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Semanário diocesano www.jornalpresente.pt • [email protected] | Diretor: P. Jorge Guarda | Ano LXXXII • nº 4194 • P64 • 14 DE AGOSTO DE 2014 • 0,50€ Aos leitores e anunciantes No mês de agosto, por motivo de férias, o Presente sai mais reduzido e não se publica no dia 21. Entre 13 e 23, os serviços estão encerrados. Em setembro, volta à forma habitual. Pelo facto pedimos a vossa compreensão. Férias especiais Dar-se aos outros enriquece-nos e melhora a sociedade Onde Sopra o Espírito | pág. 6 Movimento da Mensagem de Fátima À conversa com o padre Manuel Antunes, assistente nacional do MMF Igreja diocesana celebra o padroeiro S. Agostinho Pág. 3 Serviço de catequese apresenta plano Pág. 3 Marinha Grande oferece formação cristã de adultos Pág. 3 Pedreiras comemora 90 anos com imagem de Nossa Senhora Pág. 3 É tempo de férias, para muitos, sinónimo de praia, mar, viagens, descanso… A própria estação convida a desfrutar dos dias longos que lhe são característicos. Há quem aproveite as horas a mais de sol para ter uma experiência de dias diferentes, através de férias para aprofundamento espiritual, férias missionárias ou solidárias. | pág. 7 Diogo Alves

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Semanário diocesano www.jornalpresente.pt • [email protected] | Diretor: P. Jorge Guarda | Ano LXXXII • nº 4194 • P64 • 14 de agoSto de 2014 • 0,50€

Aos leitores e anunciantes

No mês de agosto, por motivo de férias, o Presente sai mais reduzido e não se publica no dia 21.

Entre 13 e 23, os serviços estão

encerrados. Em setembro, volta à

forma habitual. Pelo facto pedimos a

vossa compreensão.

Férias especiais

dar-se aos outros enriquece-nos e melhora a sociedade

Onde Sopra o Espírito | pág. 6

Movimento da Mensagem de FátimaÀ conversa com o padre Manuel Antunes, assistente nacional do MMF

Igreja diocesana celebra o padroeiro S. Agostinho Pág. 3

Serviço de catequese apresenta plano Pág. 3

Marinha Grande oferece formação cristã de adultos Pág. 3

Pedreiras comemora 90 anos com imagem de Nossa Senhora Pág. 3

É tempo de férias, para muitos, sinónimo de praia, mar, viagens, descanso… A própria estação convida a desfrutar dos dias longos que lhe são característicos. Há quem aproveite as horas a mais de sol para ter uma experiência de dias diferentes, através de férias para aprofundamento espiritual, férias missionárias ou solidárias. | pág. 7

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PAINEL alguma vez aproveitou o tempo de férias para uma

experiência diferente na área da solidariedade?

PERGUNTA DA SEMANA devemos procurar água benta para obter benefícios espirituais?

A Igreja dá muito valor à água benta nos seus sacramentos e sacramentais. Usa-a para o ba-

tismo, aspersão dos fiéis, bênçãos de pessoas, lugares, alimentos e objetos. E também recomenda que se use para fazer sobre si próprio o sinal da cruz à entrada das igrejas, invocando a bên-ção divina, a proteção e a purificação das próprias faltas, lembrando o batis-mo e a vida da graça então recebida “pela água e pelo Espírito".

As orações com que se invoca a bênção da água exprimem claramen-te o seu múltiplo significado espiritual. Ela é “fonte de vida e de purificação”; através dela Deus lava os batizados dos seus pecados e concede-lhes “o dom da vida eterna”; torna-se sinal da prote-ção divina para os fiéis, livrando-os “de todo o mal da alma e do corpo”, para estarem na presença de Deus “de cora-ção puro” e receberem dignamente os frutos da Sua graça.

Há pessoas que buscam a água benta para uso par-ticular, a fim de ob-terem benefícios ao nível do espírito, para as ajudar a li-vrar das tentações do mal, e também no âmbito corpo-ral, para a cura de doenças ou pertur-bações físicas ou mentais. Normalmen-te, os sacerdotes não facilitam a entrega de água benta aos fiéis. E a razão é que, devido à deficiente formação na fé, o seu uso se faz com frequência por su-perstição e não por recta devoção ou piedade cristã. É por isso também que por vezes as igrejas não têm água ben-ta à entrada. Muitas pessoas creem que a água benta tenha um efeito automáti-co no sentido dos seus desejos, bastan-do aspergi-la, bebê-la ou dá-la a beber. Isto não é fé, mas superstição ou magia.

O uso particular da água ben-ta pode dispensar-se, pois os fiéis têm acesso aos bens espirituais que dese-jam e aos benefícios de Deus de que precisam mediante a oração, a escu-ta da palavra de Deus, os sacramen-tos, a oferta de sacrifícios da própria vida e a prática da caridade para com o seu próximo. Se alguém, por verdadei-ra piedade, quiser usá-la deverá fazê--lo com verdadeiro sentido de fé e em ligação com a oração, conforme refe-ri acima.

P. Jorge Guarda PRESENTE LEIRIA-FÁTIMA – Semanário Diocesano; Registo na ERC: 102262; Diretor: Jorge Manuel Faria Guarda [[email protected]]; Diretor-Adjunto: Luís Miguel Ferraz (CP 5023); Redação [[email protected]]: Ana Vala (CP 8867), Diogo Carvalho Alves (TP 1990), Joaquim Santos (CP 7731); Projeto gráfico e paginação: Pau-lo Adriano; Revisão de provas: P. João Trindade; Publicidade e Assinaturas: 09h00-13h00 e 14h00-18h00; Tel. +351 244 821 100 • Email: [email protected]; Pro-priedade e editor: Fundação Signis • Diretor: Vitor Coutinho • 100% do Capital: Diocese de Leiria-Fátima; NIF 510504639; Sede da Redação/Editor: R. Joaquim Ribeiro Car-valho, n.º 60, Seminário Diocesano, 2414-011 Leiria; Impressão e expedição: Empresa do Diário do Minho, Lda • Braga • Tel. 253303170 • Fax 253303171; Depósito Legal: 1672/83; Periodicidade: Semanário; sai à quinta-feira; Tiragem desta edição: 4.500 exemplares; ISSN 2183-0347.

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devido à deficiente formação na fé, o seu uso se faz com frequência por superstição

*as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias têm nova superiora geral *, a madeirense Maria Ângela Belim Martins. Esta ordem religiosa fundada na Madeira em 1884, por Mary Jane Wilson (1840-1916), está presente em onze países de quatro continentes. Estas irmãs dedicam-se sobretudo ao auxílio dos pobres e dos doentes, bem como à educação e evangelização das crianças.

*a Semana Nacional das Migrações * decorre, em Portugal, até domingo, 17 de agosto, sob o tema “Migrações: rumo a um Mundo melhor”. Em entrevista à agência Ecclesia, Francisco Branco, investigador da Universidade Católica, diz que Portugal tem de olhar com mais atenção para a “sangria” que é a emigração dos jovens, motivada pela crise. Atualmente, o desemprego juvenil cifra-se entre os 40 e os 45 por cento, uma “taxa gravíssima” que tem levado “um contingente muito significativo de jovens a saírem” do país.

*o Papa Francisco nomeou o cardeal Fernando Filoni, seu enviado especial ao Iraque *. A decisão é motivada pela “grave situação” que se vive no país, refere o documento da Sala de Imprensa da Santa Sé. O cardeal Filoni foi núncio apostólico no Iraque e é atualmente prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos. A perseguição aos cristãos no Iraque, sobretudo nas cidades do norte, tem provocado um “genocídio humano” e a saída em massa das populações das localidades onde atacam os militares radicais islâmicos.

* o Papa pediu aos jovens escuteiros para não serem “reformados” *. Falando por via telefónica a 30 mil escuteiros italianos, num encontro que decorreu no dia 10 de agosto, em Pisa, disse-lhes: “O mundo precisa de jovens valentes e sem medo, pessoas em movimento e não quietas: com jovens parados não se vai em frente; de jovens que tenham um horizonte para andar e não jovens que se reformam. É triste ver um jovem reformado”.

Andreia AlvesRegueira de Pontes

Para dizer a verdade, nunca aproveitei o tempo de férias para uma experiência dife-rente na área da solidariedade. No entan-to, talvez um dia possa experimentar. Deverá ser uma experiência diferente e inesquecível. Talvez na área das crianças ou até animais,

são as áreas de que gosto muito.

Miriam AgostinhoParóquia das Cortes

As férias ainda são aproveitadas para estar com a família, mas quando a oportunidade surgir, gostava muito de a agarrar e ajudar quem precisa. E tanto poderia ser cá dentro, em Portugal, como fora. Sei que existem pes-soas com vários tipos de carência e felizmen-

te, eu, poderei dar um bocadinho de mim, do meu trabalho, para fazer alguém mais feliz.

Família NogueiraParóquia de Pousos

Estamos em Lisboa há alguns anos. Acontece que estamos numa zona em que se vê muita pobreza, Lisboa é grande e vê-se se tudo. Por este motivo temos estado a ajudar uma insti-tuição. Nesta instituição fazemos selecção de bens alimentares e vestuário para poder en-

tregar aos sem abrigo, estas pessoas que não têm um futuro riso-nho como a maior parte das pessoas. Quando começámos a aju-dar notou-se que ficámos mais unidos como família. Ajudar os outros, sem nada em troca, deixa-nos bem interiormente.

Joaquim AntónioParóquia de Porto de Mós

Agora que faz essa pergunta estou a lembrar-me que quando era mais jovem fazia muita questão de um dia viver essa experiência. E não só pela experiência em si, mas sim pela parte gratificante que deve ser poder ser so-lidário com quem realmente precisa. No en-

tanto acho que ainda vou a tempo de realizar este desejo, e sei que existem vários grupos que precisam muito de voluntários. Será um grande desafio, mas acredito que será um desafio en-riquecedor.

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NA DIOCESE

Paróquia da Marinha grande

Formação cristã de adultos

A paróquia da Marinha Gran-de vai organizar no próximo ano pastoral, à semelhança do que tem feito em anos anterio-res, uma acção de formação con-tinuada para maiores de 20 anos de idade que queiram aprofundar os seus conhecimentos religiosos e a sua fé cristã.

Distribuída por 19 encontros

durante o ano, aos sábados, das 21h00 às 22h30, a iniciativa des-tina-se também aos que queiram preparar-se para receber o Batis-mo, a Comunhão ou o Crisma.

As inscrições deverão ser fei-tas no cartório daquela paróquia, de terça a sexta-feira, das 15h30 às 18h30, durante o mês de Se-tembro.

Pedreiras comemora 90 anos

Imagem de Nossa Senhora percorre a paróquia

A paróquia das Pedreiras (Por-to de Mós) está a comemorar os 90 anos da sua criação. Foi no dia 5 de agosto de 1924 que o bispo de Leiria de então, D. José Alves Correia da Silva, assinou a pro-visão respetiva. Uma das inicia-tivas para assinalar a efeméride foi a visita, pelos vários lugares, da imagem de Nossa Senhora de

Fátima que se venera na igreja paroquial e que comemora tam-bém os 60 anos da sua coroação pelo mesmo bispo. O périplo co-meçou no lugar de Pé da Serra, no dia 5, e passou nos dias seguin-tes por Casal das Simoas, Covão, Tremoceira e Cruz da Légua. No domingo, dia 10, regressou à igre-ja paroquial.

Serviço de catequese apresenta plano

Mais um ano com a Família no centro

“Família, dom e missão” é o tema deste segundo ano do bié-nio que a Diocese dedica à pasto-ral familiar. Partindo deste tema, o Serviço Diocesano de Cateque-se elaborou já o seu plano de ação para o ano 2014-2015. A primeira data a registar é o Encontro Dio-cesano de Catequistas, que marca o arranque do ano catequético, no dia 27 de setembro.

Entre as propostas, consta a formação na Escola Diocesana

Razões da Esperança (a iniciar a 30 de setembro), sobre a Cateque-se Familiar, assim como a forma-ção sobre as Catequeses da Fé (na preparação da Profissão de Fé), para aprofundar, ao longo do ano, os seus conteúdos e métodos. Ha-verá também um Curso de Intro-dução à Missão do Catequista, a 25 de outubro.

O calendário das actividades pode ser consultado em cateque-seleiria.blogspot.pt.

aconteceu em MissãoDurante o mês de novem-

bro de 2012, constava no pro-grama das atividades da Mis-são passarmos os dias 9 a 11 com o povo de Chitonde. Ao chegarmos ao sopé da monta-nha sobre a qual esta comu-nidade se instalou, o jipe da Missão, o “Cavalinho Branco”, estacionou, pois a subida ín-greme e cheia de pedregulhos não permitia ir mais longe.

Sendo assim, os habitan-tes desceram para nos ajuda-rem a transportar todo o ma-terial de apoio às atividades e as nossas bagagens. Foi como-vente ver como tão grande nú-mero de crianças se regozijava por fazerem parte do grupo, a quem entregávamos os volu-mes mais leves.

Chovia. O terreno estava muito escorregadio, o cami-nho era estreito e os enormes rochedos iam-nos exigindo um esforço suplementar para evitar quedas. A missionária Elsa Pedro, apercebendo-se desse perigo, tornou-se a mi-nha “bengala”, como eu fiquei a denominá-la, pois não permi-tia que eu desse um passo sem me amparar com a sua mão debaixo do meu braço. Era um gesto que me dava segurança. Graças a Deus que tudo correu bem, nesse aspecto.

Ora, no sábado, dia 10, a chuva aumentou, o que veio dificultar os nossos planos. No

final da celebração da Missa, a chuva enfureceu-se e caía tor-rencialmente, acompanhada por um vento furioso, estron-dosa trovoada e relâmpagos aterradores. A chuva açoita-va as chapas de zinco que co-briam as casas, o vento agita-va as árvores e arrastava tudo o que encontrava pela fren-te. Ninguém se ouvia, pois as nossas vozes eram abafadas pela fúria da natureza. A igre-ja continuava cheia e os rostos demonstravam o receio que de todos se apossara. Quem fil-mava e fotografava dirigia-se às janelas para gravar as ima-gens do exterior. De repen-te, um ruído, ainda maior que os anteriores, chamou a aten-ção de todos e imediatamente soou o grito alucinante: “a casa do padre déstampô”.

Efetivamente, a chapa de zinco que cobria o seu quar-to voou, os paus que sobre ela causavam algum peso desapa-receram, parte da parede ruiu e a chuva viu o caminho aber-to para inundar tudo quan-to lá se encontrava, incluindo documentos da Missão, que fi-caram encharcados e tingidos

pela lama vermelha que es-corria pelas paredes.

Num segundo, grande nú-mero dos presentes, rompen-do o furioso temporal, correu para o quarto e trouxe o seu recheio para a igreja. Todos fi-caram a escorrer água. Assim ficámos mais algum tempo, es-perando que a tempestade nos permitisse continuar o progra-ma previsto. Como era o fim do dia, a generosidade da po-pulação desocupou um quar-to onde o senhor P. Vítor Mira pudesse pernoitar. Contudo, constatando o estado em que se encontravam os documen-tos da Missão, foi partilhada com a comunidade a vanta-gem de retornarmos ao Sum-be para os abrirmos, secarmos e limparmos, caso contrário fi-cariam inutilizados.

A comunidade compreen-deu. Danças, cânticos e pal-mas, como é hábito, acompa-nharam-nos no regresso ao jipe. E, com muita pena de to-dos, foram feitas as despedi-das, com a esperança de vol-tarmos a estar juntos noutra ocasião.

Inês Lourenço

Igreja diocesana celebra o padroeiro S. agostinho

O Bispo D. António Mar-to vai celebrar a missa em hon-ra de Santo Agostinho, na igre-ja que lhe é dedicada em Leiria, às 21 horas, do próximo dia 28 de Agosto. O santo bispo de Hipo-na é padroeiro de Leiria-Fátima juntamente com Nossa Senhora de Fátima. São convidados a par-ticipar nesta celebração todas as pessoas que desejem honrar o santo padroeiro da Diocese e, de modo especial, quantos estão mais empenhados na vida desta Igreja local de Leiria-Fátima: sa-cerdotes, religiosos e religiosas e os leigos que colaboram na ac-ção apostólica, particularmente os que estão ligados aos serviços

e conselhos diocesanos, a movi-mentos e associações.

Santo Agostinho (354-430) foi adoptado como padroeiro, em 1918, aquando da restauração da Diocese. Esta escolha radicava, certamente, no facto de Leiria ter sido, do século XII ao ano de 1545, uma vigararia do Mostei-ro de Santa Cruz de Coimbra, da Ordem de Santo Agostinho. Cor-respondendo ao pedido do bispo da Diocese, o Papa João XXIII, em documento de 13 de Dezem-bro de 1962, deu à Igreja que está em Leiria dois padroeiros princi-pais: manteve o anterior, Santo Agostinho, e acrescentou Nossa Senhora de Fátima.

Peter Paul Rubens - Santo Agostinho

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Os desenhos d

a Ia

Sociedade e Cultura

Reduzir,reutilizar, reciclar e recuperarJá aprendeste a separar o que vai para os ecopontos amarelo e azul, será que sabes o que colocar dentro do ecoponto verde?

Sabendo que serve para colocarmos o vidro, pinta-o e liga-o aos objetos que lá deves colocar.

Vamos ser solidários nas férias?As férias são um tempo de descanso. De-pois de um ano a estudar sabe bem ter tempo para outras atividades. Podes estar com a família e com aqueles primos e amigos com quem não podes estar tanto durante o ano, podes brincar o dia todo e podes ainda ajudar.

Perguntas tu: ajudar?Sim podes ajudar. Lembras-te que na se-mana passada o Presentinho explicou-te a importância de visitares alguém. Pois é, um gesto muito simples que vai fazer esse

alguém muito feliz! Mas tu e a tua família podem ainda dedicar-se mais a ajudar, e como? Podem, nas férias, ser solidários. Solidariedade é ajudar, mas sem esperar nada em troca. É algo que fazemos de coração. Se as pessoas que ajudares fi-carem gratas a satisfação será maior, porém não é pela satisfação que a solida-riedade é feita e sim para o bem de quem precisa. Portanto, nestas férias, olha à tua volta e vê quem precisa da tua ajuda. Podes ainda colorir o desenho da Ia, que é um bom exemplo de solidariedade!

* “Mergulho Seguro” é uma campanha de alerta para o perigo de morte nas praias e piscinas *. A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia e a Misericórdia de Lisboa pretendem com esta iniciativa prevenir os traumatismos vertebro-medulares provocados por acidentes relacionados com o mergulho. Em agosto e setembro, a campanha vai estar presente em mais de 100 praias do país, com cartazes e folhetos de sensibilização. Os promotores recomendam: “Os jovens devem conhecer a profundidade do local antes de mergulharem e não devem mergulhar a partir de rochas, margens de lagos ou rios, ou em águas rasas.”

*“Histórias ao Luar” * é o evento organizado pela Associação Casa da Árvore e pela Câmara Municipal da Marinha Grande, para crianças e suas famílias, às sextas-feiras, pelas 21h30. A participação é gratuita e não necessita de inscrição prévia. Pretende criar oportunidades às crianças, jovens e suas famílias de ouvir uma história ao ar livre. É uma atividade semanal, pensada para este Verão e a decorrer, intervaladamente, no Anfiteatro do Parque da Cerca, na Marinha Grande, e na Praça Afonso Lopes Vieira, em São Pedro de Moel. As próximas histórias serão apresentadas nos dias 22, na Praça Afonso Lopes Vieira, e no dia 29, no Parque da Cerca.

*enfermeiros anunciam nova greve * no dia 14 de agosto nos dois Centros de Saúde, Dr. Arnaldo Sampaio em Leiria e na Marinha Grande. Depois da greve realizada em julho, os enfermeiros decidem continuar a lutar pois, segundo comunicado divulgado, o problema da grave carência de enfermeiros continua por resolver, no Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral. A greve será das 12h00 às 24h00.

Município da Marinha grande

Incentivo à natalidade

A Câmara Municipal da Ma-rinha Grande aprovou candida-turas apresentadas ao incentivo à natalidade e apoio à família. As candidaturas referem-se a nascimentos ocorridos no con-celho, entre 1 de julho de 2013 e 30 de junho de 2014, no valor to-tal de 21.000 euros.

Segundo informação do mu-nicípio, as datas limite para a en-trega de documentos será até 6 de outubro de 2014, para o pa-gamento da primeira tranche,

e 15 de janeiro de 2015, para pa-gamento da segunda tranche. A não apresentação dos documen-tos, dentro das datas referidas, determina a caducidade auto-mática da deliberação na com-ponente dos pagamentos a efe-tuar em 2014 ou 2015.

Esta medida social imple-mentada pelo Município pre-tende incrementar a natalidade no concelho. Aplica-se às crian-ças nascidas entre 1 de Julho de 2013 e 31 de Dezembro de 2017.

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MUNDO PAÍSPapa Francisco e a aliança evangélica Mundial

Troca de pedidos de perdão aproxima

O Papa Francisco visitou a Igreja Evangélica da Reconci-liação em Caserta, Itália, no passado dia 28 de julho, e pediu perdão “pela perseguição católica durante o regime fascis-ta” naquele país (1922-1943), que impedia que os protestan-tes praticassem a sua fé. Num discurso aos cerca de 350 fiéis presentes, o Papa afirmou: “Eu sou o pastor dos católi-cos e peço perdão por aqueles irmãos e irmãs católicos que não compreenderam e foram tentados pelo Diabo”. Esta foi a primeira vez que um líder da Igreja Católica entrou ofi-cialmente numa igreja pentecostal, mas o Papa Francisco considerou-a apenas como uma “visita aos irmãos”, numa clara defesa da unidade entre as Igrejas cristãs.

Logo no dia 30, em entrevista à Rádio Vaticano, o secre-tário geral da Aliança Evangélica Mundial, Geoff Tunni-cliffe, considerou que este gesto “foi louvável, bíblico e re-flete a mensagem de Jesus”, e também ele pediu perdão pelos cristãos evangélicos que fizeram o mesmo contra os católicos. “Eu também preciso dizer o seguinte: reconheço que houve na história situações em que os protestantes, in-cluindo os evangélicos, discriminaram os cristãos católicos. Eu sinto muito por esse tipo de atitude. Embora nós possa-mos discordar teologicamente, isso nunca nos deve levar à discriminação ou à perseguição contra o outro. Todos pre-cisamos reconhecer os nossos erros e pedir perdão uns aos outros”, cita a agência Zenit.

*a diocese de Bragança-Miranda editou um livro sobre Bartolomeu dos Mártires *, por ocasião dos 500 anos do seu nascimento (Lisboa, 1514). Ele foi arcebispo de Braga e pastor no território que se estende de Viana do Castelo a Miranda do Douro. O livro, da autoria do monsenhor José de Castro, está disponível nos serviços da cúria daquela diocese.

*“o Reencontro da alegria” reuniu, 36 docentes do Movimento Missionário de Professores *, na Régua, entre 1 e 8 de agosto, no seu 53.º Encontro Nacional. Apontaram como prioridades para os próximos anos “a aposta forte na renovação com o objetivo de haver uma presença mais missionária no mundo académico”. Para além da formação, o encontro incluiu a prática de ações de voluntariado em instituições locais de solidariedade.

*a 6.ª edição do troféu de Voluntariado aceita candidaturas até 15 de setembro. * Promovido pela Confederação Portuguesa do Voluntariado, o troféu visa destacar o trabalho de um voluntário e incentivar esta prática. Podem inscrever-se organizações de áreas como ação cívica ou social, ciência e cultura, defesa do consumidor, desenvolvimento da vida associativa e da economia social ou direitos humanos. Info: www.convoluntariado.pt.

*o I encontro de Formadores espiritanos de língua portuguesa e espanhola * decorreu no Seminário da Silva, dos Missionários do Espírito Santo, em Barcelos, de 3 de julho a 3 de agosto. Participaram 20 formadores de Portugal, Angola, Cabo Verde, Bolívia, Brasil, México e Paraguai, debatendo temáticas da “espiritualidade espiritana, história e tradição”.

encontro nacional de Pastoral Social

“A dimensão social do anúncio do Evangelho”De 9 a 11 de setembro, o Steyler

Fátima Hotel vai acolher a 29.ª edição do Encontro da Pastoral Social, este ano subordinado ao tema “A dimen-são social do anúncio do Evangelho – desafios do Papa Francisco”.

A sessão de abertura será às 15h00 de terça-feira, com a partici-pação de D. Manuel Clemente, pre-sidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Destacamos, ainda nes-te dia, um jantar de homenagem a monsenhor Vítor Feytor Pinto, pelo seu longo serviço na coordenação nacional da pastoral da saúde.

Durante os três dias serão abor-dados temas como “O pensamento

económico e social do Papa Francis-co”, “Confissão da fé e compromis-so social”, “A experiência Portugue-sa e a situação da Europa”, “Ecos do 1.º Congresso Ibérico de Pastoral Pe-nitenciária”, “Mais de três décadas de Pastoral da Saúde”, “Unidos a Deus, ouvimos o clamor dos pobres”, “A in-clusão social dos pobres”, “O bem co-mum e a paz social”, “Bem-aventura-dos os portadores de brechas porque deixarão passar a luz” e “O diálogo social como contribuição para a paz”. A conferência conclusiva, na quinta-feira, terá como tema “Encorajar os cristãos a manifestar a dimensão so-cial do Evangelho”, por Isabel Jonet,

presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares.

Organizada pelo Secretariado Na-cional da Pastoral Social, a iniciativa é aberta a todos os interessados, es-pecialmente os fiéis mais envolvidos nesta área de ação eclesial, seja nos serviços diocesanos ou paroquiais, seja em instituições particulares de solidariedade social ou similares. Com um preço de 30 euros por pes-soa, as inscrições têm data limite até 20 de agosto e são limitadas aos 300 lugares do auditório.

Mais informações e contactos para inscrições poderão ser consul-tados em www.ecclesia.pt/snpsocial.

Semana Bíblica Nacional

“Ser família cristã, hoje, na Igreja e no mundo”Vai realizar-se em Fátima, de 24

a 28 de agosto, a 37.ª Semana Bíbli-ca Nacional, com o tema “A Bíblia, Evangelho da Família - Ser família cristã, hoje, na Igreja e no mundo”. Promovida anualmente pelos Fran-ciscanos Capuchinhos, através do Secretariado Nacional de Dinami-zação Bíblica, a iniciativa é aberta ao público em geral e visa o aprofunda-mento teológico-pastoral à volta do tema do próximo Sínodo dos Bispos.

Durante a semana, para além dos vários tempos de oração e celebra-ção, serão promovidas conferências, debates e apresentações multimédia sobre assuntos como “Família, hoje – luzes e sombras”, “Adão e Eva – a fa-mília das origens: projeto da família segundo o Génesis”, “Abraão e Sara – as estruturas da família (instituições

familiares) no Antigo Testamento”, “Deus e Israel – as metáforas da fa-mília nos profetas”, “Cristo e a Igreja – a novidade de Jesus sobre a famí-lia”, “Esposo e esposa – Matrimónio: do contrato ao Sacramento”, “Separa-ção, divórcio, uniões de facto, recasa-mento”, “Família cristã: que futuro?”, ou “Os desafios da pastoral familiar”.

O painel de convidados conta com

nomes como frei Fernando Alberto (ministro provincial), frei Armindo Vaz, Graça e Bernardo Mira Delga-do, frei Herculano Alves, D. António Couto (bispo de Lamego), frei Jere-mias Vechina, José Carlos Carvalho, padre Carlos Carneiro, João Duque e D. Manuel Felício (bispo da Guarda).

Mais informações poderão ser ob-tidas no sítio www.capuchinhos.org.

*o Papa Francisco vai estar na Coreia do Sul, de 14 a 18 de agosto. * A reconciliação e a paz entre as duas Coreias é um dos temas principais da viagem, adianta a Sala de Imprensa do Vaticano, apontando também como temáticas a abordar a VI Jornada Asiática da Juventude, com jovens de 23 países e a beatificação de 124 mártires coreanos, fundadores da Igreja na Coreia.

*“grande preocupação” com as “dramáticas notícias” sobre os conflitos no Iraque * é o que sente o Papa Francisco, que já reiterou o pedido à comunidade internacional a que ponha fim “ao drama humanitário em curso”, lembrando que “as comunidades cristãs estão a ser particularmente atingidas: é um povo em fuga das próprias terras por causa da violência que nestes dias está a exasperar e a perturbar a região”.

*o encontro europeu da Juventude dehoniana decorreu em Portugal * na passada semana, definindo-se como “um itinerário de paz e um encontro de culturas. Este é um encontro organizado pelos dehonianos quando as Jornadas Mundiais da Juventude não se realizam num país da Europa, e Portugal foi o país de acolhimento neste ano, com o tema associado ao centenário da 1.ª Guerra Mundial.

*o presidente da Caritas Internacional, cardeal oscar Maradiaga,* escreveu uma mensagem sobre o conflito na Faixa de Gaza, onde refere que os campos de batalha “são os bairros cheios de homens e mulheres” e pede “cessar-fogo permanente”. O cardeal defende que “o que Israel e o Hamas devem fazer é depor as armas e ver que a maioria de suas vítimas são pessoas inocentes”.

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À conversa com o padre Manuel antunes, assistente nacional do MMF

Qual o objetivo central do MMF?A preocupação principal deste movimento é levar a Mensagem de Fátima às paróquias como ela é. Muitas vezes confundem a mensagem de Fátima com pro-messas, oferta de velas e outras coisas exteriores que as pessoas fazem (com toda a sua devoção, e não podemos contestar isso). No entanto, deverá servir de fun-damento essencial o que o Papa João Paulo II chamou de “núcleo central da Mensagem de Fátima”, que é o pedido que Nossa Senho-

ra fez: “É preciso que se emen-dem; que peçam perdão dos seus pecados e não ofendam mais a Deus que já está muito ofendido.” No fundo, consiste numa conver-são de vida para Deus. O MMF procura ir ao encontro das pes-soas e dizer-lhes que é preciso o encontro com Deus e uma con-fiança com Ele através de Nossa Senhora.

Como funciona a estrutura do MMF?Trabalhamos através de uma hie-rarquia. Existe um secretariado

nacional, com sede no santuário de Fátima. Há também um secre-tariado diocesano, confirmado pelo bispo correspondente, e um secretariado paroquial, confir-mado pelo pároco. Depois, exis-tem os chamados grupos, com seis a dez elementos cada, de ação paroquial, que se reúnem, mais ou menos, uma vez por mês e que procuram realizar objetivos do movimento nos campos da oração, doentes e peregrinos. São esses os três campos de ação do movimento?Sim, estão definidos nos estatu-tos. Levamos a Mensagem de Fá-tima através destes três campos de pastoral: Oração, peregrinação e doentes

Quantos elementos tem o movimento? O movimento está em 20 dio-ceses do nosso país, incluindo Açores e Madeira e tem aproxi-madamente 120 mil associados inscritos. No entanto, uma coi-sa é serem inscritos, outra é a ex-pressão de vida apostólica. Tenta-mos levar essa expressão a todos os associados, para que tam-bém eles ajudem os outros a com-preender. Todos os anos, os as-sociados do MMF têm encontros

de formação a nível nacional e diocesano. Todos os encon-tros de formação visam for-mar as pessoas no espírito da Mensagem de Fátima, mas tendo sempre como ponto cen-tral, que é bíblico, a conversão da pessoa.

o que é necessário para pertencer ao movimento?Em primeiro lugar ter um es-pírito cristão e apostólico e também um pouco de aber-tura à Mensagem de Fátima. Não quer dizer que a Mensa-gem de Fátima seja uma coisa fora da Bíblia, mas entretan-to tem de procurar conhecer a mensagem, tem de procurar expressá-la um pouco na sua vida, para que depois a dê a co-nhecer a todos.

ONDE SOPRA O ESPÍRITO movimentos, associações e comunidades da Diocese

Ação do MMF na Diocese

Na diocese de Leiria-Fátima, tendo o padre Abel Santos como assis-tente, a ação do Movimento concretiza-se sobretudo no apoio aos doentes e aos peregrinos a pé. Convida doentes nas paróquias e leva--os a participar no retiro anual a eles destinado, no Santuário de Fá-tima. Em maio passado, o MMF da Diocese assistiu os peregrinos em dois postos: um na zona de Pombal e outro nas Colmeias. Durante o mês de agosto, o grupo prestou novamente apoio nos mesmos locais.

Movimento da Mensagem de FátimaO Movimento da Mensagem de Fátima (MMF) é uma associação de fiéis de formação e apostolado, aprovada pela Conferência Episcopal Portuguesa. Tem a sua sede nacional no Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Sucedeu ao Movimento dos Cruzados de Fátima, que substituiu a Pia União dos Cruzados de Nossa Senhora de Fátima. O primeiro objetivo é o de difundir e ajudar a praticar a Mensagem de Fátima. Na prossecução dos seus fins, o MMF dá especial atenção aos seguintes campos de pastoral: da oração, das peregrinações, dos doentes e deficientes físicos. A promoção da adoração eucarística por crianças é outra atividade que se vai desenvolvendo com a colaboração de sacerdotes e catequistas Para conhecer melhor a ação deste movimento, que conta cerca de 120 mil associados inscritos no nosso país, conversámos com o padre Manuel Antunes, assistente nacional do movimento.

O Movimento da Mensagem de Fátima tira o seu impulso, ins-piração e espiritualidade nas apa-rições do Anjo e de Nossa Senho-ra, em Fátima, em 1916 e 1917. O seu início deve-se ao Cónego Ma-nuel Formigão, sacerdote da dio-cese de Lisboa, que se dedicou desde o princípio ao conhecimen-to e difusão da mensagem de Nos-sa Senhora. Em 1926, criou a “As-sociação de Nossa Senhora do

Rosário”, cuja finalidade era aju-dar os seus membros a “conhecer, viver e difundir a Mensagem de Fátima”.

Passados dois anos, o Senhor Bispo de Leiria transformou-a na Confraria de Nossa Senhora do Rosário de Fátima”, aprovando os seus Estatutos.

A 20 de abril de 1934, o Episco-pado português reunido em As-sembleia Geral no Santuário de

Fátima, aprova os Estatutos que transformam esta Confraria na “Pia União dos Cruzados de Fáti-ma” como obra auxiliar da Ação Católica Portuguesa. O jornal “Voz da Fátima” era o seu órgão oficial.

Alguns anos depois do Con-cilio Vaticano II, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pediu ao Bispo de Leiria que promoves-se a renovação dos Estatutos do Pia União «Cruzados de Fátima». Após um longo trabalho, reflexão e diálogo, o projeto de novos Esta-tutos foi apresentado à CEP, que os aprovou na sua Assembleia Plenária de 5 de julho de 1984, al-terando a sua denominação para “Movimento dos Cruzados de Fá-tima”.

Em 23 de setembro de 1997, por delegação da Assembleia Plenária da CEP, o Conselho Permanente aprovou a nova redação dos Es-tatutos, alterando a denominação que passou a ser “Movimento da Mensagem de Fátima”.

Boletim-Guião do MMF. Publicado anualmente, reune um conjunto de informações para a acção do movimento à volta do tema do ano.

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TEMA DE CAPAFérias especiais

dar-se aos outros enriquece-nos e melhora a sociedade

É tempo de férias, para muitos, sinónimo de praia, mar, viagens, descanso… A própria estação convida a desfrutar dos dias longos que lhe são característicos. Há quem aproveite as horas a mais de sol para ter uma experiência de dias diferentes, através de férias para aprofundamento espiritual, férias missionárias ou solidárias. Ao arrepio da ideia de que, nesta altura, nada de muito interessante acontece, o PRESENTE encontrou três iniciativas que, cada uma à sua maneira, oferecem a possibilidade de umas férias especiais: de busca espiritual, de entrega aos outros e solidariedade. Vivências em que os denominadores comuns são o serviço e a partilha. Texto e Fotos: diogo Carvalho alves com agência ecclesia

Taizé é uma comunidade ecu-ménica no leste de França e é um dos destinos de eleição para os jo-vens que optam por umas férias diferentes. Entre 2 e 10 de agos-to, estiveram em peregrinação, naquele local, 27 jovens da dio-cese de Leiria-Fátima. A viagem àquela comunidade ecuménica foi, para muitos, uma novidade. Quando partiram de Leiria havia uma expectativa entre os partici-pantes na peregrinação organiza-da pelo Serviço Diocesano de Pas-toral Juvenil da Diocese (SDPJ): a procura de um espaço de encon-tro e de oração.

dar tempo a nós próprios

“Espero que seja uma semana que dê para rezar, para me encon-trar com Deus e também para co-nhecer outros cristãos, de outros países”, referia Ana Felício, que participava pela primeira vez na peregrinação a Taizé. Aprovei-tou as férias escolares para acei-tar o desafio que fora lançado pela pastoral juvenil diocesana. Experiências idênticas levaram-na a participar nesta iniciativa até ali. A camisola das Jornadas

Mundiais da Juventude de 2011 e 2013 que decorreram em Madrid, Espanha e no Rio de Janeiro, no Brasil, evidenciavam outras par-ticipações em outros encontros. Para a estudante universitária de 21 anos, ocupar as férias de verão desta forma “faz todo o sentido”. “Porque temos menos trabalho, as férias proporcionam o tempo ideal para nos dedicarmos à rela-ção com Deus”, refere.

dedicar tempo com os outros

O Alentejo é, nos tempos que correm, um dos destinos mais re-quisitados na altura de pensar nas férias. Para os 10 voluntários do grupo missionário diocesano Ondjoyetu, Alentejo é um espa-ço de missão. Na primeira sema-na de agosto, um grupo diocesano esteve na zona de Santo André, onde participou na vida das co-munidades, em celebrações, en-contros e convívios preparados para diversos contextos e faixas etárias. A missão concretizou-se na visita a doentes e na animação de lares de idosos e centros de dia.

Desde 2002 que o grupo mis-sionário organiza esta missão e,

“a partir daí, todos os anos, den-tro do grupo, vão surgindo dispo-nibilidades para participar nes-te projeto”, refere o padre David Nogueira, responsável diocesa-no do Serviço de Animação Mis-sionária. “Estes voluntários abdi-cam de uma semana de férias e, alguns deles, até marcam as fé-rias tendo em conta as datas da missão”. Interrogado sobre a mo-tivação dos missionários para despender as suas férias em prol do projeto, o sacerdote diz que a participação não é “encara-da com o mesmo peso que o tra-balho, de onde se tira o salário”. “Apesar de haver dias mais in-tensos, estes são vividos num es-pírito diferente e a vontade de fa-zer missão sobrepõe-se ao desejo de descansar”.

Cuidar de quem precisa

O Santuário de Fátima propõe, desde 2005, uma semana de re-pouso aos pais que têm filhos de-ficientes, responsabilizando-se, através duma equipa de voluntá-rios, a cuidar dos filhos. O projeto é dinamizado pelo Movimento da Mensagem de Fátima (MMF), já

vai no nono ano e visa proporcio-nar dias de descanso a quem cui-da de pessoas com necessidades específicas.

Os pais e filhos são acolhidos na casa Francisco e Jacinta Mar-to dos Silenciosos Operários da Cruz, porque “têm condições de-vidas para estas situações”, ex-plica o padre Manuel Antunes, assistente do Movimento Men-sagem de Fátima, que organiza a parte logística desta atividade.

Ao todo, são quatro grupos de pessoas com deficiência que ali vão passar férias, durante uma semana cada um.

Na passada sexta-feira ini-ciou-se o segundo período de fé-rias que decorreu até ao dia 14 de agosto. O terceiro decorrerá de 18 a 24 de agosto e a quarta semana de 28 de agosto a 3 de setembro. No final de agosto, terão passado pelo projeto mais de uma centena de pessoas com deficiência, num projeto que envolve cerca de 25 voluntários.

dar tempo aos outros

Armanda Dias e a filha, Lucia-na Dias de 38 anos, com trissomia

21, estão pela primeira vez a usu-fruir desta semana de férias pro-porcionada pelo Santuário de Fá-tima. “Estamos em família, são todos uns brincalhões e estamos a sentir-nos muito felizes”, refere acerca dos voluntários que garan-tem o serviço.

Diana Costa, de 18 anos, já participa há quatro anos con-secutivos neste projeto. A ale-gria com que duas amigas lhe relataram “as aventuras e peri-pécias” deste tempo de volun-tariado, criou nela a vontade de experimentar. A voluntária ex-plica que se apaixonou “verda-deiramente” e que não imagina as férias sem pelo menos uma semana em Fátima com aque-les jovens porque “é muito grati-ficante”.

Este ano ofereceu-se para os dois primeiros turnos. “A ale-gria que levamos para casa com-pensa todo o cansaço que pos-samos ter”. “Acho que se cada pessoa disponibilizasse uma se-mana das suas férias para estar aqui, ou noutro lugar, a favor de uma destas causas, a sociedade seria muito menos problemáti-ca, superficial ou até materialis-ta”, conclui a jovem.

Jovens em oração, antes da partida para Taizé.

Grupo Ondjoyetu desde 2002 que escolhe o Alentejo para desen-volver uma semana de ação missionária

Missionários diocesanos no dia da partida para o Alentejo.

Armanda Dias (mãe de Luciana Dias de 38 anos, com trissomia 21) e Diana Costa (voluntária)

14 de agosto de 2014 • 7

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Ordenações AniversáriosAgenda Festas

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Tel/Fax 244 825 847Resid em S. Romão: Tlm 962 900 546

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Setembro

6sábado

� Formação e atividades com jovensComunidade Cristo Betânia (10h00-17h00)

� Formação na Marinha Grande para responsáveis de grupos de acólitosServiço de Pastoral Litúrgica e Música Sacra

Setembro

7domingo

� Missa no Santuário de Fátima Presidida pelo Bispo11h00

Setembro

10quarta

� Reunião de EquipaServiço de Pastoral Litúrgica e Música Sacra

Setembro

12sexta

� Peregrinação Internacional Aniversária a Fátima(12 e 13)

Setembro

13sábado

� Formação na Marinha Grande para responsáveis de grupos de acólitosServiço de Pastoral Litúrgica e Música Sacra

Setembro

20sábado

� Conselho Diocesano da FamíliaDepartamento de Pastoral Familiar

� Formação na Marinha Grande para responsáveis de grupos de acólitos

15 de agosto de 1961P. Augusto Ascenso Pascoal

15 de agosto de 1961P. Luís Henrique Francisco

15 de agosto de 1961P. Manuel Pedrosa Melquíades

15 de agosto de 1961P. Ramiro Pereira Portela

15 de agosto de 1962P. Luciano Coelho Cristino

15 de agosto de 1962P. Manuel Santos Lopes

15 de agosto de 1964P. Agostinho de Sousa Matias

15 de agosto de 1965P. Joaquim de Jesus João

15 de agosto de 1965P. Augusto Gomes Gonçalves

15 de agosto de 1965P. Joaquim Beato

15 de agosto de 1965P. Manuel Gonçalves Janeiro

15 de agosto de 1966P. António Ramos

15 de agosto de 1966P. José Ferreira Gonçalves

15 de agosto de 1968P. Artur Ribeiro Oliveira

15 de agosto de 1968P. Abel José da Silva Santos

15 de agosto de 1968P. António Pereira Faria

15 de agosto de 1972P. Isidro da Piedade Alberto

15 de agosto de 1974P. José Mirante Carreira Frazão

15 de agosto de 1987P. João Pereira Feliciano

18 de agosto de 1957P. Adelino Rodrigues Ferreira

22 de agosto de 1971P. Luís Inácio João

LeiriaFesta em honra de Nossa Senhora da Encarnação

Dias 12, 13 e 14 de agostoEucaristia (21h30)sexta, 15 de agostoGaiteiros do Vidigal (10h00); Filarmónica dos Pousos (14h00/16h30); Missa (15h00); Rancho Folclórico Região de Leiria (18h00); Eucaristia (21h00)

PataiasFesta em honra de Nossa Senhora da Vitória

quarta, 13 de agostoEucaristia (21h00); Duo Musical Dança Comigoquinta, 14 de agostoEucaristia (19h00); Banda Shaka (21h00); Banda Trap Zap (22h00)sexta, 15 de agostoEucaristia (15h00); Exposição Tun-ning (19h00); Grupo Inês Pequicho e Guilherme Azevedo (21h00); Banda SKB (22h00); Dj Pedro Nobre (23h30)sábado, 16 de agostoPartida das Panelas (17h00); Eucaristia (19h00); Peça Teatrices (20h30); Banda Churky (21h30); Dj R&B (23h30)domingo, 17 de agostoBanda Trio d’ Arromba (22h00)

BajoucaFesta em honra de Santo Aleixo

quinta. 14 de agostoEucaristia (20h00); Banda Réplika (22h00)sexta, 15 de agostoEucaristia (14h30); Grupo Pedro e Gisela (21h00); Sons do Minho (22h30)sábado, 16 de agostoPasseio de bicicleta (10hh0); Eucaristia (20h00); Banda Luz sem tempo (21h30); Banda Holy Nor-thern Lights, Les Crazy Coconuts e Hora H (22h30)domingo, 17 de agostoEucaristia (14h30); atuação dos utentes do Centro Social da Ba-jouca (18h00); Rancho do Grupo Alegre e Unido da Bajouca e Ran-cho Folclórico Arvorense (18h30); Academia Rithmus (21h00); Banda Ira (22h00)segunda, 18 de agostoEucaristia (20h30); Academia Rith-mus (21h30); Grupo F (22h15)

AmorFesta em honra de São Paulo

quinta, 14 de agostoEucaristia (21h30)sexta, 15 de agostoEucaristia (11h30); Banda Moran-gotango (21h30); Tenda Eletrónica com Dj Nuno Fernandez (23h00)sábado, 16 de agostoDirty Dash (16h30); Eucaristia (19h00); Banda Kroll (21h30); Ten-da Eletrónica com Dj Gel (23h00)domingo, 17 de agostoEucaristia (14h30); Grupo Chapar-ral Band (22h00)

CaxariasFesta em honra de Nossa Senhora de Fátima

sexta, 15 de agostoSerenata a Nossa Senhora de Fátima (21h30)sábado, 16 de agostoBanda NS Music (21h30); Banda Celtas (23h00)domingo, 17 de agostoEucaristia (11h30); Animação por Vítor Santos (21h30);

Casal Capitão (Santa Eufémia)Festa em honra de Santa Marta

Dias 15, 16 e 17 de agosto

CoimbrãoFesta em honra de São Miguel Arcanjo

Dias 15, 16 e 17 de agosto

Serra do Porto de UrsoFesta em honra da Imaculada Conceição

sexta, 22 de agostoEucaristia (21h00); Duo Musical Dança Comigosábado, 23 de agostoTarde desportiva (15h00); Banda Alfa 2 (22h00)somingo, 24 de agostoEucaristia (14h30); Banda Os Celtas

Regueira de PontesFesta em honra de São Sebastião

sexta, 29 de agostosábado, 30 de agostodomingo, 31 de agosto

S. Bento (Batalha)Festa em honra de Nossa Senhora da Esperança

sábado, 30 de agosto

31 de agosto de 1997P. Francisco José dos Santos Pereira

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OPINIÃO

daniel Serrãomédico

Maria Fernanda BarrocaProfessora

testemunho impressionante

“Quando a conheci, tinha 16 anos. Fo-mos apresentados numa festa, por um que se dizia ser amigo. Foi amor à primei-ra vista. Ela enlouqueceu-me.

O nosso amor chegou a ponto em que já não podia viver sem ela. Mas era um amor proibido. Os meus pais não me aceitaram. Fui expulso do colégio e come-çamos a encontramo-nos às escondidas.

Mas eu não aguentei mais e fiquei louco. Eu que-ria-a, mas não a tinha. Eu não podia admitir que me afastassem dela. Eu amava--a: desfiz o carro num aci-dente voluntário, parto tudo o que tinha em casa e quase matei a minha irmã. Es-tava doido, mas precisava dela.

Hoje tenho 39 anos; estou interna-do num hospital, sou inútil e vou morrer abandonado pelos meus pais, pelos meus amigos e por ela.

Qual é o seu nome? Cocaína. A ela devo o meu amor, a minha vida, a minha destruição e a minha morte”.

Esta narrativa pertence a alguém que antes de morrer de SIDA, fala com vivaci-dade sobre os riscos da dependência das drogas. Afirma que as dependências nos levam à perda de liberdade interior, um dos grandes temas do nosso tempo, que encerra inúmeros paradoxos.

O desejo de liberdade que há no cora-ção do homem leva-o a ultrapassar os li-mites em que lhe parece que está encer-rado. Queremos aumentar o nosso poder de transformar a realidade. Mas essa ân-sia de liberdade nem sempre encontra o modo de se concretizar. Há ocasiões em que circunstâncias externas objectivas nos oprimem, e se queremos e devemos procurar mudar, há outras em que nos enganamos e culpamos quem nos ro-deia, quando o problema e a solução es-tão dentro de nós.

É o nosso coração quem está prisio-neiro do egoísmo e do medo, quem deve mudar, quem deve encarar a dureza da vida, quem deve conquistar a liberdade

interior e não consentir fugir da realidade para se refugiar na fantasia e fazer vítima.

Um dos paradoxos da liberdade inte-rior é – na expressão de Jacques Philippe – que ser livre é também aceitar o que não se escolheu. O homem manifesta a

grandeza da sua liberdade quando transforma a reali-dade, mas também quando sabe aceitar a realidade que dia-a-dia lhe é dada. Acei-tar as limitações pessoais, a própria fragilidade, as si-tuações e frustrações que a vida nos impõe, são mo-dos de fazer crescer a nos-sa própria liberdade inte-

rior, pois nesse âmbito pessoal podemos chegar a ser muito mais donos das nossas reacções e, portanto, mais livres.

Quanto mais dependemos de nos sentirmos espertos ou poderosos ou atractivos, como essa figura extra-mediá-tica da TV, ou como esse multimilionário da moda, ou como a última top-model do momento, mais difícil nos resultará a aceitação plena da nossa realidade, que deve andar unida a uma firme determina-ção de melhorar. A verdadeira liberdade interior tem muito que ver com a supe-ração de numerosas “crenças limitado-ras” que podem ter-se instalado na nossa mente: «jamais sairei disto, não sirvo para aquilo, sempre serei assim, sou incapaz de fazer isso…», que não são aceitação da nossa limitação mas, pelo contrário, fruto das nossas feridas, dos nossos medos e da nossa falta de confiança própria.

As drogas são um problema, mas são antes de mais e sobretudo, uma má so-lução de um problema que surge. É uma forma parecida com o escapar à realida-de. Quando nos escondemos em refúgios virtuais para iludir a realidade que nos custa enfrentar, estamos a enganarmo-nos. A liberdade está indefectivelmente ligada à verdade. Por isso temos de per-der o medo a encarar a verdade de frente e aceitar as suas mensagens e os seus de-safios, sempre perceptíveis no coração do homem que a deseja e a procura.

alugar “barrigas”, um disparate indecente

Num tempo em que o País atraves-sa uma situação difícil que deveria exigir a maior preocupação aos nossos Repre-sentantes, aos cidadãos que elegemos para, na Assembleia da República, de-fenderem os interesses de todos nós, eles, os Senhores Deputados, gastam o seu tempo a discutir uma lei pouco mais do que inútil. Refiro-me ao debate de um diploma que daria a algumas pessoas o direito de usarem uma mulher para ela suportar uma gravidez e, ao fim dos nove meses de gestação, entregar a crian-ça nascida a um casal que fez uso dessa mulher. Esta situação tem sido denomi-nada por “barriga de aluguer” na lingua-gem popular e comum; para os mais so-fisticados é maternidade de substituição ou para substituição.

A quem pode interesssar esta lei? A uma situação muito rara em que a mu-lher casada não pode ter filhos por o seu útero não servir para essa tarefa ou, até, eventualmente, não ter útero. Este casal, ao contrário do que está a acontecer em Portugal desde há vários anos, que é os casais não quererem ter filhos, tem um desejo intenso e avassalador de ter filhos. Para o conseguir, o médico formará em-briões fora do corpo da mulher usando os espermatozóides do marido e os ovó-citos da mulher – que não tem útero mas terá de ter ovários – como na Procriação Medicamente Assistida (PMA) que se usa para os casais inférteis. E introduzi-los, depois, no útero de outra mulher prepa-rado com hormonas para o aceitar. Então o que os Deputados pretendiam era mo-dificar a lei da PMA para ela também aco-lher esta modalidade técnica de procria-ção por outra pessoa, ao lado de outras técnicas já nela legalizadas; como, por exemplo, o uso de gâmetas - esperma-tozóides ou ovócitos - de uma terceira pessoa, alheia ao casal; o que, para mim, é de eticidade muito duvidosa.

Pergunto: haverá alguma jovem mu-lher saudável que já tenha estado grávi-da ou não, e que se preste a servir ape-nas de útero e suportar uma gravidez de 9 meses apenas para satisfazer a ambi-

ção de um casal? A lei diria que esta de-cisão da mulher/útero não pode envolver qualquer pagamento, mas quem acredi-ta, ingenuamente, que esta restrição será cumprida? A experiência nos Países onde uma lei destas foi aprovada é a de se ter desenvolvido um negócio clandestino em que mulheres ricas usam mulheres/úteros pobres para suportarem a gravidez que elas não querem suportar, mesmo ten-do as condições necessárias para terem, elas próprias, a sua gravidez. Com a lei, pagam de forma oculta e recebem o seu filho sem mais incómodos. Mas esta pers-pectiva não é a realidade. Notícias recen-tes informam-nos de que, na Tailândia, um casal australiano recusou receber um bébé, obtido com recurso a uma mãe alu-gada, por a criança ter síndromo de Down (mongoloidismo) e pela qual tinha pago 11 000 euros. A Polícia foi chamada a in-tervir e mais nove bébés, criados para se-rem entregues, foram “apreendidos”; cal-cula-se que, só da Austrália, há 200 casais à espera de bébes de mulheres tailande-sas pobres cujo útero foi alugado.

É isto que os Senhores Deputados pre-tendem para Portugal? Deixem a lei de Procriação medicamente assistida ficar como está; não lhe acrescentem esta to-lice que não interessa a quase ninguém. E se, por raro acaso, numa família, ocor-rer uma situação de impossibilidade de uma mulher poder engravidar no seu útero e se, outra mulher, da mesma fa-mília, se oferecer para ajudar o casal en-gravidando por transferência de um em-brião obtido do casal, estaremos perante uma situação que o médico poderá acei-tar e que não repugna que seja admitida, caso a caso, por regras deontológicas fi-xadas pela Ordem dos Médicos e consen-tida por ordem judicial, a título extraordi-nário e comprovadas as particularidades de cada situação. Mas que esta prática não seja nunca legalizada pois uma lei, mesmo com precauções, abrirá a por-ta ao negócio e à instrumentalização de mulheres pobres que aceitarão o aluguer como uma fonte de rendimento para so-breviverem.

As drogas são um problema, mas

são antes de mais e sobretudo, uma má solução de um

problema que surge

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Sugestão de cânticos

EntradaEscutai Senhor, 344 Toda a terra Vos adore, 813

SalmoPela Vossa grande misericórdia, 650

Apresentação dos DonsCreio em Jesus, 241Ditosos os que Te louvam sempre, 297

ComunhãoEu sou o caminho a verdade e a vida, 372Glória a ti Jesus Cristo e ao Pai, 411

Pós-comunhãoAdorai o Senhor Deus, 138Cantarei eternamente, 214

FinalPeregrino aonde vais, 662Todos unidos, 819

�Correções, sugestões e observações à lista devem ser enviadas para [email protected].

�Os números a seguir ao título do cântico remetem para a coletânea Laudate.

LITURGIA 24 de Agosto

XXI Domingo do Tempo Comum • Ano ALeitura I

Leitura do Livro de IsaíasEis o que diz o Senhor a Chebna, adminis-trador do palácio: «Vou expulsar-te do teu cargo, remover-te do teu posto. E nesse mes-mo dia chamarei o meu servo Eliacim, filho de Elcias. Hei-de revesti-lo com a tua túnica, hei-de pôr-lhe à cintura a tua faixa, entre-gar-lhe nas mãos os teus poderes. E ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá. Porei aos seus ombros a chave da casa de David: há-de abrir, sem que ninguém possa fechar; há-de fechar, sem que ninguém possa abrir. Fixá-lo-ei como uma estaca em lugar firme e ele será um trono de glória para a casa de seu pai». Palavra do Senhor.

Is 22, 19-23

Salmo

R. Senhor, a vossa misericórdia é eterna:não abandoneis a obra das vossas mãos.Ou: Pela vossa misericórdia,não nos abandoneis, Senhor.

De todo o coração, Senhor, eu Vos dou graçasporque ouvistes as palavras da minha boca.Na presença dos Anjos Vos hei-de cantare Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.

Hei-de louvar o vosso nomepela vossa bondade e fidelidade,porque exaltastes acima de tudo o vosso nomee a vossa promessa.Quando Vos invoquei, me respondestes,aumentastes a fortaleza da minha alma.

O Senhor é excelso e olha para o humilde,ao soberbo conhece-o de longe.Senhor, a vossa bondade é eterna,não abandoneis a obra das vossas mãos.

Salmo 137 (138), 1-2a.2bc-3.6. 8bc (R. 8bc)

Leitura II

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos RomanosComo é profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis os seus desígnios e incompreensíveis os seus caminhos! Quem conheceu o pensamen-to do Senhor? Quem foi o seu conselhei-ro? Quem Lhe deu primeiro, para que te-nha de receber retribuição? D’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória a Deus para sempre. Amen. Palavra do Senhor. Rom 11, 33-36

Aleluia

Refrão: Aleluia. Repete-seTu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igrejae as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mt 16, 18

Evangelho

Leitura do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São MateusNaquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro to-mou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to reve-laram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as por-tas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desli-gado nos Céus». Então, Jesus ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que Ele era o Messias. Palavra da salvação. Mt 16, 13-20

Oração dos Fiéis

Irmas e irmaos em Cristo: Oremos ao Deus san-to e misterioso, que revelou a Pedro que Jesus era o Messias e nos chama a todos a ser santos, dizendo (ou: cantando), com toda a confianca:R. Atendei, Senhor, a nossa prece.

1. “Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.” (Mt 16, 18). Pela santa Igre-ja, fundada sobre a rocha de Pedro, para que permaneça firme na fé e seja testemu-nha do amor constante de Cristo, oremos.2. “Chamarei o meu servo Eliacim, (…). E ele será um pai para os habitantes de Jeru-salém e para a casa de Judá” (Is 22, 20.21). Pelos dirigentes dos povos e seus conse-lheiros, para que o Senhor lhes inspire pro-jectos de paz, e eles edifiquem uma socie-dade mais justa, oremos.3. “O Senhor é excelso e olha para o humil-de” (Salmo 137). Pelos que são perseguidos por motivos religiosos ou políticos, para que seja respeitada a sua dignidade huma-na e possam, livremente, escolher o seu ca-minho, oremos.4. “Quando Vos invoquei, me respondes-tes, aumentastes a fortaleza da minha alma” (Salmo 137). Pelos que têm fome, estão doen-tes ou sozinhos, para que encontrem em cada homem um amigo e creiam que Jesus está perto dos que n’Ele confiam, oremos.5. “D’Ele, por Ele e para Ele são todas as coi-sas. Glória a Deus para sempre” (Rom 11, 36). Por todos nós aqui reunidos em assem-bleia, para que celebrando os mistérios da Fé, dela demos testemunho em palavras e obras, oremos.Senhor, Pai santo, que fundastes a Igreja do vosso Filho sobre a rocha firme de Pedro e dos Apostolos e nos chamastes a entrar como pe-dras vivas na sua construcao, dai-nos a gra-ca de permanecer na unidade da fe. Por Cristo, nosso Senhor.

Comentário Perguntas a que vale a pena responderHá quem afirme que

para obter uma bela res-posta a chave do suces-so está na pergunta. Po-demos não ser capazes de responder a todas as per-guntas que a vida nos de-safia a fazer, mas não dei-xar de as elaborar é sinal de inteligência, de aten-ção ao mundo que nos ro-deia, de nos sentirmos interpelados e de não nos conformarmos com o não saber. Mesmo quando nos dizem: «há perguntas que não se fazem», talvez o incómodo es-teja mais em quem deve responder, pela surpresa da pergunta ou a resposta a dar, do que para aquele que pergunta. Nem as perguntas de Job ficaram sem resposta.

No Evangelho deste domingo Jesus faz duas perguntas aos discípulos: «Quem di-zem os homens que é o Filho do homem?» e «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Na eco-

nomia, no comércio, na po-lítica e noutras áreas, hoje, não se dispensa estudos e sondagens de opinião que visam saber o que as pes-soas querem, o que prefe-rem e o que pensam. A opi-nião ou a tendência geral parecem ser a referência da sociedade, a deusa a seguir, até ser substituída pela se-

guinte, numa cadeia interminável. Jesus “à queima roupa” dispara estas

duas perguntas. Não tem ilusões quanto às respostas, pois a resposta que dá a Pe-dro e a proibição que deixa aos discípulos de não dizerem que Ele é o Messias mani-festa perfeitamente que Jesus sabia o que lhes ia na alma. Não está Jesus interessado nas respostas para mudar a “música da sua frequência” e ir ao encontro do gosto ge-ral ou, mais ainda, adaptar o seu modo de ser para tirar daí dividendos. Jesus é ho-

nesto. Pergunta e confronta porque não quer que andem enganados a seu respei-to. Não é Jesus que precisa de saber. Eles é que precisam de saber quem é verdadei-ramente Jesus. Se a primeira pergunta é de resposta fácil (eles responderam), a segun-da é bem mais difícil (apenas Pedro avan-çou com uma resposta. Responde bem. Não por si - pois não tem plena consciên-cia do alcance da sua resposta - mas por-que o Pai dos Céus lha revelou).

O drama de muitos ocidentais é a in-diferença: em relação à vida e à morte, à crença e à descrença, à guerra e à paz… Muitos vivem da opinião geral como se esta fosse critério de verdade. Aceitar res-ponder em nome próprio é difícil e implica a vida. Jesus, hoje, devolve-nos a pergun-ta: “Quem sou Eu para ti?” É uma pergun-ta a que vale a pena responder. A resposta certa é a da sinceridade, pois só esta per-mite crescer.

Pedro ousou dizer o que pensava de Je-

sus. Jesus, em resposta, revelou-lhe a mis-são que teria na comunidade: «Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igre-ja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela». Não há outro fundamento se-não Jesus, a pedra angular, a rocha firme. A Igreja de Cristo é fundada sobre “esta pedra”, ou seja, na fé que Pedro profes-sou: que Jesus era o Messias. Quem vive desta fé, neste alicerce firme, numa rela-ção de intimidade com Deus Trindade, o mal nunca prevalecerá na sua vida. Pedro e os Apóstolos e seus sucessores têm a mis-são de confirmar os irmãos na fé. A serem bons administradores, não como o admi-nistrador Chebna, dos tesouros dos céus aos quais se acede apenas com a chave da fé, que eles têm missão de guardar.

Não tenhamos medo de perguntar, a exemplo de S. Paulo na 2ª leitura, e, como ele possamos concluir: «D’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória a Deus para sempre. Ámen.»

Pedro VivaPadre diocesano

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Sugestão de cânticos

EntradaTende compaixão de nós Senhor, 806 Escutai Senhor a prece, 343

SalmoA minha alma tem sede de Vós, 105

Apresentação dos DonsVimos trazer Senhor, 861Vós me seduzistes Senhor, 877

ComunhãoCaminhamos para o vosso altar, 190É bom estarmos juntos, 303

Pós-comunhãoDá-nos um coração, 259Tu és Senhor meu único bem,826

FinalSenhor Tu amas o mundo, 778Cantarei cantarei a bondade do Senhor, 212

�Correções, sugestões e observações à lista devem ser enviadas para [email protected].

�Os números a seguir ao título do cântico remetem para a coletânea Laudate.

LITURGIA 31 de Agosto

XXII Domingo do Tempo Comum • Ano ALeitura I

Leitura do Livro de JeremiasVós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir; Vós me do minastes e vencestes. Em todo o tempo sou objecto de escárnio, toda a gente se ri de mim; porque sempre que falo é para gritar e proclamar: «Vio-lência e ruína!». E a palavra do Senhor tor-nou-se para mim ocasião permanente de insultos e zombarias. Então eu disse: «Não voltarei a falar n’Ele, não falarei mais em seu nome». Mas havia no meu coração um fogo ardente, comprimido dentro dos meus ossos. Procurava contê-lo, mas não podia.Palavra do Senhor.

Jer 20, 7-9

Salmo

A minha alma tem sede de Vós, meu Deus.Senhor, sois o meu Deus: desde a aurora Vos procuro.

A minha alma tem sede de Vós.Por Vós suspiro,como terra árida, sequiosa, sem água.

Quero contemplar-Vos no santuário,para ver o vosso poder e a vossa glória.A vossa graça vale mais do que a vida;por isso, os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores.

Assim Vos bendirei toda a minha vidae em vosso louvor levantarei as mãos.Serei saciado com saborosos manjares,e com vozes de júbilo Vos louvarei.

Porque Vos tornastes o meu refúgio,exulto à sombra das vossas asas.Unido a Vós estou, Senhor,a vossa mão me serve de amparo.

Salmo 62 (63), 2.3-4.5-6.8-9 (R. 2b)

Leitura II

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos RomanosPeço-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, que vos ofereçais a vós mesmos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, como culto espiritual. Não vos con-formeis com este mundo, mas transfor-mai-vos, pela renovação espiritual da vos-sa mente, para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito.Palavra do Senhor. Rom 12, 1-2

Aleluia

Refrão: Aleluia. Repete-seDeus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,ilumine os olhos do nosso coração,para sabermos a que esperança fomos chamados. cf. Ef 1, 17-18

Evangelho

Leitura do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São MateusNaquele tempo, Jesus começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jeru-salém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escri-bas; que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Pedro, tomando-O à par-te, começou a contestá-l’O, dizendo: «Deus Te livre de tal, Senhor! Isso não há-de acon-tecer!». Jesus voltou-Se para Pedro e disse-lhe: «Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus, mas dos ho-mens». Jesus disse então aos seus discípu-los: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida há-de per-dê-la; mas quem perder a sua vida por mi-nha causa, há-de encontrá-la. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mun-do inteiro, se perder a sua vida? Que pode-rá dar o homem em troca da sua vida? O Filho do homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus Anjos, e então dará a cada um segundo as suas obras».Palavra da salvação. Mt 16, 21-27

Oração dos Fiéis

Carissimos irmaos e irmas: Supliquemos ao Se-nhor que inspire as nossas oracoes e nos faca sentir sede de Deus, como terra ressequida e sem agua, pedindo (ou: cantando), com fe:R. Ouvi-nos, Senhor.Ou: Senhor, nós temos confiança em Vós.

1. “Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir; Vós me dominastes e vences-tes” (Jer 20,7). Pela Igreja, para que seja fiel à sua vocação, ajudando o povo de Deus a ser fiel ao compromisso do seguimento do Evangelho, oremos.2. “A palavra do Senhor tornou-se para mim ocasião permanente de insultos e zombarias” (Jer 20,8). Pelos nossos gover-nantes para que percebam que só contem-plando e vivendo a palavra e o amor de Deus é que conseguirão a paz e a justiça tão almejada pelos povos, oremos.3. “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos” (Rom 12,2). Para que os fiéis não se conformem com este mun-do, mas se deixem transformar pelo Espíri-to, e descubram o que é perfeito e agrada a Deus, oremos.4. “Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me” (Mt 16,24). Pelos cristãos que, na vida quotidia-na, seguem a Cristo com a própria cruz, para que sejam dignos do seu Mestre, oremos.5. “Quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la” (Mt 16,25). Por todos nós que celebramos esta eucaristia para que tenhamos sempre presente que só «ganha a vida»quem «a entrega» no ser-viço ao próximo, oremos.Deus, nosso Pai, que pela palavra de Jesus nos convidais a segui-l’O, iluminai o nosso olhar para que, fazendo agora a vossa vontade, seja-mos recebidos um dia na gloria eterna.Por Cristo, nosso Senhor.

Comentário Matar a sede na Cruz de Cristo A experiência humana

transforma-se facilmente em terra árida, onde não se vislumbra qualquer sinal de vida. Assim são os nossos dias se para eles não olhar-mos tendo em vista as coi-sas de Deus, mas apenas as dos homens. Mateus cap-ta esta mensagem de Jesus Cristo num momento mui-to importante da sua vida, quando o Mes-tre planificava os seus dias, informando que iria rumar a Jerusalém para aí «sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas», informan-do «que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». O gesto protetor de Pedro – aos olhos dos homens legítimo – foi me-recedor de uma reprimenda, talvez a mais dura que alguma vez ouvira da boca de Je-sus: «Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens

em vista as coisas de Deus, mas dos homens».

Poderíamos nós hoje agradecer a Pedro esse gesto que permitiu a Jesus descrever de uma forma muito perentória o cami-nho da salvação que trans-forma a terra árida da con-formação com este mundo, no dizer de São Paulo, em

prados férteis. O caminho é traçado para seguir Jesus, que é o Caminho. Exige re-nuncia ao egocentrismo para que possa fazer brotar frutos de abundância, porven-tura perdendo a própria vida para encon-trar a Vida, que é Jesus. O interesse em ga-nhar o mundo inteiro pode arruinar esse objetivo de chegar à Salvação, não atra-vés de gestos estéreis, mas sobretudo com a nossa própria vida iluminada por Deus. São Paulo di-lo claramente, exortando os fiéis de Roma – e também os de Leira-Fá-

tima – a entregarem a seu próprio ser, a sua forma de existir, a Deus. Esse discer-nimento a que convida São Paulo levará o ser humano, e sobretudo os cristãos, a experimentarem o desejo de chegar a Deus, através da Sua vontade, procuran-do na sua forma de viver «o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é per-feito».

Com a vida aferida pela vontade de Deus, a cruz fará sentido por-quanto nos leva à Cruz Redentora a partir da qual são saciadas todas as sedes e irri-gados todos os terrenos. A terra sequiosa sem água há de dar lugar ao terreno fér-til dos manjares mais saborosos e a Jerusa-lém para onde Cristo se encaminhou há de dar lugar à Jerusalém Celeste onde nossos lábios hão de cantar louvores.

Este caminho faz-se na vida de cada um de nós, ao expe-rimentarmos essa sede que tantos homens e mulheres, ao longo da história, sentiram, de Jeremias a Santo Agostinho, passando pelos discípulos que acompanharam Cristo a Je-rusalém para se oferecer a Si mesmo «como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, como culto espiritual». Do alto da sua cruz, para nós já transforma-da em trono de glória, Ele é o

caminho que nos atrai para o Pai, seduzin-do-nos, dominando e vencendo os nossos medos de colocar de parte o egoísmo que teima em governar-nos. Ainda que com re-servas, com as humanas reservas, não dei-xemos extinguir no coração esse «fogo ar-dente» que nos levará a tomar a nossa cruz e a seguir Cristo, fonte de água viva por quem a nossa alma, sequiosa, suspira.

Marco daniel duarteDiretor do Museu do Santuário

A cruz fará sentido porquanto nos leva à Cruz Redentora a partir da qual são saciadas todas as sedes e irrigados todos os terrenos

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14 de agosto de 2014

As melhores fériasA maioria das pessoas concebe as fé-rias a pensar em si próprias e nos seus familiares e amigos, como tem-po de descanso, encontro, convívio, atividades lúdicas, diversão, passeio, viagens, visitas a lugares da natureza ou da cultura... É tempo diferente do comum dos dias do ano e normal-mente faz bem a quem o sabe apro-veitar. Há, no entanto, quem oriente as suas férias ou parte delas por outro princí-pio: o amor ao próximo. Praticam-no em atividades de voluntariado solidá-rio ou em experiências missionárias, dentro ou fora do país: proporcionam férias às crianças, a portadores de de-ficiência e aos pais, a idosos, etc; fa-zem visitas e companhia a quem está só; oferecem formação e vivências de fé e alegria em aldeias envelheci-das e outros lugares. As iniciativas, fe-lizmente, multiplicam-se e continua a haver muitos, especialmente jovens, que nelas se envolvem.Quais as melhores férias? Segura-mente aquelas em que mais dermos de nós mesmos. Jesus diz. “Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante, será lança-da no vosso regaço” (Lc 6, 38). Como é retribuída a generosidade nas ofer-tas assim frutificam a doação pessoal, os atos de amor, o serviço desinte-ressado, o bem que se faz. Dando-nos aos outros, recebemos retribui-ção pelo amor praticado, mesmo que os beneficiados o não façam. A gra-tificação principal é crescermos inte-riormente, humanamente, com essa experiência. A palavra de Deus e a ex-periência humana ensinam-nos que quem pouco dá, pouco recebe, e que quem mais semeia mais colhe. Ganha mais quem mais dá. Não há tempo que mais nos repouse, revitalize e enriqueça do que aquele em que, por amor, nos damos de for-ma gratuita aos outros. Quem investe a sua vida deste modo fica mais rico e descansa melhor. Saibamos investir em férias assim. As pessoas, as famí-lias e a própria sociedade muito po-dem ganhar com esta generosidade. E serão as nossas melhores férias.

Deixam-nos incrédulos e consternados as notícias

vindas do Iraque: milhares de pessoas, entre as quais muitos cristãos, expulsas das suas casas de maneira brutal... Tudo isto ofende gravemente a Deus e a humanidade. Papa Francisco, Angelus, 10 agosto 2014

P. Jorge [email protected]

editorial

O Papa Francisco beija uma crianca durante a visita à favela da Varginha (25/07/2013) (DR)

testemunhos da peregrinação a taizéTrês, dos 27 jovens da Diocese que estiveram em peregrinação, de 2 a 11 de agosto, na Comunidade de Taizé, em França, partilharam com o Presente a sua experiência. Esta comunidade ecuménica cristã reúne “uma centena de irmãos, católicos e de diversas confissões protestantes, oriundos de cerca de trinta países. Na época de verão, a comunidade atrai aproximadamente 4 mil jovens, que ali passam uma semana em oração e partilha.

Célia SilvaApesar de já ter ido a Taizé há 12 anos, foi sem dúvida uma experiência diferente. Foi uma semana a viver na simplicidade, uma experiência intensa de oração e vida em comunidade. Muitas vezes necessitamos de parar e olhar para o nosso interior per-ceber a missão que nos é confiada, preci-samos de nos dedicar inteiramente a apro-fundar a nossa relação com Cristo e, em Taizé, apesar das diferenças, todos temos esse objetivo comum. É espantoso perce-ber como é fácil adaptarmo-nos a outras pessoas tão diferentes e rezar, cantar e par-tilhar o que vai no nosso coração, as nossas preocupações e mesmo o que nos propo-mos a fazer e a mudar.

Liliana BarbasTaizé é um lugar mágico, um lugar de fé, um lugar de inspiração e oração. Durante uma semana, a união tomou conta de nós e o silêncio nunca antes me dera tantas respostas. A intensidade dos momentos de oração levaram-me a perceber que há algo que nos une a todos: o amor a Deus e de Cristo, independentemente das imensas diferenças culturais entre as pessoas. Aprendi e conheci a alegria de amar Jesus. A simplicidade daquele lugar leva-nos a refletir sobre o que realmente é importante no nosso dia a dia. Damos mais importância ao próximo, todos somos irmãos e é realmente isto que Deus quer de nós. Taizé torna-nos cristãos mais adultos na fé.

Maria Inês PedroTaizé é um espaço que, ao acolher esta di-versidade de culturas e formas de estar, de acreditar e de sentir, nos transmite a tran-quilidade que por vezes tanto precisamos. Através da sua simplicidade e da extraor-dinária capacidade de acolhimento, Tai-zé torna-se um dos únicos lugares onde somos todos bem vindos. Mais do que des-crever Taizé, é necessário sentir, viver e, só assim, aprenderemos a valorizar o silêncio e o respeito pelo outro.

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