29070859 Comando de Valvulas Cames Introducao Ao Projeto de Comando de Valvulas

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    9 - CAMES E SEGUIDORES

    9.1 - Definio

    Came um elemento mecnico de uma mquina que usado para acionar outroelemento, chamado seguidor, por meio de contato direto figura 9.1.

    9.2 - FuncionamentoNormalmente os cames so empregados para a transformao do movimento de

    rotao de um elemento em movimento alternado de outro elemento.A pea fixada ao elemento de rotao, o came sempre o elemento motor; ao

    elemento comandado dado o nome de seguidor, que, por sua vez, pode ser chamadode haste oscilante, quando o movimento angular, ou haste guiada, quando o movimento retilneo.

    haste oscilante haste guiada

    Fig. 9.1 Came e seguidor

    9.3 - Aplicaes

    Os mecanismos de came so simples, de projeto fcil e ocupam um espao muitopequeno. Alm disso, os movimentos dos seguidores que podem ter, todas ascaractersticas desejadas, e no so de difcil obteno. Por tais razes, os mecanismosde came so largamente utilizados em mquinas, sendo encontrados em motores decombusto interna, mquinas tipogrficas, mquinas txteis, mquinas ferramentas,mquinas automticas de embalar, armas automticas, dispositivos de comandos etc.

    9.4 - Classificao dos camesOs cames so classificados de acordo com sua forma na figura 9.2 temos alguns

    tipos bsicos, sendo o came de disco considerado de uso genrico.

    Fig. 9.2a Tipos de cames.

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    Fig. 9.2b Tipos de cames.

    9.5 - Classificao dos seguidores

    Os seguidores so classificados em funo da forma de contato, da posio, dodeslocamento e do tipo de retorno.

    9.5.1 - Quanto a forma de contato com o came (figura 9.3).

    Seguidor de ponta; Seguidor de face plana; Seguidor de face esfrica; Seguidor de rolete

    Fig. 9.3 Tipos de contatos dos seguidores.

    9.5.2 - Quanto a posio em relao ao eixo de giro do came (figura 9.4).

    Eixo Radial Eixo Deslocado (Offset)

    Fig. 9.4 Posies dos seguidores em relao ao eixo de giro do came.

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    9.5.3 - Quanto ao tipo de deslocamento do seguidor (figura 9.5).

    Translao (haste guiada) Oscilante (haste oscilante)

    Fig. 9.5 Tipos de deslocamentos do seguidor.

    9.5.4 - Quanto ao tipo de retorno do seguidor (figura 9.6).

    Retorno por gravidade Retorno por mola Retorno comandado

    Fig. 9.6 Tipos de retornos dos seguidores.

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    9.6 Nomenclatura do came de disco (figura 9.7)

    Circunferncia base - a menor circunferncia com o mesmo centro do came etangente internamente a ele figura 9.7.

    Ponto de traado- um ponto convenientemente escolhido sobre o seguidor, utilizado

    para determinar o perfil primitivo do came; corresponde ao centro do rolete ou arrestado seguidor de ponta. No caso dos seguidores de ponta, o ponto de traado tambm oponto de contato.

    Perfil primitivo- aquele descrito pelo ponto de traado.

    Perfil do came- a curva limite da sua seo reta. No caso do seguidor de ponta, oprprio perfil primitivo.

    ngulo de presso - o ngulo entre a normal curva primitiva e o deslocamentodo seguidor. Esse ngulo varivel ao longo do perfil do came.

    ngulo de ao - o ngulo de rotao do came para realizao de um eventoqualquer.

    Ponto primitivo- o ponto do perfil primitivo onde o ngulo de presso mximo.

    Circunferncia primitiva - uma circunferncia com o mesmo centro do came e quepassa pelo ponto primitivo.

    Circunferncia principal - a menor circunferncia com o mesmo centro do came e

    tangente ao perfil primitivo.

    Fig. 9.7 Nomenclatura do came de disco com seguidor radial de rolete.

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    9.7 - Projeto grfico do perfil do came.

    9.7.1 - Consideraes gerais

    De um modo geral deseja-se na prtica, determinar o perfil de um came para ummovimento conhecido ou escolhido do seguidor. O came dotado de uma determinada

    velocidade de rotao, geralmente uniforme (rad/s).O problema consiste ento em determinar, algbrica ou graficamente, um perfilpara o came, o qual promova o movimento especificado para o seguidor.

    A soluo algbrica exige que o movimento do seguidor obedea a uma equao,enquanto a soluo grfica se aplica a qualquer caso. Por esta razo e pela suasimplicidade, o processo grfico se impe, na maioria dos casos.

    Para se obter graficamente o perfil do came, dois processos so empregados, casose trate de came de disco ou came cilndrico ou cnico.

    Para os cames de disco, utiliza-se o processo de inverso do movimento, isto estuda-se o movimento relativo; para isso, supe-se o came imvel, enquanto oseguidor suposto girando em torno do eixo do came, em sentido contrrio ao girodo came.

    No caso dos demais cames, desenvolve-se a sua superfcie lateral em um planopor exemplo no came cilndrico.

    9.7.2 - Dados bsicos para traado grfico do camo de disco.

    - ( MU - MC - MHS - MP - R - etc.) = Movimentos considerados para um determinado );- ( d ou L ) = Deslocamento do seguidor (haste) no movimento considerado;- (1, 2, 3, 4, ... n) = Deslocamentos angulares do came no movimento considerado

    ( 1

    n

    = 360);

    - ( Rm) = Raio mnimo do came = Raio da circunferncia base;- ( Rr ) = Raio do rolete (quando for o caso).- ( SG ) = Sentido de giro do came ( obs: sentido do traado contrrio a SG)- ( DIAGRAMA DE DESLOCAMENTO ) - Combina d e para cada movimento,formando elevao, repouso ou retorno do respectivo movimento. A linha de centro doseguidor (haste) contm os pontos de traado (0,1,2,3,4,5,6, - 6`,5`,4`,3`,2`,1`,0`), figuras9.8 , 9.9 e 9.10

    Fig. 9.8 Diagrama de deslocamento.

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    Fig. 9.9 Came de disco com seguidor radial de ponta.

    Fig. 9.10 Came de disco com seguidor radial de rolete.

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    9.7.3 - Diagramas de deslocamento

    Diagrama de deslocamento um grfico representativo, do deslocamento real doponto de traado em funo de que o ngulo real de ao do came. Conformemostram as figuras 9.8 ; 9.9 e 9.10 o diagrama traado para uma rotao completa docame e representa as diversas posies do seguidor em um ciclo de seu movimento.

    Com o mnimo de 6 (seis) pontos de traado, colocados na ordenada (y) parao deslocamento do seguidor, correspondendo respectivamente a 6 (seis) divises naabcissa (x)do respectivo deslocamento do came, para cada do movimento considerado.

    9.7.3.1 - Movimento Uniforme - MU.

    a) Caractersticas

    Fig. 9.11 Deslocamento, velocidade e acelerao para o MU.

    b) Construo do diagrama do MU.

    O deslocamento do movimento uniforme uma reta com inclinao constante, logoa velocidade constante e a acelerao nula, figura 9.11 e 9.12 (a). As rampas de incioe fim provocam aceleraes infinitas, estas rampas podem ser modificadas com um arcocircular figura 9.12 (b).

    (a) Pontos de Traado do Movimento Uniforme

    (b) Movimento Uniforme Modificado

    Fig. 9.12 Diagrama de deslocamento do Movimento Uniforme.

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    9.7.3.2 - Movimento Harmnico Simples - MHS.

    a) Caractersticas

    Fig. 9.13 Deslocamento, velocidade , acelerao e acelerao segunda (jerk) para o MHS.

    b) Construo do diagrama do MHS.

    Traar um arco com raio igual ao curso do seguidor no movimento consideradodividido por 2 ( r = d/2 ). A projeo sobre o dimetro de um ponto que se movimenta comvelocidade uniforme, sobre o arco, est animada de MHS, logo podemos localizar ospontos de traado (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6) e construir o diagrama figura 9.14(a).

    (a) Pontos de traado sobre a linha (b) Diagrama de deslocamento do MHS.de centros do seguidor para MHS.

    Fig. 9.14 Diagrama de deslocamento do Movimento Harmnico Simples.

    Obs: A figura 9.14 (a) Pontos de traado do MHS suficiente para o projeto grfico docame quando este movimento for especificado nos dados do projeto.

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    9.7.3.3 Movimento Parablico - MP.

    a) Caractersticas

    Fig. 9.15 Deslocamento, velocidade , acelerao e acelerao segunda (jerk) para o MP.

    b) Construo do diagrama do MP.

    1 - Pela origem do diagrama de deslocamento, traamos uma reta com um ngulomenor que 90em relao a ordenada.

    2 - Em funo da preciso escolhida (mnimo de 6 pontos de traado), devemosdividir esta reta em partes proporcionais conforme somatrio dos nmeros mpares databela 9.1.

    3 - Unir a ltima diviso da reta com a ltima do seguidor na ordenada (cursomximo no movimento considerado).

    4 - Traar retas paralelas a reta gerada no passo 3 para cada uma das divisesproporcionais, com isto obtemos os pontos de traado do came figura 9.16.

    Tabela 9.1 - Divises proporcionais e somatrio.divises em d 0 1 2 3 4 5 6 7 8 = div. da retadivises pro- 0 1 3 5 5 3 1 - - 18porcionais 0 1 3 5 7 7 5 3 1 32

    (a) Pontos de traado sobre a linha (b) Diagrama de deslocamento do MP.de centros do seguidor para MP.

    Fig. 9.16 Diagrama de deslocamento do Movimento Parablico

    Obs: A figura 9.16 (a) Pontos de traado do MP suficiente para o projeto grfico....

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    9.7.3.4 - Movimento Cicloidal - MC.

    a) Caractersticas

    Fig. 9.17 Deslocamento, velocidade , acelerao e acelerao segunda (jerk) para o MC.

    b) Construo do diagrama MC.

    1 - Montar a estrutura do diagrama, com a elevao do seguidor e ocorrespondente deslocamento angular do came no movimento considerado (mnimo de 6pontos de traado) figura 9.18.

    2 - Desenhar no canto superior direito um circulo com raio igual a d dividido por2 ( r = d / 2)

    3 - Dividir o circulo do passo 2 em nmero igual aos deslocamentos angularesadotados para o came (pontos de traado) no movimento considerado onde 0 = 3h esentido horrio para 1-2-3-4-5-6.....

    4 - Projetar as divises do circulo ortogonalmente no dimetro vertical do circulo.5 - Traar uma diagonal entre o canto inferior esquerdo e o canto superior direito do

    diagrama. Para 6 pontos de traado esta diagonal define os pontos 0, 3 e 6 ( zero, trs eseis) do deslocamento do seguidor.

    6 - Projetar os outros pontos obtidos no dimetro vertical com retas paralelas adiagonal do passo 5. Com isto so obtidos os pontos de traado 1 e 2 para a paralelainferior e os pontos 4 e 5 para a paralela superior.

    Fig. 9.18 Diagrama de deslocamento do Movimento Cicloidal.

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    9.7.4 - Perfil do came de disco com seguidor de translao (haste guiada).

    1 - Dividir a circunferncia base (Rm) :

    1.1 - Em 1, 2, 3, 4....nconforme nmero de movimentos considerados;1.2 - Dividir cada do item 1.1 em 6 (seis) pontos de traado no mnimo.

    2 - Considerar o came como fixo e girar o seguidor no sentido contrrio ao giro realdo came.3 - Compasso com ponta seca no centro da circunferncia base, combina-se os

    pontos de traado em d com as divises angulares do item 1.2 observando a lgica dodiagrama de deslocamento. Com isto encontramos os pontos de traado do perfil docame.

    3.1 - No caso de seguidor de rolete, encontramos os centros onde devemosdesenhar os roletes, para traar o perfil do came tangente a estes roletes, figuras 9.10 e9.19.

    3.2 - No caso de seguidor de ponta, encontramos o prprio perfil do came,figuras 9.9 e 9.20.

    3.3 - No caso de seguidor de face plana, encontramos pontos onde devemostraar retas perpendiculares as retas do item 1.2 e, o perfil do came deve ser tangente aopolgono formado por estas perpendiculares, figura 9.21.

    Fig. 9.19 Came de disco com seguidor radial de rolete.

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    Fig. 9.20 Came de disco com seguidor radial de ponta.

    Fig. 9.21 Came de disco com seguidor radial de face plana.

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    9.7.5 - Perfil do came de disco com seguidor de haste oscilante.

    Para traar este tipo de perfil, utilizam-se os mesmos princpios adotados notraado do perfil do came de disco com seguidor de translao, a haste suposta girandoem torno do came no sentido contrrio ao giro do mesmo. Ao mesmo tempo, a hastedever girar em torno de seu prprio centro atravs do deslocamento angular

    especificado para cada posio.Um dos mtodos para localizar os centros dos roletes, utiliza a interseo de doisraios (por exemplo o centro de rolete 3). O primeiro raio (do centro do came at aposio 3 nos pontos de traado do deslocamento) ponta seca do compasso nocentro do came para traar o primeiro arco. O segundo raio (do centro da haste at ocentro do rolete 0 ou arco dos pontos de traado), ponta seca do compasso no centroda haste que girou at a posio 3 para traar o segundo arco. A interseo dos doisarcos fornece a localizao do centro de rolete 3.

    Fig. 9.22 Localizao do centro do rolete no came de disco com seguidor de haste oscilante.

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    Os pontos de traado do seguidor de haste oscilante, podem ser determinados,com a corda do arco percorrido pelo centro do rolete, onde se faz corda = d para projetaros pontos conforme os diagramas de deslocamentos j conhecidos. A figura 9.23 mostraum exemplo para o deslocamento MHS. Este mtodo suficientemente preciso, mas no exato [(43,88 43,4)/6 =0,08]. Para um traado mais exato, deve-se utilizar osdeslocamentos sucessivos de um diagrama cinemtico sobre o arco de deslocamento do

    centro do rolete.

    .

    Fig. 9.23 Pontos de traado no came de disco com seguidor de haste oscilante

    9.7.6 Perfil do came cilndrico com seguidor de rolete para MHS.

    O perfil do came ser determinado desenvolvendo-se a superfcie lateral do cilindroem um plano.

    Considerando-se o ponto de traado, o perfil primitivo ser o prprio diagrama dedeslocamento.

    Desenhando-se sobre este diagrama crculos representativos das posiesrelativas dos roletes, pode-se facilmente determinar o perfil do came, ou seja, a forma deranhura a abrir na superfcie lateral do camo figura 9.24.

    Fig. 9.24 Came cilndrico com seguidor de rolete para MHS.

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    9.7.7Perfil do came para comando de vlvulas em motores de combusto.

    O perfil de um came bsico para comando de vlvulas como o da figura 9.25 (b), composto por:- Um trecho circular, que corresponde ao perodo de vlvula fechada formado pelo crculobase com raio R0;

    - dois trechos curvilneos ou retilneos tangentes ao crculo de base, que correspondemaos perodos de abertura e fechamento de vlvula, chamados de flancos do came;- Um trecho curvilneo (cabea do came) que une os dois flancos, correspondendo fasede mxima abertura da vlvula.

    (a) (b)

    Fig. 9.25 Came para comando de vlvula (a) Conjunto de acionamento; (b) Perfil bsico do came.

    O traado para um motor de 4 tempos do perfil de um came para uma vlvula deadmisso cujo deslocamento mximo He que tem a seguinte regulagem de distribuio:abertura = 10 antes do PMS; fechamento = 40 aps o PMI. A vlvula ter que semanter aberta por um ngulo m = 10 + 180 + 40 = 230 de rotao da rvore demanivelas, isto representa para a rvore de comando de vlvulas onde est o came, umngulo m/2 = 115(ngulo de abertura do came).

    Para um came de seguidor de face plana: desenhamos o crculo de base com raioR0; o centro do crculo da cabea de raio rdeve estar a uma distncia Ddo centro docrculo de base, de tal modo que: H = D + r R0.

    A reta que passa nos centros Ce C o eixo do came.Traa-se uma reta que passe no centro do crculo de base, formando com o eixo

    do came um ngulo 0= (m/2)/2= 5730. Com o centro Odesta reta, traa-se o flanco

    do came, com um arco de circulo de raio R1tangenteao crculo de base no ponto 1 e aocrculo de cabea no ponto 2(came de flancos curvilneos, lado esquerdo da Fig. 9.25 b).

    Para came de flancos retilneos (lado direito da Fig. 9.25 b): Partindo do centro docrculo de base traam-se duas semi-retas com o ngulo de abertura do came (115)tendo o eixo do came como bissetriz. Marca-se sobre a bissetriz o ponto 3 de

    deslocamento mximo, o traado dos flancos so tangentes ao crculo de base nospontos 1 e 1. Desenhar o crculo da cabea com raio r que tem que ser tangente aosflancos e passar pelo ponto 3 marcado na bissetriz.

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    Os cames das figuras 9.25 (b) e 9.26 so conhecidos por came de arcos decrculos. Neste tipo de traado, com propores adequadas, obtemos diagramas dedeslocamentos, velocidades e aceleraes que se aproximam dos desejados.

    Fig. 9.26 Came para comando de vlvula

    Os cames atuais so projetados em funo dos diagramas de aceleraes,velocidades e deslocamentos que se quer obter, figura 9.27. Seu perfil formado porcurvas de raios variveis, isto possibilita obter mais facilmente e com melhor aproximaoa lei do movimento previsto.

    s= perodo de abertura; r= perodo de abertura mxima; d= perodo de fechamento

    a = arco de ao

    a = s + r + d

    Fig. 9.27 Came para comando de vlvula perfil em funo de um diagrama de deslocamento.

    O came da figura 9.26 constitudo por dois arcos decrculo r1e r2. O arco de crculode raio r0 corresponde aoperodo de vlvula fechada.

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    Exerccio resolvido 1- 1.1 - Fazer o esboo do diagrama de deslocamento e projetar umcame de disco com seguidor radial de rolete, para realizar os deslocamentos conforme osdados: Rm= 30 mm; Rr= 10 mm; sentido de giro do came = anti-horrio; d= 40 mm;

    0 at43

    MC (elevao)

    43

    at53

    R53

    at 2 MC (retorno)

    1.2 - Verificar o came quanto a formao de ponta e interferncia.1.3 - Calcular max.1.4 - Calcular R0 para max = 30

    Soluo item 1.2- para elevao - para retorno- Movimento MC Fig. 9.32 - Movimento MCFig. 9.32- 1= 240 - 3= 60- L= d = 40 mm - L= d = 40 mm- (R0 = Rm+ Rr) R0 =30+10 = 40 mm - (R0 = Rm+ Rr) R0 =30+10 = 40 mm

    LogoL

    R0= =

    4040

    1 LogoL

    R0= =

    4040

    1

    e min./ R0= 1,12 min./ R0= 0,58min. = 1,12 x R0 min. = 0,58 x R0min. = 1,12 x 40 = 44,8 mm min. = 0,58 x 40 = 23,2 mm

    Para - 1= 240 (elevao) min.= 44,8 >Rr = 10 portanto no ocorre formao deponta e muito menos interferncia.

    Para - 3= 60(retorno)min.= 23,2 >Rr = 10 portanto no ocorre formao de pontae muito menos interferncia.

    Soluo item 1.3 - Calcular mx.- para elevao - para retorno- Movimento MC Fig. 9.34 - Movimento MCFig. 9.34- 1= 240 - 3= 60- L= d = 40 mm - L= d = 40 mm

    - (R0 = Rm+ Rr) R0 =30+10 = 40 mm - (R0 = Rm+ Rr) R0 =30+10 = 40 mm

    LogoL

    R0= =

    4040

    1 LogoL

    R0= =

    4040

    1

    mx.= 19 mx.= 53

    Soluo item 1.4 - Calcular R0 para mx.= 30

    - para elevao - 1= 240 - para retorno - 3= 60

    Para mx.= 30

    L

    R 0 = 2 Para mx.= 30

    L

    R 0 = 0 36,

    R2

    402

    mm.0 = = =L

    20 R0,36

    400,36

    mm.0 = = =L

    111

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    OBS: A ESCALA DO PROJETO GRFICO DEVE SER SEMPRE 1:1

    Fig. 9.28 Projeto grfico do exerccio resolvido 1 (fora de escala)

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    Exemplo - 1

    1.1 - Projetar um came de disco com seguidor radial de rolete, para realizar osdeslocamentos conforme diagrama esboado abaixo e com os seguintes dados:Rm= 30 mm ; Rr= 14 mm ; sentido de giro do came = horrio.

    1.2 - Verificar o came quanto a formao de ponta e interferncia.1.3 - Calcular max.1.4 - Calcular R0 para max = 35

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    9.8 - Projeto analtico de um came

    9.8.1 - Objetivos

    Evitar formao de ponta ou interferncia e controle do ngulo de presso mximoprincipalmente quando o projeto do came requer alta velocidade.

    9.8.2 - Mtodo para came de disco com seguidor radial de rolete

    Na figura 9.29 o deslocamento do centro do seguidor no centro do came dadopor:

    R = R0+ f () (Eq. 9.8.1)

    Fig. 9.29 Deslocamento do seguidor

    onde R0 o raio mnimo da superfcie primitiva e f() o movimento radial do seguidorem funo do movimento do came. Conhecido R0, determina-se as coordenadas polaresdos centros do rolete ( R ) para gerar o perfil do came.

    (R0 = Rm+ Rr) (Eq. 9.8.2)

    O raio de curvatura da superfcie primitiva do came (), expresso em coordenadaspolares determinado por:

    R = R0+ f () (Eq. 9.8.1)

    =( )[ ]{ }

    ( )[ ] ( )[ ]

    R

    R R

    2

    2

    +

    +

    f

    f f

    23

    2

    22

    (Eq. 9.8.3)

    ( ) =fd

    d

    R e ( ) =f

    d

    d

    2

    2

    R

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    9.8.3 - Evitando formao de ponta e ou interferncia

    Um mtodo para determinar os pontos de traado deste came foi desenvolvido porKloomok e Muffley, o qual considera a figura 9.30 onde:

    Fig. 9.30 Variveis no projeto analtico came. = raio de curvatura na superfcie primitiva;Rr= raio do rolete;c = raio de curvatura na superfcie do came.

    Se na figura 9.30, for mantido constante e Rr aumentar, c diminuir.Se continuamos aumentando Rr podem ocorrer duas situaes:

    a) Quando Rr= c = 0 e o came ter pontafigura 9.31(a)b) Quando Rr> o came ter interfernciafigura 9.31(b) e o movimento

    do seguidor neste caso no ser o previsto.

    Fig. 9.31 (a) Came com ponta, (b) came com interferncia.

    Para evitar ambos os casos, o Rrdever ser menor que min., valor mnimo de para o movimento considerado. Para os vrios movimentos utilizados pelo seguidor,cada um dos casos dever ser analisado separadamente.

    min>Rr came sem formao de ponta e sem interferncia figura 9.30min= Rrcame com ponta figura 9.31(a)min

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    A equao 9.8.3 pode ser utilizada na determinao de uma expresso de paracada movimento considerado. Determinando-se a primeira derivada da equao 9.8.3encontramos o menor valor de ou seja min., que deve ser utilizado na preveno contrapontas e interferncias. Dependendo da f () (movimento considerado) estas derivadasimplicam em equaes complexas para cada caso, e por esta razo, para determinadostipos de cames e movimentos especficos a equao 9.8.3 foi transformada em grficos

    prticos, dois exemplos so mostrados nas Fig. 9.32 para o MC e Fig. 9.33 para o MHS.

    As figuras 9.32 e 9.33 apresentam curvas que plotam min./ R0versus para vriosvalores de L/R0. Nestas curvas, o ngulo de ao do came e L o deslocamento doseguidor no movimento considerado. Estas curvas permitem determinar min. paracomparar com Rr.

    O problema fornece os seguintes dados:

    - Movimento considerado ( MC

    Fig. 9.32 ou MHS

    Fig. 9.33 );- ngulo de ao do came no movimento considerado;- L= d deslocamento do seguidor no movimento considerado;- (R0 = Rm+ Rr) (Eq. 9.8.2);

    com os dados acima determinamos min.

    Exemplo -1(Pgina 19)

    - item 1.2 -Verificar o came quanto a formao de ponta e interferncia.

    - Movimento MHSFig. 9.33- 1= 120- L= d = 34 mm- (R0 = Rm+ Rr) R0 =30+14 = 44 mm

    LogoL

    R 0= =

    3444

    0772,

    e min./ R0= 1,16

    min. = 1,16 x R0

    min. = 1,16 x 44 = 51,04 mm

    min. = 51,04 > Rr = 14 portanto no ocorre formao de ponta e muito menosinterferncia conforme mostra o projeto grfico feito na aula passada.

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    Fig. 9.32 Movimento Cicloidal - MC

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    Fig. 9.33 Movimento Harmnico Simples - MHS

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    9.8.4 - Controle do ngulo de presso mximo. mx.

    O ngulo de presso tem importncia especial nos seguidores de rolete. necessrio tornar o seu mximo to pequeno quanto possvel e mesmo arbitra-lo em 30,embora maiores valores possam ocasionalmente serem usados.

    Um dos mtodos analticos foi desenvolvido por Kloomok e Muffley para seguidores

    radiais de rolete pode ser determinado pela equao. 9.8.4.

    = tgR

    R- 1 1 dd

    (Eq. 9.8.4)

    Para determinar o ngulo mximo, a complexidade das equaes levou para odesenvolvimento de monograma por E.C. Varnum, Fig. 9.34.

    Fig. 9.34 Monograma para determinao do ngulo de presso mximo. (Cortesia de E.C.Varnum, Barber - Colman Co.)

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    Exemplo -1(Pgina 19)

    item 1.3 - Calcular mx.

    - Movimento MHSFig. 9.34- 1= 120

    - L= d = 34 mm- (R0 =Rm+ Rr) R0 =30+14 = 44 mm

    LogoL

    R 0= =

    3444

    0772,

    mx.= 24

    item 1.4 - Calcular R0 e Rm para mx.= 35

    Para mx.= 35L

    R0= 15,

    R1,5

    341,5

    mm.0 = = =L

    2266,

    R0 =Rm+ Rr

    Rm =R0- Rr

    Rm = 22,66 14 = 8,66 mm

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    9.9 Exerccios complementares do captulo 09

    Exerccio complementar 1

    1.1 - Projetar um came de disco com seguidor radial de rolete, para realizar osdeslocamentos conforme diagrama esboado abaixo e com os seguintes dados:

    Rm= 35 mm ; Rr= 15 mm ; sentido de giro do came = horrio.

    1.2 - Verificar o came quanto a formao de ponta e interferncia.1.3 - Calcular max.1.4 - Calcular R0 para max = 30

    Exerccio complementar 2

    2.1 - Fazer o esboo do diagrama de deslocamento e projetar um came de discocom seguidor radial de rolete, para realizar os deslocamentos conforme dados abaixo:Rm= 33 mm ; Rr= 20 mm ; sentido de giro do came =horrio; d= 38 mm;

    0 at23

    R

    2

    3

    at

    5

    6

    MC (elevao)

    56

    at53

    MP (retorno)

    53

    at 2 R

    2.2 - Verificar o came quanto a formao de ponta e interferncia.2.3 - Calcular max.

    2.4 - Calcular R0para max = 25

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    Exerccio complementar 3

    3.1 - Projetar um came de disco com seguidor radial de rolete, para realizar osdeslocamentos conforme diagrama esboado abaixo e com os seguintes dados:Rm= 35 mm ; Rr= 10 mm ; sentido de giro do came = horrio.

    3.2 - Verificar o came quanto a formao de ponta e interferncia.3.3 - Calcular max.3.4 - Calcular Rm para max = 30

    Exerccio complementar -4

    4.1 - Projetar um came de disco com seguidor radial de rolete, para realizar osdeslocamentos conforme diagrama esboado abaixo e para os seguintes dados:Rm = 35 mm ; Rr = 16 mm ; sentido de giro do came = anti-horrio.

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    9.10 -Respostas dos exerccios complementares do captulo 09

    R - Exerccio complementar - 1

    - item 1.2 -Verificar o camo quanto a formao de ponta e interferncia.

    min./ R0= 1,4 min.= 70 >Rr = 15 no ocorre formao de ponta e/ou interferncia.

    - item 1.3 - Calcular mx. L / R0= 0,66 mx.= 16

    - item 1.4 - Calcular R0 para mx.= 30R0= L / 2 = 33 / 2 = 16,5 mm.

    item -1.1 Projeto grfico (desenho reduzido)

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    R - Exerccio complementar - 2

    - item 2.2 -Verificar o camo quanto a formao de ponta e interferncia.

    min./ R0= 0,23 min.= 12,19

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    R - Exerccio complementar - 3

    - item 3.2 -Verificar o camo quanto a formao de ponta e interferncia.min./ R0= 1,25 min.= 56,25 >Rr =10 no ocorre formao de ponta e/ou interferncia.item 3.3 - Calcular mx. L / R0= 0,888 mx.= 26item 3.4 Calcular Rm para mx.= 30R0= L/1,24=32,25 mm.

    Rm =32,25-10= 22,25 mm.item -3.1 Projeto grfico (desenho reduzido)

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    R - Exerccio complementar - 4item - 4.1 Projeto grfico (desenho reduzido)