29

4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc
Page 2: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc
Page 3: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

4 5

Novos Cinemas de África

Curadoria Manthia Diawara (New York University)Lydie Diakhaté (Ghana Real Life Documentary Festival)

Os cinemas africanos contemporâneos assumem hoje o papel que a literatura africana tinha nos anos 1960. Tal como os escritos de Chinua Achebe, Ngugi Wa Thiongo e Wole Soyinka relatavam os movimentos da descolonização e a utopia da independência, os actuais cineastas africanos preocupam-se com os desejos pós-coloniais inseridos em regimes políticos, culturais e económicos impostos pela globalização.

O que é fascinante neste novo cinema de África é a capacidade dos seus cineastas em dar voz aos africanos, de forma a poderem comunicar para além das suas fronteiras nacionais e com públicos de outras esferas. Os filmes revelam-nos diferentes pontos de vista sobre temas globais como o fim da utopia nacionalista em África, o impacto dos ajustamentos estruturais, migrações, guerras, políticas de identidade e assuntos relacionados com a saúde e o ambiente.

A primeira intenção deste programa de filmes africanos é chamar a atenção para os novos caminhos e visões criativas do cinema africano. O nosso argumento é de que hoje estão a emergir de África novos posicionamentos críticos e novas linguagens cinematográficas, muitas vezes em competição ou mesmo em conflito umas com as outras, cuja visibilidade tem sido posta em causa pela visão monolítica e politicamente correcta da definição de cinema africano veiculada pelas casas de cultura e pelos festivais do Ocidente.

Com a nossa abordagem curatorial esperamos revelar a diversidade de linguagens do cinema africano e as diferentes visões políticas e criativas que estão por detrás dos seus filmes. Acreditamos que a melhor forma de revelar essa diversidade – de Djibril Diop Mambety e John Akomfrah a Abderrhamane Sissako, de Balufu Bakupa Kayinda a Jean-Pierre Bekolo, ou mesmo com os vídeos de Nollywood – é através de uma visão que enfatize não apenas a diferença entre o cinema africano e o cinema ocidental, mas também a multiplicidade de linguagens e de empenhamentos políticos em África.

O programa foi dividido em quarto partes/quatro fins-de-semana. A primeira secção, intitulada “Cinema Africano: Pós-Colonialismo e Políticas Estéticas de Representação”, debruça-se sobre os modos de representação que usam estéticas pós-coloniais como veículo de expressão. Nota-se aqui uma descolagem em relação à estética nacionalista e anti-imperialista que estávamos habituados a ver no cinema de Sembene Ousmane. Como

os próprios filmes revelam – “Il va Pleuvoir sur Conakry”, “Les Saignantes”, “Drum”, etc. – a utopia nacionalista dá lugar ao afro-pessimismo, com os cineastas a procurarem uma nova utopia unificadora na era da globalização.

Na segunda secção, “África ao Microscópio”, continuamos a perseguir essa nova utopia através da exibição de filmes de realizadores africanos e estrangeiros. E quando pretendemos dar ênfase ao contributo europeu para o desenvolvimento dos novos cinemas africanos, também programamos filmes, antigos e recentes, que advogam uma posição liberal e que atribuem a culpa dos problemas africanos às mudanças impostas pelo Ocidente. Na terceira secção dá-se realce ao novo fenómeno da indústria do vídeo na Nigéria conhecido como Nollywood e aos documentários africanos, enquanto o quarto e último módulo lida com a estética do movimento da Negritude no cinema senegalês e noutros contextos africanos.

Ao programa de exibição de filmes associamos quatro painéis de discussão com realizadores, investigadores, produtores e profissionais da indústria do cinema: o primeiro sobre cinema africano e pós-colonialismo, o segundo sobre o cinema da diáspora, um terceiro sobre o apoio europeu e a influência da televisão e o quarto sobre a Negritude.

A nossa intenção é tentar produzir uma teoria coerente dos objectivos dos novos cinemas africanos, podendo mesmo mencionar o surgimento de um novo paradigma no cinema africano, tornado possível com a emergência nos últimos 20 anos de novas estruturas de produção de filmes e vídeos, em particular na Nigéria. A verdade é que a diversidade de cinemas africanos que existe hoje não se compara com a realidade de há 25 anos atrás, quando grande parte da produção só era possível através do apoio francês. As mudanças de política do financiamento europeu que entretanto se foram concretizando também nos permitem especular para além da oferta monolítica de filmes africanos normalmente providenciada pelos festivais e centros culturais europeus. No fundo, nenhum investigador sério pode permitir-se continuar a ignorar o sucesso cinematográfico e industrial dos vídeos de Nollywood.

Page 4: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

6

Page 5: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

9

27 Março. 21h – Sala 1. Abertura Introdução: Cheick Fantamady Camara/Manthia Diawara/Lydie Diakhaté IL VA PLEUVOIR SUR CONAKRY (Chove em Conakry)Ficção, Guiné/França, 2006, 113’Realização e Argumento: Cheick Fantamady Camara

Montagem: Joëlle Dufour Fotografia: Robert Millié Som: Marc Nouriegat Produtores: Annabel Thomas, Mariama Camara Produção: C.O.P Films, Les films Djoliba Intérpretes: Alex Ogou, Moussa Kéïta, Fifi Dalla Kouyaté, Kadé Seck, Aïcha Konaté

Conakry, a capital da Guiné, sofre de uma seca prolongada. BB, um caricaturista político que trabalha para um jornal liberal, apaixonou-se pela filha do seu patrão. O problema é que BB é filho do Imã de Conakry, que tem grandes planos para este filho – os espíritos decidiram que BB será o seu sucessor. Entretanto, políticos corruptos exploram a ingenuidade do Imã e pretendem que ele faça de feiticeiro que sabe a dança da chuva. Mas a chuva purificadora recusa-se simplesmente a cair até que… Grande cinema emocional com um subtil sentido das realidades políticas. Entrada Livre

I – CINEMA AFRICANO, PÓS-COLONIALISMO E ESTRATÉGIAS ESTÉTICAS DE REPRESENTAÇÃO (Parte I)27, 28 e 29 MarçoR

Page 6: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

10 11

28 Março. 15h – Sala 2MORTU NEGA (Morte Negada)Ficção, Guiné-Bissau, 1988, 92’Realização: Flora Gomes

Argumento: Manuel Rambault Barcellos, David Lang, Flora GomesMontagem: Christiane Lack Fotografia: Dominique Gentil Produtores: Cecília Fonseca, Odette Rosa, Jacques Zajdermann Produção: Instituto Nacional de Cinema da Guiné-Bissau Intérpretes: Bya Gomes, Tunu Eugenio Almada, Mamadu Uri Balde Sanabaio

Uma “etnoficção” que retrata de modo expressivo as vivências da Guerra de Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc. XXI, depois de conquistada a independência das colónias e eliminado o colonialismo português. Uma África que só será África com as suas crenças, os seus mitos, a sua filosofia a sua cultura.

28 Março. 16h – Sala 3Introdução: ZéZé Gamboa/ Manthia Diawara/Lydie Diakhaté O HERÓI Ficção, Angola/Portugal, 2004, 97’Realização: ZéZé Gamboa

Fotografia: Mario Masini Montagem: Anna Ruiz Produtores: Fernando Vendrell, Lucha D’OreyIntérpretes: Oumar Makéna Diop, Milton Coelho, Patricia Bull, Neusa Borges, Maria Ceiça, Raul Rosário

Tudo o que Vitório tem para mostrar da sua participação na guerra civil angolana é uma medalha e a sua perna artificial. Uma noite roubaram-lhe os dois troféus. Só a sua amizade com um miúdo de dez anos que anda à procura do seu pai o impede de desistir da vida. Um retrato empedernido mas terno das pessoas traumatizadas pela guerra que tentam levar uma vida normal. Vencedor do prémio do júri internacional do festival de Sundance.

28 Março. 18h – Sala 3DER LEONE HAVE SEPT CABEÇAS (O Leão de Sete Cabeças)Ficção, Brasil, 1970, 95’Realização: Glauber Rocha Argumento: Gianni Amico, Glauber Rocha Montagem: Eduardo Escorel, Glauber RochaFotografia: Guido CosulichSom: José António VenturaProdutores: Gianni Barcelloni, Claude AntoineProdução: PolifilmIntérpretes: Rada Rassimov, Jean-Pierre Léaud, Giulio Brogi, Hugo Carvana, Gabrielle Tinti, René Koldhoffer, Miguel Samba, André Segolo, Aldo Bixio

Segundo o autor, este filme “É uma história geral do colonialismo euro-americano na África, uma epopeia africana, preocupada em pensar do ponto de vista do homem do Terceiro Mundo, por oposição aos filmes comerciais que tratam de safaris, ao tipo de concepção dos brancos em relação àquele continente. É uma teoria sobre a possibilidade de um cinema político. Escolhi a África porque me parece um continente com problemas semelhantes aos do Brasil.”

28 Março. 21h – Sala 1 | Inauguração oficial Introdução: Jean-Pierre Bekolo/ Manthia Diawara/Lydie Diakhaté LES SAIGNANTES (Sangrentas)Ficção, Camarões/França, 2005, 93’Realização e Montagem: Jean-Pierre Bekolo Argumento: Rodrigo Dorfmann, Jean-Pierre Bekolo Fotografia: Robert Humphreys Som: Sosthène Fokam Produtor: Thierry Bekolo, Jean-Pierre Bekolo Produção: Quartier Mozart Films, 4 Télévision Intérpretes: Adèle Ado, Dorylia Calmel, Emile Abossolo, Essindi Mindja

Elas sangram e fazem as pessoas sangrar. Duas mulheres jovens, atraentes e letais lançam-se na tarefa de libertar um país futurista dos homens corruptos, obcecados por poder e sexo. Elas celebram o Mevungu, um dos rituais do povo Beti reservados às sociedades secretas femininas e apenas celebrizado em tempos de crise – que o realizador acredita serem os actuais… Um espectacular thriller político de ficção- -científica que ganhou o “Garanhão” de prata no FESPACO 2007. Discursos: António Costa (Presidente CML), J.A. Fernandes Dias, Manthia Diawara e Lydie Diakhaté. DJ session Afroblu (Lucky, Johnny, Lady G. Brown e João Gomes).

Page 7: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

12 13

29 Março. 15h – Sala 2PAINEL I Cinema Africano, Pós-Colonialismo e Estratégias Estéticas de Representação

Moderação: Manthia DiawaraCom a presença de ZéZé Gamboa (R), Jean Pierre Bekolo (R), Cheick Fantamady Camara (R) e Manuela Ribeiro Sanches, entre outros.

O novo cinema africano já não lida com simples confrontações – África/Europa, colonialismo/independência, tradição/modernidade. As fronteiras entre géneros e identidades tornaram-se difusas. Os assuntos mais relevantes são agora os temas transnacionais, as subjectividades complexas e o retorno aos objectos totémicos e à espiritualidade.

29 Março. 18h – Sala 3DARATT (Estação Seca) Ficção, Chade/França, 2006, 95’Realização e Argumento: Mahamat-Saleh Haroun

Montagem: Marie-Hélène Dozo Fotografia: Abraham Haile Biru Som: Dana Farzanehpour Produção: M.S. Haroun/Goï-Goï Productions, Diana Elbaum & Sébastien Delloye/Entre Chien et Loup, ARTE France Intérpretes: Ali Bacha Barkai, Aziza Hisseine, Youssouf Djaoro, Djibril Ibrahim, Fatimé Hadje, Khayar Oumar Defallah

Uma parábola do círculo vicioso da violência e da impossibilidade de perdoar no período de ressaca da guerra civil do Chade. Atim, que possui uma pistola, começa a trabalhar para o homem que matou o seu pai. No entanto, cumprir o seu plano começa a tornar-se muito mais difícil do que inicialmente pensava. Nas palavras do realizador: “estava interessado na paisagem resultante de uma tempestade; na vida que teimosamente prossegue entre ruínas e terra queimada”. Vencedor do prémio especial do júri do festival de Veneza em 2006.

29 Março. 20h – Sala 2 DRUM (Gritos de Revolta) Ficção, África do Sul/Alemanha/ EUA, 2004, 95’Realização: Zola Maseko

Argumento: Jason Filardi Montagem: Troy TakakiFotografia: Lisa Rinzler Intérpretes: Taye Diggs, Gabriel Mann, Tumisho K. Masha, Moshidi Motshegwa, Jason Flemyng, Bonginkosi Dlamini, Aka “Zola”, Fezile Mpela, Thapelo Mokoena, Lindane Nkosi

África do Sul nos anos 1950: a revista “Drum” é uma ilha de resistência ao Apartheid. O repórter desportivo Henry Nxumalo sabe que o álcool e os clubes de jazz não podem fazer esquecer a realidade. Henry arrisca a sua vida e a da sua família com as reportagens sobre as terríveis condições numa quinta agrícola e na prisão. Este filme, que ganhou o grande prémio do festival FESPACO 2005, é baseado em eventos reais passados entre 1951 e 1965, quando “Drum” era a voz mais importante da população negra da província do Cabo. Entrada Livre, com o apoio do Institut Franco-Portugais/Cinémathèque Afrique

29 Março. 22h – Sala 3ILHÉU DE CONTENDAFicção, Cabo Verde/Portugal/França, 1996, 115’Realização: Leão Lopes

Argumento: José Fanha, Leão LopesMontagem: Denise VindevogelFotografia: João Abel AboimProdutor: Paulo de SousaIntérpretes: Marina Albuquerque, Fernanda Alves, Luísa Cruz, Isabel de Castro, José Fanha, Manu Preto

É sob a grandeza de um vulcão que a sociedade tradicional se transforma. A velha aristocracia, detentora da terra, assim como do comércio, começa a desagregar-se. Aparece então uma classe de mulatos, cujo poder assenta sobretudo no comércio. Lentamente, nasce uma nova identidade, uma mistura da cultura africana com a portuguesa, de uma intensa sensualidade e de um profundo amor pela terra.

Page 8: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

15

17 Abril. 21h – Sala 3Introdução: Balufu Bakupa-Kanyinda/Manthia Diawara/Lydie Diakhaté JUJU FACTORY Ficção, República Democrática do Congo, 2006, 97’Realização e Argumento: Balufu Bakupa-Kanyinda

Montagem: Didier Ranz Fotografia: Olivier Pulinckx Som: Marc Nouyrigat, Balufu Bakupa-Kanyinda Produção: Akangbe Productions, BlackStarLine, Dipanda Yo!Intérpretes: Dieudonné Kabongo, Katik Bakomba, Carole Karemera, Emil Abossolo M’bo

O escritor Kongo Congo tem de tomar uma decisão para o seu livro sobre o Matongé: deve abordar o bairro congolês de Bruxelas com um toque de raiz étnica, como num guia turístico, ou antes escrever uma história crítica? Os seus editores não o largam, pois o multiculturalismo vende-se bem. Kongo quer mostrar a realidade tal como ela é, mas precisa de dinheiro.

II – ÁFRICA AO MICROSCÓPIO17, 18 e 19 AbrilR

Page 9: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

16 17

18 Abril. 15h – Sala 2THIS IS MY AFRICA (Esta é a Minha África)Documentário, Nigéria/Reino Unido, 2008, 48’Realização: Zina Saro-Wiwa

“Feche os olhos e pense em África. O que vê?” Esta pergunta foi feita a 20 pessoas, entre as quais o artista Yinka Shonibare e o realizador John Akomfrah. Um curso intensivo sobre as identidades africanas: “Queria fazer um filme que usasse memórias privadas para desafiar e contrabalançar aquilo que se diz publicamente de África, que quase sempre é negativo e redutor”.

18 Abril. 16h – Sala 3Une Affaire de Nègres (Negócio de Negros)Documentário, Camarões/França, 2007, 90’Realização: Osvalde Lewat-Hallade

Argumento: Claude Grenier, Osvalde Lewat-HalladeMontagem: Danielle AnezinFotografia: Philippe Radoux-Bazzini, Edimo DikoboSom: Antoine Mbesse Amougu, Edimo DikoboProdução: AMIP

Um filme comovente sobre os Camarões dos anos 1990, quando a polícia perdeu o controlo na sua luta contra o crime. Centenas de pessoas desapareceram. “Une Affaire de Nègres” combina entrevistas chocantes com observações sensatas de pessoas magoadas que se questionam como pode a justiça prevalecer numa sociedade brutalizada.

18 Abril. 18h – Sala 3NELISITA: NARRATIVAS NYANEKAFicção, Angola, 1982, 90’Realização e Argumento: Ruy Duarte de Carvalho

Fotografia: Victor HenriquesProdução: Laboratório Nacional de CinemaIntérpretes: António Tyitenda, Francisco Munyele, Tyiapinga Primeira, Manuel Tyongorola, Ndyanka Liuima

A partir de narrativas do povo Nyaneka, o autor cria uma ficção onde o povo actua e encena as próprias lendas.

18 Abril. 20h – Sala 2Introdução: Kamel Chérif/France Bonnet/ Manthia Diawara/Lydie Diakhaté LES CAPRICES DE MARIANNE V (Caprichos Franceses) Documentário, França, 2008, 57’Realização e Argumento: Kamel Chérif, France Bonnet

Montagem: Nadia Dallal, Manuel Pinto, Kamel Chérif Fotografia: France BonnetSom: Gabrielle Henrot Produção: Métis Productions, Les Films du Plat Pays

O realizador questiona os caprichos de Marianne (a mulher símbolo da república francesa). Por que se recusou um canal de televisão francês a passar o seu filme “Signe d'appartenance” (2004), que ganhou um prémio em Veneza e é sobre um rapaz que tratou de fazer a sua própria circuncisão? Uma investigação autobiográfica sobre o verdadeiro conteúdo dos princípios igualitários franceses.

Page 10: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

18 19

18 Abril. 22h – Sala 3EZRA Ficção, Nigéria/França/Áustria, 2006, 103’Realização: Newton Aduaka

Argumento: Alain-Michel Blanc, Newton Aduaka Montagem: Sebastien Touta Fotografia: Carlos Arango De Montis Som: Alioune Mbow, Guillaume Valeix, Stéphane Thiebaut Produtores: Lamia Guellati, Jean-Michel Dissard, Newton Aduaka Intérpretes: Mamoudou Turay Kamara, Richard Gant, Mariame N’diaye, Emil Abossolo M’bo

Em 2002, na Serra Leoa, Ezra foi uma criança-soldado. Agora ele enfrenta um tribunal da ONU sobre um massacre que houve na sua aldeia. O álcool e a droga fizeram com que perdesse a memória e a sua irmã faz-lhe uma terrível acusação… Este filme é interpretado por actores amadores e conta a história de Ezra, similar à história das cerca de 120.000 crianças-soldado existentes em África. Venceu o prémio de melhor filme no festival internacional de Durban, África do Sul, em 2007.

19 Abril. 15h – Sala 2PAINEL II “Cinema du Métissage”: O Cinema Contemporâneo da Diáspora

Moderação: Lydie DiakhatéCom a presença de Claire Andrade Watkins (R), Balufu Bakupa-Kanyinda (R), Kamel Chérif (R) e France Bonnet (R), entre outros.

Os trabalhos da geração “pós-independência” de realizadores africanos são influenciados pela sua experiência de vida em diferentes culturas. As questões sobre a “identidade cultural” já não são apresentadas somente sob o ponto de vista do imigrante, mas também do cidadão e daquele que regressa a casa. Este painel visa discutir o potencial e as perspectivas do cinema africano contemporâneo como uma arte híbrida, um “cinema de culturas múltiplas”.

19 Abril. 18h – Sala 3Introdução: Claire Andrade Watkins SOME KIND OF FUNNY PORTO RICAN?: A CAPE VERDEAN AMERICAN STORY (Será um Porto-Riquenho Esquisito? História de um Cabo-Verdiano Americano)Documentário, EUA, 2006, 83’Realização: Claire Andrade Watkins Montagem: Christian Cundari, Claire Andrade-WatkinsFotografia: Boyd EstusSom: John Cameron, Frank Coakley, John Dildine Produção: SPIA Media Productions

Um retrato da história dos imigrantes radicados na zona de Fox Point, em Providence, no estado de Rhode Island, onde três gerações de cabo-verdianos foram removidas à força para permitir a realização de projectos de urbanização entre finais dos anos 60 e princípios de 1970.

19 Abril. 20h – Sala 2EN ATTENDANT LES HOMMES (À Espera dos Homens)Documentário, Senegal/Bélgica, 2007, 56’Realização: Katy Lena Ndiaye

Montagem: Yannick Leroy Fotografia: Herman Bertiau Som: Helene Lamy-Au-RousseauProdução: Neon Rouge Production

Nos limites do deserto do Sahara, as sociedades são dominadas pelas tradições e pela religião. No entanto, três mulheres não se sentem de todo predestinadas a esperar pelo seu homem.

Page 11: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

20 21

19 Abril. 22h – Sala 3HEREMAKONO (À Espera da Felicidade)Ficção, Mauritânia/França, 2002, 95’Realização e Argumento: Abderrahmane Sissako

Montagem: Nadia Ben Rachid Fotografia: Jacques Besse Som: Antoine Ouvrier, Alioune Mbow Produção: Duo Films, ARTE FranceIntérpretes: Khatra Ould Abdel Kader, Maata Ould Mohamed Abeid, Mohamed Mahmoud Ould Mohamed, Fatimetou Mint Ahmeda, Nana Diakité

Nouadhibou é uma pequena aldeia na costa da Mauritânia onde, entre os edifícios esbranquiçados e as cantigas melancólicas que atravessaram gerações, a vida acontece enquanto se espera uma hipotética felicidade. Antes de emigrar para a Europa, Abdallah visita a sua mãe. Incapaz de falar a língua local, este jovem sente-se um estranho no seu próprio país. Evita as festas e os costumes da aldeia e interessa-se mais pela última moda europeia do que pelos tecidos coloridos tradicionais. No entanto, Abdallah observa um universo tocante que lhe é desconhecido: as tristezas da sensual Nana; o karaoke romântico dos emigrantes chineses; a frustração do velho Maata com as falhas de electricidade; e o olhar curioso do jovem órfão Khatra, capaz de evocar esperança e carinho.Entrada Livre, com o apoio do Institut Franco-Portugais/Cinémathèque Afrique

Page 12: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

23

8 Maio. 21h – Sala 3Introdução: Manthia Diawara/Lydie Diakhaté/Jahman Anikulapo LIVING IN BONDAGE (Vidas Submissas)Ficção, Nigéria, 1992, 163’Produtor: Kenneth Nnebue

Argumento: Okey Ogunjiofor Intérpretes: Francis Agu, Kanayo O. Kanayo, Nnenna Nwabueze, Ngozi Nwaneto, Rita Nzelu

Para um jornal britânico, este filme confirma «que muitos desses “grandes homens“... arranjaram a sua fortuna bebendo o sangue das suas mulheres... e só encontrarão a salvação quando confessarem os seus pecados e pedirem perdão a Jesus Cristo.»

III – NOLLYWOOD, O NASCIMENTO DE uM CINEMA INDíGENA – CINEMA AFRICANO, PÓS-COLONIALISMO E ESTRATÉGIAS ESTÉTICAS DE REPRESENTAÇÃO (Parte II) 8, 9 e 10 MaioM

“Mis

sion

Nol

lyw

ood

– Pe

ace

Mis

sion

” (D

orot

hee

Wen

ner)

Page 13: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

24 25

9 Maio. 15h – Sala 2PAINEL III O Cinema Africano na Era da Televisão e dos Festivais

Moderação: Manthia DiawaraCom a presença de Awam Amkpa (R), John Akonfrah (R), Dorothee Wenner (R), Jahman Anikulapo, Francois Belorgey, Luís Correia e Jorge Wemans, entre outros.

O papel das instituições europeias na produção de filmes africanos é questionável. Recentemente, o canal de televisão ARTE em particular tem produzido filmes que abordam tópicos como a globalização, os direitos humanos e a justiça económica. Este painel de discussão junta realizadores, produtores, directores de festivais e académicos para discutirem os problemas dos produtores africanos e encontrar formas de os promover.

9 Maio. 18h – Sala 3Introdução: Dorothee Wenner/ Manthia Diawara/Lydie Diakhaté MISSION NOLLYWOOD – PEACE MISSION (Missão em Nollywood)Documentário, Alemanha, 2008, 80’Realização: Dorothee Wenner

Montagem: Merle Kröger Fotografia: Bernd MeinersProdutor: Merle KrögerProdução: Pong

“Mission Nollywood...” segue uma das principais protagonistas da cena de Nollywood, Peace Aniyam Fiberesima, fazendo-a reflectir sobre os limites da exploração de novas dimensões no cinema de Nollywood.

9 Maio. 20h – Sala 2 (2 filmes)Introdução: Awam Amkpa/ Manthia Diawara/Lydie Diakhaté A VERY VERY SHORT STORY OF NOLLYWOOD (Curtíssima História de Nollywood)Documentário, Nigéria/EUA, 2008, 14’Realização: Awam Amkpa e Manthia Diawara

Nollywood, a Hollywood da Nigéria, surgiu sem qualquer “ajuda ao desenvolvimento” do exterior. As tecnologias mais simples – câmaras de vídeo – permitem o mais baixo dos orçamentos e um sucesso enorme entre as audiências locais. Este filme mostra o estilo muito próprio desta indústria, das suas condições de produção à encenação.

NOLLYWOOD: JUST DOING IT (Nollywood: É só Acção)Documentário, Nigéria/Reino Unido, 2008, 30’Realização e Montagem: Jane Thorburn

Produção: After Image

Iniciado em 1992, o negócio do cinema na Nigéria tornou-se uma indústria multimilionária auto-suficiente. Utilizando a tecnologia digital mais barata, os nigerianos não permitiram que a falta de apoios governamentais ou de investimento estrangeiro os parasse, contando as suas histórias, à sua maneira, para uma entusiástica audiência africana. Agora que o Governo começa a mostrar algum interesse, Nollywood já atingiu o auge ou ainda está no começo? Jane Thorburn esteve em Lagos a falar sobre o trabalho, as frustrações e as esperanças para o futuro com alguns dos realizadores e produtores nigerianos mais empenhados e com maior sucesso.

Page 14: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

26 27

9 Maio. 22h – Sala 3 (2 filmes)Introdução: John Akomfrah/ Manthia Diawara/Lydie Diakhaté TRACES, EMPREINTES DE FEMMES(Rastos, Peugadas de Mulheres)Documentário, Senegal/França, 2003, 52’Realização: Katy Lena Ndiaye

Montagem: Simon BackèsFotografia: Herman Bertiau Som: Lassina SiribiéProdução: Neon Rouge Production

O mundo das mulheres e os seus murais numa aldeia do Burkina Faso. Um retrato sensível, com uma espantosa fotografia, de uma sociedade sob uma enorme pressão para mudar.

HANDSWORTH SONGS(Cantigas de Handsworth)Documentário, Reino Unido, 1986, 61’Realização: John Akomfrah

Fotografia: Sebastian ShahProdutor: Lina GopaulProdução: Black Audio Film Collective

O primeiro grande documentário do Black Audio Film Collective explora as origens da revolta das comunidades negras de Handsworth, Birminghan, em 1985. Os temas abordados são a raça, a memória, a ideologia e o passado colonial britânico, sabendo que a cantiga é uma forma cultural que pode ser tão analítica como um ensaio… é uma arma potente que foi usada ao longo dos séculos pelos próprios colonizadores.

10 Maio. 15h – Sala 2 (2 filmes)THOMAS SANKARA, L'ESPOIR ASSASSINÉ (Esperança Assassinada)Documentário, República Democrática do Congo/França/Reino Unido, 1991, 26’Realização: Balufu Bakupa-Kanyinda Produção: Channel 4, Dipanda Yo!, Myriapodus Films

Um retrato de Sankara visto pela estreita linha que separa o esquecimento da mistificação. O filme parte em busca do rasto do “Che Guevara africano”, o presidente do Burkina Faso assassinado em 1987.

LE DAMIER, PAPA NATIONAL OYE! (O Tabuleiro)Ficção, República Democrática do Congo/França, 1996, 40’Realização e Argumento: Balufu Bakupa-Kanyinda

Montagem: Martine BrunFotografia: Roland DubozeProdução: Dipanda Yo!, Myriapodus FilmsIntérpretes: Dieudonné Kabongo Bashila, Yves Mba, Pascal Nzonzi

Para preencher uma noite branca, o Pai da Nação, presidente fundador para a vida e primeiro cidadão do “seu” país, quer jogar às damas contra um adversário de peso. Deve enfrentar, portanto, nada mais do que um homem da rua designado como “campeão popular de todas as categorias”… O costume popular consiste numa disputa verbal depois de cada jogada, no respeito da autoridade do chefe supremo.

Page 15: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

28 29

10 Maio. 20h – Sala 3Introdução: John Akomfrah/ Manthia Diawara/Lydie Diakhaté TESTAMENT (Testamento)Ficção, Gana/Reino Unido, 1988, 76’Realização e Argumento: John Akomfrah

Montagem: Brand ThumimFotografia: David ScottSom: Monica HenriquezProdução: Black Audio Film CollectiveIntérpretes: Sally Sagoe, Tania Rogers, Evans Hunter, Emma Francis Wilson.

Vinte anos depois da experiência socialista no Gana, com Kwameh Nkruma, uma antiga activista regressa como repórter ao seu país de origem. A sua intenção é fazer uma reportagem sobre o filme Cobra Verde, de Werner Herzog, parte do qual foi filmado num antigo forte de escravos do Gana. Uma reflexão política que mistura imagens históricas de arquivo com sequências imaginárias, assim criando um “texto” complexo que é intensificado por uma música ritualista.

10 Maio. 22h – Sala 3 (2 filmes)BORROM SARRETT (O Bom Homem da Charrete)Ficção, Senegal, 1962, 22’Realização e Argumento: Ousmane SembèneFotografia: Christian Lacoste, Ibrahima BarroProdução: Filmi DoomireewIntérpretes: Abdoulaye Ly

Um carroceiro perde o seu emprego porque se atreve a atravessar a fronteira arbitrária de um distrito administrativo moderno… Este é o primeiro filme dirigido em África por um realizador africano.

LA NOIRE DE… (A Rapariga Negra) Ficção, Senegal, 1966, 65’Realização e Argumento: Ousmane Sembène

Montagem: André GaudierFotografia: Christian LacosteProdutor: André ZwobodaProdução: Filmi DoomireewIntérpretes: Thérèse Mbissine Diop, Robert Fontaine, Anne-Marie Jelinek, Momar Nar Sene

Uma jovem mulher do Senegal, levada para a Riviera francesa como criada, descobre o que significa ser reduzida ao papel de “rapariga negra”. Com o seu realismo social, Sembène cria conscientemente um contraponto às políticas de identidade baseadas na etnia, como as reivindicadas pelo movimento da Negritude.

Page 16: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

31

15 Maio. 21h – Sala 3Introdução: Manthia Diawara/Lydie Diakhaté TOUKI BOUKI (Viagem de Hyena) Ficção, Senegal, 1973, 86’Realização e Argumento: Djibril Diop-Mambéty

Montagem: Siro Asteni, Emma Mennenti Fotografia: Pap Samba Sow, Georges BracherSom: El Hadji MbowProdução: Cinegrit Intérpretes: Ousseynou Diop, Aminata Fall, Magaye Niang, Myriam Niang

Antes de conseguirem ir para França – a terra prometida – Mory e Anta têm de extrair dinheiro a um playboy rico. Mas Mory nunca chegará a fazer essa viagem… Um marco no cinema africano e mundial. Uma montagem rica em simbolismos, com cortes bruscos e imagens muito poderosas. Com o apoio da Cineteca di Bologna e da World Cinema Foundation

IV – NEGRITuDE 15, 16 e 17 Maio P

Page 17: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

32 33

16 Maio. 15h – Sala 2 (2 filmes)Introdução: Samba Félix N’Diaye/Manthia Diawara/Lydie Diakhaté LES PRINCES NOIRS DE ST. GERMAIN-DES-PRÉS (Os Príncipes Negros de St. Germain-des-Prés)Ficção, Senegal/França, 1975, 15’Realização e Argumento: Ben Diogaye Beye

Montagem: Andrée Davanture Fotografia: Georges Bracher Som: Apedo Amah Produção: SNC, CAI Intérpretes: Aziz Diop «Wasis» Mambéty, Muriel Dovaz, Moussa Sarr, Aurélia Crawford, Claire Lorain

Uma sátira sobre os rapazes que estão prontos a fazer as promessas mais escandalosas para satisfazer os desejos de experiências exóticas das raparigas. Entrada Livre, com o apoio do Institut Franco-Portugais/Cinémathèque Afrique

LETTRE À SENGHOR (Carta a Senghor)Documentário, Senegal/França, 1998, 47’Realização: Samba Félix N’Diaye

Montagem: Mariette Levy-NovionProdução: KS Visions, ARTE France

Um verdadeiro retrato de Leopold Senghor, com opiniões contraditórias e conflituosas sobre o poeta que foi o primeiro presidente do Senegal e figura dominante da Negritude.

16 Maio. 16h – Sala 3UN AMOUR D´ ENFANT (Um Amor de Criança)Ficção, Senegal/Marrocos/ França, 2004, 102’Realização e Argumento: Ben Diogaye Beye

Montagem: Abdellatif Raiss Fotografia: Maurice Giraud, Francois Poirier Som: Alioune Mbow Produção: Lion Rouge, Centre Cinematographique Marocain, Canal+ Intérpretes: Sega Beye, Habib Diara, Fatou Diouf, Mamadou Sane, Omar Seck

Um retrato da vida de cinco crianças da classe média em Dakar, Senegal. Aparentemente são crianças completamente normais, envolvidas entre as idas à escola e as brincadeiras na rua, entre os primeiros enamoramentos e desgostos de amor. Contudo, um olhar mais atento revela um filme que é um estudo social da situação precária da classe média na África globalizada – com um toque melodramático, mas nunca sensacionalista.

16 Maio. 18h – Sala 3MACUNAÍMAFicção, Brasil, 1969, 108’Realização e Argumento: Joaquim Pedro de Andrade Montagem: Eduardo Escorel Fotografia: Guido Cosulich, Affonso Beato Som: Jards Macalé, Orestes Barbosa, Silvio Caldas, Heitor Villa-LobosProdução: Filmes do Serro, Grupo Filmes, Condor Filmes Intérpretes: Grande Otelo, Paulo José, Dina Sfat, Milton Gonçalves, Jardel Filho

O filme começa com o parto de Macunaíma, um herói tão preguiçoso que só começa a falar aos seis anos de idade. A meio do filme, Macunaíma muda de aparência (muda de actor) e Ci, outra personagem marcante, torna-se uma guerrilheira. O filme faz alusões ao desenvolvimento, ao tropicalismo e à luta armada que decorria nos “Anos de Chumbo”, sem perder a ligação com a obra literária na qual se baseia (escrita na primeira metade do século XX) ou com o folclore brasileiro, do qual integra algumas personagens.

Page 18: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

34 35

16 Maio. 20h – Sala 2 (2 filmes)DEWENETI Ficção, Senegal/França, 2006, 15’Realização: Dyana Gaye

Argumento e Fotografia: Rémi Mazet Montagem: Gwénaëlle Mallauran Som: Alioune M’bow, Romain Le Bras, aLudovic Escallier Produção: IKA 964, Andolfi Production Intérpretes: Abbasse Ba, Oumar Seck, Nianga Diop, Moustapha Gaye

Ousmane tem sete anos de idade e vive em Dakar, onde frequenta uma escola do Alcorão e tem de ganhar a vida mendigando. Certo dia, porém, tem uma ideia brilhante: escreve uma carta ao Pai Natal.

BADOU BOY Ficção, Senegal, 1970, 59’Realização, Argumento e Produção: Djibril Diop-Mambéty

Montagem: Andrée Blanchard Fotografia: Baïdy Sow Som: Grégoire Cabou Intérpretes: Lamine Bâ, Al Demba Ciss, Christophe Ndou Làbia, +Aziz “Wasis” Diop Mambéty, Djibril Diop-Mambéty

Badou Boy é um rapaz manhoso que é perseguido por um polícia demasiado gordo. Uma visão africana dos psicadélicos anos 1960, com uma banda sonora da pesada. Um filme do Senegal que não parece feito para as audiências europeias, mas sim para os habitantes das metrópoles africanas.

17 Maio. 15h – Sala 2PAINEL IV Negritude

Moderação: Manthia Diawara Com a presença de Moussa Sene Absa (R), Salah Hassan, Peter Stepan e António Tomás.

Agora que no cinema africano se ultrapassou a “idade de ouro” do realismo social, é tempo de se analisarem os novos cinemas vindos de África em termos das definições “étnicas” de identidade, tal como re(a)presentadas no movimento da Negritude: o regresso às raízes; a aquisição de símbolos culturais e imagens emocionais como essência de uma certa personalidade africana. Este painel tem em consideração a redescoberta da Negritude, das suas transformações neste tempo pós-colonial e o seu significado para o cinema africano contemporâneo.

16 Maio. 22h – Sala 3L´ APPEL DES ARÈNES (O Apelo das Arenas)Ficção, Senegal/França/ Marrocos/Burkina Faso, 2006, 105’Realização: Cheikh Amadou Ndiaye

Argumento: Clarence Thomas Delgado, Cheikh NdiayeMontagem: Sylvie AdninFotografia: Jérôme MauduitSom: Guillaume ValeixProdutores: Clarence Thomas Delgado, Florence DayanProduçâo: Art Média Production, Sira BadralIntérpretes: Abdoul Aziz Ndiaye, Ibrahima Mbaye, Mohamed Ndao, Moustapha Guéye

No Senegal os lutadores gozam de um estatuto especial – são em simultâneo atletas e homens sábios. Um lutador salva Nalla, um rapaz de boas famílias, de um grupo de rufiões. Mas praticar a luta também tem o seu lado negro e os ringues são controlados pela máfia. Este é o mundo de Sory, que está desempregado e é um ladrão furtivo. Uma visão intensa sobre a forma como os mitos e a realidade social entram em confronto.

Page 19: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

36 37

17 Maio. 18h – Sala 3Introdução: Moussa Sene Absa/ Manthia Diawara/Lydie Diakhaté ÇA TWISTE À POPONGUINE (Dançando o Twist em Poponguiné)Ficção, Senegal/França, 1993, 90’Realização: Moussa Sene Absa

Argumento: Claude Guiman, Jean-Michel Morel, Moussa Sene AbsaMontagem : Rose Evans-DecraeneFotografia: Dominique GentilProdução: France 2 CinémaIntérpretes: Mansour Diouf, Coura Ba, Ousmane Boyer, Abou Câmara, Jean-François Balmer

A aldeia de Poponguiné, no Senegal dos anos 1960. Os jovens apanhados pela febre do twist libertam-se das antigas tradições centenárias. Mas a disputa entre gangs ameaça destruir o sonho de um futuro novo… Esta evocação africana do filme American Graffiti lembra os tempos em que a influência ocidental era bem-vinda, desde que satisfizesse as pessoas e lhes permitisse viver os seus sonhos mais íntimos de felicidade.

17 Maio. 20h – Sala 2O RITMO DO N'GOLA RITMOSDocumentário, Angola, 1978, 60’Realização: António Ole

Produção: Televisão Popular de Angola

Homenagem ao conjunto musical N’gola Ritmos. Este é um filme sobre a memória de um tempo, mais precisamente o início da luta de libertação em finais da década de 50, e o papel desempenhado pelos elementos do N’gola Ritmos na luta clandestina, no despertar da consciência e na delineação de uma nova música, que buscou alimento na cultura popular urbana.

17 Maio. 22h – Sala 3NDEYSAAN – LE PRIX DU PARDON (O Preço do Perdão)Ficção, Senegal, 2002, 90’Realização: Mansour Sora Wade

Argumento: Nar Sene, Mansour Sora WadeMontagem: Christian Billette Fotografia: Pierre-Olivier Larrieu Som: Pierre Catois Produção: Les Films du Safran, Kaany Productions Intérpretes: Hubert Koundé, Rokhaya Niang, Gora Seck, Alioune Ndiaye, Nar Sene

Um perigoso nevoeiro cai sobre uma aldeia de pescadores. Só um rapaz é capaz de o dissipar. Como resultado, ele obtém o amor da bela Maxoy – mas também o ciúme fatal do seu melhor amigo. Uma história trágica que revela como a questão do preço do perdão pode conter uma resposta inesperada. Um filme com uma atmosfera única, baseada em cores intensas, carregadas e na música dos famosos Youssou N’Dour e Wasis Diop.

Page 20: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

39

I – CINEMA AFRICANO, PÓS-COLONIALISMO E ESTRATÉGIAS ESTÉTICAS DE REPRESENTAÇÃO (Parte I)

Jean-Pierre BekoloA viver entre a França, os Estados Unidos e os Camarões, onde estudou Física na Universidade de Yaoundé, Bekolo completou os seus estudos em cinema no Institut National de l’Audiovisuel e com Christian Metz. A sua estreia na cena internacional dá-se em 1992, com a apresentação em Cannes de “Quartier Mozart”, mas o reconhecimento definitivo do seu trabalho surge em 2007, quando ganha o Garanhão de Prata do FESPACO com a controversa sátira de ficção científica “Les Saignantes”.

Cheick Fantamady CamaraNascido em Conakry, Guiné, em 1960, Cheick Camara inicia a sua actividade como assistente de realizador em filmes de Oumar Sissoko, Mohammed Camara e Zeka Laplaine. A sua primeira curta-metragem, «Konorofili» (2000), obtém o Prémio do Júri no FESPACO 2001, festival de que também recebe o prémio do público em 2007, com «Il va Pleuvoir sur Conakry» (2006).

Mahamat-Saleh HarounMahamat-Saleh Haroun nasceu em Abéché, no Chade, em 1960 e estudou cinema e jornalismo em França, onde se refugiou quando da guerra da independência no seu país. “Bye Bye Africa” (1999), a sua primeira longa- -metragem, é desde logo premiada em Veneza, festival onde em 2006, com “Daratt”, recebe o prémio especial do júri. Haroun não se intimida por não haver qualquer indústria ou apoios ao cinema no Chade, sendo aí que normalmente filma com sensibilidade as suas histórias sobre a infância.

ZéZé GamboaZéZé Gamboa nasceu em Luanda em 1955. Depois de vários anos a trabalhar para a televisão angolana, em 1991 realiza “Mopiopio”, o seu primeiro documentário. Desde então Gamboa dedicou-se a este género, tendo realizado filmes como “Dissidência” (1999) e “O Desassossego de Pessoa” (2002). No entanto, a sua consagração surge com “O Herói” (2004), uma primeira obra de ficção que foi premiada nas Jornadas Cinematográficas de Cartago (Tunísia) e no festival de cinema independente de Sundance (EUA).

Flora Gomes Flora Gomes nasceu em 1949 na Guiné-Bissau, tendo estudado cinema no ICAIC, de Cuba, e no Senegal. Trabalhou como repórter, ligado ao Ministério da Informação do seu país. Como cineasta, Flora Gomes é conhecido pelo modo original de traçar retratos africanos recorrendo ao mito e à história actual, numa fusão de elementos com delicada carga poética e forte sentido universal. Sendo um bom exemplo desse método, “Mortu Nega” (1988) é também a primeira longa-metragem de ficção da Guné-Bissau

REAL

IZAD

ORES

E O

RADO

RES

Page 21: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

40 41

independente, tendo recebido o Tanit de Bronze Cartago 1988 e o prémio de Melhor Filme de Estreia no FESPACO 1989.

Zola Maseko Zola Maseko nasceu em 1967 no exílio, mas nos finais dos anos 1980 junta-se à facção armada do ANC na luta contra o regime sul-africano do apartheid. Depois de estudar cinema e televisão no Reino Unido regressa à Africa do Sul, onde realiza “The Foreigner” (1994), a sua primeira curta-metragem de ficção que aborda a xenofobia no seu próprio país. Seguem-se dois documentários sobre Sarah Baartman, a mulher que ficou conhecida como a Vénus Hotentote, uma história cruel do século XIX sobre racismo e exploração. “A Drink in the Passage” (2002) assinala a consagração de Maseko no FESPACO, onde recebe o prémio especial do júri, mas é com “Drum” (2004) que recebe o seu prémio máximo, o Garanhão de Ouro de Yennenga.

Glauber RochaNasceu na Bahia em 1938 e faleceu em 1981. Com o princípio de «uma câmara na mão e uma ideia na cabeça» deu uma identidade nova ao cinema brasileiro, tornando-se um dos mais importantes cineastas do “cinema novo”. A sua paixão pelo cinema começou a revelar-se assim que começou a frequentar a Faculdade de Direito da Bahia, quando realizou a sua primeira curta-metragem, “Pátio” (1959), que também é a primeira originária da Bahia. Antes de se estrear na realização de uma longa-metragem, “Barravento” (1962), Glauber Rocha realizou várias curtas-metragens, ao mesmo tempo que se dedicava ao cineclubismo e fundava uma produtora cinematográfica. Foi com “Terra em Transe” (1967) que se tornou internacionalmente reconhecido, conquistando os prémios da Crítica em Cannes, o Luis Buñuel em Espanha e o Golfinho de Ouro no Rio de Janeiro.

Manuela Ribeiro SanchesÉ professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde também dirige o Centro de Estudos Comparatistas que se dedica ao estudo preferencial das áreas da Interculturalidade e dos Estudos Interartes. Entre a sua vasta obra ensaística encontram-se “Reading the Postcolonial. History, Anthropology, Literature and Art in a ‘Lusophone’ Context”, “Where is the Postcolonial: Inbetween-ness, ‘Lusophonia’, and Identity in Trans/national Contexts”, “Deslocalizar a ‘Europa’. Antropologia, arte, literatura e história na pós-colonialidade” e “Portugal não é um país pequeno”.

Ousmane Sembène1923-2007, são 84 anos de vida daquele que é considerado por muitos o “pai” do cinema africano, ou pelo menos o deão do cinema senegalês. Autodidacta, escritor, actor, produtor e realizador, durante a sua existência também foi pescador, pedreiro, mecânico de automóveis e responsável sindical da CGT em Marselha. Só aos 40 anos foi para Moscovo estudar cinema, estreando-se em 1962 com “Borrom Sarrett”. Mas é com «La Noire de…» (1966) que se torna o primeiro realizador africano subsariano

a realizar uma longa-metragem. Pertencendo à categoria de realizadores política e socialmente empenhados, os temas recorrentes dos seus filmes são a história do colonialismo, o falhanço da religião, a crítica da nova burguesia africana e a força resistente da mulher africana.

II – ÁFRICA AO MICROSCÓPIO

Newton AduakaNewton Aduaka nasceu em 1966 no leste da Nigéria, de onde partiu para Lagos depois da Guerra do Biafra e dai para a Inglaterra, onde em 1990 se graduou na London International Film School. Em 1997 fundou a produtora Granite FilmWorks, com a qual tem conseguido concretizar os seus filmes sem compromissos. Com ”Rage” (2000), a sua primeira obra de ficção, tornou-se o primeiro negro a ter um filme independente com distribuição nacional no Reino Unido e com “Ezra” (2006) ganhou o maior prémio do FESPACO 2007.

Kamel Chérif e France BonnetNascido na Tunísia, Kamel Chérif cresceu em Créteil, nos arredores de Paris. Tirou o curso de Arte Dramática e tornou-se actor, mas também argumentista, produtor e realizador de cinema. Depois de “Premier Noël” (1999), a sua primeira curta-metragem, dedicou-se ao documentário com o premiado “Signe d’appartenance” (2004) e, mais recentemente, com “Les Caprices de Marianne V” (2007). France Bonnet e a sua companhia produtora Métis Productions são seus colaboradores de longa data.

Ruy Duarte de Carvalho Ruy Duarte de Carvalho é um dos autores mais fecundos do espaço lusófono. Nascido em Santarém (1941), naturalizou-se angolano em 1983. Estudou cinema em Londres, tendo trabalhado posteriormente na Televisão Popular Angolana. Doutorado em Antropologia pela École des Hautes Études de Sciences Sociales, de Paris, Duarte de Carvalho é ainda ficcionista e ensaísta, mas a imaginação cinematográfica está sempre presente. Com vários filmes realizados a partir de 1976, “Nelisita: Narrativas Nyaneka” (1982) é uma das suas obras mais intrigantes e conhecidas.

Osvalde Lewat-HalladeUma das vozes feministas emergentes da cinematografia africana, esta realizadora dos Camarões iniciou a sua carreira como jornalista, actividade que derivou para a realização de um “cinema directo” de intervenção, de que é testemunha o seu primeiro documentário, “Upsa Yimoowin” (2001), onde denuncia a marginalização dos índios americanos. A sua consagração deu-se com “Un Amour pendant la Guerre” (2005), premiado nos festivais de Montreal e FESPACO. “Une Affaire de Nègres” (2007) é sua primeira longa-metragem.

Page 22: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

42 43

III – NOLLYWOOD, O NASCIMENTO DE UM CINEMA INDÍGENA – CINEMA AFRICANO, PÓS-COLONIALISMO E ESTRATÉGIAS DE REPRESENTAÇÃO (Parte II)

John AkomfrahNasceu em Accra, no Gana, em 1957, estudou em Londres e licenciou-se em sociologia. Akomfrah tornou-se conhecido pelo seu trabalho na Black Audio Film Collective, fundada em 1982 com o objectivo de tratar assuntos relacionados com a identidade negra britânica e desenvolver formas mediáticas apropriadas ao tema. Com o seu primeiro filme, o controverso e influente «Handsworth Songs” (1986), começou logo a reconstruir as convenções do documentário com vista a explorar a história da experiência britânica negra contemporânea, tendo ganho vários prémios. Apesar de fazer filmes teatrais, também dirigiu muitos documentários para televisão, incluindo um sobre Martin Luther King (1997) e outro sobre Louis Armstrong (1999). Como crítico, Akomfrah tem escrito abundantemente sobre cinema africano e tem sido membro do Arts Council Film Committee e do British Film Institute.

Awam Amkpa Dramaturgo e antigo professor de drama e televisão no King Alfred’s University College, Inglaterra, Amkpa é professor associado na Tisch School of the Arts da New York University, bem como autor de diversos artigos sobre o modernismo no teatro, o teatro pós-colonial e teoria do cinema. Este nigeriano radicado nos EUA é ainda autor de uma série de documentários, no mais recente dos quais, “A Very Very Short Story of Nollywood” (2008), colaborou com o seu colega da NYU, Manthia Diawara.

Jahman AnikulapoCom formação de actor, bailarino e director de teatro, especializou-se na teoria dramatúrgica e na crítica literária. Desde 1987 que colabora com o jornal The Guardian de Lagos, Nigéria, onde tem escrito artigos sobre arte, cultura e media e, mais recentemente, se tornou director adjunto. Como presidente/director do CORA (Committee for Relevant Art) tem desenvolvido actividades como o fórum mensal Arthouse, sobre as artes e as culturas africanas, e o Carnaval du Cinéma de Lagos, um festival anual de cinema e debates.

Francois BelorgeyDepois de dirigir vários centros culturais em África, François Belorgey tornou-se o director do Bureau de la Coopération Cinématographique, do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, uma das principais instituições europeias de financiamento do cinema africano.

Luís CorreiaLuís Correia é um dos principais produtores de documentários em Portugal, onde possui a companhia de produção LX Filmes, fundada em 2000 e através

Balufu Bakupa-KanyindaBalufu Bakupa-Kanyinda nasceu em Kinshasa em 1957. Depois de estudar sociologia, história e filosofia em Bruxelas, resolve aprender cinema em França, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Poeta, escritor e professor de cinema na NYU, Balufu é membro fundador da Guilde Africaine des Réalisateurs et Producteurs. Entre os seus filmes mais conhecidos encontram-se “Thomas Sankara” (1991), “Le Damier” (1996), premiado no FESPACO de 1997 e, mais recentemente, “Juju Factory” (2006).

Leão Lopes Cabo-verdiano, nasceu em 1948. Artista Plástico e Cineasta, é professor diplomado em Educação Visual e doutor em Letras pela Universidade de Rennes II, França. Vive e trabalha em Cabo Verde, onde desenvolve projectos educativos nos domínios da Arte e programas de desenvolvimento cultural e comunitário. Também já publicou vários ensaios sobre a cultura e a identidade cabo-verdiana. O seu filme “Ilhéu de Contenda” (1994) foi a primeira longa-metragem de Cabo Verde.

Abderrahmane Sissako Foi com “Heremakono” (2002) que Abderrahmane Sissako venceu o Garanhão de Yennenga para melhor filme no FESPACO de 2003. Nascido na Mauritânia em 1961, Sissako passou grande parte da infância no Mali, para onde regressou depois de ter estudado cinema em Moscovo. Foi ainda nesta cidade que finalizou as suas primeiras curtas-metragens, “Le Jeu” (1989) e “Octobre” (1993). Desenvolvendo um trabalho que tem tanto de político como de poético, Sissako é um dos realizadores africanos mais premiados.

Claire Andrade WatkinsClaire-Andrade Watkins é historiadora, realizadora de filmes e pertence à segunda geração de americanos de origem cabo-verdiana. Como professora na Universidade Emerson College, em Boston (EUA), especializou-se no cinema africano francófono e lusófono. Watkins foi produtora associada no Odyssey, um canal da PBS dedicado a séries de documentários de antropologia e arqueologia e é fundadora e presidente da SPIA Media Productions, Inc., uma empresa de produção e distribuição de audiovisuais da diáspora africana. Em 2006 a SPIA lançou o documentário premiado “Some Kind of Funny Porto Rican?: A Cape Verdean American Story”, o primeiro de uma série de três filmes sobre a comunidade cabo-verdiana da América do Norte.

Zina Saro-WiwaNascida na Nigéria e criada no Reino Unido, onde estudou na universidade de Bristol, Zina Saro-Wiwa é realizadora, escritora e apresentadora na BBC. Mas também é fundadora da AfricaLab, uma empresa multimédia dedicada a mudar a forma como o mundo olha para África, tema que se reflecte no seu programa de televisão “Hello World!” e, em particular, no seu documentário “This Is My Africa” (2008).

Page 23: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

44 45

da Berlinale para a Índia e a África Subsariana. Em 2006 tornou-se directora do Berlinale Talent Campus. Como realizadora, Wenner envolve-se intensamente nos assuntos relacionados com as migrações e diálogos interculturais, desempenhando também um papel relevante como júri em festivais internacionais e instituições de financiamento de filmes.

IV – NEGRITUDE

Moussa Sene AbsaMoussa Sene Absa nasceu em 1958, em Dakar. É artista, escritor e músico, assim como realizador de filmes. Com a sua primeira realização, a curta “Le Prix du Mensonge” (1988), ganhou logo o Tanit de prata do festival de Cartago, na Tunísia, e com “Tableau Ferraille” (1996) recebeu o prémio de melhor fotografia no FESPACO de 1997. Absa também produziu um programa de comédia diário para a televisão senegalesa.

Joaquim Pedro de AndradeJoaquim Pedro de Andrade nasceu no Rio de Janeiro em 1932 e faleceu em 1988. Começou a interessar-se por cinema na década de 1950, quando cursava física na Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro, tendo conseguido nos anos 1960 uma bolsa para estudar no Institut des Hautes Études Cinématographiques de Paris. Depois de já ter abordado o universo poético de Manuel Banderia e Carlos Drummond de Andrade, Joaquim Pedro adapta para o cinema o livro de Mário de Andrade “Macunaíma”, uma obra chave do modernismo brasileiro. “Macunaíma” (1969) é distribuído em França como «um filme estúpido e cruel», mas para além de ter sido comercialmente a mais bem sucedida produção do Cinema Novo, também foi considerado “o acontecimento” do festival de Veneza de 1970, ano em que ganhou o prémio de Melhor Filme no festival de Mar Del Plata, na Argentina.

Ben Diogaye BeyeAntes de ser um dos pioneiros do cinema senegalês, Beye foi produtor e animador de rádio e jornalista. Com “Samba Tali” (1975) ganhou os prémios de melhor curta-metragem nos festivais de l’Ensemble Francophone em Génova e de Cartago na Tunísia. No entanto, “Les Princes Noirs de Saint-Germain des Pres“ (1975), o seu primeiro filme escrito, produzido e realizado em Paris, continua a ser uma das suas obras de referência. Ben Beye é um líder activo da Associação dos Realizadores Senegaleses.

Dyana GayeDyana Gaye Nasceu em 1975, em Paris, onde estudou cinema na Universidade de Paris VIII, Saint-Denis. Com o seu primeiro filme, “Une femme pour Souleymane” (2000), ganha o reconhecimento internacional e com “Deweneti“ (2006) recebe o prémio de melhor curta-metragem

da qual já produziu mais de 40 filmes, a maioria dos quais em co-produção internacional. É membro do conselho de administração do programa EURODOC e coordenador do “Programa de Formação ÁfricaDOC”, destinado a cineastas e produtores independentes dos países africanos lusófonos e francófonos. Em 2005/2006 produziu o projecto “Imagináfrica”, uma colecção de 10 filmes com cineastas dos PALOP que envolveu televisões e instituições nacionais e internacionais. Luís Correia foi ainda co-fundador e vice-presidente da AporDOC (Associação pelo Documentário), bem como Director dos “Encontros Internacionais de Cinema Documental – Amascultura”.

Katy Lena NdiayeKaty Lena Ndiaye nasceu no Senegal em 1968, mas muito jovem foi residir para França, onde os seus pais se instalaram. Há vários anos que trabalha em Bruxelas, exercendo a profissão de jornalista. “Traces, Empreintes de Femmes“ (2003) foi o seu primeiro filme, que recebeu o Grande prémio do Júri no Festival de cinema de Saint Denis – La Reunion em 2004, a que se seguiu “En Attendant les Hommes” (2007).

Kenneth NnebuePresidente e director da NEK Video Links, o nigeriano Kenneth Nnebue é reconhecido por ter facilitado a emergência da indústria do vídeo como fenómeno cultural de massas. Já pertence à história do cinema por ser o produtor do já clássico “Living in Bondage” (1992), o primeiro “blockbuster” de Nollywood.

Jane ThorburnA co-fundadora da companhia de produção After Image em 1979, realiza e faz a montagem da maior parte das produções da companhia. Um dos seus primeiros sucessos foi o programa “Arts Magazine, Alter Image”, que ganhou reputação pela qualidade e inovação e recebeu vários prémios internacionais. Presentemente está a dirigir um curso para a BA em Produção Televisiva, na Universidade de Westminster e recentemente realizou várias curtas-metragens em Cuba, Viena, Londres e Nigéria, que foram mostradas em festivais internacionais.

Jorge WemansFormado em Paris na École du Journalisme, Jorge Wemans tem uma carreira jornalistica que incluí os cargos de subdirector do jornal Expresso, fundador e director-adjunto do jornal Público, director de informação da agência Lusa, director do Serviço de Comunicação da Fundação Calouste Gulbenkian e, actualmente, é Director de programas da televisão pública 2.

Dorothee WennerDorothee Wenner, nascida em 1961, vive e trabalha como jornalista e realizadora em Berlim. Desde 1990 que faz parte do International Forum of New Cinema, trabalhando ainda como representante especial

Page 24: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

46 47

Institute, em Los Angeles. Foi como artista e realizador de documentários politicamente comprometidos que Ole se tornou um dos cronistas da história recente de Angola mais reconhecidos internacionalmente.

Peter StepanPeter Stepan é um historiador especializado em arte ocidental e africana, sendo autor e editor de numerosos livros sobre estes assuntos, incluindo “Spirits Speak: A Celebration of African Masks” (Prestel, 2005). Stepan é actualmente o director do Goethe Institut de Ouagadougou, no Birkina Faso.

António TomásNasceu em Luanda, em 1973. Nos anos 1990 trabalhou como jornalista na Rádio Nacional de Angola e na Agência Angola Press, antes de mudar- -se para Lisboa, onde se licenciou em Comunicação Social (Universidade Católica). Em Portugal trabalhou com várias publicações, onde assinou recensões críticas sobre literatura, dança, teatro e cinema africanos. É autor de uma biografia de Amílcar Cabral (Tinta da China, 2007), encontrando-se neste momento a finalizar o seu doutoramento em Antropologia (Columbia University, Nova Iorque).

Mansour Sora WadeNasceu no Senegal em 1952 e estudou em Paris, onde completou um mestrado em cinema. Entre 1977 e 1985 foi responsável pelo arquivo de audiovisual no Ministério da Cultura do Senegal. Depois de ter feito várias curtas-metragens e documentários, “Le Prix du Pardon” (2002) é a sua primeira longa-metragem de ficção, tendo recebido prémios nos festivais de Amiens, Fribourg, Milan e Montreal.

no festival de Brooklyn. Gaye trabalhou durante vários anos como programadora na ACID (Agence du Cinéma Indépendant).

Salah Hassan Nascido no Sudão, e depois de ter estudado na Universidade de Khartoum, Salah Hassan doutorou-se em 1988 na Universidade da Pennsylvania (EUA). Actualmente é director do Africana Studies and Research Center na Goldwin Smith e professor de História e Cultura Visual da Diáspora Africana no respectivo departamento da Cornell University (EUA). É autor e editor de vários livros, incluindo “Unpacking Europe” e “Authentic/Ex-Centric: Conceptualism in Contemporary African Art” (ambos de 2001), e de numerosos artigos sobre arte e cultura africana contemporânea publicados em revistas e jornais, tendo sido fundador do NKA: Journal of Contemporary African Art. Hassan é ainda curador e crítico de arte, bem como consultor de vários museus e projectos artísticos, tendo participado como autor ou colaborador nos catálogos das exposições em que se envolveu.

Djibril Diop-MambétyDjibril Diop-Mambéty (Dakar, 1945 - Paris, 1998) foi poeta, compositor, actor, produtor e realizador de cinema, tendo realizado em 1968 “Contras City”, referido como a primeira comédia africana. Em 1970 dirige “Badou Boy”, uma média-metragem em parte autobiográfica, mas a sua obra mais célebre é “Touki Bouki” (1973). Os seus filmes receberam aclamação internacional devido à sua técnica cinemática original e experimental e pelo estilo narrativo não linear e pouco convencional.

Samba Félix N’Diaye Nascido em 1945, em Dakar, onde estuda Direito e Economia, prossegue depois a formação em Cinema na universidade de Paris VIII e no instituto Louis Lumière. Editor, argumentista e realizador, Félix N’Diaye é um dos principais documentaristas africanos, sensível e respeitador das culturas e tradições. O autor de “Lettre à Senghor“ (1998) e “Rwanda pour Mémoire“ (2003) tem-se interrogado sobre a história e o destino dos países africanos depois da independência.

Cheikh Amadou NdiayeNasceu em Dakar em 1962 e estudou montagem e realização de cinema no Conservatoire Libre du Cinéma Français, em Paris. O seu primeiro filme, o documentário “Toumouranké”, foi concretizado em 1994, seguindo-se a curta-metragem de ficção “Mousso” (1996). “L’appel des Arènes” (2006) é a sua primeira longa-metragem e foi seleccionada para o festival de Veneza desse ano.

António Ole António Ole nasceu em 1951, em Angola, onde vive e trabalha em pintura, escultura, fotografia, vídeo, instalação e cinema. Depois de ter colaborado com a televisão estatal do seu país foi estudar para o American Film

Page 25: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc
Page 26: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

17 ABRIL 21h – Sala 3 JUJU FACTORY Ficção, República Democrática do Congo, 2006, 97’ Realização: Balufu Bakupa-Kanyinda

18 ABRIL 15h – Sala 2 THIS IS MY AFRICA (Esta é a Minha África) Documentário, Nigéria/Reino Unido, 2008, 48’ Realização: Zina Saro-Wiwa

16h – Sala 3 UNE AFFAIRE DE NÈGRES (Negócio de Negros) Documentário, Camarões/França, 2007, 90’ Realização: Osvalde Lewat-Hallade

18h – Sala 3 NELISITA: NARRATIVAS NYANEKA Ficção, Angola, 1982, 90’ Realização: Ruy Duarte de Carvalho

20h – Sala 2 LES CAPRICES DE MARIANNE V (Caprichos Franceses) Documentário, França, 2008, 57’ Realização: Kamel Chérif, France Bonnet

22h – Sala 3 EZRA Ficção, Nigéria/França/Áustria, 2006, 103' Realização: Newton Aduaka

19 ABRIL 15h – Sala 2 PAINEL II – “Cinema du Métissage”: O Cinema Contemporâneo da Diáspora Moderação: Lydie Diakhaté Com a presença de Claire Andrade Watkins (R), Kamel Chérif (R), France Bonnet (R), e Balufu Bakupa-Kanyinda (R)

18h – Sala 3 SOME KIND OF FUNNY PORTO RICAN?: A CAPE VERDEAN AMERICAN STORY (Será um Porto-Riquenho Esquisito? História de um Cabo-Verdiano Americano) Documentário, EUA, 2006, 83’ Realização: Claire Andrade Watkins

20h – Sala 2 EN ATTENDANT LES HOMMES (À Espera dos Homens) Documentário, Senegal/Bélgica, 2007, 56’ Realização: Katy Lena Ndiaye

22h – Sala 3 HEREMAKONO (À Espera da Felicidade) Ficção, Mauritânia/França, 2002, 95’ Realização: Abderrahmane Sissako

27 MARÇO 21h – Sala 1 IL VA PLEUVOIR SUR CONAKRY (Chove em Conakry) Ficção, Guiné/França, 2006, 113’ Realização: Cheick Fantamady Camara

28 MARÇO 15h – Sala 2 MORTU NEGA (Morte Negada) Ficção, Guiné-Bissau, 1988, 92’ Realização: Flora Gomes

16h – Sala 3 O HERÓI Ficção, Angola/Portugal, 2004, 97’ Realização: ZéZé Gamboa

18h – Sala 3 DER LEONE HAVE SEPT CABEÇAS (O Leão de Sete Cabeças) Ficção, Brasil, 1970, 95’ Realização: Glauber Rocha

21h – Sala 1 LES SAIGNANTES (Sangrentas) Ficção, Camarões/França, 2005, 93’ Realização: Jean-Pierre Bekolo

22h30 Discursos (Presidente da CML, Manthia Diawara, Lydie Diakhaté, José António Fernandes Dias)

23h00 Recepção Colectivo AFROBLU (DJ session com o tema OLD SCHOOL) com Lucky, Johnny, Lady G. Brown e João Gomes

29 MARÇO 15h – Sala 2 PAINEL I – Cinema Africano, Pós-Colonialismo e Estratégias Estéticas de Representação Moderação: Manthia Diawara Com a presença de ZéZé Gamboa (R), Jean Pierre Bekolo (R), Cheick Fantamady Camara (R) e Manuela Ribeiro Sanches

18h – Sala 3 DARATT (Estação Seca) Ficção, Chade/França, 2006, 95’ Realização: Mahamat-Saleh Haroun

20h – Sala 2 DRUM (Gritos de Revolta) Ficção, África do Sul/Alemanha/EUA, 2004, 95’ Realização: Zola Maseko

22h – Sala 3 ILHÉU DE CONTENDA Ficção, Cabo Verde/Portugal/França, 1996, 115’ Realização: Leão Lopes

I – CINEMA AFRICANO, PÓS-COLONIALISMO E ESTRATÉGIAS ESTÉTICAS DE REPRESENTAÇÃO (Parte I) II – ÁFRICA AO MICROSCÓPIO

Page 27: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

15 MAIO 21h – Sala 3 TOUKI BOUKI (Viagem de Hyena) Ficção, Senegal, 1973, 86’ Realização: Djibril Diop-Mambéty

16 MAIO 15h – Sala 2 LES PRINCES NOIRS DE ST. GERMAIN-DES-PRÉS (Os Príncipes Negros de St. Germain-des-Prés) Ficção, Senegal/França, 1975, 15’ Realização: Ben Diogaye Beye

LETTRE À SENGHOR (Carta a Senghor) Documentário, Senegal/França, 1998, 47’ Realização: Samba Félix N’Diaye

16h – Sala 3 UN AMOUR D´ ENFANT (Um Amor de Criança) Ficção, Senegal/Marrocos/França, 2004, 102’ Realização: Ben Diogaye Beye (Sessão Familiar)

18h – Sala 3 MACUNAÍMA Ficção, Brasil, 1969, 108’ Realização: Joaquim Pedro de Andrade

20h – Sala 2 DEWENETI Ficção, Senegal/França, 2006, 15’ Realização: Dyana Gaye

BADOU BOY Ficção, Senegal, 1970, 59’ Realização: Djibril Diop-Mambéty

22h – Sala 3 L´ APPEL DES ARÈNES (O Apelo das Arenas) Ficção, Senegal/França/Marrocos/Burkina Faso, 2006, 105’ Realização: Cheikh Amadou Ndiaye

17 MAIO 15h – Sala 2 PAINEL IV – Negritude Moderação: Manthia Diawara Com a Presença de Moussa Sene Absa (R), Salah Hassan, Peter Stepan e António Tomás

18h – Sala 3 ÇA TWISTE À POPONGUINE (Dançando o Twist em Poponguiné) Ficção, Senegal/França, 1993, 90’ Realização: Moussa Sene Absa (Sessão Familiar)

20h – Sala 2 O RITMO DO N'GOLA RITMOS Documentário, Angola, 1978, 60’ Realização: António Ole

22h – Sala 3 NDEYSAAN – LE PRIX DU PARDON (O Preço do Perdão) Ficção, Senegal, 2002, 90’ Realização: Mansour Sora Wade

8 MAIO 21h – Sala 3 LIVING IN BONDAGE (Vidas Submissas) Ficção, Nigéria, 1992, 163’ Produtor: Kenneth Nnebue

9 MAIO 15h – Sala 2 PAINEL III – O Cinema Africano na Era da Televisão e dos Festivais Moderação: Manthia Diawara Com a presença de Awam Amkpa (R), John Akomfrah (R), Dorothee Wenner (R), Jahman Anikulapo, Francois Belorgey, Luís Correia e Jorge Wemans

18h – Sala 3 MISSION NOLLYWOOD – PEACE MISSION (Missão em Nollywood) Documentário, Alemanha, 2008, 80’ Realização: Dorothee Wenner

20h – Sala 2 A VERY VERY SHORT STORY OF NOLLYWOOD (Curtíssima História de Nollywood) Documentário, Nigéria/EUA, 2008, 14’ Realização: Awam Amkpa e Manthia Diawara

NOLLYWOOD: JUST DOING IT (Nollywood: É só Acção) Documentário, Nigéria/Reino Unido, 2008, 30’ Realização: Jane Thorburn

22h – Sala 3 TRACES, EMPREINTES DE FEMMES (Rastos, Peugadas de Mulheres) Documentário, Senegal/França, 2003, 52’ Realização: Katy Lena Ndiaye

HANDSWORTH SONGS (Cantigas de Handsworth) Documentário, Reino Unido, 1986, 61’ Realização: John Akomfrah

10 MAIO 15h – Sala 2 THOMAS SANKARA, L'ESPOIR ASSASSINÉ (Esperança Assassinada) Documentário, República Democrática do Congo/França/Reino Unido, 1991, 26’ Realização: Balufu Bakupa-Kanyinda

LE DAMIER, PAPA NATIONAL OYE! (O Tabuleiro) Ficção, República Democrática do Congo/França, 1996, 40’ Realização: Balufu Bakupa-Kanyinda

20h – Sala 3 TESTAMENT (Testamento) Ficção, Gana/Reino Unido, 1988, 76’ Realização: John Akomfrah

22h – Sala 3 BORROM SARRETT (O Bom Homem da Charrete) Ficção, Senegal, 1962, 22’ Realização: Ousmane Sembène

LA NOIRE DE… (A Rapariga Negra) Ficção, Senegal, 1966, 65’ Realização: Ousmane Sembène

III – NOLLYWOOD, O NASCIMENTO DE UM CINEMA INDÍGENA – CINEMA AFRICANO, PÓS-COLONIALISMO E ESTRATÉGIAS ESTÉTICAS DE REPRESENTAÇÃO (Parte II)

IV – NEGRITUDE

Page 28: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc

55

27, 28 e 29 de Março 17, 18 e 19 de Abril

8, 9, 10, 15, 16 e 17 de Maio Curadoria: Manthia Diawara (New York University)

Lydie Diakhaté (Ghana Real Life Documentary Festival)

BILHETEIRA Sessões Normais - 2€

Sessões Grátis - entrada sujeita aos lugares da sala

Filmes legendados em português.Programa sujeito a alterações.

Programa disponível em www.africacont.orgPara mais informações: T. 218 170 828 | [email protected]

Page 29: 4 5 · Independência da Guiné-Bissau fundindo história contemporânea com mitologia africana. Este filme é uma parábola sobre as questões que se levantam à África do séc