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Agentes publicos, direito administrativo
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Direito Administrativo para TRF Prof. Cyonil Borges Aula 04
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AGENTES PBLICOS PARTE I
Oi Pessoal,
O assunto, da aula de hoje, animador, afinal todos desejam ser agentes
pblicos !
Se assim vamos logo aula.
Ah! Tenho o costume de usar muitos exemplos do Tribunal de Contas da
Unio (TCU), que o local onde, atualmente, trabalho, mas podem ficar
sossegados (as), pois basicamente as situaes se repetem...
Outra coisa, algumas jurisprudncias apresentadas so do TCU, isso porque
esta Corte de Contas que controla a admisso e a aposentadoria dos
servidores pblicos federais, ok? Em frente!
Por fim, destaco que a aula ser apresentada em trs partes.
A primeira contendo a teoria propriamente dita, acompanhada de algumas
questes de bancas organizadoras em geral, por acreditar, piamente, na
Lei de Lavoisier (nada se cria, tudo se copia).
No caso, alm da Lei 8.112, de 1990, tive de avanar pelo texto
constitucional, por ser bastante comum nossa ilustre organizadora recortar
expressamente trechos do captulo da Administrao Pblica (arts. 37 a 43
da CF/1988).
A segunda parte da aula s de questes aplicadas em 2010 pela
organizadora FCC.
A terceira, e ltima parte, composta por todas as questes de FCC, do ano
de 2011, em forma de simulado.
A inteno uma s: gabaritarmos a prova!
Boa aula a todos!
Cyonil Borges
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TEORIA
1 A RAZO DE SER DOS AGENTES PBLICOS
Vocs j pensaram por que, realmente, existem agentes pblicos? A
resposta relativamente simples. O Estado tem atribuies a serem
cumpridas. E tais atribuies no so efetivamente desempenhadas pelo
Estado, pois este um ser, uma pessoa, imaterial, ou seja, sem existncia
fsica, enfim, o Estado no tem pernas e sequer braos. Desse modo,
necessrio que algum materialize a atuao do Estado. Nesse contexto,
surgem os agentes pblicos.
Antes da classificao dos agentes pblicos, til conceitu-los. Para
tanto, possvel nos socorrermos s lies doutrinrias, bem como, s
normas. Vejamos.
Doutrinariamente, podemos dizer que os agentes pblicos
constituem um conjunto de pessoas que, de alguma forma, exercem
uma funo pblica, como prepostos do Estado. De pronto, vejamos o
conceito de agente pblico nas normas jurdicas. Para tanto, faamos a
leitura da Lei 8.429/1992, popularmente conhecida como "Lei de
Improbidade Administrativa". O conceito que a norma em referncia d
categoria o que se segue:
Reputa-se agente pblico, para efeitos desta Lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por
eleio, nomeao, designao, contratao ou qualquer
forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo, emprego ou
funo nas entidades mencionadas no artigo anterior.
A despeito da Lei de Improbidade dispor sobre as sanes aplicveis
aos agentes pblicos nos casos de enriquecimento ilcito na administrao
pblica, o conceito contido em tal norma pode ser utilizado para a definio
geral, a qual, conforme se observa, bastante ampla, englobando dos
mais altos escales (detentores de mandato, tal como o Presidente da
Repblica), at queles que executam as mais simples tarefas.
Feitas essas consideraes iniciais, passemos classificao dos
agentes pblicos.
2 CLASSIFICAO DOS AGENTES PBLICOS
A doutrina clssica divide servidores pblicos da seguinte forma:
polticos; administrativos; honorficos; delegatrios; e credenciados.
J a doutrina moderna enquadra-os em: polticos, particulares em
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colaborao, servidores pblicos estatais e agentes militares.
Vejamos, abaixo, a clssica.
Os Agentes Polticos so aqueles incumbidos das mais altas
diretrizes estabelecidas pelo Poder Pblico, em outros termos, so aqueles
que desenham o destino da nao. Ocupam os mais elevados postos da
Administrao Pblica, sejam cargos, funes, mandatos ou comisses,
com ampla liberdade funcional e com normas especficas para sua escolha.
So exemplos unnimes entre os doutrinadores: Membros do Legislativo
(Deputados, Senadores e Vereadores), Chefes de Poder Executivo
(Presidente da Repblica, Governadores e Prefeitos), assessores diretos
destes (Ministros e Secretrios), e os membros de carreira diplomtica.
Gosto de apontar, em turma, que os agentes polticos transpiram o
poder. So aqueles que voc lembra quando se menciona poder constitudo.
Quando se pensa em Poder Executivo Federal, qual a 1 imagem que vem
lembrana? O Presidente da Repblica, o Ministro de Estado. So agentes
polticos, como vimos. E assim se sucede no poder legislativo.
O amigo se questiona: a classificao acima dita unnime, ento
qual a divergncia existente? Desvenda Mister M. Vamos a ela.
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H certa discusso doutrinria a respeito da possibilidade de
incluso de alguns agentes na categoria dos agentes polticos, tais
como os Magistrados; membros do Ministrio Pblico (Procuradores da
Repblica e Promotores do Ministrio Pblico dos Estados), e dos
Tribunais de Contas.
Alguns autores mostram-se a favor; outros se apresentam contrrios
a tal incluso. Ento como se comportar na PROVA?
Informamos que o STF no Recurso Extraordinrio 228.977/SP,
referindo-se especificamente aos Magistrados, tratou-os como agentes
polticos, investidos para o exerccio de atribuies constitucionais, sendo
dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funes, com
prerrogativas prprias e legislao especfica.
Assim, sem maiores discusses, alm dos integrantes do
Legislativo, Chefes de Executivo (e seus auxiliares diretos), os
Magistrados podem ser enquadrados na categoria de agentes
polticos.
Legal. E os membros dos Tribunais de Contas?
A doutrina clssica enquadra-os como agentes polticos. Porm, o
STF, estranhamente, afirmou, com todas as letras, que os membros dos
TCs so agentes administrativos.
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Quanto aos membros do Ministrio Pblico, ou seja, promotores
de justia e procuradores da repblica, de modo geral, a corrente
moderna no os situa como agentes polticos.
Duas so as principais caractersticas comuns dos agentes
polticos:
a) boa parte de suas competncias obtida diretamente da
Constituio; e,
b) de regra no se submetem s regras comuns aplicveis aos
servidores pblicos. o caso dos Juzes, os quais no se submetem
Lei 8.112/1990, por exemplo.
Os Agentes Administrativos, por sua vez, constituem o maior
contingente dos agentes pblicos e so os que exercem cargos, empregos
ou funes pblicos, no mais das vezes, de carter permanente. No
so membros de Poder do Estado, sequer exercem atribuies
polticas ou governamentais. Integram, sim, o quadro funcional dos
entes da federao, bem como o das entidades da Administrao
Indireta.
Os agentes administrativos submetem-se hierarquia funcional
e ao regime jurdico estabelecido pela entidade qual pertencem. So
agentes administrativos: servidores pblicos ocupantes de cargos
efetivos; exercentes, exclusivamente, de cargos em comisso;
exercentes de empregos ou funes pblicos; e os servidores
temporrios (estes ltimos so referidos no inc. IX do art. 37 da
CF/1988). Isso mesmo. Os temporrios so agentes pblicos, apesar de
no ocuparem cargo ou emprego pblico. Mas, se temporrio no ocupa
cargo, nem emprego, ocupa o qu? Ocupa a tal funo temporria.
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No caso da Unio, a Lei que rege os temporrios Lei 8.745, de
1993. Mas no se preocupem em ler tal norma, pois ela no cai,
reiteradamente, na prova, ok? E quando cai, um desastre geral, porque
ningum sabe o gabarito, nem os Professores, que precisam consultar a lei,
rsrs...
Por sua vez, os Agentes Honorficos so cidados (particulares
em colaborao) que, em razo de sua condio cvica, sua
honorabilidade ou de sua reconhecida capacidade profissional, so
convocados para colaborar transitoriamente com o Estado, sem vnculos
empregatcios ou estatutrios, e, no mais das vezes, no recebendo
remunerao por tal atividade (esta a principal caracterstica dos
honorficos: no so remunerados em espcie dindim, no mximo, um
vale coxinha). Mas podem receber compensaes, como, por exemplo,
folgas por terem trabalhado nas eleies como mesrios.
A despeito de os agentes honorficos (particulares em colaborao)
no serem servidores pblicos (so agentes), exercem funo
pblica, sendo, por consequncia, considerados funcionrios pblicos,
ao menos para fins penais. Vejamos o que estabelece o art. 327 do
Cdigo Penal:
Art. 327 - Considera-se funcionrio pblico, para os
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica.
1 - Equipara-se a funcionrio pblico quem exerce cargo,
emprego ou funo em entidade paraestatal, e quem trabalha
para empresa prestadora de servio contratada ou conveniada
para a execuo de atividade tpica da Administrao Pblica.
(Includo pela Lei n 9.983, de 2000)
2 - A pena ser aumentada da tera parte quando os
autores dos crimes previstos neste Captulo forem ocupantes
de cargos em comisso ou de funo de direo ou
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assessoramento de rgo da administrao direta, sociedade
de economia mista, empresa pblica ou fundao instituda
pelo poder pblico. (Includo pela Lei n 6.799, de 1980)
Em razo da transitoriedade do vnculo, a funo pblica
desempenhada pelos agentes honorficos no h de ser considerada
para efeitos de acumulao de cargos, funes ou empregos
pblicos. So agentes honorficos: jurados, os mesrios eleitorais,
os comissrios de menores.
Os Agentes Delegados ou delegatrios so particulares em
colaborao com Estado que tm sob sua incumbncia a execuo de
certas atividades, obras ou servios pblicos, por sua conta e risco, enfim,
em seu nome prprio. Sujeitam-se s normas e fiscalizao
permanente do Estado, em especial do Poder Pblico delegante
(Administrao Direta e, excepcionalmente, Agncias Reguladoras).
So exemplos de agentes delegatrios: concessionrios,
permissionrios e autorizatrios de servios pblicos; os titulares
(donos) de cartrio; leiloeiros; e tradutores oficiais. Lembro, por
relevante, que, da lista apresentada, os tabelies submetem-se a
concurso pblico de provas E ttulos (art. 236 da CF/1988).
Por fim, os Agentes Credenciados so os que recebem a
incumbncia da Administrao para represent-la em determinado
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ato ou praticar certa atividade especfica, mediante remunerao do
Poder Pblico, em momento ou tempo certo. o caso, por exemplo,
dos peritos credenciados pela Justia, para que elaborem laudos
necessrios tomada de deciso por parte do magistrado. Muitas vezes, o
magistrado precisa determinar, por exemplo, a indisponibilidade de bens de
um particular, para fazer frente a uma eventual dvida que vai ser satisfeita
judicialmente. S que Juiz no sabe quanto custa um imvel
(ilustrativamente). Da ocorre a designao do perito credenciado para fazer
a avaliao.
Bom, apenas para finalizar. Foram apresentados exemplos de cada
uma das categorias desses agentes, os quais so infindveis. Ento, se
poupem de ficar se perguntando se este ou aquele agente pblico
administrativo, honorfico etc. Entendam os conceitos, logo fica mais fcil
acertar na prova, ok? Vamos prosseguir com a matria, tratando de alguns
conceitos essenciais ao bom entendimento.
3 CONCEITOS BSICOS
3.1 CARGOS, EMPREGOS E FUNES
Cargos pblicos podem ser vistos como as mais simples e
indivisveis unidades de competncia a serem exercidas por um agente
regido por estatuto prprio, que, no caso federal, a 8.112/1990.
Esta definio est em linha com o disposto na Lei 8.112/90, que
estatui o regime jurdico dos servidores pblicos da Unio, na
Administrao Direta, bem como nas Autarquias (inclusive as de regime
especial) e nas fundaes pblicas, em mbito FEDERAL. importante
destacar, desde logo, que:
I) A Lei 8.112, de 1990, no abrange os servidores das
demais esferas federativas, uma vez que estados e
municpios tem sua prpria autonomia, devendo, portanto,
estabelecer seu prprio regime jurdico de servidores; e,
II) A Lei 8.112, de 1990, no alcana sociedades mistas e
empresas pblicas da Unio. Assim, o campo de
abrangncia da Lei a Administrao Direta, Autarquias e
Fundaes Pblicas FEDERAIS.
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Apenas para ilustrar, vejamos o art. 2 da Lei 8.112/1990, que define
cargo pblico como: o conjunto de atribuies e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um
servidor.
Sinceramente, esse conceito a no muito til no... Se
escondermos a parte final (cometidas a servidor) o conceito serve,
praticamente, para qualquer coisa, de goleiro de time de futebol at
astronauta...
Por isso, parte da doutrina prefere conceituar cargo pblico como um
lugar inserido na organizao do servio pblico, regido por norma
prpria (no caso federal, a Lei 8.112, de 1990) a ser preenchido por
servidor pblico, com funes prprias e remunerao fixada em lei.
Esclareo que os cargos na Lei 8.112, de 1990, so de provimento
efetivo ou comissionado. Ou seja, aqueles que ocupam exclusivamente
cargos em comisso tambm ocupam, obviamente, cargos. S que tais
cargos no so efetivos, mas sim comissionados. Mas importante
registrar essa informao, pois COMISSIONADOS NO SO
EMPREGADOS PBLICOS, NO SO REGIDOS PELA CLT. Peo no
confundir o fato de tais servidores seguirem o RGPS (sistema de
previdncia) com a natureza jurdica do cargo: comissionado.
Vejamos o conceito de emprego, ento.
O cargo pblico difere do emprego pblico essencialmente no
que se refere ao vnculo que une o ocupante ao Estado: no caso do cargo
pblico, o vnculo estatutrio, institucional, unilateral, legal (de
novo: no caso da Unio, a Lei 8.112, de 1990); no do emprego pblico, o
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vnculo contratual, bilateral, sob a regncia da Consolidao das Leis do
Trabalho CLT.
Os empregados pblicos, a despeito de no terem direito
estabilidade constitucional referente ao exerccio de cargo pblico ou ao
regime prprio de previdncia dos servidores pblicos, devem ser
admitidos mediante concurso, ante o que estabelece o inc. II do art. 37
da Constituio Federal.
Questo interessante se possvel, HOJE, a contratao sob o
regime de emprego pblico (CLT) na Administrao Direta,
Autrquica e Fundacional FEDERAL?.
Bom, isso diz respeito redao do caput do art. 39 da CF/1988, que
teve sua constitucionalidade apreciada mediante a Ao Declaratria de
Inconstitucionalidade ADI 2135.
Em tal julgado, o Supremo deferiu, cautelarmente, para suspender a
vigncia do dispositivo, em razo de aparente inconstitucionalidade no rito
formal para sua aprovao. Assim, por conta das nuances do processo de
controle de constitucionalidade, com a suspenso da vigncia do caput do
art. 39, volta a valer a redao anterior de tal dispositivo, que a seguinte:
Art. 39 A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os
Municpios instituiro, no mbito de sua competncia,
regime jurdico nico e planos de carreira para os
servidores da administrao pblica direta, das
autarquias e fundaes.
Assim, primeiro de tudo: com a ADI 2135, a Lei 8.112, de 1990,
pode voltar a ser chamada de regime jurdico nico. Vejamos outros
detalhes a respeito.
A Lei 8.112/1990 instituiu, para a Unio (pessoas jurdicas de Direito
Pblico), o chamado Regime estatutrio, legal, institucional. um
sistema legal, e no contratual, por se tratar de uma Lei, qual os
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ocupantes de cargos efetivos e comissionados em nvel federal
aderiro.
Seu campo de abrangncia diz respeito, repetimos, UNIO e no
aos estados/municpios, os quais detm competncia para editar suas
prprias leis referentes aos servidores de sua esfera, em razo da
autonomia concedida pelo art. 18 da CF/1988.
Cabe, aqui, explicitar o sentido da expresso Regime Jurdico
constante do art. 1o da Lei 8.112/1990. Regime jurdico um conjunto de
regras que regula determinado instituto. No caso, a Lei 8.112/1990 trata da
vida funcional do servidor pblico, de seu ingresso originrio at sua sada,
com ou sem extino definitiva do vnculo, nessa ordem, aposentadoria e
readaptao, por exemplo.
Necessrio ressaltar que o Estatuto, mesmo em mbito federal,
abrange no a totalidade dos agentes pblicos, mas somente os
servidores pblicos das pessoas jurdicas de Direito Pblico
(Administrao Direta e Indireta de Direito Pblico, inclusive,
agncias especiais), no conceito dado pela Lei, ou seja, os ocupantes de
CARGOS PBLICOS.
O Cdigo dos Servidores Civis no abrange, por exemplo, os
agentes polticos (Presidente da Repblica, Deputados, Magistrados, por
exemplo), tampouco os particulares que colaboram com o poder
pblico (Leiloeiros e tradutores, por exemplo), ou mesmo empregados
pblicos (os tais celetistas).
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Bom, finalmente, a Funo pblica, de maneira residual, pode ser
definida como o conjunto de atribuies s quais no corresponde cargo
ou emprego pblico. No se pode dizer que as funes, no sentido de
desempenho de atribuies, sejam excludentes com relao aos
cargos/empregos pblicos. De fato, na clssica assertiva do mestre Hely
Lopes, todo cargo tem funo, mas pode haver funo sem cargo. Por
isso que se diz que possvel que a funo no corresponda a cargo. Com
efeito, quando se fala em funes pblicas, tm-se claras pelo menos
duas situaes:
I) Na contratao temporria de servidores, em razo de
necessidade temporria de excepcional interesse pblico
(inc. IX do art. 37 da Constituio Federal). Em razo da
transitoriedade que a contratao visa a atender, muitas vezes
em carter de urgncia, dispensa-se mesmo a realizao de
concurso pblico, dado que o trmite normal de um
procedimento complexo como o concurso pblico para seleo
de pessoal inviabilizaria o atendimento da situao excepcional.
Tais agentes so submetidos, maior parte das vezes, a
processo seletivo simplificado;
II) No preenchimento de funes de confiana, referentes
chefia, assessoramento ou outro tipo de atividade para as
quais o legislador no haja criado cargos de natureza efetiva.
Ressalto, desde logo, que h uma distino conceitual
importantssima para concursos pblicos entre as funes de
confiana e os cargos em comisso. Essa distino ser
trabalhada mais frente.
Mata rpido essa: temporrios fazem concurso? NO! Mas como,
temporrio no faz concurso? Um dia desses eu vi um para o IBGE... Olha
s, gente, vamos ler, juntos, o inc. IX do art. 37 da CF/1988:
a lei estabelecer os casos de contratao por tempo
determinado para atender a necessidade temporria de
excepcional interesse pblico.
Assim, uma primeira observao. Para a contratao temporria
exige-se LEI.
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A CF exige concurso pblico para CARGOS E EMPREGOS pblicos
(inc. II do art. 37 da CF/1988), da, no h necessidade de concurso
para os temporrios. MAS COMO NO?
O concursando se pergunta: os TEMPORRIOS NO TM
CARGO/EMPREGO? No! Ento, os temporrios possuem o qu?
FUNES pblicas temporrias. Passemos, ento, a falar um pouco mais
sobre tais funes temporrias, j que o assunto est se tornando comum
em provas recentes.
De cara, sero destacados julgados do STF que vm consolidando
posio mais conservadora da Corte a respeito das contrataes
temporrias: estas no podem ser utilizadas indiscriminadamente,
para atividades da rotina administrativa.
O caso mais clssico ( novo, mas j clssico) o relacionado s
atividades da Defensoria Pblica. Vejamos o que diz a ADIN 3700,
apreciada em 2008 e noticiada no informativo do Supremo do modo que se
v:
Contratao Temporria de Advogado e Exerccio da Funo de
Defensor Pblico
Por vislumbrar ofensa ao princpio do concurso pblico (CF, art.
37, II), o Tribunal julgou procedente pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil, para declarar a inconstitucionalidade da Lei 8.742/2005, do Estado do Rio Grande do Norte, que dispe sobre a contratao temporria de advogados para
o exerccio da funo de Defensor Pblico, no mbito da Defensoria Pblica do referido Estado-membro. Considerou-se
que, em razo de desempenhar uma atividade estatal permanente e essencial jurisdio, a Defensoria Pblica no convive com a possibilidade de que seus
agentes sejam recrutados em carter precrio. Asseverou-se ser preciso estrutur-la em cargos de provimento
efetivo, cargos de carreira, haja vista que esse tipo complexo
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de estruturao que garante a independncia tcnica das
Defensorias, a se refletir na boa qualidade da assistncia a que tm direito as classes mais necessitadas. Precedente citado:
ADI 2229/ES (DJU de 25.6.2004).
O destaque no consta do texto original. O caso incidental, ou seja,
tratou ESPECIFICAMENTE das atividades dos defensores. Da, mais
recentemente, o STF fixou parmetros para as contrataes temporrias
de forma mais clara:
ADI N. 3.430-ES
RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
EMENTA: CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE
DISCIPLINOU A CONTRATAO TEMPORRIA DE SERVIDORES
PBLICOS DA REA DE SADE. POSSVEL EXCEO PREVISTA
NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI MAIOR.
INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE.
I A contratao temporria de servidores sem concurso
pblico exceo, e no regra na Administrao Pblica,
e h de ser regulamentada por lei do ente federativo que assim
disponha.
II Para que se efetue a contratao temporria, necessrio
que no apenas seja estipulado o prazo de contratao em
lei, mas, principalmente, que o servio a ser prestado revista-
se do carter da temporariedade.
III O servio pblico de sade essencial, jamais pode-
se caracterizar como temporrio, razo pela qual no
assiste razo Administrao estadual capixaba ao
contratar temporariamente servidores para exercer tais
funes.
IV Prazo de contratao prorrogado por nova lei
complementar: inconstitucionalidade.
V pacfica a jurisprudncia desta Corte no sentido de no
permitir contratao temporria de servidores para a execuo
de servios meramente burocrticos. Ausncia de relevncia
e interesse social nesses casos.
VI Ao que se julga procedente.
* noticiado no Informativo 555
O trecho negritado para que se registre o seguinte: as atividades
que sejam consideradas essenciais no podem ser objeto de
contratao direta.
3.2 CARGOS VITALCIOS, EFETIVOS E EM COMISSO
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Inicialmente, vejamos o que diz o inc. V do art. 37 da CF/1988:
V - as funes de confiana, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
em comisso, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condies e percentuais mnimos
previstos em lei, destinam-se apenas s atribuies de
direo, chefia e assessoramento
Os destaques, mais uma vez, no constam do texto original: funes
de confiana so para servidores de cargos EFETIVOS, enquanto que
os cargos em comisso devem ser preenchidos por servidores de
CARREIRA, nos casos/condies/percentuais mnimos estabelecidos em
LEI.
Funes de
Confiana
Servidores de cargos
EFETIVOS (EXCLUSIVO)
Destinam-se
APENAS s
atribuies de
direo, chefia e
assessoramento
Cargos em
Comisso Servidores de CARREIRA
Alguns pontos comuns entre as funes e os cargos
comissionados:
I) destinam-se Direo e ao Assessoramento Superior. por
isso que, recorrentemente, referem-se a tais cargos como os de D.A.S.
Ressalto que tanto os cargos em comisso, como as funes de
confiana, devem ter por finalidades atribuies de comando ou de
assessoria. Um cargo de motorista no pode ser, por exemplo, um cargo
comissionado (exclusivamente), pois no de comando ou assessoria,
apesar de ser um cargo de direo..., rsrs....
II) so preenchidos sem a necessidade de concurso pblico
prvio, no oferecendo garantia de permanncia do titular no cargo
(estabilidade). Dispensam, ainda, motivao para a exonerao de
seus ocupantes, com exceo feita, por exemplo, aos Diretores de Agncias
Reguladoras, que, a despeito de exercerem cargos de direo, no so
exonerveis (demissveis) ad nutum, uma vez que contam com mandato;
III) no h nomeao para FUNES DE CONFIANA, mas to
s mera designao. De fato, como para ocupar FUNO DE CONFIANA o
sujeito j tem que ser detentor de cargo efetivo, ser meramente
DESIGNADO para a funo de confiana. Vejamos o que diz o 4o do art.
15 da Lei 8.112:
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O incio do exerccio de funo de confiana coincidir
com a data de publicao do ato de designao, salvo
quando o servidor estiver em licena ou afastado por qualquer
outro motivo legal, hiptese em que recair no primeiro dia til
aps o trmino do impedimento, que no poder exceder a
trinta dias da publicao.
Perceba que o incio do exerccio da funo de confiana
IMEDIATO, e tem incio com a publicao do ato que designa para tal.
A razo uma s: como o sujeito j possui cargo efetivo, ento por que
nome-lo, novamente? Assim, ser DESIGNADO para a funo de
confiana.
Por fim uma breve nota sobre cargos vitalcios: esses so de
previso constitucional, isto , cargos vitalcios so aqueles previstos na
CF de 1988. Aps a aquisio da vitaliciedade, somente por meio de
processo judicial com sentena transitada em julgado poder ocorrer
a perda do cargo pelo vitalcio. Podem ser citados como exemplos de
tais cargos: o dos Magistrados (art. 95, I, CF); o de membros do
Ministrio Pblico (art. 128, 5, I, a, CF) e dos membros dos
Tribunais de Contas (art. 73, 3, CF).
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3.3 CRIAO DE CARGOS PBLICOS
Aqui, a observao singela: cargos pblicos so criados por
LEI. Seria, praticamente, s isso. Mas tem um segredinho, como sempre...
Como a criao de cargos se faz por lei (com exceo dos cargos
de legislativo, que so criados por Resoluo), a extino tambm se faz
por Lei, ante um princpio vlido para o direito, de modo geral, que
chamamos de simetria (ou paralelismo de forma), dizer, como se
faz, desfaz-se. Se o cargo pblico criado por lei, por lei deve ser
extinto. Mas bom recordar que a CF/1988 d a possibilidade de extino
de cargos pblicos VAGOS por decreto (vejam o inc. VI do art. 84 da
CF/88).
Detalhe: cargos pblicos preenchidos tambm podem ser
extintos. S que, neste caso, necessria a edio de uma LEI, por
conta do nosso princpio da simetria.
3.4 PADRO, CLASSE, CARREIRA, CARGOS ISOLADOS E QUADRO.
Essa passagem para que os amigos possam ter uma breve noo a
respeito de como se organizam os quadros de pessoal da Administrao
Pblica. Vamos l.
Os cargos a serem ocupados por servidores pblicos organizados
em carreira so distribudos em padres e classes.
Classes constituem o agrupamento de cargos da mesma
profisso, com idnticas atribuies, responsabilidades e
vencimentos. Classes, portanto, constituem os degraus de crescimento
em uma carreira.
Interessante notar que PADRO a subdiviso de uma classe, ou
seja, DENTRO DAS CLASSES, TEMOS OS PADRES.
Quando um servidor ocupante de cargo organizado em carreira
muda de CLASSE PROMOVIDO. J quando ele muda de padro, SEM
MUDAR DE CLASSE, PROGREDIDO.
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A Lei 8.112/1990 fala s de PROMOES e no de progresses
funcionais. E, detalhe: segundo a Lei, a promoo forma simultnea
de provimento e vacncia. Confiram nos arts. 8 e 33 da norma. Depois
voltaremos a esse assunto (provimento e vacncia). Mas, antes,
continuemos a entender a organizao dos quadros da Administrao.
Carreira o agrupamento de classes de uma mesma profisso
ou atividade, organizadas sob o fundamento da hierarquia. Para o
ingresso em uma carreira referente a cargos efetivos, o provimento
dever ser originrio (a ocorrer por nomeao), devendo ser precedido,
sob a gide da atual Constituio Federal, de concurso pblico (nesse
ponto, uma paradinha, e leiam ao art. 37, inc. II, CF).
De outra parte, h cargos que no se encontram organizados
em carreira, sendo nicos em sua categoria. So tais cargos ditos
isolados. Um exemplo destes o cargo de Ministro. No ano X, tem
determinadas atribuies e remunerao; no ano Y, as atribuies e
remunerao so as mesmas. Ou seja, no h alterao na
complexidade das atribuies, semelhana do que ocorre com os
cargos organizados em carreira.
Ao somatrio de carreiras, cargos isolados, e, ainda, das funes
de um mesmo rgo ou Poder d-se a denominao de quadro.
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E assim se organiza a Administrao: cargos organizados em
carreira, exemplo, tcnico de controle externo do TCU, e cargos isolados,
exemplo, auditor, o que substitui os Ministros, do TCU.
Ah! Um ltimo detalhe. Se um sujeito de cargo de nvel mdio galga
todas as classes e nveis de sua carreira, chegando ao topo de tal carreira,
mesmo que ele seja excelente, no poder ser ascendido a uma
carreira de nvel superior, uma vez que o STF vem decidindo que isso
inconstitucional, por se tratar de uma situao que no mais autorizada
pela atual constituio. Ou seja, se o sujeito em questo quiser passar para
uma carreira de nvel superior, ter de prestar novo concurso.
4 ACESSIBILIDADE A CARGOS PBLICOS
A acessibilidade quer dizer como se faz para termos acesso aos
cargos e empregos pblicos. Ento, o que preciso fazer para ingressar
em um cargo efetivo? No vale responder fazer cursinho! Em realidade, a
resposta CONCURSO PBLICO. Ento, para podermos falar sobre o
ingresso dos servidores nos quadros da Administrao, a primeira coisa
falar sobre os concursos. A seguir.
4.1 A REGRA DO CONCURSO PBLICO
Repassemos, inicialmente, os contedos gerais a respeito do
concurso pblico, a partir do regramento constitucional estabelecido no inc.
II do art. 37 da CF, que assim dispe:
A investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de
provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao e exonerao.
Vrias observaes podem ser feitas em relao a este inciso.
Primeiro: a exigncia de concurso pblico ocorre no s com
relao aos servidores estatutrios, mas tambm com relao aos
empregados pblicos. Perceba que, mesmo as empresas estatais
exploradoras de atividades econmicas (1 do art. 173 da CF), como as
Sociedades de Economia Mista e as Empresas Pblicas, devem contratar seu
pessoal por meio de concurso pblico. Esse, inclusive, o entendimento do
STF. Mas, responde rpido a: todo acesso a cargo pblico demanda
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concurso pblico. Sem entrar em detalhes, um item assim estaria ERRADO,
uma vez que cargos em comisso no demandam concurso. Tenham
ateno, ento!
Nesse primeiro ponto tambm ressalto que o inc. I do art. 37 da CF,
com redao dada pela EC 19/98, dispe:
os cargos, empregos e funes pblicas so acessveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Verifica-se a possibilidade de no s os brasileiros, natos ou
naturalizados, terem acesso a cargos/empregos/funes pblicos, mas
tambm os estrangeiros. Contudo tal acesso permitido aos
estrangeiros no amplo e irrestrito: h cargos privativos de brasileiro
natos. So exemplos de cargos privativos de brasileiros natos: Presidente e
Vice-Presidente da Repblica; Presidente da Cmara dos Deputados;
Presidente do Senado Federal; e, Ministro de Estado da Defesa.
Segundo: o concurso pode ser s de provas ou de provas e
ttulos, no se admitindo concurso s de ttulos (releiam o inc. II do
art. 37). O amigo ento se questiona: e o famoso exame curricular? No
cabvel?
Esclareo que as contrataes temporrias, por excepcional
interesse pblico, referidas no inc. IX do art. 37 da CF/1988, e j objeto
de comentrios acima, no esto sujeitas regra do concurso pblico,
cabendo, no entanto, conforme o caso, processo seletivo simplificado
mediante provas, provas e ttulos, ou ANLISE CURRICULAR. Da
mesma forma, alerto para a inexigibilidade de concurso para o
preenchimento de determinados cargos vitalcios, tais como os de Ministros
do STF e do Tribunal de Contas da Unio, dentre outros.
Pois bem. Seguindo adiante, podemos ver o concurso como um
procedimento administrativo composto de vrias etapas, tais como a
inscrio, a aprovao e a nomeao do candidato, para citar apenas
algumas.
A inscrio no gera ao candidato o direito realizao das provas,
haja vista que a Administrao pode alterar a data ou mesmo desistir de
realiz-las, tratando-se, pois, de uma expectativa de direito dos
candidatos.
Na doutrina, boa parte dos autores tem entendido que a aprovao
gera ao candidato expectativa de direito investidura no cargo ou
emprego em questo, ou seja, o aprovado em concurso pblico tem
mera expectativa de direito nomeao. Contudo, as coisas vm
mudando.
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Por uma questo de moralidade, de respeito aos cidados ainda bem
que a jurisprudncia vem mudando. No STJ, decises como as seguintes
passaram a surgir:
Servidor pblico - Concurso - Aprovao de candidato
dentro do nmero de vagas previstas em edital -
Direito lquido e certo nomeao e posse no cargo.
(Recurso em Mandado de Segurana n 19.922)
O destacado ainda bem da frase anterior por conta da certa
tranquilidade de que as decises como essa citada podem trazer para
centenas, milhares, de candidatos, os quais aprovados em concurso pblico,
NAS VAGAS PREVISTAS NO EDITAL, simplesmente no so chamados
pela Administrao. Com tais precedentes, muitos tero chance de no
serem deixados de lado pela Administrao.
Agora, j notaram como passaram a proliferar concursos com
cadastros de reserva?
Pois , se no h vagas previstas no edital, no tem como que se
falar de direito nomeao. Essa a razo de concurso com cadastro de
reserva.
E, agora, o martelo foi batido pelo STF (RE 598099). O Supremo
reconheceu o direito subjetivo nomeao. Segundo a Corte, a
Administrao Pblica dever agir eficientemente ao deflagrar concurso
pblico para provimento de cargos pblicos e nomear os candidatos
aprovados em nmero igual ao dos cargos vagos previstos no edital
do certame, homenageando-se a profissionalizao da funo pblica.
Terceiro ponto: a validade do concurso (melhor seria eficcia,
mas deixa pra l) est prevista no inc. III do art. 37 da CF/1988:
o prazo de validade do concurso pblico ser de at dois
anos, prorrogvel uma vez, por igual perodo
Apesar de ser uma questo mais do que batida em concurso atentem que
a vigncia do concurso de AT dois anos, PRORROGVEL por igual
perodo, ou seja, FACULTADO Administrao prorrogar, tratando-
se, portanto, de ato discricionrio da Administrao.
Uma observao, alis, trs interessantes:
I) o prazo inicial determina a prorrogao. Assim, um concurso
pode ter vigncia de seis meses, prorrogveis por mais seis;
II) o concurso s pode ter seu prazo de vigncia prorrogado
caso ainda esteja em vigor. Assim, concursos vencidos no podem
ser prorrogados, pois no existem mais; e,
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III) a contagem de prazo de vigncia ocorre a partir da
homologao do resultado mesmo, enfim, oportunidade em que a
Administrao reconhece a legitimidade de todas as etapas do concurso.
Quarto ponto: a questo do ingresso dos deficientes nos quadros
da Administrao. Vamos ns de novo na CF/1988:
VIII - a lei reservar percentual dos cargos e empregos
pblicos para as pessoas portadoras de deficincia e
definir os critrios de sua admisso
De pronto, percebam que o dispositivo constitucional no isenta os
portadores de deficincia de prestar concurso para ingresso nos quadros da
Administrao. O que se preserva, contudo, o direito de tais pessoas de
participarem de concursos pblicos, para cargos que sejam compatveis
com as deficincias que portem.
A propsito, a Lei 8.112/90, ao regulamentar a matria, estatui:
s pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de se
inscrever em concurso pblico para provimento de cargo cujas
atribuies sejam compatveis com a deficincia de que so
portadoras; para tais pessoas sero reservadas at 20% das vagas
oferecidas no concurso.
Percebe-se, pelo dispositivo transposto, que o limite mximo.
Mas, interessante notar que, a partir de decises judiciais, pode-se
afirmar que nem todo concurso precisa reservar vagas para
deficientes. Tratemos, sinteticamente, do Mandado de Segurana
26310/STF.
Com base nesse entendimento, a Suprema Corte considerou
legtimo o edital de concurso para o preenchimento de duas vagas que
no reservou nenhuma para deficientes. Entendeu a Corte Suprema
que reservar uma vaga, ou seja, cinquenta por cento das vagas existentes,
implicaria majorao indevida dos percentuais legalmente
estabelecidos. Ento, simplesmente a partir desse julgado, podemos dizer
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que NEM TODO CONCURSO PBLICO RESERVAR VAGAS PARA
DEFICIENTES. Alis, a prpria definio de deficincia por vezes traz
polmica. Vejamos, por exemplo, a questo dos monoculares.
O STF, ao tratar do RMS 26.071 entendeu que J.F.A., portador de
viso monocular, tinha o direito de ocupar o cargo de tcnico judicirio do
Tribunal Superior do Trabalho (TST). A deciso foi adotada por unanimidade
da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
No caso, os ministros da Turma concordaram com o entendimento do
relator de que viso monocular uma necessidade especial e legitima o
portador a concorrer s vagas especiais nos concursos pblicos.
Agora, vejam s: o candidato, a despeito de ser possuidor de viso
em um olho s, no era considerado deficiente, por conta das normas que
tratam da matria, pois teria plena capacidade visual no olho direito. Ora,
gritante que tal situao (monocular) deve ser considerada deficincia, na
linha do decidido pelo STF. Destaque-se que esse mesmo
posicionamento do STJ (viso monocular deficincia, para efeitos de
participao em concurso).
de incumbncia de junta mdica oficial avaliar se o portador
de deficincia possui condies de exercer o cargo pretendido, ou,
ainda, informar se o candidato mesmo deficiente. Caso no seja
deficiente, o candidato que houver concorrido para a vaga nessa qualidade
ter sua aprovao invalidada, e dever ser convocado o deficiente seguinte
na ordem de classificao, para que se adote o mesmo procedimento
verificatrio.
Quinto ponto: o estabelecimento de limitaes ao acesso a
cargos e empregos pblicos, ou seja, firmar que s a partir de
determinada altura, tal sexo, determinada condio fsica, e outros, o
candidato pode ter acesso ao cargo ou emprego pretendido.
As limitaes ao acesso aos cargos/empregos pblicos s devem ser
aceitas quando razoveis e em consonncia com a ordem jurdica.
No caso de veto participao de candidato, dever sempre ser
motivada. Tal regra encontra-se consolidada na Smula 684, do STF:
inconstitucional o veto no motivado participao de candidato a
concurso pblico.
Tambm no devem ser admitidas as odiosas restries
discriminatrias, em relao origem, sexo, raa, religio, etc. De toda
forma, h necessidade de estabelecimento de requisitos que
permitam aferir a aptido do interessado em ingressar no servio
pblico. Tais requisitos, em virtude do princpio da legalidade, devem gozar
de previso legal, e no apenas no edital do certame. Nesse quadro,
cumpre trazer lume o RE 184.432-RS, apreciado pelo STF:
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O edital de concurso no instrumento idneo para o
estabelecimento de limite de idade para a inscrio em
concurso pblico; para que seja legtima tal exigncia
imprescindvel a previso em lei. Nada impede que o edital
mencione ou mesmo reproduza o que dispe a Lei, a ttulo de
exigncia. O que se veda realizao de exigncias
exclusivamente por meio de edital.
O momento de exigncia dos requisitos para o exerccio das
atribuies do cargo tambm importante: devem ser cumpridos quando
da posse, e no no momento de inscrio, conforme a Smula 266 do
STJ. Quanto s carreiras especficas da rea jurdica, Juzes e Membros do
MP, h outras regras. Mas no vm ao caso no curso de Direito
Administrativo.
Com relao s limitaes de idade, o STF entende ser razovel
(Smula 683) a sua existncia, desde que a natureza das atribuies do
cargo as exija. Por exemplo: idade mxima para agentes da Polcia
Federal, haja vista a necessidade de vigor fsico.
Por fim, a questo da exigncia dos exames psicotcnicos, que
pode ser entendida, em certa medida, como uma espcie de limitao.
Se fossemos citar a jurisprudncia do STF a respeito do assunto,
passaramos horas aqui. Mas basta apenas uma smula para entendermos.
a Smula 686 da Corte Constitucional, que assim estabelece:
S por lei se pode sujeitar a exame psicotcnico a
habilitao de candidato a cargo pblico.
No h dvida, portanto: s a LEI possibilita a exigncia de
exames psicotcnicos.
Quinto ponto: o concurso para seleo de servidores diferente
do concurso modalidade de licitao. Pode parecer bobo, mas isso ainda
cai em prova...
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Os de l (de licitaes) tm por objeto a escolha de um ALGO
(trabalho tcnico, artstico, cientfico), e os de c (Lei 8.112/1990),
a escolha de ALGUM. No podem ser confundidos.
Olha s um exemplo do assunto, em prova do TCU
(analista/TCU/2005):
Considerando que a Agncia Nacional de Telecomunicaes
(ANATEL) uma autarquia federal, julgue os itens a seguir.
77 Considere que a ANATEL pretenda selecionar pessoas
para ocuparem cargos de provimento efetivo lotados na
autarquia. Nessa situao, a ANATEL deve selecionar tais
pessoas mediante procedimento licitatrio realizado na
modalidade concurso.
Gabarito da questo: ERRADO, claro. Mas, a lio: NUNCA
DIGAM NUNCA EM CONCURSOS. Pode cair, sim, questo fcil na prova
do TCU...
4.2 PROVIMENTOS: FORMAS E TIPOS
Podemos dizer que o incio da relao do candidato com o cargo
pblico e com a Administrao Pblica se d com o provimento.
Provimento o ato administrativo mediante o qual uma pessoa
passar a ser a detentora do cargo, ou seja, o preenchimento de cargo.
A forma originria de provimento de cargos pblicos a nomeao.
Antes dela, a pessoa mera pretendente a um cargo, dizer, um
concursando.
Importante que os cargos em comisso tambm tm provimento.
Basta ver o que diz o art. 9 da 8.112/1990, que diz que os provimentos
so EFETIVOS (para o cargo efetivo, obviamente) e EM COMISSO,
para cargos dessa natureza.
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Da, algo importante: as outras formas de provimento s so
aplicveis aos cargos efetivos, no aos cargos em comisso. Vamos
tratar de todas as formas de provimento, comeando pela nomeao.
A nomeao, forma de provimento originrio, que inaugura tal
vnculo, sendo uma das formas de provimento previstas na Lei 8.112/1990
(art. 8).
Muita gente confunde nomeao com posse. So coisas distintas.
NOMEAO o primeiro provimento. POSSE o ato formal em que o
NOMEADO firma o compromisso de exercer o cargo, ou seja, o
compromisso solene, no qual se afirma: eu quero o cargo!
o momento em que se investe servidor, coloca a capa com Poderes,
algo do tipo Batman. Apesar de fazerem parte do mesmo procedimento (o
concurso), a nomeao e a posse no podem ser confundidas, embora
s possamos falar em posse se tiver ocorrido, preliminarmente, nomeao
(vejam o 4 do art. 13 da Lei n 8.112/1990).
Mais uma forma de provimento da Lei n 8.112/1990: a promoo.
Como sobredito, as formas de provimento, de acordo com a Lei
8.112/1990, so sete: Nomeao, Aproveitamento, Promoo,
REintegrao, REconduo, REadaptao e REverso.
O concursando pensa: nossa, que coisa chata! Cheio de nomes! Sabe
o que ns fazemos para memorizar? N P A RE RE RE RE! O que isso? As
iniciais de cada uma das formas de provimento apontadas pela Lei n
8.112/1990.
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Fazer o qu? Tem que dar um jeito de lembrar. Tem um mnemnico,
olha a o Rei Narciso Reformou o Ptio da Amada Rainha Regina
escolham! Ah para cada uma das formas de provimento que
comeam com RE colocamos uma palavra-chave para memorizao.
Exemplo: reintegrao palavra chave: DEMISSO.
Vejamos, ento, cada uma delas, apenas deixando de lado a
nomeao, j abordada.
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O aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao servio
pblico de servidor que estava em disponibilidade. Disponibilidade no
nada mais que estar sem trabalhar, ocorrendo em razo da extino
do cargo ou da declarao da desnecessidade deste.
O servidor em disponibilidade permanece com remunerao
proporcional ao tempo de servio, conforme estabelece o 3 do art.
41 da atual Constituio Federal, at o adequado aproveitamento, em cargo
com atribuies compatveis com o cargo anteriormente ocupado.
J a promoo o movimento no mbito de uma mesma carreira,
com adio de vencimentos e de responsabilidades, ocorrendo pela
mudana de CLASSE. Lembrem-se do que j foi dito: a mudana de
CLASSES promoo, enquanto que a mudana de PADRES dentro
de uma classe PROGRESSO FUNCIONAL.
No h promoo com relao a cargos isolados, uma vez que
estes no compem uma carreira. A promoo pode ocorrer por
merecimento ou por antiguidade (tempo de servio). Chamo ateno,
ainda, para dois pontos com relao promoo:
I) muitos doutrinadores criticam a insero da promoo como forma
de provimento. De fato, ao ser promovido, o servidor continua ligado ao
cargo pblico, sendo discutvel, doutrinariamente, ver-se a promoo como
forma de provimento. Todavia, para fins de concurso pblico, no cabe
tal discusso, uma vez que a Lei 8.112/1990 coloca, textualmente, a
promoo como forma de provimento;
II) no h que se falar de promoo de uma carreira para
outra, como de Analista para Auditor da Receita, por exemplo. Nesse caso,
a hiptese diferente. Seria uma espcie de ascenso, o que
inadmissvel, na viso do STF;
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III) a promoo tambm uma forma de vacncia, prevista no
art. 33 da Lei 8.112/1990. Atentem para essa informao, uma vez que o
examinador adora brincar com as formas simultneas de VACNCIA E
DE PROVIMENTO.
Por sua vez, a reintegrao ocorre no caso de desfazimento de
deciso que levou demisso de servidor estvel. A palavra-chave para
a reintegrao , portanto, DEMISSO. A invalidao (desfazimento) da
deciso pode ser administrativa ou judicial. Mas, vem a pergunta: e se o
cargo do sujeito que foi demitido estiver ocupado? Vai ser reintegrado
aonde?
Se o cargo do reintegrado estiver ocupado, o ocupante, se
estvel, dever ser reconduzido ao seu cargo de origem (se ainda
estiver vago). Se o cargo anterior estiver preenchido, o servidor
estvel ser aproveitado em outro cargo, ou mesmo posto em
disponibilidade.
Interessante anotar que a condio para a
reintegrao/reconduo do servidor pblico a ESTABILIDADE.
Apesar de extremamente criticvel, o que dispe a CF/1988 (vejam o 2
do art. 41 da CF). Ressalte-se, ainda, que a Lei 8.112/1990 assegura ao
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injustamente demitido o ressarcimento de todas as vantagens
(remuneraes, por exemplo) que faria jus.
J a reconduo ocorre em duas hipteses na reintegrao do
ocupante do cargo e na inabilitao de estgio probatrio e a palavra-
chave RETORNO AO CARGO ANTERIOR.
A 1 hiptese j foi abordada acima. No caso da inabilitao em
estgio probatrio, o inabilitado dever ter ocupado cargo anterior, no
qual j era estvel. Desse modo, ao ser inabilitado no novo cargo, dever
retornar ao anteriormente ocupado.
Interessante questo diz respeito possibilidade da reconduo a
pedido. Imaginemos o seguinte: um Auditor da Receita logrou xito (foi
aprovado) no concurso para Perito da Polcia Federal. O Auditor, que j era
estvel no servio pblico, resolve tomar posse e entrar em exerccio no
cargo de perito. Posteriormente, descontente com o novo cargo, revolve
pedir para ser reconduzido.
Tal situao juridicamente possvel, dado se tratar de um ato
menos gravoso do que a reprovao do servidor no estgio probatrio, que
poderia dar motivo reconduo. Inclusive, esse foi o entendimento
perfilhado pelo STF ao apreciar, dentre outros, o RMS 22.933-DF, de 1998.
Portando, no h dvida: reconhece-se o direito do servidor estvel
reconduo enquanto durar o estgio probatrio do novo cargo.
Ficamos assim. Seja pela inabilitao no novo cargo, ou mesmo
em razo de pedido do servidor, o STF tem resguardado esse direito do
servidor, ENQUANTO DURA O ESTGIO PROBATRIO NO NOVO
CARGO.
Ah! Antes que algum pergunte, o estgio probatrio, PELA
JURISPRUDNCIA DOS TRIBUNAIS SUPERIORES, tem durao de 36
MESES. O QU???? , isso mesmo! J volto a falar sobre isso.
Pergunta capciosa: possvel a reconduo entre esferas
distintas da Federao? Noutras palavras: servidor pblico federal passa
em um concurso para um cargo estadual, arrepende-se, pede para voltar.
Pergunta-se: possvel a reconduo do servidor em questo? Resposta
difcil...
Na viso da AGU, TCU e Tribunais Superiores h o entendimento
de que sim possvel a reconduo entre diferentes esferas da
Federao. Guarda a com carinho esta informao.
A readaptao trata da possibilidade de recolocao do servidor
que tenha sofrido limitao (que nossa palavra-chave para esta forma de
provimento), fsica ou sensvel (mental), em suas habilidades,
impeditiva do exerccio das atribuies do cargo que ocupava. Portanto, por
meio da readaptao, o servidor ser remanejado para um cargo
compatvel com sua nova situao laboral.
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Para que possa ocorrer a readaptao, o novo cargo ter que ser
compatvel com o anterior, dizer, com atribuies afins, nvel de
escolaridade compatvel etc. Desse modo, no pode um auditor do INSS
cargo de atribuio de nvel superior, por exemplo, ser readaptado na
condio de motorista cargo de atribuio de nvel mdio, com atribuies
nitidamente diferenciadas. Ressalte-se que, na hiptese de inexistncia
de cargo vago, o readaptando exercer suas atribuies na condio
de excedente.
ATENO: EXCEDENTE diferente de DISPONVEL. Excedente,
trabalha, e, por isso, recebe normalmente sua remunerao.
Disponvel no est trabalhando, recebendo, por conseguinte,
remunerao proporcional ao tempo de servio.
Reverso o retorno do servidor aposentado atividade
(Aposentou, voltou! Volta por reverso). Pode ocorrer em decorrncia de
duas situaes.
Na 1, a insubsistncia de motivo de invalidez (reverso DE
OFCIO), a causa que levou aposentadoria (uma enfermidade) no existe
mais.
Em tal situao, o servidor em processo de reverso dever ser
submetido ao exame da junta mdica oficial, a qual, ento, dever declarar
que inexiste (insubsistente) o fato motivador da aposentadoria.
Estando provido o cargo do servidor revertido, este exercer suas
atribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga.
Na 2 situao, a reverso ocorre a pedido do servidor, desde que
haja interesse da administrao (ato discricionrio), e se cumpridas as
seguintes condies:
- pedido do servidor, o qual deveria ser estvel na atividade;
- aposentadoria ocorrida nos cinco anos anteriores solicitao,
sendo que essa aposentadoria tem que ter sido a pedido,
voluntria. No h que se falar em reverso para:
I) aposentados pela compulsria, pois completaram a idade
mxima para o exerccio de cargos EFETIVOS;
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II) aposentados por invalidez: neste caso, se no existir mais o
motivo de invalidez e no for impossvel a reverso pelo
transcurso de prazo decadencial, o servidor ser revertido DE
OFCIO; e,
- necessidade de cargo vago. ATENO: no h que se falar em
excedente na reverso a pedido, pois a Lei EXIGE a existncia
de cargo vago para tal hiptese.
Depois de aferidos todos os requisitos anteriores, a reverso a
pedido ATO DISCRICIONRIO da Administrao Pblica, ou seja, ficam
a critrio desta. Isso serve para que a Administrao avalie se a reverso
em questo refere-se a um servidor que tem um histrico de til ao
interesse pblico.
No fosse assim, a Administrao teria de reverter alguns que,
absolutamente, no teriam contribuio significativa a dar ao poder pblico,
por seu histrico. Da, bem racional que a reverso a pedido do servidor
fique a critrio da Administrao Pblica.
Por fim, uma ltima informao: REMOO e REDISTRIBUIO
(tambm chamada relotao) no so formas de PROVIMENTO, so
formas de DESLOCAMENTO do servidor ou cargo pblico,
respectivamente.
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A remoo deslocamento do servidor, com ou sem mudana de
sede, para desempenhar suas atribuies em outra unidade do mesmo
quadro. Redistribuio o deslocamento do cargo efetivo, ocupado ou
no, no mbito do quadro geral de pessoal, para outro rgo ou atividade.
Ambos no so hipteses de provimento ou vacncia.
Vejamos dois exemplos, para situarmos a questo:
Na sala de determinado rgo X, em So Paulo, tem 10 cadeiras
cargos -, sendo que apenas sete existem pessoas sentadas servidores. No
rgo Y, localizado no Rio de Janeiro, tem 12 cadeiras, sendo que apenas
10 esto preenchidas. Assim, o servidor pode ser removido de So Paulo
para o Rio de Janeiro, pergunta-se: quantas vagas foram criadas? Quantos
servidores entraram? No houve vacncia e sequer provimento, exatamente
porque o nmero de servidores e de cargos permaneceu constante.
Agora, o rgo X precisa de novas cadeiras em um novo
departamento que acaba de ser criado. Bom, como vimos, a criao de
novas cadeiras (cargos) depende de lei, no entanto, como das 12 cadeiras
no RJ apenas 10 esto preenchidas, e como em SP, h trs cadeiras
subutilizadas, que tal deslocarmos as cadeiras para o novo
departamento, isso mesmo, que tal redistribuir, promover a relotao
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das cadeiras? Notem que, igualmente, no houve reduo ou acrscimo
do quantitativo de servidores, no sendo, portanto, o caso de se falar
em vacncia ou em provimento. Acrescento que a redistribuio pode
acarretar o deslocamento de cadeiras ocupadas. Por exemplo: houve a
criao de um novo departamento da Receita, com a reunio de tarefas
afetas matria previdenciria. Assim, possvel redistribuir as cadeiras do
INSS para a Receita, e, conforme o caso, os servidores sentados nas
cadeiras sero igualmente redistribudos.
J a remoo pode ocorrer de ofcio (no interesse da
administrao) ou a pedido do servidor.
Na remoo de ofcio, caso seja necessria a mudana de sede do
servidor, este far jus ajuda de custo (com um mximo de at trs
remuneraes, conforme regulamento), para compensar despesas
ocorridas.
Na remoo de ofcio, fica garantido o direito do servidor e de seu
cnjuge, filhos, enteados ou menor sob sua guarda, de se matricular em
instituies de ensino congnere, em qualquer poca, independente de vaga
ou de poca (cuidado! Instituies congneres...No tem o filho do servidor,
civil e militar, estudante de faculdade particular, direito de matricular-se na
Universidade de Braslia ou pblicas em geral, em razo da remoo de
ofcio, a no ser, obviamente, que o curso s seja oferecido pela instituio
pblica).
Notaram o negrito na expresso DE OFCIO neste pargrafo? que
existem outras formas de remoo, que so bem diferentes.
A remoo a pedido pode a ser a critrio da administrao ou
independente do interesse desta.
Na primeira hiptese, o servidor faz o pedido e a Administrao
avalia a convenincia ( ato discricionrio). J remoo a pedido,
independente do interesse da administrao, ocorre nas seguintes
hipteses:
- Para acompanhamento do cnjuge, que tambm deve ser servidor,
ou militar, de qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, dos
Municpios, que foi deslocado no interesse da administrao. Em outros
termos, se o cnjuge passou em concurso ou solicita remoo, ele
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quem criou o problema (talvez, no queira mais voc! Rsrsrs...), no
tendo a Administrao o dever de remov-lo, assim entende o STJ;
- Por motivo de doena do servidor, cnjuge, ou dependente que
viva s suas expensas, sendo que dever constar do assentamento
funcional do servidor;
- Em virtude de concurso de remoo, em que o nmero de
interessados superior ao nmero de vagas na unidade de destino.
Em todas as hipteses, SEMPRE que a remoo/redistribuio
implicar o exerccio de atribuies do servidor em outro municpio, ser
concedido um prazo quele de 10 a 30 dias contados da publicao do
ato para a retomada do efetivo desempenho de suas atividades, estando
incluso, nesse prazo, o tempo de deslocamento para a nova sede.
Estando o servidor afastado, ou de licena, o prazo aqui
referenciado dever ser contado a partir do trmino do impedimento.
Ah! Um ltimo detalhe nessa passagem. Peo que se esqueam da
vida de vocs da expresso TRANSFERNCIA. O STF declarou-a
inconstitucional, por ferir o princpio do concurso pblico.
Bom, vamos resumir o que vimos nesse item na j famosa tabelinha:
FORMA DE PROVIMENTO RAZO/PALAVRA-CHAVE
Nomeao Provimento originrio
Aproveitamento Em regra, retorno atividade do servidor
que estava em disponibilidade
Promoo Crescimento na carreira
Reintegrao Demisso. Voltou. Reintegrou.
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Reconduo Voltar ao cargo anteriormente ocupado.
Readaptao
Servidor sofreu limitao em sua
capacidade de trabalho. Sendo possvel,
ser readaptado.
Reverso O aposentado voltou ao exerccio de
cargo ativo.
OBSERVAO:
remoo/redistribuio
No so formas de provimento, e sim
de deslocamento de servidor ou cargo
4.3 POSSE x EXERCCIO
A posse, na verdade, aperfeioa a nomeao, dizer, sem posse,
de nada vale a nomeao. por isso que se a doutrina diz que se o
nomeado no tornar posse, o ato jurdico [de nomeao] ser
tornado sem efeito. O prazo para a posse de trinta dias,
improrrogveis, contados da nomeao.
Ah, trs informaes importantes:
- na posse, no h que se falar em assinatura de contrato, mas
sim de um termo, no qual so firmados os compromissos do servidor;
- possvel posse mediante procurao especfica ( 3 do art.
13 da Lei 8.112/1990). Ora, se possvel casamento por procurao, claro
que pode se tomar posse procurao;
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- no se pode confundir posse com exerccio. Este ltimo quer
dizer comear a trabalhar. Pode no coincidir com a posse. Olhem s o
que diz o 1 do art. 15 da Lei 8.112, de 1990: de quinze dias o prazo
para o servidor empossado em cargo pblico entrar em exerccio,
contados da data da posse.
Bom, s para registro: o servidor faz jus remunerao a partir
do EXERCCIO e no da POSSE, ok? Tem que trabalhar, feliz e
infelizmente...
E outra: no possvel exerccio por procurao, claro. O
servidor X, profissional em concursos, passa no cargo Y e outorga
procurao ao candidato A. Depois, passa no cargo W, outorgando
procurao ao candidato B. Na boa, isso ia virar uma indstria das provas.
Exerccio tem uma relao com a posse como se fosse o casamento e
a Lua de Mel. possvel casamento (posse) por procurao. J para a lua
de mel (o exerccio), bom entrar em exerccio. E que ele seja
efetivo...rsrsrsrs...
4.4 POSSIBILIDADES DE ACUMULAO DE CARGOS E EMPREGOS
PBLICOS.
De antemo, registre-se que a regra geral que se veda a
acumulao remunerada de cargos, empregos e funes pblicos, seja
na Administrao Direta, seja na Administrao Indireta. A regra da
no-acumulao abrange, portanto, tambm autarquias, fundaes,
empresas pblicas, e sociedades de economia mista, em quaisquer
esferas da federao (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios).
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A partir da EC 19/1998, a regra da no acumulao passou a abarcar
as subsidirias daquelas entidades, bem como as sociedades controladas
direta ou indiretamente pelo Poder Pblico. Por consequncia, a presente
regra no impeditiva de ocupaes privadas por parte do servidor
pblico, desde que, obviamente, tais ocupaes no sejam
incompatveis com o cargo exercido pelo servidor (p. ex.: a Lei n
8.112/1990 veda a gerncia de sociedades empresariais, ressalvando
conselhos Fiscal e de Administrao de entidades sob o domnio do Estado,
por exemplo).
H que se ter um pressuposto para que possa ocorrer a acumulao
remunerada: a compatibilidade de horrios. No existindo
compatibilidade de horrios, TODA E QUALQUER acumulao de
cargos/empregos pblicos ser vedada.
A jurisprudncia do TCU admite acumulao com jornada
mxima de 60 horas, ou seja, um cargo/emprego pblico de 40 horas +
um cargo/emprego pblico de 20 horas, por exemplo.
Outro ponto a ser levado em considerao diz respeito observncia
dos tetos constitucionais remuneratrios, estabelecidos no art. 37, XI, da
CF, os quais, no caso de acumulao (acima listados), no podero ser
superados. Aguardem, j falarei sobre os tais tetos remuneratrios (geral e
subtetos nos Estados).
De acordo com o inc. XVI do art. 37 da CF permitida a
acumulao de cargos e empregos pblicos nas seguintes situaes:
a) dois cargos de professor;
b) um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
sade, com profisses regulamentadas.
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No h maiores controvrsias no que diz respeito acumulao de
dois cargos de professor. Todavia, no o que se verifica nas duas outras
hipteses.
H falta de preciso no que se refere definio de cargo tcnico
ou cientfico, o que tem provocado algumas dvidas na interpretao que
se faz da expresso. A despeito das controvrsias, pode-se afirmar que h
possibilidade de cargos de nvel mdio serem tidos como tcnicos, desde
que as caractersticas de seu exerccio possam ser entendidas como
tcnicas.
Como exemplo de cargos de nvel mdio que podem ser entendidos
como de caractersticas tcnicas citamos: Programador, Tcnico de
laboratrio, Tcnico de Contabilidade, Auxiliar de Enfermagem, e
desenhista. Cargos de nvel mdio, cujas atribuies sejam de baixa
complexidade, no mais das vezes fazendo parte da rotina administrativo-
burocrtica do Estado, no devem ser considerados tcnicos ou
cientficos, no podendo, por consequncia, serem acumulados com
outro de professor. So exemplos de tais tipos de cargos, de acordo com
o parecer H 194, da extinta Consultoria Geral da Repblica: Agentes
Administrativos, Agente de Portaria, etc.
No mesmo sentido, podemos afirmar que no so todos os cargos de
nvel superior. Exemplo disso: analistas administrativos, de modo geral,
que no tenham por atribuio tarefas tcnicas, como analistas da
rea meio (administrativa) de tribunais judiciais. Logo, no cabe cogitar
de acumulao neste caso, pois, ainda que se trate de um cargo de
professor, o outro no visto como tcnico (o de analista da rea meio
do tribunal judicial em referncia). A propsito, vejamos a questo exigida
em prova anterior elaborada pelo CESPE:
10 - (2006/CESPE/TRF-5/JUIZ) Suponha que Pedro seja
professor em uma universidade pblica. Nesse caso, ele
poder acumular o seu cargo de professor com um cargo de
analista judicirio, rea meio, em tribunal regional federal.
Gabarito: ERRADO
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Como o Pedro da questo analista da rea meio, no poderia
acumular o cargo com o de professor, como pr-falado. Da o erro da
questo. Alis, esse tema de acumulao de cargos e empregos pblicos j
foi at tema de prova dissertativa. Mas tudo tem seu tempo. Prossigamos,
por ora, em nossas anlises.
Falemos um pouco do acmulo de cargo/empregos pblicos por parte
de aposentados. Havia certa controvrsia doutrinria se estes poderiam,
ou no acumular os proventos da aposentadoria com a retribuio
pecuniria do cargo, emprego ou funo. Tal dvida foi dirimida,
contudo, com a redao dada pela EC 19/98 ao 10 do art. 37 da CF, que
diz:
vedada a percepo simultnea de proventos de
aposentadoria decorrente do art. 40 ou dos arts. 42 e 142
com a remunerao de cargo, emprego ou funo
pblica, ressalvados os cargos acumulveis na forma desta
Constituio, os cargos eletivos e os cargos em comisso
declarados em lei de livre nomeao e exonerao.
Assim, o aposentado pode acumular os proventos recebidos
com:
I) a retribuio pecuniria de outro
cargo/emprego/funo, desde que a hiptese de acumulao
fosse permitida caso em atividade estivesse;
II) cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, etc.);
e
III) cargos em comisso.
H que se destacar, ainda, que as hipteses de acumulao
referem-se a DOIS cargos, empregos ou funes pblicos. Assim, no se
admite o acmulo de trs ou mais cargos/empregos, ainda que algum
deles provenha da aposentadoria. H apenas uma hiptese de
acumulao de trs cargos, em virtude da norma temporria contida no
1 do art. 17 da ADCT: dois de mdico civil, com outro de mdico
militar. Mas, em concursos pblicos, de cinco anos para c, no temos
visto as organizadoras tratar do assunto.
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A vedao acumulao tambm no abrange empregos da
iniciativa privada, conforme j dito anteriormente. Assim, possvel, por
exemplo, que o servidor pblico seja vigilante de posto de gasolina, sem
problemas.
Outras hipteses de acumulao permitida so as seguintes:
a) Mandato de Vereador com as vantagens de cargo,
emprego ou funo, sem prejuzo da remunerao do cargo
eletivo. Deve haver, bvio, compatibilidade de horrios, e
servidor deve exercer seu cargo;
b) Ministro do TCU com outra funo de magistrio
(art. 73, 3, da CF/88);
c) Magistrado com uma funo de magistrio (art. 95,
nico, I, da CF 88); e,
d) Membro do Ministrio Pblico com outra funo
pblica de magistrio (art. 128, 5, II, d, da CF/1988).
Mais uma vez, vale a lembrana: vedada a acumulao de
cargos/empregos/funes pblicos, admitindo-se to s os casos de
previso constitucional, desde que haja compatibilidade de horrios
no exerccio das ocupaes pblicas.
4.5 FORMAS DE VACNCIA PREVISTAS NA 8.112/1990
DEFININDO... Vacncia a situao em que o cargo pblico est
vago, sem ocupante, tornando-o passvel de ser provido por algum. As
formas de vacncia previstas na Lei 8.112/1990 so (art. 33):
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exonerao, demisso, promoo, readaptao, aposentadoria,
posse em outro cargo inacumulvel e falecimento. ATENO: a
ascenso e a transferncia foram expressamente revogadas pela Lei
9.527/1997.
Inicialmente, cabe fazer diferena entre exonerao e demisso.
Esta ltima uma penalidade, prevista na Lei n 8.112/1990, bem como
no Cdigo Penal (inc. I do art. 92 do CP). J os casos de exonerao no
constituem punies, tratando-se de hipteses especficas, com previso
na Lei 8.112/1990 (arts. 34 e 35).
Destaques pertinentes vacncia:
I) Promoo , a um s momento, vacncia, em cargo inferior, e
provimento, em cargo superior, no mbito de uma carreira. Pode ser por
antiguidade ou por merecimento. A despeito de muitos doutrinadores
criticarem a insero da promoo como forma simultnea de
provimento/vacncia, por razes que, com sinceridade, no so importantes
para nossas exposies aqui, MEMORIZEM: PROMOO FORMA
SIMULTNEA DE PROVIMENTO/VACNCIA;
II) alm da promoo, h outra forma simultnea de
vacncia/provimento, de acordo com a Lei 8.112/1990 (art. 8 e 33): a
readaptao. De fato, ao passar pela limitao na capacidade laboral,
o servidor readaptado, caso possvel, noutro cargo, compatvel com tal
limitao, deixando o primeiro vago, ao tempo que prov o segundo;
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III) apesar de no ser indicada expressamente na Lei como
forma de vacncia, a reconduo, em decorrncia de inabilitao em
estgio probatrio, , de acordo com apontamentos da doutrina, forma
simultnea de vacncia, dado que o servidor deixar vago o ltimo
cargo, no qual foi inabilitado, voltando a prover o primeiro. Nessa ltima
hiptese, o servidor, caso estvel, dever ser reconduzido ao cargo
anteriormente ocupado, provendo-o de forma derivada.
H quem aponte, ainda, para a posse em outro cargo no
acumulvel, forma de vacncia expressa, sendo entendida como
provimento implcito.
5 ESTABILIDADE x ESTGIO PROBATRIO
Algum a j deve ter pensado: ih, l vem confuso... essa
interminvel histria a respeito de estabilidade X estgio probatrio... pois
, como a inteno s facilitar a vida dos amigos, vamos direto ao
mago...
Inicialmente, cumpre registrar que o estgio probatrio sempre
andou junto com a estabilidade, a despeito de serem, conceitualmente,
figuras distintas.
Estgio probatrio o perodo a que deve ser submetido o
servidor ESTATUTRIO nomeado para cargo de provimento efetivo.
No estgio probatrio, a capacidade e a aptido do servidor para
desempenho do cargo so constantemente avaliadas. Podemos dizer
que o estgio probatrio funciona como um perodo para confirmao no
cargo.
Respondam rpido a: ser um bom analista judicirio implica,
necessariamente, ser um bom auditor da Receita ou do TCU? A resposta,
evidentemente, no, pois os cargos possuem atribuio distinta. Por isso
que a doutrina diz que a cada novo cargo, novo estgio probatrio.
Isso mesmo. O servidor analista judicirio pode ser estvel no servio
pblico e, ainda assim, ter de se submeter a novo estgio probatrio.
A grande confuso quanto ao instituto em estudo quanto a sua
durao: se de 36 meses (em decorrncia da EC 19/98, que alterou o
perodo de aquisio da estabilidade), ou se de 24 meses, conforme
consta do texto da Lei 8.112/1990. Alguns autores afirmam que o estgio
probatrio de trs anos, e sua transposio necessria para a aquisio
da estabilidade. Em nvel federal, a matria extremamente confusa.
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Todavia, em julgados recentes, os tribunais superiores vm adotando a
posio de que o estgio probatrio de 36 meses. Alis, isso j at
caiu no TCU. Olha a:
Conforme recente entendimento do STJ, o prazo do estgio
probatrio dos servidores pblicos de 24 meses, visto que tal
prazo no foi alterado pela Emenda Constitucional n. 19/1998,
que trata apenas da estabilidade dos referidos servidores.
GABARITO: ERRADO. COMENTRIOS tanto o STJ,
quanto o STF tem adotado, como dito, a posio que o
estgio probatrio tem durao de 36 meses.
E, como sobredito, a posio do STF a mesma, em tempos
recentes: o estgio probatrio tem 36 meses de durao.
Um ltimo detalhe. Os critrios de avaliao do estgio
probatrio constam da Lei 8.112, de 1990, art. 20, e so: assiduidade,
disciplina, capacidade de iniciativa, responsabilidade e
produtividade.
J a estabilidade a garantia constitucional dada ao servidor
ocupante de cargo efetivo, nomeado em virtude de concurso pblico,
quanto permanncia no servio pblico aps trs anos de efetivo
exerccio.
Na redao original da CF/88, a estabilidade seria adquirida aps dois
anos de efetivo exerccio, apenas com o decurso do tempo, ou seja, a partir
de um critrio puramente objetivo, em face do mero transcurso do tempo.
Contudo, aps a EC n 19/1998, para a aquisio da estabilidade
so exigidos trs anos de efetivo exerccio, ao trmino dos quais dever
ser precedida de avaliao especial de desempenho por comisso
especial instituda para esse fim (caput e art. 41 da CF/1988), pelo que,
pode-se afirmar, a estabilidade deixou de ser estritamente objetiva,
uma vez que depende da mencionada avaliao especial.
Sinteticamente, podem ser apontadas quatro condies necessrias
para aquisio da estabilidade:
I) aprovao em concurso pblico. Tal condio exclui a
possibilidade de aquisio para quaisquer agentes pblicos que tenham
vnculos empregatcios provisrios ou transitrios junto
Administrao Pblica, tais como os contratados temporariamente por
excepcional interesse pblico (art. 37, inc. IX, CF/88).
II) nomeao para cargo de provimento efetivo. Tal condio
afasta, por exemplo, a aquisio de estabilidade pelos empregados
pblicos, regidos pela CLT, ou, ainda, pelos ocupantes, exclusivamente,
de cargos em comisso.
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III) cumprimento de estgio probatrio. S lembrando que o
estgio probatrio deve ser visto com durao de 36 meses, pelos
entendimentos mais recentes dos tribunais superiores.
IV) avaliao especial de desempenho para fins de aquisio
de estabilidade (4 do art. 41 da CF). Assim, o servidor no adquire
estabilidade pelo simples decurso de prazo, mas, de outro modo, deve se
sujeitar avaliao especfica para tanto.
Questo interessante surge na possibilidade de a Administrao no
proceder avaliao de que ora se trata. Nesse caso, na ausncia de
avaliao, seria o servidor estvel ou no?
A resposta que o servidor deve ser considerado estvel, em razo
da avaliao positiva de forma tcita, para efeitos de estabilidade.
Ressalte-se que tal avaliao funcional foi criada em favor da
Administrao. Contudo, no poderia o servidor ser prejudicado pela
inrcia administrativa. O STF corroborou essa afirmativa ao apreciar o
MS 25.543-DF, em 21.8.2003, registrando que a ausncia de avaliao
de desempenho no afasta a presuno de estabilidade no cargo.
Diferentemente do estgio probatrio, a estabilidade NO SERVIO
PBLICO, noutra clssica afirmao doutrinria.
A CF/1988 fala das seguintes hipteses de perda de estabilidade:
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I) em virtude de sentena judicial transitada em julgado.
Esta hiptese , praticamente, autoexplicativa uma sentena judicial
irrecorrvel pode determinar a perda do cargo pelo servidor;
II) mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa. Hiptese semelhante anterior, com a
diferena que, neste caso, a via administrativa;
III) em decorrncia de insuficincia de desempenho (inc. III do
1 do art. 41 da CF), na forma de Lei Complementar a ser editada (norma
de eficcia limitada), de mbito nacional. Devem ser assegurados a ampla
defesa e o contraditrio, como condio de validade do processo. No
constitui medida punitiva (no demisso, exonerao) e atende o
princpio da eficincia; e,
IV) em razo de excesso de despesa de pessoal (art. 169, 3,
CF/1988), caso descumpridos os limites para tal natureza despesa,
estabelecidos na Lei Complementar 101/2000 (a to famosa Lei de
Responsabilidade Fiscal LRF). Contudo, para que, neste caso, a
exonerao do servidor estvel ocorra, o ente federativo dever,
preliminarmente, ter adotado as seguintes medidas administrativas:
i) reduo ao menos em 20% das despesas com cargos em
comisso ou funes de confiana; e,
ii) exonerao dos servidores no-estveis. De acordo com o art.
33 da EC n 19/1998, os no-estveis so aqueles admitidos na
administrao direta, na autrquica e na fundacional, no entanto, sem
concurso pblico de provas ou de provas e ttulos aps o dia 5 de outubro
de 1983.
SOMENTE se essas medidas prvias no forem suficientes para
o reequilbrio das despesas de pessoal que se poder promover a
exonerao dos estveis, em decorrncia de excesso de despesa.
Por fim, lembro que o cargo objeto da reduo ser extinto,
sendo vedada a criao de cargo, de emprego, ou de funes com
atribuies iguais ou assemelhadas pelo prazo de QUATRO anos
(lembrem aqui do mandato Presidencial). O servidor (estvel!) far jus
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indenizao, correspondente a um ms de remunerao BRUTA por
ano de servio (no contribuio, cuidado!).
Apesar de pouco exigido em concursos pblicos, lembro que a
CF/1988, por meio do art. 19 da ADCT, fixou hiptese excepcional de
aquisio da estabilidade por parte de certos agentes pblicos.
Tal instituto tem recebido a denominao por parte da doutrina de
estabilizao constitucional. O referido dispositivo constitucional afirma
que devem ser considerados estveis todos os servidores pblicos civis
federais, estaduais, distritais e municipais, da Administrao Direta e
Indireta de Direito Pblico, que estivessem em exerccio h pelo
menos cinco anos na data de promulgao da CF, de 1988, e que no
houvessem sido admitidos na forma estabelecida no art. 37 da CF (por
via de concurso pbl