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CONFINAMENTO DE ANIMAIS Uma expectativa de 13% de crescimento no setor em 2012. Estima-se que neste ano 3,233 milhões de cabeças de gado sejam confinadas, frente aos 2,861 milhões do ano passado. ISSN 2179-6653 Ano 3 . N° 21 . Junho 2012

21ª Edição Junho 2012

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21ª Edição Junho 2012

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Confinamento de animaisUma expectativa de 13% de crescimento no setor em 2012. Estima-se que neste ano 3,233 milhões de cabeças de gado sejam confinadas, frente aos 2,861 milhões do ano passado.

ISSN 2179-6653

Ano 3 . N° 21 . Junho 2012

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2JUNho 2012

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Diretor ExecutivoDenner Esteves [email protected]

Diretor AdministrativoDalton Esteves [email protected]

Editora ChefeCleuzany [email protected]

Departamento de Jornalismo- Lidiane Dias – MG 15.898 [email protected]

Departamento Comercial e Logística- Minas Gerais - Elisa Nunes (33) [email protected] Bahia - Saneia Santana (73) 8819-2574 ou 9116-8979

[email protected] Espírito Santo - em contrataçã[email protected]

Colaboradores- Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo- Emater/IMA/IDAF- Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista- Prof. Ruibran dos Reis - Climatempo- Raphael Mandarino e outros- SCOT Consultoria- Alessandra Alves - Jornalista - MG 14.298 JP- Luciana Monteiro- Regina Alves e Silva- Rubens Martins

Distribuição- Minas Gerais – Vales do Rio Doce, Mucuri, Jequitinhonha, do Aço e Zona da Mata- Bahia - Extremo Sul Baiano- Espírito Santo - Norte Capixaba

Tiragem: 5.000 exemplaresImpressão: Gráfica NacionalDiagramação: Finotrato DesignFoto da Capa: Gustavo Ribeiro

Apoio:Minas Leilões e Eventos

As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, neces-sariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Administração/Redação - Revista AgroMinasRua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro - 35.010-230 Governador Valadares/MG - Tel.: (33) 3271-9738 E-mail: [email protected]

Cleuzany LottEditora-Chefe

4 Giro no Campo

6 Entrevista

10 Entidade de Classe

12 Grandes Criatórios

15 Dia de Campo

18 Saúde Animal

20 Caderno Técnico

23 Forragicultura

26 Agrovisão

28 Sustentabilidade

30 Perfil Profissional

31 Meteorologia

32 Mercado

34 Cotações

36 Mão na Massa

37 Emater | IMA | IDAF

40 Aconteceu

42 Culinária

A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo

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Siga-nos:twitter.com/RevistAgrominas

Em meio a votações, o mês de maio foi bastante movimentado. Desde a aprovação do Código Florestal com seus 12 vetos e

regras que não satisfizeram totalmente nem ambientalistas e nem ru-ralistas, até outro assunto que pairou sobre o produtor rural. A apro-vação da PEC 438/2001 relacionada ao Trabalho escravo, no dia 22 último, penaliza fortemente os donos de terras. Com 360 votos a favor, 29 contra e 25 abstenções, a proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados e volta para o Senado, de onde teve origem, para a análise.

O projeto aprovado aponta que sejam expropriadas as terras de quem for pego mantendo seus trabalhadores em condições de escravi-dão. As mesmas serão destinadas à reforma agrária e a programas ha-bitacionais. A PEC do trabalho escravo é de extrema importância para que o trabalhador rural seja resguardado, porém é preciso ficar atento que não é só no campo que atitudes como essas são realizadas. Espe-ramos que o assunto seja tratado em todos os vieses, para que a zona urbana não fique de fora e também seja penalizada com igual rigor.

Já nesta edição confira uma reportagem sobre o confinamento de gado, as exigências e panorama para esse mercado no Brasil. Em Gran-des Criatórios, a Fazenda União é alvo de nossa visita. Ela abre suas porteiras, para conhecermos sua história e as práticas de manejo da cria de Nelore PO voltado para a pecuária de corte.

Aproveitando o período de seca, leia no Caderno Técnico um artigo sobre Suplementação para a época. Uma fruta nada típica no Leste de Minas é usada para o aproveitamento de área: o cupuaçu é a alternati-va encontrada por um produtor. Acompanhe na seção Dia de Campo. Aproveitando que o cavalo está arreado, trazemos uma receita sobre o Cupuaçu: Taça da felicidade de cupuaçu.

Boa leitura e bom apetite!

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po A presidente Dilma Rousseff vetou parcialmente o novo Código Florestal (PL 1876/99) aprovado pela Câmara dos Deputados e de-terminou 32 mudanças em trechos que, em linhas gerais, buscam anu-lar a anistia a desmatadores, benefi-ciar o pequeno produtor e favorecer a preservação ambiental. Os vetos ainda serão analisados pelo Congresso, que pode derrubá-los.

Entre as alterações, 14 recuperam o texto do Senado, cin-co são dispositivos novos e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo, conforme informou o chefe da Advocacia-Geral da União, ministro Luis Inácio Adams. O prazo para sanção presidencial do texto, que trata da preservação ambiental em propriedades rurais, vencia na sexta 25/05. Para suprir os vá-cuos jurídicos deixados com os vetos, o governo publicou uma medida provisória na segunda-feira (28) no Diário Ofi-cial da União juntamente com o Código Florestal.

Uma das principais mu-danças do governo no novo Código Florestal foi a am-pliação da faixa que deverá ser reflorestada nas margens de rios em áreas de proteção ambiental (APPs). Os produ-tores rurais terão que recom-por entre 5 e 100 metros de

vegetação nativa das APPs nas margens dos rios, depen-dendo do tamanho da propriedade e da largura dos rios que cortam os imóveis rurais.

As novas regras vão substituir o Artigo 61 do código aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de abril. O tex-to só exigia a recuperação da vegetação de APPs ao longo de rios com, no máximo, 10 metros de largura. Ele não previa nenhuma obrigatoriedade de recuperação dessas áreas nas margens dos rios mais largos. (Fonte: Agência Câmara de Notícias)

dilma veta 12 artigos no código Florestal e faz 32 alterações por mp

exportações brasileiras de couros e peles em 2012

mapa assina termo de incentivo a boas práticas agropecuárias

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As exportações brasileiras de couros e peles alcançaram o va-lor de US$ 639,6 milhões no primeiro quadrimestre deste ano, o que representou uma queda de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em peso foram exportadas 123 mil toneladas, re-presentando, também, uma queda de 6%. Os dados foram infor-mados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), tendo como referência o boletim semanal fornecido pela Secreta-ria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

As exportações do setor representaram 18,9% do saldo da balança comercial brasileira no ano de 2012. Os principais des-tinos dos produtos brasileiros no início do ano foram China + Hong-Kong, Itália e Estados Unidos, que representaram, apro-ximadamente, 66% do valor das mercadorias embarcadas. Os estados do Rio Grande do Sul e São Paulo são os principais estados exportadores de couros com 40% de participação.

Segundo dados preliminares divulgados pela SECEX, o setor de couros e peles exportou no mês de abril de 2012, um total de, aproximadamente, US$ 175,3 milhões e 32,5 mi-lhões de quilos. No acumulado de janeiro e abril alcançou-se, aproximadamente, o valor de US$ 639,6 milhões. A média mensal das exportações de couros em 2012 alcançou, aproxi-madamente, US$ 160 milhões. (Fonte: CICB)

Para contribuir na redução de emissões de gases de efeito estufa, foi assinado no dia 2 de maio, no Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), um protocolo de intenções para recuperação de pastagens degradadas. O docu-mento de cooperação, com validade de 10 anos, foi firmado entre o Mapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuá-ria (Embrapa) e o Grupo de Trabalho de Pecuária Sustentável (GTPS), formado por representantes de diferentes segmentos que integram a cadeia de valor da pecuária bovina no Brasil. A meta, inserida no Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), é recuperar 15 milhões de hectares até 2020.

A próxima etapa será a elaboração de um plano de trabalho com o objetivo de difundir os benefícios da adoção de técni-cas agrícolas sustentáveis. Entre as práticas incentivadas, está a integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), que alterna pas-tagem com agricultura e floresta numa mesma área.

Segundo o secretário executivo do Mapa, José Carlos Vaz, o ministério, a Embrapa e o GTPS também vão pro-mover cursos de formação e capacitação técnica, além de atuarem conjuntamente na obtenção de recursos para a execução das ações propostas. Também serão desenvol-vidas atividades e estudos comprovando os benefícios econômicos, sociais e ambientais a partir das boas práti-cas agropecuárias. (Fonte: ASCOM MAPA)

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Os produtores mineiros deve-rão colher 1,1 milhão de tone-ladas de grãos a mais na safra 2011/2012, em relação ao volu-me registrado no período anterior. Com base em levantamento da Com-panhia Nacional de Abastecimento (Co-nab), divulgado no dia 10 de maio, está prevista para o Estado a produção de 11,8 milhões de tonela-das, o que confirma um novo recorde, segundo avaliação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Os números anunciados indicam que a safra de grãos de Minas deve crescer 10,7%, enquanto a produção estimada para o Brasil (160 milhões de toneladas) mostra uma retração de 1,7%, diz o superinten-dente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez.

A produção estimada de milho em Minas, nesta safra, é de 7,5 milhões de toneladas, um aumento de 15,4% na comparação com o período anterior. No caso da soja, embora a área plantada (cerca de 1 milhão de hectares) tenha apresentado redução de 1,8%, a produção deve aumentar como consequência dos investimentos em tecnologia e por causa das condições climáticas nas áreas tradicionais de cultivo. As perspectivas para a safra de sorgo também são boas, com produ-ção estimada em 419,6 mil toneladas, aumento de 14,1%. (Fonte: ASCOM SEAPA)

O Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agropecuário deve crescer 5,3% neste ano e atingir R$ 351,7 bilhões, ante os R$ 333,96 bilhões registrados no ano passado. A previsão é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que considera as estimativas para a produção de grãos e fibras na sa-fra 2011/2012 e os preços médios no mercado.

O destaque é o crescimento esperado de 11,2% no faturamento do setor pecuário neste ano, que deve atingir R$ 146,3 bilhões. No ano passado, o faturamento do setor ficou em R$ 131,5 bilhões.

Já o valor da produção da agricultura deve crescer apenas 1,5% neste ano, para R$ 205,42 bilhões. Em 2011, a renda da agricul-tura ficou em R$ 202,41 bilhões. Os técnicos da CNA atribuem o baixo crescimento às perdas de safra provocadas pela estiagem e às dificuldades de recuperação da economia mundial, que desaque-ce o mercado de commodities e pressiona os preços dos produtos agrícolas. A CNA divulgou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, com recuo de 0,1% sobre o do ano passado. (Fonte: DCI em Canal do Produtor)

produtividade agrícola brasileira cresce mais que a mundial

Grãos: minas deve colher 1,1 milhão de toneladas a mais

Ampliação do crédito rural, incentivo à exportação e à pesquisa são apontados como fatores que impactaram positivamente o crescimento da agricultura brasileira nos últimos 30 anos, especialmente com o aumento da produti-vidade. Enquanto no Brasil a produtividade da agricultura cresce a taxa média de 3,56% ao ano, no mundo, essa taxa decresce. É o que aponta estudo realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O trabalho estima os índices de produtividade total dos fatores (PTF) para a agropecuária brasileira para o período entre 1975-2011 e discute seu desempenho comparado com indicadores do mesmo gênero estimados para as principais agropecuárias mundiais, demonstrando posição de desta-que do Brasil nesse contexto. Também são analisados os efeitos das políticas sobre a produtividade no Brasil, com destaque para as exportações, os investimentos em pesqui-sa e desenvolvimento e a evolução do crédito rural.

Segundo o coordenador da Assessoria de Gestão Estraté-gica do ministério, José Garcia Gasques, o efeito mais forte sobre a produtividade está relacionado aos gastos com pesqui-sa. Um aumento de 1% nesses gastos resulta em acréscimo de 0,35% sobre a produtividade. Na sequência, vem o aumento dos desembolsos por conta do crédito rural a produtores, co-operativas e agricultura familiar de 0,25%. Já os resultados para as exportações da agricultura mostram um aumento de 1% das exportações do agronegócio em decorrência do au-mento de 0,14% da produtividade. (Fonte: ASCOM MAPA)

cNA prevê aumento de 5,3% do agronegócio

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tApecuária de corte e o confinamento:

mais carne em menor tempoCom CresCimento esperado para esse ano, os Confinadores investem no setor

Confinar: segundo o dicionário Aurélio, o verbo significa li-

mitar e demarcar. No artigo sobre con-finamento de bovinos de Esther Cardo-so, da Embrapa Gado de Corte (2000), ela explica que “‘confinamento’ é o sistema de criação de bovinos em que lotes de animais são encerrados em piquetes ou currais com área restrita, e onde os alimentos e água necessá-rios são fornecidos em cochos”. Essa atividade tem por objetivo à engorda e o posterior abate dos animais, fase essa de terminação mais curta que o gado criado a pasto. Fatores como preços de alimentação, boi gordo e boi magro são os principais determi-nantes para os custos dessa produção. No período seco, que começa em me-ados de abril, é a época que o confi-namento é conduzido no país, devido à escassez de forragem para o pastejo.

De acordo com o Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado o número de cabeças

abatidas foi de 28.814 toneladas, sen-do que o peso total das carcaças dos bovinos foi de 6.781.014 toneladas. De acordo com Safras & Mercados, quanto ao confinamento de gado, há uma expectativa de 13% de crescimen-to no confinamento em 2012 no Bra-

sil. A estimativa é que 3,233 milhões de cabeças sejam confinadas, frente às 2,861 milhões de cabeças de gado confi-nadas no ano passado. Uma das maiores expansões no mercado. Em um levanta-mento realizado em abril pela Associa-ção Nacional de Confinadores (Assocon) mostra que a taxa de ocupação estimada para junho é de 47% e para julho de 67%.

A Assocon divulgou ainda que as vendas dos animais aos frigoríficos neste 1º se-mestre de 2012, terá um volume entregue de gado de 12%, com o preço médio da arroba girando em torno de R$ 94,02 (contrato BM&F).

Com isso, a perspectiva é de que cada vez mais haja uma profissiona-lização na produção bovina. Ques-tões como as tecnologias estão cada vez mais fundamentais e que fazem a diferença na qualidade final da car-ne. No Brasil apenas cerca de 5% do gado abatido no país, como in-formado por nossos entrevistados, é de gado confinado. A criação exten-

siva é o que predomina a pecuária de corte. Os EUA, por exemplo, confina praticamente 100% de seu rebanho de corte. O que faz com que o país abata menos cabeças de gado e tenha uma produção de carne bovina quase o do-bro do Brasil. Seguindo esse exemplo, o objetivo é produzir mais carne por animal abatido. A tendência do setor

lidiane diasJornalista

“Há uma expectativa de 13% de crescimento

no confinamento em 2012 no Brasil”.

safras & mercados

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é que se tenha uma melhoria gradati-va de produtividade com o auxílio do confinamento do gado.

merCadoO presidente da Assocon, Eduardo

Moura, 60 anos, acredita que o mer-cado está lucrativo, isso se a atividade for bem exercida pelos confinadores. Informa ainda que a procura come-çou mais cedo devido a problemas de pastagem, como por exemplo, a seca violenta e a idade das pastagens sem renovação. Ele aponta que o rebanho brasileiro não deve crescer muito mais do que é, mas há um crescimento ace-lerado do gado confinado. “É preciso melhorar a relação custo x benefício. Estamos aprendendo a produzir mais em menores espaços. As expectativas para o Brasil são positivas, isso se o go-verno não atrapalhar e se ele der a de-vida importância que o setor merece”, analisa Moura. O presidente acrescenta ainda que o acabamento de carcaça está melhorando, mas é preciso colocar em prática a padronização das mesmas.

Os investimentos em melhoramen-to genético, alimentação e no manejo resultam em animais bem criados e de qualidade para as fases de recria e en-gorda. De acordo com o zootecnista e analista de mercado da Scot Consul-toria, Douglas Coelho de Oliveira, 23 anos, o mercado de reposição nesta época do ano é o mais influenciado pelos confinadores. A demanda pelo boi gordo está gerando especulações em grande parte das praças pecuárias. Informa ainda que o patamar dos pre-ços do boi gordo e de grãos regula a procura pelo animal terminado.

“O lucro está atrelado a diversos fatores no confinamento, como: aqui-sição dos animais, período de engor-da, aquisição dos grãos, elaboração da dieta e outros. O produtor que faz o ciclo completo (cria, recria e engorda) consegue, basicamente, verticalizar o sistema de produção. O que pode ser interessante para minimizar os riscos

diante da flutuação de preços ao longo do ciclo pecuário”, aponta Oliveira. Porém, informa ainda que as vanta-gens do sistema vão depender de cada pecuarista. O preço, qualidade da ter-ra, insumos, estrutura da cadeia pro-dutiva, infra-estrutura, dentre outros fatores, influenciarão os resultados.

O consultor da Safras & Mercado, Paulo Molinari, 50 anos, aponta que o setor de confinamento vem crescendo a cada ano e a atividade de engorda avança a partir da liquidez oferecidas por alguns frigoríficos e pela crescen-te oferta de milho na entressafra. O que auxilia e melhora a comercializa-ção, viabilizando que os custos sejam menores. Assim, o consultor informa que o confinamento tem levado ao in-vestimento de boi magro e na compra de milho e insumos para alimentação. Acrescenta que a recria, que apresenta escassez de bezerros no mercado in-terno nos últimos quatro anos, apro-

veita esse panorama. “Isto propiciou a retenção maior de vacas e incentivo a geração de animais de reposição. Com momentos em que os preços do bezer-ro atingiram R$ 700/800/cabeça a ati-vidade foi extremamente lucrativa”, atesta Molinari.

Oliveira apresenta ainda que os in-vestimentos em melhoramento genéti-co estão em um bom momento. Um resultado desse cenário é o aumento de venda de sêmen nos últimos anos. O consultor da Scot diz que, de acordo com a Associação Brasileira de Inse-minação Artificial (ASBIA), as 11,91

milhões de doses de sêmen bovino, comercializadas no ano passado, re-presentam aumento de 23,6%, sobre os números de 2010. As vendas de ra-ças de corte atingiram 7,01 milhões de doses, aumento de 26,8% em relação a 2010, quando somaram 5,53 milhões. Sem contar na retenção de matrizes que ocorreu entre 2006 e 2011, jun-tamente com o aumento na utilização de biotecnologias, como Inseminação Artificial, Transferência de Embriões, aquisição de tourinhos e cruzamentos direcionados, colaboraram para esse cenário. “O pecuarista deve ficar aten-to às oscilações de preços neste perí-odo. A apreciação do dólar frente ao real também pode implicar em preços mais altos, pois parte dos produtos deste segmento é importada”, alerta.

Esses investimentos resultam da preocupação em carcaças mais bem acabadas, uma carne de melhor qua-lidade, melhor remuneração do setor, dentre outras questões. “Na verda-de, esta pressão tem sido elevada por parte dos frigoríficos que tem deseja-do animais para o abate com melhor terminação e rendimento de carcaça. Esta condição em produzir um animal de melhor padrão de qualidade tem apresentado o reflexo desta exigência, ou seja, o melhor rendimento, preços melhores aos pecuaristas ou um me-nor patamar de descontos por conta de problemas de carcaça”, identifica Mo-

linari. Entretanto, o consultor de Safras afirma que são essas exigências e co-branças do mercado que elevam a pre-ocupação em investimentos e sem ela, não há melhorias na produção. O que no confinamento ajuda a melhorar esta terminação, a partir obviamente, de uma seleção prévia de animais magros.

Os custos de acordo com Moli-nari estão menores em 2012 devido à retração que está ocorrendo com os preços do milho, basicamente o princi-pal insumo para alimentação do gado confinado. Oliveira complementa que desconsiderando a aquisição do boi

“É preciso melhorar a relação custo x

benefício. estamos aprendendo a produzir

mais em menores espaços”. eduardo moura

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magro, a alimentação representa entre 80% e 85% do custo total do confinamento. Ao se analisar a soja e o milho, há dois cenários diferentes. No primeiro caso, há uma menor oferta e os estoques estão apertados, o que pressiona para preços altos. Informa que dados da CONAB de Maio indicam uma produção de 66,68 milhões de toneladas de soja na temporada 2011/2012, oferta essa 11,5% menor que a temporada anterior.

Já o milho, se o clima colaborar, apresenta uma expec-tativa de boa oferta, com previsão de 65,9 milhões de tone-ladas para essa safra, um crescimento de 14,8% em relação com a safra anterior. Esse cenário resultará na pressão de preços baixos para o grão. “Do mesmo modo que a proteção de preços no mercado futuro é realizada na comercialização do boi gordo, as operações de proteção de preços também podem minimizar os riscos relacionados à aquisição de grãos por parte do confinador”, frisa Oliveira. Dietas mal administradas, entretanto, podem causar distúrbios alimen-tares como acidose, timpanismo e intoxicações. Qualquer erro pode afetar todo o sistema do confinamento, por isso a atenção dos profissionais técnicos deve ser redobrada.

fatoresQuestões como infraestrutura, custos altos e localização

da propriedade são fundamentais para o bom funcionamen-to e menores custos com logística. Qualquer atividade do setor precisa ficar atenta para todos os fatores que podem influenciar direta ou indiretamente na produção e/ou produ-tividade. O meio onde estão inseridos os animais no setor agropecuário pode influenciar os índices zootécnicos do confinamento e, por consequência, a rentabilidade do pro-dutor. Locais próximos de rios ou de fácil acesso a outros re-banhos devem ser evitados para minimizar os riscos de con-taminação dos animais confinados, segundo Oliveira. “As

instalações para a en-gorda e armazenagem de alimento devem ser dispostas de forma que a logística facilite o manejo dos animais e do alimento. Um estabelecimento mal planejado pode impli-car em custos mais al-tos e desviar recursos que poderiam ser investidos dentro do sistema”, informa. Os cuidados no transporte dos animais devem ser uma preocupa-ção para que não haja escoriações e lesões, o que resulta na redução do aproveitamento da carcaça.

Molinari pondera ainda que a questão do frete para o boi gordo é sempre um custo a mais e que é depreciado no preço final. Quanto mais acessível aos frigoríficos de gran-de porte melhor será a condição de comercialização. “Os locais mais distantes dos pontos de consumo são aparen-temente mais viáveis devido ao custo da terra mais baixo. Para a pecuária extensiva este é o ponto central. Mas, em uma atividade de confinamento de ano inteiro, por exem-plo, no qual o importante é o fluxo de comercialização roti-neiro, além do custo de milho, a terra não é o ponto central. Neste caso, o importante é estar nos polos de concentração de frigoríficos e de demanda”, indica o consultor de Safras.

Não há dúvidas, portanto, que o confinamento é uma ten-dência. “Ainda mais com o crescimento do custo da terra, competição com lavouras e cana-de-açúcar e regras ambien-tais. Dentro deste ambiente, a cada ano teremos mais pecua-ristas buscando o confinamento de ano inteiro e não apenas de entressafra. Como há pouco investimento em pastagens e qualidade do gado a pasto, o confinamento acaba permitindo esta condição de qualidade superior ao de pasto. Contudo, é claro, os custos implícitos são mais elevados assim como a decisão de investimento na atividade”, ressalta Molinari.

Entre Julho e Agosto o fornecimento de gado para a indústria está estimado em 32% com o preço da arroba projetado para R$ 98,50; entre Setembro e Outubro, a projeção do índice de entrega aponta para 38% com média de pre-ço R$ 100,90/@, e entre Novembro e Dezem-bro, 18% com preço médio a R$ 102,68/@. (Fonte: Altair Albuquerque/Assocon)

“desconsiderando a aquisição do boi

magro, a alimentação representa entre 80% e 85% do custo total do confinamento”.

douglas oliveira

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Carlos Drummond de Andrade já dizia: “no meio do caminho havia uma pedra, havia uma pedra no meio

do caminho...”. Hoje, uma pedra também se destaca. A cida-de de Pedra Azul fica situada no Vale do Jequitinhonha, a 15 km por estrada asfaltada da Rio – Bahia (BR 116) e a 52 km da divisa do Estado da Bahia, a cidade está a 617 metros aci-ma do nível do mar. Ela é o palco desta edição para contar a história do Sindicato dos Produtores Rurais. Entidade sindical de 1° grau, com sede e foro na cidade citada e com extensão de base em Cachoeira de Pajeú e Águas Vermelhas (MG), foi fundada no dia 20 de janeiro de 1966.

A finalidade do sindicato destina-se para fins de estudo, coordenação, desenvolvimento, defesa, proteção e repre-sentação legal da categoria econômica dos ramos da agro-pecuária e do extrativismo rural. Inspirada na solidariedade social, na livre iniciativa, dentre outros, foi criado a partir da necessidade de pleitear e adotar medidas cabíveis aos interesses dos associados, constituindo-se em defensor e cooperador ativo e vigilante de tudo quanto possa concorrer

para a prosperidade da categoria que representa. O processo de criação da entidade se deu após alguns

produtores rurais remanescentes da extinta Associação Ru-ral de Pedra Azul (ARPA) fundada em 06 de julho de 1940 pelo Coronel João de Almeida, resolveram criar o Sindicato Rural de Pedra Azul, que a partir do dia 20 de janeiro de 1966 adotou a palavra “Produtores” em seu nome.

O primeiro presidente da entidade foi Luiz Edmundo de Andrade, que permaneceu no cargo desde a fundação em 1966 até o dia 12 de agosto de 1968. Mais 12 presidentes passaram pelo sindicato: Rosalvo José de Souza (12/08/1968 a 12/08/1971), João Barbato (12/08/1971 a 12/08/1974, 12/08/89 a 12/08/1992, 12/08/1992 a 12/08/1995), Mar-cilio de Almeida Pires (12/08/1974 a 12/08/1977), Rí-zzio Pinto (12/08/1977 a 12/08/1980), Geraldo Mendes Faria (12/08/1980 a 12/08/1983), Tarcisio Fernando Fé-lix D’Assenção (12/08/1983 a 12/08/1986), Péricles Xa-vier Rodrigues (12/08/86 a 12/08/1989), Carlos de Luce-na Velloso (12/08/1995 a 12/08/1998), Bernardo Velloso

direto do vale do Jequitinhonha:sindiCato dos produtores rurais de pedra azul

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Pires (12/08/1998 a 01/08/2001), Álvaro de Lucena Ruas (02/08/2001 a 02/08/2004, 02/08/2004 a 02/08/2007), Abílio Montanha da Silva Neto (02/08/2007 a 02/08/2010) e o atual presidente Eduardo Araújo Filho (02/08/2010 a 02/08/2013).

A diretoria é composta por 11 membros e o mandato tem a duração de três anos. Mais cinco funcionários trabalham no sindicato, sendo duas funcionárias no escritório e ou-tros três na loja veterinária da entidade. Com sede própria e localizada na Praça Pacífico Faria, 196, centro da cidade, o sindicato permanece no mesmo local desde sua implan-tação. Entre os serviços prestados pela entidade estão: as-sistência contábil, assistência mecanizada (trator agrícola), cadastro de produtor rural, emissão de nota fiscal de produ-tor rural, declarações, contratos. Em implantação o preen-chimento de DAP e Processo de Aposentadoria junto a Pre-vidência do Segurado Especial. Convênios com o SENAR para ministrarem cursos de treinamentos e aperfeiçoamento dos trabalhadores, produtores rurais e suas famílias; com a FAEMG/Previdência Social para a montagem de processo de aposentadoria, são alguns exemplos.

No início, apenas 45 produtores eram filiados à entida-de. Atualmente 100 são associados, porém 34 destes estão inadimplentes. As vantagens em se associar passam pela representatividade junto às entidades classistas, podendo usufruir dos serviços oferecidos pelo sindicato. Além da anuidade dos associados, a realização de leilões e feiras agropecuárias ajudam nessa arrecadação.

Segundo informações do sindicato, a pecuária na cidade funciona com 60% de pequenos e médios produtores de corte e leite e 40% de grandes produtores com pecuária de corte.

GestorEduardo Araújo Filho, 39 anos, assumiu a presidência

do sindicato em 2010. É a primeira vez que está na presi-dência do Sindicato dos Produtores Rurais de Pedra Azul e pretende se reeleger. Sócio há 18 anos da entidade, fez parte da diretoria como conselheiro. “Por ser produtor rural e sabendo dos anseios do produtor, assumi o sindicato no intuito de tentar contribuir com o desenvolvimento dessa classe”, aponta.

Natural de Pedra Azul é casado e tem três filhos. Produ-

tor rural há 20 anos, trabalha com pecuária de corte e leite e está cursando o 7° período de Licenciatura em História. Informa que à adequação das atividades que exerce, como produtor rural e a de presidente do sindicato, são facilitadas por serem o mesmo setor.

Destaca a realização de cursos de formação profissional rural e promoção social em parceria com o Senar, como as principais ações desenvolvidas dentro de sua gestão. Porém, quando assumiu a presidência, disse que a falta de união da classe e o número baixo de associados foram às principais dificuldades. Precisou criar alternativas, como, por exemplo, viabilizar o crédito rural, para superá-las.

Araújo finaliza que o ponto forte de Pedra Azul é a loca-lização da cidade. “Nossa cidade está em uma região muito promissora. Nosso rebanho e nossa terra têm qualidade e isso já virou fama em todo o País. Precisa-se que o produ-tor acredite mais no seu potencial. O sindicato em parceria com o sistema FAEMG/Senar-MG, tem viabilizado ações no sentido de adequar às novas tecnologias que o merca-do oferece através do Senar-MG temos realizado cursos de profissionalização rural dos trabalhadores rurais e suas fa-mílias e ofertamos também aos produtores rurais”.

O presidente Eduardo Araújo Filho

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As oportunidades de emprego na “cidade grande” conquistaram

os olhares de muitos que cresceram na zona rural. O êxodo do campo para as ci-dades causou, por outro lado, a superlo-tação das mesmas. O ritmo de vida acele-rado e o stress do dia a dia são resultados dessa escolha. Mas um casal específico resolveu dar um rumo diferente para a história deles. Morando em Belo Hori-zonte, o Engenheiro Mecânico e dono de uma firma de engenharia na capital mineira, José Geraldo Pedra Sá, 62 anos, e sua esposa Maria do Amparo Rezende Sá, 55 anos, adquiriram a Fazenda União a 47 km de Governador Valadares, loca-lizada no município de Tumiritinga. Dois objetivos foram traçados: o negócio para investimento e a mudança radical, pois morariam na propriedade.

A ideia de mudança começou em 1999, quando resolveram visitar fa-zendas ao entorno de Cuiabá (MT) e Virginópolis devido à existência de fa-miliares nos locais. Porém, o negócio

foi concretizado em 2000 com a aqui-sição da Fazenda União, anteriormente chamada de Pouso Alto. Como era um negócio novo, Pedra Sá informa que precisavam ter o amparo de alguém de confiança. Amparo, mesmo sendo filha de fazendeiro, tem um irmão também do setor, que poderia dar suporte a eles. Daí o nome da propriedade: a união da família com o apoio à decisão para mu-dança. “Sair um pouco da zona urbana, com todos os seus apelos e obrigatorie-dades. Não me arrependi hora nenhuma, muito pelo contrário”, afirma Pedra Sá, que hoje é Presidente da Comissão Téc-nica de Pecuária de Corte da FAEMG.

O criador é natural de Campos dos Goitacazes (RJ) e neto de fazendeiro. Lembra que só teve ligação com o campo quando era criança. Pedra Sá e Amparo têm dois filhos, o Engenheiro Mecânico Vinícius Rezende Sá, 37 anos, e o Tenis-ta André Rezende Sá, 35 anos. A família não para por ai. Além das duas noras, mais três netos fazem a felicidade do ca-

sal: Carolina, Henrique e Luiza. A escolha pelo gado de cor-

te, segundo ele, se deu primeira-mente porque acredita que a pe-cuária de leite exige uma maior

dedicação e uma formação mais difícil. Além de se sentir mais ligado à pecuária de corte. Os primeiros animais adquiridos eram voltados para engorda. Três anos depois da aquisição da fazen-da, mais estruturados no ramo, investi-ram em Nelore PO, vindos de Uberaba, e se especializou na raça. Diz que a pre-ferência pelo Nelore se deu porque ele é responsável por 85% do rebanho nacio-nal, por causa da performance e eficiên-cia da raça. Além é claro, de gostar dela. Os animais são padrão e não mocho.

GenÉtiCa e manejoO foco da propriedade se resume

em melhoramento genético, produ-ção de bezerros para recria e engor-da e produção de tourinhos. Por isso, o investimento genético é tido como investimento e não custo. É aplicado em todo o rebanho e as biotecnologias aplicadas são a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e a Transfe-rência de Embriões (TE), além de se-

Fazenda Uniãouma mudança em BusCa pela qualidade de vida

lidiane diasJornalista

O casal Amparo e José Geraldo Pedra Sá

As doadoras da Fazenda União para Transferência de Embriões

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dias

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rem usados os touros melhorados frutos da propriedade. O percentual de produção, de acordo com Pedra Sá, é de

50% em IATF. O procedimento da Fazenda União é fazer es-tação de monta natural nessas vacas, ao invés da segunda dose. “Eu faço só um protocolo e no segundo eu coloco com os tou-ros. Então na hora que vou separar essas vacas de IATF, eu preciso saber com que touro vou acasalar pelas características do touro”, aponta. A estação de monta começa em dezembro. Nessa época ainda tem vacas parindo, então não dá para inse-miná-las. A IATF, portanto, começa em fevereiro e os touros repassam em março, fechando a estação de monta em abril.

De acordo com o criador isso é para conseguir um percen-tual alto de prenhez das vacas. Quarenta dias depois do término da estação de monta, um veterinário vai até a propriedade com o aparelho de ultrassom e identifica as vacas que estão cheias. A parição da fazenda começa em setembro e vai até janeiro. As vacas que não estiverem prenhes elas vão para o frigorífico. “Porque significa que ela ficou quatro meses comendo de graça sem trabalhar. O melhor bezerro é aquele que nasce, essa é a primeira seleção. Mas se ela não parir, ela vai para o frigorífico. Pois eu não tenho como passar uma vaca minha que não tem

desempenho como matriz para um companheiro meu, porque não me interessa vender um produto que não vai ter resultado. Se não meu cliente vai ficar insatisfeito e cliente insatisfeito fala para mais 30 a sua insatisfação”, explica.

Quanto a TE, a Fazenda União possui 12 doadoras. Rezes de alta performance, de alto valor genético e grande capacidade reprodutiva. Entre elas estão: Chiquérrima da União, Exube-rante da União, Bitoca da União, Parati, Rayan e Nuvem TE da Ventania. Cerca de quatro delas foram compradas em leilões,

O criador e Huke

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um investimento alto. Um dos resultados da Transferência de Embriões, filho de uma doadora, produto da fazenda, é Huke TE da União, com 18 meses. Ele está sendo treinado para pista e se tiver potencial, irá para uma central de genética. Elogio da União é um dos touros reprodutores da propriedade.

“É o melhoramento genético, subindo a qualidade do rebanho”, acredita o criador. Normalmente as doadoras são protocoladas duas vezes por ano e depois elas têm um cio na-tural para serem cobertas pelo boi. Forma essa para não atra-palhar muito a vida reprodutiva da matriz. Na monta natural o criador privilegia os touros de produção própria da fazenda.

Numa propriedade de 500 hectares, o plantel é composto por 470, deste 240 são matrizes. A produção desse ano é esti-mada em 170 animais, porém o objetivo da fazenda é chegar em 400. As vendas dos animais são concentradas num leilão, onde aproximadamente 100 animais são comercializados. A venda direta é feita em menor escala. Os animais são ven-didos entre sete e oito meses na desmama, com uma média de sete arrobas. As bezerras das melhores matrizes não são vendidas para fazerem a substituição das vacas mais velhas.

O controle da fazenda e dos animais é todo computadoriza-do. A pastagem predominante é o braquiarão e a alimentação dos animais de pasto é complementada com sal. Já os animais de elite irão depender da necessidade de cada um deles. A mé-dia de idade do primeiro parto gira em torno dos 30 meses.

Fazem correção de solo e a fazenda é dividida em 25 pas-tos. O gado criado a pasto faz a rotação nos prazos definidos e pelo menos duas vezes ao ano ele vai ao curral para vacina-ção. O que lembra o criador de uma história: “o manejo sani-tário é uma história antiga. Eu pensava na época ‘agora que vou ser fazendeiro, ninguém vai mandar em mim’. Comprei a fazenda, mas nunca vi tanta gente para mandar em mim: tem médico veterinário, agrônomo, zootecnista e o comprador”, brinca. Desde a aquisição, informa que as mudanças nas cer-cas, a divisão da propriedade e o abastecimento de água, feito

em uma nascente canalizada por gravidade, são as principais. Ele e mais dois funcionários tomam conta do gado e na cozi-nha, dona Terezinha impera.

Para o criador uma boa produção de animais depende de um tripé: melhoramento genético, manejo e alimentação, pois se não tiver uma dessas pernas, o criador não terá performan-ce. Porém o mercado apresenta dificuldades apontadas por ele: as práticas de comercialização de carne, a falta de massi-ficação do conhecimento e a infraestrutura.

o resultado “Quando você fala em carcaça melhor, em genética me-

lhor, em precocidade, você fala automaticamente em custo. Se o criador não é remunerado nesse custo, ele vai querer reduzir custos e provavelmente a qualidade vai embora. É in-vestimento desde que o mercado assim retribua e eu acho que ele retribui porque ele tem um ganho em cima disso. A vi-são da fazenda é de uma indústria, de outra empresa normal, com as complicações de clima”, enfatiza. Pedra Sá diz que os criadores precisam fornecer sempre o melhor insumo para os companheiros de recria e engorda. Aponta que a qualidade da carcaça que vem da genética é fundamental para uma pe-cuária eficaz e a comercialização só dependerá do pecuarista para o setor dar um salto rumo aos século XXI, na produção de carne com qualidade de vida.

Em busca também de uma qualidade de vida, mesmo ten-do sido uma mudança radical, o casal informa que aprendeu a morar na zona rural. “Aprendemos a admirar a cultura não acadêmica, muito mais profunda de repente. Mas infelizmen-te, no nosso país, muito desconsiderada. Hoje o conhecimen-to está em segundo plano em relação aos diplomas. O meio rural tem o conhecimento, mas não tem o diploma. Então eu acho que precisamos dar um salto nisso e ter um respeito por essas pessoas, que têm um conhecimento de vida e de sobre-vivência espetacular”, finaliza.

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Ampo

O aproveitamento de espaço, com o cultivo consor-

ciado de culturas, foi à alternativa encontrada pelo

produtor rural Elyzio José Ferreira, 74 anos. Há 20 anos o

produtor começou a investir na plantação de seringueiras para

recuperar as áreas degradadas. Dez anos depois, a aposta foi

em uma cultura nada típica no estado: o cupuaçu. A fruta é

originária da floresta Amazônica e a árvore é de pequeno e

médio porte, podendo chegar até 20 metros. Rica em proteí-

nas, cálcio e fósforo. É duro igual coco, seu sabor é cítrico e a

fruta pode ser usada para fazer sorvete, bolo, suco, chocolate,

dentre outras guloseimas. Além de hidratantes corporais.

Com origem em uma família de fazendeiros e natural de

Governador Valadares, Elyzio Ferreira foi para Belo Hori-

zonte estudar. Retornou à cidade em 1962 para trabalhar com

seu pai, José Cantídio Ferreira. É casado com Moema Ra-

bello Ferreira, 64 anos, tem três filhos: Márcio Rabello Fer-

reira, 42 anos, Vanessa Rabello Ferreira, 40 anos, e André

Rabello Ferreira, 34 anos. Já foi presidente do Sindicato Ru-

ral de Governador Valadares e da União Ruralista Rio Doce.

Cerca de três décadas depois do retorno à Valadares, por

volta de 1992, começou os investimentos nas seringueiras

no município de Fernandes Tourinho, em uma propriedade

que faz divisa com Alpercata e possui 18 alqueires. Na Fa-

zenda chamada Córrego Preto e conhecida como Fazenda

da Seringueira, plantaram inicialmente 15 mil pés da ár-

vore. Quase seis anos depois, em visita a uma fazenda de

cupuaçu na cidade de Serra (ES), a possibilidade de come-

çar a plantar a fruta poderia ser uma alternativa de aprovei-

tamento da área e ter uma segunda atividade econômica.

Cinco anos após a visita começou a produção do cupuaçu.

As primeiras sementes foram adquiridas nessa fazenda

da Serra e as mudas são produzidas na propriedade Córrego

Preto. Informa que tem licença do Ministério de Agricul-

tura para a produção de mudas do Cupuaçu Brasil, marca

adotada. A época de plantio começa junto com o início do

período das águas, em outubro. A colheita é feita normal-

mente em janeiro, fevereiro e março, podendo ser estendi-

da para colheitas menores no ano inteiro. A floração das

árvores começa em agosto e seis funcionários cuidam do

manejo da fruta.

A polpa de cupuaçu pode ser armazenada por até 36 me-

ses de forma congelada, desde que conservada em torno dos

direto da Floresta Amazônica o Cupuaçu, oriGinário daquela reGião, É uma

novidade para o vale do rio doCelidiane dias

Jornalista

A fruta cortada na árvore (esquerda) e o produtor Elyzio José Ferreira (direita)

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5 graus negativos. A produção anual

chega a uma média de 1000 kg e deve

dobrar em um (01) ano com a matura-

ção de algumas árvores, além de árvo-

res novas que irão iniciar a produção.

A área de plantio da seringueira é

de 20 hectares, porém, só oito hecta-

res foram utilizados para a plantação

do cupuaçu, pela incerteza se o negó-

cio daria certo. Dois mil pés estão em

produção, mas ao todo são quatro mil

pés. Daqui a quatro anos devem entrar mais quatro mil pés.

O fornecimento das polpas e das frutas abrange a região de

Governador Valadares, Teófilo Otoni e o Vale do Aço, para

sorveterias, lojas de açaí e supermercados. À medida que for

aumentando a comercialização, o aumento de área seguirá a

tendência. Visando esse mercado, informa que possui tam-

bém licença do Ministério da Agricultura para exportação e

como é preciso uma maior quantidade para essa finalidade,

ele e outros produtores de cupuaçu do Espírito Santo preten-

dem juntar as produções para fazerem a exportação da polpa.

As árvores são irrigadas por aspersão, mas o produtor

tem o projeto para o ano que vem fazer a irrigação por go-

tejamento para a seringueira, mas que pode ser aproveita-

do pelo cupuaçu. Um técnico Agrícola dá assistência na

propriedade. A adubação depende do exame de solo, mas

geralmente é feita com Nitrogênio, Potássio e Fósforo. As

frutas, quando maduras, caem da árvore e, estas por serem

baixas, amortecem a queda. Esse é o sinal de que as frutas

estão prontas para serem colhidas. Para a lavagem das fru-

tas após a colheita, é utilizado o Hipoclorito de Sódio.

A quebra das frutas é feita com um martelo ou algo do

gênero. Após isso a polpa é retirada da casca e passada numa

máquina que irá separar as sementes da massa. Antes da aqui-

sição da máquina, feita há três anos, essa separação era feita

O momento de separação da semente e da polpa

O cupuaçu durante a lavagem

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por gomos com o auxílio de uma tesoura. A polpa é emba-

lada e congelada para depois ser feito o fornecimento se-

guindo a necessidade dos compradores. Todo esse processo

é feito na propriedade mesmo, em uma pequena fábrica.

As sementes são colocadas para germinar numa terra

misturada com serragem e depois de 20 dias elas são trans-

feridas, onde são envolvidas num plástico de polietileno

com a terra já adubada. Cinco meses depois já é feito o

plantio na área onde ela vai crescer. Ai são mais cinco anos

para ela começar a produzir.

Para garantir uma boa produção informa que frequen-

ta congressos relativos ao setor, vai em outras plantações

e entende desde a semente até a colheita. Aponta que a

região é propícia para a plantação do cupuaçu. Por ser ori-

ginária da Amazônia, ela se adapta bem ao clima quente.

Todo o controle de pragas é feito com produtos caseiros,

orgânicos, de acordo com Ferreira.

Finaliza falando que o custo do cupuaçu não é alto e

produz a fruta porque gosta. Alerta que é preciso “cons-

cientizar a outros fazendeiros da região para fazerem o

mesmo e os órgãos competentes precisam dar assistência,

propagando o plantio”.

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O carbúnculo é uma doença contagiosa que ata-ca todos os médios e grandes animais, inclusive

o homem e, geralmente é mortal. Entretanto os equídeos são menos atingidos que os ruminantes. É produzida pelo Bacillus anthracis e, este micróbio encontra-se, principal-mente, onde já ocorreu a doença, pois seus esporos perma-necem no solo por vários anos. Geralmente estes esporos provêm de animais carbunculosos enterrados no campo, sem o devido cuidado e trazidos à superfície pelas minho-cas. As fezes e sangue dos animais que estiverem na pasta-gem são infectados.

É uma doença comum de animais mantidos em regime de pasto, porém, pode surgir em estábulos por feno conta-minado adquirido em áreas onde ela ocorre. O carbúnculo pode aparecer em qualquer lugar, porém, em certas regiões existem focos onde ele se manifesta com frequência. Em terrenos pantanosos e em áreas com muita matéria orgâni-ca em decomposição, os esporos podem viver por tempo prolongado, durante anos. Os bacilos, porém, são pouco re-sistentes ao calor e à dessecação. Infelizmente o esporo é o elemento responsável pela maioria das infecções.

sintomas Nos equídeos, a enfermidade em geral apresenta forma

relativamente benigna, com os seguintes sintomas: cóli-cas fortes; edema do peito, pescoço e da região faringeana. Também podem ocorrer: depressão, febre alta, dispneia, ede-mas subcultâneos no tórax e no pescoço, cólicas, faringite, hemorragia nasal e manqueira. A morte, quando ocorre, às vezes é tão rápida que não se percebem os sintomas nos ani-mais a campo. Nos casos fulminantes, a morte pode ocorrer em 24 e 48 horas e, nesses casos, observam-se os edemas (tumefações), diarreia sanguinolentas, cor de chocolate, e os animais se deitam com convulsões e dificuldade respiratória. Os cadáveres incham rapidamente e então observam hemor-ragias pelas aberturas naturais. O sangue é escuro e de difícil coagulação. Só estes sinais identificam a doença.

Os animais são contaminados através dos intestinos, água, escoriações, picaduras de insetos infectados e inala-ção do agente infeccioso. Os urubus podem transportar a doença a grandes distâncias. O homem pode ser infectado durante uma necropsia ou manipulação de couros, chifres e cadáveres de animais vitimados pela enfermidade.

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lúcia helena Salvetti de ciccoeditora chefe

Saúde Animal - http://www.saudeanimal.com.br

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carbúnculo hemático A necropsia é perigosa, sendo preferível, em caso de se pretender um diagnóstico de laboratório, enviar um esfrega-ço de sangue ou um osso de canela, muito bem protegido. O cadáver deve ser incinerado ou enterrado no mesmo local, aplicando na sepultura uma boa quantidade de cal.

profilaXia Emprego da vacinação. No entanto, a escolha do produ-

to deve ser feita por um médico veterinário, pois depende da região e situação que se apresenta. Em toda proprieda-de onde tenham ocorrido casos de carbúnculo, ou mesmo na vizinhança, os animais devem ser vacinados no mês de agosto, pois geralmente o carbúnculo aparece em outubro. A imunização requer 20 a 30 dias.

tamBÉm são reComendadas as seGuintes medidas:

1. Notificação de qualquer caso às autoridades sanitárias mais próximas; 2. Cremação perfeita do cadáver no próprio lugar da morte; 3. Isolamento dos pastos contaminados; 4. Desinfecção energética ou queima dos objetos e utensí-lios contaminados;

5. Tratamento dos animais doentes com doses adequadas de soro anticarbunculoso; 6. Vacinação sistemática de todos os animais sãos na região exposta à doença; 7. Drenagem e saneamento das áreas pantanosas.

tratamentoQuando há tempo, o soro anticarbunculoso produz bons

resultados. No caso de suspeita chamar o médico veteriná-rio o mais urgente possível.

BiBlioGrafia

Millen, Eduardo - Guia do Técnico Agropecuário “Veterinária e Zootecnia”

Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984 Edwarads, Elwyn Hartley - Horse A Dorling-Kindersley Book - 1993 Santos, Ricardo de Figueiredo – Equideocultura J. M. Varela Editores, 1981 Torres, A. Di Paravicini e Jardim, Walter R. - Criação de Cavalos e

outros equinos

“O carbúnculo hemático ou antrax, é uma enfermi-dade infecto-contagiosa, cosmopolita e altamente fatal que atinge mamíferos domésticos e selvagens, o homem e em circunstâncias especiais também as aves. Conhe-cido desde o início da humanidade, foi a quinta praga do Egito no século XV A.C. como uma epidemia que grassava nas margens do rio Nilo atingindo cavalos, ju-mentos, camelos, bovinos e ovinos como cita a Bíblia Sagrada no Êxodo, capítulo 9, vers. 4 e 6. Sua importân-cia histórica deve-se a que seu agente o Bacillus anthra-cis foi à primeira bactéria observada microscopicamente por Pollender em 1849 e correlacionada como agente etiológico de uma enfermidade por Devaine em 1860.

Entretanto coube Kock em 1876, cultivar o agente “in vitro”, reproduzir e provar a transmissibilidade de uma enfermidade, reconhecer os esporos e atribuir a eles a difusão da doença. Em 1881, Pasteur em Pouilly-le-Fort (França) utilizando o B. anthracis provou pela primeira vez a possibilidade de uma inoculação preventiva ao de-senvolver uma vacina contra a enfermidade.”

eXtraído de: SANTOS, Hélvio Tassinari dos. Carbúnculo Hemático (An-

traz): Uma zoonose importante no Rio Grande do Sul. Disponível

em: http://www.webrural.com.br/webrural/artigos/pecuariacorte/

sanidade/carbunculoh.htm>. Acesso em: 01 de junho de 2012

Curiosidades

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técN

Ico Suplementação múltipla

para bovinos de corte durante a época da seca

raphael Amazonas mandarino1; Fabiano Alvim Barbosa2;

venício José Andrade2; Adilson Antonio de melo1; camila Fernandes lobo3

1 doutorando em Zootecnia, escola de veterinária da UFmG2 professor do departamento de Zootecnia, escola de veterinária da UFmG

3 mestranda em ciências Animais, Universidade de Brasília, UnBe-mail: [email protected]; [email protected]; vejoan@gmail.

com; [email protected]; [email protected]

introduçãoAtualmente verificamos uma crescente demanda

do mercado mundial por carne bovina de qualidade, proveniente de animais criados a pasto, aliado à erra-dicação e confirmação de áreas livre de febre aftosa, o Brasil possui um amplo mercado a conquistar. Para ob-ter o animal de qualidade e precoce, novas tecnologias devem ser adotadas para a viabilização deste sistema produtivo moderno e de menor ciclo.

Devido à sazonalidade das gramíneas forrageiras nos trópicos, que é caracterizada pela diminuição da produ-ção e do valor nutritivo nos períodos secos do ano, ocorre à desnutrição nos animais criados a pasto e consequente-mente baixo ganho de peso, nesta época. O desenvolvi-mento dos bovinos pode também ser comprometido com a ocorrência de veranicos prolongados. Estas fases nega-tivas no desempenho do animal devem ser consideradas em um programa de produção de carne. O ideal seria o crescimento ocorrer uniformemente e constante durante toda a vida do animal.

Neste contexto, devido ao desequilíbrio entre os ga-nhos na época das águas e da seca, se faz necessária à suplementação alimentar em certos períodos, para que se possa abater animais com idades inferiores a 30 me-ses, remunerando o produtor e liberando a pastagem para novos animais.

desenvolvimento A época da seca é um período de grandes limitações

das pastagens, nela ocorrem reduções nas concentra-ções de energia, vitaminas, minerais e, principalmente, de proteína (Carvalho et al., 2003). De acordo com Sil-veira (2007) a baixa qualidade da forragem associada à queda na disponibilidade de matéria seca, faz com que o bovino tenha que pastejar por mais tempo até obter

as quantidades de nutrientes necessários à sua manten-ça, comportamento esse que interfere negativamente no seu desempenho produtivo, podendo perder, nesse pe-ríodo, até 30% do peso corporal (PC) (Barcelos, 1999).

Dessa forma, para que se atinja o máximo desem-penho animal, é necessário que se forneça aos animais, níveis adequados de proteína e energia de forma a per-mitir o bom funcionamento do rúmen e melhor apro-veitamento da forragem disponível aos animais (Poppi & McLennan, 1995). De acordo com Minson (1990), teores de proteína inferiores a 7% provocam redução do consumo de forragem e, consequentemente, redução no desempenho dos animais em pastagens.

O uso de suplementos múltiplos – proteína, energia, minerais, vitaminas e aditivos –, na época da seca, tem

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Animais em confinamento

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produzido resultados satisfatórios, evitando a perda de peso característica para animais não suplementados nesta época crítica do ano. Vários são os trabalhos que comprovam o ga-nho de peso de bovinos, entre 0,059 a 0,740 kg/cabeça/dia, e consumo diário de suplementos, variando de 0,05 a 0,6% do peso vivo, pois a partir daí pode-se considerar a suplementa-ção como uma ração concentrada - semiconfinamento -, devi-do ao alto teor de farelos, e não como uma mistura múltipla.

As misturas múltiplas têm o objetivo de estimular o consumo de forragem de baixa qualidade e melhorar a sua digestibilidade, e não o de suplementação direta (efeito substitutivo). É importante considerar que o conteúdo de N fermentável, abaixo do ótimo na dieta, pode decrescer a digestibilidade da fibra e também resultar em baixa relação entre aminoácidos/energia nos nutrientes absorvidos. Com isto, aumentando a disponibilidade de N fermentável, ele-va-se a digestibilidade e a relação nos produtos absorvidos, devido ao aumento na eficiência da fermentação no rúmen, e ambos os efeitos elevam o consumo de forragem. A res-posta na produção de animais em pastejo ao uso de suple-mento é, provavelmente, influenciada pelas características do pasto e do suplemento, bem como pela maneira de seu fornecimento e pelo potencial de produção do animal.

Os níveis nutricionais dos suplementos (proteína, ener-gia, minerais) dependem do desempenho desejado e do va-lor nutritivo da forragem disponível.

Diversos são os trabalhos de pesquisas mostrando a uti-lização de suplementos múltiplos na suplementação de bo-vinos de corte no Brasil, com consumo variando de 630 a 2.620 gramas/cabeça/dia e o ganho médio diário de 132 a 429 gramas/cabeça, durante a época da seca. Os ganhos são de-pendentes da disponibilidade de matéria seca e qualidade da pastagem, do animal (raça, sexo, peso, idade e sanidade), o clima (temperatura, umidade relativa), entre outros.

Outro procedimento que pode ser usado é a suplemen-tação com ração concentrada (semiconfinamento). Nesse caso, as taxas médias de ganho durante o período de su-plementação variam entre 500 e 1.200 g/dia e será função da quantidade de suplemento oferecido (0,6 a 1% do peso vivo), do tipo de animal, da condição corporal, do tempo de permanência no trato, da forragem disponível e sua quali-

dade, do tamanho dos pastos, da distância das aguadas e da declividade do terreno.

A quantidade de matéria seca disponível na pastagem é primordial para o sucesso na suplementação com mistu-ras múltiplas. Tem sido sugerida a disponibilidade de pelo menos 2.500 kg de matéria seca total/hectare, no início da estação seca, para obter ganhos de peso satisfatórios.

Barbosa et al. (2007) avaliaram o efeito da suplementação protéico-energética em dois níveis de ingestão diária, 0,17% (SUP1) e 0,37% (SUP2) do peso corporal (PC) na transição águas-seca, em comparação ao suplemento mineral (SM). Os resultados obtidos do ganho médio diário (GMD) dos ani-mais foram: 0,535, 0,655 e 0,746 kg/cabeça/dia para SM, SUP1 e SUP2, respectivamente. Não houve diferença esta-tística (P>0,05) entre SUP1 e SUP2, entretanto os animais do grupo controle (SM) apresentaram ganhos médios inferio-res aos animais suplementados (P<0,05). A suplementação protéico-energética para bovinos em pastagens resultou em ganhos de peso maiores do que àqueles consumindo somente suplemento mineral. Zervoudakis et al. (2000) e Simioni et al. (2009) também encontraram respostas à suplementação protéico-energética.

Baroni et al. (2010a) avaliaram o consumo e a diges-tibilidade de nutrientes com quatro novilhos Nelore após suplementação com elevado teor protéico em pastagem de Panicum máximum cv. Tanzânia no período de seca. Cada novilho foi alimentado da seguinte forma seguindo os tra-tamentos: 0 kg (grupo controle); 1,0 kg; 2,0 kg; 4,0 kg de suplemento ao dia. Exceto no grupo controle, a suplemen-tação era constituída de menores níveis de proteína bruta, entre 60 e 30% da matéria seca. A ingestão dos suplemen-tos proporcionou aumento do consumo e da digestibilidade

Cocho de suplementação protéico-energética-mineral

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22JUNho 2012

da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e dos nutrientes digestíveis totais, exceto para os carboidratos não fibrosos.

Baroni et al. (2010b) investigaram o ganho de peso de novilhos após apli-cação da técnica de suplementação com uso de elevada concentração de pro-teína em pastagem de Brachiaria brizantha no período de baixa pluviosidade. A amostra foi dividida em grupo controle e experimental cuja suplementa-ção consistiu na quantidade de 0,25; 0,5; 1,0; 2,0; ou 4,0 kg/animal/dia. No grupo experimental, a suplementação apresentou um decréscimo no valor da proteína bruta, 58 a 32% da matéria seca, sendo utilizada mistura mineral, ureia e farelos (milho grão moído e farelo de soja) nas respectivas proporções: 25:25:50 (0,25 kg/animal/dia); 15:15:70 (0,5 kg/animal/dia); 10:10:80 (1,0 kg/animal/dia); 5:5:90 (2,0 kg/animal/dia) e 2,5:2,5:95 (4,0 kg/animal/dia). Os autores verificaram um aumento progressivo do peso corporal final, ganho de peso médio diário, peso da carcaça, da espessura da gordura subcutânea e do rendimento de carcaça com o acréscimo de farelo e de ureia ao suplemento face à diminuição da proteína bruta do mesmo. Deste modo, concluíram que a suplementação com maior nível de energia proporcionou melhores resultados que a suplementação protéica no período de seca.

Para o sucesso da suplementação é necessário que seja economicamente viável, isto é, apresente uma relação benefício x custo positiva. O ganho em peso do animal tem que pagar o investimento. Além disto, deve ser levado em consideração que o animal suplementado sairá mais rápido da propriedade, reduzindo o custo de permanência e “abrindo” espaço para a entrada de nova categoria, com aumento de giro de capital.

As pesquisas mostram que os resultados econômicos são favoráveis ao uso da suplementação, tanto na época da seca quanto na época das águas. Entre-tanto, este cenário pode mudar, de acordo com a disponibilidade e qualidade de forragem, categoria animal e mercado, isto é, preço de insumos, compra e venda de animais, além do preço da arroba no abate.

Os ganhos em peso adicional convertidos em R$ (reais) da suplementação, em relação ao tratamento sem a suplementação, variam de R$ 3,44 a 44,39/animal/ período, durante a época da seca. As variações ocorrem devido às di-ferenças de raças de animais, tempo de suplementação, pastagens, quantidade e valor nutricional do suplemento, valor da arroba.

ConClusÕesA suplementação pode resultar em um abate mais cedo dos animais com

aumento de produtividade (kg de carne/hectare/ano) e taxa de desfrute, bem como um aumento do capital de giro e diminuição do tempo de permanência do animal nas pastagens. Para uma tomada de decisão da suplementação do rebanho deverá ser feita uma análise econômica, levando em consideração o custo do suplemento, o ganho esperado e o retorno do capital investido.

referÊnCias BiBlioGráfiCas

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As necessidades de fósforo, tanto na recuperação quanto, principalmente, na formação da pastagem, é elevada para a maioria dos solos brasilei-

ros. O pecuarista relata que a utilização de fertilizantes fosfatados esbarra na baixa lucratividade no sistema de pastagens extensivas. E nessa ótica, muitas vezes, deixa de realizar boas formações de pastagens. Uma alternativa para re-duzir custos e corrigir, em parte, as deficiências de fósforo no solo é a utilização de fosfatos naturais para aplicação direta nas pastagens (Yost et al., 1982).

Existem vários tipos de fosfatos naturais, entretanto, o que define sua utiliza-ção na agropecuária é sua rocha de origem. A tabela 01 ilustra os tipos de rochas e os minerais formados.

Tabela 01 – Descrição das rochas que dão origem as jazidas fosfáticas

Utilização de fontes alternativas de fósforo na formação de pastagens

humberto luiz Wernersbach FilhoZootecnista mSc / Supervisor de pesquisa

Fertilizantes heringer S/A

Grupo de roCHas desCrição natureza GeolóGiCa

Ígneas

Metamórficas

Sedimentares

Formação se deve a solidi-ficação do magma de erupções

vulcânicas. A formação, portanto, ocorre em altas temperaturas, oca-

sionando cristais muito duros.

Oriundas da modificação do es-tado sólido de rochas pré-existentes. Essa modificação é devido a ação da

temperatura como da pressão.

Rochas que se formam em função do acúmulo e consolida-ção de materiais degradados de rochas pré-existentes, ou devido ao acúmulo de restos orgânicos

(ossadas e esqueletos de animais), por exemplo, no fundo de águas

calmas como lagunas.

Fluorapatita Ca10(PO4)6.F2Hidroxiapatita Ca10(PO4)6.OH2

Cloroapatita Ca10(PO4)6.Cl2

Carbonato-apatita ou francolitaCa9,51Na0,36Mg0,13(PO4)4,73

(CO3)1,27.F2,24

Fonte: Vitti (2009) e Korndorfer (2009)

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Tabela 02 – Equivalência em superfosfato triplo de diversas rochas fosfáticas*

Fonte: Vitti et al., (2009) e Korndorfer (2009).* Avalia-ção feita aplicando-se à lanço e incorporado superficialmen-te. **Eq. SPT = (Doses de SPT/Dose fonte teste) x100 para

se obter a mesma produção.

O uso de fosfatos naturais, mesmo com restri-ções, apresenta como vantagem seu menor custo por ponto de fósforo e seu maior efeito residual devido à sua liberação gradual no solo (Adaptado de Korn-dorfer et al., 1999).

Na tabela 03 está ilustrado o comparativo de custos entre Fosfato Natural Reativo e Super Fosfato Simples.

A eficiência dos fosfatos de rocha está intima-mente relacionada com o grau e substituição de fosfato (PO43-) por carbonato (CO32-), que gera instabilidade a estrutura cristalina da rocha (Lehr & McClellan, 1972). A dureza da estrutura cristalina é tão importante que rochas fosfáticas de origem

ígnea, como a maioria das rochas nacionais, são reconhecidas por sua menor reatividade para apli-cação direta como fertilizante. As rochas de origem sedimentar podem ser reativas ou não, dependendo do grau de substituição isomórfica. Assim sendo, as rochas fosfáticas podem ser divididas em rochas de alta, média, baixa e muito baixa reatividade. Um exemplo de Fosfato Natural Reativo de alta eficiên-cia é fosfato proveniente da região de Bayovar (Se-chura) no Peru.

É importante lembrar que para ocorrer maior so-lubilização do fósforo, é necessário que suas partícu-las entrem em contato com o solo, por isso, a incor-poração desse fertilizante tem grande importância (Chien & Menon, 1995). Portanto, a melhor forma de utilização do FNR é aplicado à lanço e incorpo-rado superficialmente ao solo. Entretanto, pastagens em regiões montanhosas, onde a mecanização é difí-cil e muitas vezes, prejudicial ao solo devido causar intensa erosão, recomenda-se aplicá-lo a lanço sem incorporação, pois seu custo compensará a menor disponibilidade no curto prazo para a planta. E com o desenvolvimento da pastagem, o Fosfato Reativo irá disponibilizar o fósforo gradual para a planta, re-duzindo-se assim a necessidade de manutenção para sistemas extensivos de produção.

Os resultados de pesquisa mostram que o FNR pode ter equivalência agronômica próxima as fontes solúveis, por exemplo, Superfosfato Triplo (SPT), tabela 02.

fonte eq. spt (%) **

Fosfato Reativo

Patos

Araxá

Catalão

90

45

33

15

fonte % p2o5 total % p2o5 sol áC. CítriCo

Custo r$/t* Custo r$/KG de p2o5

Fosfato Nat. Reativo

Super Fosfato Simples

29

18

14

16

795,00

805,00

2,74

4,47

Tabela 03 – Teores de fósforo total e em ácido cítrico de duas fontes de fósforo

*- valores levantados no mercado em 31.05.2012 para Governador Valadares - MG.

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Alexandre Sylvio vieira da costa engenheiro Agrônomo; dSc. em produção vegetal;

professor titular/Solos e meio Ambiente - Universidade vale do rio [email protected]

A indústria brasileira e a sustentabilidade dos sistemas produtivosAG

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São

Comemoramos recentemente o dia mundial do meio ambiente. A preocupação é universal, em todos os

setores da sociedade, desde o cidadão, passando pelos go-vernos e empresários. Todos devem assumir suas responsa-bilidades no processo de preservação do meio ambiente. Os órgãos ambientais fazendo as leis, as indústrias e governos cumprindo-as e o cidadão com atitudes simples não descar-tando seu lixo em qualquer local, contribuindo com a coleta seletiva, dentre outras ações, fundamentais na cadeia que as-socia produção e consumo onde a utilização de recursos na-turais renováveis e não renováveis aumenta a cada dia. Nesta rede desenvolvida pela sociedade moderna, a indústria assu-me papel de grande importância na preservação ambiental, pois é uma das principais fontes de consumo que recursos

naturais que são utilizados como matéria prima para o siste-ma produtivo e como fonte de energia.

Foi-se o tempo em que o poder de uma empresa era me-dido única e exclusivamente pelo seu potencial de produ-ção e dimensões. Atualmente o seu potencial de inovação e o processo de gestão ambiental são fatores fundamentais na inserção do seu produto no mercado consumidor. As bolsas de valores dos principais países, por exemplo, local onde são comercializadas as ações das indústrias, criaram os ín-dices de sustentabilidade das empresas. Através de critérios pré-estabelecidos, as empresas são classificadas de acordo com seus modelos de gestão ambiental valorizando signi-ficativamente as suas ações no mercado. Outro ponto im-portante é a relação com os governos. Diversos incentivos

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são direcionados as empresas que pretendem ou já adotam modelos eficientes de gestão ambiental. Financiamento de pesquisas com recursos públicos de fundo perdido, ou seja, sem retorno, recursos que devem ser aplicados no desen-volvimento tecnológico da melhoria dos sistemas produti-vos visando à redução dos impactos ambientais; redução de impostos, dentre outros benefícios. Caso a empresa não cumpra a legislação ambiental ou comprometa significati-vamente a qualidade do meio ambiente (água, ar, solo e flo-restas), as penalizações são pesadas como multas e até mes-mo paralisação de suas atividades. Mas um grande impacto ambiental compromete o principal patrimônio das empresas: o seu nome e a sua marca. A sua imagem como vilã ambiental é difundida rapidamente graças aos nossos eficientes meios de comunicação e que culmina com a própria ação do consu-midor que deixa de comprar os produtos daquela empresa por não respeitar o meio ambiente, obrigando-a a gastar milhões

com a mídia para recuperar sua imagem. A maioria das grandes empresas ligadas aos diversos se-

tores da economia tem conhecimento das suas obrigações ambientais como a obtenção dos licenciamentos e exigên-cias dos órgãos fiscalizadores atendendo muitas vezes com sobras a legislação. Sabem que a sua imagem deve sempre estar ligada aos modelos de sustentabilidade ambiental e social com produtos produzidos de forma ambientalmente correta e o mínimo de impacto ambiental gerado.

Ainda falta uma longa estrada até atingirmos o equilí-brio entre o setor produtivo e o meio ambiente, principal-mente porque o nosso Produto Interno Bruto tem crescido significativamente nos últimos anos e aumentado a deman-da da indústria, mas já é possível identificar uma brilhante luz no final do túnel. Já o setor público com seus lixões e esgotos jogados diretamente nos rios...

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Há quem imagine que pequenos agricultores sejam mais ecológicos que grandes produtores rurais. Po-

líticos que se julgam da “esquerda” propagam que a agri-cultura familiar faz bem à natureza, enquanto o agronegó-cio destrói o meio ambiente. Pura ideologia. Nunca nenhum estudo da realidade comprovou isso.

O equívoco desse pensamento mostra origens remo-tas. Desde 1775, quando o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, em seu famoso discurso sobre a origem da desi-gualdade, conceituou o “bom selvagem”, constrói-se certa imagem de que o homem perdeu sua pureza no processo ci-vilizatório. Antes, vivia em harmonia total. Depois, chegou à maldade sobre a Terra.

O raciocínio bem-aventurado procura se aplicar, hoje, aos indígenas. Ambientalistas argumentam que os povos da floresta, na Amazônia, por exemplo, vivem de forma eco-lógica. Avatar, belo filme, sublima essa questão, agradando sobremaneira aos defensores da natureza. Antropólogos,

todavia, não corroboram facilmente tal ideia. Orlando Villas Bôas, uma legenda nacional, afirmava

serem os índios, que conhecia tão bem, nada ecológicos. Ao visitar a Unesp de Jaboticabal, nos anos 1980, contou uma pequena história aos alunos de Ciências Agrárias. Disse o grande indigenista que, certo dia, ao ver um índio derrubar uma palmeira de açaí para lhe retirar o cacho e colher os negros frutinhos, perguntou-lhe: “Por que você não sobe e corta apenas o cacho, sem derrubar a palmeira?”

O índio não entendeu: “Qual é o problema?”“Ora”, retrucou Villas Bôas, “evitar a devastação da floresta!” Mas o índio explicou: “Não se preocupe. Eu corto esta

palmeira aqui, mas lá tem outra, outra lá adiante, tá cheio de açaizeiro por aí...”. Para o índio, era infinito o estoque de palmeiras. Podia surrupiar à vontade.

Sem entender a História não se compreende a questão ambiental de nosso tempo. A pressão sobre os recursos naturais do planeta tornou-se um problema apenas após a

motosserra sem ideologiaSU

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por Xico Graziano engº Agrônomo

Artigo originalmente publicado no jornal o estado de S. paulo

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intensa industrialização do século 19. Sua plena percepção ocorreu tão somente há 50 anos, quando a agenda da degra-dação entrou na preocupação pública. Quem criou o proble-ma ecológico foi à explosão populacional humana.

Nem os brasileiros coletores da floresta, nem os índios norte-americanos caçadores de bisões tinham pensamento ecológico. Estes, quando descobriram os rifles dos merca-dores de peles, ajudaram a des-truir, sem piedade, o rebanho dos peludos bichões. A tecno-logia potencializou a destruição da natureza.

No Brasil, a discussão sobre ecologia e tamanho da proprie-dade permeia os estudos sobre reforma agrária. Os agraristas ortodoxos, normalmente de ori-gem comunista, nunca mostra-ram nenhuma predileção pelo tema da preservação ambiental. Sempre propugnaram pela desa-propriação das “áreas ociosas” no campo, pouco se importando se elas estavam cobertas com florestas originais. Sua visão produtivista se aproximava da manifestada pelos desbravado-res do território, com a diferen-ça, claro, de que a terra deveria estar dividida, não concen-trada. Menos mal.

Na história da reforma agrária brasileira contam-se in-findáveis casos em que os projetos de assentamento rural recaíram sobre valiosas áreas naturais, seja em florestas densas do Pará ou de Mato Grosso, seja nos remanescen-tes de mata atlântica interiorana, seja nos frágeis ecossiste-mas litorâneos do sul da Bahia ou no Rio Grande do Norte. Onde procurar se acha um estrago ecológico, cometido em nome do combate à miséria rural.

O complicado tema veio à tona da opinião pública em 1997, num relatório apresentado à CPI do Congresso Nacional que investigava a atuação de madeireiras asiáticas na Amazônia. O então deputado federal Gilney Vianna, do PT-MT, demonstrou que 50% do desmatamento da região advinha dos assentamen-tos de reforma agrária. Os pequenos desmatavam tanto quanto

os grandes. Deu um quiproquó na esquerda. Nota do núcleo agrário do PT desmoralizou o relatório

e enquadrou seu político rebelde, baixando o silêncio sobre o assunto. A senadora Marina Silva, defensora dos assen-tamentos extrativistas, também se aquietou. Mas não havia como tapar o sol com a peneira. Os sem-terra, tanto quanto madeireiros e grandes fazendeiros, faziam arder à floresta

sem dó. Machado e motosserra não têm ideologia.

Novos estudos, mais recen-tes, especialmente os conduzi-dos pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), comprovam que boa parte da pressão contra a floresta amazônica se origina da reforma agrária. Sem maldade. Nem ex-clusivo é da Hileia. Na caatinga nordestina, que sofre uma tre-menda ameaça, a lenha vira cinza na cozinha das famílias pobres do Semiárido. Subsistência básica.

Quando Carlos Minc ainda ocupava o Ministério do Meio Ambiente, patrocinou-se uma proposta estranha que concedia brechas no Código Florestal para os agricultores familiares,

discriminando os demais produtores. Nada indica que esse favorecimento ajude a preservação ambiental do País. Re-servas florestais belíssimas são mantidas por grandes fazen-deiros.

A ideia do “small is beautiful” serviu a Ernest Schuma-cher, um visionário escritor inglês de origem germânica que defendia, na década de 1970, as tecnologias brandas, menos intensivas em recursos naturais. Seu famoso livro com esse título inspirou esse viés do ambientalismo, ultrapassado pelo avanço da tecnologia. Qualidade ambiental independe do tamanho do negócio rural.

Passarinhos que o digam. Eles nunca perceberam dis-tinção entre as crianças que os caçam impiedosamente com estilingue e os adultos que os aprisionam para cantar na gaiola. Quem faz a diferença é a consciência humana. De-pende da educação.

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“Gostar do que faz, ser humilde e aprender com as difi-culdades do mercado”. Essa frase, que vale para qualquer profissão, foi dita por Helaine Oliveira Prates, 35 anos. O Perfil Profissional dessa edição apresenta para você leitor, um pouco da carreira desta zootecnista. Ela é natural de Teixeira de Freitas (BA), porém mora em Medeiros Neto desde o nascimento e acrescenta que hoje ela vive dentro de um carro percorrendo as estradas baianas por causa do atual emprego.

Em janeiro de 2000, aos 23 anos, começou sua jornada na profissão quando ingressou na faculdade de zootecnia, em Itapetinga. Devido algumas greves que aconteciam na universidade estadual, transferiu o curso para uma uni-versidade particular de Vila Velha (ES), onde se formou. Entretanto, sua ligação com o campo começou bem antes. Filha de produtor rural, Prates foi criada na zona rural.

“Sempre tive jeito e vocação para área de agrárias, princi-palmente no que se diz respei-to à organização de eventos agropecuários, estética e pro-dução animal, principalmente de equinos e bovinos de corte. Nas minhas pesquisas eu des-cobri que a zootecnia era o que

mais me direcionava ao que eu gostava de fazer”, explica. Desde o primeiro ano da faculdade, a zootecnista in-

forma que participava e organizava eventos agropecu-ários, selecionando os melhores animais para produção, com o auxílio do Dr. Armando Leal do Norte, uma lenda da medicina veterinária, com quem fez estágio.

Sua vida acadêmica esteve voltada para os estágios nas áreas de bovinocultura de corte e leite, além dos equi-nos. O primeiro emprego foi em 2009, como professora substituta no curso Técnico em Agropecuária no Colégio Estadual Deolizano Rodrigues de Souza, em Medeiros Neto. Entre as principais experiências profissionais está a de coordenação dos campeonatos do Cavalo Mangalarga Marchador em Teixeira de Freitas e em Arraial D’Ajuda.

Atualmente trabalha como Promotora Técnica, em uma distribuidora de medicamentos veterinários e nutri-ção pet. É responsável pelo treinamento de equipes das lojas atendidas pela distribuidora, ministra palestras e di-vulga os produtos veterinários em eventos. No campo de-senvolve trabalhos técnicos ligados à empresa como trei-namento e capacitação dos funcionários de seus clientes, atividade que já exercia nas propriedades assistidas por ela antes de ingressar nessa distribuidora.

Quanto à vida acadêmica, informa que no momento não se vê em uma sala de aula porque gosta de trabalhar no campo. E as oportunidades e perspectivas na área? Pra-tes aponta que estão cada vez mais favoráveis. “Temos que produzir muito em espaços cada vez menores e isso exige mais tecnificação e seleção. Temos que produzir mais e gastar menos. Nós zootecnistas temos armas para isso, pois produção e custo é o nosso desafio preferido”.

A mulher em evidência:a zooteCnista Helaine prates Conta sua História

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A Inverno mais úmido neste anoprof. ruibran dos reis

prof. da pUc minasdiretor regional da climatempo - minas Gerais

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N os meses de junho, julho e agosto há um declínio acentuado das chuvas nas regiões dos Vales do Rio Doce e Mucuri em Minas Gerais, devido uma maior presença da massa de

ar Tropical Marítima, que atua entre o Brasil e a África. Este é um processo que atua todos os anos, daí não se devem esperar chuvas significativas para esta época do ano.

O Fenômeno La Niña, que está associado a temperaturas baixas das águas do oceano Pacífico na Costa do Peru e do Equador, atuou durante o período chuvoso 2011/2012, mas entrou em dis-sipação no mês de março. Portanto, as condições agora são de uma situação normal, e o normal é não ocorrer chuvas nesta época do ano em boa parte de Minas Gerais.

As chuvas ocorridas nos meses de fevereiro, março e abril ficaram abaixo da média histórica nas regiões leste e nordeste de Minas Gerais. Devido a este fato, a porcentagem de água disponível no solo caiu muito rápida neste ano, com valores entre 20 e 25%. Como consequência a pastagem secou mais cedo.

Mas o que se está observando é que as frentes frias estão chegando com facilidade em Minas Gerais, e a sua passagem pelo litoral da região Sudeste poderá trazer chuvas leves nos próximos meses. Apesar das chuvas serem fracas, vão ser fundamentais para diminuir o número de focos de incêndios, tão comum nesta época.

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Com base nos dados do Index da Associação Bra-sileira de Inseminação Artificial (ASBIA) analisa-

mos as vendas de sêmen importado em 2011. A maioria do sêmen importado de raças de corte comer-

cializado no Brasil é da raça Angus. A participação nas ven-das de sêmen da raça foi de 86,6%. Em segundo lugar está a Brangus, com 4,0% das doses importadas para corte. Em terceiro e quarto lugares estão a Hereford e Charolês, com, respectivamente, 2,8% e 1,4% das doses. Figura 1.

Figura 1. Participação das vendas de sêmen das principais raças de corte no total de sêmen importado comercializado em 2011

Fonte: ASBIA / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Deve se considerar que com o patamar em alta em que o dólar se encontra, as importações podem ser afetadas.

Analisamos também a distribuição das vendas totais

(nacional e importado) de sêmen de raças de corte. A co-mercialização de sêmen no ano passado foi bem dividida. Figura 2.

Figura 2. Participação de cada estado nas vendas totais de sêmen de raças de corte em 2011

Fonte: ASBIA / Scot Consultoria – www.scotconsulto-ria.com.br

Os estados que mais comercializaram o produto fo-ram: o Mato Grosso, com 15,3%, e o Mato Grosso do Sul, com 13,8%. Em seguida estão Goiás, com 11,6%, e São Paulo, com 9,4%.

As participações dos estados em quinto e sexto lugares no ranking foram próximas. Minas Gerais representou 8,6% das vendas de sêmen para as raças de corte, e o Pará, 7,9%.

vendas de sêmen importado e participação dos estados na comercialização

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cAdo douglas coelho

Zootecnista | Scot consultoria

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por Jéssyca GuerraZootecnista | Scot consultoria

O volume de leite captado pelos laticínios brasileiros no último trimestre de 2011 foi de 5,9 bilhões de litros

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE). O nú-mero se refere à produção formal de leite, estimada ao redor de 70,3% do leite produzido no país.

Em relação ao mesmo período de 2010, a captação au-mentou 5,4%. Em relação ao trimestre anterior houve alta de 10,7%. Figura 1.

Figura 1. Captação trimestral de leite formal – em mi-lhões de litros

Fonte: IBGE. Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsulto-ria.com.br

Observa-se que o quarto trimestre é o período de maior cap-tação. Este pico de produção ocorreu em todas as regiões brasi-

leiras no último trimestre, com exceção do Nordeste, cujo pico ocorreu no primeiro. Em 2011, o volume de leite captado foi de aproximadamente 21,8 bilhões de litros, 3,9% mais, frente aos 21,0 bilhões de litros captados em 2010. Figura 2.

Figura 2. Volume de leite captado anualmente – em milhões de litros

Fonte: IBGE. Elaborado por Scot Consultoria – www.sco-tconsultoria.com.br

Nos últimos cinco anos a produção de leite brasileira cresceu, em média, 5,1% ao ano. A tendência para 2012 é de crescimento na produção, mas devido à seca que afetou e vem afetando diversos estados brasileiros, entre eles Paraná e Rio Grande do Sul, importantes produtores de leite, a tendên-cia é que o crescimento seja menor que em 2011.

produção brasileira de leite cresceu 3,9% em 2011

Arábica – Os preços do arábica no físico brasileiro segui-ram em queda em abril – vale lembrar que o movimento

de baixa persiste desde o início deste ano. As quedas em abril, es-pecificamente, ocorreram de forma menos intensa em relação aos meses anteriores. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 379,53/saca de 60 kg em abril, 2,1% menor que a de março.

A temporada brasileira 2011/12 de café, que deve ser encerrada oficialmente em junho, foi um marco em termos de consumo in-terno do grão. Dados da Organização Internacional do Café (OIC) divulgados em abril indicaram que a demanda brasileira aumentou 5% em comparação com a safra 2010/11, totalizando cerca de 20,3 milhões de sacas de 60 kg. Considerando-se as últimas 12 tempo-radas, o aumento na demanda nacional é de expressivos 53,6%. O consumo aumentou também em vários outros países na atual safra.

Conillon – Em meados de abril, a colheita de robusta do Espí-rito Santo (safra 2012/13) foi iniciada. Agentes consultados pelo Cepea comentaram que, até o final do mês, os trabalhos de campo

haviam sido iniciados em cerca de metade das lavouras do estado. A expectativa é de que em maio a colheita seja intensificada, com praticamente todas as lavouras capixabas em atividade.

Com produtores do Espírito Santo focados nas etapas de secagem e beneficiamento do café, eram poucos os que possuíam grãos da safra nova para comercialização e entrega imediata em abril. Além disso, uma parte do café que foi colhido teria como destino o cumprimento de contratos, cuja entrega combinada era a partir de abril.

Em abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média de R$ 248,66/saca de 60 kg, queda de 2,6% em relação à de março. Para o tipo 7/8 bica corrida, a média mensal foi de R$ 240,68/saca de 60 kg, 2,4% menor no mesmo período.

Análise conjuntural - cepeA – cAFéAnálise do mercado cafeeiro

elaborada pelo cepea. equipe: dra. margarete Boteon, caroline lorenzi e mayra viana

Cotações Junho 2012 / Coocafé Arábica

Bebida Dura Tipo 6 | R$ 340,00Rio Tipo 7 | R$ 310,00

Cereja Descascado Fino | R$ 360,00

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Fonte: Beefpoint

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93,44Fonte: Beefpoint

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Jul/12

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(r$/l)CotaçÕes do leite Crupreços paGos ao produtor

preços do leite

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Jan /12 0,8220 0,8083 0,8733 0,8385 0,8396 0,7408 0,8269

Fev / 12 0,8388 0,8286 0,8681 0,8355 0,8480 0,7353 0,8338

mar/12 0,8640 0,8427 0,8742 0,8304 0,8880 0,7624 0,8206

Abr/12 0,8828 0,8502 0,8874 0,8338 0,9122 0,7760 0,8218

mai/12 0,8916 0,8519 0,8956 0,8347 0,9169 0,8475 0,8191

dez/11 0,8400 0,8037 0,8969 0,8430 0,8565 0,7566 0,8435

Fonte: cepea - esalq/USp

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merCado futuro (Bm&fBovespa) 04/12

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Saiba como fazer um comedouro de pássaros reutilizando pet

retirado do site ciclo vivo

É divertido alimentar os pássaros em qualquer época do ano. No entanto, dependendo do comedouro, a

“brincadeira” pode ficar cara. Para solucionar os problemas financeiros e atrair uma boa variedade de pássaros, construa seu próprio alimentador, reutilizando materiais. Abaixo es-tão duas opções que podem enfeitar o seu quintal, ambos feitos com garrafas PET.

1. Este alimentador de pássaro reciclado tem um design rústico. Para montá-lo serão necessários, duas garrafa PET (uma pequena e uma grande), tinta à prova d’água, fio de nylon e casca de árvore.

As garrafas precisam ter tamanhos diferentes para que o telhado possa ser feito. Corte a parte superior da garrafa maior, na altura da primeira linha. A seguir, corte logo abaixo do gargalo. A garrafa vai ficar com um aspecto de “saia”, que será encaixada na garrafa menor. Este será o telhado.

A seguir, faça uma abertura circular na lateral da garrafa pequena. É necessário fazer um furo logo abaixo da abertu-

ra, para poder encaixar o puleiro, e outro furo na mes-ma direção, do lado oposto da garrafa. Para o puleiro, é possível usar um galho, que transpassa os dois lados da garrafa. Feito os cortes, passe uma lixa para aparar as rebarbas ou cole uma fita adesiva colorida para não

machucar. Se desejar colorir o comedouro, passe a tinta na cor desejada e espere secar.

Faça um furo na tampa da garrafa pequena, passe um fio de nylon, dê um nó [na parte de dentro]. Coloque a comida do passarinho até a altura da entrada do buraco, para que o pássaro alcance a comida, mas que não caia de dentro.

A seguir, cole as cascas de árvore com cola quente, em volta da “saia” feita com a garrafa grande. Faça várias ca-madas para dar a aparência de um telhado e proteger bem a entrada. Encaixe as partes e tampe a garrafinha. Agora, basta pendurar seu comedouro no quintal.

2. Este comedouro é muito mais simples de ser feito. Se-rão necessárias apenas uma garrafa PET, do tamanho que de-sejar e duas colheres de pau. Faça dois pares de furos opostos, onde ficará preso o cabo da colher e um pouco mais largo na parte da boca, para que a comida possa sair pelo furo.

Coloque a colher e faça um furo na tampa para amarrar o fio. Acrescente a comida e o comedouro está pronto para atrair os pássaros para seu quintal. Deixe-os à sombra.

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Alimentador de Pássaro nº 1

Alimentador de Pássaro nº 2

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A seringueira é uma árvore, de até 30 metros de altura e 60 cm de diâmetro, que tem como ori-

gem a bacia do Amazonas e, além do Brasil está pre-sente na Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Suriname e Guiana, onde mais de 10 espécies, da famí-lia euphorbiaceae são encontradas, se destacando a He-veae brasiliense pelas suas características genética e capacidade produtiva.

O Brasil ocupa o nono lugar na produção mun-dial, com aproximada-mente 1,4% do total. A produção mundial não está crescendo em propor-ção em ofertar quantidade suficiente para atender a demanda crescente (pro-jeções até 2020). Nesse sentido a renovação de seringais antigos e o incentivo à implantação de novos cultivos, além da manutenção de um preço favorável da borracha natural no mercado internacional, são medidas que devem ser adotadas para suprir esse déficit no Brasil e no mundo.

São Paulo é o primeiro produtor nacional de borracha natural (49%), seguindo-se Mato Grosso (20%), Bahia (11%), Espírito Santo (5%) e outros Estados de um total de 95,5 toneladas em 2002. Em Minas Gerais a produção atual é de 4,5 mil toneladas em 3 mil hectares plantados, distribuídos em quase todo o Estado. A borracha da serin-gueira ainda é imbatível na composição de pneus, além de ser usada para produção de um variado número de uten-sílios, devido a suas características não encontradas nas borrachas sintéticas.

O cultivo da seringueira situa-se, em condições favo-ráveis, entre 24º de Latitude norte a 25º de latitude sul, temperatura média anual acima de 20º C, não sujeitos a geada, precipitação anual acima de 1.200 mm, déficit hídrico não superior a 50 mm, exigente em solos pro-fundos e bem drenados. Para o estabelecimento com su-cesso o empreendedor necessita de: conhecimentos (das interações de fatores envolvidos a fim de que todo o po-tencial da planta possa ser traduzido em produção), bom

planejamento de sua capacitação e acompanhamento técnico especializado, plantio de mudas de qualidade, clones produtivos e de boa adaptação à região, em áreas não expostas a ventos de topografia que permita a fim de facilitar manejo e os tratos culturais e práticas em relação à conservação do solo. A densidade recomen-

dada para a cultura da seringueira deve ser ao redor de 500 plan-tas por hectare (8,0m x 2,5m).

A implantação de um seringal gira em torno de R$ 7.000,00 por hectare, o retorno financeiro do investi-mento gira em torno de 18% ao ano até o 12% ano. Existem li-nhas de crédito para

atendimento ao agricultor familiar no Pronaf e, também, para atender agricultores empresariais como propflora ou ABC que tem carência de até 8 anos e de 12-15 anos para amortização.

Alguns aspectos favoráveis à heveicultura baseados nos pilares de sustentabilidade: Ambientalmente correto: sequestra tanto carbono como uma mata nativa; plantio em áreas degradadas; pode ser explorada como área de reserva legal dependendo do manejo e legislação perti-nente; recuperação e proteção de solos; preservação de mananciais e permite consórcio com algumas culturas (di-versificação). Socialmente justo: fixa o homem no cam-po, melhora a qualidade de vida (reflete saúde, educação, transporte, etc.). Economicamente viável: retorno finan-ceiro ao produtor e ao seringueiro e geração de tributos.

fontes Consultadas:101 Culturas: Manual de tecnologias Agrícolas/Trazildo José

de Paula Junior, Madelain Venzon coordenadores - Belo Horizonte: EPAMIG, 2007.

Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v28 n.237 e. 1-124 mar./abr. 2007 - Epamig

Revista Lateks, nºs 4, 9, 10, 11, 12, 16 - Lateks Comunicação Ltda

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eng.º Agrônomo edirson ramos de oliveiraextensionista Agropecuário II

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38JUNho 2012

ImA

A Varíola Bovina é uma doença que ataca principal-mente as tetas das vacas e reduz a produção de leite.

Causada por um vírus, nada tem em comum com a tradicional varíola humana, erradicada no mundo há mais de 20 anos. É uma zoonose, isto é, contamina também o homem, nor-malmente o ordenhador. Para o homem a doença pode ser transmitida por meio do contato do ordenhador com as fe-ridas presentes nas tetas da vaca doente, durante a ordenha.

Entre fazendas, a doença pode ser transmitida através do ordenhador, do trânsito de animais e de objetos como, por exemplo, o latão de leite contaminado pela mão infectada do ordenhador. Entre as vacas, a principal forma de trans-missão é através do contato com a mão do ordenhador ou com o copo da ordenhadeira. Os bezerros adoecem quando mamam nas vacas doentes.

Os sintomas da doença nas vacas em lactação: úbere quente e inchado, bolhas nas tetas das vacas que evoluem para feridas com formação de crostas e presença de pus. As lesões podem ser encontradas também no úbere, mamite, a vaca sente dor ao ser ordenhada – fica inquieta, provocando lesões nas pernas por causa da amarra de cordas. Já nos bezerros aparecerão bolhas e ou feridas na língua, gengiva e no focinho. Raramente ou-tros animais (suínos, gatos, equinos, etc.) podem se contaminar, apresentando feridas em várias partes do corpo.

No homem (ordenhadores), os sintomas são bolhas e fe-ridas nas mãos e braços, mais raramente em outras partes do corpo, febre alta por 2 a 5 dias e dor de cabeça, ínguas debaixo dos braços.

Os principais problemas causados pela doença são: di-ficuldade de ordenhar a vaca, queda na produção de leite, mamite, transmissão da doença para o bezerro, transmissão da doença para o ordenhador, gastos com medicamentos para tratamento dos ordenhadores e dos animais, os orde-nhadores doentes ficam impossibilitados de trabalhar.

Caso a varíola bovina seja detectada no seu rebanho é preciso adotar as seguintes medidas: separar e ordenhar, por último, os animais doentes; desinfetar o peito da vaca antes da ordenha e também as instalações, com soluções de cloro; lavar as feridas e lesões das tetas com produtos à base de iodo (iodo glicerinado); evitar que os bezerros mamem nas vacas logo após a aplicação dos medicamentos; usar luvas de borracha para fazer a ordenha e desinfetar as luvas com solução de cloro, entre uma ordenha e outra; não consumir o leite das vacas doentes; não transitar com animais doen-tes; comunicar ao IMA a ocorrência da doença e o ordenha-dor doente deve procurar o Posto de Saúde mais próximo.

produtor, fique atento!• Ao adquirir animais, verifique sempre sua procedência

e estado de saúde.• Transporte somente com a Guia de Trânsito Animal

(GTA) e com os exames e atestados de saúde exigidos.• No caso de qualquer suspeita de doença nos animais,

procure o escritório do IMA em sua região.

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marcelo de Aquino Brito limaFiscal estadual Agropecuário – ImA

coordenadoria regional de Gov. valadares

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IdAF

Dados mostram que o Espírito Santo tem boa aptidão para o cultivo florestal, que represen-

ta, atualmente, 30% das terras agricultáveis. Isso equi-vale a cerca de 900 mil hectares de terras com vocação preferencial (mas não exclusiva) para cultivo florestal. Em 2009, o Estado possuía cerca de 250 mil hectares de área plantada com eucalipto e mais 3.940 hectares de pi-nus, ocupando aproximadamente 10% da área agrícola e representando 3,8% da área de florestas plantadas do Brasil. Esse é um dos setores que mais cresce em área plantada nos últimos anos, com incremento médio anual de 4,29% no período de 2003 a 2009 (Incaper, 2009).

Atualmente, as novas áreas florestais licenciadas substituem quase totalmente as áreas subutilizadas com pastagem. Isso demonstra o esforço que tem sido feito pelo Governo do Espírito Santo, por meio da Secreta-ria de Estado de Agricultura e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) para regularizar as atividades desse segmento e, assim, con-tribuir para a ampliação da cobertura vegetal.

As atividades florestais no Espírito Santo geram aproximadamente 80 mil empregos diretos e indiretos e envolvem cerca de 28 mil propriedades rurais (fomen-tados ou produtores independentes), movimentando anualmente cerca de R$ 5 bilhões, ou seja, 25% do PIB do agronegócio estadual (IBGE, 2009).

Mas é importante estar atento à importância de regu-larização das atividades de silvicultura. O licenciamen-to florestal é um Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, que foi estabelecida pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. A principal função dessa fer-

ramenta é conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação do meio ambiente. Assim sendo, o licen-ciamento permite o controle da instalação e operação das atividades, visando preservar os recursos naturais para as sociedades atual e futura.

A lei determina que é obrigação do empreendedor buscar o licenciamento ambiental junto ao órgão com-petente, desde as etapas iniciais do planejamento de seu empreendimento e instalação até a sua efetiva opera-ção. No Espírito Santo, cabe ao Idaf realizar o licencia-mento de plantios florestais.

Até o final do ano de 2011, entre programas e pro-jetos de reflorestamento, estavam licenciados junto ao Idaf cerca de 210 mil hectares de efetivos plantios flo-restais. Esses estão distribuídos em áreas pertencentes a empresas do segmento de celulose, plantios fomenta-dos com as mesmas por meio de programas específicos e produtores independentes, sendo que quase a totalida-de referente ao gênero Eucalyptus spp.

Pelo licenciamento florestal estima-se que aproxi-madamente 200 mil hectares no Espírito Santo, situ-ados em áreas de reserva legal e de preservação per-manente (APP), estejam protegidos ou em processo de revegetação com espécies nativas da Mata Atlântica. Essa é uma grande conquista, que precisa ser incentiva-da e ampliada, afinal, o maior programa de recuperação do bioma Mata Atlântica no Brasil, feito por iniciativa privada e objeto de condicionantes das licenças flores-tais, está situado justamente em nosso Estado, com in-tervenção média anual de 1.300 hectares.

o cultivo florestal no espírito Santo e a importância do licenciamento

Ademar espíndula Junior engenheiro Agrônomo m.Sc

chefe da Seção de licenciamento Florestal do IdAF espírito Santo

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U13º leilão da cooperativa foi sucesso de público e negócios

Cerca de 1200 pessoas passaram pelo tatersal de leilões do Parque de Exposições José Tavares no dia 26 de maio, no 13º Leilão de Novilhas e Vacas Leiteiras da Cooperati-va. Um evento tradicional que movimentou o agronegócio, atraindo cooperados e produtores rurais de toda a região, em busca de boas matrizes para melhorar o rebanho e aumentar a produção leiteira. O Leilão da Cooperativa já acontece há 13 anos e conquistou a confiança dos produtores rurais pela qualidade dos animais apresentados.

Em 2011 o leilão movimentou mais de oitocentos mil reais e a diretoria da Cooperativa lançou a meta de um mi-lhão de reais para este ano. Para a satisfação dos coopera-dos a meta foi atingida, pois foi movimentado no total R$ 1.014.024,00. “É uma alegria muito grande termos chegado

a este valor. Isso é mais uma prova que estamos levando animais de excelente qualidade para nosso leilão”, come-morou Guilherme Olinto Resende, presidente da Cooperati-va Agropecuária Vale do Rio Doce.

Foram leiloados 103 lotes, sendo 99 de vacas e novi-lhas, 4 de bezerras do projeto Crê$er Genética. O lote de maior cotação foi do cooperado Hélio Macedo de Queiroz e o maior comprador foi o cooperado Francisco Ivan Cortez dos Santos, que arrematou 19 lotes. “No Leilão da Coopera-tiva eu comprei e vendi vacas e também comprei novilhas. Estou muito satisfeito com os animais que adquiri e também fiquei feliz com os animais que eu vendi”, afirmou Santos. (Fonte: Juliana Rangel / Óbvio C. I.)

Doze agricultoras do mu-nicípio de Itaipé foram capa-citadas no dia 09 de maio em Processamento de Alimentos e Boas Práticas de Manipu-lação, Embalagem e Rotula-gem, pela Extensionista de Bem Estar Social da EMA-TER-MG, Katya Luisa Ramos Louzada Ribeiro. As agricultoras fornecem pães e bolos para a merenda escolar que atendem 1.800 alunos onde abrange a zona urbana e rural. A capacitação surgiu da necessidade de padronizar os produtos como também de inserir os estabelecimentos no SIM – Selo de Inspeção Municipal já existente no município, onde os trabalhos estão sendo acompanhados pelo téc-nico de vigilância sanitária Ted Franco. O município possui o Centro de Referência da Agricultura Familiar – CRAF, projeto adquirido através da Associação dos Agricultores Familiares de Itaipé e o PCPR. (Fonte: Katya Ribeiro/Esloc Itaipé Emater-MG)

capacitação de Agricultoras que fornecem pães e bolos

para merenda escolar em ItaipéO programa de Certificação das Propriedades de Café

de Minas Gerais (Certifica Minas), criado pelo governo do Estado, já é reconhecido pela Câmara de Comércio Sustentável da Holanda como um dos modelos mundiais de sustentabilidade. A informação é de Eduardo Sam-paio, representante no Brasil da UTZ Certified, certifica-dora internacional que assinou um termo de cooperação técnica com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento de Minas Gerais (Seapa), no dia 21 de maio, em Belo Horizonte.

Por meio do acordo, os produtores vinculados ao pro-grama Certifica Minas poderão ajustar as boas práticas de suas propriedades ao código adotado pela UTZ Certified, criado à base do “EurepGAP”, que foi desenvolvido pe-los varejistas europeus para garantir segurança alimentar e a utilização de práticas apropriadas na produção de fru-tas e vegetais. O processo de adequação será facilitado porque as práticas adotadas no Certifica Minas por meio de ações desenvolvidas pelo IMA e a Emater são muito semelhantes às do protocolo da empresa europeia. A co-operação deverá possibilitar diferenciais reconhecidos no mercado externo para a obtenção da certificação interna-cional da propriedade, qualidade e origem do café, após a auditoria definitiva a ser realizada por uma instituição independente. (Fonte: ASCOM SEAPA)

parceria internacional vai fortalecer café de minas no exterior

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Nos dias 28 e 29 de maio, a Embrapa Mandioca e Fruti-cultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, sediou o I Seminário de Agroecologia do Recôncavo da Bahia. O evento é uma das ati-vidades da VIII Semana Nacional dos Alimentos Orgânicos, promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento, em todo o país, por meio de campanhas sobre a im-portância da alimentação com produtos orgânicos e o fomento a ações de desenvolvimento da agroecologia, tanto em nível técnico quanto político.

A Embrapa Mandioca e Fruticultura participa da Semana Nacional desde 2010, quando se tornou membro da Comissão da Produção Orgânica do Estado da Bahia. No dia 28, o semi-nário foi destinado apenas a produtores rurais e, no dia 29, a es-tudantes e profissionais da área. (Fonte: Léa Cunha/Embrapa)

A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), por intermédio da Subsecretaria de Agricultura Familiar (SAF), realizou o quarto seminário regional para o lançamento do Programa Estruturador Culti-var, Nutrir e Educar, do Governo de Minas. O evento acon-teceu nos dias 30 e 31/05, em Capelinha, no Vale do Jequi-tinhonha, e teve também a participação do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Emater-MG, vinculados à Seapa.

“Esses encontros possibilitam a discussão de propostas para promover a edução alimentar e nutricional e fortale-cer a agricultura familiar em Minas Gerais”, diz o superin-tendente da Secretaria de Agricultura , Lucas Scarascia. “O programa Cultivar, Nutrir e Educar prevê ações destinadas a tornar os agricultores familiares aptos a fornecer produtos de qualidade e conforme as normas de segurança alimentar.” A gestão do programa é compartilhada entre a Secretaria da Agricultura, Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação e Secretaria Executiva do Comitê Temático de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CTSANS). (Fonte: ASCOM SEAPA)

A Soja de Minas foi destaque no 8º Fórum Nacional de Ali-mentação Escolar realizado entre os dias 24 e 25 de maio em São Paulo. Durante o evento, profissionais de nutrição de di-versas prefeituras do Brasil degustaram, no estande da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), pratos com soja mais saborosa.

A nova variedade de soja é resultante de 11 anos de pes-quisas desenvolvidas através do Programa de Melhoramento Genético da Soja para Alimentação Humana da EPAMIG, jun-tamente com Embrapa e Fundação Triângulo, com o objetivo de desenvolver cultivares de sojas especiais para alimentação humana, com sabor mais suave, semente de maior tamanho e elevado teor de proteína. A Soja de Minas Nutry Soy, variedade BRSMG 800A, é semelhante ao feijão carioquinha no aspecto e na forma de preparo. Já a Soja de Minas Fit Soy, cultivar BR-SMG 790A, apresenta coloração amarela. (Fonte: EPAMIG)

O cafeicultor brasileiro terá R$ 4,5 bilhões para estocagem na safra 2012/2013. O anúncio foi feito em reunião de lideran-ças nacionais do setor cafeeiro na sede da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), em Belo Horizonte, pelo diretor do Decaf/Mapa (Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Edil-son Alcântara. O objetivo é ordenar o fluxo da safra brasilei-ra 2012/2013, estimada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 50,450 milhões de sacas de 60 quilos. Do montante de recursos, cerca de R$ 2,5 bilhões virão do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), a juros de 6,5% ao ano. O restante virá de bancos privados, a juros de 6,75% ao ano. (Fonte: ASCOM FAEMG)

Governo anuncia, na FAemG, r$ 4,5 bi para estocagem

embrapa sedia evento da Semana Nacional dos Alimentos orgânicos

programa cultivar, Nutrir e educar chega ao Jequitinhonha

Soja de minas na alimentação escolar

“Queremos que tudo que já foi disponibilizado, a exem-plo da renegociação e prorrogação de dívidas vencidas e a vencer até dezembro desse ano, crédito emergencial, aquisição de caprinos e ovinos, pela Conab, com doação simultânea e venda balcão de milho, chegue ao agricul-tor, amenizando os efeitos da longa estiagem”, afirmou o secretário da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao abrir na manhã do dia 22 de maio, no auditório da Fundação Luis Eduardo Magalhães, o II Encontro de Se-cretários Municipais da Agricultura. O evento, que reuniu centenas de secretários de Agricultura, teve o objetivo de explicar e discutir a operacionalização das ações emergen-ciais e estruturantes que o governo está adotando, e ouvir as sugestões dos titulares das pastas municipais. Além disso, o secretário estimulou a criação de Fóruns de Secretários de Agricultura por território, instância proposta pela Sea-gri para a discussão dos problemas e busca de alternativas. (Fonte: Ascom Seagri e Secom)

II encontro de secretários discute operacionalização de ações

para convivência com a seca

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42JUNho 2012

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Ataça da felicidade de cupuaçu

receita enviada por carolina Queiroz ao Site tudo Gostoso

ingredientes

pudim• 4 ovos • 2 latas de leite condensado • 2 latas de leite (medida da lata do leite condensado) • 1 colher de maizena • Açúcar a gosto para caramelizar a forma Creme• 1 kg de cupuaçu • 2 latas de leite condensado • 2 latas de creme de leite • Frutas para decorar, como cerejas, pêssegos, maçãs, 1 cacho de uvas • 1 pacote de biscoito champagne

Envie a sua receita para a Revista [email protected]

modo de preparação

pudim: Bata bem todos os ingredien-tes no liquidificador. Despeje na for-ma com a calda do açúcar. Leve ao fogo em banho - maria até que o pu-dim esteja bem dourado. Desenforme após estar pronto e reserve.

Creme de cupuaçu: Bata todos os in-gredientes no liquidificador e reserve.

montagem da taça: Em uma taça de vi-dro grande ou em um refratário redondo grande e fundo, alterne o creme de cupu-açu, o pudim e os biscoitos, umedecidos levemente em um pouco de leite. A última camada deve ser de creme. Enfeite com o restante dos biscoitos e as frutas. Se quiser também pode colocar um pouco de doce de cupuaçu no meio das camadas e em cima para enfeitar. Leve a geladeira por 30 minutos, até gelar bem a sobremesa.

informaçães adicionais

• Pode ser feito com maracujá ao invés de cupuaçu• Tempo de preparo 1h 40min • Rendimento 25 porções

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