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28_Domingo_do_TC_-_B_(2012)

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28º Domingo do Tempo Comum - B14 de outubro de 2012LEITURAS 1ª leitura: Sb 7,7-11 = Em comparação à sabedoria, julguei sem valor a riquezaSalmo Responsorial: Sl 89 = Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor2ª leitura: Hb 4,12-13 = A Palavra de Deus julga pensamentos e intenções do coraçãoEvangelho: Mc 10,17-30 = Vende tudo o que tens e segue-me!

Primeiro olharExistem bens materiais que necessitamos para viver bem e existem bens espirituais necessários para viver bem. A boa escolha de um ou de outro é indicativo de sabedoria. Um nos conduz no caminho do discipulado e o outro dele nos afasta.

ILUMINADOS PELA PALAVRATrês paradoxos iluminam a reflexão deste Domingo: a tristeza do jovem, o

camelo passando pela agulha e o ganho centuplicado do discípulo e discípula de Jesus. O primeiro paradoxo está no jovem que vem em busca de uma fortuna maior —

a vida eterna — e quando ouve a proposta para obtê-la fica triste e recusa o discipulado (Evangelho). Este primeiro paradoxo, do ponto de vista bíblico, considera os recursos existentes no mundo (saúde, beleza, bem-estar...) como positivos por favorecerem a vida humana, desde que usados como meios e não como fins. São também paradigmas de discernimento em prol da verdadeira sabedoria: dar o devido valor e peso às coisas, nem super valorizando e nem transgredindo sua utilidade (1ª leitura e salmo responsorial). O jovem rico intercedeu o valor da sabedoria divina para obter a vida eterna, uma riqueza maior que seu ouro, mas sua decisão impediu-o de buscar a eternidade e preferiu continuar com os bens terrenos. Não pensou como o sábio, que considera a sabedoria o maior de todos os bens, acima até mesmo do ouro; uma riqueza incalculável (1ª leitura e salmo responsorial). O espírito da sabedoria em quem busca o valor inestimável da vida eterna, encontra-se na Palavra de Deus (2ª leitura), que ilumina a decisão mais acertada em favor da proposta divina. É o paradoxo do jovem, disposto a pagar um alto preço para obter a riqueza da sabedoria que o conduz à vida eterna, mas se entristece ao conhecer o caminho (Evangelho).

O segundo paradoxo está na comparação de Jesus: a possibilidade de um grande camelo passar pelo minúsculo buraco da agulha (Evangelho). A comparação de Jesus não é abstrata; é muito concreta. Com tal comparação, Jesus insiste na real impossibilidade de alguém que se dedica unicamente em acumular tesouros na terra (Mt 6,19) se tornar discípulo do Reino. Quando o interesse pelas riquezas da terra está acima de tudo, então sim, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar na dimensão do Reino (Evangelho). Diante do espanto dos discípulos, que consideravam a riqueza bênção divina, Jesus lembra que tudo é possível para Deus, inclusive um rico tornar-se discípulo do Reino, desde que contribua com a graça divina, entre no discipulado e aprenda a partilhar. Como no primeiro paradoxo, o modo de realizar isso é

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alimentando-se com a Palavra de Deus, pois esta ajuda a avaliar as intenções reais das decisões tomadas pelo discípulo e discípula, colocando-os diante da verdade (2ª leitura).

Finalmente, o terceiro paradoxo: quem tudo ganha, perde, e quem tudo perde, ganha cem vezes mais (Evangelho). Como se pode ganhar com a perda? É o paradoxo da perda que se reverte em grande lucro, já neste mundo, mas com perseguições (Evangelho). Aqueles que se aproximarem de Jesus e se dispuserem a acolhê-lo como Mestre, com o necessário desapego dos bens do mundo, não passarão necessidade, ao contrário, terão a segurança de casas, terras, família... O terceiro paradoxo ensina que a verdadeira posse dos bens só se obtém pela renúncia dos bens terrenos, que consiste em não super-valorizar as riquezas. Eis a condição indispensável para acolher a sabedoria divina (1ª leitura e salmo responsorial), deixando-se iluminar pela Palavra de Deus (2ª leitura).

ILUMINADOS PELAS ORAÇÕES (eucologia da missa)Considerando que no decorrer da semana teve início o “Ano da Fé” (11 de

outubro), a primeira intenção intercederá pelo bom êxito dessa iniciativa na Igreja. Da mesma forma, convidar os celebrantes a rezar pelo encaminhamento dos trabalhos sinodais sobre a Nova Evangelização, que acontece neste tempo, em Roma. Mais voltados para o enfoque celebrativo, interceder a graça divina para que todos os celebrantes possam obter a verdadeira sabedoria, acolhendo a proposta de Jesus, presente na Palavra, especialmente no Evangelho.

Os celebrantes iniciam a celebração reconhecendo a importância do perdão divino para suas vidas (antífona de entrada), que os prepara para acolher o dom da pobreza em vista de possuir o tesouro do Reino dos Céus (aclamação ao Evangelho) e encontrar a verdadeira riqueza da vida (antífona de comunhão). Rezam para que não percam a oportunidade de fazer o bem com a própria vida (oração do dia) e para que Deus acolha o culto de louvor da Igreja (sobre as oferendas), esperando serem alimentados com o alimento da vida eterna (depois da comunhão).

Proclamar a Oração eucarística III com o Prefácio dos Domingos do Tempo Comum VI Tema: “Cristo, penhor da Páscoa eterna”. — A teologia prefacial recorda a vida do celebrante unida a Cristo e a promessa da eternidade, fazendo eco ao Evangelho proclamado nessa celebração.

ILUMINADOS PELA VIDAA Palavra desse Domingo destaca dois temas atualíssimos para os nossos dias,

principalmente nesse tempo de Nova Evangelização e de reflexão do “Ano da Fé”: a relação da economia com o Evangelho e, o segundo tema, a formação dos jovens nos valores cristãos. Quanto ao primeiro tema, sabemos que não é fácil estabelecer uma relação entre Evangelho e economia, mas é um tema necessário para nós que vivemos num mundo onde os principais valores que orientam a vida pautam-se na e pela economia. A vida humana pode ser sacrificada, mas a economia não, ensina a ideologia capitalista. O povo pode passar fome, mas o Banco Central não pode perder dinheiro.... e assim vai. A Igreja considera o dinheiro um bem (não o bem supremo), mas um bem que está a serviço do homem para o fazer bem a todos.

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Existe um modelo econômico que é evangélico (At 4,32) e existe um modelo econômico que encontra sua realização na economia de mercado, comandada pela ideologia e filosofia capitalista. Teólogos especializados em economia e economistas que se servem da teologia para ler os sinais dos tempos, dizem que entre os dois modelos não existe possibilidade de síntese. Como diz Isaías: “os meus caminhos não são os vossos caminhos” (Is 55,8). As vezes parecem paralelos e, as vezes, opostos. Um casamento entre eles terminaria por conflito de incompatibilidade de gênio. Por isso, diante do predomínio dos valores que a economia impõe, a sociedade de nossos tempos como se que aproxima de Jesus com a mesma pergunta: “o que devemos fazer para ter o tesouro da vida eterna?” A nova evangelização sente a necessidade de propor novas dinâmicas de relacionamento social, fundamentados, por exemplo, na dinâmica da gratuidade (como já mencionamos em outra reflexão deste ano), incentivando a viver de maneira mais sóbria, conscientizando que a carga publicitária promove compulsivos por compras e as conseqüentes dívidas, ressaltando os valores da solidariedade econômica.

O segundo elemento diz respeito ao tema do “jovem rico”, como ficou conhecida essa passagem na Igreja. Numa sociedade mediática, como trabalhar a formação cristã no discipulado? Cresce o número de profissionais da área de formação humana e social que apontam a mídia, mas principalmente a televisão e a internet, como a pior escola de nossos tempos, pela imposição de valores perigosos. No seu currículo estão temas como hedonismo, egoísmo, competitividade... tudo em vista do consumismo. A felicidade consiste em comprar e exibir; é uma mentalidade moralmente suicida e forjadora de personalidades narcisistas. Uma catequese séria, incluindo a matrimonial e batismal (antigamente chamados de “cursos”), precisa discutir esses temas; não somente discutir, mas produzir elementos concretos, como por exemplo, o incentivo ao voluntariado e atividades no chamado terceiro setor.

Como dizia a 2ª leitura, o que une tudo isso é a Palavra de Deus, especialmente o Evangelho. A nova evangelização em vez de impor, se prezará em propor critérios que questionem os valores atuais, em vista de encontrar o tesouro do Reino. É preciso mostrar aos jovens que Jesus propõe outro modo de viver e de pensar, e isso significa deixar a mentalidade capitalista e assumir a mentalidade da sobriedade, abandonar o consumismo para arriscar-se na dinâmica da partilha, da gratuidade e da solidariedade. No início do “Ano Fé” trata-se de um grande e belo desafio.

(Francisco Régis)

CONTEXTO CELEBRATIVOFocar a importância do encontro com Jesus, pois ele tem um tesouro de valor incalculável, pelo qual vale a pena, não somente deixar tudo, mas vender tudo e entrar na dinâmica da partilha com os pobres para possuí-lo.

OraçãoComo aquele jovem rico, — rico de boas intenções —venho ti, meu Senhor e Mestrebuscando uma riqueza maior. Talvez não seja tão rico quanto ele; ao menos em bens contáveis.

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Mas, bem dentro de mim, as propostas de riquezas, que me rodeiam de todos os lados, gritam continuamente no meu coração. Reconheço o valor da riqueza que me ofereces, como reconheço a dificuldade, a dificuldade de aceitar tua proposta, meu Senhor e Mestre. Por isso, minha súplica é simples: colocai em mim o teu Santo Espírito, para que eu ouça a tua Palavra, que ela fale mais alto em meu coraçãoe torne-se luz no caminho que conduz à vida plena. Amém! (SV)

VAMOS CANTAR A CELEBRAÇÃO NB As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente, propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista após comentário.

SiglasSAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.

Cantar melodias de gratidão pelo dom que a Palavra de Deus oferece a quem se aproxima de Jesus, intercedendo a riqueza da Sabedoria, o caminho da vida plena, que é o caminho da eternidade.

Entrada: aproximar-se do altar do Senhor com um coração livre (1), desapegado das riquezas terrenas (2) e buscando a riqueza que somente o Evangelho pode dar (3 ou 4): a vida eterna, a vida em plenitude já nesse mundo (5). 1 – “Não há medo incerteza” (SAL 59) (CO 343) (26DTC)2 – “Senhor, o Deus dos pobres” (SAL 51) (CO 499)3 – “É no campo da vida” (SAL 461) (CO 1416) 4 – “Eu sou o caminho” (SAL 641) (CO 530)5 – “O Senhor me chamou a viver” (SAL 618) (CO 657)

Outras canções de entrada no site: www.liturgia.pro.br[SAL 640]Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/n%C3%A3o%20h%C3%A1%20medo?view=ls&suggestedOuvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/Jav%C3%A9%20o%20Deus%20dos%20pobres?view=lsOuvir canção (4) http://search.4shared.com/q/1/056%20-%20eu%20sou%20o%20caminho?view=lsOuvir canção (5) http://www.youtube.com/watch?v=EBTzdH_YVbM

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Salmo responsorial: unir-se à prece do salmista, para que a sabedoria divina tome conta do coração de cada celebrante e transforme nossos dias de sofrimento em alegria.1 – Cf. “Cantando os salmos e aclamações” (Paulus), p. 1602 – Cf. “Hinário Litúrgico da CNBB”, fasc. 3, p. 162-1633 – “O Senhor te abençoe de Sião” (melodia no CD Liturgia IX – Paulus – fx 12)

Aclamação ao Evangelho: o Evangelho é um caminho (3) que conduz à verdadeira riqueza da vida (1 ou 2), desde que seja acolhido (4 ou 5) em espírito de desapego e com disposição para entrar na dinâmica da partilha. 1 – “O meu Espírito conduz” (SAL 232) (CO 345) 2 – “O Evangelho é a Boa Nova” (SAL 642) (CO 477)3 – “Quais dos caminhos da vida” (SAL 155) 4 – “Aleluia! Acolhamos” (SAL 643) (CO 483)5 – “Aleluia! Fala Senhor” (SAL 644) (CO 495)

Outras canções de aclamação no site: www.liturgia.pro.br[SAL 212] [SAL 621]Ouvir canção (4) http://www.mp3mania.com.br/busca/mp3/1/Aleluia!-Acolhamos-nosso-Deus.htmlOuvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/aleluia%20fala%20senhor?view=ls&suggested

Ofertas: cada procissão das ofertas, em todas as celebrações eucarísticas, insistem em ensinar (4) aos celebrantes a dinâmica da partilha (1 e 3). Em cada procissão ofertorial partilhamos a fraternidade (2), mesmo que seja pouco o que no altar colocamos (5). 1 – “Nessa mesa da irmandade” (SAL 264) (CO 507) 2 – “Nossa vida de comunidade” (SAL 268) (26DTC)3 – “A partilha começa na mesa” (SAL 645) (CO 502)4 – “O Espírito é luz que ilumina” (SAL 629) (L 1324) 5 – “Sabes, Senhor” (SAL 277) (CO 148) (26DTC)

Outras canções de ofertas no site: www.liturgia.pro.br[SAL 266] [SAL 635]Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/nossa%20vida%20de%20comunidade?view=lsOuvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/0379-sabes%20senhor?view=searchMainField

Comunhão: a sabedoria divina está presente no caminho que conduz à Mesa Eucarística (1), lembrando que somos todos irmãos (2 ou 3), que a paz é fruto da partilha fraterna e que a Eucaristia alimenta com o amor e a sabedoria divinos quem caminha no discipulado (4 ou 5). 1 – “Ainda que eu fale, a língua dos anjos” (SAL 286) (CO 1375) 2 – “É bom estarmos juntos” (SAL 27) (CO 149) 3 – “Na mesa sagrada se faz unidade” (SAL 303) (CO 398) (26DTC)4 – “Feliz o homem que ama o Senhor” (SAL 296) (CO 528) 5 – “Vejam, eu andei pelas vilas” (SAL 336) (CO 605) (26DTC)

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Outras canções de comunhão no site: www.liturgia.pro.br[SAL 312] [SAL 587] [SAL 646] Ouvir canção (1) http://www.4shared.com/mp3/Cr27sw1F/512_-_Ainda_que_eu_fale_a_lngu.htmOuvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/%C3%A9%20bom%20estarmos%20juntos?view=ls&suggestedOuvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/na%20mesa%20sagrada?view=ls&suggested Ouvir canção (4) http://search.4shared.com/q/1/feliz%20o%20homem%20que%20ama%20o%20senhor?view=searchMainField&suggested

Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/vejam%20eu%20andei%20pelas%20vilas?view=ls&suggested

Envio: como resposta à vocação missionária (1), no mês das missões, somos convidados a testemunhar a vida plena (2), presente na vida de quem faz de Jesus companheiro de vida (3 ou 4), e se deixa iluminar pela luz da sabedoria divina (5)1 – “Vai missionário do Senhor” (SAL 439) (CO 627) (26DTC)2 – “Eu vim trazer plena vida” (SAL 624) (CO 480)3 – “Ninguém pode prender um sonho” (SAL 647) (CO 504)4 – “Sou feliz, Senhor, porque tu vais comigo” (SAL 649) (CO 802)5 – “Caminhamos pela luz de Deus” (SAL 648) (CO 805)

Ouvir canção (4) http://search.4shared.com/q/1/sou%20feliz%20senhor?view=ls&suggestedOuvir canção (5) http://www.mp3mania.com.br/busca/mp3/1/05-Caminhamos-pela-luz-de-Deus.html

O QUE VALORIZAR NA CELEBRAÇÃOA vida do homem e da mulher aparecem como cenários que contextualizam o espaço simbólico dessa celebração (1L e E), destacando a vida humana iluminada pela sabedoria da Palavra de Deus (2L) e a vida humana iluminada pelas riquezas da terra.

Espaço simbólico: considerar a importância que se dá à dinâmica da partilha para montar o espaço simbólico. Isso poderá ser feito com flores ou com outro símbolo em forma de escultura. A idéia é passar a mensagem que a comunidade torna-se mais colorida quando encontramos a riqueza do Evangelho através da dinâmica da partilha, mesmo que existam incentivos de todos os lados.

O arranjo é composto por uma jardineira que acolhe diferentes vasos de flores, representando a partilha da sabedoria divina, dentro de uma única existência (cesta). Do lado de fora, galhos secos contornam essa beleza, simbolizando incentivos que não se iluminam na sabedoria do Evangelho e da Palavra de Deus (2L).

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Frase celebrativa: o ensinamento de Jesus continua provocativo, talvez com maior intensidade nos dias de hoje.

Frase celebrativaVai, vende o que tens e terás um tesouro!

Equipe de acolhida: o início da 1ª leitura comenta a experiência de oração do sábio, que se coloca em oração e recebe os dons da prudência e da sabedoria.

Frase de acolhidaQue Deus te dê sabedoria!Seja bem-vindo(a)

Ambientação: a apresentação dos três paradoxos, propostos na reflexão de “Iluminados pela Palavra” ajudam os celebrantes a entrar na celebração desse Domingo. Isso poderá ser feito em forma de questionamentos aos celebrantes, como por exemplo: “gostaria que vocês pensassem como é possível que alguém busque uma grande fortuna e, no momento que a encontra, se desinteressa por ela. Ou ainda, como é possível que um camelo, com todo o seu tamanho, passe pelo buraco de uma agulha. Por fim, como é possível que ter uma grande riqueza através de perdas”. Concluir a ambientação convidando os celebrantes a cantar o refrão orante: “buscai primeiro o Reino dos Céus”.

Refrão oranteBuscai primeiro o Reino dos Céus E a sua justiça. E tudo o mais vos será acrescentado, Aleluia, aleluia!

Ritos iniciaisConvidar os celebrantes para que se aproximem de Jesus com o coração livre, desapegado das riquezas e das propostas de realizações que o mundo oferece.

Antífona de entrada: o perdão é sempre uma grande manifestação do amor divino; manifestação capaz de garantir nossa sobrevivência.

Antífona de entradaSenhor, se levardes em conta as nossas faltas, quem poderá subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, Deus de Israel.

Acolhida presidencial: o acolhimento divino é feito por Jesus Cristo (E), que indica a fonte da sabedoria da vida (1L e SR) presente na Palavra (2L).

Modelo para acolhida presidencialA bondade divina, que nos acolhe com amor e nos indica o caminho da prudência e da sabedoria, presente na sua Palavra, esteja convosco. T – Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

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Monição inicial: convidar os celebrantes a imitar o jovem rico, que busca uma riqueza maior para sua vida, em Jesus (E).

Modelo de monição inicialFaçamos dessa celebração um encontro com Jesus em busca de uma fortuna maior para nossas vidas, superior aos bens terrenos e capaz de enriquecer nossos corações com a prudência e com a sabedoria. Num momento de prece silenciosa, peçamos o dom da prudência, que nos ajudará a escolher a sabedoria divina para nossas vidas. (momento de silêncio, para que os celebrantes intercedam o dom da prudência e da sabedoria).

Ato penitencial: Deus manifesta o seu amor perdoando nossas faltas e fortalecendo-nos com a graça do desprendimento dos bens terrenos.

Anotações práticasÉ um rito penitencial bem simples, inspirado no salmo responsorial e preparado para ser dirigido pelo padre, de modo calmo e, como sempre insistimos, orante.

Modelo para o ato penitencialP – Aproximemo-nos do Senhor, pois ele manifesta o seu amor pelo perdão de nossas faltas. (pausa silenciosa)

Temos o desejo de nos aproximar de vós, Senhor, mas reconhecemos nossas resistências, porque nos prendemos aos bens materiais.

T – Manifestai vosso amor, Senhor, e concedei-nos vosso perdão!

Tantas vezes fizemos o propósito de tudo deixar para vos seguir, mas desistimos ao conhecer vossas exigências.

T – Manifestai vosso amor, Senhor, e concedei-nos vosso perdão!

Reconhecemos que temos dificuldade de deixar as seguranças que as riquezas terrenas nos prometem.

T – Manifestai vosso amor, Senhor, e concedei-nos vosso perdão!

P – Deus bondoso e compassivo, que manifestais vosso amor através do perdão, tenha compaixão de nós e concedei-nos a graça do desprendimento para participar da vida eterna.T – Amém!

Rito de glorificação inicial: o reconhecimento que Deus sacia nossas vidas com seu amor e faz nascer no coração dos celebrantes o louvor e a glorificação.

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Modelo de motivação para o rito do glóriaReconhecemos que o Senhor nos sacia com o seu amor, por isso é digno de todo nosso louvor e glorificação.

Oração do dia: a graça divina se manifesta presente na vida dos discípulos e discípulas de Jesus, quando estes se deixam iluminar pela sabedoria do Evangelho.

OremosÓ Deus, sempre nos preceda a acompanhe a vossa graça para que nos deixemos iluminar pela vossa sabedoria e estejamos atentos ao bem que devemos fazer. PNSJC.T – Amém!

Liturgia da PalavraApresentar a Palavra de Deus, especialmente o Evangelho, como o caminho que conduz à verdadeira sabedoria da vida. Lembrar, contudo, da necessária exigência de renunciar aos bens terrenos e entrar na dinâmica da partilha.

Proposta para a homiliaObjetivo: ajudar os celebrantes a perceber a diferença entre a sabedoria do mundo, pautada pela cartilha do capitalismo que ensina a acumular, e a sabedoria do Reino de Deus, que ensina a desapegar-se das riquezas para assumir a dinâmica da partilha.

Dinâmica: a homilia poderá ser tematizada com imagens: (1) pessoa em oração; (2) gravura bíblica do jovem rico e Jesus; (3) riquezas do mundo (dinheiro, comércio..); (4) foto ou ilustração com mensagem de partilha.

Profissão de fé: a fé nos leva a buscar Deus como fonte da sabedoria, que pela sua Palavra favorece em nós o discernimento e a partilha fraterna.

Proposta de monição para o CredoCremos que Deus é a fonte da sabedoria e da prudência. Cremos que a Palavra de Deus julga nossos pensamentos e as intenções de nossos corações. Cremos que a dinâmica da partilha constrói e fortalece o Reino de Deus entre nós. Professemos nossa fé: “Creio em Deus Pai...”

Oração dos fiéis: aproximar-se de Deus e interceder sua sabedoria para viver como discípulo e discípula do Evangelho na vida de nosso tempo.

P – Com humildade e com o coração repleto de confiança, aproximemo-nos do Pai bondoso e a ele apresentemos nossas preces:

Acolhei nossa súplica, Senhor, e concedei-nos, hoje e sempre, a prudência e o dom da sabedoria para nossas vidas.

T – Acolhei nossa súplica, Senhor!

Atendei nossa prece, Senhor, e saciai-nos com o vosso amor para que possamos exultar de alegria todos os dias de nossas vidas.

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T – Atendei nossa prece, Senhor!

Prestai ouvido à nossa oração, Senhor, e iluminai-nos com a luz de vossa Palavra para compreendermos os pensamentos e intenções de nossos corações.

T - Prestai ouvido à nossa oração, Senhor!

Vinde em nosso auxílio, Senhor, para que possamos participar da Salvação através da partilha fraterna e do desapego das riquezas.

T - Vinde em nosso auxílio, Senhor!

Sede favorável à nossa intercessão, Senhor, e ajudai-nos a tornar o “Ano da Fé” oportunidade para muitos irmãos e irmãs encontrarem o Evangelho.

T - Sede favorável à nossa intercessão, Senhor!

P – Colocamos diante de vossos olhos as nossas preces, ó Pai, e humildemente suplicamos que as acolheis em vossa bondade, para que possamos viver como discípulos e discípulas de vosso Filho Jesus, que convosco vive e reina pelos séculos dos séculos. T – Amém!

Liturgia SacramentalAs ofertas são um constante convite à partilha, presente em todas as celebrações eucarísticas. Ajudar os celebrantes a perceber a lição da procissão das oferendas, que conduz ao altar onde se partilha a vida e se adora a Deus.

Procissão das ofertas: todos que um dia se aproximaram de Jesus, querendo conhecer o segredo da vida eterna, e acolheram o convite para partilhar suas riquezas com os pobres e necessitados, são acolhidos na procissão que conduz as oferendas ao altar do Senhor.

Anotações práticasConvidar para participar das procissão as pessoas que trabalham com pastorais ou movimentos destinados a assistir os mais pobres e necessitados da comunidade.

Orate fratres: aquilo que é partilhado na comunidade torna-se sacrifício (oferenda) agradável oferecido ao Pai.

Orate fratresOrai, irmãos e irmãs, para que nossas oferendas, expressão viva da partilha que realizamos na comunidade, torne-se sacrifício agradável a Deus Pai todo-poderoso.T – Receba o Senhor por tuas mãos

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Oração sobre as oferendas: que nosso culto seja sincero e fortalecido pela partilha de nossos bens com os necessitados, para participar da glória do céu.

Sobre as oferendasAcolhei, ó Deus, com estas oferendas, as preces de vossos fiéis, para que o nosso culto filial nos leve à glória do céu. PNSJC. T – Amém!

Oração eucarística: o tesouro da sabedoria divina é partilhado na Liturgia da Palavra e na Liturgia Eucarística.

Modelo de monição para a Oração EucarísticaReconhecemos, com gratidão, o tesouro da sabedoria divina, presente na Palavra do Evangelho e na partilha divina, presente no Corpo e Sangue de Jesus.

Preparação para a comunhãoA sabedoria do Evangelho conduz os celebrantes a se alimentarem da vida eterna, presente na Eucaristia e a se comprometerem com a paz através da partilha.

Pai nosso: o caminho até a Mesa Eucarística inicia-se com a memória da sabedoria divina presente no Evangelho...

Convite para o Pai nossoIluminados pela sabedoria do Evangelho e formados por seu divino ensinamento, ousamos dizer: Pai nosso...

Abraço da paz: sabedoria que conduz os celebrantes na dinâmica da partilha, promotora da paz da sociedade...

Proposta de saudação da pazConfiantes de que a partilha fraterna é fonte da paz entre nós, saudemo-nos em Cristo Jesus.

Convite para a comunhão: sabedoria divina que alimenta a vida humana através do Pão e do Vinho Eucarísticos (SR).

Proposta de convite para a comunhãoEis o alimento que nos sacia com o amor da sabedoria divina. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Antífona de comunhão: proclamação da realidade de quem busca Deus e acolhe seus ensinamentos: nada lhe falta.

Antífona de comunhãoOs ricos empobrecem e passam fome, mas os que buscam ao Senhor, não falta nada.

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Oração depois da comunhão: suplicar a grande riqueza da vida humana, que é poder participar da vida divina.

Depois da comunhãoÓ Deus todo-poderoso, nós vos pedimos humildemente que, alimentando-nos com o Corpo e o Sangue de Cristo, possamos participar da vossa vida. PNSJC. T – Amém!

Ritos finaisAquele incentivo feito nos ritos iniciais, volta agora, no envio e na dispersão da assembléia: ir ao encontro da sabedoria, sabedoria que é Jesus, a Palavra de Deus encarnada entre nós.

Compromisso concreto: convidar os celebrantes a se aproximarem de Jesus, desapegados de todos os bens terrenos, para nele encontrar a verdadeira sabedoria da vida. É preciso ter a coragem de confrontar-se com a proposta dos valores que a sociedade faz nesse momento histórico e avaliar a possibilidade de viver usando os bens do mundo, mas com a mentalidade do Evangelho, que privilegia a paz interior e relacionamentos de partilha fraterna.

Anotações práticasO padre poderá apresentar a proposta do compromisso concreto. Depois da apresentação do padre, algum membro de pastorais que assistem os mais necessitados podem dar um testemunho e convidar a participar de suas atividades, na comunidade.

Bênção e despedida: que o Senhor abençoe os celebrantes com sua sabedoria, com o dom da fé e com a luz da caridade e da paz.

Anotações práticasA bênção poderá ser dada com o formulário das “Bênçãos solenes” do Tempo Comum III (Missal Romano, n. 12 p. 525). O texto refere-se à sabedoria divina (1L), os ensinamentos da fé (2L) e o caminho da caridade e da paz, alusão a quem se coloca na escola de Jesus e não o abandona por causa das riquezas (E).

Sugestão de bênção solene e envioP – O Senhor esteja convosco.T – Ele está no meio de nós.

P – Deus todo-poderoso, vos abençoe com sua bondade e infunda em vós a sabedoria da salvação.T – Amém!

P – Sempre vos alimente com os ensinamentos da fé e vos faça perseverar nas boas obras.T – Amém!

P – Oriente para ele os vossos passos, e vos mostre o caminho da caridade e da paz. T – Amém!

P – Abençoe-vos Deus todo-poderoso Pai e Filho e Espírito SantoT – Amém!

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A despedida poderá ser formulada desse modo:

Busquem a sabedoria do Evangelho e encontrareis a riqueza da vida. Ide em paz, o Senhor vos acompanhe.

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LITURGIA DA PALAVRA (leituras)

AtençãoNo quadro abaixo estamos propondo uma monição geral da Liturgia da Palavra, que poderá ser feita pelo sacerdote ou pelo comentarista. Esta monição elimina as motivações de cada uma das leituras.

A sabedoria da vida, transmitida pela Palavra de Deus, consiste em viver na prudência de não acumular tesouros na terra, mas em partilhar as riquezas terrenas com os mais pobres e necessitados.

Primeira leitura: Sb 7,7-11

Leitura do Livro da Sabedoria,

Orei e foi-me dada a prudência;supliquei, e veio a mim o espírito da sabedoria.Preferi a Sabedoria aos cetros e tronose em comparação com ela, julguei sem valor a riqueza;a ela não igualei nenhuma pedra preciosa,pois ao seu lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areiae diante dela, a prata, será como a lama. Ameia-a mais que a saúde e a beleza,e quis possuí-la mais que a luz,pois o esplendor que dela irradia não se apaga.Todos os bens me vieram ela,pois uma riqueza incalculável está em suas mãos

Palavra do SenhorGraças a Deus.

Salmo responsorial: Sl 89

Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor,E exultaremos de alegria!

Ensinai-nos a bem contar os nossos dias, E dai-nos ao nosso coração sabedoria!Tende piedade e compaixão de vossos servos!

Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor,E exultaremos de alegria!

Saciai-nos de manhã com vosso amor,E exultaremos de alegria todo o dia!Alegrai-nos pelos dias que sofremos,Pelos anos que passamos na desgraça!

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Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor,E exultaremos de alegria!

Que a bondade do Senhor e nosso DeusRepouse sobre nós e nos conduza!Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.

Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor,E exultaremos de alegria!

Segunda leitura: Hb 4,12-13

Leitura da Carta aos Hebreus

A Palavra de Deus é viva, eficazE mais cortante do que qualquer espada de dois gumes.Penetra até dividir alma e espírito,Articulações e medulas.Ela julga os pensamentos e as intenções do coração.E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos,E é a ela que devemos prestar contas.

Palavra do Senhor!Graças a Deus.

Aclamação ao Evangelho – Mt 5,3Aleluia! Aleluia! Aleluia! Felizes os pobres em espírito,porque deles é o Reino dos Céus.

Evangelho: Mc 10,17-30

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

Quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo,ajoelhou-se diante dele, e perguntou:“Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”Jesus disse:“por que me chamas de bom?”Só Deus é bom e mais ninguém.Tu conheces os mandamentos:não matarás; não cometerás adultério; não roubarás;

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não levantarás falso testemunho;não prejudicarás ninguém;honra teu pai e tua mãe!Ele respondeu:“Mestre, tudo issotenho observado desde minha juventude”.Jesus olhou para ele com amor, e disse:“só uma coisa te falta:vai vende tudo o que tens e dá aos pobres,e terás um tesouro no céu.Depois, vem e segue-me!”Mas, quando ele ouviu isso, ficou abatidoE foi embora cheio de tristeza, Porque era muito rico. Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos:“como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!”Os discípulos se admiraram com estas palavras,mas ele lhe disse de novo:“Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus!”É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulhado que um rico entrar no Reino de Deus!”eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “então, quem pode ser salvo?”Jesus olhou para eles e disse:para os homens isso é impossível, mas não para Deus.Para Deus tudo é possível.Pedro então começou a dizer-lhe:“eis que nós deixamos tudo e te seguimos”.Respondeu Jesus:“em verdade vos digo,quem tiver deixado casa,irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos,por causa de mim e do Evangelho,receberá cem vezes mais agora, durante esta vida— casas, irmãos, mães, filhos e campos,com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna.

Palavra da SalvaçãoGlória a vós, Senhor.

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REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)

1 – Duas intenções na oração do sábioVamos começar lembrando a experiência de oração do sábio, no início da 1ª leitura, quando ele diz: “orei, e foi-me dada a prudência; supliquei e veio a mim o espírito da sabedoria”. A leitura relata a sabedoria de quem se coloca em oração e recebe o dom da prudência que, na mística cristã, é considerada uma virtude, quer dizer, uma força interior na vida pessoal. A virtude da prudência orienta a pessoa a não colocar sua vida em risco, nem física e nem espiritualmente. O sábio diz que a partir da prudência, recebeu o espírito da sabedoria, que na dimensão religiosa e mística, é a capacidade de pensar e tomar decisões deixando-se iluminar com as luzes do Espírito de Deus. O primeiro momento de nossa reflexão convida-nos a considerar se vivemos na prudência, se regramos nossa vida de modo prudente. É ocasião para considerar como a prudência conduz nossas vidas e ilumina nosso modo de ser. Todo prudente é um sábio e todo sábio é prudente, no sentido que não se expõe em caminhos que prejudicam sua existência ou conduzam a desequilíbrios existenciais.

2 – A oração e a imprudência do jovem ricoTambém o jovem rico foi ao Senhor e se colocou em oração, como ouvimos no Evangelho. Tratou Jesus como Mestre, quer dizer, como um sábio, como alguém que tem o conhecimento da vida e, enquanto tal, ensina como conduzir a existência pelos caminhos da prudência e da sabedoria. Aquele jovem era rico, mas foi a Jesus querendo uma riqueza ainda maior: a riqueza da vida eterna, da vida em plenitude. Jesus apresentou um projeto de vida, que consistia em não supervalorizar as riquezas do mundo e se dispor a caminhar no discipulado. O Evangelista menciona a decepção do jovem rico. Talvez pensasse que poderia comprar a sabedoria da vida com suas riquezas e Jesus ensina e propõe um caminho contrário: as riquezas da terra não compram sabedoria da vida, ao contrário, podem impedir a percepção que a sabedoria divina liberta para amar e viver desapegado, através da partilha. Essa sabedoria, como dizia a 2ª leitura, encontra-se na Palavra de Deus que, como cantava o salmista, coloca diariamente em nossos corações a riqueza da sabedoria, ou ainda, a riqueza da prudência, a riqueza de não estragar a vida em caminhos perigos.

3 – Nós diante das riquezas do mundoAs leituras que ouvimos, portanto, apresentam dois tipos de riquezas: aquelas riquezas da terra e a riqueza da sabedoria divina, presente na Palavra de Deus que, no dizer da 2ª leitura, “julga os pensamentos e as intenções do coração”. Sobre as riquezas das terra, estas se fazem presentes na pessoa do jovem rico, que se aproxima de Jesus para pedir uma riqueza ainda maior: a riqueza da vida eterna. Jesus não condena as riquezas da terra em nenhum momento da conversa com o jovem rico. Em sua primeira resposta propõe que continue com suas riquezas e observe os mandamentos, porque estes conduzem à vida eterna. Na segunda parte da resposta, quando Jesus propõe a radicalidade do seguimento, no discipulado, Jesus também não condena as riquezas, mas pede que sejam usadas para fazer o bem aos pobres e aos necessitados. Jesus ensina que a sabedoria da vida não é comprada com as riquezas da terra, mas com o bom uso que dela fazemos e, o melhor uso que podemos fazer com as riquezas da terra, é partilhando-as para o bem de quem delas necessita para viver.

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4 – O camelo na agulhaDepois que o jovem foi embora, os discípulos ficaram surpresos com a reação de Jesus, desabafando sobre a dificuldade de um rico entrar no Reino de Deus. No pensamento dos discípulos, a riqueza manifesta a bênção de Deus. Muitos “pastores comerciais” se servem desse expediente para atrair pessoas para suas “igrejas”, com promessas de “vitória financeira”. O desabafo de Jesus precisa ser entendido, em primeiro lugar, não como condenação aos ricos, mas como avaliação da dificuldade que os ricos têm de assumir a proposta do Reino. Do ponto de vista das riquezas do mundo, a proposta do Reino não se sustenta na tese capitalista de acumular bens; Jesus ensina em outra passagem do Evangelho: “não acumuleis tesouros na terra” (Mt 6,19). A proposta do Reino, com relação às riquezas, se sustenta pela dinâmica da partilha. As riquezas, no projeto divino do Reino, não exercem uma finalidade de poder (poder de compra, poder de bem-estar, poder de ter mais cuidados médicos...), mas a finalidade de favorecer a vida de todos. E isso se consegue pela partilha. Eis como compreendemos a orientação de Jesus ao jovem rico: a plenitude da vida não está no acúmulo de bens, mas no desapego e na partilha dos bens com os mais pobres. Quem entender isso encontrou a sabedoria divina ao alcance de suas mãos. Amém!

Coordenação: Serginho Valle [email protected]ão José do Rio Preto, agosto de 2012.

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