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3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL COUTINHO E CANDIDO: ELOGIO À CRÔNICA Profa. Dra. Alana de O. Freitas El Fahl- UEFS 1 A intensa atividade literária nos jornais foi uma marca significativa do período compreendido entre o último quartel do século XIX e as duas primeiras décadas do século XX, ou seja, entre as reformas do fim do século e Primeira Guerra Mundial, como situa Werneck Sodré na sua História da Literatura Brasileira Seus Fundamentos Econômicos. Durante essa fase, os textos literários passam a ser um dos pilares da atividade jornalística. De maneira geral, todo periódico possuía espaços dedicados à produção literária. A indústria do livro no país era praticamente inexistente. A edição francesa dominava o mercado brasileiro, seguida pela produção portuguesa. A circulação de exemplares ocorria de forma limitada. Essa lacuna viria justamente a ser amenizada pelas publicações literárias veiculadas nos jornais. Sobre essa mesma fase da atividade literária brasileira, aponta Werneck Sodré (1964, p.433): As atividades do escritor e do jornalista se confundiam na mesma pessoa, via de regra; agora elas se separam, mas o escritor ainda é uma peça importante na imprensa, desempenha nela um papel, tem um lugar, do que lhe resulta proveito, como escritor. E há, nesse campo, uma liberdade de opinião relativamente ampla, porque a imprensa não está estreitamente ligada aos grupos econômicos... E a sua atividade através da imprensa traduz justamente a coincidência de ser esta, em maioria expressiva, a intérprete dos sentimentos da classe nova que pressiona no sentido de reivindicar o papel que lhe cabe na vida brasileira.... Mas começava a aparecer, e se aprofundava, a consciência do papel do escritor A afirmativa de Werneck Sodré constrói um panorama claro do contexto literário em questão. Os jornais utilizavam amplamente a colaboração voluntária, bem como já existiam escritores contratados para esse mister, possibilitando uma maior circulação dos textos literários, e, sobretudo, dos valores veiculados pelos mesmos. As 1 Professora adjunta de Literatura Portuguesa da Universidade Estadual de Feira de Santana. ISBN 978-85-7395-210-0

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  • 3 COLQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERRIOS CONTEMPORNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRPICOS

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    100 ANOS DE AFRNIO COUTINHO (1911-2011): A CRTICA LITERRIA NO BRASIL

    COUTINHO E CANDIDO: ELOGIO CRNICA

    Profa. Dra. Alana de O. Freitas El Fahl- UEFS1

    A intensa atividade literria nos jornais foi uma marca significativa do perodo

    compreendido entre o ltimo quartel do sculo XIX e as duas primeiras dcadas do

    sculo XX, ou seja, entre as reformas do fim do sculo e Primeira Guerra Mundial,

    como situa Werneck Sodr na sua Histria da Literatura Brasileira Seus

    Fundamentos Econmicos.

    Durante essa fase, os textos literrios passam a ser um dos pilares da atividade

    jornalstica. De maneira geral, todo peridico possua espaos dedicados produo

    literria. A indstria do livro no pas era praticamente inexistente. A edio francesa

    dominava o mercado brasileiro, seguida pela produo portuguesa. A circulao de

    exemplares ocorria de forma limitada.

    Essa lacuna viria justamente a ser amenizada pelas publicaes literrias

    veiculadas nos jornais. Sobre essa mesma fase da atividade literria brasileira, aponta

    Werneck Sodr (1964, p.433):

    As atividades do escritor e do jornalista se confundiam na mesma pessoa, via de regra; agora elas se separam, mas o escritor ainda uma

    pea importante na imprensa, desempenha nela um papel, tem um lugar, do que lhe resulta proveito, como escritor. E h, nesse campo,

    uma liberdade de opinio relativamente ampla, porque a imprensa no est estreitamente ligada aos grupos econmicos... E a sua atividade atravs da imprensa traduz justamente a coincidncia de ser esta, em

    maioria expressiva, a intrprete dos sentimentos da classe nova que pressiona no sentido de reivindicar o papel que lhe cabe na vida brasileira.... Mas comeava a aparecer, e se aprofundava, a conscincia do papel do escritor

    A afirmativa de Werneck Sodr constri um panorama claro do contexto

    literrio em questo. Os jornais utilizavam amplamente a colaborao voluntria, bem

    como j existiam escritores contratados para esse mister, possibilitando uma maior

    circulao dos textos literrios, e, sobretudo, dos valores veiculados pelos mesmos. As

    1 Professora adjunta de Literatura Portuguesa da Universidade Estadual de Feira de Santana.

    ISBN 978-85-7395-210-0

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    100 ANOS DE AFRNIO COUTINHO (1911-2011): A CRTICA LITERRIA NO BRASIL

    3 Colquio do Grupo de Estudos Literrios Contemporneos: um cosmopolitismo nos trpicos e 100 anos de Afrnio Coutinho: A crtica literria no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 55-60.

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    colunas literrias passam a freqentar cotidianamente as pginas dos jornais. As colunas

    se sucedem em profuso na trajetria da imprensa brasileira.

    dentro desse panorama cultural que surge com fora a figura do cronista,

    escritor fruto das pginas dos jornais que posteriormente ganhar os livros, mas sem

    nunca abandonar seu primeiro habitat. A crnica, oriunda dos folhetins, vai se

    metamorfoseando ao longo dos anos e ganhando contornos prprios.

    O jornal O Pas, no final do sculo XIX, no Rio de Janeiro, criou a tradio de

    publicar sua coluna literria, Microcosmo, no alto da primeira pgina, no canto esquerdo

    da margem superior. Esse procedimento foi logo seguido pelos outros jornais. Tal

    coluna era assinada por Carlos de Laet, mas tambm contava com a colaborao de

    Gilberto Amado, Olavo Bilac e Artur Azevedo. A maioria dos jornais possua o seu

    cronista titular e outros nomes que se revezavam nessa funo. Em tempo, importante

    lembrar que os mais respeitados escritores brasileiros quando nos referimos ao sculo

    XIX, Jos de Alencar e Machado de Assis, assinaram colunas dedicadas ao gnero.

    Ambos atuaram como colaboradores efetivos de jornais de grande circulao no

    Rio de Janeiro, trazendo ao grande pblico suas opinies repletas de refinamento

    intelectual, nas quais o cotidiano era ressignificado de forma literria. Como exemplo,

    podemos lembrar o trabalho de Machado de Assis na srie de crnicas denominadas

    Bons Dias e ainda Miscelneas e Aquarelas ou as imperdveis Crnicas de Llio.

    Sobre esse processo de mutao do folhetim, observa Antonio Candido (1992,

    p.15), no artigo A Vida ao Rs-do-Cho, no qual explora a trajetria e a natureza da

    crnica:

    Antes de ser crnica propriamente dita foi folhetim, ou seja, um artigo de roda-p sobre as questes do dia polticas, sociais, artsticas e literrias. Assim eram os da seco Ao Correr da Pena, ttulo significativo cuja sombra Jos de Alencar escrevia semanalmente para o Correio Mercantil, de 1854 a 1855. Aos poucos

    o folhetim foi encurtando e ganhando certa gratuidade, certo ar de quem est escrevendo toa, sem dar muita importncia. Depois, entrou francamente pelo tom ligeiro e encolheu de tamanho, at chegar ao que hoje.

    A crnica, efetivamente, atende ao trip autor/obra/leitor, condio fundamental

    para a sedimentao de um sistema literrio proposto por Candido. Ela j nasceu tendo

    pblico cativo e, por ser simples, despretensiosa, no almejando fazer parte dos cnones

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    100 ANOS DE AFRNIO COUTINHO (1911-2011): A CRTICA LITERRIA NO BRASIL

    3 Colquio do Grupo de Estudos Literrios Contemporneos: um cosmopolitismo nos trpicos e 100 anos de Afrnio Coutinho: A crtica literria no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 55-60.

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    da literatura, vem resistindo e se fortalecendo como um gnero de destaque na

    atualidade.

    O desenvolvimento do gnero narrativo crnica passa a ser impulsionado

    simultaneamente evoluo da imprensa no Brasil como observa Afrnio Coutinho na

    Enciclopdia da Literatura Brasileira (2001, p.559):

    Mas a crnica vem a incorporar-se aos hbitos da nossa imprensa quando se deu o desenvolvimento da imprensa, com a sua

    modernizao, quando se adotam as ilustraes a pena e os clichs fotogrficos, quando se aumenta o nmero das edies. Dispondo de maior espao, o jornal se enriquece de atrativos e com o noticirio, o

    grave artigo de fundo e a sees ordinrias, transforma a crnica em

    matria cotidiana, como recreio do esprito, amvel e brilhante cintilao da intelignciaum

    A citao registra um importante elemento de fomentao do gnero, j que a

    imprensa foi o elemento motor da evoluo da crnica literria no Brasil, funcionando

    como um arquivo constante de produo e reelaborao dessa modalidade narrativa.

    Coutinho argutamente tambm observa um aspecto referente natureza da

    crnica. O trao que parece caracterizar a natureza da crnica em qualquer poca, a sua

    marca de descomprometimento, de tratar com banalidade assuntos srios, enfim,

    conferir leveza densidade da vida, uma vez que sua funo primordial era entreter o

    leitor, como ele prprio a chama recreio do esprito. Sobre essa marca da crnica, Afrnio

    Coutinho ratifica o seu papel de entretenimento quando comenta o incio da sua

    trajetria no Brasil durante o Romantismo (2001,p.559-560):

    Quem percorrer os jornais desse perodo observar que, no seu bojo,

    atenuando as exuberncias da paixo poltica, insinuava-se algo que tinha principalmente um objetivo: entreter. Era a crnica, destinada a condimentar de maneira suave a informao de certos fatos da semana ou do ms, tornando-a assimilvel a todos os paladares.

    O comentrio resume de maneira efetiva e afetiva o princpio que mais norteou a

    crnica durante sua trajetria, a propriedade de proporcionar diverso aos leitores, uma

    espcie de blsamo de letras que retemperava os fatos, muitas vezes indigestos,

    tornando-os palatveis, provando que a literatura, embora no possa curar os males do

    mundo, ajuda a suport-los.

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    3 Colquio do Grupo de Estudos Literrios Contemporneos: um cosmopolitismo nos trpicos e 100 anos de Afrnio Coutinho: A crtica literria no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 55-60.

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    Fruto das pginas dos jornais, a crnica vem cada vez mais ocupando as pginas

    dos livros em antologias das mais variadas, prova incontestvel de que ela pode trair o

    carter efmero do tempo e eternizar-se.

    Joo do Rio, pseudnimo do jornalista fluminense Paulo Barreto (1881-1921),

    foi um dos grandes nomes ligados crnica do incio do sculo XX. Segundo Renato

    Cordeiro Gomes (1996), a produo desse autor bastante significativa para ilustrar o

    perodo, j que seus textos foram publicados em diversos jornais (O Dia, Gazeta de

    Notcias, O Pas) e em diversas colunas literrias (Cinematgrafo, O Instante) da

    capital. Para Brito Broca, Joo do Rio foi o cronista por excelncia dos 1900 no

    Brasil. Entre outros mritos o autor instituiu a transformao da crnica em reportagem

    (por vezes lricas e com vislumbres poticos), assim o cronista deixava o gabinete

    para extrair o seu texto diretamente das ruas, sendo o nosso primeiro flneur.

    Esse esprito flneur, de buscar nas ruas a inspirao para seus textos, vai, de certa

    forma, influenciar a produo dos outros cronistas posteriores a Joo do Rio. O

    espetculo das ruas vai funcionar como fonte inesgotvel de temas para o

    desenvolvimento da atividade dos cronistas. Cabe a eles flagrar no turbilho das ruas as

    cenas que podem ser registradas e transformadas em pginas literrias.

    Joo do Rio foi o primeiro cronista a perceber que novos tempos exigiam uma

    nova linguagem literria, preconizando um estilo que representava a modernidade

    crescente que se anunciava atravs do modelo urbano da ento capital federal, j

    naquela poca fazendo uso de recursos visuais prprios do cinema e da fotografia.

    Assim, saindo do seu gabinete, o cronista tambm se destacou por realizar

    espcies de pesquisa de opinio, ou enquetes, como se denominava na poca. Em uma

    dessas enquetes, intitulada de O Momento Literrio, realizado em 1905, Joo do Rio

    lanava aos escritores brasileiros a seguinte pergunta: O jornalismo, especialmente no

    Brasil, um fator bom ou mau para a arte literria? Tal questionamento denota a

    importncia da relao entre a literatura e o jornalismo naquele perodo, j que esse era

    o principal veculo para a circulao literria.

    Outro nome que se destaca nas colunas literrias Olavo Bilac (1865-1918). O

    prncipe dos poetas brasileiros no concentrou sua lavra apenas nos impecveis sonetos

    parnasianos. Ele tambm fez da crnica uma profisso de f. Assinou no incio do

    sculo XX, na Revista Kosmos (1904-1906), a crnica de abertura que vinha assinada

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    pelas suas iniciais O. B.. Kosmos era, segundo Brito Broca(1955), uma revista de

    cultura na qual predominava a parte literria e artstica. Muitos outros exemplos de

    colunas literrias destinadas publicao de crnicas poderiam aqui ser elencados, pois,

    de fato, essa foi uma marca cultural desse perodo e assim continua at a

    contemporaneidade.

    A tradio da coluna literria de crnicas no Brasil invadiu o sculo XX,

    perpetuando-se ao longo dos anos e chega at ns com o mesmo frescor das rotativas do

    sculo XIX. O gnero parece ter se ambientado de tal maneira no pas, que um estudo

    detalhado de sua evoluo revelaria muito da identidade nacional, pois a crnica revela

    uma profunda intimidade com o cotidiano do brasileiro.

    Podemos afirmar que a crnica literria representa um tipo de narrativa que

    possui um itinerrio de destaque para a Histria da Literatura Brasileira. Ainda que

    injustamente inferiorizada nos cnones do nosso sistema cultural, ela vem, ao longo dos

    anos, fazendo parte do universo intelectual do pas, e, sobretudo, do repertrio textual e

    afetivo dos nossos leitores. E se ela obteve destaque atravs das penas dos dois maiores

    historiadores da nossa literatura um sinal de que merece mais ateno, aqui pois fica

    registrado nosso elogio crnica, a Antonio Candido e, sobretudo, a Afrnio Coutinho

    nosso homenageado.

    RESUMO

    O presente trabalho pretende demonstrar a importncia da crnica no sistema literrio

    brasileiro. Desde sua gnese no sculo XIX, atravs das colunas em peridicos at a

    contemporaneidade, essa modalidade narrativa habita as preferncias dos leitores e vem

    sofrendo mudanas ao longo dos anos. Tal aspecto passa inclume em grande parte dos

    estudos dos historiadores da literatura em nosso pas, todavia Afrnio Coutinho e

    Antonio Candido destacam em suas obras a grandeza desse gnero menor.

    PALAVRAS-CHAVE: Crnica. Histria da Literatura. Peridicos.

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    3 Colquio do Grupo de Estudos Literrios Contemporneos: um cosmopolitismo nos trpicos e 100 anos de Afrnio Coutinho: A crtica literria no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 55-60.

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    ABSTRACT

    The present study intends to demonstrate the importance of the chronicle in the

    Brazilian literary system. Since its beginning in the 19th century, through the columns

    in periodicals to contemporaneity, this narrative modality dwells in the preferences of

    the readers and has been going through many changes along the years. This aspect is not

    noticed by many of the Literature historians in our country. However, Afranio Coutinho

    and Antonio Candido highlight the greatness of this genre in their works.

    KEYWORDS: Chronicle. Literature History. Periodicals.

    BIBLIOGRAFIA

    BROCA, Brito. A Vida Literria no Brasil 1900. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1955.

    CANDIDO, Antonio [et. al.]. A Crnica: O Gnero, sua fixao e suas transformaes

    no Brasil. Fundao Casa de Rui Barbosa. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1992.

    COUTINHO, Afrnio. Enciclopdia da Literatura brasileira. Dir. J. Galante de Souza.

    Vol.I. Co.Ed. Global, FBN e ABL: So Paulo, 2001.

    _________. Notas de Teoria Literria. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1976.

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    Janeiro: Relume Dumar, 1996.

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