27
98 3.8. Verificação do fenômeno de cavitação 3.8.1.Entendendo o fenômeno de supercavitação Inicia-se com uma reflexão da influência da temperatura na viscosidade dos fluidos e a influência desta na perda de carga ao longo do escoamento. Sabe-se que ao aquecer um líquido, o mesmo se expande, o que equivale a dizer que ocorrerá uma diminuição da força de atração das moléculas e como a viscosidade para líquidos é diretamente proporcional à força de atração das moléculas, conclui-se que haverá uma diminuição da viscosidade do líquido e em consequência uma diminuição da perda de carga, já que a viscosidade está diretamente ligada com a perda de carga. Para os gases, como a viscosidade é diretamente proporcional à energia cinética das moléculas, tanto o comportamento como as consequências seriam justamente opostas às observadas nos líquidos. Diante das considerações anteriores surge a proposta de uma nova reflexão: será sempre conveniente aquecer e resfriar, respectivamente os líquidos e os gases, em instalações hidráulicas? Ou existem limites para isto? Evocando que a engenheira e o engenheiro são pessoas aptas a solucionar problemas, é fundamental que tanto saibam responder aos questionamentos anteriores, como a outros, como, por exemplo: o que as questões anteriores tem a ver com o fenômeno de supercavitação? o que vem a ser o fenômeno de supercavitação?

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98

3.8. Verificação do fenômeno de cavitação

3.8.1.Entendendo o fenômeno de supercavitação

Inicia-se com uma reflexão da influência da temperatura na viscosidade

dos fluidos e a influência desta na perda de carga ao longo do

escoamento.

Sabe-se que ao aquecer um líquido, o mesmo se expande, o que

equivale a dizer que ocorrerá uma diminuição da força de atração das

moléculas e como a viscosidade para líquidos é diretamente

proporcional à força de atração das moléculas, conclui-se que haverá

uma diminuição da viscosidade do líquido e em consequência uma

diminuição da perda de carga, já que a viscosidade está diretamente

ligada com a perda de carga.

Para os gases, como a viscosidade é diretamente proporcional à energia

cinética das moléculas, tanto o comportamento como as consequências

seriam justamente opostas às observadas nos líquidos.

Diante das considerações anteriores surge a proposta de uma nova

reflexão: será sempre conveniente aquecer e resfriar, respectivamente

os líquidos e os gases, em instalações hidráulicas? Ou existem limites

para isto?

Evocando que a engenheira e o engenheiro são pessoas aptas a

solucionar problemas, é fundamental que tanto saibam responder aos

questionamentos anteriores, como a outros, como, por exemplo:

o que as questões anteriores tem a ver com o fenômeno de

supercavitação?

o que vem a ser o fenômeno de supercavitação?

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99

por que ele é indesejável?

quando ocorre?

quais os cuidados preliminares a serem adotados na

execução de um projeto para evitá-lo?

Será objetivo deste item, desenvolver conhecimentos que permitam

responder as questões anteriores.

Deve-se lembrar que é sempre interessante se ter menor perda de

carga ao longo do escoamento, portanto pensando em relação à perda

de carga é interessante aquecer os líquidos e resfriar os gases, porém

dentro de certos limites, isto para não se ter o fenômeno de

supercavitação.

Para se entender o fenômeno de supercavitação deve-se calcular a

pressão na entrada da bomba.

Considerando a tubulação de sucção (tubulação antes da bomba em

uma instalação de recalque, ou seja, aquela onde o fluido é

transportado de um nível inferior para um nível superior com o auxílio

de uma bomba hidráulica) esquematizada na figura 17, objetiva-se

determinar a pressão de entrada da bomba (pe).

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100

Figura 15

Figura 17

(o) – nível do reservatório de captação

(1) – válvula de pé com crivo ou válvula de poço

(2) - joelho de 90º

(e) – seção de entrada da bomba

PHR – plano horizontal de referência

B – bomba

Ze – cota da seção de entrada da bomba em relação ao PHR

adotado

Aplicando-se a equação da energia entre o nível de captação e a seção

de entrada da bomba resulta:

(e)

(2)

PHR

B Ze

(0)

(1)

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2aB

Ag2

2Q

HD

aBLeqL

aBf2aB

Ag2

2Qezep

ou

g2

2ev

HD

aBLeqL

aBfg2

2ev

ezep

g2

2ev

HD

aBLeqL

aBfg2

2evep

ezg2

20

v0p

0z

pHeH0H

aB

aB

aB

bombadaantes

A expressão para o cálculo da pressão de entrada da bomba (pe)

demonstra que ela é menor que a pressão atmosférica local e isto

implica que é mais fácil vaporizar o fluido nesta pressão do que na

pressão atmosférica, já que a mesma ocorreria a uma temperatura

menor.

Determinando para a temperatura de escoamento (um dos dados

iniciais de projeto) a pressão de vapor (pressão onde coexistem a fase

líquida e a fase vapor), pode-se compará-la com a pressão na entrada

da bomba na escala absoluta ( abarométricpepatmpepeplocalabs

).

Define-se o fenômeno de supercavitação21 como o fenômeno que surge

quando a pressão de entrada (peabs) é menor ou igual à pressão de

vapor (pvapor) do fluido que está sendo bombeado, ou seja, é o

fenômeno onde ocorre a vaporização (parcial ou total) do fluido na

seção de entrada da bomba.

Para aprimorar a compreensão do fenômeno de supercavitação

considera-se que a peabs < pvapor como mostra a figura 18 a seguir:

21

Que é fundamental para a compreensão do fenômeno de cavitação, já que a supercavitação é

o fenômeno de cavitação na seção de entrada da bomba.

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102

Figura 18

A figura 18 também nos auxilia a compreender que este fenômeno é

indesejável, já que na seção de saída da bomba sempre se tem a

pressão maior que a pressão atmosférica e isto implica na condensação

do vapor o que causa: um aumento da energia dissipada, uma

diminuição do rendimento da bomba, ruídos indesejáveis, diminuição do

tempo vida da bomba, etc.

3.8.2.Cuidados preliminares para se evitar o fenômeno de

cavitação

No caso da supercavitação para evitá-la, deve-se ter a pressão na

entrada da bomba na escala absoluta (peabs) maior que a pvapor, porém é

importante saber que esta condição não é suficiente para garantir que

não ocorra o fenômeno de cavitação em uma bomba hidráulica.

Apesar de não ser uma condição suficiente ela é fundamental para a

compreensão dos cuidados a serem adotados no desenvolvimento de

pressão atmosférica ao nível do mar

pressão de vapor

absep

t(ºC)

vapor superaquecido na temperatura de

escoamento devido a pressão ser menor que a

pressão de vapor

abssaídap

escoamentot

100ºC

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um projeto básico de uma instalação de bombeamento na tentativa de

se evitar o fenômeno de cavitação. Para compreendê-los se supõe que

esteja ocorrendo o fenômeno de supercavitação e que você foi

contratado para eliminá-lo, afinal uma de suas principais funções como

engenheira ou engenheiro será a de solucionar problemas.

Certamente você tomará medidas para aumentar a pressão na entrada

da bomba (pe) e poderá propor para isto os seguintes procedimentos:

dimensionar o diâmetro de recalque (após a bomba) e adotar para

a tubulação antes da bomba (aB) um diâmetro comercial

imediatamente superior, isto acarretará uma menor perda de

carga antes da bomba (este procedimento deve ser revisto no

final do projeto);

o comprimento da tubulação antes da bomba deve ser o menor

possível;

na tubulação antes da bomba utiliza-se as singularidades

estritamente necessárias o que garantirá que a somatória dos

comprimentos equivalentes seja a menor possível aBLeq ;

trabalhar com a cota da entrada (Ze) menor possível, inclusive

procurando trabalhar com a bomba afogada, que além de originar

uma cota negativa, acaba evitando o uso da válvula de pé com

crivo, ou válvula de poço, que é responsável por grande parte da

perda antes da bomba.

3.8.3.Testando o aprendizado

Como se deve ter a consciência que a transformação do estudante em

engenheiro não ocorre em um passe de mágica é fundamental que se

acompanhe e consolide o aprendizado, já que é ele o responsável pela

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104

construção de novos caminhos, neste intuito pede-se para refletir sobre

as perguntas abaixo e posteriormente se realizar o teste proposto no

sítio:

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/segundo2007/teste_seu_aprendizado1_2_2007.htm

P1 – Comparando a pressão na seção de entrada da bomba com a

pressão de vapor, qual a condição para se ocorrer o fenômeno de

supercavitação?

P2 - Se ocorre cavitação na entrada de uma bomba hidráulica, pode-se

afirmar que está ocorrendo vaporização em uma temperatura

inferior a temperatura do escoamento?

P3 - Em um local onde a pressão barométrica é igual a 700 mm Hg

(peso específico do mercúrio igual a 13600kgf/m3) e a pressão de

entrada da bomba é -2720 kgf/m2. Qual a pressão absoluta da

entrada da bomba?

P4 - Na determinação da pressão na entrada de uma bomba em uma

instalação de bombeamento chegou-se a expressão representada

abaixo. Pode-se afirmar que a pressão obtida por ela está na escala

absoluta?

2aB

Ag2

2Q

HD

aBLeqL

aBf2aB

Ag2

2Qezep

aB

P5 - A expressão acima, para a determinação da pressão na entrada da

bomba em uma instalação de bombeamento, foi obtida pela

equação manométrica?

P6 - Considerando a expressão para determinação da pressão de

entrada, ao aumentar o diâmetro da tubulação antes da bomba à

pressão de entrada diminui?

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105

P7 - Ao se trabalhar com a bomba afogada (Ze < 0 com PHR adotado no

nível de captação), pode-se afirmar que a pressão de entrada

aumenta?

P8 - Se o seu objetivo fosse aumentar a pressão de entrada da bomba, o

que você adotaria?

P9 - O fenômeno de supercavitação propicia o que para a bomba?

P10 - O que é o fenômeno denominado de supercavitação?

P11 - Se a pressão na entrada da bomba na escala absoluta for maior

que a pressão de vapor, pode-se certamente garantir que está

ocorrendo o fenômeno de cavitação?

Novas reflexões motivadas por novas perguntas, depois de respondê-las

realize o teste proposto no sítio:

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/segundo2007/teste_seu_aprendizado2_2007.htm

P12 – Com o fenômeno da cavitação em uma bomba hidráulica pode-se

afirmar que haverá um aumento do seu rendimento?

P13 – Pode-se afirmar que o rendimento de uma máquina é estabelecido

pela relação entre a potência dissipada e a potência total posta em

jogo?

P14 - Ocorrendo o fenômeno de cavitação em uma bomba hidráulica

ocorre erosão e vibração?

P15 - Pode-se afirmar que o fenômeno de cavitação em uma bomba

hidráulica é caracterizado por um processo devido à pressão ser

menor ou igual à pressão de vapor do fluido que está sendo

transportado?

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106

3.8.4.Cavitação

Em instalações hidráulicas é o fenômeno de vaporização parcial ou total

do fluido na própria temperatura de escoamento devido a se ter uma

pressão na escala absoluta menor ou igual à pressão de vapor do fluido.

Neste estudo, objetiva-se refletir sobre o fenômeno de cavitação em

bombas hidráulicas, ou seja, em seu interior.

Como se trata de um fenômeno indesejável procura-se estabelecer a

condição necessária e suficiente para que o mesmo não ocorra em

bombas hidráulicas e esta condição pode ser assim representada:

NPSHdisponível > NPSHrequerido.

O NPSH (net positive suction head) é também denominado de ALPS

(altura líquida positiva de sucção) e é definido como sendo

abs

abs

vaporpeH .

Existem dois tipos de NPSH: o requerido que é fornecido pelo fabricante

de bomba e o disponível que é o calculado pelo projetista da instalação

de bombeamento.

O requerido é fornecido nas curvas características da bomba (CCB), vide

figura 19.

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Figura 19

Já o disponível deve ser calculado pelo projetista pela expressão:

trabalho de ponto do vazão a éQ

bomba da eixo noPHR o com obtido éinicialz

:onde

2aB

Ag2

2Q

HDaB

LeqL

aBfvaporpinicialp

inicialzdisponívelNPSH

vaporppHinicialHdisponívelNPSH

aB

abs

aBabs

Como a tubulação e/ou a bomba envelhecem é fundamental que se

tenha reserva (NPSHdisponível - NPSHrequerido >0) contra o fenômeno de

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108

cavitação e é esta novamente a condição necessária e suficiente para

não se ter o fenômeno de cavitação em bombas hidráulicas.

Reflita sobre as novas perguntas e faça o teste proposto no sítio:

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/segundo2007/teste_seu_aprendizado2_2007.htm

P16 - Pode-se afirmar que o NPSHrequerido é fornecido pelo fabricante da

bomba em função da vazão de escoamento e adotando o PHR

(plano horizontal de referência) no eixo da bomba?

P17 - O projetista, ao calcular o NPSHdisponível , adotará o mesmo PHR do

fabricante?

P18 - A condição necessária e suficiente para que não ocorra o fenômeno

de cavitação em uma bomba hidráulica pode ser assim

representada: NPSHdisponível > NPSHrequerido?

P19 - Ao trabalhar-se com uma bomba afogada, pode-se afirmar que

haverá uma diminuição do NPSHdisponível?

P20 - Com o passar do tempo, pode-se afirmar que haverá um aumento

do NPSHdisponível?

P21 - Por que é fundamental se ter reserva (NPSHdisponível - NPSHrequerido)

para evitar o fenômeno de cavitação em uma bomba hidráulica?

P22 - Diminuindo-se o diâmetro interno da tubulação antes de uma

bomba haverá um aumento do NPSHdisponível?

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Para ampliar o estudo de cavitação recomenda-se a leitura do texto que

está publicado no sítio:

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/Cavitação.pdf

“A vontade de se preparar precisa ser maior que a vontade de vencer”

Bob Knight na página 125 do livro: Bernardinho - TRANSFORMANDO

SUOR EM OURO - Editora Sextante – 2006

3.8.5.Exercícios

Primeiro

Considerando a instalação de bombeamento do exercício 4 da

página 71, pede-se: obter o ponto de trabalho operando com

a bomba INI 32 – 125 com diâmetro do rotor igual a 128 mm (página 75) e verificar o fenômeno de cavitação.

Importante: a determinação do coeficiente de perda de carga

distribuída (f) deve ser feita pela fórmula de Haaland.

Considerando a bancada 8 do laboratório de mecânica dos fluidos do Centro Universitário da FEI, operando com a vazão

máxima, pede-se determinar o NPSHdisponível ,verificar o fenômeno de supercavitação.

Segundo

Considerando a instalação de bombeamento do exercício 4 da

página 71, pede-se obter, se possível, a vazão de queda livre através da construção da CCI e obtendo os coeficientes de

perda de carga distribuída pela planilha Excel publicada no sítio:

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/segundo2008/quadro_noticias.htm

Importante: Considere a variação da vazão de 0 a 6 m³/h

Considerando a bancada 2 do laboratório de mecânica dos

fluidos do Centro Universitário da FEI, operando com a vazão máxima, pede-se determinar o NPSHdisponível ,verificar o

fenômeno de supercavitação e o fenômeno de cavitação.

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Terceiro

Considerando a instalação de bombeamento do exercício 4 da página 71, pede-se: obter o ponto de trabalho operando com

a bomba INI 32 – 125 com diâmetro do rotor igual a 133 mm (página 75) e verificar o fenômeno de cavitação.

Importante: a determinação do coeficiente de perda de carga

distribuída (f) deve ser feita pela fórmula de Swamee e Jain

Considerando a bancada 7 do laboratório de mecânica dos fluidos do Centro Universitário da FEI, operando com a vazão

máxima, pede-se determinar o NPSHdisponível ,verificar o

fenômeno de supercavitação.

Quarto

Considerando a instalação de bombeamento do exercício 4 da

página 71, pede-se obter, se possível, a vazão de queda livre através da construção da CCI e obtendo os coeficientes de

perda de carga distribuída pela fórmula de Churchill. Importante: Considere a variação da vazão de 0 a 6 m³/h

Considerando a bancada 1 do laboratório de mecânica dos fluidos do Centro Universitário da FEI, operando com a vazão

máxima, pede-se determinar o NPSHdisponível ,verificar o fenômeno de supercavitação e o fenômeno de cavitação.

Quinto

Considerando a instalação de bombeamento do exercício 4 da página 71, pede-se: obter o ponto de trabalho operando com

a bomba INI 32 – 125 com diâmetro do rotor igual a 139 mm (página 75) e verificar o fenômeno de cavitação.

Considerando a bancada 6 do laboratório de mecânica dos fluidos do Centro Universitário da FEI, operando com a vazão

máxima, pede-se determinar o NPSHdisponível ,verificar o fenômeno de supercavitação.

"Nós somos aquilo que fazemos repetidas vezes, repetidamente. A

excelência, portanto não é um feito, mas um hábito". Aristóteles citado

na página 149 do livro: Bernardinho - TRANSFORMANDO SUOR EM

OURO - Editora Sextante – 2006

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Notas:

1. Os cálculos dos coeficientes de perda de carga distribuída pelas

fórmulas de Haaland, Swamee – Jain e Churchill, ou pela planilha

Excel, pode ser obtida no sítio:

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/metamefluquimica.htm

2. Para as bancadas 1, 3, 4 e 5 considere os seguintes dados para a

CCB da bomba INAPI

Q(m³/h) HB (m) B(%) NPSHr(m)

0 26

2.8 25.95 45

4 25.9 47 0.8

4.8 25.5 52 0.9

5.8 25 54 1

6.8 24 55 1.1

7.2 23 56 1.15

9 20.5 55 1.3

9.5 18.7 54 1.4

10.3 16.5 52 1.45

10.8 14 47 1.5

n = 3500 rpm

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3. Bancada 2 bomba RUDC RH-5 com as características:

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113

4. Bancada 6 bombas RUDC RF-6 com as seguintes características:

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3.8.6.Exemplos de aplicação

1º A instalação de bombeamento, representada pela figura 20, opera

com uma bomba análoga a da bancada 6 com uma vazão máxima de

4 L/s. Sabendo que o fluido bombeado é a água a 28ºC e que a

tubulação de sucção é de 2” de aço 40, pede-se:

a. verificar a supercavitação (cavitação na entrada da bomba);

b. verificar a cavitação através do NPSH.

c. se estiver cavitando proponha alguma solução e comprove que

a mesma resolveu o problema.

Dados: leitura barométrica igual a 702 mmHg; comprimento da

tubulação de 2” antes da bomba igual a 1,7m;

m38,0aBLeq;m05,15aBLeq"5,1"2 .

Figura 20

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115

“O questionamento constante é uma grande fonte de crescimento. E o

crescimento, por sua vez, é uma fonte de satisfação". Bernardinho na

página 105 do livro: Bernardinho - TRANSFORMANDO SUOR EM OURO -

Editora Sextante - 2006

Page 19: 3.8. Verificação do fenômeno de cavitaçãoescoladavida.eng.br/mecfluquimica/livro_do_semestre...103 um projeto básico de uma instalação de bombeamento na tentativa de se evitar

116

3.9. Cálculo do custo de operação

Para este cálculo a especificação do motor elétrico adequado para o

funcionamento do conjunto motobomba é fundamental.

As potências nominais comumente utilizadas em uma rede elétrica de

220 V, que é recomendada para motores de até 200 CV, são:

motores em CV - 1; 2 ; 3; 4 ; 1 ; 1 1/2 ; 2; 3; 5; 7.5; 10; 15; 20;

25; 30; 40; 50; 75; 100; 125; 150 e 200.

Considerando a rede elétrica de 380 V, que é recomendada para

motores até 1000 CV, tem-se:

motores em CV - 1; 2 . . . 200; 250; 300; 350; 425; 475; 530;

600; 675; 750; 850; 950; 1000.

Considerando que Nm = potência nominal do motor, resulta:

m

BNmN

e

;B

BHQBN

O rendimento do motor elétrico ( m ) é adotado inicialmente igual a

90%, posteriormente com a potência nominal real, extraída de tabelas

anteriores, especifica-se o rendimento real do motor.

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117

Tendo-se o motor elétrico, calcula-se o custo de operação, já que:

bamNkwh

R$ preçooperação de Custo

onde:

Nm - potência nominal do motor real;

a - horas de funcionamento por dia;

b - dias de funcionamento por mês.

3.9.1.Exemplo de aplicação

Uma dada instalação hidráulica apresenta a seguinte equação da curva

característica da instalação (CCI): HS = 10 + 16200Q² + 129600Q²,

onde as parcelas 16200Q² e 129600Q² representam respectivamente a

tubulação antes e depois da bomba, onde a carga HS é dada em m e a

vazão Q dada em m³/s.

Sabendo-se que a vazão desejada é 72 m³/h e que se utilizou um

coeficiente de segurança de 10%, pede-se:

a. especificar a bomba adequada a partir do diagrama de blocos

dado a seguir;

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118

b. após escolher a bomba e especificar o ponto de trabalho, sabendo

que a bomba está a 2 m acima do nível de captação e que o fluido

a ser bombeado é a água a 22ºC, verifique o fenômeno de

cavitação.

c. especifique o consumo mensal em kWh, sabendo que a instalação

opera diariamente em dois turnos de 8 horas.

Nota

O gabarito do exemplo anterior pode ser obtido no sítio:

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/segundo2007/sexta_aula_complemento.htm

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119

4. Correção da curva )Q(fBH em função da rotação real de

funcionamento

Em eletrotécnica aprende-se que o número de rotações dos motores

alternativos depende:

da frequência “f” do sistema que fornece a energia elétrica;

do número de pólos “p” do motor.

Define-se a rotação síncrona de um motor em rpm, como o

número de rotações com que ele é susceptível a girar. Como são

dados valores de número de pólos e da frequência, pode-se

calcular a sua rotação síncrona: p

f120n

Os motores assíncronos ou de indução são aqueles que

apresentam certo “deslizamento” em relação à rotação síncrona. A

rotação real, não tendo um tacômetro, pode ser estimada como

sendo igual a 97% da rotação síncrona, portanto: n97,0an

Importante notar que é possível se determinar à rotação real

através de tacômetro e aí se corrigir tanto a vazão como a carga

manométrica.

As correções são obtidas através dos adimensionais:

vazão de ecoeficient3rotor

Dn

Q

omanométric ecoeficient2rotor

D2n

BHg

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120

4.1. Atividades relacionadas à experiência para obtenção da CCB

1ª parte - o grupo deve obter a CCB experimental e a corrigir em função

da rotação lida pelo tacômetro.

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121

2ª parte - Considerando a bancada utilizada para obtenção da CCB e a

própria CCB obtida, o grupo deve calcular, para a vazão

máxima de escoamento, a perda de carga através da fórmula

universal, onde o coeficiente de perda de carga distribuída

deve ser calculado, tanto pela planilha do Excel, como pela

formula de Haaland e onde os comprimentos equivalentes

devem ser obtidos através das tabelas da Mipel, Tupy e se

necessário outras.

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5. Estudando para a primeira prova oficial (P1)

1. Cada aluno deve criar três perguntas relacionadas aos estudos

realizados e respondê-las. (15 minutos)

2. Cada grupo se reúne para conhecer as perguntas criadas e respostas

obtidas por cada participante do mesmo e se houver necessidade

deve fazer as devidas correções.

3. A folha anterior com as perguntas e respostas devem circular entre

os grupos (ver quadro abaixo), para que no prazo de dez minutos

sejam conhecidas pelos demais, os quais devem fazer comentários,

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tanto em relação às perguntas, como as respostas. Este

procedimento deve ser repetido até cada grupo receber a sua folha

original.

1º momento

Grupo Recebe do Passa

G1 G6 G1 para G2

G2 G1 G2 para G3

G3 G2 G3 para G4

G4 G3 G4 para G5

G5 G4 G5 para G6

G6 G5 G6 para G1

2º momento

Grupo Recebe do Passa

G1 G6 G6 para G2

G2 G1 G1 para G3

G3 G2 G2 para G4

G4 G3 G3 para G5

G5 G4 G4 para G6

G6 G5 G5 para G1

3º momento

Grupo Recebe do Passa para

G1 G6 G5 para G2

G2 G1 G6 para G3

G3 G2 G1 para G4

G4 G3 G2 para G5

G5 G4 G3 para G6

G6 G5 G4 para G1

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4º momento

Grupo Recebe do Passa

G1 G6 G4 para G2

G2 G1 G5 para G3

G3 G2 G6 para G4

G4 G3 G1 para G5

G5 G4 G2 para G6

G6 G5 G3 para G1

5º momento

Grupo Recebe do Passa

G1 G6 G3 para G2

G2 G1 G4 para G3

G3 G2 G5 para G4

G4 G3 G6 para G5

G5 G4 G1 para G6

G6 G5 G2 para G1

6º momento

Grupo Recebe

Procurem também resolver exercícios propostos no sítio:

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/primeiro2007/recuperação_da_P1.pdf

http://www.escoladavida.eng.br/mecflubasica/apostila_unidade%207.htm

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/planejamentoaula7.htm

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/quarta_aula.htm

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/primeiraavaliacao.htm

http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/exerciciosp1.htm

G1 G1 do

G6

G2 G2 do

G1

G3 G3 do

G2

G4 G4 do

G3

G5 G5 do

G4

G6 G6 do

G5

"Estar continuamente se preparando, manter-se atualizado e observar o

que há de novo são o preço a pagar pela excelência. Ela se constrói

muito a partir do inconformismo, da eterna insatisfação, da seção eterna

de achar que o trabalho pode levá-lo mais adiante. Acredito piamente

que é preciso criar situações de desconforto para tirar o melhor das

pessoas." - página 199 do livro - Bernardinho - Transformando Suor em

Ouro - editado pela Sextante - 2006