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EDITORIAL

O Experimental de janeiro/fevereiro quer deixar vocês, amantes da Literatura e da Cultura, a par das novidades, dos eventos e acontecimentos, tanto da ATL quanto de outras enti-dades ligadas à Cultura. Acima de tudo, esta Edição está rebus-cada de poesias, entre elas uma premiada no último Concurso Interno da ATL, sonetos, trovas, haicais e outros textos literá-rios, também o premiado no Concurso Externo da Academia. Entre os assuntos abordados, destacamos a participação da ATL na Semana da Liberdade em Redenção da Serra, com um singelo Varal de Poesias. Apresentamos, também, a Palestra sobre o escritor poeta português, Fernando Pessoa, proferida pelo acadêmico Prof. Dr. Antonio Marmo de Oliveira, em nossa reunião ordinária, de fevereiro, na parte literária. Confira, ainda, nesta Edição, a lista dos Acadêmicos Ho-norários, Correspondentes e Beneméritos da Academia Tauba-teana de Letras. Queremos noticiar a todos os leitores, deste Boletim, a rea-lização do “Cafezinho Literário” que acontece todo primeiro sábado, a cada trimestre, na APM – Associação Paulista de Me-dicina, que conta com a presença da nossa Academia. A ATL continua, sempre atuante, apoiando quaisquer apresentações literárias e culturais da cidade. Enfim, toda esta edição é mais um presente especial da Academia Taubateana de Letras para vocês se alimentarem e se deleitarem culturalmente. Boa leitura e até o próximo bimestre!

Célia Aparecida Marques da Silva (Celinha) Presidente Biênio 2015-2017

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EVENTOS

No dia 29 de janeiro, esta Academia teve a sua primeira reunião do ano de 2016. Foi um encontro alegre, agradável, co-mo sempre acontece, visto que mensalmente nos encontramos, sempre na última sexta-feira de cada mês e não gozamos férias propriamente ditas, a não ser alguns dias a mais em dezembro, logo após nosso encontro de comemoração das festas natalinas, realizado no bonito Seminário Diocesano, conforme comenta-mos no boletim anterior. Após a costumeira oração inicial, feita pelo acadêmico Al-fredo Barbieri e seguida por todos, foi feita a chamada pela 1º Secretária Regina Pinheiro e logo após, a Presidente Célia Apa-recida Marques da Silva foi seguindo os diversos itens da pauta que cada um recebeu ao entrar na sala. Na segunda parte da reunião, sempre destinada à parte literária, o Acadêmico Prof. Doutor Antonio Marmo de Oliveira fez uma bela palestra sobre o poeta máximo da Língua Portuguesa, Luiz Vaz de Camões, abordando aspectos pouco conhecidos de sua vida particular. Algumas perguntas lhe foram feitas e depois outros acadêmicos apresentaram, de sua autoria ou de literatos famosos, sonetos, trovas e outros gêneros poéticos. Apresentamos adiante a pales-tra feita pelo Prof. Marmo. Ao final da reunião, houve apresen-tação de textos e debate literário e, em seguida, uma mesa farta de salgadinhos, refrigerantes e um bonito bolo, foi servida, e os aniversariantes do mês foram saudados ao som do canto “Parabéns a você”. A próxima reunião da ATL será, excepcionalmente, no dia 1º de abril, respeitando-se o feriado religioso do dia 25, Sexta-Feira Santa. Ainda estamos aguardando o lançamento da nossa coletâ-nea.

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PASSADO E FUTURO

Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto - Cadeira nº 05 da ATL Ao completar setenta e sete longos anos de uma, tenha comigo, bem vivido vida, embora irrealizados vários dos meus planos, mas com outros se dando acima da medida,

eu fico a recordar sucessos, não enganos - estes do esquecimento fiz-lhes a guarida – amores, alegrias, feitos quiçá insanos, mas fica a indagação do que virá em seguida... O que virá certeira, cada vez mais perto, é uma fatalidade a ser sempre evitada, mas que preocupação não me causa decerto... Há muito por fazer, penso assim, certamente, caso contrário valeria quase nada o tempo que reserva o acaso à minha frente... VIVA A ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS NO BRASIL!

Foi na bucólica cidade de REDENÇÃO DA SERRA, uma das joias do Vale do Paraíba, que se deu, em 10/02/1888, antes de 13 de maio, portanto, a tão sonhada ABOLIÇÃO DA ES-CRAVATURA NO BRASIL. Por ter sido a cidade pioneira na Abolição, Redenção da Serra recebeu o título de BERÇO DA LIBERDADE. Para comemorar a tão feliz data - a Semana da Liberdade - o IEV (Instituto de Estudos Valeparaibano), lide-

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rou a programação apresentada in loco, de 10 a 14 de fevereiro deste ano de 2016, muito bem preparada e realizada, sob a lide-rança da Professora Regina Kátia Rico Santos de Mendonça, membro do IEV e da Cadeira nº 16 da Academia Taubateana de Letras (ATL). Tomaram parte do evento professores e alunos da UNITAU, membros da ATL, professores e alunos das esco-las de Redenção da Serra, membros do Executivo e Legislativo daquela cidade e seus habitantes. Foi montado um painel com trabalhos literários de diver-sos membros da ATL, dentre os quais vamos apresentar aqui de dois deles:

TROVAS Angelica Villela Santos – Cadeira 40 da ATL

A redenção dos escravos foi de Isabel um presente para pôr fim aos agravos sofridos por essa gente. Nas ruas, negros dançando, nas senzalas, emoção; sons de grilhões se soltando, anunciando a redenção! Pela luz da abolição por Isabel proclamada, das trevas da escravidão a Pátria foi libertada!

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LOUVOR À REDENÇÃO

José Paulo Pereira – Cadeira 8 da ATL Que alegria, minha gente, ver todo mundo, de novo. Que bom abraçar este povo, os amigos de Redenção. Falando, não se acredita, mas me creiam, não é fita, me palpita o coração. Nem pode ser diferente, tanto tempo de saudade, lembrando da mocidade, do tempo da inocência, da alegria ilimitada em que vivia a criançada jogando bola na rua, descalça, sem sapato, pisando,com muito tato na terra batida e crua. O tempo passou, paciência. Mas, ficou a nossa história, bem gravada na memória, não nos deixando esquecer. O Acadêmico titular Dr. José Paulo Pereira é natural de Reden-

ção da Serra e reside em Taubaté, onde exerce a Medicina.

Tanto que estamos unidos de novo aqui, reunidos pra rever este lugar, dando um abraço apertado no amigo, aqui do lado, com vontade de chorar. Se a lágrima aparecer, deixe que caia, não tema, faça dela um novo lema desta alegria incontida, a mais forte aparecida desde que era criança. E chore, transborde a alegria. Saiba que hoje é o dia de não ter acanhamento. Hoje é o grande momento de viver nossa lembrança. Talvez não haja outro igual, não é um dia normal, nunca vi tanta emoção. Então aproveite, amigo, e venha brindar comigo em louvor à Redenção!

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HAICUS

Haicus - poesia japonesa, mais antiga que os Haicais. Conta-gem de sílabas: 5-7-5

Angelica Villela Santos Cadeira 40 - Patrono: Maria de Lourdes Pereira Quintanilha

Princesa Isabel no dia da abolição liberta uma raça.

A 13 de maio, o dia da abolição. Princesa Isabel.

Grilhões são partidos no dia da abolição. Princesa Isabel.

Redenção da Serra o seu nome vai lembrar: Chegou a Justiça!!!

TROVAS

Angelica Villela Santos Cadeira 40 - Patrono: Maria de Lourdes Pereira Quintanilha

Num cantinho do Brasil, 13 de maio não era, em pequenina cidade, mas,sim,10 de fevereiro, com um gesto varonil, e veio o grito: Libera! proclamou-se a liberdade! de um povo tão justiceiro.

Por este gesto tão nobre, foi chamada Redenção, para que o ato desdobre lembranças da Abolição!

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O ENIGMÁTICO FERNANDO PESSOA

Palestra feita pelo Prof. Dr. Antonio Marmo de Oliveira, Acadêmico

titular da ATL, na parte literária da reunião do dia 29/01/2016. Fernando Antonio Nogueira Pessoa (1888-1935). Foi um poeta, escritor, crítico e tradutor português. Fernando Pessoa é o mais uni-versal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idi-oma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma. Pode-se dizer que a vida do poeta foi dedicada a criar e que, de tanto criar, criou outras vidas por meio dos seus heterônimos, o que foi a sua principal característica e motivo de interesse pela sua pes-soa, aparentemente muito pacata. Alguns críticos questionam se Pes-soa realmente teria transparecido o seu verdadeiro eu ou se tudo não teria passado de um produto, entre tantos, da sua vasta criação. Ao tratar de temas subjetivos e usar a heteronímia, torna-se enigmático ao extremo. Este fato é o que move grande parte das bus-cas para estudar sua obra. Fernando Pessoa foi o “enigma em pes-soa”. Escreveu sempre, desde o primeiro poema aos sete anos, até o leito de morte. Importava-se com a intelectualidade do homem e po-de-se dizer que a sua vida foi uma constante divulgação da língua portuguesa nas próprias palavras do heterônimo Bernardo Soares, “a minha pátria é a língua portuguesa”. Na literatura, a heteronímia e a pseudonímia são artifícios utilizados por alguns escritores para es-conder sua verdadeira identidade, proteger a vida pessoal e até mes-mo para escrever sob diferentes nomes e diferentes personalidades. Considera-se que a grande criação estética de Pessoa foi a in-venção heteronômica que atravessa toda a sua obra. Escondia-se por meio dos heterônimos. Dizia ele:

O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.

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Os heterônimos, diferentemente dos pseudônimos, são perso-nalidades poéticas completas: identidades que, em princípios falsas, tornam-se verdadeiras por meio da sua manifestação artística pró-pria e diversa do autor original. Os três heterônimos mais conheci-dos (e também aqueles com maior obra poética) foram Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Um quarto heterônimo de grande importância na obra de Pessoa é Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego, importante obra literária do século XX. Ber-nardo é considerado um heterônimo importante, por ter muitas se-melhanças com Fernando Pessoa e não possuir uma personalidade muito característica, ao contrário dos três primeiros, que possuem até mesmo a data de nascimento e morte. Para o Poeta a necessidade vital do prazer – provocado pela vivência de uma paixão – é tão fun-damental, que a “vida paixão” torna-se “necessária” diante disso, “viver é preciso...”. Diz ele “Não conto gozar a minha vida; nem gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero tor-ná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais, assim, penso. Cada vez mais, ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrande-cer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. Completa ele seu pensamento, afirmando: “Nosso tema é a vida. Vida no sentido de desejo, de aspiração, de anseio, de ambição, de vontade de possuir ou de gozar, da satisfação do amor-próprio, do sentir orgulho, da valentia, da galhardia do brio, do sentimento de dignidade pessoal, da altivez, da honestidade, da realização como ser humano, da alegria, da felicidade.” A respeito de Fernando Pes-soa, poderíamos dizer que ele criou para viver, tal foi o grau de en-trega de seu ser à tarefa poética. A nosso ver, é essa opção de vida, que precisa estar presente no espírito daquele que se disponha a co-nhecer esse multifacetado universo poético.

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E se na nossa Não cale no medo vida não pare na vida não sobrassem que o sonho não finda os sonhos que a vida pode ser uma que a gente tinha linda poesia. de onde viria a poesia?

PANTUM

Recebemos da poetisa e trovadora LOLA PRATA, de Bragança Paulista, considerações sobre formas diferentes de poesias, que, ape-sar de não serem tão antigas, não são conhecidas ou não tão usadas pelos poetas. Vamos falar de uma delas, que foi introduzida na Eu-ropa por Victor Hugo, chamada PANTUM. É um poema de origem malaia, composto de quadras, com ri-ma cruzada e caracterizado pela repetição de certos versos e pelo paralelismo de duas ideias centrais. As regras do Pantum consistem em intercalar o 2º e o 4º versos de cada estrofe, que passam a ser o 1º e o 3º versos da estrofe seguinte, valendo a ressalva que o último verso do poema tem que ser o mesmo que o iniciou. Alguns impor-tantes poetas brasileiros usaram muito o Pantum em suas poesias, entre eles Olavo Bilac e Alberto de Oliveira. Vejamos uma parte de uma das belas poesias de Olavo Bilac, escrita em forma Pantum. Quando passaste, ao declinar do dia, soava na altura indefinido arpejo: pálido, o sol do céu se despedia, enviando à terra o derradeiro beijo. Soava na altura indefinido arpejo... Cantava perto um pássaro, em segredo; e, enviando à terra o derradeiro beijo, esbatia-se a luz pelo arvoredo.

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Cantava perto um pássaro em segredo; cortavam fitas de ouro o firmamento... Esbatia-se a luz pelo arvoredo; caira a tarde; sossegara o vento. Cortavam fitas de ouro o firmamento... Quedava imoto o coqueiral tranquilo. Caira a tarde. Sossegara o vento. Que mágoa derramada em tudo aquilo! Quedava imoto o coqueiral tranquilo, pisando a areia, que a teus pés falava, (que mágoa derramada em tudo aquilo!) vi lá embaixo o teu vulto que passava. Pisando a areia, que a teus pés falava, entre as ramadas flóridas seguiste, vi lá embaixo o teu vulto que passava... Tão distraída! – nem sequer me viste! ... Etc Vamos à última estrofe e observem o último verso Vinha, entre nuvens, o luar nascendo: A terra toda em derredor dormia... E eu inda estava a tua imagem vendo, Quando passaste ao declinar do dia!

( Último verso igual ao inicial do poema.) A métrica do poema é frequentemente a redondilha maior, admitindo também versos octossílabos ou decassílabos, mantendo as rimas alternadas (abab). Nos próximos números deste boletim, falaremos sobre as outras formas.

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TUDO NADA

ALFREDO BARBIERI – Membro Titular da ATL - Cadeira 20 TUDO NADA TUDO ao dom da vida NADA ao aborto TUDO à justiça NADA à injustiça TUDO à verdade NADA à mentira TUDO ao amor NADA ao ódio TUDO à alegria NADA à tristeza TUDO ao acolhimento NADA ao abandono TUDO à presença NADA à ausência TUDO à caridade NADA ao egoísmo E mais: “TUDO posso Naquele que me fortalece” (Filip.4,13) “Sem Mim NADA podeis fazer”. ( Jo.15,5 “TUDO que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos con-cederá” (Jo,15,16) “NADA me separará do amor de Deus.” (Paulo Apósto-lo)

TUDO ao sorriso NADA à amargura TUDO à reconciliação NADA à divisão TUDO à paz NADA à guerra TUDO à esperança NADA ao desespero TUDO à fé NADA à descrença TUDO à paz NADA à guerra TUDO à esperança NADA ao desespero TUDO à fé NADA à descrença Apóstolo)

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CAFEZINHO LITERÁRIO

No dia 05 de março, deste ano, acontecerá mais uma reu-nião do CAFEZINHO LITERÁRIO, no salão nobre da Associ-ação Paulista de Medicina, no centro de Taubaté. Será a pri-meira reunião de 2016, como sempre liderada pelo Acadêmico da ATL, Dr. José Paulo Pereira, que, desde o impedimento do fundador do Movimento, Dr. William Moffit Harris, o vem substituindo com muito brilho. O CAFEZINHO, que foi fundado, em várias cidades, pe-lo Dr. William, é um Movimento que agrupa, de três em três meses, escritores, poetas e amantes da literatura, gratuitamen-te e oportuniza a estes a apresentação de seus trabalhos literá-rios, incentivando principalmente os escritores principiantes. Nesta reunião de março, o Prof. Dr. Rui Camargo, Reitor da UNITAU e membro da ATL, fará o relançamento de seus mais recentes livros,

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EU INFINITO

SILVIA SIMÕES - Cadeira nº 02 da ATL

Patrono: Cesídio Ambrogi EU INFINITO Sou o cheiro da terra Sou a flor amarela Sou a brisa leve E a música que encanta O sorriso da criança A pera doce no pé Sou a mata do índio Sou a pedra do rio Sou o barco no igarapé Se enquanto gente Não sou nada No universo Sou o tudo Repito-me nas coisas Que se repetem no vazio E na leveza deste ser Alinhavo o infinito

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O AEDES E O CULEX

JOSÉ PAULO PEREIRA- CADEIRA 08 DA ATL

Patrono: Umberto Passarelli E quando o assessor do Secretário da Saúde, Deputado Lamaison Porto ( * ) avisou que além da campanha contra a tu-berculose a secretaria também deveria iniciar uma outra contra o Culex, o ínclito secretário respondeu que de moléstias vené-reas tratariam na próxima etapa. Lembram dele? Você está sendo picado por um mosquito. Quando perce-be o delinquente pousado na sua pele, ele já se encontra com o rabo cheio de sangue – o seu sangue! O pequeno demônio, ao perceber seus movimentos de pânico, liga os motores e sai vo-ando serelepe. Nesse ponto, você se lembra das notícias do jornal que leu pela manhã e então o pânico se transforma em desespero. Lo-go, você se imagina entrando nas estatísticas e na sua cabeça começa a soar uma sirene de ambulância. Calma! Pode ser que o fugitivo seja um CULEX quinque-fasciatus (o pernilongo comum) e não o temido Aedes Aegypti. Tudo que você precisa fazer é se acalmar e repassar a lista de características que o levem a identificar o diabo que o atacou. Quem sabe o agressor foi um Culex? Nesse caso, você já sabe o pior que pode lhe acontecer: pele avermelhada, coceira e – se você tiver alergia – aqueles ca-lombos que surgem na pele. Se for assim, agradeça: pior mes-mo é se o agressor não deixar nenhuma lembrancinha visível. Vamos às diferenças. TAMANHO: o Aedes mede de 5 a 7 milímetros, sendo maior que o Culex, que vai de 3 a 4 milímetros. Eu sei que é di-fícil medir um mosquito com uma régua, ainda mais em movi-

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mento. Mas você já deve ter noção do tamanho de um pernilon-go comum (o Culex). O Aedes é maior, tem quase o dobro do tamanho. COR: O Culex veste modelitos num marronzinho básico, meio sem graça. Já o Aedes traja elegantes conjuntos em faixas pretas e brancas intercaladas, imitando camisa de presidiário (lembra dos irmãos Metralha?) HORÁRIO DE ATIVIDADE: o Culex é um mosquito boê-mio, sai para colher sangue após as 18 horas e durante a noite. Já o Aedes trabalha em meio-expediente, das 9h às 13h, aproxima-damente. Este é o horário de alerta. SOM DURANTE O VOO: o Culex é aquele mosquito que tem som de mosquito. Ouviu aqueles zumbidos irritantes que você sabe imitar? É o Culex. O Aedes tem o motor silencioso: vo-cê não vai sentir a aproximação do perigo. VELOCIDADE DE ESCAPE: aqui o Aedes leva uma enor-me vantagem. Tem um motor supersônico equipado com pro-cessador Core I7 de última geração, de forma que não adianta tentar acertar o Aedes com raquete elétrica. Já o Culex, quando veio para o Brasil, entrou pela Bahia, onde adquiriu alguns hábi-tos modorrentos, além de que vem equipado com um processa-dor Intel 286. Comparando os dois, o Culex é como um Fusca e o Aedes uma Ferrari. Se for rápido, você consegue enfiar a mão no Culex. No Aedes é bem mais difícil. LOCAL DE REPRODUÇÃO: o Aedes é um bicho limpo, coloca seus ovos em água comum, proveniente da chuva, da re-ga de plantas, etc. Dessa forma, qualquer recipiente que possa conter água, funciona como berço para uma futura legião de Ae-dezinhos. Já o Culex é sujo pra chuchu. Coloca seus ovos, na água suja e contaminada, como a água de esgotos. Portanto, aquele buraco escuro com água fedorenta e poluída está mais para Cu-lex do que para Aedes. Se quiser distância do Aedes, preste aten-ção em potinhos, pneus velhos, tampinhas, enfim, qualquer coi-

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sa que contenha ou possa vir a conter água. PICADA: a picada do “sujismundo” Culex não poderia passar em branco: pele vermelha, coceira e calombos, como já foi dito. Já o Aedes chupa com classe e anestesia o local, não deixan-do nenhum sinal na pele. O grande problema do Aedes é o que ele deixa SOB a pele. RESISTÊNCIA DOS OVOS: os ovos do Culex murcham fora da água contaminada e tornam-se inviáveis. Já o Aedes colo-ca ovos blindados, que duram até um ano e meio em ambiente seco. Tem gente dizendo que uma estratégia seria colocar propo-sitalmente potes com água para as fêmeas do Aedes depositarem os ovos e depois despejar fora a água antes que as larvas se de-senvolvam. Pelo que foi dito eu não recomendaria essa solução. O melhor mesmo é eliminar qualquer coisinha (ou coisona) que possa conter água corrente. CONSEQUÊNCIAS: o pior vem agora. Uma picada do Cu-lex, repetindo, no máximo traz coceira, calombo ou o averme-lhado na pele. Ele também pode transmitir vermeda filariose (elefantíase), mas trata-se de uma doença não epidêmica e rara. O Aedes iniciou como uma startup, lançando a dengue, que se tornou um enorme sucesso comercial. Em função disso, a Ae-des & Cia criou novos produtos e agora oferece também a febre chikungunya e o zica. Ao entrar em contato com o Aedes, você pode adquirir cada produto isoladamente ou em combos. Escon-jura! Quer saber? A coisa é séria. Colabore com a sua parte. O grande problema é o Aedes. Eu sei que rola o risco da gente tam-bém detonar o Culex nessa guerra e deixar as pererecas sem ali-mento. São os efeitos colaterais.

( Fontes de consulta: diversos artigos em jornais e revistas.)

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PREMIAÇÃO NA ATL

UBT—MARANGUAPE VII CONCURSO DE POESIA POPULAR/2015

Resultado - 09/03/2016 ACADÊMICA Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto

Cadeira nº 32 - PATRONO DARCY ALBERNAZ

MENÇÕES ESPECIAIS Elvira Pinho (Poesia) - Taubaté/SP

Poesia - Elvira Pinho Elvira Pinho, grande personagem do Ceará. Nasceste em Maranguape, sua cidade natal... Foste mestra das primeiras letras, dos primeiros passos. Dirigiste escola com competência, com primazia... Precursora! Foste uma heroína nata... Quantas lutas travaste ao longo da sua vida? Quantos legados deixaste às gerações futuras? Líder inconteste, desafiaste preconceitos, batalhaste pelas causas abolicionistas, pelos flagelados da seca, pela alta dos preços, por uma vida digna! Não importa! (...)

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Elvira Pinho... maestrina na música, pianista de grande mérito e consideração. Formaste novos pianistas, novos talentos, deste um toque suave à vida! Sem dúvida nenhuma, és exemplo de honradez, és saber, és orgulho, és referência... Do povo maranguapense!

Menção especial -Trova - Pianista (Quadra) Trova - Pianista

Doce pianista tocas, no piano, uma canção. A cada compasso deixas... os sons do teu coração!

Menção especial - TROVA - Tema: Louvor Venceste, sim, com louvor, as duras provas da vida. Tu tens de fato valor... Não esmoreças, querida!

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COISAS DE NOSSOS VELHOS CARNAVAIS

CAMÕES FILHO- Membro titular da ATL - Cadeira 07

Patrono: Oswaldo Barbosa Guisard

Estamos vivendo mais um Carnaval. Há 40, 50 anos, a festa seria chamada pela imprensa – jornais e rádios, pois tele-visão era ainda uma coisa incipiente – de “tríduo momesco” e os foliões, ao invés de axé, saudariam uns aos outros com ex-pressões como: “Evoé”, “Alvíssaras”, coisas que os jovens de hoje nem têm ideia de que se trata. E para falar de Carnaval, vou relembrar o meu querido e saudoso amigo Santana. Somente quem viveu os anos sessentas e setentas do sé-culo passado, pode aquilatar a importância desse período. Es-távamos sob um regime de exceção, mas, ao mesmo tempo, havia na música, no cinema, na imprensa – com o surgimento do Pasquim – uma explosão de criatividade como nunca mais se viu. Período de grandes festivais, do cinema novo, de Glau-ber Rocha com uma câmera na mão e milhões de ideias na ca-beça. Eu delirava com tudo aquilo. Mesmo sem completar de-zoito anos, já estava participando de movimentos políticos, daquelas reuniões às escondidas, lembrando o clima daquela canção do Chico Buarque, “Cuidado!/ O homem vem aí!”. Re-centemente, um amigo dessa época lembrava-se de uma reuni-ão clandestina que a gente participou e à qual ele fora como convidado meu, em um casarão antigo, sombrio, com a pre-sença de Ulysses Guimarães. A gente subia uma escadaria de madeira, que rangia fantasmagoricamente a cada passo. No final, uma salinha e lá estava, solícito, o futuro Sr. Diretas. Eu participei de uma das primeiras reuniões para funda-ção do MDB, o Manda Brasa, na Faculdade de Filosofia e en-

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trei para o partido pelas mãos do Santana, que era do Morro, mas que fez fama como mestre de bateria da Escola de Samba Embaixada da Vila São José. Eu morava na rua Professor Ber-nardino Querido e foi a poucos passos de casa, no Bar do Portu-guês, que um dia fui apresentado, exatamente, pelo Santana, a um outro jovem recém chegado a Taubaté, que viera para estu-dar na Faculdade de Direito: Ary Kara José. Isso mesmo, meu amigo Santana, que a gente respeitosa-mente chamava de Neguinho – e que era amado e admirado pelo povo da Vila São José. Ele tratava a todos, crianças a ido-sos, com um carinho sem igual. Santana foi um gênio multidisciplinar. Mesmo pratica-mente cego de um olho, jogava o fino da bola. Hoje não teria Neymar, Ganso, Messi, para ele. No Carnaval, nos grandes e inesquecíveis Carnavais de Taubaté, também era insuperável. Insuperável mesmo. Ganhou o título de “Rei do Apito”, como o melhor mestre de bateria de escola de samba da cidade. Pois no ano seguinte, surpreendeu todo mundo ao pisar na avenida de fraque, cartola e batuta nas mãos, conduzindo sua bateria como um verdadeiro maestro, Santana era o Pelé e o Pixinguinha da Vila São José. Ninguém jamais marcou ou organizou uma quadrilha co-mo ele. Que saudade das festas juninas da Vila São José, na casa do saudoso Salgado, com o Santana conduzindo os casais pelas ruas do bairro. Dos intermináveis ensaios, que acabavam sem-pre com a sua ordem: “Agora, meia hora de ribimba.” Ou seja, os casais de namorados teriam trinta minutos para dançar ao som de boleros e canções do pessoal da Jovem Guarda. Era um dia qualquer do ano de 1973. Santana vinha da ci-dade, de ônibus. Ao descer, desequilibrou-se na calçada, caiu e bateu a cabeça. Morreu ali aquele que foi amigo dos velhos e das crianças, dos ardorosos fãs do samba e carnaval, bem como dos religiosos. Pois assim foi Santana, um mulato humilde e

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que teve enterro de rei. Mas para nós, seus amigos, ele não morreu, ele está aí pelas ruas do bairro, encabulando-se com tudo isso que estamos falando dele. Chovia e muito. Parecia que a natureza chorava a morte de Santana, o Apito de Ouro de nossos Carnavais. O povo aglomerava-se, todos queriam levar o último adeus àquele que em nossos corações nunca morrerá. A Escola de Samba, com todo o respeito, compare-ceu. Um triste acorde cortou o ar. Gemia a cuíca, improvisa-vam-se batuques que dantes eram comandados pelo Santa-na. O calor era insuportável, mas lá estavam todos, pesaro-sos no despedir. As crianças, que tanto Santana amou – e tanto amaram Santana – seguiam com as bandeiras de todas as Escolas de Samba de Taubaté. A da Embaixada da Vila São José cobria o caixão do seu líder. E respeitou-se a vonta-de daquele que desaparecia: seu corpo deu uma longa e tris-te volta pelo bairro, acompanhado por um aglomerado de pessoas que se perdia ao longo das empoeiradas ruas. Era o último adeus de Santana. Ele, que amou aquelas ruas, aquela vila, dava seu derradeiro passeio pela Vila São José, junto com seu povo, sua gente, sua Escola de Samba, seus amigos de papos, de futebol, de carnaval, de viver. E a emoção foi maior, quando se chegou ao campo do Nova América, time pelo qual Santana dedicou seu valoroso futebol. E, num ímpeto visionário, vi Santana marcar um gol, sacudir a torcida, balançar a rede. Mas não. Ele estava inerte, morto. Um torcedor encaminhou-se para a bola no meio do gramado vazio, como se esperasse pelo início de um jogo que jamais começaria. Lágrimas e chuva misturavam-se com o gramado, quando tal torcedor pegou a bola e a colocou no caixão. E o féretro seguiu. Ao aproximar-se da última mora-da, nas proximidades do Cemitério da Venerável Ordem Terceira, a Escola começou a tocar e cantar a Valsa da Despe-

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dida. Era o adeus a Santana, um crioulo boa gente, amigo de todos. A saudade já tomava conta dos corações de seus amigos. Amigos das quadrilhas, do futebol, do carnaval, das festas juni-nas tão bem organizadas por ele. Saudade de tudo, pois de tudo ele participava com real destaque. Calara-se para sempre o Api-to de Ouro. Morrera Santana e com ele morria um pouco de to-dos nós. Mas, com certeza, ele não quer ver o samba morrer e podemos sentir no ar a sua vibração, a sua convocação: vamos esticar o couro dos tamborins. Vamos reunir o pessoal, marcar ensaios, que o Carnaval está aí. O Santaninha não morreu. Ele está em nossos corações, batendo papo, traçando planos. Que as costureiras caprichem nas fantasias. Que as alas decorem as músicas. Vamos sacudir a avenida. Em honra de Santana, o rei do apito, o Apito de Ouro.

ESSE SEU OLHAR

Acadêmica Conceição Fenille Molinaro Cadeira nº 35 da ATL - Patrono: Maria Augusta Leonardo

Vaga-lume na escuridão Bolinha de sabão Sapoti temporão... Esse seu olhar... Lágrima em ebulição Canto em diapasão Desejo e obsessão... Esse seu olhar

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Mistério e subversão Crime e redenção Pecado e perdição... Ah! Esse seu olhar Tão, tão, ão... Olhar de interrogação...

CONCURSO EXTERNO DA ATL - 1º LUGAR

Retratos do Brasil Por Nereida Marques da Silva

Um de Nós O termo “Retratos do Brasil”, no plural, traduz a plurali-

dade dos cenários, e ainda mais, dos pontos de vista para a realidade. Essa há de ser a forma como olharemos e conhece-remos o país, como retratos, expressões da diversidade que o compõe. Assim, conhecer e reconhecer os retratos, do meu olhar e do outro, é um caminho para melhor compreender o todo.

Cliques e flashes fazem os retratos do Brasil. De muitas maneiras pode ser retratado – se varia o ângulo, muda a for-ma de ver. À luz da tropicalidade, os retratos são coloridos, capa de revista, ótimas opções turísticas. À sombra da desi-gualdade, temos flagras em preto e branco, ilustrando jornais que não circulam nos hotéis. O olho do fotógrafo, o ângulo, a iluminação, o destino do retrato são variáveis do Brasil que é retratado.

Para onde quer que as câmeras apontem, capturam sua diversidade: da fauna, da flora, do relevo, do povo, dos sabo-

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res, das cores. E por toda a extensão desse país, revela-se sua grandeza. Nenhuma lente consegue enquadrar o Brasil, se não partes dele. Em tudo há grandeza nesse país, no mar abundan-te, na força do povo, até nos rombos dos cofres públicos. (Re)conhecer do “todo” é uma árdua tarefa, por isso, muitas vezes, prefere-se admirar uma única imagem, pelo ponto de vista in-dividual e acreditar que o que se vê é tudo, para sempre para todos.

Pensar em “Retratos do Brasil” pode ser um hábito de união de um povo, com princípios de respeito ao diferente e integração das partes de uma mesma realidade. Os retratos (re)criam possibilidades para um novo Brasil a cada dia, em cada lugar, por pontos de vistas distintos que se misturam, se com-pletam, se transformam em um Brasil de todos.

MEMBROS BENEMÉRITOS DA ATL

1 - Amadeu Pelóggia Filho - Advogado e Comerciante Taubaté -SP

2 - Maria Lucila Junqueira Barbosa - Ex-Reitora da UNITAU Guaratinguetá - SP

MEMBROS HONORÁRIOS DA ATL

1 - Carlos Roberto Rodrigues - Cadeira nº 3H Patrono: Péricles Nogueira Santos.

2 - Joel Abdala - Cadeira 6H - Patrono: Cônego João Herculano.

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3 - José Valdez de Castro Moura - Cadeira 5H Patrono: Oscar Vicente Vieira Soares.

4 - Luiz Antonio dos Santos Reis Cardoso - Cadeira 4H Patrono: Tarcizo Leonce Pinheiro.

5 - Neide da Silva Brunácio - nº 1H da ATL Patrono: Waldemar Duarte.

6 - Pedro Lopes - Cadeira nº 2H da ATL Patrono: Benedicto Nunes de Assis. (falecido)

7 - Waldomiro Pereira Rangel - Cadeira 7 H Patrono: Lafayette Rodrigues Pereira.

8 - Yves Rudner Schmidt - Cadeira 8H Patrono: Gastão Schmidt.

RELAÇÃO DOS MEMBROS CORRESPONDENTES DA ATL

1 - André Telucazu Kondo

2 - Augusto Barbosa Coura Neto—Membro Correspondente Cadeira nº 3C da ATL - Patrona: Judith Mazella de Moura.

3 - Augusto Gasparini Filho - Membro Correspondente Cadeira nº 5C da ATL - Patrono: Paulo de Campos Azevedo

4 - Carmen Lúcia Hussein - Membro Correspondente Cadeira nº 7C da ATL - Patrono: José Pantaleão.

5 - Joacil de Britto Pereira - Membro Correspondente Cadeira nº 2C da ATL - Patrona: Maria Morgado de Abreu.

6 - José Francisco Schmitt - Membro Correspondente Cadeira nº 8 C - Patrono: Auri Alves Mangueira

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7 - José Rodrigues de Arruda - Membro Correspondente, Cadeira nº 4C da ATL - Patrono: Cláudio Ferrari Righi.

8 - Rubem Alves Navajas -Membro Correspondente, Cadeira nº 1C da ATL - Patrono: Paulo Affonso de Negreiros

Sayão Lobato. (falecido)

9 - Sebas Sundfeld - Membro Correspondente, Cadeira nº 6C da ATL - Patrono: Nelson Lacerda.

EXPEDIENTE Presidente - Célia Aparecida Marques da Silva 1º Vice - Alfredo Barbieri 2º Vice - Conceição Aparecida Fenille Molinaro 1º Secretário - Regina Célia Pinheiro da Silva 2º Secretário - Ana Maria Favali de Camargo 1º Tesoureiro - Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto 2º Tesoureiro - Ana Paula Souza Vaz Boechat de Azevedo Redação e Revisão: Angelica Maria Villela Rebello Santos Diagramação e Arte Final: Edson A. Aguiar

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