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ASSESSORIA DE JUVENTUDE | MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO BRASÍLIA 28 E 29 MARÇO 2016 DOCUMENTO FINAL 2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL + PROPOSTAS ESTRATÉGICAS E PRIORIZADAS + RELAÇÃO DE DELEGADOS/AS ELEITOS/AS + REGULAMENTO DA CONFERÊNCIA + CARTAS E MOÇÕES

2ª CNATER Juventude - Documento Final

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Page 1: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

ASSESSORIA DE JUVENTUDE | MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

BRASÍLIA 28 E 29 MARÇO 2016

DOCUMENTO FINAL

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL

+ PROPOSTAS ESTRATÉGICAS E PRIORIZADAS

+ RELAÇÃO DE DELEGADOS/AS ELEITOS/AS

+ REGULAMENTO DA CONFERÊNCIA

+ CARTAS E MOÇÕES

Page 2: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL

SUMÁRIO

PROPOSTAS ESTRATÉGICAS E PRIORIZADAS

EIXO 1 ... 3

EIXO 2 ... 5

EIXO 3 ... 6

DELEGADOS/AS ELEITOS/AS ... 8

REGULAMENTO DA CONFERÊNCIA ... 9

CARTAS E MOÇÕES ... 14

Page 3: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

PROPOSTAS - EIXO 1 Sistema Nacional de ATER

Fortalecimento Institucional, Estruturação, Gestão, Financiamento e

Participação Social

PROPOSTAS ESTRATÉGICAS (PRIORIZADAS NOS GRUPOS)

1. Garantir que o município, estado e União tenham estrutura pública estatal de qualidade com dotação orçamen-

tária para custear, fomentar, ampliar e articular ações para atender os princípios da agroecologia e da economia

solidária.

2. Garantir a participação da juventude do campo, das águas e das florestas e dos PCTs no controle social, garan-

tindo o mínimo de 20% de participação nos espaços de decisão, conselhos, comitês, colegiados territoriais, con-

ferências e demais espaços do Sistema de ATER, prevendo mecanismos de participação inclusive na ANATER.

3. Garantir chamadas de ATER para o campo, povos tradicionais das florestas e das águas, tendo edital específico

para jovens e jovens mulheres, levando em conta as demandas de cada região, especificando a produção e ga-

rantindo a avaliação real do custo Brasil na especificação das chamadas públicas.

4. Garantir que a política nacional de ATER priorize jovens do campo, das águas e das florestas e egressos/as das

escolas de formação por alternância, PRONERA e técnicos/as que sejam indicados/as pela comunidade como

profissionais das áreas de formação e extensão dentro das chamadas de ATER.

5. Fortalecer os conselhos municipais e colegiados territoriais com recurso federal específico para a manutenção

dos mesmos, possibilitando a avaliação anual dos serviços prestados pelas ATERs, bem como o cumprimento da

Lei 11.947/2009, tendo na comissão de avaliação em sua composição o mínimo de 30% de jovens, além da im-

plantação de canal de ouvidoria para sugestões e reclamações de beneficiários/as.

6. Assegurar que as chamadas públicas de ATER apresentem planos de execução considerando o zoneamento am-

biental e produtivo, assim como os conhecimentos tradicionais, sendo elaborado coletivamente com a partici-

pação dos/as atores/as locais, colegiados territoriais, terras indígenas e quilombolas e demais territórios de ou-

tros povos e comunidades tradicionais, unidades de conservação e assentamentos rurais.

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 3

Page 4: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

PROPOSTAS - EIXO 1 Sistema Nacional de ATER

Fortalecimento Institucional, Estruturação, Gestão, Financiamento e

Participação Social

PROPOSTAS PRIORIZADAS (PÓS-PLENÁRIA)

7. Criar e implantar um sistema unificado especializado de ATER, garantindo formação continuada dos/as agentes

de ATER, voltados a produção agroecológica/sustentável e que adote boas práticas de ATER com procedimen-

tos operacionais específicos para os/as agricultores/as familiares, povos de floresta e das águas e comunidades

tradicionais com previsão nos planos de desenvolvimento territorial, estadual e nacional. (32 votos)

8. Garantir recursos financeiros na ANATER para a execução, contratação e continuação dos serviços das entidades

de ATER para o bom emprego dos trabalhos na agricultura familiar, assim não ocorrendo a interrupção dos ser-

viços prestados. (22 votos)

9. Criar e ampliar o acesso das tecnologias de comunicação no meio rural que viabilize a inserção da juventude do

campo, das águas e das florestas no sistema de ATER, a exemplo do sistema GESAC, garantindo a permanência

do/a jovem no campo. (9 votos)

10. Garantir que as chamadas públicas de ATER tenham uma comissão de beneficiários/as (mínimo 30% de jovens)

para avaliação semestral dos serviços prestados e a cada ciclo anual os resultados devem ser apresentados ao

conselho municipal ou colegiado territorial, bem como deve ter um canal de ouvidoria para sugestões e recla-

mações dos/as beneficiários/as. (6 votos)

11. Instituir um sistema nacional de desenvolvimento agrário que integre o MDA, secretarias estaduais e municipais,

sindicatos dos trabalhadores rurais, empresas públicas e privadas de ATER e ONGs com garantia de recursos

para assistência técnica com assessoria assegurada para jovens, mulheres e PCT. (6 votos)

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 4

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PROPOSTAS - EIXO 2 ATER e Políticas Públicas para a Agricultura Familiar

PROPOSTAS ESTRATÉGICAS (PRIORIZADAS NOS GRUPOS)

1. Garantir a emissão da DAP para jovens, especialmente de PCTs, assentados/as e mulheres por órgãos devida-

mente capacitados, com o objetivo de viabilizar o acesso às políticas públicas voltadas à agricultura familiar

(ATER, PAA, PNAE, habitação rural, etc).

2. Garantir a vinculação da prestação do serviço de ATER aos financiamentos dos projetos produtivos agroecológi-

cos das/dos jovens do campo, das águas e das florestas.

3. A ATER deverá atuar para ampliar a participação da agricultura familiar nos programas de compras públicas,

feiras locais e territoriais e iniciativas de agroindustrialização, buscando fortalecer o protagonismo da juventude

do campo, das águas e das florestas nessas atividades.

4. Criar um cadastro único da Agricultura Familiar que atenda as especificidades dos/as jovens do campo, das

águas e das florestas e PCTs de modo que possam ter acesso ao conjunto das políticas públicas, inclusive ATER.

5. Garantir uma ATER específica para o cooperativismo e comercialização que tenha como público alvo os/as jo-

vens do campo, das águas e das florestas, mulheres e PCTs e que possa propor uma forma de inspeção sanitária

diferenciada para a agricultura familiar e PCT.

PROPOSTAS PRIORIZADAS (PÓS-PLENÁRIA)

6. Garantir que as chamadas de ATER de jovens do campo, das águas e das florestas tenham recursos financeiros

para ações de fomento para projetos coletivos e individuais com continuidade e recursos, de acordo com as

necessidades dos grupos beneficiários, interligando as demais políticas públicas. (30 votos)

7. Priorizar o atendimento das mulheres jovens, jovens PCT e jovens LGBT, nas chamadas de ATER como beneficiá-

rios e prestadores de serviços garantindo que as/os agentes de ATER desenvolvam papel educativo e mobiliza-

dor das políticas para a juventude do campo, das florestas e das águas. (19 votos)

8. Assegurar que os contratos de concessão de uso e titulação da terra, realizado por todos os órgãos de regulari-

zação fundiária, incluam os nomes dos/as filhos/as que integram a unidade familiar de produção daquele lote.

(18 votos)

9. Garantir que a DAP Jovem passe a ser uma categoria de DAP que permita o acesso ao conjunto das politicas

públicas, inclusive ATER, respeitando a idade de 16 a 29 anos independente de estado civil, posse da terra e

contrato de comodato e suas emissões deverão também acontecer através do arranjo de mutirões do PNDTR.

(15 votos)

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PROPOSTAS - EIXO 3 Formação e Construção de Conhecimento na ATER

PROPOSTAS ESTRATÉGICAS (PRIORIZADAS NOS GRUPOS)

1. Garantir na formação dos/as jovens extensionistas a interação entre as instituições de ensino/instituições públi-

cas prestadoras de ATER por meio de estágio de vivência nas comunidades rurais, quilombolas, indígenas e as-

sentamentos da reforma agrária com bolsa de estudos, residência rural, de modo a garantir a atuação e perma-

nência dos/as jovens do campo, das águas e das florestas em suas comunidades.

2. Incentivar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias sociais para a agricultura familiar, a partir

de metodologias que reconheçam os saberes tradicionais e garantam sua difusão na agricultura familiar.

3. Que seja princípio central da política de ATER e na formação dos/as extensionistas, com a criação de programas

formativos, o reconhecimento e valorização dos saberes tradicionais e populares, especialmente em relação aos

povos e comunidades tradicionais nas terras e territórios tradicionalmente ocupados, criando espaço para troca

de saberes, viabilizando jovens, mulheres e idosos.

4. Garantir a revisão das grades curriculares junto ao MEC dos cursos de graduação das áreas de agrárias, licencia-

turas e nas escolas agrotécnicas, incluindo e fortalecendo disciplinas e conteúdos voltadas para a agricultura

familiar, reforma agrária, agroecologia e produção de alimentos saudáveis. Desenvolvendo junto a comunidade

acadêmica, orientações e conteúdos básicos para os cursos que incluem, por meio da extensão rural, saberes da

agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais abordando, por exemplo, Agroecologia, Educação no/do

campo, etnodesenvolvimento.

5. Fortalecimento da formação dos/as jovens do campo, das águas e das florestas com base na educação do cam-

po e com matriz agroecológica, fortalecendo as CEFFAS e cursos de Licenciatura em educação no campo com

reconhecimento pelo MEC dos projetos políticos pedagógicos e matrizes curriculares com atualização nas gra-

des que envolvam a agricultura familiar abarcando os/as jovens beneficiários e extensionistas, atuantes ou não,

levando em consideração toda a diversidade existente no campo, águas e florestas, etnia, raça, identidade de

gênero, orientação sexual, religiosa, diversidade cultural e acessibilidade.

6. Reservar 20% das vagas da equipe técnica para jovens sem experiência em ATER sem diminuir a pontuação da

entidade executora, entendendo a atuação na ATER como processo de aprendizado.

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 6

Page 7: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

PROPOSTAS - EIXO 3

PROPOSTAS PRIORIZADAS (PÓS-PLENÁRIA)

7. Tornar as entidades da sociedade civil com experiência em formação agroecológica com pedagogia da alter-

nância ofertantes do PRONATEC Campo. (24 votos)

8. Integrar a política nacional de ATER com as escolas públicas (municipais, estaduais, federais) nos diversos níveis,

na perspectiva da educação contextualizada, evitando o fechamento das escolas do campo. (17 votos)

9. Através de um trabalho integrado e articulado entre entidades de pesquisas como os órgãos federais, esta-

duais e municipais e as diferentes instituições de ATER, proporcionar formação continuada para os/as agen-

tes de ATER, além de promover a divulgação, encontros de trocas de experiências e conhecimentos e dissemina-

ção de tecnologias sociais, respeitando as diversidades regionais. (15 votos)

10. Priorizar e até pontuar nas disputas/editais de ATER que sejam priorizadas equipes com técnicos/as residentes

na comunidade, que conheçam a realidade local, e que isso dispense a necessidade de experiência profissional,

quando isso for um fator limitante. (9 votos)

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL

Formação e Construção de Conhecimento na ATER

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Page 8: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

DELEGADOS/AS ELEITOS/AS

TITULAR

1. Ângela Ferreira (PA)

2. Cláudia Back (SC)

3. De Silva (MT)

4. Diego Limberger (RS)

5. Evandro Santana (MT)

6. Jailson Mendes (MA)

7. Juciara Furquim (SP)

8. Lauro Cassa (ES)

9. Leila Santos (PI)

10. Leno Machaive (RR)

11. Lilia Ramos Oliveira (AP)

12. Lucas Quelin (PR)

13. Luiz Filho (PE)

14. Marco Túlio Cavalcanti (AL)

15. Marielle Silva (AL)

16. Marta Tipuici (MT)

17. Naiara Oliveira Silva (MG)

18. Sérgio Garcia Wara (AM)

19. Tiago Marinho (MG)

20. Valéria Pôrto (BA)

SUPLENTE

Flávia Ribeiro (PA)

Janice Müller Küster (SC)

Douglas Cenci (RS)

-

Priscila Vasconcelos (PB)

Sheila Noele (RO)

Antônia Maria (PA)

Rafael Batista (PR)

-

Bruno Medeiros (RN)

Regilane Alves (CE)

Kézia Silva (MT)

Del Wekelenson (RR)

André Krykhtine (RJ)

Gréssi de Santana (SE)

GÊNERO

Feminino

Feminino

Feminino

Masculino

Masculino

Masculino

Feminino

Masculino

Feminino

Masculino

Feminino

Masculino

Masculino

Masculino

Feminino

Feminino

Feminino

Masculino

Masculino

Feminino

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 8

Page 9: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

REGULAMENTO DA CONFERÊNCIA

2ª Conferência Temática Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e Reforma Agrária

para Juventude – 2ª CNATER para Juventude

“ATER, agroecologia e alimentos saudáveis”

CAPÍTULO I

DA FINALIDADE, ABRANGÊNCIA E COMPOSIÇÃO

Art. 1º Este regulamento tem por finalidade definir as regras de funcionamento da 2ª Conferência Temática Nacio-

nal de ATER para Juventude, em conformidade com o que disciplina o Regimento Interno da 2ª CNATER.

Art. 2º A Conferência Temática é composta por 160 participantes definidos pela Comissão Organizadora Nacional

Temática nos Comunicado nº 03 e n° 08 definidos em reunião do Comitê Permanente de Promoção de Políticas

para a Juventude Rural do CONDRAF.

§ 1º Deve ser garantida a participação de entidades representativas dos diferentes segmentos da agricultura famili-

ar vinculadas às pautas da juventude rural, Comitê Permanente de Promoção de Políticas para a Juventude Rural do

Condraf (CPJR/Condraf), empresas públicas e privadas prestadoras de ATER, jovens acompanhadas/os por ATER,

jovens de povos e comunidades tradicionais, jovens dos territórios rurais e atuantes nos Comitês de Juventude dos

Territórios, representantes das áreas do MDA e Incra e pesquisadoras/es vinculados à temática de ATER para a ju-

ventude.

§ 2º Os participantes da Conferência Temática se distribuem em três categorias:

I – Participantes com direito a voz e voto;

II – Convidadas e convidados com direito a voz;

III – Observadoras e observadores sem direito a voz e voto.

CAPÍTULO II

DOS OBJETIVOS

Art. 3º A Conferência Temática de Juventude da 2ª CNATER tem por objetivo ampliar e aprofundar o debate sobre

os Eixos da 2ª CNATER a partir do olhar das juventudes do campo, das águas e das florestas, bem como das/os jo-

vens extensionistas e estudantes que serão futuras/os extensionistas, além de subsidiar a etapa nacional da 2ª CNA-

TER com a formulação de propostas e a eleição de delegadas/os jovens.

CAPÍTULO III

DOS DOCUMENTOS

Art. 4º A Conferência Temática tem como referência o Documento Orientador da 2ª CNATER para Juventude e de-

mais documentos oficiais da 2ª CNATER.

Parágrafo Único. Serão debatidas e aprovadas as proposições relativas aos seguintes eixos temáticos da 2ª CNATER:

I – Sistema Nacional de ATER – Fortalecimento Institucional, Estruturação, Gestão, Financiamento e Participação

Social;

II – ATER e Políticas Públicas para Agricultura Familiar;

III – Formação e Construção de conhecimento na ATER.

Além dos eixos transversais de jovens mulheres rurais e de jovens de Povos e Comunidades Tradicionais.

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 9

Page 10: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

CAPÍTULO IV

DA REALIZAÇÃO

Art. 5º A Conferência Temática de Juventude será realizada nos dias 28 e 29 de março de 2016 no município: Brasí-

lia-DF, e seguirá a programação constante em anexo, neste regulamento.

CAPÍTULO V

DA COORDENAÇÃO

Art. 6º A coordenação dos trabalhos da Conferência Temática de Juventude é de responsabilidade do Comitê Per-

manente de Promoção de Políticas para a Juventude Rural do CONDRAF e da Assessoria de Juventude do Ministério

do Desenvolvimento Agrário do Governo Federal, que compõem a Comissão Organizadora Temática.

Parágrafo Único. No apoio da Comissão Organizadora Temática há uma equipe responsável pela metodologia e

facilitação e outra pela sistematização com o objetivo de sistematizar e organizar as proposições dos grupos de

trabalho para serem aprovadas em Plenário.

CAPÍTULO VI

DO CREDENCIAMENTO

Art. 7º O credenciamento das/os participantes, convidadas e convidados, observadoras e observadores será feito

entre 08 horas e 18 horas do dia 28 de março de 2016 no local de realização da conferência temática.

Parágrafo Único: Cada participante receberá, no ato do credenciamento, o crachá de identificação.

CAPÍTULO VII

DA ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

Art. 8º As atividades da Conferência Temática serão organizadas da seguinte forma:

I - Painel “Balanço: ATER e juventude, avanços e desafios”;

II - Abertura;

III - Apresentação do Documento Orientador;

IV - Apresentação da metodologia do evento;

V - Aprovação deste Regulamento;

VI - Debate, elaboração e priorização das proposições nos grupos;

VII - Plenárias autogestionadas;

VIII - Painel “O campo que queremos: ATER e o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural”

IX - Plenária final: aprovação e priorização das proposições;

X - Eleição de delegadas e delegados para a 2ª Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural;

XI - Após a realização da Conferência Temática, a Comissão Organizadora Temática deverá elaborar o Documento

Temático contendo o registro das atividades, as proposições aprovadas, entre as quais, as proposições enviadas

para a Conferência Nacional.

SEÇÃO I

DA ABERTURA OFICIAL

Art. 9º A Conferência Temática será instalada oficialmente com a composição de uma mesa de abertura que deverá

contar com a participação de autoridades representativas do poder público e da sociedade civil e coordenada pela

Comissão Organizadora Temática. Na oportunidade serão apresentados os objetivos da 2ª CNATER, da Conferência

Temática e os resultados esperados.

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 10

Page 11: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

SEÇÃO II

DA APRESENTAÇÃO DO DOCUMENTO ORIENTADOR

Art. 10. Será apresentada uma síntese do Documento Orientador destacando a metodologia da conferência e os

temas geradores do debate para a formulação de proposições.

SEÇÃO III

DA APROVAÇÃO DO REGULAMENTO

Art. 11. A aprovação do regulamento da Conferência Temática será realizada em sessão plenária coordenada pela

Comissão Organizadora Temática.

SEÇÃO IV

DA METODOLOGIA E DOS GRUPOS DE TRABALHO

Art. 12. Serão organizados três grupos de trabalho em torno dos eixos temáticos e que debaterão também os eixos

transversais da 2ª CNATER. Na composição dos grupos, deve-se assegurar a paridade de gênero, a diversidade, a

representatividade e, quando possível, a cota mínima de 20% de Povos e Comunidades Tradicionais.

Art. 13. Cada grupo contará com um/a facilitador/a e um/a relator/a. Inicialmente, a facilitador/a fará uma apresen-

tação das questões contidas no Documento Orientador. Na sequência, orientará o debate e a construção de propo-

sições relacionadas com o eixo tratado.

Art. 14. Na primeira rodada cada grupo deverá elaborar no máximo oito propostas em cada um dos três eixos te-

máticos. Dentre essas oito propostas, cada grupo deve sinalizar duas propostas que são consideradas estratégicas e

que comporão automaticamente o Documento Final da Temática.

Art. 15. Em seguida, haverá troca de salas entre os grupos para discutirem e formularem propostas nos demais ei-

xos temáticos. Serão mais duas rodadas de trabalho em grupo, em cada uma sendo formulada até seis propostas

em cada eixo tratado, das quais duas serão consideradas estratégicas e comporão automaticamente o Documento

Final da Temática.

Art. 16. Ao final das três rodadas de trabalho em grupo, haverá um máximo de vinte propostas para cada um dos

três eixos temáticos, das quais seis consideradas estratégicas e que comporão automaticamente o Documento Final

da Temática.

Parágrafo Único: Poderá haver alteração das propostas neste momento.

SEÇÃO V

DAS PLENÁRIAS AUTOGESTIONADAS

Art. 17. A programação da 2ª CNATER para Juventude prevê um período específico para a organização pelas/os

participantes de Plenárias Autogestionadas. Seu objetivo é garantir um tempo livre para que as delegadas e delega-

dos possam discutir estratégias de priorização de propostas e de indicação e votação de delegadas/os na Plenária

Final.

SEÇÃO VI

DA PLENÁRIA FINAL E DA VOTAÇÃO

Art. 18. A Plenária Final da Conferência Temática visa debater e aprovar as proposições formuladas pelos grupos de

trabalho.

§ 1º O quórum para deliberação do Plenário Final é de 1/3 dos/as participantes credenciados e credenciadas.

§ 2º As discussões e deliberações das proposições na Plenária Final observarão os seguintes procedimentos:

I - Leitura das seis proposições consideradas estratégicas em cada eixo temático e que irão automaticamente para o

Documento Final, totalizando dezoito propostas estratégicas.

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 11

Page 12: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

II - Leitura das demais catorze propostas de cada eixo temático, com apresentação das alterações de redação feitas

nos grupos de trabalho.

III - Debate e votação das alterações de redação para composição das quarenta e duas propostas que irão para pri-

orização final.

IV - Haverá então a priorização final de doze propostas no rol das quarenta e duas propostas restantes.

V - Caso até este momento não tenham sido priorizadas no mínimo cinco propostas por cada eixo temático e duas

dos demais eixos transversais em cada eixo temático (jovens mulheres rurais e jovens de Povos e Comunidades Tra-

dicionais), elas deverão estar contempladas nessa priorização final.

VI - As decisões da Plenária serão tomadas por maioria simples das/os delegadas/os credenciadas/os presentes,

50% + 1;

VII - As trinta proposições que comporão do Documento Final a ser encaminhado para a Conferência Nacional de

ATER serão as dezoito propostas consideradas estratégicas pelos grupos de trabalho acrescidas das doze propostas

priorizadas na Plenária Final, assegurando no mínimo cinco por cada eixo temático e duas dos demais eixos trans-

versais em cada eixo temático (jovens mulheres rurais e jovens de Povos e Comunidades Tradicionais).

§ 3º As proposições aprovadas da Conferência Temática constituirão o Documento Final.

§ 4º O Documento Final deverá ser enviado à Comissão Organizadora Nacional até 15 dias após a data de realiza-

ção da Conferência Temática.

SEÇÃO VII

DA ELEIÇÃO DE DELEGADAS E DELEGADOS PARA A CNATER

Art. 19. A Conferência Temática elegerá 20 (vinte) delegadas e delegados para a Conferência Nacional de ATER.

Art. 20. As vagas deverão ser preenchidas seguindo os seguintes critérios:

I - Dez vagas para homens e dez vagas para mulheres.

II - Garantir a representação de sujeitos/as LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis), com ao menos

um/uma delegada/o.

III – Respeitar a seguinte distribuição regional: nordeste (seis vagas), norte (quatro vagas), sudeste (quatro vagas),

centro-oeste (três vagas), sul (três vagas).

IV - No mínimo, uma vaga de cada região de Povos e Comunidades Tradicionais;

V - Apenas representantes da sociedade civil poderão ser eleitas/os.

VI - Na faixa etária de 15 a 29 anos.

§ 1º O número de votos de cada delegada/o eleita/o deverá ser encaminhado à Comissão Organizadora Nacional.

Art. 21. A Conferência Temática elegerá também delegadas/os suplentes, na proporção de 50% do total de delega-

das/os, respeitando os critérios apresentados no Art. 19.

SEÇÃO VI

DAS MOÇÕES

Art. 22. As moções deverão ser apresentadas à Comissão Organizadora Temática, previamente ou no momento da

Conferência Temática.

§ 1° A Coordenação da Conferência Temática procederá a leitura do texto da Moção, garantindo-se a cada propo-

nente o tempo de 2 (dois) minutos, no máximo, para a defesa da moção.

§ 2° Serão concedidos dois minutos para a defesa de ponto de vista contrário ao do expositor ou expositora da mo-

ção, desde que a proposta não tenha sido aprovada por aclamação.

§ 3º A aprovação das moções será por maioria simples das delegadas e delegados presentes nas plenárias.

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 12

Page 13: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

CAPÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 23. Será assegurado pela Coordenação da Conferência Temática o direito à manifestação, pela ordem, às e aos

participantes, sempre que qualquer um dos dispositivos deste Regulamento não estiver sendo observado.

Art. 24. Qualquer participante que constatar irregularidade no processo de realização da Conferência Temática po-

derá apresentar recurso à Comissão Organizadora Nacional que o examinará.

Art. 25. Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Comissão Organizadora Temática Nacional.

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 13

Page 14: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

CARTA DOS MOVIMENTOS DE JUVENTUDES DO CAMPO, DAS FLORESTAS E DAS ÁGUAS

PRESENTES NA 2º CONFERENCIA NACIONAL TEMÁTICA DE ATER PARA JUVENTUDE

Nós, movimentos sociais de juventude do campo, das florestas e das águas e entidades prestadoras do

serviço de ATER, presentes na 2º Conferencia Temática Nacional de Assistência Técnica Extensão Rural na

Agricultura Familiar e Reforma Agrária para a Juventude, realizada no âmbito da 2º Conferencia Nacional de

Assistência Técnica e Extensão Rural, realizada em Brasília-DF nos dias 28 e 29 de março de 2016, consideramos

como importantes os avanços da política nacional de ATER, especialmente, no que se refere ao reconhecimento da

diversidade das entidades e suas metodologias de trabalho na prestação do serviço de ATER, a incorporação da

perspectiva da agroecologia, povos e comunidades tradicionais, jovens e a centralidade do debate para

atendimento as mulheres rurais. A retomada dos investimentos na ATER em nível federal, com a criação da ANATER,

reforça o compromisso do governo federal em atender a demanda histórica dos movimentos sociais, por um serviço

de ATER de qualidade.

Se por um lado tivemos avanços significativos, por outro temos nesse momento a ampliação da ideologia

neoliberal que não tem em seu horizonte a perspectiva de investimentos no projeto de desenvolvimento rural

sustentável e solidário, que contemple a perspectiva da agroecologia, dos povos e comunidades tradicionais, dos

jovens e das mulheres rurais.

A crise política e econômica que o país enfrenta tem afetado diretamente os investimentos neste serviço,

direcionando os recursos para outros setores que historicamente foram beneficiados e que pouco contribuem para

o desenvolvimento social. Além disso, passam a questionar e violar os direitos da classe trabalhadora conquistados

com muita luta e organização.

Dessa forma a 2º Conferencia Nacional Temática de ATER para a Juventude se constitui como um espaço

privilegiado de debate e construção de propostas a partir do olhar da Juventude Rural, fortalecendo a participação

social e o dialogo que são fundamentais para garantir a ampliação e a consolidação da democracia.

Diante disso propomos:

Garantir o acesso dos (as) jovens à assistência técnica e extensão rural, contínua, pública e de qualidade,

assegurando recursos para a implantação

Criar uma linha de fomento para transição agroecológica, vinculada à ATER, com prioridade aos projetos

produtivos dos (as) jovens rurais;

Fortalecer os espaços de controle social nos territórios, dentre eles os colegiados territoriais e os comitês e

câmaras temáticas de juventude para acompanhamento, monitoramento e avaliação da política de ATER para

Juventude;

Fortalecer as instituições públicas e as que trabalham com a Pedagogia da Alternância, formadoras dos agentes

de ATER, para que possam formar técnicos de qualidade no próprio meio em que vivem, evitando assim o êxodo

rural e promovendo a sucessão.

Garantir um espaço institucional dedicado à pauta da Juventude na ANATER;

Garantir a publicação e contratação da chamada pública de ATER para Juventude, conforme previsto no PPA para

o ano de 2016;

Por fim, reiteramos a necessidade de uma ATER de qualidade, que garanta a produção sustentável

agroecológica, com o protagonismo das jovens mulheres e dos (as) jovens dos povos e das comunidades

tradicionais, tendo como referencia a sucessão rural, o fortalecimento da agricultura familiar e dos conhecimentos

tradicionais.

Brasília, 29 de março de 2016

CARTAS E MOÇÕES

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 14

Page 15: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

MOÇÃO EM DEFESA DA PARIDADE DE GÊNERO NA DELEGAÇÃO DA 2ª CONFERÊNCIA

TEMÁTICA NACIONAL DE ATER NA AGRICULTURA FAMILIAR E REFORMA AGRÁRIA PARA

JUVENTUDE RURAL

Nós, jovens mulheres e homens, presentes na 2ª Conferência Temática Nacional de Assistência Técnica

e Extensão Rural na Agricultura Familiar e Reforma Agrária para Juventude (2ª CNATER para a Juventude), realizada

nos dias 28 e 29 de março de 2016, em Brasília, consideramos equivocada a Resolução 112 do CONDRAF, onde

propõe que a delegação dessa Conferência Temática, seja composta por 15 homens e 5 mulheres.

Entretanto, queremos valorizar a decisão da Comissão Organizadora Nacional, no que diz respeito a garantia

da eleição de delegados/as das Conferências Temáticas para a etapa Nacional. Entendemos que este mecanismo

qualifica os fluxos do debate construídos pelas diferentes etapas preparatórias, bem como, reforça o princípio da

democracia e ampliação da participação dos sujeitos do campo, das florestas e das águas.

Assim, a plenária de aprovação do Regulamento da 2ª CNATER para a Juventude (Anexo 2 do Documento

Orientador, no seu Artigo 20) aprovou a mudança dos critérios de definição de delegadas/os, garantindo a divisão

paritária de gênero, a representação de Povos e Comunidades Tradicionais, de LGBTs, pertencentes às diferentes

regiões do nosso país.

Acertadamente, a paridade de gênero orientou todas as etapas municipais, territoriais e estaduais da 2ª

CNATER e não devemos romper com esta conquista política na etapa temática de juventude, principalmente, por

que uma representação dispare entre jovens homens e mulheres, como prevê a Resolução 112 do CONDRAF, não

reflete os debates produzidos pela juventude do campo, das florestas e das águas, que vêm se desafiando a superar

os valores machistas e patriarcais, que:

1. condicionam as possibilidades de vida e participação das jovens mulheres nos territórios, por reproduzir a sua

desvalorização no trabalho e produção familiar, por desconsiderá-las como sucessoras e por não reconhecê-las

como sujeitos de direitos nos espaços políticos.

2. no contexto da Assistência Técnica e Extensão Rural, a despeito das recentes conquistas, submetem a grandes

dificuldades as jovens mulheres, tanto no que se refere ao limitado acesso à ATER, quanto no que tange à baixa

contratação e precárias condições de trabalho dada as jovens técnicas, visto as desconfianças sobre a qualidade

dos seus serviços, motivadas pelos preconceitos sexistas. Além disso, não se pode esquecer os assédios e outras

formas de violência a que são submetidas, diante de uma sociedade que entende as mulheres como corpos a

serviço do desejo masculino.

Desta forma, queremos afirmar que garantir a participação, na etapa nacional, de 10 mulheres jovens e 10

homens jovens vindos/as da 2ª CNATER para a Juventude garante maior coerência com os desafios apontados tanto

por esta Conferência Temática, quanto pelos demais espaços de formação, organização e mobilização das

juventudes do campo, das florestas e das águas.

Entendemos que as motivações da CON para definição dos critérios da Resolução 112 tiveram como

intenção, garantir paridade numérica à etapa nacional. Entretanto, destacamos que o desafio da paridade é maior

que os próprios números. As desigualdades de gênero instaladas na sociedade brasileira são estruturais e, diante de

seus efeitos profundos, é preciso que admitamos que, por vezes, assegurar a representação de 50% de mulheres

nos espaços políticos, de forma isolada, não é suficiente para a promoção de igualdade. É preciso investimento em

uma série de outras questões, como, a divisão do trabalho doméstico, autonomia política e econômica,

fortalecimento dos processos de articulação e incidência protagonizados pelas mulheres, dentre outros. Por isso,

entendemos que um adicional de 10 mulheres, na etapa nacional, não rompe com a noção de paridade de gênero,

pelo contrário, aprofunda o seu princípio, que é construir de fato, condições igualitárias para a participação das

mulheres, para além dos números.

Explicadas nossas motivações, submetemos à análise da Comissão Organizadora Nacional da 2ª CNATER, o

nosso pleito de garantir a participação de 10 jovens mulheres e 10 jovens homens, representando a Conferência

Temática de ATER para a Juventude, na etapa nacional. Estamos certas e certos, de que é reinventando processos e

protagonizando mudanças que vamos construir um país mais justo para mulheres e homens, em sua diversidade.

Brasília, 29 de março de 2016.

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 15

Page 16: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

MOÇÃO DE APOIO À JUVENTUDE LGBT DO CAMPO, DAS ÁGUAS E DAS FLORESTAS

A luta pela assistência técnica e extensão rural tem sido demanda histórica dos movimentos sociais e populares.

Neste sentido, a 2º CNATER para Juventude é essencial para que os povos do campo, das águas e das florestas

participem da construção dos rumos desta política pública. A participação da juventude é essencial na construção

do Brasil que queremos. No âmbito da população rural brasileira, quase 30% é jovem. São estes e estas jovens que

precisam encontrar alternativas concretas para permanecerem no campo com qualidade de vida.

Contudo, a juventude camponesa e de comunidades tradicionais no Brasil é síntese da diversidade do povo

brasileiro. São jovens mulheres, negras e negros, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Neste sentido, é

necessário reconhecer que ainda há desafios a percorrer no intuito de construir um Sistema Nacional de ATER que

envolva o conjunto da juventude. É necessário reconhecer os/as jovens LGBT’s que vivem no campo e mesmo diante

de muito preconceito e invisibilidade, constroem a assistência técnica e a extensão rural no dia-dia.

Sabemos que o campo brasileiro é marcado por contradições decorrentes do avanço do agronegócio, da

permanência do latifúndio e do avanço dos transgênicos e agrotóxicos. Mas também devemos perceber que a

homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia associados a ausência de condições para a permanência da juventude

no campo (saúde, geração de renda, educação, lazer, cultura) tem impactado diretamente os/as LGBT’s que vivem

no campo brasileiro.

A alternativa encontrada para vivenciar sua sexualidade e identidade de gênero tem sido o afastamento do campo,

uma verdadeira expulsão silenciosa dessa juventude. As pessoas LGBT’s que vão para a cidade, em grande parte,

sem qualificação profissional, se deparam com empregos precários e violência urbana.

Neste sentido, a 2º CNATER temática para Juventude apoia a atuação juventude LGBT do campo, águas e florestas

em busca da ampliação da participação dos/as jovens LGBT’s na construção e na luta por melhores condições de

vida no campo brasileiro. Desconstruir e combater a homofobia, lesbofobia, bifobia e a transfobia é um desafio

urgente para construção de um projeto popular para o campo brasileiro.

Brasília, 29 de Março de 2016

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 16

Page 17: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

MOÇÃO DAS JUVENTUDES EM REPÚDIO AO GOLPE E EM DEFESA DA DEMOCRACIA

Atualmente estamos passando por um ataque direto à democracia, onde setores golpistas buscam, por meio

do impeachment, destituir a Presidenta democraticamente eleita pela maioria do povo. Se trata de um golpe

porque as elites insatisfeitas, articuladas com a grande mídia e setores do judiciário tentam destituí-la sem base

legal que justifique o impedimento. O que está em jogo não é o governo, e sim a disputa entre dois projetos de

sociedade.

O cenário posto acima, incide diretamente nas juventudes do campo, das florestas, das águas e as

comunidades e povos tradicionais que desde o governo Lula vêm conquistando substancial avanço na

implementação de algumas Políticas Públicas, bem como, o diálogo com o governo garantidos por meio das

conferências e da inserção da juventude em espaços de decisão. O fortalecimento da agricultura familiar através do

acesso à mercados (PAA, PNAE, etc), dos programas e das políticas públicas tais como, as chamadas de ATER

específica para a Juventude, a criação do Comitê de Juventude Rural no CONDRAF, PRONATEC Campo, além da

democratização no acesso as universidades para estas juventudes, historicamente excluídas por meio do

fortalecimento do PRONERA e criação do REUNI e PROUNI, são exemplos importantes destes avanços.

Reconhecemos limites na condução da política deste governo, à exemplo da política econômica, da

paralisação da Reforma Agrária e da fragilidade na demarcação das terras indígenas e quilombolas, prioridades

eleitas na última Conferência Nacional da Juventude, realizada em dezembro 2015. Contudo, esses setores que

ameaçam a democracia são historicamente defensores de projetos que atacam os setores populares, onde as

juventudes têm sido um dos principais alvos.

Nós, juventude do campo, das florestas, das águas e das comunidades e povos tradicionais, reunidos na

Conferência Nacional de ATER Temática da Juventude Rural, nos colocamos em defesa da democracia e contrários

ao golpe por compreender que este traria imensos retrocessos às conquistas construídas pela luta do povo.

Podemos destacar a redução da maioridade penal, a PEC da terceirização, a extinção dos ministérios, a precarização

da educação e da saúde, a criminalização dos movimentos sociais e da esquerda como um todo, o extermínio da

juventude negra e das periferias, exemplos claros de ameaças aos direitos conquistados nos últimos anos.

A juventude renova sonhos e perspectivas de um novo futuro democrático e por isso reafirma: Não vai ter

golpe! Vai ter luta!

Brasília, 29 de março de 2016.

2ª CONFERÊNCIA TEMÁTICA NACIONAL DE ATER PARA JUVENTUDE - DOCUMENTO FINAL 17

Page 18: 2ª CNATER Juventude - Documento Final

ASSESSORIA DE JUVENTUDE

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO