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Casamento Judaico O casamento judaico torna- se cadosh através de todo o significado que permeia a cerimônia em todos os detalhes, através de kidushin, consagração, e os alicerces que deverão formar o novo lar e o relacionamento do casal indice O Casamento Judaico O Dia do Casamento Convidados especiais Micvê, o banho ritual de corpo e alma Cobrir o rosto da noiva O jejum do dia do casamento O casamento O Kitel As velas O Talit O cortejo O vestido da noiva A chupá - o pálio nupcial O contrato de noivado As sete voltas O contrato de casamento Kidushin - consagração Cabalat Panim - cerimônia de saudação aos noivos A aliança A recepção da noiva O ato de quebrar o copo A recepção do noivo http://www.chabad.org.br/ciclodavida/casamento.html (1 de 24)3/4/2007 23:59:06

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Casamento Judaico

O casamento judaico torna-se cadosh através de todo o significado que permeia a cerimônia em todos os detalhes, através de kidushin, consagração, e os alicerces que deverão formar o novo lar e o relacionamento do casal

indice

O Casamento Judaico O Dia do Casamento Convidados especiais Micvê, o banho ritual de corpo e alma Cobrir o rosto da noiva O jejum do dia do casamento O casamento O Kitel As velas O Talit O cortejo O vestido da noiva A chupá - o pálio nupcial O contrato de noivado As sete voltas O contrato de casamento Kidushin - consagração Cabalat Panim - cerimônia de saudação aos noivos A aliança A recepção da noiva O ato de quebrar o copo A recepção do noivo

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O Dia do Casamento

O dia do casamento judaico para os noivos é como um Yom Kipur pessoal. É passado em jejum, oração, atos de bondade (tsedacá) e reflexão espiritual.

A tradição nos diz que neste dia D'us perdoa completamente ambos pelas transgressões cometidas em suas vidas, para que possam começar suas vidas de casados em um estado totalmente puro.

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Micvê, o banho ritual de corpo e alma

Antes da núpcias, a noiva deve imergir nas águas do micvê para uma purificação espiritual (este ato deve ser repetido todos os meses). Recomenda-se que nesta data o noivo também se purifique no micvê com este mesmo propósito.

A união conjugal do casal é uma expressão física da unidade espiritual dos dois. Afirmando esta unidade dentro do quadro de uma orientação Divina das leis de Taharat Hamishpachá - a pureza familiar - a imersão no micvê eleva um ato físico em um ato imbuído com a santidade Divina. Isto atrai as bênçãos Divinas de paz e harmonia e tudo de bom no meio do lar e da família.

Por ser um assunto extremamente complexo, que requer um esclarecimento mais amplo e profundo, as leis de pureza familiar são minuciosamente estudadas pelo noivo e pela noiva com orientadores competentes.

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O jejum do dia do casamento

Uma antiga tradição aconselha noiva e noivo a jejuarem no dia de seu casamento, desde o nascer do sol até depois da cerimônia em baixo da chupá, pálio nupcial, comendo a sua primeira refeição juntos no fim da cerimônia nupcial. (em certos dias festivos como em Shabat, Rosh Chôdesh, Chanucá, etc., não é permitido jejuar).

Além do jejum, os noivos lêem salmos e oram pelo perdão de D'us (como em Yom Kipur).

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O Kitel

Antes da chupá, o noivo veste o kitel branco, veste tradicionalmente usada em Yom Kipur, sob seu terno. É esse o seu traje durante toda a cerimônia da chupá. O kitel lembra uma mortalha. Mesmo neste seu dia mais feliz o homem deve lembrar que é mortal. Este pensamento afastará a pessoa do pecado, pois terá sempre D'us em mente.

Recordar o dia da morte é também um lembrete para o casal que o casamento deve perdurar até o último dia de suas vidas.

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O Talit

No Monte Sinai, no "Grande Casamento" entre D'us e o povo de Israel, os judeus tiveram a visão de D'us envolto em um talit, xale de orações. Por este motivo, é um antigo costume judaico que a noiva dê ao noivo um talit novo como presente antes do casamento (e o noivo presenteia a noiva com um par de castiçais).

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O vestido da noiva

A tradição nos conta que D'us, Ele próprio, enfeitou Chava (Eva), a primeira mulher, para o seu casamento com Adam (Adão). Por esta razão, a noiva se prepara e se enfeita para o seu casamento.

Costuma-se usar vestido de cor clara, que indica pureza, já que todos os pecados dos noivos são perdoados no dia de seu casamento.

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O contrato de noivado

A tradição judaica especifica que, antes da cerimônia do casamento, os contratos, num texto padrão, sejam elaborados num documento escrito e assinado por duas testemunhas e pelos noivos. As testemunhas devem ser homens adultos, seguidores das mitsvot, preceitos, da Torá, sem serem parentes dos noivos e entre si.

O contrato de noivado pode ser feito com antecedência, mas há um costume de realizá-lo logo antes da chupá, são lidos e assinados na Cabalat Panim, antes da cerimônia de casamento. Após a leitura do documento, as mães dos noivos quebram um prato de porcelana. O prato de porcelana é quebrado para indicar que como a porcelana nunca pode ser consertada, um contrato de noivado quebrado é muito grave.

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O contrato de casamento

O contrato matrimonial especifica as responsabilidades do marido para com sua esposa, como provê-la com alimento, roupa e direitos conjugais.

A assinatura da Ketubá, contrato judaico de casamento, demonstra que os noivos não vêem o casamento apenas como uma união física e emocional, mas também como um compromisso legal e moral. Dois homens seguidores das mitsvot servem de testemunhas no ato da assinatura da Ketubá, assegurando que tudo seja feito de acordo com a prática legal e tradicional judaica.

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Cabalat Panim - cerimônia de saudação aos noivos

A celebração do casamento judaico inicia-se com a Cabalat Panim, uma recepção na qual o noivo, e a noiva, são cumprimentados por parentes e amigos. A noiva e o noivo sentam-se em locais distintos e as recepções ocorrem separadamente, já que noivo e noiva não se vêem na semana anterior ao casamento (alguns costumam não se ver desde a noite do micvê).

A tradição nos diz que em certas ocasiões especiais D'us escuta e atende nossas preces com mais intensidade: nos momentos do acendimento das velas de Shabat na sexta-feira à noite, por exemplo. Para o noivo e noiva, o dia do casamento é outra destas ocasiões especiais, especialmente em baixo da chupá. É costume e apropriado se aproximar dos noivos e pedir a eles que rezem por um amigo ou pessoa querida que necessita particularmente das bênçãos de D'us (por alguém que se encontra enfermo, por alguém que deseja casar-se, etc.).

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A recepção da noiva

É um mandamento positivo, de origem rabínica, honrar e louvar a noiva, providenciar o que ela necessita e alegrá-la. O Talmud designa-lhe um "trono de noiva" e instrui todos os que comparecerem a agir como o seu séquito. A noiva neste dia é chamada de rainha e o noivo, de rei.

Durante a recepção nupcial, cercada por sua família, a noiva senta-se sobre o seu "trono" e é cumprimentada pelas convidadas, enquanto parentes e amigas dançam em sua honra.

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A recepção do noivo

Em certas comunidades, o noivo, recita um Maamar (discurso chassídico de Torá) sobre o significado espiritual do casamento. Com isto ele demonstra que, mesmo no momento mais feliz de sua vida, não esquece de D'us e da Torá. Ele quer que seu casamento esteja baseado nos fundamentos da Torá.

Em alguns círculos, as pessoas costumam interromper o noivo com canções no meio de seu discurso. Sendo o casamento uma réplica da outorga da Torá, já que D'us pronunciou os Dez Mandamentos, o noivo profere um discurso: mas assim como as Tábuas da Lei foram quebradas, também o discurso do noivo é interrompido.

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Convidados especiais

É sabido que os antepassados do casal descem do mundo da verdade para participar da celebração do casamento. Almas ancestrais de três gerações participam de todos os casamentos judaicos. Em alguns casamentos, de diferentes níveis, até gerações mais antigas estão presentes.

É por este motivo que é um costume, em cemitério judaico em ocasiões tristes como o passamento de um ente querido, cumprimentar ao que sofreu a perda com a expressão: "Of simches", "Somente em festas". Sabe-se que a alma da pessoa falecida estará presente na próxima celebração de uma festa judaica da família (brit-milá, bar-mitsvá, casamento).

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Cobrir o rosto da noiva

A última etapa preparatória para o casamento ocorre quando o noivo, acompanhado por seus pais e todos os convidados, se dirige até o local onde a noiva está recebendo os convidados. Lá, ele coloca o véu sobre a cabeça da noiva, que fica ladeada pelas duas mães.

Neste momento, é costume os pais abençoarem a noiva, colocando suas mãos por cima da cabeça da noiva e proferindo a bênção: "Que D'us te faça como as Matriarcas Sara, Rivca, Rachel e Lea" e também a bênção sacerdotal.

Os pais podem também acrescentar qualquer bênção ou prece particular. Aprendemos a proceder assim de D'us, que abençoou Adam e Chava antes de seu casamento.

O costume de se cobrir o rosto da noiva lembra a nossa matriarca Rivca, em seu recato, cobrindo seu rosto com um véu em seu primeiro encontro com Yitschac.

Cobrir os cabelos simboliza a modéstia que caracteriza as virtudes da mulher judia. O casamento de Yitschac com Rivca marcou o começo do povo judeu. Imitando o gesto de Rivca, a noiva espera de que seja igualmente merecedora das bênçãos Divinas no seu casamento.

Outro motivo pelo qual o noivo cobre o rosto da noiva é que a Presença Divina irradia do rosto da noiva neste momento, e por isto deve ser coberto. Mais um motivo é para indicar que o noivo não está interessado apenas na sua beleza física, pois beleza é algo passageiro, pode desvanecer com o tempo. Ele está atraído pelas suas qualidades espirituais, algo que ela nunca irá perder.

De certa maneira, cada noiva é um reflexo de Rivca, pois o casamento não é somente um

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processo particular que une duas pessoas dispostas a construir um lar individual, mas é uma instituição sagrada que abrange o povo todo. É uma união que traz à tona milhares de resultados benéficos para o casal e para toda a comunidade.

No seu caminho para a chupá, o noivo, junto com seus acompanhantes, faz uma rápida parada num local onde vestirá o kitel, manto branco, e prosseguem até a chupá seguido pela noiva, acompanhada pelas duas mães e pelas mulheres presentes.

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O casamento

Os pais que acompanham o noivo e a noiva até a chupá seguram velas acesas. Já que os noivos são comparados a rei e rainha, devem ser escoltados por um séquito.

Nossos sábios nos contam que no casamento do primeiro casal, os anjos Michael e Gavriel escoltaram Adam e o levaram até Chava. Também Moshé e Aharon levaram o povo de Israel para o "casamento" com D'us, ao redor do Monte Sinai. Assim como D'us foi acompanhado pelas duas Tábuas da Lei e por miríades de anjos, os noivos são acompanhados pelos pais.

Os acompanhantes que levam as velas ficavam à direita e à esquerda dos noivos. A mão direita representa bondade e a esquerda, firmeza. Direita e esquerda simbolizam o relacionamento entre o casal que deve ser contrabalançam com amor e firmeza - saber dar e não procurar só receber.

Aharon, que procurava a paz e o amor entre as pessoas, personifica a harmonia que deve existir entre marido e mulher; e Moshê, que recebeu a Torá, representa as leis e regras que devem reger a nossa vida. Leis e regulamentos devem ser obedecidos num espírito de união e cessão, entrando o casal sempre em acordo.

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As velas

O motivo do uso das velas é que, quando acesas, parecem com uma tocha de luz, lembrando os relâmpagos faiscando no Monte Sinai que acompanharam o povo de Israel, e o fulgor que acompanhou D'us, na outorga da Torá.

As velas também representam as almas dos entes queridos que partiram e que se reúnem ao casal nesta noite.

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O cortejo

O noivo chega primeiro à chupá, lembrando a outorga da Torá. D'us apareceu na montanha e precisou esperar o povo de Israel. Outro motivo porque o noivo vem primeiro é que um casamento só pode ser ajustado com o consentimento da mulher. Por isto, ela vai à chupá para o noivo, mostrando que realmente deseja este casamento.

É costume que os noivos não levem nada nos bolsos, nem usem jóias durante a cerimônia da chupá, para indicar que cada um é aceito pelo outro por aquilo que é e não por causa das suas posses. Outro motivo é que o noivo, no dia do seu casamento, é como o Cohen Gadol (o Sumo Sacerdote) em Yom Kipur, quando entrava no santo dos Santos. Lá ele usava uma roupa branca simples, sem bolsos e sem trajar suas roupas douradas.

Assim como os Leviyim (levitas), acompanhavam o serviço Divino no Templo com instrumentos musicais, também os noivos são acompanhados com música à chupá.

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A chupá - o pálio nupcial

A cerimônia do casamento deve ser realizada preferivelmente sob céu aberto, lembrando a bênção de D'us para que a semente de Avraham fosse tão numerosa como as estrelas. A cerimônia ocorre sob a chupá, cobertura ou proteção, que representa a casa que o novo casal irá estabelecer unido.

Da mesma forma como a tenda de Avraham era aberta nos quadro lados para acolher hóspedes de todas as direções, a chupá aberta simboliza o desejo de sempre se ter um lar aberto e acolhedor.

A chupá envolvendo os noivos representa a bênção infinita de D'us em resposta a busca de ambos. Uma bênção que ajudará a frutificar seus desejos de construir um lar sobre a fundação de Torá e mitsvot.

A chupá por cima da cabeça dos noivos simboliza que estas duas almas estavam inicialmente interligadas e unidas, e que seu encontro e casamento constitui realmente uma reunificação. Quando vieram a este mundo material, receberam corpos físicos dentro dos quais a alma original se separou. Finalmente elas se reencontram e se reúnem. Isto explica a grande alegria de um casamento. Uma reunião após uma separação temporária é muito mais emocionante que a união de algo completamente novo.

A chupá também relembra a Revelação no Monte Sinai, onde o povo de Israel foi consagrado a D'us, quando Ele ergueu a montanha sobre suas cabeças como uma chupá. A chupá também lembra o Mishcan, Tabernáculo, o Santuário de D'us,

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construído no deserto do Sinai. Seu teto foi feito de tapeçarias apoiadas sobre colunas de madeira, como a chupá.

A chupá também representa o conceito da harmonia conjugal, o qual só pode ser alcançado com amor e respeito e quando o casal se dedica a uma meta comum acima e além do seu próprio ser limitado; a uma meta Divina que os abrange, abraça, eleva e refina.

A chupá sob o céu aberto, reflete a esperança de que esta união será abençoada com muito brilho, como as estrelas que iluminam o céu. Às vezes, uma estrela parece não ter muita claridade, mas dá para reconhecer que ela está emitindo luz na imensa escuridão do céu. Assim também na vida de um indivíduo ou de um casal, há mérito e valor em cada ato, palavra ou pensamento por mínimos que sejam.

A felicidade se desenvolve a partir do total de pequenas minúcias e detalhes que constituem a vida cotidiana de um casal. Respeitando o próximo em áreas maiores é apenas civilidade. Respeito e consideração nos pequenos detalhes é indicativo de um relacionamento realmente afetivo e saudável.

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As sete voltas

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Ao chegarem à chupá, a noiva, os pais (e, segundo a tradição de alguns, até os avós) circundam o noivo sete vezes. Este é um costume de origem cabalística, difundido apenas entre as comunidades judaicas ashkenazitas (ocidentais). As voltas são alusivas aos sete dias da Criação.

O Rebe explica o significado das voltas da noiva, e da colocação do anel, adquirido pelo noivo, no dedo da noiva:

"Em sua nova vida e estabelecimento de um lar judaico, é da máxima importância que noivo e noiva renovem sua devoção a D'us e ao Serviço Divino; uma devoção acima de todos os limites, superior à sua inteligência e aos seus sentimentos limitados, mas principalmente uma devoção absoluta para seguir a D'us e Seus mandamentos. Mesmo se não encontram motivos para uma lei específica, ou se são desafiados em qualquer aspecto, material, física, emocional e espiritualmente, ambos permanecerão leais a D'us, à Sua Torá e às Suas mitsvot.

"Este tipo de devoção é simbolizado por um círculo, que não tem início nem fim, representando uma dimensão que está além dos limites; que é total. O circundar da noiva em torno do noivo representa o seu investimento no casamento por um compromisso absoluto à construção de um lar de acordo com a vontade de D'us. A aliança que o noivo oferece à noiva representa o seu investimento de uma devoção ilimitada e essencial a D'us, Sua Torá e mitsvot."

Outros motivos das sete voltas:

Lembra as sete expressões de noivado entre D'us, o noivo, e Israel, a noiva. "Eu te consagro a Mim para sempre. Eu te consagro a Mim em misericórdia e em julgamento, e em amor, e em retidão. Eu te consagro a Mim em fidelidade, e tu conhecerás D'us."

No dia do seu casamento o noivo é comparado a um rei. Assim como o rei é cercado pela sua legião, o noivo deve ser rodeado pela noiva e o seu séquito.

Recorda as sete vezes que as tiras dos tefilin são enroladas no braço do homem. Assim como o homem se liga em amor a D'us, assim ele é "amarrado" à sua esposa, entre outras razões.

Após terminar as sete voltas, a noiva fica ao lado direito do noivo, em sinal que estará sempre a seu lado para qualquer ajuda.

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Kidushin - consagração

Já que o casamento é uma mitsvá, preceito Divino, uma bênção é recitada antes de sua execução em agradecimento pela santificação de D'us à união.

O casamento judaico torna-se cadosh através de todo o significado que permeia a cerimônia em todos os detalhes, através de kidushin, consagração, e os alicerces que deverão formar o novo lar e o relacionamento do casal.

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A aliança

A entrega da aliança pelo noivo e sua aceitação pela noiva constitui o ato central da santificação do casamento. É um vínculo eterno que fica estabelecido. A partir do momento em que a aliança é colocada no dedo da noiva, o casal, de acordo com a Lei Judaica, é considerado casado.

A aliança simboliza o elo numa corrente, também um círculo sem fim representando o ciclo da vida.

O ato de dar o anel também simboliza a transferência de poder e autoridade. Assim o marido simbolicamente transfere à sua nova esposa a autoridade sobre seu lar e tudo que se encontra nele. A partir deste momento tudo em sua vida será repartido. O anel também simboliza a proteção que o marido dá a sua esposa; assim como o anel envolve o dedo, também sua aura de proteção envolve a esposa. A aliança simboliza a confiança e lealdade que envolve o casal pelo resto de sua vida.

O costume é que a aliança seja redonda, de ouro sólido, simples e perfeitamente lisa, sem pedras preciosas, desenho ou gravação, nem mesmo por dentro (após o casamento pode-se gravar o que quiser nela) para que represente um simples círculo inquebrável e ilimitado entre o casal.

A aliança deve ser colocada no dedo indicador da mão mais forte da noiva (canhota ou direita), sem interferência de luvas (caso estiver usando alguma), mas diretamente em seu dedo. Antes de colocar a aliança, o noivo recita a seguinte frase:

"Com este anel, tu és consagrada a mim conforme a lei de Moshê e Israel" e as testemunhas falam: "Está casada".

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Casamento Judaico

Ao aceitar o anel, a noiva consente ao kidushin, consagração, significando a singularidade do casamento judaico, estabelecendo uma relação em um lar onde D'us, Ele mesmo, habita.

A ketubá logo em seguida é lida em voz alta para todos os presentes e são recitadas, Sheva Brachot, Sete Bênçãos aos noivos.

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O ato de quebrar o copo

O ato final da cerimônia é a quebra de um copo de vidro pelo chatan, lembrando a todos que mesmo na maior alegria pessoal devemos lembrar a destruição do Templo Sagrado de Jerusalém e continuar a almejar pela sua reconstrução.

Outros significados para a quebra do copo:

Nos lembra as primeiras Tábuas da Lei, quebradas após o "Grande casamento" entre D'us e o povo de Israel; que somos mortais e devemos nos casar e multiplicar; que somos como vidro, que mesmo quebrado, pode ser reconstituído, como através de nosso sincero arrependimento somos perdoados.

Ao som do copo quebrado, a atmosfera solene é rompida e substituída por danças e música. Todos devem animar os noivos expressando a alegria e apoio ao casal que constitui a partir deste momento, mais um elo na corrente de vida através da Torá.

O casamento será fortalecido a cada dia através do entendimento entre ambos, dos limites do outro, companheirismo, amizade, carinho, amor, respeito e cumprimento das leis de pureza familiar. Estes são os verdadeiros valores que consagram um casamento judaico.

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Ciclo da Vida

Nascimento

● Shir Hamalos e o Bebê● Por que você nasceu?● Escolhendo o nome Judaico● Conselhos para uma futura mamãe● A educação começa no nascimento

Circuncisão

● Brit Milá: Circuncisão● Brit Milá: Trauma ou alegria?

Pidyon Haben

● Pidyon Haben: a mitsvá de redimir o primogênito● Cartas do Rebe

Ophshernish

● Opshernish

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Ciclo da Vida

Bar Mitsvá

● Bar-mitsvá

Bat Mitsvá

● Bat-mitsvá● Assuma o cargo!

Aniversário

● Feliz Aniversário

Casamento

● Por trás do véu● A fusão de duas almas● Casamento versus viver junto● Casamento: 1 + 1 = 1● O Casamento Judaico● Casamento chassídico

Falecimento

● A maior das mitsvot● Possa D'us confortá-los● Por que os justos morrem● Confortando os que sofrem● Como lidar com o luto?

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Shir Hamalot: proteção para a mãe e o bebê

Shir Hamalot: proteção para a mãe e o bebê indice

À medida que as mulheres que esperam bebês vêem se aproximar a data do parto uma variedade de emoções tendem a surgir. Algumas mulheres ficam repletas de entusiasmo, antecipando ansiosas o dia em que conhecerão o bebê face a face. Outras ficam irrequietas, nervosas com as horas de trabalho de parto que se aproximam. Todas as mulheres rezam a D'us pedindo um filho sadio. Muitas mulheres judias ficariam empolgadas se soubessem que existe uma prece especial que tem sido um costume durante séculos em nossa tradição de salvaguardar tanto a mãe quando o bebê. Esta prece é Shir Hamalot (Canção das Ascensões, Tehilim 121). Os versículos desse Salmo declaram nossa dependência sob o Criador para nossa segurança e bem-estar e Seu compromisso de nos proteger em todas as horas. O Rebe iniciou uma campanha para divulgar a importância de Shir Hamalot para toda mãe judia e seu bebê. Estas palavras sagradas contêm o poder de proteger a mãe e o bebê durante o processo de nascimento e o período de recuperação que se segue. É por isso que é tão imperativo que quando a futura mamãe prepara sua maleta com todos os itens que planeja levar ao hospital, não se esqueça do Shir Hamalot. Só o fato de ter esta prece ao seu lado durante o parto fornece aquela dose adicional de proteção. Quando o bebê nasce, é costume colocar o Shir Hamalot sobre o berço. Esta é uma maneira notável de protegê-lo. É costume também pendurar o Shir Hamalot nos batentes da casa, especialmente os do quarto do bebê, antes de entrar com ele. É importante notar que tudo aquilo que cerca um recém-nascido tem um efeito espiritual. A Torá nos ensina que aquilo que um bebê vê e ouve, mesmo durante seu primeiro dia de vida, terá uma influência sobre ele por muitos anos. Os pais são encorajados a expor seus filhos a imagens sagradas desde que nascem. O Shir Hamalot é uma maneira maravilhosa de começar.

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Por que você nasceu?

Por que você nasceu? indice

Numa reunião de família que celebrava o nascimento de uma criança, o Rebe explicou os três motivos para se alegrar numa ocasião dessas: o júbilo de toda a nação pelo nascimento de um novo membro, a alegria dos pais por serem abençoados com um filho, e a alegria da criança por ter sido trazida ao mundo.

O processo da vida é

muito mais que

simples biologia.

Uma pessoa

não está plenamente

viva a menos que

esteja sintonizada

com o propósito

mais elevado de

sua alma, a menos

que conheça

sua

"Mas como podemos celebrar quando ainda não sabemos o que a criança será?" perguntou um homem. "O nascimento marca o momento em que a alma entra no corpo" – disse o Rebe. "E como a alma está conectada diretamente a D’us, este é motivo suficiente para se alegrar." Por que você nasceu?

Seu nascimento significa que você é filho de D’us. Seu nascimento não foi apenas um acidente; D’us escolhe cada um de nós para desempenhar uma missão específica neste mundo, assim como o compositor organiza harmoniosamente cada nota musical. Tire uma nota que seja, e a composição se desintegra. Cada pessoa tem seu valor; cada pessoa é insubstituível. Sua vida está sempre o levando na direção de seu destino, e todo momento é significativo e precioso.

Muitas pessoas parecem sentir que, apenas porque não escolhemos vir ao mundo, nosso nascimento é um golpe de coincidência ou do acaso. Isso não poderia estar mais longe da verdade. O nascimento é a maneira de D’us dizer que Ele investiu Sua vontade e energia para criar você; D’us sente grande alegria quando você nasce, o maior prazer imaginável, pois o instante do nascimento engloba o potencial de todas as futuras realizações. Quando, exatamente, começa a vida?

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Por que você nasceu?

missão. No nascimento, a alma entra no corpo, criando uma vida que se sustenta, um ser humano autônomo. Um feto, obviamente, é um organismo vivo completo com cérebro em funcionamento, coração e membros. Mas é somente uma extensão, embora viva, da mãe. Contém a vida, mas ainda não é independente, sustentado por sua própria força.

Cada um de nós tem uma

opção: podemos estar

meramente vivos no sentido

biológico ou podemos ser

realmente vivos,

espiritualmente vivos.

Portanto, o instante do nascimento assinala o início de nossa missão na terra, que é transformar nosso mundo material num veículo de expressão espiritual e Divindade. O processo da vida é muito mais que simples biologia. Uma pessoa não está plenamente viva a menos que esteja sintonizada com o propósito mais elevado de sua alma, a menos que conheça sua missão. Muitos de nós sentimos um lado espiritual em nossa vida. Talvez o busquemos apenas de tempos em tempos. Mas como estamos tão ocupados com nossa vida diária e tão famintos pela gratificação instantânea, esquecemos – ou jamais separamos tempo para aprender – por que, para começar, estamos aqui. Cada um de nós tem uma opção: podemos estar meramente vivos no sentido biológico ou podemos ser realmente vivos, espiritualmente vivos. Mesmo como adultos, podemos viver da maneira que um feto vive – comendo, bebendo e dormindo, uma pessoa completa que carece de seu elemento mais vital: uma alma. Ou podemos aproveitar nossa capacidade para sermos espiritualmente sensíveis, e participar do mundo. É tentador passar nossa vida num estado semelhante ao do feto. Até os Sábios admitem isso: ‘É mais agradável não nascer do que nascer." Não seria mais fácil passar pela vida aquecido e bem alimentado, protegido do mundo exterior, que suportar as difíceis batalhas da vida que todos teremos de conhecer?

"O nascimento

é D’us dizendo

que você é importante"

– O Rebe

De fato, muitos tentam se isolar, reagindo à vida mas nunca se envolvendo nela por completo. Sob esta ótica, vemos que o nascimento, acima de tudo o mais, é um desafio, o primeiro e talvez o mais difícil que jamais enfrentaremos. Por um momento, pense sobre as experiências de um bebê. Agora tente imaginar seu próprio nascimento. Que momento monumental! Que sentimentos você teve? Que vozes escutou? Cientistas e psicólogos estão apenas começando a reconhecer aquilo que a Torá tem ensinado durante milhares de anos: que nossas experiências como recém-nascido têm um profundo impacto em nossa psique interior. Um recém-nascido é tão receptivo como uma esponja seca.

Escuta talvez ainda mais que um adulto; exatamente porque sua mente consciente ainda não funciona, e porque não entende as palavras, um recém-nascido é muito mais impressionável. Absorve tudo em seu ambiente na forma mais pura, sem ser adulterada pelo ego ou intelecto adulto. A educação, portanto, começa no momento em que a criança nasce. Isso nos apresenta uma

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Por que você nasceu?

profunda responsabilidade sobre como nos comportar na presença de uma criança, e como tratamos as crianças desde o instante do nascimento. Lembre-se: a alma de um recém-nascido está completamente viva, com ouvidos abertos que escutam tudo. Um respeitado rabino, quando bebê, era carregado com freqüência em seu cestinho para ouvir preces e canções. Ele cresceu e se tornou um grande erudito e, em reconhecimento à maneira pela qual fora criado, era cumprimentado muitas vezes com a bênção: "Abençoada seja aquela que lhe deu à luz."

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Escolhendo o nome Judaico

Escolhendo o nome Judaico indice

A importância de um nome judaico refere-se àquela parte de nós que verdadeiramente define a identidade judaica: a alma judaica. Um nome judaico é o seu chamado espiritual, um título que reflete seus traços particulares de caráter e os dons concedidos por D’us. O fato de que o nome da pessoa representa sua força vital é insinuado pela palavra neshamá (alma), cujas duas letras intermediárias formam a palavra shem (nome). As letras do nome de uma pessoa são como o cano através do qual a vida é levada ao corpo. Portanto, a palavra shem, nome, tem o mesmo valor numérico que tzinor, cano. Nomear um recém-nascido judeu é uma tarefa sagrada, parte do ciclo de vida da religião judaica. Um menino recebe o nome durante a cerimônia do brit milá, quando entra no pacto de Avraham Avinu; uma menina é nomeada logo após seu nascimento, na primeira oportunidade em que a Torá será lida. Seu pai então é chamado na Torá e nesta oportunidade anuncia seu nome judaico. Ao escolher um nome para a criança recém-nascida, os pais passam em revista os nomes de seus entes queridos. Isso se baseia no preceito da Torá de que o nome do falecido não deve ser apagado de Israel. Ocasionalmente, uma criança recebe o nome de algum erudito de Torá, ou do maior tsadic da geração, cuja vida foi consagrada à Torá; ou então uma menina recebe o nome de mulheres sábias e grandiosas da Torá, cuja vida serviu como inspiração a todos. Quando a criança recebe o nome de um parente falecido – segundo o costume askenazi – cumpre também a mitsvá de honrar pai e mãe. Esta mitsvá é obrigatória não somente durante a vida deles, como também depois de sua morte. É uma grande satisfação para a alma, e proporciona prazer às almas dos parentes falecidos, quando os descendentes recebem seus nomes. A Cabalá afirma que os pais recebem inspiração Divina ao escolher um nome para seu filho. O nome é registrado como pertencendo para sempre a esta criança. É por este nome que o menino será chamado à Torá quando chegar a seu bar mitsvá, aos treze anos; quando chegar à vida adulta e ao casamento, seu nome aparecerá na ketubá; este nome é mencionado na prece E-l malei rachamim oferecida em benefício da alma após 120 anos. Assim, o nome judaico acompanha o judeu por toda a vida e em todas as ocasiões.

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Escolhendo o nome Judaico

Classificação de nomes judaicos Os nomes judaicos podem ser classificados em diferentes categorias: 1 – Nomes bíblicos – nomes mencionados nos Cinco Livros da Torá, nos Profetas, ou nas Sagradas Escrituras. 2 – Nomes talmúdicos – nomes originalmente encontrados no Talmud e Midrashim. 3 – Nomes encontrados na natureza – no mundo animal, alguns dos quais aparecem nas Escrituras, tais como Chava, Rachel, Devorah, Tziporah, Yonah, etc. Há também nomes do reino animal não mencionados nas Escrituras como nomes de pessoas, tais como Aryrh, Zev, Tzvi; tais nomes originaram-se com as bênçãos de Yaacov e Moshê, que aplicaram os nomes de diversas coisas vivas às tribos de Israel. 4 – Nomes encontrados na Natureza – no mundo vegetal, alguns dos quais aparecem nas Escrituras, como Tamar, etc. Outros nomes desse tipo são Shoshana, Alon, Oren, Oranah, Aviva, etc. 5 – Nomes que incluem o Nome de D’us dentro deles, e nomes que expressam agradecimentos a D’us. 6 – Nomes de Anjos, que foram adotados como nomes humanos:Gabriel, Rafael, etc. 7 – Nomes secundários, que ocorrem em conjunto com o nome principal, embora ocasionalmente estejam sozinhos. Como faço para dar ou receber um nome hebraico? 1 – Além de sua escolha Geralmente, seu nome hebraico é aplicado a você por ocasião de seu nascimento ou pouco depois, escolhido por seus pais, que o nomeiam em homenagem a um ente querido falecido, geralmente um antepassado (costume ashkenazi) ou a um ente querido, como avós, ainda vivos, como forma de homenageá-los (costume sefaradi). Ou, caso eles não tenham ninguém para homenagear, talvez você receba um nome hebraico da preferência deles. Portanto na verdade você não poderá escolher seu próprio nome, a menos que não tenha recebido um até a idade adulta. 2 – Por sua escolha Se você não recebeu um nome hebraico até a idade adulta, ou seja, seus pais não lhe fizeram um brit (caso seja menino) ou não lhe deram um nome na primeira oportunidade em que foi lida a Torá logo após seu nascimento (se for menina), você pode selecionar qualquer nome hebraico normal que lhe agrade. 3 – Opções de conversão Um terceiro nome hebraico alternativo é quando um não-judeu se converte ao Judaísmo. O convertido pode escolher qualquer nome hebraico, geralmente há escolha algo foneticamente semelhante ao nome existente: John talvez se torne Yonatan (hebraico para Jonathan), Mary pode se tornar Miriam.

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Escolhendo o nome Judaico

Situações especiais Um menino que já nasceu circuncidado é nomeado no hatafas dam bris, na presença de um minyan. Caso não haja um quórum de dez homens, poderá ser nomeado na presença de dois. Se uma criança nasceu, e é necessário rezar pela sua saúde, seu nome poderá ser dado imediatamente, para que possam rezar em seu nome. Costuma-se apenas dar o nome neste caso, sem no entanto torná-lo público até o brit milá. Quando uma pessoa se encontra em situação de risco, como uma grave doença ou problemas de saúde, D’us não o permita, costuma-se acrescentar outro nome ao seu nome judaico original. Desta forma pode-se alterar seu mazal, sorte e destino, e rezar pelo seu pronto restabelecimento e cura. Importância vital O nome pelo qual a pessoa é chamada é o recipiente que contém a força vital condensada inerente nas letras do nome. Como disse o Eterno aos Anjos: "A sabedoria de Adam é maior que a sua", pois ele entendeu a fonte suprema de cada ser criado, e segundo este Ele o chamou por seus nomes. Portanto, descobrimos que quando desejamos reviver alguém que desmaiou, chamamos seu nome. Ao chamar seu nome, despertamos a força vital em sua fonte, e atraímos vitalidade para o corpo. Similarmente, se alguém está adormecido, nós o chamamos por seu nome. Ao falecer, quando a alma parte do corpo e chega perante a Corte Celestial, não lhe é perguntado: "Qual é seu nome hebraico" A pergunta feita é simplesmente: "Qual é seu nome?" Porque seu nome verdadeiro, sua essência, está contida em seu nome hebraico. Atualmente, o maior problema para o povo judeu é a assimilação e a ignorância. Embora seja um grande problema, existem pequenas coisas que podemos fazer para lutar contra isso. Podemos assistir uma aula de Torá uma vez por semana ou por mês. Podemos celebrar o Shabat. E podemos usar nossos nomes hebraicos. Quando os usamos, lembramo-nos constantemente de quem somos, fortificando assim nossa identidade judaica e automaticamente lutamos contra a assimilação. Parafraseando Neil Armstrong, talvez seja um pequeno passo para um judeu, mas um salto gigante para o Judaísmo! Devemos nos inspirar no exemplo fornecido por nosso povo na saída do Egito; não se assimilaram. Este fato deveu-se a três fatores fundamentais que fizeram questão de conservar: o modo de se vestirem, a língua (hebraico) e o nome (judaico). Quanto ao último, disseram nossos Sábios: (Bamidbar Rabah 20:22) "Nossos antepassados mereceram ser redimidos do Egito porque não mudaram seus nomes." Devido a estes cuidados tiveram o mérito de serem redimidos e conduzidos à outorga da Torá no Monte Sinai. Que possamos através de nossas boas ações e utilização destas mesmas "vestimentas" que nos conectam à nossa essência, sermos merecedores de presenciar a recompensa neste mundo: uma época sem guerras, onde a paz verdadeira será restabelecida e o conhecimento de D’us transbordará no mundo inteiro. Enquanto aguardamos, continuaremos colocando nomes judaicos

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Escolhendo o nome Judaico

em nossos filhos e, nossos filhos em nossos netos. Clique aqui para obter algumas sugestões. Nomes judaicos masculinos Nomes judaicos femininos

Leia também a incrível história de

Esther Malka

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Conselhos para uma futura mamãe

É claro que nada disso é para você. É para aquele que vai

nascer. Portanto, não há auto-indulgência nenhuma. Apenas uma boa preparação para ser

mãe. Certo? Certo.

Por Jay Litvin Conselhos para uma futura mamãe indice

Querida................,

Obrigada por escrever. É sempre bom receber boas notícias, especialmente boas notícias na família.

Então, você está grávida! Mazal Tov! Estou lisonjeada por ser consultada e por favor, sinta-se à vontade para ligar ou escrever a qualquer hora pedindo conselhos. Você provavelmente não receberá nenhum, mas procure-me de qualquer forma. Se eu não tiver conselhos a dar, provavelmente inventarei alguma coisa que seja agradável. Em última instância, farei você rir um pouquinho, e todos sabem que rir é a melhor coisa para bebês ainda não nascidos. Na verdade, o riso é a melhor coisa que conheço para quase tudo.

De qualquer forma, todas as bênçãos para uma gravidez fácil, com muitos momentos de aconchego. Um conselho tenho certeza que posso oferecer: dê-se ao luxo de sentir-se cansada. É sempre bom ter uma boa desculpa para ir para a cama e agora, finalmente, você pode fazer isso sem sentir-se culpada. Pode ir para a cama e pensar consigo mesma: "Não estou fazendo isso por mim, mas pelo bebê."

Certo? Certo.

Então, agora que você está bem acomodada, precisará de boas coisas para ler. (Já tentou uma pequena dose diária de salmos? Bastante confortador.) E, cobertores confortáveis para as noites frias de inverno. Sugiro um pouco de incenso ou uma daquelas coisinhas que queimam óleos perfumados.

É claro que nada disso é para você. É para aquele que vai nascer. Portanto, não há auto-indulgência nenhuma. Apenas uma boa preparação para ser mãe. Certo? Certo.

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Conselhos para uma futura mamãe

Agora, conselhos práticos:

Não: Olhe nada que seja feio. Leia sobre coisas desagradáveis. E deixe assuntos políticos e sociais pesados para os outros.

Sim: Olhe bastante pela janela, especialmente para as nuvens, árvores em flor e flores na primavera, e o sol faiscando sobre a neve recém-caída ou galhos cobertos de neve.

Música: Bastante. Várias vezes ao dia. E não se esqueça de cantar. O canto é essencial. Faça isso a qualquer hora, mas tente de verdade.

Prece: Algumas pessoas parecem acreditar que isso ajuda. Sou uma delas. Ele, como estou certo que você sabe, desempenha um importante papel em toda a concepção, gravidez, processo de nascimento (alguns dizem que Ele é o terceiro parceiro no evento), portanto, se eu fosse você, não o ignoraria. Eu soube que Ele gosta de ser lembrado, e que Se lembra daqueles que lembram d'Ele.

Além de algum tempo regular para prece, como foi sugerido por nossos Sábios, recomendo tentar manter-se cônscia da presença de D'us em nossa vida o tempo todo. Você pode mesmo achar-se tendo algum tipo espontâneo de conversação com D'us (mas não diga a ninguém que o faz, caso contrário será levada para o hospício). Nestas conversas, permita-se fazer reclamações, se tiver vontade, ou mesmo lamentar-se. E quando sentir vontade sincera, expresse sua gratidão ao Todo Poderoso. Você pode achar que quando pensa n'Ele, um sorriso brota em seu rosto, ou mesmo uma risada. E, bem, há muitos momentos para se ligar no Sr. Onipresente, se você deseja estar presente para Ele.

De qualquer maneira, estou certa de que você tem suas próprias maneiras de dialogar com o Divino. Estou apenas tentando lembrá-la a fazer isso tão freqüentemente quanto possível, formal ou informalmente.

Você pode querer ter alguns objetos sagrados pela casa - mezuzot, caixinhas de tsedacá (para caridade), e livros sagrados - para servirem como receptáculos a quaisquer bênçãos desgarradas que flutuem à procura de algo para se conectarem.

Também acredito que aquilo que você faz com seus olhos durante a gravidez (aquilo que você olha) é comunicado diretamente ao bebê que está para nascer; assim também os sons e as vibrações de outros. Portanto, fique perto de pessoas que pensem positivamente, e evite qualquer pessoa negativa, ou que a deixe preocupada ou ansiosa. E, siga sempre seu coração quando se tratar do seu bem-estar e do bebê.

Prometo que tudo vai dar certo. Você terá meses agradáveis e felizes à sua frente. O parto será uma brisa. E seu bebê será saudável e lindo. Você e seu marido terão horas maravilhosas esperando por vocês, com todos aqueles sons e movimentos encantadores emergindo. E o carinho mútuo entre você e seu marido durante estes meses incrivelmente especiais durarão para sempre, e são uma preparação para o que está para chegar.

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Conselhos para uma futura mamãe

Não fique intimidada ou hesitante em pedir a ele tudo que precisa para sentir-se mais feliz ou mais confortável. Não pense que é egoísta por causa disso. Lembre-se: é tudo para o bebê. O mais importante sobre ter filhos, pelo que sei, é a ausência de egoísmo. Aprender a dar. Aprender que amar é dar. Então, por que não começar com vocês dois? Assim, quando o bebê nascer, vocês dois estarão acostumados a ficar em segundo plano, a fim de estar lá um para o outro, e para ele ou ela.

Aprender a amar e doar-se um ao outro é apenas outra maneira de preparar-se para ser pai ou mãe.

Bem, preciso terminar. Espero ter notícias suas. E se não tiver, saiba que estou pensando em você, rezando por você, e enviando a você, seu marido e o bebê, montanhas de amor.

Tudo de bom.

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A educação começa no nascimento

A educação começa no nascimento indice

A psicologia moderna descobriu e demonstrou que um bebê começa a absorver impressões duradouras que moldarão sua personalidade e permanecerão com ela por toda a vida — conceito que o rei Salomão ensinava há mais de 2800 anos. Através de gerações, as mães judias faziam seus bebês adormecerem através da entoação de canções que exaltavam a beleza da Torá.

Antes mesmo que a criança inicie a articulação das sílabas de suas primeiras palavras, o processo educacional já começa no nascimento, pois no berço ela já observa e absorve o que se passa ao seu redor.

Indo mais longe ainda, mesmo no período de gestação, o feto responde a estímulos e mantém ligações que podem as vezes passar despercebidas como respostas à estímulos como ruídos, percepção de voz, sentimento de afeto, entre outros.

A palavra hebraica Chinuch significa muito mais do que simplesmente educação no sentido de dar à criança fatos e números para serem assimilados. Chinuch significa moldar o caráter da criança e guiá-la, passo a passo, pelos caminhos que a ajudarão a torná-la uma pessoa íntegra e um bom judeu em sua totalidade.

A escolha de um nome

Quando D'us fez o primeiro homem, Adam, instruiu-o a dar nomes a tudo que Ele criara. Nossos sábios nos dizem que Adam compreendia as origens de todas as criaturas e assim era capaz de designar para cada coisa um nome apropriado correspondente à sua fonte no céu.

Semelhantemente, segundo a tradição, os pais recebem uma inspiração Divina ao selecionarem nomes para os seus filhos. Deste modo, não importa qual o nome judaico escolhido, certamente ele será o mais adequado para aquele menino ou menina.

Um nome ajuda a estabelecer um elo entre a criança e a herança do seu povo. Geralmente é

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A educação começa no nascimento

selecionado através do vasto tesouro de nomes encontrados na Torá e no Talmud ou em nomes tradicionais judaicos que foram dados a crianças judias no decorrer de gerações.

O mero registro de um nome, atribuído à semelhança dos nomes comuns do país onde se reside, junto às autoridades civis para fins de diferenciação não basta, pois não é suficiente para dar à criança uma identidade judaica.

O nome da pessoa está intimamente ligado à essência de sua alma. Se uma pessoa desmaiar, poderá ser reanimada se alguém sussurrar-lhe ao ouvido seu nome judaico.

Quando é dado o nome

Um menino recebe seu nome na cerimônia de Brit Milá (circuncisão), enquanto que o da menina é dado na sinagoga no dia em que é lida a Torá. Alguns pais costumam dar nome à filha na primeira leitura da Torá, que se segue ao nascimento; outros ainda preferem esperar até o primeiro Shabat. (É costume Chabad dá-lo na primeira oportunidade).

Durante a leitura da Torá, uma prece especial é recitada pela saúde da mãe e da filha, quando então é dado o nome. Em geral, um Lechayim ou Kidush segue-se ao serviço.

Antes da realização desta cerimônia, o pai deve conhecer seu próprio nome hebraico, o de seu pai, sua descendência (Cohen, Levi ou Israel), o nome judaico de sua mulher, da mãe dela e finalmente o nome hebraico a ser dado ao recém-nascido.

Tradições diferentes

Entre os judeus ashkenazim é costume dar ao filho ou à filha o nome de um parente próximo já falecido, cuja vida foi uma inspiração para todos, e cujas qualidades os pais gostariam de ver renascidas e emuladas em sua própria criança.

Os judeus sefaradim, frequentemente dão a seus filhos o nome de um avô ou de uma avó estimados, ou ainda de um outro parente vivo como forma de homenageá-lo.

Outro costume, amplamente difundido, é o de dar à criança o nome de uma grande personalidade da Torá, formando assim um elo espiritual entre os dois.

Identidade

Quando o povo judeu era escravo no Egito, esse país era o centro do mundo civilizado e havia atingido o que então era considerado o ápice da cultura secular. Embora os judeus permanecessem em cativeiro por mais de duzentos anos, nunca perderam sua identidade como nação. Nossos sábios atribuem este fato à três elementos que os fizeram merecer a liberdade da escravidão: a conservação do seu próprio idioma (hebraico), o fato de se vestirem seguindo suas tradições e a conservação de seus nomes judaicos.

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A educação começa no nascimento

A fala

Assim que a criança começa a falar, inicia-se uma nova fase em sua vida. Versículos da Torá lhe são ensinados, a recitação do "Shemá Israel", antes de dormir, "Modê ani", ao acordar, demonstrando desta forma, em cada ato e em cada pequena prece, que existe um Criador que nos cuida e nos envia bênçãos a cada dia e quer que a gente cumpra Seus mandamentos, as mitsvot, através da Torá, Seu Guia de vida.

O quarto de um bebê não deve ser "ornamentado" somente no aspecto físico, que engloba dezenas de brinquedos e objetos coloridos. A preocupação de seus pais deve ser de proporcionar uma paz e proteção espiritual através da aquisição de livros sagrados entre os quais o Sidur, Chumash e Tehilim.

Uma caixinha de Tsedacá (caridade) deverá ser colocada na prateleira de seu quarto, como um lembrete constante e encorajamento a repartir a sua mesada com os menos favorecidos, no decorrer de cada dia de sua vida.

A escola

Aprendemos que "a Torá é a árvore da vida, para aqueles que se atêm a ela". A escola que escolhemos para nossos filhos deve, portanto e antes de tudo, possuir uma apropriada atmosfera de Torá na qual a atuação de seus diretores seja um exemplo vivo, coerente e de total compatibilidade com os ensinamentos da Torá.

Igualmente importante é a postura demonstrada pelos professores. Eles devem ser indivíduos tementes a D'us, cujo comportamento seja exemplar, pois o estudo da Torá é completamente diferente de qualquer outro – não poderá jamais ser encarado como mais uma matéria do currículo escolar.

Um professor deve ser coerente, se espera que seus alunos pratiquem o que ele ensina. Somente através da combinação dos esforços do lar aliados ao da escola poderemos ter certeza de que a criança será uma fonte de alegrias judaicas para seus pais, a família e o povo de Israel.

Nossos fiadores

Antes de doar a Torá a Israel, D'us pediu fiadores que garantissem seu contínuo estudo e prática de Seus mandamentos. Primeiramente os anciãos foram sugeridos, mas D'us os rejeitou; depois os líderes foram apresentados, mas também foram considerados inaptos.

A quem D'us finalmente aceitou como fiadores de seu sagrado legado?

Foram as crianças pela sua pureza às quais seriam ensinadas e educadas pelos seus pais e professores para se comprometerem com uma vida plena e significativa de Torá.

É nossa obrigação e responsabilidade fornecer aos nossos filhos uma genuína educação judaica baseada nos ensinamentos da Torá e no comprometimento com as mitsvot. Desta forma

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A educação começa no nascimento

permanecerão para sempre, fiadoras do legado Divino e de Suas eternas bênçãos de vida e continuidade judaica.

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Brit Mila

Brit Milá -Circuncisão indice

O que é

O Brit Milá é um preceito positivo da Torá na qual D'us ordena realizar a circuncisão de todo menino judeu. É um dos rituais mais sagrados e como é efetuado sem a consciência da criança, significa um ato de fé acima da lógica, mantido através das gerações; é sinônimo de uma aliança viva e eterna entre o homem e D'us.

O primeiro

Brit Milá é o sinal especial que tem distinguido o judeu dentre as nações, desde quando o patriarca Avraham circuncidou a si mesmo e a todos os de sua casa, por ordem Divina, na idade de 99 anos.

Quando Yishmael, o primeiro filho de Avraham, fez o Brit milá, já possuía 13 anos, estava completamente capacitado a compreender este mandamento. Estava orgulhoso de sua decisão em submeter-se racionalmente a um preceito de D'us. Sua aceitação do Brit Milá estava limitada à razão.

Yitschac, por outro lado, nasceu um ano após ter sido ordenado a Avraham fazer o Brit e foi circuncidado com apenas oito dias, um bebê sem o desenvolvimento intelectual.

Lei Judaica

Pela Halachá, Lei Judaica, um judeu deve circuncidar seu filho no oitavo dia após o nascimento, quando sua faculdade da razão ainda não está desenvolvida. Isto significa que um judeu está ligado e comprometido com D'us o mais cedo possível, de um modo absoluto e abrangente, que transcende sua razão e percepção.

Shalom Zachor

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Brit Mila

Na primeira sexta-feira após o nascimento de um filho, é feita uma cerimônia conhecida pelo nome de Shalom Zachor, traduzido como boas vindas e agradecimento a D'us pelo nascimento do bebê. Recebe na verdade esta designação por ser no Shabat, (também conhecido como Shalom, paz), quando nos reunimos para saudar o recém-nascido (Zachor).

Costuma-se convidar amigos para celebrar a chegada do novo membro logo após a refeição de Shabat à noite, quando então servem-se alimentos e bebidas além do prato essencial desta noite: grão-de-bico, conhecido como arbis ou nahit, que simboliza luto. Por que luto em uma ocasião tão festiva?

Para lamentar o fato de que ao nascer, a criança esqueceu a Torá que estava aprendendo no útero materno. Este aprendizado inicial da Torá lhe dá, mais tarde, a capacidade de adquirir o conhecimento e a sabedoria de D'us, por si mesma.

O dia do Brit Milá

O Brit é executado no oitavo dia subsequente ao nascimento da criança. Por exemplo, se a criança nasceu no domingo (do pôr-do-sol de sábado até o pôr-do-sol de domingo) o Brit é realizado no domingo seguinte. Isto se aplica mesmo quando o oitavo dia cai num Shabat ou em algum Yom Tov (desde que o nascimento tenha sido de parto normal —caso tenha sido de cesariana, o Brit é adiado para o dia seguinte).

A circuncisão é realizada através de um "Mohel", homem temente a D'us, cumpridor dos preceitos judaicos e versado na prática da circuncisão, conforme as leis da Torá.

É o Mohel que decide se a criança está apta ou não a ser circuncidada. Se decidir que ela não está fisicamente capacitada a se submeter à circuncisão no tempo prescrito, por estar com icterícia, se encontrar abaixo do peso mínimo exigido (kg) ou algum outro problema, o Brit é adiado. Uma vez atrasada a cerimônia, ela não poderá ter lugar num Shabat ou em um Yom Tov, mas deverá ser realizada na primeira oportunidade.

Sempre que praticável, o Brit deve ser realizado pela manhã como sinal de nossa urgência em cumprir uma mitsvá, a vontade de D'us. Nunca deve ser realizado à noite.

Não se costuma convidar as pessoas para o Brit, mas simplesmente informá-las sobre a hora e o local, pois não seria apropriado que elas declinassem de um convite para um evento, no qual Eliyáhu, o profeta, estará presente.

O Profeta Eliyáhu

Na cerimônia de cada Brit Milá o Profeta Eliyáhu é uma visita ilustre que traz muita honra.

Há muito tempo, um dos reis de Israel, influenciado por maus conselheiros, aboliu a cerimônia da circuncisão. Eliyáhu, que vivia naquela época, clamou então a D'us relatando que o povo de Israel havia abandonado Sua valiosa aliança. A partir de então, D'us o instruiu a estar presente e a

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Brit Mila

testemunhar todas as circuncisões. Por esta razão uma cadeira especial é designada em honra ao Profeta Eliyáhu, em cada Brit Milá.

O Mohel

Embora a Torá aponte o pai para circuncidar seu filho, o Brit é geralmente feito por um Mohel, pois a maioria dos pais não está qualificada para executar tal ato. O homem escolhido para fazer o Brit deve ser observante e temente a D'us, e estar adequadamente habilitado e treinado. A circuncisão realizada através de um cirurgião judeu, mas que não seja um Mohel, adulterará inteiramente o significado do Brit Milá, pois este ato é o elo espiritual que liga a criança a D'us.

Sandec, Kvater e outras honras

Juntamente com o Mohel, o Sandec, a pessoa que segura a criança durante a circuncisão, deve ser alguém de grande estima da família e da comunidade.

O dia do Brit Milá é visto como uma festa para o Sandec, tal como para o pai e o Mohel. Geralmente, um casal (de noivos ou casados) é escolhido para servir de Kvater (aqueles que trazem a criança para o aposento onde o Brit terá lugar).

A mulher toma a criança dos braços da mãe e por sua vez a entrega ao homem que a levará para o aposento. Ele ou ainda outro homem coloca então a criança sobre a cadeira reservada ao Profeta Eliyáhu. A tradição nos diz que ao dar a honra de ser Kvater a um casal ainda sem filhos, confere-se a este uma bênção especial para que se torne fértil e tenha seus próprios filhos.

Em seguida, o pai coloca o bebê no colo do Sandec. Depois que o Mohel executa a circuncisão, mais dois homens podem receber honras especiais: um, a de segurar a criança, enquanto o outro recita a bênção e a prece especial onde em seguida é anunciado a todos o nome judaico da criança. Na refeição que se segue é costume acender velas em honra da Simchá, porém, nenhuma bênção especial é recitada.

No Bircat Hamazon, Bênção de Graças recitada após uma seudat mitsvá, refeição festiva, vários pedidos são acrescentados para o bem-estar do nenê recém circuncidado, por seus pais, o Sandec e o Mohel.

Através do Brit Milá um menino se identifica como judeu logo no início de sua vida e permanece, por toda ela, ligado à sua Fonte.

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Brit Mila

Brit Milá: Trauma ou alegria? indice

(In)Decisão

Nenhum outro costume, hábito ou ritual tem atravessado tantas eras e vencido tantas perseguições. A circuncisão seja na paz ou na guerra, tem sobrevivido, de Avraham Avinu até os dias de hoje.

Atualmente, no entanto, muitos judeus têm deixado de realizar a mistvá de Brit Milá em seus bebês, um dos mais antigos preceitos ordenados por D'us na Torá. Alegam as mais diversas razões para isto, indo desde trauma psicológico, diminuição da tolerância à dor até a diminuição do desejo sexual.

Sem base científica, ou fatos que apontem para qualquer uma destas conclusões, o resultado tem sido desastroso. Estes mitos e medos transformam-se em desafios onde a única lógica na decisão a tomar é a proteção natural que pais desejam garantir ao futuro e ao bem estar de seus filhos.

"Porque eu deveria fazer o brit milá em meu filho? É cruel. Não posso fazer algo tão bárbaro que o marcaria psicologicamente para o resto da vida!"

"Por que o faria sem dar-lhe o direito de escolha?"

"Este procedimento é arcaico, fora de moda e arriscado."

"Não sou religioso e nem acredito nisto. Estaria sendo hipócrita!"

Mas porque, antes de tomar qualquer iniciativa ou decisão, não escutam o outro lado da questão? Afinal, deve haver prós, senão, nenhum judeu, e felizmente ainda há muitos, arriscariam a vida emocional de seus filhos submetendo-os ao Brit Milá.

Então, que tal dar uma chance?

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Brit Mila

Do ponto de vista médico

Um estudo no New England Journal of Medicine (1990) registrou uma taxa de complicação por volta de 0,19% quando a circuncisão é realizada por um médico. Quando é feita por um mohel, a taxa cai para 0,13%, aproximadamente 1 em 1.000. Quando ocorre uma complicação, geralmente trata-se de sangramento excessivo, que é facilmente contornável. Nenhum outro procedimento cirúrgico chega a tais índices de operações livres de complicações. Um estudo mostrou que em torno do oitavo dia, os níveis de protombina atingem 110 por cento do normal.

Uma razão pela qual há tão poucas complicações envolvendo o sangramento deve-se aos agentes coaguladores mais importantes, a protombina e a vitamina K, quando não atingem os níveis máximos no sangue até o oitavo dia de vida. Os níveis de protombina são normais ao nascer, caem a níveis muito baixos nos dias seguintes, e voltam ao normal no fim da primeira semana. Um estudo demonstrou que por volta do oitavo dia, os níveis de protombina atingem 110% do normal. Nas palavras do Dr. J. Quick, autor de diversas obras sobre controle de hemorragia, "Não parece acidental que o ritual da circuncisão fosse adiado até o oitavo dia pela Lei Judaica." Além disso, a circuncisão é conhecida por oferecer proteção praticamente completa contra o câncer peniano.

Segundo um recente artigo no New England Journal of Medicine, nenhum dos mais de 1.600 homens com este tipo de câncer no estudo tinham sido circuncidados na infância. Nas palavras dos pesquisadores Cochen e McCurdy, a incidência de câncer peniano nos Estados Unidos é "praticamente zero" entre homens circuncidados.

Diversos estudos relataram que meninos circuncidados tinham de 10 a 39 vezes menos probabilidade de desenvolver infecções do trato urinário durante a infância que meninos não circuncidados. Além disso, a circuncisão protege contra bactérias, fungos e infecções parasitárias, além de uma série de outros problemas relacionados com a higiene. A taxa extremamente baixa de câncer cervical em mulheres judias (de 9 a 22 vezes menor que entre mulheres não-judias) é atribuída à prática da circuncisão.

Como resultado de estudos como esses, diversas organizações médicas de prestígio reconheceram os benefícios da circuncisão, e a Associação Médica da Califórnia tem endossado a circuncisão como uma "efetiva medida de saúde pública."

No entanto, não é por nenhuma destas razões que realizamos a mitsvá de Brit Milá.

Uma conexão espiritual

A circuncisão tem sido praticada em judeus do sexo masculino há quase 4.000 anos, desde que Avraham assim foi ordenado por D'us. A verdade é que não há argumento "lógico" para cortar um pedaço de carne de um bebê indefeso.

Em lugar algum a pessoa tem mais potencial para expressar comportamento "bárbaro" que no desejo sexual. É por isso que o Brit é feito neste órgão específico. Se trouxermos santidade em

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Brit Mila

nossa vida ali, tornaremos fácil a tarefa de trazer santidade em todas as outras partes de nosso ser. O judaísmo nos direciona a sermos os verdadeiros donos de nossos impulsos e emoções e a controlar nossos desejos mais primitivos direcionando-os a buscas espirituais.

Em termos cabalísticos, o prepúcio simboliza uma barreira que impede o crescimento. Quando a Torá fala sobre aproximarmo-nos de D'us, nos conclama a "remover a Orlah, (o invólucro) de seu coração" (Devarim 10:16).

Quando Avraham fez sua própria circuncisão aos 99 anos, D'us adicionou a letra "heh" ao seu nome. "Heh" é parte do próprio nome de D'us, significando que por meio do Brit Milá, o ser humano acrescenta uma dimensão de espiritualidade ao corpo físico.

Médico ou mohel?

A escolha não é tão difícil se você conhecer os argumentos. Os métodos são diferentes, as circunstâncias são diferentes, e os resultados são diferentes.

A circuncisão feita no hospital, longe da mãe da criança, é realizada com tenazes dolorosas e pode demorar até 15 minutos. Em contraste, o trabalho de um mohel é completado em segundos.

No hospital, é uma prática cirúrgica: luzes, ambiente frio, uma equipe de estranhos "homens de branco" debruçados, mãos e pezinhos do bebê amarrados numa mesa impessoal cirúrgica, ao passo que num Brit ele repousa no colo tranquilo de um vovô carinhoso, em um ambiente aquecido e familiar.

Estas e outras diferenças foram registradas em 1997 pela Associated Press, que relatou serem as "circuncisões judaicas mais suaves" que aquelas realizadas em ambientes seculares, e que os "mohels, hábeis praticantes do antigo ritual judaico da circuncisão, parecem infligir menos dor nos recém-nascidos que a maioria dos médicos."

Cicatrizes psicológicas, anestesia, barbarismo e crueldade - tudo isso fala da circuncisão ao estilo do hospital. Nas palavras de um mohel da Califórnia, "Se eu tivesse de fazer um brit usando a técnica hospitalar, não desejaria ser um mohel."

Uma livre escolha?

"E quanto à livre escolha de nossos filhos, podemos nos impor sobre este direito?"

Como pais, é nossa obrigação nos impor a nossos filhos. E na verdade, é isso que fazemos. Escolhemos seu quarto (antes mesmo de nascerem!) suas roupas, babás e escolas. Os vacinamos pontualmente para que não estejam expostos a riscos e contraiam doenças. O que estamos fazendo? Impomos nossos padrões de comportamento! Como pais responsáveis nos sentimos no dever de incutir em nossos filhos valores, na esperança de que quando eles crescerem, também os adotarem. Não deveríamos fazer o mesmo com a identidade e valores judaicos? Se o brit é o símbolo do Judaísmo da pessoa, por que não podemos "impô-lo," com tudo aquilo que representa, ao nosso filho recém-nascido?

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Brit Mila

Alguém poderia argumentar: "Mas a circuncisão é diferente, porque possui caráter permanente."

Certo, mas as impressões feitas na mente e no coração de uma criança também são permanentes. Tudo na verdade que os pais fazem afeta profundamente os filhos. Se para os pais o Judaísmo ocupa um significativo espaço em suas vidas, então a responsabilidade de introduzi-lo e torná-lo desde cedo familiar a seus filhos passa a ser fundamental. O Brit é apenas o primeiro passo na direção destes valores. Do contrário, jamais poderão reivindicar uma posição judaica no futuro.

Fomos o povo instruído a utilizar nosso corpo e toda a matéria existente a fim de elevá-los a níveis espirituais. Não sabemos até aonde estes níveis são capazes de nos conduzir, mas com certeza, ao conduzir nosso filho em nossos braços e entregá-lo por segundos nas mãos hábeis de um mohel pode ser justamente este o único gesto que garantirá nossa identidade mais íntima como judeus e nossa mais profunda e eterna relação com D'us.

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Pidyon Haben

Pidyon Haben: a mitsvá de redimir o primogênito indice

A Torá menciona que todo primogênito é sagrado para D'us. Esta mitsvá é mencionada três vezes na Torá.

O que é

Cada judeu (exceto cohen ou levi) deve redimir seu filho primogênito nascido (de parto natural, sem aborto anterior) de mãe judia (não filha de cohen ou levi) no 31º dia de vida, com cinco shecalim (moedas de prata equivalentes a 101 g de prata pura). Esta quantia de resgate deve ser entregue, em prata, ao cohen durante a cerimônia. Se o 31º dia coincidir com Shabat ou Yom Tov, (que proíbe transações comerciais) deve ser adiada para o dia seguinte.

Origem

Os primogênitos foram inicialmente escolhidos por D'us para exercerem os deveres do sacerdócio (kehuná) em virtude de terem sido poupados quando o Criador matou os primogênitos egípcios. Entretanto, quando os primogênitos judeus executaram os rituais sacerdotais diante do bezerro de ouro, esse chamado sagrado foi transferido para os cohanim.

A fim de libertá-los legalmente dessa obrigação original, eles devem ser resgatados com cinco moedas de prata (shecalim), pagos a um cohen. O procedimento deste resgate não se aplica a um primogênito cujo pai é um cohen ou levi, ou a mãe filha de cohen e levi.

Procedimento

É costume cumprir esta mitsvá à luz do dia; entretanto a festa que se segue pode se estender até a noite. Prepara-se uma refeição (que deve conter pão e carne), em honra ao resgate do primogênito. Esta refeição é considerada seudat (refeição de) mitsvá.

A cerimônia do pidyon é realizada após a bênção sobre o pão antes de servir a refeição.

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Pidyon Haben

Se, por alguma razão, o primogênito não foi resgatado no tempo prescrito, isto deve ser feito na primeira oportunidade, mesmo sendo o menino já adulto. (Neste caso, ele próprio deve resgatar-se perante um cohen.)

O pai deve escolher um Cohen observante e bem versado na Lei Judaica para redimir seu filho na frente do qual apresenta o filho primogênito e as cinco moedas de prata as bênçãos específicas.

Bênçãos do resgate

O pai da criança declara:

Ishti hayisreelit yaledá li ben zê habechor.

"Minha esposa israelita deu à luz para mim este filho primogênito."

O cohen pergunta:

Bemai ba'it tefê, bevinchá vechorêcha, o becha-mishá sela'im dimchayávta liten, befidyon binchá bechorêcha zê?

"O que preferes ter - teu filho primogênito ou as cinco moedas de prata que deves [me] dar pelo resgate de teu filho primogênito?"

O pai responde:

Be'iná bivni vechori zê, vehelach chamishá sela'-im befidyon dimchayávna bêh.

"Prefiro este meu filho primogênito e eis as cinco moedas de prata exigidas de mim pelo resgate."

Ao entregar ao cohen a quantia do resgate, o pai recita as seguintes bênçãos:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu al pidyon haben.

"Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou sobre o resgate do filho."

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, shehecheyánu vekiyemánu vehiguiánu lizman hazê.

"Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos deu vida, nos manteve e nos fez chegar até a presente época."

Com um cálice de vinho na mão (contendo no mínimo 86 ml), o cohen recita a bênção sobre o

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Pidyon Haben

vinho imediatamente após o resgate, bebendo-o em seguida:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam borê peri hagáfen.

"Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que cria o fruto da vinha."

Na conclusão da refeição recita-se o Bircat Hamazon, Bênção de Graças.

Pidyon Bechor

Resgate do primogênito (adulto)

O pidyon haben não deve ser adiado. Porém, um primogênito cujo pai não o redimiu deve resgatar a si próprio, tão logo seja possível, após tornar-se bar-mitsvá.

O primogênito deverá dizer:

Ani bechor pêter rêchem, veha'Cadôsh baruch Hu tsivá lifdot et habechor.

"Sou um primogênito que abriu o ventre materno e o Santo, bendito seja Ele, ordenou resgatar o primogênito."

O cohen pergunta:

Bemai ba'it tefê: yat garmach, o bechamishá sela'im dimchayávta befurcanach?

"O que preferes - a si próprio ou as cinco moedas de prata que deves [me] dar pelo resgate?"

O primogênito responde:

Be'iná yat garmi, vehelach chamishá sela'im befid-yon dimchayávna bêh.

"Prefiro a minha pessoa e eis as cinco moedas de prata exigidas de mim pelo resgate."

Ao entregar ao cohen a quantia do resgate, o primogênito recita as seguintes bênçãos:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech Haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu al pidyon bechor.

"Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou sobre o resgate do filho."

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech Haolam, shehecheyánu vekiyemánu vehiguiánu lizman hazê.

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Pidyon Haben

"Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos deu vida, nos manteve e nos fez chegar até a presente época."

Com um cálice de vinho na mão (contendo no mínimo 86 ml), o cohen recita a bênção sobre o vinho imediatamente após o resgate, bebendo-o em seguida:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam borê peri hagáfen.

"Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que cria o fruto da vinha."

Na conclusão da refeição recita-se o Bircat Hamazon, a Bênção de Graças.

Significado

A mitsvá de Pidyon Haben significa que o "primeiro" (o melhor) de todos os nossos bens pertence a D'us. Um homem pode facilmente ser levado a pensar que tem direitos acima de qualquer disputa sobre todas as suas posses.

A Torá declara que o início de qualquer realização, da qual nos orgulhamos em especial, deverá ser para D'us e o Seu serviço, e só então podemos participar e aproveitar do restante. Isto era mais perceptível na época do Templo Sagrado, quando os primeiros frutos tinham que ser trazidos ao Santuário e os primogênitos do gado eram ofertados ao Cohen, o servo de D'us. Entretanto, D'us nos permitiu reivindicar nosso filho primogênito, desde que nos comprometamos a educá-lo nos passos da Torá.

Isto fica nítido através da pergunta retórica que o Cohen apresenta: "O que preferes - teu filho ou cinco moedas de prata?"

Já que o pai é obrigado a resgatar o filho de qualquer forma. A pergunta implícita é: "Estás consciente da tua obrigação de criar teu filho para ser dedicado a D'us, estudar a Torá e cumprir as Mitsvot? Compreendes que para educar uma criança apropriadamente deves estar preparado para fazer sacrifícios materiais se for preciso?"

Ao que o pai responde: "Eu quero o meu filho e aqui estão as cinco moedas de prata", este é o testemunho de que ele entendeu plenamente a responsabilidade e o privilégio de criar seu filho para ser motivo de orgulho de D'us e de todo o povo de Israel.

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Cartas do Rebe

Cartas do Rebe indice

Baruch Hashem,

Paz e Bênção! Em resposta ao convite para o Pidyon Haben de seu filho, que tenha vida longa. Que seja a vontade de D’us que esta seja numa hora boa e propícia, e que, junto com sua esposa, o eduquem para o estudo de Torá, ao casamento e para uma vida de boas ações, em prosperidade, material e espiritualmente. O preceito de resgatar o primogênito é em troca de D’us ter resgatado os primogênitos israelitas quando houve a praga sobre todos os primogênitos no Egito. Nossos Sábios nos ensinaram a nos assemelhar com D’us: “Da mesma forma que Ele é bondoso e piedoso seja você também”. Desta mesma forma, cada um e cada uma, tendo a possibilidade, deve salvar filhos e filhas do povo judeu, que sobre todos foi dito “meu filho primogênito, Israel”, para que não se assimilem entre as nações, D’us nos livre, conectando-os com a Torá viva, e desta forma estarão “vivos hoje todos perante Ti”. Que seja a vontade de D’us que brevemente em nossos dias tenhamos todos o mérito de presenciar nosso Pai Celestial redimindo Seu primogênito, Israel, deste último exílio, e meu sogro, o Rebe, vai nos levar ao encontro do justo Mashiach brevemente. Amen. Rabino Menachem M. Schneersohn

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Por trás do véu

Por trás do véu indice

Por Dov Greenberg

Sócrates, o grande filósofo grego, disse certa vez a um discípulo: "Meu conselho a você é que se case. Se encontrar uma boa esposa, será feliz; caso contrário, se tornará um filósofo." De fato, atualmente, temos muitos filósofos. Em nosso tempo, tem havido um aumento sem precedentes de relacionamentos rompidos. Nos Estados Unidos, estima-se que um em cada dois casamentos termina em divórcio. Famílias com apenas um dos pais dobraram nos últimos 20 anos. Apenas uma criança em duas terá pais que estavam casados quando ela nasceu e que permaneceram juntos até a criança crescer.1 Uma palestrante disse-me que durante anos ela tinha ido a escolas ensinar religião às crianças, e sobre "D'us nosso Pai". Agora ela não pode fazer mais isso, porque muitas das crianças não entendem a palavra. Não a palavra D'us, mas a palavra "pai". Como um meteorito entrando no campo gravitacional da terra, o casamento e a família estão se desintegrando. O pior que podemos fazer agora seria entrar num debate sobre quem é culpado: indivíduo ou sociedade, afluência ou secularização. O que precisamos é imaginação, não recriminação; otimismo, não pessimismo. É aqui que a tradição mística judaica tem algo lindo e vital a dizer. No capítulo inicial da Bíblia hebraica, onde se desenrola a história da Criação, a mística apresenta uma fascinante questão: Como, se D'us existe, o universo pode simultaneamente existir? D'us é infinito, D'us está em toda parte. Portanto, em qualquer lugar, existe tanto o finito como o infinito. Porém certamente o infinito supera tudo que seja finito. Simplesmente não há espaço para a matéria física se todo lugar está preenchido com a presença infinita de D'us. Como, então, existe um universo? A resposta dos místicos é obrigatória. Para criar espaço para o universo, D'us, por assim dizer, iniciou um processo chamado "tzimtzum", auto-contração ou retirada, criando um vácuo esférico – o espaço necessário para o mundo existir. Ao retirar Sua luz infinita, um mundo autônomo, independente, distinto de D'us, pode emergir.2

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Por trás do véu

A conclusão? O universo é o espaço que o Autor do Ser cria para a humanidade por meio de um ato de retirada. Nenhum único ato indica mais profundamente o amor e a generosidade implícitos na Criação.3 Num estonteante paralelo, o mesmo se aplica aos relacionamentos humanos4. No início da vida, não há consideração pelo outro. Um bebê recém-nascido não distingue entre si mesmo e o resto do universo. Conhece e se preocupa apenas com suas próprias necessidade. Ao chorar, está dizendo: "Quero Mamãe, quero ser alimentado, quero colo, quero que brinquem comigo, e se isso não for feito agora, vou arruinar sua vida." Não há espaço para um outro. À medida que as crianças crescem e amadurecem, começam a sentir o outro como uma entidade separada. Começam a ter relacionamentos; começam a se importar com o outro. Este processo é essencial para um desenvolvimento sadio. Como adultos, sabemos que para amar realmente, precisamos nos retirar de nosso "centro" (ego) e criar espaço para uma outra pessoa em nossa vida. Um relacionamento não é baseado em controle. Quando um parceiro domina o outro, exigindo que ele ou ela se conforme e suprima sua personalidade, a possibilidade de um relacionamento é extinta. O amor genuíno não apenas respeita a individualidade do outro, como também procura cultivá-la. Amor, como o ato da criação, é a coragem de criar espaço para a presença do outro. Quando o homem se afasta de si mesmo, atingindo o coração e a alma de outro ser humano, ele imita D'us, que escolhe suspender-Se para dar espaço ao outro. Stephen Hawking estava errado em seu livro Uma Breve História do Tempo. Não é por meio da Física teórica que abordaremos a compreensão da "mente de D'us". É dando espaço a outra pessoa dentro de si mesmo. Um rapaz e uma moça saíram para um encontro. Durante duas horas, ele falou sobre si mesmo, suas conquistas, sucessos e idéias. Então virou-se para ela e disse: "Chega de falar a meu respeito. Agora diga-me, o que você acha de mim?" Existem duas palavras simples que ilustram essa noção mística de tzimtzum, contração. As palavras solo e alma. Representam dois opostos perfeitos: o material e o espiritual. A palavra "solo" representa o material. A palavra "alma" representa o espiritual. Quando a pessoa pensa apenas sobre "solo", não cria espaço para outra pessoa. Mas quando pensa sobre "alma", abre espaço para outra pessoa em sua vida. Está pronta para viver e amar com mais profundidade. Esta idéia de tzimtzum se expressa na linda cerimônia judaica de casamento, conhecida como "bedeken", ou velar. Antes da cerimônia da chupá, o noivo é escoltado até a sala onde a noiva está esperando, e cobre a face dela com um véu. Este costume tradicionalmente comemora o evento bíblico que ocorreu durante a cerimônia de casamento de Yaacov. A Torá relata que Yaacov viajou à casa de Laban. Ao chegar, encontrou a filha mais nova de Laban, Rachel, e se apaixonou por ela. Laban propõe um acordo: trabalhe sete anos para mim e eu a darei a você em casamento. Yaacov faz isso, mas na noite do casamento Laban substitui Rachel por Leah. Como a noiva estava velada, ele não percebeu que estava se casando com a moça errada. Yaacov descobriu o engano somente quando era tarde demais. Por fim, Yaacov aceitou seu destino e continuou com Leah. Mais tarde, porém, ele também desposou Rachel, a noiva que tinha escolhido. A pergunta que surge é: se o velar nos lembra Yaacov e Leah, o costume não deveria ser o noivo descobrir o rosto da noiva para certificar-se de que está casando com a moça que escolheu?

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Por trás do véu

A resposta é profunda e tocante. Leah e Rachel não são meramente duas irmãs morando na Mesopotâmia na primeira fase da Idade do Bronze. Elas também simbolizam duas dimensões de toda personalidade humana. Cada um de nós possui uma "Rachel" interior, bem como uma "Leah" interior.5 Rachel, a mulher linda, simboliza as características atraentes, charmosas e belas existentes em nosso cônjuge e em nós mesmos. O nome Rachel em hebraico significa "ovelha", conhecida por sua cor branca e sua natureza amável e serena.6 Leah, um nome que literalmente significa cansaço ou exaustão,7 representa aqueles elementos em nós e em nosso cônjuge que são mais desafiadores. Leah, a irmã de "olho fraco", era mais facilmente dada às lágrimas.8 Ela era emocionalmente vulnerável. Leah, enfraquecida pelas lágrimas e pela ansiedade, representa nosso conflito com a insegurança e com a tensão psicológica e espiritual. Poucas pessoas podem ser definidas como "Rachel" ou "Leah", exclusivamente. A maioria possui os dois componentes. Somos uma mistura de serenidade e tensão. Temos instintos compassivos mas devemos lutar contra instintos egoístas também. Temos luz, mas devemos lidar também com a sombra. Ambas são partes genuínas de nossa personalidade multi-dimensional. Rachel é a luz; Leah é a luta contra a escuridão. Portanto, o drama que ocorreu no casamento de Yaacov, o Patriarca da nação judaica, acontece em todo casamento. Antes de se casar, você pensa que está desposando Rachel – a linda, inteligente, bondosa, sensível…a mulher dos seus sonhos. Na realidade, você vai descobrir que terminou com Leah, uma pessoa que também está em conflitos com tensão não resolvida. Naturalmente, você ama Rachel, e rejeita Leah. Porém à medida que a vida passa você começa a descobrir que é exatamente a dimensão Leah de sua esposa que desafia você a transcender o seu ego e tornar-se a pessoa que é capaz de ser. Porque são as próprias falhas e imperfeições de seu cônjuge que permitem que você cresça em algo maior que si mesmo. Este, então, é o segredo por trás do ato de velar a noiva. Quando o noivo vela sua noiva, está dizendo: "Eu amarei, prezarei e respeitarei não apenas o 'você' que se revela a mim, mas também aqueles elementos de sua personalidade que estão ocultos para mim. E quando me uno a você em casamento, comprometo-me a criar um tzimtzum, um espaço dentro de mim para a totalidade do seu ser – para toda você, para sempre." Isso, se realmente o fizermos, é o significado de Tzimtzum e tem o poder de banhar o alquebrado mundo atual na luz e espaço para a Divina Presença.

Notas: 1 - Números extraídos de "Family Change and Future Policy", de Kathleen Kiernan e Malcolm Wicks. 2 - Início de Eitz Chaim (Heichal Adam Kadmon, 1:2; Shaar HaHakdamot) e Mevo Shaarim, obras cabalistas de Rabi Isaac Luria (conhecido como o Arizal), transcritas pelo seu aluno Rabi Chaim Vital, Cf, Licutê Torá por Rabi Shneur Zalman de Liadi, adendo a vayicrá 51b-54d. 3 - Tanya, cap. 49. 4 - Veja Tanya ibid., citando uma declaração talmúdica (Bava Metziah 84a) sobre casamento: "O Amor Contrata a Carne". Eis como Rabi Shneur Zalman declara a idéia: Veja também Homem de Fé no Mundo Moderno, pág. 157, por

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Por trás do véu

Rabi Joseph B. Soloveitchik. 5 - Bereshit cap. 29:16:31). 6 - Ouvi isso pela primeira vez durante minha cerimônia de casamento do meu amigo Rabi Joseph Y. Jacobson. Veja também Luz Infinita (por Rabi David Aaron), págs. 37-38. 6 - Veja Licutê Torá por Rabi Shneur Zalman de Liadi (1745-1812) Parashá Emor pág. 38d. Veja também Yonas Alem por Rabi Menachem Azaryah de Fano (1548-1620) cap. 5, explicado em Licutê Sichot vol. 30 pág. 186. 7 - Mei Hashluach Parashá Vayetsê. Também Maamarei Admur HaZakan 5565 vols. 1 e 2.

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A fusão de duas almas

A fusão de duas almas indice

Por Sara Esther Crispe

Foi uma semana inteira. Como manda nossa tradição, não o vi ou falei com ele; nem sequer ouvi sua voz durante uma semana antes de nosso casamento. E mesmo assim tenho sua imagem na minha mente, suas palavras em meu coração, e seu ser gravado em minha alma. É o dia de nosso casamento e acordei cedo para preparar-me. Por fora, estão arrumando meu cabelo, fazendo minhas unhas, minha maquiagem. Mas por dentro estou num mundo totalmente diferente. Recito salmos tentando infundir cada momento com santidade. Jejuo, pois este é meu Yom Kipur pessoal, meu Dia de Expiação e peço perdão pelo meu passado, enquanto me purifico e me preparo para o meu futuro. Em meu vestido de noiva, represento uma rainha e rezo pela capacidade de ser uma coroa para meu marido. Não para ser seu enfeite, mas o laço entre seu consciente e seu inconsciente, para permitir-lhe ser o melhor possível. Assim como uma coroa está acima da cabeça e também conectada com ela, assim a mulher judia une o espiritual e o físico, a teoria com a realidade. A coroa repousa nas têmporas, a parte mais sensível da cabeça. Espiritualmente, a mulher também repousa nas têmporas. Ela pode massagear onde existe dor, ao mesmo tempo em que assegura que o ego não se envaideça, pois ela serve como suas fronteiras. E ela mantém a cabeça erguida, porque é a rainha e permite que ele seja o rei. Tiro meus brincos, minha pulseira e colar. Em outro aposento, ele esvazia os bolsos, desfaz o nó da gravata e desata os cordões dos sapatos. Ele não está me desposando pela minha beleza física ou jóias exteriores. Não estou casando com ele pelo dinheiro em seus bolsos. Ele vem para ser desligado, sem laços, sem nenhuma conexão a ninguém ou coisa alguma, exceto comigo e com nosso compromisso mútuo. A música tem início e meu chatan, meu noivo, está para ser levado a mim. Ele cobrirá o meu rosto com um véu, para proteger a santidade, a Divina Presença, que paira sobre o rosto de uma noiva. Meu véu será opaco para que eu não possa ver e ninguém possa me ver também. Meus olhos, de qualquer maneira, estarão fechados para que eu sensibilize mais minha capacidade de pensar e sentir. Neste momento, desejo a mais absoluta privacidade e não quero ser distraída pelos olhares das centenas de convidados.

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A fusão de duas almas

Ao me velar, fazemos uma importante declaração mútua, sem palavras. Reconhecemos que estamos nos casando com aquilo que vemos, mas estamos também casando com aquilo que não vemos. Acreditamos plenamente que somos a metade da alma um do outro. Somente juntos podemos nos completar. Porém isso demandará esforços, muitos esforços. Ele não é a resposta para minha imperfeição, mas sim os meios para eu chegar lá. Portanto, reconhecemos que amamos o que conhecemos e aquilo que sabemos, mas estamos também nos casando com as partes que estão ocultas um do outro, e mesmo de nós próprios. Estamos determinados a amar também estas partes e a aprender a entender como elas são também parte integrante de nossa restauração e nosso desenvolvimento. Finalmente, após a semana mais longa de minha vida, meu chatan, meu noivo, se aproxima de mim. É quase intenso demais para olhar. Contemplo meu futuro marido por um instante mas então meus olhos se enchem de lágrimas. Não posso mais ver, e não preciso. Estamos para nos unir. Porém não somos apenas duas pessoas. Nosso casamento representa a continuidade do povo judeu. Não estamos apenas a ponto de nos unir um ao outro, mas ao fazê-lo, estamos unindo o passado, o presente e o futuro. Reunimo-nos agora novamente sob a chupá, para nos tornarmos marido e mulher. A canópia é aberta de todos os lados para representar como devem ser nosso lar e nosso coração, receptivos e abertos a todos que nos cercam. Ficaremos fora, sob as estrelas, para aproximar o céu da terra ao mesmo tempo em que nos elevamos para mais perto do céu. Agora sou eu a ser levada para ele, que me espera sob a chupá. Quando me aproximo, circulo sete vezes à sua volta. Como há sete dias na semana, culminando com a santidade do Shabat, assim também eu o rodeio, envolvendo-o em amor e comprometimento, culminando comigo ao seu lado. Assim como eu sou a coroa dele que repousa como um círculo na sua cabeça, agora eu também crio aquele vínculo, aquele alicerce, aquela segurança. Num círculo, todos os lados estão à mesma distância do centro e existe perfeita harmonia. Quando eu terminar meus sete círculos, ele volta a circundar-me colocando um anel simples de ouro em meu dedo. Este é nosso oitavo círculo, um acima do natural, os dias da semana, e nos unindo com o sobrenatural, o Criador Acima. Sete bênçãos são agora recitadas, imbuindo santidade adicional ao nosso relacionamento e compromisso. Mas pouco antes de celebrarmos um com o outro, como marido e mulher, devemos primeiro quebrar um copo. A última coisa que meu marido faz sob nossa canópia nupcial é pisar no copo. Tudo está em silêncio, e ouvimos o barulho. O vidro despedaçado representa o sofrimento que sempre deve ser lembrado, mesmo em nosso júbilo. Embora estejamos repletos de felicidade, nós como um povo, como um mundo, não estamos assim. E portanto é nossa responsabilidade lembrar que enquanto nos alegramos, precisamos criar um mundo onde todos sejam felizes. E devemos viver nossa vida com sensibilidade a todos os menos afortunados que nós, e sermos gratos por todo o bem que nos foi concedido. Depois que o copo é quebrado, está na hora de celebrar nossa alegria. Removo o véu, enquanto meu marido e eu nos olhamos pela primeira vez como casados. A música tem início, nossos convidados começam a cantar e dançar, e somos levados da chupá para começarmos juntos uma nova vida.Sara Esther Crispe é escritora, editora, conferencista inspirada e professora. Mora com o marido, Rabi Asher Crispe e seus três filhos, em Jerusalém.

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Casamento versus viver junto

O casamento é importante ou é apenas um símbolo?

Por Rabino Shmuel Boteach Casamento versus viver junto indice

Fiz uma palestra certa vez, na residência de um amigo em Londres, durante minha aula semanal para casais, dos quais muitos não necessariamente casados, sobre por que as pessoas deveriam transformar relacionamentos em casamento. Pela primeira vez um casal que estava vivendo junto em um relacionamento de vinte e sete anos, mas nunca havia se casado, compareceu. Eu fora avisado de antemão de sua situação um tanto irregular, e de certa forma dirigi a eles minhas observações. Ninguém poderia afirmar que não estavam comprometidos um com o outro. Na verdade, embora ambos fossem previamente divorciados, já estavam juntos por vinte e sete anos. Em seu testamento, tudo que ele possui está sendo legado a sua "parceira", como ele se refere a ela. Mas ele se recusa a casar-se, porque já passou por um mau casamento e sente que não precisa disso. Considera o casamento como uma satisfação à comunidade, apenas um pedaço de papel sem nenhum significado. Eu discordo. Ele estava dizendo que o casamento é apenas um símbolo daquilo que sentem um pelo outro, e que os símbolos não são tão importantes assim.

Casamento significa

compromisso. Significa: pertenço a

você. Significa que

estamos juntos para sempre, e lutaremos para fazer

este casamento

dar certo

Primeiramente, como dissemos em muitos destes ensaios, o casamento é muito mais que um símbolo. Porém mesmo os símbolos são importantes; a vida está repleta de símbolos. Para um judeu, por exemplo, colocar o solidéu (kipá) é um símbolo de orgulho por seu Judaísmo. É uma proclamação ao mundo daquilo que ele é. Suas ações serão baseadas no fato de que ele sabe que as pessoas sabem que ele é judeu. Quando um soldado americano enverga uma farda americana, não apenas distingue-se do inimigo, como dá um testemunho daquilo que representa. Quando luta contra um soldado nazista, não está somente lutando contra um inimigo, está libertando a humanidade. Ao vestir sua farda, o soldado torna-se a democracia personificada. É por isso que arrisca a vida para cravar sua bandeira, como no filme mundialmente famoso sobre a batalha de Iwo Jima, quando os fuzileiros americanos, em meio a terrível luta, se reúnem para juntos cravarem a bandeira, que hoje serve de principal monumento ao Corpo de Fuzileiros Navais Americanos.

Embora um símbolo meramente represente alguma outra coisa, nossa prontidão em abraçar ou rejeitar aquele símbolo torna-se a chave daquilo que sentimos

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Casamento versus viver junto

pelo objeto que representa. Quando um homem usa um anel de casamento, é como se fosse uma declaração ao mundo, não apenas que ele está amando alguém, como também que está tão orgulhoso disso, que anuncia este fato ao mundo todo. Diz ao mundo que está casado, que não apenas ama uma pessoa, como também está se afastando de formas íntimas de afeição com outras mulheres. Quando uma mulher orgulhosamente exibe seu anel de noivado, está proclamando a todos que quiserem ouvir que ela acredita que seu noivo é alguém especial, e que ela se considera uma pessoa de sorte.

Sonhos e símbolos

Estes símbolos são incrivelmente importantes. Toda empresa precisa de um logotipo, todo país possui uma bandeira, toda religião necessita de um ícone. Entendemos sua necessidade e sua importância. De repente, quando se trata de casamento, as pessoas dizem que é "apenas" um símbolo. Perdemos todo o respeito por símbolos na sociedade de hoje.

Eis por que em meu primeiro livro Sonhos eu discuto que as pessoas não podem entender seus sonhos. Acordam pela manhã tendo visto durante a noite estas imagens poderosas de suas vidas que, se fossem compreendidas, lhes diriam tanto sobre si mesmos, especialmente aquelas coisas que podem não estar prontos para encarar conscientemente. Coisas que falam de emoções tão grandes que jamais poderemos expressar, segredos tão profundos e escuros que não ousamos enfrentar, ganham vida em cores reais. Porém, nós os descartamos rapidamente, e esquecemos nossos sonhos porque não podemos entendê-los. Perdemos nossa capacidade de apreciar os símbolos, imagens visuais e linguagem pictórica. Podemos apenas falar verbalmente, de tal forma que quando vamos ao museu precisamos de um professor erudito para traduzir os hieróglifos encontrados numa antiga tumba egípcia. Somos ignorantes, bem como apáticos, sobre a linguagem dos símbolos.

Qual a diferença entre linguagens verbais e visuais? A linguagem verbal faz com que o ouvinte evoque uma imagem em sua mente. Por exemplo, se eu descrever todos os detalhes da casa onde cresci em Miami Beach, cada leitor terá um quadro diferente sobre o aspecto da casa em sua imaginação. A razão é esta: ao assimilarem os vários detalhes da casa em um todo coerente, serão eles a criar e formar a imagem na mente. Porém, se eu imprimisse o desenho da casa junto com a descrição da mesma, todos os leitores saberiam exatamente como ela era. Em outras palavras, imagens visuais são poderosas porque plantam uma imagem na mente do observador. Produzem um impacto ao carimbarem sua impressão na pessoa que as olha.

Quando você apenas diz verbalmente a uma pessoa que a ama, ou que irá viver com ela, isso tem algum impacto, é de certa forma poderoso. Quando lhe demonstra isso em cores vivas ao dar-lhe um anel na presença de toda a comunidade, está dizendo: "sou seu," numa declaração de amor que eles jamais poderão esquecer. Está carimbado neles como um selo de aprovação. Alguém está proclamando: "Você é meu, não importa quantos queixos venha a ter daqui a cinquenta anos, ou como será sua saúde durante a vida. Sempre o amarei e lhe terei devoção." Em um casamento judeu, a mulher não usa jóias sob a chupá (pálio nupcial), e um homem nada tem em seus bolsos; a mulher usa um véu para mostrar que a despeito de sua beleza ou do status financeiro do casal, mesmo se os bolsos estão vazios, mesmo assim amam um ao outro. Estão assumindo um compromisso para toda a vida, independente de quaisquer considerações externas. Está sendo mostrado a toda a comunidade. Este símbolo é tão poderoso porque é uma

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Casamento versus viver junto

representação visual de seu amor; algo que a palavra "relacionamento" jamais poderá transmitir. Mesmo nos dias de hoje, sabemos que o casamento é intenso e compromissado. Um relacionamento sempre oferece uma porta de saída.

Saber que você está casado com alguém é a suprema e constante declaração de amor. Em um relacionamento sempre há uma ambigüidade; será que ele me ama? Será que ainda me ama? Você está sempre se questionando. Isso também pode existir no casamento, mas pelo menos ocorre dentro de uma estrutura completa do amor e compromisso que assumiram um com o outro.

Proclamação total de amor

A idéia completa de um símbolo é que uma foto pode captar algo em sua totalidade. Esta foi minha intenção com o exemplo da casa. Que uma foto diz tudo aquilo que diria um livro inteiro sobre a casa. Captura tudo, e coloca tudo junto numa imagem visual. Causa um impacto muito mais poderoso no observador. Eis o que é o casamento. Encerra todos os sentimentos que você tem pela pessoa. É a declaração de um ser humano a outro: "Eis o quadro de meus sentimentos, eu sou seu... Amo-o tanto que quero me arriscar por você. Aceito o comprometimento absoluto. Não sei como me sentirei em dez ou vinte anos, mas isso não faz diferença. Minha proposta de casamento encerra tudo aquilo que sinto a seu respeito." Não há melhor maneira de expressá-lo.

De que forma um relacionamento pode dizer tudo isso? É claro que você pode dizer a alguém: "Estamos vivendo juntos, eu a amo, você é minha, saímos juntos, compartilhamos o mesmo espaço, o mesmo dinheiro, portanto não precisamos nos casar. Já temos isso tudo." Porém, mesmo assim, são somente palavras. Não há uma imagem. Sempre deixa margem para alguma ambigüidade, da mesma forma que cem pessoas diferentes farão uma centena de imagens diferentes de minha casa após lerem minha descrição. Uma centena de pessoas terá cem diferentes modos de pensar sobre o que significa um relacionamento. É sério, não é sério? É intenso, não é intenso? Como foi dito acima, a palavra relacionamento nada significa e nada transmite.

A vida trata de

símbolos: o carro que

dirigimos, a casa em

que vivemos, as roupas que vestimos. Então, por

que as pessoas sugerem

que o casamento

Porém casamento significa o mesmo para todos. Significa compromisso. Significa: pertenço a você. Significa que estamos juntos para sempre, e lutaremos para fazer este casamento dar certo. Não sairei simplesmente porta afora na primeira vez que você perder a paciência comigo. Significa que como marido e mulher, nos reservamos algumas experiências apenas um para o outro, e isso é o que as torna tão intensas. A intensidade é criada quando você isola toda uma área da atividade humana, uma área inteira de linguagem verbal e pensamento humano, e as reserva para uma única pessoa. É como o dia de Shabat, diferente dos outros dias da semana, e que se distingue principalmente por ser tratado de forma diferente. Aqui a sua intimidade é preservada antes e durante o casamento para aquela pessoa que você vai amar. Pois tudo que você faz com ela é único, porque não é feito com ninguém mais. Não é como uma conversa que você acabou de ter, não é apenas como dar uma saída.

A vida trata de símbolos: o carro que dirigimos, a casa em que vivemos, as roupas que vestimos. Então, por que as pessoas sugerem que o casamento é um símbolo sem importância?

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Casamento versus viver junto

é um símbolo

sem importância?

Finanças compartilhadas

Outro símbolo importante do casamento é ter uma conta bancária conjunta. Posso enumerar quantos casais tenho visto que viram a constante deterioração de seu casamento por não compartilharem uma conta bancária; têm acordos pré-nupciais ou guardam seus ganhos para si. Muitas vezes, se as pessoas não têm contas conjuntas é porque estão apostando dos dois lados. Não têm certeza se dará certo. Entretanto, quando você aposta dos dois lados, está perdendo o necessário grau de comprometimento. Naturalmente não dará certo, porque você não está canalizando seus esforços suficientemente, concentrando-os em tornar o relacionamento um sucesso. Por que arriscar?

Porém, além disso, uma conta conjunta é também um símbolo poderoso. Encaremos isso: o dinheiro é incrivelmente importante para as pessoas. Tudo que você possui, sua prosperidade e seu futuro, as roupas que veste e os alimentos que come, a casa onde se abriga, tudo é comprado com seu dinheiro. E quando você o compartilha, está declarando que pertence a ambos. Você compartilha tudo. Isso significa que compartilha a mesma vida. Na verdade, esta é a única maneira, num sentido empírico, pela qual podemos transmitir o tipo de unidade que o casamento concede, mesmo se usarmos a expressão: uma só carne. É verdade que você pode ser uma só carne ao ter filhos. Ambos podem olhar para os filhos e ver uma parte sua e uma parte de seu companheiro. Porém se não há filhos, isso não existe.

Mas se vocês compartilham os mesmos cartões de crédito, contas bancárias, com os nomes de ambos em tudo, isso serve como um símbolo, como uma extensão de si mesmos. Sua casa, suas roupas. sua comida, seu carro, sua segurança, seu futuro, são de ambos. Não é apenas algo que vocês criaram. É na verdade aquilo que os sustenta e os mantém vivos. Pertence a ambos.

Apenas quando nossa intimidade é preservada para aquela pessoa em especial, e quando fazemos nossos maiores esforços para tornar nossa vida conjugal com nosso parceiro uma vida apaixonada, é que podemos sentir realmente que esta é uma atividade reservada especificamente para a pessoa com a qual se está casado. Isso em si nos impede de cometer adultério. Sentimo-nos diferentes. Não sentimos que isso é apenas um empreendimento casual.

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Casamento: 1 + 1 = 1

Casamento: 1 + 1 = 1 indice

Você já se perguntou o que faz um homem e uma mulher casarem-se? Afinal, casamento não é brincadeira! Com ele, vem a responsabilidade de prover sustento, educar filhos, dedicação ao cônjuge... Qual é a força de atração que supera todos os empecilhos?

Para o judaísmo, o amor é muito mais que um encontro de corpos e mentes: é um verdadeiro encontro de almas. A alma, ao descer ao mundo, é dividida em duas metades - uma fica com o homem, outra com a mulher. No período do nascimento ao casamento, as duas partes encontram-se em casas separadas, e muitas vezes em sociedades e países diferentes. No momento predestinado, elas encontram-se. Nosso trabalho é fazer com que encaixem-se perfeitamente.

Existem duas conexões entre um homem e uma mulher casados.

A primeira, uma ligação material, pela qual são ligados todos os casais do mundo. Viver sob o mesmo teto, compartilhar tarefas e vida conjugal. Neste ponto de vista, sempre haverão duas unidades - dois corpos separados, com pensamentos particulares e emoções peculiares. Mesmo num casamento "super bonder" de paz e amor, será sempre possível reconhecer que, apesar de inseparáveis, existem ali dois indivíduos.

Porém, o casamento é fruto de uma ligação muito mais profunda e essencial. Debaixo da chupá (pálio nupcial), duas metades fundem-se em uma alma só. No campo espiritual, não se reconhece que existem ali duas pessoas separadas. O casamento não é uma sociedade entre duas pessoas. É a união ao pé da letra.

A consciência da ligação interna no casamento é o melhor caminho para assegurar uma vida de paz e serenidade no lar. Uma ligação apenas material dá abertura a cálculos pessoais, referentes às expectativas e aos desejos de cada lado. Porém, tendo em mente que meu cônjuge é metade de minha alma, não se pode nem chegar a pensar numa vida individual, assim como ninguém abriria mão de uma parte de seu corpo. Eu sou sua alma, ele/ela é minha alma, somos duas metades... enfim, somos um.

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Casamento: 1 + 1 = 1

Se o casamento é algo tão espiritual e profundo, porque é, então, que os casamentos são comemorados com tanta dança e música? Mais do que isto, existe uma mitsvá especial de alegrar o noivo e a noiva desta forma, e neste dia é servida uma refeição festiva! Não seriam estas formas muito mundanas para a celebração de algo tão transcendental?

A resposta é: são formas mundanas, sim, e é justamente por isso que as utilizamos. Neste mundo, espiritualidade não deve ser desconectada de materialidade. Tanto, que a união sublime das almas somente ocorre quando o noivo põe o anel no dedo da noiva sob a chupá. Não é somente a alma que deve estar alegre por ter se completado para o resto da vida. O corpo também participa desta alegria, na sua maneira de se fazer alegre - através de música, dança e alimentos saborosos.

Na próxima vez que for a um casamento, ou refletir sobre sua própria vida matrimonial, lembre-se que esta não é somente uma ligação entre duas pessoas. É a conexão entre dois mundos: o material e o espiritual. E a interseção entre eles forma um dois mais importantes núcleos do judaísmo: o lar judaico.

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Casamento Judaico

O contrato de noivado

A tradição judaica especifica que, antes da cerimônia do casamento, os contratos, num texto padrão, sejam elaborados num documento escrito e assinado por duas testemunhas e pelos noivos. As testemunhas devem ser homens adultos, seguidores das mitsvot, preceitos, da Torá, sem serem parentes dos noivos e entre si.

O contrato de noivado pode ser feito com antecedência, mas há um costume de realizá-lo logo antes da chupá, são lidos e assinados na Cabalat Panim, antes da cerimônia de casamento. Após a leitura do documento, as mães dos noivos quebram um prato de porcelana. O prato de porcelana é quebrado para indicar que como a porcelana nunca pode ser consertada, um contrato de noivado quebrado é muito grave.

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Casamento chassídico

Casamento chassídico indice

Por Dra. Laura Schlessinger

Já declarei muitas vezes que o casamento é um relacionamento entre um homem, uma mulher e D’us. Tenho afirmado isso com paixão, com esperança, e com sinceridade. Mas jamais senti tanto isso como recentemente, quando tive uma experiência que mudou-me em mais maneiras que consigo entender por completo. Já compareci a muitos casamentos que juntam pessoas adoráveis em enlaces maravilhosos com excelentes famílias. Todos nós já fomos. Mas você já presenciou um casamento onde sentiu realmente a magia de uma presença Divina como partes das núpcias? Não quero parecer piegas, mas estive recentemente num casamento no qual, pela primeira vez na minha vida, senti realmente que D’us estava envolvido. Sou apaixonada por minha religião, mas para ser honesta nunca tinha me sentido amada por D’us – pelo menos não da maneira concreta de quando uma criança diz: "Mamãe, eu te amo." Este casamento em particular preencheu esta lacuna para mim. O casamento foi entre um jovem rabino chassídico que conheço e uma jovem do Brooklyn. Eles foram apresentados e sugeridos um ao outro. Não foram forçados a nada: encontraram-se, conversaram por um milhão de horas, viram-se mais algumas vezes, conversaram por mais um milhão de horas, e então tomaram a decisão. Eram um par formado no céu. Como bem disse um rabino presente: "São duas almas que foram designadas por D’us a se juntarem." E assim o fizeram. Era meu primeiro casamento chassídico, portanto naturalmente fiz muitas perguntas. Como me explicaram, ambos jejuam no dia da cerimônia. É uma ocasião séria, quando duas almas se juntam para a eternidade numa conexão com D’us e toda a humanidade. Conforme eu caminhava pelo hall para ver Dov – o noivo – antes da cerimônia, encontrei-o num salão no meio de um grupo de chassidim. O que vi tocou-me profundamente: estavam rezando e cantando. O noivo não tinha comido durante o dia todo, mas estava concentrado na prece, recitando seus textos. Esta era uma das mais profundas e relevantes transições de sua vida. Nada poderia estar mais distante de uma "despedida de solteiro", como você poderia estar imaginando. Esta é uma experiência puramente espiritual.

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Casamento chassídico

No decorrer da história, o Judaísmo Ortodoxo considera um homem incompleto, até que se case. É a mulher quem tem a capacidade de atingir uma conexão mais espiritual com D’us. O homem deve trabalhar muito para se conectar. Juntas, suas almas se completam. Umas moças me perguntaram se eu havia falado com a noiva. Respondi que eu tinha acabado de encontrá-la no elevador e lhe dissera como estava bonita. "Não, não" – disseram elas – "nesta hora, pouco antes do casamento, ela está mais conectada a D’us. Portanto, se você deseja alguma coisa, como uma prece, esta é a ocasião para pedir a ela. A noiva é quase como um conduíte." Pessoalmente, sempre que penso em pedir algo a D’us, a primeira coisa que me vem à cabeça são as crianças com câncer nos hospitais – se D’us cuidar delas, eu fico numa boa. Caso contrário, não peço nada. Meus amigos que estão mergulhados na prece muitas vezes ficam frustrados porque não consigo fazer algo egoísta. Então me levanto e digo algo em particular para ela. Em seguida o noivo é levado ao salão por dois homens, um em cada braço, que o apóiam porque ele mal pode caminhar. O noivo e eu nos conhecemos de Chabad; quando o vi, sabia que ele estava completamente alterado. Foi maravilhoso ver a expressão em seu rosto, e que tinha lágrimas nos olhos. Ele estava tão comovido pelo que isso significava para toda a eternidade! Ao se aproximar da noiva, ele colocou o véu sobre seu rosto, e ela não conseguia ver através dele; a partir daí, ela foi guiada, porque caso contrário poderia ir de encontro a uma parede. Veja só a interpretação filosófica e espiritual por trás do véu: Nós nos casamos porque estamos tão empolgados pela outra pessoa; ela parece ser exatamente aquilo que queremos. Tem boa aparência, é isso e aquilo, mas na verdade não a conhecemos. Não conhecemos realmente como é a pessoa no seu interior. Estão ocultos, e levam um tempo para se revelar um ao outro. Assim também, existem lados mais obscuros em nós que nem sempre revelamos. Parte do ritual de cobrir o rosto da noiva é que o noivo não está vendo sua bela noiva, mas sim a totalidade daquilo com que ele está comprometendo sua vida – incluindo as coisas que não conhece e não pode ver. Ela se compromete junto com ele à mesma vida. A cerimônia foi então levada para fora, com as estrelas reluzindo lá no alto. O noivo fica de pé sob a Chupá (canópia) e a noiva circula sete vezes em torno dele, para construir uma fortaleza dentro da qual há uma intensa espiritualidade de amor e compromisso. Este é o poder da mulher, porque ela está tão conectada a D’us. Quando ela se junta a ele sob a Chupá, eles não se beijam. Ninguém da assistência joga nada sobre eles. Somente quando tudo termina eles vão até uma sala para ficarem sozinhos, onde juntos quebram o jejum. Esta é a primeira vez que eles se tocam. Foi incrível ver como tudo foi especial, e perceber que levou milhares – milhares – de anos para criar este momento profundo e tocante. Ali, sob as estrelas, pude sentir realmente a presença de D’us. Pela primeira vez, eu sabia que eram um homem e uma mulher à vista de D’us. Eu vi acontecer.

Dra. Laura Schlessinger, Ph.D., MFCC, foi membro do corpo docente de Ciências Biológicas da Universidade do Sul da Carolina, e professora de Psicologia na Perpperdine University. Escreveu três livros que se tornaram best-sellers, e seu programa no rádio, "Dra. Laura Show", é transmitido nacionalmente. Reimpresso com permissão da edição Pêssach 2000 de Farbrenguen Magazine, publicado por Chabad da Califórnia.

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A maior das mitsvot

por Mildred L. Covert indice

A maior das mitsvot

Não são muitos os judeus que estão informados sobre o papel da Chevra Kadisha, (Sociedade Sagrada) e de fato, como está relacionado com a morte, a informação sobre o assunto, mesmo quando disponível, é abafada. Porém, este é um belo aspecto da vida judaica, e se existe alguma mitsvá que exiba o mais elevado grau da prática judaica, talvez seja a obra da Chevra Kadisha. No decorrer da História Judaica, as comunidades em todo o mundo estabeleceram sociedades funerárias cuja única função era cuidar do falecido, desde a hora da morte até o sepultamento. Isso era feito para assegurar um tratamento digno ao falecido, segundo a lei, tradição e os costumes judaicos. A Chevra Kadisha é composta de vários homens e mulheres dedicados que cumprem o mais sagrado dos rituais judaicos – a purificação do corpo (Tahara) antes do enterro. Durante o processo, como o Judaísmo exige, tratamos todo ser humano com dignidade e respeito. Os homens preparam homens, a as mulheres preparam as mulheres. O ritual de Tahara deve ocorrer antes que a pessoa seja enterrada. Aqueles de nós que cuidam do corpo abordam o falecido com um sentimento de santidade e cumprem os deveres com reverência, respeito, honra e dignidade. A resposta às perguntas "Por quê?" e "Como?" é bem sintetizada por meio desta citação, extraída de um artigo escrito há muitos anos por Rachel U. Berman, no Jewish Exponent, de Filadélfia: "Finalmente quando a morte vem… o que fica é um senso de imperfeição, uma necessidade de recolhimento espiritual. É enaltecedor saber que neste momento venerável, sou capaz de desempenhar o ato final de amor." Como membro da Chevra Kadisha de New Orleans, freqüentemente me fazem estas perguntas: "Por que você trabalha com isso?" ou "Como consegue fazer isso?" ou então "Não é deprimente lidar com a morte?" ou ainda: "Como se envolveu?" Certo dia, há mais de trinta anos, minha mãe, de abençoada memória, telefonou-me. Não era um telefonema social perguntando sobre o meu bem-estar ou o de meus filhos. Era uma ordem. Pois ela não costumava perguntar se você podia fazer algo; era mais do tipo "venha e faça isso". Desta

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A maior das mitsvot

vez, o "isso" era auxiliá-la numa Tahara, pois ela estava com poucas ajudantes. Eu sabia que minha mãe era membro da Chevra Kadisha, pois já testemunhara como deixava tudo de lado, desde obrigações de negócios até compromissos pessoais, sempre que a funerária ou o rabino a convocavam. No entanto, eu não tinha a menor idéia do que realmente ela fazia. Sabia apenas que sempre que falecia uma mulher judia, ela era a primeira a saber e lá ia ela para o funeral onde estava sendo velado o corpo. Portanto, quando me chamou, também deixei tudo de lado, encontrei-a na funerária e perguntei-me (com muito interesse) o que desejariam que eu fizesse. Felizmente, minha mãe era uma boa professora e consegui seguir suas instruções. A partir daí comecei um dever que cumpro fielmente até hoje. Diversas outras mulheres atarefadas também "deixam tudo de lado" quando é feito um chamado deste tipo. São todas mulheres religiosas, dedicadas, com força e coragem para prosseguir nesta freqüentemente difícil missão. São as mulheres e homens aos quais a comunidade judaica é mais agradecida. Agora, olhando em retrospecto para estes 30 anos de Taharot, cumpri-los é mais que seguir a ordem de minha mãe. É uma obrigação inquestionável de desempenhar um ritual judaico tão sagrado – que encerra o ciclo da vida da maneira mais compassiva, reverente e digna possível.

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Possa D'us confortá-los

Rabi Menachem Mendel Schneerson, o Lubavitcher Rebe indice

Possa D'us confortá-los

Com a Graça de D'us, 5 de Nissan, 5735

Bênção e paz,

Acuso o recebimento de sua correspondência e confio que tenha recebido as lembranças que enviei à senhora por meio de seu irmão...

Devo reiterar o que já lhe disse com relação a confiança (bitachon) em D'us, de que Ele faz tudo para o bem. Não é fácil aceitar o passamento de um ente querido próximo, mas uma vez que a Torá, chamada a Torá da bondade e a Torá da vida, nosso guia para a vida, estabelece limites para os períodos de luto, está claro que quando o tempo termina não é bom estendê-lo - não apenas por perturbar a vida que deve seguir em frente aqui na Terra, mas também porque não apetece à alma que está no Mundo da Verdade.

Uma outra questão, que acredito ter mencionado em nossa conversa, mas aparentemente não tão enfaticamente, como percebo de sua carta, é esta: seria contrário ao simples bom senso presumir que doença, acidentes ou similares, afetariam a alma, pois tais fatos físicos podem influir apenas no corpo físico e sua união com a alma, mas com certeza não na alma em si. Fica óbvio que o relacionamento entre as pessoas, especialmente entre pais e filhos, é espiritual, na essência e conteúdo, transcendendo tempo e espaço - cujas qualidades não estão sujeitas à influência de acidentes, doenças corporais, etc.

Segue-se que no passamento de alguém próximo, pela vontade de D'us, os que aqui ficaram não mais podem vê-lo com seus olhos ou ouvi-lo com seus ouvidos; mas a alma, no Mundo da Verdade, pode ver e ouvir. E quando percebe que seus parentes estão por demais perturbados por sua ausência física, a alma entristece; em oposição, quando percebe, após o período de luto prescrito pela Torá, que a vida normal e produtiva foi retomada, pode descansar em paz e em contentamento.

Desnecessário dizer que, para que o acima seja aceito não apenas intelectualmente, mas também

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Possa D'us confortá-los

implementado no cotidiano, na prática, é preciso estar ocupado, de preferência, com assuntos de interesse e satisfação "pessoais". Como também mencionei em nossa conversa, cada judeu tem a grata e edificante tarefa de difundir a luz no mundo pela promoção do judaísmo; particularmente, como em seu caso, quando pode ser de grande ajuda e inspiração para filhos e netos, que olham para a senhora e seu marido em busca de encorajamento, sabedoria, etc.

Eis aqui também a resposta para sua pergunta: o que se pode fazer pela alma de seu ente querido? Difundir o judaísmo com eficácia, demonstrar a simples fé judaica em D'us e em Sua benevolente Providência, praticar as boas ações que precisam ser feitas, com confiança e paz de espírito - isto gratifica verdadeiramente a alma no Mundo da Verdade, além de cumprir sua missão de vida mais pessoal e elevada como filha das Matriarcas Sara, Rivca, Rachel e Lea e, assim, servir como exemplo inspirador a ser imitado por outros.

É possível ampliar ainda mais o acima exposto, mas conhecendo o passado e tradição de sua família, acredito que isto basta. No entanto, cumpre-me adicionar que se deve tomar cuidado com o yêtser hará (má inclinação), que é muito ardiloso e sabe que certas pessoas não podem ser abordadas diretamente e sem disfarces. Assim, as tenta e engana, disfarçando-se sob o manto de piedade e emoções, etc. dizendo: "Sabe, D'us prescreveu um período de luto, que mostra o certo a fazer; então por que não ser mais religioso e estender o período?" Deste modo, pode conseguir desviar a atenção da pessoa do fato de que no final do referido tempo, a Torá exige que o judeu sirva a D'us com alegria. O yêtser hará até mesmo encorajará a doar tsedacá em memória da alma, estudar Torá e cumprir mitsvot, mas cada um destes atos estará associado com tristeza e dor. Mas, como afirmado, este é exatamente oposto ao objetivo, que é causar prazer e gratificação à alma.

Possa D'us conceder-lhe que, uma vez que estamos nos aproximando da Festa da Liberdade incluindo também a libertação de tudo o que distrai o judeu de servir a D'us com toda dedicação e alegria, que assim seja com a senhora, em meio a nosso povo, e que venha a ser uma fonte de inspiração e força para seu marido, filhos e netos, e todos a sua volta.

Desejando à senhora e a toda sua família chag casher vessamêach.

Com bênçãos,

(Assinatura do Rebe)

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Por que os justos morrem

Por que os justos morrem

índice

Yossef, um jovem avrech (rapaz que tem o estudo da Torá como principal ocupação), casado havia alguns anos, saiu da sinagoga com seu irmão mais jovem na noite de Shabat, indo em direção a casa de sua mãe para desejar-lhe um Shabat Shalom. Na casa reinava um ambiente agradável. As velas brilhavam com calma, como se anunciassem que o santo dia de Shabat chegou ao mundo. Somente a cadeira vazia na cabeceira da mesa, a cadeira pertencente a seu pai que se fora dois anos antes, atrapalhou subitamente o descanso. Sentimentos de saudades e sofrimento preenchiam os corações. A mãe sentava numa cadeira, como de costume, e lia um livro.

"O verdadeiro mundo é

aqui."

"Shabat Shalom" - disseram os filhos. "Shabat Shalom" - respondeu a mãe, esforçando-se para esconder as lágrimas que escorriam ininterruptamente de seus olhos.

"Você está chorando novamente!" - exclamou Yossef - "há de haver um limite para isto. Hoje é Shabat, e não se pode sofrer neste dia". "Mas vocês bem sabem que no dia de hoje, há dois anos, seu pai partiu para o outro mundo. Como é possível conter-se e não chorar?"

"Está bem" - disse Yossef- "hoje você tem motivo. Mas, e ontem, e anteontem? Já passaram-se dois anos e você não consegue encontrar conforto. Chora e sofre, mas papai encontra-se no Gan Eden, e certamente não está satisfeito com isto. E o Criador do mundo, obviamente não quer vê-la assim. No Shulchan Aruch (livro que compila o código de leis judaicas) está escrito quando deve-se sofrer mais, quando deve-se sofrer menos, e quando deve-se parar de sofrer. Se você não age assim, demonstra que não concorda com a vontade do Criador. Desculpe-me por falar com desrespeito" - o filho encerrou suas palavras.

A mãe levantou-se, enxugou as lágrimas, e disse: "Você tem razão, Yossef. Mas, com todas as minhas forças eu tento esquecer e não consigo" - e novamente enxugou suas lágrimas.

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Por que os justos morrem

A pequena Shoshana disse: "Ima, nós queremos vê-la sempre contente!"

"Eu também quero" - respondeu a mãe. "Prometo a vocês que me empenharei muito para alcançar a alegria".

Yossef desejou Shabat Shalom para a mãe e dirigiu-se para sua casa. O jovem David morava na casa da mãe, e assumiu o papel de pai. Ele fez o kidush sobre o vinho, e durante a refeição todos experimentaram a sensação da verdadeira paz do Shabat: a mãe até mesmo sorria. Os filhos discursaram sobre a Porção Semanal, e a mãe sentiu muita satisfação. Todos deitaram-se tarde, e a mãe sentiu certa calma dentro de si, sentimento que não experimentava desde que o marido a deixou.

Ela começou a pensar que não era a única, existem outras jovens viúvas, e elas são felizes pois se conformaram com o seu destino.

Em sua mente veio a lembrança do shiduch que lhe foi oferecido ultimamente, e isto a fez estremecer. Mas desta vez dormiu com tranquilidade. Fechou seus olhos e viu-se com muitas pessoas, todas correndo. Saíram da cidade e chegaram a um bosque cerrado. Continuaram correndo bosque adentro na escuridão, quando repentinamente uma luz penetrou a cena e o bosque terminou. O sol apareceu com sua luz intensa, e ela se viu diante de um grande jardim, cheio de flores que exalavam um perfume maravilhoso. Ao redor do jardim havia fontes de água cristalina.

De repente, surgiu um judeu de barba grisalha, vestido numa longa túnica branca. O judeu perguntou se desejava ver seu marido, e ela o seguiu com o coração batendo forte. O ancião parou diante de uma grande árvore repleta de belas e grandes frutas, e de longe ela avistou um grande campo, contornado por uma cerca dourada. Dentro da imagem ela viu judeus vestidos em roupas coloridas sentados em fileiras e estudando Torá, e entre eles encontrava-se um jovem de pé, dando uma aula. "Espere um pouco," - disse o judeu idoso - "daqui a pouco a aula termina e você o verá". Ela olhou para todos os cantos e não acreditava no que seus olhos viam. A aula terminou e o homem que estava lecionando seguiu em sua direção. De repente, Rachel reconheceu a roupa superior do homem. Sua cabeça ficou tonta ao perceber que seu marido encontrava-se de pé a seu lado.

"Avraham!" - gritou e caiu sobre a árvore ao seu lado. "Sou eu" - respondeu o marido - "acalme-se!".

Permaneceu um bom tempo de olhos cerrados, e quando finalmente voltou a si, perguntou: "Por que falecestes e me deixastes?... ainda estavas jovem."

"Saiba" - respondeu o marido com calma - "que o mundo no qual você vive é como uma terra de decreto para onde as pessoas são enviadas com o objetivo de completar certos assuntos ou sofrer por pecados que fizeram anteriormente. O verdadeiro mundo é aqui. Saiba que já estive uma vez no mundo antes de você me conhecer. Eu era um grande sábio e justo, mas não queria casar-me com uma mulher nem ter filhos, para que isto não atrapalhasse meus estudos.

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Por que os justos morrem

"Tudo acontece

de acordo com as contas

do Criador

do Universo.

Minha alma já esteve

no mundo

antes de estar

com a nossa

família".

"Quando parti do mundo, deram-me a liderança de uma Yeshivá no Gan Eden, e comecei a elevar-me a altos níveis. Ao tomarem conhecimento de que não me casei nem tive filhos, mandaram-me de volta ao mundo, e uni-me a você, minha esposa. Quando nosso sétimo filho nasceu, me chamaram novamente para a Yeshivá no Gan Eden, onde todos esperavam por mim. É grande seu mérito por ter se casado comigo, pois tenho aqui um bom nome, e ainda virá o tempo quando viveremos novamente com prazer neste mundo."

"Mas" - disse Rachel - "eu não sabia que você era um estudioso tão grande, e você nunca teve tempo de estudar muito."

Seu marido respondeu: "Nem eu, pois vim ao mundo apenas para completar aquilo que me faltava - ter uma mulher, filhos, e sustentá-los devidamente. Assim que parti do mundo, minha mente preencheu-se de conhecimento da Torá infinita".

"E o que há com o nosso David? Afinal, ele já completou vinte e quatro anos e ainda não lhe ofereceram nenhum shiduch, e eu não possuo verbas para casá-lo"?

Seu marido sorriu, dizendo: "O motivo para isto é que o par de David atrasou-se em vir ao mundo. Agora, sua futura esposa tem apenas treze anos, e mora em outro país. Dentro de cinco anos ela virá para a sua cidade, casar-se-á com David e todas as despesas necessárias para o casamento serão resolvidas".

Rachel começou a tremer e em sua mente veio à tona uma memória dolorida. Sem forças, perguntou a seu marido: "Por que motivo aconteceu aquela tragédia, e nosso filho de três anos foi assassinado por um gentio bêbado?"

O marido sorriu, dizendo: "Siga-me!"

Ela começou a andar e chegaram num jardim repleto de luz, com pequenas árvores florescendo em todo canto, como se estivessem observando-a. Uma espécie de postes de luz em cores diversas desciam do céu. Belos pássaros voavam de árvore em árvore, e ela apurou o ouvido para escutar seu canto. Alguns cantavam "A luz está plantada para o Justo, e a alegria para aqueles de coração correto." Outros entoavam a melodia "Para que entoe louvor a Ti."

E eis que ela viu círculos de fogo coloridos flamejando. Estes desceram e pararam a seu lado como postes. Atrás deles vieram pequenos anjos dotados de asas, que também ficaram a seu lado. Nas redondezas ouvia-se uma melodia maravilhosa proveniente de instrumentos musicais. Rachel sentiu que sua alma a abandonava, estava prestes a desmaiar. Imediatamente, o marido pegou uma erva do jardim e aproximou de seu nariz. Voltando a si, ela enxergou um dossel feito de pedras preciosas muito brilhantes, de todas as cores do arco-íris. Uma espécie de anjo aproximou-se dela, vindo do dossel. Ela reconheceu seu filho assassinado, que sorria para ela com muita ternura. Rachel desmaiou pela segunda vez, e novamente seu marido fê-la cheirar aquela erva. Ela abriu os olhos, e constatou que não estivera enganada. Aquele era seu filho.

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Por que os justos morrem

Perguntou-lhe: "Por que nos deixastes, tão pequeno?"

O menino respondeu: "Tudo acontece de acordo com as contas do Criador do Universo. Minha alma já esteve no mundo antes de estar com a nossa família. Mãe, eu havia nascido então numa família muito especial, mas em nossa cidade ocorreram muitas desgraças. Os gentios mataram todos os judeus, e restei sozinho. Eu era um bebê de apenas meio ano, e uma mulher gentia me acolheu e me adotou. Até o dia em que os judeus me resgataram para viver com eles. Tornei-me um grande Sábio e estudioso, e vivi o restante de minha vida em calma e paz. Quando parti para este mundo, fui recebido com muita alegria, e elevei-me mais e mais, até chegar a um ponto no qual não mais poderia subir. Por ter mamado durante um ano de uma mulher gentia, decretaram que eu nascesse novamente e mamasse de uma mãe judia. Então nasci de você, mãe, o que lhe traz um grande mérito. Quando três anos chegaram ao fim, fui trazido de volta ao meu lugar, pois não tenho mais o que fazer naquele mundo coitado."

"Mas, por que você morreu de uma forma tão trágica?" - questionou a mãe. "Quando chegou a hora de me despedir deste mundo" - explicou o filho - "uma grande desgraça estava prestes a acontecer na cidade, e todos morreriam, incluindo você e meus irmãos. Então, me concederam a honra de ser o expiador da cidade, e fui assassinado em seu nome, salvando a todos. Por este motivo mereci tanta honra aqui. Ninguém tem permissão de me ver, apenas papai, no momento em que desejar." O menino riu-se prazerosamente, e afastou-se.

Então, o marido disse: "Você viu que para todas as suas dúvidas, existem respostas. Afinal, o Criador não cria nenhum mal. Agora, devo voltar para minha aula" - acrescentou ele, acompanhando-a ao local inicial, ao lado da árvore. "Aqui é muito bom, mas não consigo suportar suas lágrimas e suspiros. Você me faria um grande favor se começasse a viver com alegria. Lhe ofereceram um shiduch respeitável - não o recuse." Seu marido desapareceu, e o homem de barba branca surgiu novamente, acompanhando-a bosque adentro.

Esta história encontra-se nos manuscritos de Rav Chaim Vital zt"l, que a ouviu de seu grande mestre, o Arizal. Ele nos ensinou grandes segredos da Torá, e em especial o assunto de reencarnação. Ele nos ensinou que todas as pessoas no mundo são parafusos da grande máquina chamada Criação. D'us aperta ou desatarraxa os parafusos de acordo com a performance da máquina. Ele traz ao mundo almas que tem uma missão a cumprir, e tira do mundo as almas que devem estar em cima. Afinal, este mundo e o mundo vindouro são um só assunto. Aqui em baixo, atua-se com almas e corpos, e lá em cima, apenas com almas. Se víssemos como tudo funciona, não sofreríamos no mundo. Pois no fim dos dias, que está próximo, todas as almas retornarão a este mundo para servir a D'us de corpo e alma unidos. Isto até o estágio em que o corpo elevar-se-á, e tornar-se-á como a alma. Isto acontecerá ao final do sexto milênio, e então o grande Shabat virá ao mundo.

Estas e outras belas explicações encontram-se no sagrado livro Kol Mevasser, em hebraico.

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Confortando os que sofrem

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Confortando os que sofrem Por Stefanie Pearson

"Eu não sabia o que dizer", escreveu minha amiga, "portanto não disse nada." No dia anterior, eu tinha escrito para perguntar: Eu estava ficando paranóica ou ela estava se afastando de mim? Eu acabara de passar pelo período que talvez fosse o mais doloroso da minha vida (até então), e minha amiga – uma amiga leal, carinhosa, dedicada – simplesmente tinha desaparecido. Durante anos, não tínhamos passado mais que uns poucos dias sem um e-mail ou telefonema entre nós – ela sempre transbordante de calor, bom humor e amizade. E então – puff! – ela sumiu, oculta sob um véu de silêncio. Justo na ocasião em que eu mais precisava do seu apoio e proximidade, ela sumiu. "Eu sabia como você deveria estar sofrendo", escreveu ela pedindo sinceras desculpas – "mas eu não sabia o que fazer." Não entendi. Minha amiga é uma pessoa bondosa e tem consideração. Pois não é quando alguém está sofrendo que é mais importante demonstrar amizade? Porém, é uma reação bastante humana fazer o contrário; afastar-se. Não porque você não se importa, mas porque você simplesmente não sabe o que fazer. Ceder ao medo do "o que dizer" ou "o que fazer" com certeza é mais confortável a curto prazo, mas, diz o Judaísmo, é abdicar da obrigação humana de consolar quem está sofrendo. Até o próprio D'us consolou Yitschac pela morte do pai. Fácil para Ele, certo? Afinal, D'us sabe o que dizer! Mas a tradição judaica dá orientações sobre como confortar aqueles que sofreram uma perda. Não apenas os enlutados que perderam um ente querido, mas também o fim de um relacionamento, a perda de um emprego, ou qualquer uma das muitas flechadas e pedradas que fazem da vida uma

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Confortando os que sofrem

experiência tão interessante… Faça uma visita Em primeiro lugar, faça contato. Resista à vontade de evitar a cena dolorosa que é ver alguém sofrendo. O senso de isolamento e solidão que acompanha qualquer perda séria pode ser esmagador. Você é necessário. No caso de luto, vamos à casa onde a pessoa está sentando shivá. Ninguém gosta de fazer "visitas de shivá", mas reconhecemos a obrigação de aliviar os enlutados da indizível solidão que acompanha a perda que sofreram. Com o simples ato de fazer contato com alguém que sofre, você alivia o fardo. Combate a solidão daquela pessoa simplesmente pelo fato de estar ali. Dependendo das circunstâncias, você talvez queira levar seu amigo para jantar, assistir a um filme, ou encontrá-lo para tomar um café. Mas nem precisa tanto. Telefone. Deixe uma mensagem dizendo: "Estou pensando em você." Ou então envie um cartão ou e-mail, dizendo: "Saiba que estou pensando em você e espero que esteja se sentindo melhor." Deixe-o Falar Obviamente, quando você planeja uma visita, entra em pânico: "O que vou falar?" Há um bom motivo para isso: a maioria de nós tende a dizer algo idiota. A tradição judaica instrui: Não fale com enlutados até que eles falem primeiro com você. Deixe-os falar se quiserem, ou apenas os conforte com sua presença. Deixe-os estabelecer o tom e o ritmo da conversa. Resista à vontade de preencher o silêncio com palavras. Aplique a mesma regra a outros cenários desagradáveis. Afinal, o que você diz a alguém que acaba de perder o emprego? Ou que está passando por um divórcio? Ou lutando contra uma doença? A maioria de nós não é composta de rabinos ou psicólogos que podem oferecer as palavras certas aos amigos que sofrem. Mas pode-se oferecer um ouvido, um ombro, ou dar um abraço. E isso geralmente basta. Uma palavrinha aos inteligentes: não force alguém a se abrir com você. É maravilhoso dizer: "Se você quiser conversar, estou aqui." Porém não ajuda muito dizer: "Você teve um aborto? Venha, vamos falar a respeito, você se sentirá melhor." Todo mundo deseja e precisa de coisas diferentes para consolo. Uma pessoa pode querer que você a ouça chorar. Outra pode querer que você a anime. Deve-se usar a sensibilidade e o bom senso em uma hora tão delicada. Ofereça aquilo que as pessoas desejam Aquilo que você precisa numa situação dessas pode ser totalmente diferente daquilo que o outro precisa. Tenha humildade para entender que aquilo que você acha que eles precisam, talvez não seja realmente o que precisam.

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Confortando os que sofrem

A conversa séria, o discurso encorajador que parece fazer tanto sentido para você pode ser devastador para alguém muito frágil. Tente perguntar o que ele precisa de você: "Como posso ajudá-lo?" ou então: "O que posso fazer para dar apoio?" "O que você gostaria que eu fizesse?" Talvez seja sair para pagar uma conta, ajudar com alguns arranjos, ou dar uma mão nas tarefas domésticas. Respeite os estágios do luto Reconheça que a única coisa que pode ajudar seu amigo é o tempo. Isso é aplicado no judaísmo através dos diferentes períodos de luto pelas quais um enlutado passa, até o término de um ano (para os pais). À medida que o tempo passa, as restrições do luto relaxam e os enlutados aos poucos retornam ~a vida social. Passar por qualquer processo de sofrimento envolve inevitáveis altos e baixos. Seu amigo pode estar bem num dia e totalmente deprimido no outro, calmo uma hora e desesperado na hora seguinte. Conheça a perspectiva Tente ser paciente, até mesmo enquanto está pensando: "Durante quanto tempo ele vai ficar assim?" ou "Quantas vezes vou escutar a mesma coisa?" É fácil calcular o sofrimento de alguém quando você tem a perspectiva que falta a ele. Você não está passando por aquilo. Ao mesmo tempo, a tradição judaica adverte contra o luto excessivo. Se alguém não consegue passar esta fase de sofrimento, talvez precise de ajuda. Se você acha que seu amigo está nesse caso, fale com um conselheiro ou rabino para ajudá-lo a avaliar a situação. Você pode sugerir delicadamente que talvez seja bom seu amigo conversar com alguém treinado para lidar com o sofrimento, para ajudá-lo a se sentir melhor e adquirir outra perspectiva sobre a situação. Você tem o tempo Mais ou menos na metade do meu caminho rumo ao equilíbrio, falei sobre as maneiras que as pessoas reagiram com outro amigo que passara por uma experiência semelhante. Eu sabia que eu tinha desenvolvido uma lealdade para toda a vida com três ou quatro amigas que tinham sido bondosas, pacientes e carinhosas enquanto eu tentava achar meu caminho de volta à normalidade. O que elas fizeram? Não muito. Me telefonaram e me convidaram para sair. Uma delas comprou-me um chapéu engraçado num dia em que eu me sentia especialmente deprimida. Basicamente, fizeram um esforço tendo em mente que eu estava passando por algo e quiseram que eu soubesse que estava na mente delas. Minha amiga contou-me tristemente que seus sentimentos tinham mudado em relação aos amigos que não tinham se incomodado de contactá-la. Pensando em minha amiga bem intencionada mas desnorteada, lembrei a ela que as pessoas têm suas próprias vidas e talvez fiquem tão envolvidas no seu dia-a-dia que podem ter se esquecido de ligar, ou não sabiam o que dizer. Não é que não tenham carinho por ela.

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Confortando os que sofrem

"Você tem razão", disse ela tristemente. "Mas não estou pedindo que me dediquem muito tempo, ou que carreguem sozinhos o meu fardo. Estou pedindo um telefonema de três minutos. Ou um e-mail que leva três segundos para escrever e enviar." A Torá nos diz "não oprima o estrangeiro, pois vocês foram estranhos no Egito." É fácil repousar sobre os louros da auto-satisfação. O supremo desafio é domar nosso sofrimento e aprender com ele. Quando esta amiga e eu tivermos passado pelos desafios e voltarmos "ao normal", nos lembraremos da incrível maravilha que foram aqueles telefonemas e e-mails? Quando outra pessoa está sofrendo, saberemos ter mais paciência? Saberemos escutar? Pois são justamente estes pequenos atos que fazem com que uma pessoa se sinta lembrada e querida e faz com que a gente possa passar pelo próprio sofrimento tirando lições dele para a nossa vida.

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Como lidar com o luto?

Como lidar com o luto? indice

Por Dov Greenberg

É natural perguntar-se “Por quê?” num momento de angústia. Uma resposta geral, que é realmente óbvia mas difícil de aceitar num estado de sofrimento emocional, é que não é lógico limitar o Criador em Seus desígnios e ações para que estes se conformem ao entendimento de um ser humano criado.

Embora a alma seja eterna e esteja agora num estado não restringido pelas limitações

do corpo, está plenamente cônscia daquilo que acontece

na família. Quando vê que é causa de tristeza e luto além dos limites obviamente fica

aborrecida e isso não contribui para a paz e

felicidade da alma.

Para citar uma ilustração simples: não se pode esperar que uma criança pequena entenda as idéias e ações de um professor erudito, embora este tenha sido criança um dia, e a criança de hoje tenha o potencial de sobrepujar o professor no devido tempo. Quanto mais, então, quando se trata da infinita inteligência do Criador face a face com a inteligência finita e limitada de um ser humano. A diferença entre um ser humano criado e seu Criador é absoluta. Nossos Sábios declaram que um ser humano deve aceitar tudo que acontece, tanto as boas ocorrências quanto aquelas incompreensíveis, com a mesma atitude positiva que “tudo que D’us faz é para o bem”, embora esteja além do entendimento humano. Esta não é uma revelação tão grande assim mas, como diz a Torá, é difícil para um pessoa aceitar consolo num momento de luto. Apesar disso, D’us tornou possível aos seres humanos entender alguns aspectos sobre a vida e o pós-vida. Uma dessas verdades reveladas é que a Neshamá (alma) é uma parte da Divindade, e é imortal. Quando chega a hora de ela voltar ao Céu, deixa o corpo e continua sua vida eterna no Mundo da Verdade espiritual. É também uma questão de bom senso que aquilo que provoca a separação da alma e do corpo (seja um acidente fatal, doença, etc.) pode afetar somente os órgãos vitais do corpo físico, mas não, de maneira alguma, a alma espiritual.

A alma que se foi não pode mais cumprir mitsvot, pois isso é algo

que somente pode ser feito em

Um outro ponto, também compreensível, é que durante a vida da alma na terra em parceria com o corpo, a alma está “incapacitada”, em alguns aspectos, pelas exigências do corpo

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conjunto pela alma e pelo corpo neste mundo material. Mas isso, também, pode ser parcialmente

superado quando aqueles que ficaram cumprem mitsvot e boas

ações em homenagem, e em benefício, da Neshamá que se foi.

(como comer e beber). Até um tsadic (pessoa justa) cuja vida toda é consagrada a D’us, não pode escapar das restrições da vida num ambiente material e físico. Conseqüentemente, quando chega a hora de a alma voltar “para casa”, isto é basicamente uma libertação para ela, que faz a sua subida a um mundo mais elevado, não estando mais restrita por um corpo e ambiente físico. A partir de então, a alma está livre para desfrutar a felicidade espiritual da proximidade com D’us de maneira completa. Este certamente é um pensamento reconfortante. Alguém poderia perguntar: Se é uma libertação para a alma, porque a Torá prescreve períodos de luto? Não há uma contradição aqui. A Torá reconhece os sentimentos naturais de tristeza sentidos pela perda de um ente próximo e querido, cuja morte deixa um vazio na família. A presença física e o contato com o ente querido serão sentidos profundamente. Portanto, a Torá prescreve determinados períodos de luto para dar expressão a esses sentimentos, e para tornar mais fácil recuperar o próprio equilíbrio e ajustamento. No entanto, entregar-se a estes sentimentos além dos limites estabelecidos pela Torá – além de ser um desserviço a si mesmo e aos outros, bem como à Neshamá – significaria que a pessoa está mais preocupada com os próprios sentimentos que com os sentimentos da Neshamá que ascendeu a novas alturas espirituais de felicidade eterna. Assim, paradoxalmente, o prolongamento excessivo dos sentimentos de tristeza, devido ao grande amor pelo ente querido que partiu, na verdade causa sofrimento ao ente querido, pois a Neshamá continua a interessar-se pelos parentes que ficaram para trás, vê o que está acontecendo (melhor ainda que antes) e se alegra com eles quando estão felizes, etc.

Não deve ser esquecido que até um evento triste vem de

D’us, portanto não pode haver dúvida de que há nele um bom

propósito.

Embora a alma seja eterna e esteja agora num estado não restringido pelas limitações do corpo, está plenamente cônscia daquilo que acontece na família. Quando vê que é causa de tristeza e luto além dos limites do razoável estabelecidos pela Torá, obviamente fica aborrecida e isso não contribui para a paz e felicidade da alma. Mesmo durante a estada da alma nesta vida, o vínculo real entre a pessoa e os membros da família não são físicos, mas espirituais. O que faz a pessoa não é a sua carne, mas seu caráter e qualidades espirituais. Este vínculo permanece e todos aqueles que amaram a pessoa deveriam tentar levar mais gratificação e elevação espiritual à Neshamá por meio de maior apego à Torá em geral, e particularmente no âmbito relacionado com a partida da alma. Ou seja, observar aquilo que é prescrito para o período de Shivá mas não estendê-lo, e da mesma forma, com o período de Shloshim (trinta dias) mas não além disso, e então servir a D’us por meio do cumprimento de Suas mitsvot como o serviço deveria ser – com alegria no coração. A alma que se foi não pode mais cumprir mitsvot, pois isso é algo que somente pode ser feito em conjunto pela alma e pelo corpo neste mundo material. Mas isso, também, pode ser parcialmente superado quando aqueles que ficaram cumprem mitsvot e boas ações em homenagem, e em benefício, da Neshamá que se foi. Shivá é um período de luto pela alma de um ente querido que retornou ao Mundo da Verdade. Uma alma judaica é descrita na Torá como “a lamparina de D’us”, pois seu propósito nesta terra é divulgar a luz da Divindade. Sua partida desta terra é um motivo para o luto da maneira prescrita na Torá. Porém, juntamente com isso, não se deve esquecer que a alma é eterna. Também não deve ser

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Como lidar com o luto?

esquecido que até um evento triste vem de D’us, portanto não pode haver dúvida de que há nele um bom propósito. Porém o objetivo essencial de Shivá é que “os vivos devem refletir em seu coração” (Cohêlet 7:2). Isso significa que aqueles que ficaram para trás devem examinar seu coração e reavaliar-se. Devem tentar aperfeiçoar-se em áreas da vida diária que são reais e eternas – i.e., Torá e mitsvot. Na verdade, como a alma que ascendeu ao Céu deixou uma lacuna de boas ações descontinuadas aqui na terra, os parentes e amigos devem fazer uma compensação por meio de esforços adicionais de sua parte.

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Feliz aniversário

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Feliz Aniversário

Chegou o dia. Mais um ano, mais um aniversário, mais presentes, mais algumas expectativas, sonhos ao fechar os olhos e fazer seus pedidos... Quer continuar comemorando assim o seu aniversário ou está aberto a mudanças?

O Talmud nos diz que na data do aniversário judaico o mazal, sorte, da pessoa é dominante. É certamente mais que uma ocasião para receber presentes; é uma chance de festejar, agradecer e refletir sobre o que está realizando atualmente em sua vida. Este é o dia em que você nasceu, em que a sua vida começou e é

também o dia em que sua vida pode mudar.

O aniversário ensina o conceito de renascer. Festeja-lo é celebrar um novo começo. Não importa como as coisas transcorreram ontem, ou ano passado, temos sempre a capacidade de tentar de novo. Nossos sábios explicam que no dia do aniversário, com nossa sorte aumentada, torna-se o momento oportuno para fazer um balanço de nossas realizações passadas e assumir novas decisões.

O aniversário é mais um estágio em nosso desenvolvimento e a ocasião propícia para uma introspecção. Aproveite para pensar sobre o papel que a Torá ocupa em sua vida. Pergunte para si mesmo qual a distância dos atos que você praticou daqueles que você ainda pode praticar e adicionar.

Investigue francamente: "Estou utilizando meu tempo apropriadamente ou o desperdiçando em coisas fúteis e passageiras? Como posso aproximar o caminho que conecta minha vida exterior à minha vida interior?"

A mesma energia que D'us investiu no instante de sua concepção está presente a cada ano mais uma vez. Aproveite a chance. Comece com a introdução de pequenos

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Feliz aniversário

atos. É muito fácil declarar que você está simplesmente agradecido; torna-se muito mais significativo, no entanto, demonstra-lo através de uma boa ação, algo que não fez ontem. Não porque alguém lhe está convencendo a fazê-lo ou forçando-o, mas simplesmente porque a voz de sua alma quer expressar a gratidão que sente por ter nascido e estar viva.

É simples, planeje uma festa! Convide sua família e reuna seus melhores amigos. Alimente e nutra bem seus amigos. Além dos comes e bebes casher que os farão sair da dieta habitual, prepare uma comida espiritual. Fale um assunto de Torá (descole um rabino ortodoxo moderno, mente ampla e cuca fresca, mas profundamente engajado em temor a D'us e cumprimento de mitsvot - ações quentíssimas da Torá - praticadas com amor e sabedoria). Recite no Tehilim, Livro dos Salmos, o capítulo correspondente ao ano que completará em sua próxima data de aniversário.

Deixe exposta uma caixinha de Tsedacá (caridade) e coloque um valor que ficará a seu critério. Incentive seus amigos a fazerem o mesmo, explicando que não se trata de nenhuma poupança ou fundo de investimento pessoal, mas universal - para ser posteriormente doada aos pobres e instituições beneficentes. Se o seu aniversário cair em um Shabat ou Yom Tov, dê tsedacá na véspera, antes do horário do acendimento das velas.

Quer aumentar suas ações positivas nesta data? Então se possível, adquira uma fruta que ainda não tenha provado este ano para recitar a bênção de Shehecheyánu:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, shehecheyánu vekiyemánu vehiguiánu lizman hazê.

Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos deu vida, nos manteve e nos fez chegar até a presente época.

No caso de homens, é costume ser chamado à Torá no Shabat precedente ao aniversário.

Não é simples? Faça um l'chayim (isto sou eu quem aconselho!) e tenha uma vida longa e plena, com Torá e mitsvot. Qualquer mitsvá dá uma grande satisfação a D'us, porque ele vê que a criança na qual Ele investiu está vivendo conforme seu potencial.

Esta é a verdadeira experiência do nascimento, o começo verdadeiro para uma vida significativa.

Não se esqueça de agradecer a Ele, o primeiro a entrar em sua vida, seu convidado permanente, o maior amigo desde o dia de seu nascimento: aquele que certamente nunca lhe abandonará: D'us.

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