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22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina II-116 – TRIHALOMETANOS E ÁCIDOS HALOACÉTICOS NA DESINFECÇÃO COM HIPOCLORITO DE EFLUENTES BIOLOGICAMENTE TRATADOS Sérgio João De Luca(1) Professor Titular do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS). Carla Andréa Schuck Química Industrial pelo Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IQ/UFRGS). Mestranda em Química Analítica pelo IQ/UFRGS. Maria do Carmo Ruaro Peralba Química Industrial pelo IQ/UFRGS. Mestre em Ciências dos Materiais pela UFRGS. Doutora em Físico-Química pela USP. Professora Adjunta do IQ/UFRGS Endereço(1): Rua Marquês do Pombal , 327 / 901 – Porto Alegre - RS - CEP: 90540 - 001 - Brasil - Tel: (51) 3316-6680 - e-mail: [email protected] RESUMO A desinfecção é um processo utilizado tanto no tratamento de água potável quanto de esgoto, para inativar microorganismos patogênicos. Dentre os desinfetantes mais utilizados podem-se citar o cloro e seus compostos tais como hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio e dióxido de cloro; os quais caracterizam-se por serem bastante eficientes e de baixo custo. Um grande inconveniente da desinfecção com cloro é a geração de subprodutos prejudiciais à saúde humana. Os subprodutos de desinfecção ocorrem como resultado de reações entre o desinfetante químico e compostos de ocorrência natural (precursores), encontrados em muitas fontes de água e de efluentes. As duas maiores classes de subprodutos de desinfecção são os trihalometanos (THMs) e os ácidos haloacéticos (HAAs).

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22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina II-116 – TRIHALOMETANOS E ÁCIDOS HALOACÉTICOS NA DESINFECÇÃO COM HIPOCLORITO DE EFLUENTES BIOLOGICAMENTE TRATADOS Sérgio João De Luca(1) Professor Titular do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS). Carla Andréa Schuck Química Industrial pelo Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IQ/UFRGS). Mestranda em Química Analítica pelo IQ/UFRGS. Maria do Carmo Ruaro Peralba Química Industrial pelo IQ/UFRGS. Mestre em Ciências dos Materiais pela UFRGS. Doutora em Físico-Química pela USP. Professora Adjunta do IQ/UFRGS Endereço(1): Rua Marquês do Pombal , 327 / 901 – Porto Alegre - RS - CEP: 90540 - 001 - Brasil - Tel: (51) 3316-6680 - e-mail: [email protected] RESUMO A desinfecção é um processo utilizado tanto no tratamento de água potável quanto de esgoto, para inativar microorganismos patogênicos. Dentre os desinfetantes mais utilizados podem-se citar o cloro e seus compostos tais como hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio e dióxido de cloro; os quais caracterizam-se por serem bastante eficientes e de baixo custo. Um grande inconveniente da desinfecção com cloro é a geração de subprodutos prejudiciais à saúde humana. Os subprodutos de desinfecção ocorrem como resultado de reações entre o desinfetante químico e compostos de ocorrência natural (precursores), encontrados em muitas fontes de água e de efluentes. As duas maiores classes de subprodutos de desinfecção são os trihalometanos (THMs) e os ácidos haloacéticos (HAAs).

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Entre os fatores que interferem na formação destes subprodutos estão pH, temperatura, concentração de íons cloreto, brometo e nitrato, concentração de nitrogênio amoniacal e de carbono orgânico. Sendo assim, o presente trabalho propõe o estudo dos subprodutos de desinfecção de quatro diferentes efluentes de estações de tratamento de esgoto biológico. O hipoclorito de sódio foi usado como desinfetante, variando-se as dosagens e os tempos de reação aplicados. Foram realizadas análises de diversos parâmetros químicos inclusive de íons brometo, carbono orgânico dissolvido, demanda química de oxigênio, nitrogênio amoniacal, trihalometanos e ácidos haloacéticos. Verificou-se que a concentração de subprodutos é proporcional ao aumento da dosagem e do tempo reacional do desinfetante. Mesmo na mais alta dosagem empregada (20mg/L Cl2) e no maior tempo (168h), a concentração total de THMs não ultrapassa o limite máximo de lançamento para efluentes tratados (1mg/L de clorofórmio). Observou-se também que os THMs estão diretamente relacionados com a concentração de nitrogênio amoniacal, já que um aumento deste diminui a concentração daqueles compostos orgânicos. PALAVRAS-CHAVE: Subprodutos de Desinfecção, Trihalometanos, Ácidos Haloacéticos, Hipoclorito de Sódio. INTRODUÇÃO Os trihalometanos constituem a principal classe de subprodutos típicos de desinfecção por cloração. Os principais THMs são o clorofórmio, o bromofórmio, o bromodiclorometano (BDCM) e o dibromoclorometano (DBCM). Estudos toxicológicos sugerem que o clorofórmio seja um composto potencialmente carcinogênico aos humanos. Consequentemente, os THMs totais são monitorados no tratamento de água potável. A concentração total máxima de THMs (somatório das 4 espécies) permissível no Brasil é 100 m g/L em água potável. Os ácidos haloacéticos são subprodutos da desinfecção com cloro e cloroaminas, sendo altamente solúveis em água e tóxicos aos humanos, plantas e algas. Os principais ácidos haloacéticos são o ácido monocloroacético (MCAA), o dicloroacético (DCAA), o tricloroacético (TCAA), o bromocloroacético (BCAA), dibromoacético (DBAA) e o ácido bromodicloroacético (BDCAA). Os ácidos cloroacéticos são inibidores do crescimento de plantas. Um exemplo típico, é o ácido tricloroacético que já foi usado como herbicida. A carcinogenicidade do ácido dicloroacético e do ácido tricloroacético já foi comprovada e a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) classifica-os como prováveis carcinogênicos humanos. Em vista do potencial carcinogênico e teratogênico dos trihalometanos e dos ácidos haloacéticos, o estudo da geração dos mesmos em diversas dosagens e tempos de reação, bem como a influência de determinados parâmetros (pH, nitrogênio amoniacal, matéria

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orgânica), torna-se indispensável para prevenir e diminuir a concentração dos subprodutos de desinfecção halogenados no tratamento de água e de esgoto. O presente trabalho contém estudos realizados em quatro estações de tratamento de efluente doméstico da região metropolitana de Porto Alegre-RS que utilizam como processos de tratamento Upflow Anaerobic Sludge Blanket (UASB), Lagoa Facultativa (L.Fac.), Lodo Ativado (L.Ativ.) e Reator Seqüencial em Batelada (RSB). As dosagens de hipoclorito empregadas foram 6,13 e 20 mg/l Cl2 e os tempos reacionais foram de 1h, 24h e 168h. O desenvolvimento desse trabalho contou com o apoio e a participação da CEF, FINEP e CNPq. MATERIAIS E MÉTODOS Amostras de efluentes biologicamente tratados foram coletadas nas Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs) de Sapucaia (Lodo Ativado), Serraria (Lagoa facultativa), Esmeralda (UASB) e IPH (RSB).Os testes e análises foram realizados no laboratório de Saneamento Ambiental do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. As amostras foram divididas em 4 recipientes de 1litro, foram feitas análises nas amostras sem desinfetante (efluente biologicamente tratado-EBT), e do efluente biologicamente tratado clorado e desclorado. Nestas amostras adicionou-se hipoclorito de sódio na dosagem de 13mg/L de Cl2. Ficaram sob agitação, à temperatura ambiente, durante 1 hora, 24 horas e 168 horas, respectivamente. No final do tempo reacional, adicionou-se sulfito de sódio (desclorante) na dosagem de 13 mg/L, e manteve-se a agitação por mais 10 minutos. Na amostra EBT não adicionou-se hipoclorito e sulfito de sódio. As amostras foram submetidas às seguintes análises: determinação do pH, através de medida potenciométrica; determinação de UV a 254nm, através de medida em Espectrofotômetro Varian –CARY-1E; determinação de demanda química de oxigênio (DQO) pelo Método Titrimétrico*; determinação de cloro livre, monocloroamina e dicloroamina pelo método do DPD e sulfato ferroso*; determinação de carbono orgânico dissolvido (COD) por combustão catalítica e detecção por infravermelho, com equipamento TOC Shimadzu; determinação da concentração dos íons brometo, cloreto, nitrito e nitrato por análise de cromatografia de troca iônica (equipamento Dionex-DX120);

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determinação de Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) e Sólidos Suspensos Totais (SST), pelo método gravimétrico*; determinação do nitrogênio amoniacal, pelo método titrimétrico precedido de destilação*; determinação dos trihalometanos, utilizando Cromatógrafo Gasoso com detector Seletivo de Massas (GC/MSD Varian Saturn 2000R) e Concentrador Purge &Trap (Tekmar 3000); determinação dos ácidos haloacéticos, pela técnica de derivatização e extração com metanol, ácido sulfúrico e éter terc-butil metílico, seguida de análise por GC/MS; (XIE,2001) Standard Methods, 1998 As amostras também foram distribuídas em 14 frascos de 300mL, onde variou-se a dosagem de hipoclorito de sódio (6, 13 e 20mg/L Cl2) e o tempo reacional (1h, 24h e 168h). Estes frascos, devidamente fechados, foram colocados em incubadora a 20 ± 1°C, sob constante agitação. Encerrados os tempos reacionais, foi feita a preservação com ácido ascórbico (25mg para cada 5mg/l de cloro residual) e tiossulfato de sódio (3mg para cada 5mg/L cloro residual). As amostras foram então filtradas com filtro de éster de celulose de 0,45m m e redistribuídas em dois "vial" de 40mL (com tampa revestida de teflon), um para a análise de THMs e outro para a análise de HAAs. RESULTADOS Inicialmente foi realizada a caracterização do efluente através de análises de 4 coletas de esgoto tratado para cada processo de tratamento, sem a adição de hipoclorito de sódio. Os resultados obtidos encontram-se na Tabela 1 e referem-se aos valores médios. Tabela 1: Valores médios das características dos efluentes tratados antes da etapa de desinfecção Parâmetro de Controle UASB L.Fac. L.Ativ. RSB Temperatura (°C) 22,4

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24,6 24,6 24,8 DQO (mg/L O2) 26 13 18 24 COD (mg/l O2) 14,9 13,5 10,3 13,5 UV 254 (cm-1) 0.445 0,301 0.246 0,434 N Amoniacal (mg/L NH3) 26,0 4,8 2,1 7,7

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pH 6,9 7.4 6,9 6,8 SST (mg/L) 18 17 36 23 SDT (mg/L) 792 743 422 420 Brometo (mg/L Br-) <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 Nitrito (mg/L-N) <0,01 <0,01 <0,01

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<0,01 Nitrato (mg/l-N) <0,01 1,7 8,0 15,0 Cloro Livre (mg/L Cl2) <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Monocloroamina (mg/L Cl2) <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Dicloroamina (mg/L Cl2) <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Cloro Combinado (mg/L Cl2) <0,05

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<0,05 <0,05 <0,05 Clorofórmio (m g/L) <0,10 0,12 0,39 0,34 Bromodiclorometano (m g/L) <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 Dibromoclorometano (m g/L) <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 Bromofórmio (m g/L) <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 THMs (µg/L) Total

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0,05 0,27 0,54 0,49 Potencial de Formação de THMs(m g/L) 279,1 136,9 146,4 257,7 Ácido Monobromoacético (m g/L) <1.0 <1.0 <1.0 <1.0 Ácido Dicloroacético (m g/L) <1.0 <1,0 <1.0 <1.0 Ácido Tricloroacético (m g/L) <1.0 <1.0 <1.0

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<1.0 Ácido Bromocloroacético (m g/L) <1.0 <1.0 <1.0 <1.0 HAAs (µg/L) Total 0,5 0,5 0,5 0,5 As tabelas 2, 3 e 4 apresentam resultados referentes à desinfeção com hipoclorito de sódio na dosagem de 6,13 e 20mg/L Cl2, para os efluentes dos 4 processos de tratamento e nos tempos reacionais de 1h, 24h e 168h.. Tabela 2: Valores dos parâmetros analisados para os efluentes desinfetados com hipoclorito de sódio na dosagem de 13 mg/L Cl2 HIPOCLORITO 13mg/L Cl2 Parâmetros UASB RSB L. Facultativa Lodo Ativado 1h 24h

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168h 1h 24h 168h 1h 24h 168h 1h 24h 168h Temperatura (o C) 24 23,8 22,4 21,1 20,5 21,2 28,2 25,2 26,0 25 24 23,2 SDT (mg/L)

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407 469 565 509 548 590 583 495 438 515 479 588 SST (mg/L) 15 20 19 36 35 36 20 21 14 27

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22 14 pH 7,5 8,2 7,8 6,9 7,1 7,0 7,5 7,6 7,8 7,0 7,3 7,0 UV-254 (cm-1) 0,464 0,378 0,386 0,453 0,382 0,385 0,329 0,287

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0,310 0,203 0,188 0,222 COD (mg/L ) 18 17 20 15 16 18 14,6 15,5 17,7 10 11 14 DQO (mg/L O2) 25 32 38 29 24

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25 18 19 25 15 22 15 N Amoniacal(mg/L-N) 23,4 23,7 11,1 8,6 5,8 0,9 3,6 3,1 3,6 2,1 2,1 0,1 Brometo (mg/L Br-) <0,01 <0,01 <0,01

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<0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 Nitritos (mg/L - N) <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 Nitratos (mg/L - N)

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0,3 0,2 1,9 14,9 12,5 17,7 1,8 1,8 1,9 8,0 8,1 10,1 Cloro Livre (mg/L Cl2) <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05

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<0,05 Monocloroamina (mg/L Cl2) <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Dicloroamina (mg/L Cl2) <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05

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<0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Cloro Combinado (mg/L Cl2) <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 Clorofórmio (m g/L) 2,62 5,73 20,64 3,46 8,81 21,59

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10,90 17,70 35,47 47,07 109,60 152,25 Bromodiclorometano (m g/L) <0,10 <0,10 1,02 0,19 1,13 3,33 1,05 1,67 2,96 5,44 9,73 13,33 Dibromoclorometano (m g/L) <0,10 <0,10 <0,10

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<0,10 0,13 0,63 <0,10 0,13 0,32 0,34 0,50 0,80 Bromofórmio (m g/L) <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 THMs (m g/L) Total 2,77

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5,88 21,76 3,75 10,12 25,60 12,05 19,55 38,80 52,90 119,88 166,43 ChPF7 (Td= 96 horas) 279,7 288,9 336,7 308,3 234,5 243,0 174,2 165,5 208,2 120,7 141,0

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126,0 DCAA (m g/L) 3,3 16,9 40,7 4,0 20,3 44,9 5,3 13,3 38,0 19,6 38,2 34,6 TCAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0

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<1,0 <1,0 <1,0 BCAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 DBAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0

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<1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 BDCAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 HAAs (µg/L) Total 5,3 18,9 42,7 6,0

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22,3 46,9 7,3 15,3 40,0 21,6 40,2 36,6 Tabela 3: Valores dos parâmetros analisados para os efluentes UASB e RSB desinfetados com hipoclorito de sódio na dosagem de 6 e 20 mg/L Cl2. ETE ESMERALDA (UASB) E ETE IPH/UFRGS (RSB) Parâmetros UASB -6 mg/L Cl2 UASB -20 mg/L Cl2 RSB -6 mg/L Cl2 RSB -20 mg/L Cl2 1h 24h 168h 1h 24h 168h

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1h 24h 168h 1h 24h 168h Clorofórmio (m g/L) 1,21 2,16 5,35 3,84 9,88 26,10 1,78 4,43 8,11 5,31 14,30 33,83 BDCM (m g/L) <0,10 <0,10 0,12

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<0,10 0,41 2,00 0,11 0,29 0,55 0,38 2,38 7,33 DBCM (m g/L) <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 0,21 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 0,32 1,44 Bromofórmio(m g/L) <0,10

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<0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 THMs (m g/L) Total 1,36 2,31 5,57 3,99 10,39 28,36 1,99 4,82 8,76 5,79 17,05

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42,65 DCAA (m g/L) 2,3 11,5 14,4 7,9 22,4 83,4 2,5 13,1 19,2 5,7 23,1 68,1 TCAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0

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<1,0 <1,0 <1,0 BCAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 DBAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0

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<1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 BDCAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 HAAs (µg/L) Total 4,3 13,5 16,4 9,9

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24,4 85,4 4,5 15,1 21,2 7,7 25,1 70,1 Tabela 4: Valores dos parâmetros analisados para os efluentes L. FACULTATIVA e LODO ATIVADO desinfetados com hipoclorito de sódio na dosagem de 6 e 20 mg/L Cl2. ETE SERRARIA (LAGOA FACULTATIVA) E ETE SAPUCAIA (LODO ATIVADO) Parâmetros L.FAC. -6 mg/L Cl2 L.FAC. -20 mg/L Cl2 L.ATIV. -6 mg/L Cl2 L.ATIV. -20 mg/L Cl2 1h 24h 168h 1h 24h

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168h 1h 24h 168h 1h 24h 168h Clorofórmio (m g/L) 5,25 8,43 18,51 20,70 30,35 49,25 24,92 47,24 59,57 58,29 176,20 268,75 BDCM (m g/L) 0,43 0,68

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0,99 2,25 3,38 5,75 3,85 6,72 7,37 5,67 11,51 15,51 DBCM (m g/L) <0,10 <0,10 <0,10 0,19 0,33 0,73 0,29 0,40 0,51 0,33 0,59 0,88 Bromofórmio (m g/L)

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<0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 <0,10 THMs (m g/L) Total 5,78 9,21 19,60 23,19 34,11 55,78 29,11 54,41 67,50 64,34

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188,35 285,19 DCAA (m g/L) 3,6 12,8 35,4 8,8 20,1 50,9 12,6 9,3 7,9 22,4 96,6 63,1 TCAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0

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<1,0 <1,0 <1,0 <1,0 BCAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 DBAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0

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<1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 BDCAA (m g/L) <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 HAAs (µg/L) Total 5,6 14,8 37,4

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10,8 22,1 52,9 14,6 11,3 9,9 24,4 98,6 65,1 Os resultados obtidos para os THMs demonstram que a medida que aumenta a dosagem e o tempo reacional também se observa um aumento na concentração total de THMs e HAAs formados, a exceção da ETE Sapucaia/Lodo Ativado para HAAs, conforme se observa nas figuras 1, 2, 3 e 4. Figura 1: Concentração Total de THMs e HAAs em função da dosagem de hipoclorito e do tempo reacional para a ETE Esmeralda Figura 2: Concentração total de THMs e HAAs em função da dosagem de hipoclorito e do tempo reacional para a ETE IPH/UFRGS Figura 3: Concentração total de THMs e HAAs em função da dosagem de hipoclorito e do tempo reacional para a ETE Serraria.

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Figura 4: Concentração Total de THMs e HAAs em função da dosagem de hipoclorito e do tempo reacional para a ETE Sapucaia Comparando–se os resultados de THMs e HAAs com o teor de nitrogênio amoniacal, observa-se que ocorre um decréscimo dos primeiros à medida que o teor de nitrogênio aumenta, possivelmente devido à formação de cloraminas, como mostra a Figura 5. Calculando-se o potencial de formação dos THMs ( ChPF7) com base na equação proposta por Ivancev-Tumbas-1999, verifica-se que a armazenagem de efluentes desinfetados com compostos de cloro continuará a formar trihalometanos e, também, irá provocar o recrescimento dos indicadores de organismos patogênicos. Figura 5: THM e HAA em função do nitrogênio amoniacal para a dosagem de 13mg/l de CL2 e tempo reacional de 1h. CONCLUSÕES Considerando os resultados obtidos nas tabelas 2, 3 e 4, observa-se que as concentrações de THMs e HAAs aumentam quando ocorre a adição do desinfetante, mas este aumento é pouco significativo em termos de risco à saúde humana e ambiental, uma vez que o limite máximo nacional permissível para efluentes é de 1000m g/L para o clorofórmio e não há limites nacionais de lançamento para os HAAs. Conclui-se também que a concentração de THM é inversamente proporcional à concentração de nitrogênio amoniacal, sendo que os efluentes mais nitrificados, como o lodo ativado, são os que apresentam uma maior concentração de trihalometanos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE LUCA, S.J.;. Desinfecção com Agentes Químicos, em Processos de Desinfecção e Desinfetantes Alternativos na Produção de Água Potável. Daniel, L. ed.; ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Rio de Janeiro, Brasil, 2001.

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DE LUCA,S.J., PROSAB III, Tema 2. Relatório Final de Pesquisa, FINEP / Rio de JaneiroJ, 2002. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20a ed., APHA, AWWA, WPCF, Washington,1998. REBHUM, M., GROSSMAN, L.H., MANKA,J., Formation of desinfection by-products during chlorination of secundary effluent and renovated water, J. Env. Eng. Div., ASCE,1997. USEPA, Alternative Disinfectants and Oxidants Guidance Manual, 1998. USEPA, Wastewater Technology Fact Sheet: Dechlorination,EPA/832-F-00-022., Washington, DC, 2000. WHITE, C., Handbook of Chlorination and Alterantive Desinfectants, 4th ed., John Willey & Sons, 1999. XIE, Y., Analysing haloacetic acids using gas chromatography/mass spectrometry; Wat. Res.2001; Vol.35, n.6, p1599-1602. CONAMA 20, Artigo 21, 16/06/1986.