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Semanário Regional 25º ANIVERSÁRIO Director: Alberto Bastos | 16/11/2012 • ANO XXIV N.º 1064 • 0.75 | [email protected] R. 31 de Janeiro, 22 , 2005-188 Santarém | 243 30 50 80 | R. Câmara Pestana, 44, 2140-086 Chamusca A maior parte da publicidade que permitiu editar O MIRANTE desde a sua fundação é de pequenas empresas. Por isso, em tempo de celebração do nosso 25º aniversário, decidimos revisitar alguns dos empresários que aceitaram anunciar os seus serviços e produtos na primeira edição de O MIRANTE. Através deles prestamos homenagem a milhares de outros que nos têm escolhido como veículo preferencial para chegar aos seus clientes. Dos que agora entrevistámos, quase nenhum se lembrava das mensagens da altura e a maior parte nem sequer sabia muito bem como era o jornal quando apareceu. Alguns calculavam que seria a preto e branco. A maioria desconhecia se na altura era um mensário, um quinzenário ou um semanário. Para todos eles o jornal é a última edição e o seu conteúdo. Quando algo faz parte de nós nem se nota o seu crescimento e O MIRANTE faz parte da vida dos seus leitores e anunciantes. PORTE PAGO Autorizado pelos CTT a circular em invólucro fechado de plástico - Envoi fermé autorisé par les PTT Portugais Autorização - Autorisation - DE08562011GRC PME - Pode abrir-se para verificação postal Doze histórias que contam a vida dos anunciantes da 1ª edição deste jornal 2ANIVERSÁRIO JORNAL IS MO DE PROXI MIDADE Não foi tarefa fácil entrevistá-los porque não são pessoas ávidas de protagonismo. Muitos deles nem sequer pararam o que estavam a fazer enquanto iam respondendo ao jornalista. Conversas interrompidas ao ritmo da chegada de clientes, de telefonemas, de pedidos de informações de colaboradores. E sempre, sempre, em pano de fundo, uma educação a toda a prova. Daquela que não se aprende nas universidades. Os filhos de muitos deles não vão seguir as pisadas dos pais mas mesmo alguns desses aprenderam com eles as mesmas artes. Para O MIRANTE é um prazer publicar estas doze histórias de vida. E o prazer é maior porque não se tratou de qualquer regresso às origens. Apesar de tanto caminho andado, de tantos milhares e milhares de leitores conquistados e de tantos novos anunciantes que nos confiam a tarefa de divulgação dos seus produtos nesta vasta região, o jornal nunca saiu do lugar onde nasceu nem do coração de quem o viu dar os primeiros passos. Um trabalho de Alberto Bastos com a colaboração de Fernando Vacas. Henrique Granadeiro passa mensagem de firmeza e determinação A conferência que o presidente do Grupo PT veio fazer a Santarém, integrada nas comemorações do aniversário do jornal foi uma lufada de realismo, determinação e firmeza bastante saudada pelos que tiveram ocasião de a acompanhar ao vivo no Teatro Sá da Bandeira e por muitos que tomaram conhecimento do seu conteúdo através das várias plataformas de O MIRANTE. Sobre o jornalismo de proximidade, Henrique Granadeiro disse que tem futuro e que os jornais em papel vão continuar a existir. Sobre a situação do país, exigiu que os políticos portugueses batam o pé à Alemanha e desmontou o mito de que Portugal é um país desorganizado e gastador que só consegue sobreviver com o dinheiro da União Europeia.

25º ANIVERSÁRIO O MIRANTE

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Semanário Regional • 25º ANIVERSÁRIO Director: Alberto Bastos | 16/11/2012 • ANO XXIV • N.º 1064 • 0.75 | [email protected]. 31 de Janeiro, 22 , 2005-188 Santarém | 243 30 50 80 | R. Câmara Pestana, 44, 2140-086 Chamusca

A maior parte da publicidade que permitiu editar O MIRANTE desde a sua fundação é de pequenas empresas. Por isso, em tempo de celebração do nosso 25º aniversário, decidimos revisitar alguns dos empresários que aceitaram anunciar os seus serviços e produtos na primeira edição de O MIRANTE. Através deles prestamos homenagem a milhares de outros que nos têm escolhido como veículo preferencial para chegar aos seus clientes. Dos que agora entrevistámos, quase nenhum se lembrava das mensagens da altura e a maior parte nem sequer sabia muito bem como era o jornal quando apareceu. Alguns calculavam que seria a preto e branco. A maioria desconhecia se na altura era um mensário, um quinzenário ou um semanário. Para todos eles o jornal é a última edição e o seu conteúdo. Quando algo faz parte de nós nem se nota o seu crescimento e O MIRANTE faz parte da vida dos seus leitores e anunciantes.

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Doze histórias que contam a vida dos anunciantes da 1ª edição deste jornal

25ºANIVERSÁRIOJORNALISMODEPROXIMIDADE

Não foi tarefa fácil entrevistá-los porque não são pessoas ávidas de protagonismo. Muitos deles nem sequer pararam o que estavam a fazer enquanto iam respondendo ao jornalista. Conversas interrompidas ao ritmo da chegada de clientes, de telefonemas, de pedidos de informações de colaboradores. E sempre, sempre, em pano de fundo, uma educação a toda a prova. Daquela que não se aprende nas universidades.Os filhos de muitos deles não vão seguir as pisadas dos pais mas mesmo alguns desses aprenderam com eles as mesmas artes. Para O MIRANTE é um prazer publicar estas doze histórias de vida. E o prazer é maior porque não se tratou de qualquer regresso às origens. Apesar de tanto caminho andado, de tantos milhares e milhares de leitores conquistados e de tantos novos anunciantes que nos confiam a tarefa de divulgação dos seus produtos nesta vasta região, o jornal nunca saiu do lugar onde nasceu nem do coração de quem o viu dar os primeiros passos. Um trabalho de Alberto Bastos com a colaboração de Fernando Vacas.

Henrique Granadeiro passa mensagem de firmeza e determinação A conferência que o presidente do Grupo PT veio fazer a Santarém, integrada nas comemorações do aniversário do jornal foi uma lufada de realismo, determinação e firmeza bastante saudada pelos que tiveram ocasião de a acompanhar ao vivo no Teatro Sá da Bandeira e por muitos que tomaram conhecimento do seu conteúdo através das várias plataformas de O MIRANTE. Sobre o jornalismo de proximidade, Henrique Granadeiro disse que tem futuro e que os jornais em papel vão continuar a existir. Sobre a situação do país, exigiu que os políticos portugueses batam o pé à Alemanha e desmontou o mito de que Portugal é um país desorganizado e gastador que só consegue sobreviver com o dinheiro da União Europeia.

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No próximo dia 16, sexta-feira, O MIRANTE reúne cerca de três cen-tenas de convidados num jantar co-memorativo do 25º aniversário. O convívio e o repasto está marcado pa-ra as 20 horas, na Quinta da Feteira, em Almeirim.

A ideia do jantar surgiu da neces-sidade de juntar alguns amigos e co-laboradores que acharam uma boa altura para confraternizar.

Será um jantar sem conferencistas e sem convidados institucionais embo-ra a título pessoal se espere a presen-ça de algumas figuras conhecidas do meio político e associativo.

Para quem quer saber mais infor-mações sobre esta iniciativa pode ligar até sexta-feira a meio do dia para Joana Emídio (243305080) ou directamente para os endereços electrónicos que se encontram na ficha técnica do jornal.

Jantar comemorativo do 25º aniversário de O MIRANTE

“Quanto a O MIRANTE considero-o um semanário regional muito bom. Abrange uma vasta área do território

e, lá está, Lisboa, um grande centro de decisão nacional. Recomendo a leitura de O MIRANTE que tem um preço de

assinatura anual acessível e aborda muita informação”.Carlos Crisóstomo - Gerente Organizações Crisóstomo - Equipamentos a biomassa

“O jornal O MIRANTE é muito conhecido, as informações são muito úteis, tem artigos muito interessantes e permite-

nos estar ao corrente do que se passa na região e não só. Pode também ser um veículo de publicidade para darmos a

conhecer os nossos serviços.Maria do Carmo Brandão - Directora Executiva da Alliance Française de Santarém

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 5

Este número de O MIRANTE que marca os 25 anos de edição tem como tema principal uma reportagem com al-guns anunciantes do primeiro número editado na Chamusca em 16 de Novembro de 1987. Em complemento publicamos alguns depoimentos de empresários e gestores que ao longo dos anos têm acompanhado o jornal e que de uma forma ou de outra, têm sido parceiros deste projecto editorial que faz a diferença entre os jornais portugueses que praticam o chamado jornalismo de proximidade.

A edição comemorativa dos 25 anos de publicação inin-terrupta será distribuída porta a porta nas principais cida-des do país pela empresa Pos-Contacto que actualmente garante a distribuição aos assinantes na vasta região em que trabalhamos.

O MIRANTE completa 25 anos com uma tiragem de 80 mil exemplares que pela primeira vez chegará a um público mais vasto de forma a darmos a conhecer o projecto edito-rial que abrange toda a região ribatejana.

Recorde-se que O MIRANTE cobra 15.50 euros por uma assinatura anual; um dos preços mais baixos de toda a im-prensa portuguesa vendida por assinatura.

O Clube de Leitores, a edição de livros e a organização de conferências são ainda actividades que marcam a dife-rença de O MIRANTE no panorama da imprensa regional portuguesa.

Edição de aniversário distribuída a nível nacionalEsta edição teve uma tiragem de 80 mil exemplares e foi distribuída a nível nacional pela Pos-Contacto

“A informação de proximidade ganha mais relevância num mundo cada vez mais globalizado e

centrado em questões gerais. É importante saber-mos o que se passa em cada uma das nossas

regiões, para que não nos esqueçamos de quem somos. O MIRANTE desempenha esse papel e é um

marco na defesa e divulgação desta região”.Manuel José Mendes Simões - Director Geral da ECODEAL

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Batemos à porta de uma dúzia de amigos de sempre. Empresários que, já lá vão 25 anos, aceitaram fazer publi-cidade na primeira edição de O MIRANTE. Já nenhum se lembrava disso e a maior parte nem sequer sabia muito bem como era o jornal quando apareceu. Alguns calcu-lavam que seria a preto e branco. A maioria desconhecia se na altura era um mensário, um quinzenário ou um se-manário. Para todos eles, o jornal é a última edição e o seu conteúdo. Quando algo faz parte de nós nem se nota o seu crescimento e O MIRANTE faz parte da vida dos seus leitores e anunciantes.

As empresas que revisitamos agora são empresas fa-miliares, construídas a pulso por pessoas de rija têmpe-ra. Homens de outro tempo que começaram a trabalhar aos dez, onze e doze anos, num tempo em que o trabalho dos aprendizes não era trabalho infantil mas uma forma de escola profissional com uma componente prática que nenhuma escola profissional de hoje consegue fornecer.

Os empresários assim forjados não ficaram traumati-zados com os calduços, ralhetes e castigos dos mestres ou dos pais com quem aprenderam as primeiras voltas das artes que agora tão bem dominam. Carpinteiros, mecâni-cos, electricistas, comerciantes, agricultores, de primeira água, elogiam quem os ensinou e estão gratos pelo tem-po que lhes foi dedicado. E nem sequer ganhavam nada nos dois primeiros anos de trabalho porque eram pagos em sabedoria e conhecimento.

Não foi tarefa fácil entrevistá-los porque não são pes-soas ávidas de protagonismo. Muitos deles nem sequer pararam o que estavam a fazer enquanto iam respon-dendo ao jornalista. Conversas interrompidas ao ritmo da chegada de clientes, de telefonemas, de pedidos de in-formações de colaboradores. E sempre, sempre, em pano de fundo, uma educação a toda a prova. Daquela que não se aprende nas universidades.

Quando algo faz parte de nós nem se nota o seu crescimentoAo fim de 25 anos voltamos a visitar os primeiros anunciantes

Os filhos de muitos deles não vão seguir as pisadas dos pais mas mesmo alguns desses aprenderam com eles as mesmas artes. Para O MIRANTE é um prazer publicar estas doze histórias de vida. E o prazer é maior porque não se tratou de qualquer regresso às origens. Apesar de tanto caminho andado, de tantos milhares e milhares de leitores conquistados e de tantos novos anunciantes que nos confiam a tarefa de divulgação dos seus produtos nes-ta vasta região, o jornal nunca saiu do lugar onde nasceu nem do coração de quem o viu dar os primeiros passos.

Alberto Bastos

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O Fernando das bicicletas cujo negócio é arranjar motas“Há 25 anos eu estava melhor, quanto mais não seja porque era mais novo”Quando saiu a primeira edição de O MIRANTE, Fernando colocou um anúncio na página 14 “Ciclomotos de Fernando José M. Ferreira”. Já nem se lembrava. “Motorizadas e Acessórios de Todas as Marcas - Reparações Gerais - Oficina de Pintura”.

Na Chamusca é o Fernando das bici-cletas embora tenha passado a maior parte da vida a arranjar motas. O pai é que arran-java bicicletas. Era o Augusto das bicicletas que agora está reformado. Fernando José

Malaquias Ferreira veste calças de ganga e uma camiseta azul escura. Está rodeado de motas, lambretas e motorizadas. Não estamos na oficina mas há muito trabalho para fazer naquele quintal. Vai puxar por um cigarro mas só no fim da conversa. Ganhou o vício na tropa. Norte de Angola, acima de S. Salvador do Congo, perto de Mquela do Zombo, a sete quilómetros da fronteira do ex-Congo belga.

“Era para ter ido renovar a minha assina-tura de O MIRANTE mas ainda não o fiz. Te-nho que ver se trato disso. Com aquela coisa do pagamento da assinatura à cabeça, fui-me desleixando”, justifica-se. Fala da imposição do ex-secretário de Estado Arons de Carvalho de os assinantes dos jornais regionais paga-rem as assinaturas antecipadamente. Coisa de quem não percebe nada de informação de proximidade nem da vida no país real.

Há 25 anos, quando saiu a primeira edição do jornal, Fernando colocou um anúncio na página 14 “Ciclomotos de Fernando José M. Ferreira”. Já nem se lembrava. “Motorizadas e Acessórios de Todas as Marcas - Reparações

Gerais - Oficina de Pintura”. “Nessa altura estava melhor que agora. Quanto mais não seja porque era bem mais novo”, desabafa.

A conversa é feita ao ar livre. A fita azul do Tejo lá longe, ao fundo. Ouvem-se pássaros, nenhum motor de mota para cortar a tran-quilidade da manhã. “Comecei a trabalhar aos 12 anos com o meu pai. Estive com ele até ir para a tropa. Ele arranjava bicicletas. Eu fui aprendendo e comecei a interessar-me por motas. Ele pouco sabia de motores. Na altura havia poucas motas mas foram apare-cendo cada vez mais”.

Faz uma pausa. Pergunta pelo director--geral de O MIRANTE, seu conterrâneo Joa-quim António Emídio. “Ele costumava pas-sar por aqui. Gosto muito das crónicas dele. É uma coisa que leio sempre. Não tem papas na língua”, declara.

Fernando foi gerado sob os auspícios de Nossa Senhora de Fátima. Conta a história com um sorriso nos lábios. “A minha mãe es-teve sete anos sem ter filhos. Então foi dois anos seguidos rezar a Fátima e eu acabei por nascer no dia 13 de Maio de 1952. Já lá vão 60 anos”. Depois acrescenta elementos que aju-dam a perceber as afinidades familiares. O pai, que já fez 92 anos, nasceu a 5 de Agosto. “A minha irmã faz anos 10 de Agosto. A minha mãe, que tem 88 anos, faz a 3 de Maio e eu a

13. Temos feitios mais parecidos.”Posa para a fotografia, com o quadro da

sua primeira moto, que está a reconstruir. “A primeira vez que andei de mota tinha 12 anos. Foi na mota de um primo meu que ti-nha duas velocidades. Esta aqui foi o meu pai que me deu. Era uma mota muito velha de um negócio que fez com um cliente. Ele disse-me. ‘Andas sempre para aí com inven-ções, está aqui isto, se quiseres arranjas e ficas com ela’. Era uma HMW 1950”. O engenhocas Fernando deitou as mãos à obra. “Arranjei--a e fazia um sucesso formidável. Não havia mais nenhuma daquelas. Só não digo que foi a minha obra prima porque ao longo da vida fiz outros trabalhos bem melhores”, conta.

A primeira viagem da mota para fora da Chamusca foi numa ida ao Chouto, à Feira dos Chocalhos, no S. Pedro. “Tinha 17 anos. Foi quando fui à inspecção. Era um grupo cada um com a sua mota.

O Mário Mesquita é que ia atrás. A minha era a mais lenta e eu ia à frente. Eu tinha pos-to um escape para cima. O Mário Mesquita que ia atrás ficou com a camisa nova toda salpicada de óleo. Ainda hoje me fala nisso. Estou a recuperar a mota outra vez porque aqui há uns anos ficou debaixo de água quan-do foi da cheia grande”.

Fernando tem dois rapazes e uma rapari-ga. O mais velho chama-se Rui. Dificilmen-te será o Rui das bicicletas. Também nunca será o Rui das Motas. O trabalho dele é ou-tro embora tenha herdado do pai e do avô a habilidade para arranjos de tudo e mais alguma coisa. “Ele sabe porque eu o obri-guei a aprender quando era pequeno. De vez em quando ele manda-me essa piada. É engenheiro agrário e trabalha em Ourém mas mexe em tudo. Carros, motas, bicicle-tas, instalações eléctricas, electrodomésti-cos”, diz com orgulho de pai.

Agora o Fernando já não coloca anúncios no jornal. “Isso era há 25 anos. Na altura ain-da havia muita gente a andar de bicicleta e de motorizada. Hoje é só carros. Podem-se contar pelos dedos das mãos as motorizadas que há por aí a andar. Bicicletas há mas são diferentes. São bicicletas para desporto e para passeios. Antigamente eram meio de trans-porte para o trabalho”.

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“Sou muito frontal. O MIRANTE podia ter uma intervenção maior a favor dos desfavorecidos. Se calhar não vão escrever o que eu estou a dizer mas tenho que ser frontal”. Não faz qualquer esforço para ser agradável ou diplomático. Semeia palavras em voz alta. É um agricultor terra a terra.

Quando começa a falar dos políticos sobe-lhe a mostarda ao nariz. “Temos uma cambada de políticos incompetentes. Fabri-camos 10 ou 15 por cento do que consumi-mos e tínhamos possibilidade de fabricar 70 ou 80 por cento. Eu fazia muito mais do que faço mas era preciso que a ministra da Agricultura pusesse o banco de terras a trabalhar”. No dia em que falámos com o agricultor Jorge Laranjinha, estava ele à porta da Caixa Agrícola da Chamusca, à espera que fossem publicados os resulta-dos das eleições. Não foram só os políticos a levar nas orelhas. O MIRANTE também foi cilindrado pelo discurso hiper-crítico de um dos maiores anunciantes da primeira edição do jornal.

“Sou muito frontal. O MIRANTE po-dia ter uma intervenção maior a favor dos desfavorecidos. Se calhar não vão escrever o que eu estou a dizer mas tenho que ser frontal”. Não faz qualquer esforço para ser agradável ou diplomático. Semeia pa-lavras em voz alta. É um agricultor terra a terra.”O jornal podia servir melhor a po-pulação. Não é só O MIRANTE. É toda a comunicação social do país. Interessam-se muitas vezes por coisas que vendem mas podiam dar voz aos mais desfavorecidos deste país e fazem muito pouco. Falam com

O Jorge Laranjinha que azeda quando fala nos políticos Faço agricultura há 48 anos mas não tenho voz perante tanto vigarista

empresários. Com os que chupam o sangue à massa trabalhadora mas os mais desfa-vorecidos têm pouco ou nenhum espaço”.

Quem é que dá notícias como a das eleições na Caixa Agrícola da Chamusca? Quem explicou as posições das duas can-didaturas? Perante as perguntas concede algum mérito ao jornal. “É evidente que O MIRANTE se interessa pelo que se passa na Chamusca e no Ribatejo e dá notícia dis-so, coisa que os jornais de Lisboa não fazem”.

“Jorge M. Santos Laranjinha - Aluguer de Máquinas Agrícolas”, podia ler-se há 25 anos num quarto de página de publicidade colocado na página quatro do jornal. Muita coisa mudou desde então. “Nessa altura eu fazia 25 ou 30 hectares. Hoje faço 120, 130, 140. Aqui e no Alentejo. Só faço tomate. E não faço mais porque não me deixam. De-viam pôr a produzir a terra que está para-da. Em 1987 éramos cerca de nove mil pro-dutores e agora somos 540 ou 550”, refere. “Podia falar de agricultura mas como sou praticamente analfabeto não tenho voz pe-rante tanto vigarista com cursos superiores, alguns dos quais comprados”.

Nasceu na Chamusca, filho de uma fa-mília de agricultores. Tem 63 anos e toda a vida trabalhou na agricultura, com ex-cepção do tempo de tropa. “Estive dois anos na Guiné. Embarquei a 3 de Abril de 1971. Fui para lá enganado. Disseram-me que ia defender a Pátria mas não fui de-fender Pátria nenhuma. Fui defender es-tes filhos da mãe todos”. Um dos filhos de Jorge Laranjinha seguiu as pisadas do pai e também está na agricultura. “O meu fi-lho tem 35 anos mas não consegue ir para a frente. Está todos os dias a ser massacra-do pelas finanças e companhia limitada. Qualquer dia morre à fome ele, a mulher e os filhos, com o andamento que isto está a ter”, desabafa. “Falta crédito. Falta terra. As finanças carregam cada vez mais. A se-

gurança social é caríssima para os empre-sários agrícolas que têm que pagar todos os dias mas que só recebem ao fim do ano. Tenho muita pena dos jovens”.

Está tão centrado no assunto da sua vi-da que é difícil pô-lo a falar de outros as-suntos. Depois de algumas tentativas con-seguimos perguntar-lhe o que mudou na Chamusca nos últimos 25 anos. “Isto aqui é só velhos. Os novos foram embora. Um dos meus filhos faz amanhã 29 anos. Tem um curso superior e está na Gestão Hote-leira em Lisboa. Ganha 700 euros e paga 250 euros do quarto. Na Chamusca fez-se o concelho da merda (alusão ao Eco Parque do Relvão na freguesia de Carregueira). Diziam que iam empregar ali mil ou mil e duzentas pessoas mas afinal os empregos não são assim tantos e a maior parte das pessoas que lá estão viver em Santarém, em Almeirim ou em Tomar”.

As declarações saem em jacto. “Tenho 42 anos de descontos para a Caixa. Fui

tentar meter os papéis para a reforma e vão-me dar 285 euros por mês. Só dá pa-ra morrer à fome e lá para 2020 nem di-nheiro para reformas há”. Lançamos um último tema sem sucesso. Os roubos de metal? “A mim só quem me rouba é o Es-tado”. Antes do convite para um almoço, cozinhado por ele, de bacalhau com cou-ve a soco (quem já provou diz que não há quem faça aquele prato melhor que ele) atira em jeito de provocação. “Você devia era fazer-me perguntas como deve ser”. E acaba a conversa.

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“Distraí-me e apanhei um choque de tal ordem que não conseguia largar aquilo. O Abel, que é agente funerário, teve que escolher entre perder um amigo ou ganhar um cliente. Empurrou-me e conseguiu livrar-me”.

O anúncio colocado há 25 anos por Pedro Cegonho Queimado - assistência técnica e vendas de electrodomésticos es-tá separado do da agência funerária Bento & Lucas, por umas seis páginas mas hou-ve um momento em que a fusão das duas empresas esteve por um triz. Tudo aconte-ceu devido a uma distracção de...choque, digamos assim.

“Eu estava a arranjar uma aparelhagem de som do PCP ao mesmo tempo que esta-va a conversar com o Abel, o cangalheiro. Distraí-me e apanhei um choque de tal or-dem que não conseguia largar aquilo. Ele teve que escolher entre perder um amigo ou ganhar um cliente. Empurrou-me e con-seguiu livrar-me”. O sorriso de Pedro Cego-nho Queimado enche a loja da Chamusca onde se alinham frigoríficos, televisões e outros electrodomésticos.

A conversa sobre a saída do primeiro nú-mero do jornal ia no capítulo dos perigos da electricidade. “Já aqui nestas instalações meti a mão num chassis de uma televisão e apanhei uma ficha com várias tensões. Só larguei quando caí de costas com a te-levisão em cima da barriga. Gosto muito da electricidade mas tenho muito respeito porque ela mata”.

Quando saiu a primeira edição de O MIRANTE tinha 35 anos. Foi anunciante intermitente mas leitor permanente. “Leio tudo e até leio os anúncios quando ando à procura de qualquer coisa. É essencial. E só leio a edição em papel embora use regularmente a internet a nível profissio-nal”, confessa.

O homem dos electrodomésticos apren-deu o ofício por correspondência mas antes

Tudo começou com um curso de electrónica por correspondência O agente funerário que salvou Pedro Cegonho Queimado de morrer electrocutado

de abraçar o ramo andou por outros terri-tórios laborais. “O bichinho da electrónica começou quando tinha 15 anos. Andava a trabalhar na Spalil (fábrica do tomate) on-de o meu pai era encarregado e decidi fa-zer um curso por correspondência. Entre-tanto estive algum tempo no Registo Civil e a seguir numa fábrica de malhas. Com 18 anos era encarregado geral de uma fábrica de malhas em Minde”.

Com o curso de electrónica por corres-pondência já feito era altura de passar à acção. “Da fábrica vim para uma casa de electrodomésticos aqui na Chamusca onde estive até depois do 25 de Abril. Nessa altura eu e o Joaquim José Queimado, que é meu primo, fizemos uma sociedade. Enquanto não houve dinheiro a sociedade resistiu. Assim que começou a haver dinheiro, cada qual foi para seu lado. Ele foi para a área da electricidade industrial e eu fiquei com a parte dos electrodomésticos”.

Um piano destoa no meio dos outros elec-trodomésticos. Ri-se quando lhe pergunta-mos se sabe tocar. “Só nas campainhas das portas”, responde antes de explicar que o instrumento é do filho Nuno, o mais no-vo, que estuda música e quer ser maestro. Quer dizer o nome de um conjunto onde o rapaz toca mas não se lembra. A esposa Cândida ajuda-o a partir do escritório. “São Os Laranjinhas. Ele leva o piano de vez em quando para os ensaios em Vale de Cavalos”.

Não entra um cliente enquanto decor-re a conversa. Não toca um telefone. Pe-dro Cegonho Queimado entra em casa de muita gente no âmbito da sua actividade profissional e sabe do que fala quando fala das dificuldades que as pessoas estão a vi-ver. “Há quem esteja a ficar sem as coisas que adquiriu há alguns anos porque elas avariam e não há dinheiro para as mandar reparar e muito menos para comprar no-vas”, conta.

“Os tempos mudaram. As pessoas tinham um poder de compra que se perdeu. Poucas vezes trabalhei com créditos bancários. Os clientes escolhiam, pagavam e estava a an-dar. A maior parte dos clientes era assim. Hoje vêm fazer propostas que não temos

hipótese de aceitar. Há muitos que saem aborrecidos mas nada podemos fazer”.

Do pagamento imediato passou-se para a falta de pagamento. Todos os cuidados são poucos. “Com pessoas que não conhe-cemos temos que ter alguns cuidados mas não deixo de dizer que os conhecidos são

os que nos tramam a maior parte das vezes. Os calotes que tenho aí são de pessoas co-nhecidas. Pessoas pelas quais eu punha as mãos no lume. Não quer dizer que tenham deixado de ser honestas mas não conseguem cumprir os compromissos assumidos e criam problemas aos outros”.

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A conversa dura quinze minutos, se tanto. A sorte é não haver tantos clientes como havia há 25 anos quando, na primeira edição de O MIRANTE saiu o anúncio que rezava assim: “Aníbal Farinha Alves (Antiga Casa José Matos) Mercearias e talho - Drogaria, Ferragens, Ferramentas, Loiças e Tintas - Materiais de Construção Civil”.

Aníbal José Lopes Farinha é um homem de trabalho. Sempre foi um homem de traba-lho mesmo na infância e adolescência. Ele e as irmãs, duas das quais (Isabel e Fernanda) trabalham com ele na loja que o pai comprou

Como Aníbal Farinha se fez homem na loja dos rapazes“Vivíamos aqui na loja e tínhamos um fogãozito para fazer o comer”

quando eles eram jovens, para que pudessem governar as suas vidas e ganhar a sua indepen-dência. Atende um cliente ao telemóvel, dá uma indicação para o balcão sobre uma peça que está a ser pedida por um outro e conversa com o jornalista sem se desconcentrar. Adivi-nham-se uns tímidos raios de sol junto à en-trada da “Aníbal Farinha Alves e Filhos, Ldª”, junto à Igreja da Misericórdia na Chamusca.

A conversa dura quinze minutos, se tanto. A sorte é não haver tantos clientes como ha-via há 25 anos quando, na primeira edição de O MIRANTE saiu o anúncio que rezava assim: “Aníbal Farinha Alves (Antiga Casa José Ma-tos) Mercearias e talho - Drogaria, Ferragens, Ferramentas, Loiças e Tintas - Materiais de Construção Civil”.

A família é oriunda da Sertã. Teve uma passagem por Angola onde nasceu Aníbal e as três irmãs. “Sou de General Machado, ao

pé de Silva Porto. Somos todos de lá”. Agora General Machado é Camacupa e Silva Por-to chama-se Kuito. Província do Bié. Aníbal Farinha Alves não mudou de nome quando retornou com a família a Portugal. Os filhos também não. O homem que nos conta a his-tória, com voz firme e profunda tinha 7 anos em 1974, era o mais novo. Se em Angola fi-cou uma vida aqui ergueu-se outra. A pulso, a partir do nada. Primeiro em Tomar na agri-cultura e criação de gado. Paralelamente na Chamusca, alguns anos mais tarde.

“Viemos num S. Martinho ver isto e pas-sadas duas semanas tomámos conta do ne-gócio. Nos primeiros tempos eu e o meu pri-mo vivíamos aqui na loja. Éramos só os dois aqui. Ainda hoje as pessoas da terra chamam a isto a loja dos rapazes. Dormíamos atrás do balcão. Tínhamos um fogãozito para prepa-rar as refeições ali ao fundo. Um ano e meio assim. As minhas irmãs vieram dois ou três meses depois. Já estamos aqui há uns bons vinte e oito anos”.

Aníbal Farinha não tem vergonha de dizer que chorou algumas vezes no silêncio da noi-te com o cheiro das ferragens, ferramentas e mercearias a entrar-lhe nas narinas ávidas do ar livre e puro que antes respirava.

“Quando o meu pai comprou isto foi a pensar nos filhos. Eu andava a acabar o 11º ano. O meu primo também. Interrompemos os estudos. As minhas irmãs são mais velhas que eu. Tínhamos que ganhar o suficien-te para honrar os compromissos assumidos com o indivíduo que nos vendeu. Vencemos mas não foi fácil. Sofri muito aqui atrás do balcão. Eu era baixinho, pequenito. Tinha aí alguns vendedores, daqueles mais matreiros que se riam de mim quando eu lhes dizia que era o responsável pela loja. Aquilo dava-me cá uma volta”.

O tempo para ler O MIRANTE era pou-co. Provavelmente foram mais as vezes que o jornal serviu para embrulhar alguma coisa ou para limpar os vidros da montra. Muitas vezes eram os clientes que comentavam as notícias que tinham lido e que contavam as novidades a Aníbal Farinha e às irmãs. Ain-da hoje isso acontece. “Há alguns que vêm às compras mas danadinhos por contar tam-bém as novidades e as calhandrices”, refere o empresário.

“Comecei a trabalhar no campo aos 10 anos. Vinha da escola e ao contrário do que se passa agora, primeiro estava o trabalho do campo e só depois ia fazer os deveres. Tínha-mos gado e o comer para os animais era to-do arrebanhado por nós. Não se comparava palha nem ração. Era tudo ceifado. Quando vim para aqui agarrei isto com unhas e den-tes. Felizmente tínhamos muito trabalho. Tra-balhávamos aqui de noite e de dia. Em 1990, aqui detrás deste balcão éramos cinco. E to-dos os dias fazíamos serão das dez da noite até às três da manhã. Só em mercearias era uma loucura. Vendíamos o que tínhamos e o que não tínhamos. Hoje não conseguimos vender o que temos”, conta.

No campo aprendeu com o pai. Na loja de ferragens e mercearia da Chamusca teve ou-tro mestre. “Quando vim para aqui não sabia nada disto. O José Gabriel, antigo funcionário da casa, que já estava reformado foi a minha salvação. Vinha para aqui de manhã, logo às nove horas, saía para almoçar e dormir uma sesta e regressava lá pelas quatro. Estava todo o dia a ajudar-me. Foi ele quem me ensinou tudo. Vinha um cliente pedia alguma coisa e era ele que dizia o que era e onde estava”.

Vai para trás do balcão e coloca-se entre uma das irmãs (a outra está a tomar conta de um armazém noutra zona da Chamusca) e uma jovem funcionária. Para trabalhar ali é preciso saber falar de igual para igual com profissionais. Pintores, carpinteiros, cana-lizadores. “Vamos aprendendo uns com os outros. Eu para além da teoria também faço de tudo. Faço de serralheiro, de pedreiro...o que for preciso”, afiança. Numa página da in-ternet fomos descobrir uma fotografia dele a restaurar uma cadeira.

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Da primeira edição do jornal não há lembrança. O MIRANTE entrou mais na vida da família Queimado quando o Paulo se meteu na política e foi eleito vereador municipal pelo Partido Socialista. Por vezes o que sai não é agradável mas o político e técnico de restauro não sofre muito com isso. “Quando fui eleito já sabia que ia ser assim”.

Jorge Queimado bem puxa pela memó-ria mas não consegue lembrar-se da primeira edição de O MIRANTE. Muito menos da pu-blicidade à sua empresa que ali saiu “Jorge Manuel C. Queimado - Mobiliário e Decora-ção - Tudo em móveis por medida”. Vinte e cinco anos passados saímos da sua velha ofi-cina e entramos no atelier da Ícone, empresa onde trabalha com o filho Paulo, no restauro e conservação de obras de arte e mobiliário antigo. “Lembro-me que o jornal era só para o concelho da Chamusca. Agora tem leitores que nem sabem onde é a Chamusca”, diz em jeito de desculpa.

O filho, Paulo Queimado, participa na con-versa. Aos 7 anos quando vinha da escola ia fazer companhia ao pai e entretinha-se a fazer os seus brinquedos. “Não ia para lá trabalhar. Fazia as minhas garagens. Fazia espingardas, bestas de atirar caricas. Se o meu pai me pe-dia para lhe ir buscar uma ferramenta eu sabia onde ela estava e qual era. Fui aprendendo”.

O pai elogia-o. O Paulo tinha corpo e era habilidoso. Não estava ali contrariado. Era com gosto. Eu na altura construía muito. As primei-ras cozinhas em módulos que se começaram a fazer foi naquela altura. O Paulo cortava as placas quando era preciso. Já a minha filha

Quando pai e filho se entendem para restaurar património Jorge Queimado teve um mestre e foi mestre do filho Paulo

Patrícia era a mesma coisa. Ela agora trabalha em Santarém e vem todos os sábados para a oficina. Ela é que arruma aquilo tudo e limpa. Trabalhou aqui connosco até há três anos mas as obras grandes começaram a desaparecer. Tratava das questões administrativas, conta-bilidade, etc...era tudo com ela. E fazia tam-bém o apoio todo a nível oficinal e de obra”.

Paulo Queimado aprendeu com o pai e o pai aprendeu com quem? “Eu comecei com um Mestre Carpinteiro chamado António Amaro. Ele tinha uma oficina de carpintaria e eu fazia o mesmo que o Paulo fez quando era criança. Pegava em bocadinhos de madeira, fazia rodas, carroças. Fazia os meus brinque-dos. Fui eu que aos 10 anos lhe fui pedir para começar a aprender o ofício. Na altura havia lá mais dois que eram o Manuel João Lucas e o Patrício, são um pouco mais velhos. Na al-tura não havia exploração infantil.

Não se ganhava nada. Aprendíamos fazen-do. Íamos arrumar a oficina aos domingos. O mestre passava por lá e se alguma coisa não estava bem obrigava-nos a arrumar tudo ou-tra vez”.

O MIRANTE entrou mais na vida da famí-lia Queimado quando o Paulo se meteu na política e foi eleito vereador municipal pelo Partido Socialista. Por vezes o que sai não é agradável mas o político e técnico de restauro não sofre muito com isso. “Quando fui eleito já sabia que ia ser assim”, declara.

Quando O MIRANTE foi fundado Jorge Queimado lembra-se não das notícias mas de ter começado a aparecer muito trabalho de restauro. Restauro de mobiliário antigo e mais tarde restauro de obras de arte, nomeadamente de arte sacra. “Isto é cíclico. Tudo o que tem a ver com actividades culturais e de conservação de património começa desaparecer assim que se fala de crise. Não são bens de primeira ne-cessidade”, explica Jorge Queimado.

Por vezes surgem abertas no meio do tem-poral da crise. A última foi a chegada de di-nheiro comunitário para reabilitação e res-

tauro do património, no âmbito do programa PRODER. “Nas duas últimas semanas têm che-gado muitos pedidos de orçamentos de todo o país. Estamos um bocado apertados porque efectivamente há dinheiro mas os prazos das entregas foram encurtados”.

O pai deixou a construção de mobiliário e só faz restauro. “Faço meia dúzia de móveis por ano e vou ajudando aqui no atelier. O Paulo é escultura, talha dourada. Arte sacra...”

Paulo Queimado tirou o curso de restauro do Instituto Politécnico de Tomar que consi-dera um bom curso por ter uma componente prática muito boa. “A nível técnico o pessoal que sai de Tomar vem mais bem preparado. As Universidades formam conservadores/res-tauradores de secretária”, afirma.

A Chamusca é uma terra conhecida por ter bons artífices e mestres, em várias áreas. Os dois artesãos lamentam que isso esteja a acabar. “Quando comecei o ofício havia duas serrações onde trabalhavam dezenas de pes-soas aqui da Chamusca. Havia pelo menos umas cinco oficinas, todas com meia dúzia de empregados. Tudo de carpintaria. Havia duas marcenarias (construção de móveis). Uma on-de trabalhavam 4 pessoas e outra onde traba-lhavam 9. Havia trabalho para toda a gente”, lembra Jorge Queimado.

Pai e filho dizem que alguns dos trabalhos que fizeram com maior prazer foi na Chamus-ca. “Aquelas quatro pinturas da Capela Mor deram um gozo especial porque olhámos pa-ra aquilo e não se percebia muito bem o que lá estava. Depois de fazermos a limpeza e a intervenção de conservação e restauro, apa-receram aquelas cenas todas”, lembra. “Em termos de complexidade, o nicho e o próprio tecto foram trabalhos muito complicados”. Depois, remata com uma pontinha de vaida-de, perante o sorriso do pai. “Nós aqui faze-mos tudo. Só não podemos é fazer milagres”.

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“Sempre me disseram que o negócio de sapatos era muito mau mas não podemos acreditar em tudo o que nos dizem”, diz a sorrir. Vinte e cinco anos depois, o “Novo Estabelecimento” que O MIRANTE anunciava, parece já ter cumprido a sua missão. Os filhos do casal Braz não estão no ramo. Um é engenheiro mecânico e outro está a tirar um curso de informática.

Rosa Maria Pereira Simões Braz é uma pessoa alegre, bem disposta e gosta de con-versar mas não gosta de se expor. Aparece neste conjunto de pequenas reportagens que O MIRANTE fez com os anunciantes da pri-meira edição porque a sua natural simpatia venceu a sua vontade de mandar o jornalista embora. A frase chave da entrevista foi repe-tida vezes sem conta. “Eu não me quero lá no jornal”. Ainda bem que mudou de ideias porque sem ela perdíamos a única senhora do conjunto. Ainda por cima com nome de flor. E havia também a coincidência de a sapata-ria A Rosita ter nascido em 1987, no mesmo ano do jornal.

Muita coisa mudou na Chamusca desde essa altura embora a tentação que se tenha é a de dizer que nada mudou. Rosa Maria, que até estranha quando a chamam pelo no-me de registo e não pelo diminutivo, fala nas estradas que estão todas arranjadas, no Eco Parque do Relvão, na freguesia da Carreguei-ra, onde foram criadas dezenas e dezenas de postos de trabalho e do tamanho dos pés das clientes da sapataria. “Agora as pessoas mais novas têm os pés maiores do que há 20 ou 25

O fim dos bailes das colectividades fez murchar “A Rosita”A sapataria da Chamusca que nasceu no mesmo ano de O MIRANTE

anos”, diz com o saber de experiência feito. E também confirma que já lá vai o tempo em que as senhoras com pé 38 usavam sapa-tos 36. “Isso acabou. Agora também querem conforto. Não querem calçado apertado ou que as magoe”.

A maioria dos clientes é do sexo femini-no. É ali e em todas as sapatarias do mundo. “Os sapatos das senhoras são mais vistosos. A moda está sempre a mudar. São feitos pa-ra fazer conjunto com a roupa e as malas de mão. Para fazer vista. Os sapatos dos homens são mais resistentes e a maior parte dos mode-los não passa de moda”, explica. Quando lhe perguntamos se tem muitos sapatos respon-de que sim mas não é capaz de dizer quantos. “Não faço a mínima ideia mas ao lado dos do meu marido são uma imensidão”, confessa.

Os pequenos anúncios que O MIRANTE pu-blicou na primeira edição não eram nenhum primor de estética. Caixa com fundo branco com a mensagem curta e directa escrita em diferentes tipos de letra. “A Rosita - Novo Estabelecimento - Malas - Sapatos - Brinque-dos”. A publicidade não fazia justiça aos sa-patos, principalmente aos das senhoras, que eram e ainda são, pequenas obras de arte...pelo menos alguns deles.

À porta da sapataria passam dois jovens a cavalo. O ruído característico das ferraduras a bater no alcatrão sobrepõe-se por momen-tos ao plangente fado que passa na rádio. Duas senhoras estão sentadas à conversa es-perando pacientemente que a entrevista aca-be. “Entram aqui muitas pessoas só para me cumprimentar e para dois dedos de conversa. Visitam-me quase todos os dias”.

As encomendas que faz de sapatos têm em conta aquilo que ela sabe interessar às clientes que melhor conhece. “Já lhes conhe-ço os gostos”, diz. Já antes da crise o negócio

estava em queda. Curiosamente a primeira machadada foi dada com o fim dos bailes e festas das colectividades da terra. “Era hábi-to estrear sapatos nessa altura. Agora já não é assim. Nem bailes há”, lamenta.

Rosa Maria Pereira Simões Braz é de Fo-ros da Barreta, freguesia de Santa Maria, Tor-res Novas. Quando era miúda costumava ir à Chamusca com a família, principalmente em dias de festa. “Vínhamos sempre à tou-rada de Quinta-Feira de Ascensão. Eu passa-va o tempo todo a chorar com medo que o touro marrasse no cavalo”, lembra. Aqueles acontecimentos não foram traumáticos. Ho-je gosta de touradas e só não vai mais vezes porque o marido “não liga muito” àquele tipo de espectáculo. “Mas vou sempre à entrada de touros”, remata.

A sapataria não era um negócio de famí-lia. Surgiu numa altura em que Rosa Maria estava desempregada. “Sempre me disseram que o negócio de sapatos era muito mau mas não podemos acreditar em tudo o que nos di-zem”, diz a sorrir. O nome da loja foi sugerido por uma amiga. Vinte e cinco anos depois, o “Novo Estabelecimento” que O MIRANTE

anunciava, parece já ter cumprido a sua mis-são. Os filhos do casal Braz não estão no ra-mo. Um é engenheiro mecânico e outro está a tirar um curso de informática.

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foto O MIRANTE

Quando éramos pequenos não dizíamos que queríamos ser agentes funeráriosGabriel Bento e Abel Lucas decidiram comprar agência durante uma reunião do PCP

Gabriel de Oliveira Bento tinha medo dos mortos e nunca ia a funerais. Abel Vicente Lucas era carpinteiro numa empresa de Almeirim e nunca lhe tinha passa-do pela cabeça ser “cangalheiro”. Um dia, em 1981, durante uma reunião do PCP, enquanto o res-to dos camaradas discutia teorias revolucionárias, os dois decidiram revolucionar as suas próprias vi-das comprando uma agência fu-nerária. E passaram da teoria à prática sem mais delongas.

A ideia andava a germinar há muito tempo na cabeça de Gabriel Bento. “Sou do Chouto mas vim para a Chamusca há mais de 40 anos. Trabalhava na moagem e um dia apareceu lá o João Louro a pedir-me para ir com o camião ao lar buscar uma velhota que ti-nha falecido. Fui lá para carregar a urna e estive a ajudar o dono da agência, o José Salada, a prepará--la. Ele já só fazia um funeral de ano a ano. Não sei porquê, per-guntei-lhe se não queria vender e, para minha surpresa, ele disse que sim. Entusiasmado cheguei a casa e disse à minha mulher. Ela gritou comigo e disse-me pa-ra nem sequer pensar mais no as-sunto. Como eu até tinha medo dos mortos calei-me”.

Calou-se mas a semente estava lançada. Quando, alguns meses mais tarde, ele e o amigo decidi-ram avançar a primeira coisa que fizeram foi um pacto de silêncio relativamente às mulheres. Só as informaram depois do negócio concretizado. “Quando a minha mulher soube ia-me pegando fo-go”, conta Abel Lucas. Gritou co-

migo e as primeiras vezes que fui fazer funerais, quando chegava a casa e me despia, ela deitava-me a roupa pela janela, para a rua. Mas isto é como tudo. Ao fim de algum tempo habituou-se, diz com um sorriso. Quem também se habituou aos mortos foi Gabriel. Agora diz que o único medo que tem...é dos vivos.

Do surgimento de O MIRANTE lembram-se por causa dos fune-rais. “O agente do Hélder Vacas, que era a agência que fazia quase todos os funerais na Chamusca, sentava-se no café a ver a página de necrologia e ia lendo em voz alta: Hélder Vacas, Hélder Vacas, Hélder Vacas, Hélder Vacas e..vá lá, está aqui um da Bento&Lucas. O meu maior prazer foi, algum tempo depois, chegar ao café e começar a ler para ele em voz al-ta: Bento & Lucas, Bento & Lu-cas, Bento & Lucas, Bento & Lu-cas e..vá lá, um da Hélder Vacas”, conta a sorrir Gabriel Bento.

Efectivamente o arran-que não foi fácil. “Nós não deixámos logo os empregos que tínhamos. Só quando nos começá-mos a implantar é que o fizemos”, esclarece. “O primeiro funeral que fi-zemos foi o de um primo meu do Chouto. Nunca mais me esquece que custou 13 contos e qui-nhentos. Agora era fu-neral para ficar pelos 1600 ou 1700 euros”, conta. “E o velhote que nos vendeu ain-da andou algum tem-po connosco para nos

orientar”.“Foi uma espécie de formador.

O nosso mestre”, diz Abel Lucas. “Agora fazem acções de formação e lá vamos nós mas muitas vezes não se aprende nada. São coisas que já sabíamos há muito tem-po. Isto não quer dizer que algu-mas não sejam úteis. Há muitas inovações e é preciso aprender”, refere. Dois filhos de ambos os sócios, João Pedro Bento e José Luís Lucas, assistem à conver-sa. Já começaram a trabalhar na agência, acompanhando os pais, para darem sequência ao negó-cio. “Eu tenho 69 anos e o Abel 66. Esta é uma profissão que não se escolhe. Nós também não dizí-amos que queríamos ser agentes funerários quando fossemos gran-des”, diz Gabriel Bento. “Mas co-mo as coisas estão em termos de emprego não há muita escolha”, acrescenta.

Nenhum dos dois faz ideia de quantos funerais já fez. “Já lá vão

31 anos. Foram umas largas cente-nas mas é difícil dizer”, confessa Abel Lucas. Sobre os funerais mais

difíceis, os dois estão de acordo, são os de jovens e crianças ou os de grandes amigos. Quanto aos fu-nerais de outros credos religiosos dizem que não têm qualquer difi-culdade. “Limitamo-nos a cumprir as indicações que nos são dadas”.

Uma inovação que não introdu-ziram nem pensam introduzir foi a máquina de café ou o serviço de catering. “Geralmente ao lado das capelas mortuárias há cafés. Acho que eles também têm direito a fa-zer algum negócio. Além disso, se for a agência a fornecer os cafés e outras coisas, quem paga tudo é a família e não vale a pena estar a sobrecarregar as pessoas com despesas”. Sobre o assunto, Abel Lucas acrescenta com ironia. “Eu gostava de saber o que diriam os nossos colegas que têm catering se os cafés começassem a vender urnas?!”.

Do surgimento de O MIRANTE lembram-se por causa dos funerais. “O agente do Hélder Vacas, sentava-se no café a ver a página de necrologia e ia lendo em voz alta. Hélder Vacas, Hélder Vacas, Hélder Vacas, Hélder Vacas e..vá lá, está aqui um da Bento&Lucas. (...)

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 18 foto O MIRANTE

Tempos houve em que nem abria O MIRANTE, de tanto trabalho que tinha. Não se lembra do anúncio que pagou e foi colocado na página 13 da primeira edição do jornal. Provavelmente nem o terá chegado a ler.

Aos 68 anos, Abílio Esperança Mar-ques confessa que começa, finalmente, a ter algum tempo para ler O MIRANTE como deve ser. Tempos houve em que nem o abria, de tanto trabalho que tinha. Não se lembra do anúncio que pagou e foi colocado na página 13 da primeira edi-ção do jornal, que saiu com data de 16 de Novembro de 1987. Provavelmente nem o terá chegado a ler, a acreditar no que nos conta da sua vida. “Naquele tempo eu andava de porta a porta pelas aldeias do concelho a vender electrodomésticos e móveis. Tinha o meu negócio há 17 anos e as coisas corriam bem”.

A publicidade à empresa onde se indi-cava ser a mesma representante oficial das marcas Philips, Oliva e Grundig, ficou ao lado do anúncio da visita da bibliote-ca itinerante da Fundação Calouste Gul-benkian nos dias 20 de Novembro e 18 de Dezembro, das 16h30 às 19h30, no Largo Vasco da Gama, junto à Igreja Matriz.

Abílio Esperança Marques, nascido na Parreira, começou a fintar o destino aos 12 anos. “Os meus pais trabalhavam na agricultura. Eu ia com eles ainda criança para ajudar no que podia. Via-os a fazer milho naqueles cabeços. Uma terra que era só pedras. No fim era um saco para nós e três para o patrão. Aquilo era uma escravidão”. Entrou como aprendiz numa alfaiataria lá da terra mas cedo percebeu que também não era ali o seu futuro. “O acordo era eu trabalhar lá de graça, co-mo aprendiz, quatro anos, até começar a ganhar. Andei lá dois e pisguei-me pa-ra Alpiarça. Tinha 14 anos e fui para um restaurante”.

De Alpiarça foi para outro restauran-te em Coruche. De Coruche foi para a tropa. Tinha seis anos de tarimba, co-mo ele diz. Sempre a poupar, tostão a tostão. Em Angola andou três meses a proteger colunas de transporte de café. Samba Caju, Vila Sa-lazar...os restantes 14 meses foram no bem-bom do quar-tel em Luanda. Há quem diga que o tempo de tropa foi um tempo de des-canso. Para ele fo-ram meses e meses de trabalho. Saía do quartel e ia traba-

Os mil sacrifícios de Abílio Esperança Marques para escapar à escravidão“Quando entrei para a tropa já sabia muito bem o que custava a vida”

lhar para restaurantes e hotéis. Noites, fins-de-semana. “Naquela altura éramos poupados. Hoje os jovens não sabem o que custa a vida”, sentencia. Quando regressou usou as poupanças para se estabelecer por conta própria a vender electrodomésticos e móveis. Os sacrifícios feitos tinham-lhe aberto a porta da independência.

“Trabalho com a minha esposa, Maria José. O meu irmão esteve aqui vinte e tal anos. Depois foi-se embora. Queria mais dinheiro e eu não lhe podia pagar o que ele queria. Tentei outros funcionários mas não consegui. Não deu. Não estimavam as coisas. Estragavam. Outros em vez de andar a trabalhar iam passear”.

Nota-se que é um homem à moda an-tiga. Os filhos foram estudar e o negócio dos pais não lhes diz muito. “O rapaz é professor. A rapariga tirou um curso de comunicação e trabalha na Multiópticas. Nenhum deles trabalhou comigo. Nem pensar. Nem ajudar. Eles não queriam. Quando começaram a aparecer os novos televisores ainda lhes pedia ajuda de vez em quando porque tinham mais facili-dade. Às vezes perguntavam-me se eram mesmo precisos”.

Em cima de uma mesa está uma edição recente de O MIRANTE. Faz uma pausa para falar do director geral Joaquim An-tónio Emídio. “Lembro-me dele trabalhar no Grémio”. Está a falar de alguém que também subiu a pulso e venceu. Alguém por quem nutre estima e admiração.

Volta aos filhos quando lhe pedimos para falar da evolução da Chamusca. “O rapaz está em Tomar. A minha filha tem que ir todos os dias para Santarém. A Cha-musca não evoluiu. Está a andar para trás. Ficámos sem pão, sem vinho e sem toma-tes. Fecharam as padarias. Fechou a adega cooperativa. Fechou a fábrica do tomate que era o que dava alma a isto. Antiga-mente havia trabalho. Até os estudantes podiam trabalhar no Verão, na fábrica do tomate para ganhar algum dinheiro. Agora não há nada. Fecha tudo. Aqui há tempos contei quarenta e tal armazéns que eu conheci, que já fecharam”.

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Gosto de dizer que a primeira edição de O MIRANTE foi montada em minha casaSérgio Pedrosa diz que nunca lhe passou pela cabeça que o jornal chegasse onde chegou O director, Joaquim António Emídio, era o meu cliente mais exigente. Quando ele tinha uma ideia não descansava enquanto não a via concretizada e estava constantemente a inovar. Quando passou para outra empresa foi porque eu já não tinha equipamentos para fazer como ele queria.

Chama-se Sérgio Pedrosa e paginou a primeira edição de O MIRANTE. Na altura ainda não estavam vulgarizados os programas informáticos de paginação. Os pequenos jor-nais regionais eram feitos através do sistema de fotocomposição. Os textos eram batidos numa máquina de escrever, as colunas cola-das numa página base, as fotografias coloca-das posteriormente e tudo era fotografado página a página. Não vale a pena entrar em pormenores porque não é fácil a quem vive e trabalha hoje imaginar o que era esta pré--história da edição de periódicos.

Na altura Sérgio Pedrosa trabalhava na sua própria casa com a ajuda da mulher. Fazia vários jornais da região e um dia foi contac-tado para fazer um jornal novo da Chamus-ca que se chamava O MIRANTE. O actual cabeçalho, que se mantém desde esse longín-quo primeiro número, foi criado por ele com um tipo de letra que já existia. Era um men-sário com 16 páginas. “Se tivesse que fazer O MIRANTE de hoje com o mesmo sistema que se usava na altura, não conseguia”, diz. “Para compormos 88 páginas, por exemplo, uma semana não chegava e tínhamos que trabalhar 16 horas por dia”, explica.

A primeira máquina que comprou e onde foi montada a primeira edição de O MIRANTE, foi uma opção de vida. “Custou--me 950 contos. Era tanto como um aparta-mento em Santarém. Comprei a máquina a pensar que com ela poderia arranjar dinheiro para comprar uma casa. Não comprei a casa

mas comprei as instalações para a empresa e mais tarde um segundo escritório, tudo na Rua Pedro de Santarém”.

“O senhor Emídio entregava-me umas folhas com as notícias e os textos para a pu-blicidade e dava-me uma pré-maqueta para indicar como queria cada uma das páginas. Onde ficaria a publicidade e onde ficariam os textos. Era impossível saber à partida qual o espaço que cada texto e foto iria ocupar. O problema que tínhamos na fotocomposição é que, fazia-se a montagem do texto coluna por coluna e quando chegávamos ao fim so-bravam 5 linhas, por exemplo. Tínhamos que

estar a recortar aquilo linha por linha para caber tudo. O sistema não dava. Hoje as au-tonomias são completamente diferentes. Por vezes tínhamos que colocar uma informação a dizer que continuava na página tal. E às ve-zes não continuava porque alguém se esque-cia de colocar o resto do texto”.

O director do jornal acompanhava de per-to a composição. “Como vivia na Chamusca ia muitas vezes a Santarém à noite para ver como estava a correr o trabalho. Era com certeza o cliente mais exigente que eu tinha. E sempre gostou de inovar. Todos os meses aparecia com uma ideia diferente. Por vezes

eu dava uma sugestão para ultrapassar algum problema mas quando ele tinha uma ideia não descansava enquanto a não via concretizada. Os outros mandavam a maquete e como sa-ísse é que saía, não havia problema. O Joa-quim António Emídio não desistia até estar tudo como ele queria”. Depois era a dança das gráficas. Cada número era impresso nu-ma diferente. “Às vezes não estavam disponí-veis quando era preciso. Outras vezes faziam mau trabalho”, explica. Quando o jornal es-tava pronto Sérgio Pedrosa ia entregá-lo ao cliente para este o dobrar, etiquetar e entregar nos correios. Eram edições pequenas. Entre 1500 e 2500 exemplares mas como era tudo feito manualmente demorava algum tempo.

A última edição de O MIRANTE paginada por Sérgio Pedrosa foi a de Março de 1989. “Ele queria alterar algumas coisas e nós não tínhamos os sistemas que permitiam fazer o que ele queria. Ficamos amigos até hoje. Nunca me ficou a dever nada ao contrário da maioria. Eu entregava o jornal e ele pagava. Sempre usou esse sistema”.

Sérgio Pedrosa tem 55 anos. É da zona de Pombal. É da Guia, Ilha de Baixo, freguesia da Mata Mourisca. Aos 16 anos foi para Lis-boa onde tinha um irmão a trabalhar em ar-tes gráficas e foi aí que começou. Depois de casar, em 1978, foi viver para Santarém. O seu trabalho no ramo começou a declinar com o advento dos computadores e programas de paginação. “As coisas levaram um tombo mui-to grande. O Estado financiava equipamentos aos jornais e a partir do momento em que os jornais começaram a ter autonomia deixei de ter trabalho como antes. Nos últimos anos já me mandavam tudo paginado. Eu colocava as fotos porque ainda não havia scâneres e de-pois era só fazer a montagem do plano para ir para a impressão. Para a rotativa. Depois com a vulgarização dos scâneres e do envio para as gráficas através da internet, tive mes-mo que mudar de vida”.

A última edição de O MIRANTE paginada por Sérgio Pedrosa foi a de Março de 1989. “Ele queria alterar algumas coisas e nós não tínhamos os sistemas que permitiam fazer o que ele queria. Ficamos amigos até hoje. Nunca me ficou a dever nada ao contrário da maioria. Eu entregava o jornal e ele pagava. Sempre usou esse sistema”.

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A primeira gralha de O MIRANTE caiu no anúncio da Campos & NazárioO Cavaleiro Andante engraçou com as camisas de António Campos que afinal não eram de seda

Do que muitos ainda se recordam é da atracção que as vistosas camisas de António José Campos, um dos sócios da empresa, exerciam sobre o Cavaleiro Andante que passeava o seu “veneno crítico” na Estrada do Meio, uma coluna da última página. Na altura o empresário era vereador municipal eleito pelo PS e como todo o bom político que se preze, levava umas “ferroadas”. O visado conta que aguentava bem mas que havia quem não gostasse.

Costumava dizer-se nas antigas redacções, que um jornal sem gralhas era como um jardim sem flores. Na primeira edição de O MIRANTE a famosa gralha mar-cou presença e logo numa publi-cidade. Num oitavo de página co-locado na página 9, a Oficina de Reparações - agente Renault para todo o concelho da Chamusca, que se chamava, e chama, Campos & Nazário, apareceu com o nome Campos & Narciso. Passados 25 anos já ninguém se recorda do

erro mas na altura deve ter dado que falar.

Do que muitos ainda se recor-dam é da atracção que as vistosas camisas de António José Campos, um dos sócios da empresa, exer-ciam sobre o Cavaleiro Andante que passeava o seu “veneno críti-co” na Estrada do Meio, uma co-luna da última página. Na altura o empresário era vereador muni-cipal eleito pelo PS e como todo o bom político que se preze, levava umas “ferroadas”. O visado conta que aguentava bem mas que ha-via quem não gostasse. “Eu tinha estrutura. Aquelas piadas não me afectavam muito. Já sabia que, ao meter-me na política, aquilo podia acontecer. Ainda por cima tam-bém estava nos bombeiros, centro cultural, rádio...tinha que levar nas orelhas de vez em quando. Não escapava. A minha mulher sen-tia aquilo mais que eu. Afinal era ela que me comprava as camisas, que nem sequer eram de seda co-mo apregoava o Cavaleiro Andan-te. Mas eram camisas modernas. Ainda hoje gosto de acompanhar as modas”, diz a sorrir.

Joaquim José Nazário, compa-nheiro de Campos na sociedade há quase quarenta anos e amigo de infância não usava camisas de seda mas também tem a sua vai-dade. Ganhou algum peso após ter deixado de exercer como mecânico para tratar da gestão da empresa e

está preocupado com a fotografia que irá sair no jornal. E logo nu-ma edição de aniversário. “Vejam lá se não me destacam a barriga”, diz com um sorriso tímido.

“Os dois lembram-se bem do início do jornal e continuam a acompanhá-lo. “Continua a ser um jornal interventivo. Mexe nas coisas sem medo quando elas pre-cisam ser mexidas. Vejo-o todas as semanas e gosto muito de o ler”, diz António José Campos enquan-to o amigo acena afirmativamente com a cabeça.

Joaquim José Nazário tem 63 anos. Faz 64 em Dezembro. Como a maioria das pessoas da mesma idade começou a trabalhar bem cedo. Quando fiz a 4ª classe a mi-nha mãe disse-me que eu ia ter uma semana de férias. Afinal as minhas férias foram a trabalhar no campo como aguadeiro. Chegava água aos trabalhadores nos dias de grande calor. Fiz aquilo até aos meus 12 anos. Depois trabalhei um tempo numa moagem do Amaral e comecei a aprender a mecânico com 13 anos. Ainda estive numa Escola de Condução onde atendia os clientes e registava os dados deles mas não gostava muito da senhora que lá estava porque ela me obrigava a encerar as escadas e eu tinha vergonha daquele tra-balho. Até fechava a porta da rua para ninguém me ver. Dali fui pa-ra o oficina do Zé Marques. Estive

lá um ano. Fiz lá os 14 anos e foi quando comecei a descontar para a Caixa de Previdência”.

Os dois sócios começaram na mesma oficina. “Saí da escola e fui logo para o Zé Marques, ainda não tinha 11 anos”, conta António José Campos. “Fui para mecânico porque gostava. Eu vivi muitos anos no chamado Pátio dos Gon-çalves. Quem vivia lá era o pai do Zé Marques, o tal dono da oficina. Ele dizia sempre que eu tinha que ir para mecânico e eu fiquei sem-pre com aquilo a martelar-me na cabeça. Quando já andava na es-cola o meu grande objectivo era ir para a mecânica. Com o José Mar-ques havia uma relação de família. O meu pai pediu-me para ir para me aceitar lá como aprendiz e as-sim foi. Ele era um bom profissio-nal mas muito complicado em ter-mos de relações humanas”, conta.

António José Campos ficou pela Chamusca. Joaquim José Nazário

foi trabalhar para Lisboa para a empresa de camionagem Claras, depois da tropa. Quando foi pos-ta à venda a oficina de António Barreto, fizeram uma sociedade com o já falecido José Rosa Fer-nandes que olha para eles da pa-rede do escritório, num retrato a preto e branco. A empresa passou a chamar-se Fernandes Campos e Nazário. Foi a 1 de Janeiro de 1975. Mais tarde Campos e Nazá-rio compraram a parte do outro só-cio e continuaram juntos até hoje. Resumir a vida de tanta gente em meia dúzia de linhas é impossível mas é assim que se simplificam os relatos. Quanto à Chamusca de há um quarto de século atrás é o ex--político que assume as despesas da conversa. “Quem faz as terras são as pessoas que lá vivem. Nós aqui trabalhamos o mais que po-demos e não temos tempo para lamentos”.

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 21 foto O MIRANTE

Marcar a entrevista não foi fácil. É hoje, é amanhã, não pode ser, é completamente impossível, você nem imagina o trabalho que tem caído aqui, não tenho tempo nem para respirar. Há 25 anos o ritmo de vida e de trabalho era mais lento.

Sete dias depois de ter saído a primeira edição de O MIRANTE, Joaquim José Quei-mado completou 38 anos. Na altura já leva-va um pouco mais de duas décadas de traba-lho. Reparação de rádios e electrodomésticos primeiro e electrificações industriais e agrí-colas depois. Agora que começava a sonhar com dias de pesca e viagens que nunca fez, desabou-lhe trabalho em cima como nunca tinha visto. E a culpa foi toda da crise.

“As empresas já só estavam habituadas a comprar novos equipamentos. Na actual situação não pode ser assim. Como fazemos a manutenção da parte eléctrica de equipa-mentos industriais, não temos mãos a medir. Nunca tive falta de trabalho em toda a mi-nha vida mas agora há trabalho em excesso”, afirma. “Temos assistências a secadores de milho e arroz que vêm desde Aljustrel até aqui à zona. Torres Novas, Alcanena, Carta-xo... são máquinas que montámos há 20 ou 25 anos, que ainda estão a trabalhar e que precisam de assistência”.

A sorte de Joaquim José Queimado não se limita ao facto de ter trabalho quando os ou-tros estão parados. Também recebe a tempo e horas, coisa rara nos tempos que correm. “A velocidade com que se vai buscar mate-rial e a velocidade com que o material sai do armazém para as obras, é muito grande com-parada com a velocidade com que se recebe. Gastamos a 200 à hora e recebemos a 100 à hora mas tenho que reconhecer que os meus clientes pagam e pagam dentro de prazos ra-zoáveis. Os dedos de uma mão chegam pa-ra contar os casos complicados a esse nível”.

Marcar a entrevista não foi fácil. É hoje, é amanhã, não pode ser, é completamente

Um paraíso no meio da tempestade da crise com trabalho e pagamentos a horas Joaquim José Queimado sonha com dias de pesca e viagens há muito adiadas

impossível, você nem imagina o trabalho que tem caído aqui, não tenho tempo nem para respirar. Finalmente dez minutos ao balcão no pavilhão que a empresa ocupa na zona industrial. À memória vem-nos a hora e meia de entrevista que Amália Rodrigues lhe concedeu, a ele e mais dois amigos da Rádio Bonfim (José Sirgado e Raul Caldeira), em Fevereiro de 1991, com direito a sofá e tudo, cuja história O MIRANTE recuperou há um ano na edição de 30 de Novembro.

O Cavaleiro Andante surgiu nos primór-dios do jornal com os seus comentários cáus-ticos e bem humorados. O empresário deixa escapar um sorridente “venenosos!”. Confes-sa que gosta muito de ler mas que há alturas em que só lê documentos da empresa. “Eu gosto muito da minha profissão mas agora passo mais tempo à volta de papéis. Tenho que fazer a gestão”, desabafa. “Há 25 anos nós trabalhávamos durante o dia e fazíamos a contabilidade à noite. Agora fia mais fino com as exigências que nos são impostas. Já não podemos fazer a mesma coisa”.

Sobre a evolução da Chamusca tem opi-nião positiva. “Evoluiu bastante mas com-preendo que nem toda a gente tenha a mes-ma opinião porque nós queremos sempre mais. Mas não podemos é querer mais do que a situação permite. Há certas alturas em que talvez pudesse dar dois passos mas prefiro dar apenas um com segurança. É a minha maneira de ver e não me tenho da-do mal”, explica.

Acompanha o que se passa em termos po-líticos mas tem uma opinião crítica dos que exercem cargos de poder. “Tenho uma ideia muito própria dos políticos e da política e foram os políticos que fizeram com que eu deixasse de ter interesse e de me manifes-tar”. Lamenta que tenham vindo a desapa-recer espaços de convívio. “Havia colectivi-dades e associações onde convivíamos mas têm desaparecido o que é pena”.

Já na despedida dá graças por ter saúde e confidencia alguns desejos. “Nesta altura gos-tava de já estar fora disto para me dedicar à pesca e viajar um pouco. De passar por aqui de vez em quando”. Para a concretização de tais sonhos há outros sonhos que ele sonha.

“Tenho uma filha que é funcionária da PT. O meu genro também trabalha lá. Há uma hipótese de a empresa ter seguimento. E há

o meu neto. Eu gostava. Afinal o que eu an-dei a fazer na vida está aqui”, diz apontando para o interior do amplo pavilhão.

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foto O MIRANTE

Tem 48 anos de idade. Começou a trabalhar por conta própria pouco antes de ter saído a primeira edição de O MIRANTE onde colocou um anúncio a oferecer os seus serviços de reparação de electrodomésticos. É leitor assíduo do jornal e consumidor atento de notícias. “Se vou a conduzir e não está a dar notícias, desligo o rádio”.

Há 25 anos quando o anúncio de reparações de electrodomésticos, bobina-gens de motores e instalações eléctricas saiu n’ O MIRANTE, encimado pelo nome Paulo Jorge Marujo Vicente, muita gente da terra se terá interrogado sobre quem era aquele técni-co. Embora o seu nome de registo seja esse e o use normalmente em toda a documentação, sempre foi conhecido por Paulo Durão, filho de Francisco Durão, que também não era Durão.

“A minha avó paterna teve dois filhos de um homem que era casado. Ele nunca perfi-lhou o meu pai nem o meu tio mas as pesso-as conheciam a história e diziam que eram os filhos do Durão”, conta Paulo. “O mau pai já averbou o Durão. Eu não o fiz mas continuo a ser Durão. E o meu filho mais velho também já é conhecido por Durão embora não o sejas efectivamente.

A família Vicente/Durão saiu da Golegã quando Paulo tinha ano e meio e foi para Moçambique. Até à independência da antiga colónia viveu em Lourenço Marques, que ago-ra se chama Maputo. Tinha o pequeno Paulo 9 anos quando se deu o regresso a Portugal.

“O meu pai foi para a Spalil (Fábrica do Tomate) trabalhar como electricista e como tocava acordeão começou nos tempos livres a fazer bailes para ganhar mais algum dinheiro. Ao fim de algum tempo começou a trabalhar

O Paulo Durão que se chama Vicente e a parede forrada a diplomas“Já recebi convites para ir trabalhar para o estrangeiro mas não quero sair daqui”

por conta própria”, lembra Paulo Vicente. Estamos na zona industrial da Chamusca.

De vez em quando o entrevistado olha para o relógio. Não quer ser deselegante porque outras tentativas de falar com ele tinham si-do canceladas mas tem um cliente à espera. “Tenho tido trabalho, felizmente. Não houve diminuição de trabalho, apenas algumas alte-rações. Trabalhava mais em instalações de re-sidências. Actualmente estou a trabalhar mais em assistências”, explica.

A par da actividade empresarial toca acor-

deão nos ranchos folclóricos da Chamusca e da Carregueira, como aconteceu com o pai. Diferente do progenitor é a apetência para trabalhar no estrangeiro. “Depois de termos vindo de Moçambique o meu pai foi trabalhar para Angola. E mais tarde para França e para Inglaterra. Eu já tive várias propostas para tra-balhar no estrangeiro mas rejeitei sempre. Só saio se isto se complicar muito”.

Uma das paredes do escritório de Paulo Jor-ge Marujo Vicente, está repleta de diplomas encaixilhados, que atestam a frequência de

cursos e acções de formação. Em cima da se-cretária estão muitos mais à espera de serem emoldurados e pendurados ao lado dos outros. Em lugar de destaque poderia estar um diplo-ma assinado pelo pai. Foi com ele que Paulo aprendeu o bê á bá dos assuntos eléctricos.

“Nas férias eu ia sempre trabalhar com ele. Desde os meus 14 anos. Quando saí da escola ainda trabalhei com ele durante algum tempo. Depois tirei um curso de formação e fui para Alpiarça trabalhar para uma empresa durante três anos. Ao fim desse tempo comecei a tra-balhar por conta própria. Conquistei a minha independência”, conta.

A par das questões eléctricas aprendeu tam-bém a tocar acordeão mas aí o mestre não foi o pai mas um outro acordeonista da Chamus-ca, João de Sá. No processo de transmissão de conhecimentos de pais para filhos, houve um curto-circuito. O filho mais velho, que também se chama Paulo Vicente e a quem também tra-tam por Paulo Durão, não aprendeu o ofício de electricista.

“Os tempos são outros. Já não podemos an-dar com os miúdos atrás. É uma vida compli-cada. Uma pessoa por conta própria não tem horário. É de manhã à noite. Quanto mais fi-zer, melhor. Não tenho sábados nem domin-gos. Era impossível ele andar comigo como eu andei com o meu pai. Ele está a tirar um cur-so de informática mas mesmo assim chegou a ajudar-me nas férias para ter uma noção do que é a vida”, justifica-se.

Tem 48 anos de idade. Começou a traba-lhar por conta própria pouco antes de ter sa-ído a primeira edição de O MIRANTE onde colocou um anúncio a oferecer os seus servi-ços de reparação de electrodomésticos. É lei-tor assíduo do jornal e consumidor atento de notícias. “Se vou a conduzir e não está a dar notícias, desligo o rádio”.

Sobre a evolução da Chamusca de há 25 anos para cá é bastante crítico como o são to-das as pessoas que ambicionam mais e melhor. “A nível de trabalho houve uma fase muito boa até há seis ou oito anos, depois quebrou tudo. Está tudo parado. É verdade que temos boas estradas e que o parque do Relvão tem mexido mas foi pena não terem dado outras hipóteses a empresas que se queriam instalar aqui. Diziam que a zona industrial era precisa para os empresários da Chamusca. Afinal é o que se vê. Estão cá meia dúzia deles”.

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“O MIRANTE faz a cobertura dos principais acontecimentos da nossa região, contextualizando-os e apresentando vários pontos de vista. Tem uma cobertura da informação quase imediata. Está sempre em cima do acontecimento.” Carlos Henriques - Sócio gerente do El Galego

“O MIRANTE é um jornal de referência na região, dinâmico, sempre à procura das informações que interessam aos leitores e é por isso que se mantém com esta atividade invejável, sem perder o fulgor. Todas as semanas leio O MIRANTE com expectativa.”António José Ganhão - Presidente da Câmara Municipal de Benavente

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“O MIRANTE é um projecto de

sucesso, sempre atento à dinâmica

do meio em que se insere, fundamental

para a divulgação de informação de qualidade e independente.”

António Dieb - presidente da Comissão de Coordenação e

Desenvolvimento Regional do Alentejo (Ccdra)

O melhor guardião da qualidade da democracia

Orlando FerreiraAdministrador da Rodoviária do Tejo

Qual a importância de saber o que se passa na região onde se vive e não ape-nas o que se passa em Lisboa e nos gran-des centros de decisão a nível mundial?

Num tempo em que as pessoas desfru-tam das vantagens da informação rápida da era digital e não desconhecem o que se passa em Lisboa e no resto do mundo,

tem vindo a crescer o seu interesse pelos assuntos mais próximos do seu quotidiano e que afetam diretamente as suas vidas. A vontade de estar próximo dos aconte-cimentos e de ter acesso às informações referentes ao espaço onde vivem é, e de-verá continuar a ser, uma constante entre as populações de uma região. É mais uma vez o exercício da cidadania e a qualidade da democracia que está em causa. Compe-te à imprensa regional (digital ou escrita) o papel de destaque neste conhecimento do que se passa em cada região e no arti-cular das relações de vizinhança. Só ela é capaz de transmitir de uma forma crítica, eficaz e não cacofónica as dimensões de territorialidade, de proximidade, de singu-laridade, de diversidade e de familiarida-de das pessoas de cada região. As regiões necessitam de mecanismos que reforcem o sentimento de pertença e é a imprensa regional que tem essa credibilidade. Gran-de desafio. Enorme oportunidade.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE?

O MIRANTE continua a ser um proje-to editorial de sucesso. Diverso na escrita e diferente no olhar, contínua a ser um meio de comunicação que toma partido. De forma não parcial. Por vezes ‘mensa-geiro das más notícias’ não confunde dis-cordância com inimizade. Nascido para aproximar vem fomentando, desde 1987, uma comunidade de afetos nesta região. O MIRANTE representa sem dúvida o jor-nalismo que questiona, que confronta e que incomoda. O MIRANTE é exigência, visão,

criatividade, humor, gratidão, inteligência, coragem, autenticidade, otimismo, resili-ência, tenacidade, energia, ponderação e maturidade. Será sempre Joaquim Emídio («…continua a faltar-me o tempo para o futuro» costumava dizer) e, pelo modelo de conduta, é já hoje também Joana Emí-dio. O MIRANTE é no seu todo uma equi-pa competente e amiga.

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunica-ção social?

Estamos hoje perante um mundo mais frio e mais desumanizado, com as decisões políticas a serem tomadas de forma cada vez mais distante, com pouca aproxima-ção às pessoas e quase sempre insuficien-temente explicadas. Vamos de medida em medida a justificar cada medida anterior mas não se informa verdadeiramente on-de estamos, porque estamos e o que temos que fazer! No entanto, porque a informa-ção é um bem comum (de todos e de cada um em particular) e o melhor guardião da qualidade da democracia, continua a ser enorme a responsabilidade dos meios de comunicação nacionais, regionais e locais. Se a imprensa nacional tem o seu enfoque no indivíduo (mera noção aritmética da nossa existência) é à imprensa regional e local que, sem recados nem manipulações, se exige a preocupação com a pessoa. Sem uma informação séria e ética, a cidadania não se exerce e a democracia empobrece. Apesar de existir já a televisão no telemó-vel, a utilização das redes sociais, a possi-bilidade de interação com os conteúdos,

etc, etc… são ainda os meios de comuni-cação tradicionais que continuam a ga-rantir o bom jornalismo e a qualidade da informação. Esse é ainda o jornalismo que questiona, que confronta e que incomoda.

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Muitos dos leitores que aceitaram responder por escrito ao inquérito relativo aos 25 anos de O MIRANTE fizeram--no de acordo com as regras do novo acordo ortográfico. Os restantes utilizaram a antiga ortografia que também ainda está em uso no jornal. Deste modo, nesta edição, nas pági-nas onde são publicadas as respostas ao inquérito, convivem as duas formas de escrita da língua portuguesa actualmen-te permitidas por lei.

Antiga e nova ortografia lado a lado

“O MIRANTE pratica um jornalismo rigoroso e de proximidade, ainda que seja bastante vasta a área geográfica que abrange. A forma como tem sabido afirmar-se como um verdadeiro jornal

local em concelhos tão diversos como os do norte da cintura urbana de Lisboa, os da Lezíria ou do Médio Tejo é o seu grande

trunfo, que tem manejado com destreza.”

Carlos Carrão - Presidente da Câmara Municipal de Tomar

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Informação livre é a chave do desenvolvimento

Edgar António Lopes Godinho - sócio gerente da Laborline

Sendo Portugal um país com memórias recentes da censura à informação e meios de comunicação social, não é difícil perce-ber a importância e impacto da mesma na sociedade actual. Pode-se dizer que a infor-mação livre foi uma das ferramentas chave no desenvolvimento do país e evolução de mentalidades. Neste sentido é praticamen-te impossível imaginar os dias de hoje sem o acesso a estes meios.

A ideia de que se pode generalizar o que se passa a nível nacional ou mesmo mundial com base apenas nos acontecimentos dos grandes centros urbanos, e transpondo essa realidade como correcta, pode negligenciar certas zonas do país, principalmente as zonas do interior, transmitindo uma imagem detur-pada da realidade. Neste sentido a informa-ção regional é de extrema importância para que todos conheçam a verdadeira situação económica e social dessas zonas.

Saliente-se ainda que para a maioria dos

Edgar António Lopes Godinho - sócio

empresários em nome individual ou com pe-quenas sociedades, a forma mais acessível de promover o seu negócio é através da comu-nicação social regional. Residindo e gerindo uma empresa sediada no meio rural é muito importante estar informado e a par dos acon-tecimentos da região.

No meu parecer, o jornal O MIRANTE é uma referência da região, realizando um ex-celente trabalho na área da informação e de-monstrando sempre grande profissionalismo. Um exemplo a seguir.

A quem não conhecesse O MIRANTE diria que é de facto um jornal de qualidade, com informação ajustada ao meio em que se inse-re e com conteúdos interessantes que permi-tem conhecer a região e sua actualidade, sem dúvida um dos melhores jornais da região.

Uma última palavra para a publicidade. Apesar de alguns excessos, ela é a melhor for-ma de dar a conhecer determinado produto ou serviço. A sua inexistência só iria contri-buir para o desconhecimento da população sobre a diversidade de opções de mercado e não quero imaginar a redução drástica do con-sumo provocado por essa falta de informação.

Comunicação social regional tem futuro

José Eduardo Carvalho - Presidente da Associação Industrial Portuguesa - Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI)

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

É inimaginável a sociedade actual sem informação e “mass-media”. São fenóme-nos sociais que impuseram a sua “ditadu-ra” no nosso quotidiano e condiciona, por vezes, a forma como avaliamos o contexto onde vivemos.

Qual a importância de saber o que se

José Eduardo Carvalho - Presidente da

passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

O espaço da comunicação social regional não está esgotado. A crise e a contenção de custos que se traduz na redução de meios que hoje se assiste nos “media” nacional, abre áreas e espaços que fazem prever a continuação e a manutenção da comunica-ção social regional.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

A inovação nos instrumentos de marke-ting e de vendas no comércio actual talvez seja a área que merece mais atenção e refle-xão por parte dos responsáveis da comunica-ção social regional. E talvez o factor crítico para solvabilidade deste tipo de iniciativas empresariais.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

Excelente. Se uma pessoa tiver hábitos de leitura deve também ocupá-los com a leitura semanal deste jornal.

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Transmitir esperança em especial aos mais novos

Carlos Carrão - Presidente da Câmara Municipal de Tomar

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

Como sabe, eu próprio fui jornalista du-rante alguns anos. Para mim, a informação é primordial e os meios de comunicação so-cial são o veículo ideal para a transmitir. Por isso, se de repente ficássemos privados deles, penso que seria um dos maiores retrocessos civilizacionais e um rude golpe nas bases em que assentam as democracias.

Qual o papel da comunicação social na atual crise que atravessamos?

Para além do que já referi, considero que tem a enorme responsabilidade de transmitir esperança e confiança no futuro aos portu-gueses, em especial aos mais jovens.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

Volto à minha experiência pessoal. En-quanto jornalista na imprensa local tentei sempre acompanhar de perto o que se passa-va em cada freguesia e em cada lugar dessas freguesias, e não apenas na sede do concelho. Isso permitiu-me, quando assumi funções au-tárquicas, conhecer muito bem a realidade do concelho de Tomar. Qualquer pessoa que te-nha funções públicas (não apenas políticas, também um médico, um professor, uma assis-tente social), cumprirá melhor o seu papel se conhecer a realidade do concelho e da região em que vive, e a melhor forma de conhecer essa realidade é ler regularmente os jornais regionais e locais.

A publicidade faz falta? É verdade que somos muito assolados por

campanhas de marketing nos dias que correm. Mas, nesta época difícil para os jornais, seria absurdo pensar que a sua sobrevivência seria possível sem publicidade. Penso que cabe às direções e aos conselhos de redação estabe-lecerem regras que consigam um equilíbrio

o mais correto possível entre a componente informativa e a presença de anúncios, de for-ma a evitar que os leitores se sintam “esma-gados” pela publicidade. Respondendo dire-tamente à questão, é bom que esse dia esteja longe, porque quer dizer que conseguimos dar a volta a este período economicamente negro em que vivemos.

Que avaliação faz do trabalho de O MI-RANTE? O que diria do jornal a quem ain-da não o conhecesse?

É um jornal que leio com atenção todas as semanas. Considero que pratica um jornalis-mo rigoroso e de proximidade, ainda que seja bastante vasta a área geográfica que abrange. A forma como tem sabido afirmar-se como um verdadeiro jornal local em concelhos tão diversos como os do norte da cintura urba-na da Lisboa, os da Lezíria ou do Médio Te-jo é o seu grande trunfo, que tem manejado com destreza.

“O MIRANTE tem que ser obrigatoriamente

encarado como um dos jornais estratégicos

da nossa região. É gerador de confortos

e de desconfortos mas a sua função tem

que ser equacionada como tendo esses

pressupostos subjacentes. Leiam-no!”

Carlos Ferreira - Director Execu-tivo do ACES Ribatejo

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 28

Director Geral: Joaquim António Emídio; Director: Alberto Bastos - Cart. Prof.: 2295; ([email protected]); Chefe de Redacção: João Calhaz - Cart. Prof.: 3149 ([email protected]); Chefe de Redacção Adjunto: António Palmeiro - Cart. Prof.: 2984; Redacção: ([email protected]) Jornalistas: Ana Isabel Borrego - Cart. Prof.: 7987, Ana Santiago - Cart. Prof.: 4733, Eduarda Sousa - Cart. Prof.: 9512, Elsa Ribeiro Gonçalves - Cart. Prof.: 5532, Fernando Vacas de Jesus - Cart. Prof.: 3712 ([email protected]), Filipe Matias - Cart. Prof.: 8239, Ricardo Carreira - Cart. Prof.: 5536; Dep. Comercial: ([email protected]); Marketing/Publicidade e Projectos Especiais:([email protected]);Dep. Administrativo e Financeiro: ([email protected]); Recrutamento: [email protected];Redacção Santarém: Rua 31 de Janeiro, n.º 22 - Ap. 389 • 2005-188 SANTARÉM • Telef.: 243305080 Fax: 243305081 [email protected]; Redacção Vila Franca de Xira: Rua dos Bombeiros Voluntários, 44 - Apartado 10 086 • 2600-116 V.F.X. • Telef.: 919 886 516; Proprietário: J. A. A. Emídio e M. F. Emídio, Rua Câmara Pestana, 46 • 2140-086 Chamusca • Telef.: 249769160 • Contribuinte 900 302 798; Sede do editor: L. Marª Marques de Carvalho, 22, 2140 Chamusca; Impressão: Grafedisport Mailing CityPOST; Distribuição: VASP

Fundado em 16 de Novembro de 1987S E M A N Á R I O R E G I O N A L

Preço assinatura anual Portugal 15,50€; Europa 70€;

Resto do Mundo 110€Inscrito no I.C.S. (sob o nº 112.570) Depósito Legal nº. 24646/88

Manter o rumo

Ilídio Lopes - Presidente da Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Uma sociedade sem informação e sem meios de comunicação social é incompatível com os padrões das ditas sociedades moder-nas e democráticas. O direito à informação faz parte da evolução das sociedades e cons-titui cada vez mais uma forma de aprendiza-gem individual e colectiva, para além de ser um meio de integração social. A informação, para além de constituir a matéria-prima de suporte às múltiplas decisões do cidadão, é o meio por excelência da estruturação do pensa-mento. Os meios de comunicação social são os veículos por excelência na disseminação dessa informação e verdadeiros agentes de integra-ção social. Num cenário de ausência de tudo isto, estaríamos vetados ao obscurantismo, à ignorância e à limitação da liberdade indivi-dual e colectiva.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

Conhecer o que se passa na região onde se vive ou se trabalha faz parte da integração e do desenvolvimento regional. Ajuda-nos a co-nhecer os agentes locais e a melhor interagir com eles tanto no âmbito pessoal como profis-sional. Ainda que o conhecimento acerca do que se passa nos grandes centros de decisão centrais nos permita compreender o nosso rumo colectivo e transversal, conhecer as di-nâmicas regionais ajuda-nos a compreender as especificidades que distinguem a região do resto do país, evidenciando os seus motores a as suas fraquezas na construção de uma iden-tidade regional. Para além da nossa identida-de nacional que nos distingue como nação e como povo, a construção de uma identidade regional permite-nos afirmar como elos de uma cadeia mais ampla. Conhecer o que se passa na nossa região é consolidarmos o nosso papel enquanto agentes activos nessa cadeia.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

Nas últimas décadas, alguma publicida-de tem chegado aos cidadãos de uma for-ma bastante agressiva, fundamentalmente a publicidade veículada pela televisão, pe-

Ilídio Lopes - Presidente da Escola Superior

la rádio, pelo telefone e pelas mais diversas plataformas móveis. Penso que o cansaço manifestado pelos cidadãos é o efeito dessa publicidade que acaba por invadir a priva-cidade de cada um. Falamos de publicidade massificada e altamente agressiva, a qual do ponto de vista ético pode levantar algumas questões. Tal como já referido na primeira questão, é inimaginável hoje uma sociedade sem informação sobre os produtos e serviços existentes no mercado. Essa informação in-cita a uma aparente livre escolha, embora camuflada pela manipulação que a própria publicidade incute no segmento alvo a que se destina. Penso que a publicidade agressiva não resulta, fundamentalmente em períodos de crise como aquele que atravessamos, le-vando os cidadãos à intolerância. Por isso, a questão não está na importância da informa-ção mas sim na forma como ela é dissemina-da. Há que repensar os modelos!

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

O MIRANTE, enquanto jornal regional, desempenha um papel fundamental na cria-ção da tal identidade que falava numa das questões anteriores. Enquanto director da Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, entendo O MIRANTE como um parceiro que nos tem ajudado a passar a men-sagem da nossa missão como instituição de ensino superior e a divulgar as nossas realiza-ções. Trata-se, por isso, de um agente funda-mental na ligação das instituições da região com os cidadãos. Vejo O MIRANTE como um projecto muito profissional, muito proactivo e incisivo, orientado por um elevado senti-do de responsabilidade na cobertura da ac-tualidade informativa da ampla região onde actua. A quem ainda não conhece o jornal, diria que é, do meu ponto de vista, o meio de comunicação por excelência na cobertu-ra da realidade informativa da nossa região.

O que não lhe perguntámos que gosta-ria de ter respondido?

Em dia de aniversário de O MIRANTE, qual o desejo que formularia para este meio de comunicação social? Como resposta, gos-taria de desejar ao jornal O MIRANTE, votos de continuado sucesso, e que não se afaste do caminho informativo que tem vindo a consolidar e a proporcionar aos cidadãos e às instituições da região.

Um veículo para darmos a conhecer os nossos serviços

Maria do Carmo Brandão - Directora Executiva da Alliance Française de Santarém

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Os meios de comunicação estão cada vez mais presentes na nossa vida. Vivemos nu-ma sociedade de comunicação global, que funciona de forma unida. Não é possível, sequer pensarmos na vida sem os meios de comunicação, ou seja, se um dia acordásse-mos e não houvesse televisão, rádio, internet ou imprensa, os mercados internacionais fe-chariam e sentir-nos-íamos completamente perdidos. Depois de termos vivido numa so-ciedade, padronizada por comportamentos já tão enraizados, em que temos tudo com um simples clique, seria impossível viver e trabalhar sem as novas tecnologias que nos permitem um acesso imediato à informação.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes

centros de decisão a nível mundial?É muito importante sabermos o que se

passa na região onde vivemos, não só para nos sentirmos integrados, mas também para podermos agir, em caso de necessidade e, pa-ra uma presença forte da nossa empresa ou instituição no meio, podendo assim oferecer serviços que se adaptem às realidades locais.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

O uso correto e racional da publicidade, uma boa divulgação de produto contribuirá logicamente para captar potenciais clientes e dar a conhecer a empresa ou instituição. O excesso de publicidade, por exemplo, na televisão, pode ser contraproducente e levar o potencial cliente à saturação, tendo o efei-to inverso ao que se pretende. A publicidade pode ser eficaz no crescimento, redimensio-namento e reposicionamento de uma deter-minada marca ou produto. Uma boa publi-cidade confere personalidade a uma marca, diferenciando-a das restantes. A aposta na publicidade é parte integrante da gestão e planeamento estratégico das grandes, mé-dias e, porque não, das pequenas empresas.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

O jornal O MIRANTE é muito conhecido na região, as informações são muito úteis, tem artigos muito interessantes e permite--nos estar ao corrente do que se passa na re-gião e não só. Pode também ser um veículo de publicidade para darmos a conhecer os nossos serviços.

“O MIRANTE já superou todas as

expectativas. Para mim, enquanto seu leitor,

é muito mais que um simples jornal regional.”

Alfredo TrindadePresidente Junta de

Freguesia de Benfi ca do Ribatejo

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 29

Uma questão de “personalidade”

José Veiga Maltez - Presidente da Câmara Municipal da Golegã

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

Nasceu, cresceu e conseguiu granjear determinado reconhecimento pelo modo como informa e noticia. Optou pela au-dácia, por vezes, contuso e incisivo, co-mo forma de atrair e captar a sua leitura e descoberta. Permitam-me transcrever o que disse aquando do 20º aniversário de O MIRANTE, celebrado na Golegã (2007) «Quem gere e dirige O MIRANTE, quem escreve no O MIRANTE, tem sobretudo algo que nós gostamos, tem personalidade (…) por isso é que tanto nos põem em ci-ma, como nos põem em baixo. Não se ad-mirem que dentro de 15 dias O MIRANTE diga mal de nós e da Golegã. Por isso es-

tou tranquilo e sereno ao recebê-los aqui (…)». A quem não o conhecesse diria que se quisesse tomar conhecimento do que se passa na Lezíria e no Médio Tejo, desde o mais importante, até ao mais ínfimo episó-dio, valeria a pena desvendá-lo.

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Não me imagino “cego, surdo e mudo”, que era o que aconteceria na ausência de informação sobre o mundo que nos rodeia. De uma importância inegável, a Comunica-ção Social, escrita, ouvida e falada, contribui indubitavelmente, para o enriquecimento pessoal. Agora, torna-se necessário que se-jamos críticos e não nos influenciemos por tudo o que lemos, vimos e ouvimos, pen-sando tratar-se de verdades absolutas! É fundamental distinguir entre informação, distorção e manipulação !! Não podemos es-quecer que os media hoje são o “4º Poder”.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

É indispensável, obrigatório e de uma importância extrema. Longe vai o tempo de “Lisboa é Lisboa e o resto é província ou paisagem”. Hoje seja no distrito de Santa-rém ou no de Bragança, situações, even-tos e empreendedorismo, que ali sucedem podem ter igual ou maior importância do que o que se passa em Lisboa, no Porto, em Londres ou em Pequim. No fundo, é aquilo que hoje se denomina de “aldeia global” e qualquer ponto do planeta é notícia uni-versal se assim o justificar.

No nosso dia-a-dia ouvimos muitas pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os

produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

Actualmente, na era da comunicação, seria um vazio inimaginável. Mais do que nunca, nomeadamente a publicidade via in-ternet e outras redes de comunicação tem tendência a crescer. Mas há vários tipos de publicidade: a da informação real sobre o produto e a da ilusão com imagens do mo-delo perfeito e da vida ideal, ao alcance de qualquer um. Ela sustenta, em parte, os meios de comunicação, os quais não tem responsabilidade pelo conteúdo, mas, por vezes, em prol do seu leitor, do seu ouvin-te ou do seu telespectador, deveriam ter uma atitude mais filtradora, mais cuida-dosa. Nunca entendi como é que a Rádio e Televisão Pública, que é paga pelos con-tribuintes, além de ser subsidiada, faz pu-blicidade e, em muitos casos, enganadora.

“Diria que, O MIRANTE, é um jornal de referência

da nossa região. É um jornal com elevado nível

de profi ssionalismo, quer em termos de escolha

e desenvolvimento dos assuntos abordados,

quer em termos de escrita. Merece, pois, o

apoio de todos nós.”

Maria dos Anjos Neves Patusco - Provedora Santa Casa da

Misericórdia de Pernes

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 30

Bom jornalismo de terreno

António Paulo Colaço Mena Frazão - Sócio gerente da ML DRIVE

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

Conheço o jornal O MIRANTE desde o seu início. Confesso que sou um dos seus grandes admiradores e eventualmente um dos maio-res criticos. Talvez por defeito, por ser escala-bitano e, inevitavelmente por “puxar a brasa à minha sardinha” mas também fruto da mi-nha actividade profissional. Conheço outras realidades rurais e urbanas e verifico que en-quanto imprensa escrita regional, é um jornal completo e com bom jornalismo de terreno, pelo que recomendo que assim continue.

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

Não imagino. A informação foi em épo-cas passadas e um pouco por todo o mundo, a maior arma para a conquista da liberdade de expressão e a abolição à censura. É a in-formação em si, e o saber e estar-se informa-do, que nos permite uma maior proximidade entre as culturas, os povos e o conhecimento de tudo o que nos rodeia. A informação en-quanto conceito está ligada à comunicação, à instrução, à percepção e ao conhecimento geral e técnico de um sem número de assun-tos. É comum nos dias de hoje ouvir-se falar sobre a Era da Informação, a Era do Conhe-

cimento, a tecnologia de informação. O mun-do hoje, rege-se e aproxima-se pela troca de informação e por se estar informado.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

A informação local e regional é de extre-ma importância e deveria ter uma expres-sividade nacional de maior impacto. As lo-calidades do interior são também grandes contribuintes para o desenvolvimento da economia bem como para o crescimento do produto interno bruto e esta é uma realida-de que deveria ser insistentemente abordada pelos meios de comunicação. A população precisa de ser informada e alertada para o país real que temos e para as suas potencia-lidades. Por vezes, esmorece-se este assunto nos meios de comunicação nacionais, quan-do o mesmo deveria estar com permanência na ordem do dia. Portugal desde os anos 70 regista uma acentuada desertificação das zo-nas rurais, concentrando um elevado número populacional nos grandes centros urbanos, e até mesmo com uma forte percentagem de emigração, esquecendo-se de que mantendo um país activo um pouco por todo o seu ter-ritório continental, colheria mais frutos, não só ao nível da produtividade e rentabilidade económica, mas também no impulso social. Os meios de comunicação social têm aqui, uma extrema importância na manutenção desta informação, na divulgação de iniciati-vas públicas e privadas que algumas entida-des promovem e desenvolvem nestas regiões.

O que aconteceria se um dia não hou-vesse publicidade?

Bom, o que aconteceria é que ficaríamos com uma vida a preto e branco. A publicida-de ilumina e decora o nosso meio ambiente. Já são imagens e peças tão enraizadas que já nem damos por isso. Mas, se de facto um dia acordássemos e as cidades e localidades esti-vessem despidas desse decor, digamos assim, acredite, que sentiríamos de imediato a sua falta. E quando falo do meio envolvente, fa-lo também do material impresso, do digital, etc… A publicidade é cor… é vivacidade. Po-rém, é compreensível quando se ouve dizer que existe saturação na publicidade e infor-mação de que se é alvo. Quantidade nunca foi sinónimo de qualidade.

Profissional e útil à comunidade

Jean Campiche - Director da Escola Superior de Educação de Santarém

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

Muito, mesmo muito pobre. Um retroces-so à «Idade das Trevas» onde a democracia e o pluralismo não existiam e as sociedades

eram injustas e cruéis à custa dessa falta de transparência.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

Grande. A região é onde se passa a vida da maior parte dos cidadãos, pelo que esse laço é essencial para uma cidadania de qua-lidade, informada e actuante.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

A publicidade é uma actividade económi-ca essencial, que gera e assegura milhares de empregos. Sem publicidade, não existiriam meios de comunicação social independentes, por exemplo...

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

Profissional e útil à comunidade. Reco-mendaria vivamente.

O que não lhe perguntámos que gosta-ria de ter respondido?

Que importância tem a Escola Superior de Educação para o desenvolvimento da Re-gião? (Muita...)

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 31

Registadora e POS Com Certi�cacao SAM4S e ETPLUS e ETPOSRegistadora Normal com Factura Simplicada Decreto lei 197

Rua dos Aliados, n.º13E • 2080-116 AlmeirimTelf. 243 509 326 • Telm. 919 372 996

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Sigam o exemplo

Paulo Niza - Administrador do Centro de Negócios e Empresas

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

De realçar que “meios de comunicação so-cial” e “informação” são conceitos que, apesar de estarem intensamente ligados, são diferen-tes e susceptíveis de análise independente. Um meio de comunicação social é uma tecnologia (seja ela informática ou não) que nos permite transmitir e receber informação. A informa-ção existe sempre, nas mais pequenas coisas e nas mais simples interpretações; os meios de comunicação são os veículos da difusão des-sa informação.

Desde sempre que a comunicação é um ato fundamental na existência e compreensão do ser humano. Com o passar dos séculos, além

Paulo Niza - Administrador do Centro de

Para escapar aos desígnios dos iluminados

Nuno Pinto de Magalhães - Director de Comunicação e de Relações Institucionais da Sagres Central de Cervejas

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

Um vida cinzenta e obscura, comandada por seres que se acham superiormente escla-recidos e iluminados que conduzem “o seu po-vo” para os desígnios que acham adequados.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial? Muito! Sa-ber a tempo e de forma objectiva o que acon-tece na zona em que habito, ou trabalho, é determinante para me sentir parte integrante e próximo da comunidade envolvente, que a maior parte das vezes não é retratada pelos grandes meios ou quando o é nem sempre é infelizmente pelas melhores razões!

No nosso dia a dia ouvimos muitas pes-soas dizer que estão fartas de publicidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado? Passaríamos a ser uma sociedade apática, em que a nossa livre opção, como consumidor, não existia e que consumiríamos tudo o que nos dessem, sem questionar, sem termos de comparação e onde certamente a inovação

e novos produtos não seriam necessários....... Que avaliação faz do trabalho de

O MIRANTE? Muito boa! O que diria do jornal a quem ainda não

o conhecesse? Se queres saber o que se pas-sa no Ribatejo, de forma objectiva e isenta, lê O MIRANTE.

O que não lhe perguntámos que gosta-ria de ter respondido? Quais os votos que deseja ao jornal? Que continue connosco pelo menos por mais 25 anos.

da comunicação pessoal (dirigida para poucas pessoas) surge a necessidade da comunicação social e, consequentemente, o conceito de al-deia global. Logo, a informação e transmissão da mesma passou a ser indispensável no nos-so dia-a-dia; estamos constantemente a dar e receber informações. Porém, nem toda essa simbiose tem por base os meios de comunica-ção social. Muita informação ainda é trocada através de comunicação pessoal. Assim sendo, será impossível viver sem informação, seja ela de que tipo for. Os meios de comunicação so-cial são hoje fundamentais para a divulgação da mesma, fenómeno indispensável nas socie-dades atuais. Afinal vivemos na sociedade do Conhecimento e Informação.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

Sendo Portugal um país democrático, natu-ralmente que qualquer cidadão deve procurar manter-se informado quanto às decisões nacio-nais e mundiais, pois essas têm obrigatoriamen-te influência no seu quotidiano (quer sejam alterações políticas ou económicas). Aconte-ce que muitas vezes descuramos a informação dos meios de comunicação regionais porque, na sua grande maioria, a mesma baseia-se em factos pouco relevantes para o nosso dia-a-dia. Torna-se então crucial que sejam redefinidas as prioridades nestes órgãos de comunicação (regional), e que os conteúdos apresentados, comecem progressivamente a ter um carác-ter mais envolvente, trazendo algo de novo e consistente da região. Antes de irmos nadar no mar, devemos saber nadar no rio. O mesmo se passa com a informação: devemos primeira-mente compreender o que se passa no nosso meio para melhor compreender a informação que nos chega através dos meios de comuni-cação social do resto do mundo.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

Ao longo deste quarto de século de exis-tência, a marca, o trabalho e o profissiona-lismo desta equipa de trabalho por trás do nome O MIRANTE deixou um excelente re-ferencial no setor; talvez um dos melhores do país. Tanto mais que, sendo uma micro/pequena empresa na sociedade portuguesa, num setor de atividade muito difícil (comu-

nicação/serviços), conseguiu vingar e superar os primeiros cinco anos de existência, perío-do no qual mais de 75% deste género de ini-ciativas abandonam a atividade. No caso de O MIRANTE, já lá vão 25 anos de consolidação e crescimento. Enquanto gestor, especialista e conhecedor da dificil realidade do micro e pequeno empreendedorismo em Portugal, só posso apresentar os meus parabéns. Para quem não conhece, que veja, para os empresários, que sigam o exemplo.

O que não lhe perguntámos que gostaria de ter respondido.

Aproveitava para realçar que o departa-mento comercial e de recursos humanos de O MIRANTE tem, ao longo dos tempos, man-tido um excelente nível de trabalho e de con-tato com os seus clientes, nos quais nós nos inserimos (Centro de Negócios e Empresas), o que tem sido por mim identificado como um dos grandes pontos fortes desta estrutu-ra. Estando eu, neste momento, a terminar uma Pós-Graduação em Gestão de Recursos Humanos, e sendo o tema do trabalho final de curso, a importância dos mesmos nas mi-cro e pequenas empresas no nosso país, re-vejo na gestão destes preciosos recursos em O MIRANTE , assim como do intangível con-tido nos mesmos (o conhecimento), um exce-lente exemplo em termos académicos e prá-ticos, cujos frutos estão à vista.

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 32

Informação actualizada

Martinho dos Santos Pedro - Sócio gerente da Martinho Auto

Nos dias de hoje é impensável não ha-ver informação nem meios de comunicação social. Já não seria possível viver sem eles. Quanto às notícias em si, é muito importan-te saber o que se passa nos grandes centros, mas sabermos o que se passa na nossa região é igualmente importante. Pessoalmente te-nho todo o interesse em saber o que se passa e como está a situação do local onde vivo. O MIRANTE é essencial para eu ter essa infor-mação e faço uma apreciação francamente positiva do seu trabalho. Recomendo a sua leitura porque tem informação muito actu-alizada e de excelente qualidade.

Martinho dos Santos Pedro - Sócio gerente

Um marco na defesa da região

Manuel José Mendes Simões - Director Geral da ECODEAL

Não consigo imaginar a nossa vida sem informação e sem meios de comunicação social. A informação de proximidade ganha mais relevância num mundo cada vez mais globalizado e centrado em questões gerais. É importante sabermos o que se passa em cada uma das nossas regiões, para que não nos esqueçamos de quem somos. Quanto a O MIRANTE, considero que é hoje um mar-co na defesa e divulgação da região.

À medida da região

Sérgio Paradiz - Gerente da GFS – Serviços Médicos do Coração Lda. Partner – responsável para Portugal de Augusta Partners LLP

Sem informação as sociedades têm um pro-cesso de desenvolvimento muito mais lento. A prova disso é a globalização, que não teria tido lugar sem informação. A informação só existe se for divulgada. Uma descoberta científica se não for divulgada é como se não existisse e não terá qualquer impacto na sociedade.

As decisões que tomamos no dia-a-dia, se-ja na direção dos negócios ou na nossa vida pessoal, tem sempre que ter em conta aqui-lo que se passa no mundo, mas é impensável tomar decisões ignorando o contexto social e económico do local onde vivemos e exer-cemos a nossa atividade. O MIRANTE é um jornal de referência na região que tem como característica principal ser um espelho dessa mesma região naquilo que ela tem de bom e de mau. É um jornal à medida da região.

“O rigor, a isenção da informação e o elevado

profi ssionalismo catapultaram

O MIRANTE para um lugar cimeiro, de

enorme protagonismo, na imprensa regional.

Congratulamo-nos por termos um periódico

que é lido por milhares de pessoas, quer em

formato tabloide, quer em formato

digital e que, pela sua importância, não é

descurado pelo poder central, de ontem e de

hoje.”

Jaime Ramos - Presidente da Câmara Municipal do

Entroncamento

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 41

Garante da democratização da informação

Dionísio Mendes - Presidente da Câmara Municipal de Coruche

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

Não consigo imaginar. A informação e os meios de comunicação são peças funda-mentais da nossa sociedade, como tal, é-me muito complicado imaginar viver sem eles. Aliás o Homem sempre teve necessidade de comunicar, no passado utilizando meios de comunicação rudimentares, na atualidade utilizando as novas tecnologias que todos os dias nos surpreendem com mais uma qual-quer inovação. Se na pré-história já era im-possível viver sem comunicar, hoje vivemos na sociedade da informação e isto diz tudo!

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o

que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

Tem grande importância pessoal e tam-bém como autarca. Ainda recentemente levei a reunião de câmara uma tomada de posição do Município de Coruche face à possibilidade de extinção das delegações regionais da agên-cia Lusa. O documento repudiava totalmente essa hipótese, precisamente por considerar que a informação não pode ser uma exclu-sividade de Lisboa e Porto. Este documento foi aprovado por unanimidade.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pes-soas dizer que estão fartas de publicidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

Se não imagino uma sociedade sem comu-nicação, também me é difícil imaginar que o mercado funcione sem publicidade. Diria até que alguma publicidade, feita com critério e em algumas circunstâncias, é informação de interesse público.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não conhecesse?

O MIRANTE tem sido durante estes 25 anos de existência um dos garantes da democra-tização da informação na região, diria mes-mo, no país. É um jornal indispensável para quem vive e trabalha na região.

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 42

E mais pessoas ficaram a conhecer o meu trabalho

António Lourenço da Silva - Artesanato Lourenço

A publicidade é ótima, para toda a gen-te! Eu dependo muito da publicidade que faço dos meus produtos… só tenho vendas se tiver bem divulgado. A publicidade aju-da-me a chegar aos meus clientes. Acho que é tão importante que até aderi à nova rede social, o famoso Facebook, e criei uma pá-gina www.facebbok.com/artesanatolouren-coBunhoJuncoeJunca , onde tenho muitas das minhas peças de artesanato como ca-deiras, mesas, cestos, bancos, alcofas entre outros. Outra forma de divulgação que fa-ço é através da colocação de anúncios pu-blicitários nos jornais, nomeadamente em O MIRANTE. Tem sido muito mais fácil as pessoas conhecerem o meu artesanato atra-vés de meios publicitários.

O jornal O MIRANTE, tem sido um ótimo

jornal a nível regional. Abarca a informação essencial que vai sucedendo na região. Tem sido bom para me informar dos aconteci-mentos regionais e também para divulgar o artesanato Lourenço. Como disse, já fiz diversos anúncios publicitários e já me en-trevistaram, o que foi ótimo. Pelo menos a nível regional as pessoas já me vão conhe-cendo. Aconselho às pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de ter contato com o jornal, que o façam pois é um jornal atra-tivo, com informação de excelência. Deixo o desafio de o lerem e opinarem, certamen-te que irão formar uma excelente opinião.

Hoje os meios de comunicação social são parte integrante da nossa vida. Somos seres sociais e necessitamos de informação diaria-mente e é através dos meios de comunicação social que muita dessa informação chega até cada um de nós. Atualmente temos o mundo inteiro em nossas casas, devido à comunica-ção. É fundamental a existência desta rede informativa, sem ela teríamos dificuldades acrescidas no acesso a informação essencial. Como saberíamos dos acontecimentos que decorrem no nosso concelho, distrito, re-gião, país e estrangeiro? Se já existe tanta dificuldade de procura de emprego, essa ta-refa seria muito mais difícil, ficaríamos mais limitados. Por exemplo no meu caso parti-cular teria imensa dificuldade em saber de feiras que decorrem por todo o país, onde costumo expor o meu artesanato. E claro teria mais dificuldades em dar a conhecer a minha arte à população portuguesa, ficaria muito limitado mesmo.

“O MIRANTE é um exemplo do que deve ser o jornalismo regional. Atento, interventivo

e com uma equipa de jornalistas de grande qualidade. Procura dar voz aos seus leitores e

faz uma cobertura noticiosa muito completa de uma vasta região. É um jornal muito diversifi cado, dando grande destaque à

economia e às empresas da região, o que me parece de grande importância. É um “case

study”. Estou certa que vai continuar a inovar, a investir em novos projectos, surpreendendo-

nos sempre a cada nova edição.”

Salomé Rafael - Presidente da Direcção da NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 43

A informação local não passa no crivo dos grandes jornais

Isaura Morais - Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior

O MIRANTE é um verdadeiro exemplo daquilo que deve ser um órgão de comuni-cação social regional. Isento, crítico, atento à região, com um excelente naipe de jornalistas e capaz de responder às solicitações dos seus leitores. Sem dúvida alguma é um dos jornais regionais de grande destaque no país. Ter duas edições distintas semanais, gerir um site online com um portal informativo regional de gran-de qualidade e ainda uma televisão regional online são provas do dinamismo deste órgão

de comunicação social e da sua capacidade de adaptação constante às necessidades dos seus leitores.

Sendo a nossa sociedade de hoje muito dependente da circulação de informação, a informação regional é, nesse contexto, extre-mamente importante pois os grandes meios de comunicação social são máquinas extraor-dinariamente pesadas e pelos seus filtros não passam notícias que sendo de grande relevo local, nada dizem ao todo nacional. Histórias de vida, desporto regional, os eventos regio-nais e locais e a política local são algumas das áreas que acabam por ter apenas lugar na in-formação regional.

Sobre a publicidade eu diria que sem ela seríamos decerto compradores diferentes. As nossas aquisições deixariam de ser tão influen-ciadas pelas necessidades que nos são criadas pelo marketing publicitário mas por outro lado o nosso conhecimento dos produtos e serviços disponíveis limitar-se-ia ao que conheceríamos da nossa zona de residência. Por isso podemos dizer que, na nossa sociedade, a publicidade é um “mal necessário”. No que à comunicação social diz respeito é o suporte de toda a estru-tura informativa. Não houvesse publicidade e provavelmente não teríamos a comunicação social que temos hoje.

Verdadeiro jornalismo de proximidade

Ricardo Gonçalves - Presidente da Câmara Municipal de Santarém

A informação é essencial à nossa vida e a esse nível as pessoas privilegiam cada vez mais o que lhes está mais próximo. Por is-so o jornalismo de proximidade ganha cada vez mais relevo. O MIRANTE é um jornal regional que é uma referência nacional e esta realidade diz muito sobre o trabalho desenvolvido até aos dias de hoje. Acredito que pode ainda crescer mais. A quem não o conhece, recomendo que o leia e disfrute de verdadeiro jornalismo de proximidade.

Para não ficarmos socialmente cegos

José Manuel Farinha Mendes - Gerente da Electro Marvila

O MIRANTE tem tido um trabalho impor-tante de divulgação do que se passa na região, possibilitando o conhecimento de novas opor-tunidades. A informação de proximidade é im-portante porque todas as vivências são mais influenciadas pelos acontecimentos próximos de cada um. A informação em geral essencial. Sem ela iríamos sentir-nos socialmente cegos.

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 44

Contem com o nosso apoio

Pedro Neto - Senior Manager da Moneris

Nos dias que correm, numa conjuntura de globalização, o não acesso a informação superiormente desenvolvida, trabalhada e difundida pelos meios de comunicação, se-ria certamente um dos principais factores de exclusão, quer social, quer económica. Desta forma, e conforme já amplamente

referenciado, “ter informação é ter poder”, pelo que, podemos de forma simples con-cluir que a informação e a sua utilização é um dos grandes factores de sucesso dos dias de hoje. Aqui o papel dos meios de comunicação, que são o principal veícu-lo de propagação da informação, tomam efectivamente um poder de elevada rele-vância. Tanta importância têm que, em alguns níveis ou locais, são utilizados co-mo força política e de “manipulação” da opinião pública.

Quanto ao papel da comunicação social regional e sendo o todo composto pelas partes, só percebendo o estado das regiões e das localidades é que se faz a percepção do nível mais macro da sociedade. Desta forma, toda a informação é útil e necessá-ria, quer do nível mais local, ao mais glo-bal, cada uma com a sua respectiva influ-ência nas decisões ou tomadas de acções. De que vale perceber o país se nem sequer percebemos o que se passa na nossa casa!

Do que conheço, O MIRANTE tem de-senvolvido um efectivo trabalho em prol da propagação da informação, de forma isenta e extremamente profissional, pelo que, e sendo isto o que se deve pedir a um meio de comunicação, de forma sucinta, diria: …continuem que nós estamos cá pa-ra vos apoiar.

“O MIRANTE tem feito um trabalho sério, honesto e isento. É o jornal da nossa região e para a

nossa região. O MIRANTE é, para mim, o meio de informação fi ável e indispensável semana a semana.

Dá-me prazer lê-lo, relê-lo e aconselhá-lo. É um jornal bem estruturado, bem informativo e de fácil leitura.”

Joaquim Francisco Leonor Sampaio Presidente da Junta de Freguesia de Almeirim

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 45

Sempre atentos às necessidades das populações

Maria dos Anjos Neves Patusco - Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Pernes

Como seria a sua vida sem meios de comunicação social?

Nem consigo imaginar essa situação! Os meios de comunicação social são tão essênciais à vida que, não os ter, seria recu-ar centenas ou mesmo milhares de anos. É através deles que sabemos o que se passa na nossa terra, no nosso país e no mundo. E ao sabermos o que se passa, podemos intervir de forma construtiva na nossa vida pesso-al, profissional e social. A oferta de meios de comunicação hoje é muito extensa, há que saber fazer a selecção e aproveitar o melhor que cada um nos pode dar. Existem

Maria dos Anjos Neves Patusco - Provedora

centros de decisão a nível mundial, nacio-nal e regional. Os meios de comunicação devem acompanhar essa realidade, pois a nossa vida é influenciada por todos eles. Porque vivemos de mais perto e com outra intensidade os assuntos locais e regionais, torna-se importante acompanhar e saber o que se passa na nossa terra.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE?

É um jornal com elevado nível de pro-fissionalismo, quer em termos de escolha e desenvolvimento dos assuntos abordados, quer em termos de escrita. Merece, pois, o apoio de todos nós.

Diria que, O MIRANTE, é um jornal de referência da nossa região.

A publicidade faz falta? A publicidade é um bem necessário!

Sem publicidade andávamos de loja em loja, de banco em banco, em busca daqui-lo que queremos. É claro que, em última análise, é o consumidor que faz as suas es-colhas mas a publicidade direcciona-nos para aquilo que pretendemos. Por outro lado, e isto é extremamente importante na época em que vivemos, a publicidade é um estímulo ao consumo e, consequen-temente, um factor de desenvolvimento económico das empresas.

O que não lhe perguntámos que gos-taria de ter respondido?

Gostaria que me tivessem questionado sobre o trabalho desenvolvido na Santa Casa da Misericórdia de Pernes/Funda-ção Comendador José Gonçalves Pereira e os projectos para o futuro. Posso dizer que, salvaguardando os valores culturais e históricos, a Instituição continuará a es-tar atenta às necessidades da população e a promover acções de apoio à comuni-dade. Procurará nas áreas de intervenção onde opera, designadamente no sector da Terceira Idade e Juventude, pautar-se pela melhoria contínua dos seus serviços e o aumento das condições de conforto e humanismo aos seus utentes, seguindo os princípios da sustentabilidade das suas con-tas, resultado de uma gestão equilibrada.

“O MIRANTE tem conseguido, ao longo

destes 25 anos, impor-se junto dos seus leitores pelo rigor na informação

que transmite e por saber estar sempre

nos momentos mais importantes da vida da

sua região.”

Diamantino Duarte - Administrador Executivo da

Resitejo - Associação de Gestão e Tratamento dos Lixos do Médio Tejo

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 46

Não ter jornais era como viver de olhos vendados

João Carlos - Sócio gerente da Pneusol

Sem informação e sem órgãos de comuni-cação social o mundo seria um caos total. Era como viver de olhos vendados, boca e ouvidos tapados. Há um segmento de informação que

João Carlos - Sócio gerente da Pneusol

Tanto jornal e tão pouca informação

Carlos Crisóstomo - Gerente Organizações Crisóstomo - Equipamentos a biomassa

Os meios de comunicação social ajudam--nos, têm um papel fundamental para o for-mular da nossa opinião sobre certos assuntos. Mas, por vezes, o seu trabalho e eficácia têm que ser questionados. Com tantos meios de informação, como é possível os nossos polí-

ticos deixarem o país neste estado á beira da bancarrota, por exemplo?

O homem sempre teve necessidade de comunicar com os outros, inicialmente com simples gestos, sinais e mais tarde aprendeu a escrever, a ler e a comunicação passou a ser mais organizada e rápida até que atualmente com tantos meios de comunicação e tanta in-formação ao nosso dispor começamos a ficar à margem daquilo que realmente é importan-te, os problemas reais da nossa sobrevivência.Não conseguimos opinar sobre a maioria dos problemas que nos rodeiam.

Na Era da Globalização temos que estar ligados e devidamente informados sobre as grandes decisões, acompanhar ao minuto o mundo exterior. As notícias, por exemplo na minha região, quando não são de desgraças, são de políticas partidárias e tendenciosas, is-to devido aos poucos meios de comunicação. Localmente, com os projetos de luta contra a pobreza que existiram, apareceram cursos de jornalismo, mas os jornais foram sempre es-camoteados pelo poder autárquico e a infor-mação é censurada.

Quanto a O MIRANTE considero-o um se-manário regional muito bom. Abrange uma vasta área do território e, lá está, Lisboa, um grande centro de decisão nacional. Recomen-do a leitura de O MIRANTE que tem um preço de assinatura anual acessível e aborda muita informação.

é cada vez mais importante. A informação de proximidade. Não obstante o que se passa nos grandes centros de decisão, devemos ter conhecimento do que nos rodeia para poder-mos adaptar e ajustar a nossa vida de forma a estarmos totalmente integrados sociocultural-mente no nosso meio. O MIRANTE é um jornal de referência na nossa região que para além de tratar toda a informação de grande impor-tância socioeconómica, promove ainda através da publicidade as empresas da nossa região.

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Meios de comunicação rápidos e isentos

António Valente - Presidente do Conselho de Administração - Viver Santarém

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

Não imagino, e sabe porquê? Porque en-tendo que uma grande fatia da evolução do

conhecimento do homem de há um século a esta parte se deve precisamente à parale-la evolução dos meios de comunicação. Sem meios de comunicação rápidos, eficientes e isentos não haveria a troca de experiências que levam à afinação e evolução em todas as áreas da ciência. Daí a responsabilidade que recai nos ombros de todos os que detêm o po-der para seleccionar a informação que todos os dias nos entra a “rodos” pela casa dentro.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

É, como costuma dizer-se, “lugar comum” afirmar que o mundo se tornou numa aldeia global e, voltando ainda à questão anterior, isso deve-se ao elevado número e eficiência dos meios de comunicação. A importância do que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão mundial interessa-nos na medida em que isso acaba sempre por nos “tocar” também a nós. Mas é preciso alguém para filtrar, para arrumar o que verdadeiramen-te interessa em termos locais e mais directa-mente pode influenciar as nossas vidas. É aí que os meios de comunicação social regionais e locais têm uma importância primordial.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pes-soas dizer que estão fartas de publicidade.

Sente o mesmo? Creio que as pessoas que se referem a este

assunto e desta forma, o fazem porque são confrontadas com excessos de informação que muitas vezes não corresponde à verdade completa sobre o produto publicitado. Publici-dade isenta e verdadeira não cansa ninguém, pelo contrário é bem-vinda.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

A melhor resposta a esta pergunta es-tá sempre no nível de aceitação que o jor-nal tem junto dos leitores e, no caso de O MIRANTE, pelo que me apercebo não tem tido essa dificuldade em afirmar-se. A quem não o conhecesse, creio que na nossa região teria dificuldade em encontrar alguém nessas condições, recomendaria uma leitura pelo jor-nal de maior tiragem em Santarém.

“Há muitos anos que O MIRANTE faz parte da

minha vida. Da leitura das notícias, das consultas, dos artigos de opinião,

dos anúncios de procura e oferta. A região do Ribatejo

(e não só) fi caria muito mais pobre sem este jornal

regional de referência cuja leitura aconselho

frequentemente a muita gente.”

Manuel Valério - Administrador da Fiança

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Sebastião Morgado Ribeiro - Advogado

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

Saber o que se passa na região onde vivo é para mim mais importante do que saber o que se passa em Lisboa e até a nível do mun-do, muitas vezes. E isto porque o que se passa na minha região, antes de mais, aproxima-me das pessoas: da sua cultura, tradições, forma de pensar, eventos, acontecimentos: estes uns mais tristes outros, mais alegres e felizes, e isso é que faz parte da nossa vida do dia a dia. O que se passa em Lisboa ou no Mundo, muitas vezes não nos afeta tanto, ou não nos torna nem mais felizes nem mais cultos, que aquilo que se passa na região onde vivemos.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE?

É um jornal abrangente, em que todos os assuntos: noticiosos, culturais, desportivos, etc…, são tratados e bem. Tem melhorado de qualidade em todos os aspectos acima referi-dos. Os artigos de opinião são ótimos. Está em grande expansão desde que o conheço. Diria que é o melhor jornal semanário do distrito de Santarém e limítrofes. Merece os parabéns.

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Não imagino. É como o “outro” diz podia viver sem ela, mas não era a mesma coisa. Os meios de comunicação social, sobretudo, dão--nos na minha perspectiva, muito subjectiva, duas coisas importantes: por um lado a ligação ao mundo, à região e ao local onde estamos inseridos; e por outro transmitem-nos cultu-ra, o que é a meu ver ainda o aspecto mais importante da comunicação social.

Aproxima-me das pessoas

Superou todas as expectativas

Alfredo Trindade - Presidente da Junta de Freguesia de Benfi ca do Ribatejo

Nos dias que correm penso ser impres-cindível a informação, seja ela local, na-cional ou até internacional. Não deixa de ser verdade, que, para que essa informação nos possa chegar, é importante que exis-tam os meios de comunicação, sem esses, seria impossível haver informação ou co-municação. Não deixa de ser verdade que, através dos meios de comunicação, estamos constantemente a ser bombardeados com publicidade, mas temos que compreender, e eu compreendo, que nesta área também é necessário haver informação, e é através desta que se dá a conhecer muitos produ-tos que de outra maneira não seria fácil de dá-los a conhecer ao grande público.

Sobre O MIRANTE penso que, neste momento, já superou todas as expectati-vas. Para mim enquanto seu leitor, ele é muito mais que um simples jornal regional. Pelo excelente trabalho por este desenvol-vido, a todos aqueles que o não conhecem e comigo falam sou eu que o apresento e aconselho a ler pois assim ficam a saber as notícias mais importantes de uma região que é o Ribatejo.

Dar ainda mais atenção às empresas

Vítor Silva - Director Geral da Moquil - Alhandra

Os meios de comunicação social influen-ciam tanto pela positiva como pela negativa o nosso estado de espírito. Quando anunciam casos de sucesso e acções de solidariedade funcionam como catalisadores de boa dis-posição e potenciam negócio.

O MIRANTE é um jornal de proximidade e tem conseguido ir ao encontro das realida-des locais. Vê-se pelo seu êxito e incremen-to. Deixo uma sugestão relativa aos temas a desenvolver pelo jornal. Pela minha forma-ção e experiência profissional acho que deve continuar a aposta nos temas económicos, nomeadamente dando mais informação so-bre as empresas. O desenvolvimento do país depende das empresas.

Tenho experiência associativa e constato que as PME têm um papel fundamental na economia. Noutros países, como Espanha, a criação de empresas familiares é funda-mental. Os jornais regionais são essenciais na divulgação das empresas a nível local e são a única forma de estarmos a par de to-da a informação.

“O MIRANTE é um jornal muito

‘ribatejano’, agressivo, ambicioso e

competitivo.”

Maria Celeste Sousa - Directora da Escola Secundária

de Santa Maria do Olival

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Um parceiro estratégico da comunicação com a comunidade

Joaquim EsperancinhaPresidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Não é possível imaginar a nossa vida sem informação e sem meios de comunicação social. Quer através da imprensa, da rádio, da televisão ou da internet, os meios de co-municação social são cada vez mais uma presença constante na nossa vida. São tam-bém estes meios de comunicação que per-mitem viver numa sociedade cada vez mais globalizada, onde a informação é acessível de uma forma cómoda, simples e rápida.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

Os jornais de grande tiragem nacional abordam a realidade nacional e os grandes acontecimentos internacionais. Não lhes querendo retirar este importante papel, a vida regional fica esquecida, e é bom ter um projecto profissional regional, como O MIRANTE, que assume o papel de levar a informação ao cidadão num estilo de bom jornalismo, fazendo a abordagem das várias dimensões da vida regional, desde a política, à economia, à dinâmica empresa-rial, à vida escolar, à saúde, ao desporto, à cultura e ao lazer. O sítio da internet que O MIRANTE disponibiliza, é também um meio privilegiado de se aproximar do leitor.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE?

O MIRANTE procura comunicar a infor-mação de uma forma oportuna, transparen-te e isenta. É um dos parceiros estratégico da comunicação do Centro Hospitalar com a comunidade.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não

houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

A publicidade assume um papel relevan-te na transmissão de informação sobre bens e serviços disponíveis na comunidade, seu preço, qualidade e diferenciação. Fazendo chegar esta informação ao cidadão, a boa publicidade permite apoiar uma escolha mais consciente e mais informada para a tomada de decisões por parte do cidadão. Sem publicidade, certamente o cidadão estaria mais limitado nas suas escolhas, tendo de despender mais tempo à procura da informação sobre as soluções disponí-veis no mercado para satisfação das suas necessidades. A boa publicidade poderá contribuir para uma sociedade mais críti-ca, mais exigente e mais responsável. Ca-be ao cidadão saber exigir, também, esse papel à publicidade.

“Em O MIRANTE realço a sua qualidade,

abrangência e seriedade com

que nos apresenta semanalmente os

factos, as notícias e as realidades humanas,

tanto no âmbito social como político,

económico, empresarial e publicitário.”

Manuel Milheiras - Gerente da empresa Cálculos Notáveis

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 50

Manutenção da nossa identidade

Nuno Belchiorinho - Director clínico da Clínica Belchiorinho

Vivemos atualmente na chamada “So-ciedade da Informação” onde as comunica-ções são estabelecidas numa quantidade, e a uma velocidade, surpreendente. Torna-se impossível imaginar um mundo sem infor-mação e sem meios de comunicação social é imaginar um mundo privado da sua iden-tidade, da sua essência, da sua liberdade. A liberdade humana está intimamente ligada à capacidade de obter informação. O ser hu-mano pela sua característica comunicativa, tem o direito de informar e de ser informa-do, pois só assim poderá decidir em consci-ência. Sem informação e sem meios de co-municação social, o mundo seria demasiado

Nuno Belchiorinho - Director clínico da

pequeno e limitado. É graças à informação rápida, que os meios de comunicação pro-porcionam que se abrem novos horizontes num leque variado de escolhas.

Uma parte da população está ausente da rede comunicacional da atual sociedade. Te-mos acesso à informação geral e perde-se o local quando o micro é parte constituinte do macro. O acesso à informação local é de-terminante para um pleno desenvolvimen-to, quer ao nível socio-económico, quer ao nível individual. É de extrema importância ter conhecimento da realidade que nos ro-deia ao nível local, trata-se da manutenção da identidade. O acesso à informação local torna-se também imprescindível para a cria-ção de laços de afeto e partilha sobre os mais variados acontecimentos.

Embora a publicidade esteja associada à informação, na minha opinião estamos a falar de coisas diferentes. Na realidade, a publicidade permite transmitir informação sobre os vários serviços e produtos disponí-veis no mercado. As vantagens são conheci-das, tanto para o anunciante que pode apre-sentar o seu produto ou serviço, como para o consumidor que pode ter consciência das inúmeras escolhas ao seu dispor. No entan-to, também tem algumas desvantagens pois pode induzir ao consumo excessivo e ao en-gano. Uma boa publicidade não é garantia de um bom produto.

O MIRANTE é a principal fonte de infor-mação da região do Ribatejo, contribuindo para a promoção e mobilização da região. Também permite a comunicação e informa-ção das ocorrências locais promovendo as relações e as relações inter-região. Por últi-mo, e de capital importância não nos pode-mos esquecer da divulgação de informação da região nas comunidades emigrantes es-palhadas pelo mundo.

Há muitos anos que faz parte da minha vida

Manuel Valério - Administrador da Fiança

Na actualidade, mais do que nunca, não é possível viver sem informação atempada, sem comunicação e sem conhecimento. Sem tudo isto, estaríamos num retrocesso, que nos levaria a princípios do século passado, com consequências imprevisíveis.

É também de primordial importância co-nhecer “a vida” da região onde nos inseri-mos, onde vivemos, onde exercemos a nos-sa actividade. Em todas as áreas e sectores. Essencialmente social, política e económica.

É por isso que O MIRANTE faz parte da mi-nha vida há muitos anos. Da leitura, das no-tícias, das consultas, dos artigos de opinião, dos anúncios de procura e oferta. O Ribatejo (e não só) ficaria muito mais pobre sem este jornal regional de referência, que anuncio e cuja leitura aconselho a muita gente.

Gostaria que o jornal disponibilizasse mais espaço para publicar artigos de opinião e de denúncia de assuntos de interesse regional (e nacional). Os desmandos, as irregularidades, os compadrios, os subornos, a corrupção, ac-tos criminosos praticados por pessoas que se propuseram estar na vida pública e em quem confiamos de boa-fé o nosso voto, devem ser desmascarados, levados ao conhecimento pú-blico. Se houvesse mais acesso às páginas dos jornais, seria um bom (extraordinário) serviço prestado à sociedade.

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Sem informação seríamos extraterrestres no nosso planeta

António Martinho - Director Geral Pedro Lamy - Vila Franca de Xira

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunica-ção social?

Não imagino. É fundamental estar infor-mado principalmente num mundo global onde tudo acontece num ritmo alucinante e onde tudo o que acontece, seja à nossa porta seja a milhares de quilómetros, influencia directa-mente as nossas vidas.

É fundamental estar informado e actua-lizado.

Informado - Temos que saber o que está a acontecer e processar toda a informação no sentido de analisar de que forma os aconteci-mentos vão influênciar as nossas vidas (pesso-ais, sociedade em que nos inserimos, organiza-ções a que pertencemos) de forma a identificar oportunidades e ameaças de modo a agir ra-

pidamente potenciando essas oportunidades e criar mecanismos de defesa e precaução pa-ra as ameaças.

Actualizado - Através dos media actuali-zamos os nossos conhecimentos. A tecnologia evolui a uma velocidade nunca dantes imagi-nada, os comportamentos sociais, as tendên-cias, gostos e costumes estão em constante mudança. É fundamental estar informado e actualizado. O mundo não nos pode passar ao lado. Se assim não for somos extraterrestres no nosso próprio planeta.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

Para mim foi sempre muito importante es-tar bem informado sobre o que acontece na região. Só os media locais é que nos informam sobre os acontecimentos da região e sobre as nossas tradições e costumes. Com a conjuntura conhecida por todos creio que esse papel será ainda mais importante.

Na minha opinião creio que nesta conjun-tura o comércio tradicional de proximidade re-cuperara e até ganhara importância. Pequenos negócios quase esquecidos voltaram a apare-cer por necessidade de alternativas para gerir o menor rendimento disponível e até por laços de solidariedade por quem nos está próximo e nos trata pelo nome. O papel dos media locais será decisivo na divulgação deste comércio, promovendo uma rede de consumo de proxi-midade em que o rendimento gerado circula dentro de um universo regional e até local, criando riqueza e emprego “em nossa casa”.

Será decisiva também a divulgação de em-presas da região com a sua produção orientada para a exportação. Será importante a divulga-ção de produtos regionais únicos com grande potencial de exportação bem como a criação de redes de produção/distribuição com capaci-dade de assegurar qualidade e quantidade para exportação. Será importante vender a nossa terra, que tem um enorme potencial turístico com características únicas e diferenciadoras (o Tejo, a Lezíria, a Gastronomia, o Toiro Bravo, o Cavalo Lusitano …)

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

Todas as semanas leio O MIRANTE e sem-pre encontro informação sobre a nossa região a que só tenho acesso por esta via. Todas as semanas é notório que O MIRANTE tem uma grande preocupação em divulgar as empresas da região e dar a conhecer os bons exemplos e o sucesso. Ao contrário da maioria dos media de âmbito nacional O MIRANTE não omite o que está mal. Informa, mas não tem a sua orien-tação editorial centrada em maus exemplos e “negativismo”. Pelo contrário, centra-se na di-vulgação de boas práticas e de bons exemplos, informando sobre pessoas, empresas e outras entidades que todos os dias contribuem para criação de riqueza e do bem comum e que têm práticas de ajuda e solidariedade.

“Um jornal que nasceu local, já é regional e

quem sabe um dia poderá ter expressão nacional mas com a

particularidade de ter conseguido sempre

sustentar a marca do local onde nasceu, ou seja, um jornal global

que nunca esquece onde foi germinado.”

Francisco MatiasVice-presidente da Câmara

Municipal da Chamusca

Page 44: 25º ANIVERSÁRIO O MIRANTE

16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 52

Não esquece a terra onde nasceu

Francisco Matias - Vice-presidente da Câmara Municipal da Chamusca

O MIRANTE é um jornal que nasceu local, já é regional e quem sabe um dia poderá ter expressão nacional mas com uma particulari-dade: ter conseguido sempre sustentar a mar-ca onde nasceu, ou seja, um jornal global que nunca esquece onde foi germinado.

Do meu ponto de vista é fulcral a sua exis-tência num tempo em que todos pensamos global, todos comunicamos global e depois esquecemos o local onde vivemos.

A falta de informação e de meios de comuni-cação social significaria falta de liberdade, falta de conhecimento e falta de desenvolvimento.

Para evitar o retrocesso

Joaquim Saramago - Diretor da Adega Cooperativa de Alcanhões

Saber o que se passa em nosso redor é fun-damental para as tomadas de decisão e sem informação estaríamos a entrar em retrocesso. O MIRANTE é o maior meio de comunicação regional do Ribatejo sendo difusor das notícias da nossa região. Gostaria que fosse elaborada por este jornal uma grande reportagem sobre os vinhos da região, sua origem e seus produtores.

Alargar os horizontes do conhecimento

Francisco do Vale Antunes - Presidente do Conselho de Administração dos SMAS de Vila Franca de Xira

A informação é muito importante pa-ra uma evolução que se pretende proativa, permitindo saber o que se passa à nossa vol-ta e, se possível, também a nível mundial, alargando horizontes do conhecimento. A comunicação social tem um papel útil na sua função informando e divulgando acon-tecimentos do quotidiano e, eventualmen-te, mediáticos ou não. Hoje, penso que não seria possível viver sem estes meios que já fazem parte da nossa vivência diária. Deste modo é essencial, também, saber o que se passa ao nível da nossa região quer no âmbi-to social, político ou profissional, ajudando a conhecer o impacto de decisões e inerente reflexão sobre as mesmas.

Nessa área O MIRANTE tem tido um pa-pel importante e globalmente positivo na vi-da social e política e, como em tudo, com al-guma abordagem, por vezes, mais polémica, mas que reflete um trabalho jornalístico que se tem vindo a consolidar ao longo do tem-po. Diria que é uma leitura necessária e útil que justifica, naturalmente, esse conselho.

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Aconselho todos a serem assinantes

Diamantino Duarte - Administrador Executivo da Resitejo

Hoje viver sem informação e sem meios de comunicação social é como estar perdi-do num bosque sem possibilidade de encon-trar uma saída. E quando falo de informa-ção falo também de publicidade. Considero que a publicidade é tão importante como as notícias. Se um dia não houver informação sobre os produtos e/ou serviços disponíveis no mercado torna-se impossível podermos usar a nossa liberdade de escolha.

Saber o que se passa na região onde vi-vemos é tão importante como ter conheci-mento do que se passa no mundo, aliás pen-so que hoje ninguém consegue viver sem ter conhecimento de tudo o que o rodeia e possa ter importância no seu dia a dia, quer seja o que se passa na rua ao lado da

Diamantino Duarte - Administrador Executivo

sua como no mais longínquo dos mundos. O MIRANTE tem conseguido, ao longo des-tes 25 anos, saber impor-se junto dos seus leitores pelo rigor na informação que trans-mite e por saber estar sempre nos momen-tos mais importantes da vida da sua região. Aconselho todos a serem assinantes pois pa-ra além da informação, sempre competente sobre a nossa região, disponibiliza-nos ainda a leitura de diversos artigos de opinião, da melhor qualidade, produzidos por pessoas com competência e conhecimento reconhe-cido nas áreas que tratam. Gostaria de dei-xar duas palavras chave para conseguirmos sobreviver à crise social que vivemos? Soli-dariedade e Compartilhar.

Notícias de proximidade evidenciam o nosso espírito gregário

Carlos Ferreira - Director do Agrupamento de Centros de Saúde Ribatejo

O saber é fundamental para as tomadas de decisão. A comunicação social, na maioria das vezes, dá-nos a conhecer factos que nos permitem ajustar ou reformular pensamen-tos, ou até criar novas perspectivas até então ainda não equacionadas. É claramente uma das componentes da estruturação da nossa personalidade. A informação de proximidade evidencia o nosso espírito gregário. A reacção à notícia de que morreu o nosso vizinho, que tinha 40 anos, é diferente daquela que resul-ta da leitura de que morreu em França um indivíduo com 40 anos, apesar de ambos se-rem “pessoa”. O MIRANTE tem que ser obri-gatoriamente encarado como um dos jornais estratégicos da nossa região, que em duas dé-cadas e meia conseguiu criar um espaço pró-prio de intervenção. É gerador de confortos e de desconfortos mas a sua função tem que ser

equacionada como tendo esses pressupostos subjacentes. A sociedade onde se insere não seria a mesma se não existisse. É um jornal que nos permite dormir mas que nos mantém acordados e por isso aconselho que o leiam. E se tiverem tempo e disposição não saltem as páginas dos anúncios. A publicidade tem que ser enquadrada na sociedade de consumo em que nos inserimos. A sua ausência reduz niti-damente as necessidades e com elas a criação de novos bens, alguns úteis, outros nem tanto. As “mais valias” advenientes do conhecimento da existência de (novos) produtos, bens ou ser-viços não pode ser esquecida, particularmente pelo seu efeito multiplicador.

“O MIRANTE tem tido um papel

importante e globalmente positivo

na vida social e política e, como em tudo, com

alguma abordagem, por vezes, mais

polémica, mas que refl ecte um trabalho

jornalístico que se tem vindo a consolidar

ao longo do tempo. Diria que é uma leitura

necessária e útil.”

Francisco do Vale AntunesPresidente do SMAS

de Vila Franca de Xira

Page 46: 25º ANIVERSÁRIO O MIRANTE

16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 54

“Marca que não ladra não morde”

Manuel Eduardo da Costa LopesGerente e Director Clínico da CLIMECO,Ldª

Os meios de comunicação social e o aces-so à informação fazem parte do nosso quo-tidiano. Qualquer cidadão tem o direito à informação séria, contribuindo a mesma pa-ra o progresso e desenvolvimento da socie-dade. Os jornais regionais têm o seu papel, sendo um dos principais meios de ligação dos cidadãos às suas regiões. O MIRANTE é o órgão de comunicação social que a re-gião necessita.

Quanto ao papel da publicidade costu-ma-se dizer que “Marca que não ladra, não morde”. Se as marcas não fizessem publici-dade os cidadãos não teriam conhecimen-to de produtos que necessitam para o seu dia a dia.

Se tivesse que responder a uma pergun-ta sobre como caracterizo os portugueses na actual conjectura nacional, diria que somos “Heróis”.

Manuel Eduardo da Costa Lopes

Saber a tempo e horas o que se passa na nossa região

Victor Manuel da Guia - Presidente da Junta de Freguesia de Azinhaga

Sem O MIRANTE a região estava mais po-bre e muitos dos problemas existentes nela nunca seriam do conhecimento público. Dou como exemplo na minha freguesia. Muitos dos acontecimentos a nível, político, social, cultural e ambiental só foram tratados na co-municação nacional graças às reportagens de O MIRANTE.

O trabalho de O MIRANTE é de uma im-portância muito grande, pois para nós é fun-damental sabermos a tempo e horas o que se passa na nossa região.

No mundo actual já não conseguimos viver sem meios de comunicação social. Se eles desa-parecessem passaríamos a viver na total igno-rância com todas as consequências negativas.

Devia haver um jornal assim em cada região

Fernando de Jesus - Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Tomar

O MIRANTE faz um verdadeiro servi-ço público. Aconselho a sua leitura a quem quiser saber o que acontece na região. De-via haver uma imprensa do mesmo tipo no resto do país.

Uma região que possua uma boa comu-nicação social, potencia uma maior ligação da população e envolve-as mais no meio. Conhecer os acontecimentos da região tor-na-nos cidadãos mais informados, logo mais responsáveis.

Pessoalmente gostaria de ver no jornal mais notícias da economia social, sobre a vida das Misericórdias e das outras institui-ções, para que as pessoas possam conhecer melhor o trabalho que se faz diariamente em prol dos mais desfavorecidos.

“O MIRANTE é a principal fonte de

informação da região do Ribatejo, contribuindo

para a sua promoção e mobilização. Também

permite a comunicação e informação das

ocorrências locais promovendo as relações

e as relações inter-região. Por último, e

de capital importância não nos podemos

esquecer da divulgação de informação da

região nas comunidades emigrantes espalhadas

pelo mundo.”

José Coimeiro - Director Geral da Cabena

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 55

A comunicação social livre é um dos pilares da democracia

Maria Salomé Rafael - Presidente da Direcção da NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém

No nosso dia a dia ouvimos muitas pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

O mercado publicitário é essencial para o dinamismo e sucesso de qualquer activi-dade comercial. As empresas precisam de publicitar e diferenciar os seus produtos, de conquistar clientes, de chegar a novos pú-blicos. Julgo que os consumidores também apreciam a boa publicidade, especialmente quando ela é criativa. Para além disso, não podemos ignorar que o mercado publicitá-rio vale milhões e que representa uma parte importante da nossa economia. Basta lem-bramo-nos que são os investimentos publi-citários que sustentam maioritariamente os orçamentos de muitos órgãos de comunica-ção social e que a quebra nos investimentos publicitários nos media convencionais, a que temos vindo a assistir, está a provocar graves problemas neste sector.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

Considero que é tão importante saber o que se passa no concelho ou na freguesia em que vivemos como o que se passa em Lisboa, ou nos grandes centros de decisão. Muitas vezes, a leitura de um jornal local ou regio-nal, seja em papel, seja através das notícias online, acaba por ser a única forma que mui-tas pessoas têm de se manterem informadas e ligadas à região em que nasceram ou em

Maria Salomé Rafael - Presidente da Direcção

que vivem. Esta importante missão que os jornais e rádios locais cumprem é um ver-dadeiro serviço público, que deveria ser re-conhecido e enaltecido.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

A avaliação que faço ao jornal O MIRANTE não podia ser melhor, pois considero-o um exemplo do que deve ser o jornalismo regio-nal, atento, interventivo, com uma equipa de jornalistas de grande qualidade. É um jornal que procura dar voz aos seus leitores e faz uma cobertura noticiosa muito completa de uma vasta região. A nível informativo é um jornal muito diversificado, dando grande destaque à economia e empresas da região, o que me parece de grande importância. De um ponto de vista empresarial O MIRANTE, que come-çou por ser um pequeno projecto editorial, é hoje uma grande empresa de comunicação, sendo o jornal regional com a maior tiragem em Portugal, graças a uma liderança muito forte e carismática, que soube inovar, que in-vestiu, que ousou, e que fez de O MIRANTE uma referência e um “case study” no pano-rama do jornalismo regional em Portugal. O MIRANTE está de parabéns por tudo o que fez nos últimos 25 anos e estou certa que, no futuro, esta equipa vai continuar a inovar, a investir em novos projectos, surpreendendo--nos sempre a cada nova edição.

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

A sociedade actual está de tal forma de-pendente da circulação da informação e dos meios de comunicação que esse cená-rio é, para mim, totalmente inconcebível. O acesso à informação é hoje um direito básico da nossa sociedade. Uma comuni-cação social livre, atenta, pluralista, é um dos pilares da nossa democracia. Há alguns anos, ninguém imaginava que graças às fer-ramentas de comunicação que hoje existem, pudéssemos a partir de qualquer parte do mundo ter acesso a toda a informação, em tempo real. Esta globalização e democra-tização da informação contribui para que tenhamos hoje cidadãos mais informados, o que resulta numa cidadania mais activa e responsável. A importância que a inter-net e as redes sociais assumem hoje em dia é incontestável, basta lembrarmo-nos da influência decisiva que estas tiveram em acontecimentos da nossa história recente, como a Primavera Árabe.

“O MIRANTE tem demonstrado, ao longo da sua existência, uma identidade cada vez mais

forte e vincada. Talvez por isso se tenha tornado num meio de comunicação social de referência,

tanto a nível regional, como nacional.”

António Torres - Director Executivo da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 56

Uma janela aberta sobre a nossa realidade

José Júlio Eloy - Sócio gerente da Agro-Ribatejo

Perguntam-me como imagino o mundo sem informação e sem órgãos de comuni-cação social. Teoricamente e ironizando,

José Júlio Eloy - Sócio gerente da Agro-

diria que teríamos uma vida bem mais des-cansada e menos desgastante. Mas concre-tamente e na prática não podemos passar sem eles. Pela informação que debitam diariamente tornaram-se imprescindíveis para quem quer estar a par de tudo o que se passa no globo.

Quanto a O MIRANTE e pelo meu co-nhecimento pessoal, tem-se imposto a to-dos os níveis como um periódico impres-cindível. A sua leitura é imprescindível. O MIRANTE é uma janela aberta para tu-do o que se passa nos mais diversos cam-pos de atividade da nossa sociedade, desde a política ao desporto, passando claro pelo tecido empresarial pelo qual tenho especial interesse. Parabéns e muitas felicidades ao jornal O MIRANTE e à sua extraordinária e simpática equipa. Desejo-vos mais 25 anos … para nos encontrarmos novamente !!! ?

O nosso lado bairrista

Vasco Nuno Ferreira David de Sousa- Gestor da ECL, Equipamentos para Carburantes e Lubrifi cantes

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Para responder a isso, convém começar por dizer que a palavra informação, é uma palavra pequena mas com uma importância enorme. Por exemplo, a nível empresarial, como pode alguém basear as suas tomadas de decisões, se não estiver na posse de infor-mações válidas e actuais, como está a con-juntura, tanto nacional como a macroeco-nomia, para onde se inclinam as tendências, que investimentos, novos mercados, etc...Isto também se passará a nível social, porque a maior parte das conversas banais se centram em política e em futebol, e mesmo aí, como se pode formalizar uma opinião válida sem recurso à informação. Resumindo, a informa-ção é importante e o canal como nos chega essa informação não é menos importante,

logo não me vejo sem ambas.Qual a importância de saber o que se

passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

Penso que são dois níveis de conhecimen-to que os meios de comunicação nos colocam à disposição, um nível mais global que mais cedo ou mais tarde trará consequências no nosso meio, e a informação regional, que se prende directamente com o nosso dia a dia, e que interfere mais com o nosso lado bairris-ta, positiva e negativamente. É importante quem desenvolva este nicho de informação, pois existe um público que precisa dele, e é tão mais importante quanto mais relação existir com a região citada.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pes-soas dizer que estão fartas de publicidade. O que pensa disso?

Acho que esse sentimento em relação à publicidade, se deve em grande parte à evolução do conceito de publicidade, ho-je fala-se mais de um conjunto de técnicas a que chamamos marketing, e a função da publicidade que era meramente informa-tiva, passou a ter um carácter meramente económico. Muitas vezes somos bombar-deados com publicidade, com o objectivo de nos influênciar, aliciar, enganar, e como consequência as pessoas ficam cépticas em relação à publicidade, boa e má. Mais uma vez, é importante saber o que existe, como é, quem tem, para que serve, mas o modelo actual penso que começa a ficar obsoleto e incomodativo para os destinatários dessa informação.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE?

Um jornal bem elaborado, que cresceu com interesse regional e que evidencia o mais importante da região. Tem uma pla-taforma on line o que demonstra que é um jornal atento à evolução do mercado onde se insere.

“O papel de O MIRANTE como órgão de comunicação de proximidade e de difusão dos

interesses regionais tem sido exemplar.”Pedro Neto - Sénior Manager - Moneris

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 57

Uma forma de projectar a região

Isilda Aguincha - Presidente da Assembleia Municipal do Entroncamento

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunica-ção social?

Não imagino. Por um lado, porque a in-formação acompanha o saber, o conhecer, o poder refletir, perspetivar e apontar ca-minhos, ajuda a decidir. Por outro, porque, independentemente de podermos concor-dar ou não com orientações editoriais, os meios de comunicação social permitem o acesso ao conhecimento em diversas áreas. O contato com o mundo que nos rodeia, permite aproximar gentes, manter memó-rias, participar e partilhar vivências, aju-dar a cumprir a democracia.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

Viver não é apenas ter lugar onde se dorme ou onde se passam algumas horas. Viver é participar da realidade local, conhe-cer as dificuldades e, também, as muitas vantagens que, no caso da nossa região, se sentem com essa vivência. Saber o que se

passa na nossa região é essencial para esse viver, com conhecimento das dificuldades, das oportunidades e dos fatos significativos que afetam cada um dos nossos concida-dãos e, naturalmente, a cada um de nós.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponí-veis no mercado?

Em muitos casos a publicidade é sentida de forma negativa, por vezes considerada agressiva, mas, efetivamente, a informa-ção sobre produtos e serviços é algo que faz parte da nossa vida e que faz falta a to-dos os cidadãos. A hipotética inexistência de publicidade alteraria, num retrocesso imenso que não é fácil imaginar, a existên-cia de todos nós.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

O MIRANTE entrou, desde cedo, nas minhas rotinas - primeiro em papel, depois pelo acesso on-line - sendo um meio que me permite estar mais perto do que vai acon-tecendo em toda a nossa vasta região. Re-conheço-lhe qualidade e abrangência que acabam por me fazer ter necessidade de o consultar diariamente, de o ler. O MIRAN-TE possibilita acompanhar as vivências da região, projeta-a e, para aqueles que estão mais longe, é um veículo de aproximação.

O que não lhe perguntámos que gos-taria de ter respondido?

Como viver a comunicação na sociedade atual? É imensa a torrente informativa que nos rodeia, em que as redes sociais “com-petem” com os órgãos de comunicação, fazendo uso das potencialidades da rede. Muitas vezes, é difícil selecionar a infor-mação, escolher as fontes, face à imensi-dão de meios disponíveis. Mas, comunicar é imperioso, estar informado é essencial. Se informação é poder, os órgãos de comu-nicação social são, hoje, uma ferramenta poderosíssima que pode e deve estar ao serviço dos cidadãos, do desenvolvimento, de um mundo melhor - um desafio para mais 25 anos d’ O MIRANTE!

Sempre em cima do acontecimento

Carlos Henriques - Sócio Gerente El Galego - Santarém

Sou uma pessoa que tenho “sede” de in-formação, gosto de estar constantemente informado e vivo fortemente o presente. Pensar numa sociedade sem informação é pensar numa realidade sem conteúdo, sem interesse e sem evolução. A informação é fundamental para a minha vida profissio-nal. Tenho que saber o que se passa à mi-nha volta, como está o tecido empresarial a comportar-se face à realidade económica do país, qual a resposta das autarquias às necessidades das populações e qual a opi-nião das “gentes” da nossa região, que são os principais clientes do grupo El Galego. Para conseguir estar informado conto com O MIRANTE porque é um jornal que conse-gue apresentar uma panorâmica geral do que se passa à nossa volta e faz a cobertura dos principais acontecimentos da nossa região, contextualizando-os e apresentando vários pontos de vista. Tem uma excelente cober-tura da informação, quase imediata online. Os seus jornalistas estão “sempre em cima do acontecimento”.

Por falar em informação, gostaria de dar algumas informações sobre os projectos do

El Galego para o futuro. Apesar da crise, da subida do IVA, queremos fazer mais e me-lhor. Queremos continuar a investir nesta ci-dade fantástica que é Santarém, dando cada vez mais qualidade aos nossos clientes. Aos fiéis e aos novos. Nos próximos dias reabre a cafetaria do piso 0 no W Shopping, que pertence ao El Galego desde Junho. Será o mapa, onde é possível encontrar referências de produtos existentes nos outros espaço do grupo. Apresentaremos ainda novidades, desde geladaria, croissanteria e tostas. Va-mos ainda lançar a nossa marca de pastéis de nata. Para o próximo mês, está prevista a abertura de um novo espaço de restauração. Chama-se “Mercado” e é uma marisqueira, bem no centro da cidade, no Jardim da Li-berdade. Estamos também a preparar a nossa expansão para fora de portas escalabitanas, com a abertura do “Ponto G”, em Almeirim. Acreditamos que, se dermos sempre o nosso melhor, o nosso esforço será recompensado com a presença das pessoas.

“Trata-se de um agente fundamental

na ligação das instituições da região

com os cidadãos. Vejo O MIRANTE como um projecto muito profi ssional, muito

proactivo e incisivo, orientado por um

elevado sentido de responsabilidade

na cobertura da actualidade

informativa da ampla região onde actua.”

Ilídio Lopes - Presidente da Escola Superior de Gestão e

Tecnologia de Santarém

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 58

A importância do jornal em papel

Maria da Luz Rosinha - Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunica-ção social?

Face ao que estamos hoje habituados, dá para perceber que há cinquenta ou trinta anos tudo era mais distante. Hoje acompa-nhamos os acontecimentos no momento em que acontecem, o que faz vivê-los de outra maneira. A proximidade na informa-ção faz toda a diferença.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

Hoje não somos mais cidadãos locais, pertencemos a uma região, a um país, ao mundo e por isso somos influenciados em todas as nossas decisões por tudo o que acontece de uma forma global.

A publicidade é necessária? Por vezes a publicidade é excessiva e

em alguns caso pouco filtrada. Deve ha-ver regras e serem respeitadas.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

Considero O MIRANTE um jornal que tem vindo a alargar a sua influência, já que está absolutamente assumido pelos leitores. Recomendá-lo-ia como um meio de conhecimento regional de grande im-portância.

O que não lhe perguntámos que gos-taria de ter respondido?

“Confirma ser o jornal um meio de in-formação privilegiado?” É uma questão que entendo dever colocar-se, já que, a exem-plo dos livros, considero o jornal em pa-pel, que pode ser folheado e tocado, uma forma de relação com o leitor de grande importância.

Mais rubricas de cultura e opinião especializada

Catarina Sofi a Pires Agostinho - Diretora Técnica da Casa da Fidalguia - Pontével, Cartaxo

Vivemos numa sociedade global e já não conseguimos passar sem saber o que acontece à nossa volta. Pessoalmente ten-to seleccionar a informação que chega até mim, separando o que é importante da-quilo que é apenas “ruído” e “desgraças”. Atualmente, os meios de comunicação so-cial passam muita informação pessimista, com pouco interesse, de “bisbilhotice” e “politiquice”, que dificilmente ajuda as pessoas a viver de forma mais optimista e empreendedora.

A informação de proximidade é muito importante, uma vez que potencia a par-ticipação e a integração social nas comu-nidades, veiculando o que se passa a nível micro/local. Os jornais locais/regionais, pa-ra além da informação que passam, dão a conhecer bons exemplos, boas práticas, e têm um papel importante na divulgação cultural, social e desportiva.

Faço uma boa avaliação do trabalho de O MIRANTE, embora considere que há sempre potencial de melhoria. Diria que é um bom veículo de informação, uma vez que para além de passar informação sobre o que acontece na região, dá voz às pesso-as, promove a região, os eventos locais, as empresas locais, acontecimentos culturais e desportivos. Como é um dos jornais mais lidos da região, sugiro que inclua mais ru-bricas de cultura ou conhecimento geral e artigos de opinião especializada, que aju-dem a promover a literacia e o nível de conhecimento das populações.

Os vídeos são excelentes para chegar aos jovens

Maria Pinto Correia Watts - Diretora Clínica da CLINICALM

A comunicação social é fundamental pa-ra aquilo que os cidadãos conhecem, acre-ditam e sentem. Uma sociedade sem acesso à informação ou à liberdade de expressão distancia-se da democracia e perde identi-dade cultural. A informação de proximida-de permite-nos conhecer e entender a co-munidade na qual estamos enraizados e o objetivo de qualquer prestador de serviços deve ser o de ir ao encontro das necessida-des dessa comunidade.

Penso que O MIRANTE tem vindo cada vez mais a mostrar que é um jornal bastan-te completo e que apresenta informação relevante e de forma interessante à sua po-pulação alvo. Os vídeos online também são uma excelente ferramenta para chegar ao público mais jovem.

Considero que na situação actual cabe à comunicação social ajudar a população a enfrentar a crise com artigos sobre e eco-nomia familiar e conselhos sobre como pou-par. Na área da saúde acho que seria muito importante sensibilizar a população para a prevenção pois, com o panorama atual, o acesso aos cuidados de saúde vai-se tornar proibitivo para muita gente o que irá resul-tar num decréscimo significante da quali-dade de vida.

Ao contrário de algumas pessoas, não con-sidero a publicidade informação supérflua. Sem ela teríamos menos opções de escolha informada o que não é desejável. Contudo é importante que o público esteja consciente das estratégias de mercado que a publicida-de usa e que haja responsabilidade e bom senso por parte dos publicitantes.

“O MIRANTE é exemplo, penso mesmo

que a nível nacional, de como um projecto

editorial centrado na independência e no profi ssionalismo

jornalístico, é essencial para a construção de um

órgão de comunicação reconhecido em toda

uma região. A quem não o conhecer hei-de sempre apontá-

lo como exemplo de informação actualizada,

de qualidade e útil.”

Paulo Varanda - Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 59

Um serviço “Premium”

António Campos - Presidente da Comissão Executiva da Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunica-ção social?

Tudo seria diferente. A informação as-sumiu hoje um papel fulcral nas socieda-des modernas, fornecendo um serviço Pre-mium aos seus cidadãos na medida em que lhes permite usufruir dela. Naturalmente que se pretende uma comunicação social verdadeira e não manipuladora, que in-forme desinteressadamente, sem agenda, que cumpra os seus desígnios. Uma comu-nicação social forte permite uma socieda-de moderna e mais madura.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

É muito importante saber o que se passa nos grandes centros de decisão, mas se não soubermos o que se passa na nossa região teremos sempre dificuldade em compre-ender a nossa sociedade. Não é possível crescer, enquanto sociedade, se não sou-bermos e conhecermos os acontecimentos e os atores da nossa região. Um país forte é aquele que faz circular uma boa comuni-cação/informação nas suas regiões e obvia-

mente também num mapa mais alargado. No nosso dia a dia ouvimos muitas

pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponí-veis no mercado?

Não é possível que isso possa acontecer. Há questões que não voltam para trás. A publicidade, que não é mais nem menos do que dar a conhecer um produto e/ou um serviço, é um veículo indissociável do mundo moderno e global.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

Com toda a sinceridade, avalio o traba-lho de O MIRANTE como excelente. Caso assim não o fosse, parece-me que não seria o líder da imprensa regional em termos de tiragem. Se os leitores compram é porque avaliam positivamente o trabalho que aí se desenvolve. Ninguém compra um pro-duto sem valor. Já me referi muitas vezes ao jornal O MIRANTE, especialmente em Angola e Moçambique, como um referên-cial de trabalho para a comunidade. Con-fio que é um jornal que trata as notícias da nossa região procurando informar com isenção, mesmo sendo por vezes incómo-do para algumas pessoas, mas que procu-ra ser independente da política partidária. Um jornal a sério.

O que não lhe perguntámos que gos-taria de ter respondido?

Quando é que o jornal pela primeira vez? Lembra-se desse jornal “pequenino” e quinzenário? Aí poderia responder: al-gures em final de 1988, ainda quinzenário e publicado na Chamusca e cuja redacção visitei em 1991. São muitos anos passados.

A vida do país não acontece apenas em Lisboa

João Viana Rodrigues - Advogado - Abrantes

Não imagino a vida sem informação e sem meios de comunicação social. Sem estes não há democracia. A formação que advém da in-formação é imprescindível à vida em socieda-de. Como a vida do país não acontece apenas em Lisboa e nas grandes cidades, assim como as decisões a nível mundial não ocorrem ape-nas em Berlim, Bruxelas ou Nova Iorque, a importância do conhecimento dos factos que acontecem na nossa região é crucial para o nosso quotidiano pelas implicações e condi-cionamento que aqueles podem ter neste. A avaliação que faço de O MIRANTE é franca-mente positiva pelo facto de ser porventura o único jornal no distrito de Santarém, que nos dá a conhecer o que de mais importante é notícia em todo ele. Aconselho, por isso, que quem não o lê, mire O MIRANTE, para, de seguida, o ler, enriquecendo-se. E quando for caso disso consulte também a publicida-de. Ela permite ao consumidor uma melhor escolha em termos de preço e qualidade. A falta dessa informação obrigá-lo-ia a prescin-dir dessa selecção, ou a aumentar os custos através de uma procura nos locais de oferta.

“O MIRANTE é um jornal que

se preza pela perspicácia, pela

crítica inteligente, com um fi no humor,

que nunca abdicou da sua imagem de

audácia jornalística.”

Luís Manuel dos Santos Valente - Advogado

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 60

Um papel agregador

João Manuel Sousa da Silva - Gerente da empresa Osteopatas de Almeirim

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive?

O jornalismo de proximidade é fundamen-tal para dar a conhecer a realidade local e tem um papel fundamental como agregador e integrador de formas de estar e de sentir das comunidades regionais.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE?

O MIRANTE está sempre em cima do acontecimento e transmite as notícias de uma forma que todos entendemos. É um jornal que se destaca pela imparcialidade e pela honestidade. Podemos também con-tar com O MIRANTE para a divulgação das empresas, produtos e eventos que decorrem na nossa região e isso é muito importante a nível económico, empresarial e cultural. É um jornal que merece o apoio de leitores e

anunciantes. Ele é o nosso elo de ligação à sociedade e ao que nos rodeia.

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

A informação é uma pedra basilar da so-ciedade moderna. É através do conhecimento do que se passa no mundo, que nos torna-mos cidadãos mais activos e responsáveis. A meu ver, a sociedade actual, tal como a co-nhecemos, cessaria, sem informação e sem meios de comunicação social. Sem troca de informação, todos os mercados cairiam, pa-íses colapsariam, instalar-se-ia o caos. Mas depois da tempestade viria a bonança. Se-ria o retorno às origens mais primordiais da humanidade. Talvez uma oportunidade para recomeçar.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pes-soas dizer que estão fartas de publicidade. Tem a mesma opinião?

Publicidade não é informação. Publici-dade é propaganda. É uma forma de divul-gação comercial de empresas, produtos ou serviços. Não tem como missão primordial informar mas sim publicitar, anunciar e ma-nipular o consumidor de forma a aderir a ideias e a consumir determinados produtos ou serviços. O ideal seria que a publicidade apenas divulgasse a realidade dos produtos ou serviços que vende. É neste sentido que existe uma saturação em relação à publici-dade. As pessoas estão fartas de serem en-ganadas. A meu ver, o fim da publicidade, tal como a conhecemos actualmente, não significaria o fim da informação. Aliás, já existem empresas de “branding” a traba-lhar produtos e serviços nessa dimensão, com um tipo de comunicação centrada na identidade e na realidade do que os produ-tos e serviços são. Uma comunicação ética e honesta. E tal não significa o fim da in-formação sobre produtos e serviços, mas realmente o seu início.

Trabalho sério e honesto

Joaquim Francisco Leonor Sampaio - Presidente da Junta de Freguesia de Almeirim

Sem a comunicação social seria impos-sível viver numa sociedade moderna. Falta de informação é falta de “saber”. A infor-mação está, sem dúvida, ligada à educação e formação dos cidadãos. Mesmo a publici-dade é importante. Sem ela os leitores não teriam conhecimento de bens e serviços es-senciais às suas vidas. No entanto, a publi-cidade deverá ser, a mais correcta possível, no sentido de não confundir os interessados na aquisição dos bens publicitados.

Nos 25 anos de O MIRANTE interessa dizer que tem feito um trabalho que todos reconhecem como sério, honesto e isento. É o jornal da nossa região e para a nossa re-gião. Para mim é um meio de informação fiável e indispensável semana a semana. Dá--me prazer lê-lo, relê-lo e aconselhá-lo. É um jornal bem estruturado, com muita infor-mação e de fácil leitura. Na nossa zona há um grande número de pessoas que só tem acesso aos meios de informação regional. O facto de O MIRANTE escrever com clareza, é importante porque estas pessoas têm não só a possibilidade de compreender o que se passa próximo de si mas também fazer che-gar as suas vozes aos que as podem ajudar na resolução dos seus problemas.

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 61

A importância da participação social

Maria do Céu Albuquerque - Presidente da Câmara Municipal de Abrantes

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

A informação de proximidade é importan-te e precisa de ser preservada e revitalizada.

Saber o que acontece a nível local e re-gional e não apenas em Lisboa ou nos gran-des centros é fundamental, para uma maior interação entre as comunidades e os atores locais. A imprensa regional é um dos pilares da nossa democracia participativa, porque assume um papel de porta-voz da promo-ção da grande região onde está inserida. As matérias que publica, a par dos artigos de opinião, são contributos para a preservação de identidades e para o enraizamento, por-que liga as gentes à terra onde vivem. Como nenhum outro meio de comunicação, a im-prensa regional é capaz de vencer frontei-ras geográficas na ligação às comunidades. E, uma região só ganha quando tem uma imprensa forte.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE?

O MIRANTE é um espelho da região, com um nível de cobertura muito alarga-do. É um produto que informa e forma, promovendo a discussão. Soube adaptar--se às inovações tecnológicas. E faz a dife-rença na dinamização de iniciativas como o Clube de Leitores, a edição de livros e a organização de conferências. Aproveito a ocasião para felicitar O MIRANTE, em par-ticular o seu diretor, jornalistas e leitores, pela passagem de mais este aniversário e expresso um desejo que, estou certa, esta-rá em sintonia com o dos seus leitores e da região, nomeadamente que o jornal pros-siga a vocação da imprensa regional: o jor-nalismo de proximidade.

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Maria do Céu Albuquerque - Presidente da

Tenho dificuldade em imaginar a vida sem meios de comunicação social. Não ape-nas porque sou uma consumidora atenta de notícias, mas porque estamos cada vez mais dependentes destes meios. Os media são uma força de persuasão muito pode-rosa. Influenciam atitudes, comportamen-tos e modelos de vida. Marshall McLuhan deu o necessário impulso ao grande deba-te sobre o que está a acontecer ao homem nesta idade de rápida aceleração tecnoló-gica. Sem meios de comunicação social, o mundo perderia a globalidade que ganhou com a massificação da internet, com todas as mudanças decorrentes desta nova reali-dade. Uma das conquistas da globalização da informação, foi a participação social, com o acesso generalizado aos meios de comunicação.

No nosso dia-a-dia ouvimos muitas pessoas dizer que estão fartas de publi-cidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

Mesmo que não houvesse publicidade continuaria a haver informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado porque as pessoas conversam e fazem essa publicidade de forma espon-tânea. Está provado que o boca-a-orelha é o processo que apresenta maiores índices de credibilidade e de eficiência. No entan-to, a publicidade permite chegar a públicos específicos e segmentados.

A publicidade divulga produtos, infor-mando os consumidores dos seus benefícios, transmitindo informações, atraindo clientes e obtendo determinadas reações dos consu-midores e, claro, movimenta a economia.

O pacote de leitura perfeito

António José Ramos Soares - Sócio Gerente na Confi dentia

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Imaginar a nossa vida sem informação é um exercício que, pura e simplesmente, não faz sentido.

Desde os primórdios da sua existência que a Humanidade se desenvolve a partir da sua capacidade de analisar e interpretar a reali-dade de uma forma partilhada entre todos os membros da comunidade. Um processo de partilha e desenvolvimento de informa-ção fulcral na geração do conhecimento ne-cessário à melhoria continuada da qualidade de vida e à criação de riqueza.

Temos hoje em dia um modelo social e económico baseado na informação e na sua capacidade de gerar conhecimento, fruto da globalização, do desenvolvimento tecnológi-co e da expansão e massificação dos meios de comunicação social.

Imaginar a nossa vida sem informação e sem meios de comunicação social remete-nos para um exercício hercúleo que pudesse per-mitir a reinvenção do nosso próprio modelo social e identidade enquanto seres humanos.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

A importância é enorme! Assim como, devemos, para melhor conhecer os outros, conhecermo-nos primeiro a nós próprios, também devemos conhecer bem, em primei-ro lugar, a comunidade mais próxima antes de tentarmos compreender o resto do mun-do. O desenvolvimento de uma consciência e de uma cidadania global deve ser feita à luz da individualidade de cada um sem abando-no de valores próprios e especificidades cul-turais. Acompanhar os acontecimentos da comunidade mais próxima, relatados pelos

que a integram, é fator crucial para a ma-nutenção de uma cultura e individualidade estruturada e coesa.

Podíamos acabar com a publicidade? O desconhecimento generalizado dos pro-

dutos e serviços à nossa disposição teria conse-quências catastróficas no sistema económico atual. Tanto para os produtores desses pro-dutos e serviços, pela diminuição de oportu-nidades de negócio que a falta de promoção provoca, como também para os consumido-res, que veriam diminuída a sua capacidade de escolha e seleção das melhores alternati-vas. Por outro lado, parece igualmente evi-dente que haveria consequências negativas a nível social e cultural pelo empobrecimen-to na informação disponível. Considerando que a publicidade também é uma forma de gerar informação e, muitas das vezes, uma forma muito própria de expressão cultural.

“Sem o jornal O MIRANTE a Região

estava mais pobre e muitos dos problemas

existentes nunca seriam do conhecimento

público. Dou como exemplo na minha

freguesia. Muito dos acontecimentos a

nível, político, social, cultural e ambiental que chegaram a ser tratados

na comunicação nacional, só o foram

graças às reportagens de O MIRANTE.”

Victor Guia - Presidente Junta de Freguesia de Azinhaga

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 62

O MIRANTE TV é um projecto arrojado e com futuro

António Batista - Administrador da Calcidrata - Indústrias de Cal, SA

O MIRANTE faz um excelente trabalho e O MIRANTE TV é um projecto arrojado e com futuro. É o que de melhor se faz em ter-mos de jornalismo português, a nível local. É um meio de comunicação essencial para sabermos o que se passa na região, tanto a nível de notícias propriamente ditas como de mensagens publicitárias porque a publi-cidade também é importante. Se deixasse de haver publicidade, deixaríamos de contar com um catálogo de bens e serviços que nos permite efectuar as nossas escolhas. Mas se deixássemos de ter meios de comunicação social, regressaríamos à Idade Média. Tre-vas completas!!!

Registo com agrado a sua liberdade

Manuel Milheiras - Sócio gerente da Cálculos Notáveis Ld.ª

Ao longo dos tempos a informação e os próprios meios de comunicação social têm vindo a consolidar a sua importância para a sociedade. A sua evolução tem acompanhado a par e passo a nossa própria evolução en-quanto seus consumidores natos e a nossa racionalidade obriga-nos naturalmente a não prescindir da sua existência, como alimento essencial ao nosso crescimento como pessoas e como comunidade. Penso que num mundo sem comunicação social caminharíamos no escuro, sem guias, nem referências mas não posso deixar de me inquietar com a cada vez maior tendência de controlo e instrumenta-lização da informação por parte do poder político, económico e financeiro para servir os seus próprios interesses.

Como consumidor de jornais não sou grande exemplo, embora acompanhe dia-riamente as notícias tanto, regionais como nacionais, de um modo mais superficial, atra-

vés da internet. O meu interesse e a minha atenção incidem essencialmente sobre a in-formação económica e financeira por moti-vos profissionais, uma vez que sou consultor financeiro desde 2007. Embora não faça o devido acompanhamento, nos restantes ca-pítulos, nomeadamente sobre o que se passa na região onde vivo isso não me impede de considerar como de elevada importância es-tar atento aos acontecimentos e para isso jul-go que O MIRANTE desempenha um papel fundamental, tanto pela qualidade e auten-ticidade da informação como pela abrangên-cia e pormenor com que geralmente retrata os acontecimentos e assuntos. Registo com agrado a sua liberdade e desprendimento relativamente às malhas do poder político, económico e financeiro por mim referidos atrás, que na verdade é diminuto ou mesmo inexistente. Valha-nos isso!

O MIRANTE, com a sua longevidade e ti-ragem, sinais inequívocos da sua importância, tem tido um crescimento seguro, gradual e regular ao longo da sua existência, atingindo com todo o mérito o estatuto de regional nº 1 a nível nacional. A avaliação de qualquer lei-tor, mesmo o menos atento conforme minha confissão anterior, só pode ser muito positi-va. A quem ainda não conhece O MIRANTE, situação provavelmente difícil de acontecer em toda a nossa região, naturalmente real-çava o que já mencionei anteriormente, ou seja, a sua qualidade, abrangência e serieda-de com que nos apresenta semanalmente os factos, as notícias e as realidades humanas, tanto no âmbito social como político, econó-mico, empresarial e publicitário.

“O MIRANTE entrou, desde cedo, nas minhas

rotinas - primeiro em papel, depois pelo

acesso on-line - sendo um meio que me

permite estar mais perto do que vai acontecendo

em toda a nossa vasta região. Reconheço-lhe

qualidade e abrangência que acabam por me

fazer ter necessidade de o consultar diariamente,

de o ler. O MIRANTE possibilita acompanhar as vivências da região,

projecta-a e, para aqueles que estão mais

longe, é um veículo de aproximação.”

Isilda Aguincha - Deputada do grupo parlamentar do PSD

eleita pelo círculo de Santarém e Presidente da Assembleia

Municipal do Entroncamento

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 63

Uma identidade cada vez mais forte e vincada

António Torres - Director Executivo da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

Julgo que é imprescindível saber o que se passa na nossa região, com os seus habitan-tes e com os seus sectores de actividade. Só assim conseguimos ter participação activa naquilo que se passa à nossa volta. As notí-cias que nos chegam de longe são também elas importantes, para que tenhamos uma visão do que se passa no país e no mundo. Mas sabermos o que se passa ao nosso lado ajuda-nos a ter vontade de agir, de mudar o que achamos que pode ser melhorado. No meu caso particular, tal é imperativo para perceber quais as necessidades dos muni-cípios da Lezíria do Tejo, de forma a que a CIMLT possa continuar a promover o de-senvolvimento e o bem comum da região.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

O MIRANTE tem demonstrado, ao lon-go da sua existência, uma identidade cada vez mais forte e vincada. Talvez por isso se tenha tornado num meio de comunicação

social de referência, tanto a nível regional, como nacional. Como tal, a avaliação que fa-ço é positiva e seria essa a opinião que daria a quem ainda não conhecesse O MIRANTE.

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

O Ser Humano tem o direito de informar e ser informado. Aliás, tal consta da Decla-ração Universal dos Direitos Humanos. No artigo 19º pode ler-se “Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão”. Defendo este direito. Como tal, não imagino a nossa vida sem o mesmo.

A publicidade faz-nos falta? Posso comparar a publicidade à Internet.

Já ninguém vive sem nenhuma das duas e ambas estão definitivamente enraizadas no nosso dia-a-dia. As opiniões mais críticas afir-mam, como é sabido, que a publicidade pode manipular os consumidores, estimulando o consumo exagerado de determinados pro-dutos ou serviços, ou criando um obstáculo a uma livre escolha. Ainda assim, a publici-dade, como processo comunicativo que é, dá a conhecer diferentes tipos de um mesmo produto para que o consumidor escolha o que melhor se lhe adapta. Para além disso, incentiva a concorrência e ajuda a reduzir os preços. Por outro lado, sem publicidade não existiriam alguns meios de comunicação social, porque as receitas por ela geradas su-portam grande parte dos custos de funcio-namento desses meios. Mais uma vez, lem-bro o direito de informar e ser informado, que estaria assim condicionado. Na verdade, tudo está interligado, tendo como pano de fundo a liberdade de expressão, um concei-to primordial nas Democracias modernas.

Rigor e imparcialidade são fundamentais

Fernanda Asseiceira - Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

Não consigo imaginar a nossa vida sem meios de comunicação social. Mas seria certa-mente uma vida mais isolada e individualista. Claro que o rigor e a imparcialidade são fun-damentais para a promoção do conhecimento. Sendo O MIRANTE o jornal com mais difu-são a nível da nossa região, ele é importante para sabermos o que aqui se passa.

“Considero O MIRANTE um jornal

com uma cobertura noticiosa muito

completa, com espaço aberto à intervenção

da sociedade civil e com uma

pertinência bastante assertiva quanto aos

conteúdos.”

Duarte Bernardo Director da Escola Profi ssio-nal de Salvaterra de Magos

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 64

Abalar consciências

Duarte Bernardo - Director da Escola Profi ssional de Salvaterra de Magos

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Não imagino. Os ganhos sociais alcança-dos através das variadas informações disponi-bilizadas através da comunicação social são de extrema importância, sobretudo quando pensamos no seu impacto humano e social, quer para a democracia e participação so-cial, quer para o desenvolvimento socioe-conómico do país, da região e do mundo. A sociedade que conhecemos não existiria sem comunicação. A “aldeia global” que somos hoje deve-se, em grande parte, aos avanços tecnológicos que nos permitiram ter acesso a meios de comunicação cada vez mais rá-pidos e eficazes. A comunicação social en-che as nossas casas, indica-nos o caminho,

ocupa-nos o tempo de lazer ou serve-nos de companhia ao longo da viagem.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive?

É imperativo compreender a dinâmica socioeconómica da região em que estamos inseridos. É essencial termos os pés bem as-sentes na terra, conhecer o que é pensado, discutido e decidido pelos intervenientes com responsabilidades no crescimento re-gional. Acredito que o trabalho informa-tivo dinamizado pela imprensa regional, e nomeadamente pel’ O MIRANTE, tem a sagacidade de abalar consciências da esfera civil, acabando por promover indiretamente a livre iniciativa dos cidadãos na construção do bem comum.

Como seria o mundo actual se desapa-recesse toda a publicidade?

Essa seria uma situação difícil de imagi-nar. A publicidade é um importante instru-mento para as empresas, pois se bem utili-zada é capaz de promover produtos/serviços, amplificando lucro e visibilidade. Por outro lado, se esta não existisse, os consumidores não teriam conhecimento dos produtos/servi-ços existentes no mercado. O mercado em si tornar-se-ia demasiado pequeno e limitado, implicando, inequivocamente, um acentua-do decréscimo do ritmo de desenvolvimento das empresas.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE?

Faço uma avaliação bastante positiva. Considero O MIRANTE um jornal com uma cobertura noticiosa muito completa, com es-paço aberto à intervenção da sociedade civil e com uma pertinência bastante assertiva quanto aos conteúdos. Felicito a direção e os colaboradores que ao longo dos anos edi-ficaram conjuntamente um projeto que hoje se apresenta como uma grande referência e uma mais-valia para a região.

Precisamos da informação regional para tomar decisões

Helder Brilha - Sócio gerente da Mundagro

Sem informação e sem meios de comu-nicação social voltaríamos quase à idade da pedra. A evolução seria lenta. E a eco-nomia também seria gravemente afectada porque certas áreas de negócio dependem totalmente da informação.

Atendendo a que a nossa empresa está mais virada para o sector agrícola e consu-mo, o que se passa na região é importante, ajuda e influencia as decisões tomadas no dia a dia, na gestão dos negócios. Se bem que também são importantes as notícias do que se passa na capital e nos grandes centros de decisão a nível mundial, a in-formação local acaba por pesar mais na

hora da decisão empresarial.O MIRANTE faz uma boa abordagem

dos diversos aspectos da vida económica, social, política, cultural e desportiva da região. Em termos de publicidade dá um bom contributo para a divulgação das em-presas que operam na sua região. Como jornal regional recomendaria a sua leitura a outras pessoas. Eu vou continuar a ser assinante e leitor.

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Independência e profissionalismo

Paulo Varanda - Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

Não posso sequer imaginar. A informação não vive sem os meios de comunicação social e estes, quando são independentes e livres, são a base da democracia, são eles que assegu-ram a todos os cidadãos o acesso à informação que lhes permite fazer escolhas esclarecidas, formar opinião, decidir em consciência. A in-formação isenta, centrada na imparcialidade e na investigação séria, é essencial ao exercí-cio livre da cidadania.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

É de máxima importância. Penso que não só para mim, como para todos os cidadãos.

O nosso conhecimento do que se passa na região onde vivemos é fundamental para o entendimento do que podemos esperar das nossas instituições, quais são as potenciali-dades da nossa região, as dificuldades com as quais vamos ter de lidar, as necessidades que as pessoas sentem. É fundamental para sabermos quem somos e quem são aqueles que nos rodeiam - que empresários, que polí-ticos, que pessoas são estas que aqui vivem - o que esperam, o que receiam, pelo que lutam.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pes-soas dizer que estão fartas de publicidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

São inúmeras as vezes que descubro num anúncio de jornal, aquele produto ou serviço que há muito necessitava. Por vezes, os anún-cios, a publicidade, trazem-nos, até, ideias e soluções inovadoras para problemas ou ne-cessidades que sentíamos. A publicidade é es-sencial à divulgação, não só de produtos, mas também, por exemplo, de territórios, contri-buindo para o seu crescimento económico. A publicidade é, por exemplo, obrigatória no que diz respeito às decisões e deliberações da administração pública porque os cidadãos têm o direito a ser informados. A publicidade paga é essencial à independência dos órgãos de comunicação social, nada pior que ter ór-gãos de comunicação social dependentes de subsídios ou ajudas do Estado.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

O MIRANTE é exemplo, penso mesmo que a nível nacional, de como um projeto editorial centrado na independência e no profissionalismo jornalístico, é essencial para a construção de um órgão de comunicação reconhecido em toda uma região. A quem

não o conhecer hei-de sempre apontá-lo co-mo exemplo de informação atualizada, de qualidade e útil.

O que não lhe perguntámos que gosta-ria de ter respondido?

Gostaria de ter respondido à pergunta - Pensa que estaremos juntos para comemo-rar as Bodas de Ouro? Estaremos, sem dúvi-da. Eu mais velho e o MIRANTE sempre jo-vem e inovador.

“O MIRANTE é o que de melhor se faz a nível do jornalismo

nacional”

António Batista - Administrador da Calcidrata -

Indústria de cal,SA

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Portugal deve ter voz grossa na EuropaHenrique Granadeiro falou sobre o futuro da Europa em conferência promovida por O MIRANTE

No Teatro Sá da Bandeira, perante uma plateia de empresários, autarcas, professores e estudantes, o presidente do Grupo PT exortou os governantes nacionais a baterem o pé à Alemanha, referindo que Portugal tem sido uma voz demasiado dócil, submissa e suplicante e que o nosso país não tem de andar a pedir favores às instituições comunitárias.

Chamem-lhe refundação do programa de ajustamento, revisão do memorando da troika ou outra coisa qualquer, mas Portugal só vai conseguir sair da grave crise em que se encontra com a ajuda da Europa. Ou seja, se receber mais dinheiro, se tiver mais tempo para cumprir o acordo assinado com a Co-missão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional e acesso a financiamento externo a taxas de juro mais favoráveis para ser possível voltar a uma tra-jectória de crescimento económico.

A opinião é de Henrique Granadeiro, presidente do conselho de administração da Portugal Telecom (PT), que entende ain-da ser necessária mais firmeza dos políticos portugueses nas negociações com a chan-celer alemã Angela Merkel. Se necessário recordando que, após a II Guerra Mundial, a Alemanha viveu tempos semelhantes aos que estão hoje a atravessar os países do sul

da Europa e que, em 1953, obteve um per-dão de 50 por cento da sua dívida por parte dos diversos países credores, conseguiu um reescalonamento do pagamento da dívida para um prazo longo.

Factores que, para Granadeiro, legitimam que Portugal fale grosso e defenda a redefini-ção das condições impostas pelo plano de ajus-tamento financeiro negociado com a troika. Falando numa conferência sobre o futuro da

Contra o mito do desperdícioO mito de que Portugal é um país desorganizado e gastador que viveu nas últimas décadas à sombra dos milhões vindos de Bruxelas deve ser combatido em nome do rigor, diz Henrique Granadeiro socorrendo-se de números para suportar a sua tese. Num global de 682 mil milhões de euros de investimento público desde que aderimos à União Europeia, a comunidade comparticipou com 80

mil milhões. E nesse mesmo período Portugal contribuiu para os cofres comunitários com 29,5 mil milhões de euros. Ou seja, feitas as contas fica um saldo de 50 mil milhões de euros a favor da União EuropeiaPor isso, diz Granadeiro, não fazem sentido as teorias moralistas assentes no desperdício nacional nem a tese de que o nosso país depende sempre do factor externo, realçando que houve um grande esforço de desenvolvimento e modernização nas últimas décadas feito com o esforço dos portugueses.

Europa realizada no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, no âmbito das comemorações do 25º aniversário de O MIRANTE, o gestor exortou os governantes nacionais a baterem o pé à Alemanha, referindo que Portugal tem sido uma voz demasiado dócil, submissa e su-plicante e que o nosso país não tem de andar a pedir favores às instituições comunitárias, pois ficou em pé de igualdade quando alienou parte da sua soberania monetária e cambial com a adesão ao euro.

Henrique Granadeiro entende que a União Europeia não tem correspondido neste momento de crise ao que seria de es-perar de uma comunidade solidária. E dis-se não saber quais os desígnios da Europa, referindo que hoje temos uma Europa a várias velocidades e com apenas um país a comandá-la. De qualquer forma, o patrão da PT considera que não é tempo de baixar os braços, acreditando que esta história não vai acabar assim.

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Jornalismo de proximidade tem futuro e jornais em papel vão continuar a existir

Críticas aos “papagaios” catastrofistas

Antes de entrar no tema da conferên-cia, sobre o futuro da Europa, Henrique Granadeiro reflectiu sobre o momento da nossa vida política e social, considerando haver um excesso de ruído que entope todos os canais de comunicação causado por uma multidão de papagaios e de ou-tras aves canoras que se entretêm todas as noites e aos fins de semana a massa-crar os portugueses com análises comple-tamente catastrofistas sobre o presente e o futuro. Este excesso de ruído, sustenta o empresário, dificulta a mobilização das vontades dos portugueses no sentido de

sair da situação em que nos encontramos. Henrique Granadeiro reforça que o ca-tastrofismo e o pessimismo não são uma ajuda para nos posicionarmos perante a realidade e o futuro e constituem um obstáculo dispensável.

Henrique Granadeiro esclareceu a plateia, composta por muitos estudan-tes, mas também autarcas, empresários e responsáveis de várias entidades, que a sua reserva nos últimos tempos em to-mar posições públicas visou não entrar nessa espiral que, na sua óptica, não tem contribuído para elevar o nível do deba-te político nem para a concretização de projectos que ajudem a ultrapassar os problemas que enfrentamos.

Agricultura nacional precisa de ajuda

Henrique Granadeiro crê no futuro da agricultura nacional. O aumento de preço dos cereais no mercado interna-cional, o crescimento das exportações de horto-frutícolas e a reconversão do sector vitivinícola são alguns dos factores que o levam a perspectivar que haverá uma nova oportunidade para a agricultura portuguesa, onde diz existirem já alguns casos de sucesso.

Mesmo assim, o líder da PT, que é também produtor de vinhos, faz uma avaliação crítica da Política Agrícola Comum (PAC) relativamente ao nosso

país, referindo que não tem contribuído para aproximar os níveis de rendimen-tos entre os agricultores portugueses e os de outros países da União Europeia. As ajudas ao agricultor português re-presentam 20 por cento da média eu-ropeia, elucidou.

Mais uma vez recorrendo a números, destacou que em 2011 foram canalizados para a agricultura nacional 733 milhões de euros, muito abaixo, por exemplo, dos 2500 milhões atribuídos à Grécia, dos 1300 milhões à Irlanda ou dos 6000 milhões à Espanha. Não tem havido políticas de convergência e apoio à eliminação das assimetrias defendidas pelo Tratado de Roma, afirma.

Os jornais locais em papel vão resistir à concorrência da Internet e continuar a exis-tir durante muito tempo, graças ao notici-ário de proximidade que os diferencia dos periódicos generalistas de grande circula-ção que, esses sim, terão tendência a optar somente pelo suporte digital, como aliás já se começa a verificar. A convicção foi parti-lhada por Henrique Granadeiro. O orador sublinhou que os jornais sempre tiveram muita dificuldade na forma de lidar com o conceito de gratuitidade que os utilizado-res associam à Internet e demoraram algum tempo a encontrar modelos de negócio para tornar rentáveis as edições online. Henrique Granadeiro realçou que hoje já há esses mo-delos de negócio definidos, com o acesso a informação paga através da Internet ou de telemóvel, e que o suporte digital deverá ser o caminho exclusivo para os maiores jornais nos próximos tempos.

Já quanto aos jornais locais e regionais, considera que o sentimento de pertença dos cidadãos a determinada comunidade é um ponto a favor que permite vaticinar que esse conceito de jornalismo de proximidade vai viver ainda muito tempo em cima do supor-te em papel. Granadeiro diz que enquanto as coisas forem como são há um lugar para os jornais regionais, desde que saibam adap-tar-se aos novos tempos e novos públicos e dinamizem uma oferta cumulativa em su-porte digital, que tanto pode ser de imagem como de vídeo.

Uma visão que o director geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio, partilhou, afirmando a concluir a palestra, realizada no Teatro Sá da Bandeira, que O MIRANTE podia ser “o jornal das oito ci-dades” mas optou por ser um jornal próximo de todas as freguesias e lugares da região,

mesmo daqueles onde nem os políticos vão em campanha eleitoral.

Henrique Granadeiro visitou as instala-ções de O MIRANTE em Santarém antes da conferência no Teatro Sá da Bandeira, sendo recebido pelo director-geral, Joaquim Antó-nio Emídio, pela directora de marketing e projectos especiais, Joana Emídio, e pelo di-rector editorial Alberto Bastos. O presidente do conselho de administração da PT cumpri-mentou os colaboradores do jornal e duran-te a visita inteirou-se do funcionamento de O MIRANTE. Descerrou ainda uma peque-na placa alusiva à visita e à conferência. No decorrer da conferência lembrou que esteve 14 anos no sector da comunicação social e falou sobre a paixão que é fazer um jornal. Henrique Granadeiro foi administrador da Sojornal e da Controljornal, é gestor e em-presário com um extenso currículo e interes-ses em áreas diversas. A par do cargo actual na PT é administrador da Fundação Eugénio de Almeida e presidente do conselho-geral da Universidade de Lisboa.

No decorrer da conferência Henrique Granadeiro lembrou que esteve 14 anos no sector da comunicação social e falou sobre a paixão que é fazer um jornal.Henrique Granadeiro foi administrador da Sojornal e da Controljornal, é gestor e empresário com um extenso currículo e interesses em áreas diversas.

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Luis Alves Costa e Pedro Alves Costa, administradores da SGD (ao centro) foram convidados da administração de O MIRANTE para a conferência de Henrique Granadeiro e visitaram a redacção acompanhando de perto o contacto com jornalistas, comerciais e administrativos.

Henrique Granadeiro descerrou uma placa alusiva à sua visita à redacção de O MIRANTE e à conferência que proferiu integrada nos 25 anos do jornal. O presidente do conselho de administração da PT confessou que era a sua primeira vez neste tipo homenagem.

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O auditório do teatro Sá da Bandeira em Santarém encheu para acolher a conferência de Henrique Granadeiro subordinada ao tema “Portugal - diálogos sobre o futuro” em que se falou da Europa e da importância da comunicação social numa sociedade moderna. Marcaram presença gestores, autarcas e alunos da Escola Superior de Gestão e Escola Profissional do Vale do Tejo para além de outros convidados.

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Henrique Granadeiro momentos antes de iniciar a sua palestra em conversa com Joana Emídio Ilídio Lopes, presidente da Escola Superior de Gestão, em primeiro plano. Ao seu lado Ramiro Matos, advogado, e Orlando Ferreira, administrador da Rodoviária do Tejo

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Páginas desta edição:72 • 16 Novembro 2012PUBLICIDADE

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Um jornal fantástico

Maria Antónia Barbosa Borges Vinagre - Angariadora Imobiliária, Unipessoal

Sem meios de comunicação social tudo se tornaria muito mais difícil. A informa-ção é talvez das coisas mais importantes da vida, a prova disso, é o forte desenvol-vimento em termos mundiais a nível da informação. Quanto mais informado o mundo estiver, mais se desenvolve a todos níveis. A informação local é importantís-sima! Assim, temos uma informação mais detalhada sobre o que se passa na nossa re-gião. O MIRANTE é sem dúvida um jornal fantástico! Um jornal com vários artigos interessantes e também com uma verten-te publicitária muito variada o que ajuda bastante a população a manter-se infor-mada a todos os níveis.

Alguns pouca falta fazem

Manuel Tomé Pacheco Correia - Gerente da Ribatintas

A vida sem informação seria muito es-cura e sem outras perspectivas. Quanto aos meios de informação e a falta deles, diria que alguns são imprescindíveis enquanto outros pouca falta fazem. O MIRANTE é dos que apresenta um trabalho bastante positivo. A quem não o conhecesse reco-mendaria que passasse a lê-lo todas as se-manas, principalmente se fosse da sua área de abrangência. Nesta altura do seu 25º aniversário resta-me esperar que o próxi-mo ano não seja pior que o actual, o que acho que irá acontecer.

Para conhecer com detalhe

Ricardo Luís Costa - Presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente do Paúl

Nos dias de hoje é impossível viver sem informação e sem meios de comunicação social. Do acontecimento à notícia tudo se desenrola num ápice e os meios de co-municação são fundamentais, colocando as pessoas mais perto do acontecimento. É muito importante também conhecer o que se passa na região para conseguirmos ava-liar o desenvolvimento da mesma mas isso só é possível com os meios de comunica-ção regionais. Considero que o trabalho de O MIRANTE é essencial para o desenvolvi-mento social e económico da região, permi-tindo conhecer com detalhe a grande maio-ria dos acontecimentos de interesse regional. Recomendo a sua leitura a quem eventual-mente não o conheça.

“O MIRANTE é um jornal de proximidade e

tem conseguido ir ao encontro das

realidades locais. Vê-se pelo seu êxito e

incremento.”Vítor Silva - Director Geral

da Moquil

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Como não cair na tentação da desinformação

Carlos Segundo Nestal - Advogado - Santarém

Cada vez mais a informação é uma fer-ramenta essencial para o homem, tanto no seu trabalho como nas atividades mais ba-nais do quotidiano. O desenvolvimento das novas tecnologias permite ter toda a infor-mação na palma de uma mão e em questão de segundos. O desenvolvimento nesta área é uma constante e demasiado rápido, basta vermos que há bem poucos anos a televisão era a preto e branco e hoje já as usamos de forma interativa. A comunicação social é um dos principais meios de transmissão de informação, cada vez com menos exclusivi-dade, perdendo alguma influência para as redes sociais, mas este é um desafio interes-sante para os meios de comunicação social, como concorrer com as redes sociais. Outro

dos desafios que se coloca à comunicação social no presente, e no futuro, é como não cair na tentação fácil da desinformação e da manipulação de notícias, evitando que por vezes nem sempre a informação transmitida corresponda à realidade objetiva dos factos.

Nós vivemos em comunidade, assim sen-do, é essencial sabermos o que acontece no meio que nos rodeia. Não faz sentido co-nhecermos as decisões de Lisboa ou até de uma Casa Branca ou da Comissão Europeia, e depois estarmos completamente alheados do que se passa na nossa cidade ou aldeia. Neste aspeto, é fundamental a existência de comunicação social local livre e inde-pendente, com capacidade de informar o que vai acontecendo à nossa volta. Sou lei-tor assíduo, tanto da edição impressa como da digital, de O MIRANTE e avalio-o como um jornal que ao longo dos anos foi crescen-do de uma forma paulatina, mas que assu-me um papel fundamental na informação no Ribatejo. O melhor conselho que daria a quem não conhece o jornal, é que o lesse, pois seria das melhores formas de se tomar conhecimento do que acontece à sua volta.

Gostaria de dar a minha opinião sobre a situação atual do país e a situação local. Estamos a aproximar-nos a passos largos do caos e do abismo e é preciso transmitir con-fiança e esperança, apresentar novos proje-tos que sejam focados nas pessoas e não nos números. Tanto a nível nacional como local temos de acabar com gestões de navegação à vista, de promessas que depois nem sequer chegam ao papel, quanto mais concretizá--las. Não se pode prometer às populações o que se sabe não ser possível cumprir. Vive-mos um período de enorme tensão política e social, em que cada dia que passa mais so-berania perdemos e devemos devolver o po-der soberano ao povo, pois é nele que reside.

“No meu entendimento o trabalho do jornal O MIRANTE é muito positivo, pois está sempre em

cima do acontecimento. Para além de transmitir a notícia de uma forma que todos entendemos

também se nota a imparcialidade do jornal quer a nível político ou económico. É um jornal que se

destaca principalmente pela imparcialidade e pela honestidade. Quando lemos o jornal sabemos

que o que estamos a ler é verdade, ao contrário de muitos jornais a nível nacional em que temos

algumas dúvidas da veracidade das informações.”

João Manuel Sousa da Silva - Gerente da Osteopatas de Almeirim

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Valorizar também o que é positivo

Alexandra Sofi a - Advogada - Entroncamento

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

É difícil percecionar semelhante situação. Num cotejo com realidades mundanas tal-vez se equipare ao cenário duma praia sem mar. O homem é, de “per si” um ser social. Como tal, a ânsia de saber, a procura de informação é algo intrínseco à sua própria natureza . É inato. Respondendo, por isso, à vossa questão, no campo das meras possi-bilidades, seria uma vida talvez mais calma mas mais limitada.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem

ainda não o conhecesse?É um meio de comunicação essencial pa-

ra a descoberta das sobreditas realidades re-gionais, sendo, por isso, imprescindível para um conhecimento mais profícuo do que nos rodeia. Revela, por outro lado, isenção, cui-dado e interesse na forma como se apresen-ta aos seus destinatários, materializando-se em notícias, não só negativas, como normal-mente acontece em termos televisivos, mas valorizando, de igual modo, o que de bom se passa, o que é positivo.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive?

O conhecimento da realidade regional é imprescindível para podermos aferir so-bre o que efectivamente nos rodeia. O país é constituído por cada pessoa, cada comu-nidade, cada região. Não obstante, ao nível do que habitualmente verificamos, a crucial tónica informativa centra-se nos grandes centros urbanos. As notícias regionais valo-rizam, pois, a meu ver, a existência do que há perto de nós.

O que pensa da publicidade? Hodiernamente, e devido à feroz concor-

rência, há publicidade a mais. Todavia, se a mesma não existisse o próprio consumidor deixaria de ter o vasto leque de opções de que agora dispõe para poder decidir com uma “melhor” consciência.

“Considero que O MIRANTE é um jornal que tem vindo a alargar a sua infl uência,

já que está absolutamente assumido pelos leitores. Recomendá-lo-ia como um meio de

conhecimento regional de grande importância.”

Maria da Luz Rosinha - Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira

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Perspicácia e crítica inteligente com fino humor

Luís dos Santos Valente - Advogado - Santarém

É difícil imaginar a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social, atendendo à velocidade com que as infor-mações circulam entre as pessoas. A comu-nicação é a base de quase todas as nossas atividades diárias. Com o ritmo frenético que atualmente a sociedade tem, torna--se cada vez mais necessário, a existência de formas muito mais simples e rápidas de nos podermos comunicar. Basta verificar a evolução tecnológica dos aparelhos que utilizamos para comunicar tais como os telemóveis, computadores, tablets, o que facilitam imenso quem tem um estilo de

vida extremamente acelerado. Os meios de comunicação social permitem-nos absorver toda a informação que necessitamos sobre o mundo que nos envolve de uma forma simples e rápida.

Sobre O MIRANTE eu diria que é, sem dúvida, um semanário que se preza pela perspicácia, pela crítica inteligente, com um fino humor, que nunca abdicou da sua imagem de audácia jornalística. É dos jornais regionais que contém mais infor-mações das diversas áreas da sua área de abrangência e é o maior jornal regional do país. Ao lê-lo, qualquer pessoa fica perfei-tamente informada sobre a realidade desta região e a conhecer o circunstancialismo que nos rodeia. De certa forma acaba por influênciar as nossas opções diárias, desde as decisões mais corriqueiras às mais rele-vantes da nossa vida quotidiana. Muito “ribatejano”

Maria Celeste Sousa - Directora da Escola Secundária Santa Maria do Olival - Tomar

Sem meios de comunicação social a socie-dade estaria inibida de usufruir dos padrões de vida e felicidade que conhecemos. Seria uma sociedade forçosamente incipiente, a vida pública menos transparente, as pessoas menos cultas, menos conhecedoras e menos solidárias. Sobre o trabalho de O MIRANTE faço uma avaliação positiva. É um jornal muito “ribatejano”, agressivo muito ambi-cioso e competitivo.

“O MIRANTE faz um excelente trabalho

de divulgação da nossa região e já

quebrou as barreiras regionais, marcando

a sua presença de forma muito vincada

no panorama da comunicação em

Portugal. Claro que isto se deve, sem

dúvida, à grande porta que os novos meios de

divulgação abriram, sobretudo a internet,

mas só lá chega quem tem competência,

capacidade de trabalho e estratégia.”

Nuno Belchiorinho - Director Clínico da Clínica Belchiorinho

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16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 37

Conseguir a “internacionalização” interna

João Artur - Administrador da Risa

Num mundo sem informação cada um fi-caria isolado no seu canto ignorando o que passava à sua volta. Para não ignorarmos o que acontece na nossa região é importan-te ler O MIRANTE. Trata-se de um jornal que conseguiu a sua “internacionalização” interna, pois embora seja um jornal regio-nal consegue ter uma divulgação nacional.

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José Coimeiro - Administrador da CABENA

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

É inimaginável! A informação sempre foi e sempre será o motor do avanço da nossa sociedade e os meios de comunicação so-cial são o seu combustível. Nem sempre nos leva no melhor sentido, mas esse é o preço que temos de pagar… e o balanço é franca-mente positivo.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

Felizmente, o mundo não se limita aos grandes centros de decisão e às grandes ur-bes. Existem um sem número de pequenas unidades que contribuem de forma signifi-cativa para o bem estar comum e para o de-senvolvimento da economia local e nacional que, teimosamente, se mantêm fora desses

centros. A comunicação social de âmbito re-gional tem um papel fundamental na divul-gação das suas actividades, dando-lhes a vi-sibilidade e a dimensão justas que, sem ela, dificilmente teriam.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pes-soas dizer que estão fartas de publicidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

É verdade que hoje somos “bombarde-ados” com publicidade e, por vezes, as in-tenções nem são as melhores. Mas cabe-nos fazer a filtragem e usá-la da melhor forma possível. Sem ela não haveria competição e, seguramente, não haveria desenvolvimento.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

O MIRANTE faz um excelente trabalho de divulgação da nossa região e já quebrou as barreiras regionais, marcando a sua presen-ça de forma muito vincada no panorama da comunicação em Portugal. Claro que isto se deve, sem dúvida, à grande porta que os no-vos meios de divulgação abriram, sobretudo a internet, mas só lá chega quem tem compe-tência, capacidade de trabalho e estratégia. O conselho que posso dar a quem não o co-nhece é que o coloque nos “favoritos” e que o consulte regularmente. Seguramente que, em pouco tempo, será, como eu, mais um assíduo leitor dos seus excelentes conteúdos nas suas diversas plataformas.

Neste seu 25º aniversário, quero dar os parabéns a toda a equipa que tornou possí-vel cumprir este caminho e fazer votos que os próximos 25 anos sejam, na senda dos pri-meiros 25, de grande sucesso e que as notí-cias publicadas na edição do 50º aniversário nos mostrem um país pujante e com um fu-turo próspero.

“Ao contrário da maioria dos Media de âmbito nacional

O MIRANTE não omite o que esta mal. Informa mas não tem

a sua orientação editorial centrada

em maus exemplos e “negativismo”, pelo

contrário centra-se na divulgação de

boas práticas e bons exemplos, informando

sobre pessoas, empresas e outras entidades que

todos os dias contribuem para criação de riqueza e do bem comum e que têm práticas de ajuda e

solidariedade.”António Martinho - Director

Geral da Peugeot Pedro Lamy

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16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 38

Acreditação ética

Monira Osman - Psicóloga Criminal e Directora Geral do lar Repouso Ribatejo, Residencial Lar da Minha Mãe

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

O MIRANTE é uma referência enquanto projecto jornalístico e que soube estabele-cer-se como um meio de divulgação de in-formação credível e profissional. O projecto assente no processo de investigação, informa-ção e produção de reportagem necessita da intervenção de vários agentes e é notável a boa capacidade na gestão e mediação destes agentes onde se procura dar importância à notícia. O estabelecimento destes objectivos é que desencadeou o progresso e acreditação ética deste jornal que desde já saúdo pelo seu aniversário.

Qual a importância de saber o que se

Monira Osman - Psicóloga Criminal e

passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-tros de decisão a nível mundial?

Reflectir sobre as problemáticas específicas da nossa região, promove um novo sentido e dá uma dimensão às questões que, relatadas num contexto mais genérico (a nível nacio-nal), certamente não teriam. A evolução do projecto O MIRANTE como jornal regional vem colmatar essa necessidade e reforçar a convicção da importância em conhecermos a diversidade, a cultura, o mundo empresa-rial e outras situações específicas que se vive numa determinada região.

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

Entendo a informação, e as suas diferentes formas de divulgação, como ferramentas que nos ajudam a desenvolver linhas de pensa-mento relativas a diversas problemáticas e na concretização, aprofundamento nas reflexões e tomadas de posição que como cidadã devo ter. Neste sentido, impõe-se mostrar o quão importante é a mesma e, que desta resultam experiências, apresentam-se problemáticas, ultrapassam-se fragilidades e desafios, enri-quece-se a sociedade, promove-se o futuro. Por tudo isto, é impensável num mundo sem informação e seus meios de comunicação.

O que pensa da publicidade? Considero que, numa sociedade globali-

zada como esta em que vivemos, é compre-ensível o sentimento de que somos “invadi-dos” e pressionados a fazer escolhas muitas vezes com base em condicionantes e pressões que não deveriam existir para o consumidor. Todavia, considero a publicidade como uma mais valia, cabe a nós enquanto utilizadores de determinado serviço ou bens, saber esco-lher de acordo com as necessidades, condi-ções e prioridades pessoais.

O que não lhe perguntámos que gosta-

ria de ter respondido?Enquanto empresa sediada no concelho, e

no âmbito dos serviços que prestamos; apoio a idosos e dependentes, debatemo-nos com diversas questões merecedoras de destaque para reflexão colectiva e, para que as entida-des intervenientes e responsáveis se familia-rizem mais com as questões de terreno que procuramos ultrapassar diariamente. É fun-damental que se perceba a dimensão huma-na e se personalizem as necessidades reais e específicas dos nossos clientes, tendo sempre em horizonte que o idoso é parte integrante da nossa sociedade bem como a sua vivên-cia. Considero que se vivem tempos de gran-de mudança do paradigma da terceira idade e, é imperioso que se perspectivem serviços, posições e estruturas adequadas e prontas para esta fase que, de uma forma geral, será nossa também um dia.

“O MIRANTE tem sido durante estes 25

anos de existência um dos garantes

da democratização da informação na

região, diria mesmo, no país. É um jornal indispensável para

quem vive e trabalha na região.”

Dionísio MendesPresidente da Câmara Municipal de Coruche

Page 71: 25º ANIVERSÁRIO O MIRANTE

16 NOVEMBRO 2012O MIRANTE | EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS | 39

Perguntar, perguntar sempre

António José Ganhão - Presidente da Câmara Municipal de Benavente

Como imagina a nossa vida sem infor-mação e sem meios de comunicação social?

Um país como o nosso onde a crise econó-mica e social é tão grave, caracterizada pelo não acesso por parte de grande parte da po-pulação a indicadores de qualidade de vida (como educação, saúde, trabalho, habitação, segurança), a informação transmitida pela co-municação social assume um importante papel na vida quotidiana, despertando consciências e procurando a verdade das coisas. O contrá-rio seria regredir na civilização que queremos cada vez mais esclarecida.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes cen-

tros de decisão a nível mundial? A região onde vivemos, onde criamos laços

com família, amigos, vizinhos, cria-nos um sentimento de pertença numa comunidade. E importa saber o que se passa na nossa ter-ra, na região com a qual nos identificamos e que tem costumes, tradições, e até problemas que são comuns a todos os que cá vivem e que importa conhecer. É fundamental sabermos o que se passa na nossa vida colectiva e tentar-mos melhorar sempre os aspetos menos posi-tivos. Os grandes centros de decisão por vezes esquecem-se da importância de conhecer local-mente as dificuldades e é por isso que temos que estar sempre atentos.

No nosso dia a dia ouvimos muitas pes-soas dizer que estão fartas de publicidade. O que aconteceria se um dia não houvesse qualquer informação sobre os produtos e serviços que estão disponíveis no mercado?

Reconheço à publicidade vantagens na pro-moção dos produtos e marcas, no incremento das vendas e consequentemente da economia. E é na realidade um estímulo ao consumo e por vezes é cansativo para quem tem que es-colher baseado nas mensagens publicitárias, dada a variedade da oferta. Mas considero a publicidade importante desde que não seja agressiva ou enganosa.

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não conhecesse?

O MIRANTE é um jornal de referência na região, dinâmico, sempre à procura das infor-mações que interessam aos leitores e é por isso que se mantém com esta atividade invejável, sem perder o fulgor. Todas as semanas leio O MIRANTE com expectativa.

O que não lhe perguntámos que gostaria de ter respondido?

Ao longo destes anos acho que O MIRANTE nunca deixou nada por me perguntar.

Page 72: 25º ANIVERSÁRIO O MIRANTE

16 NOVEMBRO 2012 | O MIRANTEEDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 25 ANOS| 40

Melhor informação gera melhor cidadania

Eduardo Camacho - Presidente da Direção do Centro de Bem Estar Social de Alcanena

Que avaliação faz do trabalho de O MIRANTE? O que diria do jornal a quem ainda não o conhecesse?

Ao longo da sua existência O MIRANTE ganhou um espaço bastante importante na

região, sendo considerado um meio de in-formação significativo. A quem não o co-nhecesse diria que é importante lê-lo para conhecer as características culturais, econó-micas e naturais da região.

Qual a importância de saber o que se passa na região onde vive e não apenas o que se passa em Lisboa e nos grandes centros de decisão a nível mundial?

É sempre uma mais-valia as pessoas es-tarem bem informadas em relação a todos os contextos atuais, quer nos grandes ou pequenos centros, pois a informação tor-na as pessoas mais cultas e inteligentes e assim podem fazer argumentação de qual-quer assunto.

Como imagina a nossa vida sem in-formação e sem meios de comunicação social?

Certamente iria ser muito complicado, uma vez que a informação é imprescindí-vel para o dia-a-dia das pessoas, sendo que é graças à informação difundida pelos di-versos meios de comunicação que podemos discutir assuntos que implicam mudanças diretas na nossa vida, podendo inclusive manifestarmo-nos e intervir na tomada de decisões.

O que aconteceria se não existisse pu-blicidade?

Teríamos a oportunidade de formar as nossas opiniões a respeito dos produtos, comparando informações nos próprios lo-cais de comércio ou mediante a utilização dos mesmos, assim sendo não seriamos al-vo de manipulação.

Chamar a atenção para os problemas

Cristina Pereira - Diretora da Cavendish House, Centro de Estudos

Por vezes penso que uma vida sem in-formação nem meios de comunicação so-cial seria muito mais tranquila. Hoje somos constantemente bombardeados com infor-mação desnecessária que nos leva a um es-tado de angústia constante. No entanto, se não tivéssemos informação viveríamos na ignorância o que nunca é bom para o desen-volvimento da sociedade. Os meios de comu-

nicação também têm um papel importante na divulgação de muitas injustiças e assegu-ram que aspetos como os direitos humanos sejam cumpridos.

O MIRANTE faz um bom trabalho na divulgação de informação na zona do Ri-batejo. Também é bom para o espírito de comunidade ver como os outros membros da comunidade estão a contribuir. Além do mais, alerta as autoridades e comunidade pa-ra problemas que necessitam de resolução e é uma fonte de informação dos produtos/serviços disponíveis neste mercado.

O que nos está mais próximo de casa te-rá muito mais impacto no nosso quotidia-no. É importante saber os meios que temos ao nosso dispor e como podemos contribuir para que a comunidade onde estamos inse-ridos seja melhor.

Sobre a publicidade acho essencial que tenhamos ao nosso dispor informação sobre os serviços e bens disponíveis no mercado para ultrapassar as nossas necessidades do dia-a-dia. O problema está na forma como essa informação é transmitida.