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Luis Fernando Panegassi R.A. 0305057 DATA WAREHOUSE Jaguariúna 2006

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Luis Fernando Panegassi

R.A. 0305057

DATA WAREHOUSE

Jaguariúna

2006

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Luis Fernando Panegassi

R.A. 0305057

DATA WAREHOUSE

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Ciência da Computação da Faculdade de Jaguariúna, sob a orientação do Prof. Odair Jacinto da Silva, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação.

Jaguariúna

2006

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Panegassi, Luis Fernando. Data Warehouse. Monografia defendida e aprovada na FAJ em 11 de dezembro de 2006 pela banca examinadora constituída pelos professores:

______________________________________________________________________ Prof. Odair Jacinto da Silva FAJ – Orientador ______________________________________________________________________ Prof. Silvio Petroli Neto FAJ – Prof. Convidado ______________________________________________________________________ Livio FAJ - Convidado

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DEDICATÓRIA Às minhas filhas Audrey Carolina Panegassi e Adrielly Fernanda Panegassi Pelos momentos compartilhados juntos e pela alegria que me proporcionam. A vida se torna muito mais adorável quando temos “inspiração” para vivê-la.

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AGRADECIMENTOS Ao Prof. Odair Jacinto da Silva pela orientação dedicada em todas as fases da realização deste trabalho. A todos os professores do curso de Ciência da Computação da Faculdade de Jaguariúna que também contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional.

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EPÍGRAFE

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

(Fernando Pessoa)

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Lista de Siglas

DSS – Decision Support Systems

DASD – Direct Access Storage Device

EIS – Executive Information Systems

E/S – Entradas/Saídas

ER – Entidade/Relacionamentos

ETL – Extract, Transform and Load

IDC – International Data Corporation

I/O – Imput/Output

ID – Identification

KDD – Knowledge Discovery in Databases

L4Gs – Linguagens de quarta geração

MIS – Management information systems

MIT – Massachusetts Institute of Technology

MOLAP – Multidimensional On-Line Analytical Processing

MPP – Matching Pursuit Projection

OLAP – On-Line Analytical Processing

OLTP – On-line Transaction Processing

PCs – Personal Communications Services

ROLAP – Relational On-Line Analytical Processing

SGBD – Sistema de gerenciamento de banco de dados

SAD – Sistemas de Apoio à Decisão

SQL – Structured Query Language

SMP – Symmetric Multi-Processing

TI – Tecnologia da Informação

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Lista de Figuras

Figura 1 – Os tipos de consulta

Figura 2 – Comparação entre Banco de Dados Operacionais e Data Warehouse

Figura 3 – Níveis de granularidade

Figura 4 – Arquitetura genérica do Data Warehouse

Figura 6 – Arquitetura de três camadas.

Figura 5 – Arquitetura de duas camadas.

Figura 7 – Modelo Estrela

Figura 8 – A dimensão do produto normalizada.

Figura 9 – Relacional versus Bidimensional

Figura 10 – Remoção dos dados puramente operacionais.

Figura 11 – Adição de um elemento de tempo.

Figura 12 – Introdução de dados derivados

Figura 13 – Relacionamento entre tabelas no modelo E-R.

Figura 14 – Inclusão de artefatos no data warehouse.

Figura 15 – Alteração do nível de granularidade.

Figura 16 – União dos dados de diferentes tabelas

Figura 17 – Modelo corporativo

Figura 18 – Selecionando os dados a serem varridos.

Figura 19 – Introdução intencional de dados redundantes.

Figura 20 – A tabela de fatos e suas dimensões.

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INMON, William H.. Como construir o Data warehouse. 2ª ed. New York: Editora Campus, 1997.

RESUMO

O ambiente de dados para suporte aos processos de gerência e tomada de decisão é

fundamentalmente diferente do ambiente convencional de processamento de transações. No coração deste ambiente está a idéia do Data Warehouse, integrando e consolidando dados disponíveis em diferentes acervos para fins de exploração e análise, ampliando o conteúdo informacional destes acervos para atender às expectativas e necessidades de nível estratégico na empresa. Esta monografia tem por objetivo apresentar o estado da arte da tecnologia de Data Warehouse, introduzindo os principais conceitos na área e discutindo as diferenças deste ambiente para os ambientes e ferramentas usuais de gerenciamento e tratamento de informações, alem de mostrar duas formas de extração de seus dados: a OLAP e o Data

Mining, cada uma com suas características, podendo ser usadas separadamente ou em conjunto para um melhor resultado. Palavras-chave: tomada de decisão, integrando e consolidando dados, tratamento de informações.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................12 CAP. 1 - EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO......................................13

1.1 – Histórico ....................................................................................................................13 1.2 – O Ambiente projetado ...............................................................................................14

CAP. 2 – O QUE É DATA WAREHOUSE.............................................................................16 2.1 – Histórico ......................................................................................................................16

2.1.1 – Origem..................................................................................................................16 2.2 – Definições....................................................................................................................17 2.3 - Características de um Data Warehouse........................................................................17

2.3.1 - Orientado para áreas de interesse ..........................................................................19 2.4 – Integrado......................................................................................................................19 2.5 - Variante no tempo ........................................................................................................19 2.6 - Não volátil ....................................................................................................................20 2.7 – Granularidade ..............................................................................................................20

2.7.1 – Níveis duais de granularidade ..............................................................................21 2.8 – Metadados....................................................................................................................22

CAP. 3 – ARQUITETURA DO DATA WAREHOUSE.........................................................23 3.1 – Arquitetura genérica do Data Warehouse....................................................................23 3.2 – Outras arquiteturas.......................................................................................................25

3.2.1 – Arquitetura de duas camadas................................................................................25 3.2.2 – Arquitetura de três camadas .................................................................................26

CAP. 4 – MODELO DE DADOS DO DATA WAREHOUSE ...............................................28 4.1 - A Questão das Dimensões............................................................................................28 4.2 - Esquemas do tipo Estrela e Floco de Neve ..................................................................29

4.2.1 – Vantagens do modelo estrela................................................................................31 4.2.2 - Bancos de Dados Multidimensionais ....................................................................32

4.3 – Conversão do modelo E-R para o modelo do Data Warehouse ..................................32 4.3.1 - Remoção dos dados puramente operacionais........................................................33 4.3.2 - Adição de um elemento de tempo na estrutura da chave ......................................33 4.3.3 - Introdução de dados derivados..............................................................................34 4.3.4 - Transformação de Relacionamentos entre dados em artefatos dos dados ............34 4.3.5 - Acomodação dos diferentes níveis de granularidade ............................................36 4.3.6 - União dos dados comuns de diferentes tabelas .....................................................36 4.3.7 - Criação de arrays de dados....................................................................................37

4.4 Data Marts ......................................................................................................................38 CAP. 5 – DESENVOLVIMENTO DO DATA WAREHOUSE..............................................39

5.1 - Estratégia Evolucionária ..............................................................................................40 5.2 - Aspectos de Modelagem ..............................................................................................40 5.3 – Técnicas de gerenciamento da quantidade de dados operacionais pesquisados..........41 5.4 – Técnicas para incrementar a performance ...................................................................43 5.5 - Etapas do Desenvolvimento de um Data Warehouse ..................................................46 5.6 – Relacional versus multidimensional............................................................................47

5.6.1 - Um ou mais bancos ...............................................................................................48 CAP. 6 – CARREGANDO O DATA WAREHOUSE ............................................................50

6.1 – Extração .......................................................................................................................50 6.2 – Transformação e filtros................................................................................................51 6.3 - Derivação e Sumarização .............................................................................................52

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CAP. 7 – EXTRAINDO INFORMAÇÕES DO DATA WAREHOUSE ................................53 7.1 - Ferramentas OLAP.......................................................................................................53

7.1.1 - MOLAP x ROLAP................................................................................................55 7.2 - Ferramentas Data Mining.............................................................................................57

CONCLUSÃO..........................................................................................................................59 BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................61

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INTRODUÇÃO

Hoje em dia uma organização precisa utilizar toda informação disponível para criar e

manter vantagem competitiva. Sai na frente à organização que consegue tomar decisões

corretas e rápidas.

Com esta importante tarefa nas mãos, profissionais tomadores de decisão tais como

executivos, gerentes e analistas, exigem dos sistemas de suporte à decisão DSS (Decision

Support Systems) mais recursos para análise, front-ends que suportem consultas ad hoc,

interfaces gráficas apropriadas, etc.

A idéia de Data Warehouse é integrar os dados internos e externos de uma

organização em uma estrutura única permitindo uma melhor utilização dos dados pelos

analistas, gerentes e executivos.

Uma vez obtida a integração, sistemas como OLAP (On-Line Analytical Processing) e

Data Mining fornecem mecanismos sofisticados para análise dos dados.

Estudar e conhecer a tecnologia de Data Warehouse pode ajudar os empresários a

descobrir novas formas de competir em uma economia globalizada, trazendo melhores

produtos ou serviços para o mercado, mais rápido do que os concorrentes, sem aumentar o

custo do produto ou do serviço. Não existem ainda metodologias formais para implementação

de um Data Warehouse, ela deve ser adaptada às características e às expectativas de cada

empresa, mas o principal objetivo em todas elas é o de descobrir maneiras diferentes de atuar

no mercado e quais as mudanças internas que devem ocorrer para atender as novas realidades.

Este trabalho tem como objetivo fazer um estudo dos principais conceitos necessários

para o desenvolvimento de um ambiente de Data Warehouse. No capítulo I é apresentada a

evolução dos sistemas de apoio à decisão e o motivo do surgimento da necessidade do Data

Warehouse. No capítulo II iniciam-se os conceitos sobre o Data Warehouse, mostrando suas

características básicas. O capítulo III mostra as arquiteturas disponíveis para construção de

Data Warehouses, e no capítulo IV os modelos de dados. O capítulo V mostra alguns detalhes

do desenvolvimento propriamente dito do Data Warehouse. O capítulo VI mostra as técnicas

para extrair as informações dos sistemas existentes e transforma-las adequadamente para o

Data Warehouse. E finalmente no capítulo VII são apresentadas as técnicas para extração e

analise dos dados de um Data Warehouse que são: OLAP e Data Mining.

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CAP. 1 - EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO

1.1 – Histórico

A evolução dos sistemas de apoio à decisão pode ser dividida em cinco fases entre

1960 e 1980. No início da década de 1960 o mundo da computação consistia na criação de

aplicações individuais que eram executadas sobre arquivos mestres, caracterizadas por

programas e relatórios.

Aproximadamente em 1965 o crescimento dos arquivos mestres e das fitas magnéticas

explodiu, surgindo problemas como: a complexidade de manutenção dos programas; a

complexidade do desenvolvimento de novos programas; a quantidade de hardware para

manter todos os arquivos mestres e a necessidade de sincronizarem dados a serem atualizados.

Por volta de 1970, surgiu a tecnologia DASD (Direct Access Storage Device),

substituindo as fitas magnéticas pelo armazenamento em disco. Com o DASD surgiu um novo

tipo de software conhecido como SGBD (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados), que

tinha o objetivo de tornar o armazenamento e o acesso a dados no DASD mais fáceis para o

programador. E com o SGBD surgiu a idéia de um “banco de dados” que foi definido como:

uma única fonte de dados para todo o processamento.

Aproximadamente em 1975 surgiu o processamento de transações on-line. Com o

processamento de transações on-line de alta performance, o computador pôde ser usado para

tarefas que antes não eram viáveis como controlar sistemas de reservas, sistemas de caixas

bancários, sistemas de controle de produção e outros.

Até o início da década de 1980, novas tecnologias, como os PCs (Personal

Communications Services) e as L4Gs (Linguagens de Quarta Geração), começaram a

aparecer. O usuário final passou a controlar diretamente os sistemas e os dados, descobrindo

que era possível utilizar os dados para outros objetivos além de atender ao processamento de

transações on-line de alta performance. Foi nesse período também que se tornou viável a

construção dos MIS (Management Information Systems), hoje conhecidos como SAD

(Sistemas de Apoio à Decisão) eles consistiam em processamento utilizado para direcionar

decisões gerenciais [INM97].

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1.2 – O Ambiente projetado

A arquitetura de desenvolvimento espontâneo não era suficiente para atender as

necessidades do futuro das empresas, fazendo-se necessário uma mudança de arquitetura,

surgindo o ambiente projetado de Data Warehouse.

Neste ambiente há duas espécies de dados – dados primitivos e dados derivados. Há

quatro níveis no ambiente projetado – o operacional, a atômico ou Data Warehouse, o

departamental e o individual. O nível operacional de dados contém apenas dados primitivos e

atende à comunidade de processamento de transações de alta performance. O Data

Warehouse contém dados primitivos que não são atualizados e dados derivados. O nível

departamental de dados praticamente só contém dados derivados. E o nível individual de

dados é onde a maior parte das análises heurísticas é feito [INM97].

A Figura 1 mostra os tipos de consulta para os quais os diferentes níveis de dados

podem ser usados.

Figura 1 – Os tipos de consulta.

Nos tipos de consultas as informações ficam à disposição com as seguintes características:

• Dados primitivos: baseados em aplicações, detalhados, podem ser atualizados, exatos

em relação ao momento do acesso e são processados repetitivamente.

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• Dados derivados: baseados em assuntos ou negócios, resumidos, ou refinados, não são

atualizados, representam valores de momentos já decorridos ou instantâneos e são

processados de forma heurística.

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CAP. 2 – O QUE É DATA WAREHOUSE

2.1 – Histórico

O Data Warehouse é um banco de dados contendo dados extraídos do ambiente de

produção da empresa, que foram selecionados e depurados, tendo sido otimizados para

processamento de consulta e não para processamento de transações. Em geral, um Data

Warehouse requer a consolidação de outros recursos de dados além dos armazenados em

banco de dados relacionais, incluindo informações provenientes de planilhas eletrônicas,

documentos textuais, etc.

A função do Data Warehouse é tornar as informações corporativas acessíveis para o

seu entendimento, gerenciamento e uso. Como o Data Warehouse está separado dos Bancos

de Dados operacionais, as consultas dos usuários não impactam nestes sistemas, que ficam

resguardados de alterações indevidas ou perdas de dados. O Data Warehouse não como um

software, que pode ser comprado e instalado em todos os computadores da empresa em

algumas horas. Na realidade, sua implantação exige a integração de vários produtos e

processos.

Nos últimos anos o Data Warehouse vem oferecendo às organizações uma maneira

flexível e eficiente de obter as informações que os gestores necessitam, nos processos

decisórios e de caracteriza como uma função de apoio à decisão.

2.1.1 – Origem

Segundo Haisten (1999), a origem do Data Warehouse vem dos estudos do MIT

(Massachusetts Institute of Technology) nos anos 70 que focavam o desenvolvimento de uma

arquitetura técnica mais eficiente para sistemas de informações. Pela primeira vez foi feita

uma distinção entre sistemas operacionais e aplicações analíticas e surgiu o princípio de

separar esse dois tipos de processamentos em projetos e armazéns de dados diferentes.

Para Ballard & Herreman (1998) e Teresko (1999), o conceito de Data Warehouse

surgiu no inicio dos anos 80 quando os sistemas gerenciais de banco de dados (SGBD)

emergiram como produtos comerciais com facilidades para a computação de apoio a decisão

(SAD). Teresko (1999) comenta que Bill Inmon, observou que estes repositórios de

informações poderiam ser organizados em um bem corporativo que ele chamou de Data

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Warehouse e por causa disso Inmon é considerado o “pai do Data Warehouse”. No inicio, o

Data Warehouse consistia de instantâneos, ou subconjuntos dos dados operacionais que eram

carregados em banco de dados de apoio a decisão em períodos regulares que costumavam ser

semanais ou mensais (Ballard & Herreman, 1998).

2.2 – Definições

A definição clássica de Data Warehouse criada por Inmon (1997) é a seguinte:

“Data Warehouse é uma coleção de dados orientada por assuntos, integrada, variante no

tempo, e não volátil que tem por objetivo dar suporte aos processos de tomada de decisão.”

Knowles (1996) utiliza um lógica interessante para dizer como o Data Warehouse é

importante para a empresa: “Poder faz dinheiro. Conhecimento é poder. Data Warehouse

aumenta o conhecimento. Portanto, Data Warehouse faz dinheiro.”.

Gurovitz (1999) cita um estudo do IDC (International Data Corporation) que coloca o

Data Warehouse como a melhor chance para a TI (Tecnologia da Informação) mostrar ao que

veio gerando ganhos de tempo e dinheiro com informações acessíveis aos executivos quando

e como eles quiserem.

Segundo Ralph Kimball (1998), uma autoridade nesse assunto, Data Warehouse “é o

lugar onde as pessoas podem acessar seus dados.” Já Wang (1998) tem uma definição um

pouco mais elaborada quando diz que Data Warehouse “é o processo pelo qual os dados

relacionados de vários sistemas operacionais são fundidos para proporcionar uma única e

integrada visão de informação de negócios que abrange todas as divisões de empresa.”.

2.3 - Características de um Data Warehouse

Herdlein (1996) coloca que construir um Data Warehouse provavelmente envolverá

mais recurso humanos e de capital que qualquer outro projeto de TI que a organização já

possui.

Nessas proporções, as chances de falhas não são pequenas. Muitos projetos de Data

Warehouse param por causa de infra-estrutura técnica ineficiente, falta de suporte executivo,

inexperiência das equipes de projeto e longo prazo para apresentação de resultados.

Conforme Singh (1997), o Data Warehouse, não é simplesmente um produto ou

processo, mas uma estratégia que reconhece a necessidade de consolidar os dados

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armazenados em sistemas de informações dedicados a ajudar os profissionais de negócio a

tomarem decisões mais rápidas e efetivas.

Para entender melhor o que é um Data Warehouse vamos fazer uma comparação entre

ele e os bancos de dados operacionais [DAL99].

Figura 2 – Comparação entre Banco de Dados Operacionais e Data Warehouse.

O Data Warehouse é um banco de dados contendo dados extraídos do ambiente de

produção da empresa, que foram selecionados e depurados, tendo sido otimizados para

processamento de consulta e não para processamento de transações. Em geral, um Data

Warehouse requer a consolidação de outros recursos de dados além dos armazenados em

banco de dados relacionais, incluindo informações provenientes de planilhas eletrônicas,

documentos textuais, etc.

É importante considerar, no entanto, que um Data Warehouse não contém apenas

dados resumidos, podendo conter também dados primitivos. É desejável prover ao usuário a

capacidade de aprofundar se num determinado tópico, investigando níveis de agregação

menores ou mesmo o data primitivo, permitindo também a geração de novas agregações ou

correlações com outras variáveis. Além do mais, é extremamente difícil prever todos os

possíveis dados resumidos que serão necessários:

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limitar o conteúdo de um Data Warehouse apenas a dados resumidos significa limitar os

usuários apenas às consultas e análises que eles puderem antecipar frente a seus requisitos

atuais, não deixando qualquer flexibilidade para novas necessidades.

2.3.1 - Orientado para áreas de interesse

Refere-se ao fato do Data Warehouse armazenar informações sobre temas específicos

importantes para o negócio da empresa. Exemplos típicos de temas são: produtos, atividades,

contas, clientes, etc.

Em contrapartida, o ambiente operacional é organizado por aplicações funcionais. Por

exemplo, em uma organização bancária, estas aplicações incluem empréstimos, investimentos

e seguros.

A principal área de interesse termina sendo fisicamente implementada como uma série

de tabelas relacionadas inseridas no Data Warehouse. Por exemplo: vendas, compras,

produção, marketing, clientes e produtos.

2.4 – Integrado

Refere-se à consistência de nomes, das unidades das variáveis, etc., no sentido de que

os dados foram transformados até um estado uniforme. Por exemplo, considere-se sexo como

um elemento de dado. Uma aplicação pode codificar sexo como M/F, outra como 1/0 e uma

terceira como H/M.

Conforme os dados são trazidos para o Data Warehouse, eles são convertidos para um

estado uniforme, ou seja, sexo é codificado apenas de uma forma. Da mesma maneira, se um

elemento de dado é medido em centímetros em uma aplicação, em polegadas em outra, ele

será convertido para uma representação única ao ser colocado no Data Warehouse.

2.5 - Variante no tempo

Refere-se ao fato do dado em um Data Warehouse referir-se a algum momento

específico, significando que ele não é atualizável, enquanto que o dado de produção é

atualizado de acordo com mudanças de estado do objeto em questão, refletindo, em geral, o

estado do objeto no momento do acesso. Em um Data Warehouse, a cada ocorrência de uma

mudança, uma nova entrada é criada, para marcar esta mudança.

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O tratamento de séries temporais apresenta características específicas, que adicionam

complexidade ao ambiente do Data Warehouse. Processamentos mensais ou anuais são

simples, mas dias e meses oferecem dificuldades pelas variações encontradas no número de

dias em um mês ou em um ano, ou ainda no início das semanas dentro de um mês. Além

disso, deve-se considerar que não apenas os dados têm uma característica temporal, mas

também os metadados, que incluem definições dos itens de dados, rotinas de validação,

algoritmos de derivação, etc. Sem a manutenção do histórico dos metadados, as mudanças das

regras de negócio que afetam os dados no Data Warehouse são perdidas, invalidando dados

históricos.

2.6 - Não volátil

Significa que o Data Warehouse permite apenas a carga inicial dos dados e consultas a

estes dados. Após serem integrados e transformados, os dados são carregados em bloco para o

Data Warehouse, para que estejam disponíveis aos usuários para acesso. No ambiente

operacional, ao contrário, os dados são, em geral, atualizados registro a registro, em múltiplas

transações. Esta volatilidade requer um trabalho considerável para assegurar integridade e

consistência através de atividades de rollback, recuperação de falhas, commits e bloqueios.

Um Data Warehouse não requer este grau de controle típico dos sistemas orientados a

transações.

2.7 – Granularidade

Granularidade diz respeito ao nível de detalhe ou de resumo contido nas unidades de

dados existentes no Data Warehouse. Quanto maior o nível de detalhes, menor o nível de

granularidade. O nível de granularidade afeta diretamente o volume de dados armazenado no

Data Warehouse e ao mesmo tempo o tipo de consulta que pode ser respondida.

Quando se tem um nível de granularidade muito alto o espaço em disco e o número de

índices necessários se tornam bem menores, porém há uma correspondente diminuição da

possibilidade de utilização dos dados para atender a consultas detalhadas [DAL99].

Há, portanto, um bom motivo para a compactação de dados em um Data Warehouse.

Quando os dados são compactados ocorre uma economia incomum sobre o total de DASD

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utilizado, o número de índices necessários e os recursos de processador necessários para o

tratamento dos dados.

No entanto, há um outro aspecto da compactação de dados que ocorre à medida que o

nível de granularidade é elevado. À medida que o nível de granularidade se eleva, há uma

correspondente diminuição da possibilidade de utilização dos dados para atender a consultas.

Já com um nível mais baixo de granularidade é possível responder a qualquer consulta

[INM97].

Devemos lembrar, porém que em um ambiente de Data Warehouse, dificilmente um

evento isolado é examinado. É mais comum ocorrer a utilização de uma visão de conjunto dos

dados.

2.7.1 – Níveis duais de granularidade

O chamado nível duplo de granularidade, ilustrado na Figura 3, se enquadra nos

requisitos da maioria das empresas. Na camada de dados levemente resumidos ficam os dados

que fluem do armazenamento operacional e são resumidos na forma de campos apropriados

para a utilização de analistas e gerentes. Na segunda camada, ou nível de dados históricos,

ficam todos os detalhes vindos do ambiente operacional, como há uma verdadeira montanha

de dados neste nível, fazem sentido armazenar os dados em um meio alternativo como fitas

magnéticas.

Com a criação de dois níveis de granularidade no nível detalhado do Data Warehouse,

é possível atender a todos os tipos de consultas, pois a maior parte do processamento analítico

dirige-se aos dados levemente resumidos que são compactos e de fácil acesso e para ocasiões

em que um maior nível de detalhe deve ser investigado existe o nível de dados históricos. O

acesso aos dados do nível histórico de granularidade é caro, incômodo e complexo, mas caso

haja necessidade de alcançar esse nível de detalhe, lá estará ele.

Alto nível de detalhe Baixo nível de detalhe

Baixa granularidade Alta granularidade

Diário Mensal

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Figura 3 – Níveis de granularidade.

2.8 – Metadados

Os metadados são de grande importância para o processo de controle das operações

em um Data Warehouse. Os metadados são dados acerca dos dados constantes no Data

Warehouse. Durante todas as fases do projeto de um Data Warehouse, e também após o início

de sua operacionalização, metadados devem ser armazenados. Existem no mercado

ferramentas próprias para armazenar e gerenciar metadados, dos quais o Sybase Warehouse

Control Center e o Prism Warehouse Directory são exemplos.

Segundo Inmon (1997), os metadados são informações sobre “o que está aonde” no

Data Warehouse. Os aspectos sobre os quais os metadados mantém informações são:

• “A estrutura dos dados, segundo a visão do programador;

• A estrutura dos dados segundo a visão dos analistas de sistemas de apoio à decisão;

• A fonte de dados que alimenta o Data Warehouse;

• A transformação sofrida pelos dados no momento de sua migração para o Data

Warehouse;

• O modelo de dados;

• O relacionamento entre o modelo de dados e o Data Warehouse;

• O histórico das extrações de dados.”

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CAP. 3 – ARQUITETURA DO DATA WAREHOUSE

Para ser útil o Data Warehouse deve ser capaz de responder a consultas avançadas de

maneira rápida, sem deixar de mostrar detalhes relevantes à resposta. Para isso ele deve

possuir uma arquitetura que lhe permita coletar, manipular e apresentar os dados de forma

eficiente e rápida. Mas construir um Data Warehouse eficiente, que servirá de suporte a

decisões para a empresa, exige mais do que simplesmente descarregar ou copiar os dados dos

sistemas atuais para um banco de dados maior. Deve-se considerar que os dados provenientes

de vários sistemas podem conter redundâncias e diferenças, então antes de passá-los para o

Data Warehouse é necessário aplicar filtros sobre eles.

O estudo de uma arquitetura permite compreender como o Data Warehouse faz para

armazenar, integrar, comunicar, processar e apresentar os dados que os usuários utilizarão em

suas decisões. Um Data Warehouse pode variar sua arquitetura conforme o tipo de assunto

abordado, pois as necessidades também variam de empresa para empresa. É possível definir

uma arquitetura genérica onde praticamente todas as camadas necessárias são apresentadas,

conforme a arquitetura genérica vista a seguir, ou arquiteturas que utilizam somente algumas

das camadas definidas, como as arquiteturas em duas e três camadas.

3.1 – Arquitetura genérica do Data Warehouse

A seguir é descrita uma arquitetura genérica proposta por [DAL99] e ilustrada na

Figura 4. Esta descrição genérica procura apenas sistematizar papéis no ambiente de Data

Warehouse, permitindo que as diferentes abordagens encontradas no mercado atualmente

possam ser adaptadas a ela devesse considerar que esta arquitetura tem o objetivo de

representar a funcionalidade de um Data Warehouse sendo que várias camadas propostas

podem ser atendidas por um único componente de software.

Esta arquitetura é composta pela camada dos dados operacionais e outras fontes de

dados que são acessados pela camada de acesso aos dados. As camadas de gerenciamento de

processos, transporte e Data Warehouse formam o centro da arquitetura e são elas as

responsáveis por manter e distribuir os dados. A camada de acesso à informação é formada

por ferramentas que possibilitam os usuários extrair informações do Data Warehouse. Todas

as camadas desta arquitetura interagem com o dicionário de dados (metadados) e com o

gerenciador de processos:

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• Camadas de bancos de dados operacionais e fontes externas: É composto pelos dados

dos sistemas operacionais das empresas e informações provenientes de fontes externas

que serão integradas para compor o Data Warehouse;

• Camada de acesso à informação: Envolve o hardware e o software utilizado para

obtenção de relatórios, planilhas, gráficos e consultas. É nesta camada que os usuários

finais interagem com o Data Warehouse, utilizando ferramentas de manipulação,

análise e apresentação dos dados, incluindo-se as ferramentas de Data Mining e

visualização;

• Camada de acesso aos dados: Esta camada faz a ligação entre as ferramentas de acesso

à informação e os bancos de dados operacionais. Esta camada se comunica com

diferentes sistemas de bancos de dados, sistemas de arquivos e fontes sob diferentes

protocolos de comunicação, o que se chama acesso universal de dados;

• Camada de metadados (Dicionário de dados): Metadados são as informações que

descrevem os dados utilizados pela empresa, isto envolve informações como

descrições de registros, comandos de criação de tabelas, diagramas

Entidade/Relacionamentos (ER), dados de um dicionário de dados, etc. É necessário

que exista uma grande variedade de metadados no ambiente de Data Warehouse para

que ele mantenha sua funcionalidade e os usuários não precisem se preocupar onde

residem os dados ou a forma com que estão armazenados;

• Camada de gerenciamento de processos: É a camada responsável pelo gerenciamento

dos processos que contribuem para manter o Data Warehouse atualizado e consistente.

Está envolvida com o controle das várias tarefas que devem ser realizadas para

construir e manter as informações do dicionário de dados e do Data Warehouse;

• Camada de transporte: Esta camada gerencia o transporte de informações pelo

ambiente de rede. Inclui a coleta de mensagens e transações e se encarrega da entrega

em locais e tempos determinados. Também é usada para isolar aplicações operacionais

ou informacionais, do formato real dos dados nas duas extremidades;

• Camada do Data Warehouse: É o Data Warehouse propriamente dito, corresponde aos

dados utilizados para obter informações. Às vezes o Data Warehouse pode ser

simplesmente uma visão lógica ou virtual dos dados, podendo não envolver o

armazenamento dos mesmos ou armazenar dados operacionais e externos para facilitar

seu acesso e manuseio.

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Figura 4 – Arquitetura genérica do Data Warehouse.

3.2 – Outras arquiteturas

3.2.1 – Arquitetura de duas camadas

Uma opção de arquitetura para o Data Warehouse é utilizar um computador de alta

capacidade como servidor. Isto é uma incorporação das aplicações utilizadas pelos usuários

(front end) com os componentes do servidor (back end). Aplicações front end construídas

com ferramentas cliente/servidor fornecem uma interface gráfica amigável, suportam funções

específicas da empresa, possibilitam o acesso transparente aos dados dos sistemas já

existentes e escondem a complexidade e a falta de consistência dos bancos de dados atuais

além de facilitar a utilização e a visualização dos resultados. Os sistemas operacionais de uma

empresa podem estar em uso por 15 ou 20 anos e podem ter altas taxas de redundância. A

redundância e a falta de consistência dos dados podem dificultar a administração da empresa e

o acesso aos dados e impede o desenvolvimento de novas aplicações front end. Uma das

maneiras de tratar com esta situação é partir de um só sistema e construir uma espécie de

"sistema guarda-chuva" que tenha facilidade de acesso aos dados do servidor principal.

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Figura 5 - Arquitetura de duas camadas.

A arquitetura ilustrada na Figura 4 pode ser usada para construir um Data Warehouse

em duas camadas que consiste de componentes dos clientes (front end) e componentes do

servidor (back end). Esta arquitetura é atrativa porque ela utiliza os sistemas existentes bem

como os servidores de bancos de dados existentes e requer um investimento mínimo em

hardware e software. Entretanto, a arquitetura em duas camadas não é escalonável e não

suporta um grande número de usuários simultaneamente. Isto estimula o desenvolvimento de

estações clientes muito pesadas, pois muito processamento é alocado para processar nestas

estações [DAL99].

3.2.2 – Arquitetura de três camadas

Uma alternativa é utilizar a arquitetura de informação em múltiplas camadas, como

mostrado na Figura 5. Esta arquitetura flexível suporta um grande número de serviços

integrados, na qual a interface do usuário, as funções de processamento do negócio e as

funções de gerenciamento do banco de dados são separadas em processos que podem ser

distribuídos através da arquitetura de informação.

A arquitetura em três camadas é amplamente utilizada para Data Warehouse. Na

terceira camada ficam as fontes de dados. Dados e regras de negócio podem ser

compartilhados pela organização, assim como os bancos de dados para o Data Warehouse,

ficam armazenados em servidores de alta velocidade na segunda camada. Na primeira camada

ficam as aplicações de interface com os usuários que devem ser gráficas e baseadas em rede.

No ambiente do Data Warehouse, os servidores de banco de dados e os servidores de

aplicações da segunda camada fornecem um acesso eficiente e veloz aos dados

compartilhados. Os dados de um Data Warehouse são tipicamente estáticos, por exemplo, não

variam com o tempo e devem ser integrados, de natureza histórica e sumarizados ou

agregados para que sejam significantes para os analistas de negócios. Como mostrado na

Figura 5, dados operacionais e bancos de dados para o Data Warehouse são freqüentemente

armazenados em servidores fisicamente separados. Bancos de dados operacionais são

otimizados para ter alto desempenho no processamento de transações on-line, em inglês

conhecido como On-line Transaction Processing (OLTP). Bancos de dados para Data

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Warehouse são otimizados para ter alto desempenho em consultas e análises, em inglês

conhecido como On-line Analytical Processing (OLAP).

Figura 6 – Arquitetura de três camadas.

É importante reconhecer que não existe uma arquitetura "correta" para Data

Warehouse. Para algumas organizações pode ser atrativo utilizar a arquitetura em duas

camadas, por que ela minimiza o custo e a complexidade de construção do Data Warehouse.

Para outras que requerem grande performance e escalabilidade, a arquitetura em três camadas

pode ser mais apropriada. No planejamento do Data Warehouse, as organizações devem

examinar as alternativas disponíveis de arquiteturas e selecionar aquela que satisfaça os seu

requisitos estratégicos e organizacionais [DAL99].

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CAP. 4 – MODELO DE DADOS DO DATA WAREHOUSE

O modelo de dados tem um papel fundamental para o desenvolvimento interativo do

Data Warehouse. Quando os esforços de desenvolvimentos são baseados em um único

modelo de dados sempre que for necessário unir estes esforços os níveis de sobreposição de

trabalho e desenvolvimento desconexo serão muito baixos, pois todos os componentes do

sistema estarão utilizando a mesma estrutura de dados.

Existe um grande número de enfoques sobre modelagem de dados já desenvolvidos

por vários autores, a maioria deles pode ser usada para construir um Data Warehouse. Dentre

estes modelos apenas o multidimensional será apresentado neste trabalho.

4.1 - A Questão das Dimensões

Obter respostas a questões típicas de análise dos negócios de uma empresa geralmente

requer a visualização dos dados segundo diferentes perspectivas. Como exemplo, imagine-se

uma agência de automóveis que esteja querendo melhorar o desempenho de seu negócio, Para

isso, necessita examinar os dados sobre as vendas disponíveis na empresa. Uma avaliação

deste tipo requer uma visão histórica do volume de vendas sob múltiplas perspectivas, como

por exemplo: volume de vendas por modelo, volume de vendas por cor, volume de vendas por

fabricante, volume de vendas por período de tempo. Uma análise do volume de vendas

utilizando uma ou mais destas perspectivas, permitiria responder questões do tipo: Qual a

tendência em termos de volume de vendas para o mês de dezembro para modelos Volvo

Sedan preto?

A capacidade de responder a este tipo de questão em tempo hábil é o que permite aos gerentes

e altos executivos das empresas formular estratégias efetivas, identificar tendências e

melhorar sua habilidade de tomar decisões de negócio. O ambiente tradicional de bancos de

dados relacional certamente pode atender a este tipo de consulta. No entanto, usuários finais

que necessitam de consultas deste tipo via acesso interativo aos bancos de dados, mostram-se

seguidamente frustrados por tempos de resposta ruins e pela falta de flexibilidade oferecida

por ferramentas de consulta baseadas no SQL (Structured Query Language). Daí a

necessidade de utilizar abordagens específicas para atender a estas consultas.

Para compreender melhor os conceitos envolvidos, examinemos em maior detalhe o

exemplo acima.

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Chamaremos de dimensões as diferentes perspectivas envolvidas, no caso, modelo,

loja, fabricante, mês. Estas “dimensões” usualmente correspondem a campos não numéricos

em um banco de dados.

Consideremos também um conjunto de “medidas”, tal como vendas ou despesas com

promoção.

Estas medidas correspondem geralmente a campos numéricos em um banco de dados.

A seguir, avaliam-se agregações destas medidas segundo às diversas dimensões e as

armazenamos para acesso futuro. Por exemplo, calcula-se a média de todas as vendas por

todos os meses por loja. A forma como estas agregações são armazenadas pode ser vista em

termos de dimensões e coordenadas, dando origem ao termo multidimensional.

Intuitivamente, cada eixo no espaço multidimensional é um campo/coluna de uma

tabela relacional e cada ponto um valor correspondente à interseção das colunas. Assim, o

valor para o campo vendas, correspondente a mês igual a maio e loja igual a Iguatemi é um

ponto com coordenada [maio, Iguatemi]. Neste caso, mês e loja são duas dimensões e vendas

é uma medida.

Teoricamente, quaisquer dados podem ser considerados multidimensionais.

Entretanto, o termo normalmente se refere a dados representando objetos ou eventos que

podem ser descritos, e, portanto, classificados por dois ou mais de seus atributos.

Estruturas relacionais podem ser usadas para a representação e o armazenamento de

dados multidimensionais. Neste caso, as abordagens encontradas incluem desde a adoção de

formas específicas de modelagem (os chamados esquemas estrela e floco de neve) até

mecanismos sofisticados de indexação.

4.2 - Esquemas do tipo Estrela e Floco de Neve

Em um esquema do tipo estrela ou "star" as instâncias são armazenadas em uma tabela

contendo o identificador de instância, valores das dimensões descritivas para cada instância, e

valores dos fatos, ou medidas, para aquela instância (tabela de fatos). Além disso, pelo menos

uma tabela é usada, para cada dimensão, para armazenar dados sobre a dimensão (tabela de

dimensão). No caso mais simples, a tabela de dimensão tem uma linha para cada valor válido

da dimensão. Esses valores correspondem a valores encontrados na coluna referente àquela

dimensão na tabela de fatos.

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Este esquema é chamado de estrela, por apresentar a tabela de fatos "dominante" no

centro do esquema e as tabelas de dimensões nas extremidades. A tabela de fatos é ligada às

demais tabelas por múltiplas junções, enquanto as tabelas de dimensões se ligam apenas à

tabela central por uma única junção. A Figura 7 mostra um exemplo de um modelo tipo

estrela.

Figura 7 – Modelo Estrela.

A tabela de fatos é onde as medidas numéricas do fato representado estão

armazenadas. Cada uma destas medidas é tomada segundo a interseção de todas as

dimensões. No caso do exemplo, uma consulta típica selecionaria fatos da figura

FATOSVENDAS a partir de valores fornecidos relativos a cada dimensão.

Outro tipo de estrutura bastante comum é o esquema do tipo floco de neve ou

"snowflake", que consiste em uma extensão do esquema estrela onde cada uma das "pontas"

da estrela passa a ser o centro de outras estrelas. Isto porque cada tabela de dimensão seria

normalizada, "quebrando-se" a tabela original ao longo de hierarquias existentes em seus

atributos. No caso do exemplo, a dimensão produto possui uma hierarquia definida onde

categoria se divide em marca e marca se divide em produtos (Figura 8). Da mesma forma, a

dimensão tempo inclui ano que contem mês e mês que contem dia do mês. Cada um destes

relacionamentos geraria uma nova tabela em um esquema floco de neve.

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Figura 8 – A dimensão do produto normalizada.

4.2.1 – Vantagens do modelo estrela

• O modelo Estrela tem uma arquitetura padrão e previsível. As ferramentas de

consulta e interfaces do usuário podem se valer disso para fazer suas interfaces

mais amigáveis e fazer um processamento mais eficiente;

• Todas as dimensões do modelo são equivalentes, ou seja, podem ser vistas

como pontos de entrada simétricos para a tabela de fatos. As interfaces do

usuário são simétricas, as estratégias de consulta são simétricas, e o SQL

gerado, baseado no modelo, é simétrico;

• O modelo dimensional é totalmente flexível para suportar a inclusão de novos

elementos de dados, bem como mudanças que ocorram no projeto. Essa

flexibilidade se expressa de várias formas, dentre as quais temos:

• Todas as tabelas de fato e dimensões podem ser alteradas simplesmente

acrescentando novas colunas a tabelas;

• Nenhuma ferramenta de consulta ou relatório precisa ser alterada de forma a

acomodar as mudanças;

• Todas as aplicações que existiam antes das mudanças continuam rodando sem

problemas;

• Existe um conjunto de abordagens padrões para tratamento de situações

comuns no mundo dos negócios. Cada uma destas tem um conjunto bem

definido de alternativas que podem então ser especificamente programadas em

geradores de relatórios, ferramentas de consulta e outras interfaces do usuário.

Dentre estas situações temos:

• Mudanças lentas das dimensões: ocorre quando uma determinada dimensão

evolui de forma lenta e assíncrona;

• Produtos heterogêneos: quando um negócio, tal como um banco, precisa

controlar diferentes linhas de negócio juntas, dentro de um conjunto comum de

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atributos e fatos, mas ao mesmo tempo esta precisa descrever e medir as linhas

individuais de negócio usando medidas incompatíveis;

• Outra vantagem é o fato de um número cada vez maior de utilitários

administrativos e processo de software serem capazes de gerenciar e usar

agregados, que são de suma importância para a boa performance de respostas

em um Data Warehouse [DAL99].

4.2.2 - Bancos de Dados Multidimensionais

Embora seja viável utilizar estruturas relacionais na representação de dados

multidimensionais, a solução não é ideal. Na Figura 9, é fácil verificar como uma matriz

bidimensional representa mais claramente os dados armazenados na forma relacional

tradicional. Na matriz, os valores de vendas estão localizados nas interseções dos eixos X e Y

da matriz 3x3. Cada eixo corresponde a uma dimensão, e cada elemento dentro de uma

dimensão corresponde a uma posição. Um array agrupa informações semelhantes em colunas

e linhas.

Figura 9 – Relacional versus Bidimensional.

Além disso, na representação multidimensional, totais consolidados são facilmente

obtidos e armazenados, bastando simplesmente adicionar totais de colunas e fileiras.

4.3 – Conversão do modelo E-R para o modelo do Data Warehouse

Para tal, W. H. Inmon fornece então alguns passos que podem ser seguidos, não se

esquecendo de que o fundamental é que as decisões de transformação devem ser tomadas

levando-se em consideração os requisitos específicos da empresa. Os passos básicos são:

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4.3.1 - Remoção dos dados puramente operacionais

A primeira ação consiste em remover os dados que são usados apenas no ambiente

operacional, como vemos no exemplo da Figura 10. Neste, atributos tais como mensagem,

descrição e status são retirados, pois é muito pouco provável que estes sejam utilizados no

processo de tomada de decisão.

Neste momento, pode ser que se pense em manter todos os atributos, pois talvez algum

destes seja necessário para alguma decisão específica. Entretanto, deve-se levar em conta o

custo para gerenciar grandes volumes de dados [DAL99].

Figura 10 – Remoção dos dados puramente operacionais.

4.3.2 - Adição de um elemento de tempo na estrutura da chave

A segunda modificação a ser feita no modelo corporativo é adicionar um elemento de

tempo a chave das tabelas, se estas já não o tiverem.

No exemplo da Figura 11, o campo Data Snapshot foi adicionado como parte da

chave. Enquanto no modelo corporativo a chave é apenas a identificação do consumidor, no

modelo do Data Warehouse a data do instantâneo deve fazer parte da chave, já que com o

passar do tempo os dados do consumidor podem se alterar. Esta técnica é apenas uma forma

de tirar instantâneos dos dados.

Outra forma de fazê-lo é adicionar dois campos do tipo data, um marcando o início e

outro o fim de um determinado intervalo de tempo. Esta técnica é melhor por representar

faixas contínuas de tempo ao invés de pontos ou datas específicas [DAL99].

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Figura 11 – Adição de um elemento de tempo.

4.3.3 - Introdução de dados derivados

O próximo passo é adicionar dados derivados ao modelo, como mostrado na Figura

12, já que por regra geral estes não existem no modelo corporativo. Devem ser adicionados os

dados derivados que serão usados habitualmente de forma que estes sejam calculados apenas

uma vez. Dessa forma, haverá uma redução no processamento que deve ser feito para acessar

os dados derivados ou sumarizados.

Outra razão para o armazenamento de dados derivados é que uma vez calculados e

armazenados, a integridade destes aumenta, uma vez que se torna impossível a utilização de

diferentes algoritmos para o cálculo destes derivados [DAL99].

Figura 12 – Introdução de dados derivados.

4.3.4 - Transformação de Relacionamentos entre dados em artefatos dos dados

Os relacionamentos encontrados nas modelagens de dados clássicas assumem que há

um e somente um valor de negócio no relacionamento. Levando-se em consideração que nos

sistemas operacionais o dado estar integro no momento da transação, esta abordagem é

correta. Entretanto, o Data Warehouse por sua característica de armazenar dados históricos,

tem muitos valores para um dado relacionamento entre duas tabelas. Dessa forma a melhor

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maneira de representar o relacionamento entre duas tabelas no Data Warehouse é através da

criação de artefatos.

Um artefato de um relacionamento é somente a parte do relacionamento que é óbvia e

tangível no momento do instantâneo. Em outras palavras, quando o instantâneo é feito os

dados associados com o relacionamento que são úteis e óbvios serão colocados no Data

Warehouse.

O artefato pode incluir chaves estrangeiras e outros dados relevantes, tais como

colunas de tabelas associadas, ou este pode incluir somente os dados relevantes, sem incluir as

chaves estrangeiras.

Como exemplo, consideremos as tabelas e o relacionamento entre estas na Figura 13.

Nesta existe um relacionamento entre produto e fornecedor, onde cada produto tem um

fornecedor principal. Se fossemos fazer então um instantâneo deste relacionamento, teríamos

que considerar a informação do fornecedor principal que está relacionado ao produto. Além

disso, outras informações de artefato relacionadas com o fornecedor deveriam então ser

capturadas. A tabela de produtos no modelo do Data Warehouse ficaria então como a

mostrada na Figura 14 [DAL99].

Figura 13 – Relacionamento entre tabelas no modelo E-R.

Figura 14 – Inclusão de artefatos no Data Warehouse.

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4.3.5 - Acomodação dos diferentes níveis de granularidade

Dependendo do caso, o nível de granularidade do sistema transacional pode ser o

mesmo do Data Warehouse ou não. Quando o nível de granularidade se altera, o modelo do

Data Warehouse deve representar esta mudança, como no exemplo da Figura 15.

No exemplo, o modelo de dados corporativo mostra dados da atividade de envio de

um determinado produto que são armazenadas toda vez que uma entrega é feita. Quando este

é passado para o Data Warehouse, duas agregações são feitas, alterando então a

granularidade. Na primeira, o total de entregas é agregado mensalmente, fazendo com que a

granularidade seja o mês, já na segunda, existe uma agregação das entregas feitas por mês e

local de origem, fazendo então com que a granularidade seja o mês associado ao fornecedor

[DAL99].

Figura 15 – Alteração do nível de granularidade.

4.3.6 - União dos dados comuns de diferentes tabelas

Nesta fase, deve-se considerar a possibilidade de combinar duas ou mais tabelas do

modelo corporativo em uma única tabela do modelo do Data Warehouse. Para que esta

junção possa ser feita, as seguintes condições devem ser verdadeiras:

• As tabelas compartilham uma chave comum (ou chave parcial);

• Os dados das diferentes tabelas geralmente são usados juntos;

• Padrão de inserção nas tabelas é o mesmo.

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Como exemplo, consideremos a Figura 16, onde temos as tabelas NOTAS e ITENS

DAS NOTAS.

Quando estas são colocadas no modelo do Data Warehouse, estas vão para uma

mesma tabela. Dessa forma, a junção entre estas tabelas passa a não ser mais necessária

quando uma consulta for feita.

Neste caso, podemos ver que as três condições são atendidas: as tabelas compartilham

parte da chave, ID da Nota; estas duas tabelas geralmente são usadas juntas; e o padrão de

inserção é o mesmo, ou seja, sempre que uma nota é inserida seus itens também o são

[DAL99].

Figura 16 – União dos dados de diferentes tabelas.

4.3.7 - Criação de arrays de dados

Os dados no modelo corporativo geralmente estão normalizados, onde a existência de

grupos repetitivos não é permitida. Entretanto, em algumas situações no ambiente de Data

Warehouse pode haver grupos repetitivos de dados. As condições para existência destes são:

• Quando o número de ocorrências do dado é previsível;

• Quando a ocorrência do dado é relativamente pequena (em termos de tamanho

físico);

• Quando as ocorrências do dado geralmente são usadas juntas;

• Quando o padrão de inserção e remoção dos dados é estável;

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A Figura 17 mostra uma tabela no modelo corporativo com as previsões de gasto

mensais. Quando esta é colocada no modelo do Data Warehouse, os dados são armazenados

de forma que cada mês do ano é uma ocorrência no array [DAL99].

Figura 17 - Modelo corporativo.

4.4 Data Marts

Da mesma forma que o Data Warehouse, o Data Mart ainda não possui uma definição

universalmente aceita e também esta em fase de aperfeiçoamento. Os Data Marts são

subconjuntos de dados, dentro de um Data Warehouse, projetados para dar suporte a negócios

de unidade organizacionais especificas (NIMER, 1998).

Segundo o autor, os Data Marts são muito interessantes para resolver certos

problemas, mas não são necessariamente substitutos de um projeto de Data Warehouse. Um

Data Mart não deve ser um pequeno Data Warehouse, com a finalidade de ser rápido ou

possuir dados ainda não suportados para o Data Warehouse (KIMBALL, 1997).

Os projetos de Data Marts se justificam em poucos casos, basicamente naqueles onde

a alta gerência ainda não esta convencida quanto a viabilidade e vantagens que a tecnologia

do Data Warehouse pode prover as organizações. Neste caso, os Data Marts são viáveis, por

apresentarem resultados mais rápidos, demoram entre 4 a 12 meses para serem

implementados e, em conseqüência, começam a dar resultados mais rápidos. Os Data

Warehouses têm prazos que variam entre 1 a 5 anos para implementação completa.

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CAP. 5 – DESENVOLVIMENTO DO DATA WAREHOUSE

O sucesso do desenvolvimento de um Data Warehouse depende fundamentalmente de

uma escolha correta da estratégia a ser adotada, de forma que seja adequada às características

e necessidades específicas do ambiente onde será implementado. Existe uma variedade de

abordagens para o desenvolvimento de Data Warehouses, devendo-se fazer uma escolha

fundamentada em pelo menos três dimensões: escopo do Data Warehouse (departamental,

empresarial, etc.), grau de redundância de dados, tipo de usuário alvo.

O escopo de um Data Warehouse pode ser tão amplo quanto aquele que inclui todo o

conjunto de informações de uma empresa ou tão restrito quanto um Data Warehouse pessoal

de um único gerente.

Quanto maior o escopo, mais valor o Data Warehouse tem para a empresa e mais cara

e trabalhosa sua criação e manutenção. Por isso, muitas empresas tendem a começar com um

ambiente departamental e só após obter um retorno de seus usuários expandir seu escopo.

Quanto à redundância de dados, há essencialmente três níveis de redundância: o Data

Warehouse virtual, o Data Warehouse centralizado e o Data Warehouse distribuído.

• O Data Warehouse virtual consiste em simplesmente prover os usuários finais

com facilidades adequadas para extração das informações diretamente dos

bancos de produção, não havendo assim redundância, mas podendo

sobrecarregar o ambiente operacional.

• O Data Warehouse central constitui-se em um único banco de dados físico

contendo todos os dados para uma área funcional específica, um departamento

ou uma empresa, sendo usados onde existe uma necessidade comum de

informações. Um Data Warehouse central normalmente contém dados

oriundos de diversos bancos operacionais, devendo ser carregado e mantido em

intervalos regulares.

• O Data Warehouse distribuído, como o nome indica, possui seus componentes

distribuídos por diferentes bancos de dados físicos, normalmente possuindo

uma grau de redundância alto e por conseqüência, procedimentos mais

complexos de carga e manutenção.

Os padrões de uso de um Data Warehouse também constituem um fator importante na

escolha de alternativas para o ambiente. Relatórios e consultas pré-estruturadas podem

satisfazer o usuário final,

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e geram pouca demanda sobre o SGBD e sobre o ambiente servidor. Análises complexas, por

sua vez, típicas de ambientes de suporte à decisão, exigem mais de todo o ambiente.

Ambientes dinâmicos, com necessidades em constante mudança, são mais bem atendidos por

uma arquitetura simples e de fácil alteração, ao invés de uma estrutura mais complexa que

necessite de reconstrução a cada mudança. A freqüência da necessidade de atualização

também é determinante: grandes volumes de dados que são atualizados em intervalos

regulares favorecem uma arquitetura centralizada.

5.1 - Estratégia Evolucionária

Data Warehouses, em geral, são projetados e carregados passo a passo, seguindo,

portanto uma abordagem evolucionária. Os custos de uma implementação "por inteiro", em

termos de recursos consumidos e impactos no ambiente operacional da empresa justificam

esta estratégia.

Muitas empresas iniciam o processo a partir de uma área específica da empresa, que

normalmente é uma área carente de informação e cujo trabalho seja relevante para os

negócios da empresa, criando os chamados Data Marts (um Data Warehouse departamental),

para depois ir crescendo aos poucos, seguindo uma estratégia "botton-up" ou assunto-por-

assunto.

Outra alternativa é selecionar um grupo de usuários, prover ferramentas adequadas,

construir um protótipo do Data Warehouse, deixando que os usuários experimentem com

pequenas amostras de dados. Somente após a concordância do grupo quanto aos requisitos e

funcionamento, é que o Data Warehouse será de fato carregado com dados dos sistemas

operacionais na empresa e dados externos.

Data marts também podem ser criados como subconjunto de um Data Warehouse

maior, em busca de autonomia, melhor desempenho e simplicidade de compreensão.

5.2 - Aspectos de Modelagem

A especificação de requisitos do ambiente de suporte à decisão associado a um Data

Warehouse é fundamentalmente diferente da especificação de requisitos dos sistemas que

sustentam os processos usuais do ambiente operacional de uma empresa.

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Os requisitos dos sistemas do ambiente operacional são claramente identificáveis a

partir das funções a serem executadas pelo sistema. Requisitos de sistemas de suporte à

decisão são, por sua vez, indeterminados. O objetivo por trás de um Data Warehouse é prover

dados com qualidade; os requisitos dependem das necessidades de informação individuais de

seus usuários. Ao mesmo tempo, os requisitos dos sistemas do ambiente operacional são

relativamente estáveis ao longo do tempo, enquanto que os dos sistemas de suporte à decisão

são instáveis: dependem das variações das necessidades de informações daqueles

responsáveis pelas tomadas de decisões dentro da empresa.

No entanto, embora as necessidades por informações específicas mudem com

freqüência, os dados associados não mudam. Imaginando-se que os processos de negócio de

uma empresa permaneçam relativamente constantes, existe apenas um número finito de

objetos e eventos com as quais uma organização está envolvida. Por esta razão, um modelo de

dados é uma base sólida para identificar requisitos para um Data Warehouse.

De qualquer forma, é um erro pensar que técnicas de projeto que servem para sistemas

convencionais serão adequadas para a construção de um Data Warehouse. Os requisitos para

um Data Warehouse não podem ser conhecidos até que ele esteja parcialmente carregado e já

em uso.

Outra questão interessante é a adequação do modelo Entidade-Relacionamento ao tipo

de transação de sistemas OLTP (On-line Transaction Processing). O principal objetivo da

modelagem, neste caso, é eliminar ao máximo, a redundância, de tal forma que uma transação

que promova mudanças no estado do banco de dados, atue o mais pontualmente possível.

Com isso, nas metodologias de projeto usuais, os dados são "fragmentados" por diversas

tabelas, o que traz uma considerável complexidade à formulação de uma consulta por um

usuário final. Por isso, esta abordagem não parece ser a mais adequada para o projeto de um

Data Warehouse, onde estruturas mais simples, com menor grau de normalização devem ser

buscadas.

5.3 – Técnicas de gerenciamento da quantidade de dados operacionais

pesquisados

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Existem algumas técnicas que podem ser usadas para limitar a quantidade de dados

pesquisados, conforme demonstrado na Figura 18, as técnicas expostas a seguir devem ser

analisadas e deve-se escolher a que melhor represente as necessidades da empresa. [DAL99].

Figura 18 – Selecionando os dados a serem varridos.

A primeira técnica consiste em pesquisar dados que apresentem marcas de tempo. Para

isso é necessário que as aplicações registrem o momento da última alteração ou atualização

em um registro para que ao ser executada a varredura para o Data Warehouse só sejam

examinados os registros que tenham a data de atualização igual ou maior do que a data da

última pesquisa.

A segunda técnica utiliza um arquivo de registros de alterações efetuadas. Este

arquivo, também chamado arquivo “delta”. É criado por uma aplicação e contém apenas as

alterações efetuadas por esta nos dados operacionais. Quando é possível contar com um

arquivo delta o processo de varredura se torna muito eficiente uma vez que os dados que não

sofreram alterações não serão acessados. O problema é que poucas aplicações geram arquivos

delta.

A terceira técnica consiste em varrer um arquivo de auditoria ou de log. Basicamente o

arquivo de log possui os mesmos dados de um arquivo delta, todavia, há algumas diferenças

significativas. Uma delas é que por ser o arquivo utilizado para a recuperação dos dados do

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banco de dados operacional em uma eventual falha não é interessante que se utilize este

arquivo com outros propósitos. Outra diferença é que os arquivos de log normalmente

possuem uma estrutura interna voltada aos objetivos de um sistema e não estão

completamente preparados para a recuperação de dados por um Data Warehouse.

A quarta técnica empregada no gerenciamento da quantidade de dados pesquisados

durante a extração para o Data Warehouse consiste em modificar o código da aplicação

operacional. Essa pode ser a pior escolha, sobretudo quando o código da aplicação é antigo ou

complexo.

A última opção consiste em moldar um arquivo de imagem "anterior" e "posterior".

Segundo esta opção, uma cópia do banco de dados é tirada no momento da extração e quando

for realizada outra extração, outra cópia será tirada. As duas cópias serão comparadas

serialmente entre si para que seja detectada a atividade transcorrida neste período e então

resgatadas às diferenças entre as duas copias.

Esse método é pesado, complexo e demanda uma quantidade excessiva de recursos.

5.4 – Técnicas para incrementar a performance

O grande desafio de um sistema de apoio a decisão é que ele possua uma interface

amigável e tempo de resposta satisfatório. Existem algumas técnicas que podem ser aplicadas

no desenvolvimento de um Data Warehouse para incrementar sua performance. Essas

tecnologias podem ser divididas em duas áreas: aquelas que propõem soluções baseadas em

hardware e outras baseadas em software.

Algumas destas técnicas baseadas em software são amplamente utilizadas no ambiente

operacional e outras são específicas do ambiente de Data Warehouse, algumas técnicas são

citadas a seguir, conforme [DAL99] e [PER99].

Uma proposta ao nível de hardware seria dividir o trabalho entre vários processadores.

Porém, o sistema gerenciador de banco de dados deve ser capaz de dividir seu processamento

entre esses processadores. Com o processamento paralelo, a percepção de melhora no

desempenho é imediata, mas a tendência, ao longo do tempo, é voltarmos ao mesmo ponto,

devido ao crescimento constante do Data Warehouse, atrelado às grandes mudanças que

ocorrem freqüentemente no mundo dos negócios.

A distribuição do Data Warehouse, por vezes, é similar à abordagem do

processamento paralelo: dividir a base de dados em subconjuntos de dados e coloca-los em

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unidades de processamento separadas. A análise a respeito desse conceito vem novamente ao

encontro de mesma atribuída ao processamento paralelo: dividir o trabalho. Portanto,

podemos chegar à mesma conclusão, em termos de desvantagem, apresentada no

processamento paralelo, ou seja, à medida que o número de dados aumentar, teremos sempre

de buscar maneiras de subdividir o conjunto de dados.

Data marts são outra forma de distribuir os dados contidos no Data Warehouse. Os

data marts, geralmente, contêm dados específicos de uma determinada área ou departamento.

Dessa forma, podemos dizer que os data marts são “mini” Data Warehouses, armazenados

provavelmente em plataformas diferentes. O processo de particionamento melhora o

desempenho no resgate de informações, fazendo uso da segmentação dos dados em áreas

lógicas diferentes.

Recursos sofisticados de indexação são a maneira mais eficiente de redução de I/O de

disco, necessária para resgatar um subconjunto de dados. Com técnicas avançadas de

indexação, a seleção de registros por qualquer critério é executada usando-se poucas leituras

do disco. Dessa forma, obtemos, em segundos, seleções complexas em enormes bases de

dados. Existem várias formas de indexação. Há índices nativos da estrutura de banco de dados

relacionais: primários, B-tree (árvore B) e hash/hashing. Há também índices especializados,

independentes da estrutura dos bancos de dados relacionais: invertidos, bitmap, combinados,

R-tree (árvores R) e alguns outros específicos para determinadas aplicações.

Uma técnica relativa a estrutura do Data Warehouse que pode ser utilizada é a

intercalação de tabelas onde o projetista deve procurar intercalar as tabelas afins em um

mesmo local físico, diminuindo assim a quantidade de E/S (entradas/saídas), tanto em termos

de acesso aos dados, como em termos de acessos aos índices para a localização dos dados. A

melhor estratégia de intercalação de tabelas deve ser defina com base nos tipos de dados e

possíveis consultas que podem ser realizadas.

Outra técnica importante aplicada especialmente no ambiente de Data Warehouse

consiste na introdução intencional de dados redundantes. A Figura 19 mostra um exemplo no

qual a introdução deliberada de dados redundantes proporciona um excelente retorno. Na

parte superior da Figura 19 o campo – descrição – está normalizado e não apresenta

redundância. Dessa maneira todos os processos que precisam ver a descrição precisam acessar

a tabela básica. Na parte inferior da Figura 19 o campo – descrição – foi intencionalmente

colocado nas diversas tabelas em que ele precisa ser usado. O problema da replicação de

dados é somente o aumento do volume do Data Warehouse, já que praticamente não existe a

preocupação com atualizações neste ambiente.

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Figura 19 – Introdução intencional de dados redundantes.

A terceira técnica que pode ser utilizada para aumentar a velocidade de acesso aos

dados é chamada de "separação de dados" que consiste em transformar uma tabela

normalizada e que apresente probabilidades de acesso muito diferentes em duas tabelas

separadas.

Para a construção de um Data Warehouse pode ser usada também uma técnica

chamada de “índice criativo”. Um índice criativo é gerado quando os dados passam do

ambiente operacional para o ambiente de Data Warehouse. O índice criativo gera um perfil de

dados de interesse do usuário final, como informações sobre os produtos mais vendidos,

clientes inativos e outras informações que possam antecipar os interesses da gerencia, como

esta antecipação nem sempre é possível é necessário avaliar com cautela sobre quais os dados

em que será aplicada esta técnica.

Por último deve-se esclarecer que a tentativa de reproduzir a integridade referencial no

Data Warehouse constitui uma abordagem incorreta pois os dados em um Data Warehouse

não são atualizados e representam informações ao longo do tempo, com isso os

relacionamentos não permanecem iguais impossibilitando a criação de relacionamentos.

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5.5 - Etapas do Desenvolvimento de um Data Warehouse

Na verdade, é difícil apontar no momento, uma metodologia consolidada e

amplamente aceita para o desenvolvimento de Data Warehouses. O que se vê na literatura e

nas histórias de sucesso de implementações em empresas, são propostas no sentido de

construir um modelo dimensional a partir do modelo de dados corporativo ou departamental

(base dos bancos de dados operacionais da empresa), de forma incremental. De fato, um Data

Warehouse é construído de uma maneira "heurística", confirmando a estratégia evolucionária

discutida no item anterior.

De qualquer forma, a metodologia a ser adotada é ainda bastante dependente da

abordagem escolhida, em termos de ambiente, distribuição, etc. A seguir, apresentamos, a

título de exemplo, as etapas sugeridas para um desenvolvimento do tipo estrela.

Desenvolver um Data Warehouse é uma questão de casar as necessidades dos seus

usuários com a realidade dos dados disponíveis. Abaixo podemos analisar um conjunto de

nove pontos fundamentais no projeto da estrutura de um Data Warehouse. São os seguintes os

chamados pontos de decisão, que constituem definições a serem feitas e correspondem, de

fato, a etapas do projeto:

• Os processos, e por conseqüência, a identidade das tabelas de fatos;

• A granularidade de cada tabela de fatos;

• As dimensões de cada tabela de fatos;

• Aos fatos, incluindo fatos pré-calculados;

• Os atributos das dimensões;

• Como acompanhar mudanças graduais em dimensões;

• As agregações, dimensões heterogêneas, minidimensões e outras decisões de

projeto físico;

• Duração histórica do banco de dados;

• A urgência com que se dá a extração e carga para o Data Warehouse.

Recomenda-se que estas definições se façam na ordem acima. Esta metodologia segue

a linha topdown, pois começa identificando os grandes processos da empresa.

Como exemplo, temos os processos de uma empresa revendedora de produtos: planos

de estoque, ordens de compra, inventário, pedidos de clientes, expedição de pedidos, créditos,

etc. Quando os processos estiverem identificados, cria-se uma ou mais tabelas de fatos a partir

de cada um deles.

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Neste ponto é necessário então decidir o a um fato individual naquela tabela (esta é a

granularidade da tabela). Exemplos de granularidade são: uma linha sobre um produto, um

perfil de venda diário do produto, ou um perfil de venda mensal do produto. Após definir a

granularidade da tabela de fatos, o próximo passo é definir as dimensões e suas

granularidades. Neste exemplo, considera-se a tabela de fatos vendas acumuladas do produto.

Uma vez definida a granularidade, as dimensões e suas respectivas granularidades podem ser

identificadas. Assim, as dimensões tempo, produto e vendedor são criadas, além de outras

dimensões descritivas como local-de-expedição, local-derecebimento, modo-de-envio. A

adição destas dimensões descritivas não altera o número de instâncias na tabela de fatos.

A Figura 20 mostra a tabela de fatos com as dimensões identificadas.

Cada dimensão pode ser vista como um ponto de entrada para a tabela de fatos. A

escolha das dimensões é o ponto chave no projeto. O passo seguinte consiste em detalhar

todos as medidas que constarão da tabela de fatos e finalmente completar as tabelas de

dimensões. Neste instante, tem-se a estrutura do projeto lógico completa.

A partir de então, passa-se a trabalhar questões relativas ao projeto físico, avaliando

mudanças graduais em dimensões e discutindo-se a inclusão de agregações, minidimensões e

dimensões heterogêneas.

Figura 20 - A tabela de fatos e suas dimensões.

5.6 – Relacional versus multidimensional

Bancos de dados relacionais encontram em sua flexibilidade e potencial para consultas

ad-hoc, um de seus pontos fortes. Bancos de dados relacionais são sabidamente mais flexíveis

quando são usados com uma estrutura de dados normalizada. Uma típica consulta OLAP, no

entanto, "atravessa" diversas relações e requer diversas operações de junção para reunir estes

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dados. O desempenho dos sistemas de banco de dados relacionais tradicionais é melhor para

consultas baseadas em chaves do que consultas baseadas em conteúdo.

Para atender os requisitos deste tipo de transações, fornecedores de SGBDs relacionais

têm adicionado funcionalidades a seus produtos. Estas funcionalidades incluem extensões às

estruturas de armazenamento e aos operadores relacionais e esquemas de indexação

especializados. Estas técnicas podem melhorar o desempenho para recuperações por conteúdo

através da pré-junção de tabelas usando índices ou pelo uso de listas de índices totalmente

invertidas.

A maioria das ferramentas de acesso a Data Warehouses explora a natureza

multidimensional dos dados. Por isso, estruturar os dados em bancos de dados relacionais

tradicionais em esquemas do tipo estrela ou floco de neve tornou-se uma abordagem bastante

comum. Estes esquemas podem usar múltiplas tabelas e ponteiros para simular uma estrutura

multidimensional. Também é possível usar algum outro mecanismo não relacional para

armazenar algumas das agregações pré-calculadas enquanto outras são obtidas

dinamicamente. Esta abordagem goza dos benefícios de um mecanismo

relacional, tirando vantagem do cálculo prévio de algumas agregações. Normalmente a tabela

central de fatos é bem grande enquanto as das demais dimensões são bem menores.

Por sua vez, bancos de dados multidimensionais permitem manipular diretamente

objetos multidimensionais. As dimensões são identificadas ao criar a estrutura do banco, de

forma que adicionar uma nova dimensão pode ser trabalhoso. Alguns bancos

multidimensionais requerem uma completa recarga do banco quando uma reestruturação

ocorre. Portanto, são mais recomendados para ambientes mais estáveis onde os requisitos

sobre os dados não estejam em constante mudança.

5.6.1 - Um ou mais bancos

Embora se discuta o banco de dados de um Data Warehouse como se fosse um único

repositório de dados, em grande parte dos casos isto não acontece. Na verdade, os dados

podem estar distribuídos por múltiplos bancos de dados, inclusive sob diferentes sistemas de

gerenciamento de banco de dados. Bancos de dados multidimensionais fornecem uma visão

específica dos dados da empresa.

Cada área pode, no entanto, requerer que a organização dos dados segundo um array

multidimensional seja ditada pela sua visão do negócio, atendendo a suas necessidades. É

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muito pouco provável que o mesmo projeto de banco de dados multidimensional atenda

igualmente bem a questões de tomada de decisão das diversas áreas da empresa. Neste caso,

um sistema de banco de dados relacional é usualmente mais adequado para gerenciar um

banco de dados integrado, provendo uma estrutura mais neutra com relação às necessidades

de cada área.

Uma solução freqüentemente encontrada é a separação do gerenciamento dos dados

entre o Data Warehouse relacional integrado da empresa e os seus data marts satélites

multidimensionais. Esta alternativa introduz a necessidade de uma estratégia de distribuição

de dados que coordene a alimentação de novos dados aos bancos multidimensionais. Uma

solução semelhante é adotada no caso em que o Data Warehouse possui diferentes níveis de

detalhe: a camada atômica, de maior nível de detalhe, é mantida em formato relacional,

enquanto a camada contendo dados resumidos, pode ser mantida em formato

multidimensional.

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CAP. 6 – CARREGANDO O DATA WAREHOUSE

A extração, limpeza, transformação e migração de dados dos sistemas existentes na

empresa para o Data Warehouse constituem tarefas críticas para o seu funcionamento efetivo

e eficiente. Diversas técnicas e abordagens têm sido propostas, algumas bastante genéricas e

outras especialmente voltadas para a manutenção de integridade dos dados num ambiente

caracterizado pela derivação e replicação de informações.

Os produtos oferecidos no mercado procuram automatizar processos que teriam de ser

feitos manualmente ou utilizando ambientes de programação de mais baixo nível. De fato,

não existe uma ferramenta única capaz de oferecer suporte aos processos de extração,

limpeza, transformação e migração dos dados: diferentes ferramentas especializam-se em

questões específicas.

O grande desafio por trás da alimentação de dados das fontes para o Data Warehouse

não é técnico, mas gerencial. Muitos dos processos envolvidos - como mapeamento,

integração e avaliação de qualidade - ocorrem de fato durante a fase de análise e projeto do

Data Warehouse. Especialistas afirmam que identificar fontes, definir regras de

transformação e detectar e resolver questões de qualidade e integração consomem cerca de 80

% do tempo de projeto. Infelizmente, não é fácil automatizar estas tarefas. Embora algumas

ferramentas possam ajudar a detectar problemas na qualidade dos dados e gerar programas de

extração, a maioria das informações necessária para desenvolver regras de mapeamento e

transformação existe apenas na cabeça dos analistas e usuários.

Fatores que certamente influem na estimativa de tempo para estas tarefas são o

número de fontes e a qualidade dos metadados mantidos sobre estas fontes. As regras de

negócio associadas a cada fonte - tais como validação de domínios, regras de derivação e

dependências entre elementos de dados – são outra fonte de preocupações. Se estas regras

tiverem de ser extraídas do código fonte das aplicações, o tempo para mapeamento e

integração pode dobrar.

6.1 – Extração

As várias alternativas para extração permitem balancear desempenho, restrições de

tempo e de armazenamento. Por exemplo, se a fonte for um banco de dados on-line, pode-se

submeter uma consulta diretamente ao banco para criar os arquivos de extração. O

desempenho das aplicações ligadas às fontes pode cair consideravelmente se transações on-

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line e as consultas para extração competirem entre si. Uma solução alternativa é criar uma

cópia corrente dos dados das fontes a partir da qual se fará então a extração. Como

desvantagem desta solução, podemos citar o espaço adicional de disco necessário para

armazenar a cópia.

Outra alternativa é examinar o ciclo de processamento de algumas transações off-line

que atuem nas fontes. Os programas que criam os arquivos de extração para a carga do Data

Warehouse podem ser incorporados a um ponto apropriado deste esquema de processamento.

As rotinas de extração devem ser capazes de isolar somente aqueles dados que foram

inseridos e atualizados desde a última extração, este processo é conhecido como refresh. A

melhor política de refresh deve ser avaliada pelo administrador do Data Warehouse, que deve

levar em conta características como as necessidades dos usuários finais, tráfego na rede e

períodos de menor sobrecarga, tanto das origens dos dados quanto do Data Warehouse, deve-

se considerar que os períodos de sobrecarga podem variar para cada origem de dados

[DAL99].

6.2 – Transformação e filtros

Uma vez que os dados são extraídos e colocados na área de trabalho temporária, estes

devem passar por uma série de tratamentos. O primeiro destes tratamentos refere-se a limpeza

ou filtragem dos dados onde o objetivo é garantir a integridade dos dados através de

programas ou rotinas especiais que tentam identificar anomalias e resolvê-las, deixando os

dados em um estado consistente antes de serem instalados no Data Warehouse. A correção de

erros de digitação, a descoberta de violações de integridade, a substituição de caracteres

desconhecidos, a padronização de abreviações, podem ser exemplos de limpeza de dados.

O segundo passo é colocar os dados em uma forma homogênea aplicando uma

metodologia de comparação de representações, que inclua os critérios a serem utilizados na

identificação de semelhanças e conflitos de modelagem. Conflitos de modelagem podem ser

divididos em: semânticos e estruturais. Conflitos semânticos são todos aqueles envolvendo o

nome ou palavra associado às estruturas de modelagem, por exemplo, mesmo nome para

diferentes entidades ou diferentes nomes para a mesma entidade. Conflitos estruturais

englobam os conflitos relativos às estruturas de modelagem escolhidas, tanto no nível de

estrutura propriamente dito como no nível de domínios. Os principais tipos de conflitos

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estruturais são os conflitos de domínio de atributo que se caracterizam pelo uso de diferentes

tipos de dados para os mesmos campos. Conflitos típicos de domínio de atributo são:

• Diferenças de unidades: quando as unidades utilizadas diferem, embora forneçam a

mesma informação (como distância em metros ou quilômetros);

• Diferenças de precisão: quando a precisão escolhida varia de um ambiente para outro

(como quando o custo do produto é armazenado com duas posições ou com seis

posições decimais);

• Diferenças em códigos ou expressões: quando o código utilizado difere um do outro

(como no caso de sexo representado por M ou F e por 1 e 2);

• Diferenças de granularidade: quando os critérios associados a uma informação,

embora utilizando uma mesma unidade, são distintos (como quando horas trabalhadas)

correspondem às horas trabalhadas na semana ou às horas trabalhadas no mês;

• Diferenças de abstração: quando a forma de estruturar uma mesma informação segue

critérios diferentes (como com endereço armazenado em um atributo único, ou

subdividido em rua e complemento).

Depois de identificados os conflitos de modelagem, deve-se criar as regras de

mapeamento de representações equivalentes e de conversão para os padrões estabelecidos

pelo Data Warehouse [DAL99].

6.3 - Derivação e Sumarização

Diferentes alternativas também existem para prover suporte a dados. Uma abordagem

é derivar os dados durante o processo de carga e armazená-los no ambiente relacional

corporativo. Uma alternativa é fazer a derivação quando o servidor de replicação distribui os

dados para os Data Warehouses. Ou então, derivar os dados "on-the-fly" quando o usuário

submeter uma consulta ou lançar uma simulação.

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CAP. 7 – EXTRAINDO INFORMAÇÕES DO DATA WAREHOUSE

Existem várias maneiras de recuperar informações de um Data Warehouse, as formas

de extração mais comuns no mercado hoje são:

• Ferramentas de consulta e emissão de relatórios;

• EIS (Executive Information Systems);

• Ferramentas OLAP;

• Ferramentas Data Mining.

A nova tendência dessas soluções é a integração com o ambiente Web, permitindo

maior agilidade em consultas estáticas e dinâmicas.

Nesta monografia veremos de forma básica e separadamente os conceitos das tecnologias

OLAP e Data Mining. A diferença básica entre ferramentas OLAP e Data Mining está na

maneira como a exploração dos dados é abordada. Com ferramentas OLAP a exploração é

feita na base da verificação, isto é, o analista conhece a questão, elabora uma hipótese e utiliza

a ferramenta para confirmá-la. Com Data Mining, a questão é total ou parcialmente

desconhecida e a ferramenta é utilizada para a busca de conhecimento.

7.1 - Ferramentas OLAP

OLAP (On-Line Analytical Processing) representa um conjunto de tecnologias

projetadas para suportar análise e consultas ad hoc. Sistemas OLAP ajudam analistas e

executivos a sintetizarem informações sobre a empresa, através de comparações, visões

personalizadas, análise histórica e projeção de dados em vários cenários de "e se...". Sistemas

OLAP são implementados para ambientes multi-usuário, arquitetura cliente-servidor e

oferecem respostas rápidas e consistentes às consultas iterativas executadas pelos analistas,

independente do tamanho e complexidade do banco de dados.

A característica principal dos sistemas OLAP é permitir uma visão conceitual multi-

dimensional dos dados de uma empresa. A visão multi-dimensional é muito mais útil para os

analistas do que a tradicional visão tabular utilizada nos sistemas de processamento de

transação. Ela é mais natural, fácil e intuitiva, permitindo a visão em diferentes perspectivas

dos negócios da empresa e desta maneira tornando o analista um explorador da informação

[BIS99]. A modelagem dimensional é a técnica utilizada para se ter uma visão multi-

dimensional dos dados.

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Nesta técnica os dados são modelados em uma estrutura dimensional conhecida por

cubo. As dimensões do cubo representam os componentes dos negócios da empresa tais como

"cliente", "produto", "fornecedor" e "tempo". A célula resultante da interseção das dimensões

é chamada de medida e geralmente representa dados numéricos tais como "unidades

vendidas", "lucro" e "total de venda". Além dos componentes dimensão e medida outro

importante aspecto do modelo multidimensional é a consolidação dos dados uma vez que para

a tarefa de análise são mais úteis e significativas as agregações (ou sumarização) dos valores

indicativas dos negócios.

A expressão Decision Cube refere-se a um conjunto de componentes de suporte à

decisão, que podem ser utilizados para cruzar tabelas de um banco de dados, gerando diversas

visões através de planilhas ou gráficos. Envolve o cálculo, quando da carga do Data

Warehouse, de dados que o usuário virá a solicitar, mas que podem ser derivados de outros

dados. Quando o usuário solicita os dados, estes já estão devidamente calculados, agregados

em um Cubo de Decisões [DAL99].

Além da visão multi-dimensional dos dados da empresa, outras importantes

características dos sistemas OLAP são:

• Análise de tendências. A tecnologia OLAP é mais do que uma forma de

visualizar a história dos dados. Deve, também, ajudar os usuários a tomar

decisões sobre o futuro, permitindo a construção de cenários ("e se...") a partir

de suposições e fórmulas aplicadas, pelos analistas, aos dados históricos

disponíveis;

• Busca automática (reach-through) de dados mais detalhados que não estão

disponíveis no servidor OLAP. Detalhes não são normalmente importantes na

tarefa de análise, mas quando necessários, o servidor OLAP deve ser capaz de

buscá-los;

• Dimensionalidade genérica;

• Operação trans-dimensional. Possibilidade de fazer cálculos e manipulação de

dados através diferentes dimensões;

• Possibilidade de ver os dados de diferentes pontos de vista (slice and dice),

mediante a rotação (pivoting) do cubo e a navegação (drill-up/drill-down)

entre os níveis de agregação;

• Conjunto de funções de análise e cálculos não triviais com os dados.

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Existe também um conjunto de 12 regras que servem para avaliar as ferramentas

OLAP conforme [BIS99]:

1. Visão conceitual multidimensional

2. Transparência

3. Acessibilidade

4. Desempenho consistente de fornecimento de informações

5. Arquitetura cliente/servidor

6. Dimensionalidade genérica

7. Manipulação dinâmica da matriz esparsa

8. Suporte multiusuário

9. Operações irrestritas com dimensões cruzadas

10. Manipulação intuitiva dos dados

11. Relatórios flexíveis

12. Dimensões e níveis de agregação ilimitados

Uma arquitetura OLAP possui três componentes principais: um modelo de negócios

para análises interativas, implementado numa linguagem gráfica que permita diversas visões e

níveis de detalhes dos dados; um motor OLAP para processar consultas multidimensionais

contra o dado-alvo; e um mecanismo para armazenar os dados a serem analisados. A base de

dados usada define se o pacote é um ROLAP, que interfaceia com um banco de dados

relacional de mercado, ou um MOLAP, que se liga a um servidor OLAP, através de um banco

de dados multidimensional e dedicado [DAL99].

7.1.1 - MOLAP x ROLAP

Multidimensional OLAP (MOLAP) é uma classe de sistemas que permite a execução

de análises sofisticadas usando como gerenciador de dados um banco de dados

multidimensional. Em um banco de dados MOLAP os dados são mantidos em arranjos e

indexados de maneira a prover uma ótima performance no acesso a qualquer elemento. O

indexamento, a antecipação da maneira como os dados serão acessados e o alto grau de

agregação dos dados fazem com que sistemas MOLAP tenham uma excelente performance.

Além de serem rápidos, outra grande vantagem destes sistemas é o rico e complexo conjunto

de funções de análise que oferecem.

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A maneira de se implementar os arranjos de dados pode variar entre fornecedores de

soluções MOLAP. Existem as arquiteturas hiper-cubos e multi-cubos. Na arquitetura hiper-

cubo existe um único cubo onde cada medida é referenciada por todas as outras dimensões.

Por exemplo, um cubo onde a medida "vendas" é referenciada pelas dimensões "produto",

"ano", "mês", "estado" e "cidade". Além da dificuldade em visualizar tal "cubo" (com cinco

dimensões!). Outros problemas desta abordagem são a maior necessidade de espaço em disco

e a existência de um mecanismo para controlar a esparsidade dos dados que ocorre quando

não existe uma medida na interseção das dimensões. Por exemplo, quando um produto não é

vendido em determinado estado. A grande vantagem é a consistência no tempo de resposta

que é independente do número de dimensões envolvidas na consulta.

Na arquitetura multi-cubos uma medida é referenciada por dimensões selecionadas.

Em um cubo, a medida "vendas" é referenciada pelas dimensões "semestre", "estado" e

"produto" e em outro cubo, a medida "custo" é referenciada pelas dimensões "mês" e

"departamento". Esta arquitetura é escalável e utiliza menos espaço em disco. A performance

é melhor em cada cubo individualmente, no entanto, consultas que requerem acesso a mais de

um cubo podem exigir processamentos complexos para garantir a consistência do tempo de

resposta.

Sistemas ROLAP fornecem análise multidimensional de dados armazenados em uma

base de dados relacional. Atualmente existem duas maneiras de se fazer este trabalho: fazer

todo o processamento dos dados no servidor da base de dados. O servidor OLAP gera os

comandos SQL em múltiplos passos e as tabelas temporárias necessárias para o

processamento das consultas; ou executar comandos SQL para recuperar os dados, mas fazer

todo o processamento (incluindo joins e agregações) no servidor OLAP.

Além das características básicas de sistemas OLAP, servidores ROLAP devem também:

utilizar metadados para descrever o modelo dos dados e para auxiliar na construção das

consultas. Desta maneira um analista pode executar suas análises utilizando seus próprios

termos; e criar comandos SQL otimizados para os bancos de dados com o qual trabalha.

A principal vantagem de se adotar uma solução ROLAP reside na utilização de uma

tecnologia estabelecida, de arquitetura aberta e padronizada como é a relacional,

beneficiando-se da diversidade de plataformas, escalabilidade e paralelismo de hardware

(SMP e MPP).

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7.2 - Ferramentas Data Mining

Nos primórdios do Data Warehouse, Data Mining era visto como um subconjunto das

atividades associadas com o Data Warehouse. Mas atualmente os caminhos do Data

Warehouse e do Data Mining estão divergindo. Enquanto o warehouse pode ser uma boa

fonte de dados para minerar, o Data Mining foi reconhecido como uma tarefa genuína, e não

mais como uma colônia do warehouse [PAR99].

Apesar de o termo Data Mining ter se tornado bastante popular nos últimos anos,

existe ainda certa confusão quanto à sua definição. Data Mining (ou mineração de dados) é o

processo de extrair informação válida, previamente desconhecida e de máxima abrangência a

partir de grandes bases de dados, usando-as para efetuar decisões cruciais. Data Mining vai

muito além da simples consulta a uma banco de dados, no sentido de que permite aos usuários

explorar e inferir informação útil a partir dos dados, descobrindo relacionamentos escondidos

no banco de dados. Pode ser considerada uma forma de descobrimento de conhecimento em

bancos de dados KDD (Knowledge Discovery in Databases), área de pesquisa de bastante

evidência no momento, envolvendo Inteligência Artificial e Banco de Dados.

Um ambiente de apoio à tomada de decisões, integrando técnicas de Data Mining

sobre um ambiente de Data Warehousing, possibilita um grande número de aplicações, que já

vêm sendo implementadas em diversos segmentos de negócios, como manufatura, automação

de pedido de remessas, varejo, gerenciamento de inventários, financeiro, análise de risco,

transporte, gerenciamento de frotas, telecomunicação, análise de chamadas, saúde, analise de

resultados, markenting, estabelecimento do perfil dos consumidores, seguros, detecção de

fraude, dentre outros [PIN99].

Data Mining pode ser utilizado com os seguintes objetivos:

• Explanatório: explicar algum evento ou medida observada, tal como porque a

venda de sorvetes caiu no Rio de Janeiro;

• Confirmatório: confirmar uma hipótese. Uma companhia de seguros , por

exemplo, pode querer examinar os registros de seus clientes para determinar se

famílias de duas rendas tem mais probabilidade de adquirir um plano de saúde

do que famílias de uma renda;

• Exploratório: analisar os dados buscando relacionamentos novos e não

previstos. Uma companhia de cartão de crédito pode analisar seus registros

históricos para determinar que fatores estejam associados a pessoas que

representam risco para créditos.

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Quando determinados padrões de comportamento, como associação de produtos

durante um processo de compras, por exemplo, começam a se repetir com freqüência, as

ferramentas Data Mining indicam a presença de oportunidades e "insights" em relação àquele

público consumidor. O diferencial do Data Mining está no fato de que as descobertas de

padrões de consumo se dão por uma lógica de algoritmos com base em uma rede neural de

raciocínios. São ferramentas de descobertas matemáticas feitas sobre os registros corporativos

já processados contra descobertas empíricas [POL99].

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CONCLUSÃO

Para concluir, vale dizer que o desenvolvimento de um Data Warehouse constitui um

avanço em relação as metodologias anteriores, pois apresenta uma sistemática mais

apropriada baseada na realidade dos sistemas existentes nas empresas. Essa metodologia

também valoriza a experiência da equipe no desenvolvimento de sistemas transacionais, pois

as fases que a compõem já são largamente utilizadas no desenvolvimento dos mesmos.

Também é importante que a metodologia seja suportada por uma ferramenta de

desenvolvimento que aumente a produtividade, simplificando e automatizando tarefas

complexas no processo de data warehousing. Isto evidencia algumas questões que merecem

uma avaliação mais aprofundada. É o caso da metodologia. Considerando diferentes

arquiteturas de data warehouse e a exploração detalhada dos níveis conceitual e lógico.

Os processos de extração, filtragem, carga e recuperação dos dados são bastante

complexos, exigindo que pessoas altamente capacitadas façam parte do projeto para que os

objetivos sejam atingidos no menor espaço de tempo possível e sem gastos de recursos

desnecessários.

Como o Data Warehouse não é um sistema ou programa, mas sim um ambiente que

necessita ser adaptado as necessidades das empresas é normal que cada ambiente de Data

Warehouse possua características próprias, inviabilizando seu uso para outros objetivos que

não os descritos no início do projeto.

Para a informática o ambiente de Data Warehouse mostrou ser um desafio aos

processos que normalmente são utilizados para desenvolver um software. Um dos desafios é

conseguir modelar os dados de maneira que todas as informações estejam disponíveis de

forma clara e rápida para os usuários que a estão requisitando, outro desafio é disponibilizar

as informações sobre os dados (metadados), para que os usuários possam saber quais

informações estão disponíveis.

Também pode ser considerado um desafio aos profissionais de informática a melhor

maneira de extração dos dados do Data Warehouse, de forma que ele realmente se torne um

sistema de apoio a decisão.

As duas maneiras estudadas neste trabalho foram a analise multidimensional através

do OLAP e o Data Mining.

OLAP fornece para organizações um método de acessar, visualizar, e analisar dados

corporativos com alta flexibilidade e performance. No mundo globalizado de hoje as

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empresas estão enfrentando maior concorrência e expandindo sua atuação para novos

mercados. Portanto, a velocidade com que executivos obtêm informações e tomam decisões

determina a competitividade de uma empresa e seu sucesso de longo prazo. OLAP apresenta

informações para usuários via um modelo de dados natural e intuitivo. Através de um simples

estilo de navegação e pesquisa, usuários finais podem rapidamente analisar inúmeros

cenários, gerar relatórios "ad-hoc", e descobrir tendências e fatos relevantes independente do

tamanho, complexidade, e fonte dos dados corporativos. De fato, colocar informação em

bancos dados corporativos sempre foi mais fácil do que retirá-los. Quanto maior e complexa a

informação armazenada, mais difícil é para retirá-la. A tecnologia OLAP acaba com estas

dificuldades levando a informação mais próxima ao usuário que dela necessite. Portanto, o

OLAP é freqüentemente utilizado para integrar e disponibilizar informações gerenciais

contidas em bases de dados operacionais, sistemas ERP e CRM, sistemas contábeis, e Data

Warehouses. Estas características tornaram-no uma tecnologia essencial em diversos tipos de

aplicações de suporte à decisão e sistemas para executivos.

Sobre a ferramenta de Data Mining, obviamente, ainda há muito a se falar sobre o

assunto (clustering, redes neurais, métodos genéticos, mineração em textos, roll up/drill down.

etc), mas é importante notar que em praticamente todos esses casos o que se deseja é

descobrir padrões em volumes de dados. É importante ressaltar também que o Data Mining

não é o final da atividade de descoberta de conhecimentos, mas é tão somente o início. É

imprescindível (ao menos com a tecnologia atual) dispor de analistas capacitados que saibam

interagir com os sistemas de forma a conduzí-los para uma extração de padões úteis e

relevantes.

A diferença básica entre ferramentas OLAP e Data Mining está na maneira como a

exploração dos dados é abordada. Com as ferramentas OLAP a exploração é feita na base da

verificação, isto é, o analista conhece a questão, elabora uma hipótese e utiliza a ferramenta

para confirmá-la. Com Data Mining, a questão é total ou parcialmente desconhecida e a

ferramenta é utilizada para a busca de conhecimento.

Por fim, é importante destacar que este trabalho contribuiu muito para a ampliação dos

conhecimentos do autor em relação aos ambientes de suporte a decisão. O que com certeza

poderá ser aplicado na sua futura vida profissional.

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BIBLIOGRAFIA

[BIS99] BISPO, Carlos Alberto F. & CAZARINI, Edson Walmir. Análises sofisticadas com o On-Line Analytical Processing. Developer’s Magazine, São Paulo, n.32, p.28-31, abril de 1999.

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