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7/31/2019 3 - Separao de Poderes
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Prof.M Conceio Bezerra Morbach
Separao de Poderes
Separao de Poderes
Um dos princpios fundamentais da democracia moderna o da separao de poderes. A idia da separao de poderes para evitar a concentrao absoluta de poder nasmo do soberano, comum no Estado antes das revolues burguesas. (Rev. Gloriosa-
1688, Rev. Americana-1776 e Rev. Francesa-1789)
Fundamenta-se com as teorias de John Locke e de Montesquieu. Criao de mecanismos de freios e contrapesos, para o controle mtuo entre os
poderes legislativo, executivo e judicirio.
Condio ideal:- os trs poderes independentes entre si;
- no existindo a supremacia de um em relao ao outro.
Condio real:- podes autnomos;
- os poderes tem funes preponderantes, mas no exclusivas.
J na Antigidade, o pensador Aristteles dividiu as funes estatais emdeliberativa,executiva e judicial.
Maquiavel, no Sculo XVI, em "O Prncipe", tambm revelou uma Frana com trspoderes distintos: Legislativo(representado pelo Parlamento), Executivo (materializado
na figura do Rei) e um Judicirio autnomo.
No Sculo XVII, John Locke esboou a separao de funes no exerccio do poder, aopropor a classificao entre funes legislativa, executiva e federativa.
Com Montesquieu se tem a Teoria da Separao de Poderes, trazendo a indicao dosmesmos como sendo o Legislativo, o Executivo e o Judicirio, bem como a idia de que
estes poderes so harmnicos e independentes entre si.
John Lockej observava que a tentao de ascender ao poder mais forte que afragilidade humana; logo, no convm que as mesmas pessoas que detm o poder de
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legislar tenham tambm em suas mos o poder de executar as leis, pois elas poderiam
se isentar da obedincia s leis que fizeram, e adequar a lei sua vontade.
Montesquieu, j sob influncia do Liberalismo, props a limitao da atuao doEstado, como uma maneira de reduzir o poder deste. Neste sentido, esta foi a
prescrio das Constituies que pregariam a no separao de poderes implicaria na
ausncia de democracia.
As bases da Teoria de Montesquieu
A proposta da separao dos poderes, alm de buscar a proteo daliberdadeindividual, tinha por base tambm aumentar a eficincia do Estado, pois cada rgo do
Governo tornar-se-ia especializado em determinada funo.
O momento histrico que retrata a fundamentao para a separao dos poderes apassagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal, o que vem influenciar vrios
textos constitucionais.
A Separao dos Poderes no Estado contemporneo
No Estado moderno, a tripartio de poderes se tornou insuficiente para dar conta dasnecessidades de controle democrtico do exerccio do poder.
Surgem rgos autnomos de fiscalizao essenciais a democracia: os Tribunais deContas e o Ministrio Pblico, no pertencendo a nenhum dos trs poderes, para
guardar iseno.
As Funes do Estado contemporneo
a) funo legislativa (ordinria de elaborar as leis infraconstitucionais);b) funo jurisdicional;
c) funo legislativa constitucional (de emendar e revisar ao Constituio);
d) funo administrativa;
e) funo de governo ( poder poltico e gesto tcnico administrativa);
f) funo simblica (tpica dos sistemas parlamentares e pertencente ao chefe de
Estado);
g) funo de fiscalizao.
A correlao entre os Poderes
Ao Legislativo, incumbe criar as leis da ordem jurdica estatal; Ao Executivo, cabe administrar o Estado, executando as polticas definidas pelo
Legislativo; e,
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Ao Judicirio, compete dirimir conflitos entre pessoas, fundamentando-se para istonas leis emanadas pelo Poder Legislativo.
A teoria dos Freios e Contrapesos
A teoria dos Freios e Contrapesos (Checks and Ballances), se atem aos mecanismosque viabilizam o exerccio harmonioso do poder entre os diferentes titulares.
Assim, no existe uma separao absoluta entre os poderes, pois todos eles legislam,administram e julgam.
O Sistema de Freios e Contrapesos previsto na Carta Magna de 1988, o quesignifica dizer que a separao de poderes no rgida, havendo a possibilidade de
interferncia recproca, ou seja, alm de cada poder exercer suas competncias
(funes tpicas),estes fiscalizariam as competncias dos outros (exercendo funes
atpicas, por exemplo.
Funes tpicas e atpicas
Poderes Funo Tpica Funo Atpica
Legislativo legislar e
exercer a fiscalizao
contbil, financeira,
oramentria e
patrimonial do
Executivo.
A organizao administrao prpria provendo cargos,
concedendo frias, licenas a servidores (natureza executiva);
O julgamento dos crimes de responsabilidade pelo Senado Federal
(natureza jurisdicional).
Ex. impeachment do Presidente da Repblica.
Executivo a prtica de atos de
chefia
de Estado, chefia de
Governo e atos de
administrao.
Adoo de medida provisria com fora de lei pelo Presidente da
Repblica (natureza legislativa); e
o julgamento de defesas e recursos administra-tivos pelo Poder
Executivo (natureza jurisdicional).
Judicirio ao dizer o direito no
caso concreto,
dirimindo os conflitos
que lhe so levados,
ao aplicar as leis.
Quando os Tribunais elaboram seus regimentos internos (natureza
legislativa); e tambm quando
os Tribunais concedem licenas e frias aos magistrados e
serventurios (natureza executiva).
A judicializao da poltica- quando as cortes judiciais deliberam e
criam jurisprudncia.
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A Judicializao da Poltica
A judicializao da poltica ocorre porque os tribunais so chamados a se pronunciaronde o funcionamento do Legislativo e do Executivo se mostram falhos, insuficientes
ou insatisfatrios. Sob tais condies, ocorre uma certa aproximao entre Direito e
Poltica e, em vrios casos, torna-se mais difcil distinguir entre um "direito" e um
"interesse poltico" (Castro, 1994), sendo possvel se caracterizar o desenvolvimento
de uma "poltica de direitos" (Tate, 1995).
Dimenso poltica da atuao das cortes judiciais procura avaliar especificamentecomo o processo judicial interage com o sistema poltico democrtico, especialmente
os poderes executivo e legislativo, e quais os seus efeitos em termos de formulao e
implementao de polticas pblicas (Stone, 1994; Tate, 1995).
O termo "judicializao da poltica" (Valhnder, 1994) tem sido proposto para designaresse papel poltico dos juzes, sobretudo dos tribunais constitucionais.
As Funes do Estado contemporneo
O Ministrio Pblico, encarregado da fiscalizao do funcionamento dos poderes nademocracia, seria o quarto poder?
Para exercer esta funo de maneira adequada o MP necessita de efetiva autonomia em
relao aos outros poderes no pertencendo nem ao executivo, nem ao legislativo, nem ao
judicirio.
O mesmo se aplica aos Tribunais de Contas, que necessitam de nova forma de escolha de
seus membros para que assumam este novo status, no podem pertencer a nenhum
dos poderes tradicionais para exercer com eficincia sua funo fiscalizadora.
Governo X AdministraoQual a diferena entre uma funo administrativa e uma funo de governo?
Uma funo tcnica, no exclusivamente tcnica. Ao mesmo tempo se a definio de
grandes linhas de polticas pblicas uma funo preponderantemente poltica, no pode serexclusivamente poltica, pois necessita de suportes tcnico-cientficos, que devem se subordinar
sempre a deciso poltica.
A Constituio
Conceito:considerada sua lei fundamental, seria, ento, a organizao dos seus elementos
essenciais: um sistema de normas jurdicas, escritas ou costumeiras, que regula aforma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisio e o exerccio do poder,
o estabelecimento de seus rgos, os limites de sua ao, os direitos fundamentais do
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homem e as respectivas garantias; em sntese: o conjunto de normas que organiza
os elementos constitutivos do Estado.
A constituio algo que tem como formaum complexo de normas; como contedo,a conduta humana motivada das relaes sociais; como fim, a realizao dos valores
que apontam para o existir da comunidade; e, finalmente, como causa criadora e
recriadora, o poder que emana do povo; no podendo ser compreendida e
interpretada, seno tiver em mente essa estrutura, considerada como conexo de
sentido, como tudo aquilo que integra um conjunto de valores democrticos.
Classificao das Constituies:
Quanto ao contedo: materiais e formas Quanto forma: escritas e no escritas; Quanto ao modo de elaborao: dogmticas e histricas; Quanto origem: populares (democrticas) ou outorgadas; Quanto estabilidade: rgidas, flexveis e semi-rgidas.
Classificao das Constituies:
constituio material: em sentido amplo, identifica-se com a organizao total doEstado, com regime poltico; em sentido estrito, designa as normas escritas ou
costumeiras,inseridas ou no num documento escrito, que regulam a estrutura
do Estado, o organizao de seus rgos e os direitos fundamentais.
constituio formal: o peculiar modo de existir do Estado, reduzido, sob formaescrita, a um documento solenemente estabelecido pelo poder constituinte e somente
modificvel por processos e formalidades especiais nela prpria estabelecidos.
constituio escrita: considerada, quando codificada e sistematizada num textonico, elaborado por um rgo constituinte, encerrando todas as normas tidas como
fundamentais sobre a estrutura do Estado, a organizao dos poderes constitudos,
seu modo de exerccio e limites de atuao e os direitos fundamentais.
constituio no escrita: a que cujas normas no constam de um documento nico esolene, baseando-se nos costumes, na jurisprudncia e em convenes e em textos
constitucionais esparsos. Ex. constituio inglesa.
Constituio dogmtica: a elaborada por um rgo constituinte, e sistematiza osdogmas ou ideias fundamentais da teoria poltica e do Direito dominantes no
momento.
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Histrica ou costumeira: a resultante de lenta formao histrica, do lentoevoluir das tradies, dos fatos scio-polticos, que se cristalizam como normas
fundamentais da organizao de determinado Estado.
So populares as que se originam de um rgo constituinte composto derepresentantes do povo, eleitos para o fim de elaborar e estabelecer a mesma. (Cfs de
1891,1934, 1946 e 1988).
Outorgadas so as elaboradas e estabelecidas sem a participao do povo, aquelasque o governante por si ou por interposta pessoa ou instituio, outorga, impe,
concede ao povo. (Cfs 1824, 1937, 1967 e 1969).
Rgida: a somente altervel mediante processos, solenidades e exigncias formaisespeciais, diferentes e mais difceis que os de formao das leis ordinrias ou
complementares.
Flexvel: a que pode ser livremente modificada pelo legislador segundo o mesmoprocesso de elaborao das leis ordinrias.
Semi-rgida: a que contm uma parte rgida e uma flexvel.
PODER E DIVISO DE PODERES
A diviso de poderes um princpio fundamental da Constituio, consta no ser art. 2 :so
poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judicirio; exprimem , a um tempo, as funes legislativa, executiva e jurisdicional e indicam os
respectivos rgos, estabelecidos na organizao dos poderes
0) Poder poltico:
pode ser definido como uma energia capaz de coordenar e impor decises visando realizao
de determinados fins; superior a todos os outros poderes sociais, os quais reconhece, rege e
domina, visando a ordenar as relaes entre esses grupos de indivduos entre si
e reciprocamente, de maneira a manter um mnimo de ordem e estimular o mximo de
progresso vista do bem comum; possui 3 caracteristicas fundamentais; unidade,
indivisibilidade e indelegabilidade.
31) Governo e distino de funes do poder:
Governo o conjunto de rgos mediante os quais a vontade do Estado formulada,expressada e realizada, ou , o conjunto de rgos supremos a quem incumbe o
exerccio das funes do poder poltico; a distino das funes que so a legislativa, a
executiva e a jurisdicional, fundamentalmente :- a
legislativaconsiste na edio de regras gerais(leis), abstratas, impessoais einovadoras da ordem pblica;
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a executivaresolve os problemas concretos e individualizados, de acordo com as leis; a
jurisdicionaltem por objeto aplicar o direito ao casos concretos a fim de dirimir conflitos de interesse
Governo e distino de funes do poder:
Governo o conjunto de rgos mediante os quais a vontade do Estado formulada,expressada e realizada, ou , o conjunto de rgos supremos a quem incumbe o
exerccio das funes do poder poltico.
Distino das funes :a legislativa: consiste na edio de regras gerais(leis), abstratas, impessoais e
inovadoras da ordem pblica;
a executiva: resolve os problemas concretos e individualizados, de acordo com as leis; a
jurisdicional:tem por objeto aplicar o direito ao casos concretos a fim de dirimir conflitos
de interesse.
BIBLIOGRAFIA
MONTESQUIEU, Charles de Secondat, Baron de. O esprito das leis. ApresentaoRenato Janine Ribeiro, traduo Chistina Murachco. So Paulo: Martins Fontes, 1996.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 4.ed. So Paulo: Malheiros, 1993. SILVA, Jos Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 27. ed. So
Paulo:Malheiros, 2006.
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