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Gerenciamento
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GERENCIAMENTO DORELACIONAMENTO
COM CLIENTESProfessor Me. Fábio Oliveira Vaz
Professor Me. Osnei Francisco Alves
CRMCUSTOMER
RELATIONSHIPMANAGEMENT
unidade I
MARKETING DERELACIONAMENTO
unidade II
unidade IIICONCEITOSFUNDAMENTAISEM PRODUTOS
importânciado CRM
marketing derelacionamento
diferenciaçãode produto
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualida-de, novas habilidades para liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsa-bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – assume o compromisso de democra-tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promo-ver a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cida-dãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com as demandas
Reitor Wilson de Matos Silva
palavra do reitor
Direção UniceSUMar
reitor Wilson de Matos Silva, Vice-reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-reitor de administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-reitor de eaD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
neaD - núcleo De eDUcação a DiStância
Direção de operações Chrystiano Mincoff, coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, coordenação de Polos Reginaldo Carneiro, coordenação de Pós-Graduação, extensão e Produção de Materiais Renato Dutra, coordenação de Graduação Kátia Coelho, coordenação administrativa/Serviços compartilhados Evandro Bolsoni, Gerência de inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson Brait, Supervisão do núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Design educacional Nalva Moura, Diagramação Humberto Garcia da Silva, revisão textual Hellyery Agda Gonçalves da Silva, , Fotos Shutterstock.
neaD - núcleo de educação a DistânciaAv. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desen-volvimento da consciência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento aca-dêmico com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição univer-sitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de com-petências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-trativa; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a edu-cação continuada.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância:
C397
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes / Fábio Oliveira Vaz / Osnei Francisco Alves.
Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014. 105 p.
“Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”.
1. Clientes. 2. Relacionamento. 3. Gerenciamento. 4. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 658CIP - NBR 12899 - AACR/2
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento.
Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares.
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar.
Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível.
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer.
Pró-Reitor de EaDWillian Victor Kendrick de Matos Silva
boas-vindas
sobre pós-graduação
a importância da pós-graduação
O Brasil está passando por grandes transformações, em especial nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior devido a uma grande carência de mão de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega-bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade dos estudos para quem quer crescer profissionalmente.
A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR conta hoje com 21 cursos de especialização e MBA nas áreas de Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-des deste novo Brasil.
Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida, fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal e profissional.
Professor Dr. Renato DutraCoordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais NEAD - UNICESUMAR
apresentação do material
Olá caro(a) aluno(a), é com muito prazer que estamos iniciando nossos estudos sobre a Gestão do Relacionamento com Clientes, que nos levará a uma reflexão mais aprofundada sobre o tema.
Sou o Professor Fábio Vaz, Bacharel em Administração de Empresas, pós-graduado em MBA em Marketing e Mestre em Administração, com foco em Gestão de Pessoas e Organizações. Como consultor empresarial tenho estudado e buscado constantemente entender o cliente e como manter uma relação mais longa com esse consumidor, cada vez mais exigente.
Neste livro veremos que a gestão do relacio-namento com clientes (CRM), do inglês (Customer Relationship Management) propõe-se a organizar os recursos de atendimento aos clientes de maneira eficiente e eficaz. Os clientes possuem necessida-des distintas de relacionamento com a organização, assim como potenciais distintos de geração de receita ou de influência de outros clientes.
A gestão do relacionamento com os clientes
Professor Mestre Fábio oliveira Vaz
Professor Mestre osnei Francisco alves
tornou-se o centro das atenções das empresas. Criada nos anos de 1990 pela indústria de software, o CRM foi logo adotado pelos executivos de marke-ting como uma solução de negócios: deixou de ser apenas uma tecnologia para tornar-se uma forma de orientação empresarial baseada no cliente.
Milhares de empresas em várias partes do mundo vêm-se utilizando de CRM para concen-trar o foco em estratégia visando estabelecer relacionamento duradouro com os clientes, co-municação personalizada, novas formas de contato e de segmentação de mercado. Mesmo quando há diversos pontos de contato com os clientes, rara-mente as informações aí obtidas se incorporam a um sistema que reúna dados históricos e modelos analíticos inteligentes. Consequentemente, as em-presas não conseguem apontar com exatidão quais são os clientes lucrativos, os prováveis devedores de um empréstimo ou os que se identificam com determinados produtos, ofertas promocionais ou campanhas de marketing. Para elas é fundamental
conseguir identificar, entre os seus clientes atuais ou futuros, aqueles que podem vir a ser lucrativos.
Na nova economia baseada na internet, as empresas bem-sucedidas sabem como valer-se de avançados e meios tecnológicos para perso-nalizar cada interação eletrônica com o cliente. As soluções de CRM, integradas à essência dos sistemas de informação das empresas, podem aumentar a retenção do cliente, dando ênfase ao atendimento antes, durante e depois da venda inicial. Além disso, as empresas que utilizam es-tratégias efetivas de CRM estão mais preparadas para responder a questões vitais dos negócios: clientes e produtos lucrativos, valor vitalício, efi-ciência dos programas de marketing e rapidez de respostas aos clientes.
Aproveite a leitura e analise cada dado aqui apresentado, porém não deixe de buscar mais informações sobre o assunto, pois o mercado é competitivo e muda constantemente, por isso pre-cisamos estar sempre preparados.
sum
ário 01
12 CRM – customer relationship management
21 relacionamento com clientes
24 conquista e recuperação de clientes
31 aprendendo a lidar com as reclamações
CRM - CUSTOMER RELA-TIONSHIP MANAGEMENT
02 03
42 monitoração e satisfação do cliente
45 marketing de relacionamento
48 benefícios do marketing de relacionamento
51 aplicações e planejamento da pesquisa de marketing
72 conceitos fundamentais em produtos
76 produto: bem ou serviço?
89 marketing de serviços
91 pós-venda e assistência técnica
MARKETING DE RELACIONAMENTO CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM PRODUTOS
1 CRM - CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT
Professor Me. Fábio Oliveira Vaz / Professor Me. Osnei Francisco Alves
Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-dará nesta unidade:• CRM – Customer Relationship • Importância do CRM• Planejamento do CRM• O conhecimento da organização• Relacionamento com clientes• Conquista e recuperação de clientes• Aprendendo a lidar com as reclamações • Monitoração e satisfação do cliente
objetivos de aprendizagem• Analisar a pertinência do CRM na atualidade, e
as formas de planejamento implantação, execu-ção e controle.
• Compreender os desejos anseios e formas de conquistas e recuperação de clientes.
Quanto maior for uma empresa, mais difícil será para a gerência conhecer
todas as necessidades e percepções dos clientes e, provavelmente, mais
distantes dos gerentes estarão os funcionários que mantêm contato com os
clientes (embora isso dependa do tipo de negócio praticado pela organiza-
ção em questão, sobretudo se o relacionamento cliente – empresa envolve
pessoas ou equipamentos, tais como autoatendimento e computadores).
Muitas organizações perceberam que a melhoria no relacionamento
cliente-empresa proporciona ótimos benefícios a longo prazo. Por isso,
passaram a oferecer diversas técnicas de direcionamento do feedback
para vários pontos, nos quais os clientes poderão ser tratados com
rapidez e eficiência, além de serem utilizados para gerar informações
que orientem as políticas da empresa.
No entanto, qualquer que seja a situação, uma empresa precisa
ter conhecimentos quantitativos e qualitativos das percepções e das
preferências dos clientes sobre o relacionamento que mantêm com a or-
ganização – do ponto de vista da empresa, como um todo e da equipe
da linha de frente, que está em contato direto com a clientela. Tal conhe-
cimento fornecerá à empresa as bases para que ela possa compreender
e gerenciar completamente os clientes. Além disso, uma iniciativa con-
sistente em relação a pesquisas e medições demonstra que a gerência
não está interessada apenas em pregar ideias.
Se estiver planejado fundamentar suas decisões sobre gestão de rela-
cionamento em todo e qualquer tipo de medições, saiba que interagir com
os clientes não é exercício fácil. Muitas vezes, surgem situações de confli-
to entre a empresa e os clientes, sobretudo se esses dois polos estiverem
intimamente envolvidos e se os clientes fizerem a parte deles na relação,
ou seja, se iniciarem ou terminarem o relacionamento por conta própria.
Portanto, é preciso atentar para vários fatores, tais como: as transações
em si; os clientes que possui; o relacionamento que os clientes mantêm
com a organização; há quanto tempo esse relacionamento existe; como
eles se desenvolveram; e como os clientes se sentem diante da relação.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes12
Bretzke (2000) destaca que os desafios e
as oportunidades para a sobrevivência
e crescimento estão justamente na im-
plementação de ações que permitam maior
proximidade com o cliente, a compreensão
de suas necessidades, a flexibilidade para
ofertar mais valor de forma individualizada e
a custos mais baixos. Clientes e fornecedores
devem construir relacionamentos produtivos
com benefícios mútuos. Relacionamentos
que desta forma, se tornarão significati-
vos com benefícios extensivos para toda a
sociedade.
As empresas passam a utilizar nas es-
tratégias de marketing o banco de dados
ou de central de informações para manter
um relacionamento individualizado e mais
próximo com seus clientes que tornam-se
CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT
Pós-Graduação | Unicesumar13
o objetivo do marketing a partir dos anos
noventa (FERREIRA; SGANZERLLA, 2000).
É importante perceber o valor que o
cliente atribui a produtos e serviços e atender
essas necessidades deve ser uma busca
constante para as organizações (FERREIRA;
SGANZELLA, 2000).
Seja qual for o nível de interação com o
cliente, o Marketing de Relacionamento ne-
cessita de ferramentas que possam contribuir
para construção de relacionamentos produ-
tivos com o cliente. Os chamados “Customer
Relationship Management” (CRM), ou ainda
“Front Office Applications” sustentam a infor-
mação como ferramenta de identificação
e diferenciação de cada cliente, ressaltan-
do que as informações obtidas não devem
apenas seguir estratégias pré-definidas, mas
devem também influenciar tais estratégias.
Gordon (2002) observa que a oportu-
nidade aguarda aquelas empresas que
reconhecem prematuramente o valor dos
clientes individuais. Para o autor, o futuro
requer um vínculo mais estreito com o cliente
individual, à medida que cada um desejar se
envolver com a empresa.
O conceito de CRM (Customer Relationship
Management) ou Gestão de Relacionamento
com o Cliente é bastante abrangente e é
abordado por alguns autores.
Gummesson (2002, p.315) ressalta que
“o conceito de CRM não pode ser considera-
do fechado”, devendo esse ainda ser alvo de
muitos diálogos e reflexões. Para o mesmo
autor, pode-se definir o termo como sendo
a aplicação prática dos conceitos teóricos
desenvolvidos no marketing de relaciona-
mento, enfatizando o cliente.
Com a concorrência acirrada nos anos 90
as empresas sentiram a necessidade de fazer
o caminho de volta, ou seja, reaproximar-
se do cliente e estabelecer novamente um
relacionamento duradouro. Para isso, as orga-
nizações tiveram que coletar dados e estudar
informações sobre os segmentos, bem como
pesquisar sobre usos e atitudes dos consu-
midores. Gradativamente, o cliente passa a
ser tratado com individualidade (FERREIRA;
SGANZERLLA, 2000).
De acordo com Greenberg (2002), as
estratégias de CRM geralmente têm como
objetivo principal criar uma visão de 360 graus
do cliente, ao mesmo tempo unificada e mul-
tidepartamental. É importante definir quem
são os clientes, quais serão os principais ob-
jetivos e resultados a serem alcançados com
o sucesso da implantação do CRM.
Para Gaset (2001), a filosofia do CRM deve,
além de compreender os métodos, números
e a restrição de tempo, entender tudo isso
com o uso da tecnologia. Implementar o CRM
numa empresa não é definitivamente abrir
um pacote de CD-ROM e instalar o aplicati-
vo. O CRM afeta a empresa como um todo.
Greenberg (2002) destaca ainda que é
preciso formar uma equipe que inclua repre-
sentantes das diversas partes interessadas para
conduzir a implementação do CRM. Como o
principal motivo do alto índice de falhas na
implantação é a falta de uso, é necessário en-
volver os usuários desde o início do projeto.
É importante mapear os processos e a forma
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes14
de conduzir os negócios na empresa, o que
pode acarretar na eliminação ou alteração de
alguns processos, práticas e regras.
Zeithaml e Bitner (2003) defendem que
as ações de marketing de relacionamentos
devem ser avaliadas por critérios objetivos e
subjetivos. Assim, os dois aspectos básicos
que devem ser avaliados são: desempenho
financeiro; e desempenho de marketing. O
desempenho de marketing está relacionado
à posição da empresa no mercado, ou seja,
o conhecimento e a imagem de marca, e à
fidelidade do cliente. Por sua vez, o desem-
penho financeiro diz respeito aos retornos
financeiros que, de alguma maneira, estão
relacionados com as ações de marketing de
relacionamentos desenvolvidas. Tal divisão
vem sendo apresentada nesta dissertação
como financeiros e subjetivos.
Para Gummesson (2002), quando se trata
de assuntos relativos ao marketing, toda boa
teoria deve estar bem fundamentada no
mundo real. Assim, para Greenberg (2001),
o principal desafio apresentado às empresas
hoje não se refere mais sobre a importância
do CRM para as organizações, assunto este já
bastante discutido, e sim a melhor maneira
de implementar este conceito.
A implantação de um sistema de CRM,
de acordo com Gummensson (2005), baseia-
se em dois pilares:
a. É um processo orientado para o cliente,
que permeia toda a empresa.
b. Usa intensivamente a informação do
cliente, suportada pela informatização
de marketing, vendas e serviços.
É importante, portanto, que a empresa que
pretende trabalhar com o CRM saiba, em pri-
meiro lugar, como coletar as informações de
seus clientes. Vavra (1993) assinala que qual-
quer contato do cliente com a empresa é
uma fonte de informações do cliente e uma
oportunidade de se iniciar um banco de
dados, que pode dar origem a um trabalho
de CRM. Para Gummensson (2005), os passos
para a implantação do CRM são:
a. Definir como os clientes serão tratados,
quais eventos de relacionamento serão
armazenados e o plano de comunicação
para estimular os contatos dos clientes;
b. Redesenhar o atendimento do cliente
para se adaptar ao CRM;
c. Comprar uma solução de tecnologia e
d. Implantar o CRM de fato.
Peppers e Rogers (2004) apontam uma série
de quatro passos para o processo de imple-
mentação de um programa de marketing de
relacionamento ou uma iniciativa de CRM:
• Identificarosclientes: conhecer os
clientes individualmente, com o maior
número de detalhes possível e ser capaz
de reconhecê-los em todos os pontos de
contato. Para uma empresa que negocia
diretamente com outras empresas, por
exemplo, a identificação pode envolver
tentar saber os nomes de pessoas e
posições específicas dos executivos
da organização do cliente, que podem
influenciar ou decidir a compra.
• Diferenciaros clientes:os clientes
podem ser diferenciados de duas
Pós-Graduação | Unicesumar15
maneiras: pelo nível de valor para a
empresa e pelas necessidades que têm
de produtos e serviços. Assim, uma vez
tendo identificado os clientes, o próximo
passo é diferenciá-los, de forma a priorizar
seus esforços e aproveitar o máximo
possível de clientes de maior valor.
• Interagircomosclientes:melhorar a
eficiência e a eficácia das interações com os
clientes. Não buscar a forma mais barata e
automatizada de interação, mas também
a mais útil em termos de produção de
informação que possa ajudar a fortalecer
as relações com os clientes. É necessário
também um processo de utilização dos
feedback’s dos clientes para saber suas
necessidades específicas.
• Personalizar:a empresa precisa adaptar-
se às necessidades individuais expressas
pelos clientes. Isso pode significar a
personalização em massa de um produto
ou a personalização das opções oferecidas
ao redor do produto. Seus produtos ou
serviços devem ser capazes de tratar um
cliente particular de forma diferente.
Considerando-se que todas as estratégias
competitivas das organizações são coloca-
das em prática por pessoas, essas devem
ser preparadas, formadas e estarem em
contínuo aperfeiçoamento. Afinal, uma
premissa básica do CRM é a de que se faz
necessário a existência de relacionamen-
tos com os clientes para que esses possam
ser gerenciados, e que esses mesmos re-
lacionamentos são mantidos por pessoas,
que em última instância, representam a
própria organização.
ImPortâncIaDocrmO CRM é importante por que adquirir clientes,
em geral, é muito mais oneroso para as organi-
zações do que manter uma clientela já existente.
Isso torna mais óbvio no marketing direto, área
na qual é possível quantificar com precisão os
custos para adquirir e manter clientes. Os be-
nefícios do CRM podem ser demonstrados por
intermédio de técnicas contábeis que revelam:
• Os custos da aquisição de clientes.
• As mudanças no número de clientes.
• As mudanças nas compras feitas por cada
cliente.
Os benefícios do CRM estão, em geral, em
uma ou mais das seguintes áreas:
• melhorretençãoefidelidadedocliente: os clientes permanecem mais tempo,
compram mais e com mais frequência, ou
seja, maior valor a longo prazo.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes16
• maior lucratividade dos clientes: não apenas porque cada um deles
compra mais, mas também por causa
dos menores custos para recrutá-los e da
não necessidade de recrutar um número
grande de clientes para manter constante
o volume de negócios.
De acordo com Zeithaml e Bitner (2003), nos
anos de 1980 houve uma grande tendên-
cia de as estratégias empresariais focarem o
atendimento superior aos clientes, mas não
apenas a alguns clientes, e sim a todos os
clientes, sem distinção. Essa estratégia teve
sucesso em empresas que atendiam clien-
tes que proporcionavam lucratividade. No
momento em que a maior parte das empre-
sas adotou essa estratégia, suas deficiências
começaram a ficar explícitas. Existem clien-
tes muito lucrativos, assim como clientes
pouco lucrativos. A empresa precisa saber
identificar cada um desses clientes e oferecer
tratamento superior a clientes muito lucrati-
vos, tratamento básico a clientes pouco ou
nada lucrativos. Em outras palavras, é preciso
que haja correlação entre lucratividade e qua-
lidade de atendimento.
Entretanto, adquirir os clientes errados e
mantê-los é, em geral, prejudicial. Focalizar
a retenção do cliente como sendo a grande
prioridade dos negócios pode ser uma
atitude bastante ingênua se a maioria dos
clientes não for lucrativa.
Importante que as ações estudadas a
partir do CRM possam atingir, em um pri-
meiro momento, os clientes mais rentáveis, os
quais merecem um tratamento diferenciado
pela fidelidade demonstrada com os serviços
da empresa e quantidade de vezes e valores
financeiros gerados. Para os mais rentáveis
poderão ser oferecidos preços diferenciados,
cartão fidelidade, investigação maior sobre
seus gostos e preferências e estudo do perfil
financeiro deste cliente.
Segundo Gordon (1999), a empresa
deve escolher aqueles clientes com quem
pretende trabalhar com base em sua ren-
tabilidade, importância e vontade do
consumidor. Ou seja, três questões deve-
riam ser atendidas para a seleção de quais
clientes seriam alvos de ações de marke-
ting de relacionamento:
a. Clientes que trouxessem maior
rentabilidade;
b. Clientes que apresentassem maior
importância para empresa, ou por serem
grandes clientes estrategicamente
necessários, ou por terem potencial
de comunicação positiva de boca em
boca, ou por darem suas contribuições
para o desenvolvimento do produto e
c. Clientes que apresentassem potencial
e interesse em participar de ações de
relacionamento.
Para Gentle (2002), algumas causas são iden-
tificadas como as principais causadoras de
fracasso nas implantações de estratégias de
CRM:
a. Falta de objetivos claros: a relação entre
os esforços necessários e os resultados
esperados não é clara o bastante.
Pós-Graduação | Unicesumar17
b. As organizações não estão preparadas
para o CRM: a integração necessária
entre o front office e o back office ainda
são deficientes e dados sobre os clientes
são insuficientes.
c. Escopo do projeto de implantação de
CRM demasiado amplo e não dividido
em estágios menores.
d. Falta de incentivo da alta administração.
e. Projetos focados apenas em tecnologia.
f. Atenção insuficiente para o
gerenciamento de mudanças.
g. O conceito de que toda a implantação
de estratégias de CRM pode ser
terceirizada.
h. Imposição de prazos e escopo vindos da
alta administração sem o planejamento
e o devido estudo de viabilidade
necessário.
i. Abordagem demasiadamente
burocratizada do gerenciamento de
projetos, dispensando tempo excessivo
para controles e planos de projeto
e destinando pouco empo para os
problemas reais.
j. Resistência do departamento de
TI: a organização de processos
organizacionais horizontais focados
nos clientes possui consequências
para o departamento de TI, orientado
funcionalmente.
PlanejamentoDecrmA capacidade que o CRM possui de suprir as
necessidades de relacionamento dos clien-
tes depende:
• Dosseusobjetivos: o que você deseja
obter e se esses objetivos exigem ou não
que as relações com os clientes sejam
gerenciadas.
• Dassuasestratégias: a tradução dos
objetivos nas principais linhas de política
a ser adotada.
• Dassuaspolíticaseplanosdeação: a tradução das estratégias em trabalho
prático.
• Dosseusprocessoseprocedimentos: as normas e as regras que os funcionários
seguem.
• Dosseusrecursos: alocados com o
objetivo de alcançar políticas diferentes.
c.Dosseusfuncionários: que podem
dar uma grande contribuição para
o CRM – porém, se forem alocados,
gerenciados ou treinados da maneira
errada, a influência dos funcionários de
uma empresa sobre os relacionamentos
desta com os clientes poderá ser
devastadora.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes18
d.Dos seus processos deplanejamento: que associam recursos
a objetivos, arrecadando recursos
por meio de políticas específicas e
funcionando para procedimentos
específicos.
e.Dosseussistemas: os dados corretos,
nas mãos das pessoas certas, no
momento apropriado, possibilitarão
a concretização do seu processo de
gerenciamento.
f.Desuacapacidadedemonitorarosindicadores: chave de desempenho.
O efeito de cada um dos itens acima no
CRM depende de como você, fornecedor,
mantém-se atento às necessidades de seus
clientes. Por outro lado, a manutenção dessas
necessidades também depende de como
você usa as informações que possui sobre
os clientes.
Tanto as informações sobre os clientes
quanto as necessidades deles precisam ser
levadas em consideração durante o pro-
cesso de planejamento do CRM, devendo
estar disponibilizadas sempre que se entrar
em contato com eles. Os contatos podem
dar-se de fora para dentro (o cliente entra
em contato com a empresa) ou de dentro
para fora (a empresa entra em contato com
o cliente), por meio de uma variedade de
tipos (pedidos, reclamações, consultas em
geral, consultas sobre vendas, consultas
sobre cobranças, consultas técnicas etc.).
Utilizar dados que se tem, tanto para pla-
nejar quanto para comunicar, é importante
para concretizar a estratégia de ação e tornar
os planos da organização mais visíveis para
os clientes.
A ideia de o roteiro governar o relacio-
namento entre você e os clientes é parte
essencial do CRM. O que você vê como um
conjunto de procedimentos deve ser encara-
do como um roteiro a ser seguido pelo cliente
(não necessariamente como algo que contro-
le o fluxo das conversas, mas que controle o
diálogo como um todo) nos momentos em
que ele interage com sua empresa. Seguir o
roteiro dá uma boa margem de segurança
de que a qualidade do resultado obtido na
transação ou do relacionamento estabeleci-
do entre cliente e empresa será satisfatória.
Portanto, é preciso trabalhar o roteiro com
cuidado, comunicando a existência dele aos
clientes e, quando necessário (no caso de ro-
teiros complicados), formar uma base para
que os clientes possam ser treinados.
O roteiro também é uma maneira de ofe-
recer aos clientes um certo nível de controle
percebido. Se eles decorarem bem o “script”,
poderão administrar melhor o momento
do contato. Um bom roteiro pode fazer os
clientes sentirem que os resultados obtidos
tornam-se mais previsíveis, reduzindo, assim,
os níveis de tensão. Por exemplo, se o roteiro
de uma determinada empresa o que acon-
tece logo no início é eles fornecerem seu
número de cliente já cadastrado, todos os
dados podem estar disponíveis. É claro que
nem todos os clientes exigem um nível de
controle tão alto, portanto, o roteiro pode
não ser necessário se cada etapa da prestação
Pós-Graduação | Unicesumar19
de serviço for administrada com atenção
especial.
Dois tipos de conhecimentos são essen-
ciais ao CRM:
• oconhecimentodosclientes: o que
eles percebem, precisam e esperam no
momento e como essa situação pode
mudar no futuro.
• oconhecimentodaorganização: os
recursos de que ela dispõe, o que ela
realmente oferece aos clientes e como as
futuras políticas afetarão esses aspectos.
Existem diversas maneiras por meio das quais
podemos conhecer um cliente. São elas:
a. Pesquisa de mercado e observação
formal.
b. Informações sobre transações –
respostas e consultas, vendas etc.
c. Informações sobre os concorrentes – o
que os clientes estão comprando dos
outros fornecedores.
d. Queixas e elogios.
e. Feedback da equipe que lida
diretamente com o cliente.
A questão mais importante aqui é se a
empresa não é suficiente voltada para
o cliente; se solicita e prospera com o
feedback dados pelos clientes ou con-
sidera as informações fornecidas uma
intromissão em seu trabalho. O sucesso
do CRM depende da busca pelo feedback
do cliente e da utilização de um processo
adequado para obtê-lo, digeri-lo e iden-
tificar nele qualquer oportunidade de
aperfeiçoamento.
oconhecImentoDaorganIzaçãoDuas questões-chave precisam ser respon-
didas aqui:
a. Qual é a estrutura da empresa para
oferecer o CRM?
b. Qual é o tipo de gestão empresarial
usada para oferecer o CRM?
Em uma empresa de grande porte, com
muitos níveis de gerência, filiais ou subsidi-
árias, as perguntas acima devem ser feitas
em cada um dos níveis em que houver uma
gerência.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes20
Estruturar-se para oferecer CRM é uma
questão de conferir aos clientes o máximo de
autonomia possível – autonomia que se apro-
xime do que os clientes realmente querem,
suprindo, dessa forma, as necessidades deles.
Ao mesmo tempo, estruturar-se significa con-
centrar a responsabilidade pela gestão de
relacionamento no setor da empresa que
possui, primeiro, os recursos necessários
para concretizar os objetivos propostos e,
segundo, os fluxos de informação necessá-
rios para monitorar e medir as conquistas
alcançadas.
Não se trata de uma proximidade geográ-
fica. Muitos fornecedores norte-americanos
descobriram que, em termos de custos,
para lidar com relacionamentos individuais,
centrais de telemarketing são bem mais efi-
cazes que muitas filiais ao redor dos Estados
Unidos, que não lidam com os clientes em
tempo integral.
Muitos desses fornecedores – de
pequeno e grande porte – também desco-
briram que um elemento importante do CRM
é a capacidade de facilitar o contato com os
clientes. Sem esse contato, é quase impos-
sível julgar que tipo de relacionamento está
sendo oferecido.
Administrar a oferta de CRM é uma
questão de possuir os sistemas, os procedi-
mentos de gestão e os processos de controle
que permitam a uma determinada equipe
suprir as necessidades dos clientes que
possui, recrutando-os, em seguida, para trei-
ná-los. Esse treinamento de clientes tem o
intuito de manter a equipe de atendimento
bem informada, para que possa continuar
atendendo às necessidades de sua clientela.
CRM é uma estratégia de negócio voltada ao entendimento e antecipação das necessi-dades e potenciais de uma empresa (Fonte: Gartner Group).Para auxiliar estas tarefas e rotinas automa-tizadas é necessário um software, geralmente chamado de software CRM ou sistema CRM.
Não que uma empresa não possa pensar em CRM sem ter um software.Fonte: Parte extraída do artigo disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/crm-o-que-e-crm-e-co-mo-funciona/34063/>. Acesso em: 29 jun. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar21
identificar o público-alvo significa co-
nhecer suas necessidades e expectativas
atuais e futuras. Isso possibilita não só criar
serviços a tais necessidades, como também
desenvolver uma filosofia interna voltada
para a satisfação desses consumidores. Pode
se dizer que a definição do público-alvo é
como a escolha do destino de uma viagem:
enquanto não se sabe aonde se quer ir, não se
sabe que mapa comprar e muito menos que
rotas escolher. Tomada decisão, podem-se
traçar estratégias de marketing e de pessoal
dirigidas a esse cliente-alvo, visando torná-lo
fiel e aumentar as vendas.
A identificação do cliente, contudo não é
uma tarefa institucional. Ela deve ser realiza-
da em todo o momento de venda. Somente
quando se conhece o perfil da pessoa com
quem se está lidando é possível estabelecer
a melhor forma de contato. Por isso é funda-
mental conhecer os tipos de cliente e saber
como abordá-los.
O valor total para o consumidor é o
conjunto de benefícios esperados por de-
terminado produto ou serviço e o custo total
do consumidor como o conjunto de custos
esperados na avaliação, obtenção e uso do
produto ou serviço (KOTLER, 1998).
relacionamento com clientes
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes22
Segundo Stone e Woodcock (1998), os
clientes esperam que seus relacionamentos
com as empresas sejam gerenciados. Desta
forma, a chave para o marketing competitivo
está na satisfação das expectativas relevantes
do cliente de forma melhor que a proporcio-
nada pelo concorrente.
A satisfação propiciada por um produto,
serviço ou sentimento é função direta do de-
sempenho percebido e das expectativas. Se
o desempenho ficar distante das expectati-
vas, o cliente ficará insatisfeito. Se atender às
suas expectativas, ficará satisfeito. Se exceder
às expectativas ficará altamente satisfeito ou
encantado (KUAZAQUI, 2000).
Conforme aponta Rocha e Veloso (1999),
o marketing tem assumido um novo papel,
deixando de ser apenas uma ferramenta de
convencimento do consumidor, um meio de
transmissão de mensagens e conceitos, para
tornar-se um verdadeiro integrador dos inte-
resses do cliente. Cliente no singular, porque
o processo de comunicação individual se
multiplica, e a percepção da qualidade do
atendimento começa a misturar-se com a
percepção de atendimento individual.
O conceito de marketing requer uma
orientação para o cliente, apoiada pelo
marketing integrado, que tenha a satisfa-
ção do cliente como elemento-chave para
a obtenção de um volume de vendas lucra-
tivo a longo prazo (KOTLER, 1972).
Segundo Gordon (2002, p.39),
[...] o gerente de relacionamento trabalha com os responsáveis pelas decisões e pelas influências que fazem parte do processo colaborativo através do qual os clientes se envolvem na compra, incluindo os criado-res de especificações dentro das empresas clientes e aqueles dentro da empresa que se comunicam com os clientes e criam os valores desejados.
Segundo Zeithaml e Bitner (2003), para que
empresa e clientes possam beneficiar-se de
seu relacionamento, é preciso que a empresa
seja capaz de tratar seus clientes de forma di-
ferenciada, atendendo a suas expectativas,
mas que seja capaz também de selecio-
nar seus clientes e optar por trabalhar com
Pós-Graduação | Unicesumar23
aqueles que tenham maior potencial e sejam
rentáveis em longo prazo.
Dada a diversidade da oferta e pouca di-
ferenciação entre os produtos, os serviços
têm atualmente um papel-chave na conquis-
ta de uma parcela de mercado. Assim, o foco
principal de todas as ações da empresa deve
ser o cliente, que é seu único verdadeiro pa-
trimônio, merecendo, portanto, uma atenção
mais do que diferenciada.
Pride e Ferrel (2001, p.3) enfatizam que
“[...] marketing é o processo de criar, dis-
tribuir, promover, estabelecer preço de
produtos e serviços e criar idéias a fim de
facilitar a satisfação da relação de troca
com os consumidores em um ambiente
dinâmico”.
O atual ambiente organizacional exige
uma administração mais eficiente e criati-
va, capaz de se antecipar às necessidades
dos consumidores, em vez de simplesmen-
te reagir a elas. Ante a exigência dos novos
tempos, o sucesso das organizações será ga-
rantido pela busca incessante da qualidade
(do produto e do serviço) e pela preocupação
constante com a satisfação dos clientes. Para
tanto, a empresa precisa, antes de tudo, saber
quem é o seu cliente-alvo.
Wiersema (1996) diz que os fornecedo-
res de produtos e serviços que se relacionam
bem com seus clientes descobrem como
apresentar soluções completas para as suas
necessidades, tornando-se parceiros indis-
pensáveis e passando a ter um envolvimento
maior nos sucessos de seus clientes.
Para Churchill (2000), a construção de
um relacionamento duradouro pode en-
volver telefonemas para descobrir se os
produtos foram entregues na hora certa e
sem danos, se estão funcionando correta-
mente ou, simplesmente, para certificar-se
de que os clientes estão satisfeitos. Também
é útil fornecer informações escritas sobre
como obter o máximo dos produtos ou ofe-
recer programas de treinamento para os
usuários. Finalmente, os vendedores podem
pedir aos clientes que preencham um ques-
tionário sucinto para avaliar a satisfação e
identificar quaisquer problemas que possam
vir a serem solucionados.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes24
De acordo com Spiller (et. al., 2006),
conquistar e recuperar clientes é
uma tarefa que exige dedicação
e esforço de toda a empresa. Para tanto, é
crucial tomar certas medidas, tais como:
• criarumavisãoquepreserveocliente: as empresas que adotam a filosofia de
que “o consumidor é o rei” despertam de
suas sonolentas burocracias e começam
realmente a servir bem aos seus clientes.
Por exemplo, um cliente vip alugou um
carro em uma viagem e, por problema
de horário, não via como devolvê-lo.
Percebendo seu problema, a empresa
ofereceu-se para mandar alguém pegá-lo
e levá-lo ao aeroporto, mesmo estando
fora do horário de funcionamento.
conquista e recuperação de clientes
Pós-Graduação | Unicesumar25
• Saturaraempresadavozdocliente: a constante comunicação e a intimidade
com a clientela possibilitam à empresa
revolucionar a sua conduta e até mesmo
mudar a sua posição competitiva, já que
é muito mais fácil agradar e conquistar o
cliente quando se sabe o que ele deseja.
• liberar os defensores dos seusclientes: os gerentes precisam mostrar
aos empregados que a tarefa primordial
da empresa é servir a sua clientela e que
eles são a chave do sucesso da empresa.
• Buscarincessantementemelhorar:as empresas saudáveis procuram a todo
o custo aprimorar os procedimentos
que beneficiam aos seus clientes e não
relutam em abolir os que não lhes sejam
favoráveis. Por exemplo, um empresário
entra em uma loja e questiona alguns
procedimentos que não acha corretos.
O gerente escuta e, um mês depois, a
sugestão do cliente é implantada. Isto
conquistará de forma contundente.
• Usarinstrumentosdemensuração: nas organizações em processo acelerado
de aprimoramento, as pessoas devem
medir quase tudo que lhes possa informar
sobre seu desempenho no trato com o
consumidor. Devem levantar medidas
tanto em relação ao passado da empresa
e aos desejos dos clientes, quanto no que
diz respeito ao desempenho daqueles que
realizam melhor uma tarefa semelhante,
em qualquer parte do mundo.
• Fazeroquesediz: os gerentes bem-
sucedidos põem o cliente em primeiro
lugar e criam um novo tipo de liderança, a
“liderança pelo exemplo” agindo sempre
de acordo com a filosofia da empresa,
incentivando a colaboração, acreditando
e investindo nas pessoas e comemorando
com elas os êxitos conquistados.
• Descobrirasreaisnecessidadesdoconsumidor: não suponha jamais que
você já as conhece e sabe como satisfazê-
las. Tal atitude só leva a estagnação
e à cegueira. Crie uma parceria com
clientes, sem adivinhações ou “achismos”,
mantendo-se em contato permanente
com eles. Esta é uma excelente forma de
reconhecer oportunidades de serviços.
• educarocliente: a empresa deve ensinar
aos clientes como e por que consumir
seus serviços, conquistando-lhes assim
a fidelidade.
• Incentivarapropagandabocaaboca: surpreenda seu cliente e crie situações
que promovam a propaganda boca a
boca. Quando a empresa faz algo novo,
torna-se o assunto das conversas dos
consumidores. É fundamental ser criativo
e fixar a marca na memória do cliente ao
final do ciclo do serviço.
Os profissionais das empresas em geral
devem se tornar “estudantes vitalícios”, travar
contato com os clientes e aprender com eles
traçar diretrizes, comunicar-se com clareza e
corporificar o propósito de sua organização.
Somente assim estarão no caminho certo para
a excelência, crescimento e rentabilidade.
Pintaud (2001) defende que as empresas
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes26
devem sempre estar voltadas para produ-
zir bens e serviços voltados à satisfação dos
clientes, pois sem eles ela não sobrevive. O
autor coloca que sua satisfação, independen-
temente de sua classificação, é fator-chave de
sucesso para qualquer empresa que queira
continuar competindo no mercado.
Para Kotler (2006), o segredo para gerar
um grande nível de fidelidade é entregar
um alto valor para o cliente. Pode-se, assim,
definir que instantaneamente o consumidor
faz uma avaliação de custo/benefício para
consumir ou não um determinado produto,
fidelizar-se ou não a esse produto.
De acordo com Gordon (2002, p. 47):
[...] É importante saber que nenhuma or-ganização conseguirá ser bem-sucedida em uma iniciativa de marketing de rela-cionamento enquanto a liderança estiver concentrada em sair ganhando às custas dos outros. Em algumas empresas, os exe-cutivos tentam se assegurar de que estão maximizando os valores de cada negócio com todos os clientes. Nessas empresas, é considerado astucioso (como em um jogo) recolher todas as fichas para o seu lado da mesa. As empresas que tentam criar relacionamentos com essa aborda-gem subjacente aos clientes descobrirão, por razões óbvias, que os clientes não têm interesse em uma aliança a longo prazo com tais fornecedores. A oportunidade de criar continuamente valores novos e mútuos com o tempo se oferecerá aos concorrentes mais receptivos a compar-tilhar as vantagens disso.
A liderança deve entender o significado
real de um relacionamento antes de com-
prometer a empresa em um marketing
de relacionamento, vez que a função da
liderança é iniciar o marketing de relacio-
namento de acordo com os interesses de
sua empresa, dos clientes e dos fornecedo-
res (GORDON, 2002).
Gordon (2002) enfatiza que as pessoas
são essenciais para qualquer relacionamen-
to. Elas continuam executando o trabalho,
mesmo em plena era das tecnologias e pro-
cessos para multiplicar suas capacidades e
eficiência. Na era do marketing tradicional, o
conhecimento sobre o mercado e os clientes
era centralizado e o profissional de marke-
ting procurava envolver outros profissionais
da empresa em programas de marketing
estratégico. Agora, as informações sobre os
clientes são colocadas na linha de frente, na
qual clientes e empresas interagem. Para
tanto, o pessoal de linha de frente deve ter
habilidade para se comunicar com os clien-
tes de modo a reconhecê-los, lembrar o seu
histórico de contatos, entender as questões
atuais dos clientes, prever certos compor-
tamentos e propor respostas, soluções ou
sugestões apropriadas.
Gordon (1999) observa que pode-se enu-
merar alguns exemplos de casos em que a
aplicação da abordagem de marketing de
relacionamento pode ser considerada desa-
fiadora, ou até mesmo inadequada para ser
aplicada integralmente:
Pós-Graduação | Unicesumar27
a. Em setores onde pode não haver um
grande valor a ser criado mutuamente
entre a organização e seus clientes e,
ainda que houvesse, os clientes poderiam
não se mostrar sensíveis a tal criação de
valor: por exemplo, na aquisição de sabão
em pó, onde os consumidores podem
considerar uma decisão de compra
de baixo envolvimento, priorizando
atributos do produto em detrimento
do relacionamento.
b. Em situações nas quais, embora exista
potencial de valor mútuo, pode haver
um valor vitalício insuficiente para
garantir a criação de valor recíproco:
por exemplo, se fossem avaliados
os valores vitalícios médios dos
compradores de automóveis com os
dos compradores de queijos, perceber-
se-ia que os valores que as empresas
que comercializam esses produtos
dispõem para investir em atrair e
preservar clientes provavelmente
seriam bastante diferentes.
c. Nos casos em que o alinhamento de uma
organização para servir apenas clientes
e segmentos de clientes específicos
pode ser excessivamente limitador: por
exemplo, quando uma empresa já detém
uma posição de destaque no segmento,
pode ser bastante arriscado mudar o
foco para outra classe de clientes com
características diferentes, visto que além
da empresa correr o risco de perder os
clientes já conquistados, poderiam não
atingir os novos clientes desejados.
d. No caso de empresas que utilizaram
grandes verbas para projetar e
desenvolver novos produtos e para as
que investiram pesado em infraestrutura
e processos de negócio: a adoção do
marketing de relacionamento pode
apresentar-se como uma atitude
apressada para os investidores, visto
que envolve mudanças e adaptação
cultural da empresa.
e. Nem sempre as empresas dispõem de
capacidade financeira, tecnológica e
de pessoal para aplicar os princípios
do marketing de relacionamento:
por exemplo, se uma organização
está lutando para sobreviver em um
mercado muito competitivo, é mais
prudente focar na resolução de seus
problemas a curto-prazo, antes que
não haja compromissos a cumprir a
longo-prazo.
A identificação dos clientes é tarefa primor-
dial para as empresas, pois só assim elas
conseguirão ter um rico banco de dados de
clientes, com informações principalmente
sobre como contatá-los.
Segundo Kotler (2006), os clientes de hoje
são mais difíceis de agradar. Mais inteligentes,
conscientes em relação aos preços e exigen-
tes, eles perdoam menos e são abordados
por mais concorrentes com ofertas iguais
ou superiores.
Segundo Shiozawa (1993), com as
novas exigências da economia global, o
cliente passa a ser referência, sendo assim
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes28
as empresas passam a direcionar suas estra-
tégias no foco principal que é o cliente. Com
as tendências na era da informação os con-
sumidores passam a estar bem informados
quanto aos seus direitos e ficando cada vez
mais exigentes quanto à qualidade dos pro-
dutos e serviços adquiridos.
Segundo Las Casas (1997), uma maneira
de analisar a satisfação é por meio de um
questionário. A empresa deve adaptar as per-
guntas conforme a necessidade da satisfação,
a aplicação do questionário deve ser feita de
forma periódica no qual o assunto aborda-
do pode ser bastante variável.
Griffin (1998, p. 12) definiu fidelidade
como sendo as compras não aleatórias feitas
ao longo do tempo por alguma unidade de
tomada de decisões. Sendo assim, o cliente
tem uma tendência específica em relação
àquilo que compra e de quem compra. Além
disso, o termo fidelidade denota uma condi-
ção relativamente duradoura e exige que a
ação de comprar ocorra no mínimo duas vezes.
Griffin (1998) destaca ainda que quando
compra algo o cliente percorre um ciclo.
Quem compra um produto pela primeira
vez percorre cinco etapas. Na primeira etapa
o comprador conscientiza-se da existência
de um produto e, então, faz uma compra
inicial. Em seguida, o comprador passa por
duas fases de formação da atitude, uma delas
chamada de avaliação pós-compra e a outra
denominada decisão de comprar novamen-
te. Se há a decisão de comprar novamente,
acontece finalmente a quinta etapa, a reaqui-
sição. A sequência que inclui reaquisição, a
avaliação pós-compra e a decisão de comprar
novamente forma um circuito fechado de
reaquisição que se repete algumas ou cente-
nas de vezes durante o relacionamento entre
cliente e uma empresa. A cada ciclo comple-
to de compra existe a chance de fortalecer ou
estremecer o vínculo com o cliente. Quanto
mais forte for o vínculo, maiores serão a fide-
lidade e os benefícios para a empresa.
Segundo Rapp e Collins (1996), algumas
regras básicas devem ser respeitadas: de-
senvolver um ciclo de comunicação com o
cliente; fazer junto com o cliente; ouvir cui-
dadosamente; pesquisar respeitosamente;
descobrir a força da propaganda de resposta
direta; transformar compradores em adeptos.
Nessas “regras”, fica explícita a importância da
mensuração, ou seja, de se desenvolver pes-
quisas sistemáticas com os clientes, desde que
o mesmo se disponha a cooperar, devendo
analisa-se a possibilidade de recompensá-lo,
pois ouvir e pesquisar leva a conclusões que
direcionam os próximos contatos.
Pós-Graduação | Unicesumar29
Woodruff (1997) adota o conceito de
valor do cliente como sendo a percepção do
cliente sobre as preferências e as avaliações
dos atributos do produto, do desempenho
desses atributos e das consequências origina-
das pelo uso. Os clientes enxergam o produto
como um conjunto de atributos e desempe-
nhos desses atributos; quando compram e
de marketing e alterando a postura estraté-
gica das empresas.
Prazeres (1997) advoga que a satisfação
dos clientes deve ser a razão de todas as or-
ganizações, uma vez que resulta do fato de
se antecipar e superar as necessidades, ex-
pectativas e anseios desses clientes.
Segundo Albrecht (1993), o serviço atual
usa uma filosofia clara e forte, de fora para
dentro e tem características especiais, tais
como:
• O cliente é considerado a referência para
os padrões e medidas de qualidade;
• O foco no valor do cliente é empregado
interna e externamente;
• A importância dada à qualidade é
percebida subjetivamente;
• A experiência do cliente é ouvida para
decidir o que mudar ou aperfeiçoar;
• Os processos de planejamento e de
serviço de qualidade total não são
separados.
Outros autores estabelecem diferentes princí-
pios como base para um serviço de qualidade.
Denton (1990) considera doze princípios:
1. ter visão gerencial;
2. estabelecer um nicho estratégico;
3. contar com o apoio da alta
administração;
4. entender o negócio;
5. aplicar os fundamentos operacionais;
6. entender, respeitar e monitorar o cliente;
7. usar tecnologia apropriada;
8. inovar sempre;
9. contratar pessoas certas;
10. fornecer treinamento com base no
perfil;
11. definir padrões, medir desempenho e
agir;
12. estabelecer incentivos.
cOLOCAR o cliente em primeiro lugar pode
também evitar grandes dispêndios com
marketing e vendas, uma vez que é mais caro
repor um cliente típico do que tomar provi-
dências para não perdê-lo. Por isso a forma
mais correta – e mais rentável – de administrar
uma empresa é saturá-la da voz do consu-
midor (satisfeito ou não). Conhecer a fundo
aos desejos do cliente, assim como o próprio
negócio, permite fazer investimentos corre-
tos e aprimorar os serviços do ponto de vista
da clientela. É imprescindível que todos na
organização, a começar pelo líder, planejem
suas ações de acordo com as necessidades,
as expectativas e os desejos dos consumido-
res. Mas isso não basta. Para conquistar, reter
ou mesmo recuperar o cliente é preciso saber
lidar com as suas reclamações e críticas.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes30
As mídias sociais e o e-mail marketing são ferramentas com melhor custo-benefício. Mas exigem um cuidado especial na hora de interagir com o cliente. “É preciso ter con-teúdo relevante para aquele público que você quer atingir. Se seu empreendimento é voltado para o público jovem feminino, por exemplo, não adianta enviar um e-mail marketing para um mailing que inclua ho-mens ou mulheres fora da faixa etária que você deseja atingir. Além de não gerar o resultado esperado, ainda pode prejudicar a imagem da sua marca”, ensina Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).Segundo Salvador, a taxa de abertura/vi-
sualização de e-mails marketings enviados no Brasil gira em torno de 5% a 15%. Os números parecem baixos, mas, ainda as-sim, o e-mail marketing representa 30% das vendas no comércio eletrônico. “O e-mail marketing é uma das ferramentas que mais geram vendas no e-commerce. As mídias sociais são a segunda maior fonte de tráfego para as lojas virtuais nos Estados Unidos. No Brasil, representa 10% das fontes de tráfego para o comércio eletrônico. Há quatro anos esse número era de 2%”.Fonte: < http://www.sebraesp.com.br/index.php/46-noticias/marketing/7946-ferramen-tas-auxiliam-a-gestao-do-relacionamento-com-o-cliente>. Acesso em: 25 abr. 2014.
Rede de cafeterias quer conquistar clientes com café via Twitter.Uma grande rede de cafeterias decidiu levar seu tradicional cafezinho para as redes so-ciais. Uma empresa norte-americana acaba de criar a ação Tweet-a-coffee, que dá aos clientes a oportunidade de comprar um café para seus amigos apenas fazendo um tweet. A iniciativa é válida apenas para as lojas dos Estados Unidos.Para usar o serviço, o consumidor precisa co-nectar suas contas da empresa e do Twitter, e fazer um post com a hashtag tweetacoffee e o nome do amigo na rede social. Em seguida, o amigo receberá um Card eGifts no valor de
US$ 5. É preciso ter um cartão de crédito para usar a ferramenta.No lançamento do projeto, os 100 mil pri-meiros usuários que se cadastrarem com um cartão Visa ganharão um gift card de US$ 5. Em 2011, a rede criou uma inciativa semelhante que possibilitava o envio de gift cards por meio do Facebook, rede social na qual a empresa tem cerca de 35 milhões de fãs. Já no Twitter a empresa possui quase cinco milhões de seguidores.Fonte: Caso real e adaptado por um dos auto-res de: <http://casedesign.com.br/?p=835>. Acesso em: 28 jun. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar31
contornar objeções à aquisição dos
produtos ou serviços é uma etapa
decisiva do processo de conquista e
recuperação do consumidor. Somente assim a
empresa estará apta a cativar e manter a clien-
tela, pois é justamente quando os problemas
ocorrem que o cliente define a imagem da
empresa na sua mente. Logo, ter um método
para lidar com as reclamações é fundamental.
Para tanto, é imprescindível compreen-
der o motivo da reclamação ou da resistência
do consumidor. Essa é uma tarefa que exige
empatia e compreensão. Uma vez identifica-
do o problema, é preciso conceber medidas
que possibilitem resolvê-los sem que o
cliente se sinta ainda mais prejudicado. A
seguir, apresentamos algumas políticas que
já se mostraram eficientes:
aprendendo a lidar com as reclamações
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes32
• ressarcimento: ter uma política de
ressarcimento bem definida em caso
de problemas infunde segurança no
consumidor, uma vez que ameniza o
risco, além de estabelecer um padrão
de atuação para o funcionário. Assim,
diminuem-se os conflitos e aumenta-se
a fidelidade.
• garantia: oferecer garantia pelo serviço
prestado é uma das ferramentas mais
eficientes do setor de serviços. Ao saber
que ela existe, o consumidor diminui
o seu conflito de compra, e a empresa
ganha um status diferenciado na mente
do cliente, uma vez que a garantia
pressupõe um serviço de qualidade.
• compensações:Berry e Parasuraman
(1992) afirmam que só ressarcir o cliente
não é o bastante – até aí a empresa não
fez mais do que sua obrigação, que é
entregar o serviço corretamente. O que
“paga” aborrecimento do cliente, a perda
do tempo, a privação do serviço quando
esse era necessário? É dar algo mais,
superando qualquer expectativa do cliente
e fazendo-o sentir que saiu em vantagem.
Oferecer compensações por eventuais
problemas minimiza ou mesmo apaga a
má impressão eventualmente causada.
Por exemplo, pode se prestar novamente
o serviço oferecendo certas regalias, como
upgrades em hotéis e voos.
• Sac/0800eombudsman: esses são
instrumentos que minimizam conflitos
e tranquilizam o cliente, fazendo-o
sentir que existe realmente interesse em
encontrar a solução para o seu problema.
A única maneira de lidar com as reclamações
é estar preparado para elas, desenvolvendo
não apenas políticas internas, mas principal-
mente uma cultura voltada para o cliente. Só
assim os funcionários se empenham realmen-
te em resolver as reclamações, procurando
ouvir o que o consumidor tem a dizer.
Para Leopoldo (2002), o CRM auxilia na
missão de identificar, suportar, desenvolver
e reter os clientes lucrativos. O objetivo das
empresas é criar uma base sólida de clientes
leais que possam assegurar o crescimento do
negócio a longo prazo. A lealdade do cliente
é conquistada por meio da criação e manu-
tenção de contextos da alta credibilidade
no relacionamento, em que as informações
fluem livremente e as ações reativas se trans-
formam em proativas.
Na política de colocar o cliente em pri-
meiro lugar, a fim de conquistá-lo e mantê-lo,
é fundamental assimilar os seguintes pontos:
• O cliente é a pessoa mais importante
do negócio; é em torno dele que tudo
acontece.
• O cliente não depende da empresa; a
empresa é que depende dele.
Pós-Graduação | Unicesumar33
• Atender o cliente é uma honra, jamais
um favor.
• O cliente é como um hóspede, e não um
estranho.
• Os clientes trazem suas necessidades; o
trabalho da empresa é satisfazê-las.
• O cliente merece tratamento mais cortês
e atencioso que a empresa possa dar.
• O cliente pode “demitir” a todos, inclusive
o dono; basta gastar seu dinheiro em
outro lugar.
Além de desenvolver a política de recupera-
ção de serviços é importante agir de modo
preventivo, monitorando permanentemen-
te a satisfação do cliente.
Uma rede de franquias de chocolates que existe há 83 anos e sempre foi sinônimo de qualidade e requinte. Mesmo mantendo a tradição, a empresa sabe que deve acom-panhar as mudanças e manter-se informada sobre o seu cliente para não o perder para a concorrência. Por isso, criou o seu progra-ma de fidelidade, o Kop Club. Ele era como inúmeros outros programas – conforme o cliente consumisse os produtos da loja iria acumulando pontos que, após x pontos acu-mulados, obteria vantagens na compra de
produtos ou produtos de graça. Como dife-rencial, a empresa criou chocolates exclusivos para premiar os clientes do programa. Até aí, sem grandes diferenciais. Porém, a empresa reformulou o posicionamento de seu progra-ma. Antes um programa de fidelidade, agora um programa de relacionamentos.Fonte: Caso real, adaptado por um dos auto-res de: <http://www.comunicacaoetenden-cias.com.br/construindo-relacionamentos-o-case-chocolates-kopenhagen>. Acesso em: 25 jun. 2014.
Quando se fala em atendimento ao cliente, basicamente pressupõe bom atendimento, presteza, interesse, rapidez, simpatia, tra-tamento pessoal e flexibilidade. Tudo isso, evidentemente, associado a um produto
ou serviço que atenda às necessidades e aos desejos do público-alvo. A combinação desses ingredientes, devidamente dosados, levará à fidelização do cliente.Fonte: Elaborado pelos autores.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes34
Os produtos e os serviços estão cada vez
mais parecidos. As empresas adotam prá-
ticas de benchmarking em ritmo acelerado,
a tal ponto que é difícil para o consumidor
comum perceber diferenças entre as ofertas
de fornecedores diversos. Portanto, o cliente
acaba dando preferência a opções nas quais
os serviços gerem valor agregado, criando
assim nítida vantagem sobre os concorrentes.
Os consumidores vêm dando cada vez
mais importância à customização. Por um
lado, com a crescente automação dos pro-
cessos, as organizações procurarão reduzir
custos, tendo em vista o atendimento a
um mercado de massa. Presume-se que a
customização envolvendo contato pessoal
ganhará maior exclusividade, ficando reserva-
da a clientes especiais, segmentado pelo seu
poder de gerar lucratividade para a empresa
ou, em alguns casos, retorno institucional.
O retorno institucional tem sido cada
vez mais enfatizado pelas empresas em suas
estratégias de marketing. Nas melhores or-
ganizações, busca-se atingir o estágio de
empresa competitiva.
Conhecemos nesta unidade alguns
considerações finais
termos e ferramentas importantes para
manter ou criar um relacionamento com
cliente. Vivemos em um mercado altamen-
te competitivo e dinâmico, onde o cliente
tem acesso a informações sobre produtos e
serviços de forma rápida devido à internet e
as redes sociais.
As empresas precisam usar as redes
sociais como ferramentas estratégicas para
melhorar o relacionamento com o cliente,
já que este está inserido nas redes sociais e
utilizam e-mails.
A grande preocupação das organiza-
ções deve ser em manter o cliente por perto,
feliz e satisfeito, uma tarefa complexa, que
exige tempo e pessoal qualificado e treina-
do para executar tal função. Ainda estamos
aprendendo no Brasil a cuidar do cliente de
maneira correta, muitas empresas não têm
nenhum tipo de trabalho ou ação voltada
ao relacionamento com o cliente, o que é
preocupante e pode fazer a empresas fechar
suas portas.
Veremos posteriormente outras ferra-
mentas e teorias para aplicação na gestão
do relacionamento com o cliente.
Pós-Graduação | Unicesumar35
atividades de autoestudo
I. O CRM é importante porque adquirir
clientes, em geral, é muito mais oneroso
para as organizações do que manter
uma clientela já existente. Isso torna
mais óbvio no marketing direto, área na
qual é possível quantificar com precisão
os custos para adquirir e manter
clientes. Explique uma estratégia para
manter clientes.
II. Segundo Shiozawa (1993), com as
novas exigências da economia global,
o cliente passa a ser referência, sendo
assim, as empresas passam a direcionar
suas estratégias no foco principal que é
o cliente. Com as tendências na era da
informação os consumidores passam a
estar bem informados quanto aos seus
direitos e ficando cada vez mais exigentes
quanto à qualidade dos produtos e
serviços adquiridos. Qual a relevância
das redes sociais neste cenário?
III. Segundo Rapp e Collins (1996),
algumas regras básicas devem ser
respeitadas: desenvolver um ciclo de
comunicação com o cliente; fazer junto
com o cliente; ouvir cuidadosamente;
pesquisar respeitosamente; descobrir
a força da propaganda de resposta
direta; transformar compradores em
adeptos. Nessas “regras”, fica explícita
a importância da mensuração, ou
seja, de se desenvolver pesquisas
sistemáticas com os clientes, desde
que o mesmo se disponha a cooperar,
devendo analisar se a possibilidade de
recompensá-lo, pois ouvir e pesquisar
leva a conclusões que direcionam os
próximos contatos. Explique como
implantar as regras básicas em uma
organização.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes36
livroTítulo: Marketing para o século XXI: Como Criar, Conquistar e Dominar mercados.Autor: Philip KotlerEditora: Ediouro, 2009Sinopse: O nome de Philip Kotler é sinônimo de marketing. Seus livros já venderam mais de 3 milhões de cópias em mais de 20 línguas. Marketing para o Século XXI é um excelente guia para o marketing de excelência, com conselhos originais e poderosos abrangendo os novos desafios apresentados pela hipercompetição, a globalização e a internet. Um livro obrigatório para quem quer se inteirar sobre marketing de banco de dados, de relacionamento, high-tech e de internet, entre outros novos campos de aplicação desta ciência.
Pós-Graduação | Unicesumar37
relato de caso
O caso apresenta um exemplo de como uma das maiores marcas de produtos de higiene, com foco no público feminino, reestruturou sua marca frente as consumidoras no mercado. A empresa resolveu investigar, junto ao seu público alvo o significado da beleza para as mulheres, por meio de pesquisa mercadológica. O objetivo estava em compreender a imagem desejada pela mulher, com base na imagem veiculada pela mídia, ou seja, a empresa buscava levantar informações para saber se as mulheres realmente se viam em suas campanhas publicitárias. Um dos pontos mais importantes, levantado com a pesquisa, foi a constatação de que as mu-lheres desejam uma ideia de beleza que seja menos estreita do que aquela que é veiculada pela mídia, ou seja, buscam algo mais próximo da sua realidade. Verificaram também a necessidade de trabalhar a beleza de cada mulher, de cada corpo ou idade,
e que a mídia influencia muito no estereótipo de beleza feminina.Com base nessas informações, a marca elaborou a Campanha pela Real Beleza, em que veicula-va a imagem de mulheres de diversas idades e belezas diferentes (magras, altas, baixas, gordas, loiras, morenas, enfim, todos os tipos de mulhe-res brasileiras).A campanha trabalhou com as linhas da di-versidade, por meio de uma beleza natural e autêntica, levando as consumidoras a se verem nas campanhas dos produtos da empresa e, consequentemente, a lembrarem de sua marca durante o consumo.Com isso a empresa conseguiu uma melhor aproximação com seu público, gerando bom re-lacionamento e fidelização do consumidor.Fonte: Caso real e adaptado por um dos autores de http://www2.espm.br/sites/default/files/dove.pdf>.Dica: Leia o artigo na íntegra.
Gestão de Negócios38
Em um mundo onde mercados se modificam a cada instante, as empresas vêm empreendendo - ou pelo menos tentando - mudanças na forma de se relacionar com seus clientes. Várias são as razões pelas quais as empresas vêm buscando novas tecnologias de relacionamento com seus clientes. Uma delas é a crescente necessidade de os executivos acompanharem as mudanças de hábitos de consumo dos seus clientes, frequen-temente influenciados por fatores psicológicos e ambientais. Kotler (2000, p. 49) afirma que as empresas estão repensando suas filosofias, seus conceitos e suas ferramentas, como uma respos-ta e ajuste aos novos temas do marketing. Um dos temas, o marketing de relacionamento, é definido como “deixar de se concentrar em tran-sações para se preocupar com a construção de relacionamentos lucrativos de longo prazo com os clientes”. O marketing evoluiu com a socieda-de, notadamente com a evolução da tecnologia. Para MacKenna (1992, p. 10), a tecnologia criou a promessa de qualquer coisa em qualquer lugar, num mundo de produção flexível. “Os clientes podem ter sua versão de praticamente qualquer produto”. A tecnologia vem auxiliando as organizações no desenvolvimento de uma outra forma de fazer marketing, na qual preferências individualiza-das do cliente podem ser capturadas e utilizadas para seu próprio benefício. Para Moon (2000, p. 1) “a tecnologia possibilitou uma maneira nova de segmentação de mercado, na qual a entrega de produtos e serviços individualizados para os consumidores parece ser mais econômica”.Adicionalmente, deve ser levada em considera-ção a necessidade de as empresas monitorarem, em tempo real, a satisfação dos seus clientes, como uma forma de fornecer produtos e serviços
mais customizados. O crescimento do interes-se de empresas em dialogar com seus clientes pode ser confirmado pelos estudos da Associação Brasileira de Telemarketing (ABT) (2002). O estudo anual revela que o setor já emprega cerca de 450.000 pessoas no país e cresce, aproximada-mente, 15% ao ano. O cenário parece favorável para a mudança de foco de marketing, fazendo com que as ações que eram voltadas exclusivamente para a mídia de massa - de envio uni direcional de mensagens via veículos de comunicação de massa - caminhem para o relacionamento em canais mais interativos e individualizados, por exemplo, os call centers e a Internet, pelos quais é possível se dialogar com clientes. Desta forma, abriu-se caminho para o desenvolvimento de um tipo de marketing, men-cionado por diversos autores como marketing de relacionamento, que presume uma reorienta-ção empresarial para a busca de relacionamentos individualizados com o público, interações, res-postas diretas e benefícios mútuos. A prática do marketing de relacionamento pode trazer bene-fícios que incluem a criação de estruturas para mudanças, redução de sensibilidade a preços por parte dos consumidores e redução de custos para as empresas.Segundo Druker (2000), a mídia de massa pra-ticamente ditou o desenvolvimento da forma massificada de comercialização. De modo análogo, o aparecimento da mídia individualizada está proporcionando um novo tipo de concorrên-cia comercial e um certo grau de inquietação por parte dos executivos.Fonte: Parte do texto extraído de: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/8645/000320652.pdf?sequen-ce=1>. Acesso em: 28 jun. 2014.
ImPlementaçãoDecrmParaVIaBIlIzaçãoDemarKetIngDerelacIonamento:UmeStUDoDecaSo
2 MARKETING DE RELACIONAMENTO
Professor Me. Fábio Oliveira Vaz / Professor Me. Osnei Francisco Alves
Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:• Monitoração e satisfação do cliente • Marketing de relacionamento • Benefícios do marketing de relacionamento• Aplicações e planejamento da pesquisa de marketing• Aplicação da pesquisa de marketing• Informações para análise do marketing mix • Sistema de informações de marketing (SIM)
objetivos de aprendizagem• Analisar o marketing de relacionamento com base
nos seus benefícios. • Conhecer as aplicações e o planejamento da pes-
quisa de marketing, bem como o reflexo na análise do marketing mix e o impacto no banco de dados de clientes.
O atual ambiente organizacional exige uma administração mais eficiente e criativa, capaz de se antecipar às necessida-des dos consumidores, em vez de simplesmente reagir a elas. Ante às exigências de novos tempos, o sucesso das organi-zações será garantido pela busca incessante da qualidade (o produto e do serviço) e pela preocupação constante com a satisfação dos clientes. Para tanto, a empresa precisa, antes de tudo, saber quem é o seu cliente-alvo.
Identificar público-alvo significa reconhecer suas necessida-des e expectativas atuais e futuras. Isso possibilita não só criar serviços adequados a tais necessidades, como também desen-volver uma filosofia interna voltada para a satisfação desses consumidores. Pode-se dizer que a definição do público-al-vo é como a escolha dos destinos de uma viagem: enquanto não se sabe aonde se quer ir, não se sabe que mapa comprar e muito menos que rotas escolher. Tomada essa decisão, po-dem-se traçar estratégias de marketing e de pessoal dirigidas a esse cliente-alvo, visando torná-lo fiel e aumentar as vendas.
A identificação do cliente, contudo, não é uma tarefa apenas institucional. Ela deve ser realizada em todo momento de venda. Somente quando se conhece o perfil da pessoa com quem está lidando é possível estabelecer a melhor forma de contato. Por isso, é fundamental conhecer as informações dos clientes para a identificação dos tipos e saber como abordá-los.
Os profissionais das empresas em geral devem se tornar “es-tudantes vitalícios”, travar contato com os clientes e aprender com eles, traçar diretrizes, comunicar-se com clareza e cor-porificar o propósito de sua organização. Somente assim, estarão no caminho certo para a excelência, o crescimento e a rentabilidade.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes42
É preciso investir na satisfação do cliente
e fazer disso a meta da empresa. Tal
satisfação produz recompensas reais
para a organização em termos de fidelida-
de dos clientes e boa imagem da empresa.
Desejos, para Kotler (1998), são carências
por satisfações específicas para atender à neces-
sidade. Uma pessoa pode ter a satisfação de sua
necessidade atendida por meio de um desejo
enquanto outra pessoa tem a mesma neces-
sidade, mas um outro desejo para atendê-la.
MONITORAÇÃO E SATISFAÇÃO DO CLIENTE
Monitorar o grau de satisfação é também
uma forma de manter e recuperar clientes. Tal
monitoração é fundamental para que as em-
presas ofereçam a qualidade e os serviços que
eles desejam. Para tanto, a melhor estratégia
é ouvir os clientes de forma ativa. As empre-
sas precisam encontrar formas criativas de
conhecer melhor as atitudes, preferências e
desejos dos seus consumidores. Não fazer su-
posições e saber precisamente o que o cliente
quer é vital. Também é importante pesquisar
Pós-Graduação | Unicesumar43
os concorrentes, fazer regularmente a audi-
toria de serviços e buscar incansavelmente
mais informações sobre consumidores. Uma
empresa jamais pode dar-se por satisfeita e
acreditar que já conhece a fundo as preferên-
cias de sua clientela. Os clientes mudam; logo
as informações sobre eles também mudam.
Freemantle (1999, p. 92) afirma que “toda
diretoria deve ter uma estratégia de inves-
timento no atendimento ao cliente como
parte de sua visão. Deve ser uma estratégia
que eles considerem fundamental para o
sucesso do negócio em longo prazo”.
De acordo com Vavra (1993), constata-se
que todos os membros da empresa precisam
trabalhar em conjunto para atingir a satisfa-
ção de seus clientes, mas para que obtenham
êxito é importante delegar autoridade aos
seus empregados para que os mesmos
possam resolver os problemas dos clientes.
O pessoal de linha de frente da empresa é
de uma importância fundamental na busca
pela satisfação dos clientes. Se uma organi-
zação está realmente comprometida com a
excelência da qualidade e com a satisfação de
seus clientes, o treinamento torna-se muito
importante. Todo o treinamento das pessoas
de linha de frente deve ser orientado para a
busca da satisfação do cliente.
Zeithaml e Bitner (2003) apresentam
cinco dimensões, que são consideradas
pelos clientes para julgarem a qualidade de
serviços: tangibilidade, responsabilidade, se-
gurança, empatia e confiabilidade.
• tangibilidade: compreende a aparência
das instalações, dos funcionários,
das máquinas e dos aparelhos e da
comunicação. Ou seja, é a aparência
daquilo que o cliente pode ter como pista
física da qualidade do serviço.
• responsabilidade: refere-se à vontade
de ajudar o cliente e ao oferecimento do
serviço com motivação.
• Segurança: compreende o
conhecimento dos funcionários e a
capacidade da empresa de inspirar
confiança.
• empatia: é a medida da personalização
do serviço, isto é, a importância que
é dada a cada cliente, e o esforço da
empresa para atender às necessidades
individuais dos consumidores. Por fim, a
confiabilidade diz respeito à capacidade
da empresa de entregar o produto
prometido com precisão.
• confiabilidade: tem sido o elemento
mais importante da formação das
percepções de qualidade em serviços.
Gronroos (1995) cita que é cada vez mais
raro uma empresa conseguir manter uma
vantagem em qualidade técnica em relação
a seu concorrente, devido ao rápido de-
senvolvimento de cópias. Assim, o foco de
manutenção de vantagem competitiva tende
a ser a qualidade e ou os processos, o que
estimula o desenvolvimento de marketing
de relacionamentos.
Kotler (2002) cita que as organizações
chegaram à conclusão de que um cliente
torna-se mais lucrativo quanto mais tempo
ele permanece com um mesmo fornecedor,
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes44
enfatizando, ainda, que são quatro os fatores
que definem esta maior lucratividade:
a. Clientes compram mais ao longo do
tempo se estiverem satisfeitos;
b. Os custos de atendimento a um cliente
retido caem com o tempo;
c. Clientes satisfeitos normalmente
recomendam o fornecedor a outros
compradores potenciais;
d. Clientes de longa data são menos
sensíveis a preço, contanto que os
aumentos praticados pelo fornecedor
sejam razoáveis.
Outro aspecto vital é estabelecer um sistema
que facilite e auxilie as reclamações, pois é
desse modo que se recebe o feedback mais
precioso para a empresa. São elas as molas
da evolução e do progresso organizacional.
Por isso é fundamental haver não só canais
de reclamações de fácil acesso e entendi-
mento, como também sistemas de incentivo
às críticas (bônus e prêmios) como forma de
conhecer melhor os desejos do consumidor.
Sempre é possível saber mais, e para isso o
marketing de relacionamento é um instru-
mento extremamente eficaz.
casevoltadoparasatisfaçãodoclientelevaempresadetecnologiaaopalcodoWPccomoPartneroftheYear–Brasil.A empresa nasceu há um ano, fruto da ex-pansão dos projetos com tecnologias da Microsoft na Accenture. “Estamos aqui hoje, pois esta história de sucesso já existe há mais tempo, especialmente em serviços financeiros, principal foco da Accenture. A empresa foi criada para expandirmos e crescermos dentro das tecnologias Micro-soft. Hoje repetimos o sucesso que temos no mercado financeiro em outras indústrias”, afirma Endo.O case da conquista da empresa gerou uma mudança muito significativa em uma gran-de instituição financeira durante um perí-odo crítico: o de uma fusão. “Conseguimos
melhorar a forma de atendimento final ao cliente. Todo o processo de atendimento do gerente sofreu profundas modificações, gerando mais eficiência, redução de cus-tos e aumento de receitas”, explica Ossamu. Para alcançar este resultado, a empresa tra-balhou com Windows Server, atualizações de Windows em cerca de seis mil desktops, SharePoint, Visual Studio e System Center. A empresa trabalha na definição estratégica do projeto e desenho da solução e no de-senvolvimento e implementação.Fonte: Caso real, adaptado por um dos au-tores de: <http://www.cafepartnerbrasil.com.br/case-voltado-para-satisfacao-do-cliente-leva-accenture-e-avanade-ao-palco-do-wpc-como-partner-of-the-year-brasil/>. Acesso em: 21 jun. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar45
Para Gangana (2001), o marketing de re-
lacionamento, por ser considerado um
forte instrumento, é capaz de exercer
melhor os processos organizacionais. Ele é um
conjunto de estratégias que visam a identificar
e satisfazer as necessidades do consumidor.
Para Gordon (2002), o marketing de rela-
cionamento difere do marketing tradicional.
Uma dessas diferenças, segundo o autor, é
que no marketing tradicional as avaliações
do profissional eram associadas ao desempe-
nho financeiro e à participação no mercado.
Na era do marketing de relacionamento, as
avaliações que interessam incluem aquelas
que possibilitem um crescimento lucrativo
e de longo prazo com a empresa.
Gonçalves (2002) afirma que o marke-
ting de relacionamento é direto. Em seu
conceito deve-se ter em mente a pergun-
ta: o que devemos fazer pelas pessoas que
queremos ter como clientes? Busca-se, por-
tanto, um relacionamento de longo prazo,
compensador e interativo.
MARKETING DE RELACIONAMENTO
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes46
Sem a definição e o planejamento do
modelo de relacionamento e sem um re-
desenho dos processos de atendimento ao
cliente, a tecnologia de CRM torna-se uma
mera ferramenta. Será apenas um projeto de
informatização de call center, como função
de apoio, sem implementar o conceito de
cliente-interativo, com respostas em tempo
real (BRETZKE, 2000).
Para McKenna (1998), o marketing de re-
lacionamento é a resposta para as empresas
enfrentarem o desafio das mudanças, pois se
baseia na experiência e exige o domínio do co-
nhecimento sobre a tecnologia inerente à sua
atividade, seus concorrentes e seus clientes.
De acordo com McKenna (1992, p.105),
“O marketing de relacionamento é essen-
cial ao desenvolvimento da liderança no
mercado, à rápida aceitação de novos pro-
dutos e serviços e à consecução da fidelidade
do consumidor”.
Marketing de relacionamento é como nós achamos você, passamos a conhecê-lo, mantemos contato com você, tentamos assegurar que obtenha de nós aquilo que quer, não apenas em termos de produto, mas também em todos os aspectos do nosso relacionamento. Verificamos se você está obtendo aquilo que lhe prometemos, desde que, naturalmente, isso também seja vantajoso para nós (STONE, 1998).
Segundo Ferreira e Sganzerlla (2000), a dife-
rença fundamental entre a interatividade no
marketing tradicional e no de Relacionamento
é que a primeira serve de intermediária entre
a produção e o consumo; e a segunda, de
realizadora entre a produção e o consumo.
Rapp e Collins (1996) consideram o
Marketing de Relacionamento como essen-
cial para maximização da função de Marketing.
Não rompem com o modelo tradicional, nem
o consideram ultrapassado, mas acreditam
que o aprofundamento passa necessariamen-
te pelo Marketing de Relacionamento.
Gordon (2002) define o marketing como o
processo de identificação e satisfação das ne-
cessidades do cliente de um modo superior,
de forma a atingir os objetivos da organização.
Segundo o autor, o marketing de relacionamen-
to se desenvolve a partir daí, porém, existem
algumas dimensões que o diferenciam das de-
finições históricas do marketing tradicional.
Gordon (1999) afirma que o relaciona-
mento é o único ativo que realmente importa
para a empresa, pois é capaz de trazer resul-
tados no longo prazo. Por meio de marketing
de relacionamentos a empresa pode de-
senvolver competências e vínculos com o
cliente dificilmente copiáveis. A partir desses
vínculos, ela desenvolve a capacidade de
personalização em massa e pode adaptar as
ofertas aos clientes individualmente.
Berry e Parasuraman (1992, p.53) comen-
tam que:
Os clientes prestam mais atenção ao de-sempenho da companhia quando algo dá errado do que quando tudo funciona bem. Serviços com falhas produzem uma emoção mais intensa e, assim, uma ava-liação mais carregada da parte do cliente do que o serviço impecável.
Pós-Graduação | Unicesumar47
Berry (2001) ressalta que os serviços estão es-
treitamente ligados aos relacionamentos. A
aproximação do marketing de relacionamen-
to ao marketing de serviços deve-se ao fato de
que o relacionamento é um serviço prestado ao
cliente e a sua natureza interativa passa a ser a
base para a oferta contínua de valor superior. Os
serviços são nada menos que o desempenho,
e o desafio de sustentar o vigor, o compromis-
so, as habilidades e o conhecimento daquele
que o desempenha, a qualquer tempo.
Ferreira e Sganzerlla (2000) destacam
que, por trás dos serviços prestados aos
clientes, está a interação com os mesmos,
e o Marketing de Relacionamento apoia-se
nessa interação. A interface entre a produ-
ção e o consumo deve promover a interação,
pois, depois que um produto ou serviço é
entregue, o que garante novas vendas é a
interatividade da empresa com o cliente. A
assistência técnica passa a ser apenas um dos
serviços prestados, considerado básico, en-
quanto cada vez mais se agrega valor com
a ampliação do leque de serviços prestados.
Atualmente, uma das ferramentas mais
utilizadas para focar o cliente e obter todas as
informações desejadas é o marketing de rela-
cionamento, que possibilita conhecer todos os
que estão envolvidos no processo produtivo
– desde a concorrência, passando pelos forne-
cedores e empregados, até os clientes finais – a
fim de integrar o cliente ao processo e alcan-
çar vantagens competitivas de custo e valor.
Gummersson (2005) ressalta que a
credibilidade gerada pelo marketing de rela-
cionamentos representa o principal benefício
do relacionamento para a empresa. O autor
expõe que o investimento em relações é a única
maneira de conquistar a credibilidade do con-
sumidor e, assim, a sua fidelidade, pois apenas o
relacionamento com o cliente é capaz de trazer
insumos suficientes para que a empresa possa
adaptar-se às necessidades mutantes dos clien-
tes e às possibilidades mutantes da tecnologia.
Essa ferramenta enfatiza a interação do con-
sumidor com todo o ambiente de negócios.
O marketing de relacionamento é uma abor-
dagem mais qualitativa do que quantitativa,
pois por meio dele trabalha-se da forma certa
com os clientes certos, e não com um grande
número de clientes em potencial. Esse tipo de
marketing valoriza a postura ganha-ganha, na
qual ambos os lados saem lucrando, o que gera
fidelidade e relacionamento de longo prazo.
grandeempresadeFastFood-caseexemplodecriatividadeemrelacio-namentocomclienteIsso sim é personalizar um produto! Exemplo de como surpreender o seu cliente e de como conquistá-lo com uma ação super criativa.Na ação, o cliente fazia o pedido de um sanduíche do jeito que desejasse e se surpreendia ao receber o lanche com a sua foto estampada na embalagem, reforçando o conceito “A gente faz do seu jeito” (“Have it your way”) e pro-vando que cada sanduíche é exclusivo, feito sob encomenda para cada cliente!Fonte: Caso real e adaptado por um dos autores de: <http://renatoserra.blogspot.com.br/2010/04/burger-king-case-exemplo-de.html>. Acesso em: 30 jun. 2014.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes48
reduçãodecustos: a cultura voltada
para o cliente possibilita reduzir os
custos, pois a focagem mais precisa
dos processos produtivos faz diminuir os des-
perdícios: afinal, a precisão da produção é
muito maior quando se sabe o que é produzir.
Direcionamentocerto: o compromisso
com essa cultura estreita os laços da empresa
com os consumidores por meio da troca de
informações; conhecendo os desejos e ex-
pectativa de seus clientes, a empresa pode
organizar-se para melhor servi-los.
novasoportunidades: a busca per-
manente da satisfação dos clientes amplia
a percepção do empresário para novos ne-
gócios e oportunidades.
maioragilidadeeflexibilidadeem-presarial: na medida em que se reorganizam
para manter somente os processos que
agregam valor para o consumidor, as em-
presas ganham agilidade e flexibilidade para
Benefícios do marketing de relacionamento
Pós-Graduação | Unicesumar49
enfrentar os múltiplos desafios com que se
deparam.
climadeparticipação: o marketing de
relacionamento gera maior compromisso
dos funcionários com o futuro da empresa;
só tem a ganhar a organização que delega
competências, pratica a gerência participati-
va, treina, incentiva e valoriza o funcionário.
retornocompensador: a busca da
satisfação do cliente faz aumentar a lucrati-
vidade da empresa, sem que isso signifique
preços mais elevados e maiores encargos
para a sociedade; isso não só porque os
custos diminuem, mas também porque a
produtividade e a clientela (mais valorizada
e satisfeita) aumentam.
maiormotivaçãodosfuncionários: a filosofia do marketing de relacionamento
e do marketing interno (integração, partici-
pação, liberdade de ação, responsabilidade,
senso de equipe e comprometimento) torna
os empregados mais motivados e dispostos
para o trabalho.
menorincertezadoambiente: a in-
trodução de sistemas de informações e de
melhores e mais eficazes mecanismos de co-
municação possibilita conhecer melhor os
fatores que influenciam tanto o ambiente
externo quanto interno, diminuindo assim
a incerteza existente.
maiordesenvolvimentohumano: por
compreender que nenhuma vantagem com-
petitiva é possível sem a capacidade humana,
a filosofia do marketing de relacionamento
busca promover o crescimento e o aprendi-
zado contínuo do indivíduo.
Para Gummesson (1999), o marketing de
relacionamento está baseado em três pre-
missas: relacionamento, rede e interação.
Quando se fala em marketing de relaciona-
mento, não se faz referência apenas à relação
com clientes, mas a um sistema complexo,
que envolve diversos aspectos interligados,
cujas características são os efeitos de longo
prazo e a geração de benefícios para todas
as partes envolvidas.
Para Grönross (1995), a meta do marke-
ting de transação é conquistar clientes,
enquanto a meta do marketing de relacio-
namento é manter clientes. É fundamental
se compreender essa diferença para se per-
ceber que no marketing de relacionamento
as ações devem ser montadas visando à ma-
nutenção dos clientes no médio/longo prazo.
Segundo Gordon (1999), podem-se enu-
merar alguns exemplos de casos em que a
aplicação da abordagem de marketing de
relacionamento pode ser considerada desa-
fiadora, ou até mesmo inadequada para ser
aplicada integralmente:
a. Em setores onde pode não haver um
grande valor a ser criado mutuamente
entre a organização e seus clientes
e, ainda que houvesse, os clientes
poderiam não se mostrar sensíveis
a tal criação de valor: por exemplo,
na aquisição de sabão em pó, onde
os consumidores podem considerar
uma decisão de compra de baixo
envolvimento, priorizando atributos
do produto em detrimento do
relacionamento.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes50
b. Em situações nas quais, embora exista
potencial de valor mútuo, pode haver
um valor vitalício insuficiente para
garantir a criação de valor recíproco:
por exemplo, se fossem avaliados
os valores vitalícios médios dos
compradores de automóveis com os
dos compradores de queijos, perceber-
se-ia que os valores que as empresas
que comercializam estes produtos
dispõem para investir em atrair e
preservar clientes, provavelmente
seriam bastante diferentes.
c. Nos casos em que o alinhamento de uma
organização para servir apenas clientes
e segmentos de clientes específicos
pode ser excessivamente limitador:
por exemplo, quando uma empresa já
detém uma posição de destaque no
segmento, pode ser bastante arriscado
mudar o foco para outra classe de
clientes com características diferentes,
visto que além da empresa correr o risco
de perder os clientes já conquistados,
poderiam não atingir os novos clientes
desejados.
d. No caso de empresas que utilizaram
grandes verbas para projetar e
desenvolver novos produtos e para as
que investiram pesado em infraestrutura
e processos de negócio: a adoção do
marketing de relacionamento pode
apresentar-se como uma atitude
apressada para os investidores, visto
que envolve mudanças e adaptação
cultural da empresa.
e. Nem sempre as empresas dispõem
de capacidade financeira, tecnológica
e de pessoal para aplicar os princípios
do marketing de relacionamento: por
exemplo, se uma organização está
lutando para sobreviver em um mercado
muito competitivo, é mais prudente focar
na resolução de seus problemas a curto-
prazo, antes que não haja compromissos
a cumprir a longo-prazo.
Pós-Graduação | Unicesumar51
ter o melhor conhecimento de
mercado, entender em profundida-
de as necessidades e os desejos do
consumidor, obter vantagem competitiva
sustentável, ter um posicionamento único
e exclusivo para produtos e serviços são o
melhor dos mundos para qualquer empresa.
Essas questões fervilham nas cabeças dos
mais competentes profissionais de marketing
há muito tempo, pois demandam informa-
ções valiosas de mercado que sustentem
tomadas de decisão acertadas. A pesquisa
de marketing, como ferramenta de auxílio à
administração mercadológica, pode ser um
instrumento poderoso de análise do mercado
e de interpretação da realidade, que colabo-
ra com a resolução dessas e outras questões
relevantes do mundo empresarial.
Faz-se pesquisa quando há necessida-
de da busca de dados e fatos que forneçam
respostas a respeito de um problema ou
momento específico de marketing. A pesqui-
sa faz um diagnóstico de uma determinada
situação mercadológica mediante esforço
APLICAÇÕES E PLANEJAMENTO DA PESQUISA DE MARKETING
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes52
planejado e organizado para a obtenção de
fatos e novos conhecimentos de mercado.
Todo esse esforço é realizado para minimi-
zar os riscos de uma tomada de decisão.
Contudo, é importante deixar claro que o
pesquisador não pode tomar a decisão pelo
executivo de marketing, pois a pesquisa lida
com um produto altamente perecível (infor-
mação). A pesquisa fornece informações úteis
para a tomada de decisão? Sim, sem dúvida,
mas as informações nunca serão totalmente
completas ou definitivas. A pesquisa estará
sempre trabalhando com uma provável con-
clusão a respeito da realidade de mercado.
O risco estará sempre presente, pois ela faz
parte da dinâmica empresarial. Não há espaço
para a transferência da responsabilidade da
tomada de decisão para o pesquisador de
marketing. Ao contrário caberá ao executivo
de marketing, com sua intuição, talento e co-
nhecimento de mercado, tomar decisão do
curso da ação mercadológica com base nas
informações da pesquisa. A pesquisa é uma
ferramenta que realmente diminui a área de
incerteza da administração de marketing.
Contudo, muito mais do que isso, a pesqui-
sa acaba sendo um contínuo investimento
em aprendizado.
aPlicação Da PeSqUiSa De MarKetinGOs estudos de pesquisas têm uma série de
aplicações práticas na gestão de marke-
ting. Uma pesquisa pode ser realizada para
avaliar oportunidades de mercado, outra
para desenvolver opções de segmentação
de mercado, outra ainda para compreender
as atitudes e o comportamento do consumi-
dor. De maneira geral, todo profissional de
marketing trabalha com as seguintes infor-
mações para a tomada de decisão, conforme
Mattar (1997): informações para análise do
mercado, informações para análise do marke-
ting mix, e informações sobre medidas de
desempenho.
Há uma série de fatores a serem analisa-
dos para que se possa construir um quadro
nítido das condições de mercado, a saber:
macro e microambiente, comportamento,
necessidades, desejos e características do
consumidor/cliente e ambiente interno da
empresa.
• análise do macroambiente e domicroambiente: diz respeito às
condições da economia, legislação,
tecnologia, demografia, ecologia, política
e cultura; à estimativa do potencial do
mercado consumidor; à análise do
mercado intermediário; à evolução do
mercado; à demanda por segmento;
às diferenças regionais; ao surgimento
e crescimento de novos mercados;
à concorrência direta e indireta,
concorrência entre produtos e serviços.
• análise do comportamento,necessidades, desejos ecaracterísticas do consumidor/cliente: trata-se do perfil demográfico
e psicográfico do consumidor, das razões
de compra, das atitudes e opiniões, das
motivações de consumo, da identificação
de hábitos e costumes, das necessidades
Pós-Graduação | Unicesumar53
e desejos que estão sendo satisfeitos.
• ambiente interno: recursos
capacitações de marketing, produção,
finanças e tecnologia.
inForMaçõeS Para análiSe Do MarKetinG MixO marketing mix, ou composto de marketing,
também merece tratamento cuidadoso do
profissional de marketing, devendo-se reali-
zar um mapeamento dos produtos e serviços,
preços praticados, formas de distribuição e
comunicação presentes no mercado.
Produtos/serviços: nível de conheci-
mento de produtos e serviços, preferência do
consumidor, experimentação de produtos/
marcas, adaptação de produtos atuais, novos
usos para antigos produtos e da empresa em
face à concorrência, novos produtos (teste
de conceito, pré-teste e teste de mercado),
teste de embalagem; imagem de marca,
frequência de uso, local época de compra,
participação do produto/marca no mercado,
serviços de pós-venda (assistência técnica,
instalação, linha direta com o consumidor)
e ações para enfrentar a concorrência.
Preço: estabelecimento de preços, elas-
ticidade do preço em relação à demanda,
aumento, manutenção ou redução de preços
e importância relativa do preço comparando
as demais variáveis do marketing mix.
Distribuição: escolha de intermediários,
teste de desempenho; efeito do treinamento
em vendas, seleção de canais de distribuição,
determinação de zonas de vendas, deter-
minação de cotas de vendas e avaliação de
ponto de venda.
comunicação: avaliação de campanhas
publicitárias (pré-testes de anúncios e pós-
testes de recordação de campanhas), efeito
de campanhas promocionais e efeitos de pro-
paganda na mudança da imagem da marca.
Também é preciso que se acompanhe as
vendas atuais por linha de produto ou por
mercado, participações de mercado, lucrati-
vidade, imagem de marca, níveis de resposta
de propaganda e promoções de vendas (con-
sumidores, intermediários, vendedores).
SiSteMa De inForMaçõeS De MarKetinG (SiM)
Segundo Aaker et al. (2001, p. 46),
Um sistema de informações é uma estrutura interativa e contínua de pessoas, equipa-mentos e procedimentos que coletam, selecionam, analisam e distribuem infor-mações de marketing pertinentes, corretas e em tempo hábil para os tomadores de decisões de marketing.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes54
Em outras palavras, o SIM é o sistema que
reúne informações necessárias para a tomada
de decisões e análises a serem feitas pela
empresa, com base no mercado.
O SIM é uma estrutura conceitual univer-
salmente aceita pelas empresas, mas aplicada
caso a caso, de diferentes formas. Para que
seja possível fazer a ligação entre o modelo
e a prática efetiva, alguns pontos devem ser
observados.
a. Há a entrada de dados oriundos
do macroambiente (dados sobre
política, cultura, tecnologia, ecologia,
geografia, legislação e economia), do
microambiente (dados de consumidores,
canais de distribuição, concorrentes,
fornecedores e complementadores) e
da própria operação da empresa (dados
contábeis, financeiros, de resultados de
vendas, do desempenho das iniciativas
de marketing).
b. Os dados de entrada podem ser
dados secundários já disponíveis no
ambiente de marketing, que já foram
coletados, tabulados e analisados
com propósitos outros e que estão à
disposição dos interessados) e dados
primários (geralmente pesquisas que
são feitas sob medida para estudar
um determinado assunto, isto é, para
atender necessidades específicas de
informação). Os dados primários são
dados inéditos nunca antes coletados
no ambiente de marketing.
c. Os dados são classificados de acordo
com os subsistemas que compõem
o SIM, processados e analisados em
conjunto gerando uma informação que
servirá de apoio à tomada de decisões.
Esses subsistemas são: subsistema
de dados internos, subsistema de
inteligência de marketing, subsistema
de apoio à administração de marketing
e subsistema de pesquisa de marketing,
conforme detalhado a seguir:
• O subsistema de dados internos envolve
todo o dado que a empresa produz
para gerir o andamento dos negócios.
Um bom exemplo são os tradicionais
relatórios gerenciais de desempenho
de vendas, relatórios financeiros, dados
de produção/estoque, dados setoriais,
regionais ou globais. São basicamente
os dados secundários.
• Os subsistemas de inteligência de
marketing envolvem toda a inteligência
que pode buscar externamente à
empresa, por exemplo, pesquisas
contínuas, clipagem de imprensa,
estudos setoriais gerados por entidades
e associações, leituras, conversas com
distribuidores. Outros subsistemas são
utilizados como forma de contribuição
para as futuras estratégias de negócios,
cujos dados podem ser secundários ou
primários.
• O subsistema de apoio à administração
de marketing é um conjunto de recursos
tecnológicos (software e hardware)
e técnicas estatísticas aplicadas à
gestão de negócios. Softwares de
gestão empresarial como SAP, Oracle
Pós-Graduação | Unicesumar55
e JD Edwards, que integram todos os
departamentos e, consequentemente,
todos os dados gerados por uma
determinada organização, softwares especialistas, por exemplo, um software desenvolvido para capturar pedidos
de vendas pela internet, e ferramentas
estatísticas como regressão múltipla,
análise discriminante e análise fatorial são
exemplos de sistemas de apoio à tomada
de decisões.
• Os subsistemas de pesquisas de marketing
é apenas um dos componentes do SIM.
Entre esses componentes, ele é o único
instrumento que coleta dados primários.
Esses, em muitas empresas, estão
armazenados num departamento de
pesquisa de marketing ou num grande
departamento de marketing.
d. A informação gerada é disseminada
para os profissionais interessados.
Após a tomada de decisão, o cenário
mercadológico modifica-se, gerando
um conhecimento proveniente da
análise de como as decisões baseadas
nas informações foram eficazes e,
portanto, como seria a melhor maneira
de corrigir eventuais erros de curso, em
um processo de retroalimentação e
atualização do sistema.
Assim, o principal papel do SIM é avaliar as
necessidades de informação do administra-
dor, desenvolver as informações mais úteis
e distribuí-las no tempo certo. Os benefícios
esperados pelas empresas na utilização de
um sistema de informações de marketing
são: evitar surpresas, identificar ameaças
e oportunidades, obter e manter a vanta-
gem competitiva com redução do tempo
de reação, minimizando os recursos, acom-
panhar mudanças de valores, hábitos e
necessidades do consumidor e, por último,
aprimorar e revisar continuamente o plane-
jamento estratégico de longo e curto prazo.
Assim, na constituição de um sistema
de informação, algumas premissas básicas
e conceitos fundamentais precisam estar
no cerne das preocupações daqueles que
definirão a forma como o sistema estará mo-
delado, para se estabelecer o melhor formato
de um adequado sistema de informações.
Essas premissas são: um conjunto de dados
não representa, necessariamente, uma in-
formação quando se conhece o objetivo de
seu uso, ou seja, sua interpretação. A acu-
mulação de dados – numa biblioteca, num
arquivo, num disquete, na memória humana
– pode ter vários nomes, como patrimônio,
banco de dados ou cultura organizacional.
Mas também poderá ser chamada de “banco
de dados” se não tiver uma finalidade. Quanto
maior a quantidade de dados a serem acu-
mulados, maior o investimento necessário
para a sua coleta, classificação, armazena-
mento e atualização.
Há ainda alguns cuidados que devem ser
tomados na coleta e no armazenamento dos
dados que farão parte do sim. É importante
que o gestor do sistema tenha uma postura
crítica com relação aos dados disponíveis na
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes56
organização, porque não rara às vezes acon-
tece o seguinte:
• Os dados disponíveis não são confiáveis.
• Os dados estão dispersos dentro da
empresa, exigindo grande esforço para
ser localizados – nesse caso, só vale a pena
investir nos, efetivamente, importantes.
• Os dados realmente importantes são
suprimidos, ou demoram muito a
aparecer, por conveniência política, por
gerarem polêmica ou por terem impacto
sobre decisões importantes dentro da
empresa.
• Os dados são deliberadamente ocultados
para que uma decisão possa ser tomada
sem maiores problemas.
• Os dados importantes disponíveis na
organização não permitem localizar a
fonte, o que é um problema especialmente
delicado, pois sem essa, não será possível
manter o dado atualizado.
A interpretação dos dados é muito pessoal e,
por vezes, pode induzir a um erro na tomada
de decisão. Também há casos em que um
administrador interpreta dados de forma
viesada para justificar as suas decisões.
Dados e informação representam poder
e alimentam “feudos” internos e externos.
Quando tais feudos existem, disponibilizam
apenas as informações que enaltecem o seu
trabalho, ou que desmerecem outro. É muito
importante ter cuidado com essa situação
relativamente comum, sendo crítico e caute-
loso ao extremo, para que somente os dados
corretos, e em todas as suas facetas, sejam
disponibilizados.
Há, ainda, diferentes formas de interpre-
tação dos dados, de acordo com a formação
dos administradores que os utilizam. Os espe-
cialistas olham dados, interpretam de forma
localizada e restrita e, normalmente criam
polêmica por falta de visão generalista. Por
outro lado, os generalistas interpretam dados
e visualizam apenas se o seu uso atende às
questões estratégicas. Acima de tudo, ter
dados e conhecê-los é cultura, no sentido
de domínio e conhecimento, e saber pro-
cessá-los transformando-os em informação,
é sobrevivência. Saber usar a informação é a
arte do poder. A inteligência de negócios é
muito mais uma forma de comportamen-
to do que um sistema formatado, formal e
cartesiano.
Pós-Graduação | Unicesumar57
Banco De DaDoS De clienteS e Data-BaSe MarKetinGOs profissionais de marketing precisam co-
nhecer seus clientes. E para isso têm de
coletar e armazenar informações em um
banco de dados e usá-los em suas ações de
marketing. Um banco de dados de clien-
tes é um conjunto de dados abrangentes
sobre clientes atuais ou potenciais atuali-
zado, acessível, prático e organizado para
fins de marketing, tais como geração de in-
dicações, venda de um produto ou serviço
ou manutenção do relacionamento com os
clientes. Database marketing é um proces-
so de construir, manter e usar os bancos de
dados de clientes e outros registros (produ-
tos, fornecedores, revendedores) para efetuar
contatos e transações e para construir rela-
cionamentos com os clientes.
Como o ex-diretor de marketing da
Amazon gostava de ressaltar, quando você
entra em uma loja virtual de departamen-
tos, ninguém sabe quem você é. Entretanto,
quando você entra na Amazon, é cumpri-
mentado pelo nome, recebe sugestões
personalizadas com base em suas compras
anteriores e uma série de críticas honestas
de outros clientes a respeito dos produtos
sugeridos. Quando sai do site, também lhe
pedem permissão para enviar e-mails com
promoções.
Muitas empresas confundem lista de
mala direta de clientes com banco de dados.
Uma lista de mala direta de clientes é sim-
plesmente uma série de nomes, endereços
e números de telefone. Um banco de dados
de clientes contém muito mais informações,
acumuladas por meio de transações, regis-
tros, questionários por telefone, cookies e
todos tipos de contato com o cliente.
Um banco de dados de cliente ideal
contém informações sobre compras ante-
riores, dados demográficos (idade, renda,
membros da família, datas de aniversário),
marketresearch&consumerInsi-ght(mrcI)Foi em busca de uma oportunidade para fortalecer ainda mais seu portfólio no Brasil que uma empresa de iogurtes investiu na identificação do potencial de mercado referente a intestino pre-guiçoso no país.Lançado primeiramente na Espanha em 1987, e hoje presente em mais de 40 países, a empresa foi uma das marcas mundiais de iogurte estuda-das para ser lançada no Brasil. E foi a partir desse momento que o trabalho de Market Research & Consumer Insight tornou-se fundamental, na medida em que surgiram muitas dúvidas e ques-tões. Perguntas relacionadas a como os consumidores percebiam e lidavam com o tema “intestino preguiçoso”, ou seja, informações importantes para en-tender a necessidade desse mercado: Quantas pessoas no Brasil sofrem de intestino preguiçoso? Qual o nível de conscientização dessas pessoas sobre o assunto? Quais públicos apresentam os maiores índices de intestino pre-guiçoso? Intestino preguiçoso é algo visto como um “problema” ou é algo considerado “hereditário” e, por isso, “natural” por parte dos consumidores?Fonte. Texto extraído de: < http://www2.espm.br/sites/default/files/activia.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2014. Caso real.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes58
dados psicográficos (atividades, interesses e
opiniões), dados sobre mídia (preferência de
mídia) e outras informações úteis.
No marketing empresarial, o banco de
dados contém produtos e serviços compra-
dos pelo cliente; volume, preços, e lucros
anteriores; nome dos membros da equipe
(com idades, datas de aniversário, hobbies e
pratos favoritos); status dos contratos atuais;
uma estimativa da participação do forne-
cedor no negócio do cliente; fornecedores
e concorrentes; uma avaliação dos pontos
fortes e fracos da concorrência nas vendas
e no oferecimento de serviços ao cliente;
práticas, padrões e políticas de compras
relevantes.
Os dados precisam ser armazenados, os
contatos sistematizados e os resultados têm
de ser mensurados. No entanto, é também
essencial que as informações obtidas e ar-
mazenadas no relacionamento com o cliente
devam ser utilizadas para a elaboração das
estratégias da empresa, ou seja, devam ali-
mentar a empresa no planejamento, nos
níveis estratégicos, tático e operacional.
Bogmann (2000, p.76), comenta:
Que não tem como falar de marketing de relacionamento sem associar banco de dados, pois os dois caminham juntos. Essa proposta de ter um banco de dados é im-portante, pois é por meio desse banco que a organização coleta dados que irão trans-formar-se em informações que ajudam na tomada de decisões. Dessa forma, se a or-ganização conhece os consumidores fica mais fácil oferecer o produto ou serviço
adequado. O banco de dados, ao registrar informações detalhadas sobre os consu-midores, tem condições de conhecer bem seus desejos e necessidades, construin-do um relacionamento de longo prazo. O banco de dados é uma das ferramen-tas mais importantes do marketing de relacionamento. Por meio do banco de dados obtêm-se informações atualizadas em tempo real, criando, assim, um canal de comunicação com o cliente, rápido, efi-ciente e direto.
Ainda não se chegou a um consenso sobre
o que é um banco de dados de clientes e
como ele deveria funcionar. Muitas empre-
sas investiram grandes somas em bancos de
dados que fracassaram ou que não tiveram o
desempenho esperado, pois ficaram prontos
tarde demais ou porque contêm algumas
funções inviáveis na prática.
Muitas das tecnologias de gestão de clien-
tes mais bem-sucedidas de hoje surgiam na
década de 80, até mesmo um pouco antes.
Os setores pioneiros foram comerciantes
diretos (como as empresas de formulação
de pedidos por correio ou do setor edito-
rial), usuários de grandes forças de vendas
(como os fornecedores de equipamentos
para empresas) ou uma combinação dos
dois (como algumas empresas de serviços
financeiros). Algumas organizações conse-
guiram desviar o foco dos produtos para os
clientes. Hoje, muitas tendências acentua-
ram a necessidade de empregar tecnologia.
Entre essas estão a desregulamentação, a
concorrência mais acirrada, a globalização, as
pressões de custo (particularmente a redução
Pós-Graduação | Unicesumar59
do número de funcionários) – forçadas pelas
condições econômicas, pela diversifica-
ção de canais, pelo desejo dos clientes de
terem um serviço personalizado, direto e de
baixo custo e, obviamente, pela queda nos
preços da tecnologia de computadores e das
telecomunicações.
Ainda existem problemas associados aos
processos, pois muitos são lentos e complexos
para utilização dos sistemas de informação e
de captação de dados. Várias empresas ba-
seiam-se, ainda, em esquemas de comando
e controle, ou seja, em esquemas cujo foco
está mais em controlar o impacto dos clien-
tes sobre a empresa do que em permitir que
os clientes obtenham uma melhor prestação
de serviços da empresa. Os canais de dis-
tribuição e de processos que há vinte anos
estavam no auge (a força de vendas, a rede
de filiais) hoje não ocupam a mesma posição
nas empresas voltadas para o atendimento
de mercados de massa ou perante o consu-
midor. Porém, a cultura de operações, em
vez de aquisição e da retenção de clientes,
domina muitas empresas. Nessas circuns-
tâncias, não é surpresa que haja um grande
número de baixas como, por exemplo:
• Projetos inacabados de data warehouses
(banco de dados).
• Problemas graves relacionados aos
sistemas legados, exacerbados por fusões
e aquisições.
• Departamentos de tecnologia que
executam projetos porque o pessoal de
marketing perdeu o interesse, o ímpeto
ou simplesmente saiu da empresa.
• Captura de informações que se concentra
em evitar riscos sem, contudo, exigir o
direcionamento a bons clientes.
• Graves limitações de capacidades
profissional.
• Falta de investimento em habilidades de
interpretação de dados.
É importante perceber que os fornece-
dores podem, de fato, causar alguns dos
problemas citados acima. Por exemplo, con-
sultores podem sugerir estratégias inviáveis.
Fornecedores de hardware ou de software
com ofertas limitadas podem tentar partici-
par dos negócios ao forçar a sua presença
na solução proposta suprirá os critérios de
aceitação, deixando nas mãos do cliente a
responsabilidade de fazer com que a solução
escolhida gere os benefícios necessários.
Talvez dois melhores exemplos de proble-
mas criados por fornecedores sejam:
• Data warehouse abrangentes, cujo custo
de criação é muito maior do que os
benefícios que talvez tragam para a
empresa.
• A aquisição de pacotes de análises de
banco de dados que não chegam a ser
utilizados.
Hoje em dia, entretanto, constatamos em
algumas empresas a existência de uma
perspectiva tecnológica mais realista. As or-
ganizações aceitam que nunca chegarão ao
destino escolhido, embora acreditem que
haverá um fluxo contínuo de benefícios ao
longo do caminho. Nesse meio tempo, é
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes60
essencial ter um mapa em mãos, que nos
diz a direção certa.
Muitas vezes, os dados sobre os clientes
potenciais não recebem o tratamento ade-
quado ou se perdem. Há muito espaço para
melhoria nesta área de coleta e armazena-
mento de informação – desde que sejam
usados tecnologia e processos aperfeiçoados.
A maior parte das empresas que esta-
belece interface com um grande número
de clientes enfrenta fortes pressões compe-
titivas, por isso procura meios de manter a
qualidade de sua interface ao alcance dos
clientes, reduzindo, ao mesmo tempo, os
custos. As expectativas dos clientes conti-
nuam aumentando eles querem mais, mais
rápido, melhor e mais barato. Independente
de os clientes pedirem ou não, os concor-
rentes oferecem tudo isso, razão pela qual as
empresas sentem-se pressionadas a inovar
e a explorar novas tecnologias. Entretanto,
o próprio porte e escopo da interface que
mantém os clientes já é, em si, uma mudança
cara, por isso muitas organizações limitam-se
a experiências e projetos-piloto. Os próprios
aperfeiçoamentos na gestão de clientes
obtidos com a implementação dos sistemas
citados mais acima podem elevar os custos
se não forem utilizadas, também, tecnologias
para expandir os negócios ou para reduzir
os custos da gestão de clientes nas diferen-
tes fases do relacionamento que englobam
conquista, retenção, desenvolvimento, etc.
Grandes progressos na informatização da
interface com o cliente ocorreram principal-
mente no que se refere aos pontos de venda
para prestação de serviços. Podemos exem-
plificar tais progressos com as páginas da
internet ou da extranet, que oferecem uma
vitrine completa de vendas em um espaço
pequeno. Esses espaços reúnem todas as in-
formações de que as pessoas precisam, além
de oferecer serviços como compras instan-
tâneas e verificação de crédito online. Tais
recursos não só garantem maior facilidade
de recrutar e de servir clientes, mas também
asseguram uma maior disponibilidade de
dados sobre os clientes para os fornecedores.
Em geral o problema está na impossibilida-
de de a empresa utilizar esses mesmos dados
depois de ter alcançado níveis mais altos de
gestão de clientes.
Pós-Graduação | Unicesumar61
Em ambientes de telemarketing, por
exemplo, sempre se recorre ao banco de
dados de clientes para que haja um reco-
nhecimento dos clientes já existentes. Por
outro lado, nas empresas que atendem di-
retamente ao público, o banco de dados é
utilizado com menos frequência. Já em am-
bientes de varejo, as informações acerca dos
clientes estão concentradas nos cartões de
crédito.
Tanto no telemarketing quanto no varejo,
a atualização dos dados provenientes de
fontes diferentes: transação/cobrança; res-
posta a campanhas; prestação de serviços
ao cliente, etc., continua sendo um proble-
ma. Os clientes também querem ter acesso
a informações sobre ofertas, sobre as tran-
sações que efetuaram recentemente ou há
mais tempo, bem como o relacionamento
que mantém com o fornecedor. Podemos
exemplificar o desejo dos clientes de estarem
sempre bem informados com a grande quan-
tidade de acessos aos serviços de home banking e de autoadministração de cartei-
ras de investimento.
Porém, as expectativas dos clientes de que
os dados sobre eles estarão sempre disponí-
veis e usados de maneira construtiva estão
melhorando, e muito, o reconhecimento
do próprio cliente, bem como a disponibi-
lidade de dados sobre ele e a inclusão dos
processos associados na nova geração de
especificações do sistema. Hoje, entretanto,
poucos sistemas de contato com o cliente
são capazes de exibir um registro comple-
to e relevante acerca de uma clientela com
rapidez, ou seja, não conseguem fornecer in-
formações de maneira tão rápida a ponto de
o cliente mal notar o atraso. A maior parte
das empresas percebe a necessidade de
aperfeiçoar-se nesse ponto, por isso muitas
estão atualizando o fluxo de informações
existente entre os sistemas, ajudando os ope-
radores (que às vezes são os próprios clientes)
a navegar neles. Grande parte das organi-
zações também percebe a necessidade de
treinar continuamente os funcionários que
mantém contato direto com os clientes, pois
por mais que o sistema tenha conhecimen-
tos, o toque humano é preciso.
No telemarketing interno, onde há um
grande progresso de sistemas inteligentes
que gerenciam o roteiro de acordo com as
respostas dos clientes e usam as informa-
ções já contidas no banco de dados, várias
organizações esperam que o uso da integra-
ção de telefonia via computador aumente
rapidamente nos próximos anos. Caso isso
aconteça, a troca de informações e o re-
conhecimento do cliente se tornarão mais
comuns, o que levará a estratégias de seg-
mentação para uma gestão aperfeiçoada
de clientes – as chamadas telefônicas serão
frutos das necessidades dos clientes.
Além disso, os telefonemas de pessoas
que participaram de algum evento promovi-
do pela empresa provavelmente aumentarão,
por exemplo, o que chamamos de eventos
de cuidado intensivo, gerados por problemas
de serviço ou por mudança nas unidades de-
cisórias. No mercado entre empresas e em
alguns mercados de consumo, o trabalho
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes62
em equipe nos call centers e nas vendas em
campo também será essencial, pois, em geral,
ocorre em ambientes de apoio técnico e de
prestação de serviços. Isso se aplicará até
mesmo na área de marketing, em canais
híbridos, nos quais a empresa aborda um de-
terminado grupo de clientes por intermédio
de vários outros canais que, aparentemente,
são conflitantes, mas que na verdade, suprem
necessidades diferentes.
Porém, com essa integração de telefonia
via computador, muitas empresas continu-
arão cometendo o erro de pensar que os
recursos avançados que transmitem uma
mensagem errada, são como um exército po-
deroso que marcha com rapidez na direção
errada!
No entanto, muitas empresas descobriram
que a utilização de um banco de dados de
clientes como parte de um processo destinado
a melhorar a prestação de serviços ao cliente
é uma importante justificativa para o investi-
mento. Fazer certo as tarefas simples; escrever
ou ligar para os clientes certos; obter os deta-
lhes corretos durante o contato com o cliente
e fazer o acompanhamento desse, lidando
com os clientes de maneira rápida, eficien-
te e profissional, parece ser o maior segredo
aqui. Contudo, há uma forte tendência nas
empresas atuais de complicar demais a situa-
ção tanto da perspectiva dos sistemas quanto
dos processos, o que leva à criação de siste-
mas e processos com especificações demais,
cujo desenvolvimento é lento ou que talvez
nem cheguem a ser desenvolvidos. O segredo
é ver as coisas da perspectiva dos clientes, evi-
tando investir em abordagens de tratamento
que não fazem muita diferença para eles.
As empresas tentam complicar a maneira
pela qual tomam decisões nesta área de rela-
cionamento com os clientes quando tentam
impor uma racionalidade errada ao processo
de gestão de clientes. A forma mais comum
disso é a tentativa de alocar tipos diferentes
de clientes a diferentes canais de distribuição
ou a diferentes meios de comunicação. Hoje
em dia está claro que os clientes gostam de
ser gerenciados e gerenciar os fornecedo-
res com os quais trabalham usando diversos
canais de distribuição e comunicação. No
mundo do marketing híbrido, aceita-se a uti-
lização complementar em vez de competitiva
Pós-Graduação | Unicesumar63
ImportânciadobancodedadosparaseunegócioUma das ferramentas que diferenciam as empresas, o banco de dados permite saber o perfil exato de clientes de uma determinada companhia. Banco de dados é um conjunto de informações que se relaciona de forma a criar um sentido.O Walmart, por exemplo, se tornou a maior cadeia de lojas de varejo do mundo porque soube se destacar da concorrência e obteve
crescimento significativo graças às informa-ções de seu banco de dados, que possibi-litou a sua rede de lojas oferecer produtos diferenciados e adequados ao perfil do con-sumidor de cada uma de suas unidades.Fonte: Parte extraída do artigo dispo-nível em: <http://www.dgabc.com.br/Noticia/460146/importancia-do- banco-de -dados-para-seu-negocio ?referencia=navegacao-lateral-detalhe-no-ticia>. Acesso em: 29 jun. 2014.
Não importa se o cliente liga para recla-mar, é preciso atendê-lo sempre com qua-lidade, mostrando-lhe que a empresa é
idônea e preocupada com o cliente.
Fonte: Elaborado pelos autores.
de novas tecnologias e canais para reduzir
custos, além de conquistar, desenvolver e
reter clientes mais eficientemente. É preciso
entender que o e-commerce, em geral, é
muito mais eficaz para administrar os clientes
existentes quando é utilizado em combina-
ção com outros métodos de comunicação,
embora seja, às vezes, bem menos eficaz na
conquista de novos clientes do que o call
center, por exemplo. A não ser que uma abor-
dagem mais flexível seja utilizada, muitas
vezes, as novas tecnologias, como call centers
e e-commerce, podem gerar custos e criar
conflito em vez de trazer benefícios.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes64
Em um mundo cada vez mais marcado
pela facilidade de obtenção de informa-
ções, e pelo crescente desejo dos clientes
de interagirem de outras formas com seus
fornecedores, ocorre o surgimento de novos
“papéis” de clientes. Mesmo em seu papel
tradicional, os clientes estão cada vez mais
exigentes em relação à atuação dos seus
fornecedores.
A qualidade é um dos fundamentos
do marketing de serviços, pois a impos-
sibilidade de um controle prévio dificulta
bastante as coisas. Ela é quem ajuda a
construir a reputação da empresa, na qual
o cliente deverá confiar. O consumidor
compra uma promessa e precisa de ga-
rantias para diminuir sua sensação de risco.
Além disso, o modo como a empresa se
conduz para resolver eventuais problemas
com os clientes tem impacto direto na sua
percepção de valor.
O objetivo de um programa de relaciona-
mento é fazer com que valha a pena, para os
clientes, fazer negócios com a organização,
motivo pelo qual é importantíssimo conhecer
o comportamento dos clientes. Muitas vezes,
há uma tênue separação entre tentar desen-
volver relacionamentos mais fortes e irritar os
clientes. Em qualquer programa de relacio-
namento, é preciso analisar todos os pontos
de contato possíveis com os clientes, levar
em consideração as mensagens da concor-
rência, testar a frequência ideal e oferecer
aos clientes os produtos certos, garantindo-
lhes também uma prestação de serviços de
qualidade.
O sistema de informação de marketing,
portanto, deve oferecer um panorama exato
e atualizado sobre a aquisição e a retenção
de clientes. O relatório de gerência revela
informações sobre os clientes, mostrando
ganhos e perdas a eles relativos e classifica
perdas/ganhos por tipo de cliente, tipo de
produto adquirido.
Há muitas maneiras de medir a eficá-
cia operacional. No final, os resultados mais
importantes são a satisfação do cliente, o
apoio dado à marca e com isso se traduz
em medidas financeiras, tais como receitas
e lucros.
considerações finais
Pós-Graduação | Unicesumar65
atividades de autoestudo
I. De acordo com Vavra (1993), constata-se que todos os membros
da empresa precisam trabalhar em conjunto para atingir a
satisfação de seus clientes, mas para que obtenham êxito é
importante delegar autoridade aos seus empregados para
que os mesmos possam resolver os problemas dos clientes.
Estabeleça um conceito sobre satisfação de cliente.
II. Para Gordon (2002), o marketing de relacionamento difere do
marketing tradicional. Uma dessas diferenças, segundo o autor,
é que no marketing tradicional as avaliações do profissional
eram associadas ao desempenho financeiro e à participação
no mercado. Na era do marketing de relacionamento, as
avaliações que interessam incluem aquelas que possibilitem
um crescimento lucrativo e de longo prazo com a empresa. Por
que o marketing de relacionamento é uma abordagem mais
qualitativa do que quantitativa? Justifique a sua resposta.
III. Ainda não se chegou a um consenso sobre o que é um banco de
dados de clientes e como ele deveria funcionar. Muitas empresas
investiram grandes somas em bancos de dados que fracassaram
ou que não tiveram o desempenho esperado, pois ficaram
prontos tarde demais ou porque contém algumas funções
inviáveis na prática. Explique a função do banco de dados de
clientes.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes66
livroTítulo: Marketing de Relacionamento - Tecnologia, Processos e Pessoas.Autor: Luis Claudio ZenoneEditora: AtlasSinopse: As empresas já sabem que a vantagem competitiva será maior para aquelas que atenderem seus clientes de forma mais eficiente e eficaz e responderem de modo mais rápido às mudanças de necessidades e expecta-tiva dos consumidores, criando alternativas inovadoras e diferenciadas para anteciparem-se a elas, ou seja, ter o “foco no cliente”. Entretanto, muitas em-presas ainda não têm a exata consciência da necessidade em investimentos em tecnologia e das mudanças em suas estruturas, processos e na compe-tência profissional necessárias para trabalhar com o foco no cliente. Um ponto fundamental é que as empresas devem pensar na estratégia global de atendimento. Para isso, é necessário que todas as informações sobre o mercado, e principalmente dos clientes, estejam consolidadas e disponíveis para todos os envolvidos no processo e assim desenvolver ações de marke-ting conjuntas e com estratégias de relacionamento adequadas aos diversos públicos de interesse da empresa.
Pós-Graduação | Unicesumar67
relato de caso
Para entendermos melhor o uso do marketing de relacionamento faremos uma reflexão sobre uma Concessionária de Veículos situada no Noroeste do Paraná. Duas questões perturba-vam os gestores:
1. Como manter os clientes para fazer as revi-sões dos veículos após a compra?
2. Como melhorar o atendimento para esses clientes?
Para responder esta pergunta a empresa resolveu aplicar uma pesquisa com os clientes e funcio-nários, buscando assim entender os fatores que faziam com que as clientes deixassem de fazer as revisões dos veículos na empresa.
Esta pesquisa foi anônima, para que fosse pos-sível ter informações precisas sobre os possíveis problemas a serem corrigidos.
Após aplicada a pesquisa o que se percebeu foi que os clientes não conseguiam enxergar o que era feito no veículo pelo valor que era cobrado. “Estou pagando isso para lavar e trocar óleo”, este era o relado de vários clientes.
A falta de percepção do serviço a ser executa-do gerava insatisfação por parte dos clientes,
principalmente quando comparado ao preço a ser pago, ou seja, o cliente não enxergava o que estava sendo feito no veículo, por se tratar de uma revisão e de componentes internos do veículo, não vistos com facilidade pelo cliente.
Para corrigir o problema foi elaborado um che-ck-list completo, onde o mecânico ao atender o cliente mostrava item por item o que seria reali-zado no veículo.
Os mecânicos passaram por um treinamento completo para usar o novo método, desta forma, mostrando aos clientes detalhe por detalhe o que seria executado de serviços na revisão do veículo. Os atendimentos passaram a ser feitos com hora marcada e o mecânico tinha a chance de fideli-zar o cliente, o que gerava comissão pelo serviço e atendimento.
A ação só funcionou porque tinham vantagens tanto para os clientes quanto para os funcionários.
Para surpresa de todos, os clientes começaram a se fidelizar e os mecânicos conseguiram manter uma carteira melhor de clientes com eles.
Fonte: O caso é verídico e foi vivenciado por um dos autores.
Gestão de Negócios68
a ImPortâncIa Do marKetIng DerelacIonamentoParaaFIDelIzaçãoDeclIenteS.
O mercado tem passando por grandes mudanças que o descaracteriza e amplia com novas opor-tunidades, e em contrapartida novas ameaças. Os consumidores vêm sendo bombardeados com excesso de informações e ofertas explosi-vas a cada segundo, o que viabiliza o processo de compra e venda de um produto, que depende diretamente do entendimento do comportamen-to de seu consumidor.
Este comportamento pode ser baseado nos fatores econômicos, culturais, sociais, familiares e outros. Abraham Maslow (1975) através de sua teoria da motivação mostra que o ser humano busca satisfazer suas necessidades, respeitando uma hierarquia, sendo esta devidamente de-monstrada pela sua pirâmide motivacional, em que baseia-se na auto realização, autoestima, nas necessidades sociais, segurança e nas chamadas fisiológicas, que são tidas como básicas.
A busca pela sobrevivência no mercado competi-tivo tem gerado para as empresas oportunidades de criar alternativas factíveis que possam lhes ga-rantir retornos superiores, crescendo a satisfação da demanda desse mercado, focando-se no uso das ferramentas mercadológicas que posterior-mente agregarão valores. Para isso, é necessário medir a satisfação dos clientes, e a partir daí, iden-tificar fatores que poderão ser adicionados ao valor final do produto.
Jaques (2009) mostra que a capacidade de identificar por meio de estudos científicos do mercado as necessidades e oportunidades de
produtos e serviços gerados para um determi-nado público-alvo, traz benefícios financeiros e/ou administrativos aos clientes através de tran-sações bilaterais.
Essa satisfação é medida através da relação entre o que um cliente recebeu ou percebeu e o que esperava ver (percepção x expectativa). Caso a percepção seja maior do que a expectativa, o cliente fica muito mais satisfeito do que espe-rava, mas se for menor, frustrasse e não registra positivamente a experiência.
Já que as expectativas dos clientes aumentam com o decorrer do tempo, eles tendem a não mais se satisfazerem se a empresa não conseguir acompanhar as mudanças de suas necessidades e desejos, o que demanda tempo e investimento.
Proporcionar aos clientes um relacionamento prazeroso e de confiança é o mesmo que inves-tir na conquista da sua lealdade, levando-os a pensar duas vezes antes de experimentar outra marca. Porém, a fidelização é um processo contí-nuo de conquista da lealdade, porque ninguém é fiel de vez em quando. Ou se é ou não é. E se uma empresa consegue manter seus clientes fiéis a sua marca, ela possui um diferencial competiti-vo que irá garantir sua sobrevivência.
Diante do cenário exposto acima, e da impor-tância de se fidelizar clientes, o Marketing de Relacionamento torna-se o fator-chave para o sucesso organizacional.
Fonte: Parte do texto extraído de: <http://www.andrekaercher.com.br/artigos/a-importancia-do-marketing-de-relacionamento-para-a-fideliza-cao-de-clientes-novo.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2014.
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM PRODUTOS
Professor Me. Fábio Oliveira Vaz / Professor Me. Osnei Francisco Alves
Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:• Conceitos fundamentais em produtos• A definição de produto em marketing • Produto: bem ou serviço? • As diferenças entre produtos e serviços • Diferenciação de produto• Diferencial do produto genérico e esperado • Produto ampliado • Posicionamento • O ciclo de vida do produto • O conceito de ciclo de vida dos produtos • Características do ciclo de vida dos produtos • O reciclo do produto • O fluxo do processo de marketing. Marketing de serviços • Pós-vendas e assistência técnica
objetivos de aprendizagem• Ampliar os conhecimentos sobre produtos e servi-
ços, observando as suas diferenças e a sua relação com a satisfação dos clientes.
• Compreender a função do marketing de serviços, o pós-vendas e assistência técnica.
Em um mundo onde a velocidade de surgimento de concorren-tes e as práticas de benchmarking são utilizadas diariamente para diminuir as diferenças entre produtos e serviços de fornecedores distintos, o processo de desenvolvimento de produtos também sofre pressões para se adaptar.
O ritmo de criação de produtos e a necessidade de adequação dos mesmos às conveniências ou desejos dos clientes é cada vez maior, somando-se a isso a onipresente necessidade de manutenção de padrões de qualidade e preços compatíveis.
Neste cenário, um novo participante se faz inevitável dentro das tradicionais equipes de criação e aperfeiçoamento dos produtos das organizações: os clientes, participação dos clientes em etapas cada vez mais prematuras do ciclo de desenvolvimento dos pro-dutos tem auxiliado organizações a apresentarem produtos com níveis de qualidade cada vez maiores, além de mais alinhados com o mercado.
Isso parece um conceito bastante aplicável, mas sob um ponto de vista prático tem-se o desafio de operacionalização desta partici-pação dos clientes. Como permitir o envolvimento dos clientes sem que o ciclo de desenvolvimento dos produtos se transforme em vantagem competitiva? Muitas organizações já descobriram como podem transformar esses desafios em vantagens. A adapta-ção de seus processos de desenvolvimento de produtos e serviços já mostra benefícios significativos a partir da participação crescente dos clientes. A indústria de software, já há algum tempo, se utiliza da estratégia de envolver usuários finais em processos de desenvol-vimento de produtos, principalmente nos de controle de qualidade pré-produção.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes72
em qualquer atividade que demande
administração científica com métodos
e técnicas, existem etapas vitais de pla-
nejamento e execução.
Em marketing, a primeira fase engloba
o exame das seguintes e principais ques-
tões: análise do ambiente, identificação das
oportunidades de mercado, comportamento
do consumidor, segmentação de mercados
e os sistemas de informação para gestores
mercadológicos.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM PRODUTOS
Com base no conjunto dessas
informações, inicia-se o estudo para im-
plementação das decisões de marketing,
que incluem como tópicos mais relevantes:
a oferta de produtos, a atribuição de seu
preço, o emprego de intermediários para
atingir os consumidores, o uso da ampla
gama de instrumentos de comunicação,
a montagem de programas de relaciona-
mento com os clientes e o monitoramento
de resultados.
Pós-Graduação | Unicesumar73
O planejamento estratégico de marke-
ting surge, então, como um elo para ligar as
duas etapas críticas mencionadas.
A eficiência na gestão e desenvolvimento
de produtos está amparada num encade-
amento estruturado para a tomada de
decisões. A administração de produtos
requer, portanto, uma visão abran-
gente sobre os principais processos
mercadológicos.
As relações dos consu-
midores com as organizações
ocorrem, em grande medida,
por meio das experiências com os seus produ-
tos, os quais têm impacto direto e visível nos
resultados das organizações. Assim, o geren-
ciamento de produtos está na vanguarda das
decisões de marketing. Mas o que é produto?
a DeFinição De ProDUto eM MarKetinG
Quando a Ford vende um modelo
Ecoesport está vendendo apenas um certo
número de componentes como chapas de
aço, um motor e quatro rodas?
Quando a Tintas Coral vende uma lata
de tinta, está vendendo apenas uma lata
de produtos químicos? Quando a Viação
Garcia vende uma passagem de Curitiba para
Cascavel, está vendendo apenas o uso e
o desgaste dos assentos de um ônibus
e muita fadiga do motorista?
A respeito de todas essas perguntas
é: não. Essas empresas estão realmen-
te vendendo satisfação,
o uso ou o benefício
desejado pelo con-
sumidor. Todos os
consumidores cuidam para que seus
carros fiquem bonitos e em condições
de rodar. Desejam proteger e reves-
tir suas casas com tinta e, ao comprar
uma passagem aérea, não estão pre-
ocupados com a constituição física
do avião ou com a tripulação.
Almejam principalmente uma
viagem segura e confortável.
Neste contexto, segundo
Semenick e Bamossy (1995, p.260), “produto
é um conjunto de atributos tangíveis e intan-
gíveis que proporciona benefícios reais ou
percebidos com a finalidade de satisfazer as
necessidades e aos desejos do consumidor”.
De acordo com Kotler e Armstrong
(1998, p.190), “produto é qualquer coisa
que possa ser oferecida a um mercado
para atenção, aquisição, uso ou consumo,
e que possa satisfazer a um desejo ou
necessidade”.
Por sua vez, MacCarthy e Perreault Jr.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes74
(1997, p.148) afirmam que “produto signifi-
ca oferta de uma empresa que satisfaz a uma
necessidade”.
Quando um consumidor pessoa física
compra um pacote de leite, um automó-
vel, um bilhete de loteria ou uma viagem
para um parque temático, ele busca suprir
uma carência, que pode estar em diferentes
estágios na sua hierarquia de prioridades,
conforme a teoria de Abraham Maslow.
Basta et al. (2003) afirmam que Maslow diz
que as necessidades do ser humano são
priorizadas e hierarquizadas. Essa hierar-
quização obedece a uma escala que passa
por níveis que vão do mais baixo para o
mais alto, à medida que o anterior é sa-
tisfeito. Esta teoria é fundamental em três
hipóteses:
• Temos diferentes necessidades que
podem ser hierarquizadas segundo sua
importância.
• Procuramos satisfazer a necessidade
que nos pareça mais importante.
• Uma vez satisfeita a necessidade mais
importante, procuramos satisfazer a
necessidade seguinte.
Pós-Graduação | Unicesumar75
empresamultinacionaldeserviçosonlineanunciaavançosnodesenvolvimentodeveículoautônomo
Um famoso site de buscas anunciou avan-ços em seu veículo autônomo e se declarou “mais otimista” com relação ao objetivo de desenvolver um carro capaz de operar “sem intervenção humana”.
Em um post publicado em seu blog, a em-presa anunciou que desde sua última atua-lização, em agosto de 2012, o veículo andou milhares de milhas na cidade de Moutain View, Califórnia, para facilitar o cálculo 1 quilômetro equivale a 0,62 milhas.
Este fato foi comemorado pela empresa, pois seus diretores declaram que uma mi-
lha dirigindo dentro da cidade é bem mais complexo do que em uma autoestrada.
A empresa ainda declara que o software do veículo foi aperfeiçoado para que detectasse rapidamente diferentes objetos como pe-destres, carros, ônibus, uma placa de pare exibida por um guarda de trânsito ou um ci-clista fazendo gestos indicando que mudará de rota. Um veículo com direção autônoma pode prestar atenção a todas estas coisas de uma forma que um ser humano fisicamente não pode, e nunca se cansa ou se distrai.
Fonte: Caso real e adaptado por um dos autores de: <http://noticias.r7.com/carros/google-anuncia-avancos-no-desenvolvi-mento-de-veiculo-autonomo-28042014>. Acesso em: 26 jun. 2014.
Um consumidor, pessoa jurídica também
possui diferentes níveis de necessidades ao
adquirir, por exemplo, material de escritó-
rio, um computador de grande porte ou um
plano de saúde para os seus colaboradores.
Para os consumidores a ideia do
produto como satisfação ou benefício é
fundamental. Podemos afirmar, portanto,
que um produto deve ser a solução para
uma necessidade, real ou latente, de seus
consumidores.
O desafio do profissional de marketing é
descobrir, então, como tornar seu produto, que
pode ser simples ou complexo, uma solução
vencedora para os clientes, qualquer que seja
o nível de prioridade por eles estabelecido.
Pós-Graduação | Unicesumar77
esta é uma indagação frequente. No lin-
guajar cotidiano, é usual chamar de
produto apenas os bens, nos quais a
materialidade é flagrante, que são produzidos
nos setores primário (agricultura e pecuária)
e secundário (indústria) da economia. Já as
ofertas imateriais normalmente efetuadas
pelo setor terciário (comércio, transporte,
saúde, comunicações, educação e muitos
outros) são denominados serviços.
Além disso, um fator adicional para a
confusão no entendimento do conceito de
produto é que as atividades relativas à pré-
venda de um bem ou serviço também são
comumente chamadas de serviço no dia a
dia.
Segundo Kotler e Armstrong (1998,
p.190), “os produtos incluem objetos físicos,
serviços pessoais, locais, organizações, idéias
ou combinações desses elementos”.
Por sua vez, McCarthy e Perreault Jr. (1997,
p.149) afirmam que “um produto pode ser
um bem físico, um serviço ou uma mistura
de ambos” e consideram que todos os pro-
dutos possuem ênfase, em graus variados,
em bem físico e serviço.
Podemos exemplificar esta argumen-
tação por meio das seguintes situações de
compra de produtos: um quilo de sal no
supermercado, um lanche numa cadeia
de fast food, uma refeição num restauran-
te de categoria mediana, um jantar à luz
de vela num restaurante de cozinha so-
fisticada e um curso de gastronomia com
um chef famoso. Os cinco produtos, todos
vinculados a alimentação, apresentam
composições distintas de bem físico e
serviço. Num extremo no caso do sal, verifi-
ca-se a ênfase total em bem físico, enquanto
no outro, na situação do curso, a concen-
tração ocorre em serviço.
Sobre esse tema, Theodre Levitt, citado
por Kotler (2003, p. 207), foi incisivo: “Não há
essa coisa de setores de serviços. Apenas em
certos setores os componentes de serviços
são mais importantes ou menos importan-
tes do que nos demais. Todos atuam em
serviços”.
Podemos concluir, portanto, que o
produto em marketing contém, em diferen-
tes níveis, aspectos físicos e de serviços. Por
outro lado, o entendimento das suas carac-
terísticas distintas é útil para a gestão dos
produtos.
As diferenças entre produtos e serviçosA principal diferença entre bens físicos e ser-
viços é que, no primeiro caso, há transferência
de propriedade, ou seja, tornamo-nos donos
de uma bolsa, uma caneta, mas não de uma
consulta dentária ou de uma aula.
Os bens físicos são tangíveis, permitin-
do assim aos consumidores, por meio da
prévia experimentação, uma análise dos
atributos dos bens antes da sua aquisição,
o que facilita o cliente na hora de verificar
as diferenças entre as opções existentes
no mercado.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes78
Ao contrário dos serviços, bens físicos,
dependendo da sua composição, não são
perecíveis, podendo, portanto, ser arma-
zenados, estocados; já serviços devem ser
consumidos à medida que são prestados.
No que tange à produção é muito mais
fácil padronizarmos bens físicos do que ser-
viços. Empresas como a Unilever são capazes
de produzir milhares de sabonetes Dove
iguais com uma mínima margem de erro,
mas um professor, por exemplo, sabe que
é impossível reproduzir a mesma aula duas
vezes.
Já no que tange ao consumo é fun-
damental ressaltarmos a importância do
consumidor final, seu grau de envolvimento,
personalidade e estado de espírito ao con-
sumir e avaliar serviços.
Diferenciação de produto
A diferenciação do produto busca aumen-
tar o valor do produto ou serviço oferecido
ao cliente. Levitt (1986) sugere que os pro-
dutos e serviços podem ser vistos em pelo
menos quatro níveis. São eles: produto gené-
rico, produto esperado, produto aumentado
(ou ampliado) e produto potencial.
No centro do modelo de Levitt (1986),
está o produto genérico: livro relógio, carro,
por exemplo. Contudo, além do produto
genérico, há expectativa dos clientes em
relação a algo que lhes pode ser ofereci-
do a mais pelo produto esperado. Quando
compram gasolina, por exemplo, os clientes
esperam também um acesso fácil ao posto,
a possibilidade de comprar com cartão de
crédito, a disponibilidade de serviço de
limpeza do para-brisa, ar para os pneus,
água para o radiador. Como a maioria dos
postos atende a essas expectativas, elas
não servem para diferenciar um fornece-
dor do outro.
No nível seguinte, Levitt (1986) identi-
fica o produto ampliado. Esse é construído
por todas as demais características e ser-
viços extras que vão além daquilo que o
cliente espera, o valor extra, e serve, por-
tanto, para fazer diferenciação entre os
concorrentes. O posto de gasolina em que,
na área do self-service, nos anos de 1990,
um frentista enche o tanque enquanto o
outro limpa o para-brisa, os faróis e os es-
pelhos estará fornecendo mais do que o
esperado. Contudo, ao longo do tempo,
esses meios de diferenciação vão sendo
copiados, tornando-se rotina e, no fim,
simplesmente passam a ser aquilo que é
esperado.
Pós-Graduação | Unicesumar79
Finalmente, Levitt (1986) descreve que o produto potencial
como a soma de todas as características e benefícios oferecidos.
No caso do posto de gasolina, poderia ser uma lavagem grátis
do carro para cada tanque cheio, brindes não relacionados
com gasolina e um serviço de atendimento com-
pleto do automóvel. Enquanto o modelo
mostra um produto potencial limitado,
na realidade, ele está limitado apenas
pela imaginação e criatividade do
fornecedor.
Enquanto no passado os forne-
cedores privilegiaram as tentativas
para diferenciar suas ofertas com
base no produto genérico espera-
do, a convergência agora ocorre
em minutos marcados. À medida
que os métodos de controle,
garantia e gerenciamen-
to da qualidade tornam-se
amplamente entendidos e
adotados, a entrega de um
produto com desempenho, con-
formidade e confiabilidade (um
produto “de qualidade”, no sentido
clássico da palavra) não será mais
o suficiente. Ele prevê que no
futuro haverá uma maior ênfase
no produto ampliado e potencial
como meio de agregar valor e
seduzir o cliente, criando assim
uma vantagem competitiva.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes80
Diferencial do produto genérico e esperado
O produto esperado representa o produto
genérico mais as expectativas mínimas dos
clientes. Embora variem de pessoa para
pessoa, conforme as condições, fabricantes
e outros fatores, as expectativas mínimas
de cada cliente excedem as característi-
cas do produto genérico em si. Na compra
de um eletrodoméstico, por exemplo, são
esperados entrega, serviço de instalação,
peças de reposição e conveniência das
embalagens.
A diferenciação do produto ou benefício
genérico oferece uma nova maneira de satis-
fazer o mesmo desejo ou necessidade básica.
Geralmente, ela é criada por uma mudança pro-
funda da tecnologia e da aplicação da tecnologia
e da inovação. As calculadoras, por exemplo, se
comparadas às réguas de cálculos, ofereciam um
método diferenciado para atender às necessida-
des básicas de calcular. De forma semelhante, os
freezers oferecem uma maneira diferente de ar-
mazenar comida daquela proporcionada pelas
antigas geladeiras, despensas e adegas.
Produto ampliadoProduto ampliado (ou aumentado) é o resul-
tado de todo o esforço que a empresa faz para
diferenciar seu produto dos seus concorren-
tes. Por exemplo, oferecendo uma garantia
permanente para fitas de áudio, como faz
a Scotch – 3M, em vez de uma garantia de
um ou dois anos. De fato, existem dois tipos
de principais características de produto que
podem gerar benefícios percebidos para o
cliente: desempenho e aparência.
Como desenvolver seu produto ouvindo o clienteO caso de empreendedorismo de uma em-presa de softwaresHá uns quatro meses, tivemos a brilhante ideia de desenvolver um produto que subs-tituísse/complementasse o serviço de Deli-very oferecido por muitas empresas do Bra-sil. Já tínhamos identificado que o telefone era um vilão dessas empresas, pois ocupava muito tempo dos atendentes e consumia muitos créditos dos consumidores com te-lefone pré-pago (mais de 80% do mercado). Resolvemos então desenvolver um produto
que funcionasse na Web semelhante a um catálogo de produtos, aonde o consumidor pudesse escolhe os produtos e solicitar a entrega com toda comodidade que a Inter-net proporciona. Tudo simples e fácil. Sem instalar Software, sem burocracia, sem alto investimento para os estabelecimentos, ou qualquer barreira. Porém até então ninguém entendia nada do mercado de Delivery.Fonte: Caso real e adaptado por um dos au-tores de: <http://www.saiadolugar.com.br/como-comecar-empresa/caso-como-desen-volver-seu-produto-ouvindo-o-cliente/>. Acesso em: 19 jun. 2014. O caso é real.
Pós-Graduação | Unicesumar81
A análise das características do produto
precisa relacioná-las com os benefícios que
elas proporcionam. O lançamento de uma
máquina de escrever com esfera pela IBM, por
exemplo, não alterou o produto genérico (a
capacidade de criar uma folha datilografada
de texto ou números). Contudo, possibilitou
o uso de fontes e espaçamentos diferentes,
estendendo, assim, o valor para quem deseja
tais benefícios extras. Ao estimar o valor para
o consumidor das características adicionais
do produto e seus benefícios resultantes, as
medições conjuntas podem ser muito úteis.
Esta técnica tem sido aplicada com sucesso às
características do produto por empresas que
operam no mercado de áudio, e em caracte-
rísticas de serviço por sociedades imobiliárias,
com participações de juros altos.
No mercado de cortadores de grama,
existem equipamentos com cortador de
lâminas rotativas que, literalmente, flutuam
no ar, como um meio de se diferenciar em
relação ao cilindro rotativo de corte. Em
alguns mercados, principalmente naqueles
em que os gramados têm contornos irregu-
lares ou apresentam um declive acentuado,
a facilidade de utilização de um cortador
“aéreo” tornou esse produto muito atraente
e diferenciado. Contudo, em outros mercados
existem equipamentos capazes de retalhar
mostrando as vantagens do cortador conven-
cional equipado com um depósito coletor de
grama. Um sistema deixa a grama cortada
no gramado. Desenvolvimentos mais recen-
tes já apresentam um cortador “aéreo” de
lâminas rotativas com depósito coletor de
grama cortada.
Um fator da maior importância na dife-
renciação de um produto ou serviço dos seus
concorrentes é a qualidade. Qualidade sig-
nifica a adequação do produto ou serviço à
finalidade prevista. No caso de produtos ma-
nufaturados, isso implica a durabilidade, a
aparência ou a classe do produto, enquanto
na área de serviços ela muitas vezes se traduz
em elementos tangíveis do serviço, na confia-
bilidade e presteza do prestador do serviço,
na garantia do valor do serviço e na empatia
ou atenção recebida. A qualidade pode refletir
de forma expressiva tanto às matérias-primas
utilizadas quanto o grau de controle exerci-
do durante a manufatura e entrega.
De vital importância é a percepção da
qualidade por parte do cliente, que pode
não ser igual à percepção do fabricante.
Vejamos um exemplo em que as duas não
coincidem: o departamento de pesquisa
de marketing de um fabricante de produ-
tos de papel para uso doméstico solicitou
uma avaliação pelo consumidor de um novo
papel higiênico. A reação foi favorável, mas
o produto foi considerado insuficientemen-
te macio. O departamento de P&D passou
então a desenvolver meios de amaciar o
papel, enfraquecendo as fibras e reduzindo
sua densidade. Nos testes subsequentes, o
produto se desmanchou e ficou inutilizado
para a finalidade a que se destinava. Testes
complementares mostraram que para que o
produto ficasse macio ao tato precisaria, na
realidade, ter a resistência e a densidade das
fibras aumentadas.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes82
A qualidade tem sido apontada como de-
terminante principal ao sucesso comercial.
Concluímos que a qualidade relativa perce-
bida, isto é, as avaliações feitas pelos clientes
quanto à qualidade do produto oferecido
pelo fornecedor em relação às ofertas dos
concorrentes, é o fator único e mais impor-
tante que afeta o desempenho em longo
prazo de um negócio. Mostra-se que a qua-
lidade tem um impacto maior sobre o nível
de retorno sobre o investimento (ROI), sendo
mais eficaz no momento para aumentar a
participação no mercado do que um preço
mais baixo.
As percepções de estilo, principalmente
para produtos com grande apelo emocio-
nal, como cosméticos, apresentam uma forte
relação com a percepção da qualidade. Nos
mercados de moda, tais como vestuários, o
design pode ser um meio poderoso para a
diferenciação. Vejamos o caso da Du Pont,
que rejuvenesceu com sucesso o mercado
de meias para mulheres oferecendo cores
diferentes, reposicionando, desta maneira,
as meias como um acessório da moda, uma
cor diferente para cada vestuário.
Uma maneira bastante eficaz de diferen-
ciar de forma tangível o produto é criar marca
específica como uma imagem e reputações
favoráveis, pois ambos podem ser ativos de
marketing muito poderosos.
A marca ou o logotipo pode ser uma in-
dicação da procedência de uma garantia do
que esperar do produto, uma declaração de
qualidade e um sinal de valor pelo dinheiro.
Os serviços também são um importante
meio de diferenciação na compra de muitos
produtos, especialmente bens duráveis, tanto
de consumo como industriais. Um serviço
primoroso foi um fator importante para o
sucesso da Tintas Coral, uma empresa fabri-
cante de tintas. A Coral desenvolveu o Coral
Color Service, um serviço para os clientes
efetivos e potenciais que lhes permite ex-
perimentar cores e combinações diferentes.
O serviço não precisa necessariamen-
te ser adicional ao produto. Em algumas
circunstâncias uma redução pode agregar
valor. Vejamos, por exemplo, o crescimento
da Gol Linhas Aéreas. Seu aparente sucesso
o qual só se provará pela consistência daqui
por diante, está vinculado à implantação de
um modelo de negócio diferente de qual-
quer outro utilizado no mercado brasileiro.
A parte mais visível é a sustentação de pas-
sagens aéreas em média 30% mais baratas
Pós-Graduação | Unicesumar83
que as da concorrência. A inovação, porém,
está na estratégia que viabiliza esses preços.
O modelo, conhecido como “baixo custo,
baixa tarifa”, se inspira nos que são adotados
por companhias que estão obtendo lucrati-
vidade no igualmente complicado mercado
mundial da aviação.
É o caso das americanas Southwest e
JetBlue e da Inglesa EasyJet. Elas ganharam
destaque, nos últimos anos, por transformar
a cultura tradicional da aviação comercial, ca-
racterizada pelo papel-carbono vermelho,
por refeições de bordo de sabor duvido-
so e pelo glamour dos comissários. A opção
oferecida por elas é menos charmosa, mas
também mais acessível.
A Gol aproveitou uma demanda na
atendida, acertando em cheio um público
que estava insatisfeito com o preço das
passagens e disposto a pagar menos, por
menos serviço.
A prestação de um serviço de qualida-
de superior como meio de criar um vínculo
entre o fornecedor e o cliente pode ter con-
sequências marcantes. Em particular, ela
torna o cliente menos propenso a buscar
outras fontes de fornecimento e, portanto,
age como uma barreira contra a entrada de
concorrentes.
Para garantir o atendimento, é impor-
tante que a empresa realize periodicamente
levantamentos do grau de satisfação do
cliente para avaliar o quanto ela está aten-
dendo às suas expectativas e para buscar
meios de melhorar o atendimento.
Outros elementos do produto ampliado
que podem ser usados para diferenciar um
produto são a instalação, disponibilidade de
crédito, entrega rápida e dentro do prazo,
quando prometido, e garantia. Todos esses
itens aumentam a diferenciação do produto
em relação aos seus concorrentes.
Resumindo, existem muitas maneiras
pelas quais os produtos e serviços podem
ser diferenciados dos seus concorren-
tes. Ao escolher o tipo de diferenciação a
adotar, devem ser levados em conta vários
fatores: o valor agregado da diferenciação
para o cliente, o custo da diferenciação em
relação ao valor agregado, a probabilidade
de o concorrente copiar a diferenciação e
a velocidade em que isso ocorrerá, bem
como o grau com que a empresa adota
a inovação nos ativos de marketing da
empresa.
Posicionamento
O posicionamento começa com o produto,
mas não é o que você faz com o produto
e sim o que você faz na mente do cliente
em perspectiva, ou seja, você posiciona o
produto na mente do comprador em poten-
cial (RIES; TROUT, 1987).
No cenário de marketing global, a
questão do posicionamento para Kotabe e
Helsen (2000) está na batalha pela conquista
da mente de seus consumidores-alvo, locali-
zados não apenas em um determinado país,
mas em todo o mundo.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes84
Posicionamento também significa distin-
guir uma empresa ou um negócio de seus
concorrentes por meio de dimensões reais,
atributos intangíveis ou valores corporati-
vos que sejam relevantes para os clientes
(ROCHA; CHRISTENSEN, 1999).
Para Perreault e McCarthy (2002), uma
vez que se sabe o que o consumidor pensa,
então se pode decidir se o produto (e o com-
posto de marketing) deve permanecer como
está ou se deve ser reposicionado.
Ries e Trout (1987) afirmam que as mu-
danças que envolvem o posicionamento não
são feitas no produto, mas sim no nome, no
preço, na embalagem, mudanças considera-
das “cosméticas” realizadas com o propósito
de assegurar uma posição valiosa na mente
do cliente potencial.
O ciclo de vida do produto De acordo com Kotler (2000), “produto
é qualquer oferta que possa satisfazer a
uma necessidade ou a um desejo”. Isso
implica em dizer que produto pode ser
(algo material tangível), um serviço (ima-
terial intangível). Pode ser ainda: pessoas
(um candidato a um cargo eletivo), lugares
(por exemplo, Porto de Galinhas em
Pernambuco), eventos (o Carnaval no Rio
de Janeiro), ideias (um projeto de um novo
empreendimento), causas (o Greenpeace,
protegendo a natureza).
Um produto resistirá “vivo” no mercado
enquanto estiver atendendo às necessidades
dos consumidores, sejam elas necessidades
facilmente perceptíveis, como a de um tênis
para fazer caminhada, ou necessidades não
tão claras, como a impressão de uma tatua-
gem que, no entanto, faz com que o usuário
se sinta incluído em um grupo de referência,
em um movimento ou mantenha um estilo
de vida.
Se o produto deixar de ser atraente ou
cobiçado pelos compradores, deixará de ser
comprado e produzido encerrando, portan-
to, o seu ciclo de vida.
Pós-Graduação | Unicesumar85
Acompanhar o ciclo de vida dos produtos
(CVP) é fundamental para o desenvolvimento
da organização, pois em cada fazer do CVP a
empresa deve alterar a estratégia e o volume
de investimento sobre o produto ou grupo
de produtos.
O disco de vinil que nossos avós coloca-
vam em seus gramofones e posteriormente
em suas vitrolas viveu pouco mais de 70 anos,
embora ainda exista uma pequena produ-
ção para nichos de mercado. No início dos
anos de 1970 chegou um produto substi-
tuto, a fita cassete, que reinou absoluta no
mercado musical por aproximadamente 20
anos. A maioria das casas e automóveis das
décadas de 1970 e 80 era adornada por pos-
santes toca-fitas.
Nos anos 1990 um novo produto chega
ao mercado brasileiro, o compact disc (CD),
com grande capacidade de armazenar
músicas, um pequeno volume a transpor-
tar e guardar, e alta qualidade sonora. Esse
novo produto, hoje com pouco mais de 10
anos de vida comercial, começa a sofrer a
concorrência de um novo meio de registro
musical, o MP3. Parece, como demonstra
o exemplo anterior, que a tecnologia, o
crescimento das inter-relações pessoais
conquistadas pelo processo de globaliza-
ção e a concorrência cada vez mais acirrada
tem reduzido o tempo de vida dos novos
produtos.
Como pudemos perceber, estudar e co-
nhecer o ciclo de vida dos produtos é uma
das condições essenciais para o sucesso de
uma empresa.
O conceito de ciclo de vida dos produtos
Podemos assegurar que todos os produ-
tos têm um ciclo de vida, que correlaciona
seus históricos de vendas e os lucros gerados.
Segundo Churchill Jr. e Peter (2000, p.
238), “o ciclo de vida do produto é um modelo
dos estágios do histórico de vendas e lucros
de um produto”.
Já Kotler (2000, p.236) afirma que “para
dizer que o produto tem um ciclo de vida,
temos que afirmar quatro pontos”:
• Os produtos têm uma vida limitada;
• As vendas dos produtos atravessam
estágios distintos, sendo que cada um
apresenta desafios, oportunidades e
problemas diferentes para o vendedor;
• Os lucros sobem e descem em
diferentes estágios do ciclo de vida dos
produtos; e finalmente
• Os produtos requerem estratégias de
marketing, financeiras, de produção,
de compras e de recursos humanos
diferentes a cada estágio de seu ciclo
de vida.
Um produto que obtém sucesso percorre,
geralmente, quatro estágios ou quatro fases
ao longo da sua vida ativa no mercado: intro-
dução, crescimento, maturidade e declínio.
Cabe destacar que nem todos os produ-
tos cumprem todos os estágios do ciclo de
vida. Na verdade, a maioria deles não chega
à fase de maturidade, sucumbindo em sua
trajetória por diversos motivos: inadequação
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes86
mercadológica, erros de estratégia de marke-
ting, superação por concorrentes etc.
Kotler (1999, p.241) destacou que:
De cada 58 ideias de novos produtos que surgem nas empresas, apenas 12 transfor-mam-se efetivamente em projetos. Dessas, cinco são descartadas na fase de análise fi-nanceira e outras quatro morrem no estágio de desenvolvimento de produto. Três produ-tos, apenas chegam a passar por testes de mercado e um único é lançado com sucesso.
Um exemplo razoavelmente recente de fra-
casso foi o lançamento no Rio de Janeiro, pela
Coca-Cola, do refrigerante Fruitopia. Apesar de
ter havido exaustivas pesquisas de mercado
e de sabor, além de uma forte campanha pu-
blicitária sobre seu lançamento, focada nos
jovens e num sabor diferente, e uma distribui-
ção intensiva, inclusive das “novas geladeiras”
para autosserviço em bares restaurantes e lojas
de conveniência, o novo produto não teve
aceitação, sendo retirado do mercado poucos
meses depois de seu lançamento. Por certo,
deixou um rastro de prejuízo para a empresa
e uma grande lição para os seus executivos.
Ressalte-se, aqui, que no mercado ame-
ricano esse produto resiste, e com razoável
sucesso. Logo, um produto pode ser sucesso
em determinado mercado e fracasso em
outro, o que demonstra a importância de
sempre se estudar o comportamento dos
consumidores por segmentos de mercado.
Outro exemplo atual de produto que
não está “decolando” no mercado e por certo
terá uma vida curta é o automóvel Bora, da
Volkswagem. Em algum momento de seu
lançamento ou na sequência da administra-
ção do produto houve um erro de análise e
de decisão estratégica. Certamente há um
erro em um dos 4 Ps do marketing. O produto
(marca, qualidade, design, embalagem, garan-
tia, assistência técnica) está inadequado? O
preço está inadequado? A praça (localização,
logística) está inadequada? A promoção (pro-
paganda, publicidade, promoção de vendas,
venda pessoal) está inadequada?
Você, por certo, se lembra de vidas efême-
ras de alguns produtos, tais como automóveis
Pointer e Logus da Volkswagem: o 147 e o
Oggi, da Fiat, além de outros que necessitaram
ser renovados e reposicionados, buscando
uma nova posição no mercado, como Astra,
da Chevrolet, o Fiesta, da Ford, e o Brava e o
Siena, da Fiat, que mereceram revisões com-
pletas de todo o composto de marketing para
prosseguir em seu ciclo de vida.
Logo podemos perceber que o lançamento
constante de novos produtos é fator fundamen-
tal na estratégia de marketing das organizações.
Características do ciclo de vida dos produtos Ao ser lançado no mercado, um produto
já traz um custo significativo, contraído
entre geração da ideia e a sua colocação no
mercado. Assim, antes mesmo de ser comer-
cializado ele já contabiliza algum “prejuízo”
(custo) para a organização.
Pós-Graduação | Unicesumar87
Fases do ciclo de vida dos produtos
Introdução: esse período representa o lan-
çamento do produto na carteira de ofertas da
empresa. Suas vendas começam lentamente,
uma vez que o produto não é conhecido pelo
mercado. De modo geral, o custo de produção
é alto, pois a empresa ainda não adquiriu a ex-
periência necessária para reduzir os custos de
produção, assim como volume de produção/
vendas não permite economias de escala. O
produto recém-lançado necessita ainda de in-
vestimentos em desenvolvimento tecnológico,
embalagem, distribuição e propaganda. Essa
fase se caracteriza por prejuízos constantes.
surge a economia de escala e a distribuição
de forma mais eficiente do novo produto. É
na fase de crescimento de vendas que apa-
recem os primeiros concorrentes, pois a
demanda do mercado aumenta rapidamen-
te. O mercado fica mais competitivo com a
entrada de um grande número de concor-
rentes, e com isso cresce a necessidade de
novos investimentos por parte da empresa
para consolidar e aumentar a participação de
mercado, o que se dá num momento difícil,
pois, com o incremento da oferta, os preços
caem.
maturidade: o estágio da maturidade
se caracteriza por um crescimento e vendas
lentas e baixas. As vendas tendem a se esta-
bilizar, tão somente acompanhando, nessa
fase, o crescimento vegetativo do mercado.
Estão instalados no segmento todos os con-
correntes; logo, a luta por parcela de mercado
implica desalojar alguma organização que já
esteja instalada. Os lucros se estabilizam ou
começam a declinar no final do estágio da
maturidade.
Declínio: na quarta e última fase – o de-
clínio – o produto fica obsoleto, superado por
algum que o substitui ou porque está saindo
de moda. As vendas caem vertiginosamente
e os lucros despencam. As empresas reduzem
os investimentos e desenvolvimento, pro-
paganda, distribuição e diminuem a oferta
de diferentes modelos. Ao fim do estágio
de declínio a organização deverá decidir o
momento de retirar o produto do mercado
ou reposicioná-lo em outro nicho específico.
crescimento: nessa fase há uma ex-
pansão significativa das vendas, visto que
uma grande parte dos consumidores poten-
ciais toma conhecimento da existência do
produto. Aumentando o volume de vendas,
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes88
O reciclo do produto
Com o crescimento do mercado de televisão
no Brasil, lá pela metade da década de 1960,
os estudiosos de marketing, assim como os
profissionais de mídia, acreditavam que o
rádio estaria com seus dias contados e que,
a partir do início dos anos de 1970, entra-
ria numa fase de declínio. Isso seria verdade
tanto para o negócio rádio quanto, conse-
quentemente, para o equipamento rádio.
Contrariando as expectativas da época,
parece-nos que o rádio experimenta ainda
a sua maturidade sem dar nenhum sinal
de declínio. Ao contrário, mantém um
crescimento lento, possivelmente apenas
vegetativo, mas está longe do declínio. Nos
grandes centros urbanos cresce de forma
segmentada e segura, como meio de lazer,
informação e até mesmo cultura. No interior,
nas áreas rurais, continua sendo um grande
elemento de integração social, encontrou
novas formas de programação, incorporou
a frequência modulada (FM), passou a ser
companheiro de “donas de casa” em suas
tarefas domésticas. Encontrou leais com-
panheiros no trânsito urbano e continua
vendendo.
Por outro lado, um negócio que apre-
sentava crescimento contínuo no Brasil dos
anos de 1950 a 1970 repentinamente expe-
rimenta queda significativa no mercado. O
fósforo, a nossa tradicional caixa de fósforos.
Alguns fatores colaboraram para o de-
clínio do produto, podendo-se destacar o
surgimento dos isqueiros de baixo custo e
grande confiabilidade, produzidos pela BIC.
E em uma das propagandas a BIC enfatiza-
va “acende mil vezes mais”, buscando uma
comparação com a caixa de fósforos que
continha 45 palitos.
Outro fator importante foi o acendimento
automático dos modernos fogões a gás. Uma
vela de automóvel plugada no fogão e um
interruptor de eletricidade fazem a chama
aparecer sem a necessidade do palito de
fósforo.
Vemos, portanto, dois produtos novos
atuando em segmentos distintos acelerar o
declínio de um produto.
Hoje, a empresa líder do segmento de
palitos de fósforos continua operando, mas
nos parece que se restringe a mercados dis-
tintos e pequenos: o mercado doméstico
de menor poder aquisitivo e no segmen-
to de brindes, ou seja, caixinhas de fósforos
para restaurantes e hotéis. Como já existem
acendedores elétricos para churrasqueiras
e para lareiras, cremos que esse segmento,
que ainda existe para os palitos de fósforo,
tende a desaparecer.
Pós-Graduação | Unicesumar89
MARKETING DE SERVIÇOS
Estamos todos nos serviços hoje em dia, e no futuro estaremos bem mais. Estamos numa sociedade de serviços, consequência inevitável do grau elevado de personalização e de interação dentro de um meio desregulamentado e competitivo, onde os consumidores tornam-se cada vez mais exigentes (TÉBOUL, 1999, p.22).
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes90
“As expectativas do cliente envolvem diver-
sos elementos diferentes, inclusive serviço
desejado, serviço adequado, serviço previs-
to e uma zona de tolerância que se estende
entre os níveis de serviço desejado e ade-
quado” (LOVELOCK, 2001, p.103):
a. Serviçodesejado: é o tipo de
serviço que os clientes esperam
receber;
b.Serviçoadequado: é o nível
mínimo de serviço que os clientes
aceitarão sem ficar insatisfeitos;
c. Serviçorevisto: o nível do serviço
que os clientes efetivamente esperam
receber;
d.zonadetolerância: grau de
variação do serviço de uma mesma
empresa.
Identificarasnecessidadesdosclientes: pesquisas de mercado e estudos de tendên-
cias servem igualmente para otimizar o serviço
de maneira a atender essas necessidades.
Desenvolver“produto”: desenhar um
processo que resulte em benefício ao cliente,
mapeando todos os momentos envolvidos,
desde a encomenda do serviço até a entrega,
bem como todos os insumos, equipamentos
e pessoas necessários à sua execução num
prazo adequado.
estimularademandapormeiodomixtradicionaldecomunicaçãoemarketing: como se trata de oferecer uma promessa, na
falta de coisas concretas para mostrar (design,
embalagem, conteúdo) é necessário o apoio
às imagens que comuniquem alguma noção
do serviço em si.
Divulgarefortaleceramarca: pro-
cede-se da mesma forma que no caso de
um produto, porém a reputação da empresa
torna-se muito mais relevante para o con-
sumidor por que serve como garantia de
qualidade e procedência.
camexreduztarifasparaimporta-çãodeprodutosemdesabasteci-mento
Foi publicada, no Diário Oficial da União, Resolução nº 63/2014 da Câ-mara de Comércio Exterior (Camex) que aprovou a incorporação ao orde-namento jurídico brasileiro da Diretriz n° 26/14 da Comissão de Comércio do Mercosul (CCM), que concede redução temporária do Imposto de Importação para o produto dióxido de titânio, de 12% para 2%. O produto está classifi-cado no código 3206.11.19 da Nomen-clatura Comum da Mercosul (NCM).
A redução tarifária em questão foi con-cedida ao amparo da Resolução Grupo Mercado Comum (GMC) nº 08/2008, por razões de desabastecimento, para uma quota de 120.000 toneladas e será efetuada em três etapas quadrimes-trais de 40.000 toneladas.
Fonte: Extraído de: <http://www.de-senvolvimento.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=1¬icia=13345>. Acesso em: 25 abr. 2014. Fatos reais.
Pós-Graduação | Unicesumar91
a origem dos serviços de pós-venda
está diretamente ligada a alguns as-
pectos-chave da teoria que suporta
o marketing que, como afirma Kotler (1999,
p.155), “é a ciência e a arte de conquistar e
manter clientes e desenvolver relaciona-
mentos lucrativos com eles”, sendo que,
para o contexto aqui estudado, as ações de
marketing devem partir das necessidades
dos consumidores potenciais, não do pro-
cesso de produção, conforme Mc Carthy e
Perreault (1997). Essas ações devem supor-
tar os serviços a serem ofertados em nível
de pós-vendas.
De acordo com Moreira (1989), o pós-ven-
das, especificamente no tocante a serviços
industriais, pode ser uma oportunidade im-
portante para o cliente sentir que existe um
acompanhamento por parte da empresa que
efetuou a venda, explorando e avaliando, em
regime de cumplicidade, o cotidiano do cliente
enquanto usuário do serviço ou bem. Com o
uso das ferramentas de pós-venda, que podem
cativar o cliente, para gerar um ambiente de
parceria e fidelização aos produtos da empresa,
possibilitando ao corpo de vendas da empresa
a efetivação de novos negócios.
Nessa última etapa do processo de venda,
o vendedor acompanha o desempenho do
produto após a venda para assegurar a satisfa-
ção do cliente e a continuidade dos negócios.
Alguns exemplos de situações de risco
para o pós-venda, conforme Moreira (1989):
• Desempenho técnico obtido pelo
cliente no manuseio ou no emprego do
produto poderá ser cobrado com base
em pressupostos não exatamente iguais
aos do fornecedor.
PÓS-vENDA E ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes92
• Erros eventuais de especificação
aparecem exigindo alterações no
projeto original; interferências técnicas
que o próprio cliente, desavisadamente,
realiza podem comprometer o
desempenho original.
• Exposição aos concorrentes, na casa
do cliente, das eventuais falhas ou
particularidades dos produtos que
merecem serem mais bem explicadas,
porém não se está lá para isso.
• Um sentimento de abandono (mais
ou menos como ter sido usado e
encostado) que, quase sempre, ameaça,
após uma brilhante passagem pelos
processos de pré e durante a venda.
• A interferência de outros fornecedores,
muitas vezes subfornecedores, que
procuram clientes vendendo bens de
consumo.
• A entrada no circuito de novos
profissionais-chave na decisão de
compra do cliente, que não participaram
do processo de pré e durante a venda.
Falta de oportunidade para criar laços
com eles e pouco conhecimento dos
fornecedores.
• A história do negócio pode perder-se
dentro do fornecedor, a atenção se dilui,
dificultando o atendimento esperado
pelo cliente.
• A troca ou a perda de pessoas
fundamentais dentro da organização
de Marketing da empresa fornecedora,
abalando os clientes envolvidos.
As empresas podem oferecer serviços pós-
venda (entrega, instalação, assistência técnica,
venda de peças e SAC) de quatro maneiras:
• Departamento de serviços próprio:
o lucro com consertos e reposição
de peças às vezes é maior do que o
próprio serviço.
• Credenciamento de autorizadas:
permite multiplicar os pontos de
atendimento e ganhar rapidez pela
maior proximidade com o consumidor.
• Credenciamento de empresas
especializadas que operam em grande
escala, atendendo vários clientes.
• Transferência para o cliente: nesse
caso, os grandes clientes acham
mais vantajoso, tanto em termos
operacionais quanto financeiros,
ter seus próprios especialistas
(principalmente no setor de
informática). Já os pequenos clientes
preferem ser abastecidos com
equipamentos fáceis de montar
e instalar e cujas peças sejam
descartáveis. Não querem pagar por
serviços secundários embutidos no
preço, mas que não lhes interessam,
como taxas de seguro contra fraudes
em cartões de crédito, contratos anuais
de manutenção para equipamentos
pouco usados ou fretes de mercadorias
que eles mesmos possam transportar.
No entanto quaisquer que sejam as circuns-
tâncias e preferências do cliente, a pós-venda
pode ser considerada, especialmente no que
Pós-Graduação | Unicesumar93
ser refere aos serviços, como o momento
das apostas realizadas quando da escolha
da marca ou do prestador dos serviços. A in-
tangibilidade presente na primeira compra
não mais existe quando o cliente, agora in-
formado e presumivelmente consciente do
real valor que o serviço tem para si, toma a
decisão de adquiri-lo novamente ou não.
Entre esses dois momentos, deve-se realizar
um verdadeiro marketing pós-vendas obe-
decendo as seguintes etapas:
• Averiguar o grau de satisfação dos
clientes.
• Pesquisar sua opinião e sobre todo
o ciclo de prestação do serviço, seus
erros e acerto.
• Pedir-lhe sugestões sobre como
melhorar o serviço para assegurar sua
total satisfação.
• Demonstrar intenção de atingir e
manter a excelência na prestação do
serviço.
Afirmar o interesse em tornar e servi-lo mais
e melhor.
Com isso é possível não apenas aumen-
tar a chance de retorno ao cliente, obtendo
assim a sua fidelidade, como também torná
-lo um divulgador espontâneo da excelência
do serviço, fazendo por meio dele o melhor
marketing que existe.
Por telefone, e-mail e mala-direta pode se
“falar ao ouvido” do cliente a um custo muito
baixo. O serviço pós-venda pode ser consi-
derado uma cartada decisiva com a qual se
ganha o jogo.
O pós-venda é composto por inúmeros
serviços, que são descritos da seguinte forma:• manutençãoouassistênciatécnica:
a missão da manutenção é “garantir
a disponibilidade da função dos
equipamentos e instalações, de modo
a atender a um processo de produção
e a preservação do meio ambiente,
com confiabilidade, segurança e custo
adequados” (PINTO; XAVIER, 1999, p.
16). Sendo que pode ser dividida
em corretiva não planejada, corretiva
planejada, preventiva, preditiva, detectiva
e engenharia de manutenção. Moreira
(1989) conceitua assistência técnica
como sendo todas as atividades que
uma empresa fornecedora empreende
no sentido de fazer com que o bem ou
serviço adquirido esteja em condições
de gerar os benefícios esperados sem
interrupções, minimizando o tempo
em que possam estar parados por
problemas técnicos quaisquer.
• garantiadoproduto: Kotler (1998)
conceitua a garantia como sendo uma
declaração formal do desempenho
esperado do produto assegurado pelo
fabricante. Para Siqueira (1992), os termos
de garantia, no marketing industrial, são
comuns nas negociações de compra.
Para ilustrar a sua reputação, uma das
maneiras mais sérias de fazer negócios
seria o compromisso com a qualidade,
onde muitos fornecedores industriais
adotam, em seu composto de marketing,
uma política de garantia explícita.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes94
• atendimentotelefônico: para Angelo
e Giangrande (1999), o atendimento
telefônico é muito delicado, pois
nesse caso não podemos usar outros
recursos de comunicação, como o
contato visual, a leitura corporal, o
sorriso e todas as outras expressões
que, se bem utilizadas, sem dúvidas,
muito contribuem no atendimento.
Geralmente é muito difícil imprimir
atenção, interesse, cortesia no contato
telefônico, tanto para quem oferece o
atendimento como para quem recebe.
As pessoas também parecem sentir-se
menos comprometidas quando não
há o contato pessoal. Possivelmente,
por tudo isso, o atendimento telefônico
represente hoje um dos principais
pontos de atrito no que se refere à
formação de boa imagem e relações
entre as empresas e seus consumidores.
portanto deve receber um treinamento
adequado. Deve conhecer o produto
que vende, além dos seus concorrentes
diretos, sem esquecer de conhecer
o cliente, seu comportamento e
suas necessidades. Deve dominar
diferentes técnicas de vendas. Também
é importante conhecer a cultura
ambiental que o cerca, dentro e fora
da empresa onde presta seus serviços
e as suas potencialidades individuais
devem ser amplamente desenvolvidas.
• entregatécnicaeorientaçãoquantoaouso: para Moreira (1989), a
entrega técnica do bem visa possibilitar
o seu pleno e correto funcionamento,
a fim de evitar possíveis depreciações
prematuras por mau uso ou falta de
conhecimento básico de seu uso.
Pode ser usado como uma espécie
de orientação relativa ao uso do
equipamento, trazendo informações
relacionadas aos cuidados e forma
correta de utilizar o produto.
• Visitastécnicasaclientes: para
Sheth, Mittal e Newman (2001), os
responsáveis pela área técnica podem
coletar informações sobre o cliente,
fazendo visitas a suas empresas-cliente
para entrevistar os compradores e
usuários de seus produtos, além de
observar o seu próprio uso. Qualquer
atividade que implique visitar clientes
ou consumidores, observá-los e discutir
suas experiências com o produto é um
tipo de visita ao cliente. O propósito
• treinamento: conforme Moreira
(1989), no marketing industrial a venda
é mais pessoal, por isso o vendedor
é mais exigido nos seus contatos,
Pós-Graduação | Unicesumar95
da visita é apenas aprender sobre as
experiências e exigências do cliente
em relação ao produto, não vender
qualquer máquina ou equipamento. As
visitas são detalhadamente planejadas,
normalmente possuem objetivos
específicos, que são acertados de
antemão entre os clientes e a empresa.
Moreira (1989) afirma que à medida
que passamos a compartilhar dos
problemas dos nossos clientes,
compreender os seus processos
produtivos e a desenvolver um clima
de legitimidade no relacionamento,
se estará pronto a oferecer
opiniões técnicas, suportado pelos
conhecimentos prévios e adquiridos
no cliente.
orelacionamentonopós-vendas
Como sabemos, cada vez que o consumidor busca um determinado produto na internet, ele pode estar fazendo uma pesquisa de preços, querendo conhecer melhor deter-minado produto ou inúmeras situações que poderíamos ficar dias enumerando.
Porém, algo é certo: em algum momento ele irá comentar com alguém o que está buscando, seja pessoalmente ou em alguma rede social, assim como após ter efetivado a compra também irá comentar negativa ou positivamente sua experiência.
Diante deste novo comportamento, tenha certeza que, de uma forma ou de outra, o seu consumidor pode te expor em alguma rede social. Portanto, faz parte do pós-ven-das de qualquer e-commerce estar nas redes
sociais e ter profissionais treinados para esse momento. A tendência é (como nos SACs) que o consumidor procure sua página para reclamar (muitos também vão elogiar e ai se criam os fãs), e sua empresa deve estar preparada para isso.
Como? A sua equipe de pós-vendas deve estar bem treinada, conhecer o produto que vende e entender que o cliente quer uma resposta rápida. Os profissionais do atendi-mento devem estar prontos para entender os diferentes públicos que a sua companhia pode alcançar, em todas as variações: idade, gênero, escolaridade, culturas, entre outras.
Parte extraída do artigo disponível em: <http://ecommercenews.com.br/artigos/cases/o-relacionamento-no-pos-vendas>. Acesso em: 30 jun. 2014.
Para que uma empresa alcance o sucesso é preciso correr muito, quem fica parado
morre por esperar. Fonte: Elaborado pelos autores.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes96
Enquanto o marketing de produtos procura construir um concei-
to (status, aventura, bem-estar e poder) em torno do bem físico, o
marketing de serviços lida com coisas intangíveis, uma promessa de
algo que vai ser vivenciado pelos clientes ou realizado em um bem
de sua posse.
Conquistar clientes é um processo caro e mantê-los não é fácil.
Se negligenciar a aquisição e a retenção de clientes, haverá um custo
de marketing elevado em relação a qualquer concorrente que se pre-
ocupe mais com o assunto.
A retenção, obtida por intermédio do desenvolvimento do re-
lacionamento de clientes, é mais importante, eficaz e lucrativa, em
termos financeiros, do que a aquisição de uma clientela inteiramente
nova. Os tipos de comunicação usados em um ciclo de retenção de
clientes variam de acordo com a natureza do negócio, mas as aborda-
gens de atualização e de venda de diversos produtos podem incluir a
seleção de produtos-alvo, de marketing por catálogo, de atualização
via telefone, de associações de clientes, de questionários de linhas de
atendimento ao cliente.
O sucesso de um produto depende também do envolvimento
de todos os funcionários da organização. Mais do que envolvidos no
processo, eles devem estar comprometidos com ele. Portanto, um
bom gerente de produtos, além de acompanhar o desenvolvimento
do macroambiente em que vive, o que implica noções de economia;
sociologia; antropologia; direito, deve ser criativo e inovador, saber
finanças para justificar com fatos e dados e ainda ser um gerente de
pessoas. Os profissionais de marketing devem ser eficientes e eficazes,
mas sem negligenciar o compromisso com a ética, responsabilidade
social e ecológica.
considerações finais
Pós-Graduação | Unicesumar97
atividades de autoestudo
1. McCarthy e Perreault Jr. (1997, p.149) afirmam que “um
produto pode ser um bem físico, um serviço ou uma mistura
de ambos” e consideram que todos os produtos possuem
ênfase, em graus variados, em bem físico e serviço. Explique a
diferença entre produtos e serviços.
2. Um produto que obtém sucesso percorre, geralmente,
quatro estágios ou quatro fases ao longo da sua vida ativa
no mercado: introdução, crescimento, maturidade e declínio.
Comente a respeito das fases do ciclo de vida dos produtos.
3. A origem dos serviços de pós-venda está diretamente ligada
a alguns aspectos-chave da teoria que suporta o marketing
que, como afirma Kotler (1999, p.155), “é a ciência e a arte de
conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamentos
lucrativos com eles”, sendo que, para o contexto aqui
estudado, as ações de marketing devem partir das
necessidades dos consumidores potenciais, não do processo
de produção, conforme Mc Carthy e Perreault (1997). Estas
ações devem suportar os serviços a serem ofertados em nível
de pós-vendas. Mencione a relevância do pós-vendas e da
assistência técnica para as organizações.
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes98
livroTítulo: Marketing Estratégico Para Organizações e Empreendedores - Guia Prático e Ações Passo A Passo.Autor: Maurício Fernandes Pereira e Marcelo ZenaroEditora: AtlasSinopse: Obra recomendada para empresários, executivos e profissionais envolvidos nas atividades de vendas, negociação e empreendedoris-mo, que necessitam de ferramentas para identificar mercados e formas competitivas de atuação. Altamente indicados para estudantes para as disciplinas Marketing e Administração Mercadológica; Estratégias de Marketing; Planejamento e Gestão de Marketing; Empreendedorismo; Métodos e Técnicas de Vendas; e Negociação, dos cursos de graduação e de pós-graduação em Administração e áreas afins.
Pós-Graduação | Unicesumar99
relato de caso
O profissional de moda precisa, para desenvolver suas coleções, conhecer quais as necessidades e desejos de seus consumidores, as macroten-dências, o que está acontecendo atualmente no mundo e assim identificar as tendências de moda e buscar elementos de inspirações na sua inspi-ração escolhida, para desenvolver uma coleção diferenciada.
É de suma importância que as empresas saibam administrar e controlar sua produção com qua-lidade, organizando, aplicando as normas de segurança e higiene do trabalho, organizando os processos produtivos e controle de impac-tos ambientais. Tratando-se de um mercado em constante mutação, com várias oportunidades surgindo, a formação de qualidade, na área, está se sofisticando.
A partir das tendências de moda para o verão 2011, foi dado sequência a pesquisa de moda, em que foi analisado o perfil do consumidor, cartela de cores e análise de mercado. O segmen-to, para a análise de mercado foi o segmento de lingerie casual, noite e dia a dia. O ritmo crescen-te de consumo neste estilo cria condições para a abertura de novas marcas, principalmente se considerado a relevância do consumo de moda feminina, que em termos gerais detém cerca de 60% do mercado. O crescimento desse mercado se deve ao fato da relevância da população fe-minina do país, que também é considerada
a maior consumidora de produtos de moda. Assim, tendo em vista as condições do mercado, visa atender este nicho específico através do oferecimento de produtos que valorizam o con-ceito de moda.
O público alvo é caracterizado por pessoas com estilos despojados ou profissionais residentes em centros urbanos, onde a agitação e a cor-reria do dia a dia fazem com que esse público urbano busque o equilíbrio através de momentos de lazer com a família e amigos. O prazer pela vida e por viver bem, faz com que esse público tenha contato com a natureza, bem como com a prática de esportes leves que remetem ao cuidado da saúde do corpo. Também o gosto pela agitação da noite faz parte da filosofia de vida do público em destaque, que busca roupas versáteis que permi-tam sua utilização tanto no ambiente de trabalho quanto em baladas. O público alvo aprecia, em produtos de moda, a versatilidade, a qualidade e o conforto. Para tanto os produtos evidenciam um estilo urbano, através de peças que valorizam a contemporaneidade das formas, volumes, tex-turas e acabamentos.
Fonte: <http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2013/10/Ana-Loide-Nienow.pdf>
O caso é verídico e foi estudado pelos autores do artigo.
Gestão de Negócios100
marKetIng aPlIcaDo na geStão DeProDUtoSeSPortIVoS
Esse estudo, de caráter exploratório, tem por intuito avaliar as principais etapas do marketing esportivo adotadas pelo Comitê Organizador na promoção da 71ª. edição dos Jogos Abertos do Interior realizado em Outubro de 2007 no mu-nicípio de balneário de Praia Grande. O estudo utilizou pesquisa de abordagem qualitativa, compreendendo revisão bibliográfica e o desen-volvimento de estudo de caso único com coleta de dados por meio de entrevistas, observação participante e no processamento de informações disponibilizadas no sítio oficial dos organizadores do evento e da prefeitura local. Foi identificado, por um lado, o papel do evento como mobiliza-dor de recursos para a cidade, inclusive para a implantação de infraestrutura esportiva, sua im-portância para divulgação dos atrativos locais e, por outro lado, falta de uma metodologia de trabalho ordenado, a ausência de capacitação acadêmica ou profissional dos responsáveis e um processo empírico para a gestão do evento.
Nos últimos anos, o investimento no esporte de desempenho ou profissional cresceu vertiginosa-mente: só nos Estados Unidos, o dinheiro alocado em 1979, que atingia a cifra de US$ 500 milhões, saltou para US$ 6 bilhões em 2001 (KEARNEY, 2003). Ademais, o dispêndio em segmentos indi-retos foi de US$ 370 bilhões, para o ano de 2001, representadas por segmentos de viagens, publi-cidade, calçados, entretenimento e entre outros (KEARNEY, 2003).
Entretanto, para Brunoro apud Serafim e Valente (2006), a gestão esportiva se ressente ainda de uma ausência de profissionalismo, não se
configurando a existência de estratégias de mercado capazes e competentes.
No entanto a gestão esportiva conforme aponta-do por Brunoro apud Serafim e Valente (2006), o esporte deixou de ser apenas uma forma de lazer e entretenimento, mas, tornando-se uma nova forma de captação financeira, que exige plane-jamento e gestão.
Kotler (2006, p.366) apresenta que o produto é algo que pode ser oferecido a um, ou mais, mer-cados para satisfazer uma necessidade ou desejo. Assim, produtos podem ser bens físicos, serviços, eventos, pessoas, lugares, organizações etc. Essa conceituação básica pode ser baseada na defi-nição de Mullin, Hardy e Sutton (2004) sobre o produto esportivo referir-se a qualquer conjunto ou combinação de qualidades, processos e capa-cidades do qual um comprador espera obter a satisfação desejada. O produto esportivo pode ser descrito como um pacote de serviços agregados que visa satisfazer as necessidades dos clientes por meio do esporte (STOLAR; DUALIB, 2005).
Em 2007, a Prefeitura Municipal do Balneário de Praia Grande instituiu o projeto Ano do Esporte com o objetivo de promover a inclusão social, a educação e a qualidade de vida dos habitantes por meio de práticas esportivas na indução da disciplina, respeito, saúde e bem estar. E assim, num calendário composto por dezenas de com-petições esportivas, foi responsável por abrigar um dos principais eventos esportivos paulistas: os Jogos Abertos do Interior.
Fonte: Parte do texto extraído de: <http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg4/anais/T7_0085_0179.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2014. Caso real.
Pós-Graduação | Unicesumar101
Na obtenção de vantagens competitivas por
meio das estratégias de relacionamento é
imprescindível a habilidade da organização
beneficiar-se do marketing de relaciona-
mento para manifestar um posicionamento
superior no cenário atual.
Na concepção de produtos, somente
empresas que conseguirem avaliar as neces-
sidades dos clientes e desenvolver produtos
ou serviços que satisfaça as suas necessida-
des poderão manter a competitividade.
No atual contexto empresarial, à luz das
teorias da estratégia, o desafio de ser com-
petitivo está diretamente relacionado ao
esforço de conquista e de manutenção de
vantagem competitiva ao longo do tempo.
É importante esclarecer o que se entende
por empresa e vantagem competitiva. De
um lado, a empresa pode ser vista como um
conjunto e relações que cria valor, um orga-
nismo que funciona a partir de um processo
permanente de aprendizagem de mão dupla,
que se alimenta das transações que realiza
com o ambiente, diante de uma realidade
econômica essencialmente desequilibra-
da, incerta, imprevisível e, em muitos casos,
desconhecida.
O desafio que se impõe às empresas é a
transformação desse monopólio temporário,
obtido por meio da inovação, em algo que
se mantenha ao longo do tempo, ou seja,
a conquista e a manutenção de vantagem
competitiva sustentável em ambientes ca-
racterizados pela incerteza diante do futuro.
Esse desafio revela-se bastante complexo,
uma vez que qualquer alteração no cenário
econômico, político e social, como: mudan-
ças relacionadas ao comportamento do
consumidor, aos padrões tecnológicos ou a
questões legais ou ambientais, pode tornar
obsoleta qualquer tipo de vantagem compe-
titiva pontual, específica de um determinado
espaço ou momento.
A partir daí, entra em cena o conhecimen-
to humano, aplicado no contexto empresarial
visando a oferta de soluções para proble-
mas concretos e que não se desgasta com
o uso, mas que se renova e se potencializa,
o que permite a geração dinâmica de ino-
vações. Nesse momento, deve-se ressaltar o
trabalho humano com questão central em
um contexto em que as pessoas são perce-
bidas como atores críticos dos processos de
criação de conhecimento, aqueles agentes
ativos que vão dar à empresa a sua identida-
de própria, na medida em que permitem à
organização o estabelecimento de inúmeras
combinações de competências.
CONCLUSÃO
Gerenciamento do Relacionamento com Clientes102
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