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2º Congresso Internacional de História da Construção Luso-Brasileira Culturas Partilhadas Editores Rui Fernandes Póvoas João Mascarenhas Mateus Volume 2

2º Congresso Internacional Construção Luso-Brasileira · o seu extenso litoral, e aos rios que regam o Culturas Partilhadas 593. Santos, Inês Moreira dos, Vale, Clara Pimenta

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ICulturas Partilhadas

2º Congresso Internacional de História da Construção Luso-Brasileira

Culturas PartilhadasPorto, 14-16 Setembro 2016

2 º C I H C L B 2016

LIVRO DE ACTAS

Volume 2

Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto

Via Panorâmica S|N 4150-755 Porto PORTUGAL

T+351 225 057 100, F +351 226 057 199

www.fa.up.pt www.2cihclb.arq.up.pt

Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo

2º Congresso Internacional de História da Construção Luso-BrasileiraCulturas Partilhadas

Editores

Volume 1Rui Fernandes Póvoas

João Mascarenhas Mateus

Volume 2

II 2º Congresso Internacional de História e Construção Luso-Brasileira

Os artigos são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

Livro de actas - 2º Congresso Internacional de História da Construção Luso-Brasileira

Editores:

Co-Editores:

Capa:

Apoio à produção:

ISBN:

Rui Fernandes PóvoasJoão Mascarenhas Mateus

Clara Pimenta do ValeJoaquim Lopes TeixeiraTeresa Cunha FerreiraRui Tavares

Ana Aragão

Juliana Costa

978-989-8527-11-0

A Primeira Idade de Ouro na Construção da Rede de Telecomunicações em Portugal

Da Regeneração à Implantação da República

Santos, Inês Moreira dos(1)*; Vale, Clara Pimenta do(2)**(1)[email protected], (2)[email protected]

* Investigadora Independente** Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo, Faculdade de Arquitectura da

Universidade do Porto (CEAU/FAUP)

RESUMO

A investigação aborda a implementação das redes de telecomunicações em Portugal na perspetiva da sua construção e materialidade, observando a estratégia adotada na sua evolução e identificando ou seus principais atores e dinamizadores, nomeadamente José Vitorino Damásio. Trata-se o primeiro período de grande expansão na construção de centrais e da rede telegráfica, fundamentalmente o período entre o ano da instalação da primeira estação telegráfica (1855) e o ano em que Guilhermino Augusto de Barros, escreve o seu Relatório (1889). São analisadas as fontes de época, nomeadamente os Relatórios oficiais e Regulamentos publicados, enquadrando brevemente a situação portuguesa no panorama europeu e mundial. Identificam-se importantes iniciativas nacionais, valorizadas na Conferência Telegráfica Internacional de 1865 e na imprensa internacional. Destacam-se ainda as importantes investigações e desenvolvimento de soluções que permitiram o exponencial aumento da qualidade na construção destas redes, entre eles o método do Dr. Boucherie, no tratamento da madeira utilizada na construção dos postes e o isolamento dos fios telegráficos, inovações que vieram a permitir atravessar oceanos e conduzir a comunicação mundial a uma nova era.

Palavras-chave: telecomunicações; redes; telegrafia elétrica.

1. INTRODUÇÃO

Em Abril de 1855 o ministro António Fontes Pereira de Melo e Alfredo Bréguet, representante da firma Bréguet de Paris, assinaram o contrato para construção das primeiras linhas telegráficas elétricas aéreas (Barros 1891, 27) que viriam a ser inauguradas a 16 de Setembro, com 4 estações telegráficas - Lisboa Principal, Côrtes, Cintra e Necessidades (Lima 2010, 65, D’Andrade 1875, 45).

Esta adjudicação faz parte de um quadro alar-gado de ações que visava a modernização do país e que teve como momento importante a criação do Ministério das Obras Públicas em 30 de Agosto

de 1852, para seguir “as phases da civilisação e satisfazer as novas exigencias que ella cria” (Duque de Saldanha et al. 1852a, 383). Um dos aspectos que obsta ao progresso do país é a deficiência da rede de comunicações. Como se refere na mesma data, no relatório que justifica a necessidade de Recursos Extraordinários para a Viação Pública,

“Quasi sem estradas, sem canaes, e sem cami-nhos de ferro, deve este paiz a sua existencia commercial anterior aos mares que banham o seu extenso litoral, e aos rios que regam o

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seu territorio: mas se estes meios (...), tem po-dido neutralisar, em parte, a falta de vias de communicação, em relação ás orlas do terri-tório, (...) não acontece outro tanto ao amago do Paiz, a esses tratos de terra semeados de Povoações que não se communicam, de ha-bitantes que não convivem, de produtos que não circulam, de manufacturas que se não transportam, e até de riquezas e maravilhas, que se não conhecem” (Duque de Saldanha et al. 1852b, 386). Acrescenta que se “tivemos n’outro tempo as descobertas (...) é força que entremos agora na communhão geral, e que vamos buscar ás reformas economicas, e á ra-pidez das communicações o que temos perdido em muitos annos de lamentavel atrasamen-to” (Duque de Saldanha et al. 1852b, 387).

Ainda neste mesmo dia é decidida a construção da linha de “Caminho de ferro do Norte” que “par-tindo do Porto, venha entroncar na linha ferrea de Lisboa á fronteira de Hespanha” (Portugal 1852) e que será aspecto determinante para a construção de uma rede de telegrafia eléctrica nacional.

2. O CASO PORTUGUÊS NO PANORAMA EUROPEU

Sabemos que foi Inglaterra o país que tomou a dianteira na construção das linhas de caminho--de-ferro e telegráficas, inaugurando-se em 1830 com a construção, para uso público, da linha entre Liverpool e Manchester. Esta rede telegráfica foi aberta ao público logo em 1837. É portanto ao longo das linhas de caminho-de-ferro que se vão instalando os primeiros telégrafos elétricos, que permitiam garantir a segurança à circulação das locomotivas, que transitavam numa única via (Alves & Vilela 1995, 20). Em 1855, ano em que se inaugurou a rede portuguesa, por toda a Europa são já diversos os países que dispõem de redes telegráficas, Inglaterra, Prússia [1840-46], França [1845], Holanda [1845], Áustria-Hungria e

Bélgica [1846], Itália [1847], Suíça [1852], Rússia [1853] e Espanha [1854] (Alves & Vilela 1995, 21).

A ligação de Portugal aos outros países europeus dar-se-ia, forçosamente, via Espanha, razão pela qual se assinou uma convenção com o país vizinho em Julho de 1857, tendo-se nesse mesmo ano, a 25 de setembro, estabelecido as ligações Elvas-Badajoz e em 1859 a ligação Valença-Tuy. Para esta última ligação, um cabo de três fios com 195m de extensão foi submerso no rio Minho. No Relatório do Diretor Geral de 1891 é descrito o episódio de como tendo sido convidado o Diretor Geral homólogo a enviar um funcionário para marcar os pontos de junção e acompanhar os trabalhos, quando este chegou ao local, todos os trabalhos haviam sido concluídos três dias antes (Barros 1891, 36).

A União Telegráfica Internacional, organismo especializado das Nações Unidas para as teleco-municações, foi criado em 1865, sendo responsável pela regulação, normalização e desenvolvimento das telecomunicações a nível mundial. Foi em Paris, a 17 de maio de 1865, que foi assinado o acordo resultante da Primeira Convenção Telegráfica Internacional, através do qual se pro-curou encontrar formas de ultrapassar as barreiras e fronteiras de cada estado através da ligação física das redes e da compatibilidade dos equipamentos. Portugal foi um dos países fundadores, tendo estado representado por uma comissão chefiada por José Vitorino Damásio, então Diretor Geral dos Telégrafos do Reino (Alves & Vilela 1995, 24).

Mostrando este esforço de ligação internacional, em 1865, José Vitorino Damásio responde aos inúmeros pedidos dos funcionários determinando que só seriam colocados nas estações principais os telegrafistas que falassem pelo menos uma língua estrangeira (Alves & Vilela 1995, 71).

3. A IMPLEMENTAÇÃO DA TELEGRAFIA ELÉCTRICA EM PORTUGAL

A primeira experiência de ligação telegráfica elétrica ocorreu, por iniciativa privada, a 4 de Abril

A Primeira Idade de Ouro na Construção da Rede de Telecomunicações em PortugalDa Regeneração à Implantação da República

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de 1853, no Porto, ligando as sedes da Associação Comercial do Porto e da Associação Industrial Portuense, separadas cerca de 200 metros [Palácio da Bolsa – Corpo da Guarda] (Alves 1995, 263, Rollo 2009, 41). Esta primeira ligação experimen-tal serviu de base à instalação, em 1856, do telé-grafo privativo da Associação Comercial do Porto, que ligava a sua sede com a Foz e a Cantareira, substituindo o anterior telégrafo ótico. O facto telegráfico mais relevante do ano de 1856 foi o estabelecimento de um fio direto entre Lisboa e o Porto, complementar à linha de caminho-de-ferro do Norte, aproveitando os apoios que existiam, cifrando-se os quilómetros de linha telegráfica construída em 677, face aos 32 quilómetros do ano anterior. Em 1857 efetuou-se a ligação das linhas portuguesas com as linhas espanholas, e a partir desse mesmo ano dá-se a oportunidade aos particulares de enviar telegramas servindo-se de estações oficiais. É então estabelecido um valor de duzentos Reis por vinte palavras, pagando os telegramas urgentes taxa dupla.

Em 1875, Miguel Garcia d’Andrade, Telegraphista de 1ª classe e Chefe da Secção de Elvas preparava a Lista geral permanente das estações telegraphicas portuguezas. Desta lista constavam já 143 estações. Em 1891 Guilhermino Augusto de Barros publi-cava um Relatório do Diretor Geral dos Correios, Telegraphos, Pharoes e Semaphoros relativo ao anno de 1889, onde, para além da caracterização da situ-ação à época, fazia o relato histórico detalhado da implementação da telegrafia elétrica, até do ponto de vista das soluções técnicas.

A dependência dos caminhos-de-ferro rela-tivamente à telegrafia elétrica encontra-se bem expressa nos regulamentos da época; o Regulamento para a Exploração dos Caminhos de Ferro a que se refere o decreto de 11 de abril de 1868, secção Estações, determina no art. 5.º que “As empresas são obrigadas a estabelecer um posto telegráfico em cada uma das estações e a prestar uma casa para o serviço da fiscalização

n’aquellas que tiverem accommodações e o governo designar” (Ministerio das Obras Publicas 1868, 7). No seu artigo 30º, o regulamento volta a referir a importância dos “telegraphos” para os caminhos--de-ferro já que “quando a empreza tiver resolvido fazer sair um comboio especial ou extraordinário para o publico, dará conhecimento a fiscalização (…). A saída d’estes trens será sempre anunciada pelo telegrapho a todas as estações” (Ministerio das Obras Publicas 1868, 19).

4. EVOLUÇÃO DA REDE

As tabelas que se seguem demonstram a impres-sionante evolução da construção da rede tele-gráfica, em número de estações, km de linha e km de fio entre 1855 e 1870 (tabela 1) e do tipo e localização das estações existentes em 1875 (tabela 2). Esta evolução foi especialmente inte-ressante nos primeiros anos até 1860, dando-se então uma estagnação até 1864, ano em que o Corpo Telegráfico deixa de fazer parte do Exército e toma posse como Diretor Geral dos Telégrafos do Reino o dinâmico Engenheiro José Vitorino Damásio. Este foi um ano chave na reorganização dos serviços telegráficos nacionais. Entre as suas funções encontrava-se a revisão de todos os regu-lamentos e instruções, a generalização do meio de comunicação para o público e a harmonização do

Fig. 1 - Sobre o Terreiro do Paço, operários na torre da Central Telegráfica, a 16 de maio de 1928 (Diário de Notícias online, 21/11/2014).

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sistema com os sistemas dos países com os quais se realizavam maiores interações (Alves & Vilela 1995, 68). Estabelece contactos com os melhores fornecedores europeus, o que lhe vem a dar um excelente conhecimento e domínio técnico, sem no entanto deixar de privilegiar a indústria portu-guesa. Em pouco tempo, foi sanado o descrédito do serviço telegráfico, conhecido então por um mau funcionamento, quadro de pessoal desajus-tado e mal remunerado e pelo péssimo estado das linhas, traçados e equipamento.

A dinâmica imprimida na construção da rede telegráfica e suas estações foi entusiasticamente valorizada na imprensa espanhola, que referia que o distinto Diretor Geral dos Telégrafos não poupava meios para que todos os lugares do país pudessem usufruir dos benefícios do telégrafo. Mesmo as possessões externas não demorariam a ter este meio disponível (Ravina 1865, 438).

O ponto de vista da história e filosofia das ciên-cias no desenvolvimento da telegrafia elétrica em Portugal foi extensamente desenvolvido num trabalho de Doutoramento pioneiro (Silva 2007), pelo que se passará ao objeto primeiro deste tra-balho, o da construção da rede.

5. DA CONSTRUÇÃO

No Relatório do Estado das Linhas, Estações e do Pessoal da Direcção Geral dos Telegraphos do Reino (Direção Geral dos Telegraphos do Reino 1865) é mencionado o estado deplorável em que se achavam os postes telegráficos que, não tendo sido previamente tratados, eram frequentemente der-rubados por ventos e temporais, havendo o registo de diversos acidentes graves com os guarda-fios. Os postes duravam então apenas três ou quatro anos. A 22 de junho de 1864 tinha sido publicada uma portaria que autorizava a aquisição de postes injetados com sulfato de cobre pelo processo do Dr. Boucherie. A construção das linhas telegrá-ficas aéreas e das linhas de caminho-de-ferro, contemporâneas e interligadas (sendo a primeira indispensável ao funcionamento da segunda, como vimos) determinam, pela primeira vez, a aplicação sistemática da madeira no exterior, com a necessidade de resposta às mais variadas con-dições climatéricas, sendo, até à segunda guerra mundial, as únicas utilizações de madeira tratada em Portugal, executadas nas fábricas da Marinha Grande e Figueira da Foz (Esteves 2009).

Tabela 1 – Rede Telegráfica em Portugal [1855-1870] Fonte: (Alves & Vilela 1995, 33).

xxx; xxx

4. EVOLUÇÃO DA REDE

As tabelas que se seguem demonstram a impressionante evolução da construção da rede telegráfica, em número de estações, km de linha e km de fio entre 1855 e 1870 (tabela 1) e do tipo e localização das estações existentes em 1875 (tabela 2). Esta evolução foi especialmente interessante nos primeiros anos até 1860, dando-se então uma estagnação até 1864, ano em que o Corpo Telegráfico deixa de fazer parte do Exército e toma posse como Diretor Geral dos Telégrafos do Reino o dinâmico Engenheiro José Vitorino Damásio. Este foi um ano chave na reorganização dos serviços telegráficos nacionais. Entre as suas funções encontrava-se a revisão de todos os regulamentos e instruções, a generalização do meio de comunicação para o público e a harmonização do sistema com os sistemas dos países com os quais se realizavam maiores interações (Alves & Vilela 1995, 68). Estabelece contactos com os melhores fornecedores europeus, o que lhe vem a dar um excelente conhecimento e domínio técnico, sem no entanto deixar de privilegiar a indústria portuguesa. Em pouco tempo, foi sanado o descrédito do serviço telegráfico, conhecido então por um mau funcionamento, quadro de pessoal desajustado e mal remunerado e pelo péssimo estado das linhas, traçados e equipamento.

Tabela 1 – Rede Telegráfica em Portugal [1855-1870] Fonte: (Alves & Vilela 1995, 33).

Ano Estações Aparelhos Linhas (Km) Fios (Km) 1855 6 7 32 32 1856 16 - 677 1246 1857 21 32 833 1457 1858 39 - 1571 2295 1859 43 62 1682 2406 1860 56 69 2064 2788 1861 61 90 2132 2856 1862 67 97 2132 2856 1863 70 108 2181 2999 1864 72 107 2312 3130 1865 92 135 3017 4495 1866 105 178 3212 5163 1867 115 194 3296 5315 1868 115 196 3296 5315 1869 115 196 3296 5315 1870 115 196 3335 5354

A dinâmica imprimida na construção da rede telegráfica e suas estações foi entusiasticamente valorizada na imprensa espanhola, que referia que o distinto Diretor Geral dos Telégrafos não poupava meios para que todos os lugares do país pudessem usufruir dos benefícios do telégrafo. Mesmo as possessões externas não demorariam a ter este meio disponível (Ravina 1865, 438).

O ponto de vista da história e filosofia das ciências no desenvolvimento da telegrafia elétrica em Portugal foi extensamente desenvolvido num trabalho de Doutoramento pioneiro (Silva 2007), pelo que se passará ao objeto primeiro deste trabalho, o da construção da rede.

5. DA CONSTRUÇÃO

No Relatório do Estado das Linhas, Estações e do Pessoal da Direcção Geral dos Telegraphos do Reino (Direção Geral dos Telegraphos do Reino 1865) é mencionado o estado deplorável em que se achavam os postes telegráficos que, não tendo sido previamente tratados, eram frequentemente derrubados por ventos e temporais, havendo o registo de diversos acidentes graves com os guarda-fios. Os postes duravam então apenas três ou quatro anos. A 22 de junho de 1864 tinha sido publicada uma portaria que autorizava a aquisição de postes injetados com sulfato de cobre pelo processo do Dr. Boucherie. A construção das linhas telegráficas aéreas e das linhas de caminho-de-ferro, contemporâneas e interligadas (sendo a primeira indispensável

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Shaffner (1867) publicou um extenso livro que era simultaneamente um manual sobre a tele-grafia no mundo, fazendo a sua história à data. Em França, que serviu em muitos aspetos de referente a Portugal, Shaffner teve oportunidade de observar que os postes tinham em média 20 pés [6 m] de altura, exceto nos centros de cidade e nos cruzamentos com linhas férreas. Zonas em que os postes chegavam aos 30 pés de altura [9 m] (Shaffner 1867, 688).

Verificou que em França geralmente os pos-tes eram pequenos, estreitos, bem produzidos e aplainados e corretamente pintados, chegando a ter cada um doze fios telegráficos. A madeira utilizada era maioritariamente pinheiro, embora em algumas linhas tivesse sido usado amieiro, o álamo ou choupo e outras madeiras brancas. Em algumas regiões a extremidade do poste que é colocada na terra é queimada e noutras revestida com alcatrão até uma altura de 1 m acima do nível do terreno.

A Primeira Idade de Ouro na Construção da Rede de Telecomunicações em Portugal, da Regeneração à Implantação da República

ao funcionamento da segunda, como vimos) determinam, pela primeira vez, a aplicação sistemática da madeira no exterior, com a necessidade de resposta às mais variadas condições climatéricas, sendo, até à segunda guerra mundial, as únicas utilizações de madeira tratada em Portugal, executadas nas fábricas da Marinha Grande e Figueira da Foz (Esteves 2009).

Tabela 2 – Estações existentes em 1875, realizado a partir de (D’Andrade 1875).

Secções N N/2 C L B E P S C/HL Data Abertura

1ª - Viana do Castelo

- 1 (Braga) 3 9 - - - - - 13 Est. (1857 a 1874

2ª – Régua - - 5 18 1 - - - - 24 Est. (1860 a 1875)

3ª – Porto 1 (Porto)

- 2 10 - - - 1 - 14 Est. (1856 a 1868)

4ª Viseu - - 3 6 - - 9 Est. (1858 a 1872)

5ª Coimbra - 1 (Coimbra)

3 4 1 (Bussaco)

- - - - 9 Est. (1856 a 1874)

6ª – Elvas 1 (Elvas) 3 8 - - 12 Est. (1856 a 1867)

7ª - Belém

2 (Bom Sucesso e

Ajuda – Residência da Família

Real, aberta em 1862)

- 1 (Belém) 4 - - - 5 - 12 Est. (1857 a 1873)

8ª – Lisboa

2 (Lisboa Principal e

Necessidades, abertas

a 16/09/1855)

- 8 5 - 1 (Queluz) - - 1 (Cintra, aberta a

16/09/1855)

17 Est. (Abertura 1855

a 1872)

9ª Évora - - 3 9 - - 1 - - 13 Est. (1856 a 1874)

10ª - Faro - - 7 3 1 (Caldas Monchique)

- 1 (Sagres) - 12 Est. (1858 a 1875)

11ª - Madeira

- - 2 (uma em S. Vicente C. Verde)

3 - - - 2 - 7 Est. (1874)

12ª - Açores

- - - - - - - - - 0 Estações

TOTAIS 6 2 40 79 3 1 1 9 1

Legenda: “N - Estação de Serviço Permanente); N/2 – Estação de serviço de dia prolongado até à meia noite: C- Estação de serviço de dia completo; L - Estação de serviço limitado; B - Estação aberta durante a épocha dos banhos; E - Estação aberta durante a estada de SS. MM.; P - Estação pertencente a companhia particular; S - Estação semafórica; C/HL – Estação de serviço completo no verão, e limitado no inverno”.

Shaffner (1867) publicou um extenso livro que era simultaneamente um manual sobre a telegrafia no mundo, fazendo a sua história à data. Em França, que serviu em muitos aspetos de referente a Portugal, Shaffner teve oportunidade de observar que os postes tinham em média 20 pés [6 m] de altura, exceto nos centros de cidade e nos cruzamentos com linhas férreas. Zonas em que os postes chegavam aos 30 pés de altura [9 m] (Shaffner 1867, 688).

Verificou que em França geralmente os postes eram pequenos, estreitos, bem produzidos e aplainados e corretamente pintados, chegando a ter cada um doze fios telegráficos. A madeira utilizada era maioritariamente pinheiro, embora em algumas linhas tivesse sido usado amieiro, o álamo ou choupo e outras madeiras brancas. Em algumas regiões a extremidade do poste que é colocada na terra é queimada e noutras revestida com alcatrão até uma altura de 1 m acima do nível do terreno.

Legenda: “N - Estação de Serviço Permanente); N/2 – Estação de serviço de dia prolongado até à meia noite: C- Estação de serviço de dia completo; L - Estação de serviço limitado; B - Estação aberta durante a épocha dos banhos; E - Estação aberta durante a estada de SS. MM.; P - Estação pertencente a companhia particular; S - Estação semafórica; C/HL – Estação de serviço completo no verão, e limitado no inverno”.

Tabela 2 – Estações existentes em 1875, realizado a partir de (D’Andrade 1875).

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É nesta fase que se começa a observar a impreg-nação da madeira com uma solução de sulfato de cobre. Shaffner menciona já nesta data a investi-gação e tratamentos propostos por Dr. Boucherie, que defendia que de entre todas as soluções testa-das (e.g. sulfato de zinco, acetato de chumbo), a de uma libra de sulfato de cobre para cem libras de água era a mais eficaz.

A simples submersão da madeira revelara-se insuficiente, o sucesso do tratamento dependia da penetração da solução em todos os poros, forçando a completa remoção da seiva, o que permitiria manter a qualidade da madeira imutável por tempo indeterminado. O método do Dr. Boucherie foi patenteado em 1837 e largamente difundido; funciona por pressão hidrostática, colocando uma das extremidades um pouco mais elevada e aplicando-lhe um tubo de borracha ligada à solução preservativa colocada num depósito ele-vado cerca de 10 metros, forçando a saída da seiva pela outra extremidade, onde é recolhida numa caleira e bombada novamente para o depósito (fig. 3). O processo dá-se por terminado quando a madeira adquire uma coloração vermelha após ser molhada com uma dissolução de 90 gramas de sulfocianeto de potássio num litro de água (Segurado [1904-1906], 12-13).

Quando David Xavier Cohen publica a pri-meira edição do seu “Bases para Orçamentos”, em 1880, dedica um capítulo às Linhas e estações telegráficas (Cohen 1880, 153-156). A forma como o livro foi executado torna-o um testemunho importante para o reconhecimento de uma forma de construir corrente à época da publicação. As linhas telegráficas, quando executadas a um fio (e não são referidos valores para mais do que um fio) levariam, para cada km de linha, 13 postes de pinho injetados (não é referido o produto de injeção), com comprimentos entre 7 e 8 metros, que seriam enterrados no terreno (a altura final deveria rondar os 6 metros referidos por Shaffner). Os fios telegráficos são de ferro galvanizado, com 0,002 m de diâmetro nas zonas de ligações, e 0,004 m nas restantes zonas. As campânulas seriam de “dupla saia”. São ainda referidos os materiais e horas de trabalho que seriam necessários para o estabelecimento de estações telegráficas inter-médias e terminais, no sistema Bréguet e no sis-tema Morse, evidenciando que os dois sistemas se encontravam em uso simultâneo no nosso país. No caso das campânulas exteriores não é referido o material isolante utilizado mas os restos que ainda se encontram em linhas abandonadas permitem inferir que provavelmente seriam de cerâmica, muito provavelmente porcelana (fig. 4). No caso dos isoladores interiores é explicitamente referido que os mesmos eram de osso. De interesse lateral ao presente trabalho, mas digno de menção pela forma como serve para caracterizar o contexto social da época, a colocação da lista de mobiliário que deveria equipar as estações telegráficas de serviço limitado, onde se incluem objetos como uma braseira de cobre, um frasco de litro para óleo de amêndoas doces e duas escarradeiras.

Na terceira edição do mesmo livro, publicada em 1913 (Cohen 1913, 515-517), com revisão e aumento substancial, os elementos relativos às redes de telecomunicações sofrem também alterações, que resultam das cerca de três décadas

Fig. 2 - Estação Central dos Correios, transmissões no aparelho de Morse em 1913 PT/AMLSB/JBN/001673 (Arquivo Fotográfico de Lisboa online, 21/11/2016).

A Primeira Idade de Ouro na Construção da Rede de Telecomunicações em PortugalDa Regeneração à Implantação da República

599Culturas Partilhadas

passadas entretanto. Mantêm-se em paralelo as quantidades de trabalhos/preços para o equipa-mento de estações dos dois sistemas, contudo o sistema Morse apenas aplicado a estações mais simples (de uma ou duas direções) e o sistema Bréguet para estações entre duas e quatro dire-ções. No primeiro dos casos ainda são referidos os aparelhos necessários para equipar as estações, mas já sem os elementos de mobiliário referidos na publicação de 1880. No segundo caso apenas é referido um custo total, sem qualquer listagem de equipamento.

Importante ainda, nesta terceira edição, o apare-cimento de um segundo artigo no capítulo XXII, referentes a Linhas e postos telefónicos, eviden-ciando a mudança tecnológica que se encontrava em curso.

A dinâmica criada entre António Francisco Galo, José Parada Leitão e José Vitorino Damásio, colegas de trabalho da Academia Politécnica, que vieram a promover a fundação da Associação Industrial Portuense levou a diversas experiências e iniciativas na cidade do Porto, entre elas a cons-trução de pilhas e outros aparelhos do telégrafo

elétrico. A fabricação de fios condutores no nosso país nunca foi, no entanto, possível por ser dema-siado difícil e dispendiosa (Alves & Vilela 1995, 26-27). Por essa razão a aquisição de fios de ferro galvanizado e de cobre forrados por guta-percha era realizada no estrangeiro. A questão do iso-lamento dos fios telegráficos colocava-se desde o início da construção da rede, sempre que era necessário enterrar os cabos ou transpor um curso de água. Diversas experiências foram levadas a cabo, a primeira e mais relevante das quais por um inglês, O’Schaugnessy em 1839, com um fio coberto de cautchouc, que unia as duas margens de um afluente do Ganges (Alves & Vilela 1995, 22). A descoberta da guta-percha alavancou um enorme salto tecnológico na proteção dos fios condutores, revelando-se um material extrema-mente resistente inclusivamente em ambiente marinho. Existem registos da existência, já em 1847, de uma manufatura de isolamento de fios telegráficos em Brooklyn de Samuel T. Armstrong (Shaffner 1867, 525). Em 1848 foi realizada com sucesso uma experiência de atravessamento do rio Hudson, o que levou Mr. Armstrong a publicar

Fig. 3 – Sistema Boucherie para tratamento de postes telegráficos com sulfato de cobre sob pressão obtida pela colocação de depósitos elevados. Montagem a partir de (Segurado [1904-1906]).

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no New York Journal of Commerce uma proposta que incluía o isolamento de um cabo telegráfico e seu atravessamento do Oceano Atlântico por 3,5 milhões de dólares. Shaffner defende que o aparecimento deste tipo de manufatura de guta--percha foi simultâneo nos Estados Unidos e em Inglaterra, país onde se terá instalado sob a direção de Messrs. Statham & Co..

Foi Dr. Montgomerie, um cirurgião assistente, residente em Singapura, que observou a existência de objetos feitos com um material desconhecido, feito a partir da seiva de uma estranha árvore, que se tornava plástico quando submergido em água quente mas que retomava a sua rigidez quando frio (Shaffner 1867, 526). De cor castanha escura, esta substância consolida minutos após a sua extração da árvore, tornando-se rígida como madeira.

Em França, a exportação de guta-percha bruta ou refundida, juntamente com cautchouc sofreu um aumento de 30.502 kg em 1850 para 63.763 kg em 1855 e 80.297 kg em 1856, sendo recebidos pelas cidades hanseáticas, Países Baixos, Bélgica, Estados Unidos e outros (AAVV 1859, 517).

O projeto da Grand Western Telegraph de insta-lação de um cabo submarino que ligasse a Europa à América passando pela Ilha da Madeira levou à

construção de cabo com 4 km de comprimento com este material (Leonardo 2011, 80). O projeto sofreu modificações, tendo o cabo telegráfico sido instalado entre o Pará e o Rio de Janeiro, no Brasil, em 1873. A posição geográfica de Portugal tornou o País um ponto estratégico na construção das ligações telegráficas com África, América do Sul e Ásia (Leonardo 2011, 81). Em 1870 encon-trava-se já instalado um cabo internacional que ligava Inglaterra a Portugal, prolongando-se até Gibraltar (Leonardo 2011, 79).

Outros portugueses se distinguiram nacional e internacionalmente pelas suas inovações na tele-grafia (Leonardo 2011, 79). Entre eles destacou-se Maximiliano Augusto Herrmann, elogiado na Conferência Telegráfica Internacional de 1865 pelas melhorias introduzidas no aparelho de Morse. Herrmann era inspetor dos caminhos--de-ferro e proprietário de uma oficina onde se reparavam e se produziram telégrafos (Lima 2010, 87). Este aparelho melhorado foi referenciado e descrito em publicações internacionais da época, nomeadamente nos Annales Télegraphiques de Paris e na Revista de Telégrafos de Espanha.

Em Março de 1865 José Vitorino Damásio foi informado de experiências realizadas na Direção Geral com pilhas de Minotto, descobrindo que era possível melhorar o seu funcionamento. Esta inovação é comunicada ao Sr. Minotto em Itália e a Bréguet, tendo sido acolhida com entusiasmo.

Em maio de 1865 a imprensa especializada espanhola divulga uma grande inovação, a utili-zação de postes em ferro, já aplicados na época na Índia e na América do Sul, nomeadamente no Brasil, que pareciam ter resultados satisfatórios. Desenvolvidos nas oficinas de Richard Johnson and Nephew, encontravam-se já disponíveis dez modelos diferentes. Pesando cerca de sessenta e quatro quilogramas, o modelo em foco, o n.º 5, dispunha de um embasamento fundido com uma altura de três pés e oito polegadas por um diâme-tro de cinco polegadas e meia (AAVV 1865, 94).

Fig. 4 – Postes telegráficos no troço da Linha do Douro já desativado (Pocinho – Barca d’Alva), em 2016, onde se podem ver as campânulas de cerâmica. (Arquivo fotográfico pessoal das autoras).

A Primeira Idade de Ouro na Construção da Rede de Telecomunicações em PortugalDa Regeneração à Implantação da República

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No Arquivo Municipal de Lisboa consta uma planta assinada por Augusto César dos Santos com indicação da localização dos postes de fios telegráficos, datada de 12 de novembro de 1900, seguros por esferas de arame fixas no pavimento do Cais do Sodré. Dois desses postes eram per-tencentes à Companhia Anglo-Portugueza de Telephones, outros dois ligavam o Ministério do Reino com o Paço Real e outros dois pertenciam à rede geral dos telégrafos.

6. CONCLUSÃO

A investigação desenvolvida permite concluir que a introdução da telegrafia elétrica em Portugal foi rápida e entusiástica, frequentemente acelerada por personalidades fortes e empreendedoras, liga-das à engenharia e à inovação tecnológica, desta-cando-se neste contexto José Vitorino Damásio. Os naturais obstáculos que foram surgindo ao longo da criação desta nova rede, importantíssima para o desenvolvimento do país, foram corretamente tratados, tendo-se valorizado o conhecimento e

iniciativas nacionais após um período inicial de aprendizagem com especialistas estrangeiros.

No que se refere à construção da rede propria-mente dita, salienta-se a fundamental evolução do tratamento da madeira dos postes telegráficos, que passou a ter, com a aplicação do sulfato de cobre pelo método do Dr. Boucherie, uma média de vida de 20 anos face aos 3 ou 4 anos da madeira sem tratamento. Outros elementos fundamentais como os isoladores, foram igualmente objeto de constantes investigações com vista ao aperfeiço-amento das suas qualidades.

A pequena dimensão do país e os limitados recursos humanos especializados não impediram o surgimento de investigações que levaram a melhorias em instrumentos estrangeiros, disso sendo exemplo as melhorias introduzidas por Maximiliano Herrmann no aparelho de Morse. A posição geográfica do país permitiu a sua colo-cação num grupo dianteiro no que se refere à construção de redes submarinas, tema a explorar futuramente. As fontes de época revelaram-se fundamentais para a compreensão do contexto histórico e social.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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