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Ano II Número 85 Data 29/05/2012

29 Maio 2012

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AnoII

Número85

Data29/05/2012

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DIARIO COMERCIO - P. 03 - 29.05.2012

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DIARIO COMERCIO - P. 14 - 29.05.2012

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Órgão quer que comerciantes con-cientizem os clientes

O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria do Meio Ambiente e Urbanis-mo, discutiu nesta manhã, 28, a ques-tão da utilização de sacolas plásticas nos supermercados da capital. A lei muni-cipal 3.714 de 2009, que prevê a subs-tituição de sacolas plásticas por eco-lógicas, parece não estar sendo cumpri-da pela maioria dos estabelecimentos. Na oportunidade, a Associação Sergi-pana de Supermer-cados (Ases), repre-sentantes de super-mercados, Adema e Emsurb, firmaram um termo de coope-ração.

O promotor Car-los Henrique Siquei-ra Ribeiro, explica que há dois anos (maio de 2010) foi proibida a utilização de sacolas plásticas nos abastecimentos. Mas, segundo ele, as redes não realiza-ram ações para aca-bar com as sacolas. , entretanto, nenhu-ma ação foi realiza-da para bani-las. “O município de Araca-

ju não fiscaliza essa situação e o MPE preocupado com o meio ambiente e com a sustentabilida-de resolveu chamar os representantes de supermercados, Em-surb e Adema para que possamos dar efetividade a essa lei. Sempre olhando o lado do consumidor para não criara em-baraços ao mesmo. Vamos tentar mini-mizar os danos. O consumidor poderá ter um desconto pela ausência das sacolas e os estabelecimen-tos devem manter caixas de fácil visua-lização para a popu-lação”, explica.

O presidente da Ases, João Luiz sil-va Oliveira, explica que a associação irá realizar campanhas para conscientizar o consumidor. “Essa experiência já vem ocorrendo em outros estados. Vamos fa-zer uma campanha forte para que o con-sumidor não enten-da como uma per-da. Nós vamos usar exemplos de outros estados para cons-cientizar a popula-ção e dar alternativas para o cliente. Fa-remos uma reunião com todos os empre-sários do ramo para

discutir a situação”, garante.

Fiscalização e meio ambiente

Na oportunidade a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), não soube informar de quem seria a competência para fiscalizar o uso das sacolas plásticas nos supermercados, já que a lei não or-dena. Mesmo tendo sido convocada para a audiência, a Admi-nistração Estadual do Meio Ambien-te (Adema), ao ser questionada sobre a incidência de polui-ção do material oxi-biodegradável (saco-las que se decompõe em menos tempo, porém precisam de luz e calor intensos) no solo, o órgão dis-se não ter conheci-mento da afirmação.

Após assembleia com os empresários, a Ases, volta a dis-cutir a questão em uma nova audiência a ser realizada no dia 18 de junho, às 10. O prazo pedido, ini-cialmente, pela asso-ciação para por em prática a legislação é de um ano.

Por Eliene An-drade

INfONET - SE - CONAMP - 29.05.2012

Poluição: MPE discute fim do uso de sacolas plásticas

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ESTADO DE SÃO PAULO - P. 16 - 29.05.2012

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Entre tantas dúvidas sobre o Código Florestal, uma cer-teza o agricultor José Batistela carrega: ele não precisa, nem quer, ser anistiado. Ninguém jamais o convencerá de que incorreu em crime ambiental ao abrir as fronteiras agrícolas do Brasil. Julga tal suposição uma afronta ao seu caráter.

Descendente de italianos, cheio de bisnetos, seu José anda meio depressivo pelo que escutou no rádio e na tele-visão. Sente-se desprestigiado na sociedade urbanizada que ajudou a erigir e agora lhe vira as costas, não lhe reconhe-cendo nas mãos os calos ganhos no árduo trabalho da roça. Esquecem-se os citadinos de sua saga familiar, há mais de século iniciada com a abertura daquelas terras roxas na re-gião de Araras, destinadas a plantar os cafezais que forjaram a pujança paulista. O machado, sim, e a maleita, também, fazem parte de sua história. Renegada no presente.

A mistura entre desmatadores e pioneiros representou a pior desgraça gerada nessa infeliz polêmica sobre a legisla-ção ambiental do campo. Uns, condenáveis, outros, elogiá-veis, ambos se misturaram no discurso exagerado, enganoso mesmo, brandido pelos radicais do ambientalismo. Em nome de nobre causa - a defesa ecológica -, cometeram uma tre-menda injustiça com os nossos antepassados, equiparando-os aos criminosos da floresta. Cuspiram em suas origens.

Semelhantes a qualquer outro povo espalhado no plane-ta, os pioneiros da Nação brasileira, certamente, suprimiram muitas florestas virgens. Começaram pela Zona da Mata nor-destina, onde o latifúndio açucareiro se instalou ocupando a faixa úmida e ondulada que acompanha a costa atlântica. Depois, durante a corrida para a mineração, chegou a vez de o montanhoso solo mineiro ser desbravado. O mesmo ciclo de progresso estimulou a exploração pecuária nos pampas gaúchos. Pedaços da vida selvagem cediam espaço para a civilização humana crescer.

Mais tarde, a frente de expansão adentrou a Mata Atlân-tica do Sudeste, buscando a excelente fertilidade das terras roxas. São Paulo, por intermédio dos bandeirantes e, depois, dos imigrantes, assumia a dianteira econômica, e política, do País antes mesmo do fim da escravatura. Nessa época, o navio trazendo o pai de José Batistela aportava no Porto de Santos. O que o movia era o sonho da prosperidade no além-mar.

O tempo passou. Somente quando a agronomia realizou uma de suas maiores façanhas tecnológicas - a conquista do Cerrado no Centro-Oeste - a última fronteira se efetivou. Há 40 anos se iniciava a interiorização do desenvolvimen-to nacional, processo que ainda receberá da historiografia o devido reconhecimento na consolidação do País. Confundir essa ocupação histórica do território com o dano ecológi-co causado pelos devastadores do presente significa tola, ou mal-intencionada, visão.

Nossos avós, definitivamente, não são criminosos am-bientais, tampouco criaram “passivos” a serem recuperados. Ao contrário, eles geraram ativos produtivos para a civiliza-ção. Como se teriam erguido, e abastecido, as cidades sem a

lavra do solo virgem? Impossível. Derrubar árvores, drenar várzeas, combater peçonha foram exigências do progresso material da sociedade, aqui como alhures, turbinado pela ex-plosão populacional.

Haverá, com certeza, um limite para a exploração pla-netária. O que permite tal hipótese é o avanço tecnológi-co. Quanto mais as modernas técnicas garantem, no campo, maior produtividade por área explorada, mais se facilita a preservação de espaços naturais. Boa comprovação disso se encontra na pecuária brasileira. O volume de carne produzi-do hoje no Brasil exigiria, se mantido o nível de tecnologia de 30 anos atrás, um assustador acréscimo de 535 milhões de hectares nas pastagens. Economizou-se uma Amazônia.

No patamar de conhecimento atual, estima-se que as áreas já exploradas do território nacional seriam suficien-tes para atender à demanda de mercado por alimentos e ma-térias-primas. Ou seja, após séculos de expansão sobre os biomas naturais, vislumbra-se um ponto de equilíbrio entre derrubar e produzir. Mais que utopia, o desmatamento zero torna-se uma possibilidade real.

Seu José Batistela, agricultor da velha guarda, tem di-ficuldade para entender esse assunto da “pegada ecológica” da humanidade. Mas concorda com a punição dos picaretas que, na Amazônia ou onde mais, zunem a motosserra afron-tando conscientemente a lei florestal. Sabe que os tempos mudaram.

Aqui está o xis da questão: como consolidar, e regula-rizar, as áreas produtivas da agropecuária nacional sem fa-cilitar a vida para os bandidos da floresta. Infelizmente, no debate polarizado sobre o novo Código Florestal, tudo virou um só dilema: anistiar, ou não, os desmatadores, colocando todos no mesmo saco. Desserviço à inteligência.

Chegou a hora de passar a limpo essa encrenca entre ruralistas e ambientalistas. Má interpretação, exageros, pre-conceitos confundiram a opinião pública, até no exterior. Na Europa, especialmente, ecoterroristas venderam a ideia de que o Código Florestal acabaria com a Amazônia. Mentira deslavada. Abaixada a bola com a (correta) promulgação da Lei 12.651/2012, com vetos, seguida da imediata publicação da Medida Provisória 571, há que retomar a capacidade de interlocução.

Doravante valeria a pena ouvir a voz da sensatez. Recu-perar a biodiversidade não se sobrepõe à proteção humana. Não faz nenhum sentido regredir, salvo o imprescindível nas matas ciliares, o território produtivo do País. Muito menos facilitar os desmatamentos.

Código Florestal, o Retorno. Assim se poderia chamar o filme. Só que, nesse novo enredo, José Batistela ocupará um papel honrado.

* AGRÔNOMO, FOI SECRETÁRIO DE AGRICUL-TURA E SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DO ES-TADO DE SÃO PAULO. E-MAIL: [email protected]

O ESTADO DE SP - ON LINE - 29.05.2012‘Código Florestal, o Retorno’