Press release

Data: 14 de Julho de 2008

A crise imobiliária espanhola está a afectar o mercado português. Esta opinião é partilhada pelo Banco Eurohypo e pela consultora imobiliária Worx. De acordo Carlos Leiria Pinto, General Manager da Eurohypo, presente em Portugal desde 1999 e o maior banco especializado em financiamento imobiliário da Europa, afirma que “a crise imobiliária que afecta severamente o mercado espanhol já está a ter impactos em Portugal”. “De forma muito directa, é visível a quase desaparição do investimento espanhol no imobiliário português. Este impacto é tanto mais importante, se tivermos em consideração que Espanha tem sido nos últimos anos o principal investidor estrangeiro no sector imobiliário nacional. Não se trata apenas da redução de investimento, tem outras consequências, tais como redução de liquidez do mercado, alteração dos equilíbrios entre procura e oferta.

Crise espanhola influencia Portugal

Existem, porém, outros impactos indirectos mais difíceis de avaliar, como por exemplo, a contaminação pelo efeito de muitos players internacionais considerarem a península Ibérica como um único mercado, sem terem a noção de que, na verdade, são dois mercados bem diferentes, com realidades e ciclos próprios”, defende Carlos Leiria Pinto.

Já Pedro Rutkowski, Managing Director da Worx, “em Portugal já se regista uma influência da crise que tem, entre outras situações negativas, condicionado os financiamentos que os bancos estão na disposição de fazer às empresas que pretendam desenvolver projectos ou investir no imobiliário. A este facto não é também alheio o elevado custo do dinheiro decorrente da subida das taxas de referência. Perante este

cenário, as entidades bancárias estão mais criteriosas na análise da viabilidade financeira de cada projecto e apostam nos projectos que garantam uma maior taxa de sucesso a par da capacidade das empresas para a sua eficaz concretização. A par das maiores dificuldades na obtenção de crédito e do aumento do custo do dinheiro, os incrementos no custo de produção por via do aumento dos custos das matérias-primas, tem levado a que alguns promotores estejam a adiar a concretização de alguns projectos que tinham em pipeline para um futuro próximo”.

Investimentos imobiliários em Portugal Na opinião de Carlos Leiria Pinto, “felizmente, o cabaz de oportunidades de investimento em activos imobiliários em Portugal continua a ser relativamente extenso. Começaria por destacar aquele que pode vir a ser um dos vectores de maior sustentabilidade económica e valor acrescentado para o nosso país, os denominados produtos de turismo residencial/hoteleiro associados às novas tendências nesta área (natureza, ecologia, património histórico, cultural, saúde e bem-estar, etc). O segmento dos edifícios de escritórios continuará a ser sempre uma área privilegiada de investimento, tendo em consideração a natural transformação das empresas e das suas necessidades. Por fim, destacaria o

mercado da reabilitação urbana numa vertente multi-usos, ou seja, incorporando uma fatia primordial de habitação, complementada com áreas terciárias e de serviços. Porém, e para que se verifique o desenvolvimento do mercado de reabilitação, será necessário que se mitiguem alguns obstáculos actuais, designadamente as dificuldades de licenciamento e as limitações da lei de arrendamento em vigor”. Segundo Pedro Rukowski “importa referir o impacto da crise do imobiliário espanhol na redução da disponibilidade, dos investidores/promotores imobiliários espanhóis, para continuarem a manterem o nível de investimento que têm efectuado em Portugal. Os últimos dados disponíveis apontam para uma redução, ainda que por enquanto contida (cerca de 10%) dos investimentos no primeiro trimestre de 2008. A nível mundial, acredito que o investimento neste sector possa cair aproximadamente 25-30% face a 2007 (que, não esqueçamos, foi um ano recorde)”, adiantando, no entanto, que existem boas oportunidades de negócio nesta época de crise. “Este enquadramento cria uma oportunidade para a entrada no mercado imobiliário espanhol de alguns players portugueses e a concretização de boas operações, desde que disponham da devida liquidez ou assegurada a capacidade de alavancagem. Esta tendência poderá ser seguida por outros sectores da economia, como o da distribuição. Poderemos estar na presença de uma inversão do que ocorreu com a crise do mercado imobiliário português na década de 90. Nessa altura registou-se a compra por parte de investidores espanhóis de diversos imóveis com interessantes localizações e rentabilidades, por todo o país e em particular em Lisboa. Nos próximos tempos será provavelmente a vez de os portugueses fazerem o mesmo no mercado espanhol. Temos de encarar esta crise com a positividade possível. Desta forma não podemos esquecer que o momento que atravessamos poderá resultar num aumento do nível de maturidade do nosso mercado imobiliário, privilegiando-se as actuações profissionais e estratégicas em detrimento das restantes”, concluiu o Managing Director da Worx.

Perspectivas futuras Carlos Leiria Pinto e Pedro Rutkowski partilham a mesma opinião ao afirmar que é complicado fazer-se previsões nesta altura. “Os próximos tempos apresentam um elevado grau de incerteza, que torna muito difícil efectuar previsões. A crise financeira mundial encontra-se ainda em desenvolvimento. Parece ponto assente que os bancos centrais são capazes de

garantir a sustentabilidade do sistema financeiro, porém a resolução dos problemas será bem mais longa do que se esperava. As economias dos países ocidentais já estão a ser fortemente afectadas pela crise dos mercados financeiros, com os EUA próximos de uma recessão e a Europa em franca desaceleração. Acresce ainda, como factores adicionais de grande instabilidade, a imprevisível evolução do preço do petróleo e das commodities.

Consequentemente, em face deste enquadramento, é razoável e prudente assumir que pelo menos nos próximos dois anos, os mercados imobiliários estarão sujeitos a um período de alargadas dificuldades, mais intensas e graves em países comos os EUA, o Reino Unido e Espanha, onde se verificarão inclusivamente falências, e menos agressivas noutros países, como estimo ser o caso de Portugal”, adianta o General Manager do Banco de financiamentos imobiliários.

EUROHYPO AG é o maior banco especializado em financiamento imobiliário da Europa. Presente em

20 países no mundo, opera em Portugal desde 1999, onde se tornou uma referência no mercado

financeiro.

Para mais informações visite o website em www.eurohypo.com

A worx fornece serviços em diversos ramos do imobiliário nomeadamente investimento,

escritórios, retalho, industrial, urban redevelopment, arquitectura, avaliações, research &

consulting, gestão de condomínios e marketing & comunicação. A worx conta igualmente com a

colaboração da Knight Frank/Newmark, que se encontra representada em mais de 37 países

distribuídos pelo continente europeu, americano, asiático, africano e Oceânia.

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