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4- Organização e Administração de Empresas

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  • IEFP - ISG

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    Ficha Tcnica

    Coleco MANUAIS PARA APOIO FORMAO EM CINCIAS EMPRESARIAIS

    Ttulo Organizao e Administrao de Empresas

    Suporte Didctico Guia do Formando

    Coordenao e Reviso Pedaggica IEFP Instituto do Emprego e Formao Profissional - Departamento de Formao Profissional

    Coordenao e Reviso Tcnica ISG Instituto Superior de Gesto

    Autor Jos Manuel Seixo/ISG

    Capa IEFP

    Maquetagem ISG

    Montagem ISG

    Impresso e Acabamento ISG

    Propriedade Instituto do Emprego e Formao Profissional, Av. Jos Malhoa, 11 1099-018 Lisboa

    Edio Portugal, Lisboa, Dezembro de 2004

    Tiragem 1000 exemplares

    Copyright, 2004 Todos os direitos reservados ao IEFP

    Nenhuma parte deste ttulo pode ser reproduzido ou transmitido, por qualquer forma ou processo sem o conhecimento prvio, por escrito, do IEFP

  • NDICE GERAL IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    ndice Geral

    I. A EMPRESA..................................................................................................................... 1

    1. A Empresa Organizao Econmica e Social ............................................................................................. 4 2. A Empresa - O Seu Papel na Sociedade...................................................................................................... 10 3. Objectivos da Empresa ................................................................................................................................. 14 4. Recursos da Empresa................................................................................................................................... 18

    Resumo .................................................................................................................................................... 20 Questes e Exerccios ............................................................................................................................. 21 Resolues............................................................................................................................................... 22

    II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS ............................................................................. 23

    1. Critrios de Classificao das Empresas...................................................................................................... 26

    2. Pequenas, mdias e Grandes Empresas ..................................................................................................... 36

    Resumo .................................................................................................................................................... 38 Questes e Exerccios ............................................................................................................................. 39 Resolues............................................................................................................................................... 40

    III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA DA EMPRESA................................................... 41

    1. Organigramas................................................................................................................................................ 45

    2. Organizao Formal e Informal..................................................................................................................... 57

    3. Estrutura ........................................................................................................................................................ 59

    Resumo .................................................................................................................................................... 74 Questes e Exerccios ............................................................................................................................. 75 Resolues............................................................................................................................................... 77

  • IEFP NDICE GERAL

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    IV. FUNES INTERNAS DA EMPRESA ..........................................................................79

    1. Funo Produo...........................................................................................................................................83

    2. Funo Logstica............................................................................................................................................88

    3. Funo Comercial ..........................................................................................................................................96

    4. Funo Marketing........................................................................................................................................ 100

    5. Funo Recursos Humanos........................................................................................................................ 109

    6. Funo Financeira....................................................................................................................................... 116

    7. Funo Administrativa................................................................................................................................. 127

    8. Funo Direco ......................................................................................................................................... 129

    Resumo.................................................................................................................................................. 130 Questes e Exerccios ........................................................................................................................... 132 Resolues ............................................................................................................................................ 133

    V. OS PROCESSOS ORGANIZATIVOS ...........................................................................137

    1. O Planeamento ........................................................................................................................................... 141

    2. A Organizao Administrativa da Empresa ................................................................................................ 157

    3. O Funcionamento das Equipas................................................................................................................... 163

    Resumo.................................................................................................................................................. 172 Questes e Exerccios ........................................................................................................................... 173 Resolues ............................................................................................................................................ 177

    BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................183

    GLOSSRIO......................................................................................................................185

  • ORGANIZAOE ADMINISTRAO

    DE EMPRESAS

    I. A EMPRESA

  • I. A EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    I 3

    Objectivos:

    No final desta unidade temtica o formando deve estar apto a:

    Explicar a evoluo histrica da empresa; Distinguir bens de servios; Listar os factores de produo; Descrever as relaes que se estabelecem entre as empresas e o meio envolvente; Referir os objectivos econmicos e sociais da empresa; Listar alguns dos grupos que se relacionam com as empresas; Explicar o que um recurso; Distinguir os recursos da empresa e indicar a sua finalidade.

    Temas:

    1. A Empresa Organizao Econmica e Social;

    2. A Empresa O seu Papel na Sociedade;

    3. Objectivos da Empresa;

    4. Recursos da Empresa;

    Resumo; Questes e Exerccios; Resolues.

  • IEFP I. A EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    I 4

    1. A EMPRESA ORGANIZAO ECONMICA E SOCIAL

    Desde pocas remotas que o Homem obrigado a agrupar-se para superar limitaes individuais e satisfazer as suas necessidades, cooperando com o seu semelhante de uma forma organizada.

    Com a diversidade da procura nascem as empresas ligadas ao fabrico, comercializao de bens e prestao de servios.

    A empresa um tipo de associao atravs do qual se renem recursos variados para atingir determinados objectivos sempre em interaco com o meio exterior.

    Contexto Histrico

    O Homem, como todos os animais, retira do meio ambiente aquilo que necessita para viver.

    Na 1 fase do seu aparecimento o Homem dependia, para a sua sobrevivncia, da caa, da pesca, de razes e de frutos. Recolhia e comia tudo a que pudesse retirar directamente da natureza. a denominada Fase Recolectora.

    Mesmo existindo abundncia de caa, o Homem v-se obrigado a frequentes deslocaes de uma regio para outra procura de alimentos devido, nomeadamente, a alteraes climatricas.

    Tinha que preparar-se para enfrentar os climas rigorosos. Proteger-se contra o frio era uma das suas preocupaes, pelo que utilizava as peles dos animais que caava.

    O Homem foi gradualmente aumentando o seu domnio sobre o meio natural, nomeadamente, melhorando a qualidade dos seus abrigos e do vesturio, permitindo-lhe fixar-se e possuir mais bens.

    Deixou de viver isolado comeando a agrupar-se e a cooperar com o seu semelhante.

    Ao estdio de recoleco sucedeu o da produo alimentar com um duplo aspecto: criao de gado e produo agrcola - Fase Produtora

    As pequenas exploraes agrcolas que negociavam os produtos obtidos da terra foram as primeiras unidades econmicas a surgir.

    O aglomerado inicial transformou-se rapidamente. A produo, aumentando os recursos do grupo, ultrapassava com frequncia as necessidades de cada um, provocando a oferta o que, por si s, incitava procura. Mas a produo no podia ser incrementada sem os utenslios apropriados.

    Improvisar instrumentos j no era suficiente. O Homem comeou a conceber instrumentos para fabricar outros instrumentos. pedra, terra, madeira e ao osso, juntou-se a utilizao de metais como o cobre. Pensa-se que foi a este ltimo que se deveu o nascimento de uma civilizao urbana. Aparece, ento, a manufactura, ou seja, a oficina onde trabalhadores fabricavam ferramentas e utenslios para venda.

  • I. A EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    I 5

    Iniciam-se as transaces comerciais. Por vezes compravam-se mercadorias no porque fossem precisas, mas somente para serem revendidas. O Homem torna-se comerciante, abre uma loja, lado a lado com as oficinas dos artfices. As primeiras, comercializam os bens produzidos pelas segundas.

    Exerccio:

    Faa corresponder, atravs de uma seta, a ideia expressa na coluna 1, com o conceito da coluna 2 que considere adequado:

    Resoluo:

    Criao de gado e produo agrcola

    O homem caava e pescava

    Oficina dos artfices

    Loja

    Nas pequenas exploraes agrcolas negociavam os produtos obtidos da terra

    Unidade Econmica

    Fase Produtora

    Produo de bens

    Comercializao de bens

    Fase Recolectora

    Criao de gado e produo agrcola

    O homem caava e pescava

    Oficina dos artfices

    Loja

    Nas pequenas exploraes agrcolas negociavam os produtos obtidos da terra

    Unidade Econmica

    Fase Produtora

    Produo de bens

    Comercializao de bens

    Fase Recolectora

  • IEFP I. A EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    I 6

    Hoje, como no passado, existem organizaes que se dedicam produo e comercializao de bens ou prestao de servios, para proporcionarem comunidade um certo grau de bem-estar e satisfao das suas necessidades.

    O que so necessidades?

    So os desejos de cada indivduo em obter aquilo que lhe pode trazer satisfao. medida que as necessidades elementares de sobrevivncia (alimentao, habitao, etc.) vo sendo satisfeitas, amplia-se a gama de novas necessidades

    O que so bens?

    So meios materiais, mveis ou imveis, reconhecidos como vlidos para a satisfao das necessidades e desejos humanos.

    Exemplos:

    Produo de Bens

    Indstria de laticnios Indstria farmaceutica Comercializao de Bens:

    Mercearias Sapatarias O que so prestaes de servio?

    So os actos de dar ou fazer algo segundo certas condies, com o auxlio ou no de bens materiais, com vista satisfao das necessidades do homem.

    Exemplos:

    Prestaes de Servios Na rea da sade

    Hospitais Bombeiros Na rea da educao

    Escolas Faculdades

  • I. A EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    I 7

    Na rea dos transportes

    Carris Transtejo

    Exerccio:

    Complete as frases a seguir indicadas, aplicando os tempos adequados dos verbos: Produzir, Comercializar ou Prestar Servios

    1. Na fbrica de laticnios ___________ leite e manteiga.

    2. No Hipermercado _____________, tambm, leo e detergentes.

    3. Os bombeiros quando apagam os fogos nas matas esto a _______________ comunidade.

    4. Nas sapatarias ____________calado e malas.

    5. Na fbrica de plsticos ______________baldes e alguidares.

    6. Os mdicos nos hospitais ______________aos doentes quando os consultam.

    7. Na empresa de panificao ___________po.

    8. Na frutaria ____________fruta e hortalia.

    9. Na fbrica de sapatos ___________calado.

    10. Nas escolas os professores _______________, ensinando os alunos.

    Resoluo: 1. Na fbrica de laticnios produz-se leite e manteiga. 2. No Hipermercado comercializa-se, tambm, leo e detergentes. 3. Os bombeiros quando apagam os fogos nas matas esto a prestar servios comunidade. 4. Nas sapatarias comercializa-se calado e malas. 5. Na fbrica de plsticos produzem-se baldes e alguidares. 6. Os mdicos nos hospitais prestam servios aos doentes quando os consultam.

    7. Na empresa de panificao produz-se po. 8. Na frutaria comercializa-se fruta e hortalia. 9. Na fbrica de sapatos produz-se calado.

    10. Nas escolas os professores prestam servios, ensinando os alunos.

    As necessidades humanas so satisfeitas por

    Bens

    Servios

  • IEFP I. A EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    I 8

    Conceito de Empresa

    As necessidades, como j nos referimos, tm que ser satisfeitas com bens que sero produzidos, isto , retirados da natureza e eventualmente transformados pelo homem de modo a poderem ser utilizados.

    Para que haja produo por parte das organizaes, ou seja, para que estas funcionem, fundamental que sejam postos em actuao combinada os - Factores Produtivos:

    Terra e Recursos Naturais

    A terra consiste no solo utilizado nas actividades rurais ou na implantao de estradas e de edifcios; os recursos naturais incluem combustveis, como o carvo ou o petrleo; minerais, como o cobre, a areia; as rvores cuja madeira utilizada no fabrico de papel e em serraes; a gua com as mais diversas utilizaes desde a produo de energia at alimentao, etc..

    Trabalho

    Consiste na actividade humana despendida na produo. Depende tanto do volume da populao activa, como da qualificao dessa mesma populao, trabalhando, designadamente, em fbricas de automveis, em exploraes rurais ou ensinando em escolas

    Capital

    Proporciona os meios de pagamento para a obteno dos materiais e matrias primas, para a remunerao da mo de obra utilizada e aquisio de equipamentos produtivos.

    Exerccio:

    A empresa Vestidos e Calas, Ld comercializa essencialmente roupa de ganga. Emprega neste momento 50 pessoas.

    Indique os factores de produo que ela utiliza.

    Resoluo:

    Recursos naturais: a matria prima - algodo - o qual, depois de transformado, permite o fabrico do vesturio de ganga.

    Trabalho: a aplicao de esforos de ordem fsica e intelectual dos trabalhadores a fim de levarem a cabo a produo da roupa de ganga.

    Capital: o dinheiro que a sociedade Vestidos e Calas, Ld obtm da venda do seu produto, e que lhe permite: pagar as remuneraes dos seus 50 trabalhadores; adquirir a matria prima para a confeco da roupa; comprar novos equipamentos.

  • I. A EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    I 9

    Algumas Definies de Empresa

    Do ponto de vista econmico a conjugao de pessoas e meios que prosseguem o objectivo de produzir bens e prestar servios para o mercado ou para a comunidade.

    Lexicoteca, Moderna Enciclopdia Universal, Circulo de Leitores, Tomo VII

    A empresa um conjunto de factores de produo reunidos sob a autoridade de um indivduo (empresrio) ou de um grupo com o objectivo de realizar um rendimento atravs da produo de bens ou de servios.

    Dicionrio de Gesto, Henri Tzenas du Montcel

    As empresas, clulas base de toda a actividade econmica, so vulgarmente entendidas como conjuntos organizados de meios humanos e materiais, virados para a produo de bens e servios.

    Constitudas, em geral, sem horizonte temporal definido, tm contudo, semelhana das demais organizaes, um ciclo de vida, o qual pode ser dividido em trs fases:

    Institucional - deciso da sua criao e obteno e combinao de recursos necessrios sua entrada em funcionamento.

    Funcionamento ou execuo - desenvolve-se o processo de transformao (produo de bens e servios com vista obteno de certos resultados). Esta a fase de maior durao.

    Liquidao - processo de extino da empresa.

    Elementos de Contabilidade Geral , A. BORGES, A. RODRIGUES, R. RODRIGUES

    Do que j foi referido, podemos retirar um conceito de Empresa:

    um conjunto estruturado de factores de produo (recursos naturais + trabalho + capital) que so utilizados pelo empresrio para produzir bens e servios.

  • IEFP I. A EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    I 10

    2. A EMPRESA - O SEU PAPEL NA SOCIEDADE

    As sociedades tm evoludo de tal forma e a um ritmo to rpido que as empresas so chamadas a um permanente esforo de adaptao.

    Hoje tudo se altera com tal velocidade que a mudana muitas vezes no pode ser planeada com as cautelas que seriam desejveis.

    As necessidades dos consumidores alteram-se. Surgem novos produtos com condies concorrenciais mais vantajosas. As empresas tm que desenvolver programas de mudana para que possam sobreviver e ter sucesso em contextos de maior presso, no podendo esquecer-se que esto a actuar num mercado alargado, enfrentando empresas da Unio Europeia com grande capacidade competitiva e, por isso, o risco de perder posio no mercado uma realidade.

    A Empresa e o Meio-Ambiente Organismo Sistmico

    A empresa no vive isolada. uma organizao aberta ao exterior em comunicao permanente quer com o sistema produtivo, quer com a sociedade em geral, ou seja, mantm relaes constantes com diferentes grupos.

    Vejamos o exemplo seguinte:

    Para constituir uma empresa preciso a ideia e a vontade de a concretizar, mas tambm dinheiro (capital), designadamente para a sua legalizao junto dos organismos estatais, para a aquisio de instalaes, compra de equipamentos, contratao de empregados, etc.

    Este capital cedido pelos scios mas, frequentemente, no suficiente para cobrir as despesas tornando-se necessrio recorrer a emprstimos junto de Instituies Bancrias.

    Para produzir bens ou servios adquirem-se, aos fornecedores, equipamentos, matrias primas e servios, pagando-se o respectivo preo.

    Contratam-se empregados, pagando-se o vencimento em troca da actividade que estes prestam.

    A empresa transforma os recursos que adquire (bens e servios) que, seguidamente, disponibiliza aos clientes.

    As empresas so parte de um sistema maior que a Sociedade onde esto inseridas e o exemplo anterior retrata algumas das relaes que se estabelecem.

  • I. A EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    I 11

    A Sociedade como supra-sistema

    Exerccio:

    Tomemos como exemplo a empresa Vestidos e Calas, Ld. Sabendo-se que para a compra de novas mquinas de corte teve que recorrer a uma linha de crdito, indique as entidades que em sua opinio foram envolvidas.

    Resoluo:

    Os scios da Vestidos e Calas, Ld, decidiram, em reunio, que devido ao aumento da procura de vesturio de ganga era necessrio adquirirem novas mquinas de corte.

    Transmitiram ao gerente a sua deciso e pediram-lhe que providenciasse pela aquisio das mesmas.

    O processo teve incio com contactos estabelecidos com alguns fornecedores, no sentido de estes lhe apresentarem as caractersticas, custo do equipamento pretendido, bem como os conhecimentos necessrios ao seu manuseamento.

    Depois de optarem pelo tipo de mquinas que apresentavam condies mais vantajosas quer em preo, quer em qualidade, dirigiram-se a uma Instituio Bancria a fim de contrarem um emprstimo com vista compra do equipamento.

    A empresa que vendeu o equipamento, aps o instalar na Vestidos e Calas, Ld, iniciou o processo de formao dos empregados que tinham como funo operar com as mquinas de corte.

    Scios e accionistas

    Admin/Gerentes

    Fornecedores

    EmpresaEstado

    Clientes

    Comunidade

    Empregados

    I.1 - Bancos e outras

  • IEFP I. A EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    I 12

    Sistema Aberto

    Porque se considera a empresa como um Sistema Aberto?

    Considera-se sistema porque o conjunto de elementos que a compem (rgos, pessoas, etc.) actuam coordenadamente e so interdependentes, ou seja, formam uma rede de relaes, com vista a alcanar os seus objectivos

    Considera-se aberto na medida em que recebe do meio envolvente os inputs necessrios sua actividade e transforma-os em outputs que envia para o meio exterior.

    A empresa como sistema aberto

    Importa Energia do exterior: mo-de-obra, matrias-primas, capitais, Know-how*, informao (so os inputs). influenciada por conjunturas econmicas, legislao, opes polticas, etc..

    Transforma Os inputs em produtos ou servios.

    Exporta Esses produtos ou servios (outputs) para a Sociedade, ou seja, coloca os produtos ou servios no meio exterior para serem consumidos ou utilizados.

    Energia Informao Constragimentos Mo-de-Obra Matrias-Primas Capitais Etc.

    Realimentao (Feedback)

    Produtos Servios

    Tranformao

    Empresa (Importa)

    Entrada (Input)

    Meio Ambiente (Exporta)

    Sada (Output)

  • I. A EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    I 13

    Realimenta (feedback): Os produtos ou servios obtidos so postos no meio exterior em troca de um pagamento. Este dever permitir pagar aos fornecedores, aos trabalhadores, pagar os impostos ao Estado, importar novos inputs por forma a manter a actividade da empresa, etc.. Entre o total das receitas e o total das despesas ter de haver uma diferena positiva porque necessrio remunerar scios e accionistas, investir em novos equipamentos, etc. atravs da constante satisfao dos clientes que esta realimentao garantida ao longo do tempo.

    Exemplo:

    A empresa Panificadora, Ld dedica-se fabricao de po .

    Aps a aquisio das instalaes e para a pr em funcionamento, os scios adquiriram diverso material: fornos elctricos, batedeiras, matrias primas, contrataram padeiros especializados, etc..

    O po depois de confeccionado, colocado no mercado atravs das padarias, para ser comprado e consumido pelos clientes.

    Com o produto das vendas e desde que se verifique a gerao dos fundos necessrios, os scios adquirem mais matria-prima e equipamentos, admitem mais trabalhadores o que lhes permite a expanso do seu negcio.

    Podemos portanto concluir que devido s trocas que se estabelecem entre a EMPRESA e o MEIO AMBIENTE, esta um sistema aberto em contnua interaco com o ambiente.

    A sociedade funciona como um conjunto de elementos organizados e interdependentes entre si.

    Exerccio:

    Com base no exemplo da Panificadora, Ld indique os elementos que nos levam a consider-la um sistema aberto.

    Resoluo:

    Importa (INPUTS)

    Fornos elctricos; batedeiras; matrias primas, farinha, gua, fermento, sal, mo-de-obra qualificada (padeiros especializados), etc.

    Transforma

    As matrias-primas num bem: o po.

    Exporta (OUTPUTS)

    O po para o mercado para ser comprado e consumido pelos clientes

    Realimenta

    Com uma parte do produto das vendas compra novos equipamentos, adquire mais matrias-primas, contrata novos empregados, etc..

  • IEFP I. A EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    I 14

    3. OBJECTIVOS DA EMPRESA

    A eficcia de uma empresa determinada pelo grau em que atinge os seus objectivos.

    O que um objectivo?

    uma situao desejada pela empresa, ou seja, o que a empresa quer.

    De que Servem?

    De guia para a actividade da empresa, isto , todos sabem para onde se quer ir.

    De padro, porque atravs da sua consecuo que se pode avaliar a eficcia da empresa.

    Os objectivos resultam de uma viso futura. So alvos que a empresa procura atingir.

    Os objectivos da empresa no so estticos evoluem reajustando-se s alteraes do meio ambiente e aos interesses dos vrios grupos com ela relacionados.

    Podemos considerar como objectivos fundamentais de qualquer empresa, nomeadamente, a obteno do lucro, a sua sobrevivncia, o seu crescimento no mercado, a satisfao dos interesses dos diferentes grupos com ela relacionados: clientes, fornecedores, trabalhadores, accionistas, Estado ou outros.

    Quadro esquemtico do sucesso organizacional

    Satisfao dos Trabalhadores

    Satisfao dos Clientes

    Satisfao da Comunidade

    Satisfao dos Gerentes ou Administradores

    Satisfao dos Scios ou Accionistas

    Satisfao dos Fornecedores

    Satisfao do Estado Satisfao das Instituies

    de Crdito e outras

    Sucesso Organizacional

  • I. A EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    I 15

    O sucesso empresarial envolve a satisfao de todos os grupos e entidades que interagem com a empresa.

    A empresa que apenas se preocupa com o lucro a curto prazo, desprezando a adaptao s constantes alteraes e evoluo dos interesses destes grupos, corre o risco de desaparecer do mercado.

    Os objectivos podem dividir-se em dois grandes grupos:

    Econmicos Sociais.

    Objectivos econmicos

    Para se compreender melhor em que consistem estes objectivos, vamos retomar o exemplo da empresa Panificadora, Ld.

    Gerar resultados positivos (lucro) que lhe permitam a remunerao do capital investido, isto , consiga garantir um rendimento queles que nela investiram.

    LUCRO = RECEITAS TOTAIS CUSTOS TOTAIS

    Crescer a empresa cresce quando consegue aumentar o negcio: produzir mais, conquistar mercado, etc.. Tudo isto acontece vendendo mais, mas garantindo margens compensadoras a longo prazo, isto , vendendo cada produto por um preo competitivo mas que compense o que foi gasto na sua produo.

    Adaptar-se considerando as diversas alteraes ambientais e o ritmo a que as mesmas acontecem, quer a nvel global (conhecimentos, tecnologia, comunicaes, etc.), quer a nvel especfico de cada empresa (necessidades e caractersticas dos clientes, competio de mercados, e outras). So fundamentais a inovao, a flexibilidade e a qualidade.

    Exemplo: novos equipamentos, novos produtos (outros tipos de po).

    11. Para isso, indispensvel que se mantenha uma constante vigilncia sobre o mercado, contactando com fornecedores e clientes. A visita a feiras, exposies, etc. uma excelente forma de actualizao.

    Ex: O dinheiro recebido pela venda do po

    Ex: Pagamento: dos salrios, da matria prima, da renda das instalaes,

    da electricidade, etc

  • IEFP I. A EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    I 16

    Objectivos sociais

    So muitos os grupos que interagem com a empresa com necessidades e interesses prprios e que esperam v-los satisfeitos da melhor forma possvel.

    Os principais grupos de colaboradores so:

    Trabalhadores - por trabalhadores deve entender-se o conjunto de pessoas que asseguram o funcionamento da empresa diariamente: gestores, quadros mdios, tcnicos, operrios, etc.. Por todos eles, a vida profissional assumida como um desafio permanente. Os trabalhadores estaro dispostos a cooperar sempre que as actividades dentro da empresa contribuam para o alcance dos seus prprios objectivos. Por outras palavras, contribuem para o crescimento da empresa atravs do seu trabalho, dedicao, assiduidade, esforo pessoal, mas esperam receber contrapartidas da empresa, tais como: estabilidade de emprego, condies de higiene e segurana no trabalho, remuneraes compatveis com o trabalho desenvolvido, realizao pessoal, etc..

    Atravs desta troca consegue-se o equilbrio organizacional que se ir reflectir no sucesso da empresa.

    Scios ou Accionistas so as pessoas que investiram para a criao da empresa e esperam obter o retorno desse investimento.

    Administrao ou Gerncia so uma ou mais pessoas que dirigem a empresa e so remuneradas por essa funo.

    Outros grupos afectados pela empresa:

    Grupos

    Clientes

    Comunidade

    Fornecedores

    Instituies de Crdito

    Outras Entidades

    Estado

    Colaboradores

    Trabalhadores

    Scios ou Accionistas

    Administrao ou Gerncia

  • I. A EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    I 17

    Clientes so os que consomem os bens ou servios colocados no mercado pela empresa, isto , absorvem os outputs.

    Fornecedores, Instituies de Crdito e Outras Entidades so os que vendem e disponibilizam empresa os bens, servios e recursos necessrios ao seu funcionamento.

    Mantm relaes de cooperao, interdependncia e desenvolvimento recproco, constituindo-se como autnticos parceiros de negcio.

    Estado regulamenta a actividade das empresas. A empresa entrega nos seus Cofres diversos impostos, designadamente, IVA, IRS, IRC, Derrama, etc.

    Comunidade a empresa colabora no seu desenvolvimento econmico e contribui para a melhoria das condies sociais e ambientais.

    Exemplo:

    EMPRESA AUTOMVEIS, SA

    A indstria de automveis necessita, para a sua produo, de outras empresas que a montante assegurem o fornecimento de matrias primas e componentes necessrios aos veculos, como por exemplo: ao, plstico, borracha, componentes elctricos, tapearias, etc..

    Tambm se relaciona com Instituies Bancrias sempre que precisa de recorrer a uma linha de crdito, com empresas de marketing para publicitarem nos meios de comunicao social os seus produtos, etc..

    Este exemplo, de entre tantos outros que se podem citar, permite-nos concluir que todas as empresas dependem de outras para conseguirem alcanar os seus objectivos.

    Exerccios: Suponha que a empresa Automveis, SA introduziu na sua linha de montagem um modelo de carrinha que vai utilizar uma gasolina diferente que a torna menos poluente.

    1. Recorrendo aos conhecimentos que j possui, diga, com a adopo desta medida quais os objectivos que a empresa pretende alcanar.

    2. Cite as entidades que se relacionam com a Automveis, SA.

    Resoluo 1. Por um lado, os problemas ambientais, e por outro, as crescentes exigncias dos consumidores, levaram os responsveis da empresa Automveis, SA, a encontrarem novos avanos na estrutura produtiva e comercial de automveis.

    A comercializao do novo modelo de carrinha vai permitir empresa crescer, na medida em que vai produzir um modelo de automvel com uma caracterstica diferente de todas as gamas at ento comercializadas, com vista a conquistar um sector de mercado ainda no explorado o que lhe permite ir ao encontro das necessidades dos clientes e alcanar resultados positivos.

    A introduo deste tipo de modelo revelador da conscincia empresarial ecolgica, ou seja, a preocupao com o meio ambiente.

    2. O desempenho da Automveis, SA vai reflectir-se junto de vrias entidades: trabalhadores, accionistas, administrao, clientes, fornecedores, Estado, instituies de crdito, comunidade.

  • IEFP I. A EMPRESA

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    I 18

    4. RECURSOS DA EMPRESA

    Para que a empresa atinja a finalidade para a qual foi constituda, isto , a sua misso, preciso reunir determinados recursos.

    O que so recursos?

    So os meios que a empresa utiliza para atingir os seus objectivos.

    A gesto integrada dos recursos vai-lhe permitir disponibilizar um produto final, um bem ou um servio, a um custo mnimo possvel, garantindo a mxima satisfao para todos os clientes que se encontram ligadas quer interna, quer externamente empresa.

    Recursos materiais

    So os meios necessrios para as operaes bsicas da empresa, nomeadamente:

    Instalaes, prdios, terrenos, mquinas, processo produtivo, ferramentas, instrumentos de trabalho, matrias-primas, etc..

    Os recursos materiais englobam, tambm, a tecnologia utilizada no processo produtivo.

    Temos como exemplo o computador que introduziu novos mtodos de trabalho.

    Recursos Humanos

    So as pessoas que ingressam, permanecem e participam na organizao, quaisquer que sejam as suas tarefas e o lugar que ocupem na empresa.

    Cada pessoa tem os seus interesses, capacidades e motivaes. So muito diferentes umas das outras e por isso constituem um recurso diversificado para a organizao. o nico recurso vivo, dinmico e inteligente.

    Recursos da Empresa

    Recursos Materiais

    Recursos Humanos

    Recursos Financeiros

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    I 19

    Recursos financeiros

    So estes que garantem a aquisio dos restantes recursos essenciais ao funcionamento da empresa e que em parte contribuem para que esta realize os seus objectivos.

    Podem ser obtidos atravs de:

    Capital prprios valores provenientes dos scios, reservas e resultados retidos, pertencentes empresa.

    Capitais alheios emprstimos a Instituies bancrias, dvidas para com fornecedores Exerccio:

    Considere o recorte do jornal dirio O Pblico de 98/07/01

    A FBRICA de Porcelana da Vista Alegre adquiriu cem por cento do capital da sociedade Porcelana Renner, uma empresa de produo e comercializao de porcelana sediada no Brasil. A Vista Alegre pretende que esta aquisio, concretizada em Junho, sirva de base continuao da expanso do grupo no Brasil, complementando a rede de lojas em criao e as exportaes em curso.

    Diga quais os recursos da fbrica de Porcelanas da Vista Alegre que identifica nesta notcia e a finalidade.

    Resoluo:

    A Fbrica de Porcelana da Vista Alegre para adquirir todo o capital da sociedade Porcelana Renner, tinha que possuir recursos financeiros. Partindo do pressuposto que os capitais prprios da Vista Alegre no eram suficientes, obteve, junto de instituies bancrias, o capital que lhe permitiu a aquisio daquela sociedade.

    Adquiriu, igualmente, os recursos materiais existentes, nomeadamente, instalaes fabris, equipamentos, matrias primas, Etc.

    Porque a notcia no faz aluso aos trabalhadores, supe-se que estes continuem a laborar na empresa.

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    I 20

    Resumo

    1. O Homem lutou desde sempre pela sua sobrevivncia.

    Inicialmente, retirava directamente da natureza tudo o que necessitava para viver. Posteriormente, procurou terras mais frteis e agrupou-se, desenvolvendo a agricultura e a criao de gado com o auxlio de instrumentos que entretanto fabricou.

    Foi nesta fase que surgiram as primeiras unidades econmicas.

    Na moderna sociedade em que vivemos quase todo o processo produtivo realizado dentro das organizaes. Produzem-se bens ou servios atravs da combinao dos factores elementares de produo - terra e recursos naturais, trabalho e capital.

    As empresas funcionam como sistemas abertos, buscando inputs do ambiente externo e convertendo-os em outputs que retornam ao meio ambiente. Por sua vez estes outputs proporcionam a retroalimentao necessria para a aquisio de novos inputs.

    Perseguem uma multiplicidade de objectivos que se dividem em dois grandes grupos - econmicos e sociais.

    Nenhuma empresa auto-suficiente. Existe uma interaco entre ela e os grupos externos. A sua actividade pressupe o relacionamento e interdependncia com diversas empresas, entidades e pessoas.

    Devem analisar e avaliar a forma como as necessidades e interesses dos diferentes grupos esto a ser satisfeitos, sabendo partida que eles so muitas vezes incompatveis e que tero de ser conciliados da melhor forma possvel.

    Para o seu funcionamento, as empresas utilizam recursos materiais, financeiros e humanos que so geridos aos diferentes nveis da empresa.

    Podemos, assim, afirmar que, as pessoas se agrupam para formar organizaes e atravs delas alcanar objectivos comuns que seriam impossveis de alcanar individualmente.

  • I. A EMPRESA IEFP

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    I 21

    Questes e Exerccios

    1. Explique como surgiram as primeiras unidades econmicas.

    2. D exemplos de empresas que se dediquem:

    a. produo de bens;

    b. prestao de servios;

    c. comercializao de bens;

    3. Recorrendo informao at agora recolhida, d o seu conceito de empresa.

    4. Aponte as razes que levam a considerar a empresa um Sistema Aberto?

    5. Comente a seguinte afirmao:

    O sucesso organizacional decorre, somente, da satisfao dos trabalhadores

  • IEFP I. A EMPRESA

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    I 22

    Resolues

    1. O Homem, na fase produtora, dedicou-se criao de gado e produo de bens agrcolas.

    Assim que a obteno desses bens comeou a ultrapassar as necessidades do grupo, decidiu negociar os produtos excedentrios, surgindo, desta forma, as unidades agrcolas.

    2.

    a. Indstria de plsticos

    b. Clnicas mdicas

    c. Hipermercados

    3. um conjunto estruturado de factores de produo (recursos naturais, trabalho, capital), que so utilizados pelo empresrio para produzir bens e servios.

    4. Entende-se que a empresa um sistema aberto na medida em que deve escolher as melhores condies possveis em termos de: matria-prima, mo-de-obra, meios financeiros e outros (inputs), que vai procurar transformar para colocar no mercado produtos ou servios (outputs), para serem consumidos ou utilizados.

    5. No se pode considerar a afirmao correcta na medida em que o sucesso da organizao no passa, exclusivamente pela satisfao dos trabalhadores, mas sim pela satisfao do conjunto dos grupos que com ela se relacionam, designadamente dos clientes, dos scios e accionistas, dos fornecedores e restantes entidades.

  • II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS

    ORGANIZAOE ADMINISTRAO

    DE EMPRESAS

  • II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    II 25

    Objectivos:

    No final desta unidade temtica o formando deve estar apto a:

    Distinguir os vrios critrios de classificao das empresas; Identificar as caractersticas bsicas de cada um deles; Explicar o conceito de PME..

    Temas:

    1. Critrios de Classificao das Empresas;

    2. Pequenas, Mdias e Grandes Empresas;

    Resumo; Questes e exerccios; Resolues.

  • IEFP II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS

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    II 26

    1. CRITRIOS DE CLASSIFICAO DAS EMPRESAS

    Sempre que o Homem tem necessidade de processar um grande volume de informao tende naturalmente a agrupar.

    Exemplo:

    Vejamos o que fazemos com os carros: falamos de utilitrios, de monovolumes, de trs-volumes, de berlinas, etc.

    Que vantagens retiramos desta maneira de funcionar?

    Diminumos a quantidade de informao a tratar. Passamos a considerar grupos homogneos, isto , com caractersticas semelhantes, dependendo dos critrios utilizados.

    O mesmo se passa quando nos referimos s empresas. Falamos das pequenas e das grandes; das que tm um volume de negcios acima deste ou daquele valor; das que pertencem ao sector primrio ou secundrio; das sociedades por quotas ou das sociedades annimas, etc..

    Enfim, no estamos a fazer mais do que, face a critrios pr-definidos e entendidos por todos, agrupar as empresas facilitando o seu estudo e anlise.

    Critrio da dimenso

    Quando classificamos as empresas utilizando o critrio dimenso, usamos adjectivos como: pequenas, mdias e grandes. Mas o que ser que as distingue?

    Curiosamente, nem sempre o critrio uniforme, porm, o mais comum considera o nmero de trabalhadores ao servio.

    Assim, teremos:

    Pequenas empresas Menos de 250 Trabalhadores

    Mdias empresas Entre 250 e 500 Trabalhadores

    Grandes empresas Mais de 500 trabalhadores

  • II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    II 27

    no grupo das pequenas empresas que se insere a maior parte do tecido empresarial portugus.

    Como se pode verificar pela anlise da informao disponibilizada pelos Mapas dos Quadros de Pessoal relativos ao ano de 1996 (quadro seguinte), 81,3% das empresas no empregam mais que 9 pessoas e somente 0,15% se podem considerar grandes empresas.

    Dimenso Nmero de Empresas

    Mdia de Empregados por

    Empresa

    At 9 pessoas 154059 3

    De 10 a 19 pessoas 18734 13

    De 20 a 49 pessoas 10821 30

    De 50 a 99 pessoas 3334 69

    De 100 a 199 pessoas 1479 138

    De 200 a 499 pessoas 722 297

    500 e mais pessoas 292 1424

    TOTAL 189441 11

    Fonte: Quadros de Pessoal - 1996 (Ministrio do Trabalho e da Solidariedade)

    Se construir-mos um grfico de barras, ainda se torna mais evidente o peso e a importncia das pequenas empresas no tecido empresarial portugus.

    Distribuio das empresas por nmero de trabalhadores

    At 910 a 1920 a 4950 a 99100 a 199200 a 499> 500

    Fonte: Mapas de Pessoal 96

    Porm, como facilmente se percebe, este critrio muito geral, surgindo a necessidade de criar sub-grupos. O exemplo mais citado o de micro-empresa, cujo nmero de trabalhadores se situa entre os 0 e os 9.

  • IEFP II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS

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    II 28

    Vamos, agora, observar alguns exemplos de pequenas, mdias e grandes empresas considerando, exclusivamente, o nmero de trabalhadores que tm ao seu servio:

    Pequenas empresas

    Empresa Nm. de Trabalhadores UNIFAC, SA 28

    MERCEDES-BENZ, LD 150 RTC, LD 61

    VICTOR GUEDES, SA 151 INSTITUTO LUSO-FRMACO 105 ALVES BANDEIRA & C., LD 180

    BASF, LD 78 Fonte: Revista Exame - Melhores & Maiores 97

    Mdias empresas

    Empresa Nm. de Trabalhadores MANUEL NABEIRO, LD 454 AUTO-INDUSTRIAL, SA 388

    NOVADELTA,LD 325 SECIL, SA 468

    AUTOMVEIS CITROEN, SA 364 ZARA, LD 487

    CORTICEIRA AMORIM, SA 475 Fonte: Revista Exame - Melhores & Maiores 97

    Grandes empresas

    Empresa Nm. de Trabalhadores OPCA, SA 540

    TXTIL RIOPELE, SA 2435 QUINTAS & QUINTAS, SA 811

    SECURITAS, SA 5187 SOLVAY, SA 519

    EDP, SA 16320 EPAC, SA 520

    Fonte: Revista Exame - Melhores & Maiores 97

  • II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS IEFP

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    II 29

    Exerccio:

    No quadro seguinte encontra um conjunto de empresas e o nmero de trabalhadores que empregavam em Dezembro de 1996. Classifique-as quanto dimenso.

    Empresa Nm. de Trab. Classificao

    LUSOSIDER - AOS PLANOS, SA

    441

    ELOSECULORUM, LD 48 INCM, EP 940

    PROLEITE, CRL 285 FERRO -IND. QUMICAS, SA 288 ICL - COMPUTADORES, LD 105

    Resoluo:

    Empresa Nm. de Trab. Classificao

    LUSOSIDER - AOS PLANOS, SA

    441 Mdia Empresa

    ELOSECULORUM, LD 48 Pequena Empresa INCM, EP 940 Grande Empresa

    PROLEITE, CRL 285 Mdia Empresa FERRO -IND. QUMICAS, SA 288 Mdia Empresa ICL - COMPUTADORES, LD 105 Pequena Empresa

  • IEFP II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS

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    II 30

    Critrio do sector de actividade

    Como, por certo, tem verificado pelas empresas que referimos nos exemplos, elas procuram satisfazer necessidades de pessoas ou de outras empresas, em mltiplas reas. A variedade to grande que, como salientmos no incio desta unidade temtica, resulta a necessidade de as agrupar ou classificar.

    A classificao mais utilizada da autoria de Colin Clark que considera existirem trs sectores de actividade diferenciados. Vejamos quais so:

    Sector primrio - este sector integra as actividades extractivas, isto , aquelas em que se retiram produtos do mar, do solo ou subsolo.

    Sector secundrio - neste sector incluem-se as actividades de transformao, isto , aquelas que utilizando as matrias primas extradas da natureza produzem bens necessrios no nosso dia a dia.

    Sector tercirio - finalmente, este sector engloba todas as restantes actividades, adquirindo maior nfase, os servios.

    Assim:

    Classificam-se no sector primrio as empresas cuja actividade incide na pesca, agricultura, pecuria, minas, etc..

    No sector secundrio agrupam-se as indstrias transformadoras, como por exemplo: metalrgicas, cimento, construo naval, vesturio, calado, etc..

    frequente encontrarmos referncias a dois sub-grupos dentro deste sector: o das indstrias pesadas e o das ligeiras.

    Esta sub-classificao tem em linha de conta o volume de investimento necessrio para o seu funcionamento. Assim, podem considerar-se indstrias pesadas as metalrgicas, cimento, construo naval, etc. e indstrias ligeiras as de vesturio, calado, etc..

    Finalmente, no sector tercirio incluem-se as escolas, os bancos, as empresas de seguros, os hospitais, os estabelecimentos comerciais, os operadores telefnicos, etc..

    Este critrio de classificao das empresas permite fazer anlises muito interessantes, seja ao nvel da evoluo do comportamento de cada sector, do seu peso relativo, da sua contribuio para a economia nacional, ou ainda, permitindo comparaes com outros pases.

    No entanto, se pretendemos fazer anlises mais detalhadas, revela-se bastante insuficiente porque reduzimos todo o tecido empresarial a apenas trs conjuntos.

  • II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    II 31

    Da ser natural, que outras classificaes surjam, aumentando significativamente o grau de detalhe.

    , concretamente, o caso do conceito de ramo de actividade. As empresas so agrupadas em conjuntos muito mais restritos e homogneos facilitando, assim, o seu estudo comparativo.

    Distribuio das empresas por actividade e nmero de trabalhadores ao servio

    ACTIVIDADE (CAE) < 10 10 a 19 20 a 49

    50 a 99

    100 a 199

    200 a 499 > 499

    Agricultura, produo animal, caa e silvicultura 6031 534 235 53 24 2 0

    Pesca 107 47 25 8 2 3 1

    Indstrias extractivas 458 149 101 26 11 1 1

    Indstrias transformadoras 22911 6006 4688 1738 788 423 132

    Produo e distribuio de elect., gs e gua 47 11 5 1 3 0 8

    Construo 16562 2416 1133 297 133 57 28

    Comrcio; reparao de viaturas e bens de consumo 57947 5027 2235 490 190 61 26

    Alojamento e restaurao 20498 1526 516 133 46 32 10

    Transportes, armazenagem e comunicaes 4508 521 342 112 61 24 16

    Actividades financeiras 749 132 134 45 21 12 25

    Activ. Imobilirias, alugueres e serv. Prestados s empresas 11747 956 431 138 89 48 30

    Adm. Pblica, defesa e seg. Social obrigatria 87 49 16 3 1 1 1

    Educao 1180 442 293 76 38 20 1

    Sade e aco social 4562 544 497 155 53 22 6

    Outras activ. de serv. colectivos, sociais e pessoais 6664 373 170 59 19 16 7

    Organ. internacionais e inst. Extra territoriais 1 1

    TOTAL 154059 18734 10821 3334 1479 722 292

    Fonte: Mapas de Pessoal - 96 (MTS)

  • IEFP II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS

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    II 32

    No quadro anterior pode encontrar um exemplo construdo a partir de dados extrados dos Mapas de Pessoal de 1996, onde surgem as vrias actividades (de acordo com o Cdigo das Actividades Econmicas - CAE), bem como o nmero de empresas agrupadas por dimenso (chama-se a ateno para a possibilidade de existirem empresas que no tenham entregue os mapas de pessoal).

    Critrio geogrfico

    Por certo j ouviu na rdio e na televiso referncias do tipo:

    O norte mais industrializado que o sul; A regio de Lisboa sempre privilegiada; O litoral concentra o maior nmero de empresas; etc.. Para permitir que este tipo de afirmaes sejam fundamentadas necessria outra forma de agrupar as empresas diferente das que temos vindo a estudar.

    Este critrio pode aplicar-se visando distinguir:

    O norte do centro e do sul; Os vrios distritos do pas; As diferentes regies; O interior do litoral; etc..

  • II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    II 33

    No quadro que lhe apresentamos, de seguida, encontra o nmero de empresas por distrito, bem como a sua contribuio para o total do emprego (em termos percentuais).

    DISTRITOS NM. DE EMPRESAS PESSOAS AO SERVIO (EM %)

    Aveiro 14202 8.6

    Beja 2999 0.9

    Braga 16027 9.7

    Bragana 1862 0.5

    Castelo Branco 3893 1.7

    Coimbra 7249 3.6

    vora 3353 1.4

    Faro 9591 3.5

    Guarda 2880 1.1

    Leiria 9435 4.5

    Lisboa 49616 28.7

    Portalegre 2421 0.9

    Porto 31593 19.9

    Santarm 8498 3.7

    Setbal 12223 6.1

    Viana do Castelo 4825 1.8

    Vila Real 2906 1.0

    Viseu 5868 2.4

    TOTAL 189441 100

    Fonte: Mapas de Pessoal - 96 (MTS)

  • IEFP II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS

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    II 34

    Exerccio:

    Com base na informao constante no quadro que apresenta o nmero de empresas por distritos que concluses pode tirar no que refere a:

    1. Distritos com maior concentrao de empresas;

    2. Relao interior/litoral;

    3. Consequncias a nvel de emprego.

    4. Discuta as concluses a que chegou com os seus colegas e com o seu formador.

    Resoluo:

    1. De acordo com o quadro apresentado, os distritos com maior nmero de empresas so: Lisboa (26.2%), Porto (16.7%), Braga (8.5%), Aveiro (7.5%) e Setbal (6.5%).

    2. Se considerarmos o nosso pas dividido por uma linha imaginria que o corta de norte a sul, sensivelmente, a meio, teremos na parte mais ocidental os distritos de: Aveiro (14.202), Braga (16.027), Coimbra (7.249), Faro (9.591), Leiria (9.435), Lisboa (49.616), Porto (31.593), Santarm (8.498), Setbal (12.223) e Viana do Castelo (4.825). Verificamos, assim, que nesta parte do territrio nacional se concentram cerca de 86% do total das empresas.

    3. Isto significa que nos mesmos distritos: Aveiro (8.6%), Braga (9.75), Coimbra (3.6%), Faro (3.5%), Leiria (4.5%), Lisboa (28./%), Porto (19.9%), Santarm ( 3.7%), Setbal (6.1%) e Viana do Castelo (1.8%), se concentra cerca de 90% do total do emprego.

    Critrio da propriedade

    Este critrio de classificao das empresas considera a propriedade dos meios de produo.

    As empresas pertencem aos scios, isto , os meios necessrios sua actividade surgem em boa parte pelo investimento que aqueles fazem.

    Quando se fala em sector privado, pblico ou em cooperativas, estamos a dizer que os scios dessas empresas so, respectivamente:

    Comerciantes em nome individual ou sociedades comerciais, cuja actividade se rege pelo Direito Comercial (o Direito Comercial ser objecto de um mdulo especfico ao longo deste curso).

    O Estado ou outras pessoas colectivas de direito pblico, regendo-se a sua actividade por um estatuto especial, aplicando-se o direito comercial apenas de forma supletiva. Podem ser criadas pelo Estado, resultar da transformao de um organismo pblico, aquisio pelo Estado do capital social de uma sociedade comercial privada (expropriao) ou, finalmente, pelo exerccio da autoridade do Estado (nacionalizao).

    De notar que algumas grandes empresas pblicas portuguesas passaram, nos ltimos anos, por alteraes ao seu regime jurdico transformando-se em sociedades annimas.

  • II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS IEFP

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    II 35

    Algumas, j passaram, ou esto a passar por este processo, outras continuam ainda com o Estado como nico accionista. No primeiro caso temos como exemplo a Portugal Telecom, S.A. ou a Rodoviria Nacional, S. A., no segundo caso podemos considerar a TAP Air Portugal, S.A.. Sendo o capital da transportadora area nacional totalmente detido pelo Estado, esta empresa no , no ponto de vista jurdico, uma empresa pblica, isto , aplica-se-lhe integralmente o cdigo das sociedades.

    Associados que contribuem com bens e servios para atravs da cooperao e interajuda assegurarem a satisfao, sem fins lucrativos, das suas necessidades econmicas, sociais ou culturais. Regem-se pelo cdigo cooperativo. Podem, dependendo dos seus objectivos, ser cooperativas de crdito, consumo, etc..

    As multinacionais

    Finalmente, uma breve referncia a uma categoria de empresas que convivem connosco diariamente: as multinacionais.

    O que so multinacionais?

    So empresas cujo capital detido por outras empresas ou grupos que actuam em vrios pases ou em vrios continentes. So, normalmente, detentoras de marcas globais, isto , produtos que so comercializados em todo o mundo com a mesma marca.

    Exemplos:

    Basf, Ld., Carrefour, S.A., Texas Instruments, Ld., Asta Mdica, Ld., Matutano, S.A., etc..

  • IEFP II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS

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    II 36

    2. PEQUENAS, MDIAS E GRANDES EMPRESAS

    Como verificou, logo no primeiro critrio que abordamos, a qualificao de uma empresa como pequena mdia ou grande, no consensual.

    No quadro que se segue, pode encontrar empresas com relativamente poucos trabalhadores ao servio e cujo volume de vendas ou resultados deixam transparecer bons desempenhos, pelo que o adjectivo pequenas no ser o mais adequado para as classificar.

    Empresa Vendas Resultado Lquido Nmero de

    Trabalhadores Mobil Oil Portuguesa, SA 133035 1609 210

    Cimpor, SA 66253 19445 108 Siva, SA 63924 1585 182

    Tejo Energia, SA 40582 947 9 Fonte: Revista Exame - Melhores & Maiores 97

    Hoje, normal que uma empresa, atravs de adequadas opes de gesto, consiga, elevados volumes de vendas com um baixo nmero de empregados.

    Como?

    Recorrendo a contratos de prestao de servios com outras empresas que, a montante ou a juzante do seu processo produtivo, lhe asseguram partes da sua operao.

    Exemplo: A empresa Z produz e comercializa determinado produto. Celebra com vrias empresas contratos atravs dos quais estas se comprometem a fornecer-lhe os vrios componentes para o produto, nas quantidades, qualidade e datas pr-definidas . A empresa Z apenas procede montagem do produto final.

    Seguidamente, a venda e distribuio so asseguradas por uma rede de agentes. Provavelmente, em pocas de mais trabalho recorre a uma empresa de trabalho temporrio para obter a mo de obra de que necessita. Para garantir a segurana das suas instalaes, contrata os servios de uma empresa especializada.

    Empresa Fornecedora

    Componentes 2

    Empresa de Segurana

    Empresa de Distribuio

    AGENTES

    Empresa Fornecedora de

    Mo-de-Obra

    Empresa Fornecedora

    Compenente 1

    Empresa de Publicidade e

    Marketing

    Empresa Z

  • II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS IEFP

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    II 37

    Esta opo de gesto tem, vantagens e desvantagens, como fcil de entender. Nas primeiras podemos encontrar: a reduo dos custos fixos, a diminuio dos custos de produo, etc.. Por outro lado, a empresa est fortemente dependente de terceiros para atingir os seus objectivos, perdendo o contacto directo com o mercado, etc..

    Nas prximas unidades temticas aprofundar os conhecimentos necessrios para uma melhor compreenso destas vantagens e desvantagens.

    Com este exemplo, percebe-se que os conceitos de pequenas, mdias e grandes empresas transcendem, em muito, o nmero de trabalhadores que tm ao seu servio.

    Surgem, outros conceitos, nomeadamente, o de PME (pequena e mdia empresa), introduzida pelo IAPMEI (Instituto de Apoio s Pequenas e Mdias Empresas Industriais) e pela legislao que regulamenta a concesso de apoios a este tipo de empresas.

    Neste contexto, so consideradas PMEs as empresas que simultaneamente cumpram os seguintes requisitos:

    Tenha at 500 empregados. Poder ter at 600 empregados no caso de trabalhar por turnos, Tenha um volume de vendas anuais no superior a 2.400.000 contos, No possua nem seja possuda em mais de 50% por outra empresa.

    Como se verifica, de acordo com este critrio, so j vrios os aspectos a considerar, para classificar uma empresa como pequena, mdia ou grande: o nmero de trabalhadores ao servio, o volume de vendas e a propriedade do seu capital.

    A no verificao de qualquer uma destas trs condies, situa de imediato a empresa em questo, no lote das grandes empresas.

  • IEFP II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    II 38

    Resumo

    1. O tecido empresarial portugus constitudo por um grande conjunto de empresas que se dedicam a diferentes actividades, enquadradas em diferentes sectores da vida econmica e dispersas de forma desigual pelo territrio nacional. Para facilitar a anlise do seu desempenho e permitir o seu estudo comparativo, foram surgindo vrios critrios de classificao, dos quais destacmos: a dimenso, o sector de actividade, a localizao e o tipo de propriedade.

    2. Quanto dimenso, as empresas so consideradas pequenas, mdias ou grandes, conforme tm ao seu servio at 250, entre 250 e 500, ou mais de 500 trabalhadores.

    3. No entanto, este critrio de classificao das empresas no , por vezes, suficientemente claro e especfico. Da que tivesse surgido o conceito de PME, onde se incluem as empresas com menos de 500 empregados (600 se laborarem no regime de turnos) e que, simultaneamente, tenham um volume de vendas anuais inferior a 2.400.000 contos e no possuam, ou sejam possudas, em mais de 50% por outras empresas.

    4. Relativamente ao sector de actividade, as empresas consideram-se no primrio, secundrio ou tercirio, respectivamente, quando: retiram produtos do mar, do solo ou do subsolo; os transformam, produzindo bens necessrios ao nosso dia a dia ou, finalmente, oferecem servios.

    5. Tambm comum, segmentar o nosso tecido empresarial com base em critrios de localizao das empresas, permitindo, assim, anlises comparativas entre o norte e o sul, o interior e o litoral, por distrito, etc..

    6. Finalmente, classificmos as empresas quanto propriedade, isto , utilizmos como critrio a posse dos meios de produo. As empresas podem, nesta perspectiva, ser privadas, pblicas ou cooperativas, conforme os scios sejam: comerciantes individuais ou sociedades comerciais; o Estado ou outras pessoas colectivas de direito pblico; associados que contribuem com bens e servios para, sem fins lucrativos, satisfazerem necessidades comuns.

    7. Referimos, ainda, as multinacionais como um exemplo de organizaes cujo capital detido por empresas ou grupos econmicos de dimenso mundial e que comercializam marcas globais, isto , bens e servios que so vendidos em todo o mundo com a mesma marca.

    8. Comprovamos que no existem critrios de classificao das empresas, que s por si, nos permitam caracterizar o tecido empresarial portugus. Da que conceitos como o de PME, ao combinarem vrios indicadores, nos do uma viso mais prxima da realidade

  • II. CLASSIFICAO DAS EMPRESAS IEFP

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    II 39

    Questes e Exerccios

    Recorrendo aos conhecimentos que adquiriu ao longo desta unidade temtica, procure responder s seguintes questes:

    1. Qual a utilidade de tipificar as empresas recorrendo a diferentes critrios?

    2. Escolha um dos critrios de classificao de empresas que estudou e diga, sumariamente, em que consiste?

    3. Explique o conceito de PME.

    4. Analise o quadro seguinte ou outros que encontrou ao longo desta unidade temtica e comente a frase: Portugal um pas de micro-empresas. Justifique a sua resposta com dados concretos.

    Nmero de pessoas ao servio nas empresas, por actividade e segundo a dimenso

    ACTIVIDADE < 10 10 a 19 20 a 49

    50 a 99

    100 a 199

    200 a 499

    > 499

    Agricultura, produo animal, caa e silvicultura 18060 6966 7052 3492 3339 676 0

    Pesca 404 652 693 594 368 747 1046

    Indstrias extractivas 1911 1982 2966 1707 1555 209 1037

    Indstrias transformadoras 92738 81336 143872 120271 108724 125117 129983

    Produo e distribuio de elect., gs e gua 217 147 149 66 369 0 16417

    Construo 60140 31997 33757 20420 18547 17470 29246

    Comrcio; reparao de viaturas e bens de consumo 188508 66040 65981 33162 25860 17275 38660

    Alojamento e restaurao 66424 19935 15023 9130 6409 9713 9933

    Transportes, armazenagem e comunicaes 14100 6970 10149 7826 8392 7717 75216

    Actividades financeiras 2444 1786 3993 3184 3187 3962 65856

    Activ. Imobilirias, alugueres e serv. prestados s empresas 36164 12485 12801 9338 12367 14635 34643

    Adm. pblica, defesa e seg. social obrigatria 370 660 467 189 131 208 527

    Educao 5461 6095 8602 5177 5131 5662 604

    Sade e aco social 14551 7432 14863 10587 7113 5742 4657

    Outras activ. de serv. Colectivos, sociais e pessoais 18860 4830 4993 4176 2826 4973 8092

    Organ. Internacionais e inst. extra territoriais 1 19

    TOTAL 520353 249332 325361 229319 204318 214106 415917

    Fonte: Mapas de pessoal - 96 (MTS)

    5. O que entende por empresa multinacional?

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    II 40

    Resolues

    1. Quando somos obrigados a estudar ou a analisar um grande volume de informao sentimos algumas dificuldades porque apesar das nossas, imensas, capacidades somos seres humanos. Assim, a tendncia natural agrupar os objectos do nosso estudo em grupos com caractersticas semelhantes. natural que assim seja com os automveis, com a msica ou com as empresas. Para facilitar o estudo das empresas surgiram alguns critrios, isto , consideraram-se aqueles aspectos que as marcam definitivamente, como a dimenso, o sector de actividade, a localizao geogrfica ou a propriedade.

    2. Se escolhermos o critrio da dimenso, classificamos as empresas de acordo com o nmero de trabalhadores que mantm ao servio. Assim, as empresas com menos de 250 trabalhadores so consideradas pequenas, aquelas que empregam entre 250 e 500 pessoas classificam-se como mdias e, finalmente, sero grandes empresas se ocupam um nmero superior a 500 indivduos. ainda frequente utilizar-se o conceito de micro-empresa para aquelas que no ultrapassam os 9 trabalhadores.

    3. O conceito de PME (pequenas e mdias empresas) aplica-se s que tenham at 500 empregados, tenham um volume de vendas que no ultrapasse 2.400.000 contos e no possuam ou sejam possudas em mais de 50% por outra empresa.

    4. Como se pode verificar pelo quadro, mais de metade das pessoas empregadas (61.3%) trabalham em empresas com menos de 100 trabalhadores. Apenas 19.26% trabalham em empresas com 500 ou mais trabalhadores.

    5. O conceito de multinacional aplica-se s empresas que actuam em vrios pases, comercializando marcas globais, isto , produtos ou servios que obedecem a especificaes nicas, independentemente do mercado onde so colocados. O seu capital , normalmente, detido por grandes grupos econmicos com dimenso mundial.

  • III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA DA EMPRESA

    ORGANIZAOE ADMINISTRAO

    DE EMPRESAS

  • III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    III 43

    Objectivos:

    No final desta unidade temtica o formando deve estar apto a:

    Explicar o que um organigrama; Listar os elementos que compem um organigrama; Explicar o que um rgo e as ligaes que se estabelecem entre eles; Distinguir uma organizao formal de informal; Explicar o que uma estrutura; Diferenciar os diversos tipos de estrutura; Analisar organigramas.

    Temas:

    1. Organigramas

    2. Organizao Formal e Informal

    3. Estrutura

    Resumo; Questes e Exerccios; Resolues.

  • IEFP III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    III 44

    A forma como as empresas se organizam pode ser exemplificada por uma realidade que todos conhecemos muito bem: a Escola.

    A matria escolar a ministrar, independentemente do grau de ensino (5, 6, 7, 8 ou outros anos), tem que ser agrupada por matrias: portugus, ingls, matemtica, etc.

    Seguidamente, para a Escola funcionar precisa distribuir os alunos consoante o ano que vo frequentar e agrup-los por turmas.

    Segue-se a colocao dos professores das diferentes disciplinas: portugus, ingls, matemtica e outras.

    Entre professores e alunos vo estabelecer-se relaes saudveis por forma a que os primeiros tenham condies de ensinar e proporcionem aos segundos a aprendizagem necessria para a obteno do sucesso escolar, que o objectivo de ambas as partes.

    Da mesma forma que as escolas, tambm as empresas, quer produzam bens ou prestem servios, tm necessariamente que se organizar.

    Em funo da sua finalidade e objectivos, importante que definam reas de responsabilidade s quais afectam os recursos necessrios e suficientes para os atingir.

    A organizao resultante articula-se atravs de: relaes de autoridade, isto , regras que estabelecem interdependncias e permitem saber quem decide o qu; canais de comunicao por onde circula a informao e as instrues.

    A este conjunto de relaes de autoridade e canais de comunicao existentes em todas as entidades organizadas, d-se o nome de estrutura.

  • III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP

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    III 45

    1. ORGANIGRAMAS

    Organigrama

    Definio:

    a representao grfica da estrutura de uma empresa identificando os diversos rgos e as diferentes ligaes que possam existir entre eles num dado momento

    Exemplo:

    Organigrama A

    Qual a sua finalidade?

    Proporciona a visualizao da estrutura de uma empresa, possibilitando apreender, numa nica e rpida anlise, os elementos que a constituem e as relaes formais que entre eles possam existir.

    Requisitos que um organigrama deve respeitar:

    Clareza; Actualidade; Uniformidade; Dimenso adequada;

    Direco Geral

    Dir. Financeira Dir. Comercial Dir. Produo

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    III 46

    Por clareza entende-se a simplicidade na sua apresentao. A grande densidade de dados torna o organigrama complexo e, portanto, de difcil compreenso.

    Um organigrama reflecte a estrutura num certo momento. Assim, deve inscrever-se sempre a data da sua elaborao. Este requisito facilita eventuais actualizaes.

    Em Portugal no existem normas que definam a construo dos organigramas, porm, h um conjunto de regras que procuram uniformizar a sua elaborao a fim de se obter uma informao que possa ser interpretada da mesma maneira por vrias pessoas.

    O grau de detalhe do organigrama deve ser estabelecido de acordo com as finalidades. Por exemplo, se for para colocar no local de atendimento deve ter um tamanho diferente, do que o do manual de procedimentos que se destina ao uso interno.

    Vantagens na utilizao de organigramas:

    Facilita a informao interna e externa; Permite a visualizao dos elementos que o compem e das suas interdependncias; Permite a localizao rpida das diferentes funes e a identificao dos responsveis da

    empresa;

    Clarifica as relaes hierrquicas; Facilita o estudo da organizao.

    Representao Grfica (retrato) da estrutura de uma organizao

    Organigrama

    Que deve ser

    Clara Actual Uniforme Dimenso Adequada

  • III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP

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    III 47

    Orgos

    Os rgos so, normalmente, representados por rectngulos de tamanho igual. Tambm se podem representar por barras ou crculos, contudo, estas duas ltimas formas no so to habituais.

    Exemplos:

    A categoria hierrquica dos rgos dada pela posio que os rectngulos ocupam no organograma.

    Para o rgo do topo da hierarquia usa-se, por vezes, um rectngulo de maiores dimenses.

    Elementos de um organigrama rgos

    Ligaes (Relaes)

    rgo

    Ligaes

    Diviso

    Direco

    Direco- Geral

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    III 48

    Cada crculo concntrico representa um nvel hierrquico.

    No centro fica o rgo de nvel hierrquico mais elevado, e medida que o dimetro dos crculos aumenta diminui o nvel hierrquico.

    As barras representam os nveis hierrquicos.

    Quanto mais esquerda estiver a barra mais elevada a posio hierrquica.

    Orgo Nvel hierrquico

    Direco-Geral Nvel 1 ou Topo

    Direco Nvel 2 ou Nvel Mdio

    Diviso Nvel 3 ou Nvel Inferior

    Direco-Geral Direco

    Diviso

    Direco-Geral

    Direco

    Diviso

    Direco

    Diviso

    Direco

    Diviso

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    III 49

    Para facilitar a representao (ex: falta de espao) pode-se optar por diferentes disposies:

    Exemplo:

    indiferente, em cada nvel, a ordem pela qual se colocam os rectngulos que representam os rgos.

    Vejamos o seguinte exemplo:

    Direco Geral

    Dir. Comercial Dir. Financeira Dir. Produo

    Organigrama B

    Dir. Produo Dir. Financeira Dir. Comercial

    Direco Geral

    Organigrama A

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    III 50

    A sequncia da apresentao das Direces no significa a sua subalternizao como referimos anteriormente. A ordem de colocao dos rgos na estrutura indiferente.

    Ligaes

    As ligaes entre os diferentes rgos so representadas por linhas:

    Contnuas para as relaes hierrquicas

    Tracejadas para as relaes funcionais ou de rgos de apoio (staff)

    A entrada e sada das linhas dos rectngulos faz-se no meio dos lados, inferior e superior

    Exemplo:

    A representao dos rgos de staff e das respectivas ligaes aos rgos assessorados faz-se atravs dos lados direito ou esquerdo como se pode verificar no exemplo seguinte:

    1 Direco Comercial

    2 Direco Comercial

    3 Direco Produo 3 Direco Financeira

    1 Direco Financeira

    2 Direco Produo

    Organigrama A Organigrama B

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    III 51

    Exemplo:

    Esquema dos elementos de um organograma

    rgos/Servios

    Representados por

    rectngulos

    Relaes / ligaes

    Representadas por linhas

    Contnuas Tracejadas

    Relaes hierrquicas

    Relaes funcionais ou

    de staff

    rgo assessorado

    rgo Staff

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    III 52

    Exerccio:

    Responda s seguintes questes:

    1. O que entende por organigrama?

    2. Como se representam, habitualmente, no organigrama os rgos?

    3. Como se representam as ligaes que se criam entre eles?

    Resoluo:

    1. a representao grfica da estrutura de uma empresa, identificando os diversos rgos e as diferentes ligaes que possam existir entre eles, num dado momento

    2. So representados atravs de rectngulos.

    3. As ligaes representam-se por linhas: contnuas para as relaes hierrquicas; tracejadas para as relaes funcionais ou de rgos de apoio.

    Exerccio:

    O Sr. Abel, Director-Geral da Automveis, S. A. solicitou a um colaborador da fbrica que elaborasse o organigrama da empresa, transmitindo-lhe, apenas, as seguintes indicaes:

    Dependendo da Direco Geral existem as seguintes direces - Financeira, Administrativa, Marketing, Produo e Vendas

    Com a informao que o Sr. Abel lhe disponibilizou o colaborador, no dia seguinte apresentou-lhe o organigrama a seguir indicado:

    O Director-Geral mandou rectificar a ordem de colocao das Direces por no ser coincidente com a que ele lhe tinha transmitido, justificando que estava a ser retirada importncia Diviso Financeira.

    Em sua opinio, e aps os conhecimentos que j adquiriu, diga se a interpretao dada pelo Sr. Abel est ou no correcta e justifique.

    Director-Geral

    ADM FIN MARK VEND PROD

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    III 53

    Resoluo:

    No se pode considerar a interpretao dada pelo Sr. Abel como correcta porque, a sequncia de apresentao dos rgos no expressa o seu grau de importncia dentro da empresa.

    Classificao dos Organigramas

    Para facilitar o estudo dos organogramas vamos enunciar os critrios de classificao mais utilizados:

    Quanto extenso:

    Gerais - se representam a totalidade da organizao De detalhe ou parcelares - se reflectem apenas um sector da empresa Quanto disposio grfica:

    Ramificao vertical

    Este o tipo mais utilizado na representao de estruturas. Os nveis hierrquicos so estabelecidos na horizontal.

    A

    b1 b2 b3

    C

    c1 c2

    B

  • IEFP III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA

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    III 54

    Ramificao horizontal

    Esta representao orienta-se da esquerda para a direita. Os nveis hierrquicos so estabelecidos na vertical e na horizontal, as linhas representativas das ligaes.

    A

    c1

    b2

    b1

    B

    C

    c2

    c3

  • III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP

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    III 55

    Ramificao mista

    uma combinao dos dois tipos de estrutura anteriormente enunciados. usado normalmente para solucionar problemas de espao. A sua interpretao pode ser mais confusa.

    OU

    A

    B

    b1

    DC

    b2

    c1

    d2

    d1

    c3

    c2

    B C

    c1

    c2

    D E e2

    e1

    e3

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    III 56

    Quanto informao que proporcionam:

    Estruturais - referem a estrutura orgnica do servio.

    Descrio de responsabilidades - indicam o conjunto das atribuies dos respectivos departamentos.

    Nominativa - indicam o nome, categoria e as principais tarefas dos empregados.

    Exerccio:

    3. Assinale com um X as afirmaes verdadeiras e as falsas do quadro a seguir indicado:

    CLASSIFICAO DOS ORGANIGRAMAS v F

    Gerais se representam apenas um sector da empresa

    Na ramificao vertical os nveis hierrquicos so estabelecidos na vertical

    Na ramificao horizontal as linhas de relao so estabelecidas na horizontal

    As estruturas so normalmente representadas por ramificaes verticais

    O organigrama nominativo indica, apenas, o nome e a categoria dos empregados

    Resoluo:

    CLASSIFICAO DOS ORGANIGRAMAS V F

    Gerais se representam apenas um sector da empresa F

    Na ramificao vertical os nveis hierrquicos so estabelecidos na vertical F

    Na ramificao horizontal as linhas de relao so estabelecidas na horizontal

    V

    As estruturas so normalmente representadas por ramificaes verticais V

    O organigrama nominativo indica, apenas, o nome e a categoria dos empregados

    F

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    III 57

    2. ORGANIZAO FORMAL E INFORMAL

    Organizao formal

    Organizao formal aquela que est planeada e aparece expressa no organigrama, por outras palavras, a organizao estabelecida oficialmente.

    A organizao formal bem definida, os cargos so claramente especificados para cada elemento e estabelecem-se canais de comunicao atravs dos quais a informao flui de forma pr-definida.

    este tipo de organizao que vamos estudar.

    Organizao informal

    Paralelamente organizao formal surge a informal. Esta, emerge espontneamente e naturalmente entre as pessoas e grupos. Criam-se relaes de amizade ou adversidade que no esto representados no organigrama. Normalmente, desenvolve-se atravs dos contactos que as pessoas estabelecem reciprocamente e favorecida pela proximidade ou tempo de trabalho em conjunto.

    Alguns aspectos que marcam a diferena entre a organizao formal e a informal:

    Formal Informal

    Permanece durante o perodo normal de trabalho

    Pode prolongar-se para alm do perodo normal de trabalho

    Circunscreve-se ao local onde se encontram as instalaes da

    organizao

    Pode acontecer em qualquer local

    Limita-se, unicamente, aos assuntos da empresa

    Ultrapassa os assuntos da empresa e debrua-se sobre assuntos pessoais dos elementos envolvidos

    deste convvio que resultam: a circulao de informao por circuitos no definidos; a troca de pontos de vista entre pessoas de diferentes departamentos; o aparecimento de opinies e sentimentos colectivos; uma certa forma de fazer as coisas, etc..

    Esta realidade designa-se por cultura da empresa e nica, isto , no h duas iguais. A cultura de uma empresa a sua impresso digital.

  • IEFP III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA

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    III 58

    Exerccio:

    Em cada um dos quadros a seguir indicados existe uma afirmao correcta. Assinale-a com um X.

    A organizao formal no se limita aos assuntos da empresa

    A organizao formal limita-se aos assuntos da empresa

    A organizao formal trata de assuntos que saiem fora do mbito da empresa

    A organizao informal permanece, somente, durante o perodo normal de trabalho

    A organizao informal pode prolongar-se para alm do perodo normal de trabalho

    A organizao informal acontece, apenas, para alm do perodo normal de trabalho

    A organizao informal circunscreve-se ao local onde se encontram as instalaes da empresa

    A organizao informal pode acontecer em qualquer lugar

    A organizao informal acontece apenas no local de trabalho

    Resoluo:

    A organizao formal no se limita aos assuntos da empresa

    A organizao formal limita-se aos assuntos da empresa X

    A organizao formal trata de assuntos que saiem fora do mbito da empresa

    A organizao informal permanece, somente, durante o perodo normal de trabalho

    A organizao informal pode prolongar-se para alm do perodo normal de trabalho X

    A organizao informal acontece, apenas, para alm do perodo normal de trabalho

    A organizao informal circunscreve-se ao local onde se encontram as instalaes da empresa

    A organizao informal acontece apenas no local de trabalho

    A organizao informal pode acontecer em qualquer lugar X

  • III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP

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    III 59

    3. ESTRUTURA

    A estrutura (habitualmente representada no organigrama) reflecte a organizao formal, fundamentalmente a forma como se divide o trabalho entre os diversos rgos da empresa, se atribui responsabilidade sobre os recursos envolvidos e se confere autoridade para poder tomar decises.

    Assenta no estabelecimento de nveis hierrquicos ou funcionais, que so pr-definidos, reflectem o grau de autoridade delegada e estabelecem os canais por onde fluem as ordens e instrues.

    As relaes entre os rgos so determinadas por meio de normas, directrizes e regulamentos da empresa.

    Cada empresa estrutura-se em funo da sua misso, da sua dimenso e da natureza dos servios que presta.

    No existem duas empresas idnticas, embora existam certos princpios bsicos de orientao no estudo e aplicao da estrutura organizacional.

    Definio de Estrutura:

    a forma como os diferentes rgos ou funes da empresa interdependem e se articulam.

    A estrutura estabelece, assim, a dependncia entre departamentos bem como a forma como eles interagem (fluxos de comunicao, relaes hierrquicas, poder para decidir, etc.)

    Passamos a explicar o que significam os elementos que a constituem:

    Funo conjunto de tarefas a levar a cabo numa determinada rea da empresa; rgo um centro de responsabilidade com a finalidade de realizar parte dos objectivos

    globais da empresa;

    Relaes hierrquicas relaes que se estabelecem entre e dentro dos rgos e que determinam o respectivo grau de subordinao.

  • IEFP III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA

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    III 60

    Tipos de rgos:

    Bsico O que integra com carcter efectivo e permanente a estrutura.

    Conselho O que embora pertencendo empresa possue atribuies especficas, de tipo consultivo, coordenador ou fiscalizador.

    Comisso O grupo que, sendo parte da estrutura formal, integrado por elementos da empresa, constituindo-se com carcter eventual ou peridico.

    Central Departamento que integra a estrutura me de uma empresa divisionada.

    Externo Departamento que faz parte de uma estrutura divisionada. Normalmente duplicada.

    Autnomo Dotado de autonomia e, por isso, independente.

    Exemplos:

    1. Bsicos

    Direco Geral

  • III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    III 61

    2. Conselho

    3. Comisso

    4. Centrais

    Direco Geral

    Conselho

    Direco Geral

    Comisso

    A

    B C

  • IEFP III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    III 62

    5. Externos

    6. Autnomos

    Exerccios:

    Responda s seguintes questes:

    1. O que uma estrutura?

    2. Indique os tipos de rgos que conhece?

    Soluo:

    1. a forma como os diferentes rgos ou funes da empresa interdependem e se articulam.

    2. A estrutura estabelece, assim, a dependncia entre departamentos bem como a forma como eles interagem (fluxos de comunicao, relaes hierrquicas, poder para decidir, etc.).

    Bsico, conselho, comisso, central, externo e autnomo.

    D

    E F

    Departamento autnomo

    G H

  • III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA IEFP

    Organizao e Administrao de Empresas Guia do Formando

    III 63

    Relaes entre rgos

    As relaes formais entre os rgos de uma empresa, podem privilegiar a dependncia hierrquica ou dar maior relevo dependncia funcional.

    Estes 2 tipos de relaes podem existir em simultneo, porm necessria uma definio muito clara para no dar origem a conflitos.

    Funcionais

    So as relaes que se estabelecem entre dois rgos ou empregados que tm tarefas ou objectivos comuns mas sem que exista uma relao de subordinao. Podem pertencer, ou no, ao mesmo sector pelo que apenas se relacionam em termos de funcionamento.

    Hierrquicas

    So relaes de obedincia e dependncia e que obrigam um rgo ou um empregado a desenvolver a sua actividade sob a orientao e direco de outro rgo ou pessoa.

    Podemos considerar mais 2 tipos de relaes entre os rgos:

    Assessoria

    uma relao de apoio tcnico que se traduz na formulao de pareceres.

    Fiscalizao

    So determinadas pela necessidade de zelar pelo cumprimento de um conjunto de regras. Por exemplo, na realizao de auditorias.

    Elaborao de Estruturas

    Uma estrutura surge para coordenar os esforos necessrios resoluo dos problemas que se pem empresa.

    A necessidade de conceber uma estrutura pode surgir porque: a empresa totalmente nova; se constitui uma nova sociedade que resulte da fuso de duas ou mais empresas j existentes; ou, para alterar uma estrutura j existente e que se revela ineficaz ou ineficiente.

    Na sua concepo devem considerar-se: a misso e objectivos da empresa; os bens ou servios produzidos; as disfuncionalidades identificadas no seu funcionamento como problemas tcnicos ou financeiros; factores externos como a concorrncia, etc.

  • IEFP III. A ORGANIZAO E A ESTRUTURA AD EMPRESA

    Guia do Formando Organizao e Administrao de Empresas

    III 64

    Em seguida, temos que nos concentrar em aspectos fundamentais, para qualquer um dos casos anteriormente enunciados:

    A definio das vrias tarefas, responsabilidades e objectivos, bem como o seu agrupamento em direces, departamentos, seces, etc.

    A distribuio da autoridade, ou seja, do nmero de nveis hierrquicos. Os circuitos de comunicao. No se podem definir estruturas ideais porque cada empresa uma realidade distinta. A estrutura ptima aquela que num dado momento e considerando as imensas variveis presentes, contribui para a eficcia e eficincia da empresa.

    Evoluo das estruturas

    Como temos vindo a referir, a estrutura representa a arrumao da empresa num dado momento.

    Apenas, pontualmente, esttica, devendo adaptar-se ao longo do tempo aos objectivos da empresa porque o ambiente e as necessidades modificam-se.

    Mas existem empresas que mantm as suas estruturas sem se adaptarem s novas circunstncias e realidades, o que compromete, muitas vezes, a sua sobrevivncia.

    medida que uma organizao se desenvolve, h uma tendncia crescente para a especializao dos rgos que constituem a sua estrutura.

    Essa especializao pode ocorrer no sentido vertical ou no sentido horizontal.

    A especializao vertical faz-se custa de um aumento do nmero dos nveis hierrquicos, isto , por um desdobramento da autoridade (hierarquizao). Esta situao justifica-se quando o nmero de departamentos dependentes de um chefe demasiado elevado, em quantidade ou variedade de funes, dificultando a coordenao das actividades.

    A especializao horizontal assenta num aumento do nmero de rgos situados ao mesm