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RONILDA PROENÇA SILVA
O COMPONENTE SOCIOCULTURAL NO ENSINO DE
LÍNGUA ESPANHOLA
Telêmaco Borba - PR
2009
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RONILDA PROENÇA SILVA
O COMPONENTE SOCIOCULTURAL NO ENSINO DE
LÍNGUA ESPANHOLA
Monografia apresentada ao Curso deLetras Português - Espanhol, daFaculdade de Telêmaco Borba, comorequisito parcial de conclusão de curso.
Orientadora: Profª Ms. Kelly CristinnaFrigo Nakayama
Telêmaco Borba – PR
2009
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RONILDA PROENÇA SILVA
O COMPONENTE SOCIOCULTURAL NO ENSINO DE
LÍNGUA ESPANHOLA
Monografia apresentada ao Curso deLetras Português - Espanhol, daFaculdade de Telêmaco Borba, comorequisito parcial de conclusão de curso.
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________Profª Ms. Orientadora Kelly Cristinna FrigoNakayama
______________________________________Profª Ms. Adriane Roberta Ribeiro deMacedo
______________________________________Profª Ester de Souza Matheus
Telêmaco Borba, ____ de___________ de 2009.
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A Deus, aos meus pais, minhas irmãs e aos meus amigos...
Incentivo e refúgio nas horas de desânimo...
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter me concedido a graça de chegar até aqui e
realizar este sonho.
A Profª Kelly, pelo apoio e conselho para realização deste trabalho. Pelas
palavras de ânimo nas horas de angústia.
A minha família, por entender as minhas “ausências” e por ser um refúgio e
meu porto seguro nos momentos de desânimo.
Aos amigos do curso, pela força e pelas palavras de incentivo. Pelas horas dedescontração que renovavam as forças para continuar.
Aos professores, pois juntos vivemos e compartilhamos essa realização.
A todos que colaboraram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho.
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“Toda cultura es un esfuerzo de reflexiónsobre el misterio del mundo y, en particular,
del hombre: es un modo de expresar la
dimensión trascendente de la vida humana.”
Juan Pablo II
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SILVA, Ronilda Proença. O componente sociocultural no ensino de LínguaEspanhola. 2009. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Faculdade deTelêmaco Borba, Estado do Paraná.
RESUMO
O intuito desta pesquisa foi de promover a reflexão sobre o ensino de LínguaEspanhola associado ao ensino de sua cultura para aumento de conhecimento doaluno bem como para desconstrução de possíveis estereótipos da cultura emquestão. Para ilustrar a discussão, comentou-se a abordagem sociocultural presenteno livro didático de Língua Estrangeira da Secretaria do Estado da Educação. Noentanto, o foco principal do trabalho foi a análise dos dados de alunos universitários
do curso de Letras da FATEB. Por meio de questionários, analisou-se o grau deconhecimento sociocultural dos alunos e os estereótipos presentes nos discursos.Levando em consideração os teóricos que fundamentaram essa pesquisa, verificou-se como a cultura está presente na língua, ou seja, são indissociáveis, e como oconhecimento real da mesma pode abrir novos horizontes e eliminar estereótipos epreconceitos. Observando as diferenças entre a cultura-alvo e a própria cultura, oaprendiz não compara, mas sim percebe que as duas merecem igual respeito, poisnão existe cultura superior. Dessa forma, associando língua e cultura, o aprendizterá uma formação integral e a interação com o falante nativo será mais eficiente ecompleta, pois não dominará somente o mesmo código linguístico mas também oconhecimento sociocultural. Nesse sentido, poderão compartilhar os mesmos
implícitos durante a comunicação, ou seja, o aprendiz saberá que aspecto culturaldeterminado contexto comporta. Assim, a comunicação acontecerá de forma plenatanto no que diz respeito aos aspectos linguísticos quanto culturais.
Palavras-chave: língua espanhola, cultura, estereótipos.
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SILVA, Ronilda Proença. El componente sociocultural en la enseñanza deLengua Española. 2009. Monografía (Trabajo de Conclusión de Curso) – Faculdadede Telêmaco Borba, Estado do Paraná.
RESUMEN
El objeto de esta investigación fue la reflexión sobre la enseñanza de LenguaEspañola asociada a la enseñanza de su cultura para aumento de conocimiento delalumno así como para desconstrución de posibles estereotipos de la cultura encuestión. Para ilustrar la discusión, se comentó el abordaje sociocultural presente enel libro didáctico de Lengua Extranjera de la Secretaría del Estado de la Educación.Sin embargo, el foco principal del trabajo fue el análisis de los datos de alumnos
universitarios del curso de Letras de FATEB. A través de cuestionarios, se analizó elgrado de conocimiento sociocultural de los alumnos y los estereotipos presentes enlos discursos. Considerando los teóricos que fundamentaron esa investigación, severificó como la cultura está presente en la lengua, o sea, son indisociables, y comoel conocimiento real de la misma puede abrir nuevos horizontes y eliminarestereotipos y prejuicios. Observando las distinciones entre la cultura-meta y lapropia cultura, el aprendiz no compara, pero percibe que las dos merecen igualrespeto, pues no existe cultura superior. De esa manera, asociando lengua y culturael aprendiz tendrá una formación integral y la interacción con el hablante nativo serámás eficiente y completa, pues no dominará sólo el mismo código lingüístico sinotambién el conocimiento sociocultural. En ese sentido, podrán compartir los mismos
implícitos durante la comunicación, o sea, el aprendiz sabrá qué aspecto culturaldeterminado contexto comporta. Así, la comunicación será plena tanto a respecto alos aspectos linguísticos cuanto culturales.
Palabras-llave: lengua española, cultura, estereotipos.
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INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem o intuito de promover a reflexão sobre aimportância do componente sociocultural nas aulas de Língua Espanhola, de forma
associada ao ensino da língua e não de maneira isolada e/ou independente, pois
aprender uma língua não é somente aprender estruturas gramaticais e vocabulário,
é também aprender como os falantes nativos se organizam, seu modo de pensar,
enfim os detalhes do dia-a-dia.
Sabe-se que a língua é a principal forma de expressão de um povo e
que esta possui uma ligação muito próxima com a cultura, pois uma língua carrega
consigo as tradições, a história de seu povo, ou seja, traz implicitamente
características culturais da sociedade onde se originou.
Nesse sentido, a abordagem sociocultural propicia uma formação
mais consciente e integral do aprendiz, bem como contribui para desconstruir
estereótipos da cultura da língua que se quer aprender, pois a possibilidade de
entender plenamente o sentido dado à determinada expressão e a possibilidade de
participar com qualidade e acertadamente de uma interação depende também do
grau de conhecimento cultural que o aprendiz possui da língua em questão.
Assim, conhecendo a cultura do outro, saberá que aspecto cultural
determinada situação comporta e não criará nem reproduzirá estereótipos sobre
essa cultura, percebendo que não há cultura melhor ou pior, são apenas diferentes,
cada uma com características próprias.
A metodologia empregada nessa pesquisa foi, inicialmente,
bibliográfica, fundamentada em teóricos como KRAMSCH (1998) e PEREIRA
(2002), buscando informações sobre os diferentes conceitos de cultura, sua relação
com a língua bem como seu papel no ensino da mesma e como o componente
sociocultural pode contribuir para desconstruir determinados estereótipos culturais.
Em seguida, fez-se uma pesquisa de campo para verificar o nível de conhecimento
cultural dos alunos do 1º período do Curso de Letras/Espanhol e os alunos do 7º
período de Letras/Inglês da Faculdade de Telêmaco Borba, com relação aos países
de Língua Espanhola, e, também observar se demonstravam algum estereótipo
sobre esses países. Assim, seria possível constatar como a Língua Espanhola eravista por acadêmicos iniciantes de Espanhol e por acadêmicos formandos em
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Língua Inglesa.
Esta pesquisa está dividida em três capítulos, sendo que no primeiro
capítulo apresentaram-se alguns conceitos de cultura, visto que é um termo bem
abrangente, mencionando o conceito que mais se adaptou a esta pesquisa.
Também citou-se segundo SAMOVAR, PORTER e STEFANI (1998) in BERWIG
(2004) as principais características da mesma. Em seguida, apresentou-se a relação
entre língua e cultura através da reflexão do papel da cultura no ensino de língua
estrangeira.
Nesse contexto podem aparecer estereótipos culturais que são
“conceitos” simplificados e generalizados de um grupo ou cultura, por isso no
segundo capítulo investigou-se o conceito de estereótipos, como estes surgem e sereproduzem dentro de uma sociedade. Também, há a tentativa de mostrar como o
conhecimento real de determinada cultura pode contribuir para amenizar ou eliminar
estereótipos culturais, o papel do professor diante destes. Sendo o professor a
principal ferramenta no processo de ensino, como ele pode “frear” visões
estereotipadas, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes, livres de
preconceitos. Também, fez-se uma breve análise do livro didático de Língua
Estrangeira Moderna – Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação paraverificar como estava estruturado em relação ao ensino de língua associado aos
componentes socioculturais.
No terceiro capítulo está a pesquisa de campo, na qual foi possível
observar se os acadêmicos entrevistados possuíam algum estereótipo em relação a
Língua Espanhola, bem como qual era a opinião deles como futuros professores em
abordar a cultura nas aulas de língua, se consideravam essa abordagem importante.
Nas considerações finais retomou-se o questionamento queimpulsionou essa pesquisa, ao promover reflexões sobre a importância do
componente sociocultural como ferramenta para ampliar o conhecimento dos
aprendizes, desenvolvendo uma formação integral, proporcionando, assim uma
comunicação eficiente com um falante nativo, visto que terá conhecimentos
linguísticos associados aos aspectos culturais.
Espera-se que este trabalho possa contribuir para que professores
de língua tenham consciência da importância do componente sociocultural, pois uma
comunicação eficiente depende do mundo compartilhado, além de que o
conhecimento cultural do outro promove um maior respeito entre as diferenças,
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contribuindo para formar cidadãos conscientes e críticos que não serão influenciados
por estereótipos. E que os professores percebam que a cultura não deve ser
ensinada de forma isolada da língua, que não se deve pensar em aulas de
gramática e aulas de cultura, mas sim em aulas nas quais língua e cultura estejam
associadas.
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utilizavam o termo “Civilisation” para designar as produções materiais de um povo.
Mais tarde, esses dois termos foram resumidos em uma só palavra
por Edward Tylor (1832 – 1917), no vocabulário inglês: “Culture”. Ele definiu cultura
como sendo “um complexo conjunto que abrangia o conhecimento, as crenças,
costumes, a lei e todos os outros aspectos que eram adquiridos pelo homem na vida
em sociedade.”
Esse conceito predominou durante várias décadas e estimulou
novas pesquisas para definição do termo, até chegar às definições atuais que
seguem a mesma linha de pensamento.
Segundo o dicionário EDIOURO (1999, p. 198), em uma definição
antropológica1, “cultura é o conjunto de experiências e realizações humanas(costumes, crenças, instituições, produções artísticas e intelectuais) que
caracterizam uma sociedade.”
Assim, temos que cultura é tudo que o homem faz e produz
enquanto ser social.
Na linguagem informal, segundo COTRIM (1998, p.13), o termo
cultura está relacionado mais ao individual do homem; nesta concepção diz-se que
uma pessoa tem cultura quando estudou em bons colégios, teve uma boa educação,leu muitos livros considerados importantes e, dessa forma, adquiriu grandes
conhecimentos ao longo da vida, ou seja, é uma pessoa com cultura.
Um outro conceito, citado pelo mesmo autor, leva em conta tanto o
homem enquanto ser individual como o homem enquanto ser social. Nessa
concepção, cultura é tudo o que o homem produz, sejam estas produções de caráter
material (construções, vestimentas, etc) ou de caráter não-material (costumes,
crenças, etc). Em outras palavras, cultura passa a ser o conjunto das manifestações,conquistas e ideias que o homem tem e partilha com os outros indivíduos do seu
grupo social.
Segundo DONNE in BROWN (1994, p. 119), “a cultura é um meio de
vida. É o contexto no qual existimos, pensamos, sentimos e nos relacionamos com
os outros.”
Assim, a cultura está presente em todos os momentos de nossa vida
_____________1Antropologia é o estudo científico da espécie humana (sua origem, evolução, costumes, instituições).
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ou um sócio para uma reunião, posto que em outras culturas um atraso significa
completa falta de educação. Outro exemplo é que na Espanha é considerado falta
de educação aceitar as coisas, geralmente comida ou bebida, à primeira vez. Os
espanhóis sempre esperam uma negativa num primeiro momento, pois depois
voltam a oferecer esperando, agora sim, uma resposta afirmativa seguida de uma
justificação como: ”sí acepto, pero no quiero causar molestias.”
Esclarece-se, contudo, que não é objetivo dessa pesquisa comparar
culturas e nem supor que esta é melhor que aquela, mas sim ter conhecimento da
cultura da língua-alvo para que se possa compreender a comunicação como um
todo, tanto no aspecto linguístico como no aspecto cultural que uma situação
apresenta, ou seja, ter o máximo de conhecimento possível dos aspectos culturaisde determinada sociedade para que ao interagir com as pessoas desta, o aprendiz
tenha consciência das ações que vai eleger durante a interação.
1.2 Características da Cultura
As características da cultura serão apresentadas de forma sintética.Levar-se-á em consideração as principais características da mesma
segundo SAMOVAR, PORTER e STEFANI (1998) in BERWIG (2004, p. 14):
a) A cultura é aprendida;
A cultura não é herdada pelos instintos, ao contrário, é adquirida
pela aprendizagem, pela vivência em sociedade, sendo repassada de geração para
geração por meio da linguagem, escrita e/ou falada.
b) A cultura é baseada em símbolos;
Segundo os autores citados acima: “a cultura sem a língua é
impensável, porque é a linguagem que torna possível o intrincado2 sistema a que
chamamos cultura.”
Como a cultura se manifesta tanto na linguagem verbal quanto na
_____________2 Confuso, obscuro. Complicado; difícil de perceber.
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linguagem não-verbal, símbolos, desenhos, figuras, também, comportam
significados culturais, que são entendidos de modo similar por todos os indivíduos
que a integram.
c) A cultura é dinâmica;
A cultura não é algo estático, pois com o decorrer do tempo
modifica-se e evolui.
Segundo LARAIA (2004) in BERWIG (2004, p. 16) existem dois tipos
de mudanças culturais: “uma que é interna, resultante da dinâmica do próprio
sistema cultural, e, uma segunda que é o resultado do contato de um sistema
cultural com o outro.”De acordo com os autores SAMOVAR, PORTER e STEFANI (1998)
in BERWIG (2004, p. 16), alguns aspectos como roupas, alimentos, estão mais
sujeitos a mudanças enquanto que valores ligados à ética, moral persistem de
geração para geração sendo mais difíceis de mudar.
d) A cultura é adaptável;
Aspectos culturais mudam devido a alterações de valores, deguerras entre os países, etc.
Assim, essas mudanças fazem com que a cultura se adapte às
novas condições e contextos. Pode-se citar como exemplo, a inserção da mulher no
mercado de trabalho, que mudou a ideia de que a mulher deveria ficar em casa só
cuidando dos filhos e das tarefas domésticas.
Ainda pode-se citar que, por ser criada pelos seres humanos, a
cultura constitui um traço que diferencia o homem dos demais animais.
1.3 O papel da Cultura no ensino de Língua
Segundo alguns autores, a língua é que permite o acesso à cultura
e, em contra partida, para aprender uma língua deve-se ter um conhecimento
cultural da mesma.
Sabe-se que a língua é uma das formas de um povo se manifestar,
expressar-se e que esta possui uma ligação muito próxima com a cultura, pois
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quando um indivíduo usa qualquer expressão de determinada língua, esta traz
consigo implicitamente características próprias do contexto cultural que a originou. E
a possibilidade de entender plenamente o sentido dado àquela expressão depende
também do grau de conhecimento cultural que o ouvinte possui da língua em
questão.
Em outras palavras, para comunicar –se em outra língua, segundo
teóricos como Kramsch, não é suficiente dominar aspectos lingüísticos, como falar,
escrever e ter grande conhecimento de vocabulário (claro que isso é válido), mas
dominar também os aspectos culturais para que se consiga formular, entender um
enunciado de forma correta e saber se portar diante de um contexto cultural
diferente, sem pré-julgar os aspectos culturais dessa cultura.Assim, conhecer a cultura da língua que se quer aprender colabora
não só para desconstrução de estereótipos e de algum tipo de preconceito que o
falante venha a ter sobre a cultura em questão, como permite que o indivíduo tenha
condições de se portar nos diferentes atos da linguagem de uma determinada
língua.
A língua obedece padrões de comportamento, é um “saber”
compartilhado entre as pessoas da mesma sociedade, ou seja, acontece dentro deum contexto cultural. Deste modo, é por meio da aproximação da cultura de uma
língua que o seu aprendizado se torna mais eficiente e completo.
Segundo DELGADO (2004, p. 234) “a cultura influencia os
conhecimentos individuais, propiciando ao pensamento condições de formação,
concepção, desenvolvendo-o e enriquecendo-o.”
Dessa forma, a comunicação adquire um nível mais eficiente e
global, visto que se tem não só o conhecimento da língua, mas também do contextocultural que a originou, que aspectos culturais determinada expressão e situação
comportam, e até mesmo como se deve portar em determinado contexto sem causar
constrangimentos ou ficar constrangido.
Não basta apenas ser um conhecedor da língua (estruturas
gramaticais, vocabulário, etc). É necessário, também, conhecer como os indivíduos
da língua-alvo se organizam socialmente, seus hábitos alimentares, valores, o que
costumam fazer, o que não fazem de jeito nenhum, como procedem em diversas
situações do dia-a-dia e também conhecer as artes, literatura, música, etc, da
sociedade em questão.
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Vale ressaltar, que é necessário conhecer e aprender as diferenças
para poder respeitar as diversas culturas e não pré-julgar ou discriminar aspectos
culturais de um povo.
Para SAMOVAR, PORTER & STEFANI (1998) in BERWIG (2004, p.
18), “a percepção é essencial no estudo da relação entre cultura e comunicação.”
Os autores dividem esta percepção em dois estágios: no primeiro o
indivíduo é levado a identificar o objeto, em questão. No segundo, consiste num
processo de esclarecimento e avaliação do que foi identificado. Ainda, para eles,
este fato já poderia tornar uma comunicação difícil entre as pessoas que
compartilham a mesma cultura, pois embora sejam do mesmo grupo social,
possuem diferentes experiências.O que isto quer dizer é que ao ensinar aspectos culturais, o
professor deve fazer com que o aluno desenvolva um senso crítico, a ponto de
primeiro não criar estereótipos da cultura em questão, não pré-julgar ou fazer
suposições sobre esta cultura sem realmente conhecê-la. Segundo, depois de
adquirir conhecimentos sobre os aspectos culturais de determinada sociedade não
caia no erro de achar que por determinado aspecto fazer parte da cultura daquele ou
deste povo, todas as pessoas deste grupo o fazem. Por exemplo, quando dizemosque “Paella” é um prato típico da Espanha, deve-se fazer com que o aluno perceba
que apesar de ser um prato típico desse país e fazer parte da cultura do mesmo,
nem todas as pessoas que moram na Espanha gostam de “Paella” , ou seja, o aluno
deve perceber e refletir que os aspectos culturais embora citados como próprios
daquele país não podem ser interpretados de forma homogênea. Por isso, é
necessário desenvolver a consciência de que a realidade cultural não é
completamente homogênea ou uniforme.Voltando a questão da relação entre conhecimento cultural e
eficiente comunicação, KRAMSCH (1998) in BERWIG (2004, p. 26), afirma “que o
indivíduo revela sua cultura por meio de seu comportamento e por consequência
através da língua também.”
Assim, não se pode pensar em ensinar uma língua separando-a de
sua cultura, pois comunicar-se eficientemente é entender todo o contexto ao redor,
ou seja, não apenas “decodificar” aspectos linguísticos, mas entender o que estes
trazem implicitamente e a relação com a cultura da sociedade que a originou, pois
situações como cumprimentar uma pessoa, pedir ajuda, participar de uma festa ou
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reunião, estão intimamente inseridas num contexto cultural.
Contudo, deixa-se claro que aprender a cultura de uma língua
estrangeira não implica em abandonar a sua e adquirir a outra. Pelo contrário, ao
conhecer uma nova cultura, deve-se perceber que esta é tão importante quanto a
sua e merece ser respeitada da mesma forma. É de extrema relevância salientar que
nenhuma cultura é superior a outra, mas que são apenas modos diferentes de
comportamento e de visão de mundo.
Quando se menciona que a língua está relacionada diretamente com
a cultura, segundo alguns autores isto quer dizer que a mesma não é constituída
apenas de vocabulário, expressões sintaticamente corretas... A língua é mais do que
isso. Ela carrega consigo os aspectos culturais de uma sociedade, suas crenças,regras, etc.
Segundo KRAMSCH (1998) in BERWIG (2004, p. 25):
A linguagem é a principal forma através da qual conduzimos nossavida social. Quando ela é usada em contexto de comunicação, elaestá embebida da cultura de múltiplas e complexas maneiras.
Segundo essa mesma autora, a linguagem é moldada pela cultura,
citando como exemplos as regras de etiqueta, proibições sociais que, de certa
forma, influenciam o comportamento das pessoas nas diferentes situações que
interagem umas com as outras.
Então, é difícil entender a aprendizagem de uma língua sem
conhecer sua cultura, visto que para compreensão com acerto de um enunciado, é
fundamental, muitas vezes, compreender o contexto cultural. E, também, esse
conhecimento da cultura-alvo colabora com a desconstrução de estereótipos e
preconceitos e faz com que o aluno desenvolva uma atitude de respeito com relação
às diferentes culturas.
Baseando-se nos teóricos que fundamentam esta pesquisa, pode-se
dizer que língua é cultura, posto que uma implica a outra. Não podemos dissociá-las,
estudar uma língua é, então, estudar cultura. Todavia quando se menciona cultura,
não é somente mostrar ao aluno as artes, literatura, música do país em questão,
mas também aspectos culturais relacionados à vida cotidiana dos falantes nativos.Uma língua não deve ser dissociada de sua cultura, visto que as
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primeiros a estudar a questão dos estereótipos, ao analisar o processo de tomada
de decisões quando os indivíduos não possuíam o mínimo conhecimento sobre o
assunto que deveriam decidir, fato este que levava os mesmos a basearem-se em
crenças compartilhadas pelos membros da sociedade em que viviam, elaborando,
assim, segundo LIPPMAN (1922) in PEREIRA (2002, p.33) “um retrato parcial e um
tanto ingênuo do fato observado.”
Inicialmente, foi através das contribuições de Lippman que os
estereótipos foram considerados “como fotografias que os indivíduos carregavam
dentro da cabeça”, ou seja, eram conceitos e/ou imagens já existentes numa
determinada sociedade sobre outro povo, que eram adquiridos pela convivência e
acumulados na memória.De acordo com PEREIRA (2002, p. 45):
Os estereótipos foram definidos como crenças sobre atributos típicosde um grupo que contém informações não apenas sobre estesatributos, como também sobre o grau com que tais atributos sãocompartilhados.
Em meados dos anos 80, HAMILTON e TROLIER (1986) in
PEREIRA (2002, p. 45) definiram os estereótipos como: “um tipo de estrutura que
contém o conhecimento, as crenças e as expectativas do percebedor em relação a
um grupo humano.”
Nesse sentido, pode-se mencionar a influência que os estereótipos
têm na percepção social, já que são compartilhados entre as pessoas, influenciando
no julgamento e no comportamento de um indivíduo em relação a aspectos culturais
diferentes dos seus.
Ainda segundo GAIAS (2005, p. 38):
Estereótipo é a imagem que surge espontaneamente na mente cadavez que nos referimos a determinadas situações, grupos étnicos eoutros, porém a caracterização, geralmente, não representa arealidade.
Assim, o estereótipo surge com uma maneira de simplificar
determinado povo e/ou determinado contexto, atribuindo características
generalizadas e homogêneas, baseadas, muitas vezes, em exageros, que não
condizem com a realidade.
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uma determinada cultura, este levará em consideração “conceitos” que adquiriu no
seu ambiente familiar, enfim no seu grupo social, conceitos estes que podem conter
estereótipos, que, provavelmente, serão reproduzidos pela falta de conhecimento
real da cultura em questão. E, em um segundo momento, reforçados pelos meios de
comunicação, principalmente no que diz respeito aos filmes.
Segundo PEREIRA (2002 p. 52 e 53) os estereótipos podem ser
classificados sob dois aspectos: o primeiro está ligado a uma noção individualista, na
qual eles surgem com o decorrer do tempo e são aprendidos e reproduzidos através
da convivência com um grupo menor, como por exemplo, no ambiente familiar (pais,
amigos). O segundo aspecto está relacionado à sociedade, na qual os estereótipos
aparecem através de crenças compartilhadas entre os indivíduos da mesma cultura,sendo repassados, também, pelos meios de comunicação.
Pode-se mencionar, levando em consideração os argumentos de
PEREIRA (2002, p.154), que num primeiro momento determinado estereótipo pode
ser adquirido e reproduzido no ambiente familiar, e, num segundo momento
reforçado pela sociedade através dos meios de comunicação, levando o indivíduo a
ter referências errôneas e superficiais sobre os aspectos culturais de outro povo,
gerando, muitas vezes, um comportamento preconceituoso em relação àdeterminada cultura ou a pessoas que pertencem a mesma.
Para exemplificar o que foi exposto acima, cita-se o exemplo de uma
pessoa que, por não ter real conhecimento do povo colombiano, reproduz o
estereótipo de que todo colombiano está ligado ao tráfico de drogas, provavelmente
num primeiro contato com pessoas deste país, suas atitudes seriam condizentes
com esse estereótipo, levando-a agir de forma preconceituosa. Mesmo dominando
os aspectos linguísticos a comunicação seria superficial, posto que a ideiaestereotipada desse povo, faria com que ela evitasse o máximo possível a interação
com as pessoas desta sociedade.
Por isso, pode-se afirmar que o conhecimento real de uma cultura, a
compreensão dos diferentes aspectos culturais combate esses pré-conceitos, essa
visão estereotipada, levando a um maior respeito entre as diferentes culturas e a um
melhor convívio entre as pessoas de culturas distintas, pois segundo PEREIRA
(2002, p. 162 e 163) “os estereótipos são aprendidos, mas podem ser modificados
quando há um contato maior com o grupo e/ou a cultura que foi estereotipada.”
Em outras palavras, proporcionar o conhecimento dos componentes
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socioculturais da língua que se quer aprender, proporciona uma imagem mais real
deste povo, ajudando na desconstrução de estereótipos e preconceitos e
colaborando com uma visão mais consciente e respeitosa da cultura em questão.
Nessa perspectiva, aprender uma língua vai muito mais além de
conhecer vocabulário e estruturas gramaticais. É necessário conhecer os costumes
dos falantes nativos, ou seja, deve-se conhecer a cultura da língua-alvo, os detalhes
do cotidiano desse povo, não somente as artes, a literatura com também as
pequenas diferenças nas relações do dia-a-dia, para que não se crie e/ ou reproduza
estereótipos. Por exemplo, tão importante como saber pronunciar as palavras
corretamente em língua espanhola é saber que na Espanha não se deve pagar “a
conta do bar” individualmente, lá existe o pressuposto de que a pessoa que fez oconvite é quem vai pagar. Portanto, se uma pessoa que desconhece esse costume
convida outra para sair e tem que pagar toda a conta no final pode criar o
estereótipo de que os espanhóis são folgados e se divertem “as custas dos outros.”
Dessa forma, quando não se conhece realmente a cultura do país da
língua que se quer aprender é muito fácil cair no erro de estereotipar essa
sociedade, posto que o estereótipo surge como uma generalização apressada, que
é aprendido tanto no ambiente familiar como pelos meios de comunicação, algo queé observado em um só indivíduo e acaba tornando-se uma verdade universal.
Assim, a falta de conhecimento dos aspectos culturais da língua, faz
com que o aprendiz crie e/ou reproduza estereótipos.
Na sua dissertação de mestrado GAIAS (2005, p. 48) cita um
exemplo de como a falta de conhecimento de um aspecto cultural da língua pode
causar dificuldades de interação e reprodução de estereótipos. A autora cita a
experiência de uma aluna do Curso de Letras-Espanhol que numa viagem aSalamanca (Espanha), teve dificuldades de adaptação com os espanhóis, porque os
considerava grosseiros e superiores. Essa aluna criou esse estereótipo porque
desconhecia o fato de que os espanhóis, para pedirem um favor, utilizam,
geralmente, o modo imperativo: “cierra la puerta ”, ao invés de usar o futuro do
pretérito como nós, brasileiros (poderia fechar a porta). Todavia isso só acontece na
forma oral. Na forma escrita, ao contrário, ao invés de utilizarem o aviso “proibido
fumar” como no português, eles utilizam “aquí no se fuma ”, demonstrando mais
polidez no registro escrito.
Assim, pode-se afirmar que a falta de conhecimento de pequenos
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sea competente, es decir que no tenga sólo conocimientos sobre,sino que estos conocimientos le sirvan para actuar en la sociedad ocon individuos que hacen uso de la lengua-meta, la necesidad deabordar la competencia cultural como una parte indisociable de lacompetencia comunicativa.
Dessa forma, o componente sociocultural deve estar presente em
sala de aula, pois oferece um subsídio para que estes conhecimentos sirvam no
momento da interação com o falante nativo, na medida em que o aprendiz saberá
como formalizar sua fala, saberá como se portar em um determinado contexto e que
convenções deve respeitar no momento da interação.
De acordo com MIQUEL e SANS (2004, p.1):
(…) El extranjero, si no está advertido, desarrollará comportamientosverbales y no verbales que a los nativos les parecerán inadecuados yque tendrán a juzgar. No estamos diciendo con esto que el extranjeroque aprenda una lengua deba “camaleonizarse”, pretendercomportarse en todo momento como un miembro de la comunidadque habla esa lengua (…)
Nesse sentido, aprender os aspectos culturais de outra língua não
significa adotar a outra cultura, mas sim conhecê-la para que no momento dainteração com um falante nativo, tenha-se consciência de que tipo de
comportamento este espera, e, assim, de forma consciente, o aprendiz decida como
vai se comportar em determinado contexto, seguindo ou não as convenções sociais
daquela cultura, mas sabendo que tipo de consequências e impressões suas
atitudes vão causar.
Dessa forma, o componente sociocultural é imprescindível para que
o aprendiz consiga se comunicar eficientemente, entendendo todo o contexto emque está inserido. Por exemplo, os espanhóis, numa segunda reunião, costumam
dar uma “palmadinha” nas costas ou no ombro da pessoa enquanto falam, sendo
essa atitude considerada, por eles, completamente normal e até mesmo uma
demonstração de afeto para com a outra pessoa.
Uma pessoa que desconhece esse aspecto cultural, pode considerar
essa atitude como uma invasão de espaço, e criar um estereótipo de que os
espanhóis são mal educados, posto que não se passe de uma atitude normal dentroda cultura deles, nesse contexto.
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Assim, pode-se afirmar a importância dos componentes
socioculturais nas aulas de língua para uma comunicação eficiente. Todavia os
aspectos culturais devem ser trabalhados de forma conjunta com a língua e não
como algo exótico, proporcionando a partir do conhecimento real a desconstrução
de estereótipos e preconceitos com relação à cultura do outro.
2.4 O livro didático, o componente sociocultural e os estereótipos
O livro didático funciona como um subsídio ao professor para a
transmissão de conhecimentos, todavia nem sempre o livro é completo, no sentidode abranger os conteúdos de forma global. Muitas vezes, pode até trazer alguma
visão e/ou ideologia estereotipada sobre determinado assunto, sobre determinada
sociedade.
Assim, o professor não deve se limitar a esse recurso, deve buscar
complementar as informações contidas no livro.
No Brasil, o livro didático inicia sua “história” em 1929 durante o
governo de Getúlio Vargas. Em 1937, a criação do Instituto Nacional do Livro foi umdos fatores que contribuiu para a criação da Política Oficial para o Livro Didático,
objetivando autenticá-lo, mas também possuía outros objetivos, dentre os quais
pode-se destacar: a edição de obras literárias, criação de um dicionário nacional,
difusão do número de bibliotecas nacionais, entre outros.
Depois de algum tempo, passando por modificações, essa política
cria o Programa Nacional do Livro Didático. Esse programa permitia que o professor
escolhesse o livro que iria utilizar, ou seja, o professor teria liberdade para escolher olivro mais apropriado aos seus alunos e ao Projeto Político Pedagógico da escola.
O livro, então, torna-se um recurso disponível que o professor dispõe
para auxiliá-lo durante o ensino, entretanto, este não deve ser visto como portador
da verdade absoluta, livre de questionamentos, ou como um recurso totalmente
completo.
Nesse sentido, SOARES (2009, p. 1):
Para que o livro didático faça parte de um processo educacional comqualidade, o professor não deve usá-lo como uma “cartilha fechada”,mas como um ponto de partida para o desenvolvimento da
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tal livro, mas sim verificar como a língua e a cultura são abordadas no mesmo, ou
seja, de que forma os conteúdos de Língua Espanhola estão expostos, levando em
consideração os aspectos linguísticos, discursivos, estratégicos e os aspectos
culturais.
2.4.1 O livro Língua Estrangeira Moderna Espanhol – Inglês – Ensino Médio,
elaborado pela Secretaria do Estado da Educação
Como já mencionado nessa pesquisa, o livro é um recurso didático
utilizado pelo professor para auxiliá-lo no processo ensino-aprendizagem.Sabe-se que o livro tem a função de ensinar e, de certa forma,
transmitir conhecimentos, levando em consideração que o ensino de cultura deve
ser simultâneo ao ensino da língua para formação integral do aprendiz, para
oferecer subsídios para uma comunicação eficiente bem como para uma visão mais
real e não estereotipada do assunto em questão, observar-se-á como os conteúdos
estão sendo focados no livro analisado e se este leva em consideração o ensino de
língua associado à cultura espanhola, de que forma língua e cultura são trabalhadas,se apresenta situações do uso da língua, se sugere momentos de discussão e
reflexão sobre as diferenças entre as culturas e se, de alguma forma possui algum
tipo de estereótipo cultural.
Pode-se observar que o livro analisado possui informações sobre
alguns aspectos culturais do povo hispano. Todavia, diferente de outros livros, neste
o conteúdo gramatical e lexical são pouco trabalhados e evidencia-se o foco na
habilidade da leitura.Em geral, o livro não possui nenhum exercício relacionado à
gramática da Língua Espanhola. Procura mostrar mais a história, a cultura a
trabalhar associado a estes os conteúdos gramaticais e lexicais.
Dessa forma, está dissociando a língua da cultura, ao trabalhar
somente uma dessas, tornando-se, na verdade, um manual de cultura. É importante
salientar que para ter competência comunicativa, segundo VILLALBA (2001, p. 01),
“é necessário dominar o aspecto linguístico, discursivo, estratégico e sociocultural”.
Em síntese, pode-se dizer que o aspecto linguístico diz respeito à
parte gramatical da língua (léxico, sintaxe, morfologia); o aspecto discursivo está
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relacionado com a coerência de ideias, o uso de conectores; o aspecto estratégico
refere-se ao uso verbal e não-verbal da língua e por fim o aspecto sociocultural que
envolve o conhecimento linguístico nos diferentes contextos.
Voltando ao livro didático, na primeira unidade há uma explicação
com relação aos termos: “castellano e español ”, começando pela exposição da
história de como era constituída a Península Ibérica nos fins da Idade Média.
Depois, explica o porquê das duas nomenclaturas, partindo de questionamentos se
determinadas afirmações são ou não verdadeiras, afirmações como: “castellano es
un dialecto del español; castellano es la lengua que se habla en Argentina; Español
es la lengua que se habla en Espana, castellano la que se habla en América”. A
partir da reflexão e discussão dessas afirmações, há o esclarecimento entre os doistermos.
No final desse capítulo é sugerido a confecção de um painel sobre
os países de Língua Espanhola, a partir de uma pesquisa sobre localização,
contexto mundial, comidas, literatura, entre outros.
Nessa unidade não há nenhuma atividade relacionada à parte
“formal” da língua, como estruturas gramaticais, atividades lexicais e comunicativas.
A segunda unidade tem como título: ¿“Latinoamericano o brasileño?¿Cómo te sientes?”
Nessa unidade, a primeira atividade proposta é que, divididos em
grupos, os alunos escrevam a primeira característica que lembrem quando se falam
nos seguintes países: Argentina, Colômbia, Paraguai, México, Estados Unidos e
Brasil.
Apesar de logo após propor um debate questionando se é correto
reduzir culturalmente tais povos às características mencionadas por eles, o livro nãotraz qualquer menção ao termo estereótipo, que como mencionado no capítulo 2
dessa pesquisa, trata-se de um pré-conceito ou uma imagem homogênea e
simplificada de determinado povo, pois seria muito provável que na atividade
proposta, poderia aparecer algum tipo de estereótipo com as respostas dos alunos.
Nessa atividade seria interessante questionar o porquê atribuíram
determinada característica a este ou aquele povo e, a partir dessa conversa, explicar
o que são estereótipos e ainda, se o professor percebesse a presença de
comentários estereotipados seria necessário trabalhar os aspectos culturais da
sociedade estereotipada, promovendo debates sobre as diferenças culturais
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Na unidade 5 há toda uma explanação sobre “el arte de la
gastronomía ”, os hábitos alimentares dos espanhóis, alguns pratos típicos. Em
contra partida não apresenta, por exemplo, vocabulário referente aos alimentos
(verduras, frutas, condimentos, etc), funções de linguagem para demonstrar agrado
ou desagrado a determinada comida ou mesmo o uso social da língua em um
restaurante.
Em outras palavras, não propicia situações de comunicação e nem
atividades relacionadas à gramática e ao léxico.
Na unidade 6 trabalha-se a questão dos valores existentes nas
sociedades, mais uma vez apresentando somente aspectos culturais.
Na unidade 7, intitulada “Las dos Españas ”, abordará temas como aGuerra Civil Espanhola, além de apresentar obras como: Guernica de Pablo
Picasso6, aliada a sua biografia, e, também, traz uma pequena biografia de García
Lorca7, entre outros assuntos.
Na unidade 8, o livro aborda diferentes tipos de textos da literatura
do povo hispano.
A unidade 9 é um complemento da unidade 8, já que continua a
abordar a literatura. Trabalha vários tipos de textos com temáticas diferentes e, nofinal da unidade, há uma atividade na qual os alunos devem escolher um texto do
livro e fazer uma pesquisa, entre outras coisas, sobre a biografia do autor, costumes
do país onde nasceu.
Percebe-se que o livro foi elaborado levando em consideração
somente o enfoque cultural e a compreensão leitora, deixando de lado as quatro
habilidades que integram a competência comunicativa, seus aspectos linguísticos,
discursivos e estratégicos.O importante é buscar o equilíbrio, ou seja, trabalhar o ensino de
cultura simultâneo ao ensino de língua, como propõe essa pesquisa. O professor
não deve separar as duas, isto é, dar aula de cultura e aula de língua, mas trabalhá-
las de forma associada. Tal recorrência só é possível se houver oferta de um curso
específico sobre cultura, o que não é prioridade das grades curriculares escolares.
Não se pode pensar em livros de cultura e livros de gramática, mas
_____________6 Pintor, escultor, desenhista e ceramista espanhol.7 Foi um poeta e dramaturgo espanhol e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola.
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sim em um livro onde esses dois aspectos da língua sejam trabalhados de forma
conjunta e simultânea.
O livro não deve ser apenas um manual de cultura ou somente um
transmissor de regras gramaticais, deve unir esses dois componentes para que o
aluno tenha contato com aspectos linguísticos e culturais da língua em questão. Em
outras palavras o ensino de cultura dissociado do ensino da língua, ou vice-versa,
não é eficiente, visto que para a formação integral do aprendiz os dois componentes
devem estar associados.
Nesse sentido LAFAYETTE (1988) in DELGADO (1998, p. 237) cita
algumas características que devem ser levadas em conta no ensino de cultura
associado ao ensino de língua:
Importante ressaltar que o estudo da cultura integrado à línguaimplica: (a) lições e atividades sobre cultura necessitam ser tãocuidadosamente planejadas quanto as linguísticas e integradas nosplanos de aula; (b) apresentação de tópicos culturais, sempre quepossível, feita juntamente com as unidades temáticas e linguísticas;(c) uso de técnicas variadas que envolvam habilidades de escuta,fala, leitura e escrita; (d) uso de fotos e ilustrações tiradas de livros erevistas para ajudar o aluno na descrição e análise do significadocultural; (e) uso de informações culturais quando ocorrer o ensino de
vocabulário, pois o ensino do significado conotativo das palavras sefaz importante; (f) uso de técnicas em pequenos grupos, tais comodiscussões, apresentações de diálogos e não apenas dos fatos(...)
Assim, o ensino de língua deve basear-se na associação de
aspectos linguísticos e culturais, ou seja, não ensinar apenas cultura ou gramática,
mas associar esses dois aspectos durante a aula.
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3. CAPÍTULO 3
PESQUISA DE CAMPO
Este capítulo será dedicado a investigar e observar o nível de
informações que os acadêmicos do curso de Letras/Espanhol do 1º período (6
alunos) e seis alunos do curso de Letras/Inglês do 7º período, da Faculdade de
Telêmaco Borba, possuem sobre aspectos culturais dos países de Língua
Espanhola, bem como se em suas respostas constam a presença de estereótipos.
A pesquisa é qualitativa, baseada na análise descritiva dos dados,
embora em alguns momentos recorra-se ao método quantitativo para facilitar aorganização de determinadas respostas.
O questionário foi aplicado no dia vinte e sete de maio de 2009,
composto por oito perguntas descritivas. Foi lido e explicado, levando ao
conhecimento dos acadêmicos entrevistados que se tratava de uma pesquisa que
fundamentaria um trabalho de conclusão de curso e, por isso, era de suma
importância que eles fossem realmente sinceros em suas respostas.
Sabe-se, contudo, que pesquisas desse tipo estão sujeitas a algunsproblemas como: falta de respostas para algumas questões, respostas incompletas
ou mesmo a não sinceridade nas mesmas.
Ressalta-se que não é objetivo desta pesquisa de campo comparar
a cultura hispânica com outras culturas ou afirmar que ela é superior às demais, mas
sim fazer um levantamento do grau de informações que os acadêmicos possuem em
relação aos países de Língua Espanhola, de que forma tiveram acesso a essas
informações, bem como se demonstram algum estereótipo e se eles acreditam serimportante estudar a cultura da língua-alvo. Em algumas questões serão escolhidas
determinadas respostas para aprofundamento da análise. Disponibiliza-se em anexo
os questionários com as respostas dadas pelos alunos.
3.1 Análise dos dados
Com relação à primeira pergunta: Você sabe o que é estereótipo
cultural, quatro alunos do 1º período responderam que sim e apenas dois disseram
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(2006, p.21), a segunda língua nativa mais falada no mundo8. O espanhol é falado
por mais de 332 milhões de pessoas, além das que a usam como segunda língua, é
o segundo idioma mais usado em Comunicações Internacionais e é a língua popular
em universidades norte-americanas e canadenses.
A terceira questão visava observar se os entrevistados possuíam
conhecimento de algum aspecto cultural dos países listados, Argentina, Paraguai,
Colômbia, México e Espanha, ou se apresentariam algum estereótipo com relação a
esses países. Para isso sugeria-se que citassem pelo menos uma palavra que eles
associavam aos países já mencionados.
As respostas dos acadêmicos do 1º período sobre a Argentina
foram: futebol (2 alunos), jogador Maradona (2 alunos), que, na verdade, não deixade estar ligado ao futebol, um aluno citou piadas e um o tango.
As respostas do 7º período foram bastante parecidas entre si,
mencionaram: inimigos, maldosos, superiores, metidos, chatos e apenas um aluno
respondeu que os argentinos são politizados.
Verifica-se que com relação à Argentina os aspectos culturais foram
superados por estereótipos, já que estes apareceram de forma mais expressiva.
Estabelecendo uma ligação com essas respostas e a perguntaquatro do questionário, que consistia em saber por qual meio tiveram acesso a
informações culturais dos países listados, percebe-se que a grande maioria, ou
melhor 75% dos alunos mencionaram que o acesso aos aspectos culturais desses
países foi através da televisão.
Pode-se perceber, então, que os estereótipos presentes nas
respostas dos acadêmicos podem estar, de certa forma, ligados à imagem que a
televisão transmite em relação à Argentina.Assim, pode-se afirmar, levando em consideração os estudos de
PEREIRA (2002) in GAIAS (2005, p. 70) “que a falta de contato real com os
membros alvo dos estereótipos pode levar a um maior consenso da visão
estereotipada”, ou seja, os estereótipos que os acadêmicos demonstraram pode ser
motivada pela influência dos meios de comunicação, principalmente a televisão que,
_____________8
Segundo SEDYCIAS (2005): “o espanhol perde em número de falantes nativos apenas para ochinês (mandarim) cuja projeção internacional não pode ser comparada como um língua mundialcomo o inglês, espanhol ou francês.”
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geralmente, reforça determinado estereótipo cultural.
No caso específico da Argentina, os estereótipos podem estar
ligados, principalmente, a questão da rivalidade entre Brasil e Argentina em relação
ao futebol, que é muito veiculada pelos meios de comunicação, já que a seleção de
futebol argentina é considerada a maior rival do futebol brasileiro. Essa rivalidade é
conhecida pela maioria do povo brasileiro e, por isso, cria-se e se reproduz
determinado estereótipo com relação a esse país, “conceitos” transmitidos de
geração para geração e reforçados pela televisão, sem que as pessoas reflitam
sobre a veracidade desses conceitos.
Segundo PEREIRA (2002) in GAIAS (2005, p. 70) “os estereótipos
podem ser entendidos como informações públicas compartilhadas por uma amplamaioria dos membros de uma sociedade”. É o que se pode constatar em relação à
Argentina, já que a maioria dos alunos apontou uma imagem negativa com relação a
esse país.
Segundo PEREIRA (2002, p. 51), “embora não seja possível igualar
os estereótipos aos preconceitos, podemos dizer que eles carregam um forte
componente avaliativo, impossível de ser desprezado.” Ou seja, muitas vezes,
trazem consigo uma visão preconceituosa em relação a cultura que foi estereotipadae que pode impedir uma possível interação com os falantes nativos.
Com relação ao Paraguai, os acadêmicos do 1º período citaram: as
grandes vendas de mercadorias, contrabando (2 alunos), pirataria, muamba e
compras. Os acadêmicos do 7º período mencionaram: amigos, porcos, muamba (3
alunos) e um acadêmico não respondeu.
A maioria das respostas foi bastante parecida, das quais destaca-se
a associação desse país, na visão estereotipada dos entrevistados, com “ocontrabando e a muamba”.
Essa visão estereotipada ou pré-concebida é reflexo da própria visão
que a grande maioria dos brasileiros tem em relação ao Paraguai, porque muitos
associam o país com a Cidade de Leste.
Dessa forma, pode-se afirmar que muitos desses pré-conceitos são
consequências do desconhecimento da cultura de determinado povo e/ou país, mas
que existe possibilidade de mudança dessas ideias através do contato mais
profundo com a língua e a cultura em questão.
LIPPMAN (1922) in PEREIRA (2002, p. 33) afirma que “as pessoas
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não foram caracterizados com adjetivos negativos e/ou pejorativos. E, também,
alguns alunos demonstraram conhecer determinados aspectos culturais desses
países ao citar “nachos e burritos” (México) e “la siesta” (Espanha).
Pode-se observar com base nessa questão que, embora os
acadêmicos não se deem conta, a imagem que eles tem sobre esses países mostra
estereótipos presentes na nossa sociedade, ou seja, visões homogêneas,
generalizadas e simplificadas que, na maioria das vezes, são reforçadas pelos meios
de comunicação.
A quarta pergunta era se conheciam algum aspecto cultural desses
países e por qual meio tiveram acesso a essas informações.
Com relação aos acadêmicos do 1º período um mencionou que nãoconhecia nenhum aspecto cultural dos países listados na questão três, quatro alunos
responderam que conheciam aspectos culturais dos países em questão e citaram a
televisão como meio de acesso a essas informações. O indivíduo C.A. mencionou o
contato pessoal, já que conhecia um prato típico da Argentina (empanadas), porque
sua sogra é Argentina.
Os alunos do 7º período responderam que conheciam algum
aspecto cultural de tais países e dos seis entrevistados, quatro mencionaram atelevisão como meio de acesso às informações culturais que possuíam. Um aluno
citou livros e revistas e o outro citou os meios de comunicação.
Fato interessante é que um acadêmico do Curso de Letras/Inglês,
não só respondeu que conhecia um aspecto cultural do México como relatou esse
aspecto. O indivíduo A.G. explicou que obteve esse conhecimento através de um
livro que utiliza no seu trabalho. Sua resposta foi a seguinte: “aquela dança que o
rapaz joga aquele chapéu enorme é para pedi-la em casamento. Se ela dançar emvolta do chapéu é porque aceitou. A bebida típica é servida com um tipo de ‘verme’
dentro da garrafa. Após beber é possível comê-lo. A comida ‘quente’ é
extremamente apimentada.”
No geral oito alunos, sendo quatro do 1º período e quatro do 7º
período, citaram a televisão como meio de acesso às informações culturais dos
países mencionados, demonstrando a influência que esta tem na transmissão de
informações culturais que, muitas vezes, carregam consigo estereótipos.
Nesse sentido RUGGIERO (1999) in PEREIRA (2002, p.90)
argumenta que: “os meios de comunicação de massa exercem um papel decisivo,
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na medida em que contribuem para o desenvolvimento de crenças estereotipadas
coletivamente compartilhadas.”
Dessa forma, levando em consideração as respostas em que a
maioria dos alunos tem a televisão como meio de acesso aos aspectos culturais de
um povo, pode-se afirmar que se o indivíduo não possui real conhecimento de
determinada cultura, será um alvo mais fácil de ser influenciado por informações
estereotipadas, pois segundo os estudos de LIPPMAN (1922) in PEREIRA (2002,
p.33) quando um indivíduo não possui o mínimo de conhecimento sobre um assunto
que deve decidir, baseia-se em fatos, crenças compartilhadas pela sociedade que
vive, elaborando, assim, uma imagem que não condiz com a realidade.
A quinta pergunta questionava a importância de se conhecer acultura do povo da língua que se estuda e pedia-se que justificassem a resposta.
Todos os alunos do 1º período responderam afirmativamente, as
justificações foram: “para entender o porquê de certos termos”; “maneira de
aprofundar o conhecimento, porque quando se estuda uma língua deve-se saber
tudo, principalmente sua cultura”; conhecer a cultura para socialmente nos
comunicarmos.”
Os alunos do 7º período também foram unânimes ao responder queé importante conhecer a cultura da língua-alvo. Cita-se algumas justificativas dadas
pelos acadêmicos:
Indivíduo A.C. afirma: “conhecer uma língua acarreta muito mais que identificar
símbolos gráficos e regras gramaticais.”
Indivíduo M.M.: “a comunicação e a convivência com um povo dependem muito do
conhecimento que temos de sua cultura, até mesmo para não cometer gafes.”
Indivíduo A.G.: “há expressões idiomáticas que se tornam impossíveis de seremtraduzidas ao pé da letra em certos idiomas, porque elas surgiram de algum
costume, por exemplo, e sempre o idioma está carregado de cultura.”
Assim, observa-se que os acadêmicos têm consciência da
importância em se aprender os aspectos culturais da língua que se estuda, o modo
como os falantes nativos se organizam, detalhes da vida cotidiana para que no
momento da interação o aprendiz saiba se portar num determinado contexto, pois
tão importante quanto pronunciar e formular corretamente um enunciado é saber
que aspecto cultural determinada situação comporta.
Segundo MIQUEL (1997) in LOBATO (1999, p. 33) “não seria sem
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fundamentos dizer que os erros culturais são menos aceitos que os erros
linguísticos”. Ou seja, um erro cultural tem um peso muito maior para o falante nativo
do que um erro linguístico.
A pergunta seis questionava se já tinham ouvido piadas ou
comentários maldosos sobre alguma região ou falante nativos de espanhol. Dois
alunos do 1º período responderam que não e os outros quatro responderam que
sim, citando piadas em que apareciam como protagonistas argentinos, paraguaios e
mexicanos.
Dos alunos do 7º período apenas um respondeu não ter ouvido
piadas ou comentários maldosos, os outros cinco responderam que sim, novamente
aparecendo referências as piadas sobre argentinos e paraguaios.No geral, 75% dos acadêmicos disseram já ter ouvido piadas ou
comentários maldosos sobre alguma região ou sobre os falantes nativos de
espanhol. Assim, segundo PEREIRA (2002, p.10) “os estereótipos podem se
manifestar sob várias formas, lendas, provérbios e anedotas encarregam-se de
transmitir de geração para geração o conteúdo estereotipado”. Ou seja, muitos dos
estereótipos são adquiridos através de piadas que são transmitidas de uma pessoa
para outra e que, muitas vezes, trazem características preconceituosas.As piadas, especialmente as étnicas, parecem ser um dos meios
mais comuns de crítica a outras culturas, o que se pode perceber nas respostas dos
acadêmicos já que 75% deles ouviram piadas ou comentários maldosos sobre
alguma região ou sobre falantes nativos de Espanhol.
A questão sete era sobre a influência dos meios de comunicação na
imagem dos falantes de Espanhol, se os acadêmicos achavam que influenciava ou
não e de que forma.Dos acadêmicos do 1º período, cinco responderam que sim e
apenas um respondeu que não, complementou afirmando que “ainda é fraca a
imagem que passam desse povo.”
O indivíduo M.T. respondeu: “Sim, pessoas, com pouca informação,
ou seja, pessoas não críticas podem ser facilmente influenciadas por termos
negativos e/ou positivos. E, geralmente, não buscam saber se o fato é verdadeiro ou
não.”
Cabe fazer uma ligação entre essa resposta e a afirmação de
PEREIRA (2002, p. 98):
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Se os observadores tiverem poucas oportunidades de observar
diretamente o comportamento dos membros de um determinado
grupo social, as observações restringir-se-ão aos padrões de
comportamento apresentados nas circunstâncias em que eles sãoretratados pelos meios de comunicação de massa.
Todos os alunos do 7º período responderam que os meios de
comunicação colaboram com a imagem que temos sobre os falantes de Espanhol.
Interessante observar a resposta do indivíduo C.F.: “sim, porque se não formos para
lá, é a única forma de conhecermos um pouco sobre a sua cultura.”
Percebe-se que esse acadêmico não fez relação com apossibilidade dos meios de comunicação estereotiparem a cultura em questão, pois
se assim fosse, na verdade não conheceríamos realmente a cultura do outro, mas
sim teríamos uma imagem deturpada e irreal da cultura de tal povo.
O indivíduo A.C. afirma que “toda notícia veiculada pelos meios de
comunicação reflete um ponto de vista que forma grande parte da população.”
Nesse sentido, os entrevistados tem consciência que os meios de
comunicação influenciam a imagem que temos de outro povo, pois estes podem
criar e reforçar determinados estereótipos, sendo capazes segundo PEREIRA (2002,
p.157) “de alterar as impressões sobre os grupos em vários sentidos.”
A última pergunta era se acreditavam que a falta de conhecimento
cultural da língua-alvo, ressaltando que cultura engloba não só a literatura, artes,
mas também como os falantes nativos se organizam socialmente, detalhes da vida
cotidiana, poderia prejudicar a interação com um falante nativo.
Os alunos do 1º período foram unânimes em responder que sim e o
indivíduo J.L. complementou: “às vezes o que é um ato normal para nós, para eles é
uma coisa errada.”
Dos alunos do 7º período, todos responderam que sim, dentre os
quais destacam-se algumas respostas:
Indivíduo A.C.: “a interação até pode ocorrer com uma pessoa que não tenha
conhecimento, mas a qualidade e a importância será totalmente comprometida no
caso da falta do conhecimento cultural.
Indivíduo M.M: “sim, porque posso criar um certo tipo de preconceito por
desconhecer certos aspectos culturais.”
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Indivíduo W.F.: “sem conhecer a cultura, pode-se cometer grandes gafes ou ser
preconceituoso sem saber.”
Assim, pode-se notar que tais acadêmicos têm consciência de que
por desconhecer um aspecto cultural da língua-alvo, o aprendiz pode comprometer a
interação com um falante nativo, pois pode criar algum estereótipo ou se comportar
de forma inadequada em determinado contexto cultural. Nesse sentido, pode-se
afirma que a cultura possibilita compreender todas as circunstâncias que possam
aparecer durante a comunicação. Na falta de conhecimento do componente
sociocultural o aprendiz poderá perder parte da comunicação ou não participar dela
com qualidade.
Dessa forma, vale reforçar o que foi exposto nos capítulos iniciais. Acultura deve ser ensinada de forma associada a língua e não isolada ou de forma
independente. Nesse sentido, através do componente sociocultural integrado ao
ensino da língua-alvo, promove-se uma imagem mais real da cultura em questão,
contribuindo para a diminuição e até mesmo a eliminação de estereótipos e
preconceitos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Voltemos agora ao tema dessa pesquisa que consiste na reflexão da
importância do componente sociocultural para ampliação da visão de mundo do
aprendiz, para uma comunicação eficiente e completa e também como o
conhecimento cultural pode contribuir para amenizar ou até mesmo eliminar
estereótipos, proporcionando, assim, uma visão mais real da cultura da língua em
questão. Levando em consideração os teóricos que fundamentaram essa pesquisa
afirma-se que língua e cultura são indissociáveis, ou seja, aprender uma língua vai
mais além do que aprender vocabulário, gramática e ter uma pronúncia correta, pois
esta traz consigo as tradições, a história do seu povo. Deve-se pensar, então, noensino de língua associado ao ensino de sua cultura.
Todavia, como já exposto nesta pesquisa, o componente
sociocultural não deve ser ensinado como uma nota aparte ou de maneira
independente e isolada, mas sim integrada aos aspectos linguísticos. Assim, tão
importante quanto ensinar a Língua Espanhola é ensinar a cultura dos falantes
nativos.
O conhecimento sociocultural propicia ao aluno a compreensão deque existem diferentes formas de organização social, vestimentas, etc, a fim de que
ele tenha consciência da diversidade cultural, sempre lembrando que nenhuma
cultura é superior a outra, que não existe cultura de maior e/ou menor valor, mas que
são apenas diferentes.
Observando os resultados da pesquisa de campo pode-se constatar
a existência de determinados estereótipos, principalmente com relação à Argentina,
Paraguai e Colômbia. Muitos podem ser os fatores que levam e reforçam a visãoestereotipada, dentre os quais podemos citar as piadas que são transmitidas de
geração para geração e, em um nível mais amplo, os meios de comunicação. Nesse
sentido PEREIRA (2002, p. 154) afirma que “é inegável que os meios de
comunicação transmitem, criam e difundem estereótipos, principalmente através dos
jornais, rádio, televisão e cinema.”
Assim, o indivíduo que não conhece realmente a cultura de
determinado povo é mais influenciado por visões estereotipadas e, muitas vezes,
não buscará saber se tal informação é verídica ou não, podendo até mesmo
desenvolver atitudes preconceituosas.
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Nesse contexto vale ressaltar a importância em associar os
componentes socioculturais ao ensino dos aspectos linguísticos, discursivos e
estratégicos, pois assim o aprendiz saberá utilizar a língua em questão de forma
completa e contextualizada, de maneira que não reproduzirá os estereótipos e
preconceitos já existentes.
Também se deve levar em consideração o papel do professor nesse
processo, pois ele é uma das principais ferramentas no ensino e por isso deve estar
preparado para não ser um transmissor de estereótipos em sala de aula. Dessa
forma, deve-se refletir, inicialmente, sobre o ensino de cultura nos cursos de
graduação, para que os futuros professores tenham consciência da importância da
abordagem cultural e preparo para ministrar estas aulas.É necessário preparar os aprendizes da língua-alvo para que
possam se comunicar efetivamente e assim, torna-se imprescindível o conhecimento
dos aspectos socioculturais da língua em questão, para que o aprendiz saiba
escolher a forma mais correta e apropriada para determinado contexto social.
Dessa forma, acredita-se que o componente sociocultural deve ser
trabalhado e valorizado nas aulas de Língua Espanhola, que os professores reflitam
sobre a importância em abordar a cultura nas aulas, para propiciar ao aprendiz umavisão mais real da cultura desse povo, contribuindo, assim, para uma comunicação
eficiente e completa bem como para a diminuição e/ou eliminação de estereótipos. A
intenção não é abandonar a sua cultura e adotar outra, mas que pelo conhecimento
cultural do outro, desenvolva-se um respeito entre as diversidades e que o aprendiz
possa interagir com um falante nativo sem qualquer tipo de preconceito ou limitação.
Nesse sentido, cita-se dois fatores importantes e que devem ser
vistos com mais atenção: um professor que esteja realmente preparado paratrabalhar o componente sociocultural nas aulas de Língua Espanhola e um livro
didático/ material no qual a cultura receba um tratamento adequado.
Assim, não se pretende com essa pesquisa encerrar esse assunto,
mas que esta sirva como um ponto de partida para outros estudos sobre este tema,
principalmente hoje quando se fala tanto em globalização, em que o contato com
outros países que possuem diferentes culturas acontece de forma mais rápida,
torna-se importante e imprescindível levar o conhecimento cultural associado ao
conhecimento linguístico, discursivo e estratégico aos aprendizes, para que
tenhamos cidadãos mais conscientes e livres de preconceitos.
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Dessa forma, os aprendizes serão capazes não somente de formular
enunciados corretos em outra língua, como poderão participar com qualidade em
uma interação com um falante nativo e, ainda, conhecendo a cultura do outro não
reproduzam estereótipos e tenham consciência de que as diferenças existem, mas
que devem ser respeitadas, tendo sempre em mente que não existe uma cultura
superior às demais.
Para concluir, espera-se que essa pesquisa estimule reflexões sobre
a importância do componente sociocultural no ensino de Língua Espanhola para que
os aprendizes tenham uma formação integral e completa, sendo capazes a partir do
conhecimento cultural a desenvolver uma postura de respeito perante os aspectos
culturais diferentes dos seus, livrando-se dos estereótipos já existentes sobredeterminados países. E que nós professores tenhamos consciência, também, de que
devemos estar em contínuo estudo, para que as aulas de língua tornem-se espaços
de discussão e reflexão, ou seja, espaço de intercâmbios culturais, pois assim
contribuiremos para formar cidadãos críticos e mais conscientes, que certamente
não irão pré-julgar um povo e sua cultura.
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ANEXOS
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: M. M. B.
Curso: Letras / Inglês Período: 7º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Mais ou menos.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: Dança flamenca.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: superioridade
Paraguai: muamba
Colômbia: tráfico de drogas
México: pimenta
Espanha: beleza
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Televisão, revistas.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Porquê?
R: Claro, pois a comunicação e a convivência com um povo dependem muito do
conhecimento que temos de sua cultura, até mesmo para não cometer gafes.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Muitas, principalmente dos argentinos.
7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
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sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
R: Sim, porque se eu não tenho contato “verdadeiro” com o falante, a imagem que
terei é através dos meios de comunicação.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: Sim, porque posso até criar um certo preconceito por desconhecer certos
aspectos culturais independente de qual falante seja.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: A.C.
Curso: Letras / Inglês Período: 7º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Sim.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: Um dos idiomas mais falados no mundo.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: politizados
Paraguai:
Colômbia:
México: animados
Espanha:
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Sim. Meios de comunicação.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Porquê?
R: Sim. Pois conhecer uma língua acarreta muito mais que identificar símbolos
gráficos e regras gramaticais.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Sim.
7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
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sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
R: Sem dúvida. Pois toda notícia veiculada pelos meios de comunicação refletem um
ponto de vista, que forma a opinião de grande parte da população.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: A interação até pode ocorrer com uma pessoa que não tenha conhecimento, mas
a qualidade e a importância da interação será totalmente comprometida no caso da
falta do conhecimento cultural.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: A. G.
Curso: Letras / Inglês Período: 7º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Acredito que é o perfil cultural de um povo. Aquilo que o caracteriza como:
costumes, tradições, comidas típicas, etc.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: A primeira imagem que vem a minha mente é a paixão que a dança, a música e oidioma exprimem.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: inimigos
Paraguai: muambeiros
Colômbia: traficantesMéxico: apimentado
Espanha: imperialista
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Sim, do México. Por exemplo, aquela dança que o rapaz joga aquele chapéuenorme é para pedi-la em casamento. Se ela dançar em volta do chapéu é porque
ela aceita. E a bebida típica é servida com um tipo de “verme” dentro da garrafa.
Após beber é possível comê-lo. A comida “quente” é extremamente apimentada.
Recebi essas informações por um livro que ensino em meu trabalho.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Por
quê?
R: Com certeza. Porque há expressões idiomáticas que se tornam impossíveis de
serem traduzidas ao pé-da-letra em certos idiomas, porque elas surgiram de algum
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costume, por exemplo, e sempre o idioma está carregado de cultura.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Sim dos argentinos e dos paraguaios. Que os argentinos são nossos rivais e os
paraguaios vendem as coisas falsificadas.
7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
R: Sim, porque até algumas propagandas televisivas e programas de humor trazem
algumas piadas com argentinos. O tráfico de entorpecentes na Colômbia sempre édivulgado nos jornais e a gripe suína!!! Começou no México. E o contrabando que
cruza a fronteira Brasil – Paraguai sempre é divulgado também.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes, mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?R: Sim, porque a falta de conhecimento gera falta de cultura que é agravada pelos
estereótipos que os meios de comunicação divulgam. Então cria-se uma ideia que
não é real, o que pode atrapalhar essa interação.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: W. F.
Curso: Letras / Inglês Período: 7º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Sim.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: Novela mexicana.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: chatos
Paraguai: muamba
Colômbia: maconheiros
México: noveleiros
Espanha: ricos
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Sim, televisão.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Porquê?
R: Sim. Para que se possa fazer uma ligação entre a língua e o povo, não ficando
algo obsoleto.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Sim.
7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
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sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
R: Sim. As notícias que temos é que nos influenciam a formar um estereótipo
cultural.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes, mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: Sim. Sem conhecer a cultura, pode-se cometer grandes gafes ou ser
preconceituoso sem saber.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: C. F.
Curso: Letras / Inglês Período: 7º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Sim.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: Duas pessoas dançando o tango.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: maldosos
Paraguai: amigos
Colômbia: sequestradores
México: povo amigável
Espanha: dançarinos de tango
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Sim, TV e revistas.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Porquê?
R: Sim, só assim aprendemos a língua totalmente, de forma completa.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Sim.
7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
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R: Sim, porque se nós nunca formos para lá é a única forma de conhecermos um
pouco sobre a sua cultura.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes, mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: Sim, porque podemos criar um conceito sem se quer ter conversado com a
pessoa, conceito esse que na maioria das vezes é errado.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: A.R.
Curso: Letras / Inglês Período: 7º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Sim.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: Comida típica, vestuário, novela.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: metidos
Paraguai: porcos
Colômbia: bondosos
México: pimenta (comida)
Espanha: amigos
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Sim, revistas, livros.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Porquê?
R: Sim é importante conhecer a cultura da língua estudada, se um dia houver a
oportunidade de ir para tal país, você conhece a forma como eles vivem e seus
costumes.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Não.
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7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
R: Sim.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes, mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: Sim, a falta de conhecimento da cultura pode ocasionar situações
constrangedoras para quem não conhece os costumes da língua-alvo.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: J. L. M.
Curso: Letras / Espanhol Período: 1º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Sim.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: Cultura.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: esporte “Maradona”
Paraguai: “pirataria”
Colômbia: falam rápido
México: “pimenta”
Espanha: “la siesta”
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Sim, televisão e informações passadas por outras pessoas.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Porquê?
R: Sim, pois é uma maneira de aprofundar o conhecimento da mesma.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Não.
7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
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R: Sim, pois eles nos passam mais informações sobre os mesmos.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes, mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: Sim, pois às vezes o que é um ato normal para nós, para ele é uma “coisa
errada”.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: M. T.
Curso: Letras / Espanhol Período: 1º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Sim.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: Cultura dos Incas, Astecas e Maias.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: tango
Paraguai: compras
Colômbia: guerrilheiros
México: fronteira (E.U.A)
Espanha: cultura indígena
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Televisão, Internet, escola.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Porquê?
R: Sim, pois quando se conhece a “cultura do povo” desenvolvemos a nossa 5ª
habilidade (ler, escrever, falar, ouvir e interdisciplinaridade) que é a
Interculturalidade.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Sim. Paraguaios – “muambentos”. Mexicanos – “chorões” (apaixonados).
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7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
R: Sim. Pessoas com pouca informação, ou seja, pessoas não críticas podem ser
facilmente influenciadas por termos negativos e/ou positivos. E geralmente não
buscam saber se o fato é verdadeiro ou não.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes, mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: Sim. Pois existem países que possuem uma cultura totalmente diferente danossa. Além do que existem os “falsos amigos” - heterosemânticos que podem nos
colocar em situações constrangedoras. Ex.: palavra concha, ligación.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: J. M.
Curso: Letras / Espanhol Período: 1º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Não.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: A cultura espanhola.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: futebol
Paraguai: contrabando
Colômbia: guerras civis
México: nachos, burritos
Espanha: toureiros
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Sim, pela televisão.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Porquê?
R: Sim, para entender o “porquê” de certos termos usados na Língua Espanhola.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Sim, mais sobre argentinos.
7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
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R: Sim, mostrando a cultura para conseguir mais interessados pela língua.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes, mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: Sim, porque há várias variantes.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: R.S.C.
Curso: Letras / Espanhol
Período: 1º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Sim.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: Cigano, Bandeira, Don Juan.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: Maradona
Paraguai: muamba
Colômbia: Che Guevara
México: Rebelde (R.B.D)Espanha: dança flamenca
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Sim. Espanha. A dança espanhola pela televisão.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Por
quê?
R: Sim. Porque assim podemos entender melhor sobre o que estamos aprendendo.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Não que eu lembre.
7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: M.C.
Curso: Letras / Espanhol
Período: 1º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Não.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: As mulheres espanholas, roupas, maquiagem, etc.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: piada de argentinos
Paraguai: contrabando
Colômbia:
México: comidaEspanha: futebol
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Não.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Por
quê?
R: Sim. Porque se estudamos uma determinada língua temos que saber tudo,
principalmente a cultura.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
R: Sim.
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7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
R: Filmes sim, mas os noticiários não colaboram muito.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes, mas também como os falantes nativos
se organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: Sim. Para se comunicar e interagir com outras pessoas precisamos ter
argumentos, e, para isso precisamos ler e conhecer de tudo um pouco.
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FATEB – Faculdade de Telêmaco Borba
Pesquisa de campo – Monografia 2009
Aluno: C.A.S.P
Curso: Letras / Espanhol
Período: 1º
1. Você sabe o que é estereótipo cultural?
R: Sim.
2. Qual a primeira imagem que você associa à Língua Espanhola?
R: A dança e a poesia.
3. Com relação aos países listados abaixo, cite pelo menos uma palavra que, na sua
opinião, associa-se aos mesmos:
Argentina: o futebol
Paraguai: as grandes vendas de mercadorias, artesanatos
Colômbia: os filmes assistidos, passados em Colômbia
México: os grandes chapéusEspanha: dança espanhola
4. Você conhece algum aspecto cultural desses países?Em caso afirmativo, por qual
meio teve acesso a essa informação (contato pessoal, família, revistas, televisão,
etc).
R: Sim. Aspecto alimentar, prato típico (empanadas) preparado na Argentina.
Conheço através da minha sogra que é argentina.
5. Você acha importante conhecer a cultura do povo da língua que se estuda?Por
quê?
R: Sim. Porque precisamos dominar o idioma para haver conversação, conhecermos
a cultura para socialmente nos comunicarmos. É importante buscarmos
oportunidades de trabalho na área.
6. Você já ouviu alguma piada ou comentário maldoso sobre alguma região ou
falantes nativos de Espanhol?
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R: Já ouvi comentários que as pessoas idosas são um pouco rígidas, em termos de
respeito. E ao mesmo tempo que certos homens são muito maliciosos.
7.Você acha que os meios de comunicação colaboram com a imagem que temos
sobre os falantes de Espanhol? De que forma?
R: Sim. Agora temos informações em filmes com legendas, programas de televisão,
cursos de línguas, faculdade. Mas tudo isso é somente a quem procura estudar ou
tem contato com nativos.
8. Você acredita que a falta de conhecimento da cultura da língua-alvo (lembrando
que cultura engloba não só a literatura, artes, mas também como os falantes nativosse organizam socialmente) pode prejudicar a interação com um falante nativo? De
que forma?
R: Sim. Porque se não tenho conhecimento, se torna difícil à comunicação e
interação com o falante nativo.