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R. Lindo Vale, 464 – 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 – 1750-146 LISBOA Aconteceu... Acontece... Recolher a vida - Viseu Foi há 200 anos... Acontecerá... - 12 de Agosto ESE de Paula Frassinetti: Balanço em fim de ano... Pastoral Juvenil: Uma missão em Quarteira... ‘Serviço a um Povo’ em Pinhel... Acampamento no Linhó... Conselho Provincial Ampliado Norte/Sul - Linhó Objectivo: Tomada de consciência e reflexão, em conjunto, sobre as Propostas das Comunidades, num clima de discernimento, em ordem a dar elementos para a revisão das nossas Obras e Serviços e do nosso estilo de vida e organização. 63 Participantes Acessoria: Dr. Carlos Liz; Padre Sérgio Diz Nunes, sj.

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R. Lindo Vale, 464 – 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 – 1750-146 LISBOA

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Aconteceu... Acontece... Recolher a vida - Viseu Foi há 200 anos... Acontecerá... - 12 de Agosto

ESE de Paula Frassinetti:

Balanço em fim de ano...

Pastoral Juvenil:

Uma missão em Quarteira...

‘Serviço a um Povo’ em Pinhel...

Acampamento no Linhó...

Conselho Provincial Ampliado

Norte/Sul - Linhó

Objectivo: Tomada de consciência e reflexão, em conjunto, sobre as Propostas das Comunidades, num clima de discernimento, em ordem a dar elementos para a revisão das nossas Obras e Serviços e do nosso estilo de vida e organização.

63 Participantes Acessoria: Dr. Carlos Liz;

Padre Sérgio Diz Nunes, sj.

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No Linhó, as Províncias Portuguesas Reunidas em CPA Irmã Maria João Vieira Neves

Já muitas de nós vivemos CPA naquele “cantinho do céu” que é para nós o Linhó. No entanto, este teve um sabor diferente. Foi uma etapa do início de um novo começo. Parecia aquele 12 de Agosto de 1834. E Paula estava mesmo connosco, olhando para as suas filhas do País “onde deixara um bocadinho do coração”. E na verdade o coração de Paula palpitava no coração de cada uma ali presente … e mesmo em todas as que ali se encontravam apenas espiritualmente.

Era a tarde do dia 26 de Junho e, após a celebração da Eucaristia na Capela do Linhó, reunimo-nos para jantar. Uma ceia com sabor a “pão caseiro”, pois as 63 Irmãs pareciam ser já uma Província única. Nada nos fazia lembrar que há 35 anos se tinha realizado a constituição de duas Províncias. O amor de Paula tornava-nos “um só e mesmo espírito e coração”.

Nessa noite, pelas 21 horas reunimos com o Dr. Carlos Liz, da empresa APEME, de consultadoria e estudos de mercados, pai de dois antigos alunos das Calvanas e actualmente a trabalhar a nível diocesano, com Escolas Católicas e no apoio à Pastoral Vocacional, tudo isto dentro do seu âmbito de “estudos de mercado”. Apresentou-nos o resultado de um trabalho de campo, realizado pela UCP entre os dias 9 e 13 de Março e analisado pelo seu grupo de trabalho. Um trabalho interessante sobre “O que pensam os Portugueses dos Religiosos”. Se, por um lado, podemos constatar como os portugueses apreciam os/as religiosos/as, por outro também nos lançam grandes desafios, pois nos querem actualizados, cultural e espiritualmente, próximos e alegres e conhecedores da realidade do mundo de hoje, bem no coração do nosso mundo a ser presença e fermento, para compreendermos as mudanças operadas na sociedade, sendo um sinal atractivo para a juventude. Este grande desafio é-nos colocado também a nós, Doroteias, pois recebemos de Paula o carisma de Educadoras da juventude, na escola e fora dela, e, como ela, fomos chamadas a ser Mulheres do nosso tempo, como ela o foi do seu.

Mas o que nos levava ao Linhó era fazermos um discernimento sobre a revisão das nossas Obras, a partir da síntese do trabalho realizado em todas as Comunidades. Era um trabalho que exigia uma atitude de abertura ao Espírito e de grande “indiferença inaciana”, a fim de darmos o primeiro passo de reflexão para o que nos vai exigir, gradualmente, até 2015, o trabalho de concretização da revisão das nossas Obras.

Para nos ajudar nesta reflexão-discernimento, a palavra do Padre Sérgio Diz Nunes, SJ, tocou-nos o coração e colocou-nos em atitude de disponibilidade ao “querer de Deus”, para nos deixarmos ser “barro nas suas mãos”, de modo a não impedirmos que Ele realize, através de nós, a Missão que nos confia, a cada uma e a todas, como Corpo. Fomos interpeladas para sermos hoje, no nosso mundo, o BOM SAMARITANO que “se deixa interpelar, co-mover, pelo que acontece no seu caminho”. Fomos chamadas a viver numa atitude de discernimento ali, naquele trabalho, mas também no nosso quotidiano, para que todas nós, Doroteias portuguesas, ajudemos e nos comprometamos na nossa Missão e, concretamente, nesta revisão das nossas obras e serviços, para sermos o que Deus quer de nós hoje. Isto exige de nós, dizia-nos o Padre Sérgio, “muita atenção ao que se passa à nossa volta, atitude dialogante e humilde, de quem não tem certezas, um não ter medo ao novo de Deus, deixando-nos surpreender e questionar por ele, no mais profundo… e um não ter medo de decidir e de se comprometer, sabendo que a última Palavra é a de Deus e não a nossa. Pois é a Deus que nos queremos entregar e confiar”. No trabalho que realizámos sentimos uma presença muito forte do Espírito que nos movia e de Paula que era uma força de Mãe, neste trabalho connosco. Fomos 63 a viver este acontecimento, mas sabemos que ele vai chegar ao coração de cada uma de nós, Irmãs portuguesas que, a partir de 2010, formaremos uma mesma Província. A partir de hoje, cada uma e todas estamos convidadas para, através da nossa oração, sugestões, compromisso, abertura ao querer de Deus, fazer caminho para que a missão que Deus nos pede, nesta hora, se realize e nenhuma de nós seja obstáculo. Concluímos os nossos trabalhos, com a certeza de que DEUS esteve connosco, que Paula vai à nossa

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frente a rasgar novos horizontes, que cada uma das Irmãs vai dar o seu tudo e o seu melhor para que a RESPOSTA que Deus nos pede se realize, pois a “ DEUS NADA É IMPOSSÍVEL”. OBRIGADA a cada Irmã que com a sua presença espiritual e a sua oração tornou possível esta experiência de trabalho e de fraternidade que nos permitiu recebermos do Espírito Santo esta força de acreditarmos que Ele vai à nossa frente a abrir o caminho e que, a todas nós, com o nosso compromisso na Missão, apenas nos cabe segui-lO, para que a sua Obra se realize, através de nós.

Da Carta da Irmã Jaci, Coordenadora Geral, às duas Províncias:

ESE de Paula Frassinetti Irmã Maria da Conceição Ribeiro

Neste fim de ano, em relação à Escola queremos dizer que as leis que regulamentam actualmente o Ensino Superior trouxeram desafios novos e difíceis. Trouxeram muitas responsabilidades às Entidades Instituidoras. No nosso caso, à Província Portuguesa. Daí termos constituído um Conselho Geral da Escola formado por seis Irmãs - Mª Lúcia Soares, Mª de Fátima Ambrósio, Provinciais; Maria da Conceição Oliveira e Maria da Conceição Ribeiro, da ESE, Mª Antónia Marques Guerreiro e Mª Emília Nabuco - e três Leigos: Helena Serra, Carlos Afonso e José Luís. Desta forma, as Irmãs vão acompanhando tudo. Durante este ano, sentimos fortemente os efeitos da mudança, através do peso e da pressão para corresponder ao que é solicitado. Acreditamos que Santa Paula ajudará, uma vez que nos disse: “pelo desenrolar dos acontecimentos conheceremos a Vontade de Deus”. Em relação à nossa Comunidade, um acontecimento: convidámos as outras Comunidades do Porto e do Sardão, e celebrámos juntas o S. João. Foi um ambiente simpático e familiar. Vimos partilhar com todas algumas experiências que são “outro mundo” e que nos mobilizam ao serviço dos mais carenciados e nos enchem de esperança:

Projecto “+ Educação em Lichinga até 2015”

Chegou o momento de serem substituídas as duas jovens que iniciaram a sua missão em Fevereiro, e vão regressar em fins de Julho. Durante estes seis meses, foi muito bom o desempenho da Noémia e da Mónica junto das crianças e de todos com quem se relacionaram.

No dia 16 deste mês parte a Mª Leonor Saint Maurice de Orey, muito entusiasmada com esta causa. Vai encontrar-se com as duas e, dessa forma, receberá a passagem de testemunho. Estará lá até Dezembro, altura em que começarão as férias grandes.

O projecto vai sendo conhecido por várias pessoas interessadas em vê-lo no terreno. É o caso de uma professora do Ensino Secundário de Braga, Maria da Luz, que optou por passar as suas férias (Agosto) a ajudar a Maria Leonor.

No âmbito da actividade da SEIVA

Trabalhamos com Imigrantes, o que se está a tornar, para nós, uma

... Avaliando as razões apresentadas nas diversas posições, vimos que já nos

podemos orientar tendo como horizonte o ano de 2010 para efectuar a unificação

das Províncias. (Fátima, 14 de Junho de 2009)

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realidade consistente. Somos a única IPSS que realiza este trabalho aqui no Norte.

Neste sentido, esteve connosco a Drª Maria do Rosário Farmhouse - Alta-Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) - para lhe ser apresentado o projecto sobre “Empreendedorismo Imigrante”. Estavam presentes alguns imigrantes que já conseguiram emprego, e partilharam os passos dados até que tudo fosse reconhecido oficialmente. São experiências de verdadeiro empreendedorismo; foi emocionante ver a alegria, a esperança nesta “conquista” depois de tanta luta e ultrapassagem de dificuldades…

Assinámos um protocolo de colaboração entre o ACIDI e a SEIVA, a fim de podermos desenvolver este projecto.

Com as Adolescentes-Mães (que o foram na adolescência) ao longo do ano, desenvolveram-se

actividades semanalmente:

Yoga Social – a fim de as ajudar a aprender a descobrir algumas técnicas de domínio e conhecimento próprio, etc.

Alfabetização - uma jovem de 19 anos, ajudada por uma das nossas professoras, aprendeu a ler e escrever, através do método das 28 palavras.

Encaminhamento: ajuda na reconstrução dentária de uma adolescente-mãe, de forma gratuita, através de um médico dentista conhecido de outra professora.

Apoio nos Projectos de vida: duas das mães adolescentes já conseguiram a sua habitação, através do apoio da Segurança Social e Câmara do Porto, e contam com o nosso apoio também nesta fase de mudança. E para uma ou outra já se conseguiu emprego.

Uma das nossas professoras, com os seus amigos, conseguiu arranjar financiamento para as obras necessárias numa casa destinada a uma destas jovens.

Apoio na resolução de problemas: ajuda psicológica e presença amiga junto de uma adolescente-mãe, que foi expulsa da escola e necessita de (re)pensar o seu projecto pessoal.

Aos seus filhos, em idade escolar, presta-se todo o apoio necessário no estudo, e o Colégio da Paz assumiu a escolaridade de dois meninos, filhos de uma dessas jovens que trabalha na cozinha da nossa Escola. Nós assumimos dar-lhes o almoço. Com os mais pequeninos, desenvolvem-se também actividades, semanalmente, com a ajuda dos nossos alunos voluntários, sendo orientados por uma já licenciada em Educação de Infância e a realizar um curso de Mestrado na nossa Escola.

No compromisso com as pessoas “Sem Abrigo”, Desde Fevereiro que nos unimos à Paróquia e ao Centro de Nª Sª do Perpétuo Socorro. Todos

reconhecemos que este serviço, prestado no bar da Paróquia de Nª Sª da Conceição, passou a ter maior dignidade. É impressionante a mistura das diferentes pobrezas.

Confiamos tudo isto ao Senhor, para que Ele leve a bom termo estes esforços e compromissos em favor dos que precisam, tanto cá como em Lichinga.

26 a 28 Junho - CPA das duas Províncias em

conjunto, no Linhó, de que se dá notícia aqui.

06 de Julho - A Irmã Rositta partiu para a sua «terra» (Áustria). Há vários anos que não se encontra com a família. Regressa no dia 21 deste mês, para, a 28 de Julho, seguir para as Filipinas. Graças a Deus vai melhorando.

08 de Julho - Chegou um grupo de 17 Doroteias do Brasil. Seguem para Itália no dia 9, a fim de visitar os «lugares de Paula», e fazem antes uma passagem rápida por

Fátima.

09 de Julho, em Fátima - Encontro das Equipas Directivas das nossas Escolas e dos Professores ligados à Pastoral.

09 a 11 de Julho, em Fátima - Reunião dos dois Governos Provinciais.

19 de Julho - A Irmã Céu Silva regressa a S. Tomé.

23 de Julho - A Irmã Lisete Gonçalves chega de Roma.

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24 de Julho - Iniciam-se as actividades de praia na Quarteira, que se prolongam até 8 de Agosto (dois turnos). O tema geral é «Lugares de Cristo, Lugares de Paula».

30 de Julho - Ao fim de um tempo para tratamento e descanso, a Irmã Maria Augusta Pragana regressa à sua missão em Moçambique.

01 a 09 Agosto, em Pinhel - «Serviço a um Povo».

09 de Agosto - A Irmã Anabela Pereira regressa de S. Paulo (Brasil).

10 a 12 de Agosto, no Linhó - Acampamento e grande festa de encerramento do Ano Jubilar de Santa Paula Frassinetti (para jovens com idade igual ou superior a 17 anos).

Da última Circular dos dois Governos Provinciais: A Irmã Paula Agostinho, após um tempo de discernimento vivido fora da comunidade, decidiu reintegrar-se na sua Província de origem. Pedimos ao Senhor que abençoe a sua decisão bem como a missão que vier a ser-lhe confiada.

As nossas Irmãs doentes:

A Irmã Célia Cerveira, Assistente Geral, foi operada a um ouvido. Graças a Deus correu bem e está já em casa.

A Irmã Maria Manuel Oliveira sente-se melhor, embora este mês não deva ainda entrar em cheio no trabalho.

A Irmã Judite Nóbrega (Linhó) está mais fragilizada, sobretudo depois de uma queda que deu há pouco tempo.

A Irmã Margarida Adelaide Kundjutu recuperou bem da intervenção cirúrgica. Já teve «alta» da Casa Paula...

A Irmã Teresa Rodrigues continua em recuperação, lenta mas segura.

A Guida Oliveira foi operada à tiróide. Correu bem, e não é nada de grave. Já poderá colaborar na actividade da Quarteira, que, juntamente com a Irmã Goreti, preparou com muito empenho

Atenção aos indicativos do telefone da Suíça: 00004411 4411 441177 4444 0000

Bodas de Ouro: Começa já um outro grupo («Festa», como dizemos) a celebrar Bodas de

Ouro. A primeira é a Irmã Diana Barbosa - a mais velha da ‘Festa’ - a 8 de Setembro; segue-se, a 24 de Setembro, a Irmã Arminda Oliveira, e a 29 as Irmãs Isabel Pires e Gracinda Martins. A 22 de Outubro é a vez das Irmãs Fernanda Nogueira, Maria Casimira Marques e Maria da Conceição Xavier. E termina o ano de 2009, duplamente jubilar para estas Irmãs.

Faleceram

Irmã Ana Häusler, que deixa muitas saudades na sua «segunda pátria», Portugal. Como diz a Irmã Charlote na notícia de comunicação,

A Irmã Anna viveu uma grande parte da sua vida em Portugal e Angola.

Conheceu aquela língua e cultura quase melhor que a sua própria. Depois

do seu regresso à Suíça em 1974, dedicou-se com uma incansável entrega

às missões portuguesas; ia de lugar em lugar para dar catequese,

preparar a liturgia com as pessoas de língua portuguesa, e estava sempre

atenta às suas necessidades. Com a força de vontade que a caracterizava, conseguiu várias

vezes trabalho para os emigrantes. Era também muito comprometida a sua participação na

vida da Comunidade. Nas últimas semanas sofreu muito.

A Irmã Anna nasceu na Suíça, a 21 de Dezembro de 1912, e entrou na Congregação em Portugal a 15 de Agosto de 1931. Era a mais velha das 3 Irmãs que foram Doroteias, embora a Luise tivesse entrado primeiro. Faleceram recentemente uma irmã da Irmã Moita (Externato do Parque), uma irmã da Irmã Anjos (Seixal) e uma sobrinha da Irmã Teresa Palmira (Moçambique), que estava muito mal..

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Ir. Mª Eduarda Fernandes, 90 anos

Como surgiu o Colégio da Imaculada Conceição em Viseu?

A pedido de uma jovem, chamada Maria da Graça Cabral Cavaleiro, que escreve uma carta à Irmã Superiora das Doroteias em Tuy, pedindo-lhe o sacrifício de virem para Viseu. Um ano depois, no dia 28 de Outubro de 1924, chegam as primeiras Irmãs, que são encaminhadas para as instalações do Colégio que funcionaria no solar do Senhor Visconde do Banho, hoje o belo e recuperado edifício da Misericórdia de Viseu. Em 1928 o Colégio mudou-se para a quinta de Santo António, uma casa longe do bulício da cidade. Várias foram as transformações sofridas ao longo destes anos, no intuito de acompanhar o crescer do Colégio, mas também a evolução pedagógica que se vai operando em Portugal. As recentes obras efectuadas dão-nos a certeza de que este desejo de acompanhar os tempos e melhor servir continua a ser o nosso primeiro projecto.

Nota: Esta «jovem», Maria da Graça Cabral Cavaleiro, entregou para a Congregação a 16 de Julho de 1925, e faleceu na Póvoa de Varzim a 25 de Agosto de 1980.

Estas palavras do site do Colégio (http://www.cicviseu.net) ganham mais vida e cor, se ouvirmos algumas das Irmãs que ali sentiram e transmitiram a “paixão educativa...”.

Fui para o Colégio, como aluna, em 1929, e saí em 1935-36. O Colégio tinha sido aberto em Novembro de 1924.

Fui recebida com muito carinho por todas as Irmãs. Era Superiora a Madre Custódia Freitas, já velhinha - a meio do ano foi substituída pela Madre Helena Serpa que era a Mestra Geral, tendo ficado então a fazer as vezes dela a Madre Assis. Esta foi mandada para Lisboa no final do ano, e foi para Viseu a Madre Simas. O ambiente do Colégio era de muito carinho e exigência. No princípio, as alunas não eram preparadas para o curso dos Liceus – era só frequência de Letras, Piano, Pintura e Trabalhos Artísticos. Passados dois anos de eu lá estar, as famílias exigiram a correspondência aos cursos normais, com exames oficiais no Liceu. Os resultados eram sempre óptimos e melhores que os das escolas oficiais. A este ambiente de carinho e de exigência, as alunas correspondiam com amizade e algum empenho no estudo. Era um ambiente que favorecia também o despertar de vocações consagradas. No meu último ano, o Senhor chamou quatro alunas para a nossa Congregação: Mª Lúcia Soveral, Maria Leonor Morais Sarmento, Mª Isabel Monteverde e Maria Eduarda Fernandes. E também a Maria Pilar foi para as Missionárias de Maria, a Delfina para as Escravas do Sagrado Coração de Jesus, a Filomena Barreiros (irmã dos Padres Barreiros) para as Irmãs de S. José de Cluny e duas foram para carmelitas: uma para o Carmelo de Viana e outra para o Carmelo do Bom Jesus de Braga (estas duas entraram mais tarde por dificuldades familiares). A grande impulsionadora das vocações, sobretudo através da divulgação de bons livros (ela falava pouco e até contrariava muito) era a Irmã Marina Casanova, professora de Piano, de Francês, mestra de dormitório das grandes e recreio. A Mestra Geral era a Madre Simas. Os exames de Religião das mais crescidas tinham a assistência do Senhor Bispo, D. José da Cruz Moreira Pinto, que era irmão do Capelão do Colégio. O Carnaval era passado no Colégio. No Domingo fazia-se a Festa das Pequeninas. A Segunda era para brincadeiras. Na Terça era a Festa das Grandes, quase sempre a representação de peças em francês como a “Vida de Santa Doroteia”. Vinham sempre assistir o Senhor Bispo e os familiares das alunas. Nas férias da Páscoa, as alunas eram convidadas a deixar as camas de lavado porque nessa altura havia sempre um retiro de três dias para pessoas de fora que vinham das Paróquias, da Acção Católica… Desses retiros também saíram algumas vocações, como a Irmã Cinira Matos. Tanto os retiros das meninas como os das senhoras eram sempre orientados pelos Padres da Companhia de Jesus. O número de alunas foi aumentando, e começaram a fazer-se, já em 1930, algumas ampliações à casa.

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A par do Colégio havia também uma Escola gratuita para meninas pobres, as chamadas “Florinhas”, donde também vieram algumas vocações, entre elas a Irmã Olívia Tinta, que foi para Abrantes. Em 1963-64, tendo eu regressado de Angola, fui chamada pela Ir Furtado Martins, então Provincial, para Subdirectora do Colégio de Viseu, onde fiquei apenas um ano, no fim do qual fui chamada para Coordenadora de Abrantes. Nessa altura tinha crescido ainda mais o número de alunas, e também tinham sido ampliadas as instalações. Mantinha-se o bom ambiente e o despertar de vocações. Em Outubro de 1979 voltei a Viseu como Coordenadora da Comunidade. Foi a carroça com a burra buscar as malas à camioneta, como era costume nesse tempo. Nessa altura já havia mais uma vocação de Viseu: a Irmã Fernanda Santos, que entrou em 1971. A Comunidade era muito grande, com 36 irmãs e até com 39. Foi quando começou a Comunidade de Santa Clara com a Irmã Ana Margarida Marreiros como Coordenadora. As alunas aumentavam cada vez mais, tendo sido necessário construir, por cima da Lavandaria, o pavilhão da Primária que antes funcionava no Torreão (uma classe em cada andar) e na sala de passagem. O ambiente, graças a Deus, continuava bom. Nos primeiros três anos era Directora a Ir. Beatriz Moutinho, que depois foi substituída pela Irmã Judith Mateus. Lembrei-me de convidar o Padre Rocha Monteiro, com quem tinha trabalhado no Porto. Trouxe o grupo de oração e o seu conjunto musical, e fizeram, no ginásio do Colégio, um belo espectáculo de canções com expressão corporal. Vieram assistir professores e famílias de alunos que ficaram encantados, por isso o convidaram para vir de novo a um salão maior da cidade. As alunas mais adiantadas gostaram tanto do tempo de oração com o Padre Rocha que pediram para continuar, mesmo na sua ausência. Formou-se então um grupo de oração comigo e com a Ir. Ana Ferreira Alves, sobretudo para os cânticos. Reuníamos uma vez por semana, ao recreio da noite, segundo elas escolheram. Deste grupo veio a sair a vocação da Ir. Maria Alice Simões, que era aluna do Colégio. Em 1985, terminados os seis anos, fui para o Sardão, para um tempo de descanso. Voltei em 1998, sendo Coordenadora mais três anos. Nessa altura aumentava o número de alunos da Primária e diminuíam o 2º e 3º ciclos, sobretudo as internas. Foi nesse tempo que se impôs uma grande obra, devido ao perigo de desmoronamento de um pavilhão primitivo e mal construído, que foi dormitório das grandes no meu tempo de aluna e depois das alunas “médias”. (As mais velhas tinham dois dormitórios de quartinhos “abertos”.) Havia vários projectos feitos. A Ir. Cardina tinha mandado fazer alguns, porque aquilo estava na iminência de cair. Foi chamado o arquitecto Francisco Azeredo, sobrinho do Padre Azeredo, S.J. Ele fez-nos ver que nenhum dos projectos feitos era viável, e fez um projecto novo com sugestões das Irmãs. Foi entregue uma “empreitada” à Construtora Abrantina. Tivemos bastantes ajudas de fora para esta obra. O aquecimento central, o elevador, todo o equipamento da enfermaria, a Capelinha e o restauro da Capela grande – foi ajuda do Arcebispado de Colónia, na Alemanha, através do Frei Michel, um religioso da Congregação do Verbo Divino. O Padre Kondor, de Fátima, também ele Verbita e grande amigo da nossa Congregação, conhecia as instalações das Irmãs e achou que era preciso melhorá-las, conseguindo-nos uma grande ajuda através do Frei Michel. No espaço demolido, pudemos construir: um grande salão para recreio coberto dos alunos; um primeiro andar mais destinado a enfermaria, com consultório médico, salinha de descanso e as condições requeridas; um segundo e terceiro andares com quartos individuais com quarto de banho privativo. O número de alunas aumentou, sobretudo desde que foi conseguido pela Directora do Colégio, a Ir. Teresa Príncipe Santos, o Contrato de Associação que dá aos Pais uma comparticipação do Estado. Também gosto de dizer que as Antigas Alunas se mostraram sempre muito amigas do Colégio, o que se notou de um modo particular por ocasião da Canonização de Santa Paula. Foi com a ajuda delas, pela venda de rifas e procura de outros subsídios, que se fez a estátua de Santa Paula, em bronze, trabalho do escultor Armindo, de Viseu, assim como duas edições de medalhas:

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Ir. Mª da Conceição Aparício, 91 anos

uma decalcada numa fotografia e outra desenhada pela Irmã Fernanda Bourbon. [As Antigas Alunas] Juntavam-se uma vez por mês para uma reunião de oração, e todos os anos tinham um grande encontro no Colégio com Missa, refeição partilhada, muitas fotografias e muito convívio.

Fui para Viseu em 1940, quando era Superiora a Madre Lochert, e deixei esta Comunidade em 1952.

Nesse tempo a Comunidade tinha 20 Irmãs, e era frequentado por 110 alunas internas e 200 externas. Como era meu ofício, assumi a responsabilidade da cozinha, ajudada por 3 Irmãs, que foram para mim um poderoso auxílio. O ambiente comunitário que lá encontrei era muito bom, porque se respirava o bom odor de Jesus Cristo em todas as circunstâncias, de um modo particular nas mais difíceis. Para concretizar o que acabo de dizer, vou contar o que uma vez me aconteceu: Um dia, pelas 10 horas, preparava-me para fazer o almoço, como era habitual. Qual não é a minha aflição quando verifico que o depósito, que alimentava o fogão a lenha, não tinha água. Acendê-lo era impossível, pois os canos, dentro dele, rebentavam sem água. Valeu-me a generosidade e o espírito de sacrifício das Irmãs, que imediatamente se prontificaram para encher o depósito com a água da mina que havia na quinta. Como este, muitos outros acontecimentos puseram à prova o bom espírito que animava a Comunidade. O bom exemplo contagiava até os nossos empregados, como posso afirmar: Verificando que as minhas ajudantes eram fracas e de idade, um empregado veio ter comigo a oferecer-me os seus serviços para levar a lenha para o fogão e trazer da horta tudo o que era preciso na cozinha. Foi assim, neste ambiente acolhedor, que passei 12 anos da minha vida religiosa. Também não posso deixar de dizer o que aconteceu nesse tempo, por ocasião das grandes privações durante a segunda grande guerra: Todos os géneros alimentícios eram racionados, e a alimentação das alunas ressentia-se com a sua falta. As Irmãs renunciavam muitas vezes ao que lhes era devido, para que nada faltasse às alunas. Foi o que me ocorreu dizer da minha passagem por Viseu, de onde trouxe as mais belas recordações. De lá fui para ir para o Colégio da Paz, no Porto.

Irmã Diana Barbosa

Estamos em 1875... Nove anos se tinham passado desde a fundação do Colégio do Quelhas, em Lisboa, e já existiam mais duas comunidades de Doroteias em Portugal: Covilhã e Porto...

O afecto que ligava a nossa Venerável Madre ao Instituto, que Deus quis fosse por ela fundado, e às Religiosas, suas filhas, há muito que fazia nascer no seu coração o desejo de observar de perto o andamento, o trabalho do Instituto, quer na América [=Brasil] quer em Portugal, de tornar a abraçar as Irmãs que tinha enviado para a fundação daquelas Casas, e de conhecer pessoalmente todas as outras, naturais daquelas regiões, que se tinham consagrado ao Senhor no nosso Instituto. A suspeita - pensava ela - de que o demónio, inimigo de todo o bem, pudesse levar aquelas boas Irmãs a considerarem-se menos amadas pela Madre Geral do que as Irmãs italianas, que quase todos os anos recebiam a sua visita, não poderia dissipar-se com uma visita, e consolidar nelas aquela bela caridade que faz de todas um só coração e uma só alma no Coração SS. de Jesus? (Diário da Visita de Paula Frassinetti às Casas de Portugal, Mª Elisa Vassallo).

Nos princípios de 1875, escrevia assim à Irmã Elisa Vassallo: A respeito de tudo quanto me diz acerca da visita às Casas de Portugal, falaremos depois; entretanto, reze e peça orações a todas as almas boas que conhece (e eu farei o mesmo), a fim de que o nosso Jesus Cristo disponha tudo segundo o seu beneplácito, e nos dê abundância de graça e de luz para conhecermos a sua santíssima e amabilíssima vontade, quer a respeito dessa visita, quer a respeito da Casa de Pernambuco e de todas as necessidades gerais e particulares de todo o Instituto e dos seus membros (C. 682, 7).

Aconselhada pelo Padre Fantoni, s.j., enviou uma carta de ‘discernimento’ às Superioras e Professas mais antigas (C. 699), pedindo que dessem por escrito o seu parecer sobre a visita a Portugal. Obtido parecer favorável, designou a Irmã Vassallo para a acompanhar como Secretária. Tinham-na dissuadido

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da ida ao Brasil, atendendo à precária situação daquela nossa Casa, pelas vicissitudes políticas. Os assuntos referentes a esta Casa seriam tratados em Portugal, para onde tinha chamado, por carta, a Irmã Josefina Pingiani, então Superiora. Antes de empreender a viagem a Portugal, quis fazer uma bem cuidada confissão geral de toda a sua vida, facto de que se teve conhecimento muitos anos após a sua morte, através do seu confessor, Padre Fantoni.

A 10 de Junho de 1875, em companhia da Irmã Elisa Vassallo, a Madre Fundadora deixou Roma, dando início à longa viagem... Génova, Nice, Marselha, Sète, Tolosa, Lourdes, Baiona, Santander (travessia do Golfo de Gasconha), Venta de Banhos, Ávila, Madrid, Manzanares, Cidade-Real, Badajoz, Lisboa, onde chegaram a 26 de Junho! Comboio, barco, comboio... Aos 66 anos de idade, gasta por uma vida de entrega aos outros, e já com sinais da doença que a havia de a acometer no ano seguinte, vencendo a natural repugnância que sentia por viajar... esta viagem, que a obrigou a atravessar quatro países, e ainda as duas mais difíceis à Covilhã e ao Porto, são o testemunho eloquente do que pode o amor! Por amor do nosso Amor tudo nos deve parecer pouco...

De Lisboa, esquecendo o cansaço e gracejando, escreve à Irmã Josefina Troiani: Nós por graça de Deus, continuamos bem, isto é, a Ir. Vassallo está bem, como Ir. Vassallo; eu, pelo contrário, estou bem, não como velha que sou, mas como uma jovenzinha um pouco idosa (C.704, 2).

Terminada a visita às Casas de Portugal, visita as Comunidades de Génova, antes de regressar a Roma, onde chega a 23 de Setembro. A 25, escreve à Irmã Josefina Pingiani, em Lisboa: Eis-me em Roma, já há dia e meio, e a minha primeira carta é dirigida às minhas boas Irmãs de Portugal, onde deixei, como bem pode imaginar, um pedacinho do coração. (...) Termino, recomendando-lhe de novo a união, a paz e a caridade, mesmo à custa de sacrifícios; e pedindo-lhe que me mande notícias depressa (...), notícias que mostrem que a primeira Visita a Portugal, tão dispendiosa em todo o sentido, não foi tempo nem trabalho perdido, mas que, pelo contrário, produziu verdadeiros frutos de bênçãos para essas almas, que me são tão queridas, e de grande glória de Deus, unicamente por amor de Quem fiz a viagem e se farão sempre todas as coisas (C. 707,2.7).

Nova Encíclica de Bento XVI: Um guia social em 79 pontos

Bento XVI apresentou no dia 7 de Julho a sua terceira encíclica, "Caritas in Veritate" (A caridade na verdade), um texto de 79 pontos, em que se mostra, a um mundo ainda abalado pela crise financeira, um conjunto de orientações para o mundo económico e exigências de solidariedade. Lembrar os pobres e os mais desprotegidos no tempo da globalização é o fio condutor do documento, que procura apresentar caminhos para o "verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e de toda a humanidade".

O Papa repete a palavra "caridade", que dava o mote à sua primeira encíclica abordando desta feita matérias ligadas ao mundo do trabalho, da economia e do desenvolvimento. Na abertura da encílica refere -se que há um contexto social e cultural que "relativiza a verdade" e provoca um "esvaziamento" da caridade, o que pode fazer com que "a actividade social acabe à mercê de interesses privados e lógicas de poder".

Justiça e bem comum são apresentados como critérios orientadores para o agir, também dos cristãos, embora Bento XVI reafirme que a Igreja não tem soluções técnicas para apresentar, mas "uma missão de verdade para cumprir". "Quando o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político".

Esta carta actualiza a doutrina social da Igreja, em particular os ensinamentos das encíclicas Populorum Progressio, publicada por Paulo VI em 1967, e Sollicitudo rei socialis,

de João Paulo II, publicada em 1988.

Page 10: 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA · coração e colocou-nos em atitude de disponibilidade ao “querer de Deus”, para nos deixarmos ser “barro nas suas mãos”,

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O Site ZENIT (http://www.zenit.org/article-22081?l=portuguese) apresenta uma

interessante selecção das frases mais destacadas desta Encíclica. Um exemplo:

--Caridade sem verdade: "Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor

numa cultura sem verdade." (n. 3)

Vamos viver um 12 de Agosto especial, no Linhó, encerrando o Ano Jubilar. Que surpresas nos trará esse dia? Será um dia-comunhão, pois toda a Congregação o irá viver «num só coração». Estaremos lá, em Quinto, naquela caminhada de manhã cedo... Estaremos lá, em Quinto, na Acção de Graças antecipada... Estaremos lá, em Quinto, comendo a focaccia... Estaremos lá, onde nos espera a Senhora Branquinha que nos acompanhou ao longo destes meses... Como diz a Irmã Jaci, Coordenadora Geral, na sua carta para esse dia:

175 anos são passados... O Carisma, hoje, está nas nossas mãos, e de certa forma somos nós as responsáveis pela sua continuidade. Há 175 anos ele estava nas mãos apenas de um pequeno grupo de consagradas. Hoje, o Carisma de Paula está também nas mãos de Leigas/os que contribuem para a sua expansão. O Ano Jubilar ofereceu-nos tempo privilegiado para rever, para contemplar a nossa História, para agradecer e para reavivar a chama. Agora é tempo de prosseguir na fé e na confiança. Pés firmes na realidade em que estamos inseridas, mas olhar fixo n’Aquele que é o autor e consumador da nossa fé (cfr Heb. 12, 2). A nossa História continua, e cabe-nos escrevê-la hoje, deixando-nos conduzir pelo Espírito de Cristo, certas da protecção de Maria, nossa Mãe, e com Paula sempre... até ao fim.

VIDA QUE CONTINUA... Como podemos continuar-te, ó Mãe, nesta nossa pobreza de tempo, de forças, de energias, neste redemoinho de uma história complexa, onde os irmão pobres são cada vez mais pobres, onde a paz ainda reclama sangue, onde a fé, esmigalhada e confusa, vagueia entre mil inquietações, entre buscas extenuantes, em caminhos que já não têm as cores da aurora? Com o amor, somente com o amor! Porque são nossas as pobrezas que fizeste tuas, são irmãos nossos os pobres, a paz mutilada, a fé em Deus perenemente ameaçada, a esperança que porém desabrocha, como o grão de trigo... Hoje, na memória trépida, na festa de luz que celebra as tuas bodas divinas com o Cordeiro, queremos regressar à fonte: à “Fonte” que nos gerou; à “Fonte” que despertou o canto do primeiro chamamento; à “Fonte” do teu Carisma, ânfora transbordante, para te

continuar, ainda, nos nossos caminhos de hoje, com o teu próprio olhar, com o teu próprio coração, com a tua própria límpida maternidade que abraçava a terra, naquela alvorada de Quinto, diante do mar imenso e das velas brancas a apontar o infinito. Hoje a tua história de vida somos nós! Hoje a “Vida que continua” somos nós! Hoje os pequenos fachos colocados nas nossas mãos ainda desejam arder, onde quer que viva um ser humano, onde estamos presentes, e continuamos, Mãe, o teu grande amor por cada criatura, que entrevê Deus – sem o saber – quando emerge mais pura de uma moldura de dor...

Irmã Amália Usai, Site da Congregação - dia 12 de Junho de 2009