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Revista Visão da Agroindústria www.visaoagro.com.br

editorial

Meus caros leitores, já estamos chegando ao nono mês de 2013 e começo a enxergar uma pequena luz no fundo do túnel, mas somente durante a Fenasucro é que podemos saber se esta luz vai aumentar ou não.

O cenário para as indústrias é pior do que se pode imaginar. Várias empresas de porte médio e pequeno não aguentaram.

E as grandes vem fazendo de tudo para se manter em pé, moral da história quem paga a conta é o trabalhador que perde o seu emprego. Mas como diz Ronaldo (Fenômeno), “Sou brasileiro não desisto nunca”. A Revista Visão trás em seu caderno de Negócios a matéria “O pior já passou”, sinalizando que o setor começa a entrar em fase de recuperação, pois a matéria prima (cana) não vai faltar, segundo os entendidos, dizem que as Usinas neste ano vão moer com a sua capacidade máxima e dizem que vai sobrar cana em pé.

Entendemos que o setor precisa urgentemente construir novas unidades, para atender o mer-cado interno, pois até 2020 teremos uma frota de 86% de carros flex. Não podemos correr mais o risco de faltar etanol para abastecer estes veículos.

Também, enviamos a nossa equipe de reportagem para pesquisar entre as empresas de fabricação agrícola e industrial, quais são as novidades em tecnologia que elas apresentarão na Fenasucro 2013.

Espero que esta edição da Visão da Agroindústria possa realmente trazer em suas páginas as informações que você vem buscando dentro do setor.

Boa leitura! Alex RamosJornalista – MTB - 33422Editor Chefe

“Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se

fatigarão”. Isaías 40:31

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06 CANAEstudo analisa arquitetura vegetativa da cana-de-açúcar

Setor sucroenergético sofre pressão do mercado internacional

Conselho Monetário Nacional institui programa de apoio a novos canaviais

10 USINASBiosev inaugura usina termelétrica movida a bagaço de cana-de-açúcar

Usina Cambuí: primeira do Brasil autorizada a funcionar pela ANP

12 ETANOLCopersucar cresce 31% em vendas e conquista liderança mundial nos mercados de açúcar e etanol

Etanolduto: Anunciado investimento de R$ 401 mi para Uberaba (MG)

14 CAPADo café a cana como a história do polo industrial de Sertãozinho começou

22 NEGÓCIOSO “gargalo” da mão de obra especializada

Seminário sobre RH Estratégico marca o Dia da Indústria em Sertãozinho

Camaq: Há 41 anos vencendo desafios

Mil não é para qualquer um, só a Siemens chega a milésima turbina a vapor

Dynamic Air é reconhecida mundialmente por seus sistemas de transporte pneumático

Romasul Equipamentos: 44 anos de experiência e competência em equipamentos industriais

Líder de mercado em Sertãozinho, Destaca Engenharia tem know-how em fundações industriais

Chuva provoca atrasos no plantio da safra 2014/15, mas aumenta rendimento da safra atual

“Filha da Zanini”, PRC conquista seu espaço no setor sucroenergético

Cal Bombas supera desafios e comemora seu primeiro ano de fundação

36 AGRONEGÓCIOSNova máquina de fabricação de telas promete ampliar produção da Equilíbrio

AGRISHOW 20 anos bate todos os recordes e tem a maior edição de sua história

Francesa Albioma vai investir 400 mi de euros em biomassa de cana no Brasil

42 BIODIESEL

Estudo do Cena/USP desvenda mistérios do pinhão manso

44 OPINIÃOAté que enfim povo se insurge contra desmandos e abusos político-institucionais

Energia - debate necessário

46 REFLEXÃO

Cliente, este intruso

Ed 54| ano 10 | Jun- Jul 2013Sumário

Diretoria Diretor Presidente - Alex RamosDiretora de Marketing - Marcia Ramos

RedaçãoEditor Chefe – Alex Ramos - MTB 33422 Editor Artes - Diagramação - Janaina Amorim [email protected] - Grupo Luz

Publicidade Diretor Comercial - Alex Ramos [email protected]

Financeiro e AdministrativoGerente - Eleofani [email protected] Natália Paschoal - [email protected]

ColaboradoresRonaldo Knack - [email protected] Soares - [email protected]

Distribuição Setorial - A distribuição é direcionada aos empresários, executivos e integrantes das unidades produtoras de açúcar e álcool, cooperativas, associações, sindicatos, instituições de pesquisas e empresas fornecedoras de produtos e serviços. - Circulação - Bimestralmente enviados para diretores de usinas e gerentes das áreas industriais, agrícolas e administrativa. Além da circulação regular, a revista também conta com repartes adicionais

distribuídos nos principais eventos do setor sucroenergético do país. Dúvidas, sugestões, cartas, e outros serviços:

Grupo Visão Rua: Angelo Pignata, 13

/ CEP 14177-160 Sertãozinho/SPFone: (16) 3041-2002 / 3041-3288 / 3041-5035

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Plantio cada vez mais eficiente

Doca Pascoal

As empresas fabricantes de equipamentos para mecani-zação da lavoura canavieira estão produzindo plantadoras cada vez mais eficientes para pequenos, médios e grandes produtores. Apenas 10% da área de cana é plantada com máquina, enquanto a colheita mecanizada já alcança 83% da área canavieira da região Centro-Sul do país. De olho nessa diferença, os fabricantes investem cada vez mais na operação de plantio.

A DMB, por exemplo, de-senvolveu um equipamento que realiza todas as operações de plantio da cultura da cana de uma só vez, inclusive a aplicação de inseticidas contra pragas de solo, utilizando cana inteira e plantando duas linhas de cada vez, com rendimento em torno de 5 hectares por dia.

A plantadora, tracionada por trator de potência mínima de 140 hp, possui duas rodas estabiliza-doras e dois discos de corte, o que facilita a operação em locais de preparo reduzido e em áreas de reformas para rotação de culturas. Dois sulcadores com asas con-vencionais, com regulagem de espaçamento, profundidade e lar-gura do sulco, permitem resultado semelhante ao plantio manual.

A plantadora PCI-4000 Ger-ação III conta com duas aduba-deiras, acionadas por motor hidráulico independente, com capacidade para 370 litros cada uma. A dosagem é regulada por válvula de fluxo de óleo. O sistema

de roletes de borracha e facas puxa a cana e a pica em toletes de cerca de 51 cm, uniformemente distribuídos no sulco.

A máquina possui um conjunto aplicador de inseticidas contra pra-gas de solo composto por tanque de polietileno de 310 litros com visor de nível, filtro, bomba elétrica e dois bicos antigotejantes que pulverizam a calda do inseticida diretamente sobre os toletes.

Já a Sermag conta com uma plantadora de cana picada modelo SMI 10.000, de duas linhas, com duas adubadeiras em polietileno com capacidade de 500kg cada, acionamento com motor hidráulico e válvula controladora de fluxo, um depósito de inseticida líquido com capacidade para 800 litros, dois sulcadores com desarme automático, dois cobridores dos to-letes oscilantes em paralelogramo.

Com capacidade de carga 6000 kgs, o equipamento possui pneus de alta flutuação 600/50 x 22,5 com rodas, montados com eixos com sistema tanden. A cabine possui ar condicionado ou climatizador e é montada na parte superior dianteira central, com plataformas de acesso na lateral. A plantadora também conta com sensores nas saídas da cana, adubo e inseticida.

A Maksolo aposta em uma plantadora econômica e com-pacta. Multifuncional, o modelo MK PLTCANA 3000 também realiza em uma só operação o plantio, a adubação, a aplicação de inseti-cida, a cobertura dos toletes de cana-de-açúcar e o acamamento dos toletes.

A Civemasa conta com sua super plantadora modelo SPTPC 2/2/1, que é acoplada e tracionada pelo sistema de terceiro ponto dos tratores e vem equipada com duas caixas picadoras acionadas por motores hidráulicos, válvula reguladora de fluxo e válvula so-lenóide, que cortam a cana em toletes de aproximadamente 450 mm, os quais deslizam por bicas que os acomodam de forma ho-mogênea no fundo do sulco.

Duas caixas plásticas para fertilizantes possuem capacidade de 0,270 metros cúbicos cada, com sistema de distribuição por rosca sem fim acionado por motor hidráulico com válvula reguladora de fluxo. Há também um tanque plástico para fungicida com capacidade de 200 litros, com acionamento por motor elétrico.

Os rolos compactadores e os cobridores têm sistema oscilante, sendo que os cobridores possuem dois discos lisos de 18” por linha de trabalho. As rodas para con-trole e regulagem da profundidade de trabalho estão posicionadas ao lado dos sulcadores. Eixos da carreta, tipo tandem, para quatro rodas com pneus 11L15-12 lonas.

Já para pequenos e médios produtores, a TMA conta com duas plantadoras de cana. A PTX 300, de uma linha, tem capacidade de carga de 3,5 toneladas e câmeras para acompanhar o plantio. A PTX 1.500, também de uma linha, não tem eixo e nem pneus, sendo acoplada no terceiro ponto do trator. Focada no plantio de baixo desempenho, ela tem 1,5 tonelada de capacidade.

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Canaplan reduz previsão de açúcar e etanol em 13/14 no Centro Sul por clima

O clima chuvoso em algumas regiões de produção de cana do centro-sul do Brasil em semanas recentes deve reduzir o volume de açúcares recuperáveis da atual safra, impactando a produção de açúcar e etanol, disse o diretor da consultoria Canaplan.

A produção de açúcar do país deve ficar em 33 milhões de toneladas, contra cerca de 34,5 milhões na estimativa anterior da consultoria, disse Luiz Carlos Cor-rêa Carvalho, que também é presi-dente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

A produção de etanol é estima-da agora em 26 bilhões de litros de etanol, contra 27 bilhões de litros projetados anteriormente.

“O clima, não só por chuvas na hora do amadure-cimento da cana, mas também pelo florescimento, vai levar a uma redução de produtos”, disse Carvalho, no intervalo de um evento da Abag em São Paulo.

Ele explica que o solo úmido tem estimulado os canaviais a permanecer em estado vegetativo, ao invés de entrar na fase de amadurecimento. Além disso, mudanças no padrão climático também levaram as plantas, em algumas regiões, a florescerem, o que reduz o potencial de produção delas.

Segundo Carvalho, deverá haver um impacto pequeno no volume de cana colhido, para o qual as estimativas devem ser mantidas, mas com perdas na quantidade de açúcares recuperáveis (ATR), que são efetivamente a matéria-prima para o açúcar o biocom-bustível.

A geada de semanas atrás afetou principalmente canaviais de Mato Grosso do Sul, com menor impacto no Paraná e no sul de São Paulo, disse Carvalho, que não deu detalhes sobre estimativas de perdas, seg-undo a Reuters.

BNDES reduz juro de programa para renovação de canavial a 5,5%

O Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social anunciou a redução das taxas de juros no Programa BNDES de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (BNDES Prorenova). Os juros passam a ser fixos, de 5,5% ao ano.

Antes, as médias e grandes empresas pagavam Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que está em 5% anuais, mais remuner-ação do BNDES de 1,3% ao ano, acrescidos do spread do agente financeiro, negociado livremente pelo cliente com o seu banco. As micro, pequenas e médias empre-sas (MPMEs) pagavam TJLP mais remuneração do BNDES de 0,9%, além do spread do agente.

Segundo o BNDES, a etapa agrícola da produção de etanol

representa quase 70% dos custos finais do produto, razão pela qual se espera que, com menor despesa financeira no plantio, haja incre-mento na capacidade de investimento das usinas e produtores rurais e, consequentemente, plantio mais ambicioso, renovando ou expand-indo áreas maiores.

Outra alteração aprovada pela diretoria do BNDES no Prorenova diz respeito à participação do banco nos itens financiáveis para mé-dias e grandes empresas, que pode chegar a 90% para produtores que optarem por usar variedades de cana protegidas, isto é, cultivar-es que ainda não caíram em domínio público. A ideia é aumentar a difusão tecnológica de novas variedades.

Para os produtores que utilizarem variedades de domínio público, o limite de participação do BNDES cai de 80% para 70% dos itens financiáveis. A redução pretende o alinhamento às políticas operacio-nais do BNDES.

O banco de fomento informou, ainda, que o Prorenova continuará com dotação de R$ 4 bilhões. Os pedidos de financiamento deverão ser protocolados no BNDES até 31 de dezembro deste ano.

O prazo total para pagamento do empréstimo foi mantido em até 72 meses, mas com carência de até 18 meses para todos os ben-eficiários, independentemente do porte. Antes, o prazo aplicava-se às médias e grandes empresas, enquanto as MPMEs tinham uma carên-cia de acordo com a avaliação da sua capacidade de pagamento, segundo a Agência Estado.

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cana Revista Visão da Agroindústria canawww.visaoagro.com.br

Cana: Receita bruta pode chegar a R$ 49,9 bilhões, 12,1% superior à do ano passado

A receita agrícola bruta das principais lavouras brasileiras deverá somar R$ 263,2 bilhões em 2013, conforme previsão divulgada pela GO Associados. Em relação à projeção de junho da consultoria, o novo número é 1,9% superior e representa um novo recorde histórico. Na comparação com o resultado esti-mado pela empresa para 2012 (R$ 244,3 bilhões), o aumento chega a 7,7%.

Como já apontaram levantamentos anteriores realizados pela própria GO, pelo Ministério da Agricultura e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o faturamento deste ano será novamente puxado pela soja. Carro-chefe do agronegócio nacional, a oleaginosa deverá gerar receita bruta de R$ 79,5 bilhões, 19,7% mais que em 2012.

Esse forte aumento é determinado sobretudo pela recuperação da colheita na safra 2012/13 após a quebra no Sul do país em 2011/12, provocada por uma severa estiagem. A GO estima a colheita em 2012/13 em 81,3 milhões de toneladas, 23,7% acima do volume do ciclo anterior. Mas a consultoria con-firma a tendência de queda dos preços do grão neste segundo semestre, em virtude da recomposição da oferta no Hemisfério Norte no ciclo 2013/14, que já está em andamento.

Ainda entre os grãos, a GO passou a projetar a receita do milho em R$ 36,6 bilhões neste ano, aumento de 9,6% sobre 2012. A produção do cereal em 2012/13 foi estimada pela consultoria em 78,2 milhões de toneladas, 9,7% mais que em 2011/12. Em seguida aparecem arroz (R$ 9,2 bilhões), feijão (R$ 8,6 bilhões), trigo (R$ 3,9 bilhões) e algodão (R$ 2,7 bilhões), o único produto desse grupo com previsão de queda de receita.

Entre as culturas perenes, o destaque é a cana. Para a cultura, a GO agora projeta receita bruta de R$ 49,9 bilhões em 2013, 12,1% superior à do ano passado, em parte graças a um aumento de 8% na produção nacional, previs-ta em 725 milhões de toneladas. Nesse tabuleiro os preços do açúcar continu-am deprimidos e as usinas ampliaram as apostas no etanol, cujas exportações para os EUA também estão em alta.

Para o café, cujas cotações internacionais seguem no mais baixo patamar em quase quatro anos, a GO passou a projetar receita bruta de R$ 21,5 bil-hões, 36% menos que em 2012 - ainda que a produção vá recuar apenas 600 mil toneladas (pouco para um ciclo de bienalidade negativa como o atual), para 5,5 milhões de toneladas. Para a laranja, a previsão também é de queda da receita (6,4%, para R$ 13,2 bilhões), e para o fumo a projeção é de avanço de 15,3%, para R$ 6,8 bilhões, segundo o Valor Econômico.

Produtor de cana em Piracicaba tem

pago para trabalhar, diz associaçãoAgricultores se dizem prejudica-

dos com a proibição da queima da cana. Entidade acredita que programa da União poderia solucionar os problemas.

A proibição da queima controlada da palha da cana-de-açúcar é um dos prin-cipais fatores que têm influenciado no aumento do custo da produção do pequeno e médio produtor de Piracicaba (SP), segundo afirmou o gerente do Departa-mento Técnico Agronômico da Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (Afocap), José Rodolfo Penatti. Ainda de acordo com ele, os produtores estão prat-icamente “pagando para trabalhar.”

De acordo com Penatti, o custo da produção é de R$ 70 por tonelada da cana, enquanto o valor de venda está em apenas R$ 58. “Nossa região é formada, na maio-ria, por pequenos e médios produtores que não possuem o maquinário necessário para realizar a colheita da cana crua e precisam pagar mais caro pelo serviço manual”, explicou o gerente.

A projeção para a colheita da safra 2013 é de 590 milhões de toneladas para toda a região Centro-Sul, de acordo com Pen-atti. “A safra começou bem em abril, mas a chuva fora de época ocorrida em maio atrapalhou todo o desenvolvimento. Com o frio dos últimos dias, possivelmente a safra volte ao normal.”

Solução rápidaPenatti acredita que a solução, a curto

prazo, seria a ajuda do governo federal aos pequenos e médios produtores por meio de um programa de subvenção, que injetaria dinheiro diretamente na produção, segundo o G1

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cana Revista Visão da Agroindústria canawww.visaoagro.com.br

A sede que ronda os canaviais Doca Pascoal

Uma enorme parte dos canaviais brasileiros, especial-mente na região Nordeste, clama por irrigação, do plantio até o amadurecimento da planta. De acordo com dados da Agência Nacional de Águas, a cana é a cultura mais irrigada do País, com 1,7 milhão de hectares, de um total de 5,5 milhões de hectares.

Depois da cana, a cultura com mais áreas irrigadas no Brasil é a do arroz em casca (1,1 milhão de hectares), na frente da soja (624 mil hectares), milho em grão (559 mil hectares) e o feijão de cor (195 mil hectares). A importância da água fez com que o Ministério da Integração Nacional criasse, em 2012, o Mais Irrigação.

O programa, considerado estratégico para a irrigação pública, prevê investimentos de R$ 10 bilhões para aumentar a eficiência das áreas irrigáveis, além de incentivar a criação de polos de desenvolvimento e a criação de novos campos de trabalho.

Neste cenário, diversas empresas têm se esforçado para desenvolver tecnologias mais eficazes de irrigação. A Lindsay América do Sul, empresa de soluções para irrigação que ocupa a segunda colocação no ranking do mercado de irrigação por aspersão no Brasil, aposta no conceito de irrigação por pivôs.

A empresa destaca a versatilidade do pivô modelo 9500P, implemento da família Zimmatic. O equipamento pode ser per-sonalizado, permitindo que se escolham os pontos do pivô, os vãos, a transmissão, o painel de controle e os demais acessórios. Não há limites para a largura de vão e para o comprimento total da máquina.

O equipamento permite seleção variada para altura da torre, com opções de 3 a 6 metros. Segundo o fabricante, o 9500P é considerado o mais rápido do mercado, por concluir um círculo de 0,4 km em menos de 13 horas. A máquina possui um mo-torredutor exclusivo, que demanda menor consumo de energia.

Já a israelense Netafim aposta na irrigação por gotejamento e microaspersão. A empresa desenvolveu novas aplicações téc-nicas do sistema de gotejamento que permitem o cultivo susten-tável da cana.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Netafim Israel, Yoram Krontal, um dos principais produtos para o mercado de cana de açúcar é o gotejador autocompensado Dripnet PC AS. Com alta resistência a obstrução, possui sistema antisifão e autolimpante com labirinto exclusivo (Turbonet tm), aliando alto desempenho com excelente custo-benefício.

Outro agrônomo da Netafim, Daniel Pedroso, apresenta

números que mostram o aumento da longevidade e produtividade do canavial com o uso de sistemas de irrigação, especialmente por gotejamento. Ele afirma que há la-vouras de cana irrigadas por gote-jamento na região Nordeste que na safra 2011/12 atingiram o 14º corte, mantendo uma média superior a 100 ton/ha em 5 cortes.

Segundo Pedroso, o potencial de cana estimado pelo IAC (Insti-tuto Agronômico) de Campinas, na região de Ribeirão Preto, é de 327 toneladas por hectare, porém o que se vê é uma média de 82 ton/ha. “O uso da irrigação pode mudar esta realidade. O sucesso da produção depende 50% do clima e os produtores de cana não podem ficar reféns deste fator”.

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cana Revista Visão da Agroindústria canawww.visaoagro.com.br

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usinas Revista Visão da Agroindústria usinaswww.visaoagro.com.br

O Alimentador de Bagaço e Palha modelo Shark Teeth é um dos mais recentes projetos da Caldema

É Aplicável nas concep-ções das caldeiras modernas Cal-dema e para projetos de caldeiras já existentes, inclusive de outros fabricantes, para o setor sucroen-ergético que utilizam como com-bustível para queima o bagaço com fibra longa e palha de cana.

Tem como objetivos principais a resistência à corrosão provo-cada pela presença de cloro e enxofre no combustível em função de seu material construtivo (aço in-oxidável ferrítico); a eliminação do efeito de “encabelamento” através de duplos rotores em forma de pás serrilhadas; a estabilidade operacional devido à facilidade de passagem do bagaço/palha na alimentação da fornalha o que ocasiona por consequência um

menor consumo de potência de acionamento, além de um ar-ranjo construtivo simplificado com carcaça aparafusada em uma das laterais para simplificar a monta-gem e inspeção dos internos.

Especificamente, a construção dos alimentadores de bagaço/pal-ha modelo Shark Teeth Caldema emprega:

- Invólucro totalmente selado construído de chapas de aço inox ferrítico 410 D;

- Rotores dotados de pás serril-hadas em todo seu contorno para diminuir ao atrito com o combustív-el, construído em aço inox ferrítico 410 D;

- Eixos maciços contínuos con-truídos em aço SAE 1045 que não tem contato com o combustível;

- Mancais externos bipartidos;- Sustentação por base metáli-

ca aparafusada que proporciona rigidez ao conjunto;

Seu acionamento é compacto de fácil instalação/adaptação em caldeiras novas ou já existentes. O conjunto é composto por:

- Motorredutor com potência de 5 HP e fator de serviço mínimo de 1,5;

- Acoplamento entre motorredu-tor e alimentador tipo flexível sem necessidade de lubrificação;

- Proteção metálica do acopla-mento conforme norma vigente NR-12.

Cenário ainda adverso para construção de novas usinas

Apesar da conjuntura mais positiva para o etanol no curto prazo, decorrente dos incentivos governamentais concedidos neste ano, o retorno proporcionado pela construção de usinas novas de cana-de-açúcar continua baixo no país. Os preços deprimidos do açúcar no mercado internacional e outros riscos associados à atividade se juntam à conjuntura negativa que segue turvando a visão do investi-dor.

O banco Credit Suisse divulgou um estudo que, com base nas co-tações atuais do açúcar e do etanol, conclui que o retorno vindo da construção de uma usina no Brasil é negativo em 1,1% em termos reais se for considerada uma alavan-cagem de 50%, nível que o banco considera ser muito baixo para encorajar expansões.

Para reverter essa tendência, o preço do açúcar teria que alcançar, no mínimo, 21 centavos de dólar por libra-peso (com câmbio de R$ 2,20). Os preços do etanol deveriam ficar estáveis em termos reais.

Mas, além dessas premissas, os investidores precisariam levar em conta outros riscos associados a um projeto greenfield no Brasil, seg-undo o Credit Suisse. Entre eles, o risco climático, os custos com ferti-lizantes, o controle do governo nos preços da gasolina e os gargalos logísticos.

Para o banco, a dinâmica de oferta e demanda do açúcar é de-safiadora no curto prazo - mas, no entanto, deve melhorar. Isso porque os preços baixos da commodity devem desencorajar o aumento da oferta no mundo. Assim, como consequência de uma oferta estável com uma demanda crescente, o banco espera preços do açúcar

em recuperaçaão leve na safra 2013/14, eventualmente convergin-do para 20 centavos de dólar por libra-peso em 2014/15.

Diante desse cenário ainda fraco para o setor, o banco projetou uma perspectiva de neutralidade para a performance de duas das três companhias das quais acompanha em seus relatórios. A Cosan, que não está muito exposta ao setor de açúcar e etanol por ter diversificado para distribuição de combustíveis e logística, é a única para a qual o Credit Suisse projeta uma perfor-mance acima do mercado, equiva-lente à recomendação de compra (outperform). O preço-alvo para a ação dessa companhia nos próxi-mos 12 meses é de R$ 59, o que significa uma expressiva valorização de 36% em relação ao nível atual.

Para a Adecoagro, empresa que produz grãos, açúcar e etanol, controlada pelo megainvestidor George Soros e capital aberto na bolsa de Nova York, a indicação do Credit Suisse é de neutralidade e preço-alvo de US$ 7,50 por ação, 13% de aumento em relação aos níveis atuais.

Em relação à brasileira São Martinho, única puramente sucroal-cooleira na bolsa de valores de São Paulo, o banco reconhece os níveis elevados de competitividade da companhia, no entanto, acredita que a maior parte do valor já está precifi-cado no papel. Ainda assim, apesar da perspectiva de neutralidade, o Credit Suisse projeta preço-alvo de R$ 30 por ação, o que significa uma valorização de 20% em relação aos níveis atuais.

Numa perspectiva mais de longo prazo, o Credit Suisse considera que o mercado de etanol hidratado no Brasil tem potencial para atin-

gir 16 bilhões de litros em 2017. A projeção se baseia na perspectiva de crescimento da frota flex-fuel, e significa impulsionar em 51% o con-sumo de hidratado em cinco anos - contados a partir de 2012. Para a gasolina e o anidro, a instituição estima aumento de 3% ao ano no mesmo período. “O efeito da frota-flex na demanda interna não é fácil de calcular e pode mudar dramat-icamente, conforme o comporta-mento dos preços do hidratado em relação à gasolina”, avalia o banco em relatório.

A instituição projeta ainda que o Brasil deveria processar 720 mil-hões de toneladas de cana-de-açú-car em 2017/18 (aumento de 5,1% de 2010/11 a 2015/16) para atender à demanda projetada de 16 bilhões de litros de hidratado, 10 bilhões de litros de anidro e de 44 milhões de toneladas de açúcar em 2017.

No entanto, para expandir a capacidade instalada para 710 mil-hões de toneladas, o país deveria investir US$ 19 bilhões, sendo US$ 12 bilhões para construção de 39 novas usinas (cada uma de 4 mil-hões de toneladas), e US$ 7 bilhões para plantio de cana.

No curto prazo, o Credit Suisse, em um cenário mais moderado, pro-jeta uma moagem de 580 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para esta safra 2013/14 no Centro-Sul. Considerando uma quantidade de açúcar na cana (ATR) de 140 quilos por tonelada e um mix de 46% para açúcar, o volume de açúcar produzido na região seria de 35,6 milhões de toneladas e de etanol, de 24,5 bilhões de litros. Esses volumes significam oferta adicional de 1,5 milhão de toneladas de açúcar e 3,2 bilhões de litros de etanol, segundo o Valor Econômico.

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Endividada e sem acesso a linhas mais baratas de crédito, a Usinas Itamarati já planeja reduzir a moagem de cana em cerca de 10 por cento, pelo menos, na próxima safra (2014/15), devido à redução nos investimen-tos para renovação dos canaviais, disse o presidente do grupo em entre-vista à Reuters.

“Este ano, o planejado era plantar (renovar) 11 mil hectares com cana, mas com as dificuldades e sem crédito, vamos cultivar somente 3 mil hec-tares”, disse Sylvio Coutinho, presidente da Usinas Itamarati.

O grupo, considerado de médio porte no Brasil, tem 59 mil hectares cultivados com cana, e tradicionalmente renovava 20 por cento desta área por ano.

Inicialmente, a meta para 2014/15 era moer 6,3 milhões de toneladas, mas diante das dificuldades o grupo já prevê que este volume pode cair para entre 5 milhões e 5,5 milhões de toneladas.

Na atual temporada, a Usinas Itamarati projeta moer 6 milhões de ton-eladas de cana.

A Usinas Itamarati, com sede em Nova Olímpia, sudoeste de Mato Gros-so, abastece sobretudo o centro-norte do país, para onde destina a maior parte de sua produção de etanol hidratado e anidro e açúcar, que segue de caminhão até o Rio Madeira sendo depois distribuída para os Estados da região Norte.

Na safra 2012/13, a usina destinou 54 por cento de sua produção de

Usinas Itamarati reduzirá moagem de cana em 2014/15 por dívidas

cana para o etanol e o restante ao açúcar, mas nesta temporada a fatia do etanol deverá atingir 63 por cento do total moído.

O grupo tem uma receita bruta anual de 700 milhões de reais, contra um endividamento de 1,8 bilhão de reais, que inclui dívidas tributárias, com bancos e for-necedores, entre outros. A maior parte dessa dívida foi formada na década passada, com investimen-tos realizados durante o boom do setor, que depois sofreu um forte impacto da crise global de crédito com auge em 2008.

Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), desde 2008 cerca de 40 usinas foram fechadas em função das dificuldades financeiras.

Por conta do alto endivida-mento, o grupo não tem acesso a linhas de financiamento dis-poníveis pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com juros mais baixos, carências e prazos mais longos para pagamento em com-paração com os demais agentes financeiros.

No ano passado, dos 4 bilhões de reais destinados à ampliação e renovação de canaviais, o BNDES liberou menos de 1,5 bilhão de reais em financiamentos.

Para este ano, o BNDES prevê desembolsar até 6 bilhões de reais para o setor, entre linhas para ampliação, renovação, estocagem e estímulo à renovação.

RENOVAÇÃO MENORNa atual temporada, por ex-

emplo, a Usinas Itamarati gastou cerca de 70 milhões de reais entre plantio e tratos culturais para o cultivo de 11,3 mil hectares. É a di-ficuldade de acesso aos recursos que a leva a reduzir o percentual de renovação.

“É uma situação grave entre as usinas, esta questão da dívida, mais de 80 por cento passam por dificuldades... E está disseminado por todo o país”, disse Coutinho, acrescentando que a Itamarati ainda está em situação melhor se comparado a outras usinas médias do setor.

Ele contou que para conseguir os financiamentos do BNDES, as usinas precisam da chamada Cer-tidão Negativa de Débito (CND), que muitas não têm, justamente por conta das dívidas.

O executivo considera que o governo deveria flexibilizar os acessos ao financiamento, abrindo mão da CND e adotando outros ti-pos de garantias, como ativos das usinas ou até o próprio produto.

“Por exemplo, se o empréstimo for para a estocagem de etanol, então que a garantia seja o próprio etanol”, sugeriu Coutinho.

A alta alavancagem, espe-cialmente entre as pequenas e médias empresas, é reflexo dos investimentos realizados no boom da indústria sucroenergético em meados dos anos 2000 até 2008, ano em que a queda do Lehman Brothers secou a liquidez do mercado, restringindo a oferta de crédito.

O setor que até então tinha sido alvo de grandes investimen-tos, viu os empréstimos secarem e a dívida aumentar.

Embalada pela perspectiva de crescimento do setor, a Usi-nas Itamarati também investiu na expansão da capacidade na oc-asião, com aquisições de plantas em Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. Atualmente, a primeira está fechada e a segunda foi ar-rendada, mas também está quase parando, segundo ele.

Questionado se esta situação não levaria a um novo processo de consolidação do setor, Coutinho minimizou a possibilidade.

“Deveria consolidar, mas tem muitas incertezas quanto à política energética do país... Quem vai querer investir num setor que nin-guém sabe como será amanhã”, disse.

A própria Usinas Itamarati foi colocada à venda desde 2011 pelo acionista majoritário, tendo o JP Morgan como banco responsável pela operação, mas até agora não atraiu nenhum investidor, disse o executivo, segundo a Agência Reuters.

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Grupo Ultra beberica etanol com sede de grande produtor

A produção de etanol en-trou no radar do Grupo Ultra. Por ora, o projeto não passa de uma semente, mas, dentro da empresa, já haveria estudos para a entrada no setor sucroalcooleiro.

O grupo teria, inclusive, con-tratado um banco de investimen-tos para garimpar possibilidades de aquisição. Não é preciso ser um gênio para identificar as siner-gias entre a produção de álcool e a distribuição de combustíveis, um dos principais negócios do Ultra por meio das bandeiras Ipiranga e Texaco.

Menos ainda para deduzir que o objetivo seria reprisar o modelo adotado por Cosan e Shell, que juntaram suas usinas sucroalco-oleiras e suas bombas de gasolina sob a marca Raízen.

O setor sucroalcooleiro não vive seus melhores dias, vide a suspensão quase epidêmica de novos projetos de expansão. O que

este cenário tem de preocupante tem também de atra-tivo. A queda nos preços do etanol e o crescente nível de endividamento do setor pesam a favor dos interesses do Ultra.

Para quem quer entrar no clube pagando baratinho pelo título de sócio, a hora é essa. O mercado está extrema-mente ofertado de ativos depreciados. Somente em São Paulo e na Região Centro-

Oeste há mais de 40 usinas à venda, a maior parte afe-tada pelo binômio alta dívida e baixa rentabilidade.

Alguns dos ativos nas prateleiras do setor permitiriam ao Grupo Ultra desembarcar na indústria sucroalcooleira já com razoável porte. É o caso, por exemplo, das usinas São Luiz e São João, localizadas, respectivamente, em Pirassu-nunga e São João da Boa Vista, em São Paulo. Há mais de um ano a espanhola Abengoa

procura um comprador para as duas plantas, adquiridas da Dedini Agro, em 2008, por aproximadamente US$ 700 milhões – quase US$ 400 milhões em dívidas. Juntas, elas têm capacidade para a moagem de mais de 5,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano (BrasilAgro)

PREFEITURA DE DOURADOS

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Trecho de 207 km de etanolduto é inaugurado no interior de SP

Após a conclusão, o sis-tema transportará 20 bilhões de litros por ano por cinco Estados e 45 municípios.

A presidente Dilma Rousseff inaugurou no último dia 12 de ago-sto, um trecho de 207 quilômetros do etanolduto da empresa Logum Logística, que levará o produto de Ribeirão Preto até a Refinaria do Planalto (Replan), em Paulínia, interior paulista.

Segundo Roberto Gonçalves, presidente da Logum, já foram iniciadas as obras do segundo trecho do duto, de 144 km, entre Uberaba (MG) e Ribeirão Preto e foi liberado o ramal hidroviário entre a hidrovia Tietê-Paraná e Paulínia. “Quando concluído, o sistema transportará 20 bilhões de litros por ano por cinco Estados,

45 municípios”, disse. O primeiro trecho, de acordo com ele, tem 99% de conteúdo nacional.

Em discurso, a presidente Dilma disse que a obra mostra a pujança do setor de etanol no Brasil. “O Brasil é uma referência internacional na produção do combustível de cana de açúcar”, afirmou, ressaltando as vantagens competitivas do etanol de cana sobre o combustível feito de milho, em outros países.

Dilma citou ainda medidas do governo federal criadas para o setor sucroenergético. Entre elas o leilão específico para o fornecimento de energia elétrica produzida a partir da biomassa, um total de R$ 5 bilhões para a renovação de canaviais e mais R$ 2 bilhões para a estocagem do etanol. A presidente ainda citou a medida provisória que desonerou de PIS e Cofins a comercialização do combustível, o que vai reduzir em R$ 0,12 o litro do etanol. “Esperamos que essa MP seja votada ainda este mês”, disse.

Para o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, o etanolduto “é a demonstração de que a modernidade chegou ao setor”. E criticou as acusações de que a produção do etanol de cana-de-açúcar avança em terras agriculturáveis. “Temos milhões de hectares de terras ainda agriculturáveis; vamos ampliar de 22 bilhões pra 27 bilhões de litros de etanol nesta safra e, com isso, estamos contribuindo para manter limpa a matriz energética”, concluiu (BrasilAgro)

Presidenta Dilma Rousseff durante ce-rimônia de inauguração do primeiro trecho do Sis-tema Logístico de Etanol Ribeirão Preto - Paulínia

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Missão comercial de produtores de etanol dos EUA e Brasil As principais entidades que

representam os produtores de bio-combustíveis dos Estados Unidos e do Brasil anunciaram uma missão comercial conjunta inédita, com o objetivo de melhorar e reforçar o comércio de biocombustíveis entre os dois países. A ideia é promover um encontro entre empresas que buscam maiores oportunidades de comércio em etanol e outros biocombustíveis, e também com empresas de tecnologias ‘verdes’ desenvolvidas para expandir e melhorar a produção de biocom-bustíveis.

Cerca de 15 empresas ameri-canas serão selecionadas para a missão, que é resultado de uma parceria entre a Associação de Combustíveis Renováveis (Renew-able Fuels Association - RFA), dos EUA, a brasileira União da Indústria de Cana de Açúcar (UNICA) e a As-sociação de Biocombustíveis Avan-çados (ABFA), também sediada nos EUA. A Missão incluirá paradas nas cidades de São Paulo e Recife.

O foco principal da Missão Com-ercial, marcada para o período entre 30 de setembro e 2 de outubro, será promover contatos entre importado-res e exportadores de tecnologias para a produção de biocombus-tíveis, visando aprimorar as relações bilaterais Brasil-EUA e ampliar as oportunidades de comércio entre os dois países nessa área.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre as três entidades organizadoras e o Conselho Empresarial Brasil-EUA(BUSBC), que representa empresas-chave dos Estados Unidos e do Brasil interessadas em promover o livre comércio entre os dois países. O BUSBC, sediado na Câmara de Comércio dos EUA, está participan-do da gestão do “matchmaking,” expressão que descreve o esforço

de aproximação de empresas com interesses comuns, como parte de sua Iniciativa de Exportação Verde.

A iniciativa foi criada com financiamento da Administração Internacional de Comércio do De-partamento de Comércio dos EUA (Ministério de Comércio Exterior), para promover as exportações americanas de produtos e tecnolo-gias renováveis e verdes.

“Como os maiores produtores e exportadores de biocombustíveis do mundo, os Estados Unidos e o Brasil removeram recentemente barreiras comerciais que protegiam suas indústrias domésticas de etanol e avançaram em direção a uma maior cooperação em energia, particularmente em tecnologias avançadas,” disse Elizabeth Farina, Presidente da UNICA. “

“Nós esperamos que esta parceria entre as maiores asso-ciações de produtores de biocom-bústiveis represente um novo e importante marco para o desen-volvimento de um mercado global de biocombustíveis que forneça soluções limpas, sustentáveis e a preços acessíveis para atender à crescente necessidade de energia do planeta,” acrescentou Farina.

O Presidente e CEO da RFA, Bob Dinneen, salientou a importân-cia de um mercado global de etanol. “Enquanto líderes mundiais na produção e comércio de bio-combustíveis, nossos países têm uma capacidade única para ajudar

a promover e apoiar a demanda de biocombustíveis em todo o mundo. Acreditamos que essa missão comercial é um importante primeiro passo para desenvolver uma mel-hor relação comercial com nossos amigos para o Sul, explorando novas oportunidades de comércio entre os nossos países, bem como examinando maneiras de abrir novos mercados. Estamos orgul-hosos desta parceria com a UNICA e a ABFA para promover o nosso biocombustível como uma alterna-tiva limpa, renovável e economi-camente competitiva ao petróleo,” afirmou Dinneen.

Michael McAdams, presidente da ABFA, expressou seu entu-siasmo sobre a parceria com o Departamento de Comércio nesta missão: “Com vários de nossos membros já comercializando tecno-logia no Brasil, a hora é agora para expandir a relação sobre biocom-bustíveis entre os dois maiores produtores do mundo. Com a popu-lação mundial caminhando para nove bilhões de pessoas e com a crescente preocupação com as mudanças climáticas, biocombus-tíveis avançados de nossos países serão essenciais e esta parceria vai contribuir para avançarmos com esse objetivo fundamental,” McAd-ams explicou.

Mais informações sobre a Missão e instruções para empresas que desejarem participar estão disponíveis no site: www.brazilcouncil.org/events/export-green-trade-mission-biofuels-brazil

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Política energética privilegia consumo de gasolina e afeta cenário do etanol

Não basta expandir a produção de petróleo para resolver o prob-lema da autossuficiência. Outras questões precisam entrar na política de planejamento energético do Estado, como a redução da atual de-pendência externa de derivados e o desenvolvimento de alternativas de fontes de energia, especialmente do etanol, concordaram empresários e especialistas reunidos no painel “A Eterna busca pela autossuficiência”, durante o 14º Encontro de Energia da Fiesp.

O resultado preliminar da balança comercial, no primeiro semestre, mostram dados alarmantes, na opinião de Marcelo Colomer, professor do Instituto de Economia (IE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Um deles é a participação de ener-gia no total das importações. “O item petróleo e derivados participa com 17% no total das compras externas. A gasolina é uma grande vilã, isso desde 2012, e também agora nos primeiros meses de 2013. Mas não é só a gasolina. Isso é preocupante e paradoxal”, avalia ele.

“Num quadro de perspecti-vas de aumento de produção de petróleo, quando se coloca o Brasil como o país que mais vai adicionar níveis de produção em termos mundiais, atrás apenas do Iraque, com um acréscimo de mais de 3 milhões de barris por dia, o que se pergunta é se esse aumento irá necessariamente im-pactar na redução da dependência externa de derivados. Será que essa expansão da produção vai levar a alguma reestruturação da indústria sucroalcooleira?”, indaga Colomer.

Segundo ele, são duas políti-cas contraditórias: uma estimula muito o consumo de gasolina,

com a redução tributária para a venda de automóveis, o que tem como consequência um aumento das importações do combustível; outra reduz os estímulos para reestruturação da indústria su-croalcooleira visando uma maior oferta do etanol. Além disso, destaca o professor do IE, há mais um complicador: a suspensão dos investimentos da Petrobras no parque de refino, até 2017. Ou seja, a capacidade de refino não tende a crescer, e o país reduz sua produção de gasolina.

Para a professora Suani Teixeira Coelho, do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo, a im-plementação de uma política para os derivados de petróleo, de fato, é o grande gargalo no desenvolvi-mento de alternativas de fontes energéticas no país. “Tínhamos uma produção elevada de etanol e, agora com a quebra de safra, a ela vem caindo e o consumo da gasolina aumentando por conta do valor mais baixo. É preciso que

o etanol produzido no Brasil não seja exportado”, disse.

No entanto, o problema está na falta de competitividade do produto. Segundo ela, o maior obstáculo é o ICMS em torno de 25%, que incide na maioria dos Estados brasileiros, enquanto a gasolina segue com preço inferior, comparada ao resto do mundo. “Precisamos urgentemente de políticas mais adequadas e enu-merar as vantagens ambientais e sociais dos biocombustíveis de gordura animal e soja, por exem-plo”, enfatizou.

Renato Bertani, presidente da World Petroleum Council (WPC) e diretor executivo da Barra Energia, criada em 2010 com suporte de dois fundos privados americanos, considera que buscar a autos-suficiência de petróleo é uma oportunidade única para o Brasil à luz dos resultados do pré-sal. “O Brasil vai fazer a diferença. Só a camada do pré-sal tem maior po-tencial que todo Golfo do México”, disse ele ao Valor Econômico.

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Etanol celulósico já é produzido em escala comercial na Flórida

A comercialização em larga escala de etanol celulósico tem potencial para despontar de uma vez no mercado internacional. O comentário é do consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, ao avaliar o início da produção de etanol celulósico em escala comercial por uma das maiores empresas do setor químico do mundo, a multinacional INEOS Group, em sua usina no Indian River Bioenergy Center, na cidade de Vero Beach, no estado americano da Flórida.

“Estamos falando na produção de oito milhõesde galões de etanol celulósico ao ano, ou seja, 30 milhões de litros, o que representa um volume relativamente pequeno, porém um importante estímulo por se ver essa tecnologia funcionando além do processo experimental e tornando-se efetivamente realidade para o consu-midor final,” explica Szwarc.

Com investimento superior a US$ 130 milhões, a infraestrutura da unidade permite gerar também seis megawatts de energia elétrica renovável ao ano. A produção deste etanol celulósico consiste no processo de gaseificação e fermen-tação, que transforma resíduos de biomassa (vegetais e madeira) no biocombus-tível e energia. O primeiro carregamento de etanol está programado para acontecer ainda neste mês de agosto.

O etanol de segunda geração produzido pela INEOS na Flórida deve marcar também o início da produção de etanol celulósico que atende às exigências do pro-grama americano que regula a produção e o consumo de biocombustíveis naquele país, conhecido como Renewable Fuel Standard, ou RFS-2. Por isso o INEOS Group está trabalhando com outras companhias e até outras cidades que estejam interessadas em investir na nova tecnologia, sediando instalações similares ao Indian River Bioenergy Center.

Tudo o que vimos até agora mostra o quão viável economicamente é a tecnolo-gia de produção do etanol celulósico. Estamos convencidos de que a utilização de resíduos de biomassa contribui para o fornecimento de combustíveis renováveis e energia a preços acessíveis, além de criar empregos,” enfatiza o CEO mundial da INEOS Bio, Peter Williams (BrasilAgro)

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EUA: Virada à vista na balança do etanol

Robustas nos primeiros sete meses do ano, as exportações de etanol do Brasil, que alcançaram quase US$ 1 bilhão no período, tendem a arrefecer daqui para frente, sobretudo com o fechamento da ‘janela’ de embarques aos Estados Unidos. O país é o destino de cerca de 85% do biocombustível exportado pelo Bra-sil. Desde julho, praticamente não houve novos contratos de exportação firmados.

Os preços do biocombustível no mercado dos Estados Unidos já recuaram 12% desde o início de julho, pressionados pela confirmação de uma grande safra de milho - matéria-prima do etanol americano. Além disso, ainda há indefinições sobre

no mercado interno. Este segue pressionado por uma produção de etanol que deve crescer 18% na região Centro-Sul do Brasil, que concentra 90% da produção de cana do país.

O executivo da Bioagência explica que a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA, na sigla em inglês) ainda não publicou o mandato de biocombustíveis para o ano de 2013. Dessa definição, depende os movimentos dos prêmios pagos ao etanol pelos Estados Unidos, por isso, ainda não é possível afirmar se uma nova janela poderá ou não se abrir ao produto brasileiro nos próximos meses.

As exportações de etanol para todos os destinos até julho deste ano só não superaram as do mesmo período de 2007, quando o Brasil embarcou 2,5 bilhões de litros ao exterior e obteve receita de US$ 1,1 bilhão. Nos primeiros sete meses de 2013, foram exportados 1,5 bilhão de litros do biocombus-tível por US$ 995 milhões, aumento de 50% em volume e 28% em receita.

Há ainda um outro risco asso-ciado à tendência de preços mais baixos do etanol de milho nos Esta-dos Unidos. Se os preços do etanol no Brasil subirem na entressafra - entre dezembro e março -, como comumente ocorre, pode haver viabilidade econômica para impor-tar o bicombustível mais barato dos Estados Unidos ao Brasil, segundo o especialista da FCStone. A última vez que isso ocorreu foi na safra 2011/12, quando o país importou mais de 1 bilhão de litros.

Segundo cálculos do mercado com base nos contratos futuros de etanol para dezembro na bolsa de Chicago (CBOT), o biocombus-tível importado dos EUA entra no mercado do Nordeste a menos de R$ 1,40 por litro, encostado nos preços futuros para a região, que indicam o valor de R$ 1,40 por litro para dezembro. Dependendo do comportamento do câmbio e dos prêmios para o etanol avançado e

convencional nos Estados Unidos, essa equação pode mudar.

O diretor da Bioagência es-clarece, no entanto, que o mercado de anidro - tipo de etanol mais transacionado entre países - no Brasil já está 90% contratado an-tecipadamente pelas distribuidoras de combustíveis. Assim, o espaço para importação é de 10% desse mercado. “Não acredito que poderá haver margem para importação de hidratado, pois é necessário um reprocessamento que encarece muito o produto final”, diz Rodri-gues.

Temor com nova regra ameri-cana

A presidente da União da In-dústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, pediu ontem à presidente Dilma a inclusão do etanol na pauta do encontro que ela terá com seu colega ameri-cano, Barack Obama, em outubro. Segundo Elizabeth, uma proposta em estudo pela Agência de Pro-teção Ambiental dos EUA (EPA) de segregar e identificar por usina cada litro do biocombustível impor-tado ameaça o produto brasileiro. Conforme Elizabeth, a proposta “elevaria os custos de logística” e afetaria embarques do etanol produzido pelo Brasil, considerado avançado em termos ambientais.

Dilma e Elizabeth estiveram ontem em Ribeirão Preto (SP) para a inauguração do primeiro trecho do etanolduto da Logum - empresa que tem entre seus sócios Petro-bras, Copersucar, Raízen, Odebre-cht, Camargo Correa e Uniduto -, que visa implantar um sistema para escoar etanol que ligará 45 municí-pios dos Estados de Goiás, Minas, Mato Grosso do Sul e São Paulo. O projeto está orçado em R$ 7 bilhões. Quando concluído, terá 1,3 mil quilômetros.

Questionada sobre a volta da cobrança da Cide sobre a gasolina, medida que traria mais competitivi-dade ao etanol, Elizabeth afirmou ao Valor Econômico que apoia o pleito, mas que sua execução é improvável.

o tamanho do mandato (compro-misso de uso) de biocombustíveis nos Estados Unidos, o que segue pressionando até o valor dos prê-mios pagos pelo etanol brasileiro - considerado avançado - no mer-cado americano.

A diferença entre os prêmios pagos pelo etanol convencional (milho) e o avançado (cana) é que determina o prêmio final pago ao etanol brasileiro. Há cerca de dois meses, essa diferença está estag-nada entre 11 e 12 centavos de dólar por galão (3,785 litros), valor que no ano passado já chegou a 60 centavos. “Para a reabrir a ‘jane-la’ americana, esse spread tem que ser de, pelo menos, 30 centavos de dólar por galão, considerando os preços atuais e o câmbio de R$ 2,30”, diz Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, uma das maiores comercializadoras do país.

Assim, exportar neste momento significa receber menos do que se a venda fosse feita no mercado interno, explica o consultor de ger-enciamento de risco da FCStone, Thiago Gil. A exportação de etanol aos Estados Unidos significaria à usina atualmente um retorno de R$ 1,016 mil por metro cúbico (sem impostos), ante R$ 1,26 mil (sem impostos) recebidos se a venda do mesmo combustível fosse feita no mercado interno (etanol anidro).

“Em agosto do ano passado, a relação estava muito mais vantajo-sa para a exportação. A usina tinha uma receita nessa operação de R$ 1,390 mil por metro cúbico, R$ 170 a mais que no mercado interno”, compara Gil.

Assim, os últimos contratos de exportação de etanol do Brasil aos Estados Unidos foram fechados em junho, para um volume que ainda deve ser embarcado em agosto. A estimativa da Bioagência é que mais cerca de 300 milhões de litros ainda sejam embarcados neste mês.

As usinas do Brasil que con-seguiram aproveitar a última ‘janela’, explica Rodrigues, tiveram um ganho 5% acima do valor pago

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Equilíbrio completa 15 anos com crescimento e inovação

São muito mais que 15 anos de atuação no fornecimento de peneiras rotativas e sistemas de ventilação de ponta para os principais segmentos industriais no Brasil e exterior. A trajetória da Equilíbrio vai além dos seus anos de existência e se funde com os mais 30 anos de experiência de seu fundador, Carlos Alberto Celeste Jorge, que neste tempo tem contribuído com a indústria brasileira no desenvolvimento de equipamentos 100% nacionais.

Nascida em 1998, a Equilíbrio venceu todas as dificuldades daquele período. “Na época, o acesso a informações e a disponibilidade de recursos, sobretudo, do governo, eram escassos. Mesmo assim, não hesitamos em investir em tecnologias, novos produtos e uma engenharia própria”, explica.

Alguns acontecimentos marcaram para sempre a história da em-presa. O nascimento da peneira rotativa fly ash e, em seguida, o modelo para caldo clarificado, o desenvolvimento dos ventiladores e exaustores com projeto e engenharia próprios, além do lançamento da peneira rotativa à pressão em 2009, produto exclusivo da marca, deixaram im-pressões históricas nesta trajetória.

A diretoria da Equilíbrio é presidida por Carlos A. Celeste Jorge e sua esposa, Maria Lúcia Daniel Jorge, ao lado dos sobrinhos Danilo Daniel Jorge, gerente administrativo (à es-querda) e Luís Mendes Júnior, diretor comercial (à direita)

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Carlos A. Celeste Jorge, presidente da Equilíbrio com Juan Carlos Toledo, presi-dente da Ciclo (à esquerda) e Tony Mulvey, diretor comercial da Optima (à direita)

Na presidência junto com a família, Maria Lúcia Daniel Jorge, Danilo Daniel dos Santos, gerente administrativo e Luís Mendes Júnior, diretor comercial, Carlos acredita que diferenciais como o atendimento person-alizado ao cliente e o desenvolvimento de produtos e serviços de quali-dade têm contribuído para o crescimento da empresa que, hoje, gera mais de 100 empregos, sendo 83 diretos.

Crescimento que ultrapassa fronteirasCom crescimento anual médio em torno de 25%, a expansão da

Equilíbrio se reflete nos investimentos em novos profissionais, equi-pamentos modernos e ampliação do parque fabril que já conta com uma área três vezes maior. De acordo com Luís Mendes Júnior, diretor comercial, as peneiras rotativas e os sistemas de ventilação industrial permitiram também que a Equilíbrio alcançasse usinas não só pelo Brasil, mas América Latina e África. “No último ano, o comércio exterior representou cerca de 20% do nosso faturamento total e a projeção é que esse número aumente”, explica o diretor.

Parceiros internacionais e projeçõesPara chegar até aqui, a Equilíbrio desenvolveu alianças com a em-

presa inglesa Optima International Limited e a Ciclo Water Hardware, do Chile, que agregaram novas tecnologias aos produtos da fabricante brasileira e abriram caminhos para a entrada em novos mercados. Desta triangulação culminou o nascimento da Bra-IN Screen Solutions que tem a Equilíbrio como uma das sócias e chega para atender os setores de Mineração e Saneamento Básico. “É um novo desafio que já começa apresentar perspectivas positivas de negócios”, garante Danilo Daniel dos Santos, diretor do novo empreendimento.

Em médio prazo, no entanto, a Equilíbrio projeta novos investimen-tos em produtos e recursos humanos, também tem planos para novas automatizações do parque fabril e prevê a implantação de um sistema de padronização de qualidade que segue normas internacionais. “Que-remos colocar em prática todas as nossas metas para alcançarmos em tempo hábil as nossas projeções de crescimento para os próximos anos”, finalizou o presidente.

Fachada atual da Equilí-brio. Atualmente a empresa gera 100 empregos, sendo 83 diretos

Primeira fábrica. A empre-sa foi inaugurada em 1998

As peneiras rotativas, os ventiladores e exaustores in-dustriais e as telas de aço inox são hoje os principais produ-tos da Equilíbrio

Na assinatura do contrato com os parceiros internac-ionais com a presença do presidente da Optima.

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O pior já passou!A expectativa é que a Fenasucro 2013 seja um divisor de

águas, sinalizando que o setor começa a entrar numa fase de recuperação. Mas isso deve ocorrer gradualmente e com pés

no chão

Fred Ramos

Os olhos da agroindústria canavieira se voltam para Sertãozinho, no final de agosto, quando acontece mais uma edição da Fenasucro (21ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética), a maior feira voltada à cadeia de açúcar, etanol e ener-gia do planeta.

Mas o interesse pelo evento, nesse ano, não está apenas nas inúmeras novidades tecnológicas apresentadas pelos expositores, ou no volume de negócios, ou ainda no gabarito dos visitantes. A expectativa do setor é que a feira deste ano sinal-ize para a retomada de crescimento da atividade no País, depois de quase cinco anos de crise.

Para os especialistas, o pior já ficou pra trás. A partir de agora, o setor deve entrar numa fase de recuperação. Mas cuidado. A retomada dos investi-mentos deve ocorrer gradualmente e sempre conec-tada à demanda, ao nível de preços dos produtos do setor (que no momento, está desanimador) e à adoção de novas políticas públicas por parte do governo. Variáveis que devem nortear o ritmo da recuperação.

Todos têm um discurso semelhante: o setor su-croenergético tem fundamentos de encher os olhos no médio e longo prazo. O problema é superar as turbulências do curto prazo. A expectativa é que a Fenasucro mostre que os nós do curto prazo já estão sendo desatados e de que uma nova onda de cresci-mento já está a caminho.

Plínio Nastari, consultor da Datagro Consultoria, concorda que a Fenasucro 2013 tem uma importân-cia maior do que habitualmente. “Irá sinalizar o início de retomada de investimentos no setor.” Isso é pos-sível porque, segundo ele, o déficit de matéria-prima que existia dois anos atrás foi eliminado e a margem de produção do setor já encosta na capacidade instalada, ao mesmo tempo em que as demandas pelos produtos da cana-de-açúcar continuam cre-scendo.

“Existem oportunidades grandes a serem explo-radas no Brasil e fora, através do entendimento de mercados que estão se abrindo cada vez mais na área de álcool e continuam se abrindo em açúcar.”

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No entanto, Nastari espera que a retomada ocorra de forma organi-zada, sem sobressaltos ou euforia, diferente do que ocorreu na década passada e que foi sucedido por um período de estagnação do inves-timento. “Esperamos que essa retomada se dê de forma uniforme, que as empresas, tanto vendedo-ras como compradoras, possam se organizar.”

Diante dos desafios do setor, há muita tecnologia nova para ajudar a aumentar a eficiência na área agrícola e industrial. Para ele, é a eficiência que vai devolver competitividade ao etanol e trará maior sustentabilidade econômica e ambiental para o setor.”

Para Manoel Bertone, CEO do Benri e ex-secretário de Produção e Agroenergia do Ministério de Ag-ricultura, Pecuária e Abastecimen-to, o setor sucroenergético começa a enxergar uma luz no fim do túnel. “Há alguns problemas localizados de clima, como excesso de chuva, que pode fazer com o que setor não moa toda sua potencialidade. Mas acho que o setor começa a entrar numa fase um pouco melhor. Isso ainda não está se refletindo nos preços, mas vai se refletir num ajuste da produção nos estoques de açúcar, mediante um consumo maior de etanol.”

Para ele, a recuperação não será automática e abrupta, mas sim gradual. “Ainda temos um temp-inho de sofrimento, mas estamos caminhando seriamente pra uma situação de equilíbrio de mercado, uma situação em que a capacidade das usinas de atender o mercado de açúcar e etanol venha a propor-cionar melhores preços.”

Ele explica que, antigamente, quando o etanol não existia, as crises do setor duravam cinco, seis anos. O excesso de açúcar perdur-ava no mercado por muito tempo. Hoje, com o advento dos carros flex e a elasticidade dos preços do etanol, há um consumo de açú-car através do etanol que ajuda a equilibrar o mercado.

Paralelamente, os preços mais baixos estão inibindo também a produção de açúcar em algu-

mas regiões do mundo, como a produção de beterraba na Rússia. Isso vai proporcionar uma recu-peração um pouco mais rápida. “Mas o importante é que o próximo passo de crescimento seja dado com a consciência de que é necessário estabelecermos uma forma mais racional na formulação de políticas públicas para o setor. Isso se traduz numa expressão que o setor costuma tratar como o marco regulatório para o setor de etanol no Brasil.”

Na avaliação de Bertone, isso é imprescindível para que o setor possa ter melhores dias. “Não se deve aumentar a produção de cana se não houver claras indicações de mercado visando a necessidade desse aumento de produção. E isso se reflete via produtividade. Se não tiver lucro, não há novos projetos, porque não se gera investimento em setores que não dão lucro. E o setor vem sendo penalizado há muito tempo por fatores extrausinas, fatores climáti-cos, crises internacionais, políticas públicas inadequadas.”

Indústria no limite - Depois do setor investir pesado na recuper-ação dos canaviais, precisa agora voltar a pensar na indústria. Caso

contrário, pode ter problemas. Se não tiver investimento na área industrial, teremos cana em pé em 2014. O número de usinas su-croalcooleiras em funcionamento hoje no Brasi, tirando as que fecharam, chega a 401. São 40 a menos do que três anos atrás. Qual a capacidade instalada des-sas 401? É difícil precisar, mas não é necessário ter bola de cristal para ver problemas no horizonte. “Vamos chegar num ponto que não adianta plantar mais cana, porque tem que ampliar a indústria. Em 2014 acredito que parte da capaci-dade ociosa ainda vai continuar, ficando entre 10% ou 15% ocioso. Já em 2015 está fechado se continuar nesse crescimento nulo”, projeta Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA.

Apesar da crise e do fechamen-to de unidades, o setor não parou de crescer. Segundo Nunes, não se desativou nenhum hectare de cana. O levantamento da CanaSat mostra isso. Do ano passado para esse ano, cresceram 440 mil hec-tares no Centro-Sul. “Hoje temos 9,6 milhões de hectares de cana, fora a cana destinada a aguardente e garapa.” Mas o setor começa a reagir. Isso fica claro pela grande quantidade de profissionais nos

eventos do Grupo IDEA neste ano. “Todos estão buscando tecnologia. Sabem que precisam produzir mais para baixar os custos.”

De acordo com Beth Farina, presidente da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar), a produção das 40 usinas que fecharam as portas nos últimos anos corresponde a 46 milhões de toneladas. “Mas, de 2008 pra cá, as que entraram novas no mercado representam a adição de 120 milhões de toneladas à capacidade produtiva. Ou seja, houve, nesse período danado de ruim, uma adição de capacidade de 80 milhões de toneladas”, relata Beth. Ela frisa ainda que, apesar de muitas correções de rumo, o setor tem condições de agir rápido no caso de uma retomada. “O que falta para atrair investimento é uma regra clara.”

Para Antônio Tonielo Eduardo Filho, presidente do Ceise Br, “o setor tende a demandar equipa-mentos e serviços, porque as usi-nas estão na capacidade nominal de produção. Nos últimos dois anos tivemos quase 8 milhões de plantio em renovação de canaviais e agora o setor quase não consegue absorver toda essa cana. Tem que investir na eficiência da indústria.”

Essas boas perspectivas são o motivo da previsão de crescimento de 10% do resultado da Fenasucro 2013 em relação ao ano passado.

O que reforça essa previsão é o fato de o governo federal ter uma previsão ousada de superar a produção de 70 milhões de litros de etanol até 2020. Mas será que isso é possível? Segundo Beth Farina, o setor praticamente dobrou a produção nos últimos dez anos, mesmo com todas as crises que passou. “Depois de queda na produtividade nos últimos anos, hoje retomamos níveis de produção dos canaviais. Além disso, existe muito investimento sendo feito em termos de ganhar eficiência e redução de custos, não só dentro da propriedade como fora dela. Também há investimentos em infraestrutura, etanolduto, porto, ferrovia”, comenta.

Segundo ele, o próximo passo são os investimentos na indústria. Ela diz que o investimento tem que voltar para que “possamos atender a demanda que o governo men-cionou lá na frente e que sejamos o responsável para suprir uma de-manda adicional de 15 bilhões de litros, já que as refinarias novas da Petrobras não o farão porque não foram planejadas para tanto.”

Não aos subsídios - Para Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do Conselho do Grupo Cosan, o trabalho do setor deve focar a busca pela produtividade, custos menores e agregação de valor. “A tecnologia de 2ª geração deverá entrar em escala com cana em 2015 e isso aumentará e muito a produtividade brasileira.” A concre-tização dessa tecnologia, dentre outras, se aproxima. A Raízen irá construir até 2014 sua unidade para produção de etanol de seg-unda geração. A fábrica deverá ser instalada na Usina Costa Pinto, em Piracicaba, SP, e pode entrar em operação até a safra 2014/2105.

Para Ometto, o setor deve repe-lir qualquer sombra dos subsídios, como os da época do IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool). Segundo ele, toda cadeia sucroenergética vive um momento de mudanças. “É tempo de travessia, de trilhas serem abertas. E se não ousarmos fazer essa travessia, corremos o risco de ficar parados.” Para ele, o setor precisa enfrentar a batalha imposta por essa nova fase, dis-posto a “combater o bom combate”.

Subsídios são um grande prob-lema para o setor sucroenergé-tico, na visão de Rubens Ometto. “Quando há fatores externos, sub-

Plínio Nastari: o déficit de matéria-prima que existia dois anos atrás foi eliminado

Bertone: “o setor começa a entrar numa fase um pouco melhor”

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sídios, artificialismo, a estratégia da empresa vai por água abaixo.” Ele ressalta que, quando tem preço de qualquer produto elaborado desta forma, cria-se demanda desnecessária, artificial, competi-tividade irracional. “Isso atrapalha muito o etanol.”

Recentemente, o governo fed-eral estabeleceu medidas que ben-eficiaram o setor. “A situação mel-horou, o governo está no caminho certo, mas muita coisa tem que ser feita. Diálogo tem, o governo tem as limitações dele, mas não estou aqui para criticar o governo.”

Fornecedores de equipamentos e serviços - Para Dario Costa Gae-ta, diretor presidente da Sermatec Zanini, o setor sucroenergético passa por um final de ciclo, iniciado com a crise financeira mundial em 2008. “Estamos chegando num ponto de inflexão. O setor agora tende a passar por saneamento e, com base nisso, por uma melhora qualitativa das usinas. Temos uni-dades muito boas no setor, grupos fortes que investem cada vez mais e eles serão nossos grandes alia-dos nessa jornada. De acordo com Gaeta, a Sermatec Zanini está pre-parada para ajudar o setor nesse novo momento de expansão.

Essa recuperação já será percebida na Fenasucro 2013? Se-gundo ele, haverá um sentimento misto. “Estamos com cicatrizes ainda sendo fechadas. Todo mundo ainda abatido com a queda dos últimos cinco anos, derivada das

conjunturas econômicas e climáti-cas, junto com a necessidade de expansão.”

Ele lembra que, de fato, o setor chega perto do limite de moagem neste ano. “Teremos aproximada-mente 600 milhões de toneladas de capacidade sendo ocupadas.” Além do limite da indústria, a de-manda cresce em 2% por açúcar e em torno de 5% a 10% de etanol, apesar de uma demanda reprimida forte pelo combustível.

Para Gaeta, é indiscutível que o etanol é um combustível estra-tégico para o país, “embora não vejamos muitos atos por parte do governo nesse sentido”. “Mas acredito que o governo está agora tomando consciência disso e deve tomar mais medidas para melhorar essa percepção e por consequên-cia as pessoas deverão acreditar ainda mais. E não só por parte de consumidores, mas dos grandes investidores, para se ter segu-rança no investimento. Afinal, não faz muito sentido fazer produto sem margem. Acredito que essa inflexão, esse crescimento, começa a acontecer a partir de agora”, pontua Gaeta, que já foi executivo das usinas Paraíso, SP, e Usaciga, PR. “Os investimentos começam a aparecer nos próximos dois, três anos. Aí sim vamos ter uma con-solidação mais firme do setor.”

Para Cezar Faiad Neto, super-intendente de desenvolvimento de negócios da Dedini Indústria de Base, o setor tem vocação para

crescer. Não tem como ficar estabi-lizado na produção atual. A questão é em que ritmo vai crescer. Pela primeira vez, nos últimos anos, a lavoura foi recuperada. A baixa produtividade da cana não estimu-lou novos investimentos industriais. Mas agora a prioridade é otimizar os ativos da indústria.

“Cremos que nesse ano ten-hamos safra recorde, o que faria que começássemos a aproximar da capacidade da indústria. Esse é o primeiro sinal de que algo pode começar a virar. Mas acredita-mos que antes da retomada dos greenfields, haja uma postura mais agressiva de se usar os ativos existentes e ampliar essas capaci-dades das usinas.”

Isso corresponde hoje a um potencial de 850 milhões de toneladas de cana, o que significa que as usinas existentes, somente com o movimento expansionista, poderiam chegar a 850 milhões de toneladas por ano sem novos greenfields. “Mas, dependendo da reação dos preços das commodi-ties, movimentos podem vir em paralelo: a expansão em conjunto com novos greenfields.”

Mas Faiad frisa que, sem dúvida, o setor precisa de políticas públicas de longo prazo. “Nessa conjuntura difícil, alguns não vão sobreviver, com certeza, mas o setor continua e vai demonstrar a sua musculatura nos próximos aquecimentos de mercado.”

Ometto: “A tecnologia de 2ª geração deverá entrar em es-cala com cana em 2015 e isso au-mentará e muito a produtividade brasileira”Tonielo: previsão de crescimento de 10% do resultado da Fenasucro 2013 em relação ao ano passado

Bioeletricidade

Em uma das áreas de atuação do setor sucro-energético, a cogeração de energia, os bons ventos podem soprar mais rapidamente, por conta do resul-tado positivo que se espera do leilão de energia para a biomassa, que ocorre no final de agosto.

É que existem novas expectativas para a bioelet-ricidade no Brasil que decorrem de algumas mudan-ças de políticas públicas, atendendo solicitações do próprio setor sucroenergético. Segundo o engen-heiro Márcio Zimmermann, secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, o modelo de leilão foi modificado.

“Com as mudanças, hoje estamos permitindo que fontes que demoram mais tempo para serem implantadas, como biomassa e outras térmicas, que levam normalmente de 4 a 5 anos, que tenham prazo maior, entrando no leilão A-5 (A menos cinco). Fontes que não precisam desse tempo, como eólica, ficam no leilão A-3 (A menos três) e reserva.”

Para Zimmermann, a biomassa tem excelente oportunidade ao disputar o leilão A-5, principalmente porque agora os empreendedores podem contar com outra novidade: “demos condição nova de 25 anos de contrato de energia. Antes era de 20 anos. Isso significa que é uma diminuição do índice de custo-benefício da ordem de 8%. Isso alivia e deixa o setor de biomassa mais competitivo nos leilões”.

Nesse modelo, a biomassa vai disputar com fontes como hidrelétrica, e termelétrica a gás e carvão. “Pelos sinais que vemos, a biomassa tem capacidade de competir sem depender de subsídio. São fontes que precisam de prazo maior para serem implantadas. Não tem sentido por eólica e solar no leilão A-5.”

De acordo com ele, o governo federal espera chegar a cerca de 17 mil MW em energia a partir da biomassa até 2021. “Hoje estamos entre 7 mil e 9 mil MW.” Para ele, atingir esse patamar den-tro de oito anos é possível porque há potencial de exploração, principalmente aproveitando a palha da cana, além do aumento do volume de bagaço.

Segundo Gaeta, a bioeletricidade é uma grande oportunidade para a agroindústria canavieira. “O setor acordou tarde para a cogeração e, quando acordou, a crise já tinha se instalado. Pegou o ciclo invertido.” Mas considerando que surjam novos greenfields, não faz sentido não prever o negócio cogeração.

“Vamos ter muitos investimentos nesse segmen-to. Não necessariamente nesse ano. Com o leilão de agosto, haverá demanda forte nessa área.” Segundo Gaeta, os grandes grupos estão investindo pesado nisso, o que mostra uma tendência em novos green-fields, que é boa notícia, porque vai trazer mais produtividade e menor custo.

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O setor sucroenergético

não tem mais tempoAtuando profissionalmente junto ao mercado sucroenergético há

pouco mais de trinta anos, pude presenciar as mais variadas crises que assolaram o setor – umas mais, outras menos graves do que a atual (que já dura desde o final de 2008), mas com uma constância assustadora. Raramente se vê um período de estabilidade econômica superior a três ou quatro anos neste setor, sem que algum fato dispare uma nova crise.

Atualmente, é preocupante verificar a situação em que se encontra toda a cadeia produtiva do setor, em especial as empresas de base que produzem bens de capital destinados às usinas, destilarias e centrais termelétricas a partir da biomassa da cana de açúcar.

Polos produtores como Sertãozinho e Piracicaba vêm enfrentando sérias dificuldades em seus parques industriais devido à enorme redução na demanda por novos equipamentos. Muitos esperam o final da mo-

agem deste ano, na esperança da retomada ao menos parcial dos negócios em 2014.

Infelizmente, para a maioria das empresas que fornecem para o setor, a mera prestação de serviços de manutenção no período de entre safras não atende às necessidades de caixa para a manutenção de suas atividades (exceto, é claro, por aquelas empresas cuja natureza seja unicamente a prestação de serviços), visto que sua estrutur-ação e organização são voltadas à manufatura de produtos e equipa-mentos.

O que o setor sucroenergético precisa, com urgência, é de mer-cado. E, quando falo em mercado, penso em uma situação em que sejam possíveis vendas saudáveis ao longo de toda a cadeia produ-tiva – a começar pelos produtos finais: açúcar, energia elétrica e o etanol.

Temos ouvido uma plêiade de propostas e sugestões de ações, vindas de empresários, entidades de classe, partidos políticos e outros setores da sociedade. Evi-dente que é necessário um marco regulador, uma estratégia de governo, planejamento de longo prazo. Apenas com (e a partir de) estas medidas é que os possíveis investidores irão retomar, na escala necessária, os investimen-tos em expansão da produção. Ninguém investe sem ter ao menos uma expectativa de retorno sobre o investimento em um dado horizonte de tempo. No entanto, a colocação em prática de todas as ideias, sugestões, planos, estra-tégias, requer tempo. Uns mais, outros menos, mas é necessário tempo para sua implantação. E, infelizmente, tempo é algo de que não dispomos muito.

Já passou muito tempo desde 2008. O setor sucroenergético, e toda a cadeia produtiva envolvida, estão numa situação beirando o que se poderia chamar de devas-tadora. E nada de positivo parece acontecer.

As empresas que atendem o setor, claro, podem sim fornecer

Paulo Roberto Gallo é empresário, com um relacionamento de mais de 30 anos com o setor sucroenergético. Atualmente é sócio e diretor da GC Soluções Corporativas, empresa de consultoria espe-cializada no desenvolvi-mento organizacional através da gestão de métodos e pessoas.

para outros setores. Mas, uma vez mais, temos o desafio do tempo a ser dispendido na preparação de novos negócios: é preciso prospectar outros mercados e novos negócios; é preciso promoção das empresas diante destes novos (e diferentes) mercados; é preciso conquistar a confiança de novos clientes. Tudo isso, infelizmente, demanda o que não temos: tempo.

Portanto, o que pode fazer com que o setor de bens de capital ganhe uma sobrevida absolutamente necessária para sua reorgani-zação e readequação à nova realidade é que o setor sucroenergético volte, em um horizonte de tempo absolutamente curto, a investir. Para isso, é preciso a retomada da rentabilidade do negócio.

Claro, muitos dirão que o setor sucroenergético precisa melhorar sua competitividade, reduzir seus custos de produção, ganhar escala de produção, etc., etc.

Já vi este filme em inúmeras outras vezes. Porém, e se o setor já houver atingido o ponto máximo de produtividade, diante das tecnolo-gias agrícolas e industriais atualmente disponíveis? E se não houver mais onde “enxugar” e “espremer”? E se a gasolina fosse comercializa-da pelo preço correto – será que não teríamos o etanol vendido a pata-mares adequados para prover a remuneração necessária à produção?

Que tal, de imediato, desonerar o produto etanol? Se a gasolina não tem seus preços reajustados de forma artificial, porque não dar ao setor o fôlego necessário, reduzindo o custo do produto?

Infelizmente, etanol é um produto estratégico. Queremos ou não mantê-lo na pauta de nossa matriz energética? Não se pode tratar o etanol como mera “commodity”, com preços oscilando ao sabor da oferta e da procura – pelo simples fato de que, neste mercado de ener-gia, fatores adicionais à oferta e à procura estão presentes.

Talvez ainda haja tempo de ações emergenciais. Sem elas, o cenário é sombrio.

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CIESP Sertãzinho oferece novo serviço ao associado, a Certificação DigitalFundado há 85 anos, o

CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) tem como objetivo fortalecer as indústrias com políticas e serviços como as-sessoria nas áreas jurídico-consul-tiva e técnica, econômica, comércio exterior, infraestrutura, tecnologia industrial, responsabilidade social, meio ambiente, crédito e apoio em pesquisas, feiras, simpósios, roda-das de negócios, cursos, convênios e demais eventos promovidos pela Entidade.

A Regional de Sertãozinho, tem como prioridade fomentar o desenvolvimento da indústria local, gerando mais renda e empregos. Cidade do maior polo industrial sucroenergético do país, o asso-ciado do CIESP Sertãozinho tem a disposição, a representatividade de uma entidade estadual com serviços como a emissão de Certi-ficados de Origem, consultoria em Comércio Exterior, além de cursos e palestras.

Uma das regiões mais fortes do Brasil, Sertãozinho também é sede da Fenasucro, feira internacional do setor sucroenergético, que ac-ontece em um momento crucial do setor, a reta final da safra. Na feira, os visitantes tem a oportunidade de conhecer as mais avançadas tecnologias para a produção de açúcar e etanol, bem como partici-par de cursos e palestras sobre o setor.

“O Brasil enfrenta hoje um grave problema de desindustrialização. Vejamos o caso da indústria de transformação, aquela que é a mais benéfica para um país, paga os melhores salários, transforma matéria prima, agrega valor e emprega intensivamente. Ela já teve uma participação de 27% do

PIB do Brasil e hoje tem apenas 15%. A perda de competitividade deste importante setor tem reflexos diretos sobre os investimentos, já que provocam a deterioração da confiança do empresariado, fazendo com que este adie seus projetos. Nossa luta, contudo, não é por políticas protecionistas, como fechar fronteiras ou algo parecido. Precisamos, sim, unir esforços para criar em nosso País condições de competitividade semelhantes às que os nossos principais concor-rentes têm”, explicou Paulo Skaf, Presidente do Ciesp e da Fiesp.

Sempre em busca de novos serviços para melhor atender seus associados, o CIESP Sertãozinho disponibiliza agora os serviços de Certificação Digital, mecanismo de segurança capaz de garantir autenticidade, confiabilidade e integridade às informações eletrôni-cas. “Nosso intuito é oferecer aos nossos associados todas as ferra-mentas necessárias para fomentar o crescimento de sua empresa, seja nos serviços oferecidos pela sede em São Paulo, ou nos que disponibilizamos através de nosso escritório em Sertãozinho”, afirmou o Diretor Titular do CIESP Sertãoz-inho, Adézio Marques.

A Certificação Digital está dis-ponível através do e-CPF ou e-CN-PJ e funciona como uma carteira de identidade eletrônica permitindo a troca de documentos, com aut-enticação, sigilo e integridade de conteúdo. Assim, os documentos que trafegam eletronicamente, para possuírem reconhecimento legal, não mais precisam ser convertidos em papel e assinados. Um serviço que coloca qualidade, compromisso social e moderni-dade em benefício de todos. Para acabar com a distância física, evitar

fraudes, falsificações e possibilitar que um maior número de serviços eletrônicos sejam realizados com absoluta segurança.

Para mais informações sobre o CIESP Sertãozinho e os benefícios que podem trazer a sua empresa, entre em contato pelo telefone 3947-5522 ou pelo e-mail [email protected].

Paulo Skaf, Presidente do Ciesp e da Fiesp

Adézio Marques, Diretor Titular do CIESP Sertãozinho

Tecnologia Industrial Complemento SEW

O destaque da SEW Eurodrive para o setor sucroener-gético fica por conta dos redutores planetários Série XP Geração 2. Os equipamentos possuem alto torque de saída, de até 7 mil kNm, além de carcaça composta de anéis forjados segmenta-dos, com estágios independentes, o que permite maior eficiência na instalação e manutenção.

A Série XP utiliza quatro engrenagens satélites no último trem planetário, uma inovação da empresa, que permite melhor dis-tribuição do torque ao eixo de baixa rotação e melhor absorção de eventuais choques, sem comprometer outros componentes do redutor. São redutores mais leves e de menores dimensões físicas, com eixos, engrenagens e carcaças produzidos em ligas especiais de aço.

Para a indústria sucroenergética, o redutor planetário XP G2 pode ser fornecido em várias configurações: montagem com pés ou braço de torque; eixo de baixa rotação oco ou sólido; flange

para motor ou eixo cardan; siste-ma de lubrificação forçada; acopla-mento limitador de torque no eixo de alta e disco de contração; e montagem de estágios de entrada ortogonais ou helicoidais.

Entre os benefícios do equipa-mento estão a maior facilidade de instalação e manuseio, maior re-sistência a cargas e fatores exter-nos adversos, com novo conjunto de base de alta robustez, calcula-da a partir de dados reais colhidos em campo, por método de alta precisão matemática (elementos finitos). A vida útil também é maior, com maior eficiência e menor nível de ruído.

Além das moendas, outras séries de redutores industriais da SEW são aplicados também nas correias transportadoras, descar-regadores/guinchos tipo hyllo, mesas alimentadoras, esteiras de cana, esteiras para distribuição de bagaço, cristalizadores e difusores.

Importação brasileira de fertilizante dispara

A forte demanda doméstica por fertilizantes para o plantio da safra de inverno de milho da temporada 2012/13 e para a próxima safra de grãos de verão (2013/14) motivou um crescimento de 23% das importações brasileiras de adubos intermediários no primeiro semestre do ano. Com isso, essas importações equivaleram a 79,7% do volume de vendas de produtos finais no período, participação menor apenas que a verificada entre janeiro e junho de 2011 e muito maior que a média histórica de 65% a 70%.

De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), mesmo com uma queda de 1,5% em junho em relação ao mesmo mês de 2012, as importações de fertilizantes intermediários totalizaram 9,679 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano. O porto de Para-naguá, no Paraná, foi responsável pelo recebimento de 43,5% desse total.

Conforme a Anda, as entregas de fertilizantes ao consumidor final (ven-das) aumentaram 5,9% em junho ante

o mesmo mês de 2012, para 2,615 milhões de toneladas. Com isso, no primeiro semestre deste ano as vendas somaram 12,15 milhões de toneladas, um aumento de 3,6% sobre igual inter-valo de 2012. O Estado de Mato Grosso concentrou o maior volume de entregas no primeiro semestre do ano - 2,59 milhões de toneladas, seguido de São Paulo, com 1,709 milhão, e do Paraná, com 1,653 milhão de toneladas.

Ao mesmo tempo em que as impor-tações dispararam, a produção nacional de fertilizantes intermediários cresceu apenas 3,1% no primeiro semestre, para 4,627 milhões de toneladas.

Carlos Eduardo Florence, diretor-ex-ecutivo da Associação dos Misturadores de Adubos (Ama-Brasil), estima que boa parte das antecipações de compras de fertilizantes intermediários no exterior está ligada aos conhecidos gargalos logísti-cos do país. Com a pequena produção nacional, o progressivo aumento da demanda interna e a mesma capacidade dos portos, a tendência é que os prob-lemas de logística piorem. De acordo

com Florence, os navios que chegam com adubo importado em Paranaguá estão demorando cerca de 50 dias para descarregar o produto.

Na avaliação de Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista de mercado da Scot Consultoria, a valorização da moeda americana frente ao real também já faz com que muitos consumidores finais antecipem as compras para evitar um im-pacto ainda maior dessa alta. A tendên-cia é que os preços dos fertilizantes subam no curto e médio prazos diante da tradicional demanda neste segundo semestre e da valorização do dólar, observa Lima.

O produtor de grãos está mais capi-talizado e pode antecipar as compras de insumos, lembra Lima. Ele afirma, porém, que os produtores que não conseguiram comercializar de forma vantajosa a safra diante dos menores preços da soja podem “segurar” os investimentos em insumos, “mas isso não deverá ser em grandes proporções” diante dos últimos anos de boa rentabilidade, segundo o Valor Econômico.

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Líder de mercado em Sertãozinho, Destaca Engenharia tem know-how em fundações industriais

Presente no setores sucroenergético, imo-biliário, comercial e na construção de indústrias, a empresa Destaca Engenharia de Fundações e Infraestrutura tem forte atuação no cenário do desenvolvimento nacional, proporcionando a melhor tecnologia em serviços de alta qualidade.

Sediada em Sertãozinho/SP, capital mun-dial do setor sucroalcooleiro, a empresa soma mais de 20 anos de experiência na atuação da construção civil com a prestação de serviços especializados em fundações com mão-de-obra profissional, qualificada e treinada.

Investindo sempre em crescimento estru-tural e profissional, a Destaca Engenharia é equipada com tecnologia de ponta certificada a fim de acompanhar a demanda do mercado da construção civil. “Estamos preparados para atender desde fundações para construções de pequeno porte, bem como as fundações de grande porte, como construção de indústrias e usinas”, afirmou Decio Rosa Filho, Engenheiro Civil e Diretor da Destaca.

Ainda segundo o diretor, a empresa possui como principais serviços as estacas escavadas

moldadas “in loco” com perfuratriz hidráulica sobre caminhão; estacas escavadas com ponta batida; estacas de solo brita para melhoria de subsolo; estacas moldadas “in loco” tipo strauss; cravação de estacas pré-moldadas de concreto, perfis metálicos e trilhos com martelo hidráulico; tubulões a céu aberto; fundações rasas e poços de monitoramento e hélice contínua monitorada.

Buscando continuamente fornecer serviços de alta quali-dade, a Destaca Engenharia oferece à sua equipe atualizações sobre novas técnicas e novos equipamentos para melhor atender seus clientes. “Nossos profissionais qualificados se mantêm atento às últimas tendências do mercado de cons-trução civil”, relatou Decio Rosa Filho.

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Propor uma agenda com ações concretas para atender às principais demandas do agronegócio brasileiro e exigir dos governantes, políticos e até de futuros candidatos, um compromisso de que executarão as medidas propostas pelas lideranças do setor. Essa foi uma das principais conclusões tiradas do 12º Congresso Brasileiro do Agronegó-cio, promovido nesta segunda-feira (5/8), pela Abag - Associação Brasileira do Agronegócio, que reuniu 820 participantes, em São Paulo.

Entre os pontos destacados nas palestras e debates estão a segurança jurídica para cumprir os marcos regulatórios, desenvolver esforços para regularização fundiária, estabelecer uma política de seguro agrícola para mitigar o risco do produtor com relação a pragas, doenças e adversidades climáti-cas e maior empenho e prioridade na execução de obras, de modo a acabar ou reduzir os gargalos logísticos e de transporte que tanto prejuízo causa ao segmento e que foi o tema principal do evento.

Durante todo o dia, um seleto grupo de econo-mistas, técnicos, além das principais lideranças do setor debateram o assunto. Ao final, o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho afirmou que os participantes do Congresso da Abag saíram com uma grande dúvida sobre se as obras de infraestrutura sairão no prazo e com a urgência que o setor e o País necessitam. “O Brasil ganha cada vez mais importância no cenário mundial da produção de alimentos e bioenergia, pois além de ter a tarefa de dar conta de 40% do aumento esperado para a demanda global de alimentos até 2020, também já é hoje um importante formados de preços para várias commodities. Nesse sentido, a precariedade da logística reduz nossa competitivi-dade internacional”, afirmou Carvalho. Há uma ex-

Congresso da ABAG conclui que o agronegócio tem de exigir mais

atenção para um setor decisivo para a economia do país

pectativa mundial com relação à capacidade do Brasil ofertar alimen-tos e energia renovável para os próximos anos.

Tanto o presidente da Abag, quanto outros palestrantes apontaram a contradição existente entre a importância crescente do Brasil como um dos maiores produtores mundiais de alimentos e a falta de definição de um pro-jeto nacional para tratar essa relevante questão. “Quando se vai a Brasília, não parece que nós temos uma das agriculturas mais competitivas do mundo. Não parece que somos o setor que vem contribuído, há mais de uma década, para manter um su-perávit na balança comercial, fator de equilíbrio para o crescimento do Brasil. Não parece também que conseguimos um expressivo aumento na produtividade agrí-cola sem ampliar a área plantada, atenuando significativamente os impactos ambientais. Pelo con-trário, os números mostrados em um dos painéis revelam que a agricultura perde espaço e deve continuar perdendo para outras atividades e também para área de preservação”, lembra Carvalho.

O presidente da Abag se referia aos dados apresentados por Evaristo Eduardo de Miranda, coordenador da Secretaria de Acompanhamento e Estudos da Presidência da República, no painel “Expansão de Área para o Aumento da Oferta”. Segundo sua apresentação, de 1985 até 2006, a área ocupada pela agricultura no Brasil caiu 12%, recuando de 374,9 milhões de hectares, para 329,9 milhões de hectares. “E esse processo de perda de terras pela agricultura deve se acentuar ainda mais em função de de-marcações de terras indígenas e obrigatoriedade de reserva legal. A percepção recorrente de que o Brasil tem ampla disponibilidade

de terras agriculturáveis é um mito”, conclui Miranda.

Na avaliação dos participantes do Congresso da Abag, o desafio do agronegócio é continuar cre-scendo sem ocupar novas áreas. Nesse sentido, todos enfatizaram a importância da tecnologia para continuar com os ganhos de produtividade que possibilitam colher mais alimentos da mesma área plantada. Evaristo Miranda, técnico da Embrapa, apresentou dados sobre a perda de áreas disponíveis para a agricultura em função das áreas de conservação, terras indígenas e quilombolas. Enfático, citou que somente com o Novo Código Florestal serão, no mínimo, 45 milhões de hec-tares. Fernando Sampaio, diretor executivo da Abiec – Associação Brasileira das Indústrias Expor-tadoras de Carnes, comentou sobre um estudo da Embrapa que analisou os fatores de expansão da pecuária brasileira entre 1950 e 2006, que aponta que o cresci-mento ocorrido na produção de carne no período foi decorrente do aumento da produtividade (79%) e da expansão da área (21%). “Se não houvesse esse incremento na produtividade, seriam necessários 525 milhões de hectares a mais

para alcançar o nível de produção de carne existente”, explica.

Paulo Hermann, vice-presiden-te para América Latina da John Deere, também ressaltou o papel vital da tecnologia no aumento da produtividade, destacando a importância específica do sistema integração Pecuária-Lavoura-Flo-resta. “Com ele, é possível ter três safras no mesmo ano”, aponta. Para isso, Hermann, adianta que é importante ter gestão, processo e qualidade dentro da propriedade rural. “Esses conceitos precisam chegar ao agricultor porque plantar soja como era feito antigamente é bem diferente de plantar dois ou três tipos de cultura com ciclos mais curtos”, afirmou.

Além disso, segundo informou Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa, existe ainda muitas áreas já cultivadas cuja produ-tividade pode ser melhorada. Ele exemplifica: só no caso de milho, existem hoje 2,6 milhões hec-tares com baixa produtividade. O pesquisador também chamou a atenção para a necessidade de se reestrutura a área de assistência técnica para o produtor rural, que funcionava bem com a estrutura de extensão rural. “Nessa área, se faz necessária uma maior articu-

Bernardo FigueiredoPresidente da EPL

Ter um plano estratégico para o Brasil no campo dos alimentos e energia renovável, com marco legal que reforce a segurança jurídica do setor, um seguro agrícola para reduzir riscos e empenho na execução de obras de logística e de infraestrutura são

pontos prioritários

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lação entre os governos munici-pais e estaduais com o governo federal”, ressalta Assad.

Paralelamente a esse esforço de ganho de produtividade dentro da fazenda, a maioria dos partici-pantes do 12º Congresso da Abag ressaltou que é fundamental os governantes reforçarem os inves-timentos em infraestrutura, que demanda tempo de maturação. “O gargalo logístico que afeta o agronegócio não será resolvido em apenas um ano porque não se faz uma obra nesse período. Será necessário, no mínimo, três a quatro anos para que os resul-tados comecem a aparecer. Isso é claro, se todos os investimentos anunciados resultarem em obras”, afirmou Afonso Mamede, presi-dente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, durante o painel “As Oportunidades e as Dificuldades para o aumento da Oferta”.

Para que ocorram mudan-ças significativas na questão da infraestrutura e logística, outro par-ticipante do mesmo painel, José Ronaldo Vilela Rezende, sócio da PWC – Líder de Agronegócio, sa-lienta que as instâncias governa-mentais teriam de agir. “O governo precisa ter coragem para quebrar algumas barreiras que impedem o avanço das obras e, com isso, agilizar os processos. Hoje, tudo é moroso e não dá para acreditar em mudanças repentinas para o próximo ano, apesar de irmos para uma colheita de 200 milhões de toneladas na próxima safra 2013/13, em condições normais”, acrescenta.

Para Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja – Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso, não é por falta de recursos que o Brasil não possui uma infraestrutura e uma logística adequadas para atender as necessidades do agronegócio e, sim, outros fatores que dificul-tam o andamento das obras, como o licenciamento ambiental, a fiscal-ização dos territórios indígenas, os questionamentos do Tribunal de

Contas da União (TCU), entre outros. “A vocação do Centro-Oeste, por exemplo, é exportar pelo Arco Norte. O desenvolvimento de hidrovias nos diversos rios navegáveis seria uma maneira eficiente e mais barata para escoar a produção”, analisa.

Jorge Karl, diretor-presidente da Cooperativa Agrária Agroindustrial

ressalta que o Brasil está perdendo oportunidades com esse atraso na infraestrutura. “Além do modal de transporte ser inadequado, o custo logístico é muito alto, de 5 a 6 vezes mais caro se comparado com o custo para um produtor nos Estados Unidos ou na Argentina. Por isso, os investimentos são necessários, urgentes e deveriam ter sido para ontem”, conclui Karl.

A disponibilidade de áreas para a agricultura está concentrada na América do Sul e principalmente no Brasil. O continente africano pos-sui terra, mas sofre restrições severas de escassez de água. Depois de décadas de preço reais cadentes nos alimentos, a partir de meados da década passada, o mercado deu uma reviravolta, disse Alexandre Mendonça de Barros. Temos de usar melhor o estoque de terras com melhores produtividades e recuperação dos solos degradados, afirmou Marcelo Brito, da Agropalma. Para Julio Pizza, da Brasil Agro, o governo deve atrair capital internacional para serem aplicados no agronegócio.

Na abertura dos trabalhos, Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa Brasileira de Logística, apresentou os projetos e os seus crono-gramas de implantação. Para Yoshiaki Nakano, da FGV, os ganhos de produtividade proporcionados pela logística e infraestrutura melhoram a qualidade dos resultados econômicos, mas precisa haver agilidade no processo. Já o consultor e economista Alexandre Schwartsman colo-cou a questão da precificação das tarifas para efeito de cálculo da taxa interna de retorno das empreiteiras, de modo a não ocorrer paralisações e atrasos nos cronogramas, com necessidade de ajustes e renego-ciações dos projetos. O painel de políticas públicas exaltou a importância da valorização do setor privado na concepção de ações que não sejam reativas como normalmente acontece com as ações de governo.

Mecânica de Comunicação Assessoria de imprensa do 12º Congresso [email protected]

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Fabricantes de equipamentos para indústria mostram otimismo

Doca Pascoal

A Fenasucro, principal feira sucroenergética do mundo, será ainda maior em 2013. Contrariando as expectativas nada animadoras dos últimos meses, o setor de açúcar, etanol, bioenergia e derivados da cana iniciou o segundo semestre mais otimista. O reflexo disso é a estimativa positiva dos organizadores da 21ª edição da Fenasucro, evento que deve atrair cerca de 35 mil visitantes e movimentar R$ 2,2 bilhões.

De acordo com o diretor da Reed Multiplus, Augusto Balieiro, a Fenasu-

cro 2013 contará com 550 expositores, em uma área de 70 mil metros quadrados. O presidente da Datagro, Plínio Nas-tari, afirma que a indústria canavieira está se recuperando da crise. Para ele, o setor já recuperou seu poder de produção de cana e já nesta safra a indústria se aproximará de sua capacidade total de moagem.

Segundo Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do Ceise BR, entidade que defende os interesses da indústria de base do setor, os empresários estão voltando a investir. Ele lembra que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvi-mento) já liberou este ano R$ 2,2 bilhões para investimentos na indústria. Ano passado o aporte do banco foi de R$ 600 milhões.

A sinalização de crescimento tem estimulado fabricantes de equipamentos para a indústria. A indústria que desen-

volve novas tecnologias em redu-tores, turbinas, motores elétricos e hidráulicos para acionamento de moendas e difusores, por exemplo, vem se preparando para atender uma crescente demanda nos próxi-mos anos.

Segundo a Datagro, a produção mundial de açúcar deve alcançar 201 milhões de toneladas em 2020. Hoje é de 166 milhões de tonela-das. Já a produção de etanol, deve crescer dos atuais 95 bilhões de litros para 167 bilhões, no mesmo período. O crescimento do açúcar

é esperado em países da Ásia. Já o etanol será foco dos EUA e do Brasil.

Tecnologia de ponta - De olho no crescimento do mercado mundial de açúcar e etanol, a empresa Bon-figlioli aposta em suas linhas de redutores planetários das séries 300 e HDP/HDO. São equipamentos compactos que têm elevada capaci-dade de torque e permitem diversas configurações.

A série 300, por exemplo, é apli-cado a todas as etapas do processo em uma usina, desde a recepção da cana, preparo, moagem, até a produção de açúcar e energia. Os redutores desta linha, que atingem torque nominal de até 1.287.000 Nm, são aplicados em acionamen-tos de moendas (central ou por rolos) e difusores.

A configuração é versátil, permitindo vários tipos de fixação, eixos de saída e a interface com motor. Os recur-sos tecnológicos, que incluem entradas com acesso para sensores que controlam a temperatura, pressão e vibração, estão presentes em cada um dos 20 tamanhos disponíveis da série 300.

Já os redutores Bonfiglioli das séries HDP/HDO possuem eixos paralelos que permitem aplicações com torque de até 195 mil Nm, com uma excelente opção de configuração padrão. Os equipamentos, compactos, permitem inúmeras variantes de eixo de saída (sólido, oco e disco de contração) e variantes de seção de entrada, além de uma abrangente seleção de opções de lubrificação e resfriamento.

Segundo o diretor executivo da Bonfiglioli do Brasil, Manfredi Ucelli Di Nemi, a empresa tem estreitado cada vez mais o relacionamento com as usinas produtoras de açúcar e etanol. Ele cita como exemplo a Usina Alta Mogiana, para a qual a empresa forneceu redutores da linha HDP e pendu-lares da linha F para o projeto inédito de limpeza de cana-de-açúcar a seco.

Força acadêmica - A Renk Zanini estabeleceu uma parce-

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ria com professores da Augsburg University of Applied Sciences, na Alemanha, e com a Escola Politéc-nica da USP para desenvolver sua nova linha de redutores planetários para o mercado de açúcar e etanol, sendo o PentaMax 2.0 para aciona-mento central e o FlexiMax 2.0 para acionamento rolo a rolo.

A nova linha contou com apoio do Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para ser desenvolvida a partir de modernas ferramentas de modelagem 3D e de simulação estrutural por elementos finitos. A linha possui eixos paralelos e plan-etários. Todos os porta-planetas são suportados por rolamentos.

A captação de óleo da nova linha é feita de forma independente em cada estágio de redução, evitando ao máximo a contaminação entre estágios. O eixo de saída possibilita a desmontagem do porta-planetas do último estágio, garantindo mais agilidade para manutenção. As janelas de inspeção ficam em pontos estratégicos para facilitar a inspeção.

Outro equipamento de sucesso da Renk Zanini é o redutor de eixos paralelos com divisão de torque Torqmax, que possui mais de 22 safras em operação, com mais de 270 unidades vendidas e capaci-

dade instalada equivalente a 46% de toda a cana processada na safra brasileira 2011/12.

O versão 2.0 do redutor Torq-max, lançada em 2012, contempla melhorias e avanços tecnológicos desenvolvidos por renomados pesquisadores, com o uso de mod-ernas ferramentas de simulação. O equipamento, com menor consumo de energia e menos elementos girantes, ficou compacto e robusto, com carcaças mais leves e com reforços projetados em pontos de maior esforço.

Por que planetário? - Os redutores planetários facilitam a operação da moenda, têm menor custo de manutenção, eliminam rodetes, cujo esforço causa oscilação mais elevada do lado do acionamento, além de durar mais do que os con-vencionais. Estes são os argumen-tos da TGM Indústria e Comércio de Turbinas e Transmissões para defender os redutores planetários.

A empresa de Sertãozinho proje-ta e fabrica seus redutores planetári-os conforme normas internacionais, usando avançados programas de cálculos, o que garante controle to-tal dos parâmetros de engrenamen-to, lubrificação, dissipação de calor, refrigeração, controle de rotação,

seleção de acoplamentos, etc. Um dos destaques da TGM

é a série de redutores RPS, que possuem números de estágios definidos de acordo com a relação de transmissão necessária. Cada estágio pode ser composto de três a cinco engrenagens planetárias para um funcionamento suave. O redutor é acionado por motor elétrico ou turbina a vapor e é equipado com sistema limitador de torque, para proteger todo o conjunto mecânico contra sobrecargas.

O acoplamento final do redutor planetário com a máquina acionada é feito com flange com pinos ou de acordo com outra especificação do cliente. Isso permite obter total controle de torque aplicado na mon-tagem e o alto nível de desempenho do sistema.

A usina Della Coletta conta com redutores planetários da TGM. Em 2012, a unidade registrou moagem de 400 ton/h com moenda 02 ternos 1150 x 2000 e 04 ternos 37” x 54”. De acordo com Nivaldo Cezar Della Coletta, diretor industrial da usina, em Bariri, SP, só foi possível chegar neste alto rendimento, com a mesma moenda, devido à aplicação dos planetários TGM.

Setor turbinado - O final do

primeiro semestre de 2013 foi especial para a alemã Siemens. A empresa forneceu a turbina a vapor de número mil, produzida no com-plexo industrial de Jundiaí, SP. O modelo SST 300 foi vendido para a unidade Vertente da Usina Guarani. Para ser acoplado à nova turbina, a Renk Zanini forneceu o turborredu-tor TA67n, com 28.140 KW.

A turbina SST 300 é produzida em Jundiaí desde 2006. O equipa-mento proporciona um aumento de eficiência global do ciclo termod-inâmico e permite maior energia gerada com a mesma quantidade de combustível. De acordo com o diretor da área de turbina a vapor da Siemens no Brasil, Thiago Pistore, a turbina é flexível podendo ser aplicada nos segmentos de alimen-tos e bebidas, papel e celulose, mineração e metalurgia, indústria química, óleo e gás, entre outros.

De acordo com o diretor de engenharia do Grupo TGM, José Paulo Figueiredo, os mecanismos planetários oferecem em condições específicas grandes vantagens em relação aos mecanismos comuns. O acionamento para moendas é uma delas. “A principal característica é que em todos os estágios há divisão de torque dando maior estabilidade dinâmica ao conjunto”.

Além disso, afirma Figueiredo, esta divisão de torque confere ao planetário a condição de ter um peso equiva-lente à 1/3 do peso do redutor tradicional que ainda precisa de bases de concreto gigantescas, grande risco de recalque diferencial.

“A redução de peso se dá porque nos redutores plan-etários, desde a entrada até a saída, temos basicamente apenas esforços de torção. Já no redutor tradicional, além dos esforços de torção, há também flexão. A flexo-torção incute tensões elevadas, sendo necessários diâmetros de eixo maiores a fim de evitar a fadiga”.

O diretor conta que as grandes engrenagens nos redutores tradicionais causam maiores perdas de potên-cia por atrito nos dentes e no banho de óleo. Os rolamen-tos e retentores também são maiores, acrescentando perda de potência por atrito e prejudicando a eficiência global do equipamento.

Produção brasileira de soja se aproxima da produção dos Estados Unidos

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o relatório da safra que traz uma redução expressiva na produção de soja nos Estados Unidos para 2013/14, a qual passou de 93,1 milhões de toneladas para 88,6 milhões de toneladas.

No caso do milho também houve uma redução na produção em relação ao relatório do mês passado divul-gado pelo departamento, de 354 milhões de toneladas para 349 milhões de toneladas.

De acordo com a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, estes números foram positivos para os preços tanto que após a divulgação do relatório houve alta nas cotações. “Para o Brasil o relatório divulgado pelo USDA traz números praticamente idênticos aos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de soja (82 milhões de toneladas) e para o milho (80 milhões de toneladas)”, salientou o assessor da secretaria Sávio Pereira.

Neste mesmo relatório, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos já prognostica um aumento de 82 milhões de toneladas para 85 milhões de toneladas na produção de soja em 2013/14 do Brasil e redução de 80 milhões de toneladas para 72 milhões toneladas de milho.

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CPFL Energias Renováveis tem prejuízo de R$ 51,6 milhões no 2º tri

A CPFL Energias Renováveis apresentou prejuízo líquido de R$ 51,643 mil-hões no segundo trimestre do ano, ante perda líquida de R$ 5,506 milhões no mesmo período do ano passado – uma variação de 837,9%. De acordo com demonstração de resultados divulgada há pouco pela empresa, a receita operacional líquida cresceu 23,5% no segundo trimestre, para R$ 186,706 milhões, ante R$ 151,142 milhões do mesmo trimestre de 2012.

O custo de geração de energia elétrica cresceu 56,5% no segundo trimestre, para R$ 111,006 milhões, comparados a R$ 70,950 milhões do mesmo período do ano passado. O lucro bruto, por sua vez, recuou 5,6%, para R$ 75,700 milhões, ante R$ 80,192 milhões do segundo trimestre de 2012. O resultado financeiro ficou negativo em R$ 63,334 milhões, ante uma despesa financeira líquida de R$ 36,823 milhões no mesmo trimestre do ano passado – um aumento de 72% entre os dois períodos.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 7,4% no segundo trimestre, para R$ 98,684 milhões, ante R$ 91,867 milhões do mesmo trimestre de 2012 – a margem Ebitda do segundo trimestre de 2013 foi de 52,9%, ante 60,8% do mesmo período do ano passado (Valor Online)

São Martinho investe R$ 185 milhões para produzir mais bioeletricidade

O Grupo São Martinho acaba de colocar em operação uma usina termoelétrica que cogera energia através da queima do bagaço da cana, na unidade de Pradópolis (São Paulo).

Com investimento de R$ 185 milhões, o projeto iniciado em 2010 permite gerar em um primeiro momento um excedente para comercialização de 244 mil MWh.

“A quantidade é suficiente para atender a demanda de uma cidade com cerca de 200 mil habitantes”, diz Fábio Venturelli, presidente do grupo sucroalcooleiro.

Quando os preços dos leilões começaram a cair em 2008 e 2009, os primeiros a sair dos planos das usinas foram os “retro-fits”, que previam a troca das caldeiras, que são muito caras.

Alguns, porém, continuaram em usinas que estavam sendo construídas.

“Na São Martinho, a opção foi por uma termoelétrica que queima biomassa. A usina tem caldeiras, que ainda não estão no momento da troca, e gerava excedente de bagaço de cana.”

“Temos agora no portfólio um produto que traz uma receita adicional e cuja oscilação de preço está atrelada à inflação e não à oferta e demanda, como ocorre com o açúcar”, afirma.

O financiamento da nova termoelétrica foi do Itaú e do BNDES, segundo a Folha de S.Paulo.

Uso de térmicas faz governo bancar mais US$ 1,2 bilhãoO governo terá de desembolsar mais R$ 1,2 bilhão da Conta

de Desenvolvimento Energético (CDE) para o pagamento das usinas térmicas e pela exposição das distribuidoras de energia elétrica ao mer-cado de curto prazo. O depósito será feito até 10 de agosto, referente apenas às despesas de maio e junho.

O gasto agrava ainda mais a situação da CDE, um dos fundos do setor elétrico. O governo não divulga os dados atualizados da movi-mentação financeira da CDE. O saldo do fundo era de R$ 223,3 mil-hões em maio, volume já insuficiente para bancar uma média mensal de gastos de R$ 300 milhões.

Em maio, o governo transferiu R$ 2,5 bilhões para a CDE de outro fundo setorial - a Reserva Global de Reversão (RGR). A RGR tem como finalidade principal indenizar as empresas que aderiram ao pacote de renovação antecipada das concessões, que possibilitou o desconto médio de 20% na conta de luz dos consumidores residenci-ais. Essa transferência, no entanto, não resolveu o problema da CDE e agravou o da RGR.

Com saldo insuficiente, caberá ao Tesouro Nacional e, em última instância, ao contribuinte, desembolsar pelo menos R$ 6,7 bilhões nos próximos quatro anos para reembolsar as companhias pelas indeni-zações a que têm direito. A despesa será atualizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acrescida de remuneração de 5,59% ao ano. Como a RGR foi praticamente extinta, a entrada de recursos no fundo é insuficiente para pagar essa conta.

A transferência de R$ 2,5 bilhões da RGR para a CDE foi incapaz de bancar as despesas da CDE. Pelo menos duas transferências bilionárias foram feitas em maio para concessionárias de distribuição de energia, que totalizam R$ 4,8 bilhões. Foram R$ 2 bilhões para bancar uso das térmicas em fevereiro e março e outros R$ 2,8 bilhões para subsídios cruzados de junho a dezembro deste ano. Não se sabe de onde o governo retirou recursos para bancar essa conta e a equipe econômica não fornece a informação.

Os gastos com as termoelétricas eram integralmente repassados ao consumidor, na época do reajuste de cada distribuidora. O impacto seria de 11% nas tarifas, conforme estimativa da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee). Em março, para evitar que parte do desconto de 20% fosse comprometido, o governo anun-ciou que esse custo seria bancado pela CDE.

Repasse - Já os subsídios de junho a dezembro tiveram de ser repas-sados de uma só vez porque o Congresso deixou a Medida Provisória 605 caducar. Essa MP foi publicada porque Cesp, Cemig e Copel não aceitaram a proposta de renovação antecipada de suas concessões. Com a queda da MP 605, a conta de energia do brasileiro poderia aumentar, em média, 4,6%, e, em alguns Estados, até 15%. O governo decidiu, então, ampliar os gastos com outros subsídios, via CDE, por meio de repasses mensais de R$ 400 milhões. Sem a MP, a presidente editou decreto e autorizou o repasse do valor de uma só vez.

Até agora, o governo não informou de que forma vai financiar a CDE. Na semana passada, durante anúncio do corte de R$ 10 bil-

hões do Orçamento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo desistiu de finan-ciar a CDE via antecipação de recebíveis de Itaipu e que esse custo seria coberto por despesas primárias. Segundo ele, o objetivo era tornar a operação mais trans-parente.

Créditos - Em junho, em duas operações publicadas no Diário Oficial da União, o Ministério da Fa-zenda autorizou a venda de crédi-tos que totalizavam cerca de R$ 1,9 bilhão pela União para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De janeiro a agosto, a CDE já desem-bolsou R$ 10,4 bilhões, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Tudo indica que os gastos para manter o desconto de 20% na eletricidade já se tornaram uma despesa primária há mais tempo do que o governo quer ad-mitir (O Estado de S.Paulo)

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Dezenove parques eólicos parados no país causam pre-juízo de R$ 400 miUm problema de infraes-

trutura, que inclui também prob-lema de gestão, tem consequência na conta de luz dos brasileiros. No início do ano, Bom Dia Brasil da TV Globo mostrou parques eólicos estão parados por falta de linhas de transmissão. Agora em julho, 19 deles completaram um ano sem funcionar. Um prejuízo que já passa de R$ 400 milhões.

Doze parques do maior com-plexo de energia eólica da América Latina foram inaugurados em julho do ano passado e estão parados. São 184 torres em uma área que abrange três municípios do Su-doeste da Bahia.

Se estivessem funcionando, os geradores seriam capazes de ali-mentar mais de 500 mil casas com média de quatro moradores em cada uma, ou uma população de mais de dois milhões de habitantes.

Além desse complexo, outros sete parques do Rio Grande do Norte es-tão na mesma situação. Foram inaugurados há um ano e não funcionam por falta de linhas de transmissão. A Chesf, companhia estatal que deveria ter entregue as conexões, atribui o atraso a três fatores.

“O processo de licenciamento ambiental, o processo de anuência dos órgãos do patrimônio histórico, e hoje uma questão muito grave, a questão fundiária”, diz João Bosco de Almeida, presidente da Chesf.

A energia que deveria ser gerada nesses parques eólicos já foi leiloa-da. E, de acordo com o contrato, as distribuidoras têm que pagar mesmo sem receber. Assim, as usinas não perdem dinheiro. É o caso da Renova Energia, que administra os parques do Sudoeste da Bahia.

“Nós recebemos a receita, mesmo porque essa receita é usada para pagar o financiamento que contraímos junto ao BNDES. São R$ 15 mil-hões ao mês”, revela Carlos Mathias Becker, diretor-presidente da Renova Energia.

Os 19 parques eólicos da Bahia e do Rio Grande do Norte já receber-am cerca de R$ 400 milhões durante este ano em que ficaram parados. Segundo a Aneel, no fim, quem paga essa conta é o consumidor, pois esse valor é considerado um custo extra e entra no reajuste da tarifa.

Para garantir a geração de energia, o governo decidiu que apenas as usinas próximas a subestações de transmissão poderão participar dos próximos leilões.

“Nesse próximo leilão de energia eólica que vamos ter agora, o gera-dor eólico só pode ofertar energia se existir conexão pronta para que ele conecte os parques eólicos”, diz João Bosco de Almeida, presidente da Chesf.

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Valor da produção agrícola será de R$ 275,9 bi, estima o governo

O Valor Bruto da Produção (VBP) das 20 principais culturas agrícolas do país deverá somar R$ 275,893 bilhões em 2013, conforme estimativa divulgada pelo Minis-tério da Agricultura. Em relação à previsão divulgada em julho, o novo número é 1,4% superior - ou seja, o recorde, que já estava garantido, será ainda maior. Na comparação com o cálculo do ministério para 2012, o aumento chega a 10,8%.

Carro-chefe do agronegócio brasileiro, a soja deverá puxar o VBP geral com R$ 81,898 bilhões neste ano, 18,9% mais que em 2012. O forte incremento é determi-nado principalmente pela recuperação da produção do país na safra 2012/13 após a quebra no Sul em 2011/12, provocada por uma severa estiagem. E, ainda que os preços estejam em queda, o patamar ainda é elevado e foi bastante atraente no primei-ro semestre.

Em seguida no ranking do ministério aparecem a cana (R$ 48,029 bilhões, alta de 8,9%), o milho (R$ 36,846 bilhões, alta de 10,5%), a laranja (R $ 20,637 bilhões, alta de 46,1%) e o café (R$ 14,059 bilhões, baixa de 27,6%). A cana vai refletir o au-mento da produção e o milho segue mais ou menos a mesma lógica da soja.

A estimativa para a laranja ainda poderá ser cortada, já que os preços pagos pelas indústrias de suco aos produtores da fruta seguem deprimidos após a segunda super-safra seguida em São Paulo, e o café sente os efeitos de uma oferta confortável que derrubou as cotações nos mercados externo e doméstico.

Na divisão do VBP por região do país, o Sudeste lidera, com uma estimativa de R$ 84,371 bilhões em 2013. Depois aparecem o Sul (R$ 75,285 bilhões) e o Centro-Oeste (R$ 73,533 bilhões), segundo o Valor Econômico.

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meio ambiente Revista Visão da Agroindústria meio ambientewww.visaoagro.com.br

Protocolo Agroambiental estimula desenvolvimento de

máquinas e implementos

Doca Pascoal

A colheita de cana-de-açúcar deu um grande salto tecnológico nos últimos cinco anos, principalmente a partir do Protocolo Agroambiental Paulista, documento assinado em 2007 entre o governo estadual e usinas, que antecipa os prazos legais para o fim das quei-madas no Estado.

A eliminação da queima, inicial-mente prevista para 2021, foi re-definida para 2014 nas áreas onde já é possível a colheita mecani-zada. Já para as áreas onde não há tecnologia adequada para a mecanização, o prazo caiu de 2031 para 2017.

O percentual da área de cana-de-açúcar colhida crua alcançou 72,6% na safra 2012/13, o que rep-resenta 3,38 milhões de hectares. Na safra 2006/07, esse índice era de 34,2%. Este fato tem ocasio-

nado mudanças legais, sociais, ambientais e econômicas. A tendência gerou oportunidades para que a indústria de transporte, máquinas e implementos agrícolas se desenvolvesse.

Nos últimos oito anos, mais de quatro milhões de hectares de cana passaram a ser colhidos mecanicamente na região Centro-Sul. Isso exigiu a entrada em operação de cerca de 3,5 mil colhedoras, 14 mil transbordos, 7 mil tratores e 6 mil caminhões. Um impulso importante para o desenvolvimento de novas tecnologias no campo.

A Case IH, por exemplo, conta com o sucesso da colhedora A 8800 de uma linha de cana, com mais de 50% de market share. No entanto, a empresa investe no desenvolvimento de um equipamento multilinha, já pensando na ampliação da necessidade de colheita de cana crua. No mesmo passo, a TMA, do Grupo Tracan, lançou um kit que transforma a colhedora Case IH A 8800 em uma colhedora de duas linhas e múltiplo espaçamento.

Já a Valtra comemora o sucesso do modelo de colhedora S5010 da Santal, empresa integrada à AGCO em 2012. O equipamento, com re-duzido custo de manutenção, conta com um sistema rodante de esteiras metálicas, mais resistente e capaz de proporcionar melhor distribuição de carga, garantindo menor compactação e baixos danos às soqueiras.

De olho na demanda, a John Deere desenvolveu a versão 2013 da tradicional colhedora de cana 3520. O equipamento foi aperfeiçoado, com mudanças que proporcionam ganhos de produtividade e economia. Evoluções no sistema Field Cruise e a função inteligente do extrator primário, por exemplo, contribuem para a redução de gasto de combus-tível, adequando à rotação do motor e extrator conforme a necessidade da colheita.

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Economia não define uma tendência e o governo tem dificuldade de influenciar as expectativas

A parte mais crítica do ano para a evolução da economia, quando o comércio programa a produção in-dustrial para o Natal e as empresas elaboram o orçamen-to do ano seguinte, está sem radar para indicar o caminho à frente, num cenário também nublado pelas eleições.

Os dados de conjuntura ainda não têm consistência para definir uma tendência e o governo há bom tempo perdeu a condição de referência que lhe é inata como formulador da política econômica e monetária. A série de manobras contábeis (chamadas de “contabilidade cria-tiva” pelos economistas) para disfarçar gasto e produzir receita primária no orçamento fiscal criou desconfiança quanto às contas públicas.

Qual, por exemplo, o superávit primário (um conceito que expressa o dinheiro apartado do orçamento federal para pagar juros da dívida pública) de 2013? O ministro Guido Mantega o fixou em 2,3% do PIB, e disse que será um resultado seco, sem a faculdade legal de abater da meta (revisada do objetivo equivalente a 3,1% do PIB inscrito na lei orçamentária votada pelo Congresso) parte do valor previsto dos investimentos em infraestrutura e de desonerações tributárias.

O consenso entre economistas é que o superávit primário do ano vai ser menor, de 1,5% a 1,7% do PIB. A diferença não é de somenos. Ela determina o gasto fiscal efetivo, influenciando o nível da demanda e, portanto, da inflação e do déficit em contas correntes - as duas var-iáveis que o Banco Central procura controlar por meio dos juros. A salada dessas decisões vai moldar o crescimento econômico, assim como o seu viés, com impacto sobre o emprego, o dólar etc.

A própria trajetória da inflação, cuja apuração pelo IBGE é isenta de suspeitas, suscita discussão. Sua taxa acumulada em 12 meses até julho baixou para 6,27%, segunda queda seguida, e a variação mensal foi ínfima, +0,03%. O viés até dezembro é de taxas mensais em alta (segundo simulação da consultoria LCA, de 0,32% em

Antonio Machado

agosto, 0,45% em setembro, 0,48% em outubro), e de taxas acumuladas em 12 meses em declínio, fechando o ano abaixo do resultado de 2012, 5,84%.

Controlada e congeladaÉ esse resultado, considerado provável pela

média dos economistas, que leva a presidente Dilma Rousseff a dizer que “a inflação está sob controle”, como repetiu sexta-feira, e a extrapolar, garantindo que “o IPCA estará dentro da meta” este ano. Abaixo do teto da meta (6,5%), sim, mas não na meta, que é de 4,5%. A margem de variação é para abrigar choques de preço. Neste caso, o BC pilota a Selic para evitar que a inflação se desgarre, não para enfrentar a sua causa.

Desde a seca que afetou em 2012 os preços ag-rícolas, sobretudo nos EUA, não houve nenhuma ex-cepcionalidade a tirar a inflação do eixo. Então, certo é dizer que ela não converge à meta, ainda que esteja sob controle. Mas até isso é arriscado dizer. A inflação tem cedido também devido a expedientes do governo sobre os preços controlados, como o corte da conta de luz e congelamento dos preços da gasolina, do diesel e passagens de transportes. Tais ações criam outros ônus.

Gasolina defasada em 25%Preço ou tarifa abaixo do custo equivale a um

desfalque do caixa, como da Petrobras e prefeituras. Ou o Tesouro Nacional subsidia, o que também é inflacionário, ou obrigações não são cumpridas (gastos sociais das prefeituras, o programa de ex-ploração do pré-sal etc.).

Até quando dá para espichar o artificialismo? Quanto mais demorar, maior a distorção. Mas, seg-undo nota do Goldman Sachs, não fosse o expedi-ente a inflação seria maior. Em 12 meses até julho, os preços administrados subiram apenas 1,3%, enquanto os preços livres, que correspondem a 75% da ponderação do IPCA, aumentaram 7,9%.

Dá para perceber que a inflação é maior e mais disseminada do que sua média (6,27% até julho, por si, já muito alta) parece sugerir.

A normalização apenas da gasolina, que está com defasagem de 25,6% (em relação ao que a Petrobras paga ao importar e cobra ao vender), teria um impacto direto na inflação, segundo a LCA, de 0,99 ponto percentual. Com correção também do etanol, o impacto iria para 1,21 pp. Para simplificar, o IPCA anual estaria rodando hoje a 7,48%.

Não surpreende que os indicadores de confiança estejam todos para

baixo (da indústria, dos serviços, do comércio, dos consumidores), já afe-

tando a atividade.

PIB subiu e pode pararNão surpreende que os indicadores de confiança

estejam todos para baixo (da indústria, dos serviços, do comércio, dos consumidores), já afetando a atividade e exigindo do governo esforço dobrado para tirar maior proveito do número do PIB no 2º trimestre, que o IBGE divulga no dia 30. Pode ser o melhor resultado por muito tempo.

A expectativa é que o PIB cresceu de 2,3% a 3,3% em relação ao 2º trimestre de 2012 (contra 1,9% no pe-ríodo anterior) e de 1% a 1,5% intertrimestres (vindo de 0,6%). Mas, neste trimestre, há risco de o PIB patinar, seguir assim e fechar o ano com aumento em torno de 2,6% (0,9% em 2012). Sem confiança, ano que vem também será pífio.

Estagnação em nível altoA baixa confiança não está bem nos negócios

correntes, que não vão como se gostaria que fossem, mas estão longe de crise. O problema é outro, se as

empresas ocuparam, em junho, 82,2% de sua capaci-dade instalada, conforme sondagem da Confederação Nacional da Indústria. O faturamento real subiu 0,5% no mês.

O mal-estar reflete o receio empresarial de que a atividade econômica estagnou, embora num patamar elevado.

A redução do crescimento populacional, associada à ineficiência do setor público e à propensão política a ceder às demandas, sem ligar para a produtividade - também cadente nas empresas pelo descompasso entre custos (impostos, salários) e lucratividade -, não insinua um futuro promissor.

Para as empresas, trata-se de saber se o governo admite o problema e se dispõe a compor os interess-es, liderando a reposição da produtividade, condição do investimento, em relação ao viés distributivista, mas sem levá-lo a regredir. Nem por metáfora o governo se manifesta. E o crescimento vai ficando pequenininho (Antonio Machado é jornalista)

Bioeletricidade: falta de estímulo ou de integração?

Para o próximo leilão A-5 de energia nova, foi anunciado um preço teto de R$ 140,00 por MWh. Para esse preço teto, provavel-mente teremos, dependendo da quantidade, e já prevendo poucos projetos, um preço de realização por volta de R$ 120,00 por MWh.

Qual o significado desses preços para o setor? Analisemos esses preços sob os mais vari-ados pontos de vista, para tentar chegar a uma conclusão.

Se compararmos esses preços, em relação aos preços atualizados das vendas dos primeiros leilões, esses valores são muito baixos.

Mas, esses preços baixos teriam que ser analisados pelas mudanças ocorridas nesses últi-mos anos, ou seja, aconteceram avanços tecnológicos significa-tivos que reduziram os custos de geração, as isenções fiscais para os equipamentos e a redução dos custos do financiamento, permitiram toda essa redução dos custos?

Se considerarmos o atual cenário vivido pelo setor sucroen-ergético, esses valores são de-cepcionantes pois não servem de estímulo sequer para tomar o risco

do empreendimento, mas por con-templar uma correção automática dos preços, não seria atrativo para ir melhorando a contribuição do fluxo de caixa das usinas?

Teríamos projetos “greenfields” mais competitivos, ou projetos com necessidade de mudança de caldeiras sucateadas para estar participando desses leilões?

Hoje, existem alternativas de térmicas competitivas, de outras fontes limitando esses valores como preços tetos? Sem a com-petição dos projetos eólicos, dizem que as térmicas a carvão pode-riam competir nesses níveis de preços, pois teriam uma geração anual, um carvão próximo da tér-mica e com custos baixos, apesar de poluentes.

Se essa alternativa for compro-vada no leilão, podemos deduzir que as questões de externalidades positivas nada significam para a composição da matriz elétrica bra-sileira e continuam praticando como prioridade a modicidade tarifária nos preços praticados nos leilões e não no relógio do consumidor.

Pela analise dos pontos já mencionados acima podemos concluir que continuamos sem es-tímulo para aproveitamento desse

enorme potencial e não há por parte dos responsáveis qualquer conhecimento da necessidade de integrar os produtos do setor, para viabilizar o seu importante desen-volvimento.

Ora, mas dizem que o setor apresentará projetos para competir no leilão e isto será verdade? Sim, é verdade pois podemos ter pro-jetos já preparados e implantados que não conseguiram entrar nos leilões anteriores, existem usinas que analisam os investimentos separadamente entre os produtos, na sua capacidade de produção e podem existir projetos de aprovei-tamento do potencial já existentes que podem ser viabilizados com esses valores.

Dentro desse cenário, se verdadeiro, o futuro do aproveita-mento da biomassa do setor, vai depender dos ganhos de eficiência com geração anual e desenvolvi-mento tecnológico, na secagem do bagaço, no aproveitamento da palha, reduzindo os custos de geração, que precisam ser desen-volvidos pelas usinas pioneiras que venderam suas energias por preços muito remuneradores (Onório Kitayama é diretor da Nas-con Agroenergia)

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9 questões para 9 bilhões

A Universidade de Pur-due, nos EUA, lançou pesquisa mundial, contando com a partici-pação da USP, chamada de “nove questões para nove bilhões”. O estímulo foi o nascimento do hab-itante de número sete bilhões, que representa um marco no desen-volvimento da humanidade.

A população mundial deve atingir a marca de nove bilhões, e provavelmente se manter nesse patamar, por volta de 2050. O agronegócio, e consequentemente a sociedade brasileira, tem se beneficiado desse crescimento do consumo mundial, pois pulamos de uma exportação de US$ 20 bil-hões em 2000 para provavelmente mais de US$ 100 bilhões em 2013, com claras possibilidades de se atingir US$ 200 bilhões em 2020.

A safra de grãos chega a 184 milhões de toneladas e a renda da agricultura e pecuária chega a R$ 450 bilhões em 2013, um recorde de geração e distribuição de renda. Vivemos a era do consumo mundial de alimentos, puxado pelos fatores de principal impacto, que são o crescimento popula-cional, urbanização, desenvolvi-mento econômico, distribuição de renda, programas governamentais de acesso a alimentos, como os recém implementados na China e na Índia, o uso de terra para bio-combustíveis e bioprodutos e para geração de eletricidade.

Estima-se que a economia global crescerá 3,3% ao ano até 2022, puxada pelo mundo emer-gente, com média de 5,6% ao ano, com destaque para a China, 7,8%, e a Índia com 7,5%. Os emer-gentes se tornarão os grandes compradores dos nossos alimen-tos, pois em 2020 serão 82% da

6- Como estão os solos, recursos hídricos, para suprir alimentos de maneira sustentável sendo social e ambientalmente responsável e economicamente viável?

7- Como os transportes e logística e as políticas internacionais serão adequa-dos e dispostos para levar a produção ao consumo?

8- Como as mudanças climáticas, incluindo o aquecimento global e maiores variações de pluviosidade e temperaturas, vão impactar na localização dessas produções agrícolas?

9- Quais serão as informações, conhecimentos, habilidades e competências necessárias para fazer frente ao aumento da demanda mundial?

Estas discussões e este grande crescimento das importações mundiais de alimen-tos abrem ao Brasil uma enorme oportunidade.

Trata-se provavelmente do único setor ou negócio produzido no país que apresen-ta, após os nossos portos, chances tão claras de exportações, de venda de produtos e de colocar nossa sociedade no primeiro mundo.

Para aproveitar esta oportunidade o Brasil deve agir para melhorar o uso dos seus recursos, seja na remoção dos entraves logísticos, de armazenagem, tributários, trabalhistas, financeiros, ambientais, de governança, de pesquisa, de seguros, de segurança no campo, entre outros há muito tempo apontados.

Quanto mais cedo o Ministério da Agricultura, num país onde o agronegócio representa mais de 35% do PIB, receber do governo federal o devido holofote, sendo blindado, fortalecido e ocupado por técnicos qualificados, coordenando todos os esfor-ços desta área de alimentos, bioenergia, mais cedo a sociedade brasileira conquistará esta renda do consumo mundial para ser aqui amplamente distribuída.

Precisa-se sair do Brasil para ver que a capacidade do agronegócio brasileiro de responder a essa demanda mundial é internacionalmente reconhecida. Falta o recon-hecimento nacional, não apenas em palavras, mas em ações efetivas, em prioridade e capacidade de implementação de estratégias. É uma chance única que se abriu a nossa sociedade

população consumidora (China e Índia serão quase 40%).

África e Oriente Médio responderão por 50% do aumento da impor-tação global de carnes e outros alimentos e a China deve importar 25 milhões de toneladas de milho e 100 milhões de soja, sendo a maior parte do Brasil.

Graças a este consumo viveremos décadas de enorme pressão em cima dos recursos produtivos, que são a terra, a água, as pessoas (re-cursos humanos), a tecnologia, a informação, a conectividade, o crédito, os governos e instituições, a capacidade de armazenagem, de transporte e, finalmente, a capacidade de gestão.

As sociedades que tiverem estes recursos, que é o caso do Brasil, com amplo estoque de solo, água e clima para colocar à disposição do consumo mundial, e souberem manejá-los melhor, estarão à frente na promoção de seu desenvolvimento econômico, social e ambiental, puxado pelas exportações de alimentos. O Brasil passa por grande crescimento nos custos de produção, devido ao manejo insuficiente de alguns dos recursos citados acima.

O problema logístico, que causará um prejuízo de US$ 4 bilhões aos produtores em 2013, é apenas um exemplo que preocupa não apenas a nós, mas ao mundo consumidor. É fundamental que seja feita uma aval-iação das principais preocupações que os sistemas de produção agrícola devem enfrentar no mundo, identificando nove dos maiores desafios que a agricultura e a indústria de alimentos enfrentam ou enfrentarão, avaliar sua situação e como o conhecimento está se desenvolvendo para guiar futuras pesquisas e estruturar discussões relacionadas a como alimen-tar, vestir e movimentar o mundo de maneira sustentável.

Vamos às nove questões:

1- O crescimento econômico e aumento de renda vão permitir uma adequada distribuição de recursos, suficientes para comprar alimentos adicionais e melhorar sua ingestão nutricional?

2- Quais serão as características demográficas de saúde e exigên-cias nutricionais da futura população?

3- Os recursos estarão disponíveis para suprir o esperado au-mento de demanda por produtos agrícolas relacionados a alimentos, rações, combustíveis, fibras, plásticos, eletricidade, entre outros?

4- As políticas dos governos irão impedir ou impulsionar a produção e produtividade agrícola?

5- Qual será o aumento de produtividade e capacidade de produção agrícola mundial que as tecnologias e inovações propor-cionarão?

Professor titular da FEA/USP Ribeirão Preto e professor visitante da Purdue Univer-

sity (EUA) em 2013

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Lições do Corinthians para o mundo corporativo

“Atrás desse cara ponderado, tem um cara intenso no que faz, apaixonado até demais.”

(Adenor Leonardo Bacchi, o Tite)

Há cinco importantes lições que a equipe de futebol do Corinthians tem a legar ao mundo corporativo: efetividade, liderança, trabalho em equipe, marketing e paixão.

1. Efetividade O mundo corporativo é muito

preocupado com eficiência e eficá-cia. A eficiência pode ser definida como “fazer certo as coisas” e está associada ao respeito às normas e padrões, ao preenchimento de relatórios, à redução de custos sem comprometer a qualidade. Já a eficácia significa “fazer a coisa certa”, com foco exclusivo no objetivo, muitas vezes sem a devida atenção para com os pro-cessos. Assim, um vendedor pode visitar uma dezena de clientes em um dia, mostrando-se muito eficiente. Porém, se não fechar negócio algum, terá sido ineficaz. A efetividade é a união de am-bos. A eficiência procura otimizar recursos, a eficácia busca atingir metas e a efetividade objetiva o resultado.

A equipe do Corinthians, sob o

comando do técnico Tite, exem-plifica bem esta tese. Em 188 jogos, teve um aproveitamento de 62% dos pontos disputados. Não é um número excepcional, mas o suficiente para levar a equipe à conquista de diversos torneios. Em 118 partidas (63% do total), o time venceu ou foi derrotado por apenas um gol de diferença ou empatou sem gols ou pelo placar mínimo. Desta forma, tornou-se um time difícil de ser batido, que marca muito bem, vende caro a derrota ou faz o mínimo necessário para vencer. Não joga bonito, mas levanta o troféu. Fazendo uma analogia, a seleção brasileira dirigida por Telê San-tana nas Copas de 1982 e 1986 praticava o futebol-arte, mas como legado deixou apenas saudade...

Por isso, lembre-se: sua

empresa pode ser bonita, bem or-ganizada, com produtos e serviços excepcionais, um clima organiza-cional edificante e uma série de outros predicados. Porém, se a última linha do balanço não for de um azul reluzente, sua existência estará ameaçada.

2. Liderança

A vexatória eliminação do Corinthians para o colombiano Tolima, na pré-Libertadores de 2011, poderia ter marcado o fim de um período glorioso que estava por se iniciar. Naquela ocasião, a diretoria decidiu manter o técnico, contrariando a praxe de dispensar o treinador – algo similar a demitir o líder no mundo corporativo quan-do os resultados não aparecem no curto prazo.

Além disso, é função das

lideranças combater a vaidade – iniciando pela própria. O líder deve ser um guia, um condutor e um mentor. Mas também deve ser enérgico, tomando decisões difí-ceis e até impopulares, afastando alguém do elenco ou mesmo pu-nindo quando necessário. O líder deve ser exemplar – mas também inspirador.

3. Trabalho em equipe O sucesso empresarial asse-

melha-se aos esportes coletivos na busca pela consagração. O êxi-to não é resultado de um indivíduo – o dono, o presidente, o diretor, o melhor vendedor – mas de todo o grupo. A maior rentabilidade, a redução dos índices de desperdí-

cio, o zero acidente, um elevado share of mind, tudo decorre do trabalho em equipe.

Da atual equipe do Corinthians,

nenhum atleta integra o elenco da seleção brasileira. E praticamente não há titulares absolutos: a luta por um espaço no time é travada diuturnamente, a cada treino, a cada jogo.

Acrescente-se, ainda, que

é necessário dar-se “tempo ao tempo”. Uma equipe não é simplesmente constituída, mas desenvolvida. Assim, a derrota para o Santos na final do campe-onato paulista de 2011, foi parte do processo que culminaria com o título invicto da Libertadores 2012 e o Mundial Interclubes.

4. Marketing O rebaixamento para a série B,

em 2007, poderia configurar um período nefasto para os negócios do clube. Porém, foi o início de um processo de construção de marca que redundaria em re-cordes de público nos estádios, contratos milionários com a TV,

novos patrocinadores, vendas de camisas e outros produtos via licenciamento, além de iniciati-vas inovadoras como patrocínios pontuais para jogos em finais de torneios e a venda de espaço pub-licitário nas axilas da camisa para o desodorante Avanço, elevando o faturamento até tornar-se o mais elevado entre todos os clubes do país.

E você, como tem cuidado

do marketing de sua empresa? Lembre-se de Henry Ford: “Se eu tivesse um único dólar, investiria em propaganda”.

5. Paixão Da Democracia Corintiana

de 1982, passando pela cam-panha na série B até a Invasão do Japão em 2012, um ingrediente sempre esteve presente: a de-voção do torcedor ao time. Como um casamento, nos bons e nos maus momentos, o “fiel” torcedor, reunido em um “bando de loucos”, sempre esteve presente, numa paixão que transcende os cam-pos de futebol, invade as ruas no Carnaval, veste uniformes e canta

hinos. Seus colaboradores são igual-

mente apaixonados por sua com-panhia? Consomem seu produto, indicam seu serviço e defendem com afinco sua empresa? E seus consumidores, são os maiores propagadores de sua marca?

Alcance esta grau de satisfa-

ção e reconhecimento para con-quistar seu maior título: a liderança em seu mercado.

PS: Este articulista não é torcedor do

Corinthians, mas respeita e admira sua re-cente trajetória. E aproveita para agradecer publicamente ao amigo corintiano Jorge Ifraim, que contribuiu com informações para este artigo.

Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Aman-tes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento”, “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profis-sional” e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail [email protected]. Visite: www.tomcoelho.com.

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