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Organizadores: 30 anos da Constituição Brasileira reflexões atuais Marcelo Figueiredo Joaquim Portes de Cerqueira César

30 anos da Constituição Brasileira reflexões atuais

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Marcelo Figueiredo

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reflexões atuais

[orgs.]

“Em palavras finais pa-

rece-me justo afirmar, nessa

retrospectiva histórica de 30 anos, que a Cons-

tituição de 1988 adaptou-se bem ao Brasil e o Brasil a ela.

Infelizmente, não conseguiu trans-formar o nosso país como desejáva-

mos no palco e na plateia do admirável e saudoso espetáculo constituinte de1987-88, até

porque isso é tarefa e missão de todos os brasilei-ros. Uma Carta Política transformadora exige agen-

tes transformadores. Mas, sua promulgação por certo resultou altamente positiva: produziu mais democracia, tem

suplantado toda sorte de crises agudas, implantou estabilidade institucional, gerou avanços sociais irrecusáveis e reforçou o senti-

mento de cidadania crítica e construtiva dos anseios nacionais.”

Carlos Roberto Siqueira Castro

1. A obsolescência da perspectiva da hierarquia dos tratados internacionais para a coordenação entre o direito doméstico e o direito internacional em matéria de direitos humanosLuiz Guilherme Arcaro Conci

2. Ação jurídico-política diante da violência policial em manifestaçõesJoao Vitor Cardoso Konstantin Gerber

3. Problema dos direitos humanos das pessoas em situação de rua no BrasilValerio de Oliveira Mazzuoli

4. Novos rumos do processo brasileiro: Garantismo X EficientismoPaulo Lopo Saraiva

5. A garantia da segurança jurídica nas mudanças de jurisprudência: a proteção da legítima confiança dos cidadãos Marcus Vinicius Furtado Coêlho

6. Constituição, Economia e Justiciabilidade dos Direitos Sociais na América LatinaMarcelo Figueiredo

7. 30 Anos da Constituição Democrática de 1988Carlos Roberto Siqueira Castro

8. Dignidade humana e pluralismo constitucional: Limites e possibilidades de dois princípios constitucionais em tempos de profundo dissenso políticoMarcos Augusto Maliska

9. Direito ao esquecimento no meio ambiente digital: a arquitetura como força de regulação e os deveres dos prestadores de serviços na InternetCláudio de Oliveira Santos Colnago Adriano Sant’Ana Pedra

10. Feminismos, antipunitivismo e o direito fundamental das mulheres à uma vida livre de violênciaMônica de Melo

11. Revolução como fonte do direito e poder constituinteIvo Dantas Janini de Araújo Lôbo Silvestre

12. Uma nova constituição?Valmir Pontes Filho

13. Corrupção e democraciaJoaquim Portes de Cerqueira César

30 anos da Constituição Brasi leira

reflexões atuais

Marcelo FigueiredoJoaquim Portes de Cerqueira César

editora

ISBN 978-85-8425-436-1

Promoção: Apoio:

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reflexões atuais

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editora

Marcelo FigueiredoJoaquim Portes de Cerqueira César

[orgs.]

30 anos da Constituição Brasi leira

reflexões atuais

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Copyright © 2018, D’Plácido Editora.Copyright © 2018, Os autores.

Editor ChefePlácido Arraes

Produtor EditorialTales Leon de Marco

Capa, projeto gráficoLetícia Robini

DiagramaçãoBárbara Rodrigues

Editora D’PlácidoAv. Brasil, 1843, Savassi

Belo Horizonte – MGTel.: 31 3261 2801

CEP 30140-007

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida,

por quaisquer meios, sem a autorização prévia do Grupo D’Plácido.

W W W . E D I T O R A D P L A C I D O . C O M . B R

Catalogação na Publicação (CIP)Ficha catalográfica

30 anos da constituição brasileira - reflexões atuais. FIGUEIREDO, Marce-lo; CÉSAR, Joaquim Portes de Cerqueira. [Org.]- Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2018.

Bibliografia.ISBN: 978-85-8425-436-1

1. Direito. 2. Direito Constitucional. I. Título.

CDU342 CDD341.2

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Carlos Roberto Siqueira CastroMaster of Laws (LL.M.) pela University of Michigan. Doutor em Direito

Público pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Titular de Direito Constitucional da UERJ. Professor Visitante - Faculdade de Direito da Université Panthéon-Assas - Paris II. Ex-Assessor da Assembleia Nacional Constituinte de 1987-88. Conselheiro Federal da OAB (RJ).

Luiz Guilherme Arcaro ConciProfessor da Faculdade de Direito e Coordenador do Curso de Espe-

cialização em Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Doutor e Mestre em Direito pela PUC-SP, com estágio pós-doutoral na Universidade Complutense de Madri (2013-2014). Professor Titular da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo – Autarquia Municipal. Professor colaborador do Mestrado em Direitos Humanos da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Professor Visitante das Uni-versidades de Bolonha (2016) e de Buenos Aires (2011-2014).

Joao Vitor CardosoMestrando pela FFLCH-USP. Graduado em Direito pela PUC-SP,

onde integra o Grupo de Pesquisas em Direitos Fundamentais. Pesquisador do CNPQ (de 2011 a 2013) e do NETI-USP.

Konstantin Gerber Advogado, Mestre e Doutorando em Filosofia do Direito, PUC-SP,

onde integra os grupos de pesquisas em direitos fundamentais e filosofia po-lítica do direito. Professor convidado do curso de especialização em Direito Constitucional e Direito Internacional dos Direitos Humanos.

Valerio de Oliveira MazzuoliProfessor Associado da Faculdade de Direito da Universidade Federal

de Mato Grosso – UFMT. Professor do Programa de Mestrado em Proteção

Sobre os Autores

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dos Direitos Fundamentais da Universidade de Itaúna – UIT. Pós-Doutor em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade Clássica de Lisboa. Doutor summa cum laude em Direito Internacional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Mestre em Direito pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP. Membro titular da Sociedade Brasileira de Direito Internacional – SBDI e da Associação Brasileira de Cons-titucionalistas Democratas – ABCD. Pesquisador do Centro de Investigação & Desenvolvimento sobre Direito e Sociedade – CEDIS da Universidade Nova de Lisboa (Portugal). Advogado e Consultor Jurídico.

Paulo Lopo SaraivaAdvogado e Professor. Pós-Doutor em Direito Constitucional. Ex-

-Conselheiro Federal da OAB. Membro Consultor da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais. Conselheiro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Marcus Vinicius Furtado CoêlhoAdvogado e professor, Doutor em direito pela Universidade de Sala-

manca. Presidente Nacional da OAB nos anos de 2013 a 2016. Presidente da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB Nacional para os anos de 2016 a 2019. Membro da Academia Brasiliense de Letras. Membro da Comissão Especial do Senado Federal que elaborou o anteprojeto do atual Código de Processo Civil.

Marcos Augusto MaliskaMestre (2000) e Doutor (2003) em Direito Constitucional pela Uni-

versidade Federal do Paraná, com estudos de doutoramento (Doutorado Sandwich) na Ludwig Maximilians Universität, em Munique, Alemanha (2002-2003). Realizou Pós-doutorado no Instituto Max Planck de Direito Público de Heidelberg, Alemanha (2010-2012). Professor Adjunto de Direito Constitucional do Programa de Mestrado em Direito do UniBrasil Centro Universitário, em Curitiba. Procurador Federal. É professor visitante perma-nente na Faculdade de Direito de Francisco Beltrão - Cesul. Foi professor visitante nas Universidades de Bayreuth, Alemanha (2007), Wroclaw, Polônia (2008 e 2010), Karaganda, Cazaquistão (2012), Salzburg, Austria (2014) e Lviv, Ucrânia (2015).

Cláudio de Oliveira Santos ColnagoDoutor e Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais (Faculdade de

Direito de Vitória - FDV); Especialista em Direito Tributário (IBET); Profes-sor da Faculdade de Direito de Vitória – FDV; Conselheiro Federal suplente

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da OAB, pelo Estado do Espírito Santo; Presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB/ES; Advogado.

Adriano Sant’Ana PedraDoutor em Direito Constitucional (Pontifícia Universidade Católica de

São Paulo - PUC/SP). Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais (Faculdade de Direito de Vitória - FDV). Professor do Curso de Direito e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) em Direitos e Garantias Fundamentais da Faculdade de Direito de Vitória – FDV. Membro da Associação Brasileira de Constitucionalistas Democratas. Procurador Federal.

Mônica de MeloDefensora Pública do Estado de São Paulo, professora de direito cons-

titucional da PUC-SP, Integrante do Grupo de Pesquisa Direito, Gênero e Igualdade (PUC-SP) e Diretora da Associação Brasileira de Constitucionalistas Democráticos (ABCD).

Ivo Dantas Professor Titular, por concurso público de provas e títulos, da Faculdade

de Direito do Recife – UFPE; Doutor em Direito Constitucional – UFMG. Livre Docente em Direito Constitucional – UERJ. Livre Docente em Teoria do Estado – UFPE. Membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas. Membro da Academia Brasileira de Ciências Morais e Políticas. Presidente do Instituto Per-nambucano de Direito Comparado. Presidente da Academia Pernambucana de Ciências Morais e Políticas. Miembro del Instituto IberoAmericano de Derecho Constitucional México. Miembro del Consejo Asesor del Anuario IberoAmeri-cano de Justicia Constitucional, Centro de Estudios Políticos y Constitucionales (CEPC), Madrid. Ex-Diretor da Faculdade de Direito do Recife – UFPE. Membro da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas. Fundador da Associação Brasileira dos Constitucionalistas Democráticos. Membro Efetivo do Instituto dos Advogados de Pernambuco. Membro do Instituto Pimenta Bueno - Associação Brasileira dos Constitucionalistas. Professor Orientador Visitante do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, conforme aprovação do Colegiado, em 31 de maio de 2001. Professor do Curso de Mestrado em Direito da Universidade da Amazônia, UNAMA, Belém do Pará; Juiz Federal do Trabalho - (aposentado). Advogado e Parecerista.

Janini de Araújo Lôbo Silvestre Doutoranda em Direito Constitucional pela Universidade Federal de

Pernambuco – UFPE. Advogada. Bacharela em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP.

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Valmir Pontes Filho Possui graduação em Faculdade de Direito pela Universidade Federal

do Ceará e mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Exerceu a função de Coordenador do Curso de Direito e foi Membro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão na Universidade de Fortaleza, onde atualmente é professor titular.

Joaquim Portes de Cerqueira CésarEspecialista em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília;

Especialista em Direito Econômico pela Universidade de Brasília. Mestre em Direito Processual pela PUC-SP, Doutor em Direito Constitucional pela PUC-SP. Foi Diretor Jurídico do Banco do Brasil. Advogado.

Marcelo de Oliveira Fausto Figueiredo Santos (Marcelo Figueiredo)Mestre e Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo. É presidente e fundador da Associação Brasileira de Constitucionalistas Democratas, da seção brasileira do Instituto Ibero-Americano de Derecho Constitucional, com sede no México. Presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Jurídicas. É vice-presidente da Associação Internacional de Direi-to Constitucional. Advogado e consultor jurídico em São Paulo. Professor Associado de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde foi diretor em duas sucessivas gestões.

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Sumário

Prefácio 11

Marcelo Figueiredo

1. A obsolescência da perspectiva da hierarquia dos tratados internacionais para a coordenação entre o direito doméstico e o direito internacional em matéria de direitos humanos 13

Luiz Guilherme Arcaro Conci

2. Ação jurídico-política diante da violência policial em manifestações 33

Joao Vitor Cardoso

Konstantin Gerber

3. Problema dos direitos humanos das pessoas em situação de rua no Brasil 41

Valerio de Oliveira Mazzuoli

4. Novos rumos do processo brasileiro: Garantismo X Eficientismo 59

Paulo Lopo Saraiva

5. A garantia da segurança jurídica nas mudanças de jurisprudência: a proteção da legítima confiança dos cidadãos 65

Marcus Vinicius Furtado Coêlho

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6. Constituição, Economia e Justiciabilidade dos Direitos Sociais na América Latina 85

Marcelo Figueiredo

7. 30 Anos da Constituição Democrática de 1988 129

Carlos Roberto Siqueira Castro

8. Dignidade humana e pluralismo constitucional: Limites e possibilidades de dois princípios constitucionais em tempos de profundo dissenso político 153

Marcos Augusto Maliska

9. Direito ao esquecimento no meio ambiente digital: a arquitetura como força de regulação e os deveres dos prestadores de serviços na Internet 167

Cláudio de Oliveira Santos Colnago Adriano Sant’Ana Pedra

10. Feminismos, antipunitivismo e o direito fundamental das mulheres à uma vida livre de violência 191

Mônica de Melo

11. Revolução como fonte do direito e poder constituinte 213

Ivo Dantas Janini de Araújo Lôbo Silvestre

12. Uma nova constituição? 249

Valmir Pontes Filho

13. Corrupção e democracia 259

Joaquim Portes de Cerqueira César

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Prefácio

A Associação Brasileira de Constitucionalistas Democratas-ABCD- (www.constitucionalistas.org.br) foi criada no ano de 2000 reunindo inúmeros juristas da área do Direito Público, sobretudo constitucional capitaneados pelo ilustre Professor José Afonso da Silva. Seu objetivo central: atuar na defesa da Constituição, de seus valores e do Estado Democrático de Direito.

A ABCD constitui a seção brasileira do conhecido “Instituto Ibero-ame-ricano de Derecho Constitucional” com sede no México.

No dia 5 de outubro de 2018 a Constituição de 1988 completa 30 anos de vigência. Por isso reunimos ilustres Professores de Direito e juristas experientes para tratar de relevantes temas de Direito Constitucional. Dentre eles destacam-se estudos sobre: A Constituição, Direito das Minorias, Direi-tos Humanos, Direitos Sociais, Poder Constituinte, Tratados Internacionais, Dignidade Humana, Meio-Ambiente, Violência e o Garantismo.

A Constituição de 1988 reflete o momento histórico em que foi criada. O Brasil recém-saído do regime militar precisava encontrar bases sólidas, ancorada no Direito Constitucional para moldar suas principais aspirações e fundamentos. O resultado, após notável participação social foi uma Constituição longa, mas também prolixa, com olhos para o fu-turo com 245 artigos, a exemplo de outras, como a da Índia e da África do Sul, influenciada pelas Constituições Europeias de Portugal, Espanha, Itália e Alemanha. Como toda obra humana a Constituição tem grandes virtudes e muitos defeitos.

Na sua maturidade pode-se fazer um balanço e uma análise após três décadas de sua aplicabilidade. Creio que é quase unânime a afirmação de que em sua alma a Constituição é generosa, sobretudo no Capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais. Não deve nada as Constituições mais modernas e as Democracias mais consolidadas. Entretanto o mesmo não pode ser dito de seu conjunto.

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Talvez inclusive por conta da saudável e plural participação de inúmeros segmentos sociais, a Constituição de braços abertos permitiu que todos opi-nassem, participassem e inserissem em seu texto direitos, nos mais variados temas e interesses. Nem todos com natureza ou vocação constitucional. A sabedoria e o conhecimento do Direito Constitucional já demonstraram ao longo da História, que nem toda matéria deve ser inserida na Lei Maior sob pena de, não só reduzir a margem de atuação do Legislador e do Administrador, como também paralisar a evolução da própria sociedade que pretende regular.

De todo modo, em um Estado que viveu longos períodos de exceção desde o seu “descobrimento” por Portugal, 30 anos de paz e instabilidade constitucional não é pouco tempo. A Constituição de 1988 além de regular a realidade brasileira serviu de inspiração para diversos Estados latino-ame-ricanos contemporaneamente.

Pode-se ainda criticar o corporativismo e a instituição de privilégios diretos ou indiretos a diversas categorias do funcionalismo público, de carrei-ras de Estado constantes da Constituição de 1988 desequilibrando o magno princípio da igualdade que também é tão encarecido no texto.

Também por isso pede-se hoje, como sempre, uma ampla e profunda reforma política, tributária e previdenciária que aproxime mais o povo dos agentes políticos e os responsabilize por suas condutas irresponsáveis, enfrente com vigor os privilégios de alguns segmentos- sobretudo públicos- e desonere a produção e o trabalho enfrentando o capital especulativo e a vergonhosa concentração de riqueza do Brasil.

Também é de lembrar-se as sucessivas emendas, hoje quase uma cente-na, sob as mais variadas matérias, algumas necessárias outras produzidas sob pressão conjuntural dos movimentos da mundialização, nem sempre fiéis aos interesses nacionais.

De todo modo, a função dos constitucionalistas é muito relevante e profícua. Tem eles o papel de estudar, divulgar e contribuir no aperfeiçoa-mento das instituições nacionais, no fortalecimento do Estado de Direito, da democracia, e dos direitos humanos. Nesse sentido a divulgação da cultura e do direito constitucional é tarefa constante em nosso continente. Sabe-se que a população latino-americana conhece pouco os seus direitos e também por isso, ignorando-os não usufrui de muitos deles como poderia e deveria.

A publicação dos trabalhos que ora se apresenta contribui para a divul-gação do Direito Constitucional brasileiro e por isso agradeço muito a todos os seus colaboradores.

Marcelo Figueiredo

Presidente da ABCD

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Marcelo Figueiredo

Joaquim Portes de C

erqueira César

reflexões atuais

[orgs.]

“Em palavras finais pa-

rece-me justo afirmar, nessa

retrospectiva histórica de 30 anos, que a Cons-

tituição de 1988 adaptou-se bem ao Brasil e o Brasil a ela.

Infelizmente, não conseguiu trans-formar o nosso país como desejáva-

mos no palco e na plateia do admirável e saudoso espetáculo constituinte de1987-88, até

porque isso é tarefa e missão de todos os brasilei-ros. Uma Carta Política transformadora exige agen-

tes transformadores. Mas, sua promulgação por certo resultou altamente positiva: produziu mais democracia, tem

suplantado toda sorte de crises agudas, implantou estabilidade institucional, gerou avanços sociais irrecusáveis e reforçou o senti-

mento de cidadania crítica e construtiva dos anseios nacionais.”

Carlos Roberto Siqueira Castro

1. A obsolescência da perspectiva da hierarquia dos tratados internacionais para a coordenação entre o direito doméstico e o direito internacional em matéria de direitos humanosLuiz Guilherme Arcaro Conci

2. Ação jurídico-política diante da violência policial em manifestaçõesJoao Vitor Cardoso Konstantin Gerber

3. Problema dos direitos humanos das pessoas em situação de rua no BrasilValerio de Oliveira Mazzuoli

4. Novos rumos do processo brasileiro: Garantismo X EficientismoPaulo Lopo Saraiva

5. A garantia da segurança jurídica nas mudanças de jurisprudência: a proteção da legítima confiança dos cidadãos Marcus Vinicius Furtado Coêlho

6. Constituição, Economia e Justiciabilidade dos Direitos Sociais na América LatinaMarcelo Figueiredo

7. 30 Anos da Constituição Democrática de 1988Carlos Roberto Siqueira Castro

8. Dignidade humana e pluralismo constitucional: Limites e possibilidades de dois princípios constitucionais em tempos de profundo dissenso políticoMarcos Augusto Maliska

9. Direito ao esquecimento no meio ambiente digital: a arquitetura como força de regulação e os deveres dos prestadores de serviços na InternetCláudio de Oliveira Santos Colnago Adriano Sant’Ana Pedra

10. Feminismos, antipunitivismo e o direito fundamental das mulheres à uma vida livre de violênciaMônica de Melo

11. Revolução como fonte do direito e poder constituinteIvo Dantas Janini de Araújo Lôbo Silvestre

12. Uma nova constituição?Valmir Pontes Filho

13. Corrupção e democraciaJoaquim Portes de Cerqueira César

30 anos da Constituição Brasi leira

reflexões atuais

Marcelo FigueiredoJoaquim Portes de Cerqueira César

editora

ISBN 978-85-8425-436-1

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