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XX 132 26/07/2012 * MP só cumprirá a Lei de Acesso em outubro - p.03 * CORRA PARA A POLÍCIA, MAS ESPERE SENTADO- p.15 * 38 RÉUS, 11 JUÍZES E O MAIOR JULGAMENTO DA REPÚBLICA - p. 21

26 de julho de 2012

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XX 132 26/07/2012

* MP só cumprirá a Lei de Acesso em outubro - p.03

* CORRA PARA A POLÍCIA, MAS ESPERE SENTADO- p.15

* 38 RÉUS, 11 JUÍZES E O MAIOR JULGAMENTO DA REPÚBLICA - p. 21

O conselheiro Fabiano Augusto Mar-tins Silveira apresentou proposta de resolu-ção no CNMP com o objetivo de discipli-nar o atendimento a advogados e às partes envolvidas em um processo por parte de membros do Ministério Público.

Acerca da proposta, Ophir Cavalcante, presidente da OAB, manifestou o desejo da entidade de que esta estabeleça que o aten-dimento será prioritário aos advogados nos casos considerados urgentes.

Ao final dos debates, pediram vista da proposta de Resolução os conselheiros do CNMP Mario Bonsaglia, Almino Afonso Fernandes e Jarbas Soares Júnior.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃORESOLUÇÃO Nº , de de 2011Dispõe sobre o atendimento ao públi-

co e aos advogados por parte dos membros do Ministério Público.

O CONSELHO NACIONAL DO MI-NISTÉRIO PÚBLICO, no exercício da competência fixada no art. 130-A, § 2º, in-ciso II, da Constituição Federal, e com fun-damento no art. 19 do Regimento Interno;

CONSIDERANDO os esforços deste Conselho no sentido de incrementar os me-canismos formais de diálogo entre o Minis-tério Público e a sociedade, especialmente a Resolução nº 64, de 1º de dezembro de 2010, que dispõe sobre a implementação de Ouvidorias no âmbito do Ministério Público brasileiro e do CNMP, bem como a Resolução nº 82, de 29 de fevereiro de 2012, que dispõe sobre a realização de au-diências públicas pelo Ministério Público;

CONSIDERANDO que o atendimen-to ao público tende a reforçar a observân-cia dos princípios da publicidade e da efi-

ciência no âmbito do Ministério Público, assegurando maior transparência em sua atuação institucional;

CONSIDERANDO que a atividade ministerial deve ser compreendida essen-cialmente como um serviço público;

CONSIDERANDO que quem fala pela sociedade tem por consequência o de-ver de falar com a sociedade,

RESOLVE:Art. 1º O membro do Ministério Públi-

co, no exercício de suas funções institucio-nais, deve prestar atendimento ao público, sempre que solicitado, e em local e horário adequados, com a finalidade de avaliar as demandas que lhe sejam dirigidas em face da defesa da ordem jurídica, do regime de-mocrático e dos interesses sociais e indivi-duais indisponíveis.

§ 1º O disposto no caput deste artigo inclui o atendimento ao advogado de qual-quer uma das partes ou de terceiros inte-ressados, inclusive de pessoas investigadas ou de réus em ações penais, independente-mente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada.

§ 2º Além das hipóteses de férias, li-cenças e outros afastamentos legais, o atendimento ao público poderá ser suspen-so, excepcionalmente, em razão de funda-da ameaça à integridade física do membro do Ministério Público que decorra de sua atuação funcional.

Art. 2º Esta Resolução entrará em vi-gor na data de sua publicação.

Roberto Monteiro Gurgel SantosPresidente do Conselho Nacional do

Ministério Público

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Proposta do CNMP objetiva disciplinar atendimento a advogados e às partes

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Do Portal HD O recurso do candidato a

prefeito de Pirapetinga, Nilo Sérgio Tostes Luz (DEM), que havia tido o registro indeferido pelo juiz locaL, foi o primei-ro a ser julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na quarta-feira (25).

Conforme o TRE, a im-pugnação apresentada pelo Mi-nistério Público à candidatura de Nilo havia sido acolhida em razão de ele ter tido as contas do ano de 2008 rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado, quando exerceu a função de prefeito do município (2004 a 2008).

No entanto, segundo o juiz Flávio Bernardes, “o parecer prévio emitido pelo Tribunal de

Contas do Estado de Minas Ge-rais, referente às contas do ano de 2008, foi rejeitado pela Câ-mara Municipal de Pirapetinga, por 6 votos a 1, ou seja, mais de 2/3. Não há dúvidas de que as contas foram aprovadas.”

E prossegue, em sua deci-são monocrática: “Com efeito, constato que as contas foram efetivamente aprovadas pelo órgão competente, segundo a jurisprudência maciça do TSE e os dispositivos legais e cons-titucionais aplicáveis à espécie, qual seja a Câmara Municipal, não havendo que se falar, por-tanto, em inelegibilidade por rejeição de contas públicas”. Já chegaram ao TRE 12 recursos de registros de candidaturas.

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Candidato a prefeito de Pirapetinga tem recurso aprovado pelo TRE-MG

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O chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff, Giles Azevedo, recebeu, nes-ta quarta-feira (25), o presi-dente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP), César Mattar Jr., o segundo vice-presidente da entidade, Victor Hugo Palmeiro de Azevedo, o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Edu-ardo Veiga, o procurador de Justiça gaúcho Ivory Coelho Neto e o promotor de Justiça no Rio Grande do Sul Álvaro Poglia. O objetivo da reunião foi debater assuntos de inte-resse do Ministério Público, entre eles a nova lei de lava-gem de dinheiro.

A Lei n.º 12.683 de 2012 torna mais rigorosa a fiscali-zação e fixa maiores sanções para o crime de lavagem de dinheiro. A nova lei estabele-ce como lavagem de dinheiro a utilização de qualquer re-curso com origem oculta ou ilícita. A legislação anterior, em vigor desde 1998, enqua-drava como lavagem apenas o uso de recursos com origem no tráfico de armas e drogas,

crimes contra a administra-ção pública ou terrorismo. Já os prazos de três a dez anos de reclusão para quem come-te o crime foram mantidos. Em compensação, o valor das multas aplicadas a con-denados foi elevado. O teto máximo agora será de R$ 20 milhões, e não mais de apenas R$ 200 mil, como previa a lei anterior.

As novas regras ampliam também o rol de pessoas fí-sicas e jurídicas obrigadas a informar movimentações financeiras atípicas ao Con-selho de Controle de Ativi-dades Financeiras, o Coaf. Quem trabalha, por exemplo, com contratação de jogadores de futebol, eventos artísticos e esportivos, ou trabalha no mercado de artigos de luxo, ou ainda pessoas físicas que trabalham com compra e tro-ca de moeda estrangeira têm de informar as transações ao órgão. Convite

O presidente e o 2º vice-presidente da CONAMP aproveitaram o encontro para convidar o chefe de gabinete

da presidência para o XI Con-gresso do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que será realizado entre os dias 1º e 4 de agosto, no Laje de Pe-dra Hotel e Resort, em Cane-la. O evento é promovido pela Associação do Ministério Pú-blico do Rio Grande do Sul (AMP/RS), em parceria com o MP do estado e a Fundação Escola Superior do Ministério Público.

Entre os palestrantes confirmados do congresso, cujo tema central é O Minis-tério Público e as Perspecti-vas no Novo Século, estão o senador Pedro Taques (PDT-MT), os deputados federais Alessandro Molon (PT/RJ) e Vieira da Cunha (PDT/RS), os conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Pú-blico (CNMP) Jarbas Soa-res e Taís Schilling Ferraz, o deputado estadual Fernando Capez (PSDB/SP) e a jurista Maria Teresa Sadek.

Representantes do MP se reúnem com chefe de ga-binete da presidência da Re-pública

conamp 25/07/2012

CONAMP se reúne com presidência da República

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JULIANA BRAGAEm resposta às ameaças que juízes e integrantes do

Ministério Público vêm sofrendo, foi publicada no Diário Oficial da União de ontem a Lei 12.694, que trata de me-didas protetivas para as categorias. Entre as novidades da legislação está a possibilidade de convocar um colegiado para tomar decisões relativas a organizações criminosas, a permissão para trocar placas de automóveis utilizados e a para segurança própria armada. As regras passam a valer em 90 dias.

Para o presidente em exercício da Associação Brasileira dos Magistrados (AMB), Raduan Miguel Filho, a lei atende em parte os anseios dos magistrados, mas ainda é necessário avançar mais. “Todos os magistrados já estavam esperando por medidas que dessem meios para uma efetivação maior da segurança. Agora, dizer que a lei soluciona todo o proble-ma é utopia”, pondera. Segundo ele, mesmo com a mudança, ainda faltam mecanismos que possam garantir a proteção, não só dos magistrados, mas de todos os servidores do Poder

Judiciário e familiares.Uma das inovações é a possibilidade de o juiz solicitar

um colegiado de mais dois magistrados na hora de tomar uma decisão que possa arriscar sua vida. A medida foi usa-da, de forma excepcional, depois da morte da juíza Patrícia Acioli, no Rio de Janeiro, em 2011. A magistrada, conhecida por investigar policiais milicianos, foi assassinada. Apesar de já ser usada pelo Ministério Público, a determinação não havia ainda respaldo legal para ação semelhante no Judiciá-rio. A Lei 12.694 corrige essa ausência.

Outro ponto destacado é a mudança no Estatuto do De-sarmamento para permitir que os tribunais e as unidades do Ministério Público tenham servidores com porte de arma, ou seja, segurança própria armada. A lei limita o porte a 50% do pessoal da segurança de cada unidade e condiciona à for-mação funcional em estabelecimentos de ensino policial e a medidas de controle interno. Ainda assim, a mudança é comemorada pelo conselheiro do Conselho Nacional do Mi-nistério Público (CNMP) Mário Bonsaglia. “É um avanço

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Lei aumenta proteção a juízesPresidente Dilma Rousseff sanciona medida que garante mais segurança a magistrados.

Uma das mudanças é a convocação de um colegiado na investigação de organizações criminosas

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Por Laura Ignacio | ValorSÃO PAULO - Com o objetivo de

garantir maior segurança aos juízes de primeira instância, uma nova legislação determina que os crimes praticados por organizações criminosas passarão a ser julgados por um colegiado de magistra-dos e não mais por um único juiz. A no-vidade foi instituída pela Lei nº 12.694, publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira.

A lei entra em vigor em 90 dias. Se-gundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicado em agosto de 2011, 134 juízes estariam com a vida em risco na época.

Esse colegiado poderá ser formado para a decretação de prisão, concessão de liberdade provisória ou revogação de prisão, sentença, progressão ou regres-são de regime de cumprimento de pena, concessão de liberdade condicional, transferência de preso para prisão de se-gurança máxima e inclusão do preso em regime disciplinar diferenciado.

O colegiado será formado pelo juiz do processo e por dois outros juízes es-colhidos por sorteio eletrônico entre os juízes de competência criminal do pri-

meiro grau. Para formar o colegiado, o juiz do processo deverá indicar os mo-tivos e as circunstâncias que acarretam risco à sua integridade física e comuni-car o órgão correicional.

A nova lei considera organização criminosa “a associação, de três ou mais pessoas, estruturalmente ordenada e ca-racterizada pela divisão de tarefas, ain-da que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de crimes cuja pena máxima seja igual ou superior a quatro anos ou que sejam de caráter transnacional.”

A lei permite ainda que os tribunais tomem medidas para reforçar a seguran-ça dos prédios da Justiça, especialmente o controle de acesso, a instalação de câ-meras de vigilância nas e de aparelhos detectores de metais.

O Código de Trânsito Brasileiro foi alterado pela lei também. Passa a prever que, mediante autorização da corregedo-ria e com a comunicação aos órgãos de trânsito competentes, os veículos utiliza-dos por membros do Poder Judiciário e do Ministério Público que exerçam com-petência ou atribuição criminal poderão

temporariamente ter placas especiais, de forma a impedir a identificação.

A nova legislação permite ainda o uso de armas de fogo pela segurança dos tribunais. Porém, essas armas serão de propriedade, responsabilidade e guar-da dos tribunais, somente podendo ser utilizadas em serviço. O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Públi-co designará os servidores que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% do total de seguranças.

Além da segurança nos fóruns, os juízes ou membros do Ministério Públi-co poderão contar, com mais facilidade, com escolta policial. Diante de situação de risco, das autoridades e seus fami-liares, o fato será comunicado à polícia judiciária, que avaliará a necessidade e os parâmetros da proteção pessoal, de-gundo a nova norma. Mas será presta-da proteção pessoal imediata nos casos urgentes, o que deverá ser comunicado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ou ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), conforme o caso.

(Laura Ignacio|Valor)

crucial no campo legislativo. É importante que cada órgão constitua e desenvolva seu próprio corpo de segurança ins-titucional”, pontua. Segundo ele, é necessário, a partir de agora, garantir que existam recursos destinados para isso.

Bonsaglia foi um dos conselheiros destacados para prestar apoio à procuradora Léa Batista, ameaçada pelo ex-cunhado de Carlinhos Cachoeira, Adriano Aprígio. Na opi-nião dele, a segurança de procuradores e juízes não é um privilégio e, sim, uma garantia de bons serviços prestados à população. “Todo cidadão tem de ter proteção, mas aque-les que estão combatendo frontalmente o crime precisam ter garantias. Caso inexistam essas garantias, a atuação desses órgãos ficará prejudicada, com prejuízo para toda a socieda-de”, avalia.

memória

Morta com 21 tirosEm 11 de agosto do ano passado, a juíza da 4ª Vara

Criminal de São Gonçalo (RJ), Patrícia Acioli, sofreu uma emboscada e foi assassinada com 21 tiros na porta de casa. Patrícia sofria ameaças e chegou a usar escolta entre 2002 e 2007, quando o Departamento de Segurança do Tribunal

de Justiça do Rio de Janeiro reavaliou o caso e entendeu que não havia mais necessidade de escolta. Segundo o Mi-nistério Público, Patrícia foi assassinada quando investigava policiais militares. Sete acusados foram presos pelo envolvi-mento na morte da juíza e aguardam julgamento.Mudanças

A Lei 12.694 visa aumentar a segurança de juízes e inte-grantes do Ministério Público. Veja as principais mudanças:

Em processos ou procedimentos envolvendo organiza-ções criminosas, o juiz poderá optar pela formação de um colegiado para tomar decisões. Esse grupo será formado pelo juiz do processo e outros dois escolhidos por sorteio eletrônico. A ideia é dificultar retaliações.

Os tribunais poderão tomar medidas para reforçar a segurança dos prédios. Esse reforço pode passar por pro-cedimentos de controle de entrada e saída, por exemplo,a instalação de detectoresde metais.

Será permitida a troca de placa dos veículos utilizados por membros do Ministério Público e do Poder Judiciário, em casos excepcionais, para que os carros não sejam iden-tificados.

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Nova lei tenta garantir maior segurança a juízes ameaçados

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hoJE Em Dia-p.6 26/07/2012

Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça deu ao prefeito de Manhuaçu, na região da Zona da Mata mineira, Ade-jair Barros, o direito de voltar ao cargo.

Com a medida, tomada pelo minis-tro Ari Pargendler, presidente do STJ, foi suspensa a liminar que havia determina-do o afastamento do político por pra-zo indeterminado e o bloqueio de seus bens.

No processo, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) tinha ajuiza-do uma ação civil pública contra Barros e outros envolvidos em suposta prática de improbidade administrativa.

De acordo com o MP, a ação seria para apurar as irregularidades em contra-tações de servidores, fraudes em licita-ções e desvio de recursos públicos.

A defesa do político já havia recor-rido ao Tribunal de Justiça de Minas Ge-rais (TJMG), que negou o pedido. Então, os advogados do prefeito apelou para Brasília, dizendo que o processo era an-terior à assunção dele ao cargo, e o STJ foi favorável.

Em sua decisão, o ministro disse que a suspensão do político poderia compro-meter todo o mandado, antes mesmo do respectivo julgamento.

hoJE Em Dia on linE 26/07/2012

STJ suspende liminar que determinava afastamento de prefeito mineiro

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Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia

A burocracia emperra o retor-no dos estrangeiros presos no Brasil aos seus países de origem. A expul-são, mecanismo legal que permite ao “forasteiro” ir para casa após o cum-primento da pena, pode demorar até quatro anos. Muitos condenados ter-minam de cumprir pena e voltam às ruas em meio a esse período e, sem o documento que os permitem cruzar a fronteira, acabam se envolvendo em novos delitos para sobreviver.

A média de espera dos forastei-ros condenados por crimes em solo brasileiro, prevista por defensores, é de cerca de um ano, mas muitos ca-sos ultrapassam essa estimativa. De janeiro de 2008 a junho de 2012 fo-ram instaurados, pelo Ministério da Justiça, 3.798 processos de expulsão de detentos estrangeiros, mas apenas 37,9% (1.511 casos) foram concluí-dos.

A expulsão é vista por espe-cialistas tanto como solução para o governo brasileiro, que vai deixar

de arcar com o custo do detento (de mais de R$ 1.500 por mês), quanto para o preso, que tem maior chance de ressocialização e possibilidade de ficar perto de sua família. “O ideal seria que, tão logo fosse preso, já se iniciasse o processo de expulsão do estrangeiro”, afirma o juiz-auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciano André Lo-sekann.

Outra opção seria a transferência de presos entre os países, de forma a beneficiar ambos os lados e, prin-cipalmente, os próprios detentos. O Brasil tem tratados com pelo menos 12 nações, mas ainda são raros os casos de intercâmbio de criminosos. “Até a ONU reconhece que a situação do preso estrangeiro é um problema compartilhado por diversos países. As transferências amenizariam a questão, mas ainda não são usuais como deveriam”, alega o procurador regional da República no Rio de Ja-neiro Artur Gueiros.

Além da burocracia, a troca de presos também esbarra em outra bar-

reira: as legislações distintas entre os países onde o tratado é vigente. “Por causa do tráfico ser crime hediondo em um local e não ser em outro, ter uma pena mais dura ou mais branda, acaba gerando mais complicações para a transferência”, explica a de-fensora pública federal Letícia Torra-no. Independentemente da naciona-lidade, o estrangeiro deve cumprir a lei do país em que cometeu o crime, esclarece a defensora. Volta ao crime

Enquanto a ideia não é difundi-da, os estrangeiros aguardam o lento processo de expulsão no Brasil. Al-guns acabam sendo liberados, após o cumprimento da pena, e não têm para onde ir. Pela falta de abrigos e tra-balho, os forasteiros acabam ficando de novo à mercê da criminalidade. “O governo acaba contribuindo para que eles voltem à atividade ilícita, porque não têm outra opção. Sem casa, comida, como se manter?”, diz Marisa Andrade, diretora da Casa de Acolhida, em São Paulo, destinada à detentas de outros países.

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Preso estrangeiro pode esperar até quatro anos por expulsão

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É o fim da picada! Sob o apoio entusiasmado de setores da imprensa paulistana que odeiam a polícia por princípio e por agenda — isto é, defendem certas coisas que a polícia combate, seguindo a lei —, o procurador federal Matheus Baraldi Mag-nani anunciou que vai entrar com uma ação pública pedindo nada menos do que o afastamento do comando da Polícia Mi-litar de São Paulo. Acusação? Perda de controle da situação! É uma agressão ao bom senso, à verdade e à razoabilidade. É um despropósito! Magnani, diga-se, age segundo os seus cos-tumes: chama a imprensa primeiro e pensa depois. É sede de estrelato. Seus óculos são de astro pop (ver abaixo) e, parece, a inclinação também. E é amigo dos jornalistas.

No dia 18 de abril deste ano, Magnani foi, por assim dizer, demitido pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Em casos como o dele, a demissão acaba comutada em pena de suspensão de três meses, da qual ele acabou de sair. O placar contra ele foi eloquente: 10 a 2. O que ele fez? Concedeu uma entrevista sobre uma investigação que estava em curso e passou a jornalistas informações sigilosas. Só isso. Vocês sabem como é… Um guitarrista, num palco, não resiste a um solo para mes-merizar a multidão.

Agora, de certo modo, faz o mesmo. Pega carona em duas ocorrências lamentáveis, verdadeiramente infelizes, protagoni-zadas por homens da Polícia Militar — e não pela instituição — e resolve pedir o afastamento do comando, como se a ordem para matar suspeitos, naquelas condições, fosse uma orientação desse comando. E conta com a chacrinha do jornalismo enga-jado! Os fatos demonstram o contrário do que ele sustenta: os policiais são treinados na academia justamente a não atirar em casos como aqueles.

O anúncio oficial da ação será feito amanhã (mas ele não resistiu e já anunciou), numa audiência pública organizada em conjunto com a Defensoria Pública, o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e o Movimento Na-cional de Direitos Humanos. Dois casos de violência policial, como se percebe, estão sendo tratados como se a segurança pública no estado vivesse o caos. E, no entanto, isso é uma clamorosa mentira. O que se tem é justamente o contrário. Os números demonstram que São Paulo é um dos estados mais bem-sucedidos no combate à violência. Mas a engrenagem da desqualificação da Polícia foi posta para funcionar.

Que se escreva sempre e com todas as letras: os dois casos que motivam os protestos são, sim, lamentáveis, e seus auto-res têm de ser punidos, mas a histeria contra a polícia é fruto da má consciência, especialmente porque a própria corporação não aposta na impunidade. Ao contrário: reconheceu o erro na operação e prendeu os policiais.

Histeria e esquizofreniaO mais curioso é que convive com o ataque à suposta

violência policial generalizada — um delírio, uma mentira es-túpida — a acusação de ineficiência da polícia por conta de

arrastões a prédios e restaurantes. Os dois casos se prestam à antítese fácil, vagabunda, coisa de prosélitos vulgares: a polícia seria ineficiente para coibir a ação de bandidos, mas violenta com não-bandidos, como se, na origem daqueles dois casos, não tivesse havido resistência à abordagem policial. “Está justi-ficando o que aconteceu, Reinaldo?” Uma ova! Só um canalha faria essa ilação. Só estou deixando claro que há uma diferença entre policiais que perdem o controle e uma polícia que perdeu o controle. Ha 100 mil homens na PM!

Não é a primeira vaga de desqualificação da Polícia de São Paulo. Não será a última. A tabela abaixo traz o índice de homicídios por 100 mil habitantes do Brasil e de cada unidade da federação entre 2000 e 2010. Deem uma olhada. Volto em seguida.

O levantamento é do respeitado Mapa da Violência. A re-dução no Brasil foi de miseráveis 2%. A de São Paulo, de 67%. Não fosse o estado, os números nacionais teriam explodido. O Brasil tem uma Secretaria Nacional de Segurança Pública. Os petistas falam pelos cotovelos em direitos humanos. A menor ocorrência no estado governado pelo partido adversário desper-ta a sanha humanista de uma patriota como a ministra Maria do Rosário. Em 8 desses 10 anos, o país ficou sob o governo petis-ta. Pode-se ver o resultado! Procurem na tabela os números dos estados governados pelo PT… Vejam ali o caso da Bahia!

Não! Eu não vou condescender minimamente com essa onda bucéfala contra a polícia. Não adianta nem tentar vir fazer proselitismo no meu blog. A PM fez a coisa certa: prendeu os policiais. No mais, segue fazendo o seu trabalho — sob o por-rete da imprensa, do Ministério Público, da Defensoria Pública, entre outros — porque há uma cultura de hostilidade à polícia no Brasil, ainda herdeira da “luta contra a ditadura”, o que é uma sandice. Até porque alguns dos bibelôs do politicamente correto que estão nessa lutaram, no máximo, para impedir que o irmãozinho lhes tomasse das mãos o Atari ou a tigelinha de sucrilhos.

Vejo que uma das figuras de proa na Defensoria pública, mais uma vez, é Daniela Skromov de Albuquerque, a mesma que se mobilizou, com furor verdadeiramente militante, contra a ação da PM na Cracolândia. Os defensores chegaram a armar uma tenda no Centro de São Paulo, em defesa da permanência dos viciados na área. Na desocupação do Pinheirinho, assistiu-se à mesma catilinária contra a polícia, embora ela estivesse cumprindo uma ordem judicial.

O crime organizado certamente está feliz. Todos esses “amigos do povo” — imprensa, Defensoria, Ministério Público etc — fazem contra a Polícia o que a bandidagem não consegue fazer: desqualificá-la. A Polícia de São Paulo, numa mirada his-tórica, tem vencido a luta contra o crime, mas corre o risco de ser derrotada por essa conspiração de pessoas bacanas…

Por Reinaldo Azevedo

conamp VEJa – sp 26/07/2012

Polícia de SP, uma das mais eficientes do país, enfrenta o seu pior inimigo: a ideologia vagabunda! Ou: Imprensa, MP e

Defensoria contra a PM. Quem sai ganhando?

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