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30 MITOS E VERDADES EM ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICADra. Mariana Xavier da Silva MaranaEndocrinopediatra07/04/2017
Objetivos da AulaMITOS e VERDADES• 1. Alimentação• 2. Obesidade• 3. Baixo peso• 4. Síndrome Metabólica• 5. Dislipidemia• 6. Diabetes Mellitus• 7. Crescimento e Baixa Estatura• 8.Puberdade Precoce • 9. Tireoidopatias
Alimentação e Obesidade
HidrataçãoÁgua: recomendação é de 35ml/kg de peso corporal
Sucos, chás, refrigerantes, energéticos, isotônicos e água de coco não substituem a água
Nutriente Proporção de energia proveniente dos macronutrientes
Carboidrato 45 a 65% da energia Em relação à necessidade de fibras, recomenda-se: Sexo masculino: 9 a 13 anos: 31 g/dia 14 a 18 anos: 38 g/dia Sexo feminino: 26 g/dia
Proteína 10 a 30% da energiaLipídeo 25 a 35% da energia
Recomendações de macronutrientes, segundo as DRI
Será que de vez em quando pode? • MitoO consumo acaba sendo diárioNão há mudanças efetivas na alimentaçãoNão contribui para uma reeducação alimentarO que fazer?• Diário alimentar• Liberar apenas em situações sociais que envolvam
comida (aniversários, festas, Páscoa) com as devidas orientações.
Sedentarismo
Erro alimentar Genética
Depressão Comportamento
50 %
Consumo de alimentos não saudáveis
Sedentarismo
Doenças hormonais
Causas genéticas
Causas da obesidade infantil
50%
35%
10%
5%
OMS: 42 milhões de crianças menores de 5 anos estão sobrepeso ou obesas no mundo80% países em desenvolvimentoBrasil: 30% acima do peso e 15% obesas> 50% campanhas publicitárias veiculadas na TV: público infantil
=
Mais de 70% do conteúdo do suco é composto por açúcares. Em um porção de 200 ml da bebida chega a conter 20 gramas de açúcar, equivalente a duas colheres de sopa cheias.
67 dos pais oferecem alimentos industrializados à criança antes de 1º ano de vida
É criança, deixa comer que quando crescer emagrece• Mito
Hábitos alimentares saudáveis se formam na primeira infância
Hiperplasia X Hipertrofia do adipócito
2 anos : 15% 5 anos : 35% 7 anos : 50% 10 anos : 80%
Chances de se tornar obeso na vida adulta
Lactente obeso em aleitamento materno exclusivo não há nada para ser feito• Mito• Habitualmente não se dá o diagnóstico de obesidade a
um bebê de 0 a 6 meses, principalmente se ele estiver sob aleitamento materno exclusivo.
Indagar dieta materna - alimentos muito calóricos e gordurosos (ricas em triglicerídeos)Questionar o número de vezes que o bebê mama nas 24 horas – livre demanda ≠ necessidade de sucção ≠ capacidade de reconhecer tipos de choro
O leite materno protege da obesidade?
• Verdade• menor ocorrência de sobrepeso e obesidade nas crianças
amamentadas de forma exclusiva até o sexto mês de vida• correlação inversa significativa entre perímetro da cintura e
tempo de amamentação• amamentação representa um fator de proteção contra o
sobrepeso infantil• crianças e adolescentes que nunca receberam aleitamento
materno têm maior ocorrência de obesidade na idade escolar• o aleitamento materno tem efeito protetor contra o sobrepeso e
a obesidade durante toda a infância, independentemente da idade da criança, da renda familiar, do estado nutricional e da escolaridade dos pais
FORÇAR CRIANÇA A COMER LEVA A OBESIDADE• Verdade • criança aprenda a ter uma relação prazerosa com a
alimentação e, portanto, não deve ser forçada a comer.• as refeições NÃO devem ser substituídas por lanches,
mamadeiras e guloseimas• importante que a criança não chegue satisfeita por outros
alimentos ao horário das refeições, mantendo o apetite para o horário correto da refeição.
• o hábito de forçar a criança a comer tem o risco de levar ao sobrepeso e até à obesidade, e é uma prática que não deve ser realizada.
• Uma criança saudável come exatamente o que necessita para seu crescimento e desenvolvimento e, muitas vezes, isso é interpretado erroneamente pelos pais como alimentação insuficiente.
Necessidades Calóricas por Faixa EtáriaRecomendações nutricionais diárias para lactentes
Distribuição energética diária determinada pela SBP de acordo com a idade da criança e baseada na Pirâmide de Alimentos.
IDADE Valor energético diário (kcal)
De 1 a 3 anos 1300
De 4 a 6 anos 1600 - 1800
De 7 a 10 anos 1700-2000
De 11 a 18 anos ♀♀ 2000-2200
De 11 a 18 anos ♂♂ 2200-2400
7.500 CALORIAS INGERIDAS A MAIS, REPRESENTAM 1 QUILO A MAIS NA BALANÇA
Crianças menores de 2 anos de idade não podem consumir leite desnatado• Mito• não contém as vitaminas A e D presentes no leite integral• possui índices de gordura muito baixo • O leite desnatado mantém as mesmas quantidades de proteínas,
cálcio, fósforo, potássio e demais nutrientes do leite integral
Não precisa emagrecer, basta manter o peso, que como a criança esta crescendo, vai chega um momento que o peso se tornará adequado para a idade• Mito
24 kg é o peso normal para uma criança de 7 anos e 6 meses (p50)
Estratégias de Intervenção • IMC entre percentis 85 e 95
• Sem complicação: Manutenção Peso • Com complicação: 2 a 7 anos: manutenção Peso
>7 anos: perda gradual (1 a 2 kg/mês)
• IMC > percentil 95
• Sem complicação: 2 a 7 anos: manutenção Peso >7anos: perda gradual
• Com complicação: Perda de peso (2 kg/mês)
Baixo peso e suplementos alimentares
SERÁ ?
Arroz (1 colher) Feijão (1 colher)Calorias (kcal) 41 52Carboidratos (g) 8,07 10,6Proteínas (g) 0,58 3,53Lipídios (g) 0,73 0,18Colesterol (g) 0 0
Dez passos para uma alimentação saudável Guia alimentar para crianças menores de dois anos• Passo 1 - Dar somente leite materno até os 6 meses, sem
oferecer água, chás ou qualquer outro alimento • Passo 2 - Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e
gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais
• Passo 3 - Ao completar 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno
• Passo 4 - A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança
• Passo 5 - A alimentação complementar deve ser espessadesde o início e oferecida de colher; iniciar com a consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família
Dez passos para uma alimentação saudável Guia alimentar para crianças menores de dois anos• Passo 6 - Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia.
Uma alimentação variada é uma alimentação colorida • Passo 7 - Estimular o consumo diário de frutas, verduras
e legumes nas refeições • Passo 8 - Evitar açúcar, café, enlatados, frituras,
refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação
• Passo 9 - Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados
• Passo 10 - Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação
Para emagrecer devo olhar o índice glicêmico dos alimentos• Mito• Ganho de peso quantidade de calorias ingeridas
durantes as 24 horas Balanço energético positivo• O índice glicêmico (IG) refere-se à velocidade do
alimento para se transformar em glicose plasmática• Classificação dos alimentos pelo percentual do índice
glicêmico:• Alimentos com índice glicêmico Alto: valor maior ou igual a 70• Alimentos com índice Glicêmico Médio: valor entre 56 e 69• Alimentos com índice Glicêmico Baixo: valor menor ou igual a 55
4:004:00
2525
5050
7575
8:008:00 12:0012:00 16:0016:00 20:0020:00 24:0024:00 4:004:00
Breakfast Lunch Dinner
Pla
sma
Pla
sma
insu
linin
sulin
((µU
/ml)
U
/ml)
TimeTime8:008:00
Physiological Serum InsulinSecretion Profile
Índice glicêmico• Carboidratos simples: possuem alto nível glicêmico.
São digeridos e absorvidos rapidamente, produzindo um súbito aumento de glicose no sangue.
• Ex: pão branco, arroz, batata, suco de frutas, doces, sorvete, bolo, refrigerantes, biscoitos, milho, massa de farinha branca, açúcar, mel, glicose, sacarose, cana-de açúcar.
• O pão francês é o alimento com maior índice glicêmico (100 IG/30g). Na sequência por porção de 150g temos: a batata (103), seguido do espaguete (87) e o arroz branco (80). Algumas frutas também possuem um índice glicêmico elevado (valores por 100g): manga (80) melancia (72), abacaxi (66), banana (60) e papaia (59).
Uma dieta low carb, isenta de lactose e de glúten é mais saudável• Mito• Alimentos sem lactose apenas para quem intolerância a
lactose• Dietas sem glúten apenas para pacientes com doença
celíaca• LowCarbCarboidrato: 45 a 65% da energia
Diabetes mellitus• Comer muitos doces causa diabetes? • Mito
+ + +
2 horas depois: Glicemia plasmática < 140 mg/dL
Representação Esquemática em 24 Horas dos Perfis da Glicose e Insulina Plasmática
A Insulina é Sempre Secretada em Resposta à Elevação da GlicosePlasmática
DEFINIÇÃO
Diabetes Mellitus:
• Hiperglicemia resultante da redução no efeito da insulina endógena
o produção virtualmente ausenteo produção presente, mas insuficienteo resistência ao seu efeito, apesar de hiperinsulinemia
DM tipo 1 destruição auto-imune das células beta pancreáticas deficiência absoluta de insulina
DM tipo 1• 10 % de todos os casos de diabetes • compromete cerca de 10 a 20 milhões de indivíduos no mundo
• 2 a doença crônica mais comum na infância e adolescência
• O DM1A 90% dos casos de diabetes da infância
5% a 10% início na idade adulta• 40 % dos casos surge antes dos 20 anos de idade
DM 1 e DM 2
- DM1 era responsável por mais de 90% dos casos de diabetes em crianças.
- Com a epidemia de DM2 (mesmo em crianças) nos países em desenvolvimento, essa proporção caiu pra cerca de 66%
• DM 1: Brasil (São Paulo): 7,4/100.000• Aumento da incidência global 3 % ao ano, em 2018 será
40 % superior a 1998• Faixas etárias mais jovens: 6,3% entre 0 e 4 anos; 3,1%
entre 5 e 9 anos, e 2,4% entre 10 e 14 anos sugerindofator ambiental atuante
Milh
ões
202520001995
100
0
200
300
150
300
Diabetes tipo 2~ 90%
~ 6Milhões por ano
140
280
A Epidemia de Diabetes – Visão Global
Pop
ulaç
ão e
m M
ilhõe
sde
Hab
itant
es
20181988
100
0
200
250
5
8Diabetes tipo 2~ 90%
~ 250Mil novos casos por ano
A Epidemia de Diabetes – Brasil
Diferenças Básicas Entre DM 1 e 2DM 1
• Doença Auto-Imune• Deficiência Insulina• Jovens, Adolescentes• Insulite• Auto-Anticorpos• Indivíduos Magros• Cetoacidose (Início)• Início Abrupto (Polis)
DM 2• 90 % S. Metabólica• Resistência Insulínica e
Deficiência• Indivíduos Meia Idade• HF 80% casos• Obesidade (85 %)• S. Hiperosmolar• Início Geralmente Lento
“Stages” in Development of T1D
Beta cell mass
Genetic Predisposition
(Precipitating Event)
Overtimmunologicabnormalities
Normal insulinrelease
Progressiveloss insulinrelease
Glucosenormal
Overtdiabetes
C-peptidepresent
NoC-peptide
yearsNEJM, 1986
QUADRO CLÍNICO
SINTOMAS:
o Poliúriao Polidipsiao Polifagiao Perda de peso
OUTROS:
o Enurese noturnao Turvamento visualo Cansaço fácilo Candidíase
o Dor abdominal, vômitos, hálito cetônico,taquipneia, coma e choque
CAD• primodescompensação diabética: CAD 25-65 % casos • 20-40 % dos diagnósticos de DM tipo 1 (EUA), podendo
chegar a 67% (Europa), Brasil (80 a 90 %)• Fatores de risco: Países em desenvolvimento
< 5 anosSem HF de DM tipo 1Baixa condição sócio econômica Baixa escolaridade dos pais Baixo grau de suspeição do médico
CAD maior causa de óbito em crianças com DM 1 (83% em < 20 anos)
Critérios diagnósticos das alterações glicêmicas segundo a American Diabetes Association (ADA)
Diagnóstico Glicemia jejum (mg/dL)
GTT oral (mg/dL)Glicemia 2 horas
Normal 70-99 <140Intolerância a glicose
100-125 140-199
Diabetes Mellitus >126 >200
Hb glicada (Hb A1) normal: 4-6%
HOMA – IR HOMEOSTASIS MODEL ASSESMENT FOR INSULIN RESISTENCE
• HOMA IR• (G x 0,0555 x I) / 22,5 = nl < 3,4
• HOMA BETA• [ (20 x I) / (G x 0,0555)] – 3,5 = VR nl: 167-175
• Relação G / I: < 7 resistência insulínica
• 42,4% das crianças obesas são diagnosticadas com SM
Síndrome Metabólica na InfânciaCritérios para Síndrome Metabólica na infância e adolescência segundo a Federação Internacional de Diabetes
1. Obesidade central, medida através da circunferência abdominal acima do percentil 90 (conforme tabelas para idade e sexo)2. Triglicerídeos: maior que 150mg/dl3. HDL- colesterol: menor que 40mg/dl4. Hipertensão arterial (conforme tabelas para idade e sexo) PA ≥ p 95%5. Glicemia de jejum alterada: maior que 100mg/dl• Para fechar o diagnóstico é necessário obesidade central
associada a outros dois critérios acima.
Definição da Síndrome Metabólica para crianças e adolescentes• O Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de
Pediatria adota o consenso proposto pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) que define SM, em adolescentes entre 10 e abaixo de 16 anos, como aumento da circunferência abdominal (> p90, segundo sexo e idade) associado a pelo menos duas das quatro anormalidades relacionadas):
• Hipertrigliceridemia > 150 mg/dL;• Baixo HDL- colesterol < 40 mg/dL• Hipertensão arterial sistólica > 130 mmHg e diastólica > 85
mmHg• Intolerância à glicose – glicemia de jejum > 100 mg/dL
(recomendado o teste de tolerância oral a glicose) ou presença de diabetes mellitus tipo 2.
Percentis de Circunferência Abdominal em Crianças e Adolescentes por raça, sexo e idade
Meninos Brancos Meninas brancas Meninos Negros Meninas negrasPercentis Percentis Percentis Percentis
Idade (anos)
50 90 50 90 50 90 50 90
cm cm cm cm5 52 59 51 57 52 56 52 566 54 61 53 60 54 60 53 597 55 61 54 64 56 61 56 678 59 75 58 73 58 67 58 659 62 77 60 73 60 74 61 7810 64 88 63 75 64 79 62 7911 68 90 66 83 64 79 67 8712 70 89 67 83 68 87 67 8413 77 95 69 94 68 87 67 8114 73 99 69 96 72 85 68 9215 73 99 69 88 72 81 72 8516 77 97 68 93 75 91 75 9017 79 90 66 86 78 101 71 105
1Percentiles are based on the 1992–1994 examination of school-aged children in the Bogalusa Heart Study and were estimated separately within each race, sex, and age group.Fonte: Freedman et al. Am J Clin Nutr 1999; 69:308-17.
LIPIDOGRAMA NA INFÂNCIA
Insulina engorda?• Verdade• Hormônio anabólico promove:• Aumento da permeabilidade celular à glicose, aumento da
atividade da enzima glicoquinase• Aumento da síntese de glicogênio (glicogênese) no fígado e
nos músculos• Inibição da fosforilase hepática, enzima responsável pela
quebra do glicogênio em glicose (glicogenólise).• Redução da gliconeogênese no fígado• Aumento da síntese de ácidos graxos: a insulina induz à
transformação de glicose em triglicerídeos pela células adiposas
• Redução da lipólise• Redução da proteólise
Insulina leva a retinopatia/nefropatia?• Mito
COMPLICAÇÕES DIABÉTICASRetinopatiaNefropatiaNeuropatiaPé diabéticoIAMAVC
Efeitos do Controle Glicêmico Intensivo no DCCT: Níveis de HbA1c
Diabetes Control and Complications Trial Research Group. N Engl J Med. 1993;329:977-986.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 105
6
7
8
9
10
11
HbA1c(%)
Anos do estudo
Terapia convencional
Terapia Intensiva6,05
Normal
Índice/100pessoas/ano
24
20
16
12
8
4
09876543210
HbA1c Média= 11% 10%9%
8%
7%
Tratamento convencional
Tempo (anos)
DCCT Research Group. Diabetes. 1995;44:968-983.
DCCT: Risco Absoluto de Progressão Contínua da Retinopatia Através dos Níveis de HbA1c e Anos de Seguimento
Diabetes Control and Complications Trial Research Group. N Engl J Med. 1993;329:977-986.
Retinopatia 76% (P0.002)
Nefropatia 54% (P<0.04)
Neuropatia 60% (P0.002)
DCCT: Resumo dos Resultados
A melhora do controle glicêmico reduz o risco clínico de forma significativa
O tratamento para síndrome metabólica na infância é só dieta e atividade física • Mito• Metformina de ação prolongada (XR): a partir dos 10
anos de idade• Dose inicial: 500 mg VO após o almoço e 500 mg Vo
após o jantar• Dose máxima: 2 g ao dia• Estatinas: Sinvastaina, Rosuvastatina e Atorvastatina a
partir dos 10 anos de idade• Sinvastatina: dose inicial de 20 mg ao dia dose máxima:
60 mg• Rosuvastatina: 5 a 10 mg, dose máxima: 20 mg• Atorvastatina: 10 a 20 mg
Qual indicação: • Metformina: Biguanida que torna os tecidos-alvo mais
sensíveis à ação da insulina (fígado, musculos e tecido adiposo)
• Estatinas: Crianças e adolescentes de 10 a 17 anos de idade:
• Hipercolesterolemia isolada ( CT ≥ 250) ou associada à hipertrigliceridemia e associado também a redução dos níveis sanguíneos de HDL.
• redução do colesterol total, LDL-C e ApoB em pacientes com hipercolesterolemia familiar heterozigótica (HeFH)
Qual indicação• Sequestrantes de ácidos biliares (colestiramina): criança
menores de 10 anos de idade• Droga de escolha nas dislipidemias familiares antes dos 5
anos de idade• Dose: 4 a 12 g por dia• Hipertrigliceridemia (na hipercolesterolemia combinada)
limita seu uso, má adesão ao tto.• Inibidores de absorção de colesterol (ezetemibe): a partir
dos 10 anos de idade, • inibe a absorção do colesterol proveniente da dieta e da
bile, • uso isolado ao associado a atorvastatina ou sinvastatina).
Dose: 10 mg ao dia
Outros• Fitoesteróis: • Collestra: 650 mg de ésteres de fitoesteróis de origem
vegetal, extraídos principalmente de soja, girassol e canola. Dose: 2 a 3 cp ao dia
• Indicações: Os fitoesteróis inibem a absorção de colesterol. Ao alcançar o intestino, o fitoesterol compete com o colesterol, reduzindo sua absorção.
• O consumo de 1,3 g de fitoesterol ao dia (2 cápsulas), quando associado a uma dieta saudável, promove a redução de 10% a 15% do colesterol LDL
• A partir dos 5 anos de idade
Outros• Duplostat: 800 mg 2 cp ao dia• Ômega 3: 1000 mg /cp• São ácidos graxos polinsaturados (eicosapentanóico e
docosaexanóico) na dose de 3 g ao dia reduzem em até 30% os triglicerídeos, inibindo a síntese de VLDL e de apoproteína B
• Indicação: Triglicerídeos > 200
Crescimento• Pais baixos terão filhos baixos e pais altos terão filhos
altos• Mito e Verdade
Fatores Determinantes(Código Genético)
Fatores Permissivos(Alimentação, Metabolismo)
Fatores Reguladores(Sist. Neuroendócrino)
Fatores Realizadores(Esqueleto)
Interação entre fatores que intervêm no crescimento
CRESCIMENTO NORMAL
•CRESCIMENTO LACTENTE
• Ao nascimento – 50 cm;
• 1º ano – 25cm/ano (15 cm 1º sem. + 10 cm 2º sem.);
• 2º ano – 15 a 17cm/ano
CRESCIMENTO NORMAL
•PRÉ-ESCOLAR (2-5 anos) e •ESCOLAR (6-10anos)
• CRESCIMENTO: 5-7 cm/ano; estável• Com 4 anos a criança deve medir +/- 1 metro.• Fatores de crescimento: genético (tamanho dos pais) / hormonal (o GH começa a ser o principal fator de crescimento)
PUBERDADE• CRESCIMENTO NA ADOLESCÊNCIA • Crescimento rápido (das extremidades (MMII)
para o tronco) estirão puberal
• Desenvolvimento gonadal
• Aparecimento de caracteres sexuais secundários (menina – telarca >pubarca >menarca; menino -volume testicular >, pênis e pelos > bolsa escrotal escura)
• Mudanças na composição corporal
CRESCIMENTO NORMAL• PUBERDADEEstirão é a velocidade máxima de aumento da altura.
ESTIRÃO Meninos 10,5 – 15 anosPico: 14 anos (VC 10 cm)
Meninas 9,5 – 14 anosPico: 12 anos (VC 8 -9 cm)
ESTATURA ALVO
EA = AP + AM ± 13 = EA MÉDIA ± 8,5 cm2
• Velocidade de crescimento: não é uniforme Avaliar a cada 4 a 6 meses.
80% fatores genético-hereditários20%: alimentação, atividade física regular e qualidade do
sono
Est. Mãe: 1,58m e Est. Pai: 1,75m EA: 1,60m (± 8 cm)
Est. Mãe: 1,58m e Est. Pai: 1,75m EA: 1,73m (± 9 cm)
Idade óssea• Idade cronológica• Idade óssea 6m lactentes
até 1a pré-escolaresaté 2a > 7 anos
♀ >11a♂ >12a
puberdadepuberdade
Est. Mãe: 1,58m e Est. Pai: 1,75m EA: 1,60m
Est. Mãe: 1,58m e Est. Pai: 1,75m EA: 1,73m
CRESCIMENTO ANORMAL• O comprimento ou a estatura encontra-se desviado em 2
ou mais desvios-padrão nas curvas (abaixo ou acima) dos percentis 5 e 95 ou 3 e 97 ou -2 e +2.
• VC ≠ IC• Canal de crescimento ≠ EA
VARIANTES DA NORMALIDADE
BAIXA ESTATURA FAMILIAR
• Baixa estatura dos pais.• IO = IC• Encontra-se dentro do alvo genético.
Est. Mãe: 1,45m e Est. Pai: 1,62m EA: 1,47m
VARIANTES DA NORMALIDADE
ATRASO CONSTITUCIONAL DO CRESCIMENTO
• Atraso da IO em relação a IC• IO compatível com a idade estatural• HF de atraso de crescimento e/ou de maturação sexual
Est. Mãe: 1,58m e Est. Pai: 1,75m EA: 1,73m
O GH tem como única finalidade o crescimento das crianças e adolescentes• Mito• o GH, além de promover o crescimento longitudinal, é
importante inclusive nos adultos conservação da massa muscular, reduz a massa gorda e ajuda na prevenção da osteoporose
AÇÕES DO GHOssos Diferenciação e atividade de osteoclastos Estímulo na atividade de osteoblastos Aum. massa óssea ( formação óssea endocondral)
AdipócitosEfeito insulina-like Lipólise Inibição da lipase lipoprotéica Estimulação da lipase hormônio-sensível Dim. transporte de glicose Dim. lipogênese
Músculos Aum. transporte de AA Aum. retenção de nitrogênio Aum. gasto energético
Mesmo sem baixa estatura posso usar GH para crescer mais alguns cm• Mito• Efeitos benéficos são exercidos quando os níveis circulantes
do GH são normais• Indivíduos normais não terão benefícios adicionais se
receberem o hormônio.
Efeitos colaterais:
• Hiperglicemia, DM
• Sd. túnel do carpo
• Epifisiólise cabeça do fêmur
• Edema cerebral
• Desenvolvimento de TU
USO DO GH - FDA• Deficiência de GH• Síndrome de Turner• Síndrome de Prader-Willi• IRC• PIG com BE sem crescimento de recuperação• BE idiopática
CIUR - PIG RN PIG: peso e=ou comprimento ao nascimento < -2 DP para
sexo e idade gestacional (curva de Lubchenco). 15 a 20 % não recuperam a altura em relação ao padrão
populacional para sexo e idade ou ao padrão familiar (percentil da EA) com 18 a 24 meses de idade.
Uso de GH no PIG: aumenta a EF, recuperação da EAF Eficácio do tto: IC no início do tto, dose, tempo de tto Idade: antes dos 6 anos de idade, entre 2 e 4 anos Dose: 0,12 a 0,15 UI/Kg/dia ganho de 2 a 2,7 DP de estatura
e recuperação da EA Início próximo ou na puberdade: ganho de 0,6 DP na estatura Diagnóstico precoce é fundamental!
BE idiopática Grupo heterogêneo: BEF, ACCP, mutações heterozigóticas
do receptor de GH Resposta normal do GH aos testes de estímulo Ganho de 3 a 5 cm na AF; dose dependente. Dose de 0,10 UI/Kg/dia: ganho de 3 cm Dose de 0,15 UI/Kg/dia: ganho de 5 a 7 cm Discutir: padrão de crescimento normal, padrão de
crescimento familiar, estirão puberal e VC Expectativas realistas do paciente e da família, abordar
riscos do uso de GH
Se menstruar para de crescer• Mito
PUBERDADE MENINAS: O crescimento estatural relaciona-se com a
maturação sexual, com aceleração na época do crescimento do broto mamário (M2);
O estirão da puberdade é no M3 (9,5-14,5 anos) e a menina cresce 8 cm nesse ano (velocidade máxima de crescimento);
A menarca ocorre entre os estágios M3 e M4, na fase de desaceleração do crescimento;
O ganho de altura após a menarca é de aproximadamente 6 cm;
Quem menstrua mais tarde fica mais alta• Mito• AF depende da EA que depende da altura dos pais• Menarca materna
Quem menstrua mais tarde entra na menopausa mais tarde• Verdade• Número finito de óvulos
Mesmo tendo uma puberdade normal, desejo bloquear, pois acho muito jovem menstruar com 12 anos• Mito
Puberdade Precoce
puberdade precoce é o aparecimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos na menina ou antes dos 9 anos no menino. Menarca antes dos 9 anos.
presença de caracteres sexuais em crianças menores: 27% das meninas afro-americanas e 7% das meninas brancas apresentam algum caracter sexual secundário até os 7 anos de idade, sem significado patológico.
95% das meninas a puberdade ocorre entre 8 e 13 anos Brasil: A idade média da menarca entre as meninas é de
12,2±1,2 anos.
PPC - TRATAMENTO Objetivos:Objetivos:
-- Interromper maturação sexual até idadeInterromper maturação sexual até idadeadequadaadequada
-- Regredir / estabilizar caracteres sexuaisRegredir / estabilizar caracteres sexuais-- Suprimir maturação esqueléticaSuprimir maturação esquelética-- Aspectos psicológicos: criança e paisAspectos psicológicos: criança e pais-- Retardar atividade sexual, Retardar atividade sexual, gestação gestação precoce precoce
PPC - TRATAMENTO Posologia: análogo do GnRHAcetato de Leuprorrelina: 3,75 mg IM 28/28 dias- 4% dos casos: 7,5 mg/mês- Leuprorrelina: 11,25 mg IM 3/3 meses $$- Triptorrelina: 3,75 mg IM a cada 28 dias- Goserrelina: 3,6 mg SC a cada 28 dias- Efeitos colaterais: sangramento vaginal, náusea, vômitos, cefaléia e sintomas vasomotores, reações alérgicas (~10%)
PPC – TTO
Considerar IC, IO, aspectos psicológicos do paciente e desejo da família
Melhores resultados:IO < 12 anos IO < 13 anos
Melhores resultados em pacientes + jovens Sem benefício na AF 8 – 10 a
Atenção para os seguintes fatos:• Meninas com puberdade precoce (idade entre seis a oito anos)
geralmente apresentam estatura final dentro do previsto, mesmo sem tratamento
• O início da puberdade em meninas tem ocorrido mais precocemente
• A puberdade em meninas caucasianas com idade acima de 7 anos e negras acima de 6 anos com telarca e/ou pubarca pode ser uma variante da normalidade
• O tratamento com análogo do GnRH não altera a estatura final na maioria das meninas que desenvolve puberdade entre 6 a 8 anos
• A indicação de tratamento não deve ser vinculado apenas a idade do aparecimento dos caracteres sexuais e também da rapidez de progressão
Hipotireoidismo• Tenho hipotireoidismo por isso eu engordei• Mito• O hipotireoidismo pode levar a um ganho de 5 a 10 % do
peso anterior • Alterações metabólicas• redução do metabolismo energético e da produção de
calor taxa metabólica basal diminuída, redução do apetite
• ganho moderado de peso ganho ponderal por retenção de fluido, pelo depósito de glicoproteínas hidrofílicas nos tecidos
Efeito dos hormônios Efeito dos hormônios tireoidianostireoidianos::
• Sobre o metabolismo• Ação intranuclear- estimula a transcrição gênica e
síntese de proteínas• Elevação do metabolismo basal (carboidratos,
lipídios, proteínas)• Aumento da síntese de ATP• Ação calorigênica
• Sobre o crescimento e desenvolvimento• Maturação do SNC• ↑ hormônio de crescimento (GH)
Tanto faz pedir T4 total ou T4 livre• Mito
Transporte do T3 e T4• Globulina ligadora de tiroxina (TBG): 70%
• Transtiretina: 10-15%
• Albumina: 15-20%
• Lipoproteínas: 3%
• Livre:- T4: 0,03%- T3: 0,3%
Transporte Plasmático de HT
H.T.
99,975% Ligados0,025% Livres
Lipossolúvel
PlasmaProteínas transportadoras
TBG
TBPA Albumina
Circulação do HT
Reserva hormonal
Ação dos HT
• Hormônio livre transp. membrana celular e ligação a receptor específico no núcleo da célula
• Conversão de T4 em T3 enzima 5’ deiodinase
• T3 é a forma ativa do hormônio
O hipotireoidismo congênito não tratado pode levar ao cretinismo• Verdade
Diagnóstico Tardio
• Retardo Mental• Baixa estatural CRETINISMO• Atraso puberal
• Diagnóstico e tratamento precoces visam:– Crescimento normal– DNPM adequado– Bom desempenho escolar• Importância da triagem neonatal
O hipotireoidismo pode ser causa de dislipidemia?• Verdade• HIPOTIREOIDISMO: perfil lipídico elevações das
concentrações séricas do colesterol total e triglicerídeos. • Hipercolesterolemia (aumento de LDL-colesterol)
diminuição do clearanceredução dos receptores hepáticos de LDL
• hipertrigliceridemia diminuição da atividade da lipase lipoprotéica
Bócio vira câncer de tireóide?• Mito• Bócio:
Bócio• Tireoidite de Hashimoto processo inflamatório crônico
• Pouco proeminente, firme (fibroelástico), indolor, liso ou nodular
• Pode involuir na fase fibrótica
Bócio• Doença de Graves
• Difuso em 97% dos casos
• Assimétrico ou lobular com volume variável
• Pode haver frêmito / sopro: aumento do fluxo sanguíneo sobre a glândula – achado exclusivo da DG
Nódulos tireoidianos• Raros na infância, assintomáticos• Incomuns antes da puberdade• Ca tireoide: 0,2 a 2 por 1 milhão de crianças• Crianças menores de 10 anos e sexo masculino: tem
risco aumentado de CA de tireoide• Malignidade atinge 15 a 20 % dos nódulos
diagnosticados na infância• Achado de exame
CA de tireoide• Fatores de risco:• Radiação externa de cabeça e pescoço (muitos RX de
tórax ou tto de linfoma na infância): efeito dose-dependente e cumulativo
• Hipotireoidismo congênito: CA folicular• Cisto tireoglosso: risco < 1% de CA• Cistos com componentes sólidos• Doença de Graves: nódulo CA indiferenciado e mais
agressivo• Tireoidite auto-imune linfocítica crônica: CA papilífero• Linfoma e outras neoplasias (NEM 2 A e 2 B CA
medular)
CA tireoide• USG de tireóide• PAAF de todo nódulo suspeito:• > 1 cm3
• Calcificações• Aumento do fluxo sanguíneo ao doppler
• Tratamento:• Tireoidectomia total e esvaziamento cervical ganglionar• Radioiodoterapia pós cirurgia
Dúvidas????
Mariana Xavier da Silva Marana• Celular: 99955-9027• Consultório: 3249-3000• E-mail: [email protected]
OBRIGADAOBRIGADA