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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: CASA DA MOEDA DO BRASIL Exercício: 2014 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201503857 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO _______________________________________________ Análise Gerencial Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503857, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC nº 01, de 06 de abril de 2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pela CASA DA MOEDA DO BRASIL. 1. Introdução Os trabalhos de auditoria foram realizados no período de 19 de junho a 30 de julho de 2015, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas, e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Assim, consiste em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela unidade ao Tribunal de Contas da União (TCU). 2. Resultados dos trabalhos As análises a seguir, referentes ao conteúdo específico do relatório de gestão, à avaliação da conformidade das peças, aos resultados quantitativos e qualitativos, à avaliação dos indicadores de gestão, à regularidade de processos licitatórios no âmbito do Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros (Scorpios) e aos controles internos praticados no contexto do Scorpios, compuseram o escopo de auditoria firmado por meio da ata da reunião realizada em 11 de novembro de 2014, entre a Controladoria Regional da União no Estado do Rio de Janeiro (CGU-

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Unidade Auditada: CASA DA MOEDA DO BRASIL Exercício: 2014 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201503857 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

_______________________________________________

Análise Gerencial Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503857, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC nº 01, de 06 de abril de 2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pela CASA DA MOEDA DO BRASIL. 1. Introdução

Os trabalhos de auditoria foram realizados no período de 19 de junho a 30 de julho de 2015, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas, e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Assim, consiste em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela unidade ao Tribunal de Contas da União (TCU).

2. Resultados dos trabalhos As análises a seguir, referentes ao conteúdo específico do relatório de gestão, à avaliação da conformidade das peças, aos resultados quantitativos e qualitativos, à avaliação dos indicadores de gestão, à regularidade de processos licitatórios no âmbito do Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros (Scorpios) e aos controles internos praticados no contexto do Scorpios, compuseram o escopo de auditoria firmado por meio da ata da reunião realizada em 11 de novembro de 2014, entre a Controladoria Regional da União no Estado do Rio de Janeiro (CGU-

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R/RJ) e a Secretaria de Controle Externo da Administração Indireta no Rio de Janeiro (SecexEstataisRJ). 2.1 Avaliação da Conformidade das Peças

A Casa da Moeda do Brasil (CMB), vinculada ao Ministério da Fazenda (MF), enviou, por meio do sistema e-Contas ao Tribunal de Contas da União (TCU), do exercício de 2014, apresentou as peças e conteúdos processuais de acordo com as normas do Tribunal de Contas da União, a seguir descritas:

• IN/TCU nº 63/2010; • DN/TCU nº 140/2014; e • DN TCU nº 134/2013 – quadro A1, parte A, do Anexo II.

Com relação ao rol de responsáveis, a CMB enumerou os agentes, e seus respectivos substitutos, que desempenham atividades relacionadas à gestão de recursos públicos na unidade jurisdicionada, em cumprimento ao disposto no artigo nº 10, da Instrução Normativa nº 63, de 1º de setembro de 2010, do Tribunal de Contas da União, que os identifica conforme a seguir:

a) Dirigente máximo da unidade jurisdicionada; b) Membro de diretoria ou ocupante de cargo de direção no nível de hierarquia imediatamente inferior e sucessivo ao do dirigente de que trata o inciso anterior, com base na estrutura de cargos aprovada para a unidade jurisdicionada; c) Membro de órgão colegiado que, por definição legal, regimental ou estatutária, seja responsável por ato de gestão que possa causar impacto na economicidade, eficiência e eficácia da gestão da unidade.

O processo de contas da CMB de 2014 foi elaborado em conformidade com o normativo citado e apresentou os seguintes agentes, cargos e dados conexos:

• Presidente; • Diretor de Administração e Finanças; • Diretor de Produção; • Diretor de Tecnologia; • Diretor de Relações com o Mercado; • Conselheiro – Presidente; • 5 Conselheiros Titulares; e • 1 Conselheiro Suplente.

Acrescentamos que os agentes, integrantes do rol, podem atuar em uma ou mais naturezas de responsabilidade na unidade gestora. Os gestores cadastrados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) estão em consonância com o rol apresentado no processo em análise. Concluímos que as peças processuais foram entregues em conformidade e a composição do rol de responsáveis e as atribuições exercidas pelos gestores,

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conforme Estatuto da CMB – Decreto nº 2.122, de 13 de janeiro de 1997, observou os parâmetros disposto no artigo nº 10, da Instrução Normativa TCU nº 63/2010. ##/Fato##

2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

Trata-se da avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos sobre a gestão do processo de selagem fiscal rastreável, denominado Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros (Scorpios), que se destina ao registro, controle numérico e rastreamento virtual da produção e selagem nas fábricas de cigarros, no modo online e offline, em âmbito nacional. O referido sistema é contratado, operacionalizado e supervisionado, com exclusividade, pela Casa da Moeda do Brasil e utilizado pela Receita Federal do Brasil (RFB). A análise da referida atividade é justificada pela função fiscal do sistema e da sua vinculação finalística à missão da Unidade Jurisdicionada (UJ). Com relação à produtividade, foram obtidas as seguintes informações quantitativas, em 2014: • Sítio da Receita Federal do Brasil:

Tabela 1 - Produção de embalagens de cigarros – RFB

Ano 2014 PRODUÇÃO DE CIGARROS (embalagens de 20 unidades)

Maço Box Exportação Total Total 2.508.260.767 1.112.696.491 14.241.122 3.635.198.380

Fonte: Sítio da Receita Federal do Brasil, Sistema Scorpios em 26 de janeiro de 2015.

• Relatório de Gestão – exercício de 2014: Tabela 2 - Produção de embalagens de cigarros – Relatório de Gestão

Relatório de Gestão - Exercício 2014

Códigos Controlados pelo Scorpios 3.627.173.652

Fonte: Relatório de Gestão – exercício de 2014.

Considerando que cada embalagem de cigarros recebe o selo fiscal, que permite o rastreamento, foi identificada a diferença de 8.024.728 unidades entre os quantitativos informados pela Casa da Moeda e da Receita Federal, em 2014, que equivale a 0,22% da produção informada pela entidade auditada. A divergência de informações foi justificada pelo fato da RFB considerar o somatório da produção controlada e a não comercializada, obtidas via relatório offline, emitido pelo Scorpios Gerencial. Já a CMB divulga os mesmos dados obtidos a partir da diferença da produção controlada e da não comercializada. Assim, a diferença encontrada deve-se aos produtos não comercializados. Com relação ao faturamento, foram obtidas as seguintes informações quantitativas, em 2014: • Relatório de Gestão – exercício de 2014:

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Tabela 3 – Faturamento Bruto do Scorpios no exercício de 2014

Relatório de Gestão - Exercício 2014 – (em milhões de R$)

Participação do Scorpios do faturamento bruto 138,4

Fonte: Relatório de Gestão – exercício de 2014.

Tabela 4 – Faturamento do Scorpios no exercício de 2014 Relatório de Gestão - Exercício 2014 – (em R$)

Faturamento Scorpios 141.375.542,64 Fonte: Relatório de Gestão – exercício de 2014.

A diferença entre o faturamento informado pelas fontes acima descritas foi de R$2.975.542,64 e foi justificada pelo faturamento do Scorpios que obedecia à Instrução Normativa (IN) RFB nº769/2007, vigente à época, e que deliberava sobre o faturamento de um mês ser consolidado no primeiro dia do mês seguinte e pago até o décimo dia do mês seguinte, assim, o faturamento de janeiro de 2014 incluiu pagamentos referentes a dezembro de 2013. Cabe acrescentar que o fato do recolhimento do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) ser responsabilidade do fabricante de cigarros permite que haja quitação de valores de períodos diversos aos esses imediatamente anteriores ao do recolhimento. Acerca das perdas afetas aos selos de cigarros, representaram 1,27% dos lucros realizados em 2014, e, conforme informado no Relatório de Gestão, inferiores à meta de 2,4%. De acordo, também, com o Relatório de Gestão da entidade, em 2014, a atividade em comento representou 6% do faturamento bruto, da Casa da Moeda. Apesar da não materialidade, o sistema apresenta relevância e criticidade, em função da finalidade fiscal e de rastreamento atrelada às atividades de arrecadação da Receita Federal do Brasil – RFB, que é a contratante para a prestação deste serviço. A seguir são apresentados dados que contextualizam a atividade analisada: Base normativa: instituído pelo art. 58-T, da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e pela Instrução Normativa RFB nº 770, de 21 de agosto de 2007, esta que deliberou sobre o registro especial para os fabricantes e importadores de cigarros e sobre o selo de controle, que operacionaliza a atividade; além do art. 62, da Lei nº 13.043, de 13 de novembro de 2014, que concedeu exclusividade à atividade de controle fiscal em comento, conforme informação disponibilizada pelo Relatório de Gestão. Processo e operacionalização:

• Utiliza equipamentos contadores de produção e aparelhos para o controle, registro, gravação e transmissão dos dados à Receita Federal do Brasil.

• Há controle sobre a quantidade de maços de cigarros produzidos (individual e lotes) e sobre a linha de produção do fabricante.

• Controle via dispositivo de segurança:

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o Selo de controle invisível, que contém informações sobre o fabricante, a marca, data de fabricação e classe fiscal.

o Contém uma assinatura eletrônica de segurança. o Permite o rastreamento individual de cada maço de cigarros produzido

no país.

Mercado: há treze estabelecimentos autorizados a fabricar cigarros no Brasil, e um deles funciona por ordem judicial. Sistema de Auditoria Scorpios/CMB: que identifica o fabricante e dados do produto é composto de:

• aparelho portátil decodificador: detecta o código de segurança, que verifica a autenticidade do selo de controle auditado;

• processador de dados; e • ferramenta de comunicação: permite obter informações diretamente do banco de

dados e permite o recebimento dos dados obtidos nas auditorias, para emissão de relatórios gerenciais.

Conforme o Relatório de Gestão de 2014, o macroprocesso de produção e selagem das estampilhas rastreáveis é realizado pelas empresas contratadas Fedrigoni Brasil Papeis LTDA (CNPJ 45.943.370/0001-09) – matriz da empresa Arjo Wiggins – e SICPA Brasil Indústria de Tintas e Sistemas LTDA (CNPJ 42.596.973/0001-85). Dentre as estratégias para cumprimento dos objetivos estabelecidos, foi criado o Departamento de Selos Fiscais Rastreáveis (Deser), com o objetivo de ampliar a atuação da entidade e as seguintes propostas:

a) especialização do coro técnico interno; b) absorção de atividades críticas realizadas por empresa

subcontratada; c) maior atuação da CMB no relacionamento com o cliente (Receita

Federal do Brasil); e d) garantia da sustentabilidade e da permanência dos sistemas junto

à RFB e setores controlados.

A Deser possui as seguintes atribuições referentes ao Scorpios:

• Monitorar o volume de selos digitais aplicados e controlados. • Acompanhar o faturamento do sistema. • Ações de cobranças de inadimplentes e seus resultados. • Acompanhar os índices relevantes referentes à disponibilidade dos sistemas nos

diferentes fabricantes e a qualidade de impressão e validação dos selos digitais aplicados.

• Processos licitatórios em curso. • Atividades operacionais.

O Relatório de Gestão ressalta que as atividades acima descritas justificam a relevância da criação da Deser. Especialmente, depois da promulgação da Lei nº 12.995, de 18 de junho de 2014, que instituiu a taxa ela utilização dos serviços de manutenção preventiva de corretiva do Scorpios exercidos pelos estabelecimentos fabricantes de cigarros.

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Acrescentamos que no exercício de 2014 não foi realizada ação de auditoria interna afeta ao Scorpios. /Fato##

2.3 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

De acordo com a Parte B, Anexo II, da Decisão Normativa TCU nº 134/2013, as Unidades Jurisdicionadas patrocinadoras de entidade fechada de previdência complementar devem apresentar informações sobre o assunto em seus relatórios de gestão. A Controladoria-Geral da União (CGU) avaliou essas informações, prestadas no item 63 do Relatório de Gestão da CMB, quanto à completude e à veracidade. Verificamos que as informações solicitadas pelo Tribunal de Contas da União foram prestadas em sua totalidade. Cumpre salientar que os valores totais da folha de pagamento dos empregados participantes, das contribuições pagas pelos empregados participantes, das contribuições pagas pela patrocinadora e de outros recursos repassados pela patrocinadora, informados pela Fundação de Previdência da Casa da Moeda do Brasil (Cifrão) à CMB, conferem com os informados no Relatório de Gestão. Sobre as ações de fiscalização empreendidas no exercício, primeiramente destacamos a realização de ação pela Auditoria Interna da CMB, ainda em andamento, que abrange o acompanhamento da gestão dos benefícios, como o pagamento de aposentadorias, empréstimos e outros, em conformidade com os dispositivos legais, normas, orientações e recomendações da Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc. Além disso, decorrente do Relatório de Fiscalização nº 22/2013/RRJ/PREVIC, de 30 de agosto de 2013, que solicitou por medidas de ajustes quanto à situação de desequilíbrio do Plano de Benefício Definido Cifrão – PBDC, houve formalização do Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, em 12 de dezembro 2014, estabelecendo diversos procedimentos para resolução da situação deficitária, dentre eles a abertura de processo de migração voluntária. ##/Fato##

2.4 Avaliação dos Indicadores de Gestão da UJ

O objetivo desta análise é verificar se os indicadores da UJ atendem aos critérios de: a) completude (representação adequada da amplitude e da diversidade de características do fenômeno monitorado); b) comparabilidade (propriedade de possibilitar comparações ao longo do tempo e entre diferentes objetos de auditoria); c) confiabilidade (a fonte de dados utilizada para o cálculo do indicador deve ser confiável, de tal forma que diferentes avaliadores possam chegar aos mesmos resultados); d) acessibilidade (facilidade de acesso às informações primárias); e

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e) economicidade (as informações necessárias ao cálculo do indicador devem ser coletadas e atualizadas a um custo razoável). Dos cinco indicadores de qualidade apresentados no Relatório de Gestão, selecionamos para esta análise os seguintes: Qualidade de Fornecedores, Avaliação do Autocontrole e Treinamento. Quadro 1 – indicadores avaliados

Denominação sintética

Forma de cálculo e/ou aferição Objetivo

Qualidade de Fornecedores

(Somatório da quantidade fornecida por lote X Somatório da classificação por lote) / Somatório dos fornecimentos no período mensal ou acumulado

Melhorar a qualificação dos fornecedores.

Avaliação do Autocontrole

Somatório do montante não conforme / Somatório do montante inspecionado

Aprimorar seus processos, produtos e serviços.

Treinamento Horas em treinamento / Horas trabalhadas mensais

Promover desenvolvimento de competências e integração dos colaboradores através da capacitação, satisfação e bem estar.

Fonte: Relatório de Gestão da CMB e Memorando da Divisão de Gestão e Qualidade nº 274/2015.

Cabe destacar os resultados alcançados pelos indicadores no exercício de 2014: Tabela 5 – indicadores avaliados

Indicador Meta 2014 Alcançado Qualidade de Fornecedores 95% 89% Avaliação do Autocontrole 95% 99,16% Treinamento 3% 2,4%

Fonte: Relatório de Gestão da CMB. Qualidade de fornecedores: a meta não foi atingida. A Diretoria Executiva determinou que fossem revistos os critérios de especificação, com prioridade para as matérias-primas/insumos que estão com o índice de qualidade abaixo da meta. Avaliação do autocontrole: a meta foi atingida. Treinamento: a meta não foi atingida. O Plano de Ação desenvolvido para melhorar o índice atingido pelo indicador conta principalmente com a implementação de um sistema tecnológico - o Sistema de Educação Corporativa, que oferecerá mais agilidade ao processo educacional, além de facilitar a identificação de diferentes necessidades de capacitação. Desse modo, espera-se ampliar a oferta de treinamentos. Cabem ressaltar alguns aspectos relacionados aos indicadores: - as metas estabelecidas para os indicadores são submetidas à análise crítica da alta direção que decide pela sua manutenção ou alteração; processo que confere segurança de que o alcance dessas metas trarão melhorias nos processos e produtos que estão sendo medidos; - em relação aos resultados dos indicadores no exercício de 2014, foi elaborado Plano de Ação a fim de corrigi-los, quando necessário; e - os resultados dos indicadores são disponibilizados na rede interna da CMB.

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Quanto à análise da CGU acerca dos critérios anteriormente descritos, consideramos que: - gozam de completude os três indicadores avaliados, na medida em que possuem capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a situação que a CMB pretende medir e de refletir os resultados das intervenções efetuadas na gestão; - há possibilidade de medição da situação pretendida ao longo do tempo, por intermédio de séries históricas; - as fontes dos dados utilizados para o cálculo do indicador são confiáveis, considerando apenas que diferentes avaliadores chegarão aos mesmos resultados a partir de sua averiguação, não tendo sido avaliada a metodologia escolhida para a coleta; - que são acessíveis os indicadores, pois há facilidade de obtenção dos dados e elaboração do indicador; e - que são razoáveis os custos de obtenção do indicador em relação aos benefícios para a melhoria da gestão da unidade, conforme o disposto no quadro a seguir: Quadro 2 – Avaliação dos atributos dos indicadores

Nome do Indicador

Completude Comparabilidade Acessibilidade Confiabilidade Economicidade

Qualidade de Fornecedores

Sim Sim Sim Sim Sim

Avaliação do Autocontrole

Sim Sim Sim Sim Sim

Treinamento Sim Sim Sim Sim Sim Fonte: Exames efetuados pela CGU.

##/Fato##

2.5 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

A fim de avaliar a regularidade dos processos licitatórios e das contratações e aquisições realizadas por meio de dispensa de licitação e de inexigibilidades, selecionou-se o processo por meio do qual se deu a contratação da empresa prestadora de serviços para a metodologia Scorpios. O processo foi selecionado com base nos critérios de relevância, criticidade e materialidade; merecendo destaque o fato de a empresa contratada estar envolvida na recente Operação Vícios, da Polícia Federal, deflagrada em 01 de julho de 2015, que investiga suposto direcionamento de procedimento licitatório. A inserção do assunto para composição do presente relatório ficou estabelecida na ata da reunião ocorrida entre a CGU e o TCU em 11 de novembro de 2014. Inicialmente, é importante contextualizar a situação. Em novembro de 2006, ao analisar a contratação por inexigibilidade de licitação da empresa Sicpa para solução tecnológica de sistema de emissão e rastreamento de selos fiscais, o TCU exarara determinação para que a CMB continuasse envidando esforços no sentido de credenciar outras empresas fornecedoras de serviços similares, a fim de viabilizar a realização de licitações futuras (item 9.7.1 do Acórdão TCU nº 2.075/2006, Plenário, de 08 de novembro de 2006). Nesse intuito, a CMB elaborou o Edital de Pré-qualificação nº 001/2014, com o objetivo de habilitar empresas, considerando a complexidade técnica do objeto, a participar da Concorrência Internacional nº 002/2015, para contratação de empresa para prestação do serviço do Scorpios. Apenas a empresa Sicpa participou da fase de testes práticos da pré-qualificação, o que acarretou a perda de propósito de se realizar etapa subsequente, de proposta de preços, já que não haveria concorrência. Desse modo, o Presidente da CMB revogou a licitação, em maio de 2015, e solicitou o auxílio da Secretaria de

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Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, a fim de que o próximo edital seja aperfeiçoado de modo a promover a efetiva competição entre os licitantes. Atualmente, a prestação do serviço de solução integrada para rastreamento e controle da produção de cigarros é realizada pela Sicpa, por meio do Contrato nº 164/2012, firmado em 05 de setembro 2012 e com vigência de 36 meses, por intermédio de inexigibilidade de licitação. O contrato tem valor global de R$ 410.256.000,00, e controla anualmente, em média, 3,77 bilhões de carteiras de cigarro. Desse modo, hoje está caracterizada a situação de dependência operacional e tecnológica da empresa Sicpa. Desde 02 de fevereiro 2005, com a assinatura do Contrato nº 264/2005, a empresa Sicpa é responsável pela solução tecnológica que viabiliza o controle numérico e o rastreamento de cigarros, e hoje contempla equipamentos instalados em treze estabelecimentos fabricantes de cigarros autorizados a operarem no Brasil pelas RFB, integradas por sistema de gerenciamento (Scorpios Gerencial); além de equipamentos móveis disponibilizados aos auditores da RFB. O objeto do contrato apresenta complexidade tecnológica com variados fatores envolvidos, como aspectos gráficos (a impressão de código de segurança único, com uso de tinta especialmente desenvolvida para a solução, inviabilizando tanto a cópia do código quanto a utilização de tinta inespecífica em reproduções ilegais da codificação), de hardware e de software. A solução tecnológica implantada está sob propriedade industrial da empresa Sicpa (SICPATRACE®) e não comporta a substituição imediata por outro fornecedor. Além do tempo demandado para a realização e conclusão de concorrência internacional destinada a eventualmente apontar novo fornecedor – certame com complexidade particular decorrente da necessidade de avaliação da solução tecnológica substituta –, é necessário considerar-se o tempo destinado à substituição gradativa da infraestrutura implantada, testes e compatibilização de sistemas. Por esses motivos, a efetivação dessa substituição requer um tempo considerável, evidenciando o cenário de dependência em que se encontra a CMB. Assim, tem-se um entendimento de dependência tecnológica, sem um plano de contingência, em uma atividade de grande relevância para a CMB e para a arrecadação de tributos da RFB. Neste trabalho, escolhemos avaliar como acontece a liquidação de despesas e a fiscalização no contrato vigente, por entender que esse processo é crucial à governança da contratação. É importante destacar que o processo de rastreamento e controle dos cigarros é regulamentado pela IN RFB nº 769/2007, que dispôs sobre a instalação de equipamentos contadores de produção nos estabelecimentos industriais fabricantes de cigarros de que tratam o arts. 27 a 30 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007. Nesse sentido, a liquidação da despesa é norteada pelo procedimento previsto na referida Instrução Normativa, qual seja, o recolhimento de taxa mensalmente, via Darf, pelas fábricas fumageiras, conforme trecho da IN RFB nº 769/2007 transcrito a seguir:

“Art. 13. O estabelecimento industrial fabricante de cigarros fica obrigado ao pagamento da taxa de que trata o inciso II do art. 13 da Lei nº 12.995, de 18 de junho de 2014, pela utilização do Scorpios.

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§ 1º O recolhimento da taxa de que trata o caput deverá ser realizado mensalmente até o 25º (vigésimo quinto) dia do mês, por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), em estabelecimento bancário integrante da rede arrecadadora, observado o valor de R$ 0,05 (cinco centavos de real) por carteira de cigarros controlada pelo Scorpios no mês anterior em todas as linhas de produção do estabelecimento industrial.”

O pagamento da taxa é processado por uma sequência de ações em que figuram como atores a Sicpa, o estabelecimento produtor de cigarros, a RFB, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a CMB. Esses procedimentos incluem a conciliação, em dois departamentos da CMB, dos valores referentes à taxa identificados no Siafi e encaminhados pelo Serpro com a produção controlada nas fábricas, que fica registrada do Scorpios Gerencial. Grande parte das inconsistências verificadas na conferência provém do fato de o Darf ser um documento preenchido manualmente, dando margem a diversas incorreções. A princípio, identificamos duas fragilidades de controles no processo. A primeira é o fato de tanto o ressarcimento referente à utilização do Scorpios, quanto àquele relativo à utilização do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), serem recolhidos por Darf em um mesmo código de receita, dificultando a identificação destas. O assunto foi inclusive objeto de recomendação da Auditoria Interna da CMB no Relatório Audit nº 11/2013, conforme o seguinte:

“Que, em conjunto com as demais áreas supracitadas, faça gestão junto à RFB para a criação de um novo código de receita para o ressarcimento que é recolhido por meio do Darf, separando assim, as receitas provenientes dos ressarcimentos do Sicobe/Scorpios, resultando em uma identificação das receitas mais rápida e eficiente”

No entanto, em reunião do dia 30 de abril de 2014 na CMB, para tratar de Plano de Ação para atendimento às recomendações da Audit, foi registrado que; com a publicação da Instrução Normativa RFB nº 1.390, de 04 de setembro de 2013, que dispôs a CMB efetuaria mensalmente o faturamento pelos serviços de manutenção preventiva e corretiva do Sicobe mediante a emissão de Nota Fiscal ao estabelecimento industrial envasador de bebida; houve melhoria na identificação das receitas, não sendo necessária a criação de novo código de receita. A outra fragilidade identificada no processo é o controle da produção nos estabelecimentos produtores de cigarros – a CMB não possui capacidade logística e operacional de fiscalizar com constância cada uma das fábricas, o que compromete a confiabilidade nos dados disponíveis no Scorpios Gerencial. Atualmente, é realizada em média uma visita técnica por mês em que o fabricante a ser visitado é selecionado de acordo com a criticidade, com base em relatórios gerenciais extraídos do Sistema Scorpios Gerencial. Essas visitas, muitas vezes, têm de ser agendadas, em vista dos procedimentos de segurança das fábricas, o que compromete os diagnósticos realizados, já que o fator surpresa é prejudicado. Cabe destacar que, em julho de 2015, a nova estrutura organizacional da área de negócios de selos rastreáveis passou a vigorar. A nova estrutura – encabeçada pela Diretoria de Selos – contempla dez Seções de Fiscalização na Divisão de Operação, que terão sedes espalhadas pelo país, com a intenção de proporcionar a possibilidade de visitas regulares, monitoramento local, facilidade de ingresso nos estabelecimentos

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produtores, dentre outras ações detalhadas a seguir, que tornarão a fiscalização mais efetiva. Desse modo, a fragilidade detectada tende a ser mitigada. Importante ressaltar a atuação da auditoria interna da empresa pública neste contexto, na medida em que constatou a necessidade de criação de um departamento singular à área de negócios de selos rastreáveis, tendo em vista a representatividade das metodologias Sicobe/Scorpios na CMB, conforme registrado no Relatório Audit nº 11/2013. Em relação à fiscalização do contrato com a Sicpa, é importante abordá-la juntamente com sua gestão, principalmente para que fique evidenciada a segregação de funções. Essas atividades são desmembradas em quatro dimensões na CMB. A primeira dimensão foi delineada no Estatuto da Empresa, aprovado pelo Decreto 2.122/97:

“Art. 22. Compete ao Presidente: (...) VII - autorizar e assinar, obrigatoriamente com outro Diretor, os atos que constituam ou alterem obrigações da CMB, podendo tais atribuições ser delegadas, mediante mandato outorgado com fim específico, a outros membros da Diretoria Executiva ou a empregados no exercício de cargos de 1o grau divisional; Conforme se observa, não apenas a assinatura, mas a autorização para a contratação é estatutariamente fixada na Diretoria Executiva, podendo ser delegada apenas a cargos de 1º grau divisional.”

Trata-se do poder de decisão para autorização de contratações e aditamentos, que foi atribuída ao Presidente, em conjunto com um Diretor. Atualmente, a delegação só ocorre em contratações de valor inferior a R$80.000,00 e é restrita ao Superintendente do Departamento de Gestão de Contratações. A segunda dimensão é denominada internamente de “gestão formal”, atribuída ao Superintendente do Departamento de Gestão de Contratações pela norma interna 4170-NA-1-01.01:

“3.2 Gestor Formal de Contrato de Bens e Serviços – é o titular da Chefia do Departamento de Gestão de Contratações e Suprimentos – DEGCS, a quem compete exercer a gestão formal, que consiste na realização das atividades pertinentes aos aspectos legais dos instrumentos contratuais referentes às contratações de bens e serviços, tais como a formalização dos contratos e seus aditivos, prorrogações, supressões, acréscimos, repactuações, aplicações de penalidades etc.”

A gestão formal é a condução do contrato, no que se refere aos processos que instrumentalizam formalmente os demais aspectos da gestão contratual. O gestor formal não tem poder para decidir contratar, que fica restrito à primeira dimensão da gestão; nem o poder de especificar objetos ou de iniciar demandas que, como será visto a seguir, se inserem no contexto da “gestão operacional”.

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A terceira dimensão é a da gestão operacional do contrato, que na CMB, sobretudo pela relevância estratégica de muitos de seus contratos, também é restrita ao primeiro grau divisional. A Norma 4170-NA-1-01.01 dispõe:

“3.1 Gestor Operacional de Contrato/Convênio/Projeto – é a chefia de primeiro grau, designada por Portaria, pelo Presidente ou Diretor da Área, com a atribuição, entre outras, de exercer a gestão operacional de contratos ou convênios de prestação de serviços, de aquisição de bens ou de projetos de investimento relativos à natureza e à finalidade das atividades de seu órgão, que consiste no controle e acompanhamento do contrato ou convênio no que se refere à qualidade na prestação dos serviços/fornecimento dos bens, à verificação do cumprimento das cláusulas avençadas, à resolução de problemas relativos à execução do contrato, convênio ou projeto, à solicitação de aplicação de multas e outras penalidades previstas no contrato ou convênio, à conferência e o ateste de notas fiscais e demais procedimentos relacionados e necessários ao perfeito cumprimento do contrato, convênio ou projeto.”

No caso das contratações, o gestor operacional é o Superintendente da área requisitante. Das atribuições conferidas ao gestor operacional pelo Estatuto, podemos dizer que os gestores operacionais são os responsáveis pela fiscalização do contrato. Por fim, a quarta dimensão é a dos “gestores designados” – como são denominados no sistema normativo da CMB os fiscais designados pelos gestores operacionais. Dependendo do porte econômico e da complexidade do contrato, pode haver um, nenhum ou diversos gestores designados, que são responsáveis pela fiscalização direta e contínua dos contratos. Em vista de o Scorpios e o Sicobe terem contratos complexos, foram criadas estruturas organizacionais específicas para a atividade de fiscalização direta. Conforme já relatado anteriormente, atualmente são realizadas visitas técnicas mensais, de acordo com programação, que pode ser alterada em razão da criticidade (como por exemplo, pela entrada de uma empresa nova no rol de empresas autorizadas pela RFB a produzir cigarro, pela detecção de problemas com os indicadores controlados pela CMB ou pela dificuldade da empresa de utilização do sistema gerencial). Nessa visita, são verificados, pelo menos: todas as linhas de produção instaladas, sala do master (servidor central que armazena e transmite os dados do Sistema Scorpios), verificação de ocorrência grave, se for o caso, e entrevista com representante da fábrica. Consideramos que a atividade de fiscalização atualmente realizada, no que se refere ao percentual fiscalizado frente ao universo, é insuficiente para garantir a correta execução do contrato em sua totalidade. A questão deverá ser mitigada com a operacionalização das sedes regionais, cuja criação já foi aprovada. Essas sedes vão permitir que haja ações regulares e rotineiras de supervisão, monitoramento e fiscalização dos fabricantes e da contratada. ##/Fato##

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2.6 Avaliação dos Controles Internos Administrativos

Controles internos é o conjunto de atividades, planos, métodos, indicadores e procedimentos interligados, utilizado com vistas a assegurar a conformidade dos atos de gestão e a concorrer para que os objetivos e metas estabelecidos para as unidades jurisdicionadas sejam alcançados, conforme preceitua a IN TCU nº 63/2010. A avaliação de controle interno visa a avaliar o grau em que o controle da organização assegura, de forma razoável, que, na consecução de suas missões, objetivos e metas, os princípios constitucionais da administração pública sejam obedecidos; as operações sejam executadas com eficiência, eficácia e efetividade, de maneira ordenada, ética e econômica e em conformidade com as leis e os regulamentos aplicáveis; as informações e os registros produzidos sejam íntegros, confiáveis e estejam disponíveis para apoiar o processo decisório e para o cumprimento das obrigações de prestar contas; e os recursos, bens e ativos públicos sejam protegidos de maneira adequada contra desperdício, perda, mau uso, dano, utilização não autorizada ou apropriação indevida. A responsabilidade por conceber, implantar, manter e monitorar os controles internos para assegurar os objetivos mencionados é da administração da entidade, cabendo à auditoria interna avaliar a qualidade desses processos. Assim, com o objetivo de avaliar a sua qualidade e suficiência e com vistas a garantir que os objetivos estratégicos sejam atingidos, o sistema Scorpios foi selecionado para a realização da análise, considerando os seguintes componentes do sistema de controles internos da entidade: ambiente de controle, avaliação de risco, atividades de controle, informação e comunicação e monitoramento. Os objetivos de auditoria foram voltados para a avaliação global do sistema de controle interno da unidade de negócio relativa ao Scorpios, com o propósito de verificar a adequabilidade da concepção e eficácia do funcionamento. Em outras palavras, significou diagnosticar a presença e o funcionamento dos componentes e elementos da estrutura de controle interno utilizada como referência. I - Ambiente de Controle O ambiente de controle estabelece a fundação para o sistema de controle interno da Unidade, fornecendo disciplina e estrutura fundamental. Deve demonstrar o grau de comprometimento em todos os níveis da administração com a qualidade do controle interno em seu conjunto, conforme Resolução nº 1.135/2008, do Conselho Federal de Contabilidade. Os fatores que compõem o ambiente de controle incluem integridade e valores éticos, competência das pessoas, maneira pela qual a gestão delega autoridade e responsabilidades, estrutura de governança e organizacional, o “perfil dos superiores” (ou seja, a filosofia da direção e o estilo gerencial), as políticas e práticas de recursos humanos etc. Nesse sentido, com relação ao ambiente de controle a avaliação resultou na identificação dos aspectos relacionados a seguir:

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• Para o sistema Scorpios e a sua operacionalização, verificamos que há normas regulamentadoras dos processos de selagem fiscal formalizadas pelas IN RFB nº 769 e 770, de 21 de agosto de 2007, que deliberam sobre instalação de equipamentos contadores de produção nos estabelecimentos industriais fabricantes de cigarros e sobre o registro especial a que estão obrigados os fabricantes e importadores de cigarros e sobre o selo de controle a que estão sujeitos estes produtos. A IN RFB nº 769/2008, de 21 de agosto de 2007, dispõe e detalhas aspectos relativos à instalação de equipamentos contadores de produção nos estabelecimentos industriais fabricantes de cigarros, normatiza as atribuições, responsabilidades, orientações sobre instalação, segurança, comunicação, manutenção, liquidação e controle. Além da definição dos papéis a serem desempenhados pelos integrantes do processo (CMB, Receita Federal e fabricantes de cigarros).

• Com relação aos direitos e deveres entre a empresa contratada, Sicpa, e a CMB são

formalmente estabelecidos pelo Contrato nº 164/2012.

• No âmbito da fiscalização do Contrato nº 164/2012, a CMB nomeou o gestor operacional – o Superintendente da área requisitante, que além de ser o responsável pela fiscalização do instrumento, pode indicar “gestores designados” para realizarem fiscalizações diretas.

Foi identificado que há um gestor nomeado para o contrato, que possui atribuições estabelecidas pela Ordem de Serviço Geral OSG-PRESI 002/2013, de 10 de janeiro de 2013. Assim, verificou-se o cumprimento do princípio da segregação de funções. II - Avaliação de Risco Avaliação de risco é o processo de identificação e análise dos riscos relevantes para o alcance dos objetivos da entidade para determinar uma resposta apropriada. Em análise ao Relatório de Gestão da CMB, constatou-se que há identificação dos riscos críticos relacionados ao Sistema Scorpios, de forma que permite detectar a sua probabilidade de ocorrência e a consequente adoção de medidas para mitigá-los. Por oportuno, é importante lembrar que a uma política de gerenciamento de riscos contribui para a formação de uma base para o desenvolvimento de estratégias para tratamento dos riscos identificados (resposta a risco), de maneira a diminuir a probabilidade de sua ocorrência e/ou a magnitude de suas consequências. A CMB possui na sua estrutura de governança horizontal, composta por agentes que representam a segunda linha de sua estrutura de controles internos. Estes agentes de governança tiveram sua criação baseada na implementação do conceito de autocontrole da gestão pela atual Presidência da empresa, por meio da criação de departamentos diretamente ligados à Presidência, com a responsabilidade de

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intermediar, controlar e fiscalizar o emprego das diretrizes referentes aos controles internos e a gestão de riscos, entre a alta gestão e os demais níveis organizacionais. E de acordo, também, com o relatório de gestão, estes agentes são responsáveis por identificar falhas e irregularidades na estrutura de controles internos da entidade e que são normatizados pela Manual de Normas da Organização. Cabe destacar, dentro da estrutura de governança horizontal, o Departamento de Controle de Conformidade – Depac é responsável pelas atividades referentes aos controles internos e à mitigação de riscos corporativos por meio da elevação dos padrões de conformidade e da criação e disseminação da cultura de controle e compliance, que é regulamentada pelo normativo base da CMB Resolução RSD.PRESI nº 004/2-12. Contextualizando as atribuições a atividades relacionadas aos riscos inerentes à produção dos selos fiscais e seu sistema operacional, a CMB apresentou o mapeamento dos riscos identificados, medidas de gerenciamento e tratamento que a entidade adota para o processo produtivo e situações afins, de forma a classificar e orientar o gerenciamento, hierarquização e tratamento proposto para as seguintes ocorrências: • Falta de matérias-primas e insumos para a produção. • Utilização de sistema vulnerável (planilha Excel) para complementar informações

não contempladas pelo sistema ERP. • Demora na abertura das portas do cais. • Excesso de papel para impressão intermediária estocados na área de impressão. • Não detecção de falhas de impressão. • Paradas constantes da impressora de códigos de barras. • Impossibilidade de participação em editais que exijam norma NBR 15.540. • Falta de domínio do processo. • Paradas do equipamento por frequência/tempo longo de manutenção corretiva ou

falta de peças de reposição. • Não atendimento a produtos com IRIS. • Contaminação das chapas de cartões inteligentes. • Demora na aquisição de insumos e matérias-primas. • Grande quantidade de mão de obra com restrições para as atividades obrigatórias da

área. • Erro ou distorções na elaboração da especificação. • Erro no acompanhamento do lote piloto. • Não convocação intempestiva para participação no lote piloto. • Erro de delineamento. • Erro na elaboração de desenhos técnicos. • Erro na elaboração de layout. • Produtos novos impressos sem a especificação do modelo padrão. • Orçamento inicial feito pela Decom não acompanha o desenvolvimento do produto

para acertos posteriores. • Demora no início da produção por atraso do delineamento do produto. • Mistura da contagem de impressos inúteis como aprovados. • Ambiente contaminado com pó de papel. • Demora no lançamento da matéria prima na ordem de produção. • Falta de capacidade de armazenagem vertical.

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• Sistemas de controle de estoques com reduzida aplicação de TI. • Movimentação de carga manual. • Atraso ou impedimento na expedição de produtos. • Refrigeração insuficiente nos cofres. • Entrega de matérias-primas para a produção diferente da aprovada nos testes. • Baixa qualidade das chapas de impressão. • Impedimento da produção de impressos com IRIS. • Problemas na fabricação de cilindros para calcografia. • Falta de espaço para organização e movimentação. • Atendimento a poucos clientes de bilhetes magnetizados. • Falta de treinamento dos operadores. • Violação das informações. • Sucesso de pessoas não autorizadas. • Venda de serviço de TI. • Transporte vulnerável. • Problemas para expedição de produtos. • Impossibilidade de personalização de semiacabado do RIC em estoque na CMB. • Impossibilidade de atendimento para produção de cartão de policarbonato. • Informações incompletas para a produção. • Tempo de execução dos trabalhos insuficiente. • Aumento das perdas na produção. • Produtos novos iniciados sem lote piloto. • Prazo curto para execução dos trabalhos. • Utilização de pendrive na execução de trabalho. • Falta de espaço. • Desmobilização do atual e único prestador de serviço. • Dificuldade em realizar todas as atividades operacionais do Sicobe/Scorpios

desejáveis pela CMB. • Sobreposição de atividades. • Dificuldade de absorção de novas atividades do Sicobe/Scorpios pela equipe própria

da CMB. • Queda de satisfação do cliente. • Falta de atendimento às demandas do cliente. • Utilização da equipe matricial sem qualificação suficiente ao negócio

Sicobe/Scorpios. • Dificuldade no monitoramento e tratamento estatístico dos dados dos sistemas

Sicobe/Scorpios. • Desmotivação da equipe em virtude da sobreposição de atividades.

Verifica-se que a CMB mapeia os riscos inerentes ao processo produtivo, realiza sua análise para atuação e propõe ações corretivas ou preventivas, fatos que permitem envidar esforços em planejamento e melhorias. III - Atividades de Controle Atividades de controle são as políticas e procedimentos estabelecidos pela administração da unidade que ajudam a assegurar que as diretrizes estejam sendo seguidas.

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As atividades de controle devem estar distribuídas por toda a organização, em todos os níveis e em todas as funções. Elas incluem uma gama de controles preventivos e detectivos, como procedimentos de autorização e aprovação, segregação de funções (autorização, execução, registro e controle), controles de acesso a recursos e registros, verificações, conciliações, revisões de desempenho, avaliação de operações, de processos e de atividades, supervisão direta etc. Os trabalhos realizados na CMB tiveram por objetivo avaliar se os procedimentos de controle nas atividades de gestão do sistema Scorpios e atividades afins estão efetivamente instituídos e se tem contribuído para o alcance dos objetivos estratégicos fixados pela Administração da entidade. Com relação a este aspecto, a informação 1.1.1.1 que além de descrever o processo produtivo, descreveu o procedimento de controle realizado sobre as atividades de monitoramento de falhas e inconsistências identificadas pelo pela interface do Scorpios que monitora as operações. IV – Informação e Comunicação O sistema de informação e comunicação da entidade deve identificar, armazenar e comunicar toda informação relevante, na forma e no período determinados, a fim de permitir a realização dos procedimentos estabelecidos e outras responsabilidades, orientar a tomada de decisão, permitir o monitoramento de ações e contribuir para a realização de todos os objetivos de controle interno (Resolução nº 1.135/2008, do Conselho Federal de Contabilidade). Em relação à adoção de práticas para divulgação e tratamento de informações relacionadas a atividades necessárias ao alcance dos objetivos da Unidade, destaca-se a disponibilidade de intranet, bem como de página própria na internet, mensagens de correio eletrônico, onde são divulgados tanto os atos normativos como informações atualizadas relacionadas às ações relevantes desenvolvidas pela CMB, inclusive atendendo à Lei de Acesso à Informação no que se refere à transparência ativa. A fim de observar o implemento deste atributo do controle interno no âmbito do Scorpios, verificamos como se dá a comunicação entre a empresa contratada para a prestação de serviços do Sicobe – Sicpa – e a CMB; qual o padrão de informação sobre o Sicobe repassado à alta gerência; bem como se existem indicadores para monitorar a metodologia Sicobe. Com relação às ocorrências entre a CMB, a Sicpa e a fabricante de cigarros, o principal veículo de comunicação utilizado, e recentemente implantado, é uma interface do sistema chamada Scorpios Gerencial, que permite comunicação online e imediata entre as partes para solicitações, informações e atos afins. Uma vez que esta interface é recente e está em implantação, os demais meios formais de comunicação também são empregados. A partir de relatórios gerados pelo referido sistema, a CMB interage com os fabricantes de cigarros, para a avaliação de ocorrências julgadas relevantes e/ou de impacto, por meio de visitas técnicas, conforme descrito na informação 1.1.1.1.

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V – Monitoramento Monitoramento é um processo que avalia a qualidade do desempenho dos controles internos ao longo do tempo. Envolve a avaliação do desenho e da tempestividade de operação dos controles, a verificação de inconsistências dos processos ou implicações relevantes e a tomada de ações corretivas. A sistemática de monitoramento utilizada pela CMB é sintetizada na utilização de dois instrumentos, sendo um de âmbito interno e outro de âmbito externo. No âmbito interno, destaca-se a execução das auditorias realizadas na instituição pelo órgão de Auditoria Interna, são planejadas baseadas nas diretrizes das Instituições Internacionais de Auditorias Governamental (Intosai), Interna (IIA-Global) e independente (Ifac), CGU e TCU, tendo como base o Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna – Paint, que é materializado no Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna – Raint, que aborda três eixos de atuação: • Demonstrações financeiras (Auditoria tributária/fiscal, societária, orçamentária e

financeira). • Compliance (auditoria de avaliação de riscos, de acompanhamento de governança,

controles internos e patrimonial). • Desempenho (auditoria operacional, de sistemas e tecnologia da informação e

ambiental).

A CMB ressalta que além da estrutura de Governança Corporativa, a entidade busca a estrita observância das melhores práticas de governança, via emprego, em sua estrutura e diretrizes e demais organismos de regulação e controle nacionais e internacionais. A entidade não possui unidades descentralizadas no território nacional, mas a sua atuação, sempre que necessário é descentralizada. No âmbito externo, pode ser destacada a atuação da Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União sobre as atividades finalísticas e de apoio desempenhadas pela CMB em 2014. Os resultados da aplicação destes dois instrumentos, configurados em acórdãos, notas de auditoria e relatório, são refletidos nas ações da CMB com melhorias em suas atividades e processos, parte decorrente do atendimento de três recomendações, de um total de nove, três tiveram seu acompanhamento finalizado pela CGU e três encontram-se em análise, restando a verificação de seu atendimento por meio de trabalho da CGU a ser realizado oportunamente. Com relação à qualidade e suficiência do monitoramento realizado sobre o Sistema Scorpios, as visitas realizadas ao pátio fabril da CMB e às instalações da Sicpa, em uma fabrica de cigarros, permitiram conhecer e avaliar as rotinas e procedimentos empregados pela CMB. De acordo com o Relatório de Gestão de 2014, não houve ações de controle relativas ao sistema Scorpios.

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Sobre as ações de controle realizadas pela Auditoria Interna, não houve registro, no ano de 2014, referentes ao sistema em comento. Registra-se que há monitoramento realizado pela CMB sobre a atividade operacional da contratação vigente, via Contrato nº 164/2012, é evidenciado pelo Relatório Gerencial, elaborado em março-abril de 2015, versão 1.2, que abordou os seguintes temas: • Execução contratual financeira até o momento. • Definição da manutenção do modelo de selo fiscal vigente até meados de 2015. • Indicadores. • Unidades controladas. • Inadimplência. • Projeto Novo Scorpios – Atualização Tecnológica. • Relatórios de atividades operacionais nos fabricantes.

Foram apresentados no referido relatório bimestral as atividades relacionadas às visitas técnicas aos fabricantes de cigarros e seu status, no período, que totalizaram sete ações. Com relação às determinações do TCU, o Acórdão TCU nº 2.075/2006 - Plenário determinou à CMB o seguinte, em relação ao Scorpios:

“9.7.1. continue envidando esforços para viabilizar o credenciamento de outras empresas fornecedoras de serviços afins, e que, para as próximas contratações, realize licitação, avaliando a conveniência e a oportunidade de realizá-la em nível internacional. 9.7.2. em futuras contratações, realize pesquisa de preços nos mercados nacional e internacional, acerca das contratações de projetos similares ao que foi contratado com a empresa SICPA no presente processo”.

A atividade produtiva, amparada pelo Contrato nº 164/2012, permanece sob execução da empresa contratada Sicpa. Por fim, informamos que a descrição da visita, que contemplou o processo produtivo e controles afetos ao Scorpios, desde a etapa dos requisitos técnicos para a instalação até a ativação do selo fixado à embalagem de cigarros e a consequente, verificação, dos controles aplicados ao processo produtivo e de selagem estão descritos na informação 1.1.1.1. Cabe destacar que o projeto de atualização tecnológica do sistema Scorpios, que prevê soluções que incorporem melhorias de projeto em relação ao atual, está em andamento, para os produtos destinados ao mercado nacional e para exportação, e a sua implantação impactará substancialmente em todos os cinco aspectos de controle interno analisados. Além do fato da criação, ainda formal, de dez seções de fiscalização na estrutura organizacional da Diretoria de Selos, permitirá o controle mais efetivo das operações e espera-se contribuir para o processo de desenvolvimento de tecnologia para a produção própria dos selos fiscais.

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Acrescentamos que a possibilidade de alteração do modelo de selo fiscal adotado para os produtos destinados ao mercado nacional também impactará nos aspectos acima citados, inclusive no processo licitatório a ser realizado, uma vez que a contratação vigente expira em 05 de setembro de 2015. Com relação ao controle dos casos de inadimplência relacionados ao Scorpios, o Relatório Gerencial, versão 1.2, de março/abril de 2015, apresentou valores e percentuais de inadimplência dos fabricantes, fato que evidencia o acompanhamento efetuado pela CMB. Em 2014, representou 0,26% do montante contratado, de R$ 358.363,68. A normatização da de gestão contratual aplicável ao contrato Scorpios, é regulamento pela Ordem de Serviço Geral OSG.PRESI 002/2013, de 10 de janeiro de 2013, que delibera sobre as atribuições do gestor operacional e do departamento de contratações e suprimentos (DEGCS). Face ao exposto, pode-se concluir que os controles internos adotados pela CMB, embora sejam suficientes para permitir o acompanhamento das ações das respectivas áreas, apresentam fragilidades, precisando ser revistos e aperfeiçoados, com objetivo de buscar maior aderência à legislação que regulamenta o assunto. ##/Fato##

2.7 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

Foi elaborada a Nota Técnica nº 1.231/2015/NAC-1/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 28 de julho de 2015, contendo o posicionamento da CGU quanto ao atendimento às recomendações expedidas em decorrência da realização dos trabalhos de auditoria anual de contas referente aos exercícios de 2007 e 2013 (Ordens de Serviço nº 209222 e nº 201407587, respectivamente) e de auditoria de acompanhamento referente aos exercícios de 2010 e 2014 (Ordens de Serviço nº 254742 e nº 201318162, respectivamente), a partir da análise das manifestações apresentadas pela CMB por meio do Ofício nº AUDIT/35/2014, de 13/03/2014, do Ofício nº AUDIT/83/2014, de 22/09/2014, e do Ofício nº AUDIT/37/2014, de 10/07/2015. De um total de nove recomendações, três foram atendidas, três tiveram seu acompanhamento finalizado pela CGU, e três encontram-se em análise, restando a verificação de seu atendimento por meio de trabalho da CGU a ser realizado oportunamente. Cabe destacar, em relação às recomendações de 2010 direcionadas ao Contrato de Patrocínio com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no valor de R$ 500.000,00, que apesar de terem sido atendidas, na medida em que a documentação solicitada foi apresentada, análise realizada pelo Departamento de Controle e Conformidade (Depac) da CMB concluiu pela existência de não conformidades no processo. Por esse motivo, o processo, juntamente com outros dezesseis processos de contrato de patrocínio celebrados à época, foi remetido à Corregedoria do Órgão para análise e avaliação quanto à necessidade de investigação preliminar e apuração de responsabilidade. O Depac está realizando ainda, a análise de todos os Contratos de Patrocínio firmados pela Casa da Moeda do Brasil entre 2008 e 2012, por ordem do

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Presidente da CMB. Após apreciação, cada processo será encaminhado à Corregedoria, que efetuará avaliação acerca da ocorrência de infrações disciplinares. Quando a totalidade dos contratos tiver sido analisada, a apuração será remetida ao Presidente para julgamento. ##/Fato##

2.8 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

Em consulta ao sítio do Tribunal de Contas da União, verificamos que não há acórdãos expedidos para a Casa da Moeda do Brasil contendo determinação expressa para que o Controle Interno se pronuncie a respeito. ##/Fato##

2.9 Avaliação do CGU/PAD

A análise realizada objetivou avaliar a efetividade do cadastramento dos processos disciplinares no Sistema de Gestão de Processos Disciplinares (CGU-PAD), em cumprimento à Portaria CGU nº 1.043/2007, especialmente o artigo 4º. Com relação à designação de coordenador e administrador responsáveis pela gestão do sistema CGU-PAD na entidade, a consulta ao referido sistema, na internet, informou a designação acima descrita. Ao confrontar a lista de processos disciplinares instaurados pela entidade informados no Relatório de Gestão 2014 e pela Unidade, obtivemos as seguintes informações das seguintes fontes:

Quadro 3 - Processos Disciplinares instaurados pela entidade informados no Relatório de Gestão 2014

Tipo Quantidade Identificação Instauração Situação

Não informado 2 18750.001971/2014-63

18750.001508/2014-11

2014

2014

Julgado

Julgado

Fonte: Relatório de Gestão 2014

Quadro 4 - Processos Disciplinares instaurados pela entidade informados pela Unidade

Nº do Processo Estado Natureza Instauração Encerramento

18750.002973/2014-70 Em curso PAD 28/11/2014 -

18750.002421/2014-61 Encerrado PAD 19/09/2014 20/04/2015

18750.002420/2014-17 Encerrado Sindicância 19/09/2014 30/03/2015

18750.002372/2014-67 Encerrado PAD 15/09/2014 13/03/2015

18750.002144/2014-97 Encerrado PAD 21/08/2014 03/02/2015

18750.001971/2014-63 Encerrado Sindicância 05/08/2014 16/12/2014

18750.001520/2014-26 Encerrado PAD 02/07/2014 30/10/2014

18750.001519/2014-00 Encerrado PAD 02/07/2014 17/10/2014

18750.001508/2014-11 Encerrado Sindicância 01/07/2014 28/10/2014

18750.000737/2014-19 Encerrado PAD 09/04/2014 13/10/2014

18750.000589/2014-32 Encerrado PAD 24/03/2014 09/06/2014

18750.000588/2014-98 Encerrado PAD 24/03/2014 09/06/2014

18750.000571/2014-31 Encerrado PAD 21/03/2014 12/05/2014

18750.000491/2014-85 Encerrado PAD 13/03/2014 21/08/2014

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18750.000489/2014-14 Encerrado PAD 13/03/2014 14/07/2014

18750.000386/2014-46 Encerrado PAD 25/02/2014 12/05/2014

18750.000315/2014-43 Encerrado PAD 14/02/2014 23/05/2014 Fonte: Informação/Despacho, Assunto: Memo Audit nº 277/2015, de 01 de julho de 2015.

Verificamos que a unidade realiza o cadastramento dos seus processos disciplinares no sistema CGU-PAD, e consonância com o artigo 4º, da Portaria CGU nº 1.043/2007. O Sistema de Correição da CMB - Correg é vinculado à Presidência da entidade. Com relação ao seu funcionamento e atribuições, a regulamentação é balizada pelos seguintes normativos:

� Norma de Organização nº 0120-NO-50; � Norma de Administração nº 4320-NA-1-01.13; e � Portaria CGU nº 335/2006.

Atividades desempenhadas pela Correg:

� investigações preliminares; � sindicâncias; � processos administrativos disciplinares; � processos de ajustamento de conduta; e � ações de cunho pedagógico e preventivo.

No que concerne à estrutura de governança horizontal da unidade, afeta à Correg, dentre as principais competências há a responsabilidade de centralizar as atribuições inerentes à atividade correcional no âmbito da CMB, que é regulamentada pela Resolução RSD. PRESI nº 006/2003. ##/Fato##

2.10 ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA

Verificou-se que há unidade especializada de auditoria interna na CMB, e que apresentou, anexo ao processo de contas, o Parecer da Auditoria Interna, com o seguinte conteúdo:

a) Síntese das avaliações e dos resultados que o fundamentaram a sua opinião (Item 1 do Parecer da Auditoria Interna).

b) Demonstração de como a área de auditoria interna está estruturada, como é feita a escolha do titular, qual o posicionamento da unidade de auditoria na estrutura da UJ (Item 2, 3 e 4 do Parecer da Auditoria Interna).

c) Avaliação da capacidade de os controles internos administrativos da unidade identificarem, evitarem e corrigirem falhas e irregularidades, bem como de minimizarem riscos inerentes aos processos relevantes da unidade (Item 5 do Parecer da Auditoria Interna).

d) Descrição das rotinas de acompanhamento e de implementação, pela UJ, das recomendações da auditoria interna (Item 6 do Parecer da Auditoria Interna).

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e) Informações sobre a existência ou não de sistemática e de sistema para monitoramento dos resultados decorrentes dos trabalhos da auditoria interna (Itens 7 e 8 do Parecer da Auditoria Interna).

f) Informações sobre como se certifica de que a alta gerência toma conhecimento das recomendações feitas pela auditoria interna e assume, se for o caso, os riscos pela não implementação de tais recomendações (Item 9 do Parecer da Auditoria Interna).

g) Descrição da sistemática de comunicação à alta gerência, ao conselho de administração e ao comitê de auditoria sobre riscos considerados elevados decorrentes da não implementação das recomendações da auditoria interna pela alta gerência (Item 10 do Parecer da Auditoria Interna).

h) Informações gerenciais sobre a execução do plano de trabalho do exercício de referência das contas (Item 11 do Parecer da Auditoria Interna).

Quanto às informações do Parecer de Auditoria Interna, verificamos que a unidade de Auditoria Interna (Audit) está formalmente vinculada hierarquicamente ao Conselho de Administração (Consad). Acrescentamos que foi apresentada informação, no item 12 do Parecer da Auditoria Interna, referente à confiabilidade das demonstrações contábeis, com a demonstração de eventuais inconsistências verificadas, e a estratégia e os procedimentos adotados para a sua verificação, no item 13, conforme Anexo II, item 1 “h” da Decisão Normativa (DN) TCU nº 140/2014. Destaca-se que a Audit está em período de adequação e ajustes da nova estrutura organizacional, até dezembro de 2015; pois foi reestruturada, em julho de 2015, com a sua segmentação em duas vertentes de atuação – uma delas voltada para a realização de auditorias nas áreas de negócios da CMB (passaportes e impressos, cédulas e moedas e selos fiscais) e a outra, destinada às ações de auditoria de avaliação de conformidades, relacionadas aos órgãos de controle e internas, de tecnologia da informação e societária e tributária. Logo, concluímos que o parecer da Auditoria Interna foi elaborado de acordo com o previsto no Anexo III da DN TCU nº 140/2014. ##/Fato##

3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando identificadas, foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com a UJ e monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Rio de Janeiro/RJ, 15 de setembro de 2015.

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Achados da Auditoria - nº 201503857 1 CONTROLES DA GESTÃO

1.1 CONTROLES INTERNOS

1.1.1 Avaliação dos Controles Internos Administrativos

1.1.1.1 INFORMAÇÃO

Processo Produtivo e Sistema Scorpios. Fato

A fim de verificar a operacionalização dos controles aplicados sistema tecnológico de controle numérico e rastreabilidade do processo de selagem fiscal das carteiras de cigarros destinadas ao mercado nacional, foram realizadas, pela equipe da CGU, as seguintes visitas técnicas: � Fabricante de cigarros Quality In Tabacos Indústria e Comércio de Cigarros

Importação e Exportação LTDA (CNPJ 11.816.308/0001-26):

o Dia 09 de julho 2015. o Localizado no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

� Casa da Moeda do Brasil:

o Dia 20 de julho 2015. o Cadeia produtiva Sicpa, dentro da Casa da Moeda do Brasil.

O sistema em comento é denominado de Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros (Scorpios), que contempla tecnologia e equipamentos para confecção, fixação, ativação e controle dos selos. A atividade descrita é responsabilidade da Casa da Moeda do Brasil, que efetua a licitações para a contratação de empresa especializada para a sua realização. A empresa atualmente contratada é a Sicpa. 1. FABRICAÇÃO DO SELO – CASA DA MOEDA DO BRASIL

A equipe da CGU realizou reunião e visita às instalações da Casa da Moeda do Brasil a fim de obter informações sobre o processo de produção e seus mecanismos de controle. As atividades são executadas pela empresa contratada Sicpa, nas instalações da CMB e sob supervisão desta. Etapas do Processo Produtivo: 1. Impressão Offset:

a. Equipamento de impressão de baixo relevo.

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b. Há outro equipamento em processo de adaptação para ser utilizado como backup.

c. Imprime folhas de 120 selos com pré-impressão. 2. Impressão Calcográfica:

a. Equipamento de impressão de alto relevo. b. Há dois equipamentos em processo de adaptação para serem utilizados como

backup. c. Imprime os dados nas folhas de 120 selos pré-impressas.

3. Inspeção Visual de Qualidade:

A cada duzentas folhas de selos impressas, é realizada a inspeção visual em bancada com gabarito dos selos, por um técnico gráfico e por um funcionário designado para verificação de qualidade.

4. Corte das folhas:

a. Prepara as folhas de selos para impressão final, por meio de corte das bordas das folhas de 120 selos.

b. Realiza a contagem das folhas cortadas de acordo com o tipo de estampa (A, B, C e D).

5. Impressão do Selo Invisível e Validação:

a. Equipamento de impressão do selo invisível e validação. b. Realiza nova contagem das folhas de selos. c. Efetua o procedimento para um lote de folhas de selos, que são

encaminhadas para a etapa de embalagem. 6. Embalagem:

a. O lote de folhas é embalado e recebe uma identificação codificada. b. Pacotes são feitos com quatro lotes de folhas e embalados em uma caixa, que

também recebe uma codificação. c. Por meio de um leitor óptico, os códigos dos lotes são atrelados ao código da

sua respectiva caixa. d. Código da caixa:

� É um mecanismo de controle da CMB e da RFB sobre a movimentação dos selos.

� Por meio desta codificação, o pacote é rastreado desde a sua confecção, dentro da CMB, passa pela delegacia da RFB até o seu destino na fábrica de cigarros.

Controle realizado pela CMB via Scorpios: • A CMB efetua o monitoramento contínuo das linhas de produção de cigarros via

interface gerencial de monitoramento do sistema Scorpios. • O monitoramento é realizado online com as linhas de produção.

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• Há uma interface de comunicação, online, entre a CMB e os fabricantes de cigarros. Esta ferramenta é recém-implantada e será o principal meio de comunicação online.

• Por meio da referida interface de comunicação, o fabricante informa a produção executada em períodos em que o sistema fica offline.

• As indisponibilidades, falhas e inconsistências são disponibilizadas pelo sistema de duas formas: online e emissão de relatórios.

• A CMB analisa os dados e adota as providências de acordo com a relevância e impacto.

• Cabe mencionar que a RFB possui acesso às funções do Scorpios Gerencial.

Rotinas de ação da CMB sobre a linha de produção: • Junto ao fabricante de cigarros: para casos, principalmente, afetos à atividade

produtiva, infraestrutura e casos solução imediata. • Junto à RFB: para situações atreladas à função fiscal, de impacto relevante e

situações que julgue pertinentes.

Visitas técnica da CMB às fábricas de cigarros: • O sistema Scorpios Gerencial permite a geração de relatórios que informam falhas e

inconsistências, em todas as linhas de produção. Assim, a CMB o emite mensalmente para o universo de linhas em operação.

• A partir do relatório, a CMB efetua a análise dos eventos identificados e seleciona o fabricante a ser visitado, de acordo com a criticidade, a ser objeto de inspeção técnica.

• A inspeção técnica é realizada da seguinte forma: o Objetiva a verificação das falhas identificadas no processo produtivo. o É agendada com a RFB. o A empresa fabricante e a Sicpa não são informadas da realização da visita,

exceto em situações excepcionais a fabricante é previamente informada, como, por exemplo, as empresas de grande porte, que possuem rotinas de acesso. Porém, a empresa contratada, Sicpa, não é previamente informada.

o A visita é orientada tecnicamente pela utilização de um checklist elaborado pela CMB, que contempla aspectos diversos do sistema, cadeia produtiva e pontos de controle e pela falha a ser avaliada.

o Após, a CMB elabora um relatório técnico com o resultado da visita e providências a serem adotadas.

Rotinas de Ação da CMB para as inconsistências relacionadas ao faturamento: • A CMB efetua a conciliação das seguintes informações para a fiscalização da

produção: � Valor informado pelo Siafi. � Valor pago à conta da CMB – custo dos selos vendidos. � Dados de produção obtidos no sistema Scorpios.

• As inconsistências são identificadas e apuradas, conforme informado pela CMB. • Ocorrências regulares sobre inconsistências:

� Identificação equivocada da finalidade do recolhimento, pela empresa ou banco, no Darf.

o Erros de preenchimento do Darf. o Não segregação da identificação dos valores arrecadados para os

sistemas Scorpios e Sicobe.

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• A CMB possui dois departamentos que efetuam a conciliação descrita.

Sala Cofre: • A CMB possui sala com infraestrutura física e segurança dedicada para o

acondicionamento dos computadores utilizados como backup secundário dos dados do sistema Scorpios.

• Cabe mencionar que o referido sistema de backup secundário também é utilizado como baypass em casos de falha na emissão de dados para o backup principal.

• As informações referentes aos controles do Scorpios são armazenadas em computadores para backup, em São Paulo, via Sicpa.

2. FIXAÇÃO E ATIVAÇÃO DO SELO – FABRICANTE DE CIGARROS A seleção do fabricante visitado foi realizada em razão do estado do Rio de Janeiro abrigar somente duas fumageiras, dentre as treze autorizadas a operar no Brasil pela Receita Federal do Brasil. A outra fábrica, Planalto Indústria e Comércio de Cigarros Ltda (CNPJ 18.804.581/0001-80) não se encontra em atividade produtiva. As atividades de selagem são realizadas pela Sicpa. Procedimentos para Instalação dos Equipamentos na Fabricante: • Os sistemas de selagem e controle são projetados e instalados de acordo com

requisitos técnicos disponibilizados pela CMB, previamente, à execução da planta fabril.

• Para o início das atividades de operacionais, a CMB realiza as seguintes atividades: o Efetua visita técnica para avaliação da infraestrutura. o Entrega ao fabricante de cigarros o caderno de requisitos técnicos. o Avalia a aptidão do pátio fabril para receber a instalação. o Efetua procedimentos de instalação, realização de testes e homologação da

planta, a partir da verificação da conformidade dos requisitos técnicos estabelecidos previamente, e, caso esteja conforme especificado, homologa o sistema executado de acordo com os requisitos estabelecidos.

o Efetua a lacração dos gabinetes.

Foram acompanhados os processos de selagem, sua respectiva ativação e controle da linha de produção de duas marcas de cigarros destinados ao mercado nacional, em embalagem tipo maço e box, uma vez que estas recebem o selo em comento. O processo produtivo de confecção de cigarros compreende quatro etapas: 1. Etapa da confecção dos cigarros (equipamento maker). 2. Etapa encarteiradora: o equipamento acondiciona os cirgarros nas carteiras e os selos de controle fiscal são fixados e ativados. Esta é a única fase onde o controle fiscal da produção é realizado na fabricante.

“Informações suprimidas por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei”

Foto 1 – Máquina encarteiradora – Maço.

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3. Etapa encelofanadora: equipamento que envolve as carteiras de cigarros com película de polipropileno ou similar. 4. Etapa empacotadora: as carteiras de cigarros são empacotadas em lotes para transporte. Os cigarros destinados ao mercado nacional não recebem selos fiscais nesta embalagem.

Há dois tipos de controle da produção de cigarros:

1. Código de barras:

� Impresso na embalagem. � É um mecanismo de controle do fabricante sobre a produção e suas

características. � Este controle não possui função fiscal, logo não é vinculado à CMB e à RFB.

� Há um leitor de código de barras que identifica e confere os atributos do

produto.

“Informações suprimidas por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei”

Foto 2 – Leitor de código de barras.

2. Selo fiscal:

� São fixados na embalagem de cigarros (maço ou box). � Os selos possui, além dos dados visualizados, um selo invisível na sua

superfície, que somente pode ser identificado com equipamento de leitura. � É parte integrante do sistema de controle, chamado Scorpios,

operacionalizado pela Casa da Moeda do Brasil, via empresa Sicpa, que rastreia cadeia logística desde a sua validação na CMB até a saída do fabricante.

� Manutenção realizada pela Casa da Moeda do Brasil, via empresa Sicpa. � Supervisão realizada pela Receita Federal do Brasil e Casa da Moeda do

Brasil, inclusive via sistema Scorpios Gerencial. • Os selos são fabricados na CMB, que os envia para as delegacias da

RFB. Estas os disponibilizam para as fumageiras efetuarem a sua retirada.

• Os selos não ativados e/ou inutilizados são contabilizados, armazenados pela fumageira e informados à RFB, que é facultada o direito de efetuar auditorias.

• A RFB acompanha os selos não utilizados via sistema, conforme já descrito.

“Informações suprimidas por solicitação da unidade auditada, em

função de sigilo, na forma da lei”

Fotos 3 e 4 – Selos inutilizados.

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Processo de Selagem:

� Os selos fiscais são impressos na CMB e disponibilizados pela RFB, em folhas para a fumageira.

� A fumageira picota e, assim, individualiza os selos, que são acondicionados para fixação em suporte na máquina encarteiradora, conforme Fotos 5 e 6 a seguir:

“Informações suprimidas por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei”

“Informações suprimidas por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da

lei”

Foto 5 – Selos fiscais em espera para inserção na máquina encarteiradora.

Foto 6 – Selos fiscais inseridos na máquina encarteiradora.

� A máquina encarteiradora, após a fixação dos selos, possui dispositivo que

efetua a ativação e leitura dos selos fiscais, conforme Foto 7 a seguir:

“Informações suprimidas por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei”

Foto 7 – Selos fiscais em ativação na máquina encarteiradora.

O sistema de controle fiscal, chamado de Scorpios, é instalado e mantido pela CMB, via empresa Sicpa, e supervisionado pela CMB e RFB e sob responsabilidade daquela.

A fumageira não possui acesso aos equipamentos e todos os seus sistemas. A fumageira apenas acessa algumas funções gerenciais e de comunicação entre a CMB e RFB.

A estrutura do sistema de controle Scorpios é composta dos seguintes equipamentos:

� Sensor que ativa e lê os atributos do selo fiscal, conforme Foto 8.

“Informações suprimidas por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo,

na forma da lei”

Foto 8 - Ativação e leitura do selo fiscal.

� Gabinete lacrado:

o Há um junto a cada linha de produção. o Recebe os dados obtidos pelo sensor.

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o Equipamento com lacre de acesso instalado pela CMB e mecanismos de identificação e segurança da RFB.

“Informações suprimidas por

solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei”

“Informações suprimidas por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei”

Foto 9 - Gabinete Foto 10 – Lacre do Gabinete

� Servidor Central (computador master):

o Há um por fábrica. o Acessado pela RFB e CMB. o Emite relatórios gerenciais. o Fumageira não possui acesso. o Fumageira é responsável pela disponibilização da rede de dados de

comunicação e infraestrutura física de locação. o Equipamento com lacre de acesso instalado pela CMB e mecanismos de

identificação e segurança da RFB.

“Informações suprimidas por solicitação da unidade auditada, em função de sigilo, na forma da lei”

Foto 11 - Computador master. Foto 12 - Lacre RFB do computador master.

� Aparelho móvel portátil:

1. Objetiva efetuar o rastreamento da produção. 2. Efetua leitura do selo invisível impresso na superfície do selo fiscal. 3. Utilizado pela CMB em suas atividades de rastreamento e fiscalização. 4. Utilizado pela RFB em suas atividades de rastreamento e fiscalização.

Aspectos do sistema de controle Scorpios:

a. Efetua o controle da produção de cigarros destinada ao mercado nacional. b. O sistema disponibiliza informações online e offline. c. O sistema emite relatórios diários com informações sobre a produção

(marca, quantidade, identificação dos selos, país de destino da produção, etc).

d. A RFB efetua o batimento das notas fiscais emitidas com a quantidade de selos ativados, para auditar quantidade produzida.

e. A responsabilidade pela armazenagem e integridade dos selos no processo produtivo é da fumageira.

Com relação ao comportamento crescente da produção ao longo do ano, ela é justificada pela formação de estoque para o ano seguinte atrelada à incidência tributária.

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Nesse sentido, entendemos que a CMB efetua procedimentos de controle e monitoramento da atividade produtiva e selos até a sua ativação. Destacamos que a competência da CMB sobre o selo e seus atos conexos não contempla fiscalização das questões tributárias. As verificações da equipe mapearam os processos e seus pontos de controle, possibilitando a análise dos mecanismos de governança, que foi feito em outros pontos do presente relatório.

##/Fato##

1.1.2 ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA

1.1.2.1 INFORMAÇÃO

Ocorrência na licitação do Scorpios relatada no Parecer da Auditoria Interna. Fato

Trata-se de apontamento relevante acerca do Scorpios realizado pela Auditoria Interna da CMB, em seu Parecer sobre a prestação de contas do exercício de 2014. Conforme já citado no item 2.5, a tentativa de realização de licitação para novo contrato para prestação dos serviços da metodologia Scorpios foi frustrada, já que apenas a Sicpa participou da fase de testes práticos da pré-qualificação, afastando a possibilidade de concorrência no certame. No entanto, é importante conhecer a sequência de acontecimentos que resultou no cancelamento da licitação. Atualmente, a prestação do serviço de solução integrada para rastreamento e controle da produção de cigarros é realizada pela Sicpa, por meio do Contrato nº 164/2012, firmado em 05 de setembro 2012 e com vigência de 36 meses, por intermédio de inexigibilidade de licitação. O contrato tem valor global de R$ 410.256.000,00, e controla anualmente, em média, 3,77 bilhões de carteiras de cigarro. Considerando a proximidade de término da vigência do Contrato, assim como a necessidade de cumprimento às determinações do Acórdão TCU nº 2.075/2006, a direção da CMB, iniciou, antes de findar o exercício de 2013, por meio do Edital de Audiência Pública CMB nº 004/2013 publicado no sítio da CMB, o processo licitatório para prestação dos serviços do Scorpios. Desde então, os seguintes passos aconteceram: • 18/12/2013 – 1ª Audiência Pública CMB sobre a especificação técnica • 12/03/2014 – 2ª Audiência Pública referente à Minuta do Edital de Pré-

Qualificação para Concorrência Internacional nº 001/2014, por menor preço, para prestação de serviços relativos ao Sistema Scorpios, para que os interessados pudessem esclarecer dúvidas e debater as especificações técnicas do referido Edital, com vistas a garantir maior competitividade ao certame. Depois de vencida a fase de Minuta foi publicado o Edital de Pré-Qualificação nº

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001/2014, de 27 de junho 2014, no sítio da CMB. • 31/07/2014 – 1ª Sessão Pública de Abertura da Pré-Qualificação nº 001/2014,

para abertura dos invólucros de número um apresentados pelas licitantes. As licitantes Valid, Sicpa e Arjo Wiggins, foram habilitadas para prosseguimento no certame, e a empresa De La Rue foi desqualificada, por não ter atingido o resultado mínimo no índice de liquidez corrente, conforme exigido no Edital.

• 01/09/2014 – Provimento de recurso administrativo, que afastou a

desqualificação da empresa De La Rue. • 08/09/2014 – 2ª Sessão Pública de Abertura da Pré-Qualificação nº 001/2014,

com abertura dos invólucros nº 2, sendo as empresas Sicpa e Valid pré-qualificadas. As empresas Arjo Wiggins e De La Rue não obtiveram êxito e, portanto, não integraram mais a fase de pré-qualificação.

• 08/10/2014 – 1ª Audiência Pública (Edital de Audiência Pública nº 004/2014),

referente à Minuta de Edital de Concorrência Internacional s/nº, que teve por objetivo apresentar diretrizes básicas do objeto a ser contratado, franquear a quaisquer interessados o acesso às informações pertinentes e receber questionamentos e sugestões acerca do objeto, de modo que o edital permitisse a participação do maior número possível de interessados.

Em 06 de dezembro 2013, quando se encontrava em andamento o processo licitatório, foi encaminhado o Oficio nº 34/2013-RFB/SUFIS/COFIS pela Receita Federal do Brasil ao Presidente da CMB, contendo informações a respeito do Projeto "Novo Scorpios" (que inclui, principalmente, aplicação direta do código à carteira de cigarros). A Coordenação-Geral de Fiscalização (Cofis) informou que estava sobrestando as atividades relacionadas à implementação do "Novo Scorpios", até que se tivesse maior visibilidade acerca das diretrizes delineadas por parte da CMB em relação ao projeto Scorpios para os próximos anos. Posteriormente, houve uma sucessão de Ofícios, tanto da RFB (Of. n° 10/2014RFB/SUFIS/COFIS, de 21/02/2014; Of. nº 283/2014-RFB/SUFIS, de 14/04/2014), quanto da CMB (Of. DIREM/010/2014, de 31/01/2014; Of. PRESI nº 087/2014, de 25/03/2014; Of. PRESI nº 088/2014, de 25/03/2014; Of. PRESI nº 102/2014, de 08/04/2014; Of. PRESI nº 105/2014, de 10/04/2014) para tratar a questão iniciada pela RFB, findando no Oficio nº 641/2014-RFB/SUFIS, de 04/09/2014, citado na Ata de Reunião de 10/11/2014, da Comissão Técnica, que tratou, dentre outros assuntos, da discussão sobre a manutenção dos testes de codificação no Edital de Pré-Qualificação nº 001/2014. Dessa Ata, destacam-se as seguintes manifestações dos presentes, a respeito da manutenção das etapas da pré-qualificação:

"[...] parecer favorável à manutenção das etapas da pré-qualificação com a etapa da codificação de selos físicos e da aplicação direta às carteiras de cigarros."

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"[...] que havendo a comunicação formalizada pela Receita Federal do Brasil através de oficio (Of. nº 641/2014-RFB/Sufis) à Casa da Moeda do Brasil, onde consta a determinação para que haja a alteração e aplicação a partir do mês de outubro de 2015 à substituição dos selos de controle por códigos únicos, seguros e rastreáveis aplicados diretamente nas carteiras de cigarros destinadas ao mercado doméstico, este ofício deve ser orientador do processo da pré-qualificação do Scorpios, a não ser que haja outra orientação diferente a ser emitida pela RFB." "[...] ressaltou que embora haja uma definição da RFB manifestada pelo Oficio nº 641/2014-RFB/Sufis, de 4 de setembro de 2014, de dar-se o prosseguimento após a conclusão da implementação do projeto "Novo Scorpios", ainda não iniciado, a partir do mês de outubro de 2015 à substituição dos selos de controle por códigos únicos, seguros e rastreáveis aplicados diretamente nas carteiras de cigarros destinadas ao mercado doméstico, [...]"

Em 27 de novembro de 2014, foi publicada a aprovação da empresa Sicpa nos testes de aferição de capacidade técnica. A empresa Valid recusou-se a participar dos testes práticos. Apesar dos esforços para que fosse realizado o processo licitatório, em vista da impossibilidade de concorrência, o Presidente da CMB realizou o cancelamento do referido processo, em 08 de maio de 2015, e solicitou o auxílio da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, a fim de que o próximo edital seja aperfeiçoado, de modo a promover a efetiva competição entre os licitantes. A Auditoria Interna da CMB considera, conforme registrado em ser Parecer, que “as várias manifestações da Receita Federal do Brasil, cliente demandadora do serviço [...] prejudicaram o andamento regular do processo licitatório.” ##/Fato##

1.2 Composição do Relatório de Auditoria

1.2.1 Análise sobre as Demonstrações Contábeis

1.2.1.1 INFORMAÇÃO

Reconhecimento indevido de ativo (ativo contingente) no patrimônio da Casa da Moeda do Brasil. Fato

Trata-se da Ordem de Serviço nº 201501301, realizada remotamente de Brasília/DF, objetivando o acompanhamento preventivo dos atos e fatos de gestão ocorridos no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro 2014, especificamente em relação à conta “Créditos a Receber” do Ativo Realizável a Longo Prazo dos Balanços Patrimoniais de 2013 e 2014 da CMB. Embora essa conta patrimonial não seja materialmente relevante em relação ao total de Ativos (1,31% dos R$ 2,83 bilhões em 2013), considerou-se haver criticidade, uma vez que nas Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis de 2013, nº 5.6, constou que o montante desses créditos a receber, de R$ 36,99 milhões, referia-

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se a ações judiciais “que o Departamento Jurídico avalia possuírem grande possibilidade êxito judicial”. O fator crítico seria o risco de tais ações judiciais ainda não terem sido transitadas em julgado, pois, mesmo com essa avaliação da área jurídica, a sua realização independeria do controle da entidade. Nesse caso, tais créditos teriam a característica de um ativo contingente e não poderiam, portanto, ser contabilizados, em observância ao Pronunciamento Técnico 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes e ao Princípio da Prudência, melhor interpretado pelo Ofício-Circular CVM/SNC/SEP nº 002/2011, que traz orientações quanto a aspectos relevantes a serem observados na elaboração das demonstrações financeiras. Foram solicitados os fundamentos que embasaram a contabilização do Ativo em 2013 do montante de R$ 36,99 milhões, ocasião em que o Departamento de Gestão Contábil, Orçamentária e Financeira – Decof, integrante da Diretoria de Administração e Finanças – Dirad, encaminhou o detalhamento com os números dos processos judiciais, clientes e valores, além do documento de 20 de dezembro de 2013 contendo a descrição e situação atual dessas ações judiciais recebido do Departamento Jurídico – Dejur. Solicitou-se, também, o detalhamento das rubricas contábeis que compuseram a conta Créditos a Receber do Ativo Realizável a Longo Prazo dos Balanços Patrimoniais de 2013 e de 2014, além dos dados das ações judiciais correspondentes a esses créditos: Identificação da outra parte, n˚ e especificação do processo judicial, a situação atual da ação judicial, o valor da causa, a estimativa a receber, o valor e a data de registro como Créditos a Receber. Para a contabilização dos valores referentes às ações judiciais ainda não transitadas em julgado, foram demandadas justificativas. Os dados encaminhados pela CMB apresentaram inconsistências entre si e com o Balanço Patrimonial de 2013 e ratificaram o procedimento indevido de contabilização de ativos contingentes. Uma análise preliminar do objeto e da situação das duas ações judiciais mais relevantes (76,4% dos R$ 36,989 milhões do Balanço Patrimonial de 2013) evidenciou o superdimensionamento dos Ativos da CMB em R$ 28,27 milhões. As justificativas apresentadas para o procedimento permitiram concluir que houve um entendimento equivocado do conceito de Ativo Contingente pela CMB por considerar que, das demandas judiciais ainda sem trânsito em julgado, não possam ocorrer eventos não esperados a partir do momento em que o seu Departamento Jurídico avalia como grande a possibilidade de êxito judicial. O reconhecimento desse possível crédito pendente de transito em julgado como um ativo afronta o conceito de ativo definido no CPC 00, para o qual “ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade”. (Original sem grifo) O entendimento pelo reconhecimento desse tipo de crédito vai de encontro, também, a orientação mais prudente, que é da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para as Sociedades Anônimas de Capital Aberto, a saber:

“No caso de ações judiciais, mesmo que haja uma tendência de ganho, e ainda que a administração julgue como provável o ganho de causa em definitivo, caso

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ainda caiba recurso da outra parte, a situação não é ainda considerada praticamente certa, e, portanto, o ganho não deve ser registrado”. (Ofício Circular SEP SNC 02 2011)

Do mais, a medida adotada pela Casa da Moeda também desprestigia o princípio da prudência, o qual, além de exigir precaução nos julgamentos que envolvem incerteza, determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido (art. 10, da Resolução CFC nº 750/93, com alterações dadas pela Resolução CFC nº 1.282/10). Diante do contexto, emitiu-se Nota de Auditoria nº 201501301/01 recomendando a retificação das Demonstrações Contábeis de 2014 e Notas Explicativas antes que fossem publicadas, excluindo do Ativo o montante referente a ações judiciais não transitadas em julgado, além da mensuração dos efeitos no resultado e no caixa do que foi indevidamente contabilizado e da evidenciação dos ajustes de exercícios anteriores. O aperfeiçoamento dos controles internos para que inconsistências como as constatadas não ocorram novamente também foi recomendado. Conforme acordado com a CMB, essas providências serão tomadas no decorrer de 2015 e serão refletidas nas Demonstrações Contábeis de 2015 e nas respectivas Notas Explicativas, a serem publicadas em 2016. ##/Fato##

2 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

2.1 PROCESSOS LICITATÓRIOS

2.1.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

2.1.1.1 INFORMAÇÃO

Dependência da CMB em relação à Sicpa. Fato

Desde 02 de fevereiro 2005, com a assinatura do Contrato nº 264/2005, a empresa Sicpa é responsável pela solução tecnológica que viabiliza o controle numérico e o rastreamento de cigarros, e hoje contempla equipamentos instalados em quinze estabelecimentos fabricantes de cigarros autorizados a operar no Brasil pela RFB, integradas por sistema de gerenciamento (Scorpios Gerencial); além de equipamentos móveis disponibilizados aos auditores da RFB. Já o rastreamento e o controle de bebidas são realizados pela Sicpa desde a assinatura do Contrato nº 1890/2008, por inexigibilidade de licitação, e funcionam em 322 fábricas de bebidas pelo Brasil (289 em normalidade e 33 em anomalia). Atualmente, a prestação do serviço de solução integrada para rastreamento e controle da produção de cigarros ainda é realizada pela Sicpa, por meio do Contrato nº 164/2012, firmado em 05 de setembro 2012 e com vigência de 36 meses, por intermédio de inexigibilidade de licitação. O contrato tem valor global de R$ 410.256.000,00, e controla anualmente, em média, 3,77 bilhões de carteiras de cigarro.

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Por sua vez, o serviço para operacionalização do Sistema de Controle da Produção de Bebidas é realizado por meio do Contrato nº 245/2013 com a Sicpa, assinado em 12 de dezembro de 2013, também com vigência de 36 meses, por intermédio de inexigibilidade de licitação. O contrato foi firmado com o valor global estimado de R$3.150.000.000,00, sendo R$21,00 por milheiro de embalagem controlada até a publicação da Lei 12.995/2014, após a qual passou a R$19,0575 por milheiro. O objeto dos contratos apresenta complexidade tecnológica com variados fatores envolvidos, como aspectos gráficos (a impressão de código de segurança único, com uso de tinta especialmente desenvolvida para a solução, inviabilizando tanto a cópia do código quanto a utilização de tinta inespecífica em reproduções ilegais da codificação), de hardware e de software. Essa solução tecnológica implantada está sob propriedade industrial da empresa Sicpa (SICPATRACE®). Além do tempo demandado para a realização e conclusão de concorrência internacional destinada a eventualmente apontar novo fornecedor – certame com complexidade particular decorrente da necessidade de avaliação da solução tecnológica substituta –, é necessário considerar-se o tempo destinado à substituição gradativa da infraestrutura implantada, testes e compatibilização de sistemas. Por esses motivos, a efetivação dessa substituição requer um tempo considerável evidenciando o cenário de dependência em que se encontra a CMB. Assim, tem-se um entendimento de dependência tecnológica, sem um plano de contingência, em uma atividade de grande relevância para a CMB e para a arrecadação de tributos da RFB. Desse modo, hoje está caracterizada a situação de dependência operacional e tecnológica da CMB com a empresa Sicpa. É importante ressaltar que é competência da CMB a impressão de selos fiscais federais, conforme o disposto na Lei nº 5.895, de 19 de junho de 1973:

“Art . 2º A Casa da Moeda do Brasil terá por finalidade, em caráter de exclusividade, a fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal.” § 1º Para fins interpretativos, a fabricação de cadernetas de passaporte para fornecimento ao Governo brasileiro e as atividades de controle fiscal de que tratam os arts. 27 a 30 da Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007, e o art. 58-T da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, equiparam-se às atividades constantes do caput.”

Diante do exposto, expomos nosso entendimento acerca do possível comprometimento da exclusividade atribuída à CMB para impressão dos selos, advindo da terceirização de grande parte do serviço da metodologia Scorpios. o Decreto nº 2.271/97; aplicável obrigatoriamente à administração direta, autárquica e fundacional, mas que deve ser observado como boa prática; a terceirização é legítima desde que não implique a execução de atividades inerentes aos quadros próprios dessas entidades, conforme transcrito a seguir:

“Art. 1º No âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem área de competência legal do órgão ou entidade. [...]

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§ 2º Não poderão ser objeto de execução indireta as atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.”

Isso não é o que acontece na CMB, quando terceiriza grande parte da atividade de impressão de selos fiscais federais que lhe é atribuída legalmente. No entanto, a dependência da contratada se tornou tão intensa que o cumprimento exato e total da lei poderia provocar uma interrupção no funcionamento do Estado no cenário atual, pois se trata de uma expertise que a Administração não possui. Em que pese a situação de dependência, a Administração Pública não fica exonerada do dever de monitorar e fiscalizar o contratado. Destaca-se que, em julho de 2015, a nova estrutura organizacional da CMB passou a vigorar, contemplando a Diretoria de Selos – Disel juntamente com 3 departamentos subordinados, quais sejam: o Departamento de Selos Fiscais Digitais Rastreáveis – Deser, o Departamento de Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento de Selos – Detes, e o Departamento Comercial de Selos – Decos. A estrutura se destina a identificar as necessidades e realizar estudos técnicos para a melhoria dos processos e produtos, com implantação de novas tecnologias e especificações e análises na aquisição de materiais e equipamentos; dentre outras atribuições. A tendência é que as atividades críticas e de domínio tecnológico do Scorpios e do Sicobe, que são as que impõem elevada dependência, sejam gradativamente incorporadas à Casa da Moeda. Quanto às atividades de manutenção dos equipamentos instalados nos fabricantes, a CMB informa que devem continuar sendo terceirizadas, de forma a garantir maior flexibilidade e menor custo nas operações; no entanto, a decisão definitiva pode ter de ser estabelecida levando em consideração os resultados dos exames realizados por grupo de estudo constituído no Ministério da Fazenda (MF), cujo escopo encampa o estudo da terceirização. ##/Fato##

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201503857

Unidade(s) Auditada(s): CASA DA MOEDA DO BRASIL

Ministério Supervisor: MINISTERIO DA FAZENDA

Município (UF): Rio de Janeiro (RJ)

Exercício: 2014

1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01/01/2014 e 31/12/2014

pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo 10 da Instrução

Normativa TCU nº 63/2010.

2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo trabalho

informado no Relatório de Auditoria Anual de Contas, em atendimento à legislação federal

aplicável às áreas selecionadas e às atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações

de controle realizadas ao longo do exercício objeto de exame sobre a gestão da unidade

auditada.

3. Em função dos exames realizados sobre o escopo selecionado, proponho que o

encaminhamento das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis seja pela regularidade.

Rio de Janeiro (RJ), 11 de setembro de 2015.

Certificado de Auditoria

Anual de Contas

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Parecer: 201503857 Unidade Auditada: Casa da Moeda do Brasil- CMB Ministério Supervisor: Ministério da Fazenda

Município/UF: Brasília (DF) Exercício: 2014

Autoridade Supervisora: Joaquim Vieira Ferreira Levy

Tendo em vista os aspectos observados na prestação de contas anual do exercício de 2014 da

Casa da Moeda do Brasil - CMB, expresso a seguinte opinião acerca dos atos de gestão com base nos

principais registros e recomendações formulados pela equipe de auditoria.

Em que pese o relatório de auditoria gestão nº: 201503857 não apresentar constatações, ressalte-

se que a informação 1.2.1.1 carreia para o bojo desse relatório os apontamentos na gestão da CMB,

verificados nos trabalhos de auditoria realizados sob Ordem de Serviço nº 201501301.

Na execução do programa de auditoria da ordem de serviço foram constatadas as seguintes

impropriedades: reconhecimento indevido de ativo (ativo contingente) no patrimônio da CMB; e

inconsistências dos valores dos “Créditos a Receber por Ações Judiciais” do Ativo Realizável a Longo

Prazo entre os Balanços Patrimoniais de 2013 e de 2014 da Casa da Moeda do Brasil por reclassificações,

não mencionadas nas Notas Explicativas.

Cabe também destacar a informação constante de item 2.5 do relatório nº. 201503857. Consigna-

se nesse item a avaliação do processo organizacional de contratações e aquisições realizadas por meio de

dispensa e de inexigibilidades de licitação. O processo foi selecionado com base nos critérios de relevância,

materialidade e criticidade, principalmente por esse último, dado que a empresa contratada por

inexigibilidade pela CMB estar envolvida na recente Operação Vícios, da Polícia Federal, deflagrada em 01

de julho de 2015, que investiga suposto direcionamento de procedimento licitatório.

As principais causas dessas constatações residem nas vulnerabilidades dos controles internos e

na governança interna da Autarquia em detectar, corrigir e implementar instrumentos de prevenção e

correção, bem como reportar as impropriedades constatadas, para as quais recomendou-se ao gestor ações

que elidam/mitigam as causas apontadas no Relatório de Auditoria.

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Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da Lei n.º 8.443/92,

combinado com o disposto no art. 151 do Decreto n.º 93.872/86 e inciso VI, art. 13 da IN/TCU/N.º 63/2010

e fundamentado no Relatório de Auditoria, acolho a conclusão expressa no Certificado de Auditoria. Desse

modo, o Ministro de Estado supervisor deverá ser informado de que as peças sob a responsabilidade da

CGU estão inseridas no Sistema e-Contas do TCU, com vistas à obtenção do Pronunciamento Ministerial

de que trata o art. 52, da Lei n.º 8.443/92, e posterior remessa ao Tribunal de Contas da União.

Brasília/DF, 16 de setembro de 2015.

Diretor de Auditoria da Área Econômica