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Perícia judicial nos benefícios por incapacidade Realidade e perspectivas Cíntia Menezes Brunetta (TRF 5ª Região-AL)

27. curso 04. cintia menezes brunetta

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Perícia judicial nos benefícios por incapacidade

Realidade e perspectivas

Cíntia Menezes Brunetta (TRF 5ª Região-AL)

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O perito judicial

O perito como um auxiliar do juízo Art. 145 (CPC). Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou

científico, o juiz será assistido por perito. Deveres

O perito exerce um encargo, do qual não pode escusar-se, salvo alegando motivo legítimo - CPC, art. 146.

Dever de respeitar os prazos- CPC, art. 146). Dever de comparecer à audiência de esclarecimento do laudo CPC, art. 453, § 3°. Dever de lealdade. Dispõe a lei que " O perito que, por dolo ou culpa, prestar

informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer" - CPC, art. 147).

Direitos Direito de escusar-se do encargo, alegando motivo legítimo - CPC, art. 146 Direito de recorrer às fontes de informação - CPC, art. 429 Direito à indenização pelas despesas relativas à perícia. Direito a honorários, fixados pelo juiz

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O assistente técnico

O papel do assistente técnico no processo judicial O assistente técnico é o auxiliar da parte, aquele que tem por obrigação,

concordar, criticar ou complementar o laudo do perito oficial. Relacionamento entre o assistente técnico e os demais participantes do

processo (juiz, parte adversa, perito judicial) CPC, Art. 429. Para o desempenho de sua função, podem o perito e os

assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.

Existe algum dever ético do assistente técnico para com a Justiça ou apenas para com a parte que auxilia? Artigo 14, CPC: “Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de

qualquer forma participam do processo: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001) I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - proceder com lealdade e boa-fé;

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Benefícios por incapacidade

Espécies de benefícios por incapacidade Auxílio-doença (incapacidade para a função habitual) Benefício assistencial ao deficiente (incapacidade para o trabalho

e para a vida independente) Aposentadoria por invalidez (incapacidade para o trabalho e

impossibilidade de reabilitação) Auxílio-acidente (diminuição/limitação da capacidade de

trabalho – seqüela parcial e permanente) O laudo pericial e o parecer técnico

Linguagem (palavra-chave: acessibilidade) Fundamentação (palavras-chave: abrangência e coerência lógica) Conclusão (palavras-chave: precisão e objetividade)

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Interpretações administrativas x Decisões Judiciais A postura do médico-perito dentro e fora do

processo O médico como perito oficial (responsabilidade quanto à

transparência e imparcialidade da análise técnica) O médico como assistente técnico (responsabilidade

quanto à atuação da parte em juízo) O médico perito servidor (responsabilidade para com a

administração e para com a sociedade) Necessidade de reformulação de antigas práticas

administrativas Como forma de se adequar ao entendimento judicial Como forma de influenciar a jurisprudência

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Questões a serem discutidas

Segundo o inc. III do art. 4º do Decreto 6214/07, incapacidade é o fenômeno multidimensional que abrange limitação do desempenho de atividade e restrição da participação, com redução efetiva e acentuada da capacidade de inclusão social, em correspondência à interação entre a pessoa com deficiência e seu ambiente físico e social. Assim, deve o perito ou assistente técnico, ao elaborar o

laudo, ficar adstrito aos aspectos médicos ou deve ingressar nas características sócio-econômicas do periciado?

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Questões a serem discutidas

Capacidade temporária e definitiva no caso de benefício assistencial ao deficiente

Capacidade para a vida independente para fins de obtenção de benefício assistencial Superior Tribunal de Justiça - STJ

“O A jurisprudência desta Corte admite a concessão do benefício que ora se pleiteia, mesmo diante de laudo pericial que ateste a capacidade para a vida independente. ” (AgRg no REsp 1084550 / PB, DJ 23/03/2009).

TNU – Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais Súmula 29: “Para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8.742, de

1993, incapacidade para a vida independente não é só aquela que impede as atividades mais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover ao próprio sustento”.

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Perspectivas futuras

Alta programada (limite-médico) Prova da arbitrariedade ou da eficiência

administrativa? O papel do perito médico do INSS

Junto ao Poder Judiciário Junto à administração

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Perspectivas futuras

Adicional de 25% incidente sobre benefício de aposentadoria por invalidez Anexo I do Decreto 3048/99 (relação exaustiva?)

Interpretação da lei: necessidade de assistência permanente de terceiros

O papel do perito judicial e do assistente técnico do INSS

Experiência alagoana Cegueira total X cegueira legal Insuficiência renal crônica terminal

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“A medicina é ciência e arte, e assim se manifesta objetivamente emvários tipos de profissionais. Alguns com muita ciência e pouca arte; outros commuita arte e pouca ciência, mas alguns havendo que aliam a boa ciência e a boaarte.”Flamínio Fávero(1895-1982)