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UFCD 6571 TÉCNICAS DE POSICIONAMENTO, MOBILIZAÇÃO, TRANSFERÊNCIA E TRANSPORTE

219275986 Manual Ufcd 6571 Tecnicas de Posicionamento Mobilizacao Transferencia e Transporte 1

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INTERVENO EM ESPAOS CULTURAIS

Tcnicas de posicionamento, mobilizao, transferncia e transporte

ndice

1.A consequncia da imobilidade nos sistemas orgnicos32.Tcnicas de mobilizao112.1.Os Aspetos gerais a ter em conta na mobilizao112.2.As Ajudas tcnicas123.Tcnicas de transferncia143.1.Os princpios a aplicarem nas transferncias143.2.Tipos de transferncia153.2.1.A transferncia da cama para a cadeira153.2.2.A transferncia da cama para a maca183.3.A transferncia do utente com sistemas de soros, drenagens, tubagens ou outros dispositivos193.4.A transferncia de utentes com alteraes comportamentais: agitadas ou imobilizadas213.5.As ajudas tcnicas de apoio na transferncia e suas funes223.5.1.Guindaste223.5.2.Tbua de transferncia273.5.3.Transferes295.Os Posicionamentos345.1.Conceito345.2.Princpios bsicos345.3.Tipos de posicionamentos355.3.1.Decbito dorsal355.3.2.Decbito ventral385.3.3.Decbito lateral direito405.3.4.Decbito lateral esquerdo405.3.5.Decbito semi-ventral direito425.3.6.Decbito semi-ventral esquerdo425.3.7.Decbito semi-dorsal direito445.3.8.Decbito semi-dorsal esquerdo455.4.Tcnicas associadas a cada tipo de posicionamento475.5.A importncia dos posicionamentos na preveno das lceras486.A ergonomia e a sua aplicao na rea dos posicionamentos526.1.Risco ocupacional para o/a Tcnico/a Auxiliar de Sade na manipulao de cargas526.2.Os princpios ergonmicos a respeitarem pelos executantes como medidas preventivas de leso547.Ajudas tcnicas de apoio mobilizao e marcha e suas funes607.1.Andarilho607.2.Canadianas617.3.Bengalas e pirmides627.4.Muletas axilares657.5.Cadeira de rodas668.Tarefas que em relao a esta temtica se encontram no mbito de interveno do/a Tcnico/a Auxiliar de Sade698.1.Tarefas que, sob orientao de um Profissional de sade, tem de executar sob sua superviso direta698.2.Tarefas que, sob orientao e superviso de um Profissional de sade, pode executar sozinho/a70Bibliografia71

1.A consequncia da imobilidade nos sistemas orgnicos

Quando no h a promoo da mobilidade na pessoa idosa, acontecem vrios efeitos adversos, que se tornaram melhor conhecidos nos ltimos cinquenta anos, embora muitos dos mecanismos fisiopatolgicos no estejam totalmente esclarecidos ou permaneam alvo de alguma controvrsia.

O reconhecimento das consequncias da inatividade no organismo s foi admitido em termos de estratgia de sade a partir dos meados do sculo XX. Hoje em dia s em situaes de grande instabilidade e muito pontuais que se preconiza o repouso como coadjuvante nos processos teraputicos. O levante precoce, aps uma situao de doena, hoje reconhecido como essencial, para minimizar as complicaes da imobilidade.

O descongestionamento, (o conjunto de alteraes fisiolgicas induzidas por vrios sistemas orgnicos pela inatividade fsica) so reversveis com o restabelecimento da atividade. A imobilidade no se associa apenas ao repouso prolongado, os estilos de vida sedentrios tambm condicionam os efeitos nefastos no organismo.

A inatividade resultante da inatividade crnica (sedentarismo) ou motivada por uma intercorrncia que obrigue ao repouso vai condicionar uma inevitvel reduo da atividade muscular que, por sua vez, leva a alteraes de funcionamento de todos rgos do corpo.

Os indivduos mais suscetveis de desenvolver os efeitos adversos da imobilidade so aqueles que apresentam doenas crnicas, portadores de algum tipo de deficincia e os idosos.

Para alm das alteraes prprias do envelhecimento, h dois fatores que contribuem de forma significativa para essa maior suscetibilidade: as mltiplas patologias frequentemente encontradas nesta faixa etria (osteoporose, doena cardaca, etc.) e a falta de apoio social e familiar, que contribui para um isolamento e inatividade progressivos.

Entre as pessoas idosas, a prtica de exerccio fsico tambm no uma constante. O declnio dos nveis da atividade fsica habitual da pessoa idosa acentua a reduo da aptido funcional prpria do processo de envelhecimento. Simultaneamente, a pouca tolerncia ao esforo, faz com que um grande nmero de pessoas na terceira idade viva abaixo do seu limiar de capacidade fsica, constituindo uma pequena interferncia na sade, o motivo para se tornarem totalmente dependentes.

A prtica regular de exerccios tem sido enfatizada como estratgia para um envelhecimento sadio. Os efeitos da imobilidade so progressivos e devastadores podendo refletir-se ao nvel funcional, psicolgico e social. As pessoas idosas constituem um dos grupos mais vulnerveis s suas complicaes. A inatividade torna patolgico o processo de envelhecer.

Efeitos da imobilidade no sistema msculo-esquelticoA imobilidade induz a alteraes importantes a nvel do sseo, cartilagneo, muscular e outros tecidos moles. Os principais problemas a nvel msculo-esqueltico so atrofia, fraqueza muscular, contracturas e a osteoporose.

Com a imobilizao ocorre 1 a 2% perda da fora muscular por dia, podendo atingir 40% nos longos perodos. As fibras I e II sofrem atrofia ocorrendo diminuio do seu comprimento e dimetro, perdendo-se tambm em nmero de microfibras. Como resultado destas alteraes d-se o decrscimo da contrao mxima e da resistncia muscular.

Os grupos musculares que se atrofiam mais rapidamente so: os quadrceps, os flexores plantares e extensores da coluna. Observam-se tambm alteraes bioqumicas, ocasionando o aumento de cido lctico nos msculos.

As contracturas por sua vez acontecem como resultado do desequilbrio de fatores que normalmente ocorrem harmoniosamente. A falta de estiramento muscular provocada pela inatividade, vai alterar a homeostasia entre a formao e reparao do colagnio, que o principal elemento constituinte do tecido conjuntivo, do osso, cartilagem e tecidos moles.

O colagnio importante para a realizao das aes mecnicas. Logo se elementos como o colagnio no se encontram em qualidade e em quantidade necessria, acontecem as contracturas.

A imobilidade contribui tambm para uma menor extensibilidade dos tecidos conjuntivos peri-articulares, sendo a cpsula articular particularmente suscetvel aos efeitos adversos da inatividade e desuso, j que a sua nutrio feita durante o movimento articular e compresso. Os msculos mais afetados so os isquiotibiais e os msculos rotadores internos do ombro. A imobilidade contribui para importantes modificaes na remodelao ssea, com um acrscimo da perda da massa ssea.

A osteopnia devida imobilidade caracteriza-se por uma perda de clcio e hidroxiprolina no tecido sseo, sendo o aumento da reabsoro o responsvel primrio pela osteoporose da imobilidade, embora a explicao deste acontecimento permanea pouco esclarecida.

Efeitos da imobilidade no sistema cardiovascularAs alteraes principais ocorridas na sequncia da imobilidade no sistema cardiovascular so conhecidas como sndroma de adaptao cardiovascular.

A frequncia cardaca em repouso aumenta cerca de um batimento por minuto por cada dois dias de inatividade, conduzindo chamada taquicardia de imobilidade. Em resposta ao exerccio submximo acontece um aumento da frequncia cardaca.

Uma pessoa saudvel ao alterar a sua posio de decbito para a posio ortosttica a sua frequncia cardaca aumenta cerca de 13%. Aps 3 dias, 1 semana e 3 semanas de repouso esse aumento de cerca de 32%, 62% e 85% respetivamente.

A restrio da atividade fsica tambm provoca um declnio gradual da capacidade cardiovascular mxima, visto que a eficcia da resposta cardiovascular ao msculo depende da frequncia com que a capacidade muscular solicitada.

Os fenmenos tromboemblicos, como a trombose venosa profunda tambm esto diretamente relacionados com a imobilidade, j que resultam da hiperviscosidade, associada estase sangunea condicionada pela lentificao da circulao dos membros inferiores.

A hipotenso postural outro efeito nefasto da imobilidade. Traduz-se na incapacidade do sistema cardiovascular se ajustar rapidamente posio ortosttica. A pessoa ao erguer-se aps um perodo longo de repouso cerca de 500ml de sangue desloca-se do trax para os membros inferiores e regio esplncnico. Como consequncia, acontece uma diminuio do retorno venoso ao corao, que por sua vez leva diminuio do volume sistlico, do dbito cardaco e da presso sistlica.

Numa pessoa saudvel a descida da tenso arterial rpida contrariada pela aco do sistema simptico, que de imediato aumenta a frequncia cardaca e restabelece os valores tensionais atravs da constrio dos vasos dos membros inferiores e mesentricos.

No entanto numa pessoa sedentria o sistema circulatrio incapaz de desencadear uma resposta adequada vasopressora simptica e de manter a tenso arterial estvel. Nas pessoas saudveis a adaptao postura ortosttica pode ser perdida aps de 3 semanas de inatividade. No caso das pessoas idosas essa adaptao perdida antes de 3 semanas e a sua recuperao exige um maior perodo tempo.

Efeitos da imobilidade no sistema respiratrioNo sistema respiratrio, as consequncias iniciais da imobilidade traduzem-se na diminuio dos movimentos torcicos e alteraes da perfuso sangunea nas diferentes regies pulmonares induzidas pela gravidade.

D-se o aumento da perfuso hidrosttica e da presso venosa nas diferentes regies pulmonares pela alterao da gravidade, principalmente nas pessoas acamadas, alterando tambm o equilbrio entre a ventilao e a perfuso.

A mudana da posio supino para a posio de decbito condiciona uma diminuio de 2% na capacidade vital, 7% na capacidade pulmonar total, 19% no volume residual e 30% na capacidade residual funcional. O volume de ar corrente, volume por minuto, capacidade respiratria mxima, capacidade vital e a capacidade de reserva funcional sofrem uma reduo de 25 a 50%, aps um longo perodo de repouso.

As secrees da mucosa tendem a acumular e a tosse pode ser ineficaz por causa da piora da mobilidade ciliar e da fraqueza dos msculos abdominais. Justificando uma das mais temidas complicaes, a broncopneumonia, que acomete 15% das pessoas idosas acamadas.

Efeitos da imobilidade no sistema gastrointestinal e genito-urinrioAs alteraes no aparelho intestinal e urinrio so frequentes e significativas, pelo desconforto e alterao na independncia da pessoa idosa e so muitas vezes negligenciados ou minimizados na sua importncia.

A anorexia um sintoma muito frequente e, associada diminuio da taxa de absoro, pode contribuir para o aparecimento de uma hipoproteinemia de causa nutricional.

Acontece tambm a diminuio do peristaltismo e da funo secreo do trato gastrointestinal, que contribuem para a obstipao, quase sempre presente na pessoa idosa.

A imobilidade tambm responsvel pelo aumento da atividade adrenrgica, que condiciona uma inibio do peristaltismo e a contrao de esfncteres.

No aparelho urinrio a imobilidade contribui para o aumento da incidncia das infees urinrios e da litase urinria, os fatores que condicionam o aparecimento destes problemas so a hipercalciria, o desequilbrio entre o cido ctrico e o clcio e a excreo aumentada de fsforo.

Nas pessoas acamadas h que referenciar ainda a dificuldade em iniciar a mico e o esvaziamento incompleto da bexiga devido posio de decbito e tambm pela ausncia da presso intra-abdominal secundria fraqueza da musculatura abdominal e descondicionamento e ainda devido s alteraes da musculatura da bexiga e esfncteres

Efeitos da imobilidade no sistema cutneoA imobilidade provoca, alm da perda hdrica, alteraes no vigor e elasticidade da pele, facilitando as leses dermatolgicas, exemplo a dermatite amoniacal pelo uso de fralda geritrica e a lcera de decbito.

Estas complicaes provocam grande sofrimento pessoa, ao cuidador e so responsveis por grandes gastos econmicos, a nvel de tratamentos e podem ser no entanto minimizadas.

Efeitos da imobilidade no sistema endcrinoA falta de atividade fsica pode levar a alteraes das respostas hormonais. Acontece uma significativa intolerncia aos hidratos de carbono, que surge precocemente e est diretamente relacionada com a ineficaz captao perifrica de glicose, que pode diminuir cerca de 50% aps 15 dias de inatividade. Este facto acontece devido resistncia ao da insulina, com consequente aparecimento de hiperglicmia e hiperinsulinmia.

Uma explicao possvel desta reao corporal consiste no decrscimo do nmero de recetores da insulina nas clulas alvo. A inatividade parece causar uma diminuio dos locais de ligao da insulina, principalmente a nvel da membrana muscular.

Outro efeito hormonal importante advindo da imobilidade o aumento da paratormona (PTH) srica que se est relacionada com a hipercalimia, mas cujo mecanismo ainda no est explicado.

Os nveis de colesterol total tambm aumentam com a imobilidade.

Efeitos da imobilidade no sistema nervosoDo ponto de vista psicolgico a imobilidade prolongada pode provocar ansiedade, depresso, insnia, agitao, irritabilidade, desorientao no tempo e no espao, diminuio da concentrao e diminuio da tolerncia dor.

O isolamento social em pessoas ativas pode causar, por si s, ansiedade, labilidade emocional, mas geralmente no provoca alteraes intelectuais. No entanto a imobilidade prolongada pode causar alteraes das funes intelectuais, em especial da concentrao e da orientao temporal e espacial.

A diminuio da tolerncia dor pode do mesmo modo causar irritabilidade, hostilidade, insnia e depresso, evidentes aps 2 semanas de isolamento e imobilidade.

A falta de concentrao e motivao associadas diminuio das capacidades psicomotoras podem afetar a pessoa at um estado de dependncia funcional.

Podem ainda surgir alteraes do equilbrio e da coordenao, que parecem estar associados a alteraes neuronal e menos com a fraqueza muscular.

2.Tcnicas de mobilizao

2.1.Os Aspetos gerais a ter em conta na mobilizao

Modo de proceder na preparao da tarefa com o doente para o levante, movimentao e transferncia do doente: Verificar o local espao fsico adequado para restringir os movimentos: Examinar o local e remover os obstculos; Observar a disposio do mobilirio; Obter condies seguras com relao ao pavimento; Colocar o suporte do soro ao lado da cama, quando necessrio; Elevar ou baixar a cama, para ficar ao mesmo nvel do outro elemento (cama, maca, etc.); Travar as rodas da cama, maca e cadeira de rodas ou solicitar auxlio equipa; Adaptar a altura da cama/maca ao profissional de sade (quando possvel) e ao tipo de procedimento a realizar; Devem usar sempre todos os equipamentos de proteo coletiva existentes no servio; Verificar a capacidade fsica de colaborao do doente; Observao de dispositivos mdicos (soros, cateteres) e equipamentos mdico (bombas infusoras); Planeamento e explicao ao doente do que se vai executar e como pode cooperar o motivo da movimentao.

Princpios bsicos de mecnica corporal que devem ser utilizadas pelos profissionais de sade na tarefa de movimentao e transferncia de doentes:

1. Procurar sempre a ajuda de outros profissionais (enfermeiros e assistentes operacionais) quando necessrio e sempre que existam a utilizao de equipamentos de proteo coletiva (transfer, tabua deslizante, etc.);2. Antes de iniciar qualquer tipo de tarefa de mobilizao ou transferncia, o TAS deve posicionar-se o mais perto possvel do doente, colocando o joelho na cama deste, se necessrio;3. Antes de iniciar qualquer tipo de operao, explique o procedimento ao doente e incentive-o a cooperar ao mximo. Esta ao vai promover a capacidade e fora do doente ao mesmo tempo reduz a sobrecarga;4. Manter uma postura correta durante as operaes de mobilizao de doentes: Trabalhar com segurana e com calma; Manter as costas, pescoo, plvis e os ps alinhados; Usar o peso corporal como contrapeso ao doente; Fletir os joelhos em vez de curvar a coluna; Manter os ps alinhados; Baixar a cabeceira da cama ao mover um doente para cima; Utilizar movimentos sincronizados; Trabalhar o mais prximo possvel do corpo do doente que dever ser movido; Usar farda que permita liberdade de movimentos e calado antiderrapante; Efetuar o levante, movimentao e transferncia do doente com a ajuda de colegas em funo do peso do doente.

2.2.As Ajudas tcnicas

Uma ajuda tcnica pode definir-se como um qualquer produto, instrumento, equipamento ou sistema tcnico usado por uma pessoa deficiente, especialmente produzido ou disponvel no mercado que previne, compensa, atenua ou neutraliza a incapacidade.

A classificao ISO 9999:2002 agrupa as ajudas tcnicas em diversas classes: ajudas para tratamento clnico individual; ajudas para treino de capacidades; ortteses e prteses; ajudas para cuidados pessoais e de proteo; ajudas para a mobilidade pessoal; ajudas para cuidados domsticos; mobilirio e adaptaes para habitao e outros locais; ajudas para comunicao, informao e sinalizao; ajudas para manejo de produtos e mercadorias; ajudas e equipamento para melhorar o ambiente, ferramentas e mquinas e ajudas para recreao.

A sua utilizao pode permitir a realizao de mltiplas atividades, proporcionando maior independncia e, em ltima anlise, melhor qualidade de vida. As ajudas tcnicas compreendem atualmente uma vasta gama de dispositivos, desde simples objetos at sofisticados sistemas eletrnicos.

A prescrio duma ajuda tcnica deve basear-se na avaliao das necessidades, aspiraes e capacidade funcional do doente, bem como nas caractersticas do seu meio.

No se deve, por outro lado, esquecer que o treino na utilizao das ajudas tcnicas essencial para que o doente possa beneficiar em pleno das suas potencialidades. A prescrio duma ajuda tcnica deve ter sempre em conta quatro parmetros fundamentais: efetividade, custo, operacionalidade e fiabilidade.

Importa ainda considerar, quanto ajuda tcnica em causa, a transportabilidade, durabilidade, compatibilidade (presente ou futura), flexibilidade, facilidade de manuteno, segurana, facilidade de aprendizagem, aceitabilidade pessoal, conforto fsico, facilidade de reparao (pelo fornecedor ou pelo utilizador) e facilidade de montagem.

3.Tcnicas de transferncia

3.1.Os princpios a aplicarem nas transferncias

A palavra transferncia refere-se movimentao do doente de um local para outro. Por exemplo, um doente transferido quando movido de uma cama para uma cadeira e novamente colocado na cama, ou quando vai para uma maca ou dela retirado. As transferncias devem ser sempre efetuadas em equipa.

Neste procedimento devem ser selecionado previamente os equipamentos e os meios de acordo com as necessidades de cada doente, levando em considerao a promoo de conforto e independncia, assim como os equipamentos auxiliares (andarilhos, canadianas, transfer, elevadores de doentes, discos giratrios, etc.).

Orientaes a ter em conta na tarefa de transferncia do doente: Analise o peso que consegue transportar e o peso do doente; Utilize a mecnica corporal; Coloque equipamentos imobilizadores ou outros recursos de apoio antes de retirar um doente da cama; Certifique-se do estado do doente para garantir segurana (perna mais forte mais prximo do equipamento a transferir); Explique ao doente a tarefa a efetuar e pea, se possvel, a sua colaborao.

Na seco seguinte, so ilustradas diferentes tcnicas de mobilizao de doentes para as diferentes transferncias. importante salientar que: Qualquer tipo de operao de mobilizao, mesmo com recurso a meios auxiliares de mobilizao de doentes, envolve os princpios bsicos anteriormente descritos A determinao da tcnica adequada de mobilizao do doente envolve uma avaliao das necessidades e capacidades do doente em questo, conforme mencionado anteriormente O levante manual de doentes deve ser minimizado em todos os casos e evitado quando possvel.

3.2.Tipos de transferncia

3.2.1.A transferncia da cama para a cadeira

Tarefa prescrita: Transferir o doente da cama para o sof/cadeira de rodas/cadeira sem equipamentos de proteo coletiva Colocar a cadeira de rodas, de forma, a que este movimento seja para o lado em que o doente tem fora. A cadeira deve estar a uma distncia adequada para permitir a participao e segurana do doente. Quanto mais forte o doente for maior deve ser a distncia; Remover o brao da cadeira de rodas do lado da cama; Remover ou afastar os pedais da cadeira de rodas; Baixar o mais possvel a cama. Baixar as grades laterais da cama e voltar o doente lateralmente com os joelhos fletidos; Travar a cadeira e a cama; Elevar a cabeceira da cama at posio mais alta; Posicionar-se frente da cadeira, voltado para o doente, rodando ou ajustando-o a rodar os membros inferiores para fora da cama. Virar ou assistir o doente a virar-se para o lado do enfermeiro, de modo a que possa elevar o tronco, apoiando-se no cotovelo, se possvel, para assumir a posio de sentado na cama com os ps pendentes. Assistir o doente a deslizar no bordo da cama, segurando-o pela cintura, at apoiar os ps no cho. Estabilizar os joelhos do doente, com os joelhos do profissional, se necessrio. Virar ou assistir o doente a virar-se segurando-o pela cintura, at ficar enquadrado com a cadeira de rodas e com a regio popliteia encostada ao assento. Assistir o doente a fletir o tronco e joelhos, suave e progressivamente, acompanhando-o, at ficar sentado. Instalar os pedais na cadeira de rodas em posio de apoio, ajustando-o ao doente (flexo 90 coxofemoral e do joelho). Verificar o alinhamento corporal, segundo o eixo sagital, observando de frente.

3.2.2.A transferncia da cama para a maca

Tarefa prescrita: Transferir o doente da maca para a cama Ajustar a altura da cama e da maca; Posicionar o doente decbito dorsal; Instalar a maca com a cabeceira junto aos ps da cama fazendo um ngulo de +- 90 travando as rodas da cama e da maca. Posicionar todos os profissionais do mesmo lado da cama para executar a transferncia. Incline os quadris e os joelhos; Posicionar: 1 enfermeiro na cabeceira da maca, com um brao estabiliza a regio cervical e apoia os ombros e com o outro apoia a regio dorso-lombar cruzando os braos; o 2 enfermeiro no tero mdio da maca, com um brao apoia a regio dorsal e com o outro apoia as coxas; 3 enfermeiro no tero inferior da maca, com um brao apoia a regio nadegueira e com o outro as pernas; Transferir o doente para a cama aps a indicao do elemento coordenador (colocado na cabeceira da maca) Role o doente imvel na direo do trax dos enfermeiros; Coloque-se de p, diante de um sinal combinado, erguendo o doente da maca de uma vez s; Gire sobre si mesmo e movimente-se na direo da cama; baixe o doente at a cama de uma vez s, ao mesmo tempo que inclina os quadris e os joelhos; Posicionar ou assistir o doente a posicionar-se na cama.

3.3.A transferncia do utente com sistemas de soros, drenagens, tubagens ou outros dispositivos

Cuidados especficos:

Pacientes com soro:

Cuidado para no obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro sempre em altura adequada; Evitar que a agulha ou cateter no se desloque; Se houver infiltrao de soro no tecido subcutneo), interromper o gotejamento. Comunicar o responsvel pela medicao; Caso haja desconexo dos cateteres, procurar o enfermeiro,

Paciente com sonda vesical: Verificar se a sonda est corretamente fixada na coxa do paciente, prevenindo leses uretrais devido a trao acidental; Manter a bolsa coletora sempre no nvel abaixo do paciente, para evitar o retorno de urina bexiga. Pode-se tambm pinar o prolongamento para poder elevar o coletor.

Paciente com dreno de trax: Pinar o dreno e o prolongamento com pinas prprias; O frasco s poder ser elevado acima do nvel do trax do paciente quando o dreno e o prolongamento estiverem pinados; Colocar o frasco entre os ps em transporte de cadeira; e em caso de maca, colocar entre os membros inferiores; Retirar as pinas imediatamente aps a chegada do paciente ao destino, observando que o frasco esteja em nvel mais baixo que o trax do paciente.

Paciente com tubo endotraqueal: Transportar sempre com cilindro de oxignio. O enfermeiro deve acompanhar o transporte; Se o paciente tambm estiver com sonda nasogstrica e apresentar nuseas ou sinal de refluxo, abrir imediatamente a sonda.

3.4.A transferncia de utentes com alteraes comportamentais: agitadas ou imobilizadas

Pacientes agitados, confusos: Proceder sempre o transporte em maca com grade; Restringir o paciente se necessrio.

Proceder restrio na cama dos segmentos corporais na seguinte ordem: ombros, pulsos e tornozelos, quadril e joelhos. Ombros: lenol em diagonal pelas costas, axilas e ombros, cruzando-as na regio cervical; Tornozelos e pulsos: proteger com algodo ortopdico, fazer um movimento circular, amarrar; Quadril: colocar um lenol dobrado sobre o quadril e outro sob a regio lombar, torcer as pontas, amarrar; Joelhos: com 02 lenis. Passar a ponta de um lenol sob um dos joelho e debaixo do outro, e a ponta do outro lenol sob este e debaixo do primeiro, amarrar.

Observaes: No utilizar faixas menores do que 10 cm; Evitar o garroteamento dos membros; Libertar a restrio em casos de edema, leso e palidez; Retirar a restrio uma vez ao dia; Proceder a limpeza e massagem de conforto no local.

Pacientes anestesiados: Proceder sempre o transporte em maca com grade; No movimentar muito o paciente, pois pode provocar vmito. Nestes casos, lateralizar a cabea do paciente, para evitar aspirao. Se o paciente estiver com sonda nasogstrica abri-la.

3.5.As ajudas tcnicas de apoio na transferncia e suas funes

3.5.1.Guindaste

Tarefa prescrita: Transferir o doente da cama para a cadeira de rodas com elevador: Trabalho de equipa pelo menos 2 enfermeiros; Deslocar o elevador para junto da cama; Colocar uma cadeira confortvel com os braos num local pretendido; Levantar a cama at uma altura confortvel; Virar o doente de lado e colocar sling de lona por baixo do doente, da regio popliteia at ao pescoo. O buraco da lona colocado por baixo das ndegas. Com o doente em decbito dorsal e com os membros superiores cruzados sobre o corpo, colocar o elevador com base debaixo da cama e expandi-la; Ligar as correntes mais pequenas parte do sling que apoia a regio superior do corpo; Elevar as hastes lentamente e ligar as correntes mais compridas parte mais larga do sling, que apoia a bacia e as coxas; Ajustar o sling, se necessrio, de modo a que o peso do doente fique uniformemente distribudo; Mover a alavanca do elevador para o fazer subir, apenas o suficiente para deixar de haver contacto com a superfcie da cama, e rodar os membros inferiores do doente lateralmente; Explicar ao doente que deve manter os membros superiores cruzados sobre o corpo, durante a transferncia; Verificar a posio e estabilidade da cadeira antes de mover o doente. Ao mesmo tempo que apoia o doente, guie o elevador at cadeira, de forma a que, quando descer o elevador, o doente esteja centrado no assento; Soltar a vlvula do elevador lentamente e descer o doente at cadeira. Proteger a cabea do doente para no bater no equipamento. Uma vez o doente sentado em segurana, retirar as correntes e arrumar o elevador num local prximo.

3.5.2.Tbua de transferncia

Tarefa prescrita: Transferir o doente de cama para a cadeira de rodas com equipamentos de proteo coletiva (tbuas): Instalar a cadeira de rodas de costas voltadas para a cabeceira. Travar a cadeira de rodas. Remover os pedais da cadeira de rodas ou abrir, se necessrio. Remover o brao da cadeira, mais prximo da cama; Posicionar o doente em decbito dorsal no meio da cama, fletindo-lhe ou assistindo-o a fletir o tronco ajudando a rodar os membros inferiores para fora da cama. Fletir lateralmente o tronco do doente para o lado oposto ao da transferncia, elevando simultaneamente o membro inferior, de modo a introduzir a extremidade da tbua de transferncia sob a regio nadegueira. Apoiar a outra extremidade da tbua no assento da cadeira. Deslizar ou assistir o doente a deslizar sobre a tbua at ficar sentado na cadeira de rodas. Remover a tbua. Instalar o brao e os pedais da cadeira de rodas em posio de apoio e, se necessrio, ajust-los ao doente (flexo coxo femural e do joelho a 90) Verificar o alinhamento corporal, segundo o eixo sagital, observando-o de frente. Assegurar que o doente sinta conforto e segurana.

3.5.3.Transferes

Tarefa prescrita: Transferir o doente da maca para a cama com ajuda de um transfer e dois enfermeiros Pr a cama plana e coloc-la mesma altura da maca. Baixar as grades laterais; Coloque o doente em posio supina; Colocar a maca o mais perto possvel da cama e travar as rodas da cama e da maca. As grades laterais devero estar em baixo; Afrouxe o lenol superior ou coloque um lenol dobrado sob os quadris do doente. Enrole o lenol prximo ao corpo; Coloque os braos do doente sobre o peito do doente; Pea ao colega que fique de p prximo maca e agarre um dos lados do lenol enrolado; Suba o colcho prximo s ndegas e aos quadris do doente. Pea ao colega que puxe o lenol, enquanto o erguem juntos a um sinal combinado.

4.Transporte na cama, maca e cadeira de rodas

Transporte de doentes na macaAs macas foram concebidas para transporte de doentes (com ou sem carro, com ou sem grades), para auxiliar os profissionais ou tcnicos de sade na transferncia dos doentes entre servios hospitalares e outros, de forma, segura e estvel.

Cuidados a ter: Ao utilizar, manusear e limpar este produto deve ler atentamente estas indicaes e seguir as recomendaes do fabricante. Verificar se a fixao da seco articulada est bem preso antes da colocao do paciente. Ter em ateno ao perigo de esmagamento nas zonas da articulao Aconselha-se o transporte/movimentao da maca por duas pessoas (mesmo na verso com carro). A maca serve unicamente para transporte de doentes, o transporte dever ser efetuado com a maca sempre na posio horizontal. Ateno ao possvel perigo de os dedos ou mos ficarem presos nas partes fixas da maca: Nos orifcios (ilhs) de colocao da corda Entre o segmento da cabeceira e a estrutura da maca. No inclinar a maca com o paciente l deitado e se possvel manter sempre o paciente preso com as cintas para esse efeito (no includas). Quando a maca possui o respetivo carro e no estiver em movimento este dever ser travado. No deixar o carro da maca parado em locais inclinados, mesmo com as rodas travadas. A maca no dever ser usada por pacientes com peso superior a 150 kg. Sempre que se efetue o movimento de articulao da cabeceira, deve-se ter em ateno para o perigo de esmagamento dos dedos ou mos nas zonas articuladas.

Transporte de doentes na camaO transporte dos doentes aquando da sua admisso, realizao de exames complementares de diagnstico, quando so transferidos para outros servios ou para outro hospital, outra atividade em que o tcnico/a de sade intervm e que convm ter alguns cuidados por forma a que o mesmo se efetue de forma mais rpida e segura

A admisso do doente efetuada na zona de transio da rea externa para a rea interna da unidade. No permitida a entrada de camas/macas do exterior, na unidade.

Quando se processa a admisso de um doente, devem ser tomados os seguintes cuidados: Transportar a cama onde o doente ir ficar internado, para esse local de transferncia Abrir a cama de modo a poder transferir mais facilmente o doente Levar juntamente com a cama, um ressuscitador manual Transportar a cama com cuidado de modo a no provocar batidas desnecessrias nas portas/paredes

Aquando da entrada do doente, no sero permitidos objetos ou valores pessoais, devendo os mesmos permanecer no servio de onde o doente teve origem.

A transferncia do doente para outro servio ou instituio, processa-se do seguinte modo e com os seguintes cuidados: A transferncia do doente para outra cama/maca ser efetuada no mesmo local onde se faz a admisso. Na transferncia para outro servio, o doente ser sempre acompanhado pelo enfermeiro e tcnico/a de sade que pertencem ao servio para onde ir ser transferido Todo o material necessrio transferncia dever ser providenciado pelo servio que o ir receber, ou pela equipa de transporte que o ir acompanhar Quando o doente transferido para qualquer outra unidade de internamento da instituio, acompanha-o sempre o processo clinico completo e alguns utenslios/material que estejam a ser somente utilizados nesse doente, por forma a que possam vir a ser aproveitados Dever ser dada ateno ao estado de apresentao/higiene do doente, devendo igualmente ser-lhe vestida uma bata descartvel/pijama No final da transferncia dever ser arrumado todo o material que foi utilizado e iniciar-se logo que possvel o processo de desinfeo da unidade do doente.

Transporte do doente na cadeira de rodas

Como sentar? Os traves devem estar acionados; Os apoios de ps devem estar rebatidos ou virados para o lado; A cadeira deve estar estvel; As rodas da frente pequenas, devem estar alinhadas para a frente; Depois de sentado, deve-se colocar os apoios de ps no stio e colocar l os ps;

Como sair? Cadeira encostada a uma parede; Rodas pequenas alinhadas para a frente; Traves acionados; O utilizador deve inclinar-se ligeiramente para a frente. Ps colocados no cho ligeiramente afastados. Joelhos a 90. Apoiar-se nos braos para fazer a elevao;

Quando o utente se encontra numa cadeira de rodas, ou simplesmente numa cadeira necessrio ter em ateno, para alm do seu ajustamento, o tempo em que permanece na mesma e os pontos em que podem desenvolver-se zonas de presso.5.Os Posicionamentos

5.1.Conceito

Os posicionamentos consistem em providenciar ao indivduo alternncia de posies ou decbitos, com ou sem colaborao do mesmo, respeitando os princpios anatmicos, o peso corporal e protegendo as zonas de proeminncia ssea.

Nas fases em que o utente necessite de perodos de acamamento, o seu bom posicionamento e uma mobilidade adequada, facilitar a manuteno da integridade da pele, das amplitudes articulares e do movimento.

Os posicionamentos so utilizados para evitar: Contracturas Encurtamentos Perca de amplitude articular Complicaes respiratrias e/ou circulatrias Zonas de presso

Estas complicaes podem ocorrer como consequncia da hipertonia, alteraes da mobilidade articular e do mau posicionamento. A idade um fator importante a considerar, uma vez que a atividade global tem tendncia a diminuir.

5.2.Princpios bsicos

Um posicionamento eficaz deve: Promover o conforto; deve adaptar-se o posicionamento s necessidades do doente, e sempre que possvel ter uma ao conjunta com o mesmo. Prevenir as alteraes do tnus muscular, movimento e amplitudes articulares; o posicionamento escolhido deve facilitar a mobilidade e mobilizao do utente e a estimulao sensorial e proprioceptiva. Prevenir zonas de presso.

Iniciar a mobilidade do utente precocemente, facilita o bom desenvolvimento de padres de movimento, independncia e autocontrolo. Ao utilizar tcnicas de facilitao da mobilidade na cama, tal como nos posicionamentos devemos ter em ateno os seguintes aspetos: No arrastar o corpo na cama No puxar articulaes Evitar amplitudes extremas Solicitar o mximo de atividade possvel ao utente Manter as articulaes bem posicionadas durante as mudanas de posio.

5.3.Tipos de posicionamentos

5.3.1.Decbito dorsal

Procedimentos: Providenciar os recursos para junto do indivduo Lavar as mos Instruir o indivduo sobre o procedimento Posicionar o indivduo em decbito dorsal, no centro da cama, com a coluna vertebral alinhada

Proteger proeminncias sseas com material de preveno de lceras de presso, se necessrio Posicionar a cabea e cintura escapular numa almofada baixa, se no houver contraindicao Posicionar os membros superiores em ligeira abduo do ombro e flexo do cotovelo Posicionar o antebrao e mo em pronao e ligeira dorsoflexo, com uma almofada baixa e em cunha. Proceder de igual modo para o outro membro superior.

Aplicar pequenas almofadas nas regies popliteias, deixando libertas as massas musculares

Aplicar pequenas almofadas sob as regies aquilianas, deixando livres os calcanhares Aliviar a roupa junto aos ps Aplicar pequenas almofadas, em cunha, ao nvel da articulao coxofemoral, em ambos os membros Verificar o alinhamento corporal, segundo o eixo sagital, observando-o dos ps da cama

Assegurar que o indivduo sinta conforto e segurana Assegurar a recolha e lavagem do material Lavar as mos

5.3.2.Decbito ventral

Procedimentos: Providenciar os recursos para junto do indivduo Lavar as mos Instruir o indivduo sobre o procedimento Posicionar o indivduo em decbito dorsal, no lado da cama mais prximo do profissional Aplicar almofadas sobre a base da cama ao nvel do abdmen e membros inferiores Manter os membros superiores ao longo do corpo, rodar o indivduo sobre si prprio deixando-o deitado sobre o abdmen, com a cabea lateralizada e os membros inferiores em ligeira abduo Posicionar o membro superior do lado para o qual a cabea est voltada, com o brao em abduo, antebrao em flexo de aproximadamente 90 e mo em extenso com os dedos em abduo.

Posicionar o membro superior do lado oposto, com, o brao em ligeira abduo, rotao interna, antebrao e mo em extenso

Verificar o alinhamento segundo o eixo sagital, observando-o dos ps da cama

Assegurar que o indivduo sinta conforto e segurana Assegurar a recolha e lavagem do material Lavar as mos

5.3.3.Decbito lateral direito

Procedimentos: Providenciar os recursos para junto do indivduo Lavar as mos Instruir o indivduo sobre o procedimento Posicionar o indivduo em decbito dorsal, no lado esquerdo Aplicar uma almofada junto ao membro inferior direito Executar flexo dos membros superior e inferior esquerdos e rodar o indivduo com movimento firma e suave Posicionar o membro inferior direito em ligeira flexo das articulaes Posicionar o membro inferior esquerdo, sobre a almofada fazendo um ngulo de aproximadamente 90 a nvel das articulaes do joelho e coxofemoral Posicionar a cabea sobre uma almofada com volume ajustado altura do ombro Posicionar o membro superior direito com o ombro em ligeira flexo e o cotovelo em flexo Posicionar o membro superior esquerdo, com o ombro e o cotovelo em flexo, sobre uma almofada que acompanha todo o membro Verificar o alinhamento segundo o eixo sagital, observando-o dos ps da cama Assegurar que o indivduo sinta conforto e segurana Assegurar a recolha e lavagem do material Lavar as mos.

5.3.4.Decbito lateral esquerdo

Procedimentos: Providenciar os recursos para junto do indivduo Lavar as mos Instruir o indivduo sobre o procedimento Posicionar o indivduo em decbito dorsal, no lado direito Aplicar uma almofada junto ao membro inferior esquerdo Executar flexo dos membros superior e inferior direitos e rodar o indivduo com movimento firma e suave Posicionar o membro inferior esquerdo em ligeira flexo das articulaes Posicionar o membro inferior direito, sobre a almofada fazendo um ngulo de aproximadamente 90 a nvel das articulaes do joelho e coxofemoral

Posicionar a cabea sobre uma almofada com volume ajustado altura do ombro Posicionar o membro superior esquerdo com o ombro em ligeira flexo e o cotovelo em flexo Posicionar o membro superior direito, com o ombro e o cotovelo em flexo, sobre uma almofada que acompanha todo o membro

Verificar o alinhamento segundo o eixo sagital, observando-o dos ps da cama Assegurar que o indivduo sinta conforto e segurana Assegurar a recolha e lavagem do material Lavar as mos.

5.3.5.Decbito semi-ventral direito

Procedimentos: Providenciar os recursos para junto do indivduo Lavar as mos Instruir o indivduo sobre o procedimento Posicionar o indivduo em decbito lateral ou assisti-lo a posicionar-se Aplicar uma almofada de dimenso reduzida sobre a cabea, se necessrio Aplicar uma almofada em cunha de dimenso proporcional ao tronco para suporte do hemitrax at crista ilaca Posicionar o membro inferior direito em ligeira flexo e o outro membro semi-flectido sobre uma almofada proporcional ao membro inferior Posicionar o membro superior direito, em hiperextenso do brao e flexo do antebrao e o outro em abduo do ombro e flexo do brao Verificar o alinhamento segundo o eixo sagital, observando-o dos ps da cama Assegurar que o indivduo sinta conforto e segurana Assegurar a recolha e lavagem do material Lavar as mos.

5.3.6.Decbito semi-ventral esquerdo

Procedimentos: Providenciar os recursos para junto do indivduo Lavar as mos Instruir o indivduo sobre o procedimento Posicionar o indivduo em decbito lateral ou assisti-lo a posicionar-se Aplicar uma almofada de dimenso reduzida sobre a cabea, se necessrio Aplicar uma almofada em cunha de dimenso proporcional ao tronco para suporte do hemitrax at crista ilaca Posicionar o membro inferior esquerdo em ligeira flexo e o outro membro semi-flectido sobre uma almofada proporcional ao membro inferior Posicionar o membro superior esquerdo, em hiperextenso do brao e flexo do antebrao e o outro em abduo do ombro e flexo do brao

Verificar o alinhamento segundo o eixo sagital, observando-o dos ps da cama

Assegurar que o indivduo sinta conforto e segurana Assegurar a recolha e lavagem do material Lavar as mos.

5.3.7.Decbito semi-dorsal direito

Procedimentos: Providenciar os recursos para junto do indivduo Lavar as mos Instruir o indivduo sobre o procedimento Posicionar o indivduo em decbito dorsal ou assisti-lo a posicionar-se no lado esquerdo Virar o indivduo lateralmente na cama ou assisti-lo a rodar-se Aplicar uma almofada em cunha ao longo do tronco libertando a regio sagrada Posicionar o membro inferior esquerdo em ligeira flexo sobre almofadas Posicionar o membro inferior direito apoiado na cama em ligeira flexo do joelho e ligeira rotao externa da articulao coxofemoral Posicionar o membro superior esquerdo sobre a Almofala, com o brao em ligeira abduo, antebrao em ligeira flexo, mo em extenso e dedos em abduo Posicionar o membro superior direito do lado do decbito com o ombro em ligeira flexo e o brao em rotao externa, o antebrao em ligeira flexo e supinao, mo em extenso e dedos em abduo Verificar o alinhamento segundo o eixo sagital, observando-o dos ps da cama Assegurar que o indivduo sinta conforto e segurana Assegurar a recolha e lavagem do material Lavar as mos.

5.3.8.Decbito semi-dorsal esquerdo

Procedimentos: Providenciar os recursos para junto do indivduo Lavar as mos Instruir o indivduo sobre o procedimento Posicionar o indivduo em decbito dorsal ou assisti-lo a posicionar-se no lado direito Virar o indivduo lateralmente na cama ou assisti-lo a rodar-se Aplicar uma almofada em cunha ao longo do tronco libertando a regio sagrada

Posicionar o membro inferior direito em ligeira flexo sobre almofadas

Posicionar o membro inferior esquerdo apoiado na cama em ligeira flexo do joelho e ligeira rotao externa da articulao coxofemoral Posicionar o membro superior direito sobre a Almofala, com o brao em ligeira abduo, antebrao em ligeira flexo, mo em extenso e dedos em abduo Posicionar o membro superior esquerdo do lado do decbito com o ombro em ligeira flexo e o brao em rotao externa, o antebrao em ligeira flexo e supinao, mo em extenso e dedos em abduo.

Verificar o alinhamento segundo o eixo sagital, observando-o dos ps da cama Assegurar que o indivduo sinta conforto e segurana Assegurar a recolha e lavagem do material Lavar as mos.

5.4.Tcnicas associadas a cada tipo de posicionamento

Decbito dorsal: Encorajar o indivduo a ser independente Promover o autocuidado Providenciar conforto Prevenir deformaes msculo-esquelticas Prevenir alteraes da integridade cutnea Prevenir a rigidez articular Facilitar posio de relaxamento Prevenir o edema da mo Prevenir atrofias musculares Manter a curvatura fisiolgica do joelho Evitar a presso nos calcanhares Prevenir alteraes cutneas e p equino Prevenir a rotao externa do membro inferior Validar o alinhamento da coluna vertebral

Decbito Lateral: Encorajar o indivduo a ser independente Promover o autocuidado Providenciar conforto Apoiar e estabilizar o membro inferior Manter ao alinhamento da coluna cervical Evitar a posio pendente do membro superior Facilitar os movimentos respiratrios Validar o alinhamento da coluna vertebral

Decbito semi-dorsal: Encorajar o indivduo a ser independente Promover o autocuidado Providenciar conforto Manter a estabilidade da coluna vertebral Validar o alinhamento da coluna vertebral

Decbito ventral Encorajar o indivduo a ser independente Promover o autocuidado Providenciar conforto Prevenir a presso na regio mamria e genital Validar o alinhamento da coluna vertebral

Decbito semi-ventral Encorajar o indivduo a ser independente Promover o autocuidado Providenciar conforto Prevenir a presso na regio mamria e genital Validar o alinhamento da coluna vertebral

5.5.A importncia dos posicionamentos na preveno das lceras

As lceras de presso so leses da pele que vm da compresso e falta de oxigenao nutrio dos tecidos, em clientes que permaneam acamados, na mesma posio, durante longos perodos de tempo.

Tambm podem ser causadas pela frico frequente do corpo contra o lenol ou a almofada, ou tambm contra fraldas, pensos ou roupas. Estas situaes resultam na diminuio ou corte da corrente sangunea. Em consequncia, a pele morre, e da que surjam leses.

Por vezes, as aparecem em pessoas que foram operadas, estiveram doentes ou paralisadas. Geralmente, so mais frequentes em quem tem dificuldade em comer ou beber, est incontinente ou tem excesso de peso. A partir dos 60 anos, o risco maior.

O primeiro sinal de uma lcera de presso uma vermelhido persistente, que exige um tratamento imediato. Na maior parte dos casos, o ideal aplicar uma pomada, de preferncia base de vitamina A, e fazer uma massagem suave com as pontas dos dedos.

Fases de desenvolvimento

1 faseDistrbio circulatrio com produo de eritema e edema, esta inflamao desaparece em 48h, se for aliviada a presso.

2 faseExistncia de leso tecidular a nvel cutneo ocorre estase vascular com rubor, o descongestionamento da rea no desaparece descompresso. Levando ao desenvolvimento de lcera e necrose superficial.

3 faseExistncia de uma necrose extensa com destruio do tecido subcutneo, fascia, msculos e osso. A infeo estende-se ao osso, peristeo e osteomelte, que pode resultar em destruio articular. Em casos muito graves pode conduzir septicemia e morte.

Principais locais de desenvolvimento de lceras

Decbito Dorsal

Decbito Lateral

Principais fatores de risco de lceras de presso Limitao dos movimentos; Estados Nutricionais debilitados; Nvel de conscincia comprometido; Perda da sensibilidade tctil e/ou trmica; Humidade; Falta de higiene; Excesso de calor ou de frio;

Objetivos das alternncias de decbito: Estimular a circulao venosa perifrica; Melhorar a ventilao pulmonar; Prevenir a estase brnquica; Estimular a eliminao intestinal e vesical; Prevenir a rigidez articular; Prevenir a contratura muscular; Proporcionar conforto e bem-estar; Alternar o campo visual; Manter a integridade cutnea;

As alternncias de decbito devem ser programadas, no mnimo 2h, no entanto se se verificarem manchas vermelhas nos locais de risco de ocorrncia de lceras de presso, significa que o cliente no tolera o posicionamento durante 2h, ento deve reduzir-se o tempo entre cada decbito.

6.A ergonomia e a sua aplicao na rea dos posicionamentos

6.1.Risco ocupacional para o/a Tcnico/a Auxiliar de Sade na manipulao de cargas

As leses msculo-esquelticas (LME) relacionadas com o trabalho constituem um grave problema entre os funcionrios hospitalares. As leses dorso-lombares e as leses nos ombros constituem as principais preocupaes, podendo ser ambas extremamente debilitantes.

Existem vrios fatores que tornam as atividades de mobilizao de doentes perigosas e aumentam o risco de leso. Esses fatores de risco esto relacionados com diversos aspetos da mobilizao de doentes:

Riscos associados tarefa: Fora: O esforo fsico necessrio para executar a tarefa (como levantar corpos pesados, puxar e empurrar) ou para assegurar o controlo de equipamentos e ferramentas Repetio: Executar o mesmo movimento ou srie de movimentos de forma contnua ou frequente ao longo do dia de trabalho Posies incorretas: Assumir posies que exercem tenso sobre o corpo, tais como inclinar-se sobre uma cama, ajoelhar ou rodar o tronco ao mesmo tempo que se efetuam movimentos de elevao

Riscos associados ao doente: Os doentes no podem ser levantados como cargas, pelo que as regras de elevao segura nem sempre so aplicveis Os doentes no podem ser seguros junto ao corpo Os doentes no possuem pega No possvel prever o que acontecer ao mobilizar um doente Os doentes so volumosos

Riscos associados ao ambiente: Riscos de escorregar, tropear e cair Superfcies de trabalho desniveladas Limitaes de espao (salas pequenas, presena de muitos equipamentos)

Outros riscos: Nenhuma ajuda disponvel Equipamento inadequado Calado e vesturio inadequados Falta de conhecimentos ou formao

A determinao da tcnica adequada de mobilizao de doentes envolve uma avaliao das necessidades e capacidades do doente envolvido. A avaliao do doente deve incluir o exame de fatores como: O nvel de assistncia exigido pelo doente O tamanho e o peso do doente A capacidade e a vontade do doente em compreender e cooperar Condies clnicas que possam influenciar a escolha dos mtodos de levante ou posicionamento

Deve ter-se em considerao que a mobilizao manual de doentes aumenta o risco de LME: Os corpos dos doentes possuem uma distribuio assimtrica do peso e no possuem reas estveis para agarrar. Por conseguinte, torna-se difcil para o profissional sustentar o peso do doente junto do seu prprio corpo Em algumas situaes, os doentes podem estar num estado de agitao, rebeldia, no reao ou podem oferecer graus de cooperao limitados, aumentando o risco de leso O ambiente fsico e/ou estrutural dos cuidados pode exigir posies e posturas incorretas que aumentam a suscetibilidade de desenvolver uma leso msculo-esqueltica.

Em conjunto, estes fatores conjugam-se de modo a criar uma carga insegura que os profissionais no conseguem gerir adequadamente.

Por conseguinte, o levante manual de doentes deve ser minimizado em todos os casos e evitado quando possvel. A utilizao de grandes meios auxiliares de mobilizao de doentes deve ser sempre incentivada.

6.2.Os princpios ergonmicos a respeitarem pelos executantes como medidas preventivas de leso

Mover um doente de um lado para o outro da cama

Um prestador de cuidados

Aspetos a recordar: Ajuste adequadamente a altura da cama em funo da sua prpria altura Divida o processo de transferncia em trs partes: pernas cintura ombros Arraste o peso do doente utilizando o seu prprio peso. Utilize preferencialmente os msculos das pernas e das ancas em vez dos msculos da parte superior do corpo Pea ao doente que olhe para os ps. Desta forma, aumenta a tenso muscular abdominal do doente, permitindo maior cooperao

Dois prestadores de cuidados

Aspetos a recordar: Ajustem adequadamente a altura da cama em funo da vossa prpria altura Contrabalancem o peso do doente com o vosso prprio peso Os movimentos dos prestadores de cuidados devem estar sincronizados ao executar a transferncia do doente. A comunicao entre ambos os prestadores de cuidados muito importante.

Mover um doente para cima da cama

Um prestador de cuidados

Aspetos a recordar: Ajuste adequadamente a altura da cama em funo da sua prpria altura Pea ao doente que flita o joelho, olhe para os ps e, por fim, que faa fora sobre o p. Deste modo, aumenta a cooperao do doente Durante a transferncia, desloque o seu prprio peso de um lado para o outro, mantendo as costas direitas.

Dois prestadores de cuidados

Aspetos a recordar: Peam ao doente que coloque as mos na cabeceira da cama e a empurre durante a transferncia, ao mesmo tempo que faz fora com o p Durante o levante do doente, utilizem preferencialmente os msculos das pernas e das ancas e no os msculos da parte superior do corpo, primeiro fletindo e depois estendendo lentamente os joelhos ao levantar o doente Os movimentos dos prestadores de cuidados devem estar sincronizados ao executar a transferncia do doente. A comunicao muito importante.

Um prestador de cuidados

Aspetos a recordar: Coloque a cama e a cadeira (de rodas) perto uma da outra Certifique-se de que as rodas da cadeira (de rodas) esto bloqueadas Remova eventuais obstculos (apoios para os braos, apoios para os ps, estribos) Ajuste adequadamente a altura da cama em funo da sua prpria altura Pea ao doente que olhe para os ps. Desta forma, aumenta a tenso muscular abdominal do doente, permitindo maior cooperao Pea ao doente que se incline para a frente e faa fora nas pernas durante a transferncia. Este procedimento facilita o levante do doente da posio sentada para a posio de p Utilize preferencialmente os msculos das pernas e das ancas em vez dos msculos da parte superior do corpo durante o levante do doente. Primeiro flicta e depois estenda lentamente os joelhos ao levantar o doente Contrabalance o peso do doente com o seu prprio peso Se necessrio, sustente o joelho do doente entre os seus prprios joelhos/pernas para orientar o movimento.

Dois prestadores de cuidados

Aspetos a recordar: Coloquem a cama e a cadeira (de rodas) perto uma da outra Certifiquem-se de que as rodas da cadeira (de rodas) esto bloqueadas Removam eventuais obstculos (apoios para os braos, apoios para os ps, estribos) Ajustem adequadamente a altura da cama em funo da vossa prpria altura Utilizem preferencialmente os msculos das pernas e das ancas em vez dos msculos da parte superior do corpo durante o levante do doente Os movimentos dos prestadores de cuidados devem estar sincronizados ao executar a transferncia do doente. A comunicao entre ambos os prestadores de cuidados muito importante

7.Ajudas tcnicas de apoio mobilizao e marcha e suas funes

7.1.Andarilho

So geralmente de alumnio, com trs ou, mais frequentemente, quatro apoios no cho (figura 55). Podem ser rgidos ou desdobrveis. Constituem estruturas estveis, que se apoiam no solo atravs de ponteiras de borracha e/ou de um nmero varivel de rodas (duas, trs ou quatro). Alguns andarilhos tm assento, de forma a alternar a marcha com perodos de repouso.

Os andarilhos esto indicados em doentes com maiores perturbaes do equilbrio, nas quais necessrio aumentar a base de sustentao. A marcha com andarilho mais lenta e fatigante e o seu uso em escadas e pisos irregulares no aconselhvel. Os andarilhos com rodas so mais instveis, mas permitem uma mobilidade mais rpida, podendo ser equipados com traves de controlo manual.

Em doentes com grande incoordenao motora mas com boa fora muscular, o aumento de peso do andarilho pode proporcionar maior estabilidade.7.2.Canadianas

Apesar de terem indicaes de prescrio semelhantes s das bengalas, so mais adequadas para dfices maiores. O uso destes auxiliares de marcha condicionado pela flexibilidade e fora muscular dos membros superiores.

A muleta canadiana ou de Lofstrand consiste num tubo de alumnio regulvel em altura, numa pea para adaptao mo e num tubo com extenso ao antebrao com uma angulao de 30. Deste ltimo saem duas peas de encaixe para o antebrao, que formam um semi-anel logo abaixo do olecrneo e permitem o uso livre da mo se o doente se encontra parado, mantendo-se a canadiana disponvel para incio da marcha.

Pode ser utilizada uma s, geralmente no lado contralateral ao afetado, ou duas. So mais leves que as muletas axilares e permitem uma grande descarga a nvel dos membros inferiores (aproximadamente 40-50% do peso corporal). O seu uso exige um bom controlo do tronco e boa fora muscular nos membros superiores.

Para uma correta utilizao, a pea de apoio de mo deve estar ao nvel da apfise estilide cubital, a ponta deve apoiar-se no cho a 10 cm para fora do 5 dedo, o punho deve ficar em ligeira flexo dorsal e o cotovelo entre 15 e 30 de flexo.

A muleta tricipital usada raramente. Apresenta um prolongamento at ao brao com uma banda abaixo do cotovelo e outra logo acima, estando indicada em doentes com fraqueza do msculo tricpete.

A muleta de apoio antebraquial permite o apoio do membro superior sobre o antebrao e est indicada em doentes com m funo da mo e do punho, por exemplo na Artrite Reumatide ou em fraturas do punho e mo (quando se pretende alivio da carga dos membros inferiores).

7.3.Bengalas e pirmides

Bengala

um auxiliar de marcha socialmente bem aceite, cuja utilizao frequente na populao idosa. Aumenta a base de sustentao e fornece informao sensorial adicional auxiliando a fase de acelerao e desacelerao da marcha.

Permite alvio parcial da carga (20-25% do peso corporal) exercida a nvel dos membros inferiores. Para descargas superiores a estes valores, torna-se instvel e portanto pouco segura.

Pode ser prescrita em vrias situaes clnicas que visem o aumento do equilbrio, o alvio da dor, a diminuio da carga sobre os membros inferiores, como compensao de fraqueza muscular ou ainda para auxlio da marcha em pisos irregulares.

A prescrio duma bengala deve tomar em considerao as caractersticas dos seus componentes fundamentais: punho, haste e ponteira.

O punho pode ser curvo (forma tradicional, mas que no permite uma correta distribuio da fora aplicada), plano ou apresentar uma forma ergonmica ou em t. Pode ser fabricado em diversos materiais, como a madeira ou a borracha de silicone, sendo o dimetro aconselhado de 2,5 a 5 cm.

Existem punhos adaptados aos dedos, que permitem a troca de mo. Em bengalas no regulveis a haste geralmente de madeira. Nas hastes regulveis em altura utiliza-se geralmente o alumnio ou a fibra de carbono, mais leve mas tambm mais dispendiosa.

A ponteira de borracha, que deve ter um dimetro mnimo de 3,5 cm, aumenta a aderncia ao solo e permite maior estabilidade na marcha. Como o seu desgaste fcil, o seu estado de conservao deve ser vigiado regularmente. O comprimento da bengala deve igualar a distncia entre a extremidade superior do grande trocanter femoral e o bordo inferior do calcanhar.

Aps receber a bengala, desejvel que o doente tenha acesso a um programa de treino de marcha e de subida e descida de escadas.

Pirmide

constituda por um cabo geralmente semelhante aos das bengalas, mas com uma base de sustentao alargada terminando em trs ou quatro pontos de apoio (triangular ou quadrangular). As pirmides so regulveis em altura e na largura da base de sustentao. Aumentam a base de apoio e permitem maior estabilidade, segurana e descarga de peso.

Esto indicadas em perturbaes do equilbrio e sobretudo em doentes com hemiparesia/hemiplegia. So menos estticas e mais pesadas que as bengalas, mais difceis de manusear em escadas e pisos irregulares e obrigam a dar passos mais curtos, prolongando o tempo de marcha.

7.4.Muletas axilares

As muletas axilares so constitudas por dois tubos de alumnio, ou pelo seu equivalente em madeira, unidos em vrios nveis: um superior, para apoio no axilar ao nvel da face antero-lateral do tronco, um intermdio, regulvel em altura, para apoio manual e um inferior, imediatamente antes da terminao num nico ponto de apoio, que se encontra revestido por uma ponteira de borracha.

Estes dispositivos permitem maior alvio da carga (80% do peso corporal), melhor controlo do tronco, marchas rpidas pendulares e semipendulares. Embora exijam um maior perodo de aprendizagem da marcha so bastante seguras, pois permitem o contacto com o tronco.

Esto indicadas quando existe alterao motora parcial dos membros superiores e/ou equilbrio precrio. So pesadas e pouco estticas e o seu uso pode provocar leses nervosas do plexo braquial e leses vasculares. Esto contra indicadas nas artropatias do membro superior, em especial nas artropatias do ombro.

7.5.Cadeira de rodas

Cadeira de rodas manual

A cadeira de rodas manual standard constituda por diversos elementos: estrutura ou chassis, assento, encosto ou espaldar, apoio de braos, apoio de ps, rodas de propulso, rodas anti-volteio e traves.

As cadeiras de rodas de estrutura rgida so mais resistentes e duradouras, podendo o seu tamanho ser reduzido atravs do rebatimento do encosto. Nas de estrutura dobrvel, a cadeira de rodas dobrada puxando o assento para cima. Algumas estruturas so dotadas de suspenso, o que facilita os trajetos em pisos irregulares. A estrutura pode ser fabricada em diversos materiais, como ferro, alumnio ou ligas leves (mais dispendiosas).

Os apoios de p podem ser fixos, mveis (permitindo a elevao) ou amovveis (totalmente destacveis). Os dois ltimos so muito teis nos doentes com paraplegia porque facilitam as transferncias. Durante a deambulao, os ps devem estar sempre bem apoiados e pode ser necessrio, por vezes, prescrever tiras para imobilizao.

Os apoios de braos variam quanto s suas dimenses, podendo marginar total (full length) ou parcialmente o assento. O apoio de braos pode ser fixo, rebatvel ou amovvel, associando- se este ltimo a maior facilidade nas transferncias.

As rodas propulsoras podem ser traseiras (mais frequentes) ou dianteiras. O aro de propulso manual, adaptado s rodas propulsoras, pode ser liso. No entanto, pode tambm ser revestido com material anti-deslizante ou apresentar espiges, facilitando assim o manuseamento da cadeira por parte de doentes com alteraes da destreza manual.

Os pneus podem ser macios ou, mais frequentemente, pneumticos. Os pneus macios tornam a cadeira mais pesada mas no requerem manuteno e esto geralmente reservados para usos prolongados de cadeira de rodas no mbito institucional. Os pneumticos tornam a cadeira mais leve, amortecem o impacto de pisos irregulares e esto indicados para uso no exterior, mas necessitam de manuteno e esto sujeitos a furos.

As rodas anti-volteio funcionam como sistema de segurana. So pequenas, localizam-se na regio posterior da cadeira e impedem que a cadeira de rodas se volte ao subir um obstculo. Os traves de rodas servem para imobilizar a cadeira, designadamente quando das transferncias. Os mais comuns tm uma localizao alta, que os torna mais acessveis e de fcil manuseio.

O encosto da cadeira de rodas forma geralmente um ngulo de 90 com o assento. Pode apresentar pegas, destinadas a uma terceira pessoa, mas que muitos doentes utilizam para transportar objetos, como mochilas ou sacos. Algumas cadeiras de rodas, concebidas para ser propulsionadas por terceira pessoa, apresentam os traves adaptados s pegas.

A cadeira de rodas pode apresentar outras funes, que devem ser prescritas de acordo com as caractersticas e necessidades de utilizao do doente. Estas funes incluem a verticalizao (til nos doentes paraplgicos, permitindo a posio ortosttica), a horizontalizao/rebatimento de encosto (que permite a descarga, ajudando assim a prevenir lceras de presso) ou a adaptao de motor auxiliar (para utilizao em percursos mais longos).

Cadeira de rodas eltrica

Os componentes so semelhantes aos das cadeiras de rodas manuais, residindo a principal diferena na propulso eltrica e nos diversos tipos de dispositivo de comando.

Em muitos casos, o comando localiza-se no prolongamento do apoio de braos, sob a forma dum joystick. Quando existe incapacidade de utilizar as mos, o comando pode ser adaptado, por exemplo ao mento, cabea, ao sopro ou ao piscar de olhos. Estas solues, embora muito dispendiosas, podem ser necessrias para permitir a autonomia do doente.

Para alm da propulso, o comando pode controlar outras funes da cadeira, como por exemplo a elevao, a verticalizao, a horizontalizao ou as luzes.

Estas cadeiras de rodas utilizam motores eltricos com baterias recarregveis e podem ser programadas de forma a controlar velocidade, acelerao e desacelerao.

8.Tarefas que em relao a esta temtica se encontram no mbito de interveno do/a Tcnico/a Auxiliar de Sade

8.1.Tarefas que, sob orientao de um Profissional de sade, tem de executar sob sua superviso direta

So diversas as reas em que os tcnicos/as auxiliares de sade pode intervir, executando funes autnomas e colaborando com outros profissionais, por forma a melhorar o trabalho assistencial ao utente.

O/A Tcnico/a Auxiliar de Sade o/a profissional que auxilia na prestao de cuidados de sade aos utentes, na recolha e transporte de amostras biolgicas, na limpeza, higienizao e transporte de roupas, materiais e equipamentos, na limpeza e higienizao dos espaos e no apoio logstico e administrativo das diferentes unidades e servios de sade, sob orientaes do profissional de sade.

No que respeita higiene e conforto, estre profissional deve auxiliar na prestao de cuidados aos utentes, de acordo com orientaes do enfermeiro: Executar tarefas que exijam uma interveno imediata e simultnea ao alerta do profissional de sade Auxiliar na transferncia, posicionamento e transporte do utente, que necessita de ajuda total ou parcial, de acordo com as orientaes do profissional de sade.

8.2.Tarefas que, sob orientao e superviso de um Profissional de sade, pode executar sozinho/a

Pode considerar-se de forma genrica, que o AO tem trs reas de competncia que esto bem definidas e que so: Colaborao nos cuidados aos doentes Limpeza e higienizao Apoio ao servio e/ou unidade.

Nesta matria, espera-se que o tcnico/a auxiliar de sade tenha autonomia suficiente para o desempenho das seguintes tarefas: Colocar um suporte na cama do doente, por forma a permitir que se pendurem todos os soros/infuses Providenciar o monitor de transporte com o respetivo cabo eltrico de ligao, assim como o ventilador de transporte Verificar se o doente se encontra em bom estado de apresentao/higiene Tapar o doente com colcha/manta, resguardando a sua privacidade Colaborar com o enfermeiro na preparao global do doente Acompanhar o doente no transporte ao servio de destino e colaborar na sua transferncia para outra maca ou transfer do bloco operatrio Colaborar durante a realizao do exame radiolgico, naquilo que se mostrar necessrio Colaborar na receo e transferncia do doente para a UCI, aps a execuo do exame/cirurgia Ajudar a colocar o doente em posio confortvel Providenciar desinfeo e arrumao de todo o material que foi utilizado, ligando o monitor e ventilador corrente eltrica.

Bibliografia

AA VV: Manual de normas de enfermagem: procedimentos tcnicos, Ministrio da sade, 2008

Aleixo, Fernando, Manual de Enfermagem, Ed. Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio., EPE, 2007

Aleixo, Fernando, Manual do Assistente Operacional, Ed. Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio., EPE, 2008

Branco, Pedro Soares et al., Temas de Reabilitao: Ortteses e outras ajudas tcnicas, Ed. Medesign, 2008

Sites Consultados

Ordem dos Enfermeiroshttp://www.ordemenfermeiros.pt/

Portal da sadehttp://www.portaldasaude.pt/

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