4

Click here to load reader

307AS DE 4 A 6 ANOS DE IDADE. EAIC 2006 .doc) para download... · e 12 meninas. As crianças foram submetidas ao Test Of Gross Motor Development . Second Edition (TGMD-2), proposto

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 307AS DE 4 A 6 ANOS DE IDADE. EAIC 2006 .doc) para download... · e 12 meninas. As crianças foram submetidas ao Test Of Gross Motor Development . Second Edition (TGMD-2), proposto

ANÁLISE DE HABILIDADES LOCOMOTORAS E MANIPULATIVAS EM CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS DE IDADE.

VANESSA MOTA ANDRADE (UEL - BOLSISTA PROIC/UEL), DÉBORA ALONSO DE

LIMA, CARINA BARBIEIRO BASTOS, INARA MARQUES.

O objetivo deste trabalho foi analisar o desenvolvimento motor de crianças de 4 a 6 anos de idade em um teste que envolve a coordenação motora ampla. Para tanto foram selecionadas 33 crianças de uma creche de Londrina-PR, sendo 21 meninos e 12 meninas. As crianças foram submetidas ao Test Of Gross Motor Development . Second Edition (TGMD-2), proposto por Ulrich (2000). Os resultados indicaram que a maioria das crianças foram classificadas no percentual médio (54,5%) porém, houve muitas crianças classificadas em escores inferiores (45,5%) distribuídas entre as classificações abaixo da média (30,3%) e pobre (15,2%). A análise de variância de Friedman identificou diferença significativa para IC, IM LOC e IM CO (F=18,62; p=0,000). O teste post-hoc de Scheffé encontrou diferença entre IC e IM LOC (p= 0,002) e IC e IM CO (p=0,000). Não houve diferença entre IM LOC e IM CO (p=0,965). Isto significa que as crianças apresentaram desempenho abaixo de sua IC nas duas tarefas, o que sugere que as vivências motoras oportunizadas a elas não são adequadas ou suficientes Palavras – chave: habilidade locomotora, habilidade manipulativa, desenvolvimento motor, TGMD. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento motor é uma alteração contínua no comportamento motor ao longo do ciclo da vida o que implica em mudanças crescentes e perceptíveis na capacidade de controlar movimentos desde a vida uterina à terceira idade. (GALLAHUE; OZMUN, 2003). Existe uma seqüência previsível de movimento, sendo a mesma para todas as crianças onde apenas a velocidade varia; há uma interdependência entre as mudanças, daí surge a afirmação que existem habilidades básicas, ou seja, habilidades que são os alicerces para que toda a aquisição posterior seja possível e mais efetiva, indicando não apenas aquilo que a criança pode aprender, mas especialmente as suas necessidades (OLIVEIRA; MANOEL, 2005).

No período que compreende dos 2 aos 7 anos de idade, a criança encontra-se na fase dos movimentos fundamentais e é nesta fase que a criança deve ser exposta a uma diversidade de experiências motoras que propiciem adquirir os padrões fundamentais de movimento. Durante este período existe uma aquisição rápida de habilidades motoras básicas, podendo ser observada por meio de uma seqüência composta de fases e estágios que refletem um progresso no processo de aquisição de habilidades motoras (Gallahue; Ozmun, 2003; Manoel, 1984).

Esse período é considerado crucial para a aquisição de habilidades motoras mais complexas, cujo desempenho esta diretamente relacionado ao estado desenvolvimental até os 7 anos de idade, com posteriores aplicações nas combinações de movimentos fundamentais de movimento e a aprendizagem de habilidades especializadas. Desse modo, torna-se importante conhecer e identificar as características de desenvolvimento motor das crianças para que a intervenção seja segura e objetiva, conforme as necessidades das mesmas. Nesse ponto, a necessidade de se obter instrumentos de avaliação estabelece-se como imprescindível para que possa embasar o

Page 2: 307AS DE 4 A 6 ANOS DE IDADE. EAIC 2006 .doc) para download... · e 12 meninas. As crianças foram submetidas ao Test Of Gross Motor Development . Second Edition (TGMD-2), proposto

profissional da Educação Física na sua prática, através da qual ele poderá adequar os objetivos, conteúdos e estratégias de ensino.

O objetivo deste trabalho, portanto, foi utilizar-se de um instrumento de avaliação cujo objetivo é averiguar o desenvolvimento de habilidades motoras amplas de crianças entre 4 e 6 anos de idade, utilizando-se da Bateria de testes motores TGMD -2, proposta por Ulrich (2000).

MATERIAL E MÉTODOS

1 AMOSTRA Participaram deste estudo 33 crianças, na faixa etária de 4 a 6 anos de

idade, sendo 12 meninas e 21 meninos, alunos de uma creche estadual de Londrina/PR. A idade média da amostra foi de 5,7±0,7 anos. A autorização para a participação no experimento foi conseguida junto aos pais, que assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.

2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL As crianças deste estudo foram submetidas ao Test of Gross Motor

Development (TGMD-2), proposto por Ulrich (2000), cujo objetivo é avaliar o desenvolvimento motor amplo por meio de dois subtestes: locomotor (correr, trotar, pular em um só pé, saltar, saltar horizontalmente e deslizar) e controle de objeto (rebater uma bola estacionária, quicar, receber, chutar, arremessar por cima do ombro e rolamento abaixo do ombro). A aplicação da bateria de testes foi realizada em uma sala de coletas, com cada criança individualmente, na presença de dois avaliadores. As avaliações seguiram a ordem do protocolo com as tarefas que compõem a bateria.

3 ANÁLISE DOS DADOS O desempenho das crianças em cada tarefa foi avaliado

qualitativamente por meio de critérios de desempenho propostos pelo teste, referentes a uma execução biomecanicamente eficiente das habilidades. Se atendesse a determinado critério, receberia um ponto. Se não atendesse, não receberia pontos. A soma de todos os pontos alcançados pela criança formavam, segundo a nomenclatura do teste, os escores brutos. Todas as crianças foram filmadas em fita S-VHS, sendo que a posterior análise foi conduzida por dois avaliadores experientes. As relações inter e intra-avaliador, realizadas segundo o método proposto por Thomas e Nelson (2002) encontraram escores acima de 0,90. Neste teste foi possível classificar o comportamento motor da criança segundo a curva de percentil formada pelo grupo normativo. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 1, são mostrados os valores médios de idade cronológica (IC) da amostra e a idade motora alcançada nos subtestes locomotor (IM LOC) e controle de objeto (IM CO). A análise de variância de Friedman identificou diferença significativa para IC, IM LOC e IM CO (F=18,62; p=0,000). O teste post hoc de Scheffé encontrou diferença entre IC e IM LOC (p= 0,002) e IC e IM CO (p=0,000). Não houve diferença entre IM LOC e IM CO (p=0,965). Isto significa que as crianças apresentaram desempenho abaixo de sua idade cronológica nas duas tarefas, o que sugere que as vivências motoras oportunizadas a elas não são adequadas ou suficientes. A carência de

Page 3: 307AS DE 4 A 6 ANOS DE IDADE. EAIC 2006 .doc) para download... · e 12 meninas. As crianças foram submetidas ao Test Of Gross Motor Development . Second Edition (TGMD-2), proposto

oportunidades de prática diversa e a inexistência de instrução são fatores que podem determinar um desempenho abaixo do esperado. Tabela 1: valores médios da IC e IM nos subtestes.

* p<0,05

Apesar da idade cronológica ser significativamente superior à idade motora, alcançada nos subtestes, a maioria das crianças foi classificada dentro da média (54,5%). Já entre as crianças classificadas como "abaixo da média" e "pobre", somados representam 45,5%. Tal resultado indica atrasos motores em quase 50% das crianças avaliadas, o que pode ser decorrente da falta de prática, de instrução inadequada e/ou falta de motivação. Segundo Valentini (2002) a Educação Física escolar deve oferecer um ambiente que propicie experiências motoras, que possam suprir as necessidades de crianças com os mais diversos níveis de habilidades e experiências.

Tabela 2: Nº e porcentagem de crianças em cada classificação do TGMD-2.

CONCLUSÕES

Ao se calcular os valores médios de IC, IM LOC, e IM CO, observou-se que a idade cronológica esteve superior a idade motora para 45,5% das crianças e 54,5% delas foram classificadas como dentro da média. Tais dados são importantes ao professor de Educação Física, uma vez que conhecer e identificar as características de desenvolvimento do comportamento motor de seus alunos por meio de uma avaliação segura pode favorecer uma intervenção de qualidade e que atenda as reais necessidades dos educandos, pois, embora os fatores maturacionais exerçam influência direta na ordem seqüencial de desenvolvimento, o grau e a velocidade com que se progride dentro dessa seqüência é influenciada, essencialmente, pela ação docente, com instrução e estímulos adequados (TANI; MANOEL; KOKUBUN; PROENÇA, 1988). Tais aspectos serão identificados de maneira mais objetiva utilizando-se de eficientes instrumentos de avaliação.

Page 4: 307AS DE 4 A 6 ANOS DE IDADE. EAIC 2006 .doc) para download... · e 12 meninas. As crianças foram submetidas ao Test Of Gross Motor Development . Second Edition (TGMD-2), proposto

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos à PROIC/UEL pela possibilidade de subsidiar este ano de trabalho como aluna de iniciação científica, e à minha orientadora, Prof. Dra. Inara Marques, pela sua orientação e incentivo para que este trabalho se concretizasse. REFERÊNCIAS GALLAHUE, D.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 2.ed. São Paulo: Phorte, 2003. MANOEL, E. J. Desenvolvimento motor: implicações para a educação física escolar I. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.8.n.1, p.82-97, 1984. OLIVEIRA, J. A.; MANOEL, E. J. Análise desenvolvimentista da tarefa motora: estudos e aplicações. In: TANI, G. (Org.). Comportamento motor: aprendizagem e desenvolvimento. Rio de Janeiro, 2005, p.273 84. TANI, G.; MANOEL, E. J.; KOKUBUN, E.; PROENÇA, J. E. Educação física escolar: Fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/EDUSP, 1988. THOMAS, J. R.; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. Porto Alegre: Artmed, 2002. ULRICH, D. A. The test of Gross motor development (Second Edition). Austins: Pro- Ed, 2000. VALENTINI, N. C. A influencia de uma intervenção motora no desempenho motor e na percepção de competência de crianças com atrasos motores. Revista Paulista de Educação Física, v.16, n.1, p. 61-75, 2002.