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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
Efeito do uso de protetor de sementes na
germinação do arroz
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Pedro Luis Dockhorn
Santa Maria, RS, Brasil
2013
Efeito do uso de protetor de semente na germinação do
arroz
por
Pedro Luis Dockhorn
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
Graduação em Agronomia, Área de Concentração em agrobiologia, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito
parcial para obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo.
Orientador: Prof. Luiz Augusto Salles das Neves
Santa Maria, RS, Brasil
2013
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Curso de Graduação em Agronomia
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de
Conclusão de Curso
Efeito do uso de protetor de semente na germinação do arroz
elaborada por
Pedro Luis Dockhorn
como requisito parcial para obtenção do grau de
Engenheiro Agrônomo
COMISSÃO EXAMINADORA:
__________________________________
Professor Luiz Augusto Salles das Neves
(Presidente/Orientador)
__________________________________
Professor Sylvio Henrique Bidel Dornelles
__________________________________
Engª. Agrª. Sabrina Dahmer
Santa Maria, 14 de julho de 2015.
RESUMO
Trabalho de Conclusão de Curso
Curso de Graduação em Agronomia
Universidade Federal de Santa Maria
Efeito na germinação com o uso de protetor na semente de arroz
Autor: Pedro Luis Dockhorn
Orientador: Luiz Augusto Salles das Neves
Data: Santa Maria, 14 de julho de 2015.
Este trabalho teve como finalidade, avaliar a germinação da cultivar IRGA 424
e do híbrido QM 1010 com sementes tratadas e não tratadas com o protetor dietil
fenil fosforotioato. Foram utilizados quatro tratamentos para cada tipo de material
genético, em um total de 200 sementes cada. Tanto para o IRGA 424 quanto para o
QM 1010, foram utilizadas 50 sementes não tratadas a fim de comparar o atraso que
possa causar o tratamento com o protetor de semente. Para o restante dos
tratamentos, se utilizou 50 sementes com a metade da dose recomendada, 50
sementes com a dose recomendada e 50 sementes com uma vez e meia a dose
recomendada pelo fabricante (0.600; 1.200 e 1.800 gramas de produto comercial por
100 kg de sementes).
Os tratamentos foram semeados em papel Germitest® em caixas gerbox e após
mantidas em câmara BOD com 25ºC de temperatura por 10 dias, onde foram
avaliados os índices de velocidade de germinação (IVG), o percentual de sementes
germinadas ou não, e o comprimento da parte aérea.
Para a cultivar IRGA 424, houve diferenças estatísticas no índice de
velocidade de germinação e comprimento médio da parte aérea, havendo
interferência negativa na germinação com o aumento da dose. Nos resultados do
híbrido QM 1010, houve diferenças estatísticas somente no comprimento médio da
parte aérea, também sendo negativa a interferência do protetor com o aumento da
dose.
Palavras-chave: Oryza sativa, germinação, dietil fenil fosforotioato
ABSTRACT
Course Conclusion Work
Graduation Course of Agronomy
Federal University of Santa Maria
Effect on germination using safener in rice seed
Author: Pedro Luis Dockhorn
Advisor: Luis Augusto Salles das Neves
Date: Santa Maria, 01/25/2013
The use of rice seed treatment with antidotes (safeners), which is intended to
reduce injuries caused by herbicides, can be harmful to plant growth during
germination and seedling.
This study aimed to evaluate the germination of IRGA 424 and QM 1010 hybrid
with treated and untreated seeds with diethyl phenyl phosphorothioate protector.
Four treatments were used for each type of material, totaling 200 seeds each. For
both, IRGA 424 and QM 1010, 50 seeds were used untreated to compare the delay
that may cause treatment with seed saver. For the remainder of the treatments, was
used 50 seeds with half the recommended dose, 50 seeds at the recommended dose
and 50 seeds with one and half times the dose recommended by the manufacturer
(0600, 1200 and 1800 grams of commercial product per 100 kg seeds).
The treatments were sown in paper germitest ® in gerboxes and after kept in
growth chamber with 25 ° C temperature for 10 days, to evaluate the rates
germination speed index (GSI), and the percentage of germinated seeds or not, and
the shoot lenght.
For IRGA 424, statistical differences in germination speed index (GSI) and
average length of shoot, with negative interference in germination with increasing
dose. The results of the hybrid QM 1010, only statistical differences in average length
of shoot, also being negative interference of protector with increasing dose.
Key words: Oryza sativa, germination, dietil fenil fosforotioato
LISTA DE FIGURA
FIGURA 1............................................................................................................. 17
FIGURA 2............................................................................................................. 18
FIGURA 3............................................................................................................. 19
FIGURA 4............................................................................................................. 19
FIGURA 5............................................................................................................. 20
FIGURA 6............................................................................................................. 20
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 10
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................................... 12
2.1 Cultura do arroz............................................................................................................................... 12
2.2 Controle de plantas daninhas ......................................................................................................... 13
2.2.1 Método cultural ........................................................................................................................... 13
2.2.2 Método químico........................................................................................................................... 14
2.3 Cultivares de arroz .......................................................................................................................... 15
2.3.1 IRGA 424....................................................................................................................................... 15
2.3.2 QM 1010....................................................................................................................................... 15
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................ 17
5 CONCLUSÕES...................................................................................................................................... 21
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 22
1 INTRODUÇÃO
Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do
Rio Grande do Sul, está a competição interespecífica pela presença de plantas
invasora nas lavouras (LILGE et al., 2003). Para diminuir a influência desse tipo de
planta na lavoura, muito são os manejos empregados no controle, principalmente do
tipo químico com o uso de herbicidas.
Dentro desse tipo de manejo, o uso do herbicida clomazone é muito utilizado
no sul do país por apresentar boa eficiência no controle de algumas espécies de
plantas daninhas na cultura do arroz irrigado (WEBSTER et al., 1999). Para que se
possam utilizar doses acima da recomendação técnica para a cultura, está
registrado o protetor dietil fenil fosforiotioato, com o nome comum de Permit®. Assim,
permitindo ao arroz tolerar doses maiores do que a recomendada para sementes
não tratadas.
O efeito desse tipo de produto sobre a semente, como relatado, pode alterar a
germinação e o estabelecimento da cultura. Efeitos esses que tem grandes
consequências no planejamento de uma lavoura de arroz.
Deve-se analisar o tipo de propriedade e modo de cultivo do arroz no Estado
do Rio Grande do Sul. Os produtores geralmente possuem áreas pequenas a
médias, trabalhando com sistematização das mesmas, dividindo-as em quadros
menores. Nesse tipo de cultivo, há um planejamento na semeadura dos quadros, no
qual o produtor projeta o tempo em que a cultura irá se desenvolver e assim,
organiza maquinário, material humano e os manejos necessários para a lavoura.
Alterações na germinação e após o efeito na emergência das plantas, podem
interferir em todo esse planejamento, dificultando o trabalho dos produtores durante
a safra.
Outro processo que os protetores de sementes podem interferir é na
competição das plantas de arroz com as invasoras. O estabelecimento da cultura é
muito importante para que se tenha uma diminuição desse tipo de interferência.
Plantas mais vigorosas e de rápido crescimento estabelecendo um fechamento de
dossel mais rapidamente e, conseguindo um efeito de supressão no crescimento de
plantas invasoras. Se há alguma interferência negativa dos protetores sobre a
11
geminação das sementes, haverá atraso na cobertura do dossel, deixando
disponível a luz para o crescimento de plantas invasoras, aumentando a competição.
Para mensurar essa possível interferência do uso de protetor nas sementes,
pode-se utilizar de testes de germinação, podendo ser avaliado o percentual de
sementes germinadas ou ainda o índice de velocidade de germinação (IVG), o qual
é usado como um teste para vigor de sementes.
Outra forma de observar o efeito que possa ocorrer com o tratamento é a
medição do comprimento da parte aérea, cujo resultado pode ser usado para avaliar
o futuro estabelecimento do dossel na lavoura e a sua interferência na competição
interespecífica.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cultura do arroz
O arroz (Oryza sativa L.) tem destaque mundial por ser um alimento de
importância na dieta devido ao seu alto teor de carboidrato, nutritivo e que faz parte
do hábito alimentar da metade da população mundial (ABADIE et al., 2005). A
cultura do arroz ocupa uma posição de destaque no Brasil, pois o arroz constitui-se
num dos componentes da dieta da população brasileira. Assume importância
relevante nas ações sociais e governamentais de incentivo ao seu cultivo para
assegurar os níveis de oferta e consumo, especialmente das classes mais carentes
da população, que normalmente têm no arroz um alimento essencial em sua dieta.
(EMBRAPA, 2007)
Apesar de o arroz ser uma cultura comum em quase todo o país, a maior parte
da produção ocorre em 5 estados – Rio Grande do Sul, onde predomina o arroz
irrigado, concentra 64,3% da produção de 2011; Santa Catarina, 9,2% da produção;
Mato Grosso, 3,7%; Maranhão, 5,6% e Tocantins com 3,8% da produção nacional
(FIGURA 1) (MAPA, 2011)
.
A planta do arroz apresenta uma ampla adaptação às diferentes condições
climáticas, apesar disso, é necessário, quando se objetiva rentabilidade econômica,
cultivá-las em regiões climaticamente aptas. (FORNASIERI FILHO & FORNASIERI,
13
2003). Temperatura, radiação solar, fotoperíodo e a precipitação pluvial, estão entre
os principais fatores climáticos que influenciam no crescimento, no desenvolvimento
e na produtividade do arroz.
Em geral, a cultura exige temperaturas relativamente elevada desde a
germinação até a maturação, preferencialmente crescentes até a floração (antese) e
decrescentes, sem quedas bruscas, após a mesma. Segundo STEINMETZ (2004)
citando YOSHIDA (1981) a temperatura ótima para o desenvolvimento do arroz
situa-se entre 20 a 35ºC.
Altas temperaturas diurnas (superiores a 35ºC) podem levar à esterilidade das
espiguetas, sendo a floração a fase mais sensível do arroz às altas temperaturas.
No Rio Grande do Sul, os principais problemas de ordem climática da cultura do
arroz, estão nas baixas temperaturas durante a fase reprodutiva do arroz irrigado.
2.2 Controle de plantas daninhas
Entre os fatores que limitam a produtividade da cultura no Estado, está a
competição interespecífica pela presença de plantas invasoras (LILGE et al., 2003).
O controle de plantas daninhas é uma prática de elevada importância para a
obtenção de altos rendimentos em qualquer exploração agrícola e tão antiga quanto
a própria agricultura.
As plantas daninhas constituem grande problema para a cultura do arroz,
sendo muito importante o controle. Conforme a espécie, a densidade e a distribuição
da invasora na lavoura, as perdas são significativas. A invasora prejudica a cultura,
competindo por luz solar, pela água e pelos nutrientes, podendo, a depender do
nível de infestação e da espécie, dificultar a operação de colheita e comprometer a
qualidade do grão.
Os métodos normalmente utilizados para controlar as invasoras são o
mecânico, o químico e o cultural. Quando possível, é aconselhável utilizar a
combinação de dois ou mais métodos.
2.2.1 Método cultural
O controle cultural consiste na utilização de técnicas de manejo da cultura
(época de semeadura, espaçamento, densidade, adubação, cultivar, etc.) que
14
propiciem o desenvolvimento da cultura de interesse, em detrimento ao da planta
daninha.
A utilização desse método combinado com outros, aumentam a eficiência do
controle das plantas invasoras, por isso deve-se observar as recomendações
técnicas de cada cultura. Este tipo de controle visa o estabelecimento do dossel na
lavoura, tendo como objetivo a supressão das plantas invasoras. Por isso é
importante verificar a época de semeadura na qual a planta se desenvolve melhor, o
espaçamento e densidade para não haver possíveis espaços para o
desenvolvimento das plantas daninhas e a consequente competição interespecífica
e também a escolha do material genético (cultivares, híbridos) que possam
apresentar maior vigor e rápido crescimento inicial.
2.2.2 Método químico
O método mais utilizado para controlar as invasoras é o químico, isto é, o uso
de herbicidas. Suas vantagens são a economia de mão de obra e a rapidez na
aplicação. Para que a aplicação dos herbicidas seja segura, eficiente e econômica,
exigem-se técnicas refinadas. O reconhecimento prévio das invasoras
predominantes é condição básica para a escolha adequada do produto, que
resultará no controle mais eficiente das invasoras.
A eficiência dos herbicidas aumenta quando aplicados em condições
favoráveis. É fundamental que se conheça as especificações do produto antes de
sua utilização e que o equipamento de pulverização seja corretamente regulado,
quando for o caso, para evitar riscos de toxicidade ao homem e à cultura.
Para que se tenha um controle mais desejável desse tipo de planta, é
importante ter uma alta eficiência na aplicação dos herbicidas, sem que os mesmos
causem interferência na cultura do arroz.
Para melhorar o controle, a dose dos produtos aplicados geralmente é alta
podendo causar injúrias na cultura. Um dos produtos de maior uso no arroz é o
clomazone, pertencente ao grupo químico das isoxazolidinonas, que atua no
processo fotossintético, sendo um inibidor de uma enzima da rota na síntese dos
carotenoides. O sintoma característico do herbicida aplicado em plantas sensíveis é
a falta de pigmentação das folhas, tornando-as brancas (SENSEMAN, 2007).
15
Uma das alternativas para melhorar a seletividade do herbicida na cultura é a
utilização de protetores de sementes, que atuam como um antídoto ao produto.
Os protetores, também chamados de safeners ou antídotos, são compostos
químicos aplicados na semente que protegem e reduzem as injúrias causadas pelos
herbicidas (DEAN et al., 1990). O dietil fenil fosforotioato, registrado para a cultura
do arroz, é um desses protetores que permitem a cultura tolerar doses de clomazone
acima da recomendação do fabricante. O uso desse tipo de produto químico no
tratamento de sementes confere às plantas uma maior tolerância a maiores doses
de clomazone (KARAM et al., 2003), porém estudos recentes mostraram uma
influência no atraso da germinação causado pelo tratamento (MISTURA et al.,
2008).
2.3 Cultivares de arroz
2.3.1 IRGA 424
Cultivar do Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA) é caracterizada pelo alto
potencial produtivo, sendo muito utilizado nas lavouras do Rio Grande do Sul. O
material ainda destaca-se por ter especial indicação às regiões onde é comum a
ocorrência de temperaturas mais baixas, como a Zona Sul e a região de fronteira
com o Uruguai. Apresenta tolerância ao frio, melhor potencial produtivo e qualidade
de grão que outras cultivares indicadas para estas zonas produtoras como El Paso e
BR IRGA 410. A alta produtividade é um destaque da IRGA 424 podendo atingir
14,49 mil quilos/ha. Cultivar de ciclo médio derivada de um cruzamento triplo e,
selecionada na Estação Regional do IRGA em Santa Vitória do Palmar/RS.
Apresenta porte baixo, folhas pilosas, é tolerante à toxidez por ferro e resistente à
brusone.
2.3.2 QM 1010
Trata-se da cultivar de arroz híbrido da Bayer CropScience de ciclo médio,
destacando-se pelo uso de baixa densidade de semeadura, 40 kg ha-1, com alto
potencial produtivo, grão tipo longo-fino, excelente qualidade culinária e industrial,
resistente ao acamamento e degrana natural.
16
3 MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi implantando em laboratório, no Centro de Ciências
Naturais e Exatas (CCNE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em
Janeiro de 2013. Para tal experimento, utilizaram-se dois tipos de materiais
genéticos de arroz, sendo a cultivar IRGA 424 e o híbrido QM 1010.
Cada material recebeu quatro tratamentos, sendo as sementes testadas com e
sem a aplicação do protetor. Foram utilizadas um total de 200 sementes de cada
material, sendo 50 para cada tratamento.
Os tratamentos consistiram em: 50 sementes sem aplicação do protetor,
utilizada como testemunha com a finalidade de comparar a germinação. 50
sementes com a metade da dose recomendada pelo fabricante, 50 sementes com a
dose recomendada e 50 sementes com uma vez e meia a dose recomendada. (0;
0.600; 1.200 e 1.800 gramas de produto comercial para 100 kg de sementes
respectivamente.)
Após a aplicação dos tratamentos, procedeu-se a semeadura em papel
germitest® acondicionada em caixas gerbox. As caixas foram acondicionadas em
câmara de desenvolvimento biológico (BOD) com temperatura de 25ºC durante 10
dias.
Foram avaliadas as percentagens de sementes germinadas e não germinadas.
Foi avaliado também o índice de velocidade de germinação (IVG) em que a semente
é considerada germinada quando observada visualmente a protusão da radícula e
do coleóptilo (LIMA et al., 2005).
Ao final de 10 dias, mediu-se comprimentos da parte aérea, a fim de comparar
o crescimento das plântulas nos diferentes tratamentos, para mensurar o atraso que
pode ser observado com a aplicação de protetores na semente. Esse atraso é
importante ser comparado devido ao modo como o arroz é cultivado, sendo
fundamental a programação do manejo nas áreas.
Como os dados obtidos, foi efetuada a análise de variância dos dados e a
comparação de médias pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade de
erro através do programa SASM-agri (CANTERI et al., 2001).
17
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O índice de velocidade de germinação (IVG) é uma das técnicas usadas para
estimar o vigor das sementes, sendo que quanto mais rápido a semente germina,
maior o seu vigor (LIMA et al., 2005).
Foi observado que o tratamento das sementes de arroz do híbrido QM 1010
com o protetor, nos tratamentos com diferentes concentrações, inclusive a
recomendada pelo fabricante, interferiu na germinação, porém não foi verificada
diferença estatística entre os tratamentos em nível de 5% no teste de Duncan
(Figura 1).
FIGURA 1 - Índice de velocidade de germinação (IVG) obtido a partir de sementes de arroz
híbrido QM 1010 nos diferentes tratamentos, após 10 dias de cultivo.
18
Porém ao ser observado o índice de velocidade de germinação da cultivar
IRGA-424, foi verificado estatisticamente que a dose 1,8 interferiu de forma negativa
na germinação (FIGURA 2).
FIGURA 2 - - Índice de velocidade de germinação (IVG) obtido a partir de sementes de arroz
cultivar IRGA-424 nos diferentes tratamentos, após 10 dias de cultivo.
Os resultados obtidos com a aplicação do protetor dietil fenil fosforotioato nas
sementes dessa cultivar, permitem inferir que há uma interferência negativa no
estabelecimento da lavoura de arroz, quando usada uma dose além da
recomendada. Isso ocorre, possivelmente, porque as sementes possuem um grau
de sensibilidade que influencia na perda de vigor. Por outro lado, o uso de protetor
pode também atuar como uma cobertura da semente, influenciando na absorção de
água pela mesma, a qual é indispensável para desencadear os processos
metabólicos e bioquímicos da germinação, ocasionando desse modo uma redução
do IVG (MISTURA er al., 2008).
No percentual de germinação da cultivar IRGA-424 houve diferenças
significativas nas primeiras avaliações, tendendo à estabilização e à igualdade ao
final dos 10 dias (FIGURA 3).
19
FIGURA 3 – Percentagem de sementes germinadas durante 10 dias após a semeadura de
arroz cultivar IRGA-424, nas diferentes doses dos tratamentos.
Já para o híbrido QM 1010, houve uma diferença no final dos 10 dias de
avaliação (FIGURA 4). Os tratamentos tiveram comportamentos semelhantes entre
si no decorrer das avaliações, diferenciando-se a aproximação dos 10 dias. Esse
resultado complementa o obtido no índice de velocidade de germinação, onde não
houve diferença estatística, porém foi observado comportamento heterogêneo entre
os tratamentos
FIGURA 4 - Percentagem de sementes germinadas durante 10 dias após a semeadura de
arroz híbrido QM 1010, nas diferentes doses dos tratamentos.
20
Avaliou-se ainda, ao final dos 10 dias após a semeadura, o comprimento médio
da parte aérea das plantas em cada tratamento, para poder analisar como a
aplicação de protetor na semente pode interferir no estabelecimento da cultura.
Analisando o comprimento médio das plantas de arroz cultivar IRGA-424,
verificou-se diferença estatística entre os tratamentos no teste de comparação de
média de Duncan (5% de grau de significância) (FIGURA 5). Pode-se inferir que à
quantidade elevada de protetor aplicada sobre a semente, o estabelecimento da
cultura tende a ser influenciado negativamente.
FIGURA 5 – Comprimento médio da parte aérea de plântulas de arroz cultivar IRGA-424, nas
diferentes doses dos tratamentos.
Ao analisar os resultados na avaliação do comprimento médio da parte aérea
para as sementes de arroz do híbrido QM 1010, houve diferença estatística somente
na dose mais elevada do produto (FIGURA 6). O que se pode levar ao mesmo
raciocínio aplicado para os resultados da cultivar IRGA-424.
FIGURA 6 – Comprimento médio da parte aérea de plântulas de arroz do híbrido QM 1010,
nas diferentes doses dos tratamentos.
21
5 CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos na condução do experimento, conclui-se que o
protetor de sementes influencia negativamente a velocidade e percentagem de
germinação, bem como no crescimento das plântulas. Fatores esses que devem ser
levados em conta pelo produtor na hora do planejamento de semeadura da lavoura.
A possível consequência da influência negativa no estabelecimento da cultura
esta ligada ao prejuízo do cronograma do produtor para a realização dos manejos
necessários para a cultura do arroz. Além de permitir uma condição mais favorável à
competição interespecífica com as plantas invasoras na lavoura, o que torna maior a
dependência do produtor ao controle químico, aumentando o seu custo do cultivo.
22
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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