar a favor do estatuto de observador na ONU p25
Com as receitas fi scais abaixo do previsto, técnicos da AR temem nova derrapagem nas contas públicas p18
Más condições climatéricas vão atirar os níveis de produção para a primeira queda em cinco anos P21
Quase 100 mil perderam abono de família em Setembro
Portugal vai votar a favor da Autoridade Palestiniana na ONU
Metas do défice em risco com recessão mais profunda
Olival com quebra de 25% na produção deste ano
JULGAMENTOVALE E AZEVEDO FOI A TRIBUNAL, MAS NÃO AQUECEU BANCO DOS RÉUS Portugal, 8
DANIEL ROCHA
Pinho Vargas estreia o seu Requiem nestes “tempos difíceis” p28/29QUA 21 NOV 2012EDIÇÃO LISBOA
Ano XXIII | n.º 8262 | 1€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos
CENSOS 2011SÓ OS IMIGRANTES FIZERAM PORTUGAL CRESCER NO NÚMERO DE HABITANTESDestaque, 2/3
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2 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Fonte: Censos 2011
Censos 2011 revelam que Portugal cresceu menos e, ainda assim, à custa de estrangeiros
Habitantes
Idademédia
Concelhos com maiores subidas e descidas (%)Santa CruzAlcoutim
Mourão
Montalegre
Idanha-a-Nova
Meda
Mafra
Alcochete
Sesimbra
Montijo
-22,6
-17,4
-17,6
-16,7
44,7
35,0
41,1
31,8
30,8-16,6
10.562.17810.562.17810.356.117
10.356.117
9.867.1479.833.014
8.663.2528.889.012
1960 1970 1981 1991 2001 2011
2001 2011
+ 2,0%+ 206.061 hab.
39 41,8
Saldo migratório91%
Saldo natural9%
Só imigrantes fizeram Portugal crescerBalanço da década estabelece uma média positiva que não espelha a perda populacional dos últimos anos, marcados por uma diminuição da entrada de imigrantes e pelo aumento da emigração
Entre 2001 e 2011, Portugal
ganhou 260.061 habitantes.
Cresceu 2% numa década
(menos do que os 5% da
década anterior) e quase
exclusivamente à custa dos
imigrantes, já que o saldo natural
(número de nascimentos versus nú-
mero de óbitos) contribuiu com ape-
nas 17.409 pessoas para este cres-
cimento. E mesmo aqui convém
notar que os estrangeiros têm sido
responsáveis por cerca de 10% dos
bebés nascidos a cada ano.
Não fosse este “factor imigração”,
os Censos mostrariam já um país
com crescimento zero ou mesmo
negativo, conforme lembra Jorge
Malheiros, do Instituto de Geogra-
fi a da Universidade de Lisboa, para
quem, se os Censos tivessem “apa-
nhado” apenas os últimos anos da
década, mostrariam não só um saldo
natural negativo, com mais mortes
do que nascimentos, como um saldo
migratório também negativo, devido
à redução do fl uxo de entradas e ao
aumento da saída de portugueses
que vão trabalhar no estrangeiro.
Considerada a média da última
década, a radiografi a do país que
se pode extrair dos resultados de-
finitivos dos Censos 2011, ontem
pelo que fugiam a dar informações
sobre tudo o que lhes parecesse
controlo burocrático”, acrescenta o
investigador, cortando de raiz a ten-
tação de se julgar que a população
estrangeira estaria a aumentar.
Ao contrário, a partir de meados
da década, as entradas de imigrantes
iniciou um declínio, e, nos anos mais
recentes, assistiu-se a um aumento
das saídas de portugueses. “O balan-
ço da década só é positivo porque as
entradas muito signifi cativas da pri-
meira metade compensam o efeito
conjugado da redução do fl uxo de
entradas e do aumento das saídas
que marcaram a segunda metade
da década”, insiste Malheiros.
CENSOS 2011
Natália Faria
divulgados, permite concluir que a
população estrangeira cresceu 70%:
de 226,7 mil em 2001 para 394,4 mil
em 2011. É um aumento de 1,6 pon-
tos percentuais em proporção com a
população portuguesa. Mas mesmo
esse crescimento é enganador. “É o
problema das médias”, contextualiza
Malheiros. “Se os Censos anteriores
tivessem sido feitos no fi nal de 2001,
provavelmente já contariam 350 mil
estrangeiros no território nacional,
porque situou-se aí o grande boom
da imigração. É que os Censos foram
feitos em Março e o INE só contabili-
zava quem vivesse cá há mais de um
ano. Por outro lado, muitos imigran-
tes ainda não estavam regularizados,
NUNO FERREIRA SANTOS
A maior comunidade continua a ser a brasileira (cerca de 28%)
O INE contabilizou a existência de apenas 696 pessoas sem-abrigo no universo total de
10.562.178 residentes. É um número muito, muito aquém da realidade e que resulta do facto de terem sido excluídas desta condição as pessoas que, por exemplo, residam em edifícios abandonados, fábricas, casas de abrigo ou a viverem em abrigos naturais, como grutas. Quando o questionário foi conhecido, o INE alegou ter seguido o conceito internacional de sem-abrigo e que inclui nesta condição apenas aqueles que dormem na rua. Os que pernoitam num albergue, por exemplo, também não contam. Apesar disso, lá surgem as 2103 famílias (num universo de quatro milhões de famílias) a morar em barracas. Àquelas somam-se 4162 famílias que residem em alojamentos improvisados, como garagens e celeiros. N.F.
INE “esconde” sem-abrigo
Este “retrato da década” do INE
permite, ainda assim, descortinar da-
dos importantes do retrato actual do
país. Relativamente aos estrangeiros,
a maior comunidade continua a ser
a brasileira (109.787 pessoas, cerca
de 28%), seguida da cabo-verdiana
(38.895, 10%). Mais de metade dos
estrangeiros residem na região de
Lisboa. Outro dado curioso é que
estes representam 12% da popula-
ção do Algarve.
A estrutura etária dos estrangeiros
contrasta com a da população nacio-
nal. No seu conjunto, 82% destes es-
trangeiros situam-se em idade activa
(59% na população nacional) e a ida-
de média era de 34,2 anos, face aos
42,1 anos da população portuguesa.
Não surpreende assim que os estran-
geiros sejam responsáveis por cerca
de 10% dos nascimentos em cada ano.
“Se não fosse este contributo, o saldo
natural que o INE aponta como nega-
tivo em 2011 já seria negativo há mais
tempo com mais pessoas a morrer do
que a nascer”, frisa Malheiros.
Se os Censos de 2011 não espelham
de forma mais evidente a ameaça de
estertor demográfi co do país, tam-
bém será por causa dos 1,5 milhões
de portugueses que viviam em Portu-
gal em 2011 depois de terem residido
no estrangeiro “por um período con-
tínuo de pelo menos um ano”. “Neste
conjunto, é possível identifi car por
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | DESTAQUE | 3
Madeira
Açores
Algarve
Alentejo
Lisboa
Centro
Norte
20112001
Roménia
Angola
Ucrânia
C. Verde
Brasil
Alojamentos
2001
2011
5.054.922
5.878.756
Edifícios
2001
2011
3.160.043
3.544.389
2001
20114.043.726
3.650.757
Famílias
2,6pessoaspor família
2,8pessoaspor família
População estrangeira napopulação residente (%)
+ 10,8% + 16,3% + 12,2%
1,4
2,4
7,2
3,1
11,6
1,4
2,1Peso napop. total
Principais nacionalidadesem Portugal
31.86938.895
33.14533.790
10.79326.954
37.01424.356
2661
109.787
3,7%
Algumas tendências registadas no inquérito do INE
50% vivem em 33 de 308 municípios A perda de população no interior e a concentração da população nos municípios do litoral é uma tendência com décadas, que os Censos ajudam agora a quantificar: cerca de 50% da população aglomerava-se em apenas 33 dos 308 municípios do país. Na última década, houve 198 concelhos a perder população, com Alcoutim, no Algarve, a somar uma perda recorde de 22,6% dos seus habitantes. Entre os dez municípios que ganharam população, Santa Cruz, na Madeira, lidera com um ganho de 44,7%. Segue-se Mafra, com mais 41,1% de habitantes. De resto, Lisboa, Sintra, Vila Nova de Gaia e Porto mantiveram-se como os quatro concelhos mais populosos do país, embora Lisboa e Porto (a par com Amadora) tenham perdido habitantes. É o “efeito donut” com a população a concentrar-se nas franjas das grandes metrópoles, é o país a afundar-se no litoral. N.F.
Duplicam famílias recompostas As pessoas casam-se menos, experimentam mais. Em 2011, as uniões de facto representavam 13% das uniões conjugais (eram 7% em 2001). Que a família tem vindo a mudar, e que os laços matrimoniais deixaram de ser indissolúveis, ilustra-o também o aumento para o dobro das famílias recompostas. Eram já 105.764 em 2011, contra as 46.786 de há dez anos. Dito de outro modo, as famílias recompostas por via de segundos casamentos e afins são já 7% do total dos núcleos familiares de casais com filhos. Os núcleos familiares monoparentais também aumentaram em cerca de 36%. Eram 480.443 em 2011, com clara preponderância dos núcleos constituídos por mãe com filhos: 416.343 contra as 64.100 famílias compostas por pais com filhos. Por outro lado, havia mais de 866 mil pessoas a residir sozinhas, contra as 631.762 em 2011. Na grande maioria dos casos, trata-se de idosos a viverem sós. N.F.
Lojistas e serviços com maior pesoQuase metade da população portuguesa (41%) estava empregada aquando do recenseamento dos Censos 2011. Desta fatia, 7,7% trabalhavam como vendedores em lojas, a profissão com maior número de empregados àquela data. Juntamente com os lojistas, os empregados de escritório, os trabalhadores de limpeza e da construção e os professores do ensino básico e secundário representavam um quarto da população empregada. Os Censos registaram ainda 4% de pessoas que se declararam domésticas, 98% das quais eram mulheres. Estas estavam, porém, em minoria no mercado de trabalho: 47,8%, contra 52,2% de homens. Os Censos revelaram ainda que o emprego na indústria recuou na última década, representando agora 18% da mão-de-obra empregada. O mesmo aconteceu na construção civil, que emprega 9% dos trabalhadores. Marisa Soares
Diversidade religiosa aumentaApesar de claramente maioritários, há menos portugueses a declararem-se católicos, ao mesmo tempo que duplicaram os que se assumem como “sem religião”. No total, são cerca de 81% os portugueses com 15 e mais anos a declararem-se católicos (7.281.887, num universo total de 8.989.849). Os Censos anteriores tinham apurado a existência de 84,5% de católicos. O porta-voz da Conferência Episcopal, Manuel Morujão, reconhece “o fenómeno da secularização” da sociedade. Curiosamente, as restantes religiões aumentaram. Na categoria “outra cristã” – que inclui a Igreja Evangélica – surgem 163.338 pessoas (eram 122.745 em 2001). Os protestantes também subiram de 48 mil para 75,5 mil. E os muçulmanos quase duplicaram, de 12.014 para 20.640. Sem religião estão 615.332 portugueses, quase o dobro dos 342.987 em 2001. N.F.
Distribuição da população
Fonte: Censos 2011
Açores Algarve
Alentejo
Lisboa Centro
Madeira
%
2,54,3
7,2
26,7 22,0
Norte34,9
2,3 Vendedores em lojas
Empregados de escritório
Trabalhadores de limpeza
Trab. qualificados da construção das estrut. básicas e similares
Emprego
Fonte: Censos 2011
7,7%
5,8%
5,0%
3,9%
Conjugalidade
Viúvos Solteiros
Casados Divorciados
7
4047
6
%
Fonte: Censos 2011
Religião
Fonte: Censos 2011
Católica
Outras
Sem religião
20112001
7.281.887
347.756216.158
615.332342.987
7.353.548
um lado alguns dos países de destino
tradicional da emigração portuguesa
e, por outro lado, o retorno decorren-
te do processo de descolonização”,
aponta o relatório do INE, segundo o
qual os países de proveniência desta
população são França, Angola, Mo-
çambique, Alemanha e Suíça, por
ordem de importância.
Dois milhões de idosos Quanto ao retrato do que somos,
confi rma-se o diagnóstico: cada vez
mais afunilados no litoral (ver texto
ao lado), cada vez mais envelhecidos.
Os idosos com 65 e mais anos aumen-
taram de 16,4% para 19%. Dá 128 ido-
sos por cada 100 jovens. Em termos
absolutos, o país tinha em 2011 mais
de dois milhões de idosos. Daqueles,
90.637 viviam em instituições sociais,
porque “o acolhimento dos mais ve-
lhos, na residência dos fi lhos ou dos
parentes, tem vindo progressivamen-
te a ser substituído pela institucio-
nalização do idoso”, observa o INE.
Numa frase que começa gastar-se de
tão usada, o relatório diz ainda: “O
envelhecimento da população é ho-
je um dos fenómenos demográfi cos
mais preocupantes nas sociedades
modernas.” E lembra que o proble-
ma deixou de estar circunscrito ao
interior. Apesar disso, em regiões
como o centro e o Alentejo o enve-
lhecimento acelerado é ainda mais
evidente: 163 e 178 idosos por cada
100 jovens, respectivamente.
A idade média da população au-
mentou três anos na última década,
fi xando-se nos referidos 42,1 anos.
Não surpreende também que o ín-
dice de rejuvenescimento da idade
activa tenha baixado para os 94, ou
seja, por cada 100 pessoas que saí-
ram do mercado de trabalho entra-
ram apenas 94. Há uma década, havia
143 pessoas a entrar no mercado de
trabalho por cada 100 que saíssem.
4 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Governo vai alterar fi nanciamento aos colégios e decidirá até 31 de Agosto
Fonte: Ministério da Educação e Ciência
O custo dos alunos para o Estado antese depois dos cortes na Educação
Custos médios, em euros, com base nos dados originaisfornecidos pelas escolas relativos a 2009/2010
Antes dos cortes
Depois dos cortes*
*Inclui cortes salariais, o corte de um subsídio e os efeitos dos novos programas curriculares
Custo médio por turma Por aluno
103.022
86.333 4011
4786
O secretário de Estado do Ensino e
da Administração Escolar, João Ca-
sanova de Almeida, confi rmou on-
tem, em conferência de imprensa,
que até ao fi nal de Agosto será rea-
valiado o “nível de fi nanciamento”
actualmente concedido aos colé-
gios particulares que têm contratos
de associação com o Estado. Estes
colégios recebem, por ano, 85.200
euros por turma para garantirem
ensino gratuito aos seus alunos.
Casanova de Almeida indicou que
“os dois elementos fundamentais”
para a revisão do fi nanciamento
aos 83 colégios com contratos de
associação serão os estudos sobre o
custo médio por aluno e por turma
elaborados pelo Tribunal de Contas
e por um grupo de trabalho nome-
ado pelo Ministério da Educação
e Ciência (MEC), que foi presidido
pelo ex-ministro da Cultura Pedro
Roseta. O relatório do TC foi divul-
gado em Outubro, o do grupo do
trabalho foi apresentado ontem.
Não existem outros.
Com os cortes nos salários, a su-
pressão de um dos subsídios e a no-
va estrutura curricular, o custo mé-
dio por turma e por aluno no ensino
público é hoje menor do que era em
2009/2010, o ano para que repor-
tam os dados dos dois estudos. Nos
seus cálculos, o TC ignorou estas
alterações, mas o estudo apresen-
tado ontem apresenta estimativas
com base nesta redução dos custos
da docência, que representam “cer-
ca de 85% do custo do ensino” na
escola pública. Resultado: o custo
médio por turma do ensino básico
passou de 79.331 euros para 70.256,
um valor signifi cativamente inferior
ao que o Estado paga aos colégios
com contratos de associação.
Grande parte das 1846 turmas
actualmente com contratos de as-
sociação é dos 2.º e 3.º ciclos do en-
sino básico. O estudo ontem divul-
gado indica que no ensino público
o custo médio por turma do ensino
secundário está nos 88.995 euros.
Antes das medidas de contenção or-
çamental chegava aos 101.811 euros.
Para o cálculo destes valores foram
tidos em conta não só o número de
turmas existentes como também o
tipo de oferta de educativa existen-
te no agrupamento e a sua localiza-
ção geográfi ca. Esta última variável
foi introduzida depois de os autores
do estudo terem constatado a exis-
tência de “diferenças signifi cativas
entre as várias regiões do continen-
te” no que respeita ao custo do en-
sino. Para os autores, como afi rmou
ontem Egídio dos Reis, professor
do Instituto Superior de Economia
e Gestão, de Lisboa, esta variação
constituiu uma surpresa.
E houve até um “certo espanto”
face ao “custo elevado do ensino na
região centro”, um dos factos que
são destacados no estudo. Com cus-
tos mais elevados na escola pública,
a região centro é também aquela
com uma maior concentração de
colégios com contratos de asso-
ciação: 49% dos estabelecimentos
nesta situação estão aí localizados.
Ontem, Casanova de Almeida indi-
cou que ambos os estudos irão tam-
oferta educativa ou a localização ge-
ográfi ca chega-se a um custo médio
geral por turma de 86.333 euros e a
um custo médio por aluno de 4011
euros. O custo médio apurado pelo
TC para os mesmos níveis de ensino
(2.º e 3.º ciclo do básico e secundá-
rio) foi de 4921 euros para o ano lec-
tivo de 2009/2010, antes dos cortes.
Incluindo o 1.º ciclo, que é o mais
barato, o valor calculado pelo TC
desce para 4415 euros. Mas a oferta
dos colégios com contratos de asso-
ciação não abrange este ciclo.
Particulares contestam Tanto o grupo de trabalho desig-
nado pelo MEC como o TC opta-
ram por excluir destes cálculos as
despesas de investimento, nome-
adamente as que respeitam às in-
tervenções da Parque Escolar. Os
autores do estudo encomendado
pelo ministério justifi cam esta op-
ção, afi rmando que a fi nalidade
do seu relatório era o de apurar
“o custo do aluno tendo em vista
os contratos de associação”. Uma
metodologia que voltou ontem a ser
criticada pela Associação de Esta-
belecimentos do Ensino Particular
e Cooperativo (AEEP).
A AEEP argumenta que os con-
tratos de associação fi cam sempre
mais baratos ao Estado porque
este não tem os chamados custos
de infra-estrutura. “O contrato
de associação é chave na mão. É
aquilo e mais nada”, afi rmou. “Há
aqui umas ausências que não po-
demos aceitar, que é a ausência
novamente de tudo o que é inves-
timento e equipamentos”, disse à
agência Lusa o director executivo
da AEEP, Rodrigo Queiroz e Melo.
“As escolas têm manutenção, equi-
pamentos, edifícios, e isso não se
pode simplesmente retirar quando
se quer saber quanto custa um alu-
no”, frisou. Os autores do estudo in-
dicaram ontem que foram também
tidos em conta também os custos
de manutenção.
O Orçamento de Estado para
2013 prevê uma redução de 4,7%
no fi nanciamento aos colégios com
contratos de associação, que passa-
rá de 197 milhões de euros para 188
milhões. Em resposta a questões do
PÚBLICO, o MEC esclareceu que es-
ta diminuição se deve à redução do
número de turmas abrangidas. São
menos 69 do que em 2012.
Custo médio por turma no ensino básico é hoje menor nas escolas públicas do que nos colégios com contrato de associação, conclui grupo de trabalho nomeado pelo Ministério da Educação e Ciência
EducaçãoClara Viana
PAULO PIMENTA
Colégios com contratos de associação com o Estado recebem por turma e por ano 85.200 euros
bém infl uenciar o reordenamento
da rede escolar.
O estudo ontem divulgado apre-
senta ainda valores com base num
cálculo simples, que tem só em con-
ta o número de turmas existentes
nos 841 agrupamentos e escolas
não agrupadas cujos dados foram
retidos. Inicialmente tinham sido
seleccionados 961. Sem ter conta a
6 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
ADRIANO MIRANDA
Quase metade das urgências podiam ser transferidas para centros de saúde
Portugal é dos países que investem menos nos cuidados continuados
Quando comparado com outros
países da OCDE, Portugal não tem
um consumo muito elevado de cui-
dados hospitalares, ao contrário do
que muitas vezes é dito. Mas seria
possível transferir quase metade
(45%) das urgências e um terço das
consultas dos hospitais para os cen-
tros de saúde — o que permitia, no
espaço de 20 anos, uma poupança
potencial máxima de 356 milhões
de euros. São contas feitas num es-
tudo realizado por Miguel Gouveia,
da Universidade Católica, e Margari-
da Borges, do Centro de Estudos de
Medicina Baseada na Evidência da
Faculdade de Medicina de Lisboa, e
que vai ser apresentado hoje em Lis-
boa num fórum que será encerrado
pelo secretário de Estado adjunto da
Saúde, Fernando Leal da Costa.
O estudo vem ao encontro do que
é defendido no programa deste Go-
verno e também do que já tinha si-
do recomendado num estudo sobre
reforma hospitalar, coordenado por
José Mendes Ribeiro. Sublinhando
que esta ideia tem sido muito dis-
cutida apenas “com base em opini-
ões”, o economista Miguel Gouveia
explicou ao PÚBLICO que o objec-
tivo foi o de tentar identifi car com
rigor as áreas onde poderá ser feita
a transferência dos cuidados pres-
tados em meio hospitalar para os
centros de saúde. As contas são fei-
tas a partir de diferentes cenários.
A curto prazo (cinco a seis anos), a
transferência de cuidados hospita-
lares para os centros de saúde sig-
nifi caria uma poupança de cerca de
148 milhões de euros. Porém, Miguel
Gouveia explica que no prazo de 20
anos as mesmas medidas poderiam
atingir um máximo de poupança de
356 milhões de euros, mas, para is-
so, teria de ser feito um “redimen-
sionamento” da rede hospitalar que
implicaria o fecho de alguns serviços.
“Deve ter-se em consideração que
as transferências estudadas implica-
riam um crescimento da capacidade
instalada dos cuidados de saúde pri-
mários e da rede de cuidados conti-
nuados”, alertam ainda os autores
do trabalho. Recorrendo a dados da
OCDE divulgados em 2012, o estudo
mostra que o número de interna-
mentos e camas hospitalares estava
em 2010 abaixo da média. Por ou-
tro lado, a percentagem da despesa
hospitalar no total dos gastos com a
saúde em Portugal é de 36,2%, ligei-
ramente acima da média (35,4%).
Ainda assim, defende o estudo, é
possível “aliviar os encargos do siste-
ma hospitalar”. Os autores estimam
que 3,6 milhões das consultas exter-
nas realizadas em 2011 (um terço do
total) seriam “transferíveis” para os
centros de saúde. “Os hospitais re-
solvem o problema agudo do doente
e depois a monitorização pode ser
feita pelo médico de família”, propõe
Miguel Gouveia. No que se refere às
estimativas de poupança com esta
transferência, sugere-se que esta po-
derá ir desde os 24 milhões de euros
(a curto prazo) até aos 150 milhões
em duas décadas.
Após uma análise dos dados ofi -
ciais sobre a percentagem de urgên-
cias classifi cadas como pouco ou não
urgentes e que apontam para quase
45% do total, os autores chegaram a
uma estimativa de 2,7 milhões de epi-
sódios “transferíveis” para os centros
de saúde. Uma transferência que se
traduziria numa poupança máxima
a longo prazo na ordem dos 206 mi-
lhões de euros. A curto prazo, a pou-
pança estimada é de 99 milhões.
O estudo destaca ainda o défi ce
que Portugal tem na oferta de cuida-
dos continuados apresentando o país
como “um caso extremo, com uma
importância relativa dos cuidados
continuados cinco vezes menor do
que na média da OCDE”. Em 2010,
Portugal gastou apenas 1,35% do or-
çamento da Saúde em cuidados con-
tinuados (oito vezes menos do que a
média da OCDE que é de 11,04%). “Os
doentes que são referenciados para a
Rede Nacional poderiam ter alta mas
fi cam estacionados à espera de va-
ga”, denuncia Miguel Gouveia. Con-
tactado pelo PÚBLICO, o gabinete
do ministro da Saúde não quis fazer
qualquer comentário sobre o estudo.
356milhões de euros poderiam ser poupados no prazo de 20 anos com a transferência de cuidados de saúde hospitalares para os centros de saúde
Um estudo calcula que o Estado poderá poupar a curto prazo 148 milhões de euros com a transferência de cuidados hospitalares para centros de saúde. A longo prazo, a poupança seria de 356 milhões
SaúdeAlexandra Campos e Andrea Cunha Freitas
Altas adiadas
Peso significativo dos casos sociais no SNS
Há uma ocupação “evitável” de camas nos hospitais do SNS que em parte se deve a “casos sociais”, mas
também à demora no processo de transferência de doentes para a rede de cuidados continuados integrados. No estudo que será apresentado hoje, os autores apontam para um valor nacional estimado de mais de 144 mil dias de internamento entre 2010 e 2011 devido a doentes que após a alta clínica ficam nos hospitais por razões sociais. No mesmo período, o número total de dias de espera de doentes internados em hospitais do SNS “por resposta tardia da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados” ultrapassou os 566 mil dias. Apesar das inúmeras queixas, mas sem dados estatísticos na maior parte dos hospitais, o trabalho de Miguel Gouveia e Margarida Borges apoiou-se na informação do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) para concluir que o número de casos sociais nos hospitais do SNS e a duração do seu internamento após a alta médica “podem ser significativos” a nível nacional. Os dados do CHS mostram que as altas proteladas passaram de 225 em 2009, para 173 em 2010 e 162 em 2011. Porém, o número de dias de protelamento de altas passou de 3024 em 2010 para 5753 em 2011. Sobre os cuidados continuados, sublinha-se um elevado tempo de espera em internamento até à integração na RNCCI. Segundo Miguel Gouveia, mais importante que o impacto financeiro da rápida transferência dos doentes para a rede — a curto prazo seriam poupados cerca de dois milhões de euros — seriam os “ganhos humanos e em qualidade de vida”.
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | PORTUGAL | 7
Breves
Segurança rodoviária
Perto de 20 mil viaturas circulam sem seguroO número de viaturas sem seguro aumentou 4,38%, de 2011 a 2012, chegando a perto de 20 mil, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. A crise económica é a principal responsável pela falta de pagamento e as seguradoras acreditam que é possível arranjar “soluções mais económicas” e evitar ter veículos em incumprimento.Até Outubro, foram multados mais 800 condutores do que no ano passado por não terem o seguro em dia.
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP)
vai disponibilizar no seu hospital em
Lisboa consultas da especialidade a
25 euros e urgências a 30 euros, além
de cirurgias e exames a “preços es-
peciais” e “sem espera”. Esta cam-
panha, que foi anunciada ontem, é
justifi cada com “o actual momento
de crise” em que o país se encontra
e com as “responsabilidades huma-
nitárias” da instituição.
“São preços muito mais baratos do
que os praticados pelos hospitais pri-
vados”, destaca o presidente da CVP,
Luís Barbosa, lembrando que nas ci-
rurgias e exames são os mesmos que
a instituição cobra ao Estado.
Para ter acesso a estes serviços
low cost, os interessados terão de se
tornar associados da CVP, pagando
dois euros por mês (o “chefe de fa-
Hospital da Cruz Vermelha oferece consultas e urgências low cost
mília”) e um euro por cada elemento
do agregado, até ao máximo de seis.
Intitulado Membro CVP+Hospital, es-
te programa vai ser alargado a todos
os interessados a nível nacional, mas
os preços acima referidos já estavam
a ser praticados “há dois ou três me-
ses”, afi rma Luís Barbosa. Sublinhan-
do que está a ser estudada a possi-
bilidade de permitir o pagamento a
prestações aos doentes, o presidente
da CVP defende que este programa
só traz benefícios porque, além de
responder às necessidades da popu-
lação, vai “ajudar o Serviço Nacional
de Saúde”. Como? “Libertando o SNS
de um peso”, responde.
O Hospital da CVP é detido em 45%
pela Parpública e em 55% por esta
instituição. Na semana passada, foi
publicado em Diário da República o
novo acordo fi rmado entre o Estado
e a CVP, no valor de 7,6 milhões de
euros, que permite ao hospital voltar
a receber doentes do SNS.
Saúde Alexandra Campos
É um olhar reprovador o que sobres-
sai do relatório AidWatch 2012 — Uma
Leitura da Cooperação Portuguesa
desde 2003, ontem apresentado em
Lisboa. Portugal não cumpre as me-
tas em matéria de percentagem do
rendimento nacional bruto dedica-
da à ajuda ao desenvolvimento dos
países mais pobres. Faz “pouco” e o
“pouco” que faz está cada vez mais
associado ao seu próprio interesse
económico.
O país “está muito longe” de de-
dicar 0,7% do rendimento nacional
bruto à ajuda pública, como foi acor-
dado com a UE. A média anda pelos
0,28%, com pequenas oscilações
ao longo da última década — e um
pico em 2004 causado pelo perdão
da dívida de Angola. Em 2010/2011,
“manteve-se nos 0,29%”.
A chamada ajuda pública bilateral
concentra-se nos cinco países africa-
nos de língua ofi cial portuguesa e em
Timor-Leste. E tende a traduzir-se em
cooperação técnica, “principalmente
no sector da educação e capacitação
institucional”.
Não é só a quantidade. É também
a qualidade da cooperação que Ana
Filipa Oliveira põe em causa neste
estudo de 60 páginas, que é uma
iniciativa do grupo de trabalho Ai-
dWatch da Plataforma Portuguesa
das ONGD. Portugal, lembra, com-
prometeu-se a tentar sintonizar a
sua política de cooperação com “os
compromissos assinados a nível in-
ternacional, incluindo o esforço glo-
bal de contribuir para a erradicação
da pobreza e para a diminuição das
desigualdades”. Ora, cada vez mais
presta “ajuda ligada”, isto é, ajuda
feita, por exemplo, através de “em-
préstimos condicionados à aquisi-
ção de bens e serviços a empresas
portuguesas”.
A ligação entre cooperação e diplo-
macia económica nota-se, em par-
ticular, nos últimos três anos anali-
sados. Em 2011, o último ano para
o qual há dados, esta modalidade
representou 72,5% do total investi-
do. Esta lógica, salienta Ana Filipa
Oliveira, foge às prioridades de de-
senvolvimento dos países parceiros.
Amiúde, traduz-se “em custos mais
Portugal ajuda “pouco” os países mais pobres
elevados”. O ideal, defende, seria
comprar os bens e serviços de que
necessita cada projecto no país ou na
região para “estimular as economias
locais e regionais”. “Não há na Guiné-
Bissau, há no Senegal”, exemplifi ca,
numa curta conversa ao telefone.
Se o fi nanciamento público desti-
nado às organizações não governa-
mentais que se dedicam ao desen-
volvimento já era considerado “ma-
nifestamente reduzido”, o “corte
abrupto” de 2012 colocou-as “numa
situação de bloqueio quanto a novas
actividades, comprometendo seria-
mente algumas condições de esta-
bilidade ou mesmo de viabilidade
fi nanceira de várias”. E não contam
que 2013 seja melhor.
“As medidas recentemente adop-
tadas provocaram ondas de choque
nas ONGD portuguesas”, refere ain-
da o documento. “No último ano e
meio, mais precisamente desde Ju-
nho de 2011, quando tomou posse o
novo Governo, iniciou-se um período
de verdadeiro retrocesso nesse rela-
cionamento.”
A relação azedou logo em Julho de
2011, quando a Plataforma Portugue-
sa de ONGD pediu um encontro ao
secretário de Estado dos Negócios
Estrangeiros e da Cooperação, Luís
Brites Pereira, e não obteve resposta.
E piorou quando, em Março de 2012,
foi cancelado o subsídio anual com
que aquela estrutura contava desde
1994. E Luís Brites Pereira explicou
que o Estado deveria passar de fi nan-
ciador de projectos a facilitador de
novas formas de fi nanciamento. Fez
mesmo uma referência a sinergias
com o sector empresarial.
Não sabem como serão as contas
no próximo ano. No ano passado, o
Instituto Português de Apoio ao De-
senvolvimento tinha 40 milhões para
gastar. Com a fusão, que deu origem
ao Camões — Instituto da Coopera-
ção e da Desenvolvimento, há ainda
menos dinheiro para isso. O ministro
dos Negócios Estrangeiros, Paulo Por-
tas, já fez as contas: 24 milhões para
o ensino da língua, 21 milhões para
acções de cooperação, 5,5 milhões
para os centros culturais. A priori-
dade, explicou na audição sobre o
orçamento para 2013, é o ensino da
língua e da cultura portuguesa.
Cooperação Ana Cristina Pereira
Relatório AidWatch 2012 diz que a cooperação portuguesa está cada vez mais ligada à diplomacia económica
Portugal “está muito longe” de dedicar 0,7% do rendimento nacional bruto à ajuda pública
8 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Vale e Azevedo foi ontem a tribunal mas nem aqueceu o banco dos réus
Antigo presidente do Benfi ca regressou à sua cela da Carregueira sem prestar declarações aos juízes, por não querer abdicar dos benefícios do seu estatuto de extraditado. Deram-lhe dez dias para pensar
DANIEL ROCHA
Vale e Azevedo foi ontem ouvido pela primeira vez pelo tribunal desde que foi extraditado
Preso na Carregueira há cerca de
uma semana para acabar de cum-
prir o resto da pena a que foi con-
denado por burla e falsifi cação de
documentos em vários processos,
o antigo presidente do Benfi ca Vale
e Azevedo passou ontem pelo tribu-
nal para ser ouvido sobre outro caso
em que é acusado de ter fi cado com
mais de quatro milhões de euros do
clube de futebol. Mas durou menos
que um prolongamento de jogo a sua
primeira passagem pela sala de audi-
ências desde que foi extraditado do
Reino Unido: ao fi m de 15 minutos
decidiu ir-se embora, alegando que,
apesar de se querer defender dos no-
vos crimes que lhe imputa o Benfi ca,
precisa de refl ectir sobre se esta é a
altura certa para o fazer.
O juiz que preside aos trabalhos
chamou “paradoxo legal” ao dile-
ma do ex-dirigente desportivo, que
diz querer colaborar com a Justiça,
mas ao mesmo tempo teme que
isso o prejudique. Porquê? “Pode
ser-lhe decretada prisão preventiva
no âmbito deste processo”, expli-
cou a defensora de Vale e Azevedo,
que aconselhou o seu cliente a fi car
quieto. E se é verdade que preso já
ele está, também é certo que aguar-
da o resultado de várias diligências
para reaver a liberdade (ver caixa),
que poderiam assim ser postas em
causa. É que o também advogado
foi extraditado com a fi nalidade ex-
pressa de acabar de cumprir a pena
relativa aos processos em que já foi
condenado – e não para ser ouvido
num novo julgamento. Segundo a
lei, quem é objecto de um manda-
do de detenção europeu, como é o
caso, não pode ser sujeito a proce-
dimento penal, condenado ou priva-
do de liberdade por uma infracção
diferente daquela que motivou a sua
captura. Para prestar declarações em
tribunal, Vale e Azevedo necessita
de renunciar aos seus direitos neste
capítulo, ou seja, de se dispor a ser
preso se um juiz assim o entender.
“Sempre dei a cara. Nunca faltei
a nenhum julgamento. Mas gostaria
de estudar o assunto”, disse antes
de abandonar a sala de audiências,
quando o presidente do colectivo
de juízes lhe perguntou se preten-
dia participar no seu próprio julga-
mento – que até aqui decorreu sem
a sua presença. “Quero obviamen-
te defender-me, mas não quero re-
nunciar ao direito do princípio da
especialidade”, explicou, numa re-
ferência às prerrogativas associadas
à extradição. O juiz deu-lhe dez dias
para pensar no assunto e mandou en-
trar três testemunhas, todas ligadas
ao universo benfi quista, enquanto o
ex-dirigente desportivo voltava para
a cela da Carregueira. O objectivo era
saber que lucros teve Vale e Azevedo,
acusado neste processo de branque-
amento de capitais, peculato e uma
vez mais de falsifi cação de documen-
tos aquando da venda de dois futebo-
listas britânicos, um brasileiro e um
marroquino no fi nal dos anos 1990,
uma vez que existem suspeitas de
que parte signifi cativa das verbas en-
volvidas nestes negócios tenham ido
parar às suas contas bancárias pes-
soais. Todas as testemunhas descre-
veram a situação fi nanceira do clube
naqueles tempos como calamitosa,
embora admitindo que quando Vale
e Azevedo ali chegou já o panorama
era muito complicado. “Não tínha-
mos dinheiro nem para comprar pa-
pel higiénico”, contou um membro
da equipa de Manuel Vilarinho, que
lhe sucedeu na direcção do Benfi ca.
A promiscuidade entre as contas
bancárias do clube e as de Vale e Aze-
vedo é justifi cada pela defesa com o
congelamento de que as primeiras fo-
ram alvo na sequência dos problemas
fi nanceiros dos encarnados. Dizia-se
então no Benfi ca que o dirigente pu-
nha dinheiro do seu quando faltava.
Um operador turístico responsável
naquela época pelas modalidades
não futebolísticas do Benfi ca assegu-
ra que também chegou a emprestar
mais de 90 mil contos ao clube para
pagar contas em atraso. Parte do di-
nheiro nunca mais o viu. “Eu estava
completamente louco”, lamentou
em tribunal.
JustiçaAna Henriques
Supremo decide habeas corpus hoje
Tentativas de libertação prosseguem
O Supremo Tribunal de Justiça decide hoje mais um pedido de libertação imediata (habeas corpus)
de Vale e Azevedo, extraditado para Portugal. Trata-se da impugnação de uma anterior decisão do tribunal que rejeitou a libertação imediata do antigo dirigente do Benfica, que sustentava não ter jurisdição sobre o arguido, na altura ainda em Inglaterra, nem competência para reduzir o cúmulo jurídico fixado em 11 anos e meio. No habeas corpus rejeitado a advogada de Vale e Azevedo, Luísa Cruz, requereu
que fosse reduzida a pena em quatro anos e meio, período durante o qual o seu cliente esteve a residir em Londres, com passaporte confiscado e impedido de sair do Reino Unido.
A defensora de Vale e Azevedo referiu ainda que o pedido de liquidação da pena, outra diligência destinada a libertar o seu cliente, não foi ainda decidido, uma vez que o tribunal português pediu informação às autoridades britânicas sobre o tempo em que Vale e Azevedo esteve retido na capital inglesa. Lusa
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | PORTUGAL | 9
Breves
Acompanhamento educativo
Reinserção social segue mais de 800 jovens problemáticosOs serviços de reinserção social realizaram, no primeiro semestre do ano, 2315 medidas tutelares educativas, incluindo 816 acompanhamentos educativos de jovens problemáticos, mais 87 casos do que os registados em 2011, anunciou o Ministério da Justiça. O acompanhamento educativo é a medida “mais gravosa” das medidas não institucionais, prevista na Lei Tutelar Educativa, e é para jovens com comportamento anti-social problemático.
De Agosto para Setembro deste ano,
97 mil crianças e jovens deixaram de
receber abono de família, indicam da-
dos estatísticos disponibilizados pelo
Instituto da Segurança Social. Esta
quebra poderá estar relacionada com
a antecipação dos prazos para fazer
a prova escolar, que este ano lectivo
acabou a 31 de Julho e não no último
dia de Outubro, como era habitual,
denuncia a Confederação Nacional
das Associações de Pais (Confap).
Em crescendo desde o início do
ano, o número de titulares benefi ci-
Pais responsabilizam Segurança Social por quebra de 97 mil beneficiários do abono de família em Setembro
ários do abono de família baixou de
1.203.138, em Agosto, para 1.105.299,
em Setembro (o valor médio mensal
do abono era em Maio deste ano 40,4
euros, segundo a Pordata). O presi-
dente da Confap, Albino Almeida,
disse-se convicto de que esta que-
bra está relacionada com a suspen-
são temporária do pagamento do
subsídio, decorrente das alterações
promovidas pelo Instituto da Segu-
rança Social (ISS).
Em Julho, com o anunciado objec-
tivo de adequar “o pagamento das
prestações ao calendário escolar”,
a direcção do ISS antecipou em três
meses o fi m do prazo para que os ti-
tulares do abono a maiores de 16 anos
fi zessem prova de que estavam ma-
triculados num estabelecimento de
ensino. Quem não o fi zesse até ao fi m
do mês, avisou, veria o pagamento do
abono suspenso a partir de Setembro.
Nessa altura, Albino Almeida avisou
o Governo de que no momento da
divulgação da alteração do prazo já
muitas famílias estavam em férias e
ainda que a maior parte dos alunos
do 9.º ano só em Setembro saberiam
que escolas iam frequentar no secun-
dário, pelo que estavam impossibi-
litados de cumprir as novas regras.
O facto de o ISS salvaguardar que
as famílias recebem o abono retroac-
tivamente, se, entretanto, e até ao fi m
do ano civil, fi zerem a prova escolar,
não descansa Albino Almeida, que su-
blinha que o dinheiro “fez ainda mais
falta por a suspensão coincidir com o
momento da compra manuais e ou-
tros materiais escolares”. Reclama
que o limite do prazo avance para 31
de Outubro no próximo lectivo: “De-
ve ser o ISS a adaptar-se à realidade
da Educação e não a Educação e as
famílias a adaptarem-se às necessi-
dades do ISS.”
Em resposta enviada por email a
questões colocadas da mesma forma
pelo PÚBLICO, o ISS, através do ga-
Apoios sociaisGraça Barbosa Ribeiro
Subsídios poderão ter sido temporariamente suspensos, na sequência da antecipação do fim do prazo para fazer a prova escolar
binete de imprensa, escreve que “a
fl utuação mensal de 2012 apresenta
características diferentes dos anos an-
teriores”, na medida em que “o novo
prazo [para a prova de matrícula] veio
permitir a adequação do pagamento
das prestações ao calendário escolar,
evitando o incómodo de devoluções
ou de pagamentos retroactivos recor-
rentes no passado”. “Em Outubro
deste ano e comparativamente a Se-
tembro, o número quer de requeren-
tes, quer de titulares volta a subir”,
assegura. Numa nota enviada à Lusa,
em Agosto, o ISS informou que até 31
de Julho tinham feito a prova escolar
199.033 alunos. Ontem, o gabinete de
imprensa adiantou que até fi m de Se-
tembro o número subira para “mais
de 300 mil”. A diferença de cerca de
100 mil alunos coincide com a quebra
registada de Agosto para Setembro.
O ISS não adiantou quanto tempo de-
pois da prova feita os titulares voltam
a receber o subsídio.
Número Nacional/Chamada Local
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Bombeiros criam sátira de protesto com dois burros e seis coelhos
Cerca de mil bombeiros profi ssionais saíram ontem às ruas de Lisboa para exigir “direitos” da classe. “Manifestações há muitas, mas poucas são recordadas”, justifi caram assim o invulgar protesto
ENRIC VIVES-RUBIO
Bombeiros profissionais exigem abertura de concursos públicos para reforçar o efectivo
À primeira vista, dois burros,
seis coelhos e mil bombeiros
profi ssionais parecem não estar
relacionados. Mas se juntarmos
estes ingredientes numa
manifestação contra o Governo
português talvez passem a fazer
sentido. Isto porque os bombeiros
profi ssionais saíram à rua contra
a austeridade e decidiram
dar um “toque da sua graça”.
“Manifestações há muitas, mas
poucas são recordadas”, dizia um
bombeiro.
Neste sentido, os bombeiros
não foram para o protesto de
“mãos a abanar”. Quem passava
pelo Terreiro do Paço por volta
das 14 horas de ontem, viu dois
burros a passear num dos locais
mais visitados de Lisboa. Para os
bombeiros, os animais podem vir
a ser o “autotanque do Governo
para apagar os fogos”. Os turistas,
em particular os adeptos do
Celtic de Glasgow que estavam
a conhecer a capital portuguesa
antes do jogo de futebol contra o
Benfi ca, perguntavam “o que está
a acontecer?”.
As gargalhadas subiam de
tom quando as pessoas viam
uma gaiola com seis coelhos,
em que cada um envergava um
dorsal com uma fotografi a de um
ministro diferente. “No Governo
só há um Coelho, mas eles estão
todos escondidos na toca”,
afi rmava um bombeiro. Também
as típicas sirenes do quartel e
dos carros de bombeiros fi zeram
com que o protesto não passasse
despercebido aos ouvidos de
quem apenas passeava pela zona
ribeirinha da cidade.
Por volta das 15 horas, o cenário
estava montado para dar início
ao desfi le até à Assembleia da
República. Os burros seguiram
na frente, os coelhos foram
transportados mais atrás e lá para
o meio ainda se viram bonecos
com fotos dos ministros que,
para os manifestantes, poderiam
vir a ser “os novos bombeiros
profi ssionais.”
A boa disposição, os sorrisos
nos rostos e as gargalhadas
descansaram os cidadãos que
temiam que algo terrível estivesse
a acontecer. Os comerciantes
saíram das lojas e uma moradora
dizia: “Ouvi as sirenes e pensei
que havia uma emergência.”
Não estava a acontecer um
desastre, mas na rua cerca de
mil bombeiros fardados e com
apitos na boca queriam fazer-se
ouvir. Frases como “Arrisco a
vida por 550 euros”, “O tempo de
deixa arder já lá vai” e “Senhor
primeiro-ministro, respeite os
bombeiros profi ssionais”, liam-se
em alguns cartazes.
O presidente da Associação
Nacional de Bombeiros
Profi ssionais (ANBP), Fernando
Curto, garantiu ao PÚBLICO que
“foi ultrapassado o limite”. O líder
da ANBP assegurou que “cada
vez haverá menos motivação
para que os jovens se aliem a
corporações”. Contudo, Curto
admite que a “necessidade de
arranjar emprego” pode ser um
impulsionador para que muitos
desempregados decidam ser
bombeiros.
Raul Carvalho, secretário
coordenador da região Norte
dos Bombeiros Profi ssionais,
veio de propósito de Viana do
Castelo e sublinhou a urgência
em “acabar com as corporações
envelhecidas”. Uma queixa
partilhada por bombeiros de todo
o país. Centenas de bombeiros
partiram em autocarros de Braga,
Porto, Vila Nova de Gaia, Viseu,
Coimbra e Loulé para mostrar ao
Governo que “há uma falência no
socorro das populações”.
Para ter a certeza que o
alerta chega ao Executivo, a
ANBP entregou à presidente
da Assembleia da República,
Assunção Esteves, um
memorando onde consta a
exigência da defi nição de
horários de trabalho, mudanças
na progressão da carreira e a
abertura de concursos públicos
para permitir a entrada de
novos profi ssionais. Terminado
o protesto, os manifestantes
seguiram para Chelas, onde
participaram num jantar-convívio
entre bombeiros de todo o país.
Hoje o Parlamento recebe novo
protesto dos funcionários de
investigação criminal da Polícia
Judiciária.
ReportagemFabíola Maciel
Movimentos exigem inquérito sobre “carga policial injustificável”
Activistas repudiam “operação política e policial” da última quarta-feira
Dezassete movimentos cívicos, entre eles os Precários Inflexíveis, os Indignados, o Movimento
sem Emprego ou o SOS Racismo, juntaram-se para exigir a abertura de um inquérito sobre a “actuação das forças de segurança” e “os termos em que foram efectuadas as detenções” na passada quarta-feira frente à Assembleia da República. “Não temos medo e vamos continuar a sair à rua”, declaram aos jornalistas. Um aviso que surge após a “tentativa de pôr em causa o direito à manifestação” que, segundo os movimentos, o Governo “está a tentar fazer”.
David Santos, um dos rostos da conferência de imprensa, assegurou que “tem havido várias tentativas de criminalizar os movimentos”. Carlos Guedes, outro activista, nega que haja incentivos à violência dentro
dos movimentos e, em resposta às declarações do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, contrapõe: “Não sei quem são os ‘profissionais da desordem’, mas os profissionais da política sei quem são e estão todos no Governo.”
O activista condenou “a violência gratuita e indiscriminada da polícia”, mas questionado sobre as pedras arremessadas à PSP por manifestantes disse que, “se há pessoas desesperadas, são da responsabilidade do próprio Governo”. Declarações feitas numa conferência de
imprensa que deveria ter ocorrido em frente ao Ministério da Administração Interna, por ser “o sítio ideal para dar outra versão dos factos”. Contudo, um polícia impediu a sua realização, invocando que “mais do que duas pessoas pode ser considerada uma manifestação”. O agente referia-se a um decreto-lei de 1974 sobre a liberdade de reunião e manifestação, que a partir de Novembro de 2011, depois da extinção dos governos civis, obriga a que qualquer reunião ou manifestação em espaço público seja comunicada previamente à Câmara Municipal. Ainda assim, a uma só voz, os movimentos apelaram a uma “grande mobilização” para a manifestação de 27 de Novembro, data da votação final do Orçamento do Estado para 2013. F.M.
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 11
A menos de 24 horas do debate com
o primeiro-ministro sobre o Conse-
lho Europeu Extraordinário, os parti-
dos com assento parlamentar não se
entendiam sequer sobre o que estará
esta manhã em discussão e votação
no Parlamento.
Tanto o PS como a maioria PSD/
CDS apresentaram projectos de re-
solução com recomendações para o
processo negocial relativo ao quadro
fi nanceiro plurianual 2014-2020, on-
de se defi nem os fundos estruturais
e de coesão. Mas ontem não existia
consenso sequer entre os partidos
sobre se os projectos podiam ser dis-
cutidos em plenário nem quando po-
deriam ser votados. O PS criticava o
facto de a maioria ter apresentado o
seu texto fora de tempo. Ainda assim,
estava disposto a fechar os olhos.
“Podem chegar atrasados mas são
bem-vindos à votação”, dizia o líder
parlamentar Carlos Zorrinho.
Mas a crítica socialista era mais
severa a propósito da intenção da
maioria votar os projectos apenas
na sexta-feira, quando o Conselho
estiver já no seu último dia de traba-
lhos. Para o PS, isso era sinal de que
os restantes partidos não percebiam
a “importância que o conselho tem
para Portugal sair da crise”.
O social-democrata António Rodri-
gues criticara o PS momentos antes
por entender que este pretendia usar
o tema para “mostrar que é diferen-
Resoluções sobre Conselho Europeu votadas só no final
te”: “Se o PS está verdadeiramente
preocupado, então que aceite votar
o seu projecto naquilo que é conver-
gente”, dizia aquando da apresen-
tação do projecto de resolução da
maioria. Sobre a utilidade de fazer
aprovar a resolução já depois do Con-
selho ter arrancado, Rodrigues fazia
notar que a reunião europeia poderia
prolongar-se pelo fi m-de-semana.
Mas entre os restantes partidos
existia a convicção de que os pro-
jectos não podem ser sequer ser de-
batidos, quanto mais votados, já que
tal não fora decidido em conferên-
cia de líderes. A solução encontrada
pelo PS foi a de anunciar a intenção
de avançar hoje, em plenário, com
um requerimento para a discussão
e votação das iniciativas. O resulta-
do provável – tendo em conta que a
maioria apresentou um projecto – é
que o debate seja aceite, mas com
votação na sexta-feira.
Para lá das questões regimentais,
os dois projectos de resolução em
causa não parecem diferir muito.
Ainda que sem o assumir como um
dado adquirido, Carlos Zorrinho re-
conheceu ao PÚBLICO que, do que ti-
nha visto da proposta do PSD e CDS,
não lhe parecia “que a maioria tenha
razões para recusar o nosso [PS] e
nós o deles”.
Na apresentação do texto da maio-
ria, António Rodrigues destacara que
esta negociação tem “um signifi cado
tremendo para Portugal”, por esta-
rem em causa os fundos estruturais e
de coesão. O texto assumia os “prin-
cípios de salvaguardar os interesses
do Estado português de manutenção
das transferências de fundos comuni-
tários para Portugal, quer nos fundos
estruturais, quer dos de coesão”. O
que, no fundo, é precisamente o que
projecto do PS, entregue na passada
sexta-feira, também propõe.
MIGUEL MANSO
O Parlamento discute hoje o futuro dos fundos estruturais europeus
Parlamento Nuno Sá Lourenço
Recomendações nacionais sobre negociação do quadro plurianual vão a votos na AR quando o Conselho estiver a acabar
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
NUNO FERREIRA SANTOS
Governo de Passos Coelho altera Lei das Finanças Regionais para garantir novo empréstimo à Madeira
O empréstimo de 1100 milhões de
euros ao Governo da Madeira ga-
rante o voto dos quatro deputados
sociais-democratas eleitos por esta
região a favor do Orçamento do Es-
tado para 2013.
A concessão da garantia de Lisboa
ao refi nanciamento da dívida madei-
rense será inscrita na segunda rec-
tifi cação do Orçamento do Estado
para 2012, através de uma proposta
de alteração à versão inicial do Go-
verno, apresentada pelos deputa-
dos do PSD-M na segunda-feira. De
acordo com a norma a introduzir no
artigo 107.º do Orçamento rectifi ca-
tivo, a aprovar pela Assembleia da
República, “excepcionalmente e no
âmbito da estratégia de regulariza-
ção da dívida comercial da Região
Autónoma da Madeira, fi ca o Gover-
no autorizado a conceder a garan-
tia do Estado ao refi nanciamento
daquela dívida, até ao montante de
1,1 mil milhões, ao abrigo do regime
jurídico da concessão de garantias
pessoais pelo Estado”.
Para viabilizar esta operação, o
PSD apresentou também uma pro-
Empréstimo de 1100 milhões garante votos do PSD-Madeira no Orçamento do Estado
posta de aditamento que altera o
artigo 28.º da Lei de Finanças Re-
gionais, dizendo que, “no âmbito de
programas de ajustamento económi-
co e fi nanceiro das regiões, pode ser
contraída dívida fundada para a con-
solidação de dívida e regularização
de pagamentos em atraso, desde que
autorizado pelo membro do Gover-
no responsável pela área das fi nan-
ças”. Aquela lei orgânica n.º 1/2007,
alterada pela 1/2010, determina que
“os empréstimos a emitir pelas Regi-
ões Autónomas não podem benefi -
ciar de garantia pessoal do Estado”
(art. 35.º) e que “o Estado não pode
assumir responsabilidade pelas obri-
gações das Regiões Autónomas nem
assumir os compromissos que decor-
ram dessas obrigações [art. 36.º]”.
O empréstimo de 1100 milhões a
contrair pela Madeira, com o aval do
Governo de Passos Coelho, foi acor-
dado directamente pelo secretário
regional das Finanças, Ventura Gar-
cês, com o ministro das Finanças,
Vítor Gaspar, nesta segunda-feira,
em Lisboa. E servirá para pagar
parte da dívida comercial às cons-
trutoras, conforme anunciou nessa
noite o governante madeirense, ao
apresentar no Funchal a proposta
de Orçamento regional para 2013.
Foram estas negociações que leva-
ram Alberto João Jardim a justifi car
que os quatro deputados do PSD-M
não acompanhariam o conterrâneo
Rui Barreto (CDS) no voto contra o
OE, na generalidade, fazendo de-
pender o voto fi nal do sucesso das
negociações (PÚBLICO 31/10). Estan-
do em curso um processo negocial,
“não podíamos entrar em choque
com o Governo da República”, “se-
ria uma loucura”, explicou.
Alheios ao empréstimo a ser ne-
gociado pelos dois governos, os
seis deputados eleitos pela Madeira
apresentaram em conjunto seis pro-
postas de alteração do OE, que, sem
a garantia de serem viabilizadas pela
maioria, não modifi carão o sentido
de voto favorável dos sociais-demo-
cratas Guilherme Silva, Correia de
Jesus, Hugo Velosa e Cláudia Aguiar,
nem o voto contra do socialista Ja-
cinto Serrão e do centrista Rui Bar-
reto. Reivindicam para a Madeira
parte da receita da privatização da
TAP, a receita da sobretaxa do IRS,
o fi m da retenção de verbas por vio-
lação do limite de endividamento, a
receita do imposto do vinho Madei-
ra, a regularização dos pagamentos
da lei de meios e novos benefícios
fi scais para a Zona Franca.
Com o empréstimo de 1500 mi-
lhões concedido pela República, no
âmbito do plano de resgate regio-
nal, e com novo empréstimo agora
avalizado pelo Estado, o Governo
madeirense fi ca a necessitar de
mais 1137 milhões para satisfazer
os encargos assumidos até ao fi nal
deste mandato. Segundo a Inspec-
ção-Geral das Finanças, as neces-
sidades de tesouraria/fi nanceiras,
até 2015, ascendem a 3737 milhões
de euros, quase metade da dívida
global da região.
OE 2013 Tolentino de Nóbrega
Para viabilizar empréstimo, o PSD propõe, através do Orçamento rectificativo de 2012, a alteração da Lei de Finanças Regionais
O Governo dos Açores vai reduzir em
50% o número de empresas públicas
e participadas da região em relação
ao existente nesse ano, tomando co-
mo referência 2010 (em que havia
53 empresas), e em 20% os lugares
de chefi a da administração pública
regional, anunciou ontem o vice-pre-
sidente do executivo, Sérgio Ávila, na
Assembleia Legislativa. Intervindo
no debate da proposta de Programa
do XI Governo regional, Ávila reve-
lou que, apesar de a racionalização
empreendida pelo executivo na ad-
ministração pública a ter colocado
como “exemplo para a generalidade
do país”, a intenção é a de introduzir
ainda mais reduções.
O programa prevê, entre outras
medidas, “a reestruturação do sec-
tor empresarial, libertando uni-
dades fora da esfera da produção
de bens públicos” e a “clarifi cação
do regime de exercício da função
accionista/proprietário da região,
aprofundando a introdução de ele-
mentos de controlo, efi cácia e sus-
tentabilidade”.
O sector público empresarial
(SPER) açoriano era composto em
2011 por 41 empresas, das quais a
região detinha uma participação
maioritária em 29 e participação
minoritária nas restantes 12. Des-
tas últimas, oito são participações
indirectas por via da Electricidade
dos Açores (EDA), três através dos
portos dos Açores e uma da SATA Air
Açores. Esta região desenvolveu em
2011 uma política de racionalização
de participações no SPER, sobretu-
do através de alienações, fusões e
extinções liquidações respeitantes
a 12 empresas. Para 2012 está pre-
vista a alienação de seis empresas
participadas indirectamente.
No memorando celebrado com o
Governo da República, que permi-
tiu um empréstimo de 135 milhões
para refi nanciamento da dívida re-
gional, o Governo dos Açores com-
prometeu-se “a alcançar e manter o
equilíbrio fi nanceiro do sector pú-
blico empresarial”, abstendo-se de
“adoptar ou autorizar medidas das
quais resulte o agravamento fi nan-
ceiro” das referidas empresas.
Açores cortam 50% das empresas públicas
AutonomiasTolentino de Nóbrega
No debate do programa do novo Governo regional, a maioria socialista promete continuar com a redução de despesa pública
O aviso é claro: o PS tem de “optar
entre ter aumento de impostos e re-
duzir a despesa pública”. Para o PSD,
o partido de António José Seguro tem
hoje três opções: ou aceita discutir a
redução de quatro mil milhões de eu-
ros na despesa e evita novos aumen-
tos de impostos; ou recusa reduzir
e então tem de assumir que admite
mais impostos; ou nenhuma destas
e então tem de explicar aos portu-
gueses como se cumprem as metas
orçamentais e o memorando a que
o próprio se comprometeu com a
troika.
A dramatização é do PSD, que on-
tem, pela voz do seu vice-presidente,
voltou (e não se cansará de o fazer,
prometeu), a apelar ao PS que parti-
cipe na discussão da redução da des-
pesa. E tem de decidir rapidamente,
porque o Governo comprometeu-se
a entregar a proposta antes da sétima
avaliação, marcada para Fevereiro.
Já o ex-vice do PSD e presidente
da Câmara de São João da Madeira,
Castro Almeida, deixou ontem uma
série de avisos ao Governo. O país
devia ter sido gerido como a sua au-
tarquia, cujo orçamento demonstra
uma “tendência continuada para
diminuir a despesa e aumentar o in-
vestimento”. Se fosse assim, o país
“não estaria hoje na situação em que
se encontra”.
Para o ex-vice de Ferreira Leite, “o
aumento dos impostos é a última das
soluções”. “Cortar a sério nas despe-
sas signifi ca rescisões amigáveis na
função pública”, defende o autarca.
“Por muito que custe, é lá que vamos
ter de acabar, e quanto mais tarde se
começar pior”, vaticina. Mas reco-
nhece que o ”Governo tem uma vida
muito difícil”. Argumentando que a
solução “não é cortar nos salários dos
funcionários públicos, mas sim na di-
minuição do seu número”, o autarca
desafi a o primeiro-ministro “a ter de-
terminação para avançar com a refor-
ma, não se deixando intimidar com
manifestações nem com declarações
políticas”. Se Passos não o fi zer, “sai
sem honra nem glória (...), nem ganha
as eleições nem deixa obra feita”.
PSD pressiona PS a discutir já a reforma do Estado
PartidosMargarida Gomes e Maria Lopes
Governo tem de entregar redução de 4000 milhões até à avaliação de Fevereiro. Ou se corta despesa ou há novo aumento de impostos
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | PORTUGAL | 13
CEMA esteve no Parlamento
Foi com um gráfi co que o almirante
Saldanha Lopes, chefe do Estado-
Maior da Armada (CEMA), explicou
ontem o impacto que o esforço de
contenção fi nanceira está a ter na
operacionalidade da Marinha e na
certifi cação (número de horas ne-
cessárias para garantir a capacidade
dos militares em executar as suas
missões).
À saída da audição na comissão
parlamentar de Defesa, Saldanha
Lopes foi mais diplomático. “Neste
momento [a segurança] existe, es-
tou descansado quanto a isso, mas é
feita debaixo de grandes restrições,
que é bom que não continuem por
muito tempo, porque, senão, po-
dem pôr em risco as pessoas e a
capacidade de desempenhar essas
missões.”
Mas perante os deputados pare-
ce ter sido mais assertivo. Ao que
o PÚBLICO apurou — a audição de-
correu à porta fechada —, apresen-
tou um gráfi co com o número de
horas dos navios da Armada. Em
2006 contabilizou 46 mil. Em 2011
já só chegavam às 36 mil. Em 2012,
fi cavam nas 30 mil, com o almirante
a assumir que em 2013 se irá manter
este número. Um valor que, segun-
do o responsável, está já no limiar
do que era aceitável em termos de
segurança de navegação.
Essa foi uma das formas que o
chefe do Estado-Maior da Armada
encontrou para fazer ver aos depu-
tados as suas “preocupações pró-
prias” relativamente às missões, aos
meios e à forma como a Marinha
tem de “trabalhar com condiciona-
lismos muito mais apertados” do
que no passado.
A outra foi a imposição de man-
ter operacionais meios já declara-
damente obsoletos, como as cor-
vetas e os patrulhas. Sobre as pri-
meiras criticou o protelamento do
programa de substituição, falando
num “prolongamento excessivo”
da vida das corvetas, já com mais
de 40 anos.
Saldanha Lopes lembrou que tal
forçava a Marinha a avançar com
reparações de grande porte que vão
custar ao erário público cerca de
Operacionalidade da Marinha caiu um terço em seis anos
três milhões de euros por unidade.
Actualmente, há duas corvetas em
reparação no Arsenal do Alfeite, em
Almada.
O almirante referiu, contudo, a
situação dos Estaleiros Navais de
Viana do Castelo como um dos pro-
cessos em que considerava necessá-
ria uma resolução célere. “Espero
que esse processo esteja resolvido
em breve e que haja depois uma so-
lução e uma continuidade na substi-
tuição das corvetas e dos patrulhas,
que são navios de facto com 40 e tal
anos e que têm de ser obviamente
substituídos”, afi rmou à saída da
reunião com os deputados.
Aguiar-Branco em MadridNo mesmo dia, os ministros da De-
fesa de Portugal e Espanha defi niam
o mar como matéria de cooperação
entre os dois países numa reunião
em Madrid.
Na declaração de intenções con-
junta fi cou expressa a intenção de
desenvolver “formas de cooperação
que refl ictam o compromisso mútuo
com a segurança e protecção das
vias de comunicação marítimas”,
bem como trabalharem no âmbito
da cooperação em matéria de ar-
mamento e indústrias de defesa na
área “naval, aeronáutica, comuni-
cações, tecnologias de informação e
desmilitarização”. Os dois ministros
assumiram ainda avançar com o
treino conjunto das duas Marinhas
e respectivos fuzileiros.
Ao nível do emprego de forças no
exterior o acordo aponta também
para a procura de sinergias na “pre-
paração e treino e sustentação logís-
tica”. De forma mais abrangente, ao
nível da política de defesa, assumi-
ram a “revisão do actual Protocolo
de Cooperação” para enfrentar “o
novo cenário político-estratégico de
segurança e defesa, desenvolvendo
novos projectos de cooperação”.
Defesa Nuno Sá Lourenço
Chefe do Estado-Maior da Armada alertou para redução do número de horas de operacionalidade dos seus meios
CGTP lança petição para “milhares” poderem defenderEstado social
em que apresentou propostas de al-
teração ao Orçamento, que a petição
pública pela manutenção do Estado
social não substitui a necessidade de
uma alternativa à política recessiva
do actual executivo.
Arménio Carlos reiterou que a
CGTP recusa qualquer menorização
dos acessos à educação, à saúde, à
Segurança Social e às prestações
sociais do Estado, pelo que isso sig-
nifi caria de “retrocesso económico
e social nunca antes visto” no país.
Do balanço das duas reuniões
com os partidos do Governo, o lí-
der sindical afi rmou que a visão da
CGTP não foi contestada. Pelo CDS,
o deputado Artur Rego disse que
o diálogo foi profícuo mas que há
“um olhar sobre o mundo necessa-
riamente diferente”. Já Pedro Adão
e Silva, deputado do PSD, frisou que
“o PSD foi um grande construtor do
Estado social desde o 25 de Abril” e
elogiou a iniciativa da CGTP.
Cidadania Rita Brandão Guerra
Arménio Carlos, secretário-geral da
CGTP, declarou ontem que vai avan-
çar até ao fi nal do mês com uma pe-
tição pública em defesa das funções
sociais do Estado. O líder da central
sindical acredita que o documento,
que posteriormente será entregue
na Assembleia da República, será
subscrito por “milhares” de cida-
dãos.
Uma semana antes da manifesta-
ção agendada pela central sindical
para o dia da votação fi nal do Or-
çamento do Estado para 2013, Ar-
ménio Carlos esteve no Parlamento
para duas reuniões com os grupos
parlamentares do PSD e do CDS. A
pedido da CGTP, o líder sindical foi
recebido por deputados dos parti-
dos que suportam o Governo e de-
fendeu, no fi nal dos dois encontros
Breves
Candidatura ao Porto
Comissão Política do PSD aprova Menezes por unanimidadeO nome do actual presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, foi aprovado por unanimidade pela comissão política nacional do PSD como candidato à Câmara do Porto para as eleições autárquicas de 2013. Em comunicado, o presidente do PSD-Cidade do Porto, Ricardo Almeida, regista que, “depois da decisão e discussão alargada e intensa com os militantes desta concelhia (inédita no Porto), Luís Filipe Menezes é também a partir de hoje o candidato da Comissão Política Nacional”.
APOIO INSTITUCIONAL MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICAMECENAS CASA DA MÚSICA
PARCERIA PARCEIROS MEDIAMECENAS ANO FRANÇA
QUI 22 NOV · 21:30 SALA 2
EMIGRANTES E LUSO-DESCENDENTES NA FRANÇA CONTEMPORÂNEA
HERMANO SANCHES RUIVOADJUNTO DO MAIRE DE PARIS
INÊS DE MEDEIROSDEPUTADA E ACTRIZ
Moderador: JÚLIO MAGALHÃES DIRECTOR-GERAL DO PORTO CANAL
Os portugueses em França; a importância social e política dos luso-descendentes; a natalidade e a emigração; modos de integração e de combate ao preconceito, à discriminação e à inadaptação; políticas da língua e do ensino; tolerância e incentivos para práticas sadias, das culinárias às festivas ou identitárias…
ENTRADA LIVRE (SUJEITO A LEVANTAMENTO DE BILHETES ATÉ AO LIMITE DE 4 POR PESSOA)
Comissário ARNALDO SARAIVA
14 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Melo AntunesPara recuperar um construtor da democracia
Foi incontornável durante mais de uma década. Por ele passou a redacção dos principais documentos programáticos do 25 de Abril e do 25 de Novembro. Discreto, analítico, refl exivo, Melo Antunes, um homem para lá da sua época
“Estes homens
estão à minha
frente para não
retirarem qual-
quer proveito
do vedetismo
que o gigantis-
mo da televi-
são fatalmente
provoca. E, no
entanto, Melo Antunes, se o qui-
sesse, poderia ser um caso sério de
popularidade com a sua cultura, a
sua facilidade de expressão, a sua
telegenia.” (p. 185) Esta passagem
é de uma crítica televisiva de Mário
Castrim no Diário de Lisboa de 22 de
Agosto de 1974, ao comentar a entre-
vista que Ernesto Melo Antunes deu
com Vítor Crespo à RTP, e é recu-
perada por Maria Inácia Rezola na
obra Melo Antunes – Uma Biografi a
Política, editado pela Âncora, que
amanhã é lançada na Fundação
Gulbenkian, em Lisboa.
A afi rmação de Mário Castrim re-
produz o que é um dos traços que
mais se atribui ao militar de Abril:
a ideia de que era avesso à media-
tização e que tinha até “‘horror’ às
massas”, como o próprio disse nu-
ma entrevista em 1998 (p. 186). Mas
o desfazer desta ideia feita sobre
Melo Antunes é uma das várias con-
tribuições importantes que a inves-
tigação de Maria Inácia Rezola traz à
luz do dia. Da leitura da obra trans-
parece como Melo Antunes tinha um
perfeito domínio da mediatização da
sua imagem enquanto interventor
político. Sabendo ser discreto, não
se expondo, usando a comunicação
social para fazer passar a sua mensa-
gem. E, mesmo quando se via força-
do a fazer declarações para acalmar
a polémica que as suas entrevistas
provocavam, acabava por reafi rmar
as posições que aparentemente des-
mentia (p. 581).
“Percorrendo as páginas da im-
prensa, publicadas nestes dias, é
raro encontrar referências a Melo
Antunes ou a declarações ‘espontâ-
neas’ por ele proferidas. Procurando
manter-se afastado da cena mediáti-
ca, há algum tempo que optara por
intervir apenas no âmbito de debates
organizados ou, então, de entrevistas
de fundo, previamente estabeleci-
das” (p. 707), escreve a historiadora,
que demonstra também como Melo
Antunes era solicitado pela comuni-
cação social estrangeira e percebia
a importância desta. Ao PÚBLICO
a autora assume que “é especial a
relação dele com a imprensa”, reve-
lando: “Há um capítulo que guardei
e que publicarei como artigo. Muitas
fotografi as dele são com um microfo-
ne à frente. Ele só aparecia, quando
percebia que era útil e para falar.”
Prefaciado por António Lobo Antu-
nes, amigo de Melo Antunes, o livro
o autor do Documento dos Nove, teve
uma intervenção permanente mes-
mo depois do fi m do PREC – Período
Revolucionário em Curso (1974-75).
“A grande surpresa desta investi-
gação é, para mim, a relação com
Eanes”, salienta a historiadora ao
PÚBLICO. E explica: “Inicialmente,
Eanes tem uma relação distante com
ele no Conselho da Revolução, mas
depois começa a respeitá-lo. Depois
do fi m do primeiro Governo Consti-
tucional de Mário Soares [1977], não
faz nada sem o ouvir. Melo Antunes
faz documentos extensíssimos para
o Presidente, minuciosos, com todos
os cenários. Eanes era politicamente
mais à direita, mas respeitava muito
a sua opinião.”
A obra de quase 800 páginas sis-
tematiza a vida política de Melo An-
tunes, nascido em 1933 e falecido
de cancro no pulmão em 1999. E,
para além de ter também traços da
sua vida pessoal – dois casamentos,
três fi lhos –, a obra faz uma impor-
tante contextualização histórica do
Portugal dos anos 70 e 80, do sécu-
lo XX, enquadrando um percurso
que começa quando, em 1957, Me-
lo Antunes é colocado nos Açores
a fazer serviço militar, cumprindo
depois três comissões de serviço
na Guerra Colonial em Angola – pe-
lo caminho fez as Juntas de Acção
Patriótica dos Açores, em 1962,
e, em 1969, é candidato da CDE.
Mas é na preparação do 25 de
será apresentado por António Reis,
numa sessão que contará com depoi-
mentos de Vasco Vieira de Almeida,
Vasco Lourenço e Ramalho Eanes.
A obra aconteceu quase por acaso.
“Aceitei um convite que não é meu
hábito, fui convidada pelo irmão, o
engenheiro Fernando Melo Antunes,
a quem o meu nome foi sugerido pe-
lo Mário Mesquita”, conta a historia-
dora, explicando ainda que “o con-
vite surgiu depois do colóquio em
homenagem de Melo Antunes que
decorreu na Gulbenkian, em 2008”.
A historiadora, que se doutorou com
uma tese sobre o Conselho da Revo-
lução, confessa: “O engenheiro Melo
Antunes disponibilizou-me todos os
arquivos do irmão que estão na Torre
do Tombo. Quando aceitei, pensei
que seria um trabalho para seis me-
ses. Mas depois percebi que não sa-
bia nada sobre Melo Antunes e sobre
aquele período. Foi como se fi zesse
uma segunda parte da tese.”
Investigadora do Instituto de His-
tória Contemporânea da Faculda-
de de Ciências Sociais e Humanas
da Universidade Nova de Lisboa e
professora da Escola Superior de
Comunicação Social do Instituto
Politécnico de Lisboa, Maria Inácia
Rezola revela assim um Melo Antu-
nes desconhecido da grande maioria
da população portuguesa e que, para
além do militar de Abril, olhado logo
à época como o ideólogo da revolu-
ção dos capitães e conhecido como
São José Almeida
Em cima: Melo Antunes (à direita) na assinatura do acordo de independência de Cabo Verde; ao meio: com Frank Carlucci, embaixador americano em Lisboa durante o PREC, e Donald Rumsfeld, em 1976; à direita, no regresso de uma viagem quando era ministro dos Negócios Estrangeiros, com Jorge Sampaio, então secretário de Estado da Cooperação Externa, em Abril de 1975
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | PORTUGAL | 15
como acontece noutros domínios do
complexo processo revolucionário,
foi dos poucos a apresentar um pen-
samento estratégico em termos de
relações internacionais e sobre o po-
sicionamento de Portugal no mun-
do.” (p. 272). E ao PÚBLICO Maria
Inácia Rezola afi rma que Melo An-
tunes “defende que Portugal tem de
ser uma plataforma entre a Europa
e o Terceiro Mundo – vai repetindo
essa ideia até à morte”.
Da sua acção, o momento mais co-
nhecido é a autoria do Documento
dos Nove, que dita o início do fi m do
PREC e abre a porta ao 25 de Novem-
bro. “Reconhecendo tratar-se de um
texto escrito pelo seu punho – ‘Fui
eu que o redigi todo’ – e que, em últi-
ma análise, traduzia as suas posições
pessoais, Melo Antunes não deixa de
salientar que ele é o ‘resultado de um
processo que já vinha de alguns me-
ses’ e que lhe permitiu percepcionar
que muitas das suas ideias reuniam
algum consenso” (p. 313).
É então que acontece o momento
que fi ca para a história como a sua
imagem emblemática. No dia 26 de
Novembro de 1975, vai à RTP e decla-
ra: “Eu quero dizer, neste momento,
e considero isto muito importante,
que a participação do Partido Comu-
nista Português na construção do
socialismo é indispensável. Não me
parece que seja possível sem o PCP
construir o socialismo.” (p. 11) Foi o
salvar do PCP pelo ofi cial de quem
Álvaro Cunhal desconfi ava. Isto de-
pois do “encontro de Melo Antunes
e Álvaro Cunhal, em casa de Nuno
Brederode Santos, nas vésperas do
25 de Novembro. Um encontro que
Cunhal nunca confi rmou nem des-
mentiu, mas que Melo Antunes diz
ter sido de sua iniciativa. Nega, no
entanto, que dele ‘tenha resultado
algum pacto, algum negócio’, limi-
tando-se, como tinha acontecido em
ocasiões anteriores, a uma ‘troca de
ideias e até uma aferição da inter-
pretação dos acontecimentos’” (p.
450).
Mas não eram só os comunistas
a não gostarem de Melo Antunes.
Aquele que foi o “ideólogo e doutri-
nador”, o “intelectual fardado, au-
tor de alguns dos mais importantes
documentos políticos do complexo
processo revolucionário” (p. 13), foi
também, para Maria Inácia Rezola,
“provavelmente um dos mais in-
compreendidos homens de Abril”
(p. 12). É essa incompreensão que,
por exemplo, faz com que Frei-
tas do Amaral, quando chega ao
MNE em 1980 e sem sequer falar
com Eanes (p. 650), anular a sua
candidatura à nomeação para o
cargo de secretário-geral adjunto
da ONU para a Ciência e a Tecno-
logia, que tinha sido proposta do
Governo Pintasilgo. A isso se se-
guirá a decisão de Freitas de de-
mitir Pintasilgo, que representava
Portugal na UNESCO. Já depois do
fi m da Aliança Democrática, Eanes
pede a Pérez de Cuéllar que no-
meie Melo Antunes para a ONU.
Mas ele estava já em conversações
com o director -geral da UNESCO,
Amadou-Mahtar M’Bow, e será
consultor e subdirector-geral da
UNESCO (1984-88).
Além de incompreendido, Melo
Antunes era também em grande
parte desconhecido, já que o seu
perfi l analítico e refl exivo o leva a
ser responsável por uma série de
documentos que determinaram os
bastidores da evolução política. Fá-
lo no Conselho da Revolução a pro-
pósito, por exemplo, da revisão do
Pacto MFA-Partidos e da defesa da
criação de Tribunal Constitucio-
nal (p. 514). E também, entre 1976
e 1982, enquanto presidente da Co-
missão Constitucional, “órgão de
grande prestígio, por muitos con-
siderado um elemento essencial no
processo de consolidação da demo-
cracia” (p. 554). É o principal res-
ponsável pela posterior criação do
Tribunal Constitucional, segundo
Vasco Lourenço (p. 566).
Quer nestes cargos, quer de-
pois no Conselho de Estado – que
integrará também a convite do
Presidente Jorge Sampaio –, Melo
Antunes tem de facto uma impor-
tância imensa junto do Presidente
Ramalho Eanes. De tal forma que
estará envolvido na formação do
PRD, em 1985, tentando levar para
lá João Cravinho e Jorge Sampaio
(p. 742), escrevendo o programa e
sendo um dos responsáveis por es-
te partido não ter apoiando a can-
didatura de Pintasilgo, mas sim a
de Salgado Zenha à Presidência da
República.
Ele é, ao longo de anos, central
na produção de documentos de
análise que guiarão o Presidente
Eanes em todo o processo de in-
tervenção do FMI, em 1978, mas
também frente ao Governo PS-CDS
e na formação de governos de ini-
ciativa presidencial. E é-o ainda
depois perante os governos da
AD, além de ser enviado do Presi-
dente em visitas aos estrangeiro.
O próprio Eanes reconhece que a
ele recorria sempre (p. 593). E as
suas análises – a primeira chama-se
Notas sobre um projecto alternativo
para a actual situação política (p.
588) –, com as devidas distâncias
históricas de contexto de época,
são de uma imensa actualidade
sobre a situação de crise que hoje
Portugal atravessa.
FOTOS: DR
Abril que Melo Antunes começa a
destacar-se, sendo apontado como
o principal autor do Programa do
MFA. É a si que cabe apresentar o
documento O Movimento, as Forças
Armadas e a Nação, na reunião em
Cascais, com 197 ofi ciais (p. 115). De-
pois, “a 22 de Março, nas vésperas
do seu embarque [para os Açores
onde estava destacado], Ernesto
apresenta a primeira versão do pro-
grama a uma restrita plateia que se
reúne em casa de Vítor Alves” (p.
119).
Chegado a Lisboa a 2 de Maio de
1974, Melo Antunes integrava a Co-
missão Coordenadora do MFA e, a 31
de Maio, senta-se no Conselho de Es-
tado, que será substituído pelo Con-
selho da Revolução, a 14 de Março de
1975 e para onde Melo Antunes tran-
sita. Logo nestes primeiros tempos
torna-se incontornável. É ele o nome
que, em Julho de 1974, a Coordena-
dora do MFA propõe como primeiro-
ministro ao Presidente da República,
António de Spínola, quando Palma
Carlos se demite. Spínola rejeita e
escolhe Vasco Gonçalves. (p. 205).
Não será primeiro-ministro, mas
nesse II e no III governos provisó-
rios, Melo Antunes é ministro sem
pasta e com a gestão da descoloni-
zação. Para ele, essa era a priorida-
de do processo de transformação da
sociedade (p. 129) e é ele, por exem-
plo, o obreiro da Cimeira do Alvor (p.
178-184), que estabelece o acordo de
descolonização de Angola.
No III Governo passa a ter também
intervenção na área económica pa-
ra preparar o Programa de Políti-
ca Económica e Social. A comissão
que o elabora é por si presidida e
integra os ministros Rui Vilar, Silva
Lopes, Maria de Lourdes Pintasilgo
e Vítor Constâncio (p. 218). A pres-
são do sector gonçalvista para que
o plano inclua o controlo da econo-
mia é grande. Melo Antunes resiste
à ideia da nacionalização de toda a
banca privada. “O PPES faz azedar
as ‘relações do PCP com Melo Antu-
nes, que passou a ser visto e referi-
do na direcção, e especialmente por
Cunhal, com a reserva e suspeição
habitualmente usadas para com os
adversários’” (p. 233), diz a autora
citando Carlos Brito. O PPES tem já
muitas ideias que surgiram no Do-
cumento dos Nove (p. 247), mas será
ultrapassado pelo 11 de Março.
No IV e no VI governos provisó-
rios, Melo Antunes ocupa a pasta dos
Estrangeiros. “Uma das facetas mais
interessantes do percurso de Ernesto
Melo Antunes é provavelmente a sua
intervenção enquanto ministro dos
Negócios Estrangeiros. Assinale-se
que, mais uma vez, a história não lhe
fez justiça: apesar do seu importan-
tíssimo papel em termos diplomáti-
cos e de defi nição da política exter-
na portuguesa, é sobretudo a Mário
Soares que são atribuídos os méritos
de ter conseguido recolocar o país
na ordem internacional” (p. 271), diz
a investigadora. E acrescenta: “Tal
Em 1974, António de Spínola recusou o nome de Melo Antunes para primeiro-ministro e escolheu Vasco Gonçalves
16 | LOCAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Seguros só cobrem uma parte dos prejuízos causados pelo tornado
Relatório sobre danos causados pela tempestade, no valor de “alguns milhões”, foi ontem entregue ao Governo pelos autarcas de Silves e Lagoa. Vento deixou polvos em terra e um caiaque numa varanda
MELANIE MAPS
Milhares de pessoas continuam a ajudar a reparar os estragos provocados pelo vento em Lagoa e Silves
Boa parte das marcas do tornado
que passou pelo Algarve no fi nal da
semana passada já se esbateu, com a
ajuda de grupos de voluntários que
se atiram a limpar ruas, remover ár-
vores e reconstruir habitações. Mas
há pessoas que não conseguem dor-
mir sem a ajuda de comprimidos,
e outras que só agora descobriram
que a apólice do seguro da casa não
cobre o recheio.
O ministro adjunto e dos Assuntos
Parlamentares, Miguel Relvas, e o
ministro da Administração Interna,
Miguel Macedo, receberam ontem,
das mãos dos autarcas de Silves e
Lagoa, o relatório preliminar dos
prejuízos, avaliados em milhões
de euros. Deste encontro, em que
participaram também o secretário
de Estado da Administração Local,
Paulo Júlio, o secretário de Esta-
do adjunto da Economia, Almeida
Henriques, e o Secretário de Esta-
do da Solidariedade, Marco Antó-
nio Costa, os autarcas saíram com
a promessa de que o Governo não
deixará de apoiar os respectivos mu-
nicípios e que o assunto será objecto
de uma resolução do Conselho de
Ministros.
A centenas de quilómetros da
sede do Conselho de Ministros, o
jardineiro desempregado Duarte
Ferreira sobe ao cimo do bloco de
apartamentos do empreendimen-
to LagoaSol, para substituir as te-
lhas que o vento levou. “Não sou
pedreiro, mas dou uma ajuda ao
meu irmão – temos de ser uns para
os outros, principalmente nestas
ocasiões.” Estes gestos de solida-
riedade repetem-se um pouco por
toda a área atingida pelo tornado.
Enquanto em Lagoa os prejuízos
incidiram mais nas habitações, em
Silves foram os equipamentos mu-
nicipais e espaços públicos os mais
atingidos.
Os peritos das companhias de se-
guros deixaram, à entrada dos blo-
cos de apartamentos, os números
de telefone de contacto, só que boa
parte dos prejuízos não estão cober-
tos pelas apólices. “A companhia de
seguros só me vai pagar as portas e
janelas, e eu tenho o apartamento
todo destruído”, diz o pescador Ru-
ben Silva. Pelas contas que fez, e os
to”. Os brinquedos da criança, conta
a mãe, “foram encontrados debaixo
de uma fi gueira, e alguns dos móveis
que desapareceram porta fora ainda
não apareceram”.
No posto da GNR, 90 pessoas rela-
taram prejuízos, mas também houve
quem tentasse aproveitar-se da des-
graça alheia. “Registaram-se tenta-
tivas de furto de perfi s de alumínio,
mas actuámos de imediato”, relata
um graduado da GNR, acrescentan-
do que foi “reforçada a vigilância nas
ruas, dia e noite”. Na avaliação da
câmara, os prejuízos de particulares
atingem 1, 127 milhões e a reparação
dos equipamentos públicos vai cus-
tar 350 mil euros.
Ao fundo da rua, no pára-brisas
partido de um carro, está um papel
com um anúncio de alguém que viu
no tornado uma oportunidade de
negócio: “Compro todo o tipo de car-
ros, com ou sem inspecção ou avaria-
dos.” A seguir ao número de telemó-
vel, em letras garrafais, uma informa-
ção complementar: “Pago na hora.”
Com passos lentos, aproxima-se
Albertina Raposo. “Não consigo dor-
mir sem a ajuda de comprimidos”,
desabafa. Desde sexta-feira, a ido-
sa, viúva, passa os dias a reviver a
tragédia. “Pensei que seria o fi m do
mundo”, confi dencia.
Em Silves, a cabeleireira Teresi-
nha está à porta do salão, no rés-
do-chão do complexo de piscinas
municipais que fi cou sem cobertura.
“Estamos abertos, mas não temos
clientes.”
A vida tende a regressar à norma-
lidade. O presidente da Câmara de
Silves, Rogério Pinto, exalta a solida-
riedade dos munícipes: “Formou-se
um cordão humano, telha a telha,
reconstruiu-se o telhado da câma-
ra.” Assim, o que julgava improvável
aconteceu. Os serviços camarários
reabriram, em pleno, na segunda-
feira. O valor dos prejuízos, não con-
cretiza, estão avaliados em “alguns
milhões”. Teresinha foi um dos cer-
ca de mil voluntários envolvidos na
limpeza da cidade. “Encontrei três
polvos, aqui no parque, que vieram
do mar com o vento”, relata, surpre-
endida. E acrescenta: “Tenho uma
cliente que fi cou com um caiaque
no terraço.” No mercado municipal
— um dos edifícios públicos sem co-
bertura — os vendedores temem que
a chuva, prevista para hoje, obrigue
ao encerramento do espaço.
AlgarveIdálio Revez
orçamentos que pediu, pensa que,
para recuperar a casa, vai precisar
dos 15 a 20 mil euros, que não tem.
“Foram-se dez anos de trabalho”,
desabafa.
A mulher, Sandra Grade, funcio-
nária administrativa, viveu sozinha
o momento da passagem do tornado
“Estava em casa, a dar de mamar ao
bebé de três meses.” O outro fi lho,
de quatro anos, estava na escola.
“Enrolei o bebé numa toalha e fugi
para a casa de banho.” As paredes
do apartamento, picadas pelos esti-
lhaços dos vidros, retratam a violên-
cia da tempestade. O apartamento
está ser pago, a prestações, ao ban-
co, “mas o recheio não estava cober-
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | LOCAL | 17
Breves
Portimão
Assaltou e feriu taxista com gargalo de garrafaA GNR de Portimão deteve ontem um homem que tinha roubado um taxista horas antes, sob ameaça de um gargalo de uma garrafa, ferindo-o numa mão. “O roubo ocorreu na Quinta Nova, em Portimão, cerca das 16h30, com o taxista a ser ameaçado com o gargalo da garrafa encostado ao pescoço. O suspeito foi detido perto das 18h, no terminal rodoviário do Largo do Dique, já na posse de um bilhete de autocarro”, informou o porta-voz do Comando de Faro da GNR.
Apesar da providência cautelar
acolhida pelo tribunal que visa
suspender a medida, a Câmara de
Vila Franca de Xira manteve, na
segunda-feira à noite, a decisão de
despejar as nove famílias residentes
no Lote 1 da Quinta de Santo Ama-
ro. Para a autarquia, outra decisão
“seria gravemente prejudicial para o
interesse público por estar em cau-
sa a segurança de pessoas e bens”,
uma vez que o Laboratório Nacional
de Engenharia Civil (LNEC) alerta
para o risco de desmoronamento
do vizinho Lote 2 e recomenda a
evacuação do Lote 1. Os moradores
disseram ontem à Lusa que rejeitam
ser realojados em bairros sociais e
pagar parte das obras necessárias,
dado que o LNEC atribui à câmara e
outras entidades a responsabilidade
pelos problemas da urbanização.
Câmara insiste na evacuaçãode prédio
Vila Franca de Xira
Um grupo de moradores do Bairro
de Santa Filomena, na Amadora,
cujas habitações foram demolidas
na segunda-feira, esteve ontem à tar-
de, durante cerca de seis horas, no
interior do Instituto da Habitação e
da Reabilitação Urbana (IHRU), em
Lisboa, de onde se recusou a sair
sem falar com o presidente.
Dezanove pessoas, das 22 que fi -
caram ontem sem casa, deslocaram-
se até ao instituto alegando ter con-
tactado o IHRU há seis meses sem
terem, até ontem, obtido qualquer
Moradores desalojados de bairro clandestino ocuparam sede do IHRU
resposta. Acabaram por sair por
volta das 19h30, altura em que ti-
veram acesso ao livro de reclama-
ções, relatou Rita Silva, membro do
Colectivo pelo Direito à Habitação
e à Cidade (Habita). “O presidente
recusou falar connosco e disse que
não era uma competência do IHRU.
No entanto, segundo o meu ponto
de vista, enquanto instituição públi-
ca e governamental, o IHRU tem o
dever de nos receber e acompanhar
o protocolo e toda esta situação”,
afi rmou.
“Quando os serviços fecharam
quiseram expulsar-nos, mas recu-
sámos sair sem assinar o livro de re-
clamações. Aquilo que nos respon-
deram era que não tinham nenhum
livro de reclamações. Acabámos por
fi car mais duas horas à espera que
chegasse um exemplar”, acrescen-
tou a activista.
Ao contrário do que afi rmaram
ao início da tarde, os moradores do
Santa Filomena não passaram a noi-
te em frente ao edifício, mas garan-
tem que continuarão a insistir.
“Daqui a algum tempo é preciso
começar a disponibilizar os átrios de
instituições públicas para dar abrigo
a estas pessoas, a quem são retira-
das as casas”, ironiza Rita Silva. Para
este membro do Habita, o facto de
“a Câmara da Amadora reconhecer
não ter capacidade para resolver os
problemas de toda a gente” é jus-
tamente o motivo pelo qual “deve
suspender os desalojamentos”.
Recusando-se a baixar os braços,
o Habita e os moradores do Bairro
de Santa Filomena prometem agora
tentar contactar o Alto Comissariado
para a Imigração e Diálogo Intercul-
tural e a Segurança Social. Amanhã,
os moradores e o Habita apresentam
uma “carta aberta pelo direito à ha-
bitação”, pelas 15 horas, junto a edi-
fícios devolutos da Avenida Fontes
Pereira de Melo, em Lisboa.
AlmadaLiliana Pascoal Borges
Moradores do Bairro de Santa Filomena foram a Lisboa, exigindo ser recebidos pelo presidente do IHRU
18 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Governo arrisca falhar recessão de 3% e meta do défi ce deste ano, avisa UTAO
Técnicos do Parlamento dizem que a execução orçamental não está assegurada e que as receitas fi scais podem ser ainda menores. Últimas estimativas sinalizam que a queda do PIB pode ser mais profunda
MIGUEL MANSO
Vítor Gaspar pode ter muitas surpresas com a execução orçamental até ao final do ano
A derrapagem orçamental deste ano
corre o risco de não fi car por aqui.
Para a Unidade Técnica de Apoio Or-
çamental (UTAO), será difícil atingir
os objectivos de arrecadação das re-
ceitas fi scais, o que compromete a
meta do défi ce de 5% acordada com
a troika. Com mais austeridade a ca-
minho, os técnicos do Parlamento
admitem que o consumo privado
possa afundar mais. Somando a
isso o abrandamento da procura
externa, é a própria previsão de re-
cessão de 3% para este ano que fi ca
em causa.
Os avisos constam do último re-
latório da UTAO sobre os números
da execução orçamental até Setem-
bro, a que o PÚBLICO teve acesso e
que foi distribuído aos deputados
da Assembleia da República. No do-
cumento, os técnicos do Parlamen-
to responsáveis por acompanhar as
contas públicas concluem que “não
se encontra assegurado o cumpri-
mento da nova meta nominal para
o défi ce de 2012”.
A principal ameaça vem, uma vez
mais, das receitas fi scais. Apesar de
o Governo ter revisto recentemente
em baixa as previsões para os im-
postos, a UTAO diz que as estima-
tivas actuais continuam a encerrar
“riscos não negligenciáveis”.
Até Setembro, a quebra da receita
fi scal da Administração Central e da
Segurança Social ascendeu a 1349
milhões de euros, em termos ajus-
tados. Ou seja, para que se cumpra
a nova estimativa, seria necessário
que o Estado aumentasse em 509
milhões a receita fi scal no último
trimestre.
A UTAO admite que poderá haver
alguma recuperação, na sequência
das medidas recentemente anun-
ciadas pelo ministro das Finanças,
Vítor Gaspar — o chamado “pacote
fi scal”, que inclui um aumento da
tributação sobre imóveis de ele-
vado valor e sobre os rendimen-
tos de capital. Contudo, dizem os
técnicos parlamentares, “não será
de excluir a possibilidade de que o
anúncio das linhas gerais do referido
pacote, bem como de medidas de
consolidação orçamental para o ano
de 2013, possa vir a gerar um efei-
to de maior retracção do consumo
Do mesmo modo, o Governo tem
afi rmado que a contracção do PIB
fi cará em linha com o previsto: 3%.
Para o executivo, a derrapagem or-
çamental não se deve a uma reces-
são maior do que o esperado mas
sim a uma diferente composição
da actividade económica: o con-
sumo privado (mais taxado) afun-
dou mais, enquanto as exportações
(menos taxadas) caíram menos, o
que teve impacto negativo nas re-
ceitas fi scais.
Contudo, agora é também a esti-
mativa económica do Governo para
este ano que está a ser posta em cau-
sa. A UTAO pega nos cálculos mais
recentes do Gabinete de Estudos e
Estratégia do Ministério da Econo-
mia e do Emprego, que aponta para
que, entre Janeiro e Setembro, o PIB
tenha recuado já 3%. Mas, segundo
os últimos dados do Instituto Nacio-
nal de Estatística (INE), no último
trimestre a economia caiu 3,4% em
termos homólogos. “A manter-se,
no último trimestre, o mesmo ritmo
de variação do terceiro trimestre, a
contracção do PIB em 2012 será li-
geiramente superior à estimada no
âmbito do Orçamento do Estado de
2013”, avisa a UTAO.
É que, além de a queda do con-
sumo privado poder vir a revelar-se
maior — com as famílias a retraírem
os gastos na expectativa de mais aus-
teridade em 2013 —, a procura ex-
terna dá sinais de estar a abrandar.
As últimas estatísticas do comércio
internacional do INE mostram um
recuo de 6,5% nas vendas ao exte-
rior em Setembro, naquela que é a
primeira queda homóloga dos úl-
timos três anos. A contribuir para
isso está a crise na zona euro, mas
também a greve nos portos nacio-
nais, que afecta o comércio extra-
comunitário.
Finanças públicasAna Rita Faria
por parte dos agentes económicos”.
E, a acontecer, tal “condicionará o
cumprimento da nova estimativa”,
conclui a UTAO.
A derrapagem nas receitas fi s-
cais e nas contas da Segurança
Social (devido ao aumento do de-
semprego) já provocou um desvio
orçamental este ano, obrigando o
Governo a rever as metas do défi ce
com a troika (de 4,5% para 5%) e a
tomar novamente medidas tempo-
rárias para cumprir os objectivos,
como a concessão da ANA — uma
operação que está ainda pendente
de luz verde do Eurostat.
Contudo, ainda esta terça-feira,
na apresentação das conclusões da
sexta avaliação da troika, Vítor Gas-
par voltou a garantir que o défi ce de
5% previsto para este ano será cum-
prido, não estando contempladas
quaisquer receitas e medidas adi-
cionais.
5%Governo garante que vai cumprir a meta do défice de 5% acordada com a troika para este ano. Mas a UTAO ainda vê riscos de desvio nas receitas fiscais
-6,5%Exportações nacionais recuaram 6,5% em Setembro, acentuando os receios de que o único motor da economia esteja a perder força
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | ECONOMIA | 19
“Chegou-se a esta dívida porque os portugueses andaram distraídos”João SalgueiroEconomista
O Governo bem tem lembrado aos
jovens portugueses as vantagens de
emigrar, mas, para o Fundo Mone-
tário Internacional (FMI), as vanta-
gens podem rapidamente conver-
ter-se num risco para o país. E que
será difícil de reverter. Sinalizando o
sucesso do programa de ajustamen-
to e a necessidade de Portugal não
abrandar nas reformas estruturais,
a instituição admite que a retoma
possa ser demasiado lenta para con-
seguir baixar o elevado nível de de-
semprego. E isto empurraria ainda
mais para fora do país uma geração
jovem e qualifi cada.
O FMI deixou ontem estes aler-
tas nas conclusões da sua avaliação
a Portugal feita ao abrigo do Arti-
go IV (um processo de consultas
periódicas aos Estados-membros).
“Um risco de médio prazo é que o
crescimento recupere demasiado
lentamente para ter um impacto
signifi cativo no elevado desempre-
go, desencadeando a emigração de
trabalhadores jovens e qualifi cados,
que poderá ser difícil reverter”, avi-
sa.
No seu último boletim económi-
co, o Banco de Portugal já tinha aler-
tado para este risco, dizendo que
a contracção da população activa,
sobretudo se afectar trabalhadores
com qualifi cações mais elevadas,
pode colocar em risco a capacidade
de crescimento da economia portu-
guesa no médio prazo.
A isto, o FMI junta ainda outro
aviso: no longo prazo, Portugal tem
de fazer mais para melhorar os seus
níveis de educação, que são baixos
quando comparados com os prin-
cipais parceiros comerciais e con-
correntes.
O essencial, defende a institui-
ção liderada por Christine Lagarde
e que integra a chamada troika, é
que Portugal não abrande o ritmo de
reformas e mantenha esse esforço
além do horizonte do programa de
ajuda externa. “Desta vez, Portugal
precisa de resistir à complacência
prematura para com as reformas,
que colocou a economia em apu-
ros”, recorda.
Nas conclusões sobre a economia
nacional, o FMI volta a louvar o “es-
forço de política impressionante”
FMI teme que retoma lenta conduza a fuga irreversível de jovens qualificados
que o Governo fez para “reverter os
desequilíbrios acumulados e travar
a crise” e insiste na necessidade de o
Governo não abandonar o caminho
do ajustamento.
Isto implica, do lado da despesa,
uma “racionalização adicional dos
salários e do emprego no sector
público”, bem como reformas nas
pensões e outras transferências so-
ciais, diz o FMI. O objectivo é fazer
Ana Rita Fariaa reforma das funções do Estado,
criando “serviços públicos mais efi -
cientes e uma redistribuição mais
equitativa”.
Já do lado da receita, a instituição
é taxativa: será difícil baixar impos-
tos em Portugal nos próximos anos.
Ainda assim, o FMI considera que
há margem para simplifi car o siste-
ma fi scal e torná-lo mais amigo do
investimento e do crescimento. Re-
centemente, o Governo anunciou
a intenção de reduzir a taxa de IRC
cobrada às empresas. O conselho
deixado ontem pelo FMI é que o
executivo compense esse corte no
imposto com uma nova revisão dos
benefícios fi scais, limitando-os nal-
gumas áreas e criando mais incen-
tivos dirigidos ao sector de bens
transaccionáveis (passíveis de ex-
portação).Christine Lagarde
20 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
O fundo de socorro do euro (co-
nhecido pela sigla EFSF) anunciou
ontem o adiamento de uma emis-
são de dívida de longo prazo (três
anos) na sequência do corte do ra-
ting da dívida pública de França pela
Moody’s.
Anteontem à noite, a agência de
notação fi nanceira revelou ter reti-
rado à França o chamado triplo A,
a classifi cação máxima de Aaa. A
segunda maior economia da zona
euro foi, assim, relegada para uma
notação de Aa1, a segunda na esca-
lara da Moody’s.
A emissão do EFSF tinha uma no-
tação triplo A, porque os Estados que
garantem as suas operações (Alema-
nha, França, Luxemburgo, Finlân-
dia, Holanda e Áustria) tinham todos
a classifi cação mais elevada. Com o
corte da notação francesa, esta con-
dição técnica deixa de existir. A op-
ção é reduzir a notação da emissão,
o que se traduz no pagamento de
juros mais elevados, ou esperar que
a França recupera o triplo A.
A Moody’s foi a segunda agência
de notação a retirar a classifi cação
mais elevada à dívida francesa, de-
pois de a Standard & Poor’s ter re-
alizado idêntico corte. A Moody’s
mantém a perspectiva negativa
sobre a segunda maior economia
da zona euro, o que signifi ca que
deverá iniciar em breve um novo
processo para a revisão em baixa
da nota de risco.
O ministro das Finanças francês,
Pierre Moscovici, reagiu de imedia-
to, dizendo que a França “ainda es-
tá bem classifi cada”. “Esta decisão
respeita à situação deixada pelos
nossos predecessores: perda de
competitividade, crescimento fraco,
défi ce crescente”, disse à agência
France-Press.
A Moody’s justifi ca esta decisão
por considerar que a perspectiva
de crescimento de longo prazo da
economia francesa foi afectada ne-
gativamente por múltiplos desafi os
estruturais, incluindo uma “perda
sustentada de competitividade” e a
“rigidez dos mercados de trabalho,
bens e serviços”.
Corte no rating de França afecta o EFSF
DívidaJosé Manuel Rocha e Paulo Madeira
O fundo de socorro do euro foi obrigado a adiar emissão de dívida, após a Moody’s ter cortado a notação gaulesa
O braço-de-ferro entre a zona euro
e o Fundo Monetário Internacional
(FMI) sobre a forma de reduzir a dí-
vida pública da Grécia continuou
ontem a arrastar-se, pondo em dú-
vida a continuação do programa de
assistência fi nanceira externa e, em
última análise, a permanência do pa-
ís na moeda única europeia.
O tema voltou a dominar uma
reunião dos ministros das Finanças
do euro, a segunda dedicada a esta
questão no prazo de uma semana,
a que se juntou Christine Lagarde,
directora-geral do FMI, e Mario Dra-
ghi, presidente do Banco Central Eu-
ropeu (BCE).
O encontro, que se arrastou pela
noite fora, tinha como principal ob-
jectivo libertar uma parte do segundo
empréstimo da zona euro e do FMI
a Atenas, no valor total de 44 mil mi-
lhões de euros, para permitir ao país
evitar a falência nas próximas sema-
nas. Este montante destina-se a cobrir
a totalidade da ajuda necessária para
assegurar o fi nanciamento da Grécia
durante o segundo semestre deste
ano. O seu desembolso está suspenso
desde Junho devido à crise política in-
terna grega, entretanto ultrapassada,
a par da derrapagem do programa de
ajustamento associado à ajuda por
causa de uma recessão económica
mais severa do que o previsto.
À chegada à reunião, vários minis-
tros mostraram-se optimistas sobre
a possibilidade de conseguirem um
acordo tanto sobre o fi nanciamento
imediato do país como sobre a for-
ma de garantir a sustentabilidade da
sua dívida. “A Grécia tem feito mui-
tos esforços [em termos de reformas
económicas] e chegou o momento de
decidirmos como concretizar o nos-
so apoio”, afi rmou o ministro belga
das fi nanças, Steven Vanackere.
Outros, como a fi nlandesa Jutta Ur-
pilainen, mostraram-se em contra-
partida cépticos sobre a possibilida-
de de um acordo. “Não tenho de todo
a certeza de que o conseguiremos.
Precisamos de mais informações an-
tes de podermos tomar uma decisão,
por isso a situação ainda está muito
aberta.”
Zona euro e FMI chocam sobre redução da dívida da Grécia
As questões são suscitadas sobre-
tudo pelo FMI, que fi nancia um terço
da ajuda internacional à Grécia, mas
tem a continuação da sua participa-
ção em questão devido às dúvidas
que planam sobre a capacidade de
Atenas reduzir a dívida pública de
190% do PIB previstos em 2014 para
120% em 2020.
Este objectivo, considerado o va-
lor que garante a sustentabilidade
da dívida e, consequentemente, o
seu reembolso, fi cou acordado no
início do ano no quadro do segun-
do programa de ajuda ao país. Seis
meses depois, o seu cumprimento é
considerado totalmente irrealista por
causa da derrapagem do programa
de ajustamento. Um relatório da troi-
ka de credores internacionais (zona
euro, BCE e FMI), que constitui a ba-
se dos debates, coloca a dívida grega
em 2020, no cenário mais favorável,
acima dos 140% do PIB.
Esta constatação levou os minis-
tros das Finanças do euro a ponde-
rar, há uma semana, a possibilidade
de conceder ao país mais dois anos,
até 2022, para alcançar os 120%.
O FMI, cujas regras só permitem
fi nanciar países solventes e com dí-
vidas sustentáveis, insiste pelo con-
trário no cumprimento da data ini-
cialmente prevista.
Para permitir o cumprimento des-
te objectivo, a instituição defende
que os Governos do euro deverão
Crise da dívidaIsabel Arriaga e Cunha, BruxelasSegunda reunião dos ministros das Finanças da zona euro para libertar 44 mil milhões de euros arrastou-se pela noite fora
YVES HERMAN/REUTERS
O ministro grego das Finanças (segundo à direita na foto) à conversa com Rehn e Juncker
euros dos dois programas de ajuda
previstos desde Maio de 2010, os 17
do euro têm em estudo um vasto le-
que de medidas destinadas a redu-
zir os encargos de Atenas. As ideias
incluem a redução das taxas de juro
dos empréstimos bilaterais do pri-
meiro programa de ajuda, fi xadas
em 1,5 pontos percentuais acima
do preço de custo, a duplicação do
período de carência (antes do início
do reembolso dos empréstimos) de
10 para 20 anos (2032) e o prolonga-
mento do prazo de reembolso dos
mesmos.
Se se limitarem aos empréstimos
do primeiro programa de ajuda, de
carácter bilateral, estas concessões
não terão, à partida, de ser estendi-
das a Portugal e à Irlanda, os outros
dois países sob assistência fi nancei-
ra externa. Se, em contrapartida, as
concessões se aplicarem igualmente
aos empréstimos do segundo pro-
grama, que, como o português e ir-
landês, é fi nanciado pelo fundo de
socorro do euro (EFSF), as medidas
terão de ser estendidas a Lisboa e
Dublin.
Outras medidas em estudo pode-
rão incluir a concessão de emprésti-
mos do fundo do euro para Atenas
comprar uma parte da dívida pública
reestruturada detida pelos credores
privados, e que está a ser transac-
cionada a preços próximos dos
25% do valor facial dos títulos.
seguir os passos dos credores priva-
dos e perdoar uma parte da dívida
grega na sua posse de modo a reduzir
o respectivo serviço, o que estes, por
enquanto, recusam.
As dúvidas do FMI incluem igual-
mente o outro prazo de dois anos
adicionais que os Dezassete decidi-
ram conceder à Grécia, de 2014 pa-
ra 2016, para cumprir as metas de
redução do défi ce. A adição de dois
anos ao programa gera um buraco de
fi nanciamento do país calculado em
33 mil milhões de euros, que Atenas
não conseguirá obter no mercado.
Como não querem aumentar os
empréstimos de 240 mil milhões de
“O Governo grego já fez aquilo que tinha de fazer para que seja possível um acordo com os parceiros internacionais”Jean-Claude JunckerLíder do Eurogrupo
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | ECONOMIA | 21
Breves
Paralisação
Estivadores e operadores dos portos sem acordoTerminou sem acordo a reunião que ontem juntou estivadores e operadores portuários para definir os serviços mínimos a serem cumpridos nos portos em paralisação parcial até 5 de Dezembro, soube o PÚBLICO. Como aconteceu com a greve que vai até 28 de Novembro, o Governo deverá decretar, de forma unilateral, o quadro de tarefas que os trabalhadores dos portos estão obrigados a realizar. Muitas exportadoras têm-se queixado dos prejuízos gerados pela greve.
Depois de anos a crescer consecuti-
vamente, a produção no olival para
azeite deverá descer este ano para
1133 quilos por hectare, uma quebra
de 25% face à campanha de 2011.
As condições de seca meteoroló-
gica afectaram a produtividade dos
olivais em todas as principais regi-
ões produtoras e, de acordo com as
estimativas do INE, publicadas on-
tem, esta será a primeira vez desde
2007 que se inverte a tendência de
aumento da produção.
Na prática, a produtividade da
Produtividade do olival cai 25% e pela primeira vez nos últimos cinco anos
azeitona para azeite caiu de 1511 qui-
los por hectare em 2011 para 1133
em 2012. É o valor mais baixo des-
de 2009, ano em que a campanha
gerou 1232 quilos por hectare. Nas
azeitonas de mesa, a tendência de
quebra mantém-se: menos 25% este
ano em comparação com 2011.
De acordo com as previsões agrí-
colas do INE, nos olivais tradicionais
de sequeiro os “decréscimos foram
mais acentuados” devido à seca.
Além disso, as “elevadas amplitudes
térmicas e os ventos fortes que se
que se fi zeram sentir ao longo do ci-
clo produtivo condicionaram a fl ora-
ção e o vingamento das azeitonas”,
lê-se no relatório do instituto.
Nos olivais mais modernos, co-
mo os que nos últimos anos têm
sido plantados no Alentejo, os sis-
temas de rega conseguiram mitigar
as condições adversas e não se sen-
tiram os efeitos das ondas de calor
de Junho, Julho e Agosto. Assim, o
AgriculturaAna Rute Silva
Seca afectou produção de azeite em todas as regiões produtoras, sobretudo as de olival mais tradicional. Preços deverão subir
rendimento unitário da azeitona
deverá cair 25%.
Os dados ontem divulgados con-
trariam uma tendência de aumento
da produção de azeite, conseguida
graças ao investimento no olival que
tem sido feito nos últimos anos e que
está a ter efeitos práticos na balan-
ça comercial (pela primeira vez tem
saldo positivo). De acordo com a Ca-
sa do Azeite, Associação do Azeite
de Portugal, na última campanha
foram produzidas 76.203 toneladas,
o valor mais alto desde os anos 1967
e 1968. Entre Janeiro e Agosto deste
ano, as vendas internacionais dis-
pararam 40% em comparação com
o período homólogo de 2011. E já
valem mais de 161 milhões de euros.
Este foi também o melhor resultado
de sempre, 88% superior às vendas
para o estrangeiro atingidas, por
exemplo, em 2006.
Com o aumento da produção, o
preço do azeite desceu e, em con-
sequência, subiram as vendas deste
produto nas prateleiras dos super-
mercados.
Dados da Nielsen, citados pela Ca-
sa do Azeite, mostram que o volu-
me de vendas aumentou 3,4% entre
2010 e 2011. O ano passado consumi-
ram-se 82 mil toneladas de azeite e
espera-se que o valor aumente para
as 91 mil até 2020.
A associação já admitiu que com
as quebras de produção, agora esti-
madas também pelo INE, os preços
devem aumentar.
1133Produção de azeitona para azeite deve descer 25% este ano, para 1133 quilos por hectare, o valor mais baixo desde 2009, estima o INE
22 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
A ideia anteontem apresentada pelo
ministro das Finanças, Vítor Gaspar
— de repensar o modelo de organiza-
ção e duração do tempo de trabalho
na função pública — é criticada pelos
sindicatos, que rejeitam um eventual
alargamento de horário de trabalho
para as 40 horas semanais. “A me-
dida não faz qualquer sentido face
ao desemprego existente no país”,
argumenta Bettencourt Picanço,
presidente do Sindicato dos Quadros
Técnicos do Estado (STE).
Ana Avoila, coordenadora da Fren-
te Comum, diz que não se surpre-
ende com esta proposta, mas realça
que ela “nada tem a ver com o com-
bate ao défi ce”. “O objectivo é retirar
direitos. Não aceitamos que queriam
alterar os horários de trabalho na
função pública”, desafi a.
Ana Avoila receia que, ao contrário
do que prevê o acordo assinado com
os médicos em Outubro, o aumento
do horário de trabalho na restante
função pública “não seja acompa-
nhado da remuneração correspon-
dente”.
Anteontem, na conferência de im-
prensa a propósito da sexta avaliação
do programa de ajustamento portu-
guês, o ministro das Finanças desta-
cou a necessidade de “continuar a
melhorar a gestão dos recursos pú-
blicos e reformar as políticas e instru-
mentos de gestão”, nomeadamente
Sindicatos da função pública rejeitam horário de trabalho de 40 horas
“a organização do tempo de trabalho
na Administração Pública”.
O secretário de Estado da Admi-
nistração Pública, Hélder Rosalino,
esclareceu depois que se trata de re-
pensar o “modelo de organização e
duração do tempo de trabalho em
linha com algumas experiências que
estão já a ser implementadas”. Deu
como exemplo o acordo celebrado
em Outubro com os médicos, que
prevê o alargamento do horário se-
manal das 35 para as 40 horas, com
a devida compensação salarial. Es-
ta medida, segundo o Governo, terá
implicações na redução da despesa
com horas extraordinárias destes
profi ssionais.
O tema esteve em cima da mesa
nas reuniões entre o Governo e os
técnicos da troika durante a prepa-
ração da quinta avaliação, tal como o
PÚBLICO noticiou na edição de 10 de
Outubro, com o objectivo de conter
as despesas com trabalho extraordi-
nário e aumentar a produtividade.
Contudo, a ideia gerou polémica
dentro do executivo e acabou por
ser posta de lado.
O Governo anunciou ainda altera-
ções na lei da mobilidade especial
(quadro de excedentários), nomea-
damente o alargamento a carreiras
que actualmente não estão abrangi-
das, como os professores, os médi-
cos, ou os trabalhadores dos EPE, e a
redução dos incentivos à permanên-
cia nesta situação. Sem esclarecer de
que forma pretende fazer isso, este
alargamento entra em contradição
com o que foi dito pelo secretário
de Estado da Administração Pública
durante a negociação de um pacote
de alterações à legislação laboral da
função pública, que se comprometeu
a reduzir substancialmente o quadro
de excedentários.
Estado Raquel Martins
A ideia do Governo é alvo de críticas. “São mudanças que nada têm a ver com o défice”, diz Ana Avoila, da Frente Comum
MARIO AUGUSTO CARNEIRO
Estado quer ainda mexer na mobilidade especial
RITA BALEIA
Proposta do ministro Mota Soares bem recebida na concertação
O Governo quer garantir que “já em
Janeiro” os trabalhadores do sector
privado vão receber pelo menos um
dos subsídios distribuído pelos 12 me-
ses, à semelhança do que acontecerá
com os funcionários públicos. Mas
para isso, terá que alterar a legisla-
ção laboral.
“Foi estabelecido o compromisso
do Governo com os parceiros sociais
de iniciarmos um diálogo que permi-
ta já em 2013 poder fazer a divisão do
subsídio de férias ou do subsídio de
Natal ao longo dos 12 meses, de for-
ma a garantir que já em Janeiro não
exista uma diminuição do salário lí-
quido das famílias em Portugal e para
garantir também que na tesouraria
das empresas não há picos de paga-
mentos”, anunciou ontem o minis-
tro da Segurança e da Solidariedade
Social. Pedro Mota Soares falava no
fi nal de uma reunião com os parcei-
ros sociais, mas não adiantou se isso
seria obrigatório ou facultativo.
O objectivo da medida seria redu-
zir o impacto do aumento da carga
fi scal no rendimento mensal das fa-
mílias, embora no fi nal do ano aca-
bem por sentir os efeitos do aumento
dos impostos previstos no Orçamen-
to do Estado para 2013, e benefi ciar
as empresas que pagam estes subsí-
dios de forma diluída.
Pedro Botelho Gomes, especialis-
ta em direito do trabalho da JPAB,
lembra que algumas convenções
colectivas e acordos de empresa já
estabelecem o pagamento dos sub-
sídios de férias em duodécimos. Mas
para que a regra se estenda à gene-
ralidade das empresas, defende, tem
que haver uma alteração ao Código
do Trabalho.O advogado considera
que esta solução faz sentido porque
“permite diluir o esforço de tesou-
raria das empresas ao longo do ano”
e, ao mesmo tempo, “o orçamento
mensal das famílias terá um pequeno
acréscimo”.
Também o advogado António Gar-
cia Pereira considera que “se quiser
estabelecer esse sistema o Governo
terá que apresentar um projecto de
diploma, que terá que ser colocado à
discussão pública”. Até porque Garcia
Pereira entende que o Código do Tra-
Pagamento dos subsídios ao longo do ano obrigará Governo a mudar lei do trabalho
nio Carlos, dirigente da Intersindi-
cal, considera que “o pagamento em
duodécimos põe em causa a actua-
lização anual dos salários”. “Vamos
ter mais um ano de recessão e esta
medida [ontem anunciada] é uma
forma de iludir a opinião pública”,
argumentou.
O secretário-geral da UGT, João
Proença, frisou que “nada está ain-
da defi nido”, mas entende tratar-se
de “uma medida correcta”. Proença
acrescentou uma outra hipótese que
poderia passar pela diluição de me-
tade do subsídio de férias e de me-
tade do subsídio de Natal ao longo
do ano.
Do lado das empresas, uma medi-
da desta natureza é bem recebida.
João Vieira Lopes, presidente da Con-
federação do Comércio e Serviços de
Portugal (CCP), frisa que a maioria
das empresas é favorável a esta medi-
da, principalmente numa altura em
que muitas atravessam problemas de
tesouraria e difi culdades de acesso
ao crédito.
balho em vigor não permite a reparti-
ção dos subsídios de férias e de Natal
pelos 12 meses do ano e tem dúvidas
de que as convenções colectivas que
assim estabelecem sejam legais.
“A lei prevê que se trata de uma
prestação anual paga numa determi-
nada época do ano, antes do período
de férias [no caso do subsídio de fé-
rias] e até 15 de Dezembro [no caso
do subsídio de Natal]”, defende.
De todas as formas, e caso o Gover-
no e os parceiros sociais cheguem a
acordo sobre o pagamento de um ou
parte dos subsídios em duodécimos,
a alteração à lei terá que passar por
várias fases que difi cultarão a sua
entrada em vigor logo no início do
ano. É que as alterações à legislação
laboral têm que passar por uma fa-
se de discussão pública antes de se-
rem aprovadas pela Assembleia da
República.
O anúncio feito pelo ministro no
fi nal de uma reunião da concertação
social tem o acordo genérico dos par-
ceiros à excepção da CGTP. Armé-
Trabalho Raquel Martins
Embora alguns contratos já permitam os duodécimos, a aplicação da regra terá que passar por uma alteração ao Código do Trabalho
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | ECONOMIA | 23
Bolsas
PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2012
PSI 20 INDEX 0,48 5271,770 103578355 5236,120 5279,680 5202,480 -0,9 -4,05ALTRI SGPS SA -0,07 1,369 3037777 1,375 1,378 1,352 -2,56 14,08BANCO BPI SA -0,74 0,801 486675 0,792 0,809 0,790 -2,65 70,17BCP -1,43 0,069 75475463 0,069 0,071 0,068 -1,41 -21,66BES 0 0,750 16773961 0,747 0,750 0,723 -5,3 -7,87BANIF-SGPS -2,24 0,131 252977 0,132 0,132 0,130 -2,9 -61,47COFINA SGPS 1,5 0,405 33330 0,400 0,405 0,385 0 -46,71EDP 0 1,940 2496752 1,939 1,949 1,916 -1,67 -18,86EDP RENOVAVEIS 0,11 3,756 300699 3,759 3,777 3,705 -1,78 -20,56ES FINANCIAL 0,75 5,340 8828 5,337 5,340 5,291 -1,12 3,69GALP ENERGIA 1,59 12,445 1153010 12,250 12,475 12,195 1,91 9,36J MARTINS SGPS 1,55 14,075 418697 13,810 14,100 13,770 1,02 10,05MOTA ENGIL 0,66 1,364 109851 1,356 1,378 1,338 3,51 31,79PT -0,06 3,633 1230468 3,639 3,653 3,594 -3,79 -18,36PORTUCEL -0,52 2,090 117245 2,109 2,109 2,080 -0,33 13,65REN 0,2 1,995 68778 1,995 1,995 1,982 0,15 -5,45SEMAPA 0,86 5,179 13032 5,138 5,179 5,078 -3,26 -3,56SONAECOM SGPS -0,57 1,400 59732 1,391 1,407 1,389 0,36 15,23SONAE IND. -5,34 0,443 733954 0,470 0,470 0,440 -5,65 -30,24SONAE -0,17 0,581 661049 0,571 0,581 0,571 1,75 26,58ZON MULTIMEDIA 0,2 2,566 146077 2,546 2,575 2,511 1,31 10,51
O DIA NOS MERCADOS
AcçõesPSI20Euro Stoxx 50
Variação dos índices face à sessão anterior
Divisas Valor por euro
Diário de bolsa
Dinheiro, activos e dívida
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
MercadoriasPetróleoOuro
ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos
Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Obrigações 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variação
Variação
Melhores
Piores
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
BCP 75.475.463BES 16.773.961ALTRI SGPS SA 3.037.777EDP 2.496.752PT 1.230.468
Galp Energia 1,59%J Martins Sgps 1,55%Cofina Sgps 1,5%
Sonae Indústria -5,34%Banif-sgps -2,24%BCP -1,43%
Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço
7,00
7,75
8,50
9,25
10,00
1,27990,804
104,542,66181,2042
0,19%0,352%
110,091722,71
5,039%8,219%
0,48%0,58%
2350
2425
2500
2575
2650
4700
4900
5100
5300
5500
0,250
0,375
0,500
0,625
0,750
Mais de metade das empresas por-
tuguesas cotadas em bolsa não cum-
prem as melhores práticas, sobretu-
do porque mantêm uma disparidade
de salários entre administradores e
colaboradores, revelou ontem a De-
co, com base num estudo sobre go-
verno das sociedades. “Em Portugal,
continua-se a pagar aos dirigentes o
equivalente ao seu peso em ouro”,
refere a associação Deco na revista
Proteste, ontem publicada.
Segundo a mesma fonte, a Portu-
gal Telecom é “o caso extremo”, já
Mais de metade das cotadas mantêm disparidades salariais entre gestores e funcionários
refere que a avaliação das empresas
nestes trâmites “continuam modes-
tos”, situando-se, em média, nos cin-
co pontos de um total de dez.
As melhores cotadas nesta análise
foram o BES e a Martifer, embora a
revista sublinhe que “nenhuma sa-
tisfaz completamente”, enquanto a
PT, a REN e o Banco BPI fi caram no
fundo da tabela por, “entre outras ra-
zões, limitarem o direito de voto dos
accionistas”. Galp Energia, Sonae e
BES conseguiram melhorar as suas
classifi cações face aos resultados do
ano passado, adianta a Deco.
A Deco avança com um conjunto
de propostas para proteger os inves-
tidores, defendendo, por exemplo,
que os conselhos de administração
devem ser compostos por uma maio-
ria de membros independentes e que
as remunerações e prémios devem
ser sempre aprovados em assembleia
geral de accionistas.
que, no ano passado, “o salário do
presidente executivo [Zeinal Bava]
superava em 128 vezes o rendimento
médio dos colaboradores”.
O estudo, realizado este mês pela
revista, avalia o governo das socieda-
des com base em três pilares: a trans-
parência das empresas (que inclui a
remuneração dos administradores),
os direitos dos accionistas e o funcio-
namento da administração.
A conclusão da análise aponta
ainda a Jerónimo Martins, dona do
Pingo Doce, e a Sonae, que detém o
Continente e o PÚBLICO, como ou-
tras das empresas cuja disparidade
de remunerações contribuiu para o
chumbo na avaliação. No caso da Je-
rónimo Martins, os salários dos admi-
nistradores representam 104 vezes os
dos colaboradores, enquanto o rácio
na Sonae é de 72 vezes.
O estudo — que avaliou 374 empre-
sas, 30 das quais cotadas em bolsa —
Bolsa
Estudo da Deco mostra que há casos em que o salário do presidente é mais de cem vezes superior ao de um trabalhador
Nova Loja PúblicoA partir do dia 26 de Novembro, terá um novo espaço ao seu dispor, na seguinte morada:
Edifício Diogo Cão - Doca de Alcântara Norte,1350-352 Lisboa (Junto ao Blues Café e Museu do Oriente)
Informamos ainda, que a loja Público Viriato se encontra encerrada.Até dia 26, caso queira adquirir algum produto, poderá dirigir-se à Loja Público Colombo.
24 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Milhares de reservistas israelitas continuavam ontem junto às principais entradas do território da Faixa de Ga
Destruição em Gaza num dia que foi de guerra e de intensas negociações
Hamas anunciou trégua mas Israel disse que “ainda não chegámos lá”
O Presidente do Egipto, Moha-
med Morsi, tinha prometido uma
trégua na terça-feira para “acabar
com a farsa da agressão israelita na
Faixa de Gaza”, e ao fi nal da tarde
de ontem era anunciado no Cairo
um “acordo de princípio” para um
cessar-fogo entre Israel e o Hamas,
que estava ainda a ser ultimado para
poder entrar em vigor à meia-noite
(hora local, 22h em Portugal).
“O acordo está feito”, garantiu
um dos mediadores, ao convocar os
jornalistas para uma conferência de
imprensa conjunta dos negociado-
res egípcios e dos representantes do
Hamas e da Jihad Islâmica. “A tré-
gua será declarada às nove da noite
e entrará em vigor à meia-noite”,
confi rmou à Reuters o porta-voz do
Hamas no Cairo, Ayman Taha.
Em declarações à BBC, o porta-
voz do Governo de Israel mostrava-
se surpreendido. “Estamos a traba-
lhar com o entendimento de conse-
guir um cessar-fogo. Mas ainda não
chegámos lá. A bola ainda está em
movimento”, disse Mark Regev. Pou-
co depois, dirigentes de topo citados
sob anonimato pelo jornal Haaretz
desmentiam a existência de um
compromisso: “Israel não aceitou
nenhuns pontos de nenhum rascu-
nho de cessar-fogo”, reportou.
Aparentemente, os termos do
acordo entre as duas partes ain-
da não estavam fechados quando
o princípio de compromisso foi
anunciado no Cairo. Segundo a Al-
Jazira, o rascunho estabelecia o fi m
do lançamento de rockets de Gaza
para Israel e da campanha de assas-
sínios selectivos de alvos palestinia-
nos pelas forças hebraicas. Um dos
pontos por acertar teria a ver com a
abertura das fronteiras de Gaza, que
vive sob bloqueio desde a chegada
do Hamas ao poder em 2007.
Durante o dia, enquanto se inten-
sifi cavam as negociações diplomá-
ticas na capital egípcia, a realidade
militar no terreno contradizia a
hipótese de uma resolução breve
para o confl ito. As forças israelitas
prosseguiam os bombardeamentos
Os bombardeamentos contra Gaza e os ataques com rockets a Israel prosseguiram ontem, enquanto se negociava um cessar-fogo no Cairo
sobre Gaza e os militantes do Ha-
mas mantinham os ataques de ro-
ckets e morteiros para o outro lado
da fronteira: um edifício residencial
em Rishon Lezion, a sul de Telavive,
foi atingido por um míssil palesti-
niano minutos depois de ter sido
anunciado o acordo para a trégua.
Ao longo do dia, terão sido dispara-
dos 147 rockets — 94 explodiram em
Israel e 51 foram interceptados pelo
escudo antimíssil de Israel. Um sol-
dado e um civil morreram no fogo
de morteiros que atingiu Eshkol.
Na resposta, as forças hebraicas
bombardearam 100 alvos na Fai-
xa de Gaza, entre os quais a sede
do banco criado pelo Hamas para
tornear as difi culdades de fi nan-
ciamento da economia local. Os
números avançados pelo Ministé-
rio da Saúde de Gaza apontavam
18 mortos durante o dia, incluindo
três crianças e dois jornalistas da
al-Aqsa TV, dirigida pelo Hamas, e
cujo veículo foi atingido por uma
bomba. Numa semana de confl ito,
morreram 126 palestinianos e mais
de mil fi caram feridos.
ÊxodoO pânico instalou-se na Faixa de Ga-
za mal começaram a circular panfl e-
tos das forças israelitas avisando as
populações de uma dezena de loca-
lidades no Norte que deviam “aban-
donar as suas casas imediatamente”
e buscar refúgio no centro de Gaza.
“Para a vossa segurança, mante-
nham-se longe de edifícios do Ha-
mas e de outras organizações ter-
roristas que possam pôr as vossas
vidas em risco. Este confronto é
temporário e quando terminar to-
dos poderão regressar a casa”, lia-se
nos panfl etos.
Segundo os especialistas, os aler-
tas para a evacuação distribuídos
pelo Exército de Israel sugeriam um
de dois cenários prováveis (e possi-
velmente iminentes): um bombar-
deamento pesado das áreas assi-
naladas, ou uma incursão terrestre
limitada a essas mesmas zonas.
O Governo do Hamas em Gaza
desvalorizou os avisos de Israel co-
mo “pura propaganda” destinada a
“aterrorizar” a população. “As pes-
soas devem manter-se onde estão”,
ConflitoRita Siza
ouvia-se a partir dos altifalantes nos
minaretes das mesquitas. As cadeias
internacionais diziam que milhares
de pessoas estavam a ignorar os ape-
los à calma e a deixar as suas casas
— umas para se refugiar em escolas,
outras dirigindo-se para a cidade de
Gaza.
No Cairo para as negociações de
cessar-fogo, o secretário-geral das
Nações Unidas, Ban Ki-moon, clas-
sifi cou a possibilidade de uma ofen-
siva terrestre em Gaza como uma
“perigosa escalada que só resultará
em maior tragédia”. “Ambos os lados
têm de cessar fogo imediatamente.
O confl ito tem de acabar, ou toda a
região fi cará em risco”, repetiu.
A secretária de Estado norte-ame-
ricana, Hillary Clinton, desviada pa-
ra o Cairo numa “missão de emer-
gência”, deveria manter contactos
com a liderança palestiniana em Ra-
mallah, na Cisjordânia, e com o Go-
verno israelita em Jerusalém. Aliás,
o Haaretz escrevia que o primeiro-
ministro Benjamin Netanyahu iria
esperar pelo encontro com Clinton
para fi nalizar o acordo de cessar-
fogo com o Hamas.
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | MUNDO | 25
aza
AFP PHOTO / JACK GUEZ
MARCO LONGARI/AFP
“Uma escalada no confl ito militar
não interessa a ninguém”. A frase
é de Benjamin Rhodes, vice-conse-
lheiro para a Segurança Nacional do
Presidente norte-americano, mas po-
deria ser de qualquer analista para
explicar as razões para o cessar-fogo
acordado ontem.
A ameaça de uma invasão foi feita
pelo primeiro-ministro israelita, Ben-
jamin Netanyahu, no fi m-de-semana,
em resposta aos rockets que continu-
am a cair em Israel mesmo depois
de o Estado-Maior ter anunciado
a destruição de 90% do arsenal de
maior alcance do Hamas. Mas depois
disso, todas os sinais enviados pelo
Governo hebraico apontavam em
sentido contrário. “Antes de decidir
uma ofensiva terrestre, o primeiro-
ministro quer esgotar todas opções
diplomáticas”, disse, pela manhã, à
Reuters um dirigente israelita.
Responsáveis militares israelitas
Invasão provocaria guerra que ninguém queria disputar
insistiram que nenhum cálculo blo-
quearia a invasão se de Gaza conti-
nuarem a ser disparados rockets. E
junto à fronteira havia reservistas
e tanques sufi cientes para lançar
uma ofensiva. Mas Israel sabia que
a repetição da operação de 2008 lhe
custará o afastamento de países oci-
dentais que até agora defenderam o
seu direito à autodefesa.
Alguns analistas israelitas afi rmam
que a invasão não teria quaisquer
proveitos: além dos riscos milita-
res (ontem o chefe da ala militar do
Hamas aludiu a possíveis raptos de
soldados para serem trocados por
presos palestinianos) seria muito difí-
cil ao Exército infl igir danos maiores
às facções palestinianas sem pôr em
risco a vida de centenas de civis.
Num editorial publicado ontem
no jornal Ha’aretz Ari Shavit desa-
fi ava Netanyahu a “acabar a guerra
enquanto ainda está a ganhar”, su-
blinhando que os principais objecti-
vos da operação – a decapitação da
ala militar do Hamas, a destruição
Ana Fonseca Pereira
126Número de palestinianos mortos durante uma semana de conflito. Ontem, durante o dia, morreram 18 pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza
147Número de rockets disparados ontem pelo Hamas a partir de Gaza — 94 explodiram em Israel e 51 foram interceptados pelo escudo antimíssil de Israel
de parte dos seus arsenais e a con-
fi rmação do efi cácia do sistema de
defesa antimíssil – foram atingidos
nos três primeiros dias da ofensiva.
“Mas, como em 2008, Israel não pa-
rou a tempo”, escreveu Shavit, lem-
brando que desde o fi m-de-semana
o Hamas conseguiu provar que “não
foi ferido de morte” e o número de ci-
vis mortos em Gaza disparou. “Israel
tem de decidir qual das duas más op-
ções é melhor: um cessar-fogo difícil
ou uma má guerra terrestre”, previa
o editorialista.
Mas também o Hamas pouco ti-
nha a ganhar em prolongar o confl i-
to, apesar de na última semana ter
obtido a confi rmação de que pode
contar com um apoio mais muscula-
do do Egipto, agora governado pela
Irmandade Muçulmana, e provado
que é capaz de atacar as duas maio-
res cidades israelitas – um feito que
nem o Hezbollah, o bem-equipado
movimento xiita libanês, se atreveu
a tentar. Só que o movimento sabia
que o seu poder em Gaza sairia fra-
gilizado de uma invasão, a que se so-
mariam pesadas baixas civis.
E aos cálculos das partes, juntou-
se o desejo internacional de evitar
um confl ito de desfecho imprevisí-
vel numa região instável e que ainda
tenta encontrar uma resposta coesa à
fratricida guerra civil na Síria. “Uma
escalada da situação põe a região in-
teira em risco”, avisou o secretário-
geral da ONU, Ban Ki-moon, no Cairo.
Um risco tão grande que obrigou o
Presidente norte-americano, Bara-
ck Obama, a desviar para a região as
atenções que queria focadas na Ásia,
destino da sua primeira viagem após
a reeleição.
Acordado o cessar-fogo, escreveu
a analista Roula Khalaf no Financial
Times, as duas partes vão proclamar
vitória – “Israel dirá que o seu poder
de dissuasão foi restabelecido; o Ha-
mas congratular-se-á por ter sobre-
vivido a mais um ataque de Israel”.
Mas apesar do acordo, conclui, “uma
solução duradoura para o confl ito
está tão distante como sempre”.
Portugal adiantou-se à maioria dos
seus parceiros europeus ao anunciar,
pela voz do seu chefe da Diploma-
cia, que está preparado para votar
favoravelmente o reconhecimento
do estatuto de observador à Autori-
dade Palestiniana (AP) na Assembleia
Geral das Nações Unidas. A votação
está marcada para o próximo dia
29. Paulo Portas tornou pública essa
posição no fi nal de uma reunião dos
ministros dos Negócios Estrangeiros
europeus na segunda-feira, em Bru-
xelas, onde foi debatida a situação
no Médio Oriente e os seus últimos
desenvolvimentos. O ministro argu-
menta que um voto contrário ou até
uma abstenção dos países europeus
não seria coerente com a defesa de
uma via política e de rejeição da
violência para a resolução do con-
fl ito, que a AP tem tentado prosse-
guir. Lembra que o teor da proposta
apresentada pela AP é perfeitamen-
Reconhecimento do estatuto de observador da Autoridade Palestiniana na ONU é “passo em frente” de Portugal
te razoável. “É um passo em frente
para não deixar morrer o processo
de paz”, disse ao PÚBLICO, conside-
rando que é também uma forma de
“premiar os moderados”, num mo-
mento em que o radicalismo volta
a tomar conta do confl ito, como se
está a ver em Gaza. “O que se está a
passar é a prova de que, se não hou-
ver negociações directas e de boa-fé
entre Israel e a Palestina para se che-
gar a uma solução de dois Estados, a
região não terá paz e fi ca capturada
pela violência.” Portas critica tam-
bém duramente a política de criação
de novos colonatos seguida pelas au-
toridades israelitas, seguindo aliás a
generalidade dos países europeus e
a própria Administração americana.
“Se aceitamos a solução de dois Esta-
dos, temos de garantir as condições
para um Estado palestiniano viável”,
disse ao PÚBLICO.
Há um ano, a AP quis apresentar
ao Conselho de Segurança um pedi-
do para o seu reconhecimento como
Estado-membro da ONU. Nessa al-
tura, lembra também o ministro, os
europeus dissuadiram-na de seguir
uma via que levaria directamente
ao veto americano, “acenando com
clareza para a possibilidade de outro
caminho” que é aquele que agora es-
tá em causa. “A posição de Portugal
representa uma aposta nítida na mo-
deração para solucionar o confl ito
com Israel”, disse.
A posição de Paulo Portas repre-
senta também uma mudança muito
signifi cativa da tradicional orienta-
ção da diplomacia portuguesa em
relação ao confl ito do Médio Orien-
te, normalmente mais alinhada
com os países com posições mais
moderadas e mais próximas dos
EUA e de Israel. O seu antecessor,
Luís Amado, já tinha começado a
imprimir uma orientação mais au-
tónoma em relação a Washington e
mais próxima dos países europeus
considerados como mais favoráveis
ao mundo árabe, como a França ou
a Espanha. Portas prossegue o mes-
mo caminho, embora seja o líder de
Teresa de Sousaum partido que cultiva relações pre-
ferenciais com Israel. O ministro diz
que não se trata de infl exão mas de
coerência, que a ausência de enten-
dimento para uma posição comum
da UE veio justifi car. Há seis meses,
quando se tratou de votar o reco-
nhecimento da AP como membro da
UNESCO, a Alta Representante para
a política externa europeia, Catheri-
ne Ashton, empenhou-se em conse-
guir uma posição europeia única de
abstenção. Portugal e mais 10 países
seguiram-na, mas 17 votaram contra
ou a favor. O precedente, segundo o
ministro, liberta Portugal para votar
em conformidade com aquilo que
considera acertado. Portas tomou
a sua decisão em articulação com
o Presidente da República e com o
primeiro-ministro, e depois de con-
sultar o Partido Socialista. Note-se
ainda que Portugal benefi ciou de
um apoio árabe alargado quando
se candidatou a um lugar não per-
manente para o Conselho de Segu-
rança há dois anos.
26 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Direita francesa elege chefe, entraem crise e corre o risco de ruptura
Mais um sistema político europeu entra em ebulição. A ameaça de ruptura do partido da direita francesa, a UMP, não abala apenas o quadro partidário. Tende a agravar a polarização política e social da França
CHARLES PLATIAU/REUTERS
Copé, secretário-geral da UMP, fez campanha à direita, como “herdeiro político” de Nicolas Sarkozy
Jean-François Copé é o novo presi-
dente da União para um Movimento
Popular (UMP), o partido da direi-
ta francesa, derrotando tangencial-
mente François Fillon, por 98 vo-
tos (em cerca de 170 mil). Não foi
só o suspense da recontagem dos
votos que marcou as primárias de
domingo. Houve dois candidatos a
reivindicar a vitória, a trocar acusa-
ções políticas e suspeitas de fraude.
A guerra entre os dois campos está
instalada.
“Foi o pior espectáculo que um
partido podia oferecer aos eleito-
res”, escreveu o conservador Le Fi-
garo. Para o comunista L’Humanité,
“a esquerda não tem razões para
rir”, pois a crise da UMP só bene-
fi cia a extrema-direita. Para vários
politólogos, a explosão da UMP
tornou-se um cenário provável, o
que implicaria um realinhamento
do quadro político francês.
Copé, secretário-geral da UMP,
fez campanha à direita, como “her-
deiro político” de Nicolas Sarkozy.
Fillon, antigo primeiro-ministro de
Sarkozy e mais próximo do centro,
demarcou-se de algumas opções es-
tratégicas do ex-Presidente, designa-
damente a recuperação de temas da
extrema-direita. Copé manteve-se
fi el à ideia de “direita descomple-
xada” e à estratégia de colagem aos
temas da insegurança e da imigra-
ção, inspirada por Patrick Buisson, o
“conselheiro especial” de Sarkozy.
A elevada tensão destas primárias
deve-se sobretudo ao facto de o no-
vo presidente do partido passar a
ser o “candidato natural” da direita
às presidenciais de 2017.
O que é a UMP?Para lá dos ressentimentos pessoais,
fi cam abalados os pilares em que a
UMP assenta. A direita francesa é
composta por três famílias políticas
– centristas, liberais e gaullistas. A
UMP é a síntese destas três corren-
tes. Foi criada em 2002, sob inspi-
ração de Jacques Chirac para asse-
gurar a sua vitória nas presidenciais
desse ano. Após a demissão do pri-
meiro presidente do partido, Alain
Juppé, a liderança foi assumida por
Sarkozy, o que lhe abriu as portas do
Eliseu em 2007.
Marine Le Pen, cujo objectivo estra-
tégico é dividir a UMP e hegemoni-
zar uma “grande direita nacional”,
polarizando a política francesa em
torno da “etnicização” dos temas so-
ciais e da questão europeia – contra
o euro e os diktats de Bruxelas.
Os riscos da rupturaFillon não tenciona abandonar a
UMP nem cessar o combate. Co-
pé, que ontem o convidou em vão
para vice-presidente, tentará apa-
ziguar as hostes. Entretanto, um
novo partido centrista, a União de
Democratas e Independentes (UDI),
de Jean-Louis Borloo (ex-ministro
de Sarkozy), procura reconquistar
um espaço próprio, denunciando
“a ilusão do partido único”.
O risco de ruptura tem essencial-
mente a ver com a identidade da
UMP. Quer ser uma direita modera-
da, liberal e europeísta, ou opta por
uma viragem populista? Esta opção
é tão mais relevante quanto o Parti-
do Socialista, no governo, dá sinais
de hesitar entre a sua aliança à es-
querda e uma aliança centrista para
sustentar a sua política económica.
Recorde-se que os Verdes recusaram
o apoio a Hollande na ratifi cação do
pacto de estabilidade.
O politólogo Gérard Grunberg te-
me não só a ruptura da UMP como a
“ruptura do sistema político” fran-
cês, pela erosão dos dois grandes
partidos. No editorial de ontem, o
Monde prevenia contra os riscos da
crise da UMP para o país: “Aprofun-
dar ainda mais as suas fracturas po-
líticas e sociais, agudizar as tensões
provocadas pela situação económi-
ca, alimentar o populismo e servir a
extrema-direita. (...) A democracia
francesa precisa de uma oposição
sólida e moderada. Não precisa de
um campo de ruínas na direita.”
PrimáriasJorge Almeida Fernandes
Nesse ano, Sarkozy fez uma cam-
panha “em todos os azimutes”, satis-
fazendo os liberais, piscando o olho
à “esquerda caviar” e penetrando no
eleitorado da Frente Nacional (FN),
de Jean-Marie Le Pen. Mas, a par-
tir do fi m de 2008, perante a crise
mundial e em recuo no eleitorado
da extrema-direita, confi rmou a “li-
nha Buisson”: para vencer, a direita
tem de contar sempre com os votos
da extrema-direita e, por isso, radi-
calizou o discurso. Em vão: a UMP
perdeu todas as eleições desde 2007
e ele perdeu as presidenciais.
Sarkozy deixou uma UMP fractu-
rada: de um lado gaullistas e centris-
tas, do outro a dita “direita nacio-
nal”. Durante a campanha presiden-
cial, Fillon e Juppé demarcaram-se
do “direitismo” da estratégia de Sa-
rkozy. A “direita nacional” partilha
muitos dos temas da FN e coloca a
UMP na posição de refém da FN, de
“Foi o pior espectáculo que um partido podia dar aos seus eleitores” Le Figaro
“A democracia francesa não precisa de um campo de ruínas na direita”Le Monde
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | MUNDO | 27
Um pequeno Unmanned Ground Vehicle norte-americano
A cidade de Goma, na zona este da
República Democrática do Congo e
na fronteira com o Ruanda, foi in-
vadida pelo grupo de rebeldes M23,
depois de alguns dias de confronto
com as tropas ofi ciais do Governo da
República Democrática do Congo
(RDC). O exército congolês desistiu
de combater os rebeldes e abando-
nou a cidade de Goma. Segundo apu-
rou a Reuters junto de fonte da ONU,
após esta desistência, os capacetes
azuis, integrados na missão de manu-
tenção da paz das Nações Unidas na
RDC, também pararam de ripostar
contra a ofensiva do M23.
O general dos rebeldes, Sultani
Makenga, teve a oportunidade para
passear ontem nas ruas de Goma jun-
tamente com a sua entourage, sem
que fosse avistado qualquer soldado
do exército congolês.
Dezenas de milhares de pessoas
já terão saído de Goma, onde vive
um total de um milhão de pessoas.
A associação Médicos Sem Fronteiras
fez saber à AFP que as condições dos
campos de refugiados são más, entre
malnutrição e falta de água potável.
Este confl ito terá agravado ainda
mais estas condições.
O Governo da RDC e a ONU já
apontaram o dedo ao Ruanda, que
acusa de estar na sombra desta ofen-
siva do M23. A Reuters teve acesso a
Rebeldes do M23 conquistam Goma, na República Democrática do Congo
um relatório confi dencial da ONU,
em que é dito que os líderes dos re-
beldes “recebem directamente or-
dens” das mais altas patentes milita-
res do Ruanda, inclusive o ministro
da Defesa, o general James Kabarebe.
Nesse relatório é também dito que o
Governo ruandês forneceu armas de
grande porte e tropas ao M23.
O Governo ruandês tem rejeitado
frequentemente estas acusações. On-
tem, a ministra dos Negócios Estran-
geiros ruandesa comunicou que “o
que se passou em Goma demonstra
claramente que a opção militar pa-
ra chegar a uma solução desta crise
fracassou, e que o diálogo político é a
única maneira de resolver o confl ito
em curso”.
Os rebeldes vão buscar o nome
ao dia 23 de Março de 2009 (data
em que foi conseguido um acordo
de paz entre o Governo congolês e o
Congresso Nacional pela Defesa do
Povo), mas foi em Abril deste ano
que foi formado. Desde essa altura
o M23 tem estado em confrontos na
província do Kivu do Norte, que faz
fronteira com o Ruanda e cuja capi-
tal é Goma.
O grupo é encabeçado por Bosco
Ntaganda, um ruandês da etnia tutsi
que é procurado pelo Tribunal In-
ternacional de Justiça por recorrer
a crianças-soldado no seu exército.
As tensões entre os dois países per-
duram desde o fi m do genocídio da
tribo tutsi por parte da tribo hutu no
Ruanda.
É habitual começar um texto sobre
robôs militares autónomos com re-
ferências a fi lmes de fi cção científi -
ca, mas a realidade já dispensa in-
troduções mais ou menos aliciantes
para os leitores. O cenário é tão real
que a Human Rights Watch e a Fa-
culdade de Direito da Universidade
de Harvard, nos EUA, redigiram um
relatório de 50 páginas que apela à
“proibição preventiva” de qualquer
tipo de armamento que não depen-
da de intervenção humana — as má-
quinas conhecidas na gíria militar
como “robôs assassinos”.
Os responsáveis pelo documen-
to, intitulado Perdendo a Humani-
dade: o argumento contra os robôs
assassinos, deixam claro que ainda
não estamos na era das máquinas
com forma humana que tomam de-
cisões sozinhas, mas o caso poderá
ser diferente “nos próximos 20 a
30 anos”. “Hoje em dia, os respon-
sáveis militares dizem que os seres
humanos vão sempre manter algum
tipo de supervisão nas decisões para
o uso de força letal, mas as suas de-
clarações deixam muitas vezes em
aberto a possibilidade de os robôs
terem um dia a capacidade de fazer
as suas próprias escolhas”, lê-se no
relatório da Human Rights Watch.
Este receio é partilhado por Philip
Aston, professor de Direito na Uni-
HRW quer proibir robôs de guerra autónomos
versidade de Nova Iorque e antigo
relator especial das Nações Unidas
para execuções extrajudiciais, su-
márias e arbitrárias: “O rápido de-
senvolvimento destas tecnologias,
especialmente as tecnologias dota-
das de capacidade letal e com um
diminuto nível de controlo huma-
no, levanta graves preocupações e
tem passado sem um escrutínio dos
defensores e activistas dos direitos
humanos.”
O relatório da organização não-
governamental centra-se numa ro-
bótica que ainda não existe no ter-
reno, mas que começa a ter os seus
primeiros exemplos em equipamen-
tos militares como os drones (aviões
não-tripulados), que são cada vez
mais usados pelas forças armadas
dos EUA e pela CIA (a agência de
espionagem norte-americana), mas
também por países como o Reino
Unido, a China, Israel ou a Turquia
— os militares italianos, franceses e
alemães também têm drones, mas
por enquanto servem apenas para
operações de vigilância.
A grande preocupação da Human
Rights Watch e da Universidade de
Harvard é o que ainda está para vir,
mas que já está em preparação: as
armas que não precisam de qual-
quer intervenção humana, nem se-
quer de uma pessoa sentada numa
sala de comando a milhares de qui-
lómetros de distância, como acon-
tece no caso dos drones.
“Dar às máquinas o poder de de-
cidir quem vive e quem morre num
campo de batalha seria levar a tec-
nologia longe de mais”, alerta Steve
Goose, director para as questões de
armamento da Human Rights Wa-
tch. “O controlo de robôs de guerra
por seres humanos é essencial para
minimizar as mortes e os ferimen-
tos de civis”, afi rma o mesmo res-
ponsável. Por isso, as duas entida-
des defendem a aprovação de um
tratado internacional que proíba o
desenvolvimento, a produção e o
uso de armamento completamen-
te autónomo e lançam o mesmo
apelo a cada um dos países, para
que impeçam desde já um futuro
que caminha a passos largos para a
inevitabilidade — no Plano para os
sistemas terrestres não-tripulados,
divulgado em Julho de 2011 pelo De-
partamento de Sistemas Robóticos
do Exército norte-americano, lê-se
que “está em curso um esforço para
aumentar a autonomia dos UGV [Un-
manned Ground Vehicles], com uma
“autonomia supervisionada” a curto
prazo, mas tendo como fi nalidade a
autonomia total”.
Guerra Alexandre Martins
ÁfricaJoão Dias
Relatório da Human Rights Watch e da Universidade de Harvard prevê guerras com robôs sem intervenção humana em “20 a 30 anos”
Breves
Paquistão
Síria
Retirada queixa de blasfémia contra menina
UE reconhece legitimidade da coligação anti-Assad
Três meses depois de ter sido acusada de blasfémia no Paquistão, por alegadamente ter destruído páginas do Corão, Rimsha Masih, de 14 anos, deixou ontem de estar acusada do crime. O alto tribunal de Islamabad decidiu que fossem retiradas as queixas contra Rimsha, a menina cristã que no Verão esteve no centro de uma polémica interna no seu país e que se estendeu à comunidade internacional. A menina, que esteve detida durante três semanas numa prisão para adultos até ser libertada sob caução, em Setembro, era acusada de blasfémia depois de vizinhos terem pedido que fosse castigada por ter queimado o Corão, um crime que pode levar a uma condenação a prisão perpétua ou mesmo à morte.
A União Europeia considera que a coligação de oposição ao regime de Bashar al-Assad, criada no dia 11, é um “representante legítimo” do povo sírio. Reunidos em Bruxelas, na segunda-feira, os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros reconheceram a coligação mas não seguiram a França e a Itália que, no mesmo dia, a declararam como “única representante legítima” do povo sírio. Os estados membros optaram por não destacar o carácter “único” da coligação, explicou Catherine Ashton, representante da união para os Negócios Estrangeiros. Os europeus desejam que a coligação continue o seu trabalho, “com a participação de todos os grupos da oposição e da sociedade civil síria”.
ANTÓNIO MORAESE CUNHA RODRIGUES
DA SILVA1928 - 2012
A família participa o seu falecimento e informa que o funeral realiza-se dia 21 Novembro com saída da Igreja de Santo Condestável.
28 | CULTURA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
MIGUEL MANSO
Um Requiem é uma pergunta,a pergunta essencial da Humanidade
O Requiem de Pinho Vargas é uma encomenda da Gulbenkian
Há uns dias, o maestro Paulo Lou-
renço discutia com António Pinho
Vargas a última nota da obra que este
estreará esta noite. Um Mi maior com
nota lá, ou seja, “fora da perfeição
do acorde”, explica o compositor.
Disse-lhe Paulo Lourenço: “Aquele
lá existe para colocar o ponto de
interrogação fundamental. Porque
depois, não sabemos”. Não sabemos
o que existe depois do fi m. Essa é a
questão fundamental. É por ela que
o Requiem atravessou tempos e es-
téticas, éticas e religiões. Tornou-se
património cultural (principalmente)
ocidental e matéria determinante na
história da música.
Às 19h, no Grande Auditório da
Gulbenkian (repete amanhã às 21h),
num programa que inclui o Adágio
para Cordas de Samuel Barber e a Sin-
fonia dos Salmos de Igor Stravinski, o
Coro e a Orquestra Gulbenkian, diri-
gidos pela maestrina Joana Carneiro,
interpretarão também um Requiem.
O de António Pinho Vargas, uma en-
comenda da Fundação Gulbenkian,
que se reunirá às centenas que atra-
vessam a história da música. Que se
reunirá ao mítico de Mozart (“a obra
máxima do compositor máximo”, de-
fi nirá o maestro e compositor Pedro
Amaral), ao alemão de Brahms, ao
épico de Berlioz, ao Canticles de Stra-
vinski. E ao do oitocentista Domingos
Bomtempo, dedicado a Camões, e
ao de Fernando Lopes-Graça, ateu,
como Pinho Vargas, que trabalhou o
texto da liturgia como homenagem às
vítimas portuguesas do fascismo.
Um peso histórico imponente, que
não atemoriza Pinho Vargas. Este é
o seu Requiem, sem dedicatória (“o
Requiem é para o ser humano, para
aquilo que lhe é absolutamente es-
sencial”). Estreia em 2012 num país
a viver “um momento terrível de ex-
trema turbulência, insegurança, de
incerteza”: “São na realidade tempos
fi nais, o fi m de qualquer coisa, pelo
menos”. Pragmaticamente, aponta
que a escolha de um Requiem sur-
ge como sequência da sua oratória
Esta noite, Pinho Vargas apresenta na Gulbenkian o seu Requiem. É uma peça de peso simbólico imenso: “Para o ser humano, para o que lhe é fundamental”. O que existe depois do fi m?
MúsicaMário Lopes
Judas, estreada em 2002. Mas é por
vezes impossível impedir a realida-
de de contaminar a obra. “Sendo ex-
tremamente subjectivo, julgo que é
impossível escapar ao momento tão
duro que Portugal e o mundo estão a
atravessar. Mas como é que eu hei-de
saber o que está naquela peça que
mostre o estado do mundo?” Só vê
sinais: “Quando a terminei não viví-
amos no ambiente actual de catás-
trofe iminente, mas tem momentos
de uma dureza sobre outros de uma
fragilidade intensas”, que reconhece,
hoje, no país que habita. E algo terá
transbordado para o seu Requiem.
Dois dias antes da estreia, encon-
trámos Pinho Vargas dobrado sobre a
partitura do seu Requiem, lançando-
lhe um último olhar antes do ensaio
que se seguiria à entrevista. “Tenho
sempre ansiedade antes das estreias,
quer seja a de um quarteto de cordas,
um oratório ou um Requiem”. Mas...
Tem que haver um mas.
O Requiem é uma peça central na
história da música. A missa que pede
a Deus que acolha no seu seio aqueles
que morreram. Desligado da liturgia
católica apostólica romana, tornou-
se ao longo dos séculos também um
espaço de resposta íntima ao misté-
rio da existência. A sua permanên-
cia no universo musical, do Renasci-
mento ao Barroco, do Romantismo
ao Modernismo, explica-se, segundo
o compositor João Madureira, pela
crença, inscrita no Requiem, “que a
música pode resgatar os sentimen-
tos mais fortes, aquilo que é íntimo e
inexplicável”. António Pinho Vargas:
“Caminhamos para a morte e essa
consciência é que faz com que nos
tentemos elevar. Lançamo-nos num
ciclópico esforço de construção pa-
ra nos tentarmos realizar no reduzi-
do âmbito temporal que temos”. É
por isso que àquele “a ansiedade é
igual a qualquer outra estreia” que
nos dissera em início de conversa,
se segue o “mas”. Como explica o
maestro e compositor Pedro Amaral,
a dimensão que atingiu o Requiem
nasce da “legitimação histórica” que
surge com o de Mozart e, ao mes-
mo tempo, da universalidade da sua
questão central: “todo o homem se
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | CULTURA | 29
confronta com a morte e a arte em
particular é uma forma de fugir à
morte”. Acrescente-se, no caso es-
pecífi co português, “a tradição his-
tórica desta missa”.
Para os mestres polifonistas por-
tugueses da passagem do século XVI
para o XVII, como Duarte Lobo ou
Frei Manuel Cardoso, “os Requiem
eram as obras máximas que se po-
diam atingir”. Para Lopes-Graça, o
de Bomtempo era a “obra máxima da
música portuguesa”. Sentencia Pe-
dro Amaral: “É impossível um com-
positor português escrever um Re-
quiem sem se lembrar que as obras
máximas dos seus antecessores são
Requiem”.
António Pinho Vargas, músico de
percurso pouco comum na música
erudita — movimentou-se durante
muito tempo entre ela e o jazz —, tem
essa consciência. Não só do contex-
to português: “Não faria de conta
que não existe nenhum. Tenho na
memória o de Mozart, que adoro há
40 anos”. E, na composição do seu,
pegou, por exemplo, na pauta do de
Brahms. Mas feito esse estudo, este
compositor que “não tem uma fi lo-
sofi a de criação e nenhum sistema de
composição”, que se autodefi ne pela
“liberdade do acto criativo”, deixou
que as palavras o guiassem. Aconte-
ceu então, por exemplo, que o Dies
Irae lhe fugiu da tradição. Não ouvi-
remos as “habituais secções ritmica-
mente poderosas”, as vozes “fortes
e atemorizadoras”: antes “notas lon-
gas, como que uma coisa a aparecer
do nada”.
João Madureira, que foi aluno de
Pinho Vargas nos anos 1990, está
curioso com aquilo que será o seu
Requiem. Há algo basilar a esta pe-
ça que sempre identifi cou no an-
tigo professor. “Não é uma pessoa
religiosa, mas há um lado onírico e
intimista, uma refl exão sobre a con-
dição humana que está sempre pre-
sente na sua criação. Parece-me um
compositor que facilmente entra no
universo de música que é vista como
religiosa.”
Em 1993, Pinho Vargas criou Mono-
dia – Quasi un Requiem, uma refl exão
sobre a morte para quarteto de cor-
das. O Requiem real poderia não ter
chegado. Porque não olha com par-
ticular esperança para a música con-
temporânea: “Vivemos um museu
imaginário da arte do passado.” E,
por isso, acredita que quase nenhu-
ma da música criada após 1950 so-
breviva no futuro. “Quando terminei
a minha tese de doutoramento sobre
a ausência da música portuguesa no
contexto europeu, a violência foi de
tal ordem que pensei em largar tu-
do.” Depois, de repente e sem aviso,
regressou “o desejo criativo”.
Esta noite estreia o seu Requiem.
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“Sendo extremamente subjectivo, julgo que é impossível escapar ao momento tão duro que Portugal e o mundo estão a atravessar”António Pinho VargasCompositor
O presidente da Câmara Municipal
de Gaia, Luís Filipe Menezes, anun-
ciou ontem a criação de dois pré-
mios internacionais de arquitectura
e engenharia para o Porto. Menezes,
candidato à autarquia do Porto, quer
que sejam atribuídos em 2014 e ga-
rantiu que os prémios Porto de Ar-
quitectura e Porto de Engenharia “já
estão fi nanciados” por instituições
privadas.
Segundo a Lusa, o valor de cada
um está ainda a ser negociado, mas
Menezes diz que será “suculento e
substantivo”: “[Os valores] serão in-
feriores ao Nobel mas superiores ao
Pritzker.”
O Pritzker tem o valor de 70 mil
euros e é considerado o prémio de
arquitectura mais importante do
Menezes quer dois prémios no Porto: um para a arquitectura, outro para a engenharia
mundo. O Nobel ronda os 850 mil.
Para o arquitecto Alexandre Alves
Costa, trata-se de “uma boa ideia”,
mas por enquanto apenas “hipóte-
se”, já que Menezes “fala como se
fosse presidente da câmara do Por-
to, sem ser presidente da câmara do
Porto”.
“É um projecto ambicioso e de
grande valor simbólico”, disse ao
PÚBLICO Alves Costa, 73 anos, pro-
fessor jubilado da Faculdade de Ar-
quitectura do Porto. “Convém ser
ambicioso, de vez em quando”, so-
bretudo se for para criar dois pré-
mios que reconheçam a importân-
cia das escolas de arquitectura e de
engenharia do Porto.
Lembra que são da cidade os dois
Pritzker portugueses — Álvaro Siza
(1992) e Eduardo Souto de Moura
(2011) — e que o Porto está repleto
de história da arquitectura portu-
guesa.
Arquitectura Lucinda Canelas
30 | CULTURA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
Monte Hellman continua estrada fora
Two-Lane Blacktop e The Shooting: dois dos motivos de culto a Hellman
Descrevamos da seguinte maneira o
lugar de Monte Hellman na história
do cinema: poucas pessoas, mesmo
as mais cinéfi las, conseguirão dizer
mais do que dois títulos da sua fi lmo-
grafi a (iniciada nos anos 50). Mas ain-
da assim as suas obras são uma das
principais fontes de inspiração das
últimas cinco décadas — até para os
dias de hoje, e pensamos em Gus Van
Sant ou Quentin Tarantino. Depois
de uma retrospectiva na Cinemate-
ca em 2009, as obras de Hellman
foram mostradas no Lisbon & Esto-
ril Film Festival. Desta vez, o norte-
americano, 80 anos, esteve presente
para discutir com o público fi lmes
que atravessam os mais conhecidos
géneros de Hollywood: o western,
o road-movie, o terror, as histórias
de amor. Todos eles banhados por
uma mesma adoração: o gesto de
criar cinema.
“Adoro actores”Como muitos da sua geração, en-
trou no cinema através de Roger
Corman, realizador da série
B que procurava colabora-
ções com jovens aspiran-
tes. Ao contrário de al-
guns destes, como Coppola
ou Scorsese, nunca construiu
carreira solidifi cada. “Tenho
dado aulas de Cinema nos
últimos anos e vejo que os
alunos pensam muito na
carreira”, disse na sua
masterclass. “Não tínha-
mos nenhum concei-
to sobre o que era ou
não uma carreira. Eu
só pensava em poder
conseguir fazer um
fi lme, quanto mais ter
uma para mim.”
Não surpreende
que o seu primeiro fi l-
me seja feito sob infl u-
ência de Corman: Beast
from the Haunted Cave
(1959). “Quando comecei
a fi lmar, não tinha confi ança
em mim próprio. Ficava acor-
dado noites inteiras a desenhar
cada plano, sem perceber que
os desenhos não são imagens em
movimento.” Nos fi lmes seguin-
tes, a realização já transmite o
entre a paixão pela mulher da sua
vida e o vício em apostas.
“Tive a sorte de trabalhar com ope-
radores de fotografi a maravilhosos,
como Gregory Sandor, em Ride in
the Whirlwind e Two-Lane Blacktop,
mas também com Nestor Almendros
[operador de Terrence Malick, Roh-
mer, Truff aut] e Giuseppe Rotunno”.
Este último trabalhou com Hellman
em China 9, Liberty 37 (1978), wes-
tern que carrega um sentimento
presente em todo o seu cinema: a
inevitabilidade da paixão ou ainda
o sacrifício de um amor proibido.
As paixões das personagens de Hell-
man revelam os medos escondidos.
É esse o motivo de Iguana (1988),
produção acidentada que recria o
mito da bela e do monstro, tal como
Silent Night, Deadly Night III (1989),
em que um tenebroso assassino mata
por amor. “Não queria fazer um ou-
tro fi lme de terror, mas aceitei-o na
condição de esquecer o guião que
estava escrito e construir um outro
numa semana. Foi uma das melho-
res experiências de fi lmagem até à
altura, sentia que era o melhor fi lme
que já tinha feito. Na verdade, sinto
que melhoro à medida que avanço
no tempo.”
Os paralelos entre este estranho
fi lme de terror (ou estranha história
de amor) com o cinema David Lynch
são gritantes. Pensamos em Um Cora-
ção Selvagem, de 1990, e Mulholland
Drive, de 2001. O mesmo se disse do
recente Sem Destino-Road to Nowhere
(2010), estreado em Portugal, talvez o
seu fi lme mais livre e apaixonado.
“Os actores fazem mudanças míni-
mas numa rodagem que podem mu-
dar o percurso de um fi lme. Tento
garantir um ambiente em que as pes-
soas se sintam livres para criar. Peço
a todos que desliguem o seu cérebro
e trabalhem apenas a partir do instin-
to. Sem Destino foi a primeira vez em
que trabalhei assim.” E promete não
parar — o que interessa é percorrer
a estrada, não tanto saber onde se
vai chegar.
“O cinema é viciante. Cada reali-
zador é obcecado em manter o con-
trolo, tal como os actores. Mas algo
acontece quando ambos desistem de
o fazer. Gosto desses acidentes que
acontecem nas fi lmagens. E quando
começamos a trabalhar dessa forma,
é impossível voltar atrás.” Mr. Hell-
man, já estamos apaixonados. Faça
de nós o que quiser.
A sua fi lmografi a é um trajecto de emoções: o desejo de viver e de amar uma ilusão: o cinema. O cineasta norte-americano esteve no Lisbon & Estoril Film Festival. Tem 80 anos, diz que não vai parar
CinemaFrancisco Valente
fi lmar os rostos humanos. “Adoro o
processo de fi lmar e adoro actores.
Sinto prazer em dirigi-los. Quando
faço um fi lme, rio-me muito, choro
muito, e isso passa também para a
representação e aquilo que os acto-
res fazem passar.” Por isso, pertence
à rara espécie de realizadores que
transmite uma tremenda sensuali-
dade nos fi lmes.
A colaboração com Nicholson es-
tender-se-ia para dois westerns: Ride
in the Whirlwind (1965) e The Shooting
(1966), dois fi lmes maiores que es-
tão na origem do culto ao realizador
(tal como as etiquetas de “existen-
cialista” e “beckettiano”). Aí, Hell-
man explorou a tragédia de homens
sem destino na paisagem deserta do
mundo quebrando o formato da nar-
rativa hollywoodiana, mas para isso
alimentou-se da história que o pre-
cedia. “A minha paixão pelos wes-
terns começou com a personagem
do Lone Ranger [justiceiro solitário
e fi ctício do Oeste]. Quando comecei
a fi lmar, regressava aos westerns que
me inspiravam: The Virginian (1929,
Victor Fleming), Cavalgada Heróica
(1939, John Ford), O Aventureiro Ro-
mântico (1950, Henry King), A Paixão
dos Fortes (1946, John Ford) ou Shane
(George Stevens, 1953).”
Amor como morteOutro encontro viria a impulsionar
o seu percurso: Warren Oates, que
se tornou recorrente no seu cine-
ma. Assim foi em A Estrada Não
Tem Fim (Two-Lane Blacktop, 1971),
road-movie sobre uma corrida en-
tre três homens pela estrada norte-
americana e que, como nos seus
westerns, espelha personagens em
confl ito com as suas próprias emo-
ções. Mais tarde, Oates fi caria com
o papel principal em Cockfi ghter
(1974), personagem muda dividida
— até para os
s em Gus Van
ntino. Depois
na Cinemate-
de Hellman
sbon & Esto-
vez, o norte-
teve presente
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va acor-
desenhar
ceber que
magens em
es seguin-
nsnsmimitete o o
sentimento ardente de quem vive
para o cinema, algo impulsionado
pelo encontro com Jack Nicholson.
Juntos fazem Flight to Fury (1964) e
Back Door to Hell (1964).
Este último, fi lme de guerra de
pouco mais de uma hora, é um exem-
plo extraordinário das emoções e dú-
vidas de um grupo de homens numa
situação extrema. Algo que não terá
escapado ao olhar de Kubrick nem
ao Tarantino de Sacanas sem Lei
(2009). Também porque Hellman,
como esses autores, ganha vida ao
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 31
Primeiro, foi apenas uma vontade
abstracta de Gisela João, habituada
a ver o também fadista Hélder Mou-
tinho programar encontros inespe-
rados em cima do palco. Quis par-
ticipar em algo semelhante, cantar
o que não lhe é habitual, colaborar
com outros músicos. Depois, tendo
sido convidada no concerto de JP
Simões, em Junho, no Centro Cul-
tural de Belém, em Lisboa, Hélder
propôs-lhes juntarem-se os três e
inventarem qualquer coisa de raiz.
Canções Urbanas, hoje no palco do
lisboeta Teatro S. Luiz, é algo de tão
elaborado quanto isto: “Um encon-
tro de amigos”, diz Moutinho.
Quando acompanhamos um dos
poucos ensaios, a menos de uma se-
mana da actuação, experimentam-
se ainda tons, Hélder Moutinho es-
tuda ainda as letras e vai aplican-
do o seu vibrato — “muito fundo e
elegante”, chama-lhe JP Simões — a
Tom Traubert’s Blues, essa canção de
Tom Waits que o imaginário popu-
lar recorda como Waltzing Mathil-
da. A ideia é, precisamente, que o
JP Simões, Hélder Moutinho e Gisela João cantam esta noite à mesa no São Luiz
espectáculo não funcione como um
concerto tripartido em que cada um
traz apenas o seu universo de par-
tida. “Para isso a malta vai ver os
concertos individuais de cada um”,
argumenta Gisela João. “Mostramos
aquilo que fazemos, mas depois pas-
seamos por músicas de que gosta-
mos e que nos infl uenciam.” No
seu caso, isso signifi ca paragens na
música brasileira, em Nat King Cole
ou Ella Fitzgerald; enquanto JP in-
terpretará Kurt Weill, David Bowie,
Carlos do Carmo e Glenn Miller; e
Hélder juntará a Tom Waits Paulino
Vieira e Trovante.
“Isto é quase como se estivésse-
mos juntos os três, à volta de uma
mesa, depois do jantar, a beber uns
copos, ora agora canto eu, ora agora
cantas tu”, resume Moutinho. E é
esse ambiente que Gisela diz ter sido
mesmo o cenário para o desenho do
espectáculo — sentados à mesa da
Bela (bar de Alfama) a puxar de can-
ções que fi zessem sentido. “No fun-
do, é mostrarmos também em palco
aquilo que às vezes acontece entre
nós nos bastidores e a que o público
não tem acesso” — “não queremos
que as pessoas sintam que vão ver
um espectáculo muito elaborado,
queremos que sintam que estão três
pessoas a curtir e que se envolvam
connosco nisso”, complementam-se
os fadistas.
Foi também à mesa que nasceu
um dos duetos que aquecerá a noi-
te — afi nal, o subtítulo da função,
MúsicaGonçalo Frota
Esta noite, as vozes dos três cantores juntam-se no espectáculo Canções Urbanas, no S. Luiz, em tom de tertúlia despreocupada
extraído por Simões ao poema Pen-
samento Sem Linguagem de Francis
Picabia, diz que “o céu é frio debai-
xo da fogueira pública” —, com Gi-
sela e JP a ensaiarem vários temas
de Chico Buarque até pararem em
Bem Querer, exemplar “mais antigo
e complicado” da discografi a do he-
rói pessoal de JP. Os dois cantores
vão igualmente dedicar uma canção
a Gisela, em jeito de “disputa para
ver quem a conquista primeiro” e
que, aí sim, obrigará o ex-Belle Cha-
se Hotel a navegar até terras do fado.
Ele que, fazendo o auto-elogio da
sua “capacidade mimética”, afi rma
que só se sentiria fora de pé com
música ambiental ou rap, e aprovei-
tará o espectáculo para estrear uma
peça para guitarra reminiscente de
Carlos Paredes.
Todas as argumentações são vá-
lidas para a inclusão de temas num
conjunto que é pouco picuinhas.
Se Hélder Moutinho escolheu uma
morna de Paulino Vieira pela parti-
lha das músicas de cidades portu-
árias e das trocas operadas pelas
rotas marítimas, JP foi guiado por
“motivos mais afectivos” ao escolher
Moonlight Serenade, de Glenn Miller,
depois de “um ataque de saudades”
de um avô profundo admirador do
mago das big bands.
Idealmente, fi naliza JP, Canções
Urbanas deve ter o alcance de “uma
estação de rádio decente”, capaz de
albergar todos estes autores e “aque-
cer o coração das cidades”.
DANIEL ROCHA
Hélder Moutinho (à esquerda), Gisela João e JP Simões vão passear por músicas de que gostam
32 PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19H
Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,1350-352 Lisboa
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Comparecer ou enviar “curriculum” para:RUA COMANDANTE RODOLFO ARAÚJO, 104
(Ao Campo 24 de Agosto) 4000-414 Porto
Processo: 7124/09.7TBSTBSetúbal - Tribunal Judicial - Vara de Competência MistaExecução ComumRef. Interna: PE/581/2009Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executado(s): Mário Márcio Chaves e outrosAgente de Execução, Alexandra Gomes CPN 4009, com endereço profi ssio-nal em Rua D. Sancho I, N.º 17 A/B, AlmadaNos termos do disposto no artigo 890.º do Código de Processo Civil, anuncia-se a venda dos bens adiante designados:Bens em VendaTIPO DE BEM: ImóvelVERBA 1 - ARTIGO MATRICIAL: 9483 urbano - Serviço de Finanças - 2232 de Setúbal - 1.DESCRIÇÃO: Fracção Autónoma de-signada pela letra “D”, correspondente ao rés do chão frente do prédio urbano, em regime de propriedade horizontal, sito em Travessa João de Santarém, n.º 1, lote 7, C.P., n.º 2910-547 Setúbal, descrita na 2.ª Conservatória do Regis-to Predial de Setúbal sob o n.º 5995, da freguesia de Setúbal (S. Sebastião), ins-crita na matriz predial sob o artigo 9483 da freguesia de Setúbal (S. Sebastião) no mesmo concelho e distrito.PENHORADO EM: 18/03/2010
INTERVENIENTES ASSOCIADOS AO BEM:EXECUTADOS: Mário Márcio Chaves, solteiro, maior, titular do passaporte número YA144926, NIF: 229.563.821, residente em Travessa João Santarém, n.º 1, R/C frente, em Fonte do Lavra à Estrada de Santas, 2910-547, Setúbal.MODALIDADE DA VENDA: Venda me-diante propostas em carta fechada, a serem entregues na Secretaria do supra-mencionado Tribunal, pelos in-teressados na compra, fi cando como data para abertura das propostas o dia 4 de Dezembro de 2012, pelas 9:45 Horas.VALOR-BASE DA VENDA: 70.000,00€Serão aceites propostas iguais ou supe-riores a 49.000,00€ (que corresponde a 70% do valor do valor-base).A sentença que se executa está pen-dente de recurso ordinário: NãoEstá pendente oposição à execução: NãoEstá pendente oposição à penhora: NãoEstá pendente reclamações de crédi-tos: Não
A Agente de ExecuçãoAlexandra Gomes
Rua D. Sancho I, n.º 17 A/B2800-712 AlmadaE-mail: [email protected].: 210833058 - Fax: 212743259Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
ANÚNCIO DE VENDAAlexandra Gomes
Agente de ExecuçãoCPN 4009
Maria do Rosário Lopes, Agente de Execução, com escritório na Av. Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 31 de Janeiro de 2013, pelas 09.30 horas, na Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juiz 2, para abertura de propostas, que sejam entregues até às 14 horas do dia útil anterior ao designado para a venda.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “A”, a que corresponde a primeira cave direita, destinada a habitação do prédio urbano em regime de Pro-priedade Horizontal, sito na Rua Professor Agostinho da Silva, n.º 6, 6-A e 6-B e Rua António Correia de Oliveira, n.º 9, Tapada das Mercês, freguesia de Algueirão - Mem Martins, concelho de Sintra, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 3666, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 8470.Valor-base: 89.100,00 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 62.370,00 euros, que corresponde a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua pro-posta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execução, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária no mesmo valor.O bem pertence ao executado Simão José Barros Miguel, com residência na Rua Professor Agostinho da Silva, n.º 6 - 1.ª Cave, Tapada das Mercês, fi el depositário do imóvel que o deve mostrar a pedido de qualquer interessado.
A Agente de Execução - Maria do Rosário LopesAv.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C - 2710-420 Sintra
Telf. 219233364 - Fax. 219105158 - E.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
Maria do Rosário LopesAgente de Execução
Cédula n.º 2210
COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE - SINTRA - JUÍZO DE EXECUÇÃO - JUIZ 2
ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante propostas em Carta Fechada
(Art.º 890.º do C.P.C.)N.º do Processo: 238/05.4TCSNT
Exequente(s): BANCO ESPÍRITO SANTO, S.A., e outrosExecutado(s): ANA CRISTINA DE JESUS CARDOSO BARROS e outros
Valor: 65.914,54 €Referência Interna: PE/201/2008
MANUEL LEITE Agente de Execução Cédula 3475
EDITAL / ANÚNCIO DE VENDAEM PROCESSO EXECUTIVO
Manuel Leite, Agente de Execução, com a cédula 3475 e domicílio profi ssional na Rua da Igreja, 18 - 1.º esc. 1, Santa Ma-ria de Avioso, Maia, agente de execução no âmbito da execução comum adiante identifi cada, informa os eventuais interes-sados que são aceites propostas de aqui-sição do(s) bem(s) penhorado(s) adiante identifi cado(s):LOCAL E DATA-LIMITE PARA APRESEN-
TAÇÃO DAS PROPOSTASAs propostas são apresentadas em carta fechada até às 14:00 horas (catorze horas) do dia 11/12/2012 (onze de Dezembro de dois mil e doze), na secretaria do Tribunal Judicial de Valongo - 1.º Juízo, sito na Av.ª Emídio Navarro, 291, Valongo, devendo os proponentes, nos termos do n.º 1 do arti-go 897.º do Código Processo Civil, juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do agente de execução no montante correspondente a 20% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor.As propostas serão abertas no dia e hora indicado, não sendo obrigatória a presen-ça dos proponentes.
N.º DO PROCESSO1146/09.5TBVLG, 1.º Juízo DO TRIBUNAL JUDICIAL DE VALONGO
EXEQUENTEBANCO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A., NIPC: 502924047 com sede na Rua do Ouro, 130, Lisboa.
EXECUTADO(S)CARLOS ALBERTO RIBEIRO AFONSO,
NIF: 163080445, residente na Estrada Pon-te de Oliveira, Edifício Tropical, Bl. D, 3 AG, Caniço - Santa Cruz.ANA PAULA PEREIRA LOPES SILVA AFONSO, NIF: 161401368, residente na Estrada Ponte de Oliveira, Edifício Tropi-cal, Bl. D, 3 AG, Caniço - Santa Cruz.
VALOR MÍNIMO DAS PROPOSTASVERBA ÚNICA: 70% do valor-base
FIEL DEPOSITÁRIOEXECUTADO: Carlos Alberto Ribeiro Afon-so, residente na Estrada Ponte de Oliveira, Edifício Tropical, Bl. D, 3 AG, Caniço - Santa Cruz.
BEM A VENDERVerba UM: Fração autónoma designada pela letra “J”, correspondente a uma ha-bitação tipo T3 no terceiro e quarto pisos e logradouro na frente, com entrada pelo n.º 186 da Rua Jaime Cortesão, freguesia e concelho de Valongo. Faz parte integrante do prédio afeto ao regime de propriedade horizontal sito na Rua José Afonso, n.ºs 75, 81, 83, 89 e 91 e na Rua Jaime Cor-tesão, n.ºs 186, 190, 198, 202, 210 e Lote C3C. Encontra-se descrito na Conservató-ria do Registo Predial de Valongo sob o n.º 859 e inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Valongo sob o n.º 3134.VALOR-BASE: 85.714,29 Euros (Oitenta e cinco mil setecentos e catorze euros e vinte e nove cêntimos).
O Agente de Execução - Manuel LeiteRua da Igreja, 18 - 1.º Esc. 1, 4475-641 Maia
Tel. 229827523 - Fax 229863261
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
Maria do Rosário Lopes, Agente de Execução, com escritório na Av. Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encon-tra-se designado o dia 31 de Janeiro de 2013, pelas 09.30 horas, na Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juiz 2, para abertura de propostas, que sejam entregues até às 14 horas do dia útil anterior ao designado para a venda.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “J”, a que corresponde o quarto andar E, destinado a habitação com arrecadação no sótão, do prédio urbano em regime de Propriedade Horizontal, sito na Rua Sofi a de Melo Breyner, n.º 5, fre-guesia de Algueirão - Mem Martins, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 1773, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6487.Valor-base: 61.155,93 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 42.808,60 euros, que correspondente a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execução, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária no mesmo valor.O bem pertence ao executado Fernando José Botelho, com residência na Estrada Marquês de Pombal, n.º 55, 5.ºA Rinchoa, fi el depositário do imóvel, que o deve mostrar a pedido de qualquer interessado
A Agente de Execução - Maria do Rosário LopesAv.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C - 2710-420 Sintra
Telf. 219233364 - Fax. 219105158 - E.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
Maria do Rosário LopesAgente de Execução
Cédula n.º 2210
COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE - SINTRA - JUÍZO DE EXECUÇÃO - JUIZ 2
ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante propostas em Carta Fechada
(Art.º 890.º do C.P.C.)N.º do Processo: 1953/06.0TCSNT
Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executado(s): ANA PAULA SILVA COSTA BOTELHO e outros
Valor: 71.347,65 €Referência Interna: PE/358/2006
Adelaide Maria Baúto, Agente de Execução, com escritório na Av. Dr. Álvaro de Vasconce-los, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 5 de Dezembro de 2012, pelas 15.30 horas, no Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Cascais 1.º Juízo Cível, para abertura de propostas.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “H”, correspondente ao Bloco Seis rés-do-chão, destinada a habitação do prédio urbano em regime de Propriedade Hori-zontal, sito na Rua 23 de Abril, n.º 44 em Caparide, lugar e freguesia de São Domingos de Rana, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais sob o n.º 5974 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 15516. Penhora de 1/2 a favor de Carla Cristina Gonçalves Silvestre e de outra 1/2 em comum e sem determinação de parte ou direito a favor de José Francisco Ribeiro dos Santos e Maria de Lurdes Sarmento Ribeiro dos Santos.Valor-base: 119.815,66 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 83.870,96 euros, que correspon-de a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execução, no montante correspon-dente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária no mesmo valor.O bem pertence aos executados Carla Cristina Gonçalves Silvestre com residência na Rua 23 de Abril, n.º 32, 6.º A em São Domingos de Rana, Maria de Lurdes Sarmento Ribeiro dos Santos com residência na Rua António Gedeão, n.º 26, 2.ºA, Colinas da Arrábida, Quinta do Anjo e José Francisco Ribeiro dos Santos com residência na Rua Angra do Heroísmo, 1 r/c Dto., em Lisboa, fi éis depositários do imóvel, que o devem mostrar a pe-dido de qualquer interessado.
A Agente de Execução - Adelaide Maria BaútoAv.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C - 2710-420 Sintra
Telf. 219233364 - Fax. 219105158 - E.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
Adelaide Maria BaútoAgente de Execução
Cédula n.º 1563
CASCAIS - TRIB. FAMÍLIA MENORESE COMARCA - 1.º JUÍZO CÍVEL
ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante propostas em Carta Fechada
(Art.º 890.º do C.P.C.)N.º do Processo: 6471/07.7TBCSC
Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executado(s): José Luís Sarmento R. Santos e outrosValor: 139.784,94 € - Referência Interna: PE/317/2007
Adelaide Maria Baúto, Agente de Execução, com escritório na Av. Dr. Álvaro de Vasconce-los, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 19 de Fevereiro de 2013, pelas 09.30 horas, no Juízo de Execução, da Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juiz 1, para abertura de propostas.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pelas letras “AH”, correspondente ao segundo andar frente com arrecadação no 1.º andar, destinada a habitação do prédio urbano em regime de Propriedade Horizontal, sito na Estrada das Águas Livres, n.ºs 21, 21-A, 21-B, 21-C e 21-D, Pendão, lugar e freguesia de Queluz, descrito na Conserva-tória do Registo Predial de Queluz sob o n.º 1865 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 5331.Valor-base: 102.000,00 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 71.400,00 euros, que corres-ponde a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execução, no montante correspon-dente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária no mesmo valor.O bem pertence aos executados Rui Pedro Machado Almeida Carvalho e Susana Ra-mos Viegas de Almeida Carvalho com residência na Avenida Almirante Reis, n.º 260, 4.º Esq.º em Lisboa, fi éis depositários do imóvel, que o devem mostrar a pedido de qualquer interessado.
A Agente de Execução - Adelaide Maria BaútoAv.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C - 2710-420 Sintra
Telf. 219233364 - Fax. 219105158 - E.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
Adelaide Maria BaútoAgente de Execução
Cédula n.º 1563
COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE - SINTRA - JUÍZO DE EXECUÇÃO - JUIZ 1
ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante propostas em Carta Fechada
(Art.º 890.º do C.P.C.)N.º do Processo: 973/08.5TCSNT
Exequente: BANCO BPI, S.A.Executado(s) :SUSANA RAMOS VIEGAS DE ALMEIDA CARVALHO e outros
Valor: 123.613,88 €Referência Interna: PE/419/2008
TRIBUNAL DECOMARCA E DE
FAMÍLIA E MENORES DE ALMADA
4.º Juízo Competência CívelProcesso: 6283/12.6TBALM
ANÚNCIOInterdição/InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Maria Alves HortettFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição em que é requeri-da Maria Alves Hortett, com residência na Rua Quinta das Amoreiras, n.º 15, 2825 Monte de Caparica, para efeito de ser decretada a sua interdição por Anomalia Psíquica.
N/ Referência: 10656015
Almada, 07-11-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Beatriz PintoA Ofi cial de Justiça
Cláudia M. A. Barreiros Guerreiro
Público, 21/11/2012
TRIBUNAL JUDICIAL DE ELVAS
2.º JuízoProcesso: 1078/12.0TBELV
ANÚNCIOInterdição/InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Maria Joana Botelho FigueiraFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Maria Joana Botelho Figueira, com residência em domicí-lio: Av. Piedade, N.º 27, R/ch Esq.º, 7350-094 Elvas, para efeito de ser decre-tada a sua interdição por Anomalia Psíquica.
N/ Referência: 1972211
Elvas, 09-11-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Magda Silva Teixeira
A Ofi cial de JustiçaMaria do Céu Silva
Público, 21/11/2012
TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE
COMARCA DO SEIXAL1.º Juízo Cível
Processo: 6308/12.5TBSXL
ANÚNCIOInterdição/InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Vitória Gomes Santos Rafael PereiraFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerida Vitória Go-mes Santos Rafael Pereira, com residência em domicí-lio: Quinta das Laranjeiras, Lote 1014, Fernão Ferro, 2865-673 Fernão Ferro, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 9675733
Seixal, 13-11-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Francisca Martins Preto
A Ofi cial de JustiçaAna Paula Carreiro
Público, 21/11/2012
COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTESintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 2
Processo: 22170/12.5T2SNT
ANÚNCIOInterdição/InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerido: Mário Rui Moreira BrandãoFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdi-ção/Inabilitação em que é reque-rido Mário Rui Moreira Brandão, estado civil: solteiro, nascido em 05.08.1970, fi lho de Valdemar Go-mes Brandão e de Elvira Folgado Pinheiro Moreira Brandão, natural da Freguesia de Carnaxide, Con-celho de Oeiras, com domicílio: Rua António Aleixo, n.º 16 - R/C Dt.º, 2735-388 Mira Sintra, para efeito de ser decretada a sua in-terdição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 19198109
Sintra, 12-11-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Isabel Mascarenhas
PessoaO Ofi cial de Justiça
J. Bauhofer
Público, 21/11/2012
Tribunal Comarca da Grande Lisboa Noroeste-Sintra, Juízo de Execução - Juiz 2, Execução Comum, processo n.º 1027/04.9TCSNT; Valor: 26.764,15,08 €; nos autos acima identifi cados, em que é Exequente a Caixa Geral de Depósitos, SA, e executados JOSÉ MANUEL CONCEIÇÃO PEREIRA, encontra-se designado o dia 29-11-2012, pelas 09:30 horas, no Tribunal da Comarca da Grande Lisboa Noroeste - Sin-tra, Juízo de Execução, Juiz 2, para a aber-tura de propostas, que sejam entregues até às 14:00 horas de véspera, na secretaria do referido Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem: verba única - Prédio urbano, designado pela fracção “D”, sito em Cacém, Rua João de Deus, n.º 3 - R/C Dt.º, freguesia de Cacém, concelho de Sintra, inscrito na matriz sob o artigo 995, descrito na Conservatória Registo Predial de Agualva-Cacém sob o n.º 159/Cacém.VALOR-BASE DA VENDA: 40.000,00€.Serão aceites propostas de melhor pre-ço igual ou acima de 70% do valor-base anunciado.É fi el depositário o executado JOSÉ MA-NUEL CONCEIÇÃO PEREIRA, que é obri-gado a mostrar o bem a quem pretende examiná-lo.Não se encontra pendente qualquer oposi-ção à execução.Entrega de propostas: As propostas devem ser entregues na Secretaria do Tribunal Co-marca Grande Lisboa Noroeste-Sintra, Juí-zo de Execução-Juiz 2, até às 14.00 horas do dia 28 de Novembro de 2012 em envelo-pe fechado, com a indicação do número do
processo executivo, nome exequente e exe-cutados, devendo juntar-lhe fotocópias do bilhete identidade e cartão de contribuinte, excepto se o proponente estiver presente na abertura de propostas.Caução e depósito do preço: No acto da venda deve ser depositado à ordem do Agente de Execução 5% do valor anunciado para a venda ou garantia bancária no mes-mo valor, e a totalidade ou parte do preço em falta no prazo de quinze dias após a venda, nos termos do artigo 897.º do CPC.Os pagamentos poderão ser efectua-dos por entrega de cheque visado à ordem da Agente de Execução, ou por depósito na conta cliente da mesma, aberta no Millennium BCP, com NIBn.º 003300004524819906405, indicando como referência o número do processo em epígrafe.Ao valor da venda acrescerão os impostos devidos, nomeadamente IMT e Imposto Selo.Este edital encontra-se afi xado na porta do imóvel, na respectiva Junta de Freguesia e no Tribunal e ainda publicado em duas edi-ções do jornal “Público”.
A Agente de ExecuçãoMaria Leonor Cosme
Rua José Bento Costa n.º 9, R/C Dt.ºPortela de Sintra - 2710-428 SintraTelef. 219106820 - Fax 219106829e.mail: [email protected]ário de atendimento: todos os dias úteis das 15.00h às 17.00h.
Público, 16/11/2012 - 1.ª Pub.
MARIA LEONOR COSMEAgente de Execução
CPN 1389ANÚNCIO DE VENDA IMÓVEL
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E.
Concurso para assistente hospitalar neurorradiologiaExtrato do Aviso de Abertura
Pode ser consultado no portal dos HUC em http://www.huc.min-saude.pt o aviso de abertura do concurso para assistente hospitalar em CIT, para a especialidade de neurorradiologia, publicado no D.R. n.º 224, 2.ª Série parte G em 20/11. O prazo de candidaturas encerra no dia 04/12/2012, podendo os interessados entregar as suas candidaturas, utilizando o formulário igualmente disponibili-zado pela mesma via, em papel no SGRH do CHUC ou remetê-las por correio registado com aviso de receção, acompanhado dos documentos exigidos no aviso de abertura e cinco exemplares de curriculum vitae.Qualquer esclarecimento poderá ser solicitado para o endereço eletró[email protected], ou pelo tel. 239400563.
FREGUESIA DE GAVIÃOAVISO
Abertura de procedimento concursal comum para preenchimento de um posto de trabalho do mapa de pessoal da Junta de Freguesia de Gavião - Carreira e categoria de Assistente Técnico - REF. CIT-1/12 - JG (1).Aviso publicado no Diário da República n.º 224, II Série, de 20/11/2012.
Gavião, 21 de Novembro de 2012
O Presidente da Junta de FreguesiaAntónio José Ribeiro
Dr. MANUEL PAESDE VASCONCELLOS
FALECEU
Sua Família participa o seu falecimento, realizando-se o seu funeral hoje dia 21 às 14.30 horas, saindo da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de São João. Às 14.00 horas será celebrada Missa de Corpo Presente.
Loja Campo de OuriqueServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sendo a única organização em Portugal constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores.A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profi ssionais, com experiência na doença de Alzheimer. Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Centros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade. www.alzheimerportugal.org
Contactos: Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3 Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - Fax: 21 361 04 69 - E-mail: [email protected] • Delegação do Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente, N.º 47A - R/C, 4455-301 Lavra -Tel.: 229 260 912 / 226 066 863 - E-mail: [email protected] • Delegação Centro: Rua Marechal António Spínola, Loja 26 (Galerias do Intermarché) - Pombal, 3100-389 Pombal - Tel.: 236 219 469 - E-mail: [email protected] • Delegação da Região Autó-noma da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL - Tel. e Fax: 291 772 021 - E-mail: [email protected] • Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira N.º 31 -A, 2080-114 AlmeirimTel.: 24 300 00 87 - E-mail: [email protected] • Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro - Tel.: 23 494 04 80 - E-mail: [email protected]
33PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 CLASSIFICADOS
CARLOS MANUEL LAVRADOR DE JESUS CARREIRAS, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAIS, torna público que esta Câmara Municipal, ao abrigo da alínea e) do n.º 1 do Artigo 64.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, republicada e alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, na reunião ordinária do passado dia 8 de outubro de 2012, aprovou alienar em hasta pública, os veículos que se encontrem em depósito no Parque Municipal de Materiais e Viaturas de Trajouce, durante o prazo máximo de três anos ou até ao limite de 3000 veículos.Mais se torna público que o processo se encontra patente para consulta na Direção Municipal das Áreas de Suporte (DMAS) – Divisão de Contratação Pública (DCOP), sita no Edifício Cascais Center, Rua Manuel Joaquim Avelar, número 118, Piso 1, 2750-421 Cascais, no horário das 9.30h-13.00h e das 14.00h-16.30h, desde a data da publicação do respetivo anúncio até ao dia e hora da abertura do ato público da Hasta Pública; todos os interessados poderão obter as peças dos procedimentos desde que solicitadas para o endereço [email protected], até 2 (dois) dias antes do termo do prazo fi xado para a entrega das propostas, sem prejuízo das referidas peças se encontrarem disponíveis no sítio do Município de Cascais em www.cm-cascais.pt.Cascais, Paços do Concelho 24 de outubro de 2012
Carlos Carreiras
(Presidente da Câmara Municipal de Cascais)
EDITAL N.º 366/2012| Hasta pública de veículos no depósito no Parque Municipalde Materiais e Viaturas de Trajouce
CARLOS MANUEL LAVRADOR DE JESUS CARREIRAS, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAIS, torna público que esta Câmara Municipal, ao abrigo da alínea e) do n.º 1 do Artigo 64.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, republicada e alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, na reunião ordinária do passado dia 23 de outubro de 2012, aprovou alienar em hasta pública, a sucata ferrosa e não ferrosa que se encontra em depósito no Parque Municipal de Materiais e Viaturas de Trajouce, durante o prazo máximo de três anos ou até ao limite de 100.000 quilogramas de material ferroso e de 6.000 quilogramas de material não ferroso.Mais se torna público que o processo se encontra patente para consulta na Direção Municipal das Áreas de Suporte (DMAS) - Divisão de Contratação Pública (DCOP), sita no Edifício Cascais Center, Rua Manuel Joaquim Avelar, número 118, Piso 1, 2750-421 Cascais, no horário das 9.30h-13.00h e das 14.00h-16.30h, desde a data da publicação do respetivo anúncio até ao dia e hora da abertura do ato público da Hasta Pública; todos os interessados poderão obter as peças dos procedimentos desde que solicitadas para o endereço [email protected], até 2 (dois) dias antes do termo do prazo fi xado para a entrega das propostas, sem prejuízo das referidas peças se encontrarem disponíveis no sítio do Município de Cascais em www.cm-cascais.pt.Cascais, Paços do Concelho 24 de outubro de 2012
Carlos Carreiras
(Presidente da Câmara Municipal de Cascais)
EDITAL N.° 367/2012 | Hasta pública de sucata ferrosa e não ferrosa em depósito no Parque Municipal de Materiais e Viaturas de Trajouce
Público, 21/11/2012
CARTA FECHADAINSOLVÊNCIA DE BRUNO ALEXANDRE MARQUES
ANTUNES E SÍLVIA CARINA ARAÚJO MESTRE ANTUNESTribunal de Família e Menores e de Comarca do Seixal
- 2.º Juízo Cível - Proc. 2708/12.9TBSXL
Por determinação do Exmo. Sr. Dr. Administrador da Insolvência e com o acordo do credor hipotecário, vamos proceder à venda extrajudicial com apresentação de propostas em carta fechada, dos bens a seguir identifi cados:
BEM IMÓVELVerba 1: Fração autónoma designada pela letra “O” do prédio urbano sito em Rua Cidade de Quelimane, n.º 2, Quinta de São Nicolau, lote 74, freguesia de Corroios, concelho de Seixal, correspondente ao 4.º andar frente para habitação, inscrito na matriz 4903-O e descrito na CRP de Amora sob o n.º 879-O. Valor mínimo 38.200,00€.
VEÍCULOVeículo automóvel Volkswagen, Passat, matrícula 25-94-AJ Valor mínimo 1.000,00€.
REGULAMENTO1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as propostas em carta
fechada até ao dia 30.11.2012 e dirigidas à Leiloeira do Lena.2. As propostas terão de conter: Identifi cação do proponente (nome ou denominação
social, morada, n.º contribuinte, telefone e fax); valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identifi car o nome e processo.
3. A proposta tem de vir acompanhada de cheque no valor da proposta, para o bem móvel, assim como o valor da nossa comissão e respectivo IVA. Sobre o imóvel, o cheque é só de 20% de sinal.
4. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer favorável do Administrador da Insolvência.
5. As propostas serão abertas na presença do Administrador da Insolvência e demais interessados, no dia 05.12.2012 às 17h30m na sede da Leiloeira do Lena, Urb. Planalto, Lote 36, r/c Dt.º, Leiria e desde que exista mais do que um proponente, com propostas válidas de igual valor, os mesmos estão convidados a comparecer pessoalmente ou representados no dia da abertura das propostas acima indicado para licitarem entre si.
6. Os bens são vendidos no estado físico em que se encontram.7. Sobre o imóvel será pago como sinal 20% no acto da adjudicação e os restantes
80% no dia da escritura. Sobre o bem móvel será pago com a adjudicação.8. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% para o imóvel e 10% para o bem
móvel e respectivo IVA referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena, pagos com a adjudicação.
INFORMAÇÕES: tel: 244 822 230 / fax: 244 822 170 Rua do Vale Sepal Lote 36, r/c Dtº
Urb. Planalto 2415-395 LEIRIAObs. Para obter mais informações consulte o nosso site
E-mail: [email protected] Site: www.leiloeiradolena.com
FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 06 de Dezembro de 2012 às 09h20, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Se-cretaria do Tribunal pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Fracção autónoma, designada pela letra “AE”, do prédio urbano sito na Rua Júlio Augusto Henriques, n.º 51, 1.ª cave A, freguesia de Arrentela, concelho do Seixal, descrito na CRP do Seixal sob o n.º 1760 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 3375.VALOR-BASE: €67.857,14 (Sessenta e sete mil, oitocentos e cinquenta e sete euros e catorze cêntimos). O bem imóvel penhorado aos executados, será adjudicado a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base do bem a vender, ou seja, €47.500,00.Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 20% do valor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art.º 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclamados créditos.São fi éis depositários, que devem mostrar o bem imóvel a pedido, os exe-cutados.
O Agente de Execução - César Neto BelchiorAv. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
ANÚNCIOTribunal Família, Menores e Comarca do Seixal
3.º CívelProcesso n.º 6418/08.3TBSXL
Execução para pagamento de quantia certaValor: €81.204,96 (Oitenta e um mil, duzentos e
quatro euros e noventa e seis cêntimos) Exequente: Banco Espírito Santo, SAExecutado: Justiniano Lopes e outro
César BelchiorAgente de Execução
Céd. P. 2822
FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 05 de Dezembro de 2012 às 09h30, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Se-cretaria do Tribunal pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Fracção autónoma, designada pela letra “D”, do prédio urbano sito na Rua Afonso Ventura, lote 1, R/C, freguesia de São Sebastião, concelho de Setú-bal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o n.º 1417 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 13516.VALOR-BASE: € 75.000,00 (Setenta e cinco mil euros). O bem imóvel penhorado aos executados, será adjudicado a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base do bem a vender, ou seja, € 52.500,00.Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 20% do va-lor-base, ou garantia bancária no mesmo valor – art.º 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclamados créditos.É fi el depositário, que deve facultar o acesso ao bem imóvel a pedido, o executado José Fernando Caseiro Pereira.
O Agente de Execução - César Neto BelchiorAv. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
ANÚNCIOComarca da Grande Lisboa-NoroesteJuízo de Execução de Sintra – Juiz 1
Processo n.º 441/09.8TCSNTExecução para pagamento de quantia certa
Valor: € 39.808,01 (Trinta e nove mil, oitocentos e oito euros e um cêntimo)
Exequente: Banco Espírito Santo, SAExecutados: José Fernando Caseiro Pereira e outro
César BelchiorAgente de Execução
Céd. P. 2822
FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 03 de De-zembro de 2012 às 09h30, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Secretaria do Tribunal pelos interessados na compra dos seguintes bens imóveis:Verba Um: prédio rústico, denominado Quinta de Vale Verde / Quinta do Barreiro, fre-guesia de Triana, concelho de Alenquer, descrito na Conservatória do Registo Predial de Alenquer sob o n.º 2068 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 33, secção L;Verba Dois: prédio rústico, denominado Quinta da Nogueira ou Arroteia, freguesia de Santo Estêvão, concelho de Alenquer, descrito na Conservatória do Registo Predial de Alenquer sob o n.º 2261 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 31, secção C;Verba Três: prédio rústico, sito em Terra do Joguinho, Limite da Pedra D’Ouro, freguesia de Santo Estêvão, concelho de Alenquer, descrito na Conservatória do Registo Predial de Alenquer sob o n.º 3559 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 15, secção I.VALOR-BASE DA VERBA UM: €192.857,14 (Cento e noventa e dois mil, oitocentos e cin-quenta e sete euros e catorze cêntimos); VALOR-BASE DA VERBA DOIS: €39.285,71 (Trin-ta e nove mil, duzentos e oitenta e cinco euros e setenta e um cêntimos); VALOR-BASE DA VERBA TRÊS: €10.714,29 (Dez mil, setecentos e catorze euros e vinte e nove cêntimos).Os bens imóveis penhorados aos executados serão adjudicados a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base do bem a vender, ou seja, €135.00,00 (Verba Um), €27.500,00 (Verba Dois) e €7.500,00 (Verba Três).Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 5% do valor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art.º 897º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclamados créditos.É fi el depositário, que deve mostrar os bens imóveis a pedido, o executado Alenquer Parque, Lda.
O Agente de Execução - César Neto Belchior
Av. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
ANÚNCIOTribunal Judicial de Torres Vedras
3.º JuízoProcesso n.º 1652/10.9TBTVD
Execução para pagamento de quantia certaValor: €20.718,66 (Vinte mil, setecentos e dezoito euros e
sessenta e seis cêntimos) Exequente: Banco Espírito Santo, SA
Executado: Alenquer Parque, Lda. e outro
César BelchiorAgente de Execução
Céd. P. 2822
FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados em que foi pela exequente apresentada proposta de aquisição da Fracção autónoma B, correspondente ao r/c Esq.º com arrecadação na cave, do imóvel sito na Av.ª Brasil, 82/82 A, freguesia da Falagueira, concelho da Ama-dora, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial da Amadora sob o n.º 374 e inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 2946, encontra-se designado o dia 05 de Dezembro de 2012 às 09h30, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Secretaria do Tribunal pelos interes-sados na sua compra e cujo valor seja superior ao oferecido.VALOR oferecido pelo Exequente: 43.700,00 €Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 20% do valor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art. 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclama-dos créditos, os quais se encontram graduados. É fi el depositária, que deve mostrar o bem imóvel a pedido, a exe-cutada.
O Agente de Execução - César Neto BelchiorAv. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
ANÚNCIOComarca da Grande Lisboa-Noroeste Juízo de Execução de Sintra – Juiz 2
Processo n.º 5689/07.7TBAMDExecução para pagamento de quantia certa
Valor: € 38.624,80 (trinta e oito mil seiscentos e vinte e quatro euros e oitenta cêntimos)
Exequente: Banco Espírito Santo, SAExecutada: Maria Celeste Mendes Rodrigues
César BelchiorAgente de Execução
Céd. P. 2822
FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 5 de Dezembro de 2012 às 14 horas, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse dia na Secreta-ria do Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Fracção autónoma designada pela letra G, correspondente ao 3.º andar Esq.º do prédio sito na Av.ª de Olivença, 8 , freguesia e Concelho do Mon-tijo, descrito na Conservatória do Registo Predial do Montijo sob o n.º 1473 e inscrito na matriz predial sob o art.º 4956.Valor-Base: € 65.000,00O bem imóvel penhorado ao executado, será adjudicado a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base dos bens a vender, ou seja, €45.500,00.Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque vi-sado à ordem do Solicitador de Execução no montante correspondente a 20% do valor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art.º 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e não foram recla-mados créditos.É fi el depositário, que deve mostrar o bem imóvel a pedido, o executado.
O Agente de Execução - César Neto BelchiorAv. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
ANÚNCIOTribunal Judicial do Montijo
2.º Juízo Processo n.º 52/08.5TBMTJ
Execução para pagamento de quantia certaValor: € 55.415,41
Exequente: Banco Espírito Santo, SAExecutado: Segismundo Hernani Barreto Gomes
César BelchiorAgente de Execução
Céd. P. 2822
FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 13 de Dezembro de 2012 às 12h00, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Se-cretaria do Tribunal pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Prédio urbano sito na Rua Serrão Martins, n.º 11, 12 e 13, freguesia de Corte do Pinto, concelho de Mértola, descrito na Conservatória do Registo Predial de Mértola sob o n.º 1422 e inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo matricial 2880.VALOR-BASE: € 35.000,00 (Trinta e cinco mil euros). O bem imóvel penhorado aos executados, será adjudicado a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base do bem a vender, ou seja, € 24.500,00.Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 5% do va-lor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art.º 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclamados créditos.É fi el depositário, que deve mostrar o bem imóvel a pedido, o executado.
O Agente de ExecuçãoCésar Neto Belchior
Av. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
ANÚNCIOTribunal Judicial de Mértola
Secção ÚnicaProcesso n.º 27/12.0TBMTL
Execução para pagamento de quantia certaValor: € 27.097,75 (Vinte sete mil, noventa e sete
euros e setenta e cinco cêntimos) Exequente: Banco Espírito Santo, SA
Executados: David Alexandre Marcelino Bento
César BelchiorAgente de Execução
Céd. P. 2822
ConvocatóriaEm conformidade com os Estatutos e Re-gulamentos em vigor, convoco os Membros da Ordem dos Biólogos para uma reunião da Assembleia Geral Ordinária, a ter lugar no dia 20 de Dezembro de 2012, com iní-cio pelas 16:30 horas, na sede da Ordem dos Biólogos na Rua Cidade de Rabat, N.º 38 - r/c, 1500-164 Lisboa, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
1. Informações.
2. Apresentação e deliberação sobre o Relatório de Actividades, Orçamento e Relatório de Contas.
3. Outros assuntos.
Não se encontrando o número legal de Membros presentes à hora indicada, reu-nirá a Assembleia Geral, meia hora mais tarde, com qualquer número de Membros presentes.
Lisboa, 20 de Novembro de 2012
A Presidente da Mesa da Assembleia GeralMaria Anunciação Ventura
TRIBUNAL JUDICIAL DE VILA VIÇOSA
Secção ÚnicaProcesso: 227/12.2TBVVC
ANÚNCIODivórcio Sem Consentimento do Outro CônjugeAutor: António Manuel Simões MarquesRé: Maria Luísa dos Santos Barata MarquesNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publica-ção do anúncio, citando a Ré Maria Luísa dos Santos Barata Marques, natural de Pampilhosa da Serra, fi lha de Francisco Barata e de Fe-lisbela dos Santos, com última re-sidência conhecida em domicílio: Av.ª Salgueiro Maia, Rua F, Lote 11 - 3.º Dt.º, Belas, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de contestação não importa a confi ssão dos factos ar-ticulados pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste em que seja decretado o Divórcio entre autor e ré, tudo como melhor consta do duplicado da petição ini-cial que se encontra nesta Secreta-ria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/ Referência: 796527Vila Viçosa, 14-11-2012.
A Juíza de DireitoDr.ª Rita Justo
A Ofi cial de JustiçaMaria Helena Clímaco
Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.
Cascais - Tabacaria Papelaria Cidadela, Lda.Av. 25 de Abril, 528 - 2750-511 - Tel. 214 844 415
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PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 35
PESSOAS
Cameron Diaz, assim não tens muitas amigas!Presença habitual nesta página nos últimos tempos (já disse que é fã de sexo, que a sua boa forma é um misto de dança e sexo), a actriz Cameron Diaz fez agora uma declaração que é capaz de não lhe granjear grandes amigas. Vamos a factos: pois então não é que Cameron, que recentemente chegou aos 40 anos e está cada vez mais bonita, foi polémica numa entrevista que deu ao britânico Sunday Times? Diz ela, numa frase capaz de pôr os cabelos de qualquer mulher em pé, que “qualquer mulher gosta de ser tratada como um objecto”. “Há uma pequena parte de ti que espera ser tratada como um objecto e penso que isso é saudável”, disse a actriz. Como diz o site Huffingtonpost, é melhor que Cameron Diaz, pense duas vezes antes de falar para as mulheres. Afirmações destas são capazes de não ser bem recebidas.
HOJE FAZEM ANOS
Paulinho Santos, ex-futebolista, 42; Joaquim Gomes, ex-ciclista, 47; Björk, cantora, 47; Alex James, baixista dos Blur, 44; Emma Cohen, actriz, 66; Goldie Hawn, actriz, 67; Harold Ramis, realizador de cinema, 68
LEON NEAL/AFP
Novelas nacionais não ganharam Emmy
Taylor Swift ameaçada de morte
O ditado popular não há duas
sem três não se aplicou às novelas
portuguesas, que não conseguiram
um terceiro triunfo consecutivo
nos Emmy (prémios para
televisão) na categoria de Melhor
Telenovela. Depois de ter ganho
em 2010 com Meu Amor (TVI) e no
ano seguinte com Laços de Sangue
(SIC), as televisões portuguesas
concorriam com Remédio Santo
(TVI) e Rosa Fogo (SIC), mas desta
vez o prémio foi atribuído à novela
brasileira O Astro (da Globo).
A julgar pelo nível das novelas
nacionais, adivinham-se mais
prémios no futuro.
A popularidade dos One
Direction e o entusiasmo das
adolescentes à volta da banda são
tantos que o tema “namoradas”
provoca logo um reboliço
juvenil. Por isso, não foram bem
recebidas as notícias que dão
conta da reaproximação entre
a cantora country Taylor Swift
e o One Direction Harry Styles.
Ao que parece ambos decidiram
reatar a breve relação que
mantiveram há alguns meses.
Swift recebeu já mensagens
do tipo “quero matar-te com
punhaladas”.
Life&StyleVer mais emlifestyle.publico.pt/pessoas
36 | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
SAIR
CINEMALisboa Castello Lopes - LondresAv. Roma, 7A. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h15, 16h, 18h45, 21h45; Argo M12. Sala 2 - 14h, 16h30, 19h, 21h30 CinemaCity Campo PequenoC. Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420O Substituto M12. Sala 1 - 13h35, 15h30, 17h25, 19h20, 21h30, 23h45; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. VIP 2 - 13h30, 15h50, 18h10, 21h20, 23h50; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 3 - 13h30, 21h55, 00h15; Força Ralph M6. Sala 3 - 15h20, 17h45 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 4 - 13h35, 16h15, 21h45, 00h25; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 5 - 13h40, 15h40, 17h40, 19h40, 21h40, 23h55; Terapia a Dois M12. Sala 6 - 18h45; Manteiga M12. Sala 6 - 24h; Argo M12. Sala 7 - 13h40, 16h, 18h30, 21h35, 00h05; As Palavras M12. Sala 8 - 20h05; A Advogada M12. Sala 8 - 13h45, 15h45, 18h05, 22h05, 00h10 CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h30, 16h10, 18h50, 21h30; A Advogada M12. Sala 2 - 13h20, 15h25, 17h45; O Substituto M12. Sala 3 - 13h35, 15h40, 17h35, 19h50, 21h45;Argo M12. Sala 4 - 13h40, 16h, 18h30, 21h35 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Adeus Ilusões Sala Félix Ribeiro - 15h30;Guest Sala Félix Ribeiro - 21h30; Mercado de Futuros Sala Félix Ribeiro - 19h;República da Traição Sala Luís de Pina - 22h; Caveira, My Friend Sala Luís de Pina - 19h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088As Palavras M12. Sala 1 - 14h30; 007 SkyfallM12. Sala 1 - 18h30, 21h45; Argo M12. Sala 3 - 14h15, 17h, 19h30, 22h Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Bellamy M12. Sala 1 - 14h30, 16h45, 19h30, 22h; César Deve Morrer M12. Sala 2 - 13h30, 15h30, 17h30, 19h50, 21h45; O Gebo e a Sombra M12. Sala 3 - 17h; Linhas de Wellington M12. Sala 3 - 14h, 18h45, 21h30 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Argo M12. Sala 4 - Cine Teatro - 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h15; 007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; O Substituto M12. Sala 2 - 13h15, 15h15, 17h15, 19h15, 21h30, 24h; As Palavras M12. Sala 3 - 14h, 16h30, 21h30; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 3 - 19h, 24h UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Manteiga M12. Sala 1 - 14h; César Deve Morrer M12. Sala 1 - 16h10, 18h30, 21h30, 23h30; A Advogada M12. Sala 2 - 14h15, 16h40, 19h05, 21h40, 00h10; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 3 - 00h20; Força Ralph M6. Sala 3 - 14h05, 19h15 (V.Port./2D), 16h40 (V.Port./3D); Arbitrage - A Fraude M12. Sala 4 - 16h15, 21h25; Frankenweenie M12. Sala 4 - 14h10, 18h50, 23h55 (3D); 007 Skyfall M12. Sala 5 - 14h, 17h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 6 - 14h20 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 6 - 18h, 213h0, 00h30; Para Roma com Amor M12. Sala 7 - 14h10, 16h40, 21h45; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 7 - 19h10, 00h25; Linhas de Wellington M12. Sala 8 - 18h50; As
Palavras M12. Sala 8 - 14h10, 16h30, 21h55, 00h15; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 9 - 14h, 16h35, 19h10, 21h50, 00h30; O Substituto M12. Sala 10 - 14h15, 16h35, 19h05, 21h35, 23h55; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 11 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h40, 00h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 12 - 14h15, 16h45, 19h20, 22h, 00h30; Argo M12. Sala 13 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h50, 00h25; Deste Lado da Ressurreição M12. Sala 14 - 14h, 16h35, 19h10, 21h45, 00h25 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade. T. 16996007 Skyfall M12. 16h40, 21h; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 17h, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 16h10, 18h45, 21h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h30, 18h10, 21h45; Realizar o Impossível M12. 16h15, 18h55, 21h40; Sinister - Entidade do Mal M16. 15h40, 18h20; Força Ralph M6. 16h05, 18h45, 21h25 (V.Port.); Argo M12. 16h, 18h40, 21h30; Looper - Reflexo Assassino M16. 18h50, 21h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 16h20 (V.Port./3D); Actividade Paranormal 4 M16. 15h50, 18h, 21h40; Dos Homens Sem Lei M12. 16h30, 19h, 21h45; Arbitrage - A Fraude M12. 17h10 ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h20, 24h; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 13h20, 16h20, 19h, 21h40, 00h25; 007 Skyfall M12. 14h, 17h20, 21h, 00h15; Está no Ar! M12. 13h, 15h10, 17h30,19h40, 21h50, 00h15,; Para Roma com Amor M12. 18h50, 21h30, 00h20; Força Ralph M6. 13h30, 16h (V.Port./3D); Argo M12. 12h50, 15h30, 18h10, 20h50, 23h50; O Substituto M12. 13h50, 16h20, 18h30, 21h10, 23h30 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996Força Ralph M6. 13h15, 15h50, 18h30 (V.Port./3D), 23h50 (V.Port.); Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h, 15h35, 18h20; Actividade Paranormal 4 M16. 23h30, 23h55; Sinister - Entidade do Mal M16. 13h05, 15h40, 18h15, 21h20, 23h55 ; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h, 23h40; 007 Skyfall M12. 13h25, 16h35, 21h10, 00h20; Argo M12. 12h55, 15h45, 18h35, 21h30, 00h15; À Lei da Bala M16. 13h10, 15h55, 18h25, 21h25, 24h ; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 13h30, 16h10, 18h50, 21h45, 00h30; Realizar o Impossível M12. 12h45, 15h25, 18h05, 20h55, 00h05; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h20, 16h, 18h40, 21h40, 00h25 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996007 Skyfall M12. 13h20, 17h, 21h, 24h; Argo M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h50, 00h30; Dos Homens Sem Lei M12. 13h, 15h50, 18h40, 00h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h50, 15h20, 18h10, 21h10, 23h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h10, 15h40, 18h30, 21h30, 00h10; Actividade Paranormal 4 M16. 21h20, 23h40; Força Ralph M6. 13h30, 16h10, 18h50 (V.Port./3D)
Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal. T. 16996Força Ralph M6. 13h15, 16h, 18h45 (V.Port./3D), 21h30, 00h15 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h40,
À Lei da Bala De Tony Krantz. Com Antonio Banderas, Thomas Kretschmann, William Fichtner. EUA. 2010. 101m. Thriller. M16. O detective Ned Cruz é
contratado para descobrir o
rasto de uma mulher. Para
isso começa a seguir várias
pistas que o acabam por levar
ao deserto do Novo México.
Agora, para encontrar a
solução para o mistério, Cruz
vai ter de defrontar estranhas
personagens, entre eles um ex-
lutador de boxe, três polícias
de Los Angeles e um bilionário
que procura deslindar a teoria
do Big Bang. E depressa ele
perceberá que o caso é muito
mais complexo do que o simples
desaparecimento...
Almada Fórum, Colombo
A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2De Bill Condon. Com Robert Pattinson, Taylor Lautner, Kristen Stewart, Michael Sheen, Ashley Greene, Maggie Grace. EUA. 2012. 115m. Drama, Fantasia. M12. Depois de todas as adversidades, Bella e Edward casam-se e consumam o seu amor. Algumas semanas depois, Bella descobre estar grávida de um bebé híbrido. Depois de alguns percalços que todos acabam por superar, os três vivem serenamente em família, felizes como nunca antes imaginaram possível. Bella encontra fi nalmente o seu lugar no mundo na sua pele de vampira. Porém, algo inesperado ameaça ruir o que conquistaram até aqui: o grupo dos Volturi, convencido de que a criança é uma perigosa imortal, decide que tem de ser destruída.
Deste Lado da RessurreiçãoDe Joaquim Sapinho. Com Pedro Sousa, Joana Barata, Pedro Carmo, Sofia Grillo, Guilherme Garcia, Luís Castro.
POR. 2011. 118m. Drama, Aventura. M12. Rafael é um jovem surfi sta
perdido no mundo,
desenquadrado de tudo e
de todos. Com uma grande
violência interior, que se refl ecte
no seu corpo e na maneira como
surfa, busca um sentido para a
sua vida. E será ali, entre a praia
do Guincho, o Convento dos
Capuchos e a serra de Sintra, que
vai fi nalmente encontrar o seu
lugar...
El Corte Inglés
Está no Ar!De Pierre Pinaud. Com Karin Viard, Nicolas Duvauchelle, Nadia Barentin. FRA. 2012. 89m. Drama. M12. Animadora de rádio, Melina está
habituada a resolver, com humor
e sem tabus, os mais diversos
problemas amorosos, sexuais
ou familiares dos seus ouvintes.
Todos sentem tê-la como amiga e
na sua voz confortante encontram
a autoconfi ança de alguém que
tem uma vida resolvida e feliz.
Porém, ao contrário do que todos
julgam, ela é uma mulher solitária
e com um passado traumático
que sempre lhe difi cultou as
relações interpessoais.
Amoreiras
O SubstitutoDe Tony Kaye. Com Adrien Brody, Christina Hendricks, Marcia Gay, Lucy Liu. EUA. 2011. 97m. Drama. M12. Henry Barthes é professor e
possui um talento nato para
criar empatia com jovens.
Porém, decidido a não criar
vínculos com nenhum, optou
por uma carreira de substituição,
orientando, por curtos períodos,
turmas que por um motivo ou
outro fi caram sem docente. Até
ao dia em que é colocado numa
problemática escola pública,
onde o corpo de professores
se debate com adolescentes
desmotivados e violentos.
15h25, 18h10, 21h, 23h50; 007 Skyfall M12. 12h30, 15h40, 18h50, 22h; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h15; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 12h55, 15h30, 18h10, 21h15, 23h55; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h10, 15h40 (V.Port.), 18h30, 21h20, 24h (V.Orig.); À Lei da Bala M16. 13h05, 15h30, 18h, 21h20, 00h10; A Advogada M12. 13h20, 15h55, 18h40, 21h15, 23h50; Argo M12. 12h55, 15h45, 18h35, 21h25, 0h20; 007 Skyfall M12. 12h50, 16h10, 21h, 00h10; Taken - A Vingança M16. 12h45, 15h20, 17h45, 21h40, 24h; Sinister - Entidade do Mal M16. 13h10, 15h50, 18h45, 21h35, 00h15; Realizar o Impossível M12. 12h45, 15h35, 18h25, 21h10, 00h05; Actividade Paranormal 4 M16. 13h, 15h15, 17h30, 21h45, 00h20
Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030Força Ralph M6. VIP Light - 13h25, 15h55 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. VIP Light - 19h, 21h45, 00h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. VIP 1 - 13h30, 15h50, 18h10, 21h20, 23h50; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 3 - 13h35, 15h35, 17h35, 19h35, 21h35, 23h40; As Palavras M12. Sala 4 - 13h35, 15h40, 17h45, 20h05; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 4 - 22h05, 23h55; A Casa do Fim da Rua M16. Sala 5 - 13h35; Sinister - Entidade do Mal M16. Sala 5 - 17h25, 21h55, 00h15; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 5 - 15h35, 19h35; A Possuída M16. Sala 6 - 00h25; Para Roma com Amor M12. Sala 6 - 18h50; Força Ralph M6. Sala 6 - 13h50, 16h15, 21h30 (V.Port./3D); Dos Homens Sem Lei M12. Sala 7 - 21h35, 00h30; Força Ralph M6. Sala 7 - 18h35 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 14h, 16h20; 007 Skyfall M12. Sala 8 - 13h20, 16h05, 18h50, 21h30, 00h20; Argo M12. Sala 9 - 13h45, 16h10, 18h30, 21h40, 24h; Taken - A Vingança M16. Sala 10 - 00h05; A Advogada M12. Sala 10 - 13h30, 15h35, 17h40, 19h45, 21h50 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221Arbitrage - A Fraude M12. Sala 1 - 21h45; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 14h05, 16h35, 18h15 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 14h, 16h35, 19h10, 21h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 13h50, 16h20, 19h, 21h30; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 15h, 18h30, 21h30; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 5 - 13h50, 16h20, 19h, 21h30; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 6 - 14h20, 16h40, 19h10, 21h50; Argo M12. Sala 7 - 14h10, 16h50, 19h20, 21h55; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 8 - 13h50, 16h20, 18h50, 21h20; Força Ralph M6. Sala 9 - 14h, 18h50 (V.Port./2D), 16h20, 21h25 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 10 - 14h, 17h, 21h10; Taken - A Vingança M16. Sala 11 - 13h55, 16h30, 19h05, 21h40
Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroFórum Barreiro, Campo das Cordoarias. T. 760789789Força Ralph M6. Sala 1 - 15h20, 18h20, 21h20 (V.Port./3D); Encomenda Armadilhada M12. Sala 2 - 15h40, 18h40, 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 15h30, 18h10, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 15h50, 18h30, 21h30
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 37
Cascais
Castello Lopes - Cascais VillaAvenida Marginal. T. 760789789Argo M12. Sala 1 - 15h40, 18h40, 21h40; Para Roma com Amor M12. Sala 2 - 15h20, 18h10, 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 15h30, 18h15, 21h15; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 15h50, 18h30, 21h30; Força Ralph M6. Sala 5 - 16h (V.Port./2D), 18h20, 21h20 (V.Port./3D) ZON Lusomundo CascaiShoppingEN 9, Alcabideche. T. 16996Argo M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h15; Realizar o Impossível M12. 12h35, 15h10, 17h45, 21h, 23h35; 007 Skyfall M12. 13h15, 16h20, 20h55, 00h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h10, 24h; Actividade Paranormal 4 M16. 21h40, 23h45; Força Ralph M6. 13h30, 16h10, 18h50 (V.Port./3D); Sinister - Entidade do Mal M16. 13h05, 15h30, 18h10, 21h05, 23h30
Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197007 Skyfall M12. Sala 1 - 15h15, 18h15, 21h20; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 15h45, 18h, 21h30; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 15h45, 18h30, 21h20; Força Ralph M6. Sala 4 - 15h50, 18h20, 21h15 (V.Port.); Arbitrage - A Fraude M12. Sala 5 - 15h55, 18h25, 21h30
Carcavelos Atlântida-CineCentro Comercial Carcavelos. T. 214565653O Substituto M12. Sala 1 - 15h30, 21h30;Argo M12. Sala 2 - 15h45, 21h45
Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Cinemax - 15h50, 18h10, 21h20, 23h50; O Substituto M12. Sala 1 - 15h55, 17h50, 19h45, 21h40, 23h55; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 21h30, 00h20; Força Ralph M6. Sala 2 - 15h30, 17h55 (V.Port.); Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 3 - 00h05; Arbitrage- A Fraude M12. Sala 3 - 21h35; 007 SkyfallM12. Sala 3 - 16h, 18h55; Taken - A VingançaM16. Sala 4 - 00h15; As Palavras M12. Sala 4 - 18h40, 21h50; Força Ralph M6. Sala 4 - 16h10 (V.Port./3D); Argo M12. Sala 5 - 16h05, 18h30, 21h45, 00h10; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 6 - 17h45; A AdvogadaM12. Sala 6 - 15h40, 19h50, 21h55, 24h;Para Roma com Amor M12. Sala 7 - 15h45,18h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de SuaMajestade M6. Sala 7 - 00h25 (V.Orig./3D);Manteiga M12. Sala 7 - 20h10; Força Ralph M6. Sala 7 - 22h (V.Port./3D) Castello Lopes - Fórum SintraC. C. Forum Sintra, Loja 2.21. T. 760789789Taken - A Vingança M16. Sala 1 - 21h10; Força Ralph M6. Sala 1 - 16h, 18h40 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 2 - 15h30, 18h20, 21h20; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 3 - 15h20, 18h10, 21h; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 15h50, 18h30, 21h30; Realizar o Impossível M12. Sala 5 - 16h20, 18h50, 21h40; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 6 - 16h15, 19h, 21h45; Argo M12. Sala 7 - 15h40, 18h40, 21h50
Leiria
Castello Lopes - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. T. 760789789A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 12h50, 15h40, 18h20, 21h20; Força Ralph M6. Sala 2 - 13h30, 16h10, 19h, 21h10 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 3 - 13h, 15h50, 18h50; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 3 - 21h50; Taken - A Vingança M16. Sala 4 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h10, 15h20, 18h10 (V.Port.); Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 5 - 13h15, 15h10, 18h15, 21h30; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 12h40, 15h30, 18h30, 21h115; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 13h20, 16h, 18h40, 21h40 CinemaCity LeiriaR. Dr. Virgílio Vieira da Cunha. T. 244845071Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 - 18h45; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 12h50, 15h40, 18h20, 21h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 16h20, 21h55; Força Ralph M6. Sala 2 - 13h30, 16h10, 19h, 21h10; Força Ralph M6. Sala 2 - 16h15, 21h30 (V.Port./3D); Taken - A Vingança M16. Sala 3 - 19h55; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 13h, 15h50, 18h50; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 3 - 21h50; A Advogada M12. Sala 3 - 15h45, 17h50, 21h55; Taken - A Vingança M16. Sala 4 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h10, 15h20, 18h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 15h50, 18h10, 21h20; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 5 - 13h15, 15h10, 18h15, 21h30; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 5 - 16h10, 18h35, 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 12h40, 15h30, 18h30, 21h15; Argo M12. Sala 6 - 16h05, 18h50, 21h35; 007 Skyfall M12. Sala 7 - 15h40, 19h, 21h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 13h20, 16h, 18h40, 21h40
Loures Castello Lopes - Loures ShoppingQuinta do Infantado. T. 760789789Força Ralph M6. Sala 1 - 13h15, 15h50, 18h30, 21h10 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 2 - 13h10, 16h10, 19h; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 21h50; Argo M12. Sala 3 - 13h30, 16h20, 18h50, 21h30; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 15h, 18h, 21h15; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 5 - 13h, 15h40, 18h20, 21h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 6 - 13h20, 16h, 18h40, 21h40; Taken - A Vingança M16. Sala 7 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 7 - 13h05, 15h30, 18h10
Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h40, 18h20, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h55, 18h30, 21h20; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 15h30, 18h, 20h50; Actividade Paranormal 4 M16. 21h30; Força Ralph M6. 15h50, 18h25 (V.Port.); 007 Skyfall M12. 16h30, 20h40; Argo M12. 15h35, 18h10, 21h
Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996007 Skyfall M12. 15h, 18h, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h30,
18h20, 21h; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 17h, 20h; Força Ralph M6. 15h50,18h30, 21h15 (V.Port.); Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 16h, 18h10; Actividade Paranormal 4 M16. 21h30
Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Arbitrage - A Fraude M12. 18h40, 21h50, 00h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h15, 16h (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h15, 24h; 007 Skyfall M12. 14h, 17h15, 21h, 00h10; Força Ralph M6. 12h50, 15h30, 18h15 (V.Port./3D), 21h10, 23h50 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h10, 15h50, 18h35, 21h30, 00h15; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 13h05, 15h45, 18h25, 21h20, 00h05; Argo M12. 13h, 15h55, 18h30, 21h40, 00h25
Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMAA Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h30, 18h30, 21h30; Argo M12. 15h20, 18h20, 21h; 007 Skyfall M12. 15h, 18h, 21h; Força Ralph M6. 15h10, 18h10, 21h10
Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220Argo M12. Sala 1 - 21h20; Força Ralph M6. Sala 1 - 12h50, 15h40 (V.Port.), 18h40 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 2 - 12h40, 15h30, 18h20, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h30
Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 16h, 18h45, 21h30; 007 Skyfall M12. 15h, 18h05, 21h15; Argo M12. 16h25, 19h, 21h45; Linhas de Wellington M12. 21h10; Força Ralph M6. 16h15, 18h40 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h30, 18h15, 21h
Torre da Marinha
Castello Lopes - Rio Sul ShoppingQta. Nova do Rio Judeu. T. 760789789A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 15h40, 18h20, 21h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 16h, 18h40, 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 15h20, 18h10, 21h10; Força Ralph M6. Sala 4 - 15h30, 18h30, 21h30 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 5 - 15h50, 18h50; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 5 - 21h50; Argo M12. Sala 6 - 15h10, 18h, 21h; Taken - A Vingança M16. Sala 7 - 21h25; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 7 - 16h10, 19h
Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Post Mortem M12. Sala 1 - 18h50; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 1 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 16h10 (V.Port.); Taken - A Vingança M16. Sala 2 - 21h40; Força Ralph M6. Sala 2 - 16h, 19h (V.Port.); Argo M12. Sala 3 - 15h40, 18h40, 21h20; Encomenda Armadilhada M12. Sala 4 - 16h20, 19h10, 21h50; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 15h30, 18h20, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 6 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h30
Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. António Manuel Gamito, 11. T. 265522446Linhas de Wellington M12. Sala 1 - 21h30 Castello Lopes - SetúbalC. Comercial Jumbo, Loja 50. T. 707220220Arbitrage - A Fraude M12. Sala 1 - 21h40; Força Ralph M6. Sala 1 - 16h, 18h40 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 15h50, 18h30, 21h30; Terapia a Dois M12. Sala 3 - 15h30, 18h20, 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 15h40, 18h20, 21h20
Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Força Ralph M6. Sala 1 - 13h10, 16h35, 19h, 21h20 (V.Port.); Argo M12. Sala 2 - 13h15, 15h50, 18h25, 21h; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 13h,
15h40, 18h20, 21h; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 16h10; Realizar o Impossível M12. Sala 4 - 13h40, 19h10, 21h40; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 5 - 13h30, 16h10, 18h50, 21h30; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 6 - 13h30, 15h35, 17h40, 19h45, 21h50; 007 Skyfall M12. Sala 7 - 15h, 18h, 21h; Encomenda Armadilhada M12. Sala 8 - 13h20, 15h25, 17h30, 19h35; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 8 - 21h40; Braveheart - O Desafio do Guerreiro Sala 9 - 13h25 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 9 - 15h40, 18h40, 21h40
Albufeira Castello Lopes - Algarve ShoppingEN 125 - Vale Verde. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 12h40, 15h25, 18h15, 21h05; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 13h, 15h40, 18h20, 21h20; Taken - A Vingança M16. Sala 3 - 12h50, 15h30, 18h05, 21h10; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 4 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 12h45, 15h20, 18h (V.Port.); As Palavras M12. Sala 5 - 13h15, 15h35, 18h10, 21h35; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 6 - 21h15; Força Ralph M6. Sala 6 - 13h10, 15h55, 18h35 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 7 - 12h55, 15h45, 18h35, 21h25; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 8 - 13h20, 16h, 18h40, 21h40; Argo M12. Sala 9 - 13h05, 15h50, 18h30, 21h30
Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 15h15, 18h15, 21h15; Mentes Poderosas M12. Sala 3 - 15h20, 18h20, 21h20
Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 15h30, 18h, 21h30; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 21h45; Força Ralph M6. Sala 2 - 14h, 15h45, 18h15 (V.Port.) Castello Lopes - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1 - Centro Comercial Continente. T. 760789789Frankenweenie M12. Sala 1 - 13h, 15h30, 18h20, 21h50; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 12h50, 15h40, 18h30, 21h20; Uma Casa Para o Natal M12. Sala 3 - 13h40; Taken - A Vingança M16. Sala 3 - 16h20, 19h, 22h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 21h10; Força Ralph M6. Sala 4 - 13h20, 15h55, 18h25 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 5 - 13h10, 15h50, 18h40, 21h30; Argo M12. Sala 6 - 13h30, 16h10, 18h50, 21h40
Tavira Zon Lusomundo TaviraC.C. Gran-Plaza, R. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h40, 18h20, 21h30; 007 Skyfall M12. 15h, 18h, 21h; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 21h40; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 15h50, 18h30; Força Ralph M6. 13h, 15h30 (V.Port./3D), 18h10, 21h20 (V.Port.); Arbitrage - A Fraude M12. 15h40, 18h10, 21h10
AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
Argo mmmmm mmmmm mmmmm
Bellamy mmmmm mmmmm mmmmm
César Deve Morrer mmmmm mmmmm –O Cônsul de Bordéus mmmmm – –Deste Lado da Ressurreição mmmmm mmmmm mmmmm
Dos Homens sem Lei mmmmm mmmmm mmmmm
Frankenweenie mmmmm mmmmm –Realizar o Impossível mmmmm – –O Substituto mmmmm – –007 Skyfall mmmmm mmmmm mmmmm
É um dos mais representativos instrumentistas portugueses. E também uma referência absoluta da composição erudita contemporânea e do jazz. Hoje, às 21h30, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, o pianista visita Twins’ Peak, Dinky Toys e outras histórias dos dois tomos de Solo. A entrada é livre, sujeita à lotação da sala.
António Pinho Vargas na Gulbenkian
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SAIR
TEATROLisboaGaleria Zé dos BoisRua da Barroca, 59. T. 213430205 A Room Full of Dirt Enc. Carlota Lagido, Miguel Bonneville. De 21/11 a 25/11. 4ª a Dom às 21h30 (Festival Temps dImages 2012). Teatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Pelo Prazer de a Voltar a Ver Enc. Marta Dias. De 14/11 a 23/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (na Sala Vermelha). M/12. Teatro da ComunaPraça de Espanha. T. 217221770 Agonia Irreversível Com João Tempera, Carlos Paulo, Hugo Franco. De 1/11 a 16/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. Teatro da Cornucópia - Bairro AltoRua Tenente Raúl Cascais, 1A. T. 213961515 Os Desastres do Amor Enc. Luis Miguel Cintra. Até 25/11. 3ª a Sáb às 21h. Dom às 16hTeatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 A Farsa da Rua W Artistas Unidos. Até 14/1. 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h.Teatro do BairroRua Luz Soriano, 63. T. 213473358 A Bela Adormecida e Outras Histórias Enc. António Pires. De 15/11 a 30/12. 4ª a Sáb às 21h. Dom às 17h. M/12. Duração: 100m. Teatro Nacional D. Maria IIPraça D. Pedro IV. T. 800213250 O Filho Eterno Com Charles Fricks. De 21/11 a 22/11. 4ª e 5ª às 21h (na Sala Garrett, Mostra de Teatro do Brasil). Teatro TabordaRua da Costa do Castelo, 75. T. 218854190 Mediatron Teatro da Garagem. Enc. Carlos J. Pessoa. De 15/11 a 2/12. 4ª a Dom às 21h30. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Os Reis da Comédia Enc. Adriano Luz. Dia 21/11 às 21h30 (Ensaio). De 22/11 a 17/2. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 As Lágrimas Amargas de Petra von Kant
Turner, Friedrich, Monet, De Chirico, Amadeo de Souza-Cardoso, Vieira da Silva, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro, João Vaz, entre outros. De 25/10 a 27/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Um Chá para Alice De Lisbeth Zwerger, Dusan Kallay, Anthony Browne, Chiara Carrer, Anne Herbauts, Nicole Claveloux, Teresa Lima, entre outros. De 31/10 a 10/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Desenho, Ilustração, Pintura. Um vaso grego no Museu Calouste Gulbenkian De Maria Helena Rocha-Pereira. De 29/3 a 30/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Galeria das SalgadeirasRua das Salgadeiras, 24. T. 213460881 Vénus De Cláudio Garrudo. De 17/11 a 5/1. 4ª, 5ª e 6ª das 17h às 21h. Sáb das 16h às 21h. Galeria de Pintura do Rei D. Luís IPalácio Nacional da Ajuda. T. 213633917 Viacrucis - A Paixão de Cristo De Fernando Botero. De 14/11 a 27/1. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e Dom das 11h às 18h (última admissão às 17h15). Sáb das 11h às 20h (última admissão às 19h15). Pintura. Galeria Zé dos BoisRua da Barroca, 59. T. 213430205 Tem calma o teu país está a desaparecer De Gabriel Abrantes, Tiago Baptista, Mattia Denisse, Alexandre Estrela, João Maria Gusmão + Pedro Paiva, Eduardo Guerra + Miguel Ferrão, Filipe Felizardo, Carlos Gaspar, Gonçalo Pena, Sílvia Prudêncio, Alexandre Rendeiro, Rigo 23. De 19/10 a 26/1. 4ª, 5ª e 6ª das 18h às 23h. Sáb das 15h às 23h. Fotografia, Outros. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 O Modernismo Feliz - Art Déco em Portugal De Abel Manta, Adelaide de Lima Cruz, Amadeo de Souza-Cardoso, Armando Bastos, Lino António, Joseph Bernard, Mário Eloy, Sarah Afonso, Stuart Carvalhais, entre outros. Até 25/11. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William
Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Pintura, Outros. Hélio Oiticica - O Museu é o Mundo De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Fotografia, Documental. O Museu em Montagem De Rodrigo Bettencourt da Câmara. De 31/10 a 24/2. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Museu Rafael Bordalo PinheiroCampo Grande, 382. T. 218170667 A Viagem. Caricaturas de António para a estação Aeroporto do Metropolitano De 26/7 a 29/12. 3ª a Sáb das 10h às 18h.Pente 10 - Fotografia ContemporâneaTrav. da Fábrica dos Pentes, 10. T. 213869569 Blue Mud Swamp De Filipe Casaca. De 2/10 a 22/12. 3ª a Sáb das 15h às 19h. Fotografia.
MÚSICALisboaFundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Coro e Orquestra Gulbenkian Maestro Joana Carneiro. De 21/11 a 22/11. 4ª às 19h. 5ª às 21h (no Grande Auditório). MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 ExperimentBox Hoje às 01h. Offbeatz Hoje às 23h (com Adryanna Gold). Ritz Clube Rua da Glória, 57. T. 937900346 :Papercutz Hoje às 22h.Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 Canções Urbanas: Gisela João + Hélder Moutinho + JP Simões Hoje às 21h.
DANÇALisboaPraça Luís de CamõesDanças Tradicionais Europeias na Rua Hoje às 19h.
FARMÁCIASLisboaServiço PermanenteAliança (Chile) - Av. Almirante Reis, 145 B - C - Tel. 213570487 Almeida Vaz (Chelas - Zona nº. 2) - R. Luís C Silva, Lt 248-Lj 92 - Tel. 218595673 Central do Lumiar (Lumiar) - Al. das Linhas de Torres, 254 - B - Tel. 217588063 Costa Ferreira (Bairro América) - Rua Fernão de Magalhães, 33 - Tel. 218149448 Líbia (Alvalade) - Avenida da Igreja, 4 B - C - Tel. 218491681 Lisboa (Benfica - Igreja - Cemitério) - R. Claúdio Nunes, 73 - A - Tel. 217163393 Lobel (Campo de Ourique) - R. Infantaria 16, 98 - B - Campo Pequeno - Tel. 213888807 Marques (Benfica - Igreja) - Estrada de Benfica, 648 - Tel. 217600096 Santa Luzia (Sé) - R. da Saudade, 2 - B - Tel. 218869831 Teles (Alto de Santo Amaro) - R. João de Barros, 2 Fte - Tel. 213638176 Nova - R. de Campolide, 297-C - Tel. 213887475 Até às 22hAzevedo Irmão e Veiga (Bairro Alto) - Rua da Misericórdia, 24 - Tel. 213423540
Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Santos (Rossio ao Sul do Tejo) Alandroal - Alandroalense Albufeira -
Piedade Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Ramalho Alcobaça - Belo Marques , Alves (Benedita) Alcochete - Nunes Alcoutim - Caimoto Alenquer - Varela Aljezur - Furtado , Odeceixense (Odeceixe) Aljustrel - Dias Almada - Vale de Figueira , Castro Rodrigues, Louro (Cova da Piedade), Palmeirim (Sobreda da Caparica) Almeirim - Correia de Oliveira Almodôvar - Aurea Alpiarça - Aguiar Alter do Chão - Alter Alvaiázere - Ferreira da Gama Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Borel , Carmele, Alto da Brandoa (Brandoa) Amareleja - Duarte Arraiolos - Vieira Arronches - Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia , Reforço - Gonçalves Carrasco (Arranhó) Avis - Nova de Aviz Azambuja - Central , Reforço - Miranda Barrancos - Barraquense Barreiro - Roldão , Mascarenhas Neto, Marques Cavaco (Stº Antº da Charneca) Batalha - Moreira Padrão Beja - Central Belmonte - Costa Benavente - Central (Samora Correia) Bombarral - Hipodermia Borba - Central Cadaval - Misericórdia Caldas da Rainha - Caldense Câmara de Lobos - Moderna Campo Maior - Central Cartaxo - Correia dos Santos Cascais - Godinho Silveira ,
Marginal, Macau (Parede) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo de Vide - Freixedas Castro Marim - Moderna Castro Verde - Alentejana Chamusca - Santa Catarina (Carregueira) Constância - Baptista Coruche - Higiene Covilhã - Mendes , Moderna Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Moutta Entroncamento - António Lucas Estremoz - Carapeta e Irmão Évora - Horta das Figueiras Faro - Pereira Gago Ferreira do Alentejo - Singa Ferreira do Zêzere - Soeiro Figueiró dos Vinhos - Serra Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Diamantino Gavião - Pimentel Golegã - Moderna (Azinhaga) , Oliveira Freire Grândola - Costa Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova) Lagoa - Sousa Pires Lagos - A Lacobrigense Leiria - Higiene , Caixa Prev. da E.C.L. (Maceira) Loulé - Nobre Passos (Almancil) , Pinheiro, Maria Paula (Quarteira) Loures - Saraiva , Batalha (Camarate), Paula de Campos (Portela), Ribeiro Soares (Urb. Quinta do Castelo), Até às 23h - Do Prior Velho, Até às 22h - Alto da Eira, Santo António dos Cavaleiros, Tojal Lourinhã - Quintans (Foz do Sousa) Mação - Saldanha Mafra - Popular (Encarnação) , Rolim (S. Cosme) Marinha Grande - Central
Marvão - Roque Pinto Mértola - Maktub , Nova de Mértola Moita - Cardoso (Baixa da Banheira) , Silva Rocha Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Misericórdia Montijo - Moderna Mora - Canelas Pais (Cabeção) Moura - Ferreira da Costa Mourão - Mourão Nazaré - Sousa Nisa - Seabra Óbidos - Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Do Altinho , Do Casal Novo, Flora, Reforço - Cipriano, Até às 22h - Santa Rita Oeiras - Central , Santarita, Véritas, Silva Branco (Dafundo), Mourão Vaz, Sacoor, Reforço - Varela Baião, Até às 22h - De Lavadeiras, Nova de Queijas Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros) Olhão - Brito Ourém - Beato Nuno , Iriense, Moderna Ourique - Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Higiénica Pombal - Albergariense (Albergaria dos Doze) , Paiva Ponte de Sor - Varela Dias Portalegre - Elvas Portel - Misericordia Portimão - Moderna Porto de Mós - Central (MIRA DE AIRE) , Lopes Unipessoal Proença-a-Nova - Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier de Cunha Reguengos de Monsaraz - Paulitos Rio Maior - Ferraria Paulino
Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Flama Vitae , Santos Real Santiago do Cacém - Jerónimo , Mendes (Santo André) São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Dos Foros de Amora , Novais, Sousa Marques Serpa - Central Sertã - Patricio Sesimbra - Cotovia , Nurei, Quinta do Conde, Lopes Setúbal - Santiago , Cunha Pinheiro Silves - Cruz de Portugal , Sequeira Correia, Sousa Coelho Sines - Atlântico , Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Pinto Leal , Araújo e Sá (Cacém de Cima), André (Queluz), Dumas Brousse (Rinchoa), Marrazes, Até às 22h - Idanha (Idanha) Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dorbio (Cano) Tavira - Maria Aboim Tomar - Nova Torres Novas - Pereira Martins (Pedrogão) Torres Vedras - Quintela Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Luís A. da Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila do Bispo - Sagres (Sagres) , Vila do Bispo Vila Franca de Xira - Botto e Sousa , Mercado (Alverca), Higiénica (Póvoa de Santa Iria), Roldão, Reforço - Azevedo, Até às 21h - Sequeira (Sobralinho) Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia) Vila Real de Santo António - Carmo Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Monte
SAIRForever Mesmo Teatro. Enc. Manuela Passarinho. Até 28/11. 2ª, 3ª e 4ª às 21h30. Teatro-Estúdio Mário ViegasLargo do Picadeiro. T. 213257641 Eu sei que tu sabes que eu sei Com João Blümel. Até 19/12. 4ª às 22h.
AlmadaTeatro Municipal de AlmadaAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Tuning Comp. de Teatro de Almada. Enc. Joaquim Benite. De 17/11 a 2/12. 5ª a Sáb às 21h30. 4ª e Dom às 16h (na Sala de Ensaios).
AmadoraEspaço Cultural Recreios da AmadoraAvenida Santos Mattos, 2. T. 214369055 A 20 de Novembro Grupo: Teatro dos Aloés. Enc. Jorge Silva. De 21/11 a 25/11. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/16.
EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 Histórias que cabem na palma da mão De Rosana Ricalde. De 24/10 a 30/11. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Desenho, Escultura, Instalação. Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Say what you have to say, put it on the table and walk away... and see what it does De Lúcia Prancha, Sara Nunes Fernandes, Sérgio Carronha. De 21/11 a 30/1. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Inaugura às 22h.Superficial Exercises De José Carlos Martinat. De 21/11 a 12/1. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação. Inaugura 21/11 às 22h. BES Arte & FinançaPraça Marquês de Pombal, 3-B. T. 213508975 Usura De Paulo Nozolino. De 20/9 a 4/1. 2ª a 6ª das 09h às 19h. Fotografia.
Bloco103 Contemporary ArtR. Rodrigues da Fonseca, 103 - B. T. 213823131 Pedro Chorão De 15/11 a 29/12. 3ª a 6ª das 13h às 19h30. Sáb das 15h às 19h. Pintura. Carlos Carvalho - Arte ContemporâneaR.Joly Braga Santos, Lote F - r/c. T. 217261831 Mais Marginálias e “Book of Ours” De Ana Luísa Ribeiro. De 21/11 a 31/12. 2ª a 6ª das 10h às 19h30. Sáb das 12h às 19h30. Edição, Outros. Inaugura 21/11 às 21h30. Reisen (Viagens) De Frau Baader. De 21/11 a 31/12. 2ª a 6ª das 10h às 19h30. Sáb das 12h às 19h30. Pintura. Inaugura 21/11 ás 21h30. Caroline Pagès GalleryRua Tenente Ferreira Durão, 12 - 1º Dto. T. 213873376 Desculpa, grilo, roubei a tua casinha De Armanda Duarte. De 29/9 a 24/11. 2ª a Sáb das 15h às 20h. Instalação, Outros. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 707303000 Júlio Pomar: Estudos para O Romance de Camilo de Aquilino Ribeiro De 22/10 a 19/1. Todos os dias das 14h30 às 18h30. Centro de Arte Moderna - José de Azeredo PerdigãoR. Dr. Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Carlos Nogueira: O lugar das coisas De Carlos Nogueira. De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Gerard Byrne: Imagens ou Sombras De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Instalação, Vídeo. Temps d’Images. CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Flagrante Deleite - Rosemarie Trockel Até 6/1. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h (última admissão às 18h30). Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h (última admissão às 19h30).Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 100 Obras, 10 Anos: Uma Selecção da Colecção da Fundação PLMJ De Ângela Ferreira, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, João Louro, José Pedro Croft, Julião Sarmento, Miguel Palma, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Rui Chafes. Até 27/1. 4ª a Dom das 10h às 18h. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 As Idades do Mar De Francesco Guardi,
O Filho Eterno noTeatro D. Maria II
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 39
RTP106.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Vidas em Jogo 15.16 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 19.07 O Preço Certo 19.54 Direito de Antena 20.00 Telejornal 21.00 De Caras - Vítor Gonçalves entrevista Joana Carneiro 21.30 Decisão Final 22.38 A Guerra 23.52 5 Para a Meia-Noite 01.02 Filme: Assalto ao Santa Maria 02.57 Ribeirão do Tempo
RTP207.00 Zig Zag 10.00 Assembleia da República: Reunião Plenária - Debate com Primeiro Ministro 12.00 Zig Zag 14.00 Sociedade Civil 15.31 Diário Câmara Clara 15.40 Olhar o Mundo 16.11 National Geographic: Em Busca do Felídio das Sombras 17.01 Zig Zag 18.00 A Fé dos Homens 18.34 Duas Miúdas nas Lonas - Último 18.55 Universidade Aberta 19.25 Com Ciência 19.54 Zig Zag 21.09 National Geographic: Caçadores do Mar: Peixes Velozes 22.00 Hoje 22.37 Diário Câmara Clara 22.50 Super Diva - Ópera para Todos 23.22 Janela Indiscreta com Mário Augusto 23.54 ESEC-TV 00.24 Universidade Aberta 00.54 Com Ciência 01.27 Bairro Alto 02.14 Euronews
SIC06.00 Jornal de Síntese 07.00 Edição da Manhã 08.05 Tween Box: As Surfistas do Outro Mundo 09.05 Cartas da Maya - O Dilema 10.15 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.25 Toca a Mexer - Diário 14.50 Podia Acabar o Mundo 15.55 Boa Tarde 18.30 Fina Estampa 20.00 Jornal da Noite 21.40 Dancin´ Days 22.35 Sorteio do Totoloto 22.40 Gabriela 23.30 Avenida Brasil 00.20 Toca a Mexer - Diário 00.45 C.S.I. Nova Iorque - 3.ª série 01.35 European Poker Tour 02.25 De Corpo e Alma
TVI 06.30 Diário da Manhã 10.12 Você na TV! - Directo 13.00 Jornal da Uma 14.45 Tempo de Viver 16.00 A Tarde é Sua 18.15 Casa dos Segredos 3 - Diário da Tarde 18.30 Doida Por Ti 20.00 Jornal das 8 21.40 Casa dos Segredos 3 - Diário 22.40 Louco Amor 23.55 Doce Tentação 00.20 Futebol: Liga dos Campeões - Resumos 01.00 Casa dos Segredos 3 - Extra 02.00 Guest List 02.33 Lei e Ordem 03.15 Mistura Fina 05.00 Tv Shop
TVC1 11.30 Românticos Anónimos 12.45 Saga Twilight: Amanhecer - Parte 1 14.40 Greta 16.10 Românticos Anónimos 17.25 Vida em Tempo de Guerra 19.00 Pequenas Mentiras Entre Amigos 21.30 A Minha Semana Com Marilyn 23.10 Uma Vida Melhor 0.45 Saga Twilight: Amanhecer - Parte 1 2.40 Vida em Tempo de Guerra
FOX MOVIES12.15 Infiltrado 14.20 Ensaio Sobre a Cegueira 16.18 Frost/Nixon 18.17 A Mulher da Casa 20.00 Missão Impossível II 22.00 Capitão Corelli 0.05 O Amor Não Tira Férias 2.17 The Brown Bunny
HOLLYWOOD11.40 O Último dos Moicanos 13.35 O Pai da Noiva 15.20 Films & Stars 15.45 A Firma 18.15 Um Perfeito Estranho 20.00 Super Nacho - O Herói do Wrestling 21.30 Em Queda Livre 23.20 Jackie Brown 1.55 Jackass: o Filme
AXN14.39 Investigação Criminal 19.40 C.S.I. Nova Iorque 20.36 C.S.I. 21.30 Missing 22.26 Investigação Criminal 23.20 Investigação Criminal 0.15 Investigação Criminal 1.10 Investigação Criminal
AXN BLACK14.47 Filme: Wild Wild West 16.32 Sobrenatural 17.17 Mentes Criminosas: Conduta Suspeita 18.01 Inadaptados 18.53 Tempos Primitivos 19.44 Encontro com o Crime 20.39 A Mesquita da Pradaria 21.05 Ninguém é Perfeito 21.35 Boardwalk Empire 22.32 Filme: O Caminho para Casa 0.04 Boardwalk Empire 1.01 Inadaptados
AXN WHITE17.05 Regras do Jogo 17.31 Medium 18.20 A Vida Secreta de uma Teenager Americana 19.08 Regras do Jogo 20.04 Cougar Town 21.00 Hawthorne 1.05 Lotação Esgotada
FOX 14.37 Os Simpson 15.00 Apanha-me se puderes 15.48 Ossos 16.35 Agente Dupla 17.24 Casos Arquivados 18.13 Apanha-me se puderes 19.04 Family Guy 19.52 American Dad 20.16 Os Simpson 21.05 Foi Assim Que
Aconteceu 21.30 Casos Arquivados 22.22 The Walking Dead 23.15 Os Reis da Fuga 0.10 Terra Nova 1.03 The Walking Dead 1.55 Os Reis da Fuga
FOX LIFE 14.15 As Leis de Kate 15.00 Body of Proof 15.45 Donas de Casa Desesperadas 16.30 Hope & Faith 16.52 Raising Hope 17.14 Uma Família Muito Moderna 17.36 Glee 18.21 As Leis de Kate 19.04 Clínica privada 19.48 The Voice 20.38 Medium 21.25 Nurse Jackie 21.55 Nurse Jackie 22.24 Uma Família Muito Moderna 22.47 Raising Hope 23.10 The Voice 0.01 As Leis de Kate 0.48 Medium 1.35 Rizzoli & Isles 2.22 Donas de Casa Desesperadas
DISNEY15.35 Casper – O Fantasminha 16.05 Rekkit Rabbit 16.30 Recreio 17.00 Phineas e Ferb 18.00 Shake It Up 19.00 A.N.T. Farm - Escola de Talentos 19.30 Boa Sorte, Charlie! 20.00 Austin & Ally 20.30 Jessie 21.00 Hannah Montana 21.25 Os Feiticeiros de Waverly Place
DISCOVERY18.20 Pesca Radical: Homem ao Mar 19.10 O Segredo das Coisas 19.35 O Segredo das Coisas 20.05 Trabalho Sujo: Produtor de Xarope de Ácer 21.00 One Car too Far: Floresta Tropical 22.00 Volta ao Mundo em 80 Maneiras 22.55 Reis do Turbo: Ep.5 23.45 Veículos Radicais 0.35 Top Gear
HISTÓRIA 16.00 Os Cadernos Secretos de Nuremberga 17.00 Rem Koolhaas e a Arquitectura Moderna: Ep.1 e 2 19.00 O Legado de Pitágoras: Ep.2 20.00 Grandes descobertas: Armas Letais da Antiguidade 21.00 Maravilhas Modernas: A Noite 22.00 Top Shot: A Grande Final 23.00 Edifícios Inspiradores na Grã-Bretanha: Castelos e Mosteiros
ODISSEIA17.00 Galãs do Reino Animal: Elas 18.00 Nómadas Ouro dos Himalaias 19.00 Sport Science II Ep.8 20.00 As Águas Obscuras do Crime III Ep.2 21.00 Museu da Vida Todas as Criaturas, Grandes e Pequenas 22.00 Guia para Negócios Sustentáveis Índia 22.30 Guia para Negócios Sustentáveis Japão 23.00 Rotas Míticas IV A Rota de Livingstone
FICAR
CINEMAA Minha Semana com Marilyn [My Week with Marilyn]TVC1HD, 21h30Durante o Verão de 1956, Sir
Laurence Olivier (Kenneth
Branagh) começou, em Londres,
a rodagem do fi lme O Príncipe e
a Corista, com Marilyn Monroe
(Michelle Williams). O jovem Colin
Clark (Eddie Redmayne), na altura
assistente de produção do fi lme,
acaba por passar uma semana
na companhia da actriz. Assim,
enquanto ele lhe mostra todos os
recantos da cidade e o estilo de
vida britânico, ela mostra-se na
sua intimidade. De Simon Curtis.
O Caminho para Casa [Wo De Fu Qin Mu Qin]AXN BLACK, 22h32Luo Yusheng regressa à sua terra
natal, no Norte da China, para
o funeral do pai, um professor.
A intransigência da mãe em
que sejam respeitadas antigas
tradições fúnebres, leva Luo a
recordar histórias sobre o amor
dos pais, que, apesar dos fortes
obstáculos à sua união e de uma
separação de dois anos, acabaram
por se casar e manter uma sólida
relação durante décadas. Luo
organiza então um funeral, que
servirá para unir os habitantes da
aldeia. Entre os vários galardões
recebidos pelo realizador Yimou
Zhang, destaque para o Urso de
Prata em Berlim.
Assalto ao Santa Maria[Assalto ao Santa Maria]RTP1, 01h02Zé é um português emigrado
na Venezuela a atravessar um
momento difícil. Quando conhece
o capitão Henrique Galvão, um
idealista de vontade férrea que
se opõe ao regime de Salazar,
fi ca fascinado com as suas ideias
de liberdade. E é assim que
se envolve na maior acção de
protesto contra o regime: o assalto
e ocupação do paquete Santa
Maria. Mas, ao mesmo tempo
que tentam passar uma ideia de
liberdade, têm de gerir as tensões
internas. E Zé tem ainda outro
desafi o pela frente: naqueles
11 dias de total idealismo, ele
vai viver um grande amor com
Ilda, uma passageira portuguesa
que, tal como ele, tem muito a
perder... De Francisco Manso, a
partir de factos verídicos.
DESPORTOLiga dos CampeõesSPTV1, 19h45Em directo, FC Porto x Dínamo
de Zagreb em jogo da quinta e
penúltima jornada da fase de
grupos da Liga dos Campeões.
“Dragões” seguem na liderança
do grupo A, mas com apenas
mais um ponto que o Paris Saint-
Germain. Já o Dínamo tem as suas
hipóteses de apuramento goradas:
em quatro jogos, quatro derrotas.
O outro jogo do grupo A, Dínamo
de Kiev x PSG, pode ser seguido à
mesma hora no SPTV4.
ENTREVISTA
De CarasRTP1, 21h00Directo. Vítor Gonçalves
entrevista a maestrina Joana
Carneiro. Como se chega ao lugar
da frente de uma orquestra?
E como pode ser a música
inspiradora em tempos de crise?
DOCUMENTÁRIOS
Museu da Vida: Todas as Criaturas, Grandes e PequenasOdisseia, 21h00Uma viagem pelo acervo do
Museu de História Natural de
Londres. Neste episódio, trata-se
de analisar comparativamente
informações também para
a reconstrução mais precisa
de espécies extintas. Um
documentário com o selo da BBC.
O Segredo das CoisasDiscovery, 19h10Como são feitos inúmeros
objectos que invadem o nosso
quotidiano: acessórios de
cozinha, cilindros hidráulicos,
jarros de barro, gourmet de aves
ou os motores que correm no
NASCAR.
ENTRETENIMENTO
5 para a Meia-NoiteRTP1, 23h52Directo. A dias de levar o seu
Desfado a Portimão, Faro e Torres
Vedras, Ana Moura é convidada
de Nuno Markl para mostrar por
que conquistou os Rolling Stones.
O leque de convidados completa-
se com Ana Zanatti.
FOX Life, 18.21/0.01 As Leis de Kate
Os mais vistos da TVSegunda-feira, 19
FONTE: CAEM
TVISICSICSICSIC
16,516,015,314,513,7
Aud.% Share
31,330,435,629,826,6
RTP1
2:
SICTVI
Cabo
14,9%%
2,7
23,6
24,9
23,5
Secret Story 3 - DiárioDancin' DaysGabrielaJornal da NoiteMomentos de Mudança
FOX18.2As L
40 | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
JOGOSCRUZADAS 8262
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
A M A N H Ã
Açores
Madeira
Lua
NascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
PontaDelgada
Funchal
Sol
18º
Viana do Castelo
Braga8º 16º
Porto10º 15º
Vila Real7º 11º
8º 15º
Bragança6º 11º
Guarda5º 8º
Penhas Douradas3º 6º
Viseu7º 10º
Aveiro11º 15º
Coimbra10º 14º
Leiria9º 15º
Santarém11º 15º
Portalegre9º 12º
Lisboa12º 15º
Setúbal11º 16º Évora
9º 14º
Beja9º 15º
Castelo Branco8º 12º
Sines12º 15º
Sagres13º 16º
Faro12º 17º
Corvo
Graciosa
FaialPico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
13º 17º
13º
Flores
Terceira13º 18º
15º 20º
17º 20º
14º 18º
18º
19º
07h26
Cheia
17h19
14h4528 Nov.
1-1.5m
5m
18º
4m
21º1-1,5m
20º3-4m
07h49 3,021h43 2,6
02h13 1,415h12 1,3
08h29 2,921h16 2,7
02h19 1,715h18 1,6
08h12 2,720h59 2,5
02h18 1,615h17 1,5
3-4m
3-3,5m
6m
16º
17º
17º
Horizontais 1. Atendido. Igualmente. 2. Velo. O bolo, em jogos de vaza. Interjeição que designa dúvida ou me-nosprezo. 3. Aprovou ou elegeu por meio de voto. Relativo ou pertencen-te a base. 4. Elas. Espécie de bigor-na de cuteleiro. 5. Cloreto de sódio. Ambicionam. 6. Ratou. Boldrié. 7. Los Angeles (abrev.). Ferir (um pião) com o ferrão de outro. Sódio (s.q.). 8. Enfeitar. Unidade monetária da Moldávia e da Roménia. 9. Próprio de um grande ta-lento. Monarcas. 10. Lança pequena. Seguir até. 11. Ratar. Incriminar.
Verticais: 1. Brancos. Tanque onde se espremem ou pisam certos frutos. 2. Espaço desocupado. Rio algarvio de maior caudal, depois do Guadiana. 3. Caule. No qual lugar. 4. Patrões. Meter o linho na água do rio para se curtir. 5. Entregou. Ganhar no loto, preenchendo com marcas uma série de cinco núme-ros. 6. Eles. A tua pessoa. Sumo fervido de alguns frutos para conserva. 7. Imitar no fabrico a baeta. Partícula afirmativa do dialecto provençal. 8. Encolerizar. 9. A parte superior em que se prendem os cortinados de uma cama. Regras. 10. Época. Terreno abundante em mi-nério. 11. Bolsa usada pelas senhoras. Malvados. Depois do problema resolvido encon-tre o provérbio nele inscrito (7 pala-vras).
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Maluca. Ogre. 2. Aro. Orate. 3. De. PR. Lance. 4. Aparei. Ira. 5. ALUCINANTE. 6. Xodó. Oito. 7. Ara. Aca. Vil. 8. Se. Outono. 9. Mascate. Or. 10. Marca. Ocas. 11. Areola. Apor.Verticais: 1. Mad. Abas. Ma. 2. Areal. Remar. 3. Lo. Puxa. Are. 4. Paco. Isco. 5. CORRIDA. Cal. 6. Ar. Enócoa. 7. Alia. Auto. 8. OTA. No. Teca. 9. Genitivo. AP. 10. Cretinoso. 11. Enea. Olor.Nome do Filme:Corrida Alucinante.
Oeste Norte Este Sul 3♠ 4♣
4♠ 6♣ Todos passam
Leilão: Qualquer forma de Bridge. Carteio: Saída: Q♠. Depois de fazer o Ás de espadas, o carteador jogou um pau para o Ás e Este baldou uma espada. Como continuaria?Solução: Um dos jogos mais comenta-dos durante o último festival de Bridge da Madeira. Se encaixarmos também o Rei e a Dama de paus, ficamos sem en-tradas diretas no morto para fazer uso do naipe de copas, caso a defesa recue o Ás de copas duas vezes. No bar do Hotel, já depois de ter terminado a última ses-são das equipas (e também a última de todas), o meu amigo Lluis Malla, catalão que viera de propósito na sexta-feira para participar na prova de equipas, na equi-pa “Barcelona”, confessava-me o que lhe tinha acontecido neste jogo. À terceira vaza do jogo, Malla decidiu jogar o 8 de paus da sua mão, com o objetivo de fazer uma passagem sorrateira ao Valete da senhora idosa que se encontrava à sua esquerda, o que lhe resolveria o proble-ma de bloqueio do naipe de trunfo. Mas à sua esquerda estava Mimi, a tal senhora da duplicata do clube com uns óculos de lentes bifocais, que troca sempre os Reis
Dador: EsteVul: Todos
Problema 4514 Dificuldade: fácil
Problema 4515 Dificuldade: médio
Solução do problema 4512
Solução do problema 4513
NORTE♠ A3♥ KQ754♦ 92♣ K542
SUL♠ 4♥ J103♦ AJ10♣ AQ10986
OESTE♠ Q108♥ A98♦ K853♣ J73
ESTE♠ KJ97652♥ 62♦ Q764♣ -
© Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
com os Valetes. Ora, Mimi não perdeu tempo a jogar o seu Valete, pensando que se tratava do Rei. Agora Malla teve de gastar o Rei do morto. Antes que Malla tivesse tempo para partir para a vaza se-guinte, a senhora à sua esquerda, Mimi, colocou uma espada na mesa pensando ser a sua vez de jogar, depois de ter feito o seu “Rei” de paus. “Director!”, Gritou a parceira de Mimi ao ver que Mimi tinha jo-gado uma carta fora de tempo. O Árbitro chegou à mesa e explicou a Mimi que não era a sua vez de jogar e que a carta que ti-nha jogado estava penalizada. Mimi ficou de tal forma incomodada que assim que foram jogadas as copas “esqueceu-se” de jogar o Ás nas duas primeiras voltas do naipe e só na terceira volta de copas é que fez efetivamente a vaza, mas isso, infelizmente para Malla, obrigou o carte-ador a ceder ainda mais um ouro, a vaza do cabide…Parabéns à organização do festival da Madeira, este ano conseguiu atingir um novo recorde: 142 pares e 62 equipas. É o maior festival de Bridge em Portugal e consta já como sendo um dos melhores do mundo! Bravo!
Considere o seguinte leilão:Oeste Norte Este Sul 1♣ 2♠*?*- Fraco, seis cartas e 5 a 10 pontos
O que marca com a seguinte mão?♠KJ92 ♥732 ♦A852 ♣Q5
Resposta: O ideal é jogar 2 espadas do-bradas. Mas, não podemos dobrar por-que isso iria obrigar o nosso parceiro a falar. Estas são as circunstâncias perfei-tas para passar! O parceiro, se tiver um máximo de duas cartas a espadas deve aplicar o dobre de proteção. Nessa al-tura sim, transformamos esse dobre em punitivo. A boa voz: passe.
João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected])
MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | DESPORTO | 41
Benfi ca ainda respira na Champions embora tenha missão complicada
Os golos de Ola John e Garay deram a
vitória ao Benfi ca sobre o Celtic (2-1)
e os “encarnados” continuam a aspi-
rar aos oitavos-de-fi nal da Liga dos
Campeões. A equipa de Jorge Jesus
igualou os escoceses com sete pon-
tos no Grupo G, mas, graças à vanta-
gem no confronto directo, subiu ao
segundo lugar da tabela. O acesso à
fase seguinte da Champions joga-se
na última ronda.
Perder frente ao Celtic era proibi-
do para o Benfi ca, sob pena de dizer
adeus à Liga dos Campeões. A equi-
pa de Jorge Jesus entrou em campo
a saber que o Spartak Moscovo tinha
sido batido em casa pelo Barcelona
(0-3). Um resultado que convinha
aos “encarnados”, que trataram de
procurar rapidamente um golo que
lhes desse tranquilidade.
Nesse febril ímpeto inicial, a efi -
cácia esteve do lado do Benfi ca. No
primeiro remate enquadrado com a
baliza, logo aos sete minutos (antes
Cardozo tinha atirado por cima), os
“encarnados” chegaram à vantagem.
Arrancada de Salvio, Cardozo, a
MIGUEL RIOPA/AFP
Ola John inaugurou o marcador, no primeiro remate que fez à baliza
Tudo em aberto na última jornada do Grupo G. Entre Benfi ca e Celtic, só uma das equipas pode seguir para os oitavos-de-fi nal. “Encarnados” vão precisar de somar pontos na visita ao Barcelona
Liga dos Campeões Tiago Pimentel
meias com um defesa, atrasou a bola
para Ola John, que rematou rasteiro.
O 1-0 galvanizou a equipa e os adep-
tos, numa primeira parte de chuva
torrencial. Jorge Jesus dava ordens à
equipa para não recuar no terreno e
procurar ampliar o marcador. Cardo-
zo, isolado por um grande passe de
Salvio, teve o segundo golo nos pés
mas disparou ao lado (30’).
O castigo por essa oportunidade
desperdiçada não se fez esperar. Na
primeira ocasião em que visou a ba-
liza de Artur, o Celtic mostrou que
também sabe ser efi caz. Tal como
Jorge Jesus tinha previsto na véspe-
ra, fê-lo através de um lance de bola
parada. Num canto, Samaras fugiu
a André Almeida e cabeceou sem
oposição. Artur falhou a intercep-
ção, tendo-se queixado de obstrução
de um adversário, mas Viktor Kassai
nada assinalou.
O golo dos escoceses deixou o
Benfi ca atordoado. E durante largos
minutos os “encarnados” não con-
seguiram esboçar uma reacção. Só
já no fi nal da primeira parte é que
a equipa de Jorge Jesus voltou a dar
sinal de vida, mas o remate de Ola
John foi defendido por Forster.
Ao intervalo as estatísticas da
UEFA mostravam superioridade do
Benfi ca (59%-41% em posse de bola
e 9-1 em remates enquadrados com
a baliza), mas os “encarnados” não
eram capazes de traduzi-la em van-
tagem no marcador.
As difi culdades persistiram no
segundo tempo, apesar de um bom
regresso do Benfi ca. O Celtic esta-
va confortável com o empate (que
valia a qualifi cação para os oitavos-
de-fi nal da Liga dos Campeões) e
mostrava-se coeso na defesa, sem
que os “encarnados” conseguissem
quebrar a sua resistência.
Os esforços da equipa de Jorge Je-
sus embatiam na defesa escocesa e
só já na recta fi nal da partida volta-
ram a ameaçar. Primeiro foi Salvio
que, à boca da baliza, falhou por mi-
límetros o desvio a um cruzamento
de Lima (70’). O 2-1 chegou no minu-
to seguinte, num lance em que a bola
passou pelos dois centrais: Luisão
deu de cabeça para Garay, que re-
matou de primeira, sem hipóteses
para Forster.
Artur ainda se revelou importante
a segurar a vantagem (defendeu os
remates de Wanyama e Commons,
aos 73’), enquanto na baliza oposta
Salvio acertou na trave (74’). Cardozo
viu Forster negar-lhe o golo em du-
as ocasiões: num livre directo (80’)
e depois, isolado, quando rematou
forte (89’).
Mas a vitória não fugiu aos “encar-
nados”, que mantêm vivas as aspira-
ções de chegar aos oitavos-de-fi nal
da Liga dos Campeões. Na última
ronda da fase de grupos, dentro de
duas semanas, o Benfi ca vai a Bar-
celona numa jornada de nervos: o
empate basta, desde que no outro
encontro (Celtic-Spartak Moscovo)
também haja empate. Se não, a
única alternativa é ganhar a Messi
e companhia em Camp Nou. Uma
missão (quase) impossível.
CLASSIFICAÇÃO
GRUPO G5.ª JornadaBENFICA-Celtic 2-1Spartak Moscovo-Barcelona 0-3
J V E D G PBarcelona 5 4 0 1 11-5 12BENFICA 5 2 1 2 5-5 7Celtic 5 2 1 2 7-7 7Spartak Moscovo 5 1 0 4 6-12 3Próxima jornada Barcelona-BENFICA, Celtic-Spartak Moscovo
REACÇÕES
“Vencemos uma equipa que anda com sorte na Champions. Com esta vitória alcançámos a Liga Europa. Vamos a Barcelona com muita confiança”
“Fizemos um grande trabalho e foi uma vitória merecida. Vamos a Camp Nou procurar fazer um bom resultado para seguir em frente na competição”
Jorge JesusBenfica
SalvioBenfica
Benfica 2Ola John 7’, Garay 71’
Celtic 1Samaras 32’
Positivo/Negativo
Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.Assistência 47.065 espectadores
Benfica Artur, André Almeida a90+1’, Luisão, Garay, Melgarejo a77’, Matic (Maxi Pereira, 78’), Salvio (Jardel, 90+1), Enzo Pérez, Ola John, Lima (Gaitán, 76’) e Cardozo. Treinador Jorge Jesus.
Celtic Forster, Lustig, Wilson, Ambrose, Matthews, Wanyama a85’, Ledley a49’ (Watt, 80’), Brown (Commons, 64’), Mulgrew (Kayal, 46’), Samaras a38’ e Hooper. Treinador Neil Lennon.
Árbitro Viktor Kassai (Hungria)
Luisão e GarayVoltaram a formar dupla no centro da defesa, com o regresso (após castigo) do internacional brasileiro. Deram segurança defensiva e ainda foram ao ataque construir o golo da vitória: Luisão deu de cabeça para Garay, que rematou de primeira para o 2-1.
SalvioIncansável pela direita, o argentino deu muito trabalho a Matthews. Foi um perigo constante, servindo os companheiros que nem sempre deram o melhor destino aos lances. Nos instantes finais, ainda acertou na trave.
Falta de eficáciaO Benfica até fez golo no primeiro remate enquadrado com a baliza, mas depois disso deu um festival de oportunidades desperdiçadas. No final da partida, as estatísticas da UEFA davam aos “encarnados” 18 remates à baliza e dois golos. Não foi só mérito de Forster.
42 | DESPORTO | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
DANIEL MIHAILESCU/AFP PHOTO
Rui Pedro foi a grande figura do jogo, na Roménia
Dos 13 portugueses que jogaram on-
tem no Estádio Dr. Constantin Radu-
lescu, em Cluj-Napoca, na Roménia,
houve um que se destacou dos de-
mais. Infelizmente para o Sporting
de Braga, pertence ao campeão
da Roménia. Rui Pedro marcou os
três golos com que o Cluj derrotou
a equipa portuguesa. O desaire (3-1)
eliminou o Braga da Liga dos Cam-
peões, mas o saldo foi ainda pior:
devido ao triunfo do Galatasaray
sobre o Manchester United, a Liga
Europa também já não é uma pos-
sibilidade.
Foi uma noite de desilusão para o
Braga e de glória para Rui Pedro, um
jogador que começou no Leverense
e foi formado no FC Porto, clube pe-
lo qual fez apenas um jogo na Taça
da Liga em 2007-08 e que depois o
emprestou sucessivamente a Estrela
da Amadora, Portimonense, Gil Vi-
cente e Leixões. O médio ofensivo/
avançado de 24 anos marcou oito
golos por cada uma destas duas úl-
timas equipas na II Liga, mas é pelos
golos obtidos ontem que a partir de
agora mais será recordado.
Depois de Cristiano Ronaldo ter
marcado três vezes no mesmo jo-
go ao Ajax já esta época, Rui Pedro
tornou-se apenas no segundo portu-
guês a conseguir um hat-trick na fase
de grupos da Liga dos Campeões. O
n.º 30 do Cluj, que até ontem soma-
Um hat-trick de um português afastou o Sp. Braga da Liga dos Campeões e da Liga Europa
va só três jogos e nenhum golo nas
competições europeias, precisou
apenas de 26 minutos — mais rápi-
do do que o hat-trick de Ronaldo —
para bater Beto, seu colega na época
anterior na formação romena.
Os golos da equipa orientada por
outro português (Paulo Sérgio), ob-
tidos aos 7’, 15’ e 33’, traduzem a en-
trada desajeitada do Braga no jogo.
As movimentações de Rui Pedro e
de Rafael Bastos e Sougou, outros
dois homens com passado no fute-
bol português, baralharam a defesa
e meio-campo dos bracarenses, que
fi zeram o seu pior jogo como visitan-
tes esta temporada na competição.
Rafael Bastos, brasileiro que já per-
tenceu ao Braga e que tinha bisado
na vitória do Cluj em Braga, fez a
assistência para o primeiro golo e
o senegalês Sougou, que continua
rápido, fez o passe para o terceiro.
O Braga reduziu momentanea-
mente para 2-1 aos 20’, mas o quinto
golo na prova de Alan, que marcou
pela quarto jogo seguido na Liga dos
Campeões, só serviu para o brasileiro
chegar ao topo da lista de melhores
marcadores, que divide com Messi,
Ronaldo e o turco Burak Yilmaz.
As possibilidades de recuperação
da formação de José Peseiro fi caram
muito reduzidas quando Douglão,
pouco depois de Custódio ter tido
uma boa oportunidade, foi expulso
no fi nal da primeira parte. Com me-
nos um na segunda metade, o Bra-
ga teve mais posse de bola, mas não
conseguiu criar grande perigo e teve
de expor-se aos contra-ataques do
adversário, sendo salvo em duas oca-
siões pelo poste, ambas após remates
de outro português, Camora.
O Braga ainda tem mais um jogo,
com o Galatasaray, mas já não pode
sair do último lugar do Grupo H.
Liga dos CampeõesManuel Assunção
Rui Pedro marcou os três golos da vitória do Cluj sobre a equipa bracarense, que assim foi afastada das competições europeias
Cluj 3Rui Pedro 7’, 15’ e 33’
Sporting de Braga 1Alan 17’
Positivo/Negativo
Estádio Dr. Constantin Radulescu, em Cluj-Napoca
Cluj Mário Felgueiras, Ivo Pinto, Cadú a84’, Picollo, Rada, Luís Alberto, Muresan, Sougou a71’ (Aguirregaray, 74’), Camora, Rafael Bastos (Godeméche, 83’), Rui Pedro a70’ (Kapetanos, 81’).Treinador Paulo Sérgio
Sp. Braga Beto, Leandro Salino (Hélder Barbosa, 33’), Douglão a45+1’, Nuno André Coelho, Ismaily, Custódio, Hugo Viana (Mossoró, 68’ a71’), Ruben Micael, Ruben Amorim, Alan, Éder (Zé Luís, 57’).Treinador José Peseiro
Árbitro Sergei Karasev (Rússia)
Rui PedroO primeiro hat-trick de um jogador de uma equipa romena na Liga dos Campeões foi conseguido por um português.
Rafael Bastos Depois de ter marcado duas vezes em Braga, realizou em Cluj uma assistência brilhante no primeiro golo e um grande passe na jogada do segundo. Mas a qualidade da sua exibição não se limitou a esses dois momentos.
DouglãoJá estava a ter uma noite desastrada antes de a sua expulsão, em cima do intervalo, ter acabado praticamente com quaisquer hipóteses de recuperação do Sporting de Braga.
Sp. BragaPerder duas vezes com o campeão romeno não estava certamente nos planos do Sporting de Braga quando foi conhecido o sorteio. Com muitos problemas atrás, não conseguiu salvar o primeiro match point.
CLASSIFICAÇÕES
GRUPO E
GRUPO F
5.ª JornadaJuventus-Chelsea 3-0Nordsjælland-Shakhtar Donetsk 2-5
5.ª JornadaBATE Borisov-Lille 0-2Valência-Bayern Munique 1-1
J V E D G P
J V E D G P
Shakhtar Donetsk 5 3 1 1 12-7 10Juventus 5 2 3 0 11-4 9Chelsea 5 2 1 2 10-9 7Nordsjælland 5 0 1 4 3-16 1
Próxima jornada Chelsea-Nordsjaelland, Shakhtar Donetsk-Juventus
Bayern Munique 5 3 1 1 11-6 10Valência 5 3 1 1 11-5 10BATE Borisov 5 2 0 3 8-11 6Lille 5 1 0 4 4-12 3
Próxima jornada Bayern Munique-BATE Borisov, Lille-Valência
GRUPO H5.ª JornadaCluj-SP. BRAGA 3-1Galatasaray-Manchester United 1-0
J V E D G PManchester United 5 4 0 1 9-5 12Galatasaray 5 2 1 2 5-5 7 Cluj 5 2 1 2 8-7 7SP. BRAGA 5 1 0 4 6-11 3Próxima jornada Manchester United-Cluj, SP. BRAGA-Galatasaray
GRUPO A
GRUPO B
GRUPO C
5.ª JornadaFC PORTO-Dínamo Zagreb 19h45, SP-TV1Dínamo Kiev-PSG 19h45, SP-TV4
5.ª JornadaArsenal-Montpellier 19h45Schalke 04-Olympiakos 19h45
5.ª JornadaZenit-Málaga 17h00, SP-TV2Anderlecht-AC Milan 19h45
J V E D G P
J V E D G P
J V E D G P
FC PORTO 4 3 1 0 6-2 10PSG 4 3 0 1 10-2 9Dínamo Kiev 4 1 1 2 5-7 4Dínamo Zagreb 4 0 0 4 0-10 0
Próxima jornada PSG-FC PORTO, Dínamo Zagreb-Dínamo Kiev
Schalke 04 4 2 2 0 8-5 8Arsenal 4 2 1 1 7-6 7Olympiakos 4 2 0 2 7-7 6Montpellier 4 0 1 3 5-9 1
Próxima jornada Montpellier-Schalke 04, Olympiakos-Arsenal
Málaga 4 3 1 0 8-1 10AC Milan 4 1 2 1 4-4 5Anderlecht 4 1 1 2 1-4 4 Zenit 4 1 0 3 3-7 3
Próxima jornada Málaga-Anderlecht, AC Milan-Zenit
GRUPO D5.ª JornadaAjax-Borussia Dortmund 19h45, SP-TV3Manchester City-Real Madrid 19h45, SP-TV2
J V E D G PBorussia Dortmund 4 2 2 0 6-4 8Real Madrid 4 2 1 1 10-7 7Ajax 4 1 1 2 6-8 4Manchester City 4 0 2 2 6-9 2
Próxima jornada Borussia Dortmund-Manchester City, Real Madrid-Ajax
Shakhtar, Bayern Munique, Valên-
cia e Barcelona garantiram ontem o
apuramento para os oitavos-de-fi nal
da Liga dos Campeões. O Chelsea,
actual detentor do título, perdeu em
Turim frente à Juventus, por 3-0, e
fi cou numa posição muito delicada
para conseguir a qualifi cação.
O jogo com mais golos garantiu o
apuramento ao Shakhtar e deixou
Juventus e Chelsea a lutarem pela va-
ga nos “oitavos” que sobra no Grupo
E. Na Dinamarca, os campeões da
Ucrânia defrontaram o Nordsjaelland
e conseguiram uma robusta vitória
por 5-2. Os dinamarqueses estive-
ram duas vezes na frente — golos de
Nordstrand (24’) e Lorentzen (29’) —,
mas não resistiram ao samba ucra-
niano: os cinco golos do Shakhtar
foram apontados pelos brasileiros
Luiz Adriano (26’, 53’ e 81’) e Willian
(44’ e 50’). No outro jogo do grupo,
o Chelsea fi cou com pé e meio na Li-
ga Europa após perder em Turim,
por 3-0. Os golos da Juventus foram
apontados por Quagliarella (38’), Vi-
dal (61’) e Giovinco (90’). Com esta
derrota, o Chelsea precisa de vencer,
na última jornada, o Nordsjaelland
e esperar que a Juventus seja derro-
tada em Donetsk. Qualquer outra
conjugação de resultados coloca os
ingleses fora da prova.
No Grupo F, Valência e Bayern
aproveitaram a derrota do BATE
para garantirem a qualifi cação. Os
bielorrussos foram derrotados em
casa pelo Lille (2-0), resultado que
garantia o apuramento a espanhóis
e alemães em caso de empate entre
as duas equipas no Mestalla. E foi is-
so que aconteceu: Feghouli marcou
primeiro para o Valência (77’), Müller
restabeleceu a igualdade (82’).
Após a derrota em Glasgow, o Bar-
celona não facilitou em Moscovo. Os
catalães arrumaram o Spartak ainda
na primeira parte, com golos de Da-
niel Alves e Messi, e vão receber o
Benfi ca com o primeiro lugar garanti-
do no grupo G. O Manchester United
não ajudou o Sp. Braga. Já apurados,
os ingleses deixaram as estrelas em
casa e perderam em Istambul por 1-0.
Yilmaz marcou o golo que afasta os
bracarenses das provas europeias.
Chelsea em maus lençóis, Messi apura Barcelona
Liga dos CampeõesDavid Andrade
Para além dos catalães, também o Shakhtar, o Bayern e o Valência garantiram a qualificação para a fase seguinte
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | DESPORTO | 43
Breves
Futebol
Dívida
México
Tribunal de Braga condena adeptos do Benfica por desacatos
FIFA manda retirar seis pontos ao Boavista, clube contesta
Pedro Caixinhaé o novo treinadordo Santos Laguna
O Tribunal de Braga condenou três adeptos do Benfica a multas entre os 750 e os 1680 euros e proibiu-os de entrarem em recintos desportivos durante 16 meses, pelos desacatos provocados no Estádio Axa, em Maio de 2011. Os três arguidos, membros da claque “No Name Boys”, foram responsabilizados por “uma desordem de grandes proporções” e pela quebra e arremesso de cadeiras contra stewards e agentes da PSP.
A FIFA notificou a Federação Portuguesa de Futebol para retirar seis pontos ao Boavista, na sequência da dívida do clube ao antigo jogador Guy Essame, entre 2005 e 2007. Os “axadrezados” revelaram mais tarde que transferiram “uma verba” para o atleta, que o valor em falta é agora inferior a 20% do total e que tencionam “pagar até ao fim do ano” o montante restante. A sanção da FIFA deixará o Boavista no 14.º lugar da II divisão.
Pedro Caixinha, ex-treinador do Nacional, foi ontem apresentado como técnico principal do Santos Laguna, campeão mexicano. O clube, que está já fora da discussão do título esta temporada, vai contar também com os portugueses Hélder Baptista (adjunto) e Óscar Tojo (preparador físico). Caixinha prepara-se, assim, para a sua terceira aventura profissional enquanto treinador principal.
Mais de oito anos depois, o Sp. Braga
e o FC Porto voltam a defrontar-se
na Taça de Portugal. O sorteio dos
oitavos-de-fi nal da prova agendou
para o Minho o jogo grande da eli-
minatória, numa espécie de remake
da 10.ª jornada da Liga.
Já no próximo domingo, haverá lu-
gar ao primeiro take do Sp. Braga-FC
Porto, para o campeonato. Dias mais
tarde, a história repete-se, então para
decidir a primeira vaga nos quartos-
de-fi nal da Taça. “Quando vi que nos
saiu o Sp. Braga, a primeira coisa que
me veio à ideia foi que as bolinhas
são amestradas”, ironizou, entre sor-
risos, o técnico dos “dragões”. “Elas
sabem que gostamos de desafi os
difíceis e vêm todas ter connosco.
Primeiro foi o Nacional, agora o Sp.
Braga”, concluiu Vítor Pereira.
Em Março de 2004, na última vez
em que os dois clubes se encontra-
ram na competição, os “dragões” le-
varam a melhor, com um hat-trick de
Jankauskas (1-3). Quim, na baliza do
Sp. Braga, é o único jogador dos dois
plantéis que ainda compete numa
das equipas.
Para além deste embate de titãs, o
sorteio deixou um ponto de interro-
gação sobre o calendário do Benfi ca.
Aos “encarnados” fi cou reservado o
vencedor do imbróglio que envolve
o Operário, por alegada utilização ir-
regular de um jogador frente ao Cal-
das. O processo de averiguações ain-
da decorre, o que deixa em stand-by
o próximo adversário das “águias”,
que sairá da equação Desp. Aves-
Coimbrões/Operário/Caldas.
Rui Costa, representante do Ben-
fi ca no sorteio, alerta para as difi cul-
dades de agenda que esta indefi nição
pode criar. “Saímos sem saber qual
será o adversário, o que pode ser um
problema. Temos o calendário bas-
tante preenchido e poderá ser com-
plicado encaixar a eliminatória”.
Ao actual detentor da Taça, a Aca-
démica, o sorteio impôs a recepção
ao Tourizense, emblema da II Divi-
são. O Marítimo vai defrontar o V.
Guimarães, o Lourinhanense recebe
o Paços de Ferreira, o Fabril visita o
Belenenses, a Oliveirense desloca-se
ao terreno do Gil Vicente e o Arouca
enfrenta o Beira-Mar.
FC Porto joga em Braga duas vezes em seis dias
FutebolNuno Sousa
O Benfica vai ter de esperar para conhecer o adversário nos oitavos-de-final da Taça de Portugal
FC Porto 4-3-3
D. Zagreb 3-5-2
MangalaAbdoulayeOtamendiDanilo
Helton
Kelava
Kovacic
Halilovié Sammir
PuljicSimunicVida
VrsalikoPivaric
Defour
James
Lucho
Estádio do DragãoPorto
Árbitro: Paolo Tagliavento Itália
19h45SportTV1
Jackson MartínezAtsu
J. Moutinho
Ademi Brozovic
Vítor Pereira: “Sinto-me igual ao treinador que era há um ano”
O apuramento para os oitavos-de-
fi nal fi cou garantido há três sema-
nas, mas Vítor Pereira vai apostar na
melhor equipa para defrontar esta
noite, no Estádio do Dragão (19h45,
SportTV1), o Dínamo Zagreb. O trei-
nador considera o confronto frente
aos croatas “determinante” para os
objectivos do FC Porto, que “pas-
sam por fi car no primeiro lugar”
do Grupo A da Liga dos Campeões.
Alex Sandro e Fernando estão recu-
perados e foram convocados, mas o
técnico não confi rmou a titularida-
de da dupla brasileira e deixou uma
pergunta aos jornalistas: “Quem é
que disse que vou tirar o Mangala e
o Defour da equipa?”
O adversário perdeu os últimos 10
jogos que disputou na fase de grupos
da “Champions”, quatro deles na
presente época, mas Vítor Pereira
considera que o “favoritismo é uma
falsa questão”. O treinador do FC
Porto diz estar consciente das “difi -
culdades” que os “azuis e brancos”
vão sentir frente ao Dínamo Zabreg
e qualifi ca o jogo contra os hepta-
campeões croatas como “determi-
nante” para atingir o objectivo de
“fi car no primeiro lugar” do grupo.
Por isso, Vítor Pereira garante que
vai “escolher a melhor equipa”, que
“não vão existir facilitismos” e que
os portistas vão entrar “com a guar-
da bem alta”.
Ao contrário do rival, os “dragões”
atravessam um bom momento na
prova e já têm a qualifi cação para a
fase seguinte assegurada, mas Vítor
Pereira não quis assumir o protago-
nismo pelo feito alcançado e não se
sente “o treinador do momento”.
“Sinto-me como um treinador que
trabalha todos os dias para evoluir
e sinto-me igual ao treinador que
era há um ano”, referiu o técnico,
que tem “noção” que é necessário
“trabalhar muito para dar resposta
a estes desafi os”.
Em relação ao jogo da Taça de
Portugal frente ao Nacional, dispu-
tado no passado sábado, Vítor Pe-
reira deixou de fora da convocatória
Rolando e Iturbe, chamando para os
seus lugares Alex Sandro e Fernan-
do, que recuperam dos problemas
“Não vão existir facilitismos, vamos entrar com a guarda bem alta”, garante Vítor Pereira
físicos que os afastaram da equipa
nas últimas partidas. Apesar de já
contar com a dupla brasileira, o trei-
nador não confi rmou a entrada dos
dois jogadores no “onze”, reconhe-
ceu que terá uma “decisão difícil”
para tomar. E passou ao ataque na
conferência de imprensa: “Quem é
que disse que vou tirar o Mangala e
o Defour da equipa? Vocês sabem o
que eu vou fazer? Nunca disse que
os ia tirar.”
Quem deve permanecer na equipa
titular é Christian Atsu. O jovem ex-
tremo foi a fi gura do jogo no Nacio-
nal-FC Porto e Vítor Pereira deverá
recompensar o ganês com um lugar
no “onze”, para o qual vão regressar
os colombianos James Rodriguez e
Jackson Martínez.
Liga dos CampeõesDavid Andrade
O treinador do FC Porto diz que o jogo frente ao Dínamo Zagreb “é determinante” para os objectivos do clube
Q uatro jogos e quatro derrotas, zero golos marcados e 10 sofridos. Os números do Dínamo
Zagreb esta época, na Liga dos Campeões, não orgulham os croatas, mas não são uma novidade para o adversário do FC Porto.
Dominador absoluto do futebol na Croácia (tem praticamente garantido o oitavo título consecutivo), o Dínamo estabeleceu na temporada passada um novo recorde, ao sofrer 22 golos nas seis jornadas da fase de grupos, e esta época pode acrescentar mais alguns indesejáveis registos ao currículo. Quinze equipas disputaram uma fase de grupos da “Champions” sem conseguirem somar qualquer ponto, mas o Dínamo pode ser a primeira a somar por derrotas os jogos disputados em duas edições consecutivas.
Outra marca negativa ainda ao alcance do clube de Zagreb diz respeito ao número de golos marcados. O Dínamo continua a zero esta época e, se não marcar contra o FC Porto e o Dínamo Kiev, iguala o registo de Deportivo da Corunha (2004-05) e Maccabi Haifa (2009-10), equipas que terminaram a fase de grupos sem qualquer golo marcado.
Os maus recordes do Dínamo Zagreb
FERNANDO VELUDO/AFP
44 | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
ESPAÇOPÚBLICO
EDITORIAL
Negociar uma trégua e ignorar a paz
Quer cheguem ou não a bom termo,
as negociações para obter um
cessar-fogo na Faixa de Gaza vão
deixar intacta a questão de fundo
do confl ito israelo-palestiniano. E
pode ser mesmo que a pressão diplomática
conduza a uma interrupção do confl ito no
ponto em que ele interessa politicamente
aos dois antagonistas. O primeiro-ministro
de Israel, Benjamin Netanyahu, tirará os
benefícios políticos que procura obter
deste confronto, particularmente em
termos eleitorais, desde que não seja
obrigado a uma perigosa incursão terrestre
na Faixa de Gaza. O Hamas, que conseguiu
pela primeira vez atingir Jerusalém e
Telavive com os seus rockets, reforçou
a sua imagem perante os palestinianos
e o mundo árabe, ofuscando quase por
Israel e o Hamas saem ambos a ganhar de um conflito cuja raiz permanece intacta
completo a rival Autoridade Palestiniana,
quando esta se mobiliza para defender
que a Palestina tenha o estatuto de país
observador nas Nações Unidas, intenção
que é apoiada por Portugal.
Tudo isto signifi ca que um eventual
abrandar da tensão em Gaza não nos
deixará mais perto da paz. O Governo
israelita entende que demonstrou aos
seus cidadãos que, apesar da Primavera
Árabe, pode continuar a recorrer à força
sem perder o apoio ocidental. E continua
a benefi ciar do silêncio da comunidade
internacional para continuar a construir
mais colonatos na Cisjordânia. As questões
centrais, em particular a criação de um
Estado palestiniano, das quais depende
efectivamente a paz, permanecerão
adiadas. A via negocial, para a qual
a Autoridade Palestiniana é o único
interlocutor válido, tem sido regularmente
torpedeada por Israel e pelo Hamas.
O Estado judaico terá certamente que
se defender dos rockets, embora tenha
voltado a não mostrar contenção nessa
resposta. Muito mais grave é Israel, tal
como o Hamas, não estar interessado em
ser parte da solução política.
Retrato de um país que envelhece
Não há novidades de monta na versão
defi nitiva dos Censos 2011, em
relação aos primeiros traços que já
haviam sido apresentados há alguns
meses atrás. Portugal é um país que
cresce cada vez menos, e o que cresce
deve-o aos imigrantes estrangeiros que o
escolheram como destino (cresceram 70%,
de 2001 para 2011); que vê a emigração
aumentar por exaustão de recursos e
falta de trabalho; que vê a sua população
envelhecer continuamente (haverá 128
idosos por cada 100 jovens, segundo o
inquérito); que se “entorna” cada vez mais
sobre o litoral, desertifi cando o interior
(metade da população portuguesa vive em
apenas 33 dos 308 municípios do país); e
que continua a deixar a indústria em troca
dos serviços, com um peso acrescido na
área dos lojistas. Não espanta, assim, que o
grau de dependência de Portugal aumente,
tal como aumenta o grau de dependência
dos seus cidadãos. A crise não poderia ter
escolhido “melhor” cenário.
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
CARTAS À DIRECTORA
Há outra solução para a crise...O actual Governo de Passos
Coelho pretendia que o Partido
Socialista (PS) fosse conivente
com o seu Orçamento para o
ano de 2013. A aspiração não
podia ser mais disparatada. No
que concerne ao Orçamento de
2012, o PS foi leal e responsável.
Optou pela abstenção de modo
a proporcionar um quadro de
credibilidade externa que era
necessário favorecer.
Contudo, passado um ano, as
metas do défi ce, da dívida pública
e da diminuição do desemprego
falharam. Concomitantemente, o
PS foi construindo um programa,
políticas e medidas alternativas
e que foram sistematicamente
recusadas pelo Governo.
Governo que se afastou do PS
e que efectivou cinco revisões
do programa da troika sem
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
estabelecer qualquer relação com
este.
Agora, com o Orçamento
de 2013, o Governo mantém
as mesmas políticas de 2012 e
que fracassaram. Apresenta
um Orçamento de difícil
exequibilidade e que teima em
seguir políticas de austeridade
que, na zona euro, são um
insucesso. Estamos face a um
Governo que parece não saber
como se pode sair da crise. E
que demonstra incompetência
política e técnica.
O PS não podia continuar
a dar o seu consentimento
a estas políticas, pois a sua
matriz ideológica não está em
sintonia com o modelo que está
subjacente à construção deste
Orçamento. Um modelo que
pretende revitalizar a economia
e o investimento à custa do
empobrecimento das pessoas,
retirando-lhes dinheiro. Ora,
existem outras soluções mais
mitigadas, que podem conciliar
os sacrifícios com a defesa de
políticas sociais que dignifi quem
o homem. Portugal deve cumprir
com os seus contratos, porém,
para o efeito, necessita de mais
tempo para o pagamento da
dívida, de uma redução das
taxas de juro e da criação de
uma agenda para o emprego e o
investimento. Parafraseando o
bispo do Porto, é caso para dizer:
“Deixem-nos respirar”.
Manuel António Rebelo Ferreira,
Lamego
Três perguntas ingénuas
Perguntas como estas já não se
deviam fazer mas, entre a raiva e a
tristeza, não resisto a formulá-las.
A primeira é: por que
razão o CDS/PP sugere, na
feitura do Orçamento, que o
fi nanciamento do Estado para
a campanha autárquica seja
reduzido para metade e, quase
simultaneamente, vote contra
uma proposta, em tudo similar,
feita pelo Bloco de Esquerda?
A segunda é: por que será
que, apesar da fuga, o valor
(permitido...) dos depósitos dos
portugueses nas ilhas Caimão
ainda é de 6,9 mil milhões de
euros?
Para terminar, a terceira:
por que fez aquela “careta de
indignação” o ministro Miguel
Macedo aquando da pergunta
de uma repórter sobre se
havia polícias infi ltrados na
manifestação em S. Bento (vi e,
mais uma vez ingenuamente,
também achei a pergunta
“provocatória”), para, depois, o
facto ser confi rmado pela PSP?
Ingenuidades de um cidadão
“ que gastou de mais e tem uma
reforma milionária”!...
Fernando Cardoso Rodrigues, Porto
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 45
Não martelem os dados
Santana Castilho
Escrevo este artigo na manhã de
terça-feira 20 de Novembro. À
tarde haverá uma conferência
de imprensa para divulgar
os resultados a que chegou o
grupo de trabalho, constituído
no fi m de 2011, ao qual foi
pedido que apurasse o custo
do ensino público por aluno
e por ano de escolaridade.
Tenho o documento à minha frente e,
embora o artigo que ora escrevo só saia
amanhã, respeito o compromisso que
assumi de nada referir antes da respectiva
apresentação pública. Posso, todavia,
relembrar factos para a tinta que vai correr.
A Assembleia da República, que aprova
o Orçamento do Estado, por natureza o
documento onde são detalhadas todas as
despesas da administração pública, e tem
comissões especializadas permanentes,
entre elas uma de Orçamento, Finanças
e Administração Pública e outra de
Educação, Ciência e Cultura, pediu ao
Tribunal de Contas (Resolução 95/2011,
de 6 de Abril) que apurasse o custo médio
por aluno do sistema de ensino. Precisava
de o ter feito? Desconhecia os dados?
Não! Visava um efeito político. Recorde-
se que a iniciativa pertenceu ao PSD, após
o corte ao fi nanciamento dos colégios
privados com contratos de associação,
decidido pelo anterior executivo
socialista. Com efeito, a Portaria nº 1324-
A/2010, de 29 de Dezembro, fi xou o valor
do fi nanciamento em 80.080 euros por
turma, quando antes andava por volta
dos 114.000, porque, afi rmou a ministra
Isabel Alçada no Parlamento, o custo
médio por aluno do ensino público se
cifrava nos 3735 euros. Logo após a posse
do actual Governo, Nuno Crato, generoso
e à revelia rara da receita da troika,
aumentou o fi nanciamento para 85.288
euros por turma. E, embora pendesse o
trabalho encomendado ao Tribunal de
Contas, foi incumbido um novo grupo
de “efectuar os estudos necessários
para o apuramento do custo real dos
alunos do ensino público por ano de
escolaridade, tendo em vista a alteração
do modelo de fi nanciamento público aos
estabelecimentos de ensino particular
e cooperativo em regime de contrato de
associação” (sublinhado meu). Mais claro,
só amanhã! Mas a conversa promete.
Várias fontes já a iniciaram, incensando
os cálculos do Tribunal de Contas
que, preto no branco, diz o próprio
tribunal, não têm validade, por datados
(os sucessivos pacotes de austeridade
derrogaram-nos, sem apelo nem agravo).
Corrijo. Há quem apele e com agravo.
José Manuel Fernandes, citando o estudo
e mais tribunício que o próprio tribunal,
disse que a recomendável privatização
da Educação é agora imperiosa. Falou de
monopólio por parte do Estado, ignorando
que Portugal ocupa os lugares cimeiros
das tabelas que medem a presença do
ensino privado nos sistemas nacionais de
ensino. Cita a Holanda como exemplo,
mas não esclarece os indígenas que no
modelo holandês o Estado não permite
que as escolas geridas por privados
tenham lucro. Perguntava e respondia em
artigo deste jornal, de 9 deste mês: “Por
onde é que se começam a cortar quatro
mil milhões? Talvez por onde o Estado é
inefi ciente, como no quase monopólio da
Educação.” Criticando Marcelo Rebelo de
Sousa, que usou o vocábulo “vazio” para
adjectivar a proposta de Passos Coelho
sobre a redefi nição das funções do Estado,
convidava-nos a trocar “umas ideias mais
sérias e menos vazias sobre o assunto”. Mas
cingiu-se, afi nal, a insinuar a necessidade de
privatizar a Educação, usando argumentos
fi nanceiros e estatísticos imprecisos ou
datados. Com efeito, disse que entre 2009
e 2011 o sistema público de ensino perdeu
100 mil alunos no ensino básico, outros
100 mil no secundário regular e ganhou
8500 no superior. Tudo para afi rmar
que o custo por aluno aumentou. Mas as
estatísticas ofi ciais (GEPE/ME e GPEARI/
MCTES, citados por PORDATA) mostram
que se perderam 52.884 alunos no básico
e não 100 mil, 34.640 no secundário e não
100 mil e se ganharam 25.540 no superior
e não 8500. O número total de alunos do
sistema público de ensino, considerando
a educação pré-escolar e os cursos de
especialização tecnológica, que José Manuel
Fernandes ignora, era 1.902.774 em 2009 e
1.844.317 em 2011. O
que dá uma perda
de 58.457 alunos
e não os 191.500
sugeridos.
Repensar as
funções do Estado
sob a “chantagem”
de reduzir 4 mil
milhões de euros
é a pior forma
de o fazer. Mas,
acima de tudo,
não martelem
os dados. Trocar
umas ideias sérias
sobre o assunto é
uma boa proposta.
Adianto algumas:
nos termos da
Constituição, o
serviço público
de ensino é
obrigação do
Estado; nos termos
da Constituição, os portugueses têm a
liberdade privada de criar escolas privadas;
dinheiros públicos não devem pagar
serviços privados de Educação senão
quando o Estado não estiver em condições
de os prover, termos em que urge garantir
que não se fi nanciam escolas privadas
sempre que existam escolas públicas para
acolher os alunos. Como recomendaram a
troika e o Tribunal de Contas.
Professor do ensino superior. Escreve quinzenalmente à [email protected]
Repensar as funções do Estado sob a “chantagem” de reduzir 4 mil milhões de euros é a pior forma de o fazer
A excelência é geral
No sábado aplaudi aqui os 84%
de hospitais que a Entidade
Reguladora da Saúde (ERS)
avaliou como clinicamente
excelentes, fi cando de fora só
quatro hospitais. No PÚBLICO
de ontem uma breve esclarecia
que esses hospitais só não
receberam a estrela porque
ainda não foram avaliados.
Ainda bem que ainda existe a possibilidade
de 100% dos hospitais portugueses terem
excelência clínica. O problema, do ponto
de vista retórico, é que foram os 16% de
hospitais que não receberam a estrela que
tornavam a notícia convincente.
Vamos supor que, se quatro hospitais
representam 16%, cada hospital
representa 4%. Assim, tínhamos 21
hospitais clinicamente excelentes e
quatro que não eram. Era verosímil.
Infelizmente, foi à custa dos quatro
hospitais que afi nal não chumbaram
que fi cámos impressionados com a
excelência da grande maioria. O critério
de excelência, aqui, não é de exceder
os outros em qualidade. Se fôssemos
literais com a excelência, teria de ser uma
minoria que era excelente em relação à
maioria que não era. Logo, até a primeira
notícia seria inacreditável. O critério da
ERC é “cumprir todos os parâmetros
exigidos em matéria de excelência
clínica”. Assim, todos os hospitais
portugueses podem ser excelentes,
porque os parâmetros não seriam
atingidos pela maioria dos hospitais do
mundo inteiro. A excelência é sempre
relativa: podem estar todos os nossos
hospitais de parabéns.
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
BARTOON LUÍS AFONSO
46 | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012
JIM BOURG/REUTERS
Naquele momento, ainda que breve [o discurso de Obama], o “poder brando” da América derrotou o da China
A China e o sonho americano
A China poderá estar apenas
a alguns anos de se tornar a
principal potência económi-
ca do mundo e a centralidade
estratégica dos EUA poderá
estar em declínio (de facto,
actualmente ninguém se refe-
re aos Estados Unidos como a
“hiperpotência” mundial). Mas
a América ainda faz as pessoas
sonharem e a sua infl uência emocional no
mundo continua a ser única.
Neste sentido, a semana passada trouxe
duas vitórias: não apenas a de Barack
Obama sobre o candidato republicano, Mitt
Romney, nas eleições presidenciais, mas
também a vitória do sistema democrático
americano sobre o autoritarismo
unipartidário da China. Algumas frases do
discurso de vitória de Obama — o espaço de
um momento mágico — foram dedicadas à
celebração do “mistério da democracia” de
forma muito concreta, mas também de um
modo quase religioso.
Obama encontrou as palavras certas para
prestar homenagem à multidão de cidadãos
anónimos que andava de porta em porta a
convencer os seus concidadãos americanos
a votarem nos seus candidatos preferidos.
Obama estava a descrever a democracia
no seu melhor, naquilo que de mais
nobre tem, tal como deveria ser, mas nem
sempre é: homens e mulheres livremente
mobilizados, capazes de e dispostos a
mudar o rumo do seu destino.
Naquele momento, ainda que breve, o
“poder brando” da América derrotou o
da China, que menos de um dia depois,
abriu solenemente — e de uma maneira
extremamente opaca — o 18.º Congresso
do Partido Comunista Chinês. Milhões
de pessoas em todo o mundo prefeririam
vivenciar uma noite de eleições como a da
América, ao invés de se tornarem parte dos
planos a longo prazo da China.
É claro que a América já não é o que
era. Está demasiado endividada para ser a
melhor política de segurança estratégica
e económica para os seus aliados, como
o foi no passado. Mas, apesar de o poder
de protecção dos Estados Unidos ter
diminuído, o seu poder inspirador continua
a ser único e ainda poderá benefi ciar o país
da forma mais admirável.
A vitória de Obama não foi apenas uma
vitória da democracia, mas também de
uma certa visão e mensagem da América.
Ao manter uma atitude de abertura
em relação à imigração, ao manter um
discurso respeitoso em relação a todos
os que querem viver as suas diferenças
livremente e ao formar um juízo moderno
e dignifi cante a respeito das mulheres,
Obama foi capaz de mobilizar a força do
excepcionalismo norte-americano, que tem
por base uma palavra-chave: a diversidade.
Ao ignorar deliberadamente esta
diversidade, abraçando a nostalgia de um
passado há muito
desaparecido,
o Partido
Republicano
— deixando-se
levar pelos seus
ultraconservadores
lunáticos — foi
muito mais
responsável pela
derrota do que
o seu íntegro
candidato. O erro
de Romney foi estar
alinhado durante
muito tempo com
ideias que eram
demasiado radicais
para si — e para a
América.
O destino da
candidatura de
Romney contém
uma mensagem universal para todos os
regimes democráticos: nada se ganha em
cultivar posições extremistas ou em tornar-
se seu prisioneiro. Na verdade, corre-
se o risco de perder não só a alma, mas
também as eleições. Foi esse o destino de
Nicolas Sarkozy em França: foi derrotado
após ter perdido o apoio do centro do
eleitorado. Obama foi reeleito porque o
Partido Republicano perdeu de vista o
centro da América.
É claro que a grandeza da democracia
norte-americana não deverá esconder as
suas enormes falhas, nem a sua disfunção
actual. O custo deste ciclo eleitoral foi
superior a dois mil milhões de dólares —
tudo para reproduzir o statu quo: o mesmo
Presidente e o mesmo equilíbrio de poder
no Congresso dos EUA. O dinheiro tornou-
se um agente corrosivo que está a corroer
e a redefi nir o processo democrático, no
qual a mobilização de energias pessoais dá
lugar ao alargamento dos orçamentos de
campanha.
Além da questão do dinheiro, existe
o problema de um sistema de equilíbrio
e controlo totalmente descontrolado,
que conduz à paralisia governamental.
A “vetocracia” — refl ectida na rotina de
obstrucionismo do Congresso durante
o primeiro mandato de Obama — é uma
ameaça à democracia. Reconhecerá
o partido, castigado pela sua derrota
eleitoral, que a sua responsabilidade é para
com o povo americano e não apenas para
com os seus membros e seguidores?
A reeleição de Obama passa uma
mensagem que apenas será amplamente
repercutida — inclusive em casa —, se a
retórica não se afastar da realidade, como
tantas vezes aconteceu durante o primeiro
mandato de Obama. A América não pode
continuar a viver com as injustiças do seu
sistema de Saúde nem com infra-estruturas
obsoletas e em ruínas. Também não pode
fi car indiferente ao endividamento cada
vez menos aceitável dos seus estudantes
universitários.
Simultaneamente, apesar de a América
já não ser o protagonista internacional de
outrora, a produção nacional de óleo e gás
Obama foi reeleito porque o Partido Republicano perdeu de vista o centro da América
de xisto parece estar a ponto de reescrever
a equação da energia dos EUA — o mesmo
poderia acontecer em França e em outros
países ocidentais, que, um dia, poderão ser
capazes de abdicar da energia fornecida
pelo Médio Oriente.
O principal desafi o global dos EUA é
aceitar que o país deixará de estar sozinho
no topo. O país nunca teve de se relacionar
com os outros em pé de igualdade,
ao contrário das potências europeias
tradicionais, que o fi zeram durante séculos.
Para a China, contudo, o desafi o poderá
ser mais difícil. Não só terá de viver com a
realidade do poder dos EUA, como também
deverá ter em conta o ideal americano. Em
1989, um grande número de estudantes
chineses ocuparam a Praça Tiananmen para
exigir mais direitos, adoptando um símbolo
parecido com a Estátua da Liberdade.
Também hoje, não é a força militar dos
EUA que ameaça ou desafi a a China, mas
sim a atracção perseverante do “sonho
americano”.
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Dominique MoïsiProject Syndicate
Fundador do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI), é professor no Institut d’Études Politiques de Paris (Sciences Po) [Tradução: Teresa Bettencourt]
Com o apoio de: PwCVeja mais em www.publico.pt
Venha conhecer-nos em www.pwc.com/pt����������� ������������������������������������������������������������� ���������������� �������������� ��������������������������!�"��"�"#���$�"���������� ��� ��%��"����������������������"���������"�&'������� ������������"(������
PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 47
O admirável mundo da economia da felicidade
Vivemos tempos de crise. E
com as crises sempre vêm as
mudanças. Resta saber qual a
nova direcção…
Um dos pontos focais da crise
tem sido a economia. Porque é
na realidade económica que a
crise mais se sente, mas também
porque é à economia enquanto
ciência que podemos imputar
responsabilidades pela sua origem e pelas
defi cientes políticas desenhadas para o seu
combate. A verdade é que a economia é uma
ciência social tida como respeitável (a única
a que um banco sueco decidiu atribuir um
“neo” Prémio Nobel) e a que é usada para o
desenho de políticas governativas. Porém,
apesar dessa credibilidade institucional,
a realidade não tem sido simpática com
a economia: continuamente assistimos a
profundos desfasamentos entre as previsões
dos modelos económicos e a realidade. E não
podia ser doutra forma: não só a economia
ortodoxa enferma de vícios metodológicos
graves, como nunca uma ciência social
conseguirá fazer previsões rigorosas!
Hoje, porém, são cada vez mais os
economistas que prosseguem novos
caminhos e que estão, fi nalmente, a conduzir
a economia na direcção da correcção
científi ca e da consequente utilidade social.
A economia contemporânea de ponta
saiu da sua “torre de marfi m” e já dialoga
com a neurologia (neuroeconomia), com
a psicologia (economia comportamental
e experimental), com a sociologia (sócio-
economia) ou com a biologia (economia
evolucionista).
A economia da felicidade insere-se,
precisamente, nesse campo de investigação
interdisciplinar e de ponta e fala com as
ciências “psi”, com a antropologia e a
sociologia, mas também com a fi losofi a
ou com a ciência política. A economia
da felicidade reintroduziu a ideia de que
não podemos dispensar a fi losofi a moral,
quando falamos de política económica, e
veio mostrar que os modelos ortodoxos
estão errados e que as respectivas políticas
não são neutras ideologicamente, nem
estão a produzir resultados desejáveis. E,
mais, veio mostrar que a obsessão com o
PIB como único indicador de progresso
é perigosa: a destruição ambiental, a
crescente desigualdade na distribuição
da riqueza (que fez aumentar a pobreza
relativa e permite a existência de espaços
de pobreza absoluta), o desemprego
crescente nos países desenvolvidos, as
excessivas concentrações populacionais nos
grandes centros urbanos (e os respectivos
problemas de congestionamento, poluição
e crime), a continuação do tráfi co de armas,
droga e pessoas, as migrações ilegais ou
a desregulamentação da especulação
fi nanceira (com as consequentes bolhas
e acentuação dos ciclos económicos) são
tudo problemas da contemporaneidade que
conviveram com um PIB mundial sempre em
crescimento…
O admirável mundo da economia da
felicidade é hoje uma realidade com
produção científi ca em qualidade e
quantidade, com conferências regulares,
com presença nos média e com impacto nos
organismos estatísticos e governamentais.
E este admirável mundo nem sequer é
completamente novo: os pais fundadores
da economia usavam a palavra felicidade
e percebiam que esse era o fi m último da
ciência e da política económica. Só nos
anos 30 do séc. XX é que a felicidade foi
“ofi cialmente” varrida da economia, mas
tal exílio não durou mais que 40 anos.
Nos anos 70, economistas pioneiros como
Richard Layard e Richard Easterlin ousaram
recolocar a felicidade na análise económica
e abriram caminho
para o “boom” que
hoje existe e que
começou nos anos
90 (e que entusiasma
nóbeis como Daniel
Kahneman ou Joseph
Stiglitz).
Hoje a felicidade
já não será varrida
da economia com
facilidade: porque há
massa crítica social,
política e científi ca
sufi cientemente forte
para se perceber
que se pode (e deve)
estudar a felicidade
de um ponto de vista
científi co e que a sua
medição, controlo
e promoção devem passar também a fazer
parte das tarefas dos governantes.
Por isso a ONU, a OCDE, a Comissão
Europeia e diversos governos nacionais
(como o francês ou o inglês) estão
empenhados na discussão, divulgação
e promoção de novos indicadores
de desenvolvimento, novos modelos
económicos e novas políticas.
A crise que atravessamos é também a crise
de uma ciência que tem de mudar (e está
a mudar) e de uma maneira de agir sobre
o mundo que está falida. A economia da
felicidade apresenta-se como uma possível
solução para a crise, porque é crítica e
realista e nunca lírica, utópica ou autista.
Desde 2005 tenho tido a felicidade de
participar neste movimento científi co e posso
assegurar que se trata de um movimento
forte, autocrítico e motivado e empenhado
em criar um mundo melhor.
A crise que atravessamos é também a crise de uma ciência que tem que mudar
Economista, doutorado em economia da felicidade
Tribuna Crise e alternativasGabriel Leite Mota
Dualidade de critérios – os media e a diplomacia
Foi publicado nestes dias um
artigo no diário Al-Watan
do Kuwait, da autoria de
Abdalla Hadlak. Neste artigo
entitulado “Double standards
and mentioning things wrongly”,
Hadlak escreve corajosamente
que enquanto ao Hamas (e
outras organizações terroristas
“satélite”) que disparam mísseis
Qassam e Grad a partir de Gaza contra
aldeias e cidades de Israel, onde ferem e
matam civis inocentes, os jornais árabes
“chamam erradamente a isto resistência ou
actividade jihadista”; à reacção de Israel,
que responde atingindo a infra-estrutura
terrorista, os mesmos jornais apelidam de
“agressão” e nunca de “autodefesa”.
Este artigo extremamente crítico
em relação aos media árabes podia
perfeitamente aplicar-se a alguns dos media
em Portugal. A dualidade de critérios
está, aliás, muito patente nos próprios
títulos dos artigos e nas imagens que são
escolhidas para ilustrar o confl ito: a miséria
e o desespero palestinianos e, muito
raramente, o sofrimento de milhões de
Iisraelitas bombardeados todos os dias.
Qual é a razão desta abordagem
tendenciosa por jornais como o PÚBLICO
na sua descrição do confl ito entre Israel e
uma organização terrorista? Sim, relembro
os leitores que a União Europeia incluiu o
Hamas na lista de organizações terroristas,
em 2003.
Será por total ignorância ou
desconhecimento do que se passa no
Médio Oriente?
Será uma cegueira patologicamente
inexplicável só em relação a Israel?
Será causada por interesses que nada têm
a ver com valores morais e de justiça?
Será pura ingenuidade, fazendo com que
retratem Israel como o lado forte e ao outro
lado como o fraco e em relação ao qual tem
de sentir-se compaixão automaticamente e
sem questionar?
Qualquer pessoa minimamente
informada sabe que Israel retirou
totalmente de Gaza em 2005 na esperança
de poder viver em tranquilidade. Quando o
Hamas tomou este território à Autoridade
Palestiniana em 2007 — pela força —,
tornou a vida dos habitantes de Gaza um
inferno e a dos israelitas do Sul de Israel
um pesadelo diário.
Será que todos os que nos apregoam
moralidade dia e noite estariam dispostos
a aceitar passivamente que Lisboa fosse
sujeita a bombardeamentos contínuos? É
tão fácil julgar Israel, quando não se está na
mesma situação e não se possui (felizmente)
referências para se colocar no nosso lugar.
O Hamas nunca escondeu a sua intenção
de destruir Israel e de eliminar o próprio
Governo de Abu Mazen na Cisjordânia.
Por seu lado, Abu Mazen recusa, há
quatro anos, voltar à mesa de negociações
com Israel abordando a Assembleia
Geral da ONU para que reconheça
automaticamente a Palestina como membro
observador da organização. Os países
árabes, muçulmanos e não-alinhados,
cuja grande maioria não é democrática,
apoiarão esse pedido. É óbvio que não
terão qualquer
difi culdade em
conseguir maioria
mesmo para uma
resolução que
diga que a Terra é
quadrada porque
Israel diz que é
redonda.
Abu Mazen
prefere uma
resolução vaga,
fundada numa
maioria automática,
do que negociações
directas e abertas
com Israel, mesmo
sabendo que apenas
através destas
conseguiremos
encontrar soluções
para os nossos
problemas.
Esperamos
que o bloco composto pelas sociedades
democráticas ocidentais não apoie este
passo unilateral que vai distanciar-nos
ainda mais de uma solução e fortalecer
os elementos extremistas no mundo
muçulmano como o Irão, a Síria e o Hamas.
Temos muitas dúvidas de que os mesmos
países que pretendem apoiar Abu Mazen
nas Nações Unidas vão defendê-lo quando
o Hamas tomar a Cisjordânia pela força,
como fez em Gaza.
Já agora, tive de interromper a minha
escrita deste artigo para telefonar ao meu
fi lho e saber se está bem e vivo, porque um
míssil acabou de cair em Rishon Le-Zion, a
100 metros de onde ele trabalha.
Pergunto-me quantos de vós tiveram de
fazer o mesmo hoje.
Embaixador de Israel em Portugal
AMIR COHEN/REUTERS
Tribuna Israel e GazaEhud Gol
Será pura ingenuidade fazendo com que retratem Israel como o lado forte e ao outro lado como o fraco?
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ESCRITO NA PEDRA
“Nada é mais fácil do que se iludir, pois todo o homem acredita que aquilo que deseja seja também verdadeiro” Demóstenes (-384/-322), político e orador da Grécia Antiga
I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8
QUA 21 NOV 2012
Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Outubro 43.576 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem
Discreto, analítico, refl exivo, era um homem para lá da sua época p14/15
Benfi ca não depende de si para se manter na prova. Cluj derrotou Braga p41/42
Custo médio por turma no ensino básico é menor nas escolas públicas p4
Melo Antunes, um construtor da democracia
Benfica ainda não desistiu, Braga de fora da Champions
Governo vai alterar financiamento dos colégios até Agosto
Euromilhões
28 30 42 45 49 5 10
NOVA CASA, NOVO SITEAcabámos de mudar a nossa “casa” de Lisboa. A redacção, a administração e todos os serviços de apoio – e também a loja do PÚBLICO – estão agora em Alcântara, no Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, com vista para o rio Tejo. Ainda estamos a arrumar caixotes, mas o nosso maior desafio está agora nos preparativos finais para o novo site do jornal, que nasce amanhã. Durante mais de um ano, estudámos a fundo o nosso site e as grandes tendências internacionais. Todas as mudanças foram pensadas com um grande objectivo: tornar a leitura do PÚBLICO digital numa experiência melhor e mais fácil. A partir de agora, o leitor pode fazer a navegação por tópicos e não apenas por secções; os jornalistas e colunistas passam a ter uma página com o histórico dos artigos, perfil e endereço de email; a opinião passa a ter
mais relevância no site; e o multimédia ganha mais espaço e qualidade. Criámos também um sistema de reputação, segundo o qual os leitores serão premiados pela própria “comunidade PÚBLICO” e, a cada passo, ganham crescentes responsabilidades. No nível mais elevado, o quarto, o leitor sobe a moderador e tem direito a participar na aprovação e reprovação dos comentários que os leitores fazem no site do jornal. A partir de amanhã em publico.pt. A Direcção Editorial
CONSOANTE MUDA
Provincianismo entre gigantes
Não há provincianismo
mais irritante, nem
mais perigoso, do que
o dos grandes centros,
em particular os países
grandes e os que se julgam
grandes. Mais irritante porque
o provincianismo dos pequenos
meios reconhece-se; o dos
grandes centros é cego perante si
mesmo e impossível de extirpar.
Mais perigoso porquê? Porque
julgando ver o mundo, não
vê senão a sua barriga. Não
reconhece a diferença nem
os matizes, e aplica a mesma
receita estupidamente em todo
o lado. Temos exemplos. Nada
foi mais letal nesta crise do
que ter os problemas da zona
euro, respeitantes a dezassete
economias, discutidos entre
Berlim-Paris e Paris-Berlim. Nas
próximas semanas e meses,
teremos outro grande momento
do provincianismo entre
gigantes: o orçamento da União,
respeitante a vinte e sete países,
discutido entre Londres-Berlim e
Berlim-Londres.
Se um pequeno é obtuso e
estreito de vistas, em geral, não
prejudica a mais ninguém senão
ele mesmo. Quando um grande
Rui Tavares
é obtuso e estreito de vistas,
prejudica ainda mais aos outros
do que a ele, e nem disso se
apercebe.
O provincianismo dos
grandes acabou por
fatalmente contaminar a
visão da Europa sobre si
mesma, e distorcer-lhe
a visão sobre o resto do
mundo. Liderada pelos grandes
países, a Europa continua sem
saber o que fazer das economias
emergentes, sem entender que
a ascensão dos outros deve ser
vivida com naturalidade. Não é
possível, nem é necessário ou
saudável, que o Atlântico Norte,
com apenas dezasseis por cento
da população mundial, tenha
sessenta por cento do PIB do
planeta. E é necessário que a
região da Ásia-Pacífi co cresça
para alimentar os três mil milhões
de bocas (e mais ainda) que ali
viverão nas próximas décadas. O
crescimento da China e da Índia
representam apenas um regresso
à normalidade da economia
global durante quase dois
milénios, com exceção do par de
séculos que nos precedeu.
Mas o provincianismo dos
grandes europeus também se
refl ete na maneira como olham
para o curto prazo e as pequenas
distâncias. Embora tenham já
aceitado que, em muito breve, a
União vá ter um executivo eleito,
é-lhes muito difícil aceitar que
os candidatos a presidente da
Comissão Europeia tenham de
fazer campanha eleitoral em
todos os estados-membros da
União. Na próxima quinta-feira
será votada no Parlamento
Europeu uma emenda que
propõe isso mesmo, e tem
sido para já inexcedivelmente
complicado explicar aos
deputados dos grandes países
por que é isso importante.
Talvez não o façam por mal;
parece-lhes uma bizarria propor
que um candidato a ser chefe
do executivo de uma União com
27 países tenha de os visitar
a todos e em cada um deles
apresentar o seu programa
eleitoral. Não vêem é claro, que
caso contrário uma campanha
se poderia concentrar em dois
ou três países, e não entendem
(pelo menos, não entendem
à primeira) o que se perde
com isso: ao apresentarem o
seu programa em 27 países,
os candidatos teriam de saber
de que forma esse programa
benefi ciaria aquelas pessoas
concretas, teriam de aprender
e teriam de se comprometer
com aqueles interesses e aquela
maneira de ver o mundo.
Ou seja, teriam de superar
a mentalidade mesquinha e
tacanha a que injustamente
chamamos provincianismo
e que, a partir dos grandes
centros, tem sido a tragédia da
Europa atual.
Historiador e eurodeputado
TM& © 2012 Marvel & Subs.
INÉDITO
Colecção de 10 livros. PVP unitário 8,90€. Preço total da colecção 89€. Periodicidade semanal às Quintas-feiras, entre 18 de Outubro e 20 de Dezembro. Edição limitada ao stock existente. A compra do produto obriga à aquisição do jornal.
HERÓIS MARVEL - SÉRIE IINOVOS HERÓIS MARVEL. OS VILÕES NEM SABEM O QUE OS ESPERA.Quinta, 22 de Novembro, 6º livro Dr. Estranho: O Juramento, por +€8,90, com o Público.