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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.com
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[4] [6] [14]
Numa altura em que muitos alertam para a ameaça que paira
sobre a moeda única, vale a pena recuperar este artigo do reputado
economista espanhol Jesús Huerta de Soto, para percebermos as causas
e as consequências da crise que afecta diversos países europeus.
[10]
Desde a morte de Bin Laden até ao esfriamento das relações entre Israel e os EUA, passando pelas novidades eleitorais em Espanha e no Reino Unido, Nuno Silva faz um retrato do que se vai passando lá fora.
São estes os títulos dos artigos de opinião assinados por Manuel Oliveira e Carlos Pinto, Presidente e Vice-Presidente da JP Maia, respectivamente. Opiniões pertinentes e acutilantes que merecem uma leitura atenta.
No dia 14 de Maio comemorou-se o aniversário da fundação do Estado de Israel. Agora, passados 63 anos, David Levy escreve sobre o notável sucesso a nível económico, político e militar deste jovem país.
Que a campanha eleitoral tem muito
pouco que se aproveite, já todos
sabemos. A abertura desse período
assemelha-se muito à abertura da época
de caça. Neste caso, ao voto. Ideias,
discutem-se pouco. Nessas duas
semanas que antecedem as eleições, há
declarações e atitudes para todos os
gostos. Num tempo de algum vácuo
intelectual e de forte animação
propagandística, o palco torna-se
apetecível para os personagens com
mais talento para entrar nessa pândega.
Luís Filipe Meneses, “cliente” habitual
desta coluna, é um deles. Já que nunca
conseguiu ser a figura principal do PSD
numas Legislativas (a falta de qualidade
não perdoa), tenta conseguir o prota-
gonismo por métodos enviesados (a
falta de qualidade não perdoa).
Para começar o seu número, o
presidente da autarquia gaiense
contribuiu para a ignóbil campanha de
desinformação que grassou num PSD
perdido e inconstante, que garantia que
votar no CDS era beneficiar o PS. E se a
falta de honestidade intelectual não
bastasse, o talento para a atitude
rasteira fez-se notar, quando não
conseguiu fugir da reles graçola: “Portas
pode ser candidato a primeiro-ministro
de Portugal dos Pequeninos, mas não
do Portugal a sério”.
Perante estas declarações, imagino
algumas pessoas muito indignadas.
Nomeadamente, as pessoas que
militam ou votam no CDS
em Vila Nova de Gaia, não podem estar
satisfeitas. E não podem deixar de
sentir-se desrespeitadas, quando ouvem
este tipo de declarações saírem da boca
daquele que lidera uma coligação
autárquica em que o seu partido está
em Vila Nova de Gaia, não podem estar
satisfeitas. E não podem deixar de
sentir-se desrespeitadas, quando ouvem
este tipo de declarações saírem da
boca daquele que lidera uma coliga-
ção autárquica em que o seu partido
está presente.
E digo isto julgando ter conhecimento
de causa daquele que será o sentimento
de muitas dessas pessoas perante este
tipo de acontecimentos. Ainda há
meses, por exemplo, algumas delas se
sentiram indignadas pelo mal que
algumas palavras que dirigi ao
Presidente da Câmara de Gaia neste
espaço pudessem causar à coligação
que por lá governa. Imagino, por isso,
que essas pessoas, hoje, possam sentir
uma certa revolta interior com os efeitos
que as palavras de alguém que não
respeita o CDS podem ter. Têm toda a
minha solidariedade.
Por outro lado, foi bom ver Rui Rio
receber na Câmara Municipal do Porto o
presidente do CDS. É bom ver o respeito
com que o autarca portuense trata um
parceiro de confiança, coisa que PSD e
CDS têm vindo a ser, com sucesso, no
Porto. E é bom comparar com o vizinho
da margem sul. Não bastava Rui Rio
golear no modelo de gestão autárquica,
prova agora que não tem rival do outro
lado do rio quando se trata de comparar
o trato e o respeito que as pessoas de
bem costumam apresentar.
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PÁGINA 14
EDITORIAL
No mês de Maio, a Juventude Popular
da Maia participou em mais uma
edição da Feira das Oportunidades
com um stand próprio e com bastante
informação sobre as últimas
iniciativas da estrutura. No evento que
decorreu nos dias 12, 13 e 14 na praça
do Parque Central, a Juventude
Popular da Maia teve o prazer de
receber a visita da caravana
“Dar o Norte a Portugal” que, em
modo de pré-campanha, teve tempo
de passar pela Maia para assinalar
uma das etapas do CDS no distrito
até dia 5 de Junho. O presidente da
Juventude Popular, Michael Seufert,
e outros dirigentes nacionais da JP
também fizeram questão de visitar e
apoiar a JP Maia em mais esta
iniciativa.
Foi neste mês de Maio que a Juventude
Popular da Maia participou em mais
uma edição da Feira das Oportunidades
promovida pelo pelouro da Juventude
da Câmara Municipal da Maia. Sobre a
continuidade da iniciativa, defendida
também pela JP no último Conselho
Municipal da Juventude, importa desde
já endereçar os nossos agradecimentos
ao Pelouro, na pessoa do Sr. Vereador
Hernâni Ribeiro, por mais uma
excelente organização. Fica apenas um
pequeno gosto amargo pela perceptível
escassez de divulgação deste evento
verificada pela pouca afluência, um
sentimento da maioria dos responsáveis
de stand. Compreendemos as
limitações do orçamento e que é já um
esforço promover uma Feira que tem
uma atitude correctíssima: promover a
liberdade de escolha sem forçar a
tomada de posição. Para a Juventude
Popular da Maia é assim que o papel do
agente público deve existir, que seja
sempre assim a posição deste Pelouro
para com uma juventude que precisa de
traçar o seu próprio caminho sem
pressões ou dependências. Não temos
problemas em felicitar quando o
trabalho é bem feito e o nosso dinheiro
bem investido. Continuem!
Lidador Por terras de
JP NA FEIRA DAS OPORTUNIDADES
Num Plenário Concelhio com fins
eleitorais, a Juventude Popular da
Maia votou no passado dia 21 de Maio
a nova Comissão Política Concelhia, a
nova Mesa de Plenário Concelhio e os
respectivos Conselheiros Nacionais e
Distritais.
Em lista única, a Comissão Política
Concelhia continua a ser liderada por
Manuel Oliveira acompanhado dos
vice-presidentes Carlos Pinto, Nuno
Silva e Tiago Loureiro. Vânia Peres
continua como Secretária-geral da
estrutura. Já os Vogais serão Tiago
Oliveira, Rita Magalhães e Silva,
Miguel Ribeiro e Mariana Pimenta.
A Mesa do Plenário Concelhio
continua entregue a Júlio Marques
que agora tem como
Vice-Presidente André Pinto e
como Secretário Fluoduardo Pinto.
Quanto aos Conselheiros Nacionais, a
JP Maia elegeu sete (mais um
conselheiro nacional devido ao Prémio
Adelino Amaro da Costa). São eles:
Vânia Peres, Carlos Pinto, Tiago
como Secretário Fluoduardo Pinto.
Quanto aos Conselheiros Nacionais,
a JP Maia elegeu sete (mais um
conselheiro nacional devido ao
Prémio Adelino Amaro da Costa).
São eles: Vânia Peres, Carlos Pinto,
Tiago Oliveira, Rita Magalhães
eSilva, Miguel Ribeiro, Júlio Marques
e Roberto Braguim.
Já os Conselheiros Distritais são
agora: Vânia Peres, Carlos Pinto,
Tiago Oliveira, Rita Magalhães e
Silva, Miguel Ribeiro e Mariana
Martins Guedes.
Foram ainda eleitos dezasseis
delegados da JP Maia ao Plenário
Concelhio da Maia do CDS/PP.
A tomada de posse dos novos
órgãos ainda tem data e local
ainda a definir.
NOVOS ORGÃOS DA JP MAIA ELEITOS
Na sequência do que escrevi no mês
passado sobre a campanha pelo voto
alternativo no Reino Unido, agora falo
do resultado. Uma derrota tremenda
para o membro júnior do governo
britânico, os Lib Dems de Nick Clegg
foi arrasado por uma campanha do
Não muito conseguida e levada a cabo
por membros proeminentes dos
Conservadores, membros sénior da
coligação. A coligação britânica
passará por águas mais turbas nos
próximos meses, com os Lib Dems a
puxar o governo mais para a Esquerda
de modo a reconquistar o seu lugar na
opinião pública que crucificou Nick
Clegg por uma derrota pessoal do vice
PM e grande impulsionador do
referendo ao voto alternativo. Nos
próximos meses veremos como
sobreviverá a coligação
Em Espanha, o ensaio para as
legislativas do ano que vem foram as
regionais de Maio. Rajoy limpou o
mapa e encostou o PSOE à parede.
Com mais de oito milhões de votos,
o PP consegue uma vitória tremenda
que põe Zapatero e “sus
muchachos” em sentido para a
campanha do próximo ano.
não sendo Zapatero o candidato do
PSOE, já que este decidiu não querer
ser a cara da humilhação das
legislativas, Alfredo Rubalcaba
apresenta-se como o homem do
PSOE, ele que é o Mariano Rajoy de
Zapatero, como Rajoy foi de Aznar em
2004.
O mesmo não sendo Zapatero o
candidato do PSOE, já que este
decidiu não querer ser a cara da
humilhacão das legislativas,
Alfredo Rubalcaba apresenta-se
como o homem do PSOE, ele
que é o Mariano Rajoy de Zapa-
tero, como Rajoy foi de Aznar
em 2004.
A NATO prolongou por mais 90 dias
as acções militares na Líbia. Esta
decisão vem mais uma vez
demonstrar que a comunidade
internacional está 100% a favor das
aspirações de liberdade e contra o
regime brutal de Qadhafi. Nos
próximos três meses a NATO, mais
os 5 países extra Suécia, EAU,
Marrocos, Jordânia e Catar estarão a
reforçar a no “fly zone” e a
bombardear os alvos consideráveis
importantes para o regime do
ditador líbio que se prolonga
desde 1969.
As relações entre Israel e os EUA
começam a esfriar. É agora política
da Casa Branca de Obama que o
Estado Palestiniano tenha as
fronteiras designadas em 1967,
fronteiras essas que o governo
israelita já disse não concordar e não
assinar nenhum documento em que
1967 seja os limites. As fronteiras de
67 deixam algumas zonas israelitas à
mercê de ataques externos e o
Primeiro-ministro israelita não
aceita fronteiras que Israel não
possa defender. É o segundo
“ataque” de Netanyahu a Obama
67 deixam algumas zonas israelitas
à mercê de ataques externos e o
Primeiro-ministro israelita não
aceita fronteiras que Israel não
possa defender. É o segundo
“ataque” de Netanyahu a Obama
depois de continuar com os
colonatos depois de Obama pedir o
fim dos mesmos.
No dia 14 de Maio comemorou-se o aniversário
da fundação do Estado de Israel. Sessenta e três
anos depois do regresso triunfante dos Judeus à
sua terra ancestral, o país que fundaram é um
extraordinário caso de sucesso a nível
económico, político e militar.
A nível económico Israel alcançou progressos
assinaláveis e hoje ocupa o 15º lugar a nível
mundial no Índice de Desenvolvimento Humano
da ONU - uma proeza conseguida num país sem
recursos naturais, implantado num território
semi-árido e rodeado de inimigos por todos os
lados. A economia israelita foi a primeira a sair
da recessão de 2008, e atingiu taxas de
crescimento da ordem dos 4,5% em 2010, que
culminaram com espectacular crescimento de
7,8% no último trimestre do ano. Muito desse
crescimento está assente no sector exportador,
no qual os diamantes lapidados, a informática,
as telecomunicações e a engenharia
aeroespacial têm sido determinantes.
Do ponto de vista político, é assinalável o facto
de, 63 anos depois de David Ben Gurion ter lido
a declaração de independência, Israel ser uma
democracia parlamentar de tipo ocidental,
assente numa enorme variedade de partidos e
onde o poder judicial é independente do poder
político. A Knesset – Parlamento – é de tal
maneira representativa que nela têm assento
assente numa enorme variedade de partidos e
onde o poder judicial é independente do poder
político. A Knesset – Parlamento – é de tal
parlamentar de tipo ocidental, assente numa
enorme variedade de partidos e onde o poder
judicial é independente do poder político. A
Knesset – Parlamento – é de tal maneira
representativa que nela têm assento partidos
árabes que se opõem à própria natureza do
Estado de Israel – um estado judaico e
democrático.
O sucesso militar é dos três o mais
surpreendente, pois contra todas a
probabilidades as IDF – Forças de Defesa de
Israel – têm conseguido defender o país das
constantes ameaças a que tem sido sujeito. Foi
assim nas guerras de 1948, 1956, 1967, 1973,
1982, 2006 e 2009. O IDF é o único exército que
não pode falhar a sua missão. Com os seus 187
mil membros, é não só um dos exércitos mais
sofisticados e bem treinados do Mundo, como
um pilar dentro da diversificada sociedade
israelita. Com raras excepções, todos os
cidadãos cumprem serviço militar, incluindo as
mulheres.
Apesar dos êxitos e avanços que alcançou a
nível interno, o moderno Estado de Israel
continua no centro dos conflitos que há mais de
seis décadas dilaceram o Médio Oriente. No
plano externo os problemas que hoje enfrenta
não são muito diferentes dos do passado: ainda
vive rodeado de vizinhos hostis; continua a
correr o risco de existência e não é reconhecido
seis décadas dilaceram o Médio Oriente. No
plano externo os problemas que hoje enfrenta
não são muito diferentes dos do passado: ainda
passado: ainda vive rodeado de vizinhos hostis;
continua a correr o risco de existência e não é
reconhecido pelos árabes da Palestina.
Apesar da paz assinada com o Egipto e
Jordânia, o mesmo não aconteceu com a Síria,
Iraque e Líbano, cuja situação permanece
inalterada em relação a 1948. A agravar a
situação, depara-se com Irão claramente hostil
e ameaçador, e com aliados como a Turquia a
agir como se não o fossem.
De todos os problemas que Israel continua a
enfrentar, o dos palestinianos é sem dúvida o
mais complicado de resolver. Apesar de haver
algum consenso interno relativamente à
necessidade de criação de um estado
palestiniano nos territórios da Judeia e da
Samaria, tal hipótese tem-se revelado difícil de
alcançar. O motivo é o mesmo de sempre: os
palestinianos continuam a não reconhecer
Israel. Entre 1948 e 1967 viveram sob
administração jordana e egípcia, sem que a
formação de um estado nesses territórios fosse
sequer considerada. Depois de 1967
entregaram-se ao terrorismo (aceitando a OLP
como única representante), desperdiçaram a
janela de oportunidade proporcionada pelas
conferências de Camp David (2000) e de Taba
(2001), e acabaram a votar maciçamente no
Hamas – organização terrorista que não aceita a
existência de Israel.
“ janela de oportunidade proporcionada pelas
conferências de Camp David (2000) e de Taba
(2001), e acabaram a votar maciçamente no
proporcionada pelas conferências de
Camp David (2000) e de Taba (2001), e
acabaram a votar maciçamente no Hamas –
organização terrorista que não aceita a
existência de Israel.
Todas as decisões que os palestinianos
tomaram – e que têm sido ruinosas para a sua
aspiração independentista – só têm reforçado
aqueles que em Israel se opõem a um estado
palestiniano. As conversações de paz
destruíram a esquerda israelita e reforçaram os
sectores mais radicais, em grande parte porque
cada passo que Israel dava no sentido da paz –
nomeadamente na desocupação de territórios –
os palestinianos respondiam com atentados,
violência e mais recentemente com o disparo
sistemático de centenas e centenas de mísseis.
Apesar das dificuldades no processo de paz,
Israel é um sonho feito realidade, e um exemplo
de um país que venceu enormes obstáculos e se
tornou num oásis de prosperidade num Médio
Oriente de pobreza e de atraso. Israel é por isso
um país com futuro, que será tanto melhor se a
paz e a segurança um dia forem alcançadas.
Mazal tov Israel!
A actual crise europeia, com vários países em risco de
bancarrota, é resultado directo da expansão da moeda
e do crédito feita pelo sistema bancário europeu. No
início dos anos 2000, o crédito foi expandido
principalmente nos países periféricos da União
Monetária Europeia, como Irlanda, Grécia, Portugal e
Espanha. As taxas de juro desses países foram
substancialmente reduzidas na decorrência da
expansão creditícia feita pelo seu sistema bancário e
da queda das expectativas inflacionárias e dos prémios
de risco (taxa embutida nos juros de um empréstimo
quando existe a hipótese de que tal empréstimo não
seja pago).
A acentuada queda nas expectativas inflacionárias foi
causada pelo prestígio do então recém-criado Banco
Central Europeu, o qual era uma cópia do
Bundesbank, o Banco Central alemão.
Os prémios de risco dos países periféricos
foram artificialmente reduzidos em decorrência
do apoio dado ao arranjo pelas nações mais fortes. O
resultado foi uma expansão económica artificial.
Surgiram várias bolhas nos preços de activos, como
uma bolha imobiliária na Espanha e na Irlanda. O
dinheiro recém-criado foi inicialmente injectado nos
países da periferia, onde foi utilizado para financiar o
consumismo e os investimentos errados,
principalmente nos sectores automóvel e da
construção civil, ambos exageradamente
sobredimensionados. Ao mesmo tempo, a expansão
do crédito ajudou também a financiar e expandir
modelos de estado social insustentáveis.
Em 2007, começaram a surgir aqueles efeitos
microeconómicos que revertem qualquer expansão
económica artificial que foi financiada pela mera
expansão do crédito e não pela genuína poupança (a
abstenção do consumo que permite a formação de
capital para ser investido). Os preços dos meios de
produção, tais como “commodities” e salários,
começaram a subir. As taxas de juro também
aumentaram devido às pressões inflacionárias, que
fizeram com que os bancos centrais tivessem de
desacelerar as suas políticas monetárias
expansionistas. Finalmente, os preços dos bens de
consumo começaram a subir em relação aos preços
oferecidos aos factores de produção. Foi ficando cada
vez mais óbvio que muitos desses investimentos não
eram sustentáveis devido à falta de poupança real. A
maioria desses investimentos ocorreu no sector da
construção civil.
Foi essa intervenção que não apenas impediu uma
recuperação mais rápida e mais completa, mas que
também produziu, como efeito colateral, a crise da
dívida soberana, que explodiu no primeiro semestre de
2010. Os Estados tentaram estimular os sectores
sobredimensionados, aumentando os gastos públicos.
Forneceram amplos e generosos subsídios para a
compra de carros novos com o intuito de estimular a
indústria automóvel, por exemplo. Para além disso, os
governos também incorreram em vários programas de
obras públicas para estimular a agora combalida
construção civil, bem como o sector que havia
concedido empréstimos a essas indústrias: o sector
bancário.
Mais: os governos deram ajuda directa ao sector
financeiro ao dar garantias aos seus passivos e ao
estatizar bancos, comprando os seus activos ou uma
fatia das suas acções. Ao mesmo tempo, o
desemprego disparou em consequência da rigidez e da
alta regulamentação do mercado de trabalho. As
receitas dos governos oriundas dos impostos e das
contribuições caíram. Gastos com subsídios para
protecção no desemprego dispararam. As receitas
fiscais sobre empresas foram quase completamente
destruídas. Com receitas em queda e gastos em alta,
os deficits e as dívidas dos governos foram a máximos
históricos, como consequência directa das respostas
governamentais numa crise causada por uma
expansão económica que não tinha base na poupança
real.
O caso da Espanha é paradigmático. O governo
espanhol subsidiou a indústria automóvel, a
construção civil e o sector bancário, os quais foram
acentuadamente expandidos durante o “boom” da
expansão do crédito. Ao mesmo tempo, o mercado de
trabalho altamente inflexível fez com que as taxas de
desemprego saltassem para os 20%. O resultante
defice público começou a apavorar os mercados e os
outros países membros da União Europeia, que,
finalmente, pressionaram o governo a anunciar
algumas tímidas medidas de austeridade, com o
intuito de fazer com que ele — o governo espanhol —
pudesse continuar adquirindo empréstimos.
Em relação a isso, o facto de o euro ser uma moeda
única mostrou uma das suas "vantagens". Sem o euro,
o governo espanhol certamente teria recorrido ao
artifício de desvalorizar sua moeda, como fez em
1993, imprimindo dinheiro para reduzir seu défice. Isso
teria gerado uma revolução na estrutura de preços da
economia espanhola e um imediato empobrecimento
da população, uma vez que os preços dos produtos
importados iriam disparar. De resto, ao desvalorizar a
moeda, o governo poderia continuar a gastar sem ter
de fazer quaisquer reformas estruturais. Com o euro,
o governo espanhol (ou qualquer outro governo em
apuros) não pode desvalorizar a sua moeda,
imprimindo dinheiro directamente para pagar a sua
dívida. Consequentemente, tais governos tiveram de
incorrer em medidas de austeridade e em algumas
reformas estruturais após sofrerem pressão da
Comissão Europeia e de estados-membros, como a
Alemanha.
Com isso, é bem provável que o Pacto de Estabilidade
e Crescimento possa vir a ser reformado e colocado
em vigor. Como consequência, os governos da União
Monetária Europeia (UME) teriam de continuar e
intensificar as suas medidas de austeridade e reformas
estruturais com o intuito de obedecer ao Pacto de
Estabilidade e Crescimento. Pressionados por países
mais conservadores, como a Alemanha, todos os
membros da União Monetária Europeia seguiriam o
caminho das tradicionais medidas anticrise, com corte
de gastos.
Em contraste com a UME, os Estados Unidos estão a
seguir à risca a receita keynesiana contra recessões.
Na visão keynesiana, durante uma crise o governo tem
de contrabalançar uma queda na "procura agregada"
aumentando os gastos. Com isso, o governo dos EUA
optou por incorrer em gastos deficitários e em
políticas monetárias extremamente expansionistas,
tudo com o intuito de "revitalizar" a economia. Talvez
um dos efeitos benéficos do euro foi o de empurrar
toda a UME rumo ao caminho da austeridade. Com
efeito, certa vez argumentei que uma moeda única
seria um passo na direcção correcta, dado que ela
iguala as taxas de câmbio entre todos os países da
Europa, acabando assim com o nacionalismo
monetário e com o caos das taxas de câmbio
flutuantes manipuladas pelos governos —
principalmente em épocas de crise.
“
À medida que escrevo estas linhas, decorre a segunda,
e última, semana oficial de campanha para as
Legislativas de 2011. Numa sociedade portuguesa
cansada, velha e apática, todas as caravanas parecem
avançar ao ritmo tradicional, e de certa forma legítimo,
de quem esgrime argumentos, uns mais duvidosos do
que outros, para alcançar a confiança do eleitor, pelo
menos daquele que ainda vota. Mais: não
estivéssemos nós num país que foi recentemente pedir
perdão de joelhos pela sua incompetência governativa,
julgava que esta ronda eleitoral alegraria o espírito de
quem ainda se preocupa minimamente com estas
coisas. Num momento em que é necessário particular
bom senso e tolerância (inteligência, em muitos casos,
será pedir de mais) eis que esta campanha não é mais
do que o mesmo conceito de hipocrisia levado ao
extremo da imbecilidade do eleitor e da ganância de
poder dos presumíveis futuros contemplados. Passo a
explicar.
Quando José Sócrates e Pedro Passos Coelho
pensaram que estavam a partir para uma corrida a
dois, surge um terceiro factor que, sem qualquer pingo
de inocência, puxa de simples factos para comprovar a
responsabilidade que merece: o CDS foi, de facto, a
força política com mais iniciativas parlamentares na
última legislatura. Numa sociedade preparada e
independente, este trabalho bastaria para premiar este
partido com uma oportunidade governativa. Mas o que
o CDS traz verdadeiramente de novo ao combate
político em Portugal é a sua simples e directa forma de
estar. Já ninguém duvida de que o CDS está na moda,
é um novo fenómeno, é a alternativa que faltava em
afirmar-se.
Enquanto Sócrates promove a imigração, Passos
Coelho mete as mãos pelos pés e a esquerda continua
sem saber muito bem como contrariar, Paulo Portas
segue tranquilo, alertando para a necessidade, óbvia,
de uma maioria de direita e de um suprapartidário
compromisso de estado para com as dificuldades
económico-financeiras que queremos ultrapassar. É
verdade que nem sempre foi especialmente coerente
Coelho mete as mãos pelos pés e a esquerda continua
sem saber muito bem como contrariar, Paulo Portas
segue tranquilo, alertando para a necessidade, óbvia,
de uma maioria de direita e de um suprapartidário
compromisso de estado para com as dificuldades
económico-financeiras que queremos ultrapassar. É
verdade que nem sempre foi especialmente coerente
com uma posição governativa de futuro; é verdade que
nesta última semana exagerou por momentos num
populismo que, para minha infelicidade, parece ainda
não ter afastado de vez. Mas claro que é perfeitamente
natural, com os indicadores diários de uma ainda maior
consolidação do peso eleitoral do partido, que Paulo
Portas possa flutuar timidamente aqui e ali para
conquistar indecisos, roubar ao PS e assustar ainda
mais o PSD. Portanto, deste ponto de vista, a
campanha do CDS está a correr maravilhosamente
bem e isso incomoda muita gente.
Nesta altura do campeonato, não me admira, por
exemplo, ver Luís Filipe Menezes a rebaixar
publicamente o CDS à posição que, por sina, o partindo
foi assumindo desde Abril de 1974. Não me admira ver
Menezes a atacar quem pode roubar a maioria do PSD.
Não me admira ver Menezes a espicaçar quem tem
sido um exemplo de trabalho e popularidade
crescente. Não me admira ver Menezes a confrontar
directamente Paulo Portas, líder que, e ele sabe, ter
neste momento uma preparação para chefia de
governo bem mais apetecível de que a de Passos
Coelho. Não me admira ver Menezes irritado quando
ouviu Paulo Portas falar nos caciques autárquicos do
PSD. Não me admira ver Menezes a tentar,
indirectamente, que o CDS continue numa posição de
subserviência ao PSD. Admira-me, no entanto, ver um
autarca de uma coligação PSD/CDS a assumir este
papel. Sim, embora Portas tenha manifestamente
telhados de vidro quando acusou os caciques do PSD, a
verdade é que o inexistente grau de superioridade do
lado de Gaia também não se fez demorar. Após o
pedido de tento na língua ao líder do terceiro maior
partido em Portugal e parceiro de coligação na sua
HIPOCRISIAS
“
autarca de uma coligação PSD/CDS a assumir este
papel. Sim, embora Portas tenha manifestamente
telhados de vidro quando acusou os caciques do PSD, a
verdade é que o inexistente grau de superioridade do
lado de Gaia também não se fez demorar. Após o
pedido de tento na língua ao líder do terceiro maior
partido em Portugal e parceiro de coligação na sua
autarquia, Menezes esqueceu-se que vai, pelo vistos
para seu grande mal, ter mesmo de aturar o CDS num
futuro governo de coligação. Embora não seja preciso
relembrar que esse partido é aquele que defende
inequivocamente o fim das empresas municipais e a
rápida centralização de serviços municipais, também
não será preciso relembrar que Gaia é dos maiores
centros de desempregados do país e um verdadeiro
campeão na despesa pública. Mas isto já sou eu a
divagar. Isto sou eu a misturar “contas” nacionais com
municipais, porque se numas vamos sozinhos, e com
claros proveitos disso, então nas outras talvez tenha
chegado a hora de assumir a mesma coragem.
Poupava-se bastante em hipocrisia em tempo de
guerra.
Sim, este texto representa um avivar da memória. Para
tal, proponho desde já que adivinhem quem está por
detrás das próximas linhas e que se lembrem do que, em
tempos, tudo foi apontado a este sujeito.
A sua carreira política iniciou-se, como membro da
Juventude partidária do PPD, a JSD da Covilhã. Em 1981,
filiou-se no Partido Socialista e em 1987, foi pela primeira
vez, eleito deputado, pelo distrito de Castelo Branco. A
sua primeira intervenção, enquanto deputado numa
questão de âmbito nacional, consistiu na defesa de
projecto-lei legalizando a possibilidade da prática do
nudismo.
Durante a década de 80, há suspeitas de que tenha
assinado projectos da autoria de outros técnicos (o que
é ilegal) e com a seguinte particularidade: todos os
projectos foram aprovados em tempo relâmpago. O
prazo maior foi de oito dias e o mais curto de um só dia,
mesmo com processos de embargo e pareceres negativos
da Direcção Regional de Agricultura. Mais, terá assinado
(ainda sem o "tal curso") projectos de edifícios
particulares como projectista da Câmara Municipal da
Guarda, enquanto trabalhava, em regime de dedicação
exclusiva, na Assembleia da República. Há suspeitas de
que tenha sido afastado por desleixo da Câmara da
Guarda, onde trabalhava como projectista de edifícios,
em 1990 e 1991, devido à falta de qualidade dos seus
projectos e por falta de acompanhamento das obras,
chegando mesmo a ser ameaçado com sanções
disciplinares e sendo criticado severamente.
O "caso Cova da Beira", referente ao concurso da central
de tratamento de resíduos sólidos lançado em 1996,
originou uma denúncia que dava conta que este, na altura
secretário de Estado do Ambiente, teria alegadamente
recebido dinheiro para aprovar a construção de um centro
de tratamento de lixo na Cova da Beira. Em causa,
segundo despacho do Ministério Público, estariam na
altura 300 mil contos, sendo que metade do valor se lhe
destinava, alegando ter recebido dinheiro do grupo HLC a
troco da vitória no concurso.
Em 1998, ele e a mãe mudaram-se para o Edifício Heron
Castilho, na Rua Braamcamp, em Lisboa. A mãe,
comprou a sua casa a 6 de Novembro e ele tinha
comprado a sua nove meses antes, a 18 de Fevereiro. Há
altura 300 mil contos, sendo que metade do valor se lhe
destinava, alegando ter recebido dinheiro do grupo HLC a
troco da vitória no concurso.
Em 1998, ele e a mãe mudaram-se para o Edifício Heron
Castilho, na Rua Braamcamp, em Lisboa. A mãe,
comprou a sua casa a 6 de Novembro e ele tinha
comprado a sua nove meses antes, a 18 de Fevereiro. Há
suspeitas de que ambos os apartamentos foram
comprados através de "off-shores", desconhecendo-se a
identidade do vendedor, no que se refere ao andar do
referido, que terá pago um preço muito abaixo dos
valores de mercado.
Em Outubro de 1999, transitou para a pasta de ministro
do Ambiente e do Ordenamento do Território. Enquanto
ministro, foi protagonista de diversas polémicas, como a
questão da co-incineração de resíduos tóxicos, bem como
o licenciamento do Freeport, o maior "outlet", a céu
aberto da Península Ibérica. De facto, em Janeiro de 2009,
surgiu uma nova polémica envolvendo o seu nome, o caso
Freeport. Segundo as suspeitas, era acusado de ter
renunciado a restrições ambientais, depois da intervenção
do seu tio e primo, para conceder a licença à empresa
britânica Freeport Alcochete.
Em 2007, as autoridades investigaram suspeitas de
falsificação e irregularidades em torno da sua licenciatura
de engenharia, tirada na Universidade Independente. O
referido completou a sua licenciatura em Engenharia Civil
na Universidade Independente, num domingo de
Setembro de 1996, dia em que foi assinado o diploma.
Durante os seus mandatos, como primeiro-ministro,
surgiram algumas acusações de ter como objectivo
controlar todos os meios de comunicação social e afastar
os jornalistas incómodos, o que originou o Processo "Face
Oculta", em que os investigadores defendiam a realização
de um inquérito ao mais alto nível, pois segundo os
mesmos: "estava em curso um plano para controlar a
comunicação social", com o Primeiro-Ministro à cabeça e
o seu amigo Armando Vara. O processo "Face Oculta",
desencadeado pela PJ, veio também trazer à tona o
tráfico de influências com a negociata das sucatas.
Adivinharam quem era? Pois bem…Já repararam que
ainda assim, como se não bastasse, continua a ter cerca
de 30% nas intenções de voto? Sim, é este o peso e a
REAVIVAR DE MEMÓRIA
comunicação social", com o Primeiro-Ministro à cabeça e
o seu amigo Armando Vara. O processo "Face Oculta",
desencadeado pela PJ, veio também trazer à tona o
tráfico de influências com a negociata das sucatas.
Adivinharam quem era? Pois bem…Já repararam que
ainda assim, como se não bastasse, continua a ter cerca
de 30% nas intenções de voto? Sim, é este o peso e a
dimensão da monstruosa máquina socialista. Por isso,
unam-se, passem esta mensagem, reavivem memórias a
familiares, amigos, conhecidos. Qualquer pessoa irá
facilmente perceber a desonestidade que sobressai sobre
quem são depositadas tais acusações. Somem isto aos
desastrosos resultados à vista, para quem deveria
representar o expoente máximo da gestão de Portugal.
Que mais é preciso para exigir mudança? Que mais é
preciso para afirmar que, hoje, um voto no PS representa
um continuar de um prejuízo sem paralelo, com
consequências calamitosas, não apenas para quem
assumir esse mesmo voto mas sobretudo, sim sobretudo,
para todo um País? Alternativa, Já. Por ti. Por todos. Por
Portugal.
“