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Busque no O Dia Leilão de Arte On-Line leilaodearte.com Participe de sua Casa, Faça seu Lance. Cadastre-se Agora! 0 Tweet 14 27/05/2013 00:30:00 O DIA Rio - O grafiteiro Wellington Demuner, de 24 anos, que mora no Morro Santa Marta, em Botafogo, e assina como Swell, tem um sonho: viver em uma favela colorida, decorada por grafite em todos os cantos. “Claro que só isso não basta, precisamos de saneamento básico, muitas casas estão em péssimas condições, quase caindo”, reclama. Swell já possui 15 trabalhos no Santa Marta e pretende fazer dezenas de outros: “O grafite não tem mistério, tem que sair de casa e fazer, nossas telas são os muros das ruas”, diz. Artistas como Swell, além de oficinas, workshops, mutirões e até uma exposição, demonstram a presença cada vez mais forte dessa arte nas comunidades cariocas. Com entrada franca, a mostra ‘Grafitarte’, que está no Museu da Maré até 20 de junho, é o resultado de oficinas de grafite oferecidas aos jovens do Complexo da Maré pelo Instituto Vida Real. São obras produzidas por 90 alunos, entre 12 e 18 anos, com diversos problemas sociais. “O que digo para os alunos Arte do grafite domina as comunidades em muros e exposições Oficinas gratuitas podem ser encontradas no Alemão, Rocinha, Cidade de Deus, entre outros locais 48 Recomendar

27/05/2013 O Dia

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27/05/2013 00:30:00

O DIA

Rio - O grafiteiro Wellington Demuner, de 24

anos, que mora no Morro Santa Marta, em

Botafogo, e assina como Swell, tem um sonho:

viver em uma favela colorida, decorada por

grafite em todos os cantos. “Claro que só isso

não basta, precisamos de saneamento básico,

muitas casas estão em péssimas condições,

quase caindo”, reclama. Swell já possui 15

trabalhos no Santa Marta e pretende fazer

dezenas de outros: “O grafite não tem

mistério, tem que sair de casa e fazer, nossas

telas são os muros das ruas”, diz. Artistas

como Swell, além de oficinas, workshops,

mutirões e até uma exposição, demonstram a

presença cada vez mais forte dessa arte nas

comunidades cariocas.

Com entrada franca, a mostra ‘Grafitarte’, que

está no Museu da Maré até 20 de junho, é o

resultado de oficinas de grafite oferecidas aos

jovens do Complexo da Maré pelo Instituto

Vida Real. São obras produzidas por 90

alunos, entre 12 e 18 anos, com diversos

problemas sociais. “O que digo para os alunos

Arte do grafite domina as comunidadesem muros e exposições

Oficinas gratuitas podem ser encontradas no Alemão,Rocinha, Cidade de Deus, entre outros locais

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é que eles não estão nas oficinas para ter

aula de graça, e, sim para fazer uma

exposição. É uma boa oportunidade para

entrarem no mercado de trabalho, assim

acontece a transformação social”, atesta

Cristina Figueiredo, organizadora da mostra.

Outras comunidades também têm oficinas gratuitas: na Cidade de Deus e Complexo do Alemão,

são ministradas pela Cufa; na Nova Era, Vila Cruzeiro e, novamente, Alemão, são administradas

pelo AfroReggae, e, na Rocinha, coordenada pelo Instituto Wark. “Os jovens moradores não têm

acesso à arte, o grafite é a arte disponível para eles, uma forma de se expressarem”, conta o

instrutor do AfroReggae Cristiano Preas.

Já Anarkia Boladona — nome artístico de Panmela Castro — prefere dar workshops focando nas

mulheres. “Eu e a rede Nami (grupo formado apenas por grafiteiras) ensinamos a grafitar e

conversamos sobre os direitos das mulheres. Muitas delas não saem da favela, não obtêm

informações”, revela Anarkia. O projeto visitou mais de 30 comunidades, atingindo um total de

duas mil mulheres.

Um exemplo importante dessa arte é a Vila Operária, em Duque de Caxias. O lugar possui cerca

de 200 muros estilizados, pois já recebeu o mutirão MOF (Meeting of Favela) — o maior evento

voluntário de arte urbana da América Latina — sete vezes. O MOF, que reuniu 400 artistas em

2012, acontece sempre no último domingo de novembro. “Pensamos em levar o evento para

outras favelas, mas é uma tarefa complicada, necessita da aceitação dos moradores,

comerciantes...”, explica o grafiteiro Combo, idealizador do mutirão.

Swell e sua cascata no Santa Marta, e um grafitede Vhils no Morro da Providência

Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

Cristiano Preas (boné verde), do AfroReggae, no Alemão

Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia

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Pioneiro do grafite em favelas, Fábio Ema é ex-membro do Comando Vermelho, e abriu oficinas

em comunidades de São Gonçalo, Fallet e Fogueteiro, Manguinhos e Mangueira, onde dava

aulas para os filhos de traficantes. “O grafite é adorado por bandidos e policiais”, diz Ema. A

próxima oficina será no morro do Salgueiro, favela que recebeu uma exposição do artista em

março deste ano. “Minha exposição é na favela, já fui convidado por galerias da Europa e dos

EUA, mas sempre recuso. A intenção da minha arte não é essa”, destaca ele, que é responsável

pela maioria dos cenários da banda O Rappa.

As comunidades cariocas atraem até artistas internacionais, como o português Alexandre Farto,

o Vhils. Ele visitou o Brasil recentemente para registrar o rosto de moradores que saíram ou que

vão sair do Morro da Providência, em virtude do processo de remoção para obras da

revitalização da Zona Portuária. “Essas intervenções são uma forma de lhes dar alguma voz”,

declara Vhils.

Oficinas gratuitas

CUFA

Cidade de Deus. Seg e qua, das 14h às 16h. Avenida Jose de Arimatéia 90. Tel.: 2443-8576.

Complexo do Alemão. Ter e qui, das 14h às 16h. Rua Benedito Cerqueira s/nº, Olaria. Tel.:

7816-3884.

AFROREGGAE

Jardim Nova Era. Sex, das 9h30 às 11h30 e das 13h às 16h. Rua Castor 86, Nova Iguaçu. Tel.:

3103-4063.

Complexo do Alemão. Qua, das 10h às 12h e das 13h30 às 15h30. Rua Joaquim de Queiroz 62,

Complexo do Alemão. Tel.: 3884-0767.

Vila Cruzeiro. Seg e qua, das 10h às 12h e das 14h às 16h. Praça São Lucas 1, Vila Cruzeiro.

Tel.: 2209-0084.

INSTITUTO WARK

Rocinha. Qua e sex, das 19h40 às 20h40. Travessa Escada 101, Rocinha. Tel.: 3324-3623.

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Tags: Grafite , Comunidades

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