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hoje março/2012 | vol. 20 | www.sbn.com.br VIAGEM Conheça o charme e os encantos de Londres PERFIL | Presidente do CFM em entrevista especial DEPARTAMENTO | Coordenador fala sobre os trabalhos da Radiocirurgia MÚSICA | Neurocirurgião entre a Medicina e o piano 29ª edição do evento será sediada na CBN 2012: Cidade Maravilhosa

29ª edição do evento será sediada na Cidade Maravilhosa · entre a Medicina e o piano ... Mário Gilberto Siqueira, Paulo ... Dantas, Yuri Mascarenhas de Andrade Souza Telefone:

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hojemarço/2012 | vol. 20 | www.sbn.com.br

VIAGEMConheça o charme

e os encantos de Londres

PERFIL | Presidente do CFM em entrevista especial

DEPARTAMENTO | Coordenador fala sobre os trabalhos da Radiocirurgia

MÚSICA | Neurocirurgião entre a Medicina e o piano

29ª edição do evento será sediada naCBN 2012:

Cidade Maravilhosa

DEPARTAMENTOSaiba como atua o setor de Radiocirurgia da SBN e quais são seus desafios

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VOCÊ FAZ A SBN HOJE Espaço da revista reservado para seus comentários, críticas e sugestões | 15

SEÇÕES

EDITORIAL | 5

CuRTAS | 6

AGENDA DA DIRETORIA | 8

SBN GENTE | 10

CALENDáRIO SBN | 11

EDuCAÇÃO MÉDICA | 26

SBNMÚSICAFraz Onishi diz como divide seu tempo entre a Medicina e o piano

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PERFILPresidente do CFM fala sobre título de especialista e a demora para aprovação de procedimentos

16PRINCIPALEm fase final de organização, CBN desembarca no Rio de Janeiro

20

VIAGEMConheça os encantos e os principais atrativos de Londres

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março/2012 | vol. 20 | www.sbn.com.br

hoje

ALMANAquE CuLTuRAL Nova seção apresenta dicas culturais | 34

ORIENTAÇÃO JuRÍDICA Análise sobre a morte encefálica | 30

02/2011 |www.sbn.com.br

Presidente | José Marcus Rotta Vice-presidente | Benedicto Oscar Colli Secretário geral | Marco Túlio França Tesoureira | Marise Augusto Fernandes Audi 1º Secretário | Eberval Gadelha Figueiredo Secretário auxiliar | Modesto Cerioni Junior Presidente anterior | Luiz Carlos de Alencastro Presidente da SBN 2012 |Sebastião Nataniel Silva Gusmão Presidente do Congresso 2012 |Marco Aurélio Marzullo de Almeida Presidente do Congresso 2014 |Luis Alencar Biurrum Borba Diretor de Formação Neurocirúrgica |Benedicto Oscar ColliDiretor de Relações Institucionais |Cid Célio Jayme CarvalhaesDiretor de Políticas |Clemente Augusto de Brito Pereira Diretor de Divulgação e Projetos |Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini Diretor de Recursos Financeiros | Jânio Nogueira Diretor de Departamentos |José Fernando Guedes Correa Diretor de Patrimônio |Paulo Henrique Pires de Aguiar Diretor de Representantes Regionais |Paulo Ronaldo Jubé RibeiroDiretor de Diretrizes |Ricardo Vieira Botelho

Conselho Deliberativo Presidente | José Antonio Damian Guasti Secretário | Luis Alencar Biurrum BorbaMembros | Albert Vincent B. Brasil, Atos Alves de Sousa, Cid Célio Jayme Carvalhaes, Carlos Roberto Telles Ribeiro, Djacir Gurgel de Figueiredo, Evandro Pinto da Luz de Oliveira, José Alberto Landeiro, José Carlos Saleme, Kunio Suzuki, Léo Fernando da Silva Ditzel, Luis Alencar Biurrum Borba, Mário Gilberto Siqueira, Nelson Pires Ferreira, Paulo Andrade de Mello e Sebastião Nataniel Silva GusmãoAperfeiçoamento | Carlos Gilberto Carlotti Jr, Antonio Cesar de Melo Mussi, Helder Tedeschi, João Cândido Araújo, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Kunio Suzuki, Luis Alencar Biurrum Borba e Samuel Tau ZymbergCredenciamento | Roberto Colichio Gabarra, Aziz Rassi Neto, Francisco Ricardo Borges Ribeiro, Marcelo Paglioli Ferreira, Orival Alves, Sandoval Inácio CarneiroAcreditação de Eventos | Antonio Carlos Montanaro, Alessandra de Moura Lima, Nelci Zanon Collange, Daniel Freire de Figueirêdo, Osvaldo Vilela Filho, Juan Oscar Alarcon AdornoEnsino | Paulo Andrade de Mello, Arlindo Alfredo

Silveira D Avila, Carlos Henrique Ribeiro, Maria Carolina Martins de Lima, Jean Gonçalves de Oliveira, Wen Hung TzuÉtica | Francisco Flávio Leitão de Carvalho, Kurt Cléssio Morais Figueiredo de Mendonça, Luiz Alcides ManrezaExercício Profi ssional | Júlio César Meyer, Edson Lopes Jr, Alexandre Varella Giannetti, Pedro Garcia Lopes, Bruno Silva Costa, Marcelo Luis Mudo

Intercâmbio Internacional Alemanha - Dierk Fritz Bodo Kirchhoff e Juan Oscar Alarcon Adorno | Árabe - Líbano Aziz Rassi Neto | Canadá Leonardo Vieira Neto e Osvaldo Vilela Filho | EUA - Evandro Pinto da Luz de Oliveira, José Carlos Lynch Araújo e Wen Hung Tzu | França - Atos Alves de Sousa | Japão - Koshiro Nishikuni | Portugal - José Alberto LandeiroJovem Neurocirurgião | Lórimer Sandoval Carneiro, Bruno Lôbo Mota de Siqueira , Giordano Queirós Miranda, André Bedin, Christian Diniz Ferreira, Tiago da Silva FreitasGerenciamento do Fundo Financeiro | Carlos Batista Alves de Souza, Modesto Cerioni Junior, Nelson Pires Ferreira Comissão Fiscal | Modesto Cerioni Junior, Jânio Nogueira, José Carlos Saleme, Roberto Colichio GabarraRepresentantes internacionais | Luiz Carlos de Alencastro (Flanc e World Federation – WFNS) e José Marcus Rotta (Flanc e World Federation – WFNS)Representantes nacionais |Alagoas - Abynadá de Siqueira Lyro | Bahia - José Marcos Ponde Fraga Lima | Ceará - Otaviano B. Alencar Araripe | Distrito Federal - Arlindo Mattos de Oliveira Jr | Espírito Santo - Robson Ribeiro Modenesi |Goiás - Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro | Maranhão - Arthur Lopes Gonçalves Almeida | Minas Gerais - Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva | Mato Grosso do Sul - Luiz Antônio Monteiro Simões | Mato Grosso - Atila Monteiro Borges | Paraíba - Luciano Ferreira de Holanda | Pernambuco - Geraldo de Sá Carneiro Filho | Piauí - José Nazareno Pearce Oliveira Brito | Paraná - Pedro Garcia Lopes | Rio de Janeiro - Francisco Ricardo Borges Ribeiro | Rio Grande do Norte - José Luciano Gonçalves de Araújo | Rio Grande do Sul - Marcelo Paglioli Ferreira | São Paulo - Roberto Colichio Gabarra

DepartamentosBase de Crânio | Paulo Abdo do Seixo Kadri, Carlos Eduardo da Silva, Antônio Aversa Dutra do Souto, Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico de Melo Tavares de Lima, Hélio Ferreira Lopes, Jânio Nogueira e José Alberto Landeiro Coluna | Ronald de Lucena Farias, Aluízio Augusto Arantes Junior, Albert Vincent B. Brasil, Alexandre José Reis Elias, Antônio Vinícius Ramalho Leite, Asdrubal Falavigna, Carlos Henrique Ribeiro, Cleanto Moreira de Lacerda, Edson Lopes Jr, Eidmar Augusto Neri, Ericson Sfreddo, Fernando Luiz Rolemberg Dantas, Francisco Ricardo Borges Ribeiro, Geraldo de Sá Carneiro Filho, Gladstone Santos da Costa, Jeff erson Walter Daniel, João Domingos Barbosa Carneiro Leão, Marcelo Luis Mudo, Márcio Vinhal de Carvalho, Marcos Masini, Mario Augusto Taricco, Osmar José Santos de Moraes, Paulo Roberto Romano Ribeiro, Paulo Sergio Teixeira de Carvalho, Ricardo Vieira Botelho e Wilson Eloy Pimenta Jr.

Endovascular e Imagem | Benjamim Pessoa Vale, Valdir Delmiro Neves, Carlos Batista Alves de Souza Filho, Eduardo Ernesto Pelinca da Costa, Gibrail Dib Antunes Filho, Jean Gonçalves de Oliveira, João Ferreira de Melo Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel Eli Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Orlando Teixeira Maia Junior, Paulo Abdo do Seixo Kadri, Wilson Guimarães NovaisFuncional e Dor | Alexandre Novicki Francisco, José Roberto Pereira Guimarães e Marcelo Neves LinharesNervos Periféricos | Roberto Sergio Martins, Fernando Henrique Morais de Souza, Herbert Almeida Oliveira e Souza, Joel Monteiro de Jesus, Jorge Roberto Cilento, José Álvaro Bastos Pinheiro, José Fernando Guedes Correa, José Milton Peixoto, Leandro Pretto Flores, Luiz Antonio Araujo Dias, Manoel Baldoino Leal Filho, Marconi Alves Rosa, Marcos Alcino Soares Siqueira Marques, Marcos Flavio Ghizoni, Mário Gilberto Siqueira, Paulo Cézar Grigolli, Pedro Luís Gobbato, Ricardo de Amoreira Gepp e Ricardo Torres SantanaNeurointensivismo | Jorge Luiz da Rocha Paranhos, Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro, Carlos Umberto PereiraOncologia | Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico de Melo Tavares de Lima, Antônio Aversa Dutra do Souto, Carlos Eduardo da Silva, Hélio Ferreira Lopes, Jânio Nogueira, José Alberto Landeiro, Paulo Abdo do Seixo KadriPediatria | Geraldo José Ribeiro Dantas Furtado, José Aloysio da Costa Val Filho, Hamilton Matsushita, Jorge Wladimir Junqueira Bizzi, José Francisco Manganelli Salomão, Ricardo Santos de OliveiraTrauma e Terapia Intensiva | José Luciano Gonçalves de Araújo, Audrey Beatriz Santos Araujo, Rodrigo Moreira FaleiroVascular | Jean Gonçalves de Oliveira, Benjamim Pessoa Vale, Carlos Batista Alves de Souza Filho, Eduardo Ernesto Pelinca da Costa, Guilherme Augusto Rodrigues do Prado, João Ferreira de Melo Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel Eli Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Nilson Ferreira Novais, Orlando Teixeira Maia Junior, Paulo Abdo do Seixo Kadri e Valdir Delmiro NevesRadiocirurgia | Leonardo Frighetto, Carlos Alberto Mattozo, Evandro César de Souza, Gilberto de Almeida Fonseca Filho, José Paulo Montemor, Luiz Fernando Martins, Marcos Antônio Dellaretti Filho, Marcelo Neves Linhares, Sérgio Adrian Fernandes Dantas, Yuri Mascarenhas de Andrade Souza

Telefone: (11) 3051-6075 [email protected]

Diretor geral Renato GregórioDiretor comercial Marconde MirandaEditor Bruno Aires (MTB 26.204/RJ)Coordenação editorial Marcello ManesRepórter Gabriela LopesDesigners gráfi cos Beatriz Lopez, Danielle V. Cardoso e Monica MendesFotógrafa Drika Barbosa

RJ Estrada do Bananal 56 - JacarepaguáRio de Janeiro - (21) 2425 8878SP Av. Santa Catarina 1521 sala 308Vila Mascote - São Paulo - (11) 2539 8878www.editoradoc.com.br

Prezado colega,

No calendário chinês, 2012 é o ano do Dragão. Mas no calendário da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) esse é o ano do especialista. Para mim, é evidente que o maior patrimônio de um médico é o seu conhecimento, sua experiência e o amor pelo que faz. Não acredito que seja possível exercer a Medicina em alto nível sem estes três pilares fundamentais. Porém, existe um quarto pilar que, para nós, neurocirurgiões, tem a importância e o peso dos outros três: o reconhecimento for-mal da classe, ou seja, o título de especialista conferido pela SBN a todos aqueles que cumprem todos os requisitos necessários para a segura prática da Neurocirurgia.

O título de especialista também tem a função de fortalecer a confiança do paciente em seu médico, outro ponto fundamental em todo o processo de tratamento. Um profissional só poderá oferecer o seu máximo se contar com a confiança e a anuência de seus pacientes.

O título de especialista bem na entrada de nosso consultório é um excelente cartão de apresentação, pois foi conce-dido pela entidade brasileira responsável pela área, detentora de todos os protocolos necessários para conferir e regular a capacidade do médico de realizar os devidos procedimentos. O título de especialista também conta muito em nosso currículo, pois confere ao médico um status profissional que certamente o favorece no caso de contratação de seus serviços por hospitais e clínicas.

É muito importante frisar que o título de especialista é um procedimento totalmente técnico. Não há favorecimen-tos, amizades ou política. Um colegiado de colegas neurocirurgiões avalia tecnicamente a experiência, o conhecimento e a prática de cada requerente. E posso garantir a todos que apenas quem cumprir com as determinações de nosso protocolo será aprovado.

Não gosto muito de estimular a vaidade nos médicos, porém acredito que além de comprovar a capacidade do profissional, o título de especialista em Neurocirurgia confere ao profissional um reconhecimento explícito e evidente de sua capacidade. Este reconhecimento tem um valor extra por ser promovido pelos próprios colegas neurocirurgiões. Ao conquistar o título, o médico está ao mesmo tempo conquistando respeito e reverência de toda uma classe, garantindo um valor imenso para qualquer profissional de qualquer área.

Então, peço aos colegas que não possuem o título que nos procurem para dar esse upgrade tão importante na carreira. E, para aqueles que já têm o título, peço sua ajuda nessa nossa cruzada em favor da qualidade e respeito pela categoria de neurocirurgião.

Um grande abraço e um excelente ano do especialista a todos.Dr. José Marcus Rotta

Presidente da SBN

EDITORIAL

A SBN Hoje é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), distribuída gratuitamente aos membros da Sociedade. Os artigos publicados não representam necessariamente a opinião da diretoria da entidade ou da Editora DOC. É autorizada a reprodução, desde que citada a fonte: www.sbn.com.br

O ano do especialista

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curtas

Remédio para câncer ativa memória de ratosCientistas americanos publicaram no Journal of Neuroscience avanços na bus-ca de um tratamento para o Alzheimer. Ratos que foram medicados durante três meses com epotilona (EpoD), uma droga usada no tratamento de câncer, apresentaram melhora na memória. Entretanto, mais pesquisas precisam ser feitas para definir a possibilidade desse tratamento em humanos.

Viagens espaciais causam danos nos olhos e no cérebroExames de ressonância magnética revelaram anomalias ópticas graves nos olhos e nos cérebros de astronautas que passaram longos períodos no espaço. Essas anormalidades também podem ser vistas na hipertensão intracraniana idiopática. A pesquisa foi realizada com 27 astronautas, expostos à microgravidade ou gravidade zero, tanto em missões de ônibus espaciais quanto na Estação Espacial Internacional (ISS). As conclusões do estudo devem cau-sar problemas para as agências espaciais, entretanto, pes-quisadores afirmam que isso pode ajudar os cientistas a entender melhor os mecanismos da hipertensão intracra-niana nos humanos em geral.

Neurobiologia da dorQuímicos construíram inibidor neural de dor controlado pela luz. O composto fotoquímico, batizado de QAQ, foi desenvolvido por Dirk Trauner e seus colegas da Universida-de Ludwig-Maximilians, na Alemanha, em colaboração com colegas americanos e franceses. Parte da QAQ se assemelha a um dos análogos ativos da lidocaína. Essa substância blo-queia a percepção da dor, inibindo a ação dos neurorrecep-tores encontrados nas células nervosas específicas da pele. As células são responsáveis por responder a estímulos de dor e transmitem sinais para a medula espinhal. Dependendo do comprimento de onda da exposição à luz, o composto pode ser “ligado” ou “desligado”. O efeito analgésico do interrup-tor de dor foi confirmado utilizando animais de laboratório.

Variações de temperatura do corpo humanoO Dr. Jie Zheng e sua equipe da Universidade da Califórnia, nos Es-tados Unidos, descobriram como se formam os termômetros naturais da pele humana. Os estudos mostram que algumas proteínas, conhecidas como canais iônicos, distinguem en-tre uma ampla escala de temperatu-ras, que vão da temperatura quente agradável até à quente demais.

Tratamento epilético causa alterações genéticasCientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriram que um medicamento usado para tra-tar epilepsia induz alterações epige-néticas no DNA. O ácido valproico, usado no tratamento de surtos de epi-lepsia, provoca alterações estruturais importantes na cromatina, desregu-lando diversos processos essenciais para funções celulares.

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Descobertas no tratamento do Mal de AlzheimerCientistas descobriram que anticorpos específicos, que blo-queiam a função de uma proteína, chamada DKK1, são capazes de suprimir completamente o efeito tóxico da beta-amiloide nas sinapses. Os experimentos em laboratório fo-ram realizados em cérebros de camundongos. Os resultados mostraram que os neurônios expostos ao anticorpo perma-neceram saudáveis. A pesquisa foi publicada no Journal of Neuroscience e representa uma nova esperança de tratamen-to para combater o declínio cognitivo no início da doença.

Diagnóstico de doenças de doenças oculares em criançasArtigo publicado no jornal Investigative Ophthalmology & Visual Science afirma que videogames podem ajudar médi-cos em diagnóstico de doenças oculares. Os pesquisadores da Seoul National University College of Medicine, na Coreia do Sul, usaram dois controles do videogame Wii para de-senvolver um rastreador óptico infravermelho da cabeça (IOHT), que mede automaticamente e registra o ângulo da cabeça em tempo real. O IOHT foi avaliado no que diz respeito à precisão e confiabilidade, comparado com o dispositivo usado nos dias de hoje em hospitais. Além dis-so, apresenta baixo custo e serve para ajudar a diagnosticar uma condição conhecida como torcicolo ocular. A equipe espera que a nova ferramenta possa ser usada também no diagnóstico de pacientes oftalmológicos.

Nova técnica melhora entrega de drogas no cérebroPesquisadores apresentaram uma nova técnica que utiliza o aparelho de ressonância magnética para melhorar a entrega de drogas ao cérebro. O artigo foi publicado na Journal of Visualized Experiments (Jove). O estudo ajuda as drogas a ultrapassarem a barreira hemato-encefálica e pode abrir no-vas opções de tratamento para condições como Alzheimer e câncer de cérebro. A nova técnica com microbolhas pode ser usada em uma área muito pequena da barreira sangue-cérebro, não o deixando tão exposto a toxinas.

SBN nas redes sociais Além de congressos, simpósios e eventos na especiali-dade, os neurocirurgiões já podem contar com espaços dinâmicos para trocar informações sobre a carreira. A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) convida médicos associados e não associados para participarem de suas páginas nas redes sociais. Criado desde dezem-bro de 2010, o Twitter, microblog que ultrapassa 140 milhões de usuários ativos, é atualizado diariamente com notícias e curiosidades da especialidade. Já na página do Facebook, maior site de relacionamentos do mundo, os usuários podem responder enquetes e acompanhar as novidades da Neurocirurgia. Acesse o perfil no Twitter < https://twitter.com/sbneurocirurgia > e curta a pági-na da SBN no Facebook <https://www.facebook.com/pages/Sociedade-Brasileira-de-Neurocirurgia>.

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Agenda da diretoriaQuais são os trabalhos desenvolvidos pela diretoria de uma grande sociedade médica, como a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN)? Que ações e atividades seus membros devem exercer em prol do desenvolvimento da especialidade?A SBN trabalha dia e noite para levar ao associado o conhecimento atualizado da especialidade, a orien-tação jurídica e a luta por melhores condições para a prática neurocirúrgica. Entre as atividades exerci-das, estão a participação em reuniões com outras entidades médicas e de saúde e a presença nos mais importantes eventos da especialidade, tanto no Brasil quanto no exterior.Confira, a seguir, onde a Sociedade esteve presente nos últimos meses.

SBN, AMB e CBR iniciam o ano em reunião

A Diretoria da SBN iniciou o ano reunida com Associação Médica Bra-sileira (AMB) e o Colégio Brasilei-ro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) no dia 13 de janeiro. O encontro foi pautado pelos seguin-tes temas: Prova de titulação em Neu-rorradiologia, Proposta “Resolução Cobertura Neurocirúrgica” e Proce-dimentos endovasculares realizados por radiologistas.

Diretoria da SBN participa do Grupo de Trabalho de Prevenção do Trauma

Desde 25 de janeiro a diretoria da SBN tem participado de reuniões pe-riódicas do Grupo de Trabalho de Pre-venção do Trauma, em Brasília (DF). Já estiveram presentes no evento o presidente, secretários e membros do Projeto Pense Bem e do Departa-mento de Trauma, ambos da SBN. As

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reuniões do Grupo de Trabalho prosse-guem até o início do junho de 2012.

Presidente da SBN marca presença no V Encontro de Discípulos da Divisão de Neurocirurgia HCFMRP-USP

O presidente da SBN, José Marcus Rotta, participou do V Encontro de Discípulos da Divisão de Neurocirur-gia HCFMRP-USP no dia 10 de feve-reiro, em Ribeirão Preto (SP). O neu-rocirurgião palestrou sobre Tratamento Cirúrgico dos Gliomas Malignos. O evento contou ainda com a coordena-ção do vice-presidente da SBN, Bene-dicto Oscar Colli.

Simesp celebra 83 anosNo dia 29 de fevereiro, a diretoria

da SBN prestigiou a comemoração dos 83 anos do Sindicato dos Mé-dicos do Estado de São Paulo (Si-mesp). O evento entregou também a Comenda Flamínio Fávero a dois homenageados: Luiz Inácio Lula da Silva, por toda a sua trajetória dedi-cada ao sindicalismo e pelo período em que esteve à frente do país; e ao deputado federal Arlindo Chinaglia, que tem se dedicado com afinco às questões da saúde e tem parte de sua história construída no Simesp, do qual foi presidente por dois manda-tos, entre 1984 e 1990.

Presidente da SBN debate sobre cirurgia brasileira de coluna em evento internacional

Já em março, o presidente da SBN, José Marcus Rotta, representou o país no 28º Annual Meeting of AANS/CNS Section on Disorder of Spine and Pe-ripheral Nerves, realizado em Orlan-do, nos Estados Unidos. O médico participou da mesa ‘Spine Surgery in Brazil’, cuja discussão versou sobre o atual panorama da cirurgia brasileira de coluna. O diretor de Diretrizes da SBN, Ricardo Vieira Botelho, coor-denou a mesa.

SBN e AANS organizam evento em São Paulo

No mesmo mês, o secretário auxi-liar, Modesto Cerioni Jr., e o presiden-te da SBN, José Marcus Rotta, partici-param do 12º Congresso de Cirurgia Espinhal, em parceria com a AANS American Association Neurological Sur-geons. O evento, que aconteceu no Ho-tel Macksoud Plaza, em São Paulo, foi presidido pelo diretor de Diretrizes da SBN, Ricardo Vieira Botelho e coorde-nado pela diretora tesoureira da SBN, Marise Augusto Fernandes Audi.

Rio de Janeiro recebe o 35º Congresso Latino-americano de Neurocirurgia

A Sociedade Brasileira de Neuroci-rurgia foi a anfitriã do 35º Congresso Latino-americano de Neurocirurgia, realizado entre 31 de março e 5 de abril de 2012, no centro de convenções do Windsor Barra Hotel, no Rio de Ja-neiro. O evento teve como tema “A tecnologia e o Futuro”, com sua pro-gramação científica focada em todas as subespecialidades da Neurocirurgia. Outro ponto alto do evento foi a en-trega da medalha de honra da Federa-ção Latino-americana de Sociedades de Neurocirurgia.

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SBN Gente

1| Congresso Latino-americano em El Salvador. Em pé, da esquerda para a direita: José Alberto Landeiro, Clau-dio Yampolsky, Mauro Loyo, Luiz Carlos de Alencastro, José Marcus Rotta, German Posadas, Paulo Hen-rique Pires de Aguiar e Apio Cláudio Martins Antunes. Sentados: Léo Fer-nando da Silva Ditzel, Abraham Kri-voy e Osvaldo Vilela Filho.

2| José Carlos Lynch (ao centro) sen-do homenageado durante XII Con-gresso da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro. Esquerda para a direita: Orlando Maia Junior, Eduar-do Carlos Barreto, Ricardo Ribeiro, Celestino Esteves Pereira e Gustavo Adolpho de Carvalho.

3| O presidente do CBN 2012, Mar-co Aurélio Marzullo, com sua esposa, Maria Letícia Cortines Marzullo, em Bariloche, na Argentina.

4| Ricardo Santos de Oliveira, Jair Leopoldo Raso e Fernando Campos Gomes Pinto no leito do Rio Amazo-nas, em novembro de 2011.

5| A Sociedade Portuguesa de Neu-rocirurgia reuniu Nuno Reis, João Paulo Farias, Ernesto Carvalho e José Marcus Rotta, em Portugal.

6| Giordano Miranda, Jean Luis Schoepfer Jr, Sandoval Carneiro, Aldo Stann, Lorimer Carneiro, Pau-lo Ronaldo Jube Ribeiro e Eduardo Miranda durante EndoViena 2012

7| O XIV Congresso Nordestino de Neurocirurgia, ocorrido em Teresina (PI), reuniu Sebastião Gusmão, Ben-jamim Pessoa Vale, José Nazareno Oli-veira Brito, Francisco Flavio Leitão de Carvalho Filho, Maurus Marques de Almeida Holanda e Periguari Luis Ho-landa de Lucena.

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SBNCalendário

Associado, atualize seu cadastro!A SBN quer manter contato com todos os associados. Entre em contato com

a Sociedade e informe todos os seus dados e atualize seu cadastro.

Mais informações no nosso site:

www.sbn-neurocirurgia.com.br

16 a 18 de agosto Local: Praia do Forte (BA)

III Congresso de Cirurgia Minimamente

Invasiva da Coluna

XIV Congresso da Sociedade Brasileira

de Radioterapia

20 a 23 de junho Local: Curitiba (PR)

1º a 03 de agosto Local: Vitória (ES)

Neuro Embolution

XXIX Congresso Brasileiro de Neurocirurgia

7 a 12 de setembroLocal: Rio de Janeiro

23rd ESPN Congress

1º a 05 de maio Local: Amsterdam, Holanda

10º Congresso da Sociedade

Brasileira de Neurorradiologia

Diagnóstica e Terapêutica

27 a 29 de setembro Local: Porto Alegre (RS)

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Além da Neurocirurgia

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Um toque musical na Neurocirurgia A Medicina e a música são duas paixões do neurocirurgião Franz Onishi. Em entrevista especial, ele conta como divide o seu dia

entre os pacientes e o piano

Estudos dizem que a música possui propriedades curativas que ajudam na recuperação de pacientes. Reduz a pressão san-

guínea, os batimentos cardíacos, os hormônios do estresse e até a necessi-dade de medicamentos analgésicos em alguns quadros clínicos.

As mesmas mãos que cuidam com dedicação das pessoas deslizam da mes-ma forma pelas teclas do piano. Essas são as paixões do jovem neurocirurgião e pianista Franz Onishi, de Brasília (DF), que concilia as duas atividades entre en-saios, cirurgias e consultas médicas.

Perguntado sobre a reação dos pa-cientes ao saber que o médico deles é também pianista, ele afirma que o con-sultório torna-se um espaço exclusivo para conversas sobre músicas, grava-ções e afins. “Neste momento é estabe-lecido um vínculo mais íntimo, o que permite uma relação médico-paciente mais próxima”. Em entrevista especial à SBN Hoje, o neurocirurgião conta como surgiu o interesse pelo piano e de que forma a música e a Neurocirurgia se complementam.

SBN Hoje - Como surgiu a paixão pela música?

Franz Onishi - Iniciei meus estudos de música durante a infância, antes mesmo de aprender a ler. Mais tarde, mantive o contato com pessoas que

me estimularam a gostar de estudar música. Meus pais também sempre apoiaram de maneira decisiva nessa minha paixão.

SBN Hoje - Por que escolheu o piano entre tantos instrumentos musicais?

FO - A música possibilita expressão infi-nita de sensações e experiências. Todos os instrumentos apresentam suas bele-zas particulares, mas o piano possibilita a complementação da melodia - ou seja, o canto, o tema - com a parte harmô-nica da música, arcabouço musical que sustenta a melodia. É um instrumento que permite a sua expressão máxima de maneira solo, mesmo na ausência de outros instrumentos.

SBN Hoje - Você toca profissionalmen-te? Já participou de alguns concer-tos?

FO - Toco de maneira amadora, mas já participei de pequenos recitais na ci-dade de Brasília, cidade na qual cursei minha formação de piano. Participei também de alguns projetos com uma banda na qual toquei piano e teclados, música com levada mais popular.

SBN Hoje - Que obras você costuma tocar e como é escolhido o seu re-pertório?

FO - Gosto de representantes musi-cais de diferentes épocas. Os prelú-dios e invenções de Bach são obras

A Neurocirurgia e

a música possuem

muitas coisas em

comum, como

a dedicação, a

concentração, o

trabalho manual e

os cuidados com os

detalhes”.

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muito bonitas. Gosto das sonatas de Beethoven, tanto do seu período clás-sico como suas últimas sonatas que infiltram o período romântico. Já os estudos de Chopin são desafios para os pianistas. Gosto também do toque suave das obras de Debussy, além de vários compositores brasileiros como Ernesto Nazaré, Camargo Guarnieri e Villa Lobos, que demonstram grande genialidade em suas composições.

SBN Hoje - Você possui músicas de autoria própria? Onde busca inspira-ção para compor?

FO - Os músicos, geralmente, costu-mam criar, mas não tenho nenhuma música registrada, escrita em papel. Gosto de brincar no piano e descobrir o instrumento por meio de novos sons e acordes, fazendo arranjos para músi-cas já existentes. Ajuda você a pensar melhor sobre todas as outras coisas.

SBN Hoje - A música influenciou a sua escolha profissional?

FO - Creio que a Neurocirurgia e a mú-sica possuem muitas coisas em comum, como a dedicação, a concentração, o trabalho manual e os cuidados com os detalhes. Um resultado cirúrgico ruim pode ser comparado a uma apresenta-ção musical com falhas, a despeito de todo o preparo e treinamento prévios. Da mesma que forma que o médico é bem-sucedido no tratamento de uma doença difícil, a música proporciona prazer em uma ótima performance de recital, seguida de fortes aplausos.

SBN Hoje - Qual a reação dos pacien-tes ao saber que o médico deles é também pianista?

FO - Geralmente a conversa flui quando o paciente relata que é músico ou gos-ta de música. Aí o tema “doença” fica esquecido por alguns momentos para conversarmos sobre músicas, grava-ções, gostos pessoais. Neste momento é estabelecido um vínculo mais íntimo, o que permite uma relação médico-paciente mais próxima. A música tem a característica de unir as pessoas.

SBN Hoje - Como você analisa a reper-cussão da música clássica no Brasil?

FO – Quando falamos em música erudi-ta, são comuns comentários de que este

tipo de música é voltado para certo ni-cho da população. Porém, por trás deste cenário, existe uma força econômica que massifica a divulgação de outros tipos musicais. Música erudita não significa “música de rico” ou “música de pessoas cultas ou chatas”. Creio que existe um grande espaço para o crescimento da

apreciação da música erudita. São mú-sicas que resistiram ao peso do tempo e foram compostas em contextos políticos e culturais distintos e representam gran-des movimentos culturais da história. Será que daqui a 400 anos as pessoas ouvirão as músicas que tocam em nossas rádios nos dias de hoje?

A música tem a característica de unir as pessoas”.

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Você faz a hoje

Saber a opinião dos nossos leitores é fundamental para a consolidação de nosso jornal entre as demais publicações das sociedades médicas. Por este motivo, a SBNHoje oferece nesta nova seção, um espaço para que seus associados, residentes e demais especialistas enviem sugestões, críticas e elogios. Contribua para o fortalecimento de nossa Sociedade e com o desenvolvimento da Neurocirurgia no país e no mundo.

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Título de especialista e divergências com operadoras:

desafios da saúde brasileiraRoberto D’Ávila, presidente reeleito do CFM, fala sobre os temas e

apresenta ações da entidade para sua nova gestão

O Conselho Federal de Medici-na (CFM) é o órgão nacional máximo que possui atribuições constitucionais de fiscalização

e normatização da prática médica.Em mais de 60 anos de história, o

CFM e a categoria médica mudaram muito e, hoje, as atribuições e o al-cance das ações do órgão estão mais amplos, extrapolando a aplicação do Código de Ética Médica e a norma-tização da prática profissional. Atual-mente, o Conselho Federal de Medi-cina exerce um papel político muito importante na sociedade, atuando na defesa da saúde da população e dos interesses da classe médica.

Reeleito em 2012 para um man-dato até setembro de 2014, Roberto Luiz D’Ávila é quem está à frente do CFM. Em entrevista especial para a Revista SBN Hoje, o presidente do CFM relata quais são as propostas para sua nova gestão e aborda duas importantes discussões: a importân-cia de o profissional buscar o título de especialistas em Neurocirurgia junto à SBN e a demora das opera-doras de saúde em aprovarem proce-dimentos cirúrgicos.

SBN Hoje: Quais são as propostas da atual gestão do CFM?

Roberto D’Ávila: As principais pro-postas são continuar nosso trabalho em prol da valorização da Medicina e da defesa da oferta da assistência em saúde com qualidade. Entende-mos que isto deve acontecer nas es-feras pública e privada. O país pre-cisa ter acesso ao atendimento que lhe é prometido e garantido pela Constituição de 1988. Para tanto, serão necessárias ações importantes por partes dos gestores e dos toma-dores. No Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, adotando po-líticas públicas que ofereçam aos médicos condições reais de exercer a Medicina de Norte a Sul, mesmo nas áreas de difícil provimento. Ou seja, com condições de trabalho, rede de referência, apoio de equipes multi-disciplinares, plano de progressão funcional e remuneração adequada. Com os planos de saúde, é neces-sário acabar com o predomínio da lógica econômica no setor. Não acei-tamos que as operadoras continuem a visar ao lucro em detrimento da qualidade da assistência. É preciso

É altamente recomendável

que o neurocirurgião

busque pela sua especialização junto à SBN,

agregando valor não somente ao seu currículo, mas gerando

segurança aos seus pacientes.

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remunerar melhor os médicos e aca-bar com a interferência das empresas na autonomia dos profissionais.

SBN Hoje: Quais são as principais dificuldades encontradas na gestão do CFM?

RD: Não vejo dificuldades. Creio que, hoje, temos uma categoria que busca sua união e tem um discurso afinado. Confio no poder de mobili-zação das nossas entidades e colegas em prol de causas que são comuns. Juntos, podemos virar o jogo e trazer uma nova realidade para a Medicina e a Saúde no país. Claro que isto exigirá tempo, dedicação e empenho, mas estou convicto que estamos no caminho certo.

SBN Hoje: Que legado a gestão atual do CFM pretende deixar para o futu-ro dos médicos e, especificamente, dos neurocirurgiões?

RD: Não vejo como o legado de uma gestão, mas de um conjunto de médi-cos, que estão de braços dados, alinha-dos contra desafios comuns. Espero que os neurocirurgiões de nosso tem-po possam ser lembrados no futuro pelos nossos colegas como aqueles que lutaram e trabalharam pela valoriza-ção do trabalho e do ensino médicos,

pela qualificação da assistência em todos os níveis e pela defesa da ética profissional.

SBN Hoje: Qual é a importância do título de especialista para o neuro-cirurgião?

RD: Nunca a humanidade avançou tanto em tão pouco tempo. Todos os dias, recebemos notícias de descober-tas científicas, do desenvolvimento de equipamentos e da entrada no merca-do de novos medicamentos. Com a internet, as distâncias foram reduzidas a zero. Enfim, num contexto como este, o neurocirurgião, assim como qualquer profissional, deve estar aten-to ao que acontece ao seu redor. Mais que isso: não apenas deve monitorar a evolução, mas deve buscar incorpo-rá-la. Resistir a isso é nadar contra a corrente. Sendo assim, é altamente recomendável que o neurocirurgião busque pela sua especialização junto à SBN, agregando valor não somente ao seu currículo, mas gerando segurança aos seus pacientes.

SBN Hoje: Quais são os problemas gerados pela demora dos planos de saúde em aprovar cirurgias?

RD: As grandes vítimas nessa ação an-tiética praticada pelas operadoras são

Os planos de

saúde rasgaram

seu compromisso

com a assistência

e passaram a

entender que a

manutenção da

lucratividade é

a lógica de sua

existência.

SBN Hoje | 18 |

representantes do CFM, da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Federa-ção Nacional dos Médicos (Fenam), temos articulado – nacionalmente – mobilizações da categoria para mos-trar às operadoras a insatisfação dos médicos com relação à glosa dos pro-cedimentos e aos baixos valores pagos aos profissionais. Com isso, colocamos o tema em pauta, ocupando valiosos espaços na imprensa e nos debates no Congresso e com as autoridades. Além dessa ação militante, também temos buscado o convencimento nos bastido-res, na discussão política nas diferentes esferas, onde sempre apresentamos os argumentos médicos e a necessidade de um novo direcionamento. Sabemos que o processo será longo, mas não vamos esmorecer. A luta precisa e vai continuar.

os pacientes. Infelizmente, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco e, nesse caso, de quem mais precisa. Os planos de saúde rasgaram seu compro-misso com a assistência e passaram a entender que a manutenção da lucra-tividade é a lógica de sua existência. Não compactuamos com isso e busca-mos junto às empresas e à Agência Na-cional de Saúde Suplementar (ANS) a mudança desse comportamento. Em situações como essa, a saúde do pa-ciente deve ser colocada em primeiro lugar, sempre.

SBN Hoje: Como a gestão do CFM pretende agir com relação às dificul-dades encontradas na aprovação de cirurgias pelos planos de saúde?

RD: Por meio da Comissão de Saúde Suplementar (Comsu), composta por

A saúde do

paciente deve

ser colocada em

primeiro ligar,

sempre.

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SBN Hoje | 20 |

Rio de Janeiro sedia o Congresso Brasileiro de

Neurocirurgia em setembro

Conhecido internacionalmen-te por suas belezas naturais e ampla diversidade cultural e geográfica, o Rio de Janei-

ro recebe entre 7 e 12 de setembro de 2012 o 29º Congresso Brasileiro de Neurocirurgia (CBN). O neurocirur-gião que participar de um dos maiores eventos da especialidade, além de atua-lizar os seus conhecimentos em seis dias de programação científica de elevada qualidade, também poderá desfrutar de atrações e pontos turísticos da capi-tal fluminense (Confira o roteiro com sugestões de passeios na página 24).

Porém, o grande apelo turístico e festivo não é o único atrativo para os neurocirurgiões brasileiros. Segundo o presidente do CBN, Marco Aurélio Marzullo de Almeida, que escolheu o Rio de Janeiro como sede do evento, a cidade é apontada como a segunda maior Sociedade Regional de Neuroci-rurgia (SNCRJ). O foco em alta tec-nologia, mediado pela presença de re-ferências internacionais da área – mais de 50 convidados estrangeiros já estão confirmados – será um dos pontos for-tes do evento. “Considerando as ino-vações didáticas atuais, teremos uma grade científica diferente que levará a uma participação mais ativa e prática entre os congressistas, com ênfase em maiores discussões, trocas de experi-ências e aprimoramento profissional”, adianta Marzullo.

Entre os convidados estrangeiros do congresso, destacam-se nomes como Albert L. Rhoton, presidente do Co-legiado da College of Medicine (EUA); Armando Basso, diretor do Departa-mento de Neurocirurgia Universidade de Buenos Aires (Argentina); Bernhard Meyer, presidente do Departamento de Neurocirurgia da Universidade Técnica de Munique (Alemanha); M.J.A. Ma-lessy, professor do Departamento de Neurocirurgia da Leiden University Me-dical Center – LUMC (Holanda); Marc P. Sindou, presidente do Departamen-to de Neurocirurgia da Universidade Claude-Bernard de Lyon (França); Takaomi Taira, presidente da Socie-dade Mundial de Neurocirurgia Este-reotáxica e Funcional (Japão); Vinko V. Dolenc, chefe do Departamento de Neurocirurgia no United Health Care – UHC (Eslovênia); Ugur Türe, pre-sidente do Departamento de Neuroci-rurgia da Yeditepe University School of Medicine, de Istambul (Turquia). (Veja box com os especialistas na página 22).O congresso contará, ainda, com grandes nomes brasileiros de referência na Neurocirurgia. O evento acontecerá no Centro de Convenções Riocentro, eleito nos últimos cinco anos consecu-tivos o melhor centro de convenções da América do Sul pelo World Travel Awards. Com uma área de 571 mil m², por onde estão distribuídos duas áreas externas e cinco diferentes pavilhões,

Teremos uma grade científica

diferente que levará a uma participação

mais ativa e prática entre os

congressistas, com ênfase em maiores discussões, trocas

de experiências e aprimoramento

profissional”. Marco Aurélio Marzullo

de Almeida

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o espaço foi escolhido pela Comissão Executiva do CBN por oferecer uma infraestrutura capaz de comportar va-riados eventos simultaneamente.

“O que esperamos do Congresso? Talvez a resposta mais interessante te-nha sido a do nosso presidente, José Marcus Rotta: ‘Espero encontrar o que eu não consigo ler nos livros e re-vistas’. Existe a necessidade de troca de

Conheça alguns dos convidados internacionais:

Albert L. RhotonPresidente do Colegiado da College of Me-

dicine. Atuou como presidente da Associação Americana de Cirurgiões Neurológicos, da Sociedade Norte-Americana da Base do Crânio, da Sociedade de Neurocirur-gia da Flórida e da Sociedade Internacional para Tecnologia de Neurocirurgia e Invenção de Instrumento. Em 2001, o especialista recebeu duas premiações: a Medalha de Honra da Federação Mundial de Sociedades de Neurocirurgia e o título de ‘Neurocirurgião do Ano’ em 2011 pela Revista Mundial de Neurocirurgia.

Armando BassoPresidente da Federação Mundial de

Sociedades de Neurocirurgia Foundation (WFNSF). Atua como diretor do Departamento de Neuroci-rurgia Universidade de Buenos Aires e da Pesquisa Clínica do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técni-cas (Conicet).

Bernhard MeyerProfessor de Neurocirurgia e presidente

do Departamento de Neurocirurgia da Uni-versidade Técnica de Munique.

M.J.A. MalessyProfessor do Departamento de Neuroci-

rurgia da Leiden University Medical Center (LUMC). Desde 2004 é membro do Comitê de Progra-mada Sociedade Americana de Nervos Periféricos. Em 2008 ele se tornou clínico-científico assessor do Insitute

for Neuroscience para pesquisa de regeneração nervosa. Em 2009 ele se tornou co-presidente da Comissão de Nervo Periférico de Cirurgia da Federação Mundial de Sociedades de Neurocirurgia. Em 2010 tornou-se pre-sidente do Programa Científico da Sociedade Americana de Nervo Periférico.

Marc P. SindouPresidente do Departamento de Neuro-

cirurgia da Universidade Claude-Bernard de Lyon. Atuou na presidência da Sociedade de Neurocirurgia de Língua Francesa (2007-2010).

Takaomi TairaPresidente das sociedades mundial e

japonesa de Neurocirurgia Estereotáxica e Funcional e atua como diretor do Departamento de Neurocirurgia da Universidade Médica de Neurocirurgia Feminina de Tóquio.

Vinko V. DolencChefe do Departamento de Neurocirurgia

no United Health Care (UHC). Em 2007, fundou o Internatio-nal Institute for Neurosurgery and Neuroresearch (lINN),

Seung-Hwan YoonProfessor do Departamento de Neuroci-

rurgia dos Inha University Hospital, Inha Uni-versity, College of Medicine.

Para saber toda a programação do congresso acesse: http://www.neurocirurgia2012.com.br

“Existe a necessidade de troca de experiências pontuais, de disseminação de um conhecimento

que mistura o que há de mais moderno no ponto de vista da prática médica e que não será

encontrado facilmente em publicações”. Ricardo Ribeiro

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experiências pontuais, de dissemina-ção de um conhecimento que mistura o que há de mais moderno no ponto de vista da prática médica e que não será encontrado facilmente em publi-cações: o equilíbrio entre a evidência científica com a experiência do cirur-gião e a satisfação do paciente”, define o coordenador da Comissão Executiva do CBN, Ricardo Ribeiro.

CBN: 54 anos de Congressos realizados

pela SBN

Fundada em 1957, a SBN, co-mandada pelo presidente José Ribe Portugal, organizou o I Congresso Brasileiro de Neurocirurgia no famo-so Hotel Quitandinha, situado em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Desde então, a cada dois anos a SBN viaja pelo país e promove esse

grande encontro, com os principais nomes da especialidade no país e no mundo. O congresso da Sociedade já esteve presente nas principais capitais brasileiras, levando conhecimento e atualização científica ao maior núme-ro possível de neurocirurgiões.

Todas as edições do evento mar-caram os anais da SBN. Alguns fo-ram excepcionais do ponto de vista científico, outros mudaram o curso da história da Sociedade, fornecendo sustentabilidade política e financeira. “Dois momentos foram marcantes: o congresso de Belo Horizonte, em 1982, quando o Dr. Rothon trouxe os primeiros cursos de Microneuroana-tomia e o congresso de Curitiba, em 1996, quando o Dr. Yasargil apresen-tou seus fantásticos vídeos cirúrgicos”, relembra Ricardo Ribeiro.

O Rio de Janeiro já teve a honra de receber o primeiro e mais importan-te evento da Neurocirurgia nacional.

O XXIX Congresso

Brasileiro de

Neurocirurgia será um

momento de júbilo,

quando teremos

a oportunidade de

mostrar o trabalho da

diretoria nesses dois

anos de gestão da

SBN”.

José Marcus Rotta

Reunião Comissão XXIX CBN: (Esq. para dir.) Adolpho Carvalho Filho (Coord. Comissão Científica), Ricardo Ribeiro (Coord. Comissão Executiva), Gustavo Adolpho de Carvalho e Jorge Marcondes (membros da Comissão Executiva). Sentado: Marco Aurélio Marzullo de Almeida (Presidente do XXIX CBN).

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Agora, em 2012, chegou a vez de a capital abrigar esse encontro especial, o XXIX Congresso Brasileiro de Neu-rocirurgia. De acordo com o presiden-te da SBN, José Marcus Rotta, temas como Hemorragia Cerebral e Atenção ao Trauma são alguns dos temas de-batidos pelos convidados que mere-cem destaque. “Estamos trazendo o professor e chefe do Departamento de Neurocirurgia da Universidade do Texas, Raymond Sawaya, que dis-cutirá os aspectos importantes sobre

o tratamento e pesquisas dos tumo-res do cérebro. Outro problema que vamos debater é a Atenção ao Trau-ma. Temos uma epidemia no país de mortes causadas por acidentes de au-tomóveis e motocicletas e precisamos mobilizar os especialistas para discu-tir esse assunto amplamente”.

Com a presença de novos neuroci-rurgiões, a expectativa de público para o Congresso é superior a dois mil partici-pantes, superando a edição anterior, que atraiu 1.600 pessoas, entre especialistas,

convidados e conferencistas. Sem contar que o evento será realizado no Sudeste, região que concentra o maior número de neurocirurgiões no país. Para José Mar-cus Rotta, estar à frente do 29º Congres-so Brasileiro de Neurocirurgia em seu último ano na presidência da Sociedade é um momento mais do que especial. “É um momento de júbilo, quando teremos a oportunidade de mostrar o trabalho da diretoria nesses dois anos de gestão da SBN, um desafi o vencido com muito trabalho e dedicação”, refl ete Rotta.

Bem-vindo ao Rio de Janeiro!

CorcovadoO Cristo Redentor está localizado no

Morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar. A estátua, com 38 metros do monumento (oito no pedestal e 30 na

estátua), é um dos ícones mais reconhecidos da cidade e do Brasil. Recentemente, o monumento foi eleito como uma das

novas sete maravilhas do mundo moderno.

Pão de AçúcarO bondinho (inaugurado em 1912) nas-

ceu para proporcionar a bela vista da Baía de Guanabara. O percurso é constituído por dois trajetos: o primeiro, com 600 metros, chega ao morro da Urca; e o segundo, com 850 me-tros, liga o morro da Urca ao Pão de Açúcar. Em cem anos, o bondinho já levou mais de 30 milhões de passageiros.

Parque Nacional da TijucaEntre os pontos turísticos do parque

estão trilhas, grutas, cachoeiras, a Pedra da Gávea, o Corcovado e o Pico da Tijuca, ponto mais alto do parque, com 1.022 me-tros acima do nível do mar. É o parque mais visitado do país, com 2 milhões visitantes anualmente.

Praia de CopacabanaA “Princesinha do Mar” é a praia

mais famosa do Rio de Janeiro e uma das mais famosas do Brasil e do mundo. A praia de Copacabana é sede de even-tos durante o ano, entre eles o revéillon mais famoso do Brasil, que reúne cerca de de 2 milhões de pessoas.

Jardim BotânicoLocalizado em bairro de mesmo nome, o

Jardim Botânico é uma das mais belas e bem preservadas áreas verdes da cidade. Criado com a chegada da Família Real à cidade em 1808, o Jardim Botânico abriga 6.500 espécies distribu-ídas por 54 hectares. O local também abriga a mais completa biblioteca do país especializada em botânica, com 32 mil volumes.

Lapa Reduto da boemia carioca. Seus bares e

casas de samba são famosos nacional e in-ternacionalmente. A Lapa é hoje um polo de cultura: trupes de teatro, museus e edifícios históricos dão cor e atmosfera para o lugar. E ótimos restaurantes – seja feijoada ou comi-da japonesa – saciam o apetite dos amantes da boa cozinha.

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Esse malfadado

teratoma, chamado

de “segunda opinião”,

forçada pelos tais

planos de saúde, trata-

se da criação do Dr.

Frankenstein. Ou seja,

não é legítima, não

pode existir e não tem

validade, pois fere

princípios fundamentais

da relação médico-

paciente”.

Educação médica

Os brutos também PODEM AMAR

Perde-se muito tempo durante o aguardo pelas autorizações para os procedimentos, praga que aflige esculápios e clientes.

Com isso, sobra-me mais tempo para reflexões. Dessas, uma em especial tem martelado meu cotidiano. Chego à conclusão de que o maior proble-ma da humanidade é o ser humano. Convenhamos, não fosse esse peque-no detalhe (como diria a ex-ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello) ou empecilho, a humanidade até que seria tolerável, não é mesmo?

Não há como discordar disso, diante dos conflitos ocorridos em re-giões como Darf, Congo, Srebrenica, Homs, entre outros, só para citar as obras mais recentes de nossa espécie. De nada adianta o gênio humano progredir nas Tecnologias, nas Ciên-cias e nas Artes, coexistindo com o fedor da bestialidade da qual somen-te nosso gênero é capaz de cometer. Essa singela conclusão, aplicada ao nosso microcosmo médico-neuro-cirúrgico. Vejamos:

Quão melhor seria quando um cliente o procurasse para obter mais opiniões sobre o tratamento da sua doença? Ou que a conduta é uma opção própria? Ou que pretende

Por Sergio Listik, Vice-presidente da Sonesp - Sociedade de Neurocirurgia

de São Paulo

contactá-lo para discutir o caso clíni-co? Mas não, o comum, o rotineiro, que virou senso-comum, é justamen-te achincalhar os colegas. É dizer que a proposta do tratamento é absurda, mortífera e tentar, por todos os meios imagináveis, cooptar com o cliente.

Nos tempos de residência (cursava-a em outra instituição) nos quais man-tinha relações pessoais elegantes, um auditor, perguntado por um infeliz paciente a opinião dos tais planos de saúde, respondeu assim: “Nunca ouvi falar neste nome, nem deve ser da espe-cialidade”. A função do auditor é abso-lutamente deturpada.

Auditar significa verificar se um procedimento de ordem administra-tiva está de acordo com a praxe. Ora, na Medicina há inúmeros procedi-mentos com ampla base na literatura médica. Portanto, frequentemente há um debate salutar. A norma ética que rege a função da auditoria é balizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Ela veio em boa hora, mas o estranho é que nem mesmo quem participou de sua concepção a cum-pre no dia a dia. E os Conselhos? Melhor deixar para lá.

Já esse malfadado teratoma, chama-do de “segunda opinião”, forçada pelos

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tais planos de saúde, trata-se da criação do Dr. Frankenstein. Ou seja, não é legí-tima, não pode existir e não tem valida-de, pois fere princípios fundamentais da relação médico-paciente, na qual nin-guém pode “meter o focinho”, queiram ou não queiram, bolas!

Mas apesar do óbvio, basta o facul-tativo ser convidado a esta “segunda opinião forçada” em troca alguns tos-tões. Logo se vende, abana a cauda, passa a andar de colarinho e gravata, arruma um jaleco bem engomado e pronto, habemus papam, dos nada misericordiosos, diga-se de passagem. Dessa opinião suplementar não reque-rida, no pasaran e viva La Pasionaria!

Além de alguns deles, inclusive co-brarem pela opinião não solicitada, seja ao paciente ou ao médico assistente, o que mais fazem é esculhambar com as condutas antes propostas, denegrindo os colegas, bem como o mais típico “xavecar” dos incautos clientes. Esses, afi nal, são simplórios, nada sabem so-bre Ética, em tudo acreditam, não que-rem saber de colocar a mão no bolso. Só fazem repetir o (por enquanto?), “Obrigado, doutor”.

Soube, por mensagem bitbot, que um certo nosocômio paulistano, des-ses intimamente ligados aos convênios, achou que poderia submeter as solici-tações de cirurgias agendadas a uma

subtraindo-a ao ensino, pesquisa e serviços à comunidade. Que nos res-ta? Em verdade, muito nos resta, sim. Que mal haveria se nos tratássemos melhor? Se nos respeitássemos mais? Se nossas discordâncias ou divergên-cias, por mais abissais que fossem, se externassem com bons argumentos e debates francos?

Que mal haveria em recusarmos empreguinhos e pacotinhos que só de-nigrem a classe? Faltariam dobradiças em nossas moradas eternas? Para que tanta sanha? Assim, neste devaneio, me passa aos olhos a visão daqueles dois colegas, muito conhecidos e até de certa forma invejados por disputa-rem até e menor arruela do “mercado” neurocirúrgico que, encontrando-se no centro operatório, desanda o pri-meiro, a entoar alto e bom som:

“Você jamais vai entenderO amor que eu lhe dei”

Ao que o outro retruca, em plenos pulmões cantantes:

“(...)Minhas lágrimas reclamamElas dizem no meu prantoQue os brutos também amam”

(Os brutos também amam -Agnaldo Timóteo)

espécie de conselho de notáveis, grupo de bubalinos que a quase tudo se opõe e a todos os clientes xaveca. E os Con-selhos? Melhor deixar para lá, afi nal, onde está escrito que tal não possa ser feito? Ou então protocolar: os CRMs só agem por denúncia e quem denun-cia é dedo-duro, nestes tristes tópicos, pior que pedófi lo.

Nem falemos do puxar de tapetes, do oferecimento por bem menos, dos pacotes às operadoras. Nem falemos das covardes facadas nas costas dos velhos companheiros. Fazem um mal danado à espécie. Do conluio pro-fi ssional com os vendedores de in-sumos, no alinhavo do pacto com as operadoras e hospitais. Só menciono en passant pois não desejo dar dor de cabeça a ninguém.

O que falar a quem encontro sema-nalmente por estar de favor em servi-ço no qual estou efetivo e que, ao ver, alhures cicatriz cirúrgica em um clien-te já operado por mim, afi rmou deci-sivamente ao interessado que a incisão “estava errada, tinha de ser no outro sentido” (sic)? Jamais, estando sema-nalmente junto a mim, perguntou-me sobre o caso e suas circunstâncias. En-fi m, que dizer? Como fugir disso?

No meio acadêmico, o puxar de ta-petes e cadeiras é outro, consumindo energia demasiada na sobrevivência,

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SBN Departamentos

Nessa edição, mostramos o Departamento de Radiocirurgia Estereotáxica, apresentado por Leonardo Frighetto, atual coordenador. Conheça um pouco mais sobre esse importante departamento da SBN e como ele atua junto ao governo nas questões que envolvem a área radiocirúrgica

Radiocirurgia Estereotáxica

O Departamento de Radioci-rurgia Estereotáxica da SBN tem como objetivo propor-cionar uma abordagem mul-

tidisciplinar, enfatizando a Radioci-rurgia e a Radioterapia Estereotáxica Craniana e a Radioterapia Estereotá-xica Extracraniana. Além disso, o de-partamento visa à discussão de polí-ticas públicas de Saúde Suplementar, com ênfase na valorização da subes-pecialidade.

Para entender como funciona o De-partamento e quais são seus principais trabalhos, é preciso antes explicar o que é exatamente a Radiocirurgia. Ela caracteriza-se por uma técnica multi-disciplinar de tratamento executada por uma equipe constituída por um neurocirurgião, um radioterapeuta e um físico médico.

A Radiocirurgia Estereotáxica como Técnica Multidisciplinar

A Radiocirurgia é caracterizada por ser uma técnica multidisciplinar de tra-tamento formada por uma equipe espe-cializada constituída por neurocirurgião, radioterapeuta e físico médico. Assim,

como em todos os serviços de referência a nível mundial, recomenda-se que todos os serviços que atuam nesta área sejam constituídos por uma equipe que inclua profissionais destas áreas, preferencial-mente, com formação específica em Ra-diocirurgia.

Na última década, o surgimento de sistemas de radiocirurgia economi-camente viáveis e possíveis de serem integrados aos aceleradores lineares tradicionalmente utilizados para a radioterapia convencional, propiciou um grande aumento do número de centros de radiocirurgia no Brasil e na America Latina. A imensa maioria destes novos centros foi constituída por profissionais capacitados e que buscaram formação em centros de ex-celência no Brasil ou no exterior.

Em função de questões históricas, em algumas clínicas privadas de ra-dioterapia, a participação do neuro-cirurgião se dava somente na fixação do halo craniano. Com a formação de profissionais capacitados e a disponi-bilidade de sistemas que permitem também o tratamento de casos com-plexos de tumores de base do crânio, tumores de hipófise e malformações arteriovenosas cerebrais, este cenário

não é mais aceitável. Em centros aca-dêmicos e de excelência na área esta prática nunca foi utilizada.

Como funciona o Departamento Radiocirurgia

O departamento de Radiocirurgia da SBN funciona como o principal fó-rum e é o orgão de maior representação para o neurocirurgião envolvido na Ra-diocirurgia como subespecialidade.

Devido a característica multidisci-plinar da área, ele não pode substituir ou abolir a existência da Sociedade Bra-sileira de Radiocirurgia, pois nesta área faz-se necessário a existência de outro fórum capaz de congregar neurocirur-giões, radioterapeutas e físicos.

Apesar de fazer parte da Neuroci-rurgia Funcional e Estereotáxica, suas peculiaridades técnicas, operacionais e questões profissionais ímpares torna-ram necessário que fosse criado um de-partamento exclusivo para o desenvol-vimento desta técnica dentro da SBN.

Assim sendo, todos os neurocirur-giões membros da SBN com atuação profissional nesta área são convidados a participar como membro do departa-mento de Radiocirurgia.

Leonardo Frighetto, coordenador do Departamento de Radiocirurgia Estereotáxica

SBN Hoje | 28 |

Objetivo do departamentoO Departamento de Radiocirurgia

da SBN tem como objetivo propor-cionar uma abordagem multidiscipli-nar enfatizando a Radiocirurgia e a Radioterapia estereotáxica craniana e também extra-craniana, oportuni-zando a avaliação e discussão de no-vos conceitos, indicações e resultados clínicos nesta área de atuação. Além disto, visamos à discussão das políti-cas públicas e de saúde suplementar dentro da Radiocirurgia Estereotáxi-ca, com ênfase na valorização desta subespecialidade.

Atuação do Departamento de Radiocirurgia da SBN

Ao assumirmos o departamento em 2011 a convite de nosso presiden-te, José Marcus Rotta, tivemos como nosso primeiro objetivo a divulgação da existência e da importância estra-tégica do mesmo dentro do contexto da Radiocirurgia brasileira atual. A incorporação de novos sócios foi fun-damental, proporcionando um inte-resse maior dos neurocirurgiões en-volvidos nesta subespecialidade pelo crescimento do departamento.

Nosso objetivo principal para o ano de 2012 é estender a discussão das dificuldades atuais da Radioci-rurgia junto a Sociedade Brasileira de Radiocirurgia, aos órgãos gover-namentais e às fontes de pagamento públicas e privadas para a regulamen-tação do papel do neurocirurgião que atua nesta área.

Na esfera científica, o departa-mento tem como foco no corrente ano a realização do Congresso Bra-sileiro de Radiocirurgia, programado para o próximo mês de Novembro na cidade de Florianópolis (SC), sendo Marcelo Linhares, membro do de-partamento, como seu organizador principal.

Caso não mantivermos esta mo-bilização, poderemos ver esta área inicialmente criada e desenvolvida por neurocirurgiões fora da gama de opções profissionais para o neuroci-rurgião do futuro.

Os desafios do departamento

A Radiocirurgia Estereotáxica não é reconhecida como uma subespecia-lidade ou área de atuação do neuro-cirurgião. Sendo assim, o médico que completa sua residência em Neuro-cirurgia e busca aperfeiçoamento na área por mais dois anos não tem os mesmos privilégios legais de um mé-dico que conclui a residência em Ra-dioterapia, mesmo em um serviço que não dispõem de Radiocirurgia durante a formação do residente. Esta situação reflete-se na discussão com as fontes pagadoras. Com isto, deveria ser uma exigência legal para a autorização do procedimento de Radiocirurgia a pre-sença da equipe multidisciplinar cons-tituída pelo neurocirurgião, radiotera-peuta e físico médico.

O departamento

visa à discussão de

políticas públicas

e de saúde

suplementar dentro

da Radiocirurgia

Estereotáxica

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JurídicaOrientação

por Dr. Roberto GodoyNeurocirurgião e advogado

A conduta médica após o diagnós-tico de morte encefálica merece considerações, pois nem sempre é de fácil decisão.

Nesse sentido, há uma Resolução, de nº 1.826/2007, e um Parecer, de nº 12/98, cujos teores merecem ser transcritos integralmente. Chama-se a atenção para a fundamentação da reso-lução, cujo texto segue ao da mesma.

Resolução CFM nº 1.826/2007

Art. 1º É legal e ética a suspensão dos procedimentos de suportes tera-pêuticos quando determinada a morte encefálica em não doador de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fi ns de transplante, nos termos do dis-posto na Resolução CFM nº 1.480, de 21 de agosto de 1997, na forma da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.

§ 1º O cumprimento da decisão mencionada no caput deve ser pre-cedida de comunicação e esclareci-mento sobre a morte encefálica aos familiares do paciente ou seu repre-sentante legal, fundamentada e regis-trada no prontuário.

§ 2º Cabe ao médico assistente ou seu substituto o cumprimento do ca-put deste artigo e seu parágrafo 1º.

Após o diagnóstico de

Art. 2º A data e hora registradas na declaração de óbito serão as mesmas da determinação de morte encefálica.

Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

Fundamentação da Resolução CFM nº

1.826/07

“Houve um tempo em que nosso poder perante a morte era muito peque-no. E, por isso, os homens e as mulheres dedicavam-se a ouvir a sua voz e podiam tornar-se sábios na arte de viver. Hoje, nosso poder aumentou, a morte foi defi nida como inimiga a ser derrotada, fomos possuídos pela fantasia onipoten-te de nos livrarmos de seu toque. Com isso, nós nos tornamos surdos às lições que ela pode nos ensinar. E nos encon-tramos diante do perigo de que, quanto mais poderosos formos perante ela (inu-tilmente, porque só podemos adiar), mais tolos nos tornaremos na arte de viver”. (Rubem Alves, O Médico)

A morte encefálica equivale à mor-te clínica. Portanto, do ponto de vista ético e legal, após seu diagnóstico é dever do médico retirar os procedi-mentos de suporte que mantinham

artifi cialmente o funcionamento dos órgãos vitais utilizados até o momen-to de sua determinação. A suspensão desses recursos não é eutanásia nem qualquer espécie de delito contra a vida, haja vista tratar-se de pacien-te morto e não terminal. O médico deverá, também, informar, de modo claro e detalhado, aos familiares ou representante legal, o falecimento do paciente, bem como preencher a declaração de óbito − caso esse não tenha sido ocasionado por meio vio-lento − para as devidas providências pertinentes ao sepultamento.

Às vezes, causa perplexidade aos familiares do morto o fato de o corpo ainda estar quente e apresentar bati-mentos cardíacos, o que contrasta com a algidez (frialdade) e ausência de ba-timentos cardíacos, sinais clássicos da morte, mas que é explicado pela manu-tenção de suporte ventilatório e medi-camentos inotrópicos.

Contudo, a irreversibilidade da morte encefálica autoriza, legal e eti-camente, o médico a retirar o suporte terapêutico utilizado até o momento de sua determinação.

O CFM reconhece que a sociedade não está devidamente familiarizada com este tema, o que gera ansiedade, dúvidas e receios, mas que o mesmo

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deve ser enfrentado de modo com-preensivo, humano e solidário.

Por essas razões, justifi ca-se a edi-ção desta resolução, que permitirá a discussão ética, moral e legal da sus-pensão de tratamento desnecessário e oneroso, encarando a morte como complemento da vida e não inimiga a ser derrotada a qualquer custo.

Parecer CFM nº 12/98

A constatação da morte encefáli-ca nos termos da Resolução CFM Nº 1.480/97 tem a sua maior motivação e aplicabilidade nos casos de transplantes de órgãos, em vista da necessidade de re-tirada dos mesmos antes que se instale a degradação hemodinâmica que venha a comprometer o seu aproveitamento.

Assim, por exemplo, o descompasso entre a oferta e a demanda de leitos de terapia intensiva gera situações em que mesmo sem a perspectiva de transplante, a verifi cação de morte encefálica em um paciente permitirá a utilização daquele lei-to de UTI por outro paciente ainda viável quanto à sobrevida. Igual preocupação também se aplica ao prolongamento da dor que se impõem aos familiares dos pa-cientes em morte encefálica, submetidos a uma espera infrutífera que tem apenas um inexorável desfecho: a parada cardíaca.

Nesses casos, indaga-se: têm os médicos o poder/dever de suspender a terapêutica de suporte? Necessitam de concordância da família? E se a família não concordar?

Sobre o tema, existe manifestação deste Conselho Federal, no Parecer nº 27/90, abaixo transcrito em parte:

“Quando um paciente for conside-rado em “Morte Encefálica”, portanto considerado em óbito, o médico respon-sável pelo paciente, antes da suspensão dos meios artifi ciais de sustentação de funções vegetativas, deverá comunicar o fato à família, para que a mesma possa ter tempo até de questionar o diagnós-tico, pois essa prática ainda não entrou claramente na cultura do povo, e possa até solicitar outro profi ssional para con-fi rmar o diagnóstico”.

Pensamos ser esta a conduta acertada frente a estas situações: explicar a famí-lia a ocorrência e o signifi cado da morte encefálica e a total impotência da Medi-cina em reverter tal condição. A partir de então, prolongar os cuidados passa a confi gurar injustifi cável obstinação tera-pêutica, sem qualquer benefício para o “paciente” ou sua família.

Fica ainda uma questão: se a família recusar-se a aceitar a interrupção dos cuidados, ainda que tal posição tenha sido referendada pelo médico de sua confi ança, têm os médicos assistentes

o poder de interrompê-los? Pensamos que sim, pois a verifi cação da morte por quaisquer critérios é um ato de compe-tência do médico. No entanto, deverão ter os médicos a sensibilidade para que este seu poder não venha a constituir-se em uma causa adicional de dor àqueles que já passam pelo sofrimento da perda de um ente querido e que devem encon-trar no médico uma mensagem de alívio e solidariedade.

O assunto, porém, continua polêmi-co. Estão envolvidas questões de ordem social, de ordem religiosa e de ordem ética. Cada médico deve ter a sensibili-dade para tomar decisões de acordo com o caso particular e com sua consciência.

Como referido no Parecer, não se trata de eutanásia, ou seja, de abreviar a vida do paciente. Essa condição é cri-me previsto no Código Penal, além de constar no Código de Ética. O artigo 41 veda ao médico abreviar a vida de uma pessoa ainda que a seu pedido. No parágrafo único desse artigo há a recomendação quanto a doentes ter-minais ou incuráveis. O médico deve manter cuidados paliativos, evitando sofrimento do paciente, mas sem atos desnecessários ou obstinados, sempre respeitando a vontade do paciente ou representante legal.

O CFM reconhece que a sociedadenão está devidamente familiarizada

com este tema, o que gera ansiedade,dúvidas e receios, mas que o mesmo deve

ser enfrentado de modo compreensivo, humano e solidário.

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Dicas de Viagens

Londres:viagem ao passado e ao futuro

Sede dos Jogos Olímpicos de 2012, Londres é um dos princi-pais pontos turísticos do mundo.

Isso porque a cidade tem atrações tu-rísticas para todos os gostos. O grande centro econômico divide espaço com os grandes monumentos históricos do Reino Unido. Tomar chá às 17h, an-dar no ônibus de dois andares, usar a cabine telefônica vermelha e andar no táxi preto são apenas algumas das atra-ções mais características da capital da Inglaterra.

Aos viajantes mais tradicionais, Lon-dres oferece grandes construções históricas,

como o Palácio de Buckingham, residência oficial da família real. A melhor época para as visitas são entre agosto e setembro, quando a família real permite a entrada dos turistas. Já a famosa troca da guarda acontece às 11h30 da manhã de maio a julho, todos os dias, e nos meses restantes em dias alternados. Outro lugar que não pode deixar de ser visitado é o Palácio de Westminster, lar do imponente relógio Big Ben. O local está aberto para visitas guiadas aos sábados e durante o meio do ano.

A Torre de Londres talvez seja o lu-gar que mais abrigue histórias, ela foi

construída há mais de 900 anos para proteger a cidade. Lá, os visitantes po-dem ver a coleção de armaduras dos reis da Inglaterra e as joias da coroa. Ao lado da Torre de Londres, fica a Tower Brigde, famosa ponte inaugurada em 1894. Atualmente, as passarelas da ponte foram fechadas e abrigam uma exposição que conta a história do monumento.

Mesmo os menos religiosos não podem deixar de ir à Abadia de Westminster. Local de coroação da monarquia inglesa e do casamento do Príncipe William com Kate Middleton. Além disso, Geoffrey Choucer, William

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Shakespeare, Sir Isaac Newton e Charles Darwin estão sepultados lá.

Os turistas mais animados gostarão de passear pela Camden Town, lar de per-sonalidades como os cantores Morrissey e Amy Winehouse. O bairro é famoso pelo seu mercado que vende absoluta-mente de tudo: comida, roupas antigas e quinquilharias de todo tipo. Os locais do bairro também chamam a atenção com seus cabelos coloridos, piercings e tatuagens por todo corpo.

Quem vai a Londres em busca de celebridades precisa ir ao Museu de Cera Madame Tussauds. Grandes estrelas do mundo artístico foram

retratadas em estátuas de cera perfei-tas e em tamanho real. Apesar de ser um passeio mais caro, os turistas po-dem ser fotografados ao lado de seus “ídolos”. Vale apena pela diversão.

Outro passeio que encanta os turistas é a London Eye, terceira maior roda gi-gante do mundo. Inicialmente, foi cons-truída para comemorar a virada do milê-nio, mas acabou se tornando um marco para a cidade e um dos pontos turísticos mais disputados. Existem diversos tipos de ingresso para o passeio, inclusive uma opção para casais, que inclui champanhe e bombons. A atração funciona diaria-mente entre 10h e 20h30.

É claro que no país do futebol, uma visita ao Estádio de Wembley não po-deria ficar de fora. Reviver os triunfos e tragédias do futebol inglês, visitar o vestiário da seleção nacional e levantar uma réplica da taça da Copa do Mun-do da Inglaterra é para tirar o fôlego de qualquer amante do esporte.

Londres é um espaço urbano, al-ternativo e com uma grande diversi-dade cultural, ao mesmo tempo em que é uma cidade tradicional, lar da família Real, com grandes palácios, fortes e museus. Ideal para as férias de todo tipo de pessoa, em qualquer época do ano.

1) Apresentação da guarda real; 2) Vista de Londres com o Big Ben ao fundo; 3) Fachada do Museu de História Natural

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Almanaque Cultural

Teatro

Um violinista no telhado Pai de cinco filhas, o rústico Tevye, interpretado por José

Mayer, é o leiteiro de um vilarejo judeu encravado na Rússia Czarista. Sempre em conflito para sobreviver e honrar as tradi-ções religiosas, ele enfrenta problemas tanto dentro – as filhas se rebelam contra os casamentos arranjados – quanto fora de casa, em uma época que ataques russos expulsariam milhões de judeus da região.

Teatro Alfa | Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722 – Santo Amaro - (11) 5693-4000 - Quintas, às 21h. Sextas, às 21h30. Sábados, às 17h e 21h. Domingos, às 17h. Ingressos entre R$ 40 e R$ 200. Até 15 de julho.

90 anos depois, a Semana de Arte ModernaO Palácio dos Bandeirantes, ícone histórico da cidade de

São Paulo, abriga a exposição “90 anos depois - A Semana de Arte Moderna”. A mostra gratuita reúne 80 obras do Acervo Artístico Cultural dos Palácios e dá destaque para o quadro A Ventania (1915), de Anita Malfatti, e Operários, de Tarsila do Amaral. Além das duas artistas, a exposição conta com obras de Di Cavalcanti, Livio Abramo, Benedicto Calixto, Pedro Alexandrino, entre outros.

Palácio dos Bandeirantes | Avenida Morumbi, 4.500, Morumbi São Paulo – (11) 2193-8282. De terça a domingo, das 10h às 17h. A entrada é gratuita. Até 29 de julho.

Exposição

Sete dias com Marilyn(My week with Marilyn, Reino Unido, 2011)

A musa Marilyn Monroe está em Londres pela primeira vez para filmar O príncipe encantado. Colin Clark, o jovem assistente do prestigiado cineas-ta e ator Laurence Olivier, sonha ape-nas em se tornar um diretor de cine-ma, mas logo viverá um romance com a mulher mais sexy do mundo. O que começa com uma aventura amorosa mudará a vida do ainda inocente Colin e revelará uma das várias facetas de um dos maiores mitos do século XX. Com Michelle Williams e Eddie Redmayne. Direção de Simon Curtis.

A Pele que Habito(La Piel Que Habito, Espanha, 2011)

Desde que sua esposa foi queimada em um acidente de carro, o cirurgião plástico Robert Ledgard interessou-se em criar uma nova pele com a qual ele po-deria tê-la salvo. Depois de 12 anos, ele consegue criar uma pele que é um ver-dadeiro escudo contra qualquer forma de agressão. Além de estudo e experimenta-ção, Robert precisava de mais três coisas: nenhum escrúpulo, um cúmplice e uma cobaia humana. Marília, a mulher que cuidou dele desde a sua infância, é sua mais fiel cúmplice, ao contrário da cobaia humana. Com Antonio Banderas e Elena Anaya. Direção de Pedro Almodóvar.

O mundo à mesa: preceitos, mitos e tabus da Gastronomia(Chef Kumale, Editora Saberes)

No mundo todo, os momen-tos mais signifi-cativos da vida da gente se dão em torno de uma mesa. Por meio de uma curiosa viagem gastronô-mica pelos cinco

continentes, o chef Kumalè mostra como o mundo se comporta à mesa. Uma obra inédita e indispensável não apenas para profissionais, estudantes e amantes da Gastronomia, mas também para todos os leitores curiosos e interessados em conhe-cer melhor os costumes alimentares dos comportamentos e das culturas diferen-tes para as nossas mesas.

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