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Poesias Premiadas

3 Concurso de poesias Prof. Aparecido Roberto Tonellotti - Resultado

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Premiados do 3º Concurso de Poesias Profº Aparecido Roberto Tonellotti, realizado pela Ôxe! Produtora Comunitária de Francisco Morato - SP

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Poesias Premiadas

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CATEGORIA ADULTO

Primeiro lugar – Adulto

“Tachismo”Felipe Cattapan - Zurique (Suíça)

Algum autoralgum diaem algum livro escreveuque para se escrever poesiabasta cortar os pulsos sem agoniae ver o sangue verter sem pudor

meu sangue vertidocorrendo, escorreu

recorrendo, discorreuconvertido no vértice

desta folha de papel:não vi poema, não virei poeta

só vejo aqui este borrão sem meta

Algum leitoralgum diatalvez trace com fantasiao esboço de um sentidopara o impulso irrefletidodeste meu nada desmanchado

Entretido omito a minha dor borrada

revendo meu borrão sem estéticaevitando rever a cor

do maior dos borrões sem métrica:este branco latente no papelpermanente na sua ausência de ética;inerente às cores de qualquer pincele onipresente em sua abstrata geometria;indiferente à nossa mancha assimétricae ao nada de qualquer poesia.

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Segundo lugar – Adulto

“Tambores da noite”Giovanna C. S. de Oliveira – Brasília (DF)

Tive a impressão de ouvir os tamboresE os cantos que cortavam a noite.Mas também ouvi os clamoresArrancados pelos açoites.

Sim, ainda existe chibata.Existem barões e feitores.Hoje, o preconceito não mata,Mas se tranforma em tumores.

Sim, confesso que ainda vivemosCercados por inquisidores.Critérios demais, igualdade de menos,Só resulta em muitos dissabores.

Sim, são herdeiros da criaçãoOs deturpados valoresTravestidos de política e religiãoNuma terra sem vencedores.

Sim, confesso que me causa espantoMuitos conceitos e poucos amores.Todos nós vamos pro mesmo canto.Todo enterro precisa de flores.

Eu sei que a cura está na cultura,Na educação e na coragem escassa.E nem sob a mais dolorosa tortura,Nem diante da mais chocante desgraça,Nem sob a chibata dessa noite escura,Negaria meu sangue, minha cor ou minha raça.

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Terceiro lugar – Adulto

“Estampido seguido de agitação e calma”Silvana M. Ramos – Ananindeua (PA)

Com grande fereza, tu te sacaste do meu tempo.À margem de ti, despenquei da margem do mundo.Em queda arvorada, mergulhei no nada:um fundo

abafado

e profundo.

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CATEGORIA JUVENIL

Primeiro lugar – Juvenil

“Brado contido” Maria Aretha R. Marinho – Fortaleza (CE)

Salve, guerreiroDe tão bravo posto.Revela teu rostoE Corpo inteiro.

Bravo guerreiro,Teu grito, tão nobre,Mostra-se pobreAo passar do ponteiro.

Mas ouça, guerreiro:Teu som, não ouvido,Teu brado contido,Há de ser teu herdeiro.

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Segundo lugar – Juvenil

“A pele e a pata”Adriano A. de Almeida Cirino – Belo Horizonte (MG)

“Se vossa mão ou vosso pévos é um motivo de escândalo,cortai-os e atirai-os longe de vós”

Mt, 181O que não aprendemos com as ovelhas:a nos tosar de quando em vez, remover tudoo que seja (cresça) pó, lã, crosta parasita.Cortar o que já não dá: tecido grossoque, despistadamente, se adere ao corpo.

2O que sim aprendemos com as ovelhas:os caminhos da sombra, a precipitação(inda que menos patas, as nossas, no chão)Rebanho marcha massa cega, que crêtudo ver e, em verdade, nada enxerga.

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Terceiro lugar – Juvenil

“Lembranças”Gabriela E. Mecalô – Abdon Batista (SC)

E há certas dores,Que geram cicatrizesQue o tempo não acalmaQue o tempo não cura...

E há certos momentos,Que a mente não apagaQue o coração não esqueceQue vira lembrança para sempre...

E há certas pessoas,Que a vida nos tiraQue não veremos maisQue vão-se eternamente...

E há certas memórias,Que serão para sempreQue nunca mudarãoQue serão eternas!

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CATEGORIA INFANTIL

Primeiro lugar – Infantil

“Uma oração para Deus”Kely Cristina S. R. de Campos – Francisco Morato (SP)

Senhor meu DeusNão sei o que façoMinha mãe fala demaisE meu pai é um chato

Meu pai dissePara não bater em ninguémMas quando passaDá um chute no neném

Neném é o meu gatoGato chato, parece o diaboFica miando com o rabo pra cimaQuerendo comerO ramister da vizinha

Deus, dai-me paciência, amém!

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Segundo lugar – Infantil

“Sendo Livre”Anna Beatriz O. Felix – Francisco Morato (SP)

Eu quero ser livre para voarSer livre para cantarLivre para dançarFazer coisas de criançasCoisas que só sendo livre podemos fazerGritar como se ninguém pudesse ouvirPensar em coisas que não tem sentidoFazer milhares de loucurasSentir o coração bater mais forteEnfim, essas são as coisas que eu queroE espero

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Terceiro lugar – Infantil

“Mistureba”Mical R. de S. Silva – Francisco Morato (SP)

Os livros nos levam a viagens!Com muitas imagensMuitas verdadesE também coragens

Mas a imaginaçãoTem muita ação,Com muit geração,E com o cascão,Sem noção.

Mas qual o princípio disso?Com isso.Sem isso.Só disso?

Mas a verdade é queSem coragemViagem, imaginação e o isso?Não vivemos sem.

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MENÇÕES HONROSAS

“Vatlavic”Milena A. de C. Mendes – Paraíbuna (SP)

Na cadeira onde tu sentas quero abraçar-te, sobre a esteira de palha na qual tu deitas quero aconchegar-te. A mesa onde tu escreves tem aquilo que almejo aprender, teus resistentes sapatos de ferro são as pegadas que corro para ler. Tua bengala será a minha mão, teu chapéu será a sombra do meu colo, teus livros e meus poemas espalhados pelo chão, tudo no espaço infinito onde um dia eu moro, minha estirpe, minha família... O que mais amo dessa tua velha mobília é poder entrar por ti, fazer-se em mim queda tão láurea como bastilha. Sem ti, o que antes não excedia, era eu cativo longe de toda vivência, que a mim mesmo interrompia.

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“Folhas Secas”Edweine L. da Silva – Saitama (Japão)

Viçosas, em troncos fortes,têm, porém, uma triste sorte.

Espalhadas pelo vento...

Esmagadas pelo tempo...

Esquecidas pela vida...

E sós.

Como todos nós.

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“Poema-Labor”Geraldo Trombin – Americana (SP)

Gosto de poema-pimenta,Aquele que a língua esquenta,

A viscera arde em preceE nunca mais se esquece.

Gosto de poema-tormenta,Aquele que ondeia, mareiaE, no viés do meu convés,

Não se sabe se é sorte ou revés.

Gosto de poema-bala,Aquele que é tiro e queda

– abala, vara, queima -,Ou lambuza como deliciosa guloseima.

Gosto de poema-labor,Aquele em que se trabalha,

Batalha, risca, passa a navalha,Independente do prazer ou da dor.