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A inda há a política de que ninguém dá nada a ninguém e que estas ajudas são só para al- guns. A nossa missão é desmistificar essa ideia”. As palavras de Telma Paz, Diretora Geral Adjunta da F. Iniciativas abrem as hostes de um evento que vai já na segunda edição. Partindo do princípio de que a inovação tecnológica gerada pela Investigação & Desenvolvimento assume um papel vital no impulso à competitividade empresarial, Portugal, apesar de ainda ter um longo caminho a percorrer, está a dar passos sólidos nesse sentido, tal como Telma Paz co- meçou por dizer aos participantes. “De 2005 a 2008, Portugal duplicou o seu investimento em I&D, sendo hoje, tal como Espanha e a nível da União Europeia, moderadamente inovador. Existem ferramentas e meios de finan- ciamento mas é necessário adotar uma estratégia. Com base no nosso posi- cionamento internacional, prestamos todo o apoio à internacionalização. A nossa ambição é fazer mais e melhor”, garantiu. Estava, desde modo, aberto um evento que aproximou agentes de vários segmentos de atividade. Univer- sidades, Empresas, Entidades Públicas ou Estudantes comunicaram e apro- veitaram ao máximo as condições que a F. Iniciativas criou num único espaço, Lispólis (Pólo Tecnológico de Lisboa) e num mesmo dia, 27 de novembro. Paulo Carvalho, Diretor Municipal de Com o objetivo de promover a divulgação e disseminação de Modelos de I&D+i, Redes de Conhecimento e Instrumentos e Políticas de Financiamento que as empresas têm ao seu dispor, a F. Iniciativas realizou a segunda edição de um encontro que é já a marca desta enti- dade. Dos modelos públicos e privados de I&D+i (Investigação e Desenvolvimento e Inovação) às ferramentas de financiamento, a organi- zação apostou na diversificação, tentando trazer os peritos de cada área de abordagem. No final, foram conhecidos três casos de sucesso para que se saiba que para se ser grande é preciso começar do zero. “É POSSÍVEL COMEÇAR DE MUITO PEQUENO, EVOLUIR E FAZER GRANDES COISAS” Economia e Inovação da Câmara Mu- nicipal de Lisboa (CML), começou por apresentar Lisboa como uma “cidade do conhecimento e inovação”. “Lisboa é uma das cidades mais criativas do Mundo e tem de adotar uma estraté- gia para se afirmar. Neste sentido, a CML não vende produtos mas funciona como orquestrador de um conjunto de atores chave”, afirmou. O conhecimen- to centralizado em Lisboa diz tudo: 104 instituições de ensino superior, 2.º FÓRUM INICIATIVAS À I&D+I DECORREU NO LISPÓLIS, PÓLO TECNOLÓGICO DE LISBOA 18 Telma Paz Vasco Teixeira Coordenador do Projeto Nanovalor “O investimento em investigação e de- senvolvimento faz parte da solução para recuperar a economia do país. O objetivo da União Europeia é aumentar o investi- mento nesta área de forma a alinhar a despesa em I&D pela dos EUA e Japão” Paulo Carvalho Diretor Municipal de Economia e Inovação da CML “É necessário promover a internacionali- zação e a capacidade competitiva da eco- nomia de Lisboa. Mas, Lisboa não tem de competir nem com Oeiras nem com Sintra. Tem de competir a uma escala global”. Carlos Pires Head of Innovation Management do Grupo Salvador Caetano “Um empreendedor social é um agente de mudança que altera a sociedade para melhor. Um intraempreendedor social, além da sua actividade normal, lança de- safios sociais e ambientais que não avan- çam por falhas no mercado”. Pedro Cilínio Direção de Gestão de Incentivos e de Créditos – IAPMEI “Investigação e Inovação, Competitivi- dade das PME e eficiência energética e energias renováveis são as principais prioridades para o FEDER 2020”. INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

2º Fórum Iniciativas à I&D+i

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Com o objetivo de promover a divulgação e disseminação de Modelos de I&D+i, Redes de Conhecimento e Instrumentos e Políticas de Financiamento que as empresas têm ao seu dispor, a F. Iniciativas realizou a segunda edição de um encontro que é já a marca desta entidade. Dos modelos públicos e privados de I&D+i (Investigação e Desenvolvimento e Inovação) às ferramentas de financiamento, a organização apostou na diversificação, tentando trazer os peritos de cada área de abordagem. No final, foram conhecidos três casos de sucesso para que se saiba que para se ser grande é preciso começar do zero.

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Page 1: 2º Fórum Iniciativas à I&D+i

A inda há a política de que ninguém dá nada a ninguém e que estas ajudas são só para al-guns. A nossa missão é desmistificar essa ideia”. As palavras de Telma Paz, Diretora

Geral Adjunta da F. Iniciativas abrem as hostes de um evento que vai já na segunda edição. Partindo do princípio de que a inovação tecnológica gerada pela Investigação & Desenvolvimento assume um papel vital no impulso à competitividade empresarial, Portugal, apesar de ainda ter um longo caminho a percorrer, está a dar passos sólidos nesse sentido, tal como Telma Paz co-meçou por dizer aos participantes. “De 2005 a 2008, Portugal duplicou o seu investimento em I&D, sendo hoje, tal como Espanha e a nível da União Europeia, moderadamente inovador. Existem ferramentas e meios de finan-ciamento mas é necessário adotar uma estratégia. Com base no nosso posi-cionamento internacional, prestamos todo o apoio à internacionalização. A nossa ambição é fazer mais e melhor”, garantiu. Estava, desde modo, aberto um evento que aproximou agentes de vários segmentos de atividade. Univer-sidades, Empresas, Entidades Públicas

ou Estudantes comunicaram e apro-veitaram ao máximo as condições que a F. Iniciativas criou num único espaço, Lispólis (Pólo Tecnológico de Lisboa) e num mesmo dia, 27 de novembro.Paulo Carvalho, Diretor Municipal de

Com o objetivo de promover a divulgação e disseminação de Modelos de I&D+i, Redes de Conhecimento e Instrumentos e Políticas de Financiamento que as empresas têm ao seu dispor, a F. Iniciativas realizou a segunda edição de um encontro que é já a marca desta enti-dade. Dos modelos públicos e privados de I&D+i (Investigação e Desenvolvimento e Inovação) às ferramentas de financiamento, a organi-zação apostou na diversificação, tentando trazer os peritos de cada área de abordagem. No final, foram conhecidos três casos de sucesso para que se saiba que para se ser grande é preciso começar do zero.

“É POSSÍVEL COMEÇAR DE MUITO PEQUENO, EVOLUIR E FAZER GRANDES COISAS”

Economia e Inovação da Câmara Mu-nicipal de Lisboa (CML), começou por apresentar Lisboa como uma “cidade do conhecimento e inovação”. “Lisboa é uma das cidades mais criativas do Mundo e tem de adotar uma estraté-

gia para se afirmar. Neste sentido, a CML não vende produtos mas funciona como orquestrador de um conjunto de atores chave”, afirmou. O conhecimen-to centralizado em Lisboa diz tudo: 104 instituições de ensino superior,

2.º FÓRUM INICIATIVAS À I&D+I DECORREU NO LISPÓLIS, PÓLO TECNOLÓGICO DE LISBOA

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Telma Paz

Vasco TeixeiraCoordenador do Projeto Nanovalor“O investimento em investigação e de-senvolvimento faz parte da solução para recuperar a economia do país. O objetivo da União Europeia é aumentar o investi-mento nesta área de forma a alinhar a despesa em I&D pela dos EUA e Japão”

Paulo CarvalhoDiretor Municipal de Economiae Inovação da CML“É necessário promover a internacionali-zação e a capacidade competitiva da eco-nomia de Lisboa. Mas, Lisboa não tem de competir nem com Oeiras nem com Sintra. Tem de competir a uma escala global”.

Carlos PiresHead of Innovation Management do Grupo Salvador Caetano“Um empreendedor social é um agente de mudança que altera a sociedade para melhor. Um intraempreendedor social, além da sua actividade normal, lança de-safios sociais e ambientais que não avan-çam por falhas no mercado”.

Pedro CilínioDireção de Gestão de Incentivos e de Créditos – IAPMEI“Investigação e Inovação, Competitivi-dade das PME e eficiência energética e energias renováveis são as principais prioridades para o FEDER 2020”.

INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

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Pontos de Vista Dezembro 2013

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140 mil estudantes, 30 mil licenciados ou 158 centros de I&D são alguns dos números que ilustram esta realidade. Seguiu-se Vasco Teixeira, Coordena-dor do Projeto Nanovalor que centrou a sua apresentação na transferência de tecnologia das entidades do siste-ma científico e tecnológico nacional, com enfoque em exemplos derivados da nanotecnologia. Sendo objetivo da União Europeia aumentar o investi-mento nesta área de forma a ficar ali-nhada com a despesa em I&D dos EUA ou Japão, Portugal tem ainda um longo caminho a fazer. Segundo Vasco Teixei-ra, há uma escassa articulação entre estratégias públicas de I&D e as reais necessidades das empresas. O Projeto Nanovalor tem contribuído para a alte-ração deste paradigma mas “Portugal ainda não se apercebe que já tem tan-ta competência ao nível das empresas na nanotecnologia”, defendeu o inves-tigador da Universidade do Minho. O primeiro painel terminou com o tema “Intraempreendedorismo e Redes Co-laborativas” por Carlos Pires, Head of Innovation Management do Grupo Salvador Caetano. Ao longo do seu dis-curso, foi dando exemplos, nomeada-mente: de entidades empreendedoras (3M, Apple ou Google) ou de Intraem-preendedores Sociais (Dan Vermeer da

Coca-Cola, Sam McCracken da Nike, ou Bob Annibale do Citibank), terminando a sua apresentação com o repto: “todo o processo de colaboração exige disci-plina, trabalho e preparação”.O final da manhã foi dedicado às Redes de Conhecimento para o I&D+i e Com-petitividade Empresarial com as inter-venções de Gonçalo Amorim, Diretor do Programa MIT Portugal; Vasco Lagar-to, Presidente da Comissão Executiva do TICE.pt; e João Caetano, Diretor de I&D+i do INTELI – Centro de Inovação que revelou alguns dados sobre a Rede de Living Labs. Portugal afirma-se como um dos principais promotores deste movimento europeu em torno da inova-ção aberta, alicerçado em valores como a cooperação, sustentabilidade ou em-preendedorismo. E, de facto, estes três oradores sublinharam a importância de cooperação entre os diversos parceiros para que cada um consiga atingir os seus próprios objetivos.

MODELOS DE FINANCIAMENTO

Ao longo de dois painéis, que termi-naram com chave de ouro com a inter-venção de Antoine Abbatucci, Coorde-nador Internacional da F-Iniciativas, foram abordados vários modelos de financiamento atualmente existentes e

ao dispor das empresas para que elas se tornem mais competitivas e se di-ferenciem das demais. Com o impulso da União Europeia, muitos países têm implementado sistemas de incentivos fiscais com o intuito de promover as atividades de Investigação e Desenvol-vimento. Em Portugal não é exceção. A F. Iniciativas acompanha, assim, as empresas na procura de fontes de fi-nanciamento da I&D e da Inovação, tra-zendo os melhores oradores para fala-rem dos desafios que as empresas terão de enfrentar no futuro, com a ajuda de programas como: o Quadro Estratégico Comum 2014-2020; o Horizonte 2020 (Programa Quadro de Investigação e Inovação) que uniformiza todo o finan-ciamento em investigação e inovação e pretende desenvolver uma melhor sociedade, indústrias competitivas e uma ciência de excelência; a Iniciativa EUREKA ou o Programa EUROSTARS. Do BPI, chegou ainda Lurdes Pinho, Responsável pelas Operações Especiais desta entidade, que nos traçou em con-siderações gerais os principais pontos da Linha BPI/FEI Inovação, uma linha de financiamento para empresas inova-dores com garantia do Fundo Europeu de Investimento.O evento terminou com a apresentação de três casos de sucesso. Para Telma

Ricardo MigueisNational Contact Point – GPPQ/FCT“Há uma baixa presença de entidades na-cionais nos grandes grupos europeus que influenciam os programas de trabalho europeus. Há, por isso, uma grande difi-culdade em entrar nos consórcios”.

Filipa CoelhoEUREKA National Project Officer – FCT“O Programa EUROSTARS resulta da co-laboração entre a EUREKA e a Comissão Europeia. Tem 32 países integrantes, mais dois estados associados”.

João CaetanoDiretor de I&D+i – INTELI – Centro de Inovação“O ciclo de inovação envolve três princi-pais fases: investigação, demonstração (testbeds; financiamento público e priva-do) e implementação”.

Porquê escolher a F. Iniciati-vas?- Experiência;- Reconhecimento;- Rede Internacional;- Conhecimento do negócio;- Serviços Combinados.

Principais caraterísticas do Programa Horizonte 2020:- Trata-se de um novo instrumen-to de financiamento europeu para Investigação, Desenvolvi-mento e Inovação;- Agrupa num único programa os instrumentos e procedimentos anteriores. Substitui o FP7;- Orçamento de aproximadamen-te 70 000 milhões de euros no período 2014-2020;- Financiamento único para proje-tos, podendo cobrir até cem por cento dos custos reais;- Participação em consórcio e com mínimo de três países co-munitários;- Diferentes instrumentos de par-ticipação. Projetos com dois-qua-tro anos, com orçamento entre três-cinco milhões (em função do alcance e do tópico);- Maior enfoque para a cobertura de todo o ciclo de inovação com projetos orientados para o mer-cado.

Paz, “são verdadeiros exemplos. Alguns com mais experiência e maturidade, outros mais recentes, são três casos bastante distintos a quem recorremos para mostrar que é possível começar de muito pequeno, evoluir e fazer grandes coisas”, defendeu. Falamos da Magnum Cap, uma empresa especializada no de-senvolvimento de soluções de gestão e disponibilização de energia elétrica; da Olisipo, vocacionada para o outsour-cing de especialistas de tecnologias de informação e comunicação; e da R&D Nester, o novo centro de investigação e desenvolvimento da REN e da State Grid Corporation of China.

De 2005 a 2008, Portugal duplicou o seu investimento em I&D, sendo hoje, tal como Espanha e a nível da União Europeia, moderadamente inovador. Existem ferramentas e meios de financiamento mas é necessário adotar uma estratégia. Com base no nosso posicionamento internacional, prestamos todo o apoio à internacionalização. A nossa ambição é fazer mais e melhor